INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza...

36
1 BioLab www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 1 INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL Prof. Gustavo Pozza Silveira [email protected] Sala 201A Bloco E ENZIMAS

Transcript of INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza...

Page 1: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

1

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

1

INTRODUÇÃO A QUÍMICA

MEDICINAL

Prof. Gustavo Pozza Silveira [email protected]

Sala 201A – Bloco E

ENZIMAS

Page 2: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

2

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

2

Estrutura e função de enzimas

• Proteínas globulares agem como catalisadores do corpo.

• Aumentam a velocidade reacional para que a mesma atinja o equilíbrio.

• Diminuem a energia de ativação reacional.

Exemplo:

LDH = Lactato desidrogenase (enzima)

NADH2 = Nicotinamida adenosina dinucleotídeo (agente redutor & cofator)

Ácido Pirúvico = Substrato

LDH

Pyruvic acid Lactic acid

H3CC

C

O

O HO

C O

CH3C

H

NADH2 NAD+++

OH OH

Page 3: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

3

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

3

Diminui a energia de ativação de uma reação:

Act.

energy

Transition state

SEM ENZIMA

Product

Starting

material

Energia

COM ENZIMA

Product

Starting

material

Energia

∆G

New

transition state

∆G

Act.

energy

Enzimas diminuem a energia de ativação reacional, mas DG

permanece o mesmo.

Estrutura e função de enzimas

Page 4: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

4

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

4

Métodos de catálise enzimática

• Promovem uma superfície reacional (o sítio ativo)

• Promovem o ambiente adequado para reação ocorrer (meio hidrofóbico).

• Aproximam reagentes.

• Posicionam reagentes corretamente para reação (confôrmeros).

• Enfraquecem ligações nos reagentes.

• Promovem catálise ácida / básica.

• Intensificam grupos nucleofílicos.

Estrutura e funcionamento de enzimas

Page 5: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

5

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

5

Sítio ativo

• Cavidades hidrofóbicas na superfície enzimática

• Aceitam reagentes (substratos e cofatores)

• Contém aminoácidos que:

- Ligam-se a reagentes (substratos e cofatores).

- Catalisam a reação.

ENZYME

Active site Active site

Page 6: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

6

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

6

Notas:

• Sítio ativo está próximo do formato correto para interação com o substrato

• Ligação altera o formato da enzima (preenchimento induzido)

• Força de ligação com o substrato é aumentada devido a indução • Ligação envolve forças intermoleculares entre grupos funcionais do substrato e

do sítio ativo

Preenchimento induzido.

Induced fit

Substrato

S

Ligação do substrato

Page 7: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

7

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

7

Ligação do substrato

• Iônicas

• Ligação de H

• van der Waals

Forças ligantes

Exemplo:

S

Enzima

Sítio ativo

vdw

interaction

ionic

bond

H-bond

Phe

Ser

O H

Asp

CO2

Page 8: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

8

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

8

H3C

C

C

O

O

O

Exemplo – Ligação do ácido pirúvico no lactato desidrogenase (LDH)

H-Bond

Interações possíveis

vdw-interactions

O

H

H3N

H3C

C

C

O

O

O

Ionic bond Ligação-H

H3C

C

C

O

O

O

van der Waals

H3C

C

C

O

O

O

Iônica

H3C

C

C

O

O

O

Ligação do substrato Forças ligantes

• Iônicas

• Ligação de H

• van der Waals

Page 9: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

9

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

9

• Indução do molde correto – sítio ativo é alterado para maximizar ligações

intermoleculares.

Forças de ligação

Ligações intermoleculares não estão

em um comprimento ótimo para

maximizar a ligação

Comprimento das ligações

intermoleculares optimizadas. Ligações

suscpetíveis no substato são alongadas

levando a uma maior facilidade dessas

ligações serem quebradas

S Phe

Ser O

H

Asp

CO2 Preenchimento

induzido

S Phe

Ser

O H

Asp

CO2

Ligação do substrato

Page 10: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

10

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

10

Ligação do substrato

Exemplo – Ligação entre o ácido pirúvico noa LDH

O

H

H3N

H3C

C

C

O

O

O

O

O

O

Importante: substrato não precisa necessariamente estar na sua conformação

mais estável.

Page 11: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

11

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

11

O

H

H3N

Ligação p

enfraquecida

H3C

C

C

O

O

O

Ligação do substrato

Exemplo – Ligação entre o ácido pirúvico no LDH

Page 12: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

12

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

12

Lactato desidrogenase é uma válvula de segurança no nosso processo de

produção de energia. Na maior parte do tempo, nossas células clivam

completamente a glicose liberando átomos de carbono na forma de CO2 e

átomos de hidrogênio como H2O com formação de ATP e NADH. Este processo

necessita de muito oxigênio. Se o fluxo de oxigênio não for suficiente, o processo de produção de energia para antes do final do ciclo da glicólise. Para

resolver temporariamente este problema, entra em cena a lactato

desidrogenase.

Lactato desidrogenase (LDH)

Page 13: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

13

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

13

Quando nos exercitamos exaustivamente, a taxa de oxigênio disponível diminui.

Assim, nossas células passam a utilizar a glicólise como fonte primária de

energia. Na glicólise, hidreto obtido a partir da glicose é capturado pelo NAD+

para formar NADH. Enquanto que prótons são capturados por oxigênio

formando água. Mas se oxigênio não estiver disponível, a concentração de NADH cresce sem haver novas moléculas de NAD+ para continuar o processo

de glicólise para gerar ATP. Desta forma, lactato desidrogenase é “acionada”

para combinar piruvato e NADH e gerar ácido lático e NAD+. Finalmente, o

NAD+ é reciclado para continuar a glicólise.

Lactato desidrogenase (LDH)

Page 14: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

14

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

14

Lactato desidrogenase (LDH)

Ligantes: NADH (cofator) e ácido pirúvico (substrato).

Código PDB: 3ldh

Page 15: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

15

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

15

Cofator

Muitas enzimas necessitam de substâncias adicionais não proteicas chamadas

cofatores para que as reações ocorram. Cofatores podem ser íons metálicos

(ex.: Zn) ou pequenas moléculas chamadas de coenzimas (ex.: NAD+,

pirodoxal fosfato).

A maioria das coenzimas são ligadas por interações iônicas e outras ligações

não covalentes. Já as coenzimas ligadas por ligações covalentes são

chamadas de grupos prostéticos.

Coenzimas são obtidas a partir de vitaminas solúveis em água e agem no corpo como reagentes químicos (ex.: lactato desidrogenase necessida da coenzima

nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD+) para catalisar a desidrogenação do

ácido lático à ácido pirúvico.

NAD+ liga-se ao sítio ativo juntamente com ácido lático e age como agente oxidante sendo convertido a NADH. NADH também pode ligar-se a enzima

agindo como agente redutor na reação reversa.

Page 16: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

16

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

16

Cofator

Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo

(R=H) e nicotinamida adenine

dinucleotídeo fosfato (R=fosfato).

NAD+ agindo como coenzima

Page 17: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

17

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

17

Ligantes: NADH (cofator) e ácido pirúvico (substato).

Código PDB: 3ldh

Lactato desidrogenase (LDH)

(Zoom do sítio ativo)

Page 18: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

18

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

18

Nomenclatura de Enzimas

O nome da enzima corresponde ao tipo de reação que ela catalisa, sendo que

o sufixo ase corresponde a uma enzima. É importante notar que a enzima

catalisa reações que estão em equilíbrio.

Page 19: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

19

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

19

Exercício: enzimas podem ser utilizadas em síntese orgânica. Por exemplo,

a redução de um aldeído é realizada utilizando aldeído desidrogenase.

Infelizmente, a reação requer o cofator NADH, que é bastante caro. Porém,

se etanol é utiliado na reação, somente quantidades catalíticas do cofator

passa a ser necessário. Por que?

Page 20: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

20

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

20

Mecanismo de catálise

• Histidina

Catálise ácido/base

Residos nucleofílicos

NNH

+H

-H NNH

H

Não ionisada:

age como um

catalisador básico

(próton 'sink')

ionisada:

age como

catalisador ácido

(fonte protônica)

H3N CO2

OH

H

L-serina

H3N CO2

SH

H

L-cisteína

Page 21: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

21

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

21

Mecanismo de catálise

O H

S e r

X

Substrate

O

Ser

H2O

O H

Ser

H O Product

Serina agindo como nucleófilo

Page 22: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

22

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

22

Mecanismo para quimotripsina

NNOH

Cprotein

HO O

Ser His Asp

OH

O

: :..

NNO H

proteinNHC

O

protein

HO O

Ser His Asp

:

..:

:

:

NNO H

proteinNHC

O

protein

HO O

Ser His Asp

:

:

:

:

..

NNO

proteinNHC

O

protein

HO O

Ser His Asp

H

:

:

:..

:NN

O

C

O

HO O

Ser His Asp

:

: ::

:proteinO

H H

: :

NNO

C

O

protein

HO O

Ser His Asp

O

H

H

: ::

: :..

..

NNO

C

O

protein

HO O

Ser His Asp

OH

H: :

: :..

..

..

Mecanismos de catálise

Exemplo de tríade catalítica: água não é um bom

nucleófilo para promover a clivagem do peptídeo.

Serina agindo em conjunto com histidina e ácido

aspártico formam uma tríade catalítica que permite

que a clivagem ocorra.

Page 23: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

23

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

23

Exercício 2: a ligação éster da acetilconila é hidrolizada pela

acetilcolinesterase. Sugira um mecanismo pelo qual a enzima catalise esta

reação.

Exercício 1: acetilcolina é o substato da enzima acetilcolinesterase. Sugira que

tipos de interações ligantes poderiam ser responsáveis em manter a acetilcolina

no sítio ativo da enzima.

Exercício 3: Sugira como interações ligantes poderiam tornar a acetilcolina

mais susceptível a hidrólise.

Page 24: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

24

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

24

Processo completo de catálise enzimática

S

E

ES

P

E

EP

P

E

E + P

E

S

E + S

E

Notas:

• Interaçõs ligantes devem ser fortes o suficiente para manter o substrato preso o

tempo necessário para que a reação ocorra.

• Porém, as interações devem ser fracas o suficiente para permitir que o substrato deixe o sítio ativo após a catálise.

• Esse antagonismo deve ser seriamente levado em consideração!

• O planejamento de moléculas que liguem-se fortemente ao sítio ativo poderá

bloqueá-lo permanentemente (substratos suicidas)!

Page 25: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

25

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

25

Defesa de células vegetais (exemplo)

Ácido salicílico em alta concentração causa a morte do tecido celular

(esquerda), enquanto que em baixa concentração dispara o mecanismo de

defesa da planta (direita, SAR).

Mecanismos de catálise (Regulação enzimática)

Page 26: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

26

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

26

Mecanismos de catálise

Defesa de células vegetais

A enzima SABP2 (salycilic acid binding protein) é uma das responsáveis pelo

mecanismo de disparo das defesas naturais das plantas (resistência

sistêmica adquirida).

Esta enzima catalisa a clivagem de salicilato de metila a ácido salicílico.

Ácido salicílico compete com salicilato de metila pelo sítio ativo da enzima

impedimento que a tríade catalítica (ser, asp, his) desempenhe seu papel de

hidrólise.

SAMe também é responsável por transmitir o mecanismo de defesa a áreas

mais afastadas da infecção.

(Regulação enzimática)

Page 27: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

27

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

27

SABP2 – PDB code:1YKI

Como você classificaria essa proteína?

SABP2

Ácido salicílico é um substrato competidor da enzima SAPB2 que liga-se a ela

mais fortemente do que o salicilato de metila impedindo que a tríade ser, his e

asp desempenhe sua função e inativando o sitema de defesa natural da planta

(mecanismo SAR).

(Regulação enzimática)

Page 28: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

28

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

28

Muitas enzimas são reguladas por agentes que estão no interior celular. Essa

regulação pode intensificar ou inibir a enzima.

Os produtos enzimáticos também podem agir como inibidores através da ligação

a um sítio ligante chamado de sítio ligante alostérico. Portanto, uma enzima pode possuir sítios ligantes e alostéricos.

A ligação ao sítio alostérico altera a estrutura da enzima. Consequentemente, o

sítio ativo também pode ser alterado de modo a não permitir que novos

substratos sejam catalisados.

Regulando o funcionamento de enzimas (sítio alostérico)

Page 29: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

29

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

29

Regulando o funcionamento de enzimas (sítio alostérico)

Exemplo

A enzima fosforilase a catalisa a quebra de glicogênio (um polímero formado

por monômeros de glicose) para formar sub-unidades de glicose-1-fosfato. Esta

reação é estimulada pela adenosina-5’-monofosfato (AMP) e inibida pela

glicose-1-fosfato.

Assim, níveis elevados de glicose-1-fosfato acabam regulando a quantidade de

glicogênio a ser clivado.

Page 30: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

30

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

30

ACTIVE SITE (open)

ENZYME Enzima

• Inibidor liga-se do modo reversível no sítio ligante alostérico

• Ligações intermoleculares são formadas

• Preenchimento induzido altera o formato da enzima

• Sítio ativo é distorcido e não reconhecido pelo substrato

• Aumento da concentração do substrato não reverte a inibição da enzima • Inibidor não precisa necessariamente ter estrutura similar a do substrato

Sítio

ligante

alostério

Sítio ativo

(open) ENZYME Enzima

Preenchimento

induzido

Sítio ativo

inrreconhecível

Inibidor

alostérico

Regulando o funcionamento de enzimas (sítio alostérico)

Page 31: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

31

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

31

Notas

• Enzimas com sítios alostéricos fazem parte, geralmente, do início de uma rota

biossintética

• Enzima é controlada pelo produto final a ser formado pela rota que liga-se ao sítio alostérico “desligando” a enzima.

P’’’ P’’ P’

Rota biosintética

Controle - Feedback Inibição

P S

(open) ENZYME Enzyme

Regulando o funcionamento de enzimas

Page 32: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

32

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

32

Forma ativa Forma inativa

Algumas bactérias obtém a maior parte de sua energia pela conversão de

glicose em lactose. Este proceso é chamado de fermentação. A enzima

bacteriana lactose desidrogenase mostrada abaixo apresenta um sítio

alostérico. A ligação da 1,6-bisfosfato frutose, que é uma molécula formada

nos passos iniciais da glicólise, ao sítio alostérico resulta em modificações enzimáticas gerando a forma em que seu sítio ativo encontra-se ativado.

Lactato desidrogenase (LDH) (sítio alóstérico)

Código

PDB:

1LTH

Page 33: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

33

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

33

Cloranfenicol liga-se a porção a ser ocupada pela 1,6-bifosfato frutose impedindo

a formação alostérica que resulta na forma ativa da enzima.

Acredita-se que o protozoário causador da malária dependa de glicólise para

obtenção de energia durante parte do ciclo de infecção.

Lactato desidrogenase (LDH) (sítio alóstérico)

Código

PDB:

1cet

Page 34: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

34

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

34

Protein

kinase

Célula

Regulando o funcionamento de enzimas

• Sinais externos podem regular a atividade de enzimas (ex. Neurotransmissores

ou hormônios)

• Mensageiros químicos iniciam a cascata de sinalização que ativa enzimas

chamadas de proteínas quinases

• Proteínas quinases fosforilam enzimas alvo (ex. ser, tyr, thr) alterando a atividade

Exemplo

Adrenalina

Sinal

cascate

Fosforilase b

(inativa)

Fosforilase a

(active)

Glicogênio Glicose-1-fosfato

Page 35: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

35

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

35

Exercício: Lactato desidrogenase possui uma seletividade 1000 vezes maior

por lactato do que malato. Porém, se mutação ocorrer de modo a alterar uma

glutamina no sítio ativo por uma arginina (isozimas), a enzima passa a

apresentar uma seletividade 10 000 vezes maior por malato que lactato. Como

você explicaria essa diferença.

Page 36: INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL ENZIMAS · Introdução a Química Medicinal Prof. Gustavo Pozza Silveira 4 Métodos de catálise enzimática • Promovem uma superfície reacional

36

BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/

Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal

36