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Publicação trimestral – Ano XXVIII – Nº 110 – Abril / Junho 2003 – Preço 2,25 Boletim de Pastoral Litúrgica ISSN 0873-3295 110

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BOLETIM DE PASTORAL LITÚRGICAPropriedade do Secretariado Nacional de Liturgia

Director: Pedro Lourenço FerreiraRedacção e Administração: Secretariado Nacional de LiturgiaSantuário de Fátima – Apartado 31 — 2496-908 FÁTIMATel. 249 533 327 – Fax 249 533 343 – E-mail: [email protected]

Publicação registada na SGMJ nº 118776ISSN 0873-3295

Assinatura anual: Portugal: 9 € (IVA incl.) — Outros países: 13 €

G.C. – GRÁFICA DE COIMBRA

Depósito Legal Nº. 88 990/95

O sentido feminino da liturgia, Pedro Lourenço Ferreira .................................... 65Catequese sobre o Cântico de Isaías (42, 10-16), João Paulo II .......................... 67Catequese sobre o Salmo 134, João Paulo II ......................................................... 69Catequese sobre o Salmo 110, João Paulo II ......................................................... 71Catequese sobre o Cântico de Daniel (Dan 3, 26.27.29.34-41), João Paulo II ... 73Catequese sobre o Salmo 143, João Paulo II ......................................................... 75Catequese sobre o Salmo 107, João Paulo II ......................................................... 77Catequese sobre o Cântico de Isaías (61,10 – 62,5), João Paulo II ..................... 79A liturgia eucarística – Estrutura da Oração Eucarística, José Ferreira ............ 81Curso para Acólitos – 10. O acólito na 2ª parte da Missa, José de Leão Cordeiro .... 85Peregrinação Nacional dos Acólitos a Fátima, Redacção ..................................... 89Coro do Carmo de Beja em Roma, A. Cartageno .................................................. 95Igreja e Música na Internet, António José Ferreira ............................................... 97Cânticos instrumentados para Banda e Coro, Jorge Alves Barbosa ..................... 101Curso de Música Litúrgica, Redacção .................................................................... 108Exortação Apostólica «A Igreja na Europa» (extracto), João Paulo II ............... 109Livros litúrgicos oficiais – Situação em Junho de 2003, Redacção ..................... 112

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O sentido feminino da liturgia

EDITORIAL

AEncíclica «A Igreja vive da Eucaris-tia» e a Exortação Apostólica «A

Igreja na Europa» tratam a liturgia dummodo novo. Aparentemente as novidadessituam-se mais na forma de apresentar osassuntos. Na realidade os assuntos têmforma própria: o sentido feminino daliturgia. O capítulo que encerra o discursosobre «A Igreja vive da Eucaristia» tempor título «Na escola de Maria, mulher“eucarística”». Não se trata duma devoçãoparticular do Papa ou duma forma marianade encerrar um documento sobre a Igreja,mas trata-se de recapitular as coisas daIgreja na pessoa de Maria, mulher tão “eu-carística” quanto a própria Igreja.

Em tempos de crise na cultura europeia,tão bem descritos em «A Igreja na Eu-

ropa», a Igreja precisa de referênciasmuito concretas e pessoais, e ao habitualrecurso a Cristo, a Igreja sentiu necessi-dade de recomendar a “escola de Maria”,modelo perfeito da Igreja. As pessoas des-ta geração correm o risco dos discursossobre Jesus Cristo, como se a obra da re-denção fosse ideológica. Cada geração éprivilegiada com o testemunho da fé queMaria professou no acto da Encarnação doVerbo de Deus e que deu origem a umageração de crentes. Esta fé é a única cer-teza da inteligência humana e comprometeos crentes numa vida que marca a dife-rença entre o ser e o não ser cristão. Aessência do cristianismo situa-se no cora-ção do homem onde tem lugar a liturgia.

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Esta tem o sentido feminino da obra dacriação, admiravelmente aperfeiçada pelaobra da redenção, graças ao Sim de Maria.Esta palavra humana corresponde ao Simde Deus. As duas pessoas envolveram-seno mesmo sim: uma entrou sem ser notadapela natureza, estando as portas fechadas,e a outra sentiu a presença divina de formahumana. Isto aconteceu na Encarnação, naVisitação de Maria a Isabel, na Apresenta-ção no Templo, nas bodas de Caná, noCalvário e no Pentecostes. Em todos estesacontecimentos há um sentido femininoda presença e da acção de Deus. A VirgemMaria foi gerada na fé da antiga Aliança egerou para a fé da nova e eterna Aliança.

Osentido do mistério que envolve aliturgia é a partir de dentro: a acção

de Deus no coração do homem, os gestossalvíficos de Cristo nos ritos da Igreja.Neste sentido, o mistério da liturgia é aobra da redenção realizada por Cristomediante os gestos da Igreja. Os gestoslitúrgicos da Igreja são importantes por-que são portadores da salvação de Deuspara os homens de cada tempo. A salvaçãoé acolhida e gerada, e os dons do acolhi-mento e da geração são femininos. Aexaltação dos valores femininos, por partede Cristo, – na Maria que O escuta sentadaaos seus pés e na Madalena que unge ospés do Santo para os enxugar com os ca-belos da pecadora – é uma descrição eapresentação da Igreja que Cristo recebeudo Pai para desposar e associar na obra da

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redenção humana. A actual crise da Igrejaem crescimento – num momento históricoem que a velha cristandade se propõe darvida a uma nova Europa – levou o Pastorda Igreja católica a propor a Virgem Mariacomo mulher “eucarística” e modelo daIgreja que vive da Eucaristia.

Maria é a escola perene da Igreja emoração. Distingue-se de todas as

outras escolas. A característica desta es-cola é a sua dimensão eclesial e mariana.A Igreja entrou no terceiro milénio da re-denção pela mão dum Papa todo mariano,como é próprio da Igreja, sobretudo emtempo de rápidas e profundas mudanças.O pouco que sabemos da Virgem Maria étudo o que os fiéis precisam de saber paraserem a Igreja «que reconhece a sua ori-gem na Encarnação» do Filho de Deus (cf.So 24 Março). A liturgia da Igreja é geradacom Cristo no templo da Virgem Maria. Otempo da geração humana, inscrito na leinatural, foi assumido pelo Criador comotempo da geração do Filho de Deus. A no-vidade desta nova criação consiste em quea Mãe é Virgem para sempre desposadacom um homem e a Virgem é Mãe parasempre desposada com o Criador que nelaé gerado criatura. A Virgem Maria é Mãe,Esposa e Filha, como canta o Akathistos. Eesta é a essência da liturgia cristã: Mãe deCristo e dos homens que na oração euca-rística gera o Corpo eucarístico de Cristo eno rito baptismal gera os membros doCorpo místico do mesmo Cristo. Esposafecunda onde a Trindade é Deus com oshomens. Filha fiel que aguarda vigilantea chegada do divino Esposo.

Aliturgia da Encarnação de Deus temo seu momento alto na liturgia da

Cruz. Aqui a presença de Maria é a afirma-ção da fé da Igreja que reconhece a sua

origem na Encarnação do Filho de Deus ea sua morte na Paixão do Redentor. AquiMaria é violentada pela lança que pene-trou o lado do Filho que havia gerado nasua virgindade. Nesta liturgia o Sangue e aÁgua do lado de Cristo curam a violênciahumana. A serenidade da Virgem Mariaaos pés da Cruz é o fruto maduro da uniãoque teve início na Encarnação e se destinaà vida que nasce na morte do Redentor. Osmártires da Igreja são testemunhas privile-giadas do sentido feminino da liturgia daIgreja.

Este Boletim de Pastoral Litúrgica tema missão de informar e formar os

agentes da pastoral litúrgica para quesempre se renovem em Cristo e a exemploda Virgem Maria reconheçam nos ritosdas grandes solenidades a obra da nossaredenção. A liturgia é tanto mais belaquanto mais celebra o memorial da pai-xão, morte e ressurreição do Senhor. AMãe sempre presente, que nas bodas deCaná recomenda a escuta do Filho, é aVirgem dolorosa que na maior das des-graças contempla a obra admirável daredenção, sempre unida ao Redentor. Anossa cultura não é sensível a estes valorescristãos. Ser cristão não é moda dostempos que correm e a liturgia reflecteessa realidade. Os documentos do Magis-tério da Igreja são abundantes e ricos emorientações litúrgicas. Recomendamos oestudo atento e a prática diligente destesdocumentos, sobretudo a Encíclica «AIgreja vive da Eucaristia» e a ExortaçãoApostólica «A Igreja na Europa». Emambos se apontam os caminhos da reno-vação litúrgica e se fazem recomendaçõesconcretas com carácter de urgência pasto-ral pelo valor que a liturgia tem na vida daIgreja.

PEDRO LOURENÇO FERREIRA

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1. No livro que tem o nome do profetaIsaías, os estudiosos identificaram a pre-sença de vozes diferentes, todas colocadassob o patrocínio do grande profeta queviveu no oitavo século a.C. É o caso dohino vigoroso de alegria e de vitória queagora foi proclamado como parte daLiturgia das Laudes da quarta semana. Osexegetas relacionam-no com o chamadoSegundo Isaías, um profeta que viveu no

HINO AO SENHORVITORIOSO E SALVADOR

Catequese sobre o Cântico de Isaías(Is 42, 10-16)

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sexto século a.C., no tempo da vinda dosHebreus do exílio da Babilónia. O hinoabre com um apelo a “cantar ao Senhorum cântico novo” (cf. Is 42, 10), precisa-mente como aconteceu noutros Salmos(cf. Sl 95, 1 e 97, 1).

A “novidade” do cântico para o qual o profeta convida inspira-se certamentena abertura do horizonte da liberdade,como mudança radical na história de umpovo que conheceu a opressão e a perma-nência em terra estrangeira (cf. Sl 136).

2. A “novidade” tem com frequência naBíblia o sabor de uma realidade perfeita edefinitiva. É quase o sinal do começo deuma era de plenitude salvífica que sela ahistória atormentada da humanidade. OCântico de Isaías apresenta esta nobretonalidade, que se adapta bem à oraçãocristã.

O mundo, na sua globalidade que in-clui a terra, o mar, as ilhas, os desertos e ascidades (cf. Is 42, 10-12), é convidado aelevar ao Senhor um “cântico novo”. Todoo espaço está envolvido com os seus ex-tremos confins horizontais, que compre-endem também o desconhecido, e com asua dimensão vertical, que parte da planí-cie deserta, onde se encontram as tribosnómadas de Kedar (cf. Is 21, 16-17), esobe até aos montes: ali pode-se colocar a

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cidade de Sela, identificada por muitoscom Petra, no território dos Edomitas,uma cidade situada entre picos rochosos.

Todos os habitantes da terra são convi-dados a formar um coro imenso para acla-mar o Senhor com alegria e lhe dar glória.

3. Depois do solene convite ao cântico(cf. vv. 10-12), o profeta faz entrar emcena o Senhor, representado como o Deusdo Êxodo, que libertou o seu povo da es-cravidão egípcia: “O Senhor avança,como um herói, como um guerreiro” (v.13). Ele semeia o terror entre os adver-sários, que oprimem os outros e cometema injustiça.

Também o cântico de Moisés descreveo Senhor durante a travessia do Mar Ver-melho como um “herói em guerra”, prontopara estender a sua direita poderosa e ani-quilar os inimigos (cf. Ex 15, 3-8). Com oregresso dos Hebreus da deportação daBabilónia está para se cumprir um novoêxodo e os fiéis devem ter a certeza de quea história não está entregue ao destino, aocaos, ou às potências opressoras: a últimapalavra compete ao Deus justo e forte. Já oSalmista cantava: “Prestai-nos auxílio naangústia, porque é vão qualquer socorrohumano” (Sl 59, 13).

4. Tendo entrado em cena, o Senhor falae as suas palavras veementes (cf. Is 42,14-16) falam de juizo e salvação. Ele co-meça por recordar que “durante muitotempo” esteve “em silêncio”, ou seja, nãointerveio. O silêncio divino é com fre-quência, para o justo, motivo de perplexi-dade e até de escândalo, como afirma olongo brado de Job (cf. 3, 1-26). Contudo,não se trata de um silêncio que indica umaausência, como se a história estivesseabandonada nas mãos dos perversos e oSenhor permanecesse indiferente e impas-

sível. Na realidade, aquele silêncio leva auma reacção semelhante à angústia deuma mulher que está para dar à luz e, ofe-gante, grita. É o juízo divino sobre o mal,representado com imagens de aridez,destruição, deserto (cf. v. 15), que temcomo meta um resultado vivo e fecundo.

Com efeito, o Senhor faz surgir ummundo novo, uma era de liberdade e desalvação. A quem era cego são-lhe abertosos olhos, para que possa gozar da luzresplandecente. O caminho torna-se planoe a esperança floresce (cf. v. 16), tornandopossível continuar a confiar em Deus e noseu futuro de paz e de felicidade.

5. Todos os dias o crente deve saberdistinguir os sinais da acção divina,mesmo quando ela está escondida pelapassagem, aparentemente monótona e semmeta, do tempo. Como escrevia umapreciado autor cristão moderno, “a terraestá invadida por um êxtase cósmico:existe nela uma realidade e uma presençaeterna que, contudo, normalmente dormesob o véu da rotina. A realidade eternadeve revelar-se agora, como numa revela-ção de Deus, através de tudo o que existe”(R. Guardini, Sabedoria dos Salmos,Bréscia, 1976, pág. 52).

Descobrir com os olhos da fé, estapresença divina no espaço e no tempo,mas também em nós próprios, é fonte deesperança e de confiança, mesmo quandoo nosso coração está perturbado e abalado“como se agitam as árvores das florestasimpulsadas pelo vento” (Is 7, 2). De facto,o Senhor entra em cena para reger e julgar“o mundo com justiça e todos os povoscom verdade” (cf. Sl 95, 13).

JOÃO PAULO II

2 de Abril de 2003Transcrito de L'Osservatore Romano

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LOUVAI AO SENHORQUE FAZ MARAVILHAS

Salmo 134 (135), 1-12

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A VOZ DO PAPA

1. A Liturgia das Laudes, que estamos aseguir no seu desenvolvimento através dasnossas catequeses, propõe-nos a primeiraparte do Salmo 134, que acabou de ressoarno cântico dos coristas. O texto revelauma série densa de alusões a outros tre-chos bíblicos e a atmosfera que o envolveparece ser pascal. Não é sem motivo quea tradição judaica uniu este Salmo como seguinte, o 135, considerando o conjun-to como o “grande Hallel”, isto é, o louvorsolene e jubiloso que se deve elevar aoSenhor por ocasião da Páscoa.

De facto, o Salmo, coloca em granderelevo o Êxodo, com a menção das “pra-gas” do Egipto e com a evocação da en-trada na terra prometida. Mas sigamosagora as etapas seguintes, que o Salmo134 revela no desenvolvimento dos pri-meiros 12 versículos: é uma reflexão quequeremos transformar em oração.

2. Na abertura, deparamos com o carac-terístico convite ao louvor, um elementodos hinos dirigidos ao Senhor no Saltério.O apelo a cantar o aleluia é dirigido aos“servos do Senhor” (cf. v. 1), que no origi-nal hebraico são apresentados como “ri-tos” no espaço sagrado do templo (cf. v.2), ou seja, na atitude ritual da oração (cf.Sl 133, 1-2).

Estão envolvidos no louvor, antes demais, os ministros do culto, sacerdotes elevitas, que vivem e trabalham nos “átriosda casa do nosso Deus” (cf. Sl 134, 2).Contudo, a estes “servos do Senhor” sãoassociados espiritualmente todos os fiéis.De facto, imediatamente a seguir é menci-onada a eleição de todo o Israel para queseja aliado e testemunha do amor do Se-nhor: “Ele elegeu Jacob para si e Israelpara seu domínio preferido” (v. 4). Nestaperspectiva, celebram-se duas qualidadesfundamentais de Deus: ele é “bom”, ele é“amável” (cf. v. 3). O vínculo que existeentre nós e o Senhor está marcado peloamor, pela intimidade, pela adesão jubi-losa.

3. Depois do convite ao louvor, o Salmis-ta prossegue com uma solene profissão defé, que começa com a expressão típica “Eusou”, isto é, eu reconheço, eu creio (cf. v.5). São dois os artigos de fé proclamadospor um solista em nome de todo o povo,reunido em assembleia litúrgica. Antes demais exalta-se a obra de Deus em todo ouniverso: Ele é por excelência o Senhorda criação: “O Senhor criou tudo quantoquis: nos céus e sobre a terra” (v. 6). Do-mina também os mares e todos os abismosque são o emblema da confusão, das ener-gias negativas, das limitações e do nada.

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É sempre o Senhor quem forma as nu-vens, os relâmpagos, a chuva e os ventos,recorrendo aos seus “reservatórios” (cf. v.7). Com efeito, o homem antigo do Próxi-mo Oriente imaginava que os factores cli-máticos estivessem conservados em reci-pientes especiais, semelhantes a cofres ce-lestes, onde Deus os ia buscar para os dis-tribuir na terra.

4. Outro componente da profissão de férefere-se à história da salvação. O Deuscriador é reconhecido agora como o Se-nhor redentor, recordando os aconteci-mentos fundamentais da libertação de Is-rael da escravidão egípcia. O Salmista citaantes de mais o “flagelo” dos primogéni-tos (cf. Êx 12, 29-30), que resume todos os“sinais e prodígios” realizados pelo Deuslibertador durante a epopeia do Êxodo(cf. Sl 134, 8-9). Imediatamente a seguirdesfilam na recordação as clamorosasvitórias que permitiram que Israel ven-cesse as dificuldades e os obstáculos en-contrados no seu caminho (cf. vv. 10-11).Por fim, eis que se apresenta no horizontea terra prometida, que Israel recebe “emherança” do Senhor (cf. v. 12).

Pois bem, todos estes sinais de aliançaque serão mais amplamente professadosno Salmo seguinte, o 135, confirmam averdade fundamental, proclamada noprimeiro mandamento do Decálogo. Deusé único e é pessoa que realiza e fala, ama esalva: “Reconheço que é grande o Senhore o nosso Deus é maior que todos osdeuses” (v. 5; cf. Êx 20, 2-3; Sl 94, 3).

5. Na esteira desta profissão de fé, tam-bém nós elevamos o nosso louvor a Deus.O Papa São Clemente I na sua Carta aosCoríntios faz-nos este convite: “Olhemos

para o Pai e Criador de todo o universo.Afeiçoemo-nos aos dons e benefícios dapaz, magníficos e sublimes.

Contemplemo-l’O com o pensamentoe olhemos com os olhos da alma a suagrande bondade! Consideremos como éimparcial em relação a todas as criaturas.Os céus que se movem segundo a suaordem obedecem-lhe na harmonia. Odia e a noite realizam o curso por Ele esta-belecido e não são impedimento um para ooutro. O sol e a lua e os coros das estrelassegundo a sua direcção movem-se harmo-niosamente sem desvios nas órbitas quelhe foram destinadas. A terra, fecunda pelaSua vontade, produz alimento abundantepara os homens, para as feras e para todosos animais que vivem nela, sem relutânciae sem nada mudar dos seus ordenamen-tos” (19, 2-20, 4: Os Padres Apostólicos,Roma 1984, págs. 62-63). Clemente I con-clui observando: “O Criador e Senhor do universo dispôs que todas estas coisas acontecessem em paz e na concórdia,bondoso para com tudo e, de modo parti-cular, para connosco que recorremos à suapiedade por intercessão de Nosso SenhorJesus Cristo. A Ele seja dada honra eglória por todos os séculos. Amen” (20,11-12): ibidem, pág. 63).

JOÃO PAULO II

9 de Abril de 2003Transcrito de L'Osservatore Romano

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A VOZ DO PAPA

PROGRAMA DE UM REIFIEL A DEUS

Catequese sobre o Salmo 100

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1. Depois das duas catequeses dedicadasao significado das Celebrações pascais,retomamos a nossa reflexão sobre aLiturgia das Laudes. Ela propõe-nos oSalmo 100, que acabámos de ouvir, para aquarta-feira da quarta semana.

Trata-se de uma meditação que traça oretrato do homem político ideal, cujomodelo de vida deveria ser o agir divinono governo do mundo: um agir regidopor uma integridade moral perfeita e porum compromisso enérgico contra as in-justiças. Este texto é proposto agora denovo como um programa de vida para ofiel que começa o seu dia de trabalho e derelações com o próximo. É um programade “amor e de justiça” (cf. v. 1), que sedesenvolve em duas grandes orientaçõesmorais.

2. A primeira é chamada “caminho dainocência” e está orientada para a exalta-ção das opções pessoais de vida, feitas“com um coração integral”, isto é, comuma consciência perfeitamente recta(cf. v. 2).

Por um lado, fala-se de maneira po-sitiva das grandes virtudes morais quetornam luminosa a “casa”, ou seja, a famí-lia do justo (cf. v. 2): a sabedoria queajuda a compreender bem e a julgar; a ino-cência que é pureza de coração e de vida;

e, por fim, a integridade da consciênciaque não tolera compromissos com o mal.

Por outro lado, o Salmista introduz umcompromisso negativo. Trata-se da lutacontra qualquer forma de malvadez e deinjustiça, de maneira que se possa afastarda própria casa e das opções pessoaisqualquer forma de perversão da ordemmoral (cf. vv. 3-4).

Como escreve São Basílio, grandePadre da Igreja do Oriente, na sua obra O

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baptismo, “nem sequer o prazer momentâ-neo que possa contaminar o pensamentodeve perturbar aquele que se configuroucom Cristo numa morte semelhante à sua”(Obras ascéticas, Turim 1980, pág. 548).

3. A segunda orientação é desenvolvidana parte final do Salmo (cf. vv. 5-8) e es-clarece a importância dos dotes mais tipi-camente públicos e sociais. Também nestecaso se enumeram os pontos fundamentaisde uma vida que deseja recusar o mal comrigor e decisão.

Antes de mais a luta contra a calúnia ea denúncia secreta, um compromisso bá-sico numa sociedade com tradições orais,que atribuía particular relevo à função dapalavra nas relações interpessoais. O rei,que exerce também a função de juiz,anuncia que nesta luta usará a mais rigo-rosa severidade: exterminará o caluniador(cf. v. 5). Depois, é recusada qualquerforma de arrogância e soberba; é recusadaa companhia e os conselhos de quem agesempre com o engano e com a mentira.Por fim, o rei declara de que forma esco-lherá os seus “servos” (cf. v. 6), ou seja, osseus ministros. Terá a preocupação de osescolher entre “os fiéis do país”. Desejarodear-se de povo íntegro e recusar ocontacto com “aquele que fala mentiras”(cf. v. 7).

4. O último versículo do Salmo é parti-cularmente enérgico. Pode causar perple-xidade no leitor cristão: “Em cada manhãjulgarei severamente todos os ímpios danação, para exterminar da cidade do Se-nhor todos quantos praticam o mal” (v. 8).Mas é importante recordar-se de umacoisa: aquele que assim fala não é umindivíduo qualquer, mas o rei, responsávelsupremo da justiça no país. Com esta frase

ele exprime de maneira hiperbólica o seuimplacável compromisso de luta contra acriminalidade, um compromisso obriga-tório, partilhado por todos os que têmresponsabilidades na gestão pública.

Evidentemente não compete a cadacidadão esta tarefa de justiceiro! Por isso,se cada um dos fiéis quer aplicar a sipróprio a frase do Salmo, deve fazê-lo emsentido analógico, isto é, decidindo ex-tirpar todas as manhãs do próprio coraçãoe do seu comportamento a erva daninha da corrupção e da violência, da perversão eda malvadez, assim como qualquer formade egoísmo e de injustiça.

5. Concluimos a nossa meditação reto-mando o primeiro versículo do Salmo:“Celebrarei o amor e a justiça...” (v. 1).Um antigo escritor cristão, Eusébio de Ce-sareia, nos seus Comentários aos Salmos,realça a primazia do amor sobre a justiçaextremamente necessária: “Celebrarei atua misericórida e o teu juízo, mostrando amaneira que te é habitual: não, primeirojulgar e depois ter misericórdia, mas pri-meiro ter misericórdia e depois julgar, ecom clemência e misericórdia pronunciarsentenças. Para isto, eu mesmo, ao exercera misericórdia e o juízo em relação aopróximo, ouso aproximar-me de ti para,contigo, cantar e honrar. Por conseguinte,consciente de que é preciso agir assim,conservo os meus caminhos imaculados einocentes, persuadido de que desta formaos meus cânticos te serão agradáveis, pormeio das boas obras” (PG 23, 1241).

JOÃO PAULO II

30 de Abril de 2003Transcrito de L'Osservatore Romano

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A VOZ DO PAPA

ORAÇÃO DE AZARIASNA FORNALHA

Catequese sobre o Cântico do livro de Daniel(Dan 3, 26.27.29.34-41)

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1. O Cântico que agora foi entoado per-tence ao texto grego do Livro de Daniel eapresenta-se como súplica elevada ao Se-nhor com fervor e sinceridade. É a voz deIsrael que está a viver a difícil vicissitudedo exílio e da diáspora entre os povos. Defacto, quem entoa o cântico é um hebreu,Azarias, inserido no horizonte babilónicono tempo do exílio de Israel, depois dadestruição de Jerusalém por obra do reiNabucodonosor.

Azarias, com outros dois fiéis he-breus, está “no meio do fogo” (Dn 3, 25),como um mártir pronto a enfrentar a mortepara não atraiçoar a sua consciência e asua fé. Foi condenado à morte por se terrecusado a adorar a estátua imperial.

2. A perseguição é considerada por esteCântico uma pena justa com que Deus pu-rifica o povo pecador: “Foi por efeitodum juízo equitativo que nos infligistestudo isto confessa Azarias por causa dosnossos pecados” (v. 28). Estamos assim napresença de uma oração penitencial, quenão termina no desencorajamento ou nomedo, mas na esperança.

Sem dúvida, o ponto de partida éamargo, a desolação é grave, a prova épesada, o juízo divino sobre o pecado dopovo é severo: “Agora não há nem prín-cipe, nem profeta, nem chefe, nem holo-causto, nem sacrifício, nem oblação, nemincenso, nem mesmo um local para Vosoferecer as nossas primícias e encontrarmisericórdia” (v. 38). O templo de Siãoestá destruído e parece que o Senhor jánão habita no meio do seu povo.

3. Na situação trágica do presente, aesperança procura a sua raiz no passado,ou seja, nas promessas feitas aos pais. Por

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74 BOLETIM DE PASTORAL LITÚRGICA

conseguinte, remonta-se a Abraão, Isaac eJacob (cf. v. 35), aos quais Deus tinhagarantido bênçãos e fecundidade, terra egrandeza, vida e paz. Deus é fiel e nuncafaltará às suas promessas. Mesmo se ajustiça exige que Israel seja punido devidoàs suas culpas, permanece a certeza de quea última palavra será a da misericórdia edo perdão. Já o profeta Ezequiel referiaestas palavras do Senhor: “Porventuracomprazer-Me-ei com a morte do pecador,oráculo do Senhor Deus, e não com o factode ele se converter e viver?... Pois Eu nãome comprazo com a morte de quem querque seja” (Ez 18, 23.32). Sem dúvida,agora é o tempo da humilhação: “estamosreduzidos a nada diante das nações, es-tamos hoje humilhados em face de toda aterra, por causa dos nossos pecados” (Dn3, 37). Contudo a expectativa não é amorte, mas uma vida nova, depois dapurificação.

4. O orante aproxima-se do Senhor ofe-recendo-lhe o sacrifício mais precioso eagradável: o “coração constrangido” e o“espírito humilhado” (v. 39; cf. Sl 50, 19).É precisamente o centro da existência, oeu renovado da prova é oferecido a Deus,para que o receba em sinal de conversão ede consagração ao bem.

Com esta disposição interior acaba oreceio, terminam a confusão e a vergonha(cf. Dn 3, 40), e o espírito abre-se à con-fiança num futuro melhor, quando se reali-zarem as promessas feitas aos pais.

A frase final da súplica de Azarias, domodo como é proposta pela liturgia, é degrande impacto emotivo e de profunda in-tensidade espiritual: “É de todo o coraçãoque agora vos seguimos, que Vos venera-mos, que procuramos a Vossa face” (v.41). Tem-se o eco de outro Salmo: “O meucoração pressente os teus dizeres: “Procu-

rai a minha face! É a tua face, Senhor, queeu procuro” (Sl 26, 8).

Já chegou o momento em que o nossocaminhar está a abandonar as vias per-versas, as veredas sinuosas e as estradastortuosas (cf. Pr 2, 15). Encaminhamo-nospara seguir o Senhor, estimulados pelodesejo de encontrar o seu rosto. E ele nãoestá irado, mas cheio de amor, como serevelou no pai misericordioso em relaçãoao filho pródigo (cf. Lc 15, 11-32).

5. Concluímos a nossa reflexão sobre oCântico de Azarias com a oração escritapor São Máximo, o Confessor, no seuDiscurso ascético (37-39), para o qual seinspira precisamente no texto do profetaDaniel. “Pelo teu nome, Senhor, não nosabandones para sempre, não disperses atua aliança e não afastes a tua misericórdiade nós (cf. Dn 3, 34-35) pela tua piedade,Pai nosso que estás no céu, pela compai-xão do teu Filho unigénito e pela miseri-córdia do teu Santo Espírito ... Ouve anossa súplica, ó Senhor, e não nos aban-dones para sempre. Nós não confiamosnas nossas obras de justiça, mas na tuapiedade, mediante a qual conservas anossa estirpe... Não desprezes a nossaindignidade, mas tem compaixão de nóssegundo a tua grande piedade, e segundo aplenitude da tua misericórdia purifica-nosdos nossos pecados, para que, sem conde-nações, nos aproximemos da tua santaglória e sejamos considerados dignos daprotecção do teu Filho unigénito”.

São Máximo conclui: “Sim, ó Senhorpai omnipotente, atende a nossa sú-plica, porque nós não reconhecemos maisnenhum além de ti” (Humanidade e divin-dade de Cristo, Roma 1979, págs. 51-52).

JOÃO PAULO II

14 de Maio de 2003Transcrito de L'Osservatore Romano

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A VOZ DO PAPA

ORAÇÃO DO REIPELO VITÓRIA E PELA PAZ

Catequese sobre o Salmo 143

ABRIL – JUNHO 2003 75

1. Ouvimos agora a primeira parte doSalmo 143. Ela tem as características deum hino real, enriquecido com outrostextos bíblicos, de forma a dar vida a umanova composição orante (cf. Sl 8, 5; 17,8-15; 32, 2-3; 38, 6-7). Quem fala emprimeira pessoa é o próprio rei David,que reconhece a origem divina dos seussucessos.

O Senhor é representado com imagensmarciais, segundo o antigo uso simbólico:de facto, é visto como um instrutor militar(cf. Sl 143, 1), uma fortaleza invencível,um escudo protector, um triunfador (cf. v.2). Desta maneira, pretende-se exaltar apersonalidade de Deus, que se compro-mete contra o mal da história: ele não éum poder obscuro ou uma espécie dedestino, nem um soberano impassível eindiferente em relação às vicissitudeshumanas. As citações e as tonalidadesdesta celebração divina sentem o efeito dohino de David conservado no Salmo 17 eno capítulo 22 do Segundo Livro de Sa-muel.

2. Face ao poder divino o rei hebraico re-conhece a sua fragilidade e debilidadecomo todas as criaturas humanas. Paraexprimir esta sensação, o orante real re-corre a duas frases presentes nos Salmos 8e 38, e relaciona-as conferindo-lhes umanova e mais intensa eficiência: “Que é ohomem, Senhor, para que te ocupes dele, e

o Filho do homem para que penses nele?O homem é semelhante a um sopro, osseus dias são como a sombra que passa”(vv. 3-4). É realçada aqui a firme convic-ção de que nós somos inconsistentes, se-melhantes a um sopro de vento, se o Cria-dor não nos conserva vivos, Ele que comodiz Job “tem nas suas mãos a alma de cadaser vivo e o sopro de cada vida humana”(12, 10).

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76 BOLETIM DE PASTORAL LITÚRGICA

Só com o apoio divino podemos supe-rar os perigos e as dificuldades que nosacompanham todos os dias da nossa vida.Só contando com a ajuda do Céu podere-mos comprometer-nos, como o antigo reide Israel, em libertar-nos de qualquerforma de opressão e a caminhar para aliberdade.

3. A intervenção divina é apresentadacom as tradicionais imagens cósmicas ehistóricas, com a finalidade de ilustrar odomínio divino sobre a criação e sobre asvicissitudes humanas. Eis, então, montesque fumegam em erupções vulcânicas (cf.Sl 143, 5). Eis que os raios parecem lançasatiradas pelo Senhor destinadas a aniqui-lar o mal (cf. v. 6). Por fim, eis as “grandeságuas” que, na linguagem bíblica, sãosímbolo da desordem, do mal e do nada,em síntese, das presenças negativas nahistória (cf. v. 7). A estas imagens cósmi-cas associam-se outras de índole histórica:são “os inimigos” (cf. v. 6), os “estran-geiros” (cf. v. 7), os mentirosos e quemjura falso, isto é, os idólatras (cf. v. 8).

Trata-se de uma forma muito concretae oriental para representar a maldade, asperversões, a opressão e a injustiça: reali-dades tremendas das quais o Senhor nosliberta, enquanto nos encontramos nomundo.

4. O Salmo 143, que a Liturgia das Lau-des nos propõe, termina com um brevehino de agradecimento (cf. vv. 9-10). Elesurge da certeza de que Deus não nosabandonará na luta contra o mal. Porisso o orante entoa uma melodia acompa-nhando-a com a sua harpa de doze cordas,com a certeza de que o Senhor “aos reisconcede a vitória, e liberta David, seuservo” (cf. vv. 9-10).

A palavra “consagrado” em hebraicosignifica “Messias”: por conseguinte, es-tamos na presença de um Salmo real quese transforma, já no uso litúrgico do antigoIsrael, num cântico messiânico. Nós,cristãos repetimo-lo tendo o olhar fixo emCristo, que nos liberta de qualquer formade mal e nos ampara na batalha contra osperversos poderes escondidos. De facto,ela não tem de lutar “contra a carne e osangue, mas contra os Principados, Potes-tades, contra os Dominadores deste mun-do de trevas, contra os espíritos malignosespalhados pelos ares” (Ef 6, 12).

5. Concluímos então com uma conside-ração que nos é sugerida por São JoãoCassiano, monge do IV-V século, que vi-veu na Gália. Na sua obra A Encarnaçãodo Senhor, ele, inspirando-se no versículo5 do nosso Salmo “Senhor, inclinai osvossos céus e descei” vê nestas palavras aexpectativa da entrada de Cristo nomundo.

E continua assim: “O Salmista supli-cava que ... o Senhor se manifestasse nacarne, aparecesse visivelmente no mundo,fosse assumido visivelmente na glória (cf.1 Tim 3, 16) e que finalmente os santospudessem ver, com os olhos do corpo,tudo o que eles espiritualmente tinhamprevisto” (A Encarnação do Senhor, V, 13,Roma 1991, págs. 208-209). É deste modoque todos os baptizados dão testemunho,na alegria da fé.

JOÃO PAULO II

21 de Maio de 2003Transcrito de L'Osservatore Romano

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LOUVOR A DEUSE PEDIDO DE AUXÍLIOCatequese sobre o Salmo 107

A VOZ DO PAPA

ABRIL – JUNHO 2003 77

1. O Salmo 107 que agora nos foi pro-posto faz parte da sequência dos Salmosda Liturgia das Laudes, objecto das nos-sas catequeses. Ele apresenta uma carac-terística, à primeira vista, surpreendente.A composição não é mais do que a fusãode dois fragmentos de salmos pré-existen-tes, um tirado do Salmo 56 (vv. 8-12) eoutro do Salmo 59 (vv. 7-14). O primei-ro fragmento tem uma tonalidade

hínica, o segundo uma marca suplicante,mas com um oráculo divino que confereao orante serenidade e confiança.

Esta fusão dá origem a uma nova ora-ção e isto torna-se exemplar para nós. Narealidade, também a liturgia cristã muitasvezes funde trechos bíblicos diferentes deforma que os transforma num texto novo,destinado a iluminar situações inéditas.Contudo, permanece o vínculo com a baseoriginária. Na prática, o Salmo 107 (masnão é o único; veja-se, só para mencionaroutro testemunho, o Salmo 143) mostracomo já Israel no Antigo Testamento utili-zava de novo e actualizava a Palavra deDeus revelada.

2. O Salmo que deriva desta combinaçãoé, portanto, algo mais do que a simplessoma ou justaposição dos dois trechospré--existentes. Em vez de começar comuma humilde súplica como o Salmo 56,“Tende piedade de mim, ó Deus” (v. 2), onovo Salmo começa com um anúncio re-soluto de louvor a Deus: “O meu coração,Senhor, está contente, quero cantar-Vos eLouvar-Vos” (Sl 107, 2). Este louvorocupa o lugar da lamentação que formavao começo do outro Salmo (cf. Sl 59, 1-6), etorna-se assim a base do oráculo seguinte(Sl 59, 8-10 = Sl 107, 8-10) e da súplicaque o rodeia (Sl 59, 7.11-14 = Sl 107, 7.11-14).

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78 BOLETIM DE PASTORAL LITÚRGICA

Esperança e pesadelo fundem-se etornam-se substância da nova oração,completamente orientada para dar con-fiança também no tempo da prova vividapor toda a comunidade.

3. Por conseguinte, o Salmo começa comum hino jubiloso de louvor. É um cânticomatutino acompanhado da harpa e da cí-tara (cf. Sl 107, 3). A mensagem é límpidae tem no centro a “bondade” e a “verdade”divina (cf. v. 5): em hebraico, hésed e‘emèt, são as palavras típicas para definira fidelidade amorosa do Senhor em rela-ção à aliança com o seu povo. Com basenesta fidelidade, o povo tem a certeza deque nunca será abandonado por Deus noabismo do nada e do desespero.

A nova leitura cristã interpreta esteSalmo de maneira particularmente suges-tiva. No v. 6 o Salmista celebra a glóriatranscendente de Deus: “Elevai-Vos (ouseja, “sê exaltado”), Senhor, sobre oscéus!”. Ao comentar este Salmo, Oríge-nes, remete para a frase de Jesus: “E eu,quando for levantado da terra, atraireitodos a mim” (Jo 12, 32) que se refere àcrucifixão. Ela tem como resultado o queafirma o versículo seguinte: “Sejam li-vres os vossos amigos” (Sl 107, 7).Então Orígenes conclui: Que significadomaravilhoso! O motivo pelo qual o Senhoré crucificado e exaltado é que os seusamados sejam livres... Realizou-se tudo oque pedimos: ele foi exaltado e nós fomoslibertados” (Orígenes-Jerónimo, 74 homi-lias sobre o livro dos Salmos, Milão 1993,pág. 367).

4. Passamos agora à segunda parte doSalmo 107, citação parcial do Salmo 59,como foi dito. Na angústia de Israel, quesente Deus ausente e distante (“Vós,

Deus, que nos repelistes”: v. 12), ergue-sea voz do oráculo do Senhor que ressoa notemplo (cf. vv. 8-10). Nesta revelaçãoDeus apresenta-se como árbitro e senhorde toda a terra santa, da cidade de Siquémao vale da Transjordânia, Sukkot, das re-giões orientais de Galaad e Manassés àscentro--meridionais de Efraim e Judá, al-cançando também os territórios vassa-los, mas estrangeiros, de Moab, Edom eFilisteia.

Com palavras vivas de inspiração mi-litar ou com marcas jurídicas proclama-seo domínio divino sobre a terra prometida.Se o Senhor reina, não devemos temer:não somos atirados para aqui e para alipelas forças obscuras do destino ou daconfusão. Há sempre, também nos mo-mentos tenebrosos, um projecto superiorque rege a história.

5. Esta fé acende a chama da esperança.Contudo, Deus indicará uma solução, ouseja, uma “cidade fortificada” colocada naregião de Edom. Isto significa que, apesarda prova e do silêncio, Deus voltará arevelar-se, a apoiar e orientar o seu povo.Só d’Ele pode vir a ajuda decisiva e nãodas alianças militares externas, ou seja, daforça das armas (cf. v. 13). E só com Ele seobterá a liberdade e se farão “obrasgrandiosas” (cf. v. 14).

Recordamos com São Jerónimo a úl-tima lição do Salmista, interpretada emchave cristã: “Ninguém se deve perderpor este caminho. Tens Cristo e tens re-ceio? Será Ele a nossa força, o nosso pão,o nosso guia” (Breviarium in Psalmos, Ps.CVII: PL 26, 1224).

JOÃO PAULO II

28 de Maio de 2003Transcrito de L'Osservatore Romano

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A VOZ DO PAPA

JÚBILO DO PROFETAPELA NOVA JERUSALÉM

Catequese sobre o Cântico de Isaías(Is 61,10 – 62,5)

ABRIL – JUNHO 2003 79

1. Abriu-se como um Magnificat o admi-rável Cântico que a Liturgia das Laudesnos propõe e que agora foi proclamado:“Com grande alegria rejubilei no Senhor,e o meu coração exulta no meu Deus” (Is61, 10). O texto está inserido na terceiraparte do Livro do profeta Isaías, uma parteque os estudiosos enquadram numa épocamais tardia, quando Israel, tendo voltadodo exílio na Babilónia (séc. VI a.C.), reco-meça a sua vida como povo livre na terrados antepassados e edifica de novo Jeru-salém e o templo. Não é por acaso que acidade santa, como veremos, está nocentro do Cântico e o horizonte que se estáa abrir é luminoso e repleto de esperança.

2. O profeta abre o seu cântico represen-tando o povo renascido, envolvido emmaravilhosas vestes, como um casal deesposos, preparado para o grande dia dacelebração nupcial (cf. v. 20). Imediata-mente a seguir, é recordado outro símbolo,expressão de vida, de alegria e de novi-dade: o vegetal das sementes (cf. v. 11).

Os profetas recorrem à imagem dassementes, de formas diferentes, para re-presentar o rei messiânico (cf. Is 11, 1; Jer23, 5; Zc 3, 8; 6, 12). O messias é umasemente fecunda que renova o mundo, e o

profeta explicita o sentido profundo destavitalidade: “o Senhor Deus fará germinara justiça” (Is 61, 11), portanto a cidadesanta tornar-se-á um jardim de justiça,isto é, de fidelidade e de verdade, de di-reito e de amor. Como dizia pouco anteso profeta, “Darás às tuas muralhas o nomede “Salvação”, e de “Glória” às tuasportas” (Is 60, 18).

3. O profeta continua a levantar a suavoz: o cântico é incansável e quer repre-sentar o renascimento de Jerusalém, dian-te da qual está para começar uma nova era(cf. Is 62, 1). A cidade é representadacomo uma esposa que se prepara paracelebrar as núpcias.

O simbolismo esponsal, que sobressaicom vigor nesta passagem (cf. vv. 4-5), é,na Bíblia, uma das imagens mais intensaspara exaltar o vínculo de intimidade e opacto de amor estabelecido entre o Senhore o povo eleito. A beleza feita de “salva-ção”, de “justiça” e de “glória” (cf. vv. 1-2) será tão maravilhosa que ela poderá ser“coroa fúlgida na mão do Senhor” (cf. v.3). O elemento decisivo será a mudançado nome, como acontece também nos nos-sos dias quando a jovem se casa. Assumirum “nome novo” (cf. v. 2) significa quase

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80 BOLETIM DE PASTORAL LITÚRGICA

revestir uma nova identidade, empreenderuma missão, mudar radicalmente a vida(cf. Gn 32, 25-33).

4. O novo nome que assumirá a esposaJerusalém, destinada a representar todo opovo de Deus, é ilustrado no contraste queo profeta especifica: “Não mais seráschamada a “Desamparada”, nem a tuaterra a “Deserta”, antes serás chamada:“Minha dilecta” e a tua terra a “Despo-sada”” (Is 62, 4). Os nomes que indica-vam a situação anterior de abandono e dedesolação, ou seja, a devastação da cidadepor obra dos Babilónios e o drama doexílio, é agora substituído pelos nomes dorenascimento e são palavras de amor e deternura, de festa e de felicidade.

A este ponto toda a atenção se con-centra no esposo. E eis a grandesurpresa: o próprio Senhor atribui a Sião onovo nome nupcial. É maravilhosa, sobre-tudo, a declaração final, que resume otema do cântico de amor que o povoentoou: “Assim como o jovem desposa adonzela, assim o teu construtor te despo-sará; e assim como a esposa faz a felicida-de do seu marido, assim tu serás a alegriado teu Deus” (v. 5).

5. O cântico já não celebra as núpcias en-tre um rei e uma rainha, mas celebra oamor profundo que une para sempre Deuse Jerusalém. Na sua esposa terrena, que é anação santa, o Senhor encontra a mesmafelicidade que o marido experimenta naesposa amada. O Deus distante e transcen-dente, juiz justo, é substituído agora porum Deus próximo e enamorado. Estesimbolismo nupcial transferir-se-á para oNovo Testamento (cf. Ef 5, 21-32) e seráretomado e desenvolvido pelos Padres daIgreja. Por exemplo, Santo Ambrósio re-

corda que nesta perspectiva “o marido éCristo, a esposa é a Igreja, esposa peloamor, virgem pela pureza intacta” (Expo-sições do Evangelho segundo Lucas:Obras exegéticas X/II, Milão-Roma 1978,pág. 289).

E prossegue, noutra obra sua: “AIgreja é bela. Por isso o Verbo de Deus lhediz: “És toda bela, minha amiga, e em tinão há motivos de censura” (Cântico 4, 7),porque a culpa foi cancelada... Por isso oSenhor Jesus levado pelo desejo de umamor tão grande, da beleza das suas vestese da sua graça, porque agora naqueles queforam purificados já não há qualquermancha de culpa diz à Igreja: “coloca-mecomo selo no teu coração, como selo noteu braço” (Cântico 8, 6), ou seja: és bela,minha alma, és toda bela, nada te falta!“Coloca-me como selo no teu coração”,para que através dele a tua fé resplandeçana plenitude do sacramento. Resplande-çam também as tuas obras e mostrem aimagem de Deus, à semelhança do qualfoste criada” (Os mistérios, n. 49.41:Obras dogmáticas, III, Milão-Roma 1982,págts. 156-157).

JOÃO PAULO II

18 de Junho de 2003Transcrito de L'Osservatore Romano

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MISSA

A LITURGIA EUCARÍSTICAEstrutura da Oração Eucarística

[IGMR 79 (55)]

ABRIL – JUNHO 2003 81

5 – ANAMNESE

Escutada a resposta dos fiéis, (não dosconcelebrantes): Anunciamos, Senhor, avossa morte ou outra, o presidente conti-nua a Oração Eucarística e entra agoranuma das suas partes mais importantes, aanamnese. Esta palavra significa lembran-ça, memória, e faz a continuação lógica dofinal das palavras do Senhor acabadas deouvir na narração da ceia e consagração:Fazei isto em memória de Mim. O textolatino da anamnese da Oração EucarísticaI e IV indica, de maneira muito clara, estaligação, ao começar em latim por: Unde:Donde ou Em consequência. O texto por-tuguês diz simplesmente: Celebrandoagora o memorial, que pode até explicitarmelhor a actualização – agora – do man-dato do Senhor: Fazei isto em memória deMim.

A palavra memória, posta na boca doSenhor no texto evangélico, é agora notexto da Oração Eucarística memorial.Nem num caso nem no outro, a palavrapretende significar uma simples atitudesubjectiva, um exercício da nossa facul-dade da memória. A história não se repeteno tempo, mas a significação de certosacontecimentos do passado pode ser tor-nada presente por meio de um sinal – pala-vra ou acção –, através do qual as geraçõesfuturas podem participar nesse aconteci-

mento, sobretudo se ele reveste um valorde salvação.

No Antigo Testamento, a celebraçãoanual da Páscoa feita pelo povo de Deusera o memorial da Páscoa da libertação,realizada pelo povo de Deus da terra doEgipto no tempo de Moisés. Já então foiprescrito a esse mesmo povo que cele-brasse aquele acontecimento de geraçãoem geração: Desse dia fareis memória ehaveis de o celebrar como uma festa paraYahvé; é uma lei perpétua (Ex 12, 14).Fazer memória é o mesmo que celebrar omemorial desse acontecimento salvífico.Foi o que Jesus fez na hora de passar destemundo para o Pai, isto é, de realizar a suaPáscoa (Jo 13, 1). Não deixa de ser bemsignificativo que fosse no mesmo momen-to e pelo mesmo acto em que o Senhordava cumprimento àquele preceito doÊxodo: Fareis memória, celebrando aceia pascal como todo o judeu fazia, que oSenhor tenha instituído a ceia pascal daNova Aliança, para que ela fosse agora epara o futuro o memorial da sua Páscoa.Assim, o canta o hino da festa do Corpo eSangue de Cristo: Et antiquum docu-mentum novo cedat ritui (o rito antigo – aceia do Antigo Testamento – ceda o lugarao novo rito – a Eucaristia). Por isso, sem-pre que celebramos a Eucaristia celebra-mos o memorial da morte e da ressurrei-ção do Senhor, isto é, do seu mistério Pas-

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82 BOLETIM DE PASTORAL LITÚRGICA

cal.Esta celebração é chamada memorial,

não apenas como exercício da nossa me-mória, para que se não vá perder na dis-tância dos tempos, - o povo na sua sabe-doria diz: O que não aparece esquece – ,mas para que a sua celebração seja oca-sião, em todo o tempo e lugar, de poder serparticipada por todos os que a vierem acelebrar. A Igreja e cada membro da Igrejavive na história; nenhum de nós esteveno cenáculo, quando Jesus instituiu a Eu-caristia, nem no Calvário para tomar partena morte do Senhor; mas a oblação queJesus faz de si ao Pai nesse momento eraem nome e em favor de todos os homensde todos os tempos. A história não se re-pete, mas a salvação da Eucaristia é a cele-bração do sinal que evoca e torna presenteo sentido salvífico do sacrifício do Se-nhor; este pode repetir-se sempre que qui-sermos.

Memorial e oferecimento

A anamnese do passado desabrochaem ofertório do presente: Celebrandoagora, Senhor, o memorial da morte e res-surreição de vosso Filho, nós Vos oferece-mos o Pão da Vida e o Cálice da Salvaçãoe Vos damos graças. É aqui, nesta oração,que se encontra, de maneira clara, o sen-tido ofertorial da Eucaristia, ou seja, queela é oblação, ou oferta, ou, como secostuma dizer, sacrifício. Esta oferta é amesma que o Senhor fez na Cruz do seuCorpo entregue e do seu Sangue derra-mado. No entanto, a Oração Eucarísticanão usa uma linguagem assim realista,mas antes a linguagem simbólica: o Pãoda Vida (Jo 6, 35) e o Cálice da Salvação(Sl 115, 13; cf. 1 Cor, 10, 16), linguagemjá de si sacramental, que não é menosreal e verdadeira, mas mais capaz de inter-

pretar o sentido profundo da história e dossinais pelos quais agora a celebramos.

Por isso mesmo, como o sacrifícioda Páscoa antiga recebeu a ordem de sercelebrado de geração em geração, como oSenhor fazia na última Ceia, assim agoraesta Ceia do Senhor recebe da boca domesmo Senhor o mandato de ser igual-mente celebrada em sua memória. A cele-bração da Eucaristia é até que o Senhorvenha no fim dos tempos – até que Elevenha, (1Cor 11) – a resposta a este man-dato do Senhor ao instituir a Eucaristia.

Desde o princípio do segundo milénioa atenção dos fiéis em relação à Eucaristiafixou-se sobretudo no que chamamos a“presença real”, (como se as outras formasde presença do Senhor na liturgia nãofossem também reais) (cf. SC 7); e daí quea compreensão da Eucaristia como sacra-mento permanente tivesse passado àfrente, na devoção dos fiéis, da celebraçãoda Eucaristia como memorial da suaPáscoa. Daí também tantos desvios noculto eucarístico de, à força de o quereremvalorizar, mais o de deformaram. Graças aDeus que nos últimos tempos as coisastêm encontrado melhor compreensão. Aprópria legislação da Igreja a tal nos temconduzido. O desejo de “ver a hóstia”, quejá vem do fim da Idade Média, substituiumuitas vezes a comunhão do Corpo doSenhor, que não disse: “Tomai e olhai”,mas: “Tomai e comei”. Isto não significaque a oração diante do Santíssimo Sacra-mento exposto não facilite a união aoSenhor no seu Mistério Pascal. Igualmen-te “ir à missa” não passou muitas vezes de“estar na missa” sem com isso chegar a serpara muitos “celebrar a Ceia do Senhor enela participar”.

Celebrar o memorial da Páscoa doSenhor – da sua morte e ressurreição –também não significa interpretar os ritos

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da celebração eucarística como uma espé-cie de encenação da Paixão do Senhor,como muitas vezes foi apresentado,mesmo ainda no nosso tempo. Podemconsultar-se os “Livros de Missa” queainda andam por nossas casas e que atépodiam ter sido um bom instrumento naoração das pessoas desse tempo. Mas ce-lebrar a Eucaristia é tomar parte conscien-te, piedosa e activa na celebração do me-morial da sua Páscoa, e é, por isso mesmo,unir-se ao sentido oblativo dessa mesmaPáscoa do Senhor: “Tende em vós, osmesmos sentimentos que havia em CristoJesus” (Flp 2, 5). Se ao Senhor isso custoutodo o sofrimento da sua Paixão, a nós nãocustará por certo esse sofrimento físico,mas há-de exigir disposição espiritual àimitação dos sentimentos do Senhor. Avida do cristão é toda ela uma vida obla-tiva, é uma oblação, e é este o verdadeirosentido do sacrifício, e não necessaria-mente o sofrimento que tal possa supor. Oque nos salvou foi a vontade oblativa deJesus (Heb…) pela qual “Ele obedeceuaté à morte e morte de cruz” (Flp 2, 8). NaEucaristia celebramos o memorial daoblação do Senhor que se ofereceu até àmorte e que, por ela, passou à glória daressurreição; celebrando agora esse me-morial também nós oferecemos, mas nãotemos melhor oblação nem outra há senãoa que o próprio Senhor ofereceu, ou seja,Ele próprio, porque só Ele é a vítima dignado Pai. Nesta oblação o Senhor une-nos aSi, porque somos membros do seu Corpo,somos um com Ele, que é a cabeça do Cor-po da Igreja de que cada um é membro.Como significaremos nós esta nossa uniãocom Ele? Participando na própria celebra-ção da Eucaristia, como essa participaçãoo supõe, animados nos sentimentos de fé,esperança e caridade, que melhor não

temos que nos integre em Cristo e por Elee com Ele e n’Ele nos leve até ao Pai.

A celebração da Eucaristia, como onome, desde o princípio, indica, é acçãode graças, ou seja, de louvor agradecido,que não temos expressão melhor. E estaacção de graças é dada por tudo o que omemorial que estamos a celebrar recorda ecelebra, e, no próprio momento da cele-bração, porque o Pai ali nos admitiu paraO servirmos naqueles santos mistérios.Servir é o termo tradicional para falarmosda nossa participação na acção litúrgica; aliturgia é, de facto, a acção por excelênciaà qual nenhuma outra se pode antepor; elaé o serviço por excelência.

Para significar melhor a nossa partici-pação activa na celebração o próprioMissal diz que “é de louvar que o pão e ovinho sejam apresentados pelos fiéis…;embora, hoje em dia, os fiéis já não tragamdo seu próprio pão e vinho, como se fazianoutros tempos, no entanto, o rito destaapresentação conserva ainda valor e signi-ficado espiritual” (IGMR, 49). Mas isto édiferente da apresentação de ofertas deoutra natureza, destinadas às necessidadesda Igreja e dos pobres (ib., 101), que en-contrarão lugar mais apropriado no fim dacelebração (S. Justino, Apol., 1).

JOSÉ FERREIRA

MISSAL POPULAR DOMINICAL

Nova ediçãocom introduções do

Cónego José Ferreira

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LITURGIADAS HORASEDIÇÃO PARA CANTO – II

Advento

Natal

Quaresma

Páscoa

As criançaslouvam o Senhor

Propostade músicas para

celebraçõescom crianças

Recolha doServiço Nacionalde Música Sacra

Liturgiadas Horas

Edição para canto – II

Os textosda Liturgia das Horas

dos tempos doAdvento – Natal

Quaresma – Páscoa

Recolha doServiço Nacionalde Música Sacra

Edições do Secretariado Nacional de Liturgia

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CURSO PARA ACÓLITOS

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O acólito na segunda parte da Missa

ACÓLITOS

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1. Tempo de oração• Acolhimento• Sinal da cruz• Pequena oração

2. A segunda parte da MissaDepois de termos falado do ministério

do acólito na primeira parte da Missa,chegou o momento de falar desse mesmoministério na segunda parte.

O que é a segunda parte da Missa?(ouvir primeiro algumas opiniões dosacólitos)... É a que vai desde o fim daoração dos fiéis até ao fim da própriaMissa. Começa quando acaba a Liturgiada palavra, e termina quando a assem-bleia é despedida (pedir aos acólitos que oexpliquem agora por palavras suas).

É fácil de perceber que a primeiraparte da Missa se compõe de dois mo-mentos (os Ritos iniciais e a Liturgia dapalavra), e a segunda de outros dois: aLiturgia eucarística e os Ritos de conclu-são. Deste modo, a Missa tem no princípioos Ritos iniciais e no fim os Ritos de con-clusão, e entre estes dois ritos tem duas li-turgias: a Liturgia da palavra na primeiraparte, e a Liturgia eucarística na segunda.

Por várias razões a Liturgia eucarís-tica e os Ritos de conclusão são muitodiferentes. A Liturgia eucarística é longa,pois vai desde a preparação do altar até aofim da Comunhão dos fiéis, demorandocerca de meia hora. É nela que o pão e ovinho primeiro se colocam no altar e de-pois se tornam o Corpo e o Sangue deCristo. É também nela que todos dizemoso Pai-Nosso, nos saudamos uns aos outroscom o abraço da paz e podemos receber aComunhão. Não admira, por isso, que osserviços mais expressivos do ministériodos acólitos tenham lugar nesse momento.

Ao contrário, os Ritos de conclusãosão muitíssimo breves. Duram, por vezes,apenas alguns instantes. Compõem-se depequenos avisos de interesse para a co-munidade local, feitos pelo presidente dacelebração, e terminam com a bênção e adespedida da assembleia: Ide em paz e oSenhor vos acompanhe.

Questões práticas:

— Quando começa e quando termina asegunda parte da Missa?

— Serão os seus dois momentos de igualvalor? Porquê?

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3. Duas observaçõesAntes de continuar quero fazer-vos

duas observações. A primeira diz respeitoà vocação de acólito. Quando o vossopároco ou uma catequista vos convidoupara serdes acólitos, Jesus já vos tinhaconvidado a segui-l’O e a serdes seusdiscípulos e amigos. Quando aconteceuisso? Muitas vezes, mas de modo parti-cular quando tomastes consciência de queéreis baptizados, ou quando começastesa conhecer melhor Jesus na catequese,ou quando fizestes a primeira Comunhão,ou quando falais com Deus na oração.Ser bom discípulo de Cristo é a coisamais importante na vida de um baptizado.É bom que sejais óptimos acólitos,conscientes do vosso serviço litúrgico,assíduos à vossa assembleia, educados,disponíveis, asseados. Mas ainda é melhorque sejais bons discípulos de Cristo, mui-to seus amigos. Isso é que é o principal.Ser acólito é apenas um caminho para che-gar a ser amigo de Jesus e membro vivoda vossa comunidade paroquial.

A segunda observação é acerca dacelebração da Missa em que tomam partevários acólitos. Diz o missal que, quandoisso acontece, eles repartem entre si osserviços que pertencem a todos. Por exem-plo: uns preparam o altar, outros ajudamo presidente a receber as ofertas dos fiéis,outros levam-lhe o pão e o vinho, outrosacompanham os ministros que distribuema Comunhão, etc. Mas, se alguma vez oencarregado dos acólitos ou o senhorpadre não te escolher para qualquer ser-viço, lembra-te de que o mais importante éque sejas bom cristão, amigo de todos osoutros acólitos e de Jesus.

Questões práticas:

— Que aprendemos nós na primeira ob-servação?

— E na segunda?

4. Os serviços do acólitona Liturgia eucarísticaA Liturgia eucarística tem quatro

momentos importantes: a preparação doaltar, a apresentação dos dons, a Oraçãoeucarística e a Comunhão. Em cada umdeles os acólitos devem fazer tudo e só oque lhes compete. Nem mais, nem menos.E o que é esse tudo e só? Vamo-lo apren-der agora, partindo sempre da hipótese deque, na celebração de que estamos a falar,não está presente nenhum diácono.

a) A preparação do altarAssim que termina a oração dos fiéis,

três acólitos vão à credência e levam parao altar o corporal, o cálice e o sanguinho(com ou sem a pala) e o missal. Pode serum outro acólito a entregar-lhes cada umadestas coisas. Os acólitos recebem-nascom ambas as mãos. Tanto o que as en-trega como o que as recebe devem fazê-lomuito bem. Mas também pode ser cadaacólito a tirar as coisas da credência. Ébom ir variando a maneira de fazer.

A quem entregam eles essas coisas?Ao responsável dos acólitos, ou ao acólitoque, nesse domingo, tiver sido encarre-gado de preparar o altar. Tal como cadaum recebeu as coisas com ambas as mãos,também as entrega com ambas as mãos.

O responsável dos acólitos começapor desdobrar o corporal no meio do altar,e a seguir dispõe as outras coisas destamaneira: o sanguinho à direita do corpo-ral, o cálice à direita do sanguinho, e omissal à esquerda do corporal. Se houvermicrofone, há que colocá-lo no lugarcerto.

Enquanto os acólitos preparam o altaralguns fiéis, de entre os mais novos, reco-lhem as ofertas e trazem-nas, em procis-são, até junto do altar, onde o presidente asrecebe e entrega aos acólitos. Estes vãocolocá-las em lugar conveniente, fora damesa eucarística.

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b) A apresentação dos dons

Se o pão e o vinho destinados à Euca-ristia são trazidos na procissão dos dons, opresidente recebe-os e entrega-os aosacólitos, que os seguram nas mãos e, de-pois, lhos entregam de novo, do modo quese vai explicar a seguir.

Se o pão e o vinho estiverem na cre-dência, os acólitos levam-nos e entre-gam-nos ao presidente, por esta ordem:primeiro a patena e as píxides com o pãoque vai ser consagrado, e a seguir o vinhoe a água que o sacerdote deita e mistura nocálice. O acólito que traz o vinho e a águaapresenta-os ao sacerdote no lado do altar.

Quer o pão e o vinho sejam trazidos daassembleia, quer venham da credência, ésempre e só o presidente que os recebe eos coloca no altar. Nenhum outro ministroo pode nem deve fazer.

Terminada a apresentação dos dons eno caso de se usar o incenso, um acólitoapresenta o turíbulo ao presidente e ooutro a naveta. Depois de o sacerdote pôro incenso no turíbulo, o acólito entrega-lho e acompanha-o na incensação dosdons, da cruz e do altar. Quando terminaa incensação, o acólito, ao lado do altar,incensa o sacerdote e, depois, o povo.

Após a incensação, o sacerdote vai aolado do altar e os acólitos servem-lhe aágua para ele lavar as mãos e apresen-tam-lhe a toalha para as limpar. Depoisvoltam a levar tudo para a credência.

c) A apresentação simplificadados dons

Por vezes, o presidente da celebraçãovai para o altar logo que termina a oraçãodos fiéis. Nesse caso os acólitos procedemassim: um deles coloca o missal no altar;outro entrega o corporal ao presidente;outro a patena e as píxides com o pão;

outro o cálice e o sanguinho. Por fim,aquele que traz as galhetas com o vinho e aágua, aproxima-se do lado do altar e apre-senta-as ao sacerdote para que ele prepareo cálice.

Assim que o sacerdote depõe o cáliceno altar, os acólitos servem-lhe a águapara ele lavar as mãos e apresentam-lhe atoalha para as limpar. A seguir repõem aslavandas na credência.

d) Os acólitos durantea Oração eucarística

A Oração eucarística é o coração daMissa. A participação mais activa e cons-ciente nesta Oração consiste em responderao diálogo inicial, em cantar o Sanctus,em estar de pé ou ajoelhar nos momen-tos próprios, em cantar a aclamação e, porfim, em cantar ou responder Amen.

Um dos acólitos, um pouco antes daconsagração, pode chamar a atenção dosfiéis com um toque de campainha, quepode tocar-se também a cada elevação, eoutro acólito, no caso de se usar o incenso,pode incensar a hóstia e o cálice ao seremmostrados depois da consagração.

e) Os acólitos durantea distribuição da Comunhão

Um pouco antes da Comunhão os fiéissão convidados a saudar-se mutuamente.Os acólitos saúdam-se também uns aosoutros e alguns saúdam o presidente. Mastodos o devem fazer com sobriedade.

Durante a distribuição da Comunhão,cada ministro é acompanhado por umacólito, que leva uma bandeja. Se os fiéiscomungam na mão, o acólito nada tem afazer; se a Comunhão lhes é dada de outromodo, o acólito segura a bandeja por bai-xo da boca daquele que comunga.

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Terminada a Comunhão, os acólitosvoltam ao altar, trazendo as badejas comtodo o cuidado e respeito, para que nada seperca do Corpo de Cristo que eventual-mente nelas tenha caído. Não as colocamno altar, mas entregam-nas nas mãos dosministros que vão realizar a purificaçãodos vasos sagrados. Depois da purifica-ção, se esta se fez no altar os acólitos rece-bem as patenas e os outros vasos sagradosdas mãos dos ministros e levam-nos paraa credência; se foi feita na credência,como é preferível, o próprio ministroque purifica as bandeja as coloca na cre-dência.

f) A oração depois da Comunhão

Terminada a purificação dos vasossagrados, e após breves momentos de si-lêncio, o sacerdote diz Oremos. O acólitodo livro apresenta-lhe imediatamente omissal aberto. No fim da oração, depois daComunhão, o acólito fecha o missal evolta a colocá-lo no seu lugar.

5. Os ritos de conclusãoda Missa

Tal como no início da Missa houveuma procissão de entrada, assim há umaprocissão de saída no final, com os mes-mos ministros. Antes de lhe dar início, se osacrário estiver no presbitério, todos fa-zem a genuflexão.

a) Procissão solene

A procissão organiza-se assim: àfrente vai o acólito com o turíbulo, a se-guir o acólito com a cruz processional, osacólitos dos círios que caminham ao ladodo acólito da cruz, com círios acesos, nos

castiçais, os outros acólitos que tomaramparte na celebração e, por fim, o presiden-te da celebração.

Ao chegar à sacristia, todos, junta-mente com o presidente, fazem inclinaçãoà cruz e depois saúdam igualmente o pre-sidente ao mesmo tempo.

A seguir, todos depõem as coisas deque se serviram na celebração acabada derealizar. Os acólitos arrumam as vestes dosacerdote e, por fim, tiram e arrumam assuas.

Todos devem ter cuidado em guardarsilêncio, numa atitude de comum recolhi-mento e de respeito para com a santidadeda casa de Deus.

b) Procissão simples

Por vezes a saída é muito mais sim-ples. Na procissão tomam parte apenas osacólitos e o presidente da celebração, queentram directamente na sacristia pela por-ta que a liga ao presbitério.

Antes da procissão, se o sacrário es-tiver no presbitério, todos começam porfazer genuflexão. Depois vão à frente osacólitos mais pequenos, seguidos dosmaiores e, por fim, o presidente da cele-bração.

Ao chegar à sacristia, todos, junta-mente com o presidente, fazem inclinaçãoà cruz que deve existir na sacristia, e de-pois saúdam igualmente o presidente aomesmo tempo.

A seguir, todos depõem as coisas deque se serviram na celebração acabada derealizar. Os acólitos arrumam as vestes dosacerdote e, por fim, tiram e arrumam assuas.

Todos devem ter cuidado em guardarsilêncio.

JOSÉ DE LEÃO CORDEIRO

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ACÓLITOS

1 – Caríssimos Acólitos.De Portugal inteiro viestes em Pere-

grinação a Fátima, ao encontro da Vir-gem Senhora. Em pleno ano do Rosário,em dia de S. José Operário, no Dia do Tra-balho.

Em obediência à palavra de Maria,reunidos aqui, quereis ouvir o que temJesus para vos dizer – “fazei o que Ele vosdisser” – foi e é sempre a palavra da Mãe acada um de nós. O que vos diz, a vósAcólitos, este Jesus que aqui se faz sacra-mentalmente presente na hora suprema dasua vida, na hora da sua passagem destemundo para o Pai, na hora da sua doaçãointeira Àquele que O enviou e que aí Orecebe na plenitude da sua consagraçãopelos homens?

2 – Sabeis quais são as vossas funçõescomo Acólitos. Sabeis e tendes consciên-cia que o vosso ministério se exerce fun-damentalmente à volta do Altar do Sacrifí-cio. À volta da Eucaristia.

É por referência a Ela que vos haveisde entender.– Se ajudais o Presbítero e o Diácono nacelebração eucarística; se com eles soistambém servidores dos homens no serviçode Deus;– Se extraordinariamente podeis mi-nistrar a Sagrada Comunhão; podeis até“estender a Eucaristia” àqueles que nãopodem estar presentes, ou fazeis “vir àEucaristia” aqueles que a doença ou a ida-de, tornam impossível uma participaçãopresencial.– Se podeis expor o Santíssimo Sacra-mento para adoração dos fiéis, se podeis e

PEREGRINAÇÃO NACIONALDOS ACÓLITOS A FÁTIMA

Homilia

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deveis mesmo instruir aqueles outros quede algum modo servem na celebração,também não ignorais as recomendaçõesda Igreja para que o exercício do vossosministério seja cada vez mais pleno efecundo:a) A participação na Eucaristia de ma-neira sempre mais piedosa e atenta; umaparticipação que apaixone verdadeira-mente Jesus;b) A procura de um conhecimento cadavez mais profundo, mais intenso e espiri-tual de tudo o que diz respeito ao CultoEucarístico;c) O permanente esforço por uma vidasempre mais de acordo com o mistérioexercido, no serviço e amor dos homens,nomeadamente dos mais fracos e pobres.

3 – É assim e por isso que entendo a vossapresença aqui também como um esforçoda vossa parte por uma inteligência maiordo ministério que vos foi confiado pelaIgreja.

Se à palavra da Senhora, vos prestais aouvir o seu Filho Jesus, também à mesmaSenhora deveis fazer chegar as vossasnecessidades, as vossas dificuldades edúvidas. Esta vossa busca dum entendi-mento mais profundo do vosso serviçocarismático. O vosso entusiasmo, e tam-bém os vossos eventuais desalentos. Elatornará tudo presente a Jesus. Ele respon-derá. Responderá sempre com uma pala-vra de amigo, uma palavra de alento e deesperança, de vida e de alegria.

4 – Entendeis-vos e entendemo-nos porreferência a este Jesus na sua oblaçãoEucarística, como dizíamos.

A Eucaristia, sabemo-lo, é a fonte e ameta de toda a vida da Igreja.

Ela é a fonte de todas as graças. Nela éJesus que se dá e reparte em amor por

todos e cada um dos homens. Daí chegaaté cada um deles, pela via dos sacra-mentos, e pela mediação da vida e dahistória, pela mediação do próprio mundoque é criação da Palavra aí proclamada eimolada.

Fonte da vida da Igreja, ela é a fonteda vida simplesmente. Aí se faz activa-mente presente aquele que é a Vida. Eaquele que sendo a vida é nela e por ela aLuz de todos os homens. O farol dos seuscaminhos, segurança dos seus passos.Aquele por quem e para quem tudo foi cri-ado e em quem tudo subsiste.

É por referência ao Sacrifício Eucarís-tico que a vida adquire o seu sentido. Quea vida se entende como um serviço, comoum gesto de amor e amizade a todos oshomens. É assim que a Eucaristia “trans-forma” a vida, numa escola e experiênciade “paz” que é o maior bem a que aspira ohomem. Que a vida vale sempre a penaser vivida

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ACÓLITOS

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5 – E é para a Eucaristia que converge todaa vida da Igreja, toda a vida do homem. Éna sua celebração que atinge a plenitudede sentido a vida do Povo de Deus comoPovo Sacerdotal que aí se oferece, emcomunhão com Jesus, ao Pai comum.

Se vivemos de Jesus é para Ele quevivemos. É por Ele que nos vamos dando,é para Ele que morremos. Para a comu-nhão salvadora de todos os homens, dahumanidade e com próprio cosmos. Tudovive e cresce para Ele. Para que, quandoEle for finalmente a cabeça, a recapitu-lação de tudo, tudo oferecer ao Pai.

Na celebração há-de o crente saberoferecer ao Pai, em comunhão com Jesus,a sua vida, as suas preocupações, o seu tra-balho – esse quotidiano esforço de colabo-ração com Deus no serviço de todos oshomens. Oferecer as suas realizações eprojectos. Tudo o que ele vive, tudo o queacontece. Pela participação na Eucaristia,o crente como que consagra a Deus omundo inteiro (LG 34).

Assim adquire a vida uma dimensãoverdadeiramente eucarística, e a Eucaris-tia atinge a sua dimensão existencial.

6 – Olhando para a Virgem Senhora, vedesnela a mulher que se ofereceu ao Pai paraque nela o seu Divino Filho se fizessepresente aos homens, homem Ele mesmo.

A Igreja é chamada a prolongar, decerto modo, este gesto de Maria Santís-sima... É pela Eucaristia, que a Igreja faz eque faz a Igreja, que também a Igrejatorna quotidianamente presente este Jesusaos homens de todos os tempos. Que O faznascer todos os dias.

7 – É a esta maravilhosa acção da Igrejaque vós estais ligados. O vosso ministérioultrapassa as paredes do Templo em quecelebrais, e vem atingir os homens na suavida. No seu caminho, no seu peregrinar

para o Pai, para a salvação. Não soisacólitos somente no exercício do res-pectivo ministério. Não sois acólitos paravós. Mas para Deus e para os homens.

É por amor dos homens que o exerceiso acolitado.. Deveis retomar permanente-mente consciência disto. É o amor efecti-vo aos homens que o torna verdadeira-mente fecundo. No altar, ajudando Presbí-teros e Diáconos, sois servidores dos ho-mens.

Haveis de saber prolongar o exercíciodo ministério à vossa vida toda: à vossaescola; à vossa vida profissional, à vossavida de relação com todos.

É aí que há-de ver-se fidelidade e averdade do vosso serviço do Senhor noacto supremo da sua doação aos homens.Se não servirdes os homens, como pode-reis servir o Senhor?

Para o fazerdes tendes ainda atrás devós a Palavra de João Paulo II que nosinterpela fortemente quando nos diz queos homens do nossos tempo pedem quelhes mostremos Jesus, que lhe mostremosesse Jesus de que falamos, esse Jesus quecelebramos. Eles querem vê-l’O. Elespedem-n’O, ainda que inconscientemente,sempre que procuram a vida, sempre quebuscam a verdade ou procuram a paz. Eleé a Vida. Ele é a Verdade. Ele é a Paz.

8 – Que, em dia de S. José Operário, emdia de trabalho, saibamos ver no nossotrabalho um prolongamento do nossoministério.

9 – Em ano de Rosário, entreguemos anossa Senhora estes nossos propósitos.Que ela os leve a Jesus para que dele re-cebamos por mediação do seu Espírito asforças necessárias para lhe sermos fiéis.

ANTÓNIO MARIA BESSA TAIPA

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Memória descritivaO dia 1 de Maio já adquiriu estatuto

próprio na agenda dos ministérioslitúrgicos. A Peregrinação Nacional dosAcólitos ao Santuário de Fátima tem o seudia e lugar bem adequados. S. José Operá-rio é um modelo interessante para osacólitos no exercício do seu ministério emfavor de Cristo e da comunidade. O diaferiado – que não é de preceito – permite aausência dos acólitos sem prejuízo para assuas comunidades locais. É ocasião paraque os párocos, os familiares e outros fiéispossam associar-se aos acólitos e fazerdeste dia uma festa em louvor do ministé-rio dos acólitos.

A peregrinação é motivo para que osacólitos se encontrem com outros muitosacólitos e juntos celebrem os mistérios dafé com renovado vigor espiritual sem apreocupação e a responsabilidade dos ser-viços que lhes são próprios e habituais. Éum dia de oração pelo bom exercício desteministério e de renovada consagração aoserviço do altar.

Este ano a peregrinação limitou-se aodesfile da Cruz Alta à Capelinha, à oraçãodo terço, à procissão para o altar do recin-to, à Missa, à consagração dos acólitos e à

procissão final do Adeus a Nossa Senhora.A parte da tarde, que tem tido uma activi-dade formativa e recreativa em comum,foi deixada à livre iniciativa de cadagrupo, devido ao grande número de parti-cipantes que não tinha lugar no Cento Pas-toral Paulo VI, com a recomendação derealizarem alguma actividade de interessepara os acólitos e, na medida do possível,a participação na procissão com o Santís-simo Sacramento no recinto do Santuário.Tudo isto aconteceu e a seu tempo se faráa avaliação em ordem a novas propostaspara o próximo ano.

Registámos algumas imagens doacontecimento para louvar este nobreserviço e o esmero dos acólitos que se es-forçam pela perfeição do seu ministério.Verificámos que o número das meninastem aumentado consideravelmente e semprejuízo para a participação habitual dosjovens. A presença das meninas contribuipara uma maior dignidade das celebra-ções, sempre que prevalece o bom senso eo espírito da liturgia. A concorrência naperfeição é saudável e beneficia os minis-térios litúrgicos. Os meninos e as meninasdevem aprender em Igreja a ser membros

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AS BOAS MANEIRASTAMBÉM SE APRENDEM

Três situações diferentespara analisar. Foi um diade muito calor, mas não sejustificava o à-vontade deabrir a túnica. Houve tem-po para prevenir a exposi-ção ao sol, mas tambémhouve ordem para os arru-mar discretamente. Oamor à camisola deve tersido tanto que também foià celebração. Terá servidopara alguma protecção?

do corpo de Cristo na multiplicidade de funções e na variedade de acções, que se ajustammelhor a determinadas sensibilidades, ora masculinas ora femininas, convindo uma ve-zes a crianças e outras a jovens adultos. Nesta grande variedade e harmonia manifes-ta-se também a grande riqueza e beleza da Igreja.

O cenário desta peregrinação de acólitos testemunha a grande caminhada já realizadana pastoral litúrgica deste ministério. De facto, as comunidades locais tem investido naformação litúrgica dos jovens. Tal como os acólitos, também os leitores e os cantoresmerecem a dedicação dos responsáveis da pastoral litúrgica. A solicitude pastoral deveprocurar o equilíbrio, a perfeição e a harmonia no exercício dos diferentes ministérioslitúrgicos. O Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica programa as suas actividades deacordo com este objectivo.

Saber estarna presença de Deus

é um acto de fée de cultura cristã.

A fé cristãpode exprimir-se

em qualquer formade cultura humana.

Os ritos sagradosservem-se da cultura

para afirmaremo que celebram.

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MÚSICA SACRA

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CORO DO CARMO DE BEJADEU UM CONCERTO EM ROMA

Encerramento da Exposição

O passado dia 3 de Maio constituiuuma data marcante para a presença cul-tural de Portugal em Roma, assinalando ocorolário da Exposição “As formas doEspírito – Arte Sacra do Sul de Portugal”na Cidade Eterna, com a ida da Peregrina-ção Diocesana de Beja, que era integradamaioritariamente pelo Coro do Carmo deBeja. Nesse dia à noite, na Igreja de SantoAntónio dos Portugueses, este Coro, diri-gido pelo P. António Cartageno e porHelena Almeida e acompanhado ao órgãopor Jaime Branco, deu um Concerto deMúsica Sacra.

No belíssimo cenário barroco daqueletemplo seiscentista, cheio de portuguesese italianos, ressoou ao longo de mais deuma hora a música sacra de alguns auto-res portugueses da actualidade e tambémde Domenico Bartolucci, Haendel e ou-tros. Tendo em conta o mês de Maio, a pri-meira parte do Concerto foi dedicada àmúsica mariana, enquanto que a terceiraparte foi preenchida com música para oTempo da Páscoa. A parte central do Con-certo foi dedicada à música tradicional re-ligiosa do Baixo Alentejo, para dar umaideia da música do Natal e dos “Reis”,

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96 BOLETIM DE PASTORAL LITÚRGICA

da Quaresma e de um dos Santos Popula-res, Santo António, já que se estava naIgreja de Santo António dos Portugueses.Pela sua novidade e originalidade e pelacarga expressiva que o Coro pôs na inter-pretação destes cantos, esta foi talvez aparte do Concerto que mais impressio-nou o público presente. Transcrevemos,a propósito, as belas palavras com queuma coralista, Margarida Cavaco, descre-veu no “Notícias de Beja” os sentimentosdaquela noite alentejana em Roma:“… Canto de sol e de raízes, de religiosi-dade ingénua, fecundo, sóbrio e forte, pa-receu trazer, a cada um dos que o ouvi-ram, ecos ancestrais da infância e dalonjura. É essa capacidade de encanta-mento e de magia que parece brotar doscânticos alentejanos. Porque se fazem emcomunhão, na necessidade do outro para

se completarem, na força do grupo. Por-que sabem a terra semeada, encerrandomistérios no fundo de um ventre fechado.Porque se elevam a um céu de fogo, com agravidade mítica que deseja o absoluto.Porque são eternos como a água ou aterra…”

Assim, a música de Portugal e doAlentejo foi como que o complementonatural da Exposição ali patente: à arte dapintura e da escultura juntou-se nessanoite a arte dos sons, revividos ainda nodia seguinte, na solene Celebração Euca-rística de encerramento.

O Reitor do Instituto de Santo Antó-nio dos Portugueses, Mons. AgostinhoBorges, que acolheu a todos com muitasimpatia e cordialidade, foi um digno anfi-trião desta “embaixada” alentejana.

INTRODUÇÕESAOS SALMOS E CÂNTICOS

DE LAUDES E DE VÉSPERAS

Subsídios litúrgicospreparados pelo

P. José de Leão Cordeiro

SECRETARIADO NACIONAL DE LITURGIA

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ABRIL – JUNHO 2003 97

Os avanços registados nas novas tec-nologias de informação e comunicação re-volucionaram o acesso aos saberes, inclu-sive no âmbito da música e da liturgia.Nada substitui a consulta de documentosescritos, partituras originais, livros im-pressos e contacto pessoal. Mas nem osinvestigadores da história da música naIgreja, nem os directores de coro, nem osresponsáveis diocesanos ou paroquiais demúsica e liturgia podem ignorar as poten-cialidades da Web. É preciso cuidado naselecção de fontes, usando os mesmos cri-térios de qualidade que devem presidir àescolha dos livros que lemos, dos repertó-rios de canto que utilizamos, dos concer-tos a que assistimos.

Na esfera eclesial, a Agência Ecclesia(www.ecclesia.pt) é um sítio importantepara o conhecimento da relação Igreja/Música/Liturgia. Pode aqui fazer-sepesquisa em determinada edição semanalou procurando por temas como “músicasacra”, “órgão de tubos”, “canção de men-sagem”, “organista”, canto litúrgico”, porexemplo, em “pesquisa”. É um modo rá-pido de conhecer os elementos musicaisdivulgados pelo periódico. A Voz Portuca-lense (www.voz-portucalense.pt), funda-da em 1970, disponibiliza na internet osnúmeros publicados desde 1996. A cópiapara Word dos seus artigos e notícias decarácter musical ocupa cerca de 400 pági-nas A4, o que reflecte a importância queeste semanário eclesial dá à música e àcultura. Recorrendo às “sugestões

litúrgicas” da edição “on-line” e ediçõesanteriores, o animador pode fazer umaplanificação do canto para determinadotempo litúrgico, ano, ou ciclo trienal,adaptando às circunstâncias o que é suge-rido pela VP. Na secção “Informa-se” daedição actual, os utilizadores poderão ob-ter informações sobre concertos de músicasacra a haver na Diocese do Porto, de-signadamente. O Boletim de Pastoral Li-túrgica (www.liturgia.pt) fornece elemen-tos sobre o canto e a música na liturgia,informações sobre a organização e activi-dades do Serviço Nacional de Música Sa-cra. A sua lista de autores inclui, obvia-mente, compositores e pessoas ligadas àmúsica. Especialmente dirigida a candida-tos ao curso, a página da Escola das Artesda Universidade Católica – Porto (www.artes.ucp.pt/musica) apresenta o Curso deMúsica, calendário, actividades, candida-turas e informações sobre o planocurricular da licenciatura.

O número de paróquias com um sítioactualizado e com qualidade na internetvai aumentando também, exemplo a se-guir por vários Serviços de Liturgia e Mú-sica Sacra. No sítio da arquidiocese braca-rense (www.diocese-braga.pt) o pesquisa-dor encontrará publicações, livros, jornaise revistas paroquiais e diocesanos, pro-nunciamentos do bispo sobre música sa-cra. Escusado será dizer que o acesso aosdocumentos do Magistério Universal daIgreja se encontra igualmente facilitado.Na página da Santa Sé (www.vatican.va),

MÚSICA

IGREJA E MÚSICA NA INTERNET

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98 BOLETIM DE PASTORAL LITÚRGICA

com vários idiomas como opção, podemoster acesso a textos fundamentais sobremúsica sacra e documentação do Pontifí-cio Instituto de Música Sacra.

Um número crescente de coros, comoos de Santa Maria de Belém, (www.csmbelem.pt), em Lisboa, e de SãoTarcísio (www.corosaotarcisio.org), noPorto, descobre a importância de divulgara sua história, agenda e contacto a um pú-blico cada vez mais representativo. A con-sulta de www.sapo.pt/entretenimento/musica/coral indica bases de dados de co-ros, compositores, maestros, contactos,biografias, história da música, partiturasem formato “encore” e “finale” e músicaaúdio. O portal de música www.adiemus.co.pt permite-nos conhecer rapidamente adensidade do movimento coral e a sua im-plantação por regiões. A lista de coros daFederação Nacional do Movimento Coral(http://movimentocoral.no.sapo.pt/) apre-senta cerca de um milhar de coros (comnome do coro, endereço e responsável).Estas relações de coros sugerem tambémque, apesar das suas lacunas, a Igreja de-sempenha um papel importante em termoscorais. A relação das bandas filarmónicas,conjuntos e outros intérpretes musicaiscom as festas religiosas celebradas ao lon-go do ano de Norte a Sul do País torna-semais fácil de perceber e de estudar, bemcomo o acesso a orquestras, conservatóri-os, escolas de música, compositores, orga-nistas e instrumentistas, cantores.

Potentes motores de busca, nacionais(www.sapo.pt, www.aeiou.pt) ou interna-cionais (www.altavista.com, www.lycos.com, www.infoseek.com) facilitam a pes-quisa. Uns funcionam por procura de pala-vras, grupos de palavras ou frase, que outilizador digita (www.google.pt). Outros(www.yahoo.com) funcionam por buscade categorias e subcategorias musicais

como história, instrumentos, géneros mu-sicais, letras, teoria. Além de imagens mu-sicais, a Internet disponibiliza numerososdocumentos, estudos e notícias no âmbitoda música sacra.

A pesquisa de “órgãos de tubos” emwww.google.pt, só em Portugal, porexemplo, leva-nos às mais diversas pá-ginas web. Umas são da responsabilidadede câmaras municipais empenhadas napreservação e divulgação do património,outras pertencem a paróquias, a jornais erevistas de carácter regional ou nacional(Semanário, Expresso), instituições mu-sicais e eclesiais (www.santuario-fatima.pt), juntas de freguesia, coros, es-colas, guias turísticos, sítios pessoais,agendas culturais municipais (www.agendadoporto.pt), dioceses (www. dioce-se-braga.pt). A experiência de pesquisaaumentará os recursos e tornará possívelem minutos uma investigação que demo-raria uma vida a fazer. Além disso, os mú-sicos podem ainda registar-se emwww.zingadin.pt, tornando visível o seuprojecto musical num motor de buscainteractivo destinado apenas a músicos,ou em www.aeiou.pt. Na pesquisa, os uti-lizadores menos atentos deverão ter emconta os sufixos. Assim, uma página quetenha .pt é de Portugal, .es é de Espanha,.br é do Brasil, .it é Itália, .org significaque se trata de uma organização.

Aos apreciadores de música e de cul-tura não são estranhos a FundaçãoCalouste Gulbenkian (www.musica.gulbenkian.pt), Antena 2 (www.rdp.pt/an-tena2), Biblioteca Nacional (www.bn.pt),Centro Cultural de Belém (www.ccb.pt),Fonoteca Municipal de Lisboa (www.cm-lisboa.pt/fonoteca), Instituto Camões(www.instituto-camões.pt), JuventudeMusical Portuguesa (www.jmp.pt), Or-questra Metropolitana de Lisboa (www.

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ABRIL – JUNHO 2003 99

oml.pt), o Ministério da Cultura(www.min-cultura.pt), Museu da Música(www.museudamusica-ipmuseus), IPPAR(www.ippar.pt), Centro de Estudos deSociologia e Estética Musical da Univer-sidade Nova de Lisboa (www.fcsh.unl.pt.cesem), Europarque (www.europarque.pt), Coliseu do Porto (www.coliseudoporto.pt), Teatro Nacional de São João(www.tnsj.pt), entre outros. Afinal, muitainformação preciosa fica à distância deum clique.

Encontramos na internet bom númerode referências ao organeiro Dinarte Ma-chado, aos musicólogos Júlia d’Almen-dra, José Augusto Alegria, José Maria Pe-drosa Cardoso, ao cantor de intervençãoFrancisco Fanhais, aos compositores Fer-reira dos Santos e Fernando Lapa, a FreiHermano da Câmara. Contudo, são muitopoucos os músicos (organistas, composi-tores, musicólogos) da esfera eclesial acuja vida e obra satisfatoriamente se temacesso. Até o Padre Manuel Faria, figuracimeira em termos de música sacra e litúr-gica no século XX, está muito escondida.Uma revista digital de música sacra ou umsítio dedicado à música religiosa poderátornar-se uma ferramenta interessantepara os músicos no âmbito da Igreja emPortugal.

Professores católicos com interessesmusicais poderão dar um bom contributona criação de boas páginas musicais na in-ternet. Frequentando cursos de formaçãoem programas como Flash, Director eFrontpage ganham, com os necessárioscréditos profissionais, capacidade de criare animar páginas Web. Além disso, a di-vulgação de notícias musicais em publica-ções como a Voz Portucalense e a AgênciaEcclesia, vocacionadas para a informa-ção, tornará visível aos numerosos leitoreso empenhamento da Igreja em prol da mú-

sica. Enviar essas notícias por correioelectrónico é muito mais rápido e eficaz([email protected], [email protected]).

Estas são apenas algumas sugestõesque poupam tempo e dão eficácia. Nãopretendi ser exaustivo, mas deixar pistasque serão completadas e melhoradas porcada leitor de acordo com o trabalho musi-cal, função que exerce e necessidades decada momento: a formação contínua, atéem liturgia e música sacra, exige, cada vezmais, o recurso às novas tecnologias de in-formação.

ANTÓNIO JOSÉ FERREIRA

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LIVROS DO

SALMISTA E DO ORGANISTA

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MÚSICA PARA BANDAS

ABRIL – JUNHO 2003 101

A fé em Deus

Povos, batei palmas

Eu vi a cidade santa

Cantai ao Senhor um cântico novo

Nós somos as pedras vivas

Oh! Que alegria

O Espírito do Senhor

Celeste Jerusalém

Dai a Paz, Senhor

Exulto de alegria

Deus vive na sua morada

Nós vamos a ti

Alegrei-me quando me disseram

Ide ao Encontro do Senhor

Cantemos, cantemos ao Senhor

Por entre aclamações

Somos a Igreja de Cristo

Povo de Reis

Aclamai Jesus Cristo

Anunciai com brados de alegria

F. Silva

Carlos Silva

F. dos Santos

F. Silva

F. dos Santos

Manuel Faria

M. Simões

Az. Oliveira

M. Faria

Mário Silva

F. dos Santos

David Julien

M. Simões

M. Simões

M. Faria

Alves Barbosa

Mário Silva

L. Deiss

F. Silva

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Manuel Faria

M. Simões

Az. Oliveira

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

M. Faria

L. Deiss

F. Silva

Alves Barbosa

NRMS, 11

NRMS, 48

CTN, 311

CTN, 211

CTN, 346

NRMS, 67

NRMS, 9

NRMS, 49

NRMS, 23

CTN, 29

NRMS, 38

S & C

S & C

NRMS, 6

...

NRMS, 17

CTN, 226

NRMS, 65

...

IV

IV

IV

IV

IV

III

III

III

III

III

III

II

II

II

II

II

I

I

I

I

CÂNTICOS INSTRUMENTADOSPARA BANDA E CORO

“IN SONO TUBAE”

JORGE ALVES BARBOSA

CÂNTICOS DE ENTRADA

CÂNTICO AUTOR CORO ORIGEM VOL.

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KYRIE

CÂNTICO AUTOR CORO ORIGEM VOL.

Kyrie eleison

Kyrie eleison

Senhor, tende piedade de nós

Senhor, tende piedade de nós

M. Simões

M. Carneiro

J. Santos

...

M. Simões

M. Carneiro

J. Santos

Alves Barbosa

NRMS, 13

NRMS, 32

NRMS, 99

CT, 741

III

III

IV

IV

GLÓRIA

CÂNTICO AUTOR CORO ORIGEM VOL.

Glória a Deus na terra e nos céus

Glória a Deus no céu...

F. Santos

Az. Oliveira

F. Santos

Az. Oliveira

BML 10

NRMS, 50

III

IV

ALELUIA

CÂNTICO AUTOR CORO ORIGEM VOL.

Aleluia em Fá

Aleluia em La

Aleluia pascal

Aleluia em Si bemol

Aleluia em Sol maior

Aleluia em Sol Maior

Aleluia em Mi bemol

F. Silva

F. Silva

Gregoriano

Az. Oliveira

M. Faria

M. Simões

F. Silva

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Az. Oliveira

M. Faria

M. Simões

Alves Barbosa

NRMS, 50

NRMS, 50

...

NRMS, 36

NRMS, 6

NRMS, 9

NRMS, 50

IV

IV

I

I

I

I

I

102 BOLETIM DE PASTORAL LITÚRGICA

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ABRIL – JUNHO 2003 103

Queremos ver transformados

Nós ofertamos, irmãos

Coral “Grande Deus”

Em redor do teu altar

Alimentais a terra

Tudo vos damos

Na hóstia sobre a patena

Senhor, nós vos oferecemos

Tomai, Senhor, e recebei

Trazemos ao teu altar

OFERTÓRIO

CÂNTICO AUTOR CORO ORIGEM VOL.

Az. Oliveira

J. Santos

Bach

M. Carneiro

M. Simões

M. Faria

B. Salgado

B. Salgado

J. Santos

F. Silva

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Bach

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

B. Salgado

B. Salgado

J. Santos

Alves Barbosa

NRMS, 17

NRMS, I, 3

NRMS, 42

S & C

NRMS, 11

NRMS, 6

NRMS, 5

NRMS, 70

NRMS, 55

I

I

I

II

II

II

II

II

II

III

Santo em Dó maior

Santo em Ré maior

Santo em Mi menor

Santo em Sol maior

Santo em Mi menor

Santo em Mi bemol

SANTO

CÂNTICO AUTOR CORO ORIGEM VOL.

F. dos Santos

Az. Oliveira

F. Silva

F. dos Santos

F. Silva

Manuel Luís

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Manuel Luis

BML, 12

NRMS, 99

NRMS, 36

CTN, 84

NRMS, 14

CTN, 297

IV

IV

IV

III

II

II

Cordeiro de Deus

Cordeiro de Deus

Cordeiro de Deus

CORDEIRO DE DEUS

CÂNTICO AUTOR CORO ORIGEM VOL.

Manuel Luís

F. Silva

F. Silva

Alves Barbosa

F. Silva

F. Silva

CTN, 300

NRMS, 38

NRMS, 99

III

IV

IV

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104 BOLETIM DE PASTORAL LITÚRGICA

Tomai e comei

Se vos amardes

Eu sou o Pão vivo

Em vós, Senhor está a fonte…

O Corpo de Jesus é alimento

Louvai ao Senhor

Vós sereis meus amigos

É Cristo quem nos convida

Eu sou o Pão da vida

Somos todos convidados

Formamos um só corpo

Se não comerdes a carne

Senhor, tu és a luz

Cantai comigo

O Senhor alimentou-nos

Eu vim para que tenham vida

Eu estou à porta e chamo

Banquete Sagrado

Senhor, eu creio que sois Cristo

Não fostes vós que me escolhestes

Sempre que comemos o Pão

Quem beber da água

Senhor, fazei de mim...

COMUNHÃO

CÂNTICO AUTOR CORO ORIGEM VOL.

F. Silva

F. Silva

Carlos Silva

Az. Oliveira

Ant. Cartageno

M. Simões

M. Luís

Carlos Silva

Borges Sousa

F. Silva

Carlos Silva

F. Silva

Az. Oliveira

Henrique Faria

Carlos Silva

F. Silva

F. Silva

F. Silva

F. Silva

Az. Oliveira

F. dos Santos

Az. Oliveira

F. Silva

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

A. Cartageno

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

H. Faria

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

F. Silva

Alves Barbosa

Alves Barbosa

F. dos Santos

Alves Barbosa

F. Silva

NRMS, 25

NRMS, 22

NRMS, 36

NRMS, 67

NRMS, 60

NRMS, I, 2

BML, 30

CTN, 258

CTN, 262

NRMS, 40

CTN, 265

NRMS, 48

NRMS, 6

NRMS, 2

NRMS, 60

NRMS, 55

NRMS, 22

NRMS, 14

NRMS, 67

NRMS, 59

BML, 12

NRMS, 61

NRMS, 6

I

I

I

I

I

I

I

II

II

II

II

II

II

II

III

III

III

III

III

III

III

IV

IV

FINAL

CÂNTICO AUTOR CORO ORIGEM VOL.

Ao Deus do universo

Não vou só

Vamos partir

Cantai ao Senhor, cantai

Povo teu somos, ó Senhor

Cantai alegremente ao Senhor

Canticorum Jubilo

J. Santos

M. Carneiro

F. Silva

M. Simões

Melodia s. XVI

M. Luís

G. F. Haendel

J. Santos

Alves Barbosa

F. Silva

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

G. F. Haendel

NRMS, 1

NRMS, 11

NRMS, 1

S & C

...

NRMS, 38

...

IV

III

III

II

I

I

I

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ABRIL – JUNHO 2003 105

Nós te cantamos e aclam.

Desde toda a eternidade

Rainha dos Anjos pura

Cantai um cântico novo

Santa Maria Mãe de Deus

Em ti cantamos

Virgem Mãe do mesmo Deus

Senhora, um dia descestes

O Sanctissima

Avé, Cheia de graça

Senhora, nós vos louvamos

Avé Maria, farol do mar

Avé Maria

Feliz és tu porque acreditaste

NOSSA SENHORA

CÂNTICO AUTOR CORO ORIGEM VOL.

M. Faria Borda

Paul Décha

F. Silva

J. Santos

M. Simões

Az. Oliveira

M. Luís

Carlos Silva

Tradicional

Az. Oliveira

M. Faria

Az. Oliveira

Mário Silva

Carlos Silva

Alves Barbosa

M. Carneiro

Alves Barbosa

J. Santos

Alves Barbosa

Az. Oliveira

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Mário Silva

Alves Barbosa

NRMS, 10

NRMS, 18

NRMS, 10

NRMS, 10

S & C

NRMS, 18

NRMS, 10

NRMS, 37

NRMS, 86

NRMS, 33

NRMS, 73

CT, 743

CT, 780

I

I

II

II

II

II

III

III

III

IV

IV

IV

IV

IV

VÁRIOS

CÂNTICO AUTOR CORO ORIGEM VOL.

Os povos proclamam (Santos)

Ó ditosa Igreja (Mártires)

Adeste, fideles

Nossos cânticos se elevem (Santas)

M. Simões

F. dos Santos

Tradicional

M. Simões

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

Alves Barbosa

NRMS, 59

CTN, 352...

NRMS, 8

IV

IV

III

II

CT = Suplemento ao Cantemos TodosCTN = Novo Cantemos TodosBML = Boletim de Música Litúrgica, PortoS & C = Manuel Simões, Salmos & Cânticos, vol. I.NRMS = Nova Revista de Música Sacra, Braga (II Série, salvo indicação contrária)

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106 BOLETIM DE PASTORAL LITÚRGICA

CÂNTICOS PARA A CELEBRAÇÃO DO MATRIMÓNIO

CÂNTICO AUTOR CORO ORIGEM VOL.

Entrada: Construí a vossa casa

Salmo Responsorial

Aleluia

Ofertório: Um para o outro

Comunhão: Jesus Cristo fundou

Final: O Senhor vos conserve

F. Silva

F. Silva

M. Carneiro

F. Silva

F. Silva

Alves Barbosa

M. Carneiro

Alves Barbosa

NRMS, 26

NRMS, 73

NRMS, 71

NRMS, 26

NRMS, 26

V

V

V

V

V

V

OBRAS CLÁSSICAS

CÂNTICO AUTOR CORO ORIGEM VOL.

Ave verum corpus

Tollite Hostias

Jesus Bleibet meine Freude

Wachet auf

Haec Dies

Psaume 150

Hino do Grande Jubileu

Missa de “S. João de Deus”

W.A. Mozart

C. Saint-Saens

J.S. Bach

J. S. Bach

D. Bartolucci

César Franck

J.P. Lecot

J. Haydn

Motete

Or. Natal

Cant. 147

Cant. 140

V Motetes

……

……

Motete

Or. Natal

Cant. 147

Cant. 140

V Motetes

……

……

V

V

V

V

V

V

V

Pedidos de Partitura e partes cavas a

SERVIÇO NACIONAL DE MÚSICA SACRASantuário de Fátima

Apartado 312496-908 FÁTIMA

[email protected]

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ABRIL – JUNHO 2003 107

Este repertório litúrgico, dedicado àsBandas e Coros, encontra-se játotalmente disponível, quer a Parti-

tura completa quer as partes cavas deinstrumentos bem como a partitura decoro (no caso de a versão coral não ser doautor da música); pode ser solicitado, cadacântico por separado, para o SecretariadoNacional de Liturgia através dos endere-ços referidos. Aconselha-se a que não soli-citem muito de uma vez pois trata-se deum volume considerável de papel… Noque diz respeito a textos – nomeadamentequando se pretende cantar mais letras –deverão consultar as versões originais pu-blicadas e referenciadas no quadro.

Aformação instrumental dos doisprimeiros volumes é a que foipublicada em Cânticos Instru-

mentados para Banda, edição do SNL, ouseja: (Flauta, Clarinete I e II, SaxofonesAlto e Tenor; Trompete, Fliscornes Sopra-no e Alto, Bombardino e Barítono ouTuba). A formação instrumental de todosos outros é (Flauta, Clarinete I e II, Saxo-fones Alto e Tenor; Trompete, FliscorneSoprano, Trompa, Trombone e Tuba). Aadaptação de uma a outra é fácil para asBandas.

Aversão coral dos cânticos, aquiapresentada, não implica que te-nha que ser sempre executada,

pois todos os cânticos podem ser cantadosa uma voz. Apresenta-se e foi elaboradapara se favorecer e incentivar o encontroentre uma Banda e um Coro com algumaspossibilidades. O resultado é compen-sador tanto musicalmente como no querespeita ao diálogo e colaboração entreCoros paroquiais e Bandas. Para os maiscapazes e mais exigentes há também al-

gum repertório constituído por obrasclássicas, desde as mais fáceis como o“Ave verum” de Mozart, passando pelosdois “Corais” de Bach, até às mais exigen-tes como o Salmo 150 de César Franck(em Francês) ou o Motete de DomenicoBartolucci para dois coros.

Para mais informações ou esclareci-mentos podem contactar directamentepara:

P. Jorge Alves BarbosaRua G. F. das Lavradeiras, 213, 5.º E4900-715 VIANA DO CASTELOTel. 258 843 081E-mail: [email protected]

O domingoe a sua celebração

SECRETARIADO NACIONAL DE LITURGIA

GUIÃODAS CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS

X X I X E N C O N T R O N A C I O N A LD E P A S T O R A L L I T Ú R G I C A

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108 BOLETIM DE PASTORAL LITÚRGICA

CURSO DE MÚSICA LITÚRGICA

ORGANISTAS E DIRECTORES DE COROS

FÁTIMA, 22 - 31 de Agosto de 2003

Condições para o nível A

Curso de Orgão:* Interpretação das Invenções de Bach

a duas vozes.* Sexto ano de Educação Musical

ou equivalente.* Terceiro ano de Harmonia.* Execução de uma obra de órgão.

Curso de Direcção de Coros:* Leitura de Motetes, à primeira vista,

nas claves de sol e de fá.* Sexto ano de Educação Musical

ou equivalente.* Experiência de direcção a quatro

vozes.* Iniciação ao piano ou ao órgão.

Condições para o nível BCurso de orgão:* Leitura das obras do livro de

Ana Madalena Bach.* Quarto ano de Educação Musical

ou equivalente.* Experiência de acompanhamento.

Curso de Direcção de Coros:

* Canto de melodias litúrgicas.

* Quarto ano de Educação Musicalou equivalente.

* Experiência de direcção da assem-bleia.

ORGANIZAÇÃOServiço Nacional de Música SacraSecretariado Nacional de Liturgia

PATROCÍNIOSantuário de Fátima

DESTINATÁRIOS* Responsáveis vicariais, arciprestais

ou paroquiais de Música Sacra eLitúrgica.

* Organistas e Directores de Coro quetrabalham nas comunidades.

CONDIÇÕES DE ADMISSÃO* Idade entre os 17 e os 40 anos.* Conhecimentos musicais.* Formação geral (11º ano de

escolaridade).* Integração na Pastoral da Música

Sacra ou Litúrgica.* Ter a confiança da Hierarquia.

DURAÇÃOTrês anos completos

INFORMAÇÕESSecretariado Nacional de Liturgia

Santuário de Fátima2496 – 908 FÁTIMA

Tel. 249 533 327 Fax 249 533 343

[email protected]

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ABRIL – JUNHO 2003 109

A IGREJA NA EUROPA

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA«A IGREJA NA EUROPA»

Uma comunidade orante

66. O Evangelho da esperança, anúncioda verdade que liberta (cf. Jo 8, 32), deveser celebrado. Diante do Cordeiro doApocalipse, tem início uma solene liturgiade louvor e de adoração: «Ao que está sen-tado sobre o trono e ao Cordeiro sejam da-das acções de graças, honra, glória e poderpara todo o sempre» (Ap 5, 13). A própriavisão, que revela Deus e o sentido da his-tória, tem lugar «no dia do Senhor» (Ap 1,10), o dia da ressurreição recordado pelaassembleia dominical.

A Igreja, que acolhe esta revelação, éuma comunidade que reza. Ao rezar, escu-ta o seu Senhor e aquilo que o Espírito lhediz (cf. Ap 2, 1-3. 22); adora, louva, agra-dece, e também implora a vinda do Se-nhor: «Vem, Senhor Jesus!» (Ap 22,1620), afirmando deste modo que só d’Eleespera a salvação.

Também é pedido a ti, Igreja de Deusque vives na Europa, para seres comuni-dade que reza, celebrando o teu Senhoratravés dos sacramentos, da liturgia e davida inteira. Na oração, descobrirás a pre-sença vivificante do Senhor. Deste modo,enraizando n’Ele toda a tua acção, poderáspropor de novo aos europeus o encontrocom Ele mesmo, esperança verdadeira eúnica capaz de satisfazer plenamente o an-

seio de Deus, oculto nas diversas formasde busca religiosa que surgem na Europacontemporânea.

I. REDESCOBRIR A LITURGIA

O sentido religiosona Europa actual

68. A par de muitos exemplos de fé ge-nuína, existe na Europa também uma reli-giosidade vaga e, por vezes, insidiosa. Osseus sinais são frequentemente genéricose superficiais, se não mesmo contraditó-rios nas próprias pessoas que os forne-cem. Trata-se de fenómenos evidentes defuga para o espiritualismo, sincretismoreligioso e esotérico, procura de factosextraordinários a todo o custo, chegan-do-se mesmo a opções transviadas, comoa adesão a seitas perigosas ou a experiên-cias pseudo-religiosas.

Uma Igreja que celebra

69. No contexto da sociedade actual, fre-quentemente fechada à transcendência,sufocada por comportamentos consumis-tas, presa fácil de antigas e novas idolatri-as e, ao mesmo tempo, sedenta de algo queultrapasse o imediato, a tarefa que esperaa Igreja na Europa é simultaneamente

CAPÍTULO IV

CELEBRAR O EVANGELHO DA ESPERANÇA

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árdua e entusiasmante. Tal tarefa consisteem redescobrir o sentido do «mistério»;renovar as celebrações litúrgicas para quesejam sinais mais eloquentes da presençade Cristo Senhor; proporcionar novos es-paços de silêncio, oração e contemplação;voltar aos sacramentos, sobretudo à Euca-ristia e à Penitência, como fontes de liber-dade e de nova esperança.

Por isso, a ti, Igreja que vives na Euro-pa, dirijo um premente convite: sê umaIgreja que reza, louva a Deus, reconhece--Lhe o primado absoluto e exalta-O comjubilosa fé. Redescobre o sentido domistério: vive-o com humilde gratidão;testemunha-o com alegria convicta e con-tagiante. Celebra a salvação de Cristo:acolhe-a como um dom que faz de ti seusacramento; faz da tua vida o verdadeiroculto espiritual agradável a Deus (cf. Rm12, 1).

O sentido do mistério

70. Alguns sintomas revelam uma atenua-ção do sentido do mistério nas própriascelebrações litúrgicas, quando o objectivodestas é precisamente reforçá-lo. Por isso,é urgente que se reavive na Igreja o autên-tico sentido da liturgia. Esta é instru-mento de santificação, celebração da fé daIgreja, meio de transmissão da fé.

71. Nas celebrações, é preciso pôr nova-mente ao centro Jesus, para deixar-se ilu-minar e guiar por Ele. As celebrações ecle-siais proclamam que a nossa esperançavem de Deus, por meio de Jesus nosso Se-nhor.

Formação litúrgica

72. Se já tanta estrada se fez depois doConcílio Ecuménico Vaticano II para vi-ver o sentido autêntico da liturgia, restaainda muita por fazer. São necessárias

uma contínua renovação e uma constanteformação de todos: ordenados, consagra-dos e leigos.

A verdadeira renovação, longe de ser-vir-se de actos arbitrários, consiste em de-senvolver cada vez melhor a consciênciado sentido do mistério, para fazer das li-turgias momentos de comunhão com omistério grande e sagrado da SantíssimaTrindade. Celebrando as acções sagradascomo relacionamento com Deus e aco-lhimento dos seus dons, expressão deautêntica vida espiritual, a Igreja na Eu-ropa poderá verdadeiramente alimentar asua esperança e oferecê-la a quem a per-deu.

73. Para isso, é necessário um grandeesforço de formação. Tendo como finali-dade favorecer a compreensão do verda-deiro sentido das celebrações da Igreja eainda uma adequada instrução sobre osritos, tal formação requer uma autênticaespiritualidade e a educação para vivê-laem plenitude. Por conseguinte, há quepromover ainda mais uma verdadeira«mistagogia litúrgica», com a participa-ção activa de todos os fiéis, cada qualsegundo as próprias competências, nasacções sagradas, particularmente na Eu-caristia.

II. CELEBRAR OS SACRAMENTOS

74. Um lugar de grande relevo há-de serreservado à celebração dos sacramentos,enquanto actos de Cristo e da Igreja, orde-nados a prestar culto a Deus, à santifica-ção dos homens e à edificação da Comuni-dade eclesial. Sabendo que neles age opróprio Cristo por meio do Espírito Santo,sejam celebrados com o máximo cuidadoe criando as condições adequadas.

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A Eucaristia

75. A Eucaristia, dom supremo de Cristoà Igreja, torna sacramentalmente presenteo sacrifício de Cristo oferecido pela nossasalvação: «Na santíssima Eucaristia, estácontido todo o tesouro espiritual da Igreja,isto é, o próprio Cristo, a nossaPáscoa». Nela, «fonte e centro de toda avida cristã», bebe a Igreja, na sua peregri-nação, achando lá a fonte de toda a espe-rança. De facto, a Eucaristia «dá estímuloà nossa caminhada na história, lançandouma semente de activa esperança na dedi-cação diária de cada um aos seus própriosdeveres».

A Reconciliação

76. Juntamente com a Eucaristia, devedesempenhar papel fundamental na recu-peração da esperança o sacramento daReconciliação: «De facto, a experiênciapessoal do perdão recebido de Deus porcada um de nós é fundamento essencial deesperança para o nosso futuro».

Por isso, é necessário que o sacra-mento da Reconciliação seja revitalizadona Igreja da Europa. Há que reafirmar,porém, que a forma deste sacramento éa confissão pessoal dos pecados seguidada absolvição individual. Tal encontrodo penitente com o sacerdote deve serpromovido de todas as formas previstas norito do Sacramento. Perante a perda ge-neralizada do sentido do pecado e oacentuar-se de uma mentalidade eivada derelativismo e subjectivismo em campomoral, é preciso que cada comunidadeeclesial providencie uma séria formaçãodas consciências. As absolvições colec-tivas não são uma forma alternativa deadministrar o sacramento da Reconcilia-ção.

Oração e vida

78. A par da celebração eucarística, é pre-ciso promover também outras formas deoração comunitária, ajudando a descobrira ligação que existe entre elas e a oraçãolitúrgica. De modo particular sejam pro-movidas as diversas manifestações doculto eucarístico fora da Missa: adoraçãopessoal, exposição e procissão, entendidascomo expressão de fé na presença real doSenhor que permanece no Sacramento doAltar. Na celebração pessoal e comunitá-ria da Liturgia das Horas, que se revestede singular valor mesmo para os fiéis-lei-gos. As famílias sejam incitadas a reservarespaço para a oração feita em comum,podendo assim interpretar à luz do Evan-gelho toda a existência matrimonial e fa-miliar.

Qualquer forma de oração comunitá-ria pressupõe a oração individual. É entrea pessoa e Deus que nasce aquele colóquioautêntico que se exprime no louvor, naacção de graças, na súplica dirigida ao Paipor Jesus Cristo e no Espírito Santo.Nunca seja transcurada a oração pessoal,que é de algum modo a respiração docristão. Na educação para ela, leve-setambém a descobrir a sua ligação com aoração litúrgica.

79. Reserve-se uma especial atençãotambém à piedade popular. Esta, presenteem larga escala nas diversas regiões daEuropa através das confrarias, das pere-grinações e procissões nos numerosossantuários, enriquece o caminho do anolitúrgico, inspirando usos e costumes fa-miliares e sociais. Todas estas formas de-vem ser objecto duma cuidadosa pastoralde promoção e renovamento, ajudando adesenvolver tudo o que nelas seja genuínaexpressão da sabedoria do povo de Deus.

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112 BOLETIM DE PASTORAL LITÚRGICA

INFORMAÇÃO

LIVROS LITÚRGICOS OFICIAIS

Situação em Junho de 2003

Missal– Formato maior – (1ª ed.) ................................................................................... Disponível– Formato menor – (1ª ed.) .................................................................................. Esgotado– (A 2ª ed. aguarda a publicação da edição típica latina)

Leccionário:– I. Ano A (2ª ed.) – Edição revista ................................................................ Disponível– II. Ano B (2ª ed.) – Edição revista ................................................................ Disponível– III. Ano C (2ª ed.) – Edição revista ................................................................ Disponível– IV. Ferial I: Advento, Natal, Quaresma, Páscoa ............................................. Disponível– V. Ano II: Anos ímpares ................................................................................ Disponível– VI. Ano III: Anos pares .................................................................................. Disponível– VII. Santoral e Comuns .................................................................................... Disponível– VIII.Missas Rituais, Diversas e Votivas ........................................................... Disponível

Evangeliário ............................................................................................................... DisponívelOração dos Fiéis (2ª ed. revista e com formulários para o santoral) ......................... DisponívelLiturgia das Horas [revista e actualizada]

– Vol I. Advento e Natal (4ª ed.) ...................................................................... Disponível– Vol II. Quaresma e Páscoa (4ª ed.) ................................................................. Disponível– Vol III. Tempo Comum (4ª ed.) ....................................................................... Disponível– Vol IV. Tempo Comum (4ª ed.) ....................................................................... Disponível– Abrev. Edição abreviada [Laudes-H. Int.-Vésp. e Completas] (3ª ed.) .......... Disponível– Abrev. Laudes e Vésperas [Laudes-Vésp. e Completas] (1ª ed.) ................... Disponível

Celebração do Baptismo ............................................................................................ DisponívelIniciação Cristã dos Adultos ...................................................................................... DisponívelCelebração da Confirmação (2ª ed.) .......................................................................... DisponívelSagrada Comunhão e Culto do Mistério Eucarístico Fora da Missa ......................... DisponívelRitual do Ministro Extraordinário da Comunhão (4ª ed.) .......................................... DisponívelCelebração da Penitência (2ª ed.) .............................................................................. DisponívelUnção e Pastoral dos Doentes ................................................................................... DisponívelCelebração das Exéquias ........................................................................................... EsgotadoOrdenação do Bispo, dos Presbíteros e Diáconos (2ª ed.) ........................................ DisponívelCelebração do Matrimónio (nova edição) ................................................................. DisponívelDedicação da Igreja e do Altar .................................................................................. DisponívelBênção de um Abade e de uma Abadessa ................................................................. DisponívelRitual da Profissão Religiosa ..................................................................................... DisponívelRitual dos Exorcismos ............................................................................................... DisponívelConsagração das Virgens ........................................................................................... DisponívelCelebração das Bênçãos ............................................................................................ DisponívelInstituição dos Leitores e dos Acólitos ...................................................................... DisponívelBênção dos Óleos dos Catecúmenos

e dos Enfermos e Consagração do Crisma (2ª ed.) .............................................. Disponível

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PUBLICAÇÕES DO SNL

A celebração do Tempo do Natal (2ª ed.) .................................................... € 3,50A Religiosidade Popular e a Celebração da Fé ........................................... € 2,00Adaptação das Igrejas segundo a Reforma Litúrgica ................................ € 3,50Akathistos ...................................................................................................... € 2,00As bênçãos ..................................................................................................... € 3,50Bênçãos da Família ....................................................................................... € 3,50Cânticos de Entrada e de Comunhão I

(Advento, Natal, Quaresma e Páscoa) ............................................... € 6,00Cânticos de Entrada e de Comunhão II (Tempo Comum) ......................... € 6,00Cânticos instrumentados para Banda ............................................................. € 10,00Directório para as celebrações dominicais na ausência do presbítero ...... € 0,50Directório Litúrgico 2004 ............................................................................. € 5,00Agenda – Directório Litúrgico 2004 ........................................................... € 7,00Enquirídio dos Documentos da Reforma Litúrgica .................................... € 25,00Guião do XXVIII Encontro Nacional Pastoral Litúrgica .......................... € 5,00Guião do XXIX Encontro Nacional Pastoral Litúrgica ............................. € 5,00Introduções aos Salmos e Cânticos de Laudes e Vésperas ........................ € 4,00Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas (2ª ed.) ................................... € 2,00Liturgia das Horas – Edição para canto (Tempo Comum) ......................... € 10,00O Ministério do Leitor .................................................................................. € 5,00O Tríduo Pascal ............................................................................................. € 2,50O Tempo Pascal (2ª ed.) ................................................................................ € 3,50Orar cantando – Carlos da Silva .................................................................. € 12,50Ordenamento das Leituras da Missa ............................................................ € 2,50Ritual do Ministro Extraordinário da Comunhão (4ª ed.) .......................... € 4,00Salmos Responsoriais – Organista – (2ª ed.) – P. Manuel Luís ................. € 17,50Salmos Responsoriais – Salmista – (2ª ed.) – P. Manuel Luís .................. € 14,00

EM PREPARAÇÃO:Antologia Litúrgica. Textos litúrgicos, patrísticos e canónicos do primeiro milénio.Liturgia das Horas – Ed. para canto II (Advento, Natal, Quaresma e Páscoa)As crianças louvam o Senhor.

Secretariado Nacional de LiturgiaSantuário de Fátima – Apartado 31 — 2496-908 FÁTIMATel. 249 533 327 Fax 249 533 343Sítio: www.liturgia.ptE-mail: [email protected]

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SECRETARIADO NACIONAL DE LITURGIA

A Liturgia é simultaneamentea meta

para a qual se encaminha a acção da Igrejae a fonte

de onde promana toda a sua força.(SC 10)