Irmãs Beneditinas da Divina Providência Província da ... · Espírito. É essa mesma ação do...

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Irmãs Beneditinas da Divina ProvidênciaProvíncia da Divina Providência

Setembro/Outubro

Irmãs Beneditinas da Divina ProvidênciaProvíncia da Divina Providência

Setembro/Outubro - Ano 2010

Irmãs Beneditinas da Divina Providência

Informando – Setembro/Outubro 2010

Província da Divina Providência 2

� Editorial ..........................................................................................................................3

� Palavras de Esperança ....................................................................................................4

� Momento de Espiritualidade

A Eucaristia .....................................................................................................................5

� Especial

Acolhidos do “Recanto Feliz”..........................................................................................5

� Aconteceu virou notícia

Pobreza pode ser Sinal de Confiança ..............................................................................6

Fica conosco, Senhor! ......................................................................................................8

� Formação em Foco

O Senhor nos chamou para semear ................................................................................9

Encontro do Juniorato ....................................................................................................10

� Experiência Partilhada

Nós poderíamos SER muito melhores ............................................................................12

Ser fruto do amor de Deus..............................................................................................13

Formação Permanente ...................................................................................................14

� Família Espiritual

“Não fostes vós que me escolhestes...”..........................................................................15

Rela tório dos anseios e expectativas ............................................................................16

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“Anelai, pois, pelas minhas palavras, reclamai-as ardentemente

e sereis instruídos”. (Sab 6,11)

É com muita alegria que neste editorial refletimos sobre a Palavra de Deus e sobre as missões e fazemos algumas menções sobre o Sínodo da Palavra que nos ajudou e ajuda num maior aprofundamento e valorização da Palavra de Deus e de nossa missão como cristãos.

No Sínodo foi dito que a Palavra de Deus tem uma voz (a Revelação), um rosto (Cristo), uma casa (Igreja), um caminho (a missão). E isso podemos comprovar em nosso cotidiano.

“A Palavra de Deus é muito mais que a Bíblia. A Palavra não é um simples texto escrito, é o próprio amor de Deus feito homem em Cristo”.

Nós lemos a Bíblia, não para encontrar um texto morto, mas para encontrar o Deus vivo, que se fez Verbo, pela ação do Espírito. É essa mesma ação do Espírito Santo que ensina a ver e contemplar o texto vivo; que leva ao encontro com Jesus Cristo, através de uma intimidade, por meio da oração.

Essa oração não pode ser vivida somente na dimensão pessoal, mas somos convidados a nos inserirmos em uma comunidade, a Igreja, para que atendendo ao pedido do Senhor, “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (Mt 18,20), possamos nos imbuir de seu Evangelho para anunciá-lo a todos os povos.

“Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo quanto vos tenho mandado”(Mt 28,19-20).

Esse é o mandato de Cristo e o nosso envio a missão.

Somos chamados a ir ao encontro de todos os nossos irmãos. E o Sínodo menciona que o primeiro terreno para as missões, são nossas famílias, se estendendo a todos os marginalizados, as diversas culturas e principalmente aqueles que ainda não ouviram a mensagem do Evangelho.

Para isso, somos incentivados a aprofundar a Lectio Divina, “devemos deixar-nos educar pela Palavra de Deus e, ao mesmo tempo, ajudar a educar o mundo pela Palavra de Deus”. Isso só pode acontecer na medida que a palavra de Deus, deixar de ser apenas mais um livro de reflexão, para ser o próprio amor de Cristo a transformar nosso coração, nossa vida, nossa missão, como nos fala este texto bíblico:.

“A voz do céu que eu ouvira tornou então a falar-me: ‘Vai, toma o livro aberto da mão do Anjo que está em pé sobre o mar e sobre a terra.’ Fui, pois, ao Anjo e lhe pedi que me entregasse o livro. Então, ele me disse: ‘Toma-o e devora-o; ele te amargará o estômago, mas em tua boca será doce como mel.’ Tomei o livro da mão do Anjo e o devorei: na boca, era doce como mel; quando o engoli, porém, meu estômago se tornou amargo’” (Ap 10,8-11).

Tudo na vida tem suas conseqüências. Que as nossas sejam por um justo motivo: o compromisso assumido com nosso Batismo e consagração e não por uma vida omissa e ociosa diante da Palavra.

Esperamos que apreciem os artigos enviados partilhando conosco da nossa vida, da nossa história e da nossa missão.

Um abraço fraterno a todos.

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Queridas Irmãs, Formandas e Oblatos,

“Tudo o que se escreveu no passado foi para o nosso ensinamento que foi

escrito, afim de que, pela perseverança e consolação, que nos dão as Escrituras,

tenhamos esperança” (Rm 15,4).

Vivenciamos no seio da Igreja, um tempo de graça e de bênçãos nos meses de setembro e outubro. Fomos convocados a sermos para o mundo, consagrados da esperança, através do anúncio da Palavra e do testemunho da Palavra. A PALAVRA e a MISSÃO não se separam da vida do cristão. O Senhor mesmo nos intima a esta missão de evangelizar através da Palavra, como nos diz a canção: “Ide por tudo mundo pregai o Evangelho, a justiça e a paz, falai em meu nome sem medo, estarei convosco, não vos deixarei”.

A Palavra de Deus em nossas vidas é uma graça e um grande dom de Deus para nós. Nela encontramos a sabedoria de Deus a nos guiar, nos impulsionar diariamente, semanalmente, mensalmente e anualmente, dando ritmo a nossa vida e ao nosso projeto/missão. Através dela somos conduzidos a rever nossa missão evangelizadora, porque mais do que história, a Palavra de Deus é portadora de uma mensagem. Ela é capaz de denunciar e anunciar. Ela denuncia as injustiças, os pecados, as situações desumanas de pobreza, exploração e exclusão em que vivem tantos irmãos nossos. Foi isso que fizeram os Profetas e também Jesus Cristo em algumas ocasiões, pois toda situação de injustiça e pecado é contrária ao projeto de Deus.

Na Bíblia encontramos a Palavra de Deus. Sendo a Bíblia um livro de anúncio, nela encontramos a proclamação da boa notícia da vinda de Deus: Ele nos ama e nos quer bem! Ele é o Deus que caminha conosco, que está ao nosso lado e nos dá força e coragem! Foi Deus que enviou ao mundo seu Filho Jesus Cristo. Ele veio nos trazer a Boa Notícia do Reino; veio nos trazer a Salvação, o perdão dos pecados. Na Bíblia encontramos textos para as diversas situações da vida. Ela ajuda a fortalecer a nossa fé; é útil na nossa formação, nos momentos de crises e dificuldades, na dor, na doença ou na alegria…

Sejamos gratos a Deus Pai Providente pelo grande dom de SUA PALAVRA a Igreja, que é o próprio Jesus Cristo e também pela missão que Ele nos concede desde o Batismo, de participarmos com Ele do seu reinado, profetismo e sacerdócio; sendo sal da terra, luz do mundo e fermento na massa. “O Senhor nos chama a sermos discípulos e missionários do Pai”. Não podemos nos calar, acomodar, deixar de fazermos aquilo que esta a nosso alcance para que o Senhor seja mais amado, conhecido e experienciado por todas as pessoas a quem fomos enviados. A própria PALAVRA nos remete a missão e não nos permite ficarmos parados: “Ai de mim se não evangelizar!”

A todos, com carinho, o meu abraço de paz.

Irmã Bárbara Cristina Ferreira Britto

Superiora provincial

Palavras de Esperança

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A Eucaristia é o sacramento do amor. É mistério acreditado, celebrado, e vivido por Jesus. É Dom de Deus

para a humanidade. A Eucaristia é o centro de todos os Sacramentos, e manifesta a presença viva de Deus. É o Sacramento do

amor que o Senhor continua se manifestando no meio do povo. Tudo é novidade para a humanidade, é aquilo que nos transforma em pessoas novas. Deus mandou o seu filho ao mundo para nos salvar. E a novidade do Cristianismo, Significado que ele esta perto de nós. A Eucaristia é o amor de Deus para a humanidade.É a prova de Jesus que se revela na cruz dando a vida nova, amor e a doação para o homem. Este amor é a perfeição que é a comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Dom gratuito da Santíssima Trindade e de toda Vida Divina que se revela no mistério da fé e do amor trinitário. Jesus se tornou obediente até a morte de Cruz, que é a conclusão da nova e eterna aliança. Tendo condição de Deus, finalmente visto como um simples homem que obedece a Deus e serve aos homens, perdendo a honra e logo sendo o Senhor da história. E´ o que o homem deve buscar, na sua vida, abrir mão aos previlégios, famas para se colocar a serviço dos outros até o fim, como servo A última ceia é o símbolo da sua morte, da entrega total do seu corpo e sangue em favor dos homens. Demonstra, também, uma vida marcada pelo mal e a construção da nova aliança que se revela através da Eucaristia. A Eucaristia é a Igreja e vice versa. Pela participação na Eucaristia, nos tornamos unidos. Ela é a raiz da comunhão que nos faz uma única família. A Eucaristia faz nos divinas, através do alimento espiritual e a assim, tornamos a viver eternamente.Quem come deste pão e bebe deste vinho, viverá eternamente. Assim, nos tornamos divinos através de um corpo só. A Eucaristia é a plenitude de iniciação de toda vida cristã. Dos sete Sacramentos, a Eucaristia é o centro. Ela nos transforma naquilo que nós recebemos. Por isso, a Eucaristia é um mistério da fé autenticamente celebrado, que é a beleza da divindade. São as palavras transmitidas para nós durante o retiro.

Pela comunidade.

Irmã Jane M. Butichi

Acolhidos do “Recanto Feliz”Acolhidos do “Recanto Feliz”Acolhidos do “Recanto Feliz”Acolhidos do “Recanto Feliz”

Homenagem às IrmãsHomenagem às IrmãsHomenagem às IrmãsHomenagem às Irmãs

Hoje, como é o dia das Religiosas, e eu moro a mais tempo, no abrigo, me pediram para falar um pouco como é a vida das Irmãs e seus trabalhos no “Recanto Feliz”.

Especial

Momento de Espiritualidade

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Ser Irmã é uma vocação, tem que ser é claro! Porque é uma entrega de sua vida aos trabalhos, em fim, passar o que ela tem de melhor. Muitos acham que ser Irmã é chato, mas eu acho que não! Eu tenho comprovação disso , pois moro onde vivem quatro Irmãs, que são: Irmã Ana Maria, Irmã Joice, Irmã Cruz e Irmã Suzana. São quatro Irmãs muito legais, pois convivo com elas, já faz algum tempo. Irmã Ana Maria é a que mais tempo passa no “Recato Feliz”. As Irmãs são como mães para nós. Pois elas nos dão atenção, amor, compreensão e também puxões de orelha, pois muitos fazem bagunças.

A Irmã Ana Maria é a diretora do “Recanto Feliz, pois ela que nos abriga e também desabriga. Muitas vezes, apronto e ela vem logo me chamar para conversar, eu logo tremo de medo, só do seu olhar

sério. Às vezes, eu choro com as lições que ela me dá, más ela é uma verdadeira mãe e faz isso, para que eu melhore o meu comportamento.

Irmã Joice – Ela se tornou Irmã, há quase um ano. Fui até São Paulo na sua profissão, cujo momento foi muito bonito. Ás vezes a chamo de Joice, força do habito, mas se a Irmã Ana ouve, logo chama atenção, apertando minhas bochechas e diz: “É Irmã Joice, Poliana!”. Irmã Joice é uma bela de uma amiga.

Irmã Cruz é uma Irmã, também, muito legal! Que veio do México para nos ajudar. Brinca conosco, mas também quando precisa chama nossa atenção, sei também que ela nos ama muito. Irmã Suzana é outra Irmã muito boa e atenciosa, que nos dá muito carinho e quando precisa também chama nossa atenção.

De todas as broncas aprendemos muito, com seus conselhos. Em nome de todas as crianças e adolescentes abrigadas, quero agradecer as Irmãs que hoje estão no

“Recanto Feliz por toda atenção, carinho e amor que nos transmitem sem nenhuma distinção. Obrigada, Irmãs Beneditinas da Divina Providencia.

Nome: Poliana de Jesus - Idade: 15 anos

Mensagem lida no dia 15/08/2010, Dia das Religiosas.

Guaraná - Aracruz

Pobreza pode ser Sinal de ConfiançaPobreza pode ser Sinal de ConfiançaPobreza pode ser Sinal de ConfiançaPobreza pode ser Sinal de Confiança

Rezar na experiência do não entendido é uma vivência singular e exigente. Muitas vezes a missão exige essa atitude do fiel seguidor de Jesus Cristo. Assim, a missão da Igreja é construir o Reino de Deus a partir das relações humanas de modo a manifestar a presença do Ressuscitado em todos os rostos humanos. Com esta missão partimos, Irmã Bárbara Cristina Ferreira Britto - Superiora provincial – e eu, para o Kenya, numa visita fraterna às nossas Irmãs. Os preparativos e uma longa viagem! Partimos de São Paulo para Johannesburg na África do Sul. Ali, ainda admiramos os preparativos e adornos dos jogos da Copa. Uma população bastante heterogênea que lembrava a cidade de São Paulo. Tantas manifestações em idiomas, trajes, faces e jeitos de ser. Um multicolorido contornando um cenário interessante! Mas, a nossa âncora ainda não era ali. Expectativas de tudo dar certo! Foram seis horas de luta contra o sono e o cansaço. Fuso horário diferente. Depois de seis horas de espera, até que em fim, tranquilamente, embarcamos com destino a Nairobi no Kenya. Já em Nairobi, tudo passou a ser diferente. O “clima” exigia desprendimento e coragem. Um pouco de tempo na fila e fomos ajudadas por um “São José” a pedido de Irmã Maria da Penha Zucolotto. Graças a Deus, senão, tínhamos que passar pelos constrangimentos de abrir as malas como as outras pessoas estavam fazendo. Ufa!!!! De longe vimos os sorrisos de nossas Irmãs que nos aguardavam! Rostos

Aconteceu virou notícia

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conhecidos!!! Que bom! Deu uma sensação familiar! Irmãs Maria da Penha, Irmã Irma Habec, Irmã Diamar Broca e as postulantes Lucy Saline Awuor e Sarah Aloo. Deus seja louvado por este momento! Até que chegamos em casa. Nada mais que desejável um merecido repouso! Em Nairobi fizemos um breve descanso, enquanto aguardávamos os resultados das eleições das Constituições, pois o país estava saindo do Regime Parlamentar para República e essa mudança podia não ser tranqüila. Os ânimos dos kenianos estavam divididos entre “NO” e “YES” – não para os cristãos em geral que não apóiam as Constituições na íntegra devido a artigos significativos sobre os muçulmanos e a legalização do aborto. Já o grupo do “Yes” ficaria agitado se por ventura perdesse. Como previam o “Yes” ganhou com um número consideravelmente grande e as manifestações públicas não foram tão agitadas. Com a tranqüilidade nas estradas, seguimos viagem para Kakamega. Fomos de ônibus. Uma viagem naquelas condições! Irmã Irma Habec foi conosco e a Irmã Jackeline K. Osório que estava em Nairobi para tratamento médico. Ao chegarmos em Kakamega, fomos bem recebidas pelas Irmãs da comunidade na sede da Delegação “Holy Spirit”. Estavam em preparativos para o retiro que aconteceria na semana seguinte. Estava dentro da nossa programação uma visita ao país da Uganda. Assim o fizemos no dia 08 do mês em curso. Éramos: Irmã Bárbara, Irmã Maria da Penha, Irmã Irma, Irmã Jacinta Nyachwo e eu. Visitamos a Arquidiocese de Tororo sendo bem acolhidas pelo bispo D. Denis Lote Kiwanuka, seu secretário e secretária e pelo padre Robert Ojulun. Atravessamos as fronteiras dos países caminhando e observando as poucas diferenças geográficas e étnicas. Ao chegarmos em Tororo minimizamos um pouco o calor, a sede e o cansaço no Mosteiro das Beneditinas (onde a Brigid H. Munayi morou como monja), onde fomos bem acolhidas em família beneditinamente!!!! Entre sorrisos e tentativas de entendimento dos idiomas nos comunicamos satisfatoriamente. Depois, fomos para a casa do bispo onde nos aguardavam como hóspedes. A Irmã Josefina da Congregação das Irmãs de Maria veio ao nosso encontro. Uma acolhida calorosa! Almoço ... conversas ... expectativas de encontrar o bispo. Esse deleite aconteceu no jantar! Comidas e bebidas diferentes e costumes também. Aqui não tinha espaço para rejeitar nada, pois o bispo é muito atencioso e não deixou escapar nada aos seus olhares... demonstraram interesse em saber sobre o Brasil: geografia, economia, religiosidade, beleza, futebol e jogadores.... o Bispo expôs sua proposta no dia seguinte de nos acompanharmos nas comunidades no interior e assim nos despedimos com um good night e fomos para o descanso. No dia seguinte, fomos para as comunidades distantes. Quanta pobreza! A paisagem assemelha-se ao nosso cerrado brasileiro em período de seca. A situação mais triste é social. Mulheres e crianças sempre trabalhando sob o sol exaustivo que o céu pode dar. Falta de saneamento básico, pouca água, um povo que conhece apenas a sua realidade e deixa a impressão de ausência de sonhos ou o sonho apenas de ter o que comer hoje. Carência de bens materiais, mas, também de relacionamentos fraternos e construtivos. De fato uma realidade triste, sofredora e questionadora. Diante dessas realidades tão diferentes da nossa eu me perguntava: o que é necessário à vida? As nossas exigências e o que consideramos importantes para uma vida feliz, lá foge à regra. O que é importante então? O que é essencial? Em meio a tantas dores, ainda se via crianças sorrindo! Crianças sozinhas pelos matos ou roçados pastoreando os animais. Mulheres de todas as idades carregando lenha e água e ainda com o filho nas costas. É uma vida difícil! Diante dessa realidade tão desafiadora fica visível a nossa impotência. A sensação que a finitude da vida está mais próxima da gente. Pudemos refletir: onde a pobreza é um “mundo” surge a necessidade da CONFIANÇA. Acredito que a ausência material e humana (somos estrangeiras) a confiança, necessariamente, é condição de sobrevivência. Quisera não termos de confiar somente nas situações extremas! Essa dura realidade é clara, tanto na Uganda quanto no Kenya. Voltando para Kakamega, já em Kenya, realizamos as visitas e trabalhos nas comunidades. Cada uma com suas alegrias e dificuldades. Foi uma experiência única e incontável. Sou muito agradecida à Província na pessoa de Irmã Bárbara Cristina Ferreira Britto pelo convite, oportunidade e incentivo para que essa viagem fosse possível. Minha gratidão às comunidades no Kenya pela alegria no acolhimento e o esforço de que nos sentíssemos em casa. Foi real! Minhas preces e dívidas de gratidão para com as Irmãs de minha comunidade que assumiram todas as atividades do Abrigo e social durante esta minha longa estadia fora de casa. Pela delicadeza e compreensão em buscar resolver as situações e deixaram-me livre, entenderam que de fato era um serviço que eu estava prestando e não um passeio. Desde o incentivo para eu viajar bem como as manifestações de apreço no meu retorno, MUITO OBRIGADA! Sei que não foi fácil. Deus, em sua Providência, alcança o coração de

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cada uma e de todas com as suas copiosas bênçãos. Vale recordar: “em qualquer lugar que chegarmos, seremos

sempre viajantes!”

Irmã Ana Maria Gomes da Costa

Comunidade Girassol - Guaraná-Aracruz/ES

O esperado momento, sonhado por toda a Arquidiocese de Teresina, é chegado. Não se falava outra coisa, a

não ser a grandeza e profundidade daquele momento, que estava por vir. Dia 24 de setembro p.p. a praça frente à Catedral de Nossa Senhora das Dores, no centro de Teresina/PI, ia

enchendo e o povo de Deus não parava mais de chegar. A alegria de todos era tão grande, quanto a quantidade de pessoas. Ao chegarem, lá, os olhos brilhavam com a beleza do altar, preparado para o evento. Estes mesmos olhares vibravam ansiosos para o que ia acontecer ali.

O povo ia chegando e o coral, regido por Frei Edmilson, ia cantando para recepcioná-lo. Dentre os cantos destacou-se “Queremos Deus” que parecia expressar o anseio maior de todos os que ali chegavam. E, exatamente, às 18h 30min, após as palavras do Coordenador geral do evento, Pe. Tony, após o belo testemunho de uma professora que participara do evento, na última vez que ocorreu em Teresina, há 50 anos atrás, após a cantora lírica Leoh cantar o hino do Vaticano, representando a unidade da Igreja Teresinense com toda a Igreja Católica, após D. Celso, nosso Bispo emérito, ler a carta do Papa Bento XVI, aconteceu a entrada da Mãe das Dores, o nosso Arcebispo, D. Sérgio dá por aberto o II Congresso Eucarístico Arquidiocesano de Teresina e uma linda queima de fogos, propiciava efusão com a alegria do povo nos aplausos. E, ali, Teresina estava “nos braços da Cruz e no centro da Eucaristia”.

Com beleza e veracidade o povo cantava o hino “Neste Cenário de Fé e de Esperança, tudo arrebata o nosso coração.” Assim, iniciava-se a Santa Missa. Nossos Sacerdotes entravam na mesma alegria que fecundava os corações do povo. E, juntamente, com eles, os Bispos das diversas Dioceses que, com sua presença, tornaram esse momento de comunhão, ainda mais forte. Não havia nada, absolutamente nada naquela celebração Eucarística que não nos fizesse vibrar de alegria e nos emocionar pelo simples fato de sermos cristãos e por termos a Eucaristia como presente sublime, Sacramento do Amor. Ao fim da Missa, nosso pastor conduziu o Santíssimo no meio do povo, abençoando toda a Igreja e depois até o interior da Catedral onde Jesus Eucarístico ficou exposto durante todo o Congresso, sendo visitado, constantemente, dia e noite. E o retorno de cada pessoa para casa, ficava com gosto de quero mais, de voltar, como uma saudade de algo que nunca se foi.

No dia 25, aconteceram as Missas nas Foranias, e nós marcamos presença, também lá. Em nossa Forania a Missa aconteceu na Igreja de são José Operário. A Celebração foi presidida pelo Bispo de São Raimundo Nonato, D. Pedro, que com seu jeito prático de falar, prendia a atenção dos fiéis a cada palavra dita. Nosso Arcebispo também estava conosco e concelebrava. As leituras foram proclamadas por Religiosas e Irmã Meireane marcou presença desse momento tão bonito de comunhão.

É chegado o sábado dia 26, e já no meio da tarde me dirigi à Catedral, tendo a alegria de participar do Sacramento da Reconciliação e de fazer junto com os fiéis que ali estavam, em grande número por sinal, a Adoração ao Santíssimo Sacramento. Saindo Dalí, foi possível ver a exposição cultural montada no Colégio Diocesano, com pinturas e muitas lembranças do Primeiro Congresso Eucarístico. Era então chegada a esperada hora do dia: A Caminhada da Juventude. Toda a juventude concentrou-se frente à Igreja da São Benedito, no centro de Teresina e após a palavra de D. Sérgio, partimos para a Catedral. Era um verdadeiro mar de jovens, que com sua alegria própria,

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tomavam as ruas de Teresina. Muita música, dança e oração marcava aquele alegre momento. E nosso Arcebispo conosco caminhava, o que dava a todos ali o sentido de acolhida da Igreja para com a juventude e o sentimento de amparo exercido pelo nosso pastor. Chegando à praça, frente à Catedral iniciamos a Santa Missa e na procissão de entrada mais um grande presente para os jovens: D. Dimas - Secretário geral da CNBB - era o presidente da Celebração, que com sua experiência, parecia tão jovem quanto todos os que ali estavam. Exortou os jovens a enfrentarem com coragem os desafios de ser comprometidos com o Reino na sociedade desafiadora na qual vivemos hoje: “Ver o Cristo no pobre é difícil, porém mais difícil é Ser o Cristo para o pobre, eis o nosso desafio!” Como desafio é a palavra chave para conquistar o interesse de uma juventude sedenta do novo, as sementes foram lançadas e estamos certos de que os frutos virão. Voltamos para casa e o coração era cheio dessa presença Eucarística. O sorriso, se fosse possível, estava ainda maior.

Domingo, dia do Senhor nos prometia fechar com chave de ouro esse momento de profunda beleza e espiritualidade. Passamos um bom tempo da tarde em adoração na Catedral, aproveitando estes últimos momentos de Jesus exposto naquele meio e seguimos para nos acomodar na praça. Às 17h30min deu-se início à Missa de encerramento do II Congresso Eucarístico Arquidiocesano, que como todos os outros momentos deste evento eram repletos de beleza e emoção. Deus falava conosco nos pequenos gestos. E o “Fica conosco” lema do Congresso que ecoava na voz do povo, fazia eco em nossos corações como sendo a mais verdadeira e profunda prece de todos os que participaram destes dias de oração, aprendizado, por meio dos simpósios e comunhão com a Igreja.

E, na praça, com cerca de 20 mil pessoas, ao fim da Missa o Santíssimo passou, conduzido pelas mãos do Arcebispo, no meio daquele povo abençoando todos os fiéis que cantavam emocionados “Glória a Jesus na Hóstia Santa”. Não sabíamos se olhávamos ou se fechávamos os olhos para sentir com mais profundidade esse sublime momento. Para os sentimentos que afloram não há palavras capazes de explicar, somente um amor Divino causaria em homens e mulheres tão débeis, algo semelhante. Explicar não é possível , mas lembrar, é senti-lo de novo.

Foram dias que não só fortaleceram na fé, mas que resgataram muitos corações, trouxe de volta à casa paterna muitos filhos que andavam ao longe, renovou o sentido da vida, revigorou a consagração, restaurou o amor a Cristo, sobretudo, ao Cristo Eucarístico, impulsionou à busca do encontro do Cristo no outro.

Que devemos dizer, senão Obrigada, Senhor! Agradeço imensamente a Deus pela sua mais profunda manifestação Providente a todos nós em Jesus na Eucaristia.

Resta-nos repetir aquela súplica na busca da fidelidade na caminhada cristã: “Fica conosco Senhor!” Irmã Kelle Pereira de Souza

Comunidade Mãe da Divina Graça/ Teresina- PI

“♫ O Senhor nos chamou para semear...

Semear com muito amor, nas Santas Missões Populares ♫ ♪.”

Nos dias 18 e 19 de setembro, nossa Comunidade participou do 1º Retiro diocesano das Santas Missões Populares (SMP). Nossa centenária Diocese de Campanha /MG, adotou as SMP, como plano pastoral, por durante cinco anos. As preparações já começaram e a Diocese está a “Todo Vapor”: “ ♪Vem cá, vem cá, nós vamos

participar, nós vamos celebrar Santa Missão Popular♫”

Formação em Foco

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No primeiro retiro foram mais ou menos 2.800 pessoas, de todas as paróquias e comunidades da Diocese. Estamos todos muito envolvidos, comprometidos e empolgados. Quem liderou o retiro foi o Pe. Luis Mosconi, italiano, que mora, atualmente, em Belém do Pará. Ele é o grande idealizador nacional das SMP, nos contagiou com sua animação e nos impressionou com sua sabedoria.

As SMP são uma ocasião especial de graça de Deus, como diz o Pe. Mosconi “é tempo especial do abraço de Deus, da atualização da Missão de Jesus, do despertar do povo, de sensibilizar o povo para um estado de missão permanente”

Noviça Beatriz Dias

ÂÂÂÂdâxÅ Çtäxzt vÉÅ t vtux†t yÉÜt wt özâtdâxÅ Çtäxzt vÉÅ t vtux†t yÉÜt wt özâtdâxÅ Çtäxzt vÉÅ t vtux†t yÉÜt wt özâtdâxÅ Çtäxzt vÉÅ t vtux†t yÉÜt wt özât???? Çtwt átux wtá ÑÜÉyâÇwxétáAÇtwt átux wtá ÑÜÉyâÇwxétáAÇtwt átux wtá ÑÜÉyâÇwxétáAÇtwt átux wtá ÑÜÉyâÇwxétáAÊÊÊÊ

Nos dias 14 e 15 de outubro p.p. aconteceu na Casa Provincial o último encontro do Juniorato deste ano de 2010.

As Junioristas chegaram todas animadas com vontade de realmente se encontrarem e bem aproveitar desses tão benéficos momentos, proporcionados pela Província, a fim de colaborarem em nosso crescimento e caminhada.

Bem, este ano, fizemos um maior aprofundamento sobre o Testemunho. Trabalhos, partilhas, conversas, orações, palestras... tudo nos ajudava a refletir e mais do que isso, a buscar formas de sermos testemunhas do Reino em nossas comunidades, nossas obras, missões, apostolados, na faculdade, na Província, na Congregação, enfim, no seio da Igreja e da humanidade.

Ser sinal da Providência, levar as pessoas a Deus ou trazer o céu até elas. Pensando nisso, foi escolhido um lugar para começarmos o nosso encontro: no dia 14 pela manhã, chegadas todas as junioristas, lanche preparado e Kombi cheia, partimos em visita ao Solo Sagrado de Guarapiranga/SP. Chegando lá, fomos muito bem recebidas e acompanhadas por uma guia que nos levou a explorar todos os espaços disponíveis, explicando-nos conforme as dúvidas iam surgindo.

A beleza daquele lugar nos falava o tempo inteiro de Deus. A vontade que tínhamos era de simplesmente sentar e contemplar tudo aquilo que, com tanta delicadeza e ternura, Deus preparou e entregou nas mãos de seus filhos. A tranqüilidade em comunhão, com este belo, fazia jus ao outro nome que o lugar recebe: Protótipo do Paraíso. Tudo favorecia à oração e a vontade de alcançar Deus quase que com as próprias mãos, era inevitável.

Depois de caminharmos todo o solo sagrado, paramos na praça da felicidade, e estávamos realmente no lugar certo: hora do almoço!

Tiradas mais algumas dúvidas, fomos para as margens da represa de Guarapiranga, vizinha ao Solo Sagrado, que só aumentava ainda mais a beleza da paisagem. Por fim, ficou em nós a certeza de que, é sim possível construir em nossas vidas e relações, algo diferente, que fale mais, não com palavras, mas que convide à mudança de vida e que nos leve juntamente com os que convivem conosco a uma requalificação de nossa vida cristã, mesmo que, para tanto, precisemos passar pelo fogo das relações.

Voltamos para casa e após a oração de Vésperas e o jantar, nos reunimos para vermos o filme “Invictus”, que falava sobre a história de Mandela e suas lutas na África do sul. Para nós, mais um grande exemplo de vida, um

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testemunho de fé, de confiança, de garra, coragem, docilidade e acima de tudo de perdão. Com poucas palavras e muitos exemplos, mudou toda uma nação.

No dia seguinte após a participação na Santa Missa retomamos nossa programação. E começamos com a apresentação dos trabalhos.

Fizemos o estudo do livro dos Atos dos Apóstolos e cada uma apresentou uma faceta diferente apresentada pelo livro. Embora, todas tivessem estudado a mesma coisa e a maneira de apresentar ficasse a nosso critério, os temas quase nunca se repetiram.

Eis alguns temas abordados, especificamente, no livro dos Atos dos Apóstolos: � Testemunho dos apóstolos � As vidas e experiências das mulheres � O valor das fortes palavras que convertiam � Espírito Santo como condutor � Acolhida das pregações que eram levadas a diante � A fidelidade e força de Pedro � Missão, testemunho e perseverança � As primeiras comunidades

Todos estes foram apresentados, fazendo paralelo com a nossa realidade hoje, como mulheres chamadas a dar

testemunho do mesmo Jesus por onde o Espírito nos envia. Terminado o livro dos Atos, algumas Irmãs apresentaram algumas Irmãs de nossa Família Religiosa que dão para

nós, hoje, nos desafios de nossa época, o verdadeiro e fiel testemunho de vida cristã e consagrada, com força e garra, muitas vezes e na maioria delas, enfrentando o sofrimento. Foi muito bom ouvir aqueles belos exemplos que estão tão próximos de nós.

Por falar em força e garra, aproveitamos o intervalo do lanche da tarde e fizemos uma rápida visita para Irmã Olímpia que como sempre com coragem, vem recuperando sua saúde.

Retornando para casa, fizemos nossa avaliação do ano. Nossas conquistas, fraquezas e propostas para darmos continuidade à caminhada do Juniorato no Ano de 2011.

Encerramos nosso dia com um alegre bingo na recreação da noite. Agradecemos a Comunidade da Casa Provincial que sempre nos acolhe com tanto carinho e alegria. O nosso

muito obrigada à Irmã Bárbara Cristina F. Britto, nossa Provincial que nos acompanhou o tempo inteiro com suas orações e sabemos que continua a acompanhar-nos. Deus a recompense, com generosidade, todo o bem que vem realizando, Irmã. Agradecemos à Irmã Madalena Firmino que sempre nos dá a alegria de uma visita em nossos encontros, seja na recreação ou no lanche. Será sempre nossa convidada especial! E também a comunidade da Esperança que nos acolheu com carinho em nossa breve visita. Obrigada, à Irmã Cleidinei por mais este ano de caminhada conosco, pela presença, carinho e acolhida para com cada uma e todas. Bem sabemos ou imaginamos os desafios de sua missão.

E a nossa ação de graças mais profunda à Providência que nos acompanhou, conduziu, sustentou e impulsionou a todo instante e continua a fazê-lo. Que nos dá como grandes exemplos de verdadeiras mulheres de testemunho em nossas Fundadoras Maria e Giustina Schiapparoli. Mulheres tão perto de nós, de nossa realidade, que nos fortalecem na missão, nos acompanhando com sua intercessão, na qual muito confiamos.

Pelo grupo das Junioristas

Irmã Kelle Pereira de Souza

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Experiência Partilhada

Nós poderíamos SER muito melhores se não Nós poderíamos SER muito melhores se não Nós poderíamos SER muito melhores se não Nós poderíamos SER muito melhores se não

quiséssemos ser quiséssemos ser quiséssemos ser quiséssemos ser tão bons.”tão bons.”tão bons.”tão bons.”

Sigmund Freud

Acolhimento carinhoso e atenções recíprocas era o clima que prevalecia entre nós, reunidas em Manaus durante os nossos encontros, comunitários da Formação Permanente. Temporalmente, o calor quase insuportável, mas, o desejo e a vontade de estar COM a outra eram maiores que as intempéries climáticas. Assim, em cada encontro imperava a alegria e a fraternidade era fortalecida pelo diálogo franco, a confiança, a abertura prudente, as partilhas verdadeiras e a comunhão de intenções nas orações. Cada partilha era cheia de esperança de crescermos pessoal e comunitariamente. Houve sempre um esforço para que, de fato, os encontros atingissem o seu objetivo: fortalecer a fraternidade em nossas comunidades. Todos os encontros a seu tempo, trouxeram reflexões profundas, questionamentos provocativos, apelos comprometedores. Agora a tarefa é minha, sua, nossa de continuarmos nessa caminhada! A tarefa de buscar qualificar a vida de Consagrada da Irmã Beneditina da Divina Providência. Estes encontros foram meios que a Província nos possibilitou para que pudéssemos fortalecer o nosso Primeiro Amor e vislumbrar a cada dia o nosso Tesouro já que professamos que “O Centro da Nossa Consagração é Cristo, Escolhido por Amor.” As Irmãs que participaram desses momentos fraternos tiveram oportunidade de rever a própria caminhada e buscar configurar, moldar a sua vida com o modo de vida de Jesus de Nazaré. Cabe aqui esse ilustre pensamento de Freud: “Nós poderíamos SER muito melhores se não quiséssemos ser tão bons.” Ser melhores enquanto pessoa é ser capaz de aceitar a própria verdade sobre si sem cair na sombra da depressão nem cair no semblante de uma mente elevada. Ser capaz de lutar pela vida e não contentar-se com o apenas existir. Elucidar os próprios direitos sem exaltar a própria imagem ou denegrir a do outro. Ser altruísta sem ser depósito de acomodações daqueles que querem levar uma vida fácil e sem convicções firmes. SER melhores não significa ser bom à maneira que costumamos ouvir e até mesmo dizer: o jeitinho brasileiro... SER melhores não significa que não se possa corrigir, apontar erros, converter direções, estabelecer limites, definir o essencial. SER melhores também é saber dizer SIM, saber dizer NÃO, oportunamente. O nosso empenho é que estes Encontros comunitários tenham nos ajudado a SERMOS melhores e não meramente “Irmãs boas.”

Queridas comunidades, o nosso muito obrigada pela acolhida e o empenho de cada uma na realização destes encontros. Foram três anos de muito empenho e trabalho da equipe em comunhão com a equipe da Província Mãe da Divina Providência. Foi um trabalho que não visou somente o cumprimento de uma ação do Capítulo, mas, o bem maior: a qualidade de vida que queremos e PRECISAMOS para nós. Sabemos que para algumas foi mais fácil participar, desde as disposições internas e a locomoção/transporte para o local do encontro. Percebemos algumas Irmãs mais empenhadas e outras com sinais de menos interesse. Não medimos o interesse de ninguém, mas, temos muitas maneiras de expressar através do descaso, sair do encontro antes de terminar, chegar atrasada, assumir outros compromissos simultâneos ao encontro, excesso de preocupação com horários e outras desculpas. Salvo as exceções! Temos também outras variáveis como o trânsito. Claro que circular na cidade grande tem seus desafios, porém, incomparáveis com as dificuldades que nossas Irmãs que moram no Amazonas encontram. Distâncias, rios cheios ou secos demais que dificultam a navegação, os desconfortos de horas, dia e noite como é o caso das Irmãs de Borba

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para chegarem até Manaus. As de perto e as de longe, Deus cuida com a sua Providência. A cada uma pela presença, participação e esforço, Obrigada! Pelos sorrisos e ajudas, alegrias e confiança, por todos os momentos vividos intensamente demos Graças a Deus.

Irmã Ana M. Gomes da Costa

Comunidade Girassol – Guaraná – Espírito Santo.

Esse foi o tema da nossa Formação Permanente, ocorrida nos dias 18 e 19 de setembro, na Comunidade da Paz - RJ.

Iniciamos o encontro refletindo sobre o inaudível, aquilo que não podemos ouvir, a não ser quando nos dispomos a escutar no mais profundo do nosso ser, revelado no silêncio de nós mesmas. Uma parábola que ilustrou bem essa reflexão.

Após esse momento, Ir. Fernanda Cintra que assessorou o encontro nos perguntou: Qual o símbolo do amor? Condicionadas com o que sempre aprendemos, respondemos: o coração. Ela nos disse que não é o coração, mas a cruz, por que ela fala por si mesma de forma inaudível sobre o amor.

Depois continuamos a reflexão com o Editorial escrito pela Madre Geral, Maria Luisa Contotti, no informativo “Ora ET Labora”. O conteúdo era baseado no livro de Amedeo Cencini, “L’Ora de Dio”, e falava da crise como hora de Deus, que ajuda na reflexão, no crescimento e no discernimento.

Em meio a tantas situações que vão surgindo, vários questionamentos nos levam a crises, e isso de forma alguma deveria ser negativo, pois são nesses momentos que percebemos que algo não está bem e temos a oportunidade de crescer e amadurecer.

Depois de comentarmos o texto, fomos para o nosso primeiro momento de oração pessoal. O texto que refletimos falava sobre o amor de Deus e o nosso amor ao próximo. Também tratava da importância do silêncio, onde encontramos “a essência mais íntima da alma, onde o nascimento de Deus acontece”, e que muitas vezes não vivenciamos, devido às preocupações.

Voltamos da oração e fomos convidadas a partilhar. Foi um momento muito rico, pois cada uma expressou aquilo que rezou e também sobre sua experiência pessoal.

Depois Ir. Fernanda nos pediu que desenhássemos algo sobre o título do nosso encontro “Sou fruto do amor de Deus”. Foi uma verdadeira exposição de arte e a expressão do amor providente de Deus em nossa vida.

Encerramos esse momento com uma mensagem que levava a uma profunda reflexão sobre nós mesmas. O nome era “Arquivo secreto”. Nessa mensagem pudemos nos questionar: O que fazemos com as oportunidades que Deus nos concede? Pudemos comprovar, também, como é grande o amor e misericórdia que Deus tem por nós, nos resgatando de nossos erros e pecados.

Tivemos um outro momento de oração pessoal e depois fomos à Celebração Eucarística, coroar o nosso dia participando da novena de Nossa Senhora das Mercês.

Quando chegamos em casa assistimos a um filme que nos fez refletir muito sobre o valor da vida e da dignidade humana.

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No dia seguinte, iniciamos a nossa manhã participando da Celebração Eucarística. Retornamos às atividades após o café, com a partilha da oração do dia anterior. Nesse momento, além do conteúdo dos textos, também foi citado sobre o exemplo das Irmãs que nos antecederam, que foram e são exemplos de dedicação, trabalho, e acima de tudo amor à Congregação. Falamos sobre as nossas Obras e refletimos dois textos: “O cavalo cego” e o “Espelho e o burro”.

Fizemos a avaliação do nosso encontro e, na parte da tarde, fomos passear. Foi um dia muito bom, não só pelo enriquecimento cultural, mas pela convivência.

Agradecemos a Ir. Fernanda Cintra que dirigiu o encontro, as Irmãs da Comunidade da Paz que nos acolheram e a nossa provincial, Irmã Bárbara Cristina Ferreira Britto, por nos proporcionar esses momentos de crescimento e enriquecimento fraterno.

Pelo grupo de Formação Pemanente “Pedra Azul”,

Irmã Sandra Regina Ribeiro Lustoza

Formação Permanente

“Vejam como é bom, como é agradável os irmãos viverem unidos”(Sl 133)

Queremos partilhar um pouco dos nossos dois encontros de formação permanente, deste ano, do grupo “Caridade” de Vinhedo-SP. O primeiro aconteceu nos dias 17 e 18 de abril, quando refletimos sobre os Sacramentos, o nosso Batismo e o nosso compromisso como pessoa cristã. Quem é batizado se torna parte integrante da Igreja, da comunidade e da missionariedade do cristão. O Sacramento da penitência nos levou a uma intensa reflexão, partilhamos sobre a graça que recebemos através da confissão. Precisamos perdoar sempre. O perdão nos liberta e cura muitas de nossas feridas. A Eucaristia foi o ponto central de nossa reflexão, é Nela que os batizados, os pecadores se fortalece, e é em torno Dela que a comunidade se reúne para celebrar. No nosso segundo encontro que aconteceu nos dias 16 e 17 de outubro, o ponto central foi o Silêncio. É nele que fazemos a experiência mais profunda do encontro pessoal com Deus. “Sou fruto do amor de Deus”, buscamos na oração nos perceber como fruto do grande amor de Deus para conosco. Somos impelidas a acolher o amor de Deus e oferecer esse amor ao nosso próximo, “Amai-vos como eu vos amei”. Sou capaz de partilhar esse amor que recebo de Deus, com o meu próximo? Em nossa avaliação ficou claro que esses encontros foram positivos e que ajudaram a melhorar nossa convivência comunitária, porém se percebe que precisamos crescer muito ainda, principalmente na valorização e dedicação à oração e ao silêncio. Nos nossos encontros, sempre tivemos a Santa Missa em casa, celebrada pelo monge Beneditino Dom Felipe, o qual tem o dom da Palavra. É muito bom escutá-lo. Tivemos um maravilhoso passeio em um parque de Vinhedo, lugar agradável e belo, com direito a piquenique, foi muito bom!

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Família Espiritual

Agradecemos a Ir. Ana Maria Gomes da Costa que conduziu os nossos encontros de maneira serena e com palavras sábias. Agradecemos de maneira muito especial a comunidade de Vinhedo pela acolhida calorosa, foi muito bom estarmos com vocês, Irmãs. Obrigada, a todas, recebam nosso abraço.

Formação Permanente : Irmã Eliene da Conceição Lima

Grupo Caridade – Vinhedo – SP

Nós, enquanto cristãos, sabemos da importância de termos uma vida de oração, pois na oração nos

encontramos com aquilo que Deus quer para nós. E é neste encontro que percebemos o que está errado, onde estamos... Digo mais, é neste encontro com Deus, que recebemos a força para reagirmos ao erro.

Nós, cristãos chamamos esta força de "graça", que nos é dada pelo Espírito Santo."E quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. (Jo 16,8).

Nosso encontro regional foi rico para nossa caminhada de Oblatos e Vocacionados. Neste ano, com toda a Igreja, estudamos e refletimos o livro XVI Congresso Eucarístico Nacional e também nosso Estatuto que foi dividido em artigos.

Na abertura do encontro Oblatos e Vocacionados de Três Pontas e Campos Gerais fizeram uma manhã maravilhosa, com o tema: Os Discípulos de Emaús, com muita dinâmica e participação de todos os presentes.

Olha! cada momento foi vivido com grande expectativa de mudança de vida, foram momentos fortes, palestras, orações, desertos e, principalmente, as Adorações ao Santíssimo. Tudo isso propiciou este encontro com Deus, para tirar de dentro de nós, as dúvidas, incertezas, que só Deus Pai Providente, sabe e conhece o nosso interior.

Fomos agraciados por Deus, desde a nossa chegada, até ao término. Foi tão rico que, um vocacionado de Contagem, fez um pequeno trecho da música da "Colcha de retalhos" Música: Juntando todos os trabalhos feitos nestes dias; Serviu para nossa caminhada e nossa vida. Agora na vida rica em que vamos viver, encontro como este será como agasalho: A colcha dos Oblatos. Frases marcantes para nós: Pão da unidade, vida dos discípulos missionários; Eucaristia, pão da unidade; "Fica conosco Senhor" !

Oblata: Berenice Aparecida Augusto Vieira.

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Relatório dos anseios e expectativas sobre a gestação eRelatório dos anseios e expectativas sobre a gestação eRelatório dos anseios e expectativas sobre a gestação eRelatório dos anseios e expectativas sobre a gestação e

nascimento da 1ª filha: Marílianascimento da 1ª filha: Marílianascimento da 1ª filha: Marílianascimento da 1ª filha: Marília

Quando descobri que estava grávida fiquei muito feliz. Fazia dez meses que havia casado e estava esperando muito por esta notícia. Não estava tomando anticoncepcional. Eu tinha medo de não engravidar, porque havia perdido o ovário esquerdo e estava com mioma no útero.

Porque havia recebido essa graça, durante os nove meses procurei aceitar os incômodos da gravidez, como os enjôos, vômitos, “queimação” (pirose) e dores do parto, etc.

Carlos e eu quisemos preparar bem o nosso ninho de amor, nosso lar, nossa casa, para a chegada da Marília. Arrumar coisas materiais para lhe dar conforto. Mas isso nos tirou a paz, por um dia, levando a esquecermos que o que ela realmente precisava era encontrar arrumado o nosso coração, para lhe acolher e alegrar-se com sua vinda.

Medos, dificuldades, e inseguranças me acompanharam na gravidez, mas nada foi maior que o amor e a presença de Deus junto a mim. De minha parte, fiz todo esforço para que a Marília viesse ao mundo, com saúde e paz.

Hoje, com ela junto a nós, queremos cumprir nossa missão de pais com alegria, simplicidade e dedicação, pois sabemos que a vida vale pela intensidade que realizamos as coisas. Agradeço muito a Deus, pela capacidade de engravidar. Queremos respeitar e amar o dom da vida e jamais feri-lo com atitudes que não são do agrado do Senhor.

Carlos José Ferreira e Juliane Martins Pereira

Vocacionados a oblação