ISSN 1984 INTRAEMPREENDEDORISMO EM UMA UNIDADE DE … · INTRAEMPREENDEDORISMO EM UMA UNIDADE DE...
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INTRAEMPREENDEDORISMO EM UMA
UNIDADE DE NEGÓCIOS DE VAREJO
DE UMA GRANDE INSTITUIÇÃO
FINANCEIRAS BRASILEIRA
Glacyanne Viana Nogueira (UFC Universidade Federal do Ceará)
Keysa Manuela Cunha de Mascena (UFC Universidade Federal do
Ceará)
SERAFIM FIRMO DE SOUZA FERRAZ (UFC Universidade
Federal do Ceará)
Geny Pontes Lima (UFC Universidade Federal do Ceará)
Marcia de Freitas Duarte (UFC Universidade Federal do Ceará)
Glacyanne Viana Nogueira (UFC Universidade Federal do Ceará)
Keysa Manuela Cunha de Mascena (UFC Universidade Federal do
Ceará)
SERAFIM FIRMO DE SOUZA FERRAZ (UFC Universidade
Federal do Ceará)
Geny Pontes Lima (UFC Universidade Federal do Ceará)
Marcia de Freitas Duarte (UFC Universidade Federal do Ceará)
Este estudo tem por objetivo avaliar o nível de consolidação das
práticas intraempreendedoras em uma unidade de negócios da Caixa
Econômica Federal, na perspectiva dos seus empregados. Para melhor
caracterizar os resultados do estudo obtidoos por meio da estatística
descritiva, foram realizados recortes transversais em nível (1) das
funções ocupacionais das pessoas que desenvolvem atividades na
referida unidade de negócio; e (2) do tempo de serviço desses
empregados. Em termos metodológicos trata-se de pesquisa descritiva
e de campo, em abordagem quantitativa, na modalidade survey. Com
esse intuito, utilizou-se modelo diagnóstico de intra-empreendedorismo
proposto por Lima (2009) para organizações bancárias de varejo,
5, 6 e 7 de Agosto de 2010 ISSN 1984-9354
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constituído por 32 práticas intra-empreendedoras levantadas em
pesquisa teórica em profundidade e agrupadas nas dimensões da
gestão estratégica, da gestão de pessoas e dos processos
organizacionais. Referidas práticas constituíram um questionário
fechado, estruturado segundo a escala Likert. O estudo estabeleceu
como população os 47 empregados lotados na agência Alfa da Caixa
Econômica Federal, situada na cidade de Fortaleza, com retorno de 43
questionários. A coleta de dados realizou-se em novembro de 2009. A
análise dos resultados sugere um nível médio tendendo para baixo de
desenvolvimento e consolidação do modelo intra-empreendedor na
unidade de negócios estudada. A apreciação transversal dos dados por
meio da análise de variância ANOVA confirma esses resultados, não
indicando diferenças significativas das referidas práticas nas
perspectivas das funções ocupacionais e do tempo de serviço dos
empregados, configurando estado de homogeneidade. Embora a
generalização dos resultados não seja possível a partir de um uma
única unidade de análise, não e impertinente cogitar que, por força dos
instrumentos normativos e de regulação operacional e cultural, a
unidade de negócios reproduza o conjunto das agências da Instituição
que atuam em varejo em todo o Brasil.
Palavras-chaves: Intra-empreendedorismo, Empreendedorismo
corporativo, Modelo de gestão intra-empreendedor , Instituições
financeiras.
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1. Introdução - As contribuições do empreendedorismo para a análise organizacional e a
Administração constituíram campo fértil no último quarto de século. A mitológica influência
do empreendedor sobre a condução dos negócios e sobre os padrões culturais de uma
organização mantém-se forte até hoje, embora seja igualmente percebida, no plano
organizacional, a ruptura que em geral se opera entre as características empreendedoras da
personalidade e no que se transforma a organização no passar do tempo, em uma perspectiva
de ciclo de vida. Nesse contexto, a energia empreendedora que nutriu a pequena organização
tende a diluir-se pela ação da especialização funcional, da hierarquização e do fator
comunicacional, mesclado aos controles e à burocracia.
É verdade, entretanto, que o vigor das contribuições do empreendedorismo
marshalliano para o desenvolvimento e a mudança organizacionais se consolidou, nos últimos
anos, como também floresceram as proposições que visavam manter ou restaurar o vigor
empreendedor das organizações de médio e grande portes, como alternativa de ação em
mercados competitivos. O modelo de gestão intra-empreendedor, também conhecido pela
locução empreendedorismo corporativo, constitui um conjunto de conceitos e práticas
orientados por uma filosofia central baseada nos princípios do empreendedorismo, no que
Oliveira (2006) descreveu como um processo estruturado, interativo e consolidado de práticas
de planejamento e organização, direção e avaliação de resultados baseados na inovação e nas
iniciativas agregadoras de valor por parte dos empregados, com vistas ao crescimento e ao
desenvolvimento sustentado da organização. Ao constituir um modelo de gestão, as referidas
proposições se fizeram por combinações particulares nos campos das estratégias, dos
processos e da gestão de pessoas.
O conceito de intra-empreendedorismo ou intrapreneurship, originalmente atribuído a
Gifford Pinchot (PINCHOT III,1989), deriva-se do termo empreendedorismo tradicional,
associando a inserção competitiva empresarial pela via dos processos de inovação internos de
produtos, serviços e de processos. Com o passar do tempo, o termo passou a incorporar a
noção de uma competência organizacional coletiva fundamentada em processos mais amplos
de identificação, desenvolvimento, captura e implementação de oportunidades de negócios
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(DORNELAS, 2003). Finalmente, Hisrich e Peters (2004) e Hashimoto (2006) enxergam o
intra-empreendedorismo em uma concepção ainda mais ampla da gestão moderna relacionada
com a ação empresarial em ambientes de elevada competição, o que inclui a ação das pessoas
sobre os processos de trabalho ou qualquer outra ação que tenha impacto sobre os resultados
organizacionais e sustentem diferenciais competitivos. Em vista disso, Ferraz (2008) sintetiza
complementando que o intra-empreendedorismo representa uma configuração organizacional
emergente, adaptada para atuação em ambientes de alta competitividade e dinamicidade,
como elemento de sustentação de vantagens competitivas. Nesse sentido, constitui-se como
um modelo de gestão ou uma configuração organizacional onde a gestão por resultados, a
participação e a inovação são fundamentos de base.
Este estudo teve por objetivo geral avaliar o nível de consolidação das práticas intra-
empreendedoras em uma unidade de negócios varejista de grande porte da Caixa Econômica
Federal, na perspectiva dos seus empregados. A expectativa era que o fenômeno intra-
empreendedor pudesse ser capturado não apenas em uma perspectiva ampla do conjunto de
empregados lotados na unidade tomada como amostra, mas também em nível (1) das funções
ocupacionais das pessoas que desenvolvem atividades nessas unidades de negócios, que, em
tese, prescrevem níveis diferenciados de autonomia e de responsabilidades aos atores; e (2) do
tempo de serviço desses empregados, pela possível relação das práticas intra-empreendedoras
com a experiência e a maturidade profissionais.
2 O modelo de gestão intra-empreendedor - Um modelo de gestão constitui,
segundo Ferraz (2008), um conjunto articulado de elementos de gestão que caracterizam o
funcionamento de uma organização, proporcionando uma configuração organizacional
particular relativamente estável em um determinado momento, levando em conta o nível de
desenvolvimento da mesma e os padrões concorrenciais dos setores e mercados em que atua.
O modelo de gestão constitui-se por propósitos (visão, missão, negócio e valores), por
processos e técnicas de trabalho, por comportamentos e dinâmicas laborais, além de padrões
de relacionamentos interpessoais que sustentam a contribuição do elemento humano para os
resultados de uma organização. Dessa forma, um modelo de gestão representa a base
filosófica, conceitual e instrumental de uma organização em um determinado momento. Para
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o mesmo autor, há modelos mais ou menos efetivos, podendo os mesmos serem apreendidos e
descritos em suas características e propósitos.
Os elementos característicos de um tipo ideal de organização intra-empreendedora,
que constitui o modelo de gestão intra-empreendedor, podem ser agrupados em três
dimensões: a dimensão da gestão estratégica; a dimensão da gestão de pessoas; e a dimensão
dos processos de trabalho.
2.1 A dimensão gestão estratégica - Hunger e Wheelen (2002) definem a gestão
estratégica como o conjunto de decisões e ações estratégicas que determinam o desempenho
de uma organização com vistas no longo prazo. Inclui uma criteriosa análise dos ambientes
interno e externo, e a maneira como a formulação e a implementação estratégicas se
processam. Nesse sentido, a avaliação de resultados assume importância capital, não apenas
pela relação evidente com os padrões de participação dominantes, mas sobretudo por
evidenciar a maneira como os controles são exercitados na organização.
Para efeito de suporte conceitual deste estudo, a dimensão Gestão Estratégica aglutina
características e práticas relacionadas ao nível macro organizacional e estratégico. Esta
dimensão visa identificar as práticas que a organização adota para fins de planejamento
estratégico, verifica se essas práticas acontecem de forma participativa no âmbito
organizacional e examina se a organização instrumentaliza de modo com eficácia e
suficiência o acompanhamento de resultados. A dimensão gestão estratégica desdobra-se em
três perspectivas: da estratégia empreendedora; dos processos decisórios; da liderança e da
comunicação.
2.1.1 A perspectiva da estratégia empreendedora - Mintzberg (2001) sustenta que
as estratégias empreendedoras determinam a direção geral de um empreendimento em
ambientes instáveis e contextos de mudanças descontínuas e imprevisíveis. Em uma
compreensão clássica, as estratégias empreendedoras são desenvolvidas pelo próprio
empreendedor com base na sua capacidade de julgamento, na intuição, sabedoria e
experiência. Harrison (2005), entretanto, relativiza esse entendimento explicando que apenas
em organizações pequenas é que o empreendedor atua como único estrategista. Na medida em
que a organização cresce, uma equipe da alta gerência absorve parte essencial desse processo.
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Nesse contexto, Dornelas (2003) considera essencial o total comprometimento do alto
escalão da organização com uma concepção que estimule a ação empreendedora, com foco no
“fazer diferente”.
Neste estudo, a perspectiva Estratégia Empreendedora objetiva identificar se as
estratégias e as práticas organizacionais são convergentes com o intra-empreendedorismo.
Esta perspectiva refere-se às regras e às diretrizes a serem seguidas pela organização no
processo de desenvolvimento e formação da visão de futuro.
2.1.2 A perspectiva do processo decisório, da participação e da liderança -
Hitt, Miller e Collela (2007, p. 288) consideram a tomada de decisões estratégicas uma das
principais atribuições dos gestores de primeiro escalão. Essas decisões se desdobram de alto-
a-baixo, chegando aos gestores das unidades de negócios e aos indivíduos que nela trabalham.
Sabe-se que a autonomia no trabalho ocupa uma posição central no âmbito dos fatores de
motivação para o trabalho. No modelo intra-empreendedor, a autonomia da base operacional
tende a ser maximizada, sendo o debate e a exposição de idéias elemento primordial de
controle e compartilhamento. Para Pinchot III (1989), os colaboradores com perfil intra-
empreendedor precisam de autonomia para tomar decisões ou, alternativamente, estarem
muito próximos do escalão decisor.
De acordo com Hashimoto (2006), as decisões mais importantes no mundo
corporativo atual são tomadas com base em estudos de mercado e de tendências. Apesar
disso, as análises se tornaram mais complexas em decorrência da abundância e da velocidade
das informações, em concomitância com o encurtamento do tempo para a tomada de decisões.
Em conseqüência, a valorização das competências empreendedoras relacionadas com a
tomada de decisão ad hoc ou apoiadas na subjetividade dos instintos, das percepções e da
sensibilidade passaram por expressiva valorização por aportarem maior velocidade às
decisões.
Autonomia é atribuição de liderança, pelo apoio aos processos negociais mais fluidos,
pela aposta em processos estratégicos mais participativos, da reconfiguração dos mecanismos
de controle, no desbloqueio de canais de comunicação em todos os níveis e, finalmente, na
determinação de implantar mecanismos mais ousados de reconhecimento e de incentivos. Em
outra perspectiva, Dornelas (2003) distingue a liderança que se afirma pela capacidade de
identificar oportunidades de mercado, de identificar pontos de mudança e de melhorias que
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renovam a organização. As duas concepções de lideranças se fazem presentes no modelo
intra-empreendedor.
A perspectiva Processo Decisório, da Participação e da Liderança procura destacar a
importância da tomada de decisão na gestão empreendedora, sobretudo no estímulo à
participação e no incentivo à realização de negócios pelos empregados, ao lado da valorização
das contribuições de melhoria e da disponibilização de informações negociais para uma
gestão mais efetiva.
2.1.3 A perspectiva da comunicação - A comunicação organizacional, para
Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999, p.246), é “o processo específico segundo o qual a
informação se desloca produzindo processos de troca através da organização e entre a
organização e o seu ambiente”, seja pela estrutura formal ou pelos canais informais. Em
termos de direção, a comunicação pode ser ascendente, descendente ou lateral. No modelo
intra-empreendedor, a criação de barreiras ao fluxo comunicacional e de informações
constitui problema central, sobretudo se desestimulam negócios potenciais, potencializam
riscos ou alienam o elemento humano. Adicionalmente, Pinchot e Pellman (2004) e Hartman
(2006) destacam a centralidade dos fluxos comunicacionais para que as pessoas se apropriem
dos propósitos organizacionais (visão, missão, valores e negócios), compreendam estratégias,
objetivos e metas organizacionais. Bom Ângelo (2003) acrescenta a importância da
comunicação para que o indivíduo se aproprie das necessidades, das potencialidades e das
limitações da organização.
Neste estudo, a perspectiva Comunicação Para a Gestão de Resultados busca verificar
se a organização disponibiliza ferramentas de gestão eficientes, disponibilizando informações
contextuais, de metas e avaliação de resultados individuais e organizacionais em caráter
permanentes. Nesse sentido, a comunicação contribui para a mobilização por resultados e no
suporte informacional à tomada de decisões.
2.2 A dimensão gestão de pessoas - Esta segunda dimensão é definida por Dutra
(2006, p. 17) como “um conjunto de políticas e práticas que permitem a conciliação de
expectativas entre a organização e as pessoas para que ambas possam realizá-las ao longo do
tempo”. Por constituir as relações de trabalho, as referidas práticas constituem a maneira mais
direta de atuação sobre comportamentos e motivações. Assim, é por meio dos subprocessos
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tradicionais da gestão de pessoas que a organização comunica e os indivíduos percebem a
maneira pela qual devem lidar com o risco e os níveis de tolerância com as falhas.
Neste estudo, a dimensão Gestão de Pessoas identifica os padrões da organização do
trabalho, as estrutura de cargos, funções e carreiras, os focos do recrutamento e da seleção,
das prioridades da capacitação, das prioridades ressaltadas pelas avaliações de desempenho e
do que está relacionado com a apreciação da remuneração e da alocação de recompensas
objetivos e subjetivos. No modelo intra-empreendedor todos esses subprocessos são
estruturados para reforçar a capacidade empreendedora dos empregados.
2.2.1 A perspectiva das competências intra-empreendedoras - Conforme Fleury
e Fleury (2000, p. 2), competência vem a ser o conjunto de conhecimentos, habilidades,
atitudes que determinam o desempenho no trabalho. As habilidades intra-empreendedoras,
podendo ser descritas e priorizadas nas ações de recrutamento, de seleção e de capacitação
tem importante contribuição para a estabilização de uma força de trabalho intra-
empreendedora e a constituição de uma competência coletiva dessa natureza.
Para Bom Ângelo (2003), os intra-empreendedores possuem perfil peculiar, tendendo
a serem comprometidos com a inovação. Eles apreciam a propositividade, aportam sugestões,
mantém atentos para as oportunidades, sem perda da racionalidade. Dornelas (2005), por
outro lado, enfatiza habilidades intra-empreendedoras em uma concepção técnica, outra
gerencial e uma terceira relacionada com características pessoais. As habilidades técnicas
envolvem saber ouvir, captar e organizar informações e perceber oportunidades. As
habilidades gerenciais incluem o gerenciamento dos riscos e a liderança para favorecer
resultados coletivos. Por fim as habilidades pessoais incluem a autodisciplina, a postura
pessoal diante da incerteza, a propensão à inovação, a orientação para as mudanças, a
persistência e a resiliência.
Nesta pesquisa, a perspectiva Competências Intra-empreendedoras objetiva verificar
se as ações organizacionais destinadas a atrair, reter e motivar intra-empreendedores estão
sendo adequadamente conduzidas. Para isto, as competências empreendedoras precisam
constar nas descrições de cargos e perfis de competências para orientar todos os processos de
gestão de pessoas, em particular o recrutamento e a seleção, a gestão de carreiras e a
capacitação que favorece e determina o ritmo de progressão e promoção dos indivíduos que
possuem atributos intra-empreendedores.
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2.2.2. A perspectiva da carreira e da gestão de desempenho - Milkovich e
Boudreau (2006, p. 294) definem carreira como “a seqüência evolutiva das experiências
profissionais de uma pessoa no decorrer do tempo”. Carreiras empreendedoras, para Filion
(2000), Pinchot III (1989) e Hashimoto (2006), representavam em passado recente possuir um
negócio próprio. Atualmente, as competências empreendedoras surgem como elementos
definidores de uma trajetória de longo prazo, constituindo elementos de mobilidade horizontal
e vertical ao abrigo de uma organização que valoriza a tolerância ao risco e a emergência de
inovações no plano dos produtos, dos serviços e dos processos. Nesse sentido, a principal
contribuição do sistema de carreira e estabilizar o contingente humano portador de
competências intra-empreendedoras.
A avaliação de desempenho seria, nesse contexto, o elemento operador da mobilidade
e da renovação organizacional. Para Milkovich e Boudreau (2006), a avaliação de
desempenho seria o mecanismo de gestão pelo qual o desempenho nos atributos intra-
empreendedores seriam medidos, ajustados e redistribuídos, em benefício da capacidade
organizacional e da satisfação dos indivíduos.
Neste estudo, a perspectiva da Carreira e da Gestão do Desempenho busca identificar
se a organização tem um plano de encarreiramento e operacionaliza políticas de avaliação de
desempenho que favoreçam o intra-empreendedorismo. Nessas bases, visa também conferir se
o sistema é utilizado como instrumento de promoção, de demissão ou de desclassificação de
colaboradores, segundo os atributos que busca reunir e reforçar.
2.2.3 A perspectiva da remuneração - Para Dutra (2006), a remuneração representa a
contrapartida econômica e/ou financeira pelo trabalho realizado. Milkovich e Boudreau
(2006) acrescentam ao retorno financeiro os serviços e os benefícios intangíveis que os
empregados recebem como contrapartida à relação de trabalho, com o objetivo de melhorar a
produtividade, a qualidade do trabalho e a satisfação dos empregados, controlando margens e
proporcionado tratamento justo e eqüitativo às pessoas.
Em uma organização intra-empreendedora, Hashimoto (2006) sugere o isolamento das
estruturas tradicionais de remuneração, aportando formas remuneratórias que premiem a
agregação de valor e o comprometimento organizacional. O mesmo autor (2006) prescreve
formas de reconhecimento pelos esforços especiais e iniciativas inovadoras. Sugere ainda
desvincular a remuneração do sucesso financeiro e comercial de curto prazo, já que uma
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parcela ponderável das iniciativas intra-empreendedoras são viabilizadas no médio e no longo
prazos. No sentido comum, entretanto, a relação da remuneração com o modelo de gestão
intra-empreendedor se dá pela relação que se estabelece entre remuneração total,
competências intra-empreendedoras e resultados organizacionais. Nesse sentido, a capacidade
de relacionar ganhos e perdas organizacionais às ações individuais reside no centra das
competências intra-empreendedoras. Para isto, a organização precisa ser capaz de
proporcionar um mix remuneratório constituído de bonificações salariais, por esquemas de
participação em lucros ou societária.
Nesta pesquisa, a perspectiva Remuneração objetiva verificar se a organização tem um
sistema de remuneração com metas claras e negociadas privilegiando a expansão de produtos,
serviços e mercados, além da inovação e melhoria contínua, com compartilhamento de
resultados.
2.3 A dimensão processo de trabalho - A terceira dimensão diz respeito à maneira
como o trabalho se realiza. Para Dornelas (2003), a identificação, a avaliação e a exploração
de oportunidades constituem fundamento do modelo intra-empreendedor. Assim, a alocação
de recursos pela organização para que o empregado desenvolva oportunidades por ele
identificadas seria outro aspecto importante.
Dornelas (2003) defende ainda que a intensidade do fenômeno intra-empreendedor
está relacionada com a incidência combinada dos fatores inovação, propensão para assumir
riscos e a proatividade, ao lado da constituição de uma rede interna de empreendedores
corporativos que ampliem a fluidez do trabalho.
Dessa maneira, é pertinente perceber que o intra-empreendedorismo deve perpassar e
integrar como fundamento toda a organização, em bases permanentes e não episódica. Uma
organização intra-empreendedora não se realiza pela ação isolada de grupos. Tem a ver com a
maneira de operar de todos que compõem a organização.
Neste estudo, a dimensão Processo de Trabalho refere-se à forma como o trabalho se
desenvolve em uma organização. Nesta dimensão são estudados aspectos como autonomia
dos profissionais, a receptividade à inovação, o trabalho em equipe, a gestão de risco e a
assimilação dos erros. Esta dimensão desdobra-se nas perspectivas Atuação negocial e
Ambiente de trabalho (clima favorável à inovação e melhoria contínua).
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2.3.1 A perspectiva visão negocial - A exemplo dos empreendedores tradicionais, os
intra-empreendedores são visionários e propensos à ação, motivados pelo domínio das
variáveis de mercado e pela manipulação do risco aceitável pela organização (HASHIMOTO,
2006). Para Dornelas (2003), no ambiente intra-empreendedor as pessoas são encorajadas a
agir como tal, enquanto a organização provê recursos e tempo por perceberem ser esse
procedimento o mais vantajoso.
Nesse sentido, a autonomia se mostra combinada com a percepção da oportunidade,
seja nas relações negociais propriamente ditas, seja nos processos internos, onde a capacidade
do empregado perceber ganhos e perdas sistêmicos é essencial. Assim, a visão negocial –
interna ou externa – se mostra associada aos riscos, sendo natural que algum tipo de margem
ou de escala de riscos se imponha para parametrizar decisões e gerenciar riscos. No âmbito
corporativo, a autonomia é exercida na organização das jornadas diárias do sujeito, ao sabor
das oportunidades e da conveniência dos clientes. O acesso às informações relevantes
contribui para a autonomia de decisão, juntamente com a possibilidade de incorrer em
despesas para realizar oportunidades. Hashimoto (2006) chega a indicar o recurso à
flexibilização do trabalho e políticas remuneratórias que dêem conta da exposição aos riscos a
que o sujeito fica exposto.
Nesta pesquisa, a perspectiva Atuação Negocial objetiva verificar se a organização dá
autonomia aos empreendedores para desenvolver relacionamento com clientes e fontes
externas de inovação e de melhoria, mas, sobretudo poder de decisão para fechar negócios,
criar e melhorar produtos, serviços e processos. Inclui também a capacidade instrumental da
organização de gerir riscos e margens de lucros.
2.3.2. A perspectiva do ambiente de trabalho - Trata-se, aqui, da existência de um
clima favorável à inovação e à melhoria contínua, no âmbito organizacional. Para Hashimoto
(2006), a condição do ambiente interno é relevante porque inovar ainda é um processo difícil
e incerto, sendo necessário haver um clima organizacional que favoreça o empregado em
novas proposições. Dessa maneira, o apoio da alta administração se faz necessária, ao lado da
sustentação dos mecanismos de reforço e de incentivo. Esse conjunto de condições não pode
deixar de se refletir no clima e nas disposições das equipes e também no relacionamento entre
empregados e seus superiores hierárquicos.
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Neste estudo, a perspectiva Ambiente de Trabalho (clima favorável à inovação e
melhoria contínua) tem o objetivo de verificar se a organização adota mecanismos que
estimulam os empreendedores a criar, desenvolver e melhorar produtos e serviços, trabalhar
em equipe. Esta perspectiva também tem o propósito de identificar se a organização
disponibiliza recursos financeiros, materiais, físicos, tecnológicos e de pessoal para uma
inovação rápida e eficaz. Tem o intuito também de verificar se a empresa comemora e dá
publicidade às inovações e aos negócios relevantes, bem como a forma como a mesma lida
com os erros cometidos durante o processo de inovação.
3 Metodologia - Este estudo classifica-se como descritivo, por expor características de
determinada população, frente a um conjunto de variáveis que caracterizam o intra-
empreendedorismo.
Quanto aos meios, trata-se de uma pesquisa de campo de natureza quantitativa, na
modalidade survey. De acordo com Babbie (2005), referido método busca obter dados ou
informações quantitativas sobre peculiaridades, ações ou opiniões de determinado grupo de
pessoas, indicado como representante de uma população alvo, por meio de um instrumento de
pesquisa ou questionário. No caso, estabeleceu-se como espaço amostral uma agência
bancária da Caixa Econômica Federal na cidade de Fortaleza, classificada internamente como
agência de nível 1, categoria atribuída a agências de maior porte. Optou-se por abordagem
censitária dos 47 empregados: integrantes da carreira operacional de base (escriturários),
caixas, assistentes administrativos e de negócios, técnico de fomento, avaliador de penhor,
gerentes de relacionamento e de atendimento, além do gestor da unidade. A coleta de dados
por meio de questionário fechado em papel, foi empreendida entre os dias 02 e 20 de
novembro de 2009, tendo sido obtido o retorno de 43 questionários, ou 91,5% do total. Esse
nível de retorno caracteriza uma amostra relevante, já que a elaboração de cálculos amostrais
probabilísticos evidencia uma amostra com 95% de confiança e uma margem de erro de 3%
(LEVINE; BERENSON; STEPHAN, 2000).
Como instrumento de coleta, foi utilizado o Questionário Intra-empreendedorismo em
Instituições Financeiras, produzido no âmbito do grupo de estudos sobre intra-
empreendedorismo, submetido a teste e validado em estudo junto a cerca de 500 empregados
de um banco estatal de varejo (LIMA, 2009). O questionário compôs-se por 34 itens de
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verificação do conjunto de medidas caracterizadoras do fenômeno intra-empreendedor,
bibliográfica e conceitualmente estabelecidas. A validação fatorial de 32 desses itens ou
medidas do fenômeno em estudo permitiu identificar oito variáveis latentes ou construtos
componentes do modelo, denominados neste estudo de perspectivas que, por sua vez, foram
agrupados em categorias mais gerais denominadas dimensões: a dimensão da gestão
estratégica; a dimensão da gestão de pessoas; e a dimensão dos processos de trabalho do
Banco. Esses procedimentos guardam coerência com Hair et al (2005) que explica que as
hipóteses subjacentes à análise fatorial são mais conceituais do que estatísticas. Dessa forma,
resta ao pesquisador assegurar que os fatores extraídos são conceitualmente válidos.
Assim sendo, a análise estatística dos 32 itens de verificação ou medidas validadas
pela análise fatorial permitiu construir modelo analítico estruturado em três níveis, detalhados
nas seções teóricas deste artigo:
1. Da dimensão gestão estratégica, desdobrada em três perspectivas: da estratégia
empreendedora; do processo decisório, da participação e da liderança; da comunicação para a
gestão de resultados. Estas perspectivas reúnem 12 itens de verificação ou medidas do
fenômeno intraempreendedor.
2. Da dimensão gestão de pessoas, que se desdobra em três perspectivas: das competências e
atributos intra-empreendedores da força de trabalho; das premissas da gestão de carreiras e da
avaliação de desempenho; e do sistema de recompensas. Na base do modelo, constam 10
medidas ou itens de verificação.
3. Da dimensão processo de trabalho, que está desdobrada em duas perspectivas: da Atuação
negocial – interna e externa; e da ambiência de trabalho (clima favorável à inovação e
melhoria contínua). Sustentando as variáveis latentes inserem-se 10 itens de verificação ou
medidas.
Ressalte-se, adicionalmente, que os itens de verificação, medidas ou assertivas foram
dispostas em uma escala do tipo Likert, onde o respondente podia escolher um entre cinco
níveis de concordância ou discordância (nunca, eventualmente, freqüentemente, sempre e não
se aplica), correspondendo a práticas intra-empreendedoras cotejadas da literatura específica.
Os dados coletados foram tratados estatisticamente através do software Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS 15.0), sendo analisados em um primeiro momento por
meio da estatística descritiva com freqüências, médias e, finalmente, testes de comparação de
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médias através da análise de variância (ANOVA), visando verificar a existência ou não de
diferenças significativas nos recortes em questão. Neste estudo, que utiliza uma significância
de 5% ou 0,05, as médias serão consideradas significativamente diferentes quando o p-valor
for menor do que a significância e tiver como suposições que as populações seguem uma
distribuição normal, possuem as mesmas variâncias e que as amostras são aleatórias e
mutuamente independentes (VIEIRA, 1969).
4. Análise dos resultados
4.1 Caracterização do Banco Alfa e dos respondentes - A Caixa Econômica
Federal é uma instituição financeira criada sob a forma de empresa pública. Ao longo se sua
história, a Caixa cresceu e se desenvolveu, diversificando sua missão e ampliando sua área de
atuação. Hoje, a Caixa é o principal agente do Sistema Financeiro da Habitação e órgão-chave
na execução das políticas federais de desenvolvimento urbano, habitação, saneamento básico
e de crédito educativo. Além, disso, realiza atividades características de banco comercial e
operações de penhor.
Quanto ao porte, a empresa é o maior banco público da América Latina. A Caixa
possuía, ao final de 2008, 51,8 milhões de contas. A Caixa ocupa a quarta posição no ranking
de administradores de fundos de investimento na ANBID (Associação Nacional dos Bancos
de Investimento), com 6,8% de participação no mercado e manteve em 2008 o Rating MQ1,
nota máxima dada às instituições que administram fundos pela Agência Moody´s Investors
Service América Latina (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2008).
Os mercados de atuação da Caixa são pessoa física, pessoa jurídica privada e pública,
que se subdivide em poderes Judiciário e Executivo/Legislativo. Para o mercado pessoa física,
a Caixa define os segmentos com base nos critérios de renda e/ou volume de negócios, o que
for maior. No mercado de pessoa jurídica privada, a Caixa considera o porte das empresas que
é definido pelo faturamento bruto anual. Para a segmentação do mercado pessoa jurídica
pública, a Caixa baseou-se nos critérios de interdependência entre os poderes e da autonomia
dos entes federados – União, Estados e Municípios.
Para a realização desta pesquisa preliminar, optou-se por constituir população,
abordando de maneira censitária todos os 47 empregados da Agência Alfa, do que foi botido
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retorno de 43 respondentes, cuja distribuição nos cargos mostra que a maioria dos
respondentes exerce funções operacionais, em conformidade com a Tabela 01.
Tabela 01 – Quantidade de respondentes por função
Função Quant.
Respond. %
Gerente geral 1 2.3
Gerente de relacionamento 4 9,3
Assistente de negócios 2 4,7
Assistente administrativo 2 4,7
Escriturário/TBN 18 41,9
Gerente de atendimento 1 2,3
Técnico de fomento 2 4,7
Avaliador de penhor 3 7,0
Caixa 10 23,3
Total 43 100,0
Fonte: Pesquisa dos autores
A distribuição de freqüência de respondentes por tempo de serviço, utilizada em
análise transversal dos dados, é apresentada na Tabela 02.
Tabela 02 – Tempo de serviço na empresa
Tempo de serviço Qtde %
0 a 3 anos 2 4,7
3,1 a 6 anos 7 16,3
6,1 a 10 anos 3 7
10,1 a 20 anos 9 20,9
Acima de 20 anos 22 51,2
Total 43 100,0
Fonte: Pesquisa dos autores
Evidencia-se, por meio da Tabela 02 que a maior parte dos respondentes tem
prolongado tempo de serviço na empresa.
4.2 Escala de classificação e resultados gerais - A freqüência das alternativas
utilizadas no instrumento de coleta de dados (nunca, eventualmente, freqüentemente, sempre),
ponderada pela escala respectiva de 0 a 3 produziu escores por item de verificação que
retratam o nível de desenvolvimento percebido pelos empregados das práticas intra-
empreendedoras. Referidos resultados foram, finalmente, aglutinados por meio das médias
aritméticas dos itens de verificação abrigados em cada perspectiva, conforme consta na
Tabela 03, abaixo, e conceitualmente desenvolvidos nas seções teóricas deste artigo. Para a
classificação de resultados, utilizou-se a referida escala, em conformidade com as
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delimitações indicadas na Figura 1, que correspondem ao baixo, ao médio e ao elevado nível
de desenvolvimento de práticas intra-empreendedoras, sendo cada uma dessas classificações
indicadas como negativas ou positivas, de acordo com as suas localizações em torno da média
de cada categoria de desenvolvimento de práticas. Assim sendo, para cada classificação
inicial, qualificam-se os resultados finais das médias como tendendo ao baixo, ao médio ou ao
elevado, conforme seja.
Baixo (-) Baixo (+) Médio (-) Médio (+) Elevado (-) Elevado (+)
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Figura 1 - Escala de mensuração
Fonte: Adaptado de Lima, 2009, p. 133
Cumpre lembrar que os itens de verificação ou variáveis correspondem ao estado da
arte da noção de intra-empreendedorismo, na perspectiva dos empregados lotados nas
unidades de negócios, elaborado por Lima (2009).
4.3 Análise geral da amostra da Agência Alfa - Para o conjunto dos 43
respondentes distribuídos em funções distintas e com tempo de serviço explicitados nas
tabelas 01 e 02, respectivamente, os resultados podem ser visualizados na tabela 03 sem
qualquer segmentação:
Tabela 03 – Média geral das perspectivas da Agência Alfa
Perspectivas Escores
1.1 Estratégia empreendedora 0,81
1.2 Processo decisório, participação e liderança 1,43
1.3 Comunicação para gestão de resultados 1,81
Média da dimensão gestão estratégica 1,35
2.1 Competências e atributos intra-empreendedores 1,15
2.2 Carreira e avaliação de desempenho 1,50
2.3 Remuneração 0,66
Média da dimensão gestão de pessoas 1,10
3.1 Atuação negocial 1,42
3.2 Ambiente de trabalho (clima favorável à inovação e melhoria
contínua)
1,05
Média da dimensão processos de trabalho 1,24
Média Geral 1,23
Fonte: Pesquisa dos autores
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A pontuação geral de 1,23 obtida na amostra permite classificar o grupo de unidades
em análise como nível médio (-) de desenvolvimento do modelo de gestão intra-
empreendedor, inclinando-se para o baixo padrão na escala considerada. Entretanto, essa
classificação não se apresenta de maneira uniforme nas perspectivas de análise que compõem
o modelo de avaliação. Importante levar em conta também que os escores e as suas variações
em torno dos pontos absolutos e médios da escala devem ser considerados como indicativos e
não como elementos precisos de classificação face às limitações do método quantitativo
aplicado às variáveis subjetivas. Dessa maneira, um escore ligeiramente superior ou inferior a
um ponto da escala não pode conduzir a classificações taxativas.
Dessa maneira, na dimensão da gestão estratégica, a perspectiva comunicação para
gestão de resultados, com uma pontuação 1,81 revela um médio nível de desenvolvimento,
tendendo a elevado, tomando por base os sistemas e processos que proporcionam acesso dos
empregados aos dados corporativos. Esse fato parece anulado, entretanto, pelo
desenvolvimento inferior de estratégias empreendedoras claras. Na mesma dimensão, a
perspectiva processo decisório, participação e liderança, com escore de 1,43 [Médio tendendo
a baixo], sugere a existência de práticas de liderança em nível local, que favorecem a
participação, a acessibilidade e o compartilhamento de decisões, sem um mais intenso
impacto sobre os comportamentos intra-empreendedor. Esse resultado parece compatível com
as práticas da empresa em estudo que privilegia as instâncias colegiadas de participação e de
liderança, contrariando, aparentemente, Pinchot III (1989) que julga importante delegar
poderes e poder de decisão aos indivíduos.
Em contrapartida, é na dimensão gestão de pessoas que o composto de resultados
aparece em menor nível de desenvolvimento. Se em nenhuma das perspectivas registra-se
desenvolvimento intenso, é justamente nas práticas de remuneração que se evidencia a mais
baixa contribuição (escore de 0,66), um dos fundamentos mais relevantes do modelo intra-
empreendedor da perspectiva gestão de pessoas, tomado de maneira isolada ou em suas
influências sobre as demais. Nesse sentido os resultados se mostram incoerentes com a visão
de Hisrich e Peters (2004) que ressaltam a gestão de pessoas como elemento propulsor dos
comportamentos intra-empreendedores.
Por fim, a dimensão processos de trabalho situa-se em nível médio da escala, também
tendendo a baixo, sugerindo um desenvolvimento tênue de uma ambiência geral que enfatiza
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resultados, a assunção dos riscos e a inovação. Esse escore, em seu conjunto, pode indicar a
prevalência de uma autonomia exercitada no limite de margens negociais pré-estabelecidas e
com relativamente limitadas. Dessa maneira, a organização tomada como objeto de estudo
contraria o pensamento de Dornelas (2003) e Hashimoto (2006) que corroboram que, no
ambiente empreendedor, as pessoas devem ser encorajadas a agir como tal, para tanto as
organizações devem disponibilizar-lhes tempo e recursos, além de dar autonomia de decisão e
ação para os empreendedores e sua equipe.
Na síntese geral, não são evidenciadas, no conjunto, práticas intra-empreendedoras
inequívocas e consistentes no conjunto de unidades tomada como objeto de estudo. Uma
análise tendencial poderia, entretanto, evidenciar o desenvolvimento dessas práticas face à
competição que se verifica no mercado financeiro nacional e a consolidação de práticas que
favorecem o intra-empreendedorismo, implantadas em ciclos de mudanças sucessivos pelos
quais passaram essas organizações nos últimos quinze anos, sobretudo os bancos da categoria
economia mista.
O recorte longitudinal, entretanto, não foi trabalhado neste estudo. Na falta deste, esta
pesquisa buscou perceber nuanças internas aos ambientes das unidades de negócios que
podem qualificar melhor o fenômeno intra-empreendedor. Por essa razão foi empreendida
uma avaliação em recorte duplo das funções exercidas e do tempo de serviço. Nos recortes
analíticos empreendidos, utilizou-se da análise de variância ANOVA para testar se há
diferenças significativas entre as médias das referidas categorias ou recortes. Nestes, utiliza-se
das seguintes convenções nas Tabelas 04 e 05:
EE – Perspectiva das estratégias empreendedoras.
PDPL – Perspectiva dos processos decisórios e liderança.
CGR– Perspectiva da comunicação para a gestão de resultados.
CAI – Perspectiva das competências e atributos intra-empreendedores.
CAD – Perspectiva da carreira e da avaliação do desempenho.
R – Perspectiva das recompensas.
AN – Perspectiva atuação negocial.
AT – Perspectiva ambiente de trabalho (clima favorável à inovação e melhoria contínua).
GE – Dimensão gestão estratégica.
GP – Dimensão gestão de pessoas.
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PT – Dimensão processos de trabalho.
4.4 Análise do recorte função exercida pelas pessoas - O primeiro recorte avalia a
existência de diferenças significativas entre as práticas intra-empreendedoras dos ocupantes
das funções exercidas pelo que laboram nas unidades de negócios. Há a hipótese de que essas
diferenças são função do nível de complexidade e da relação com o meio externo, havendo
distinções entre níveis gerenciais, por exemplo, e operacionais, negócios e apoio. Para efeito
de análise de variância, foram excluídas as funções de gerente geral e gerente de atendimento
por haver em cada cargo apenas um respondente.
Tabela 04 - Análise de Variância ANOVA por função exercida Perspectiva EE PDPL CGR CAI CAD R AN AT GE GP PT F 2,272 2,356 12,23 0,27 0,892 4,131 4,233 2,321 6,795 1,63 3,436 p-valor 0,269 0,246 0,006* 0,528 0,277 0,917 0,382 0,088 0,036* 0,510 0,318 Fonte: Pesquisa dos autores
Efetivamente, a análise de variância ANOVA não registra distinções significativas (p-
valor inferior a 0,05) no conjunto de perspectivas que compõem a dimensão gestão estratégica
Em contrapartida, na dimensão gestão de pessoas e processos de trabalho não são registradas
diferenças significativas de médias. Uma análise mais cuidadosa desses registros indica que,
de uma maneira geral, referidas variações significativas ocorrem apenas entre as funções
gerenciais, de um lado, e as funções administrativas e operacionais, de outro, coerente, pois
com o nível de responsabilidade e de complexidade dessas funções. Dessa maneira, rejeita-se
a hipótese H1 que afirma haver diferenças significativas entre as funções/cargos. Este
resultado favorece a hipótese H0 que afirma a não existência de diferentes níveis de intra-
empreendedorismo para as diferentes funções.
4.5 Análise do recorte tempo de serviço - A análise do terceiro recorte objetiva
validar a hipótese de que existem diferenças significativas entre as médias obtidas sob a ótica
do tempo de serviço dos respondentes.
Tabela 05 – Análise de Variância ANOVA por tempo de serviço
Perspectiva EE PDPL CGR CAI CAD R AN AT GE GP PT F 2,589 1,176 8,098 1,068 1,008 1,429 3,293 2,836 5,150 0,787 3,754
p-valor 0,474 0,717 0,752 0,714 0,627 0,825 0,649 0,218 0,538 0,720 0,614
Fonte: Pesquisa dos autores.
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A análise de variância não registra variações significativas nas perspectivas que
compõem a dimensão gestão estratégica, gestão de pessoas e processos de trabalho. Em vista
disso, aceita-se a hipótese H0 de que não existem diferenças significativas entre as faixas por
tempo de serviço.
Esses resultados, conjugados aos resultados do recorte função exercida, parece sugerir
uma configuração mais coerente com uma organização tradicional – e não com uma
organização de modelo intra-empreendedor, até pela baixa significação geral das perspectivas
relacionadas com a gestão de pessoas e processos de trabalho.
5. Conclusões - Este estudo buscou avaliar o nível de consolidação das práticas intra-
empreendedoras em uma agência bancária da Caixa Econômica Federal, na perspectiva dos
seus empregados, em um contexto geográfico e temporal específico. A hipótese geral da
pesquisa é que a organização tomada como objeto de estudo é intra-empreendedora no plano
das dimensões modelo de gestão estratégica, gestão de pessoas e processos de trabalho.
O escore obtido (1,23) sugere um nível mediano, inclinando-se para baixo, de
desenvolvimento de práticas empreendedoras na Agência Alfa. Dessa maneira, é mais
pertinente classificar a referida unidade de negócios como portadora de práticas incipientes de
intra-empreendedorismo. Apenas uma avaliação longitudinal poderia contribuir para aferir
uma eventual tendência positiva, de estagnação ou regressão. A melhor qualificação dos
dados por meio da análise de variância tampouco assinala uma mais intensa incidência do
fenômeno nos recortes das funções e do tempo de serviço, indicando uma dinâmica virtuosa
em curso que no decorrer do tempo pudesse se espraiar por toda a organização. Novamente,
um estudo longitudinal se faz necessário para captar tendências, bem como o aumento da
população e de uma amostra mais ampla de funcionários de outras unidades de negócios que
pudesse caracterizar melhor o fenômeno. Nesse sentido, os resultados parecem indicar de
modo pouco conclusivo alguma diferença significativa nas práticas intra-empreendedoras
entre os ocupantes de função do tipo negocial, em detrimento do operacional. Isso indica que
empregados do nível negocial percebem que a empresa estabelece objetivos por meio da
gestão participativa, o que gera envolvimento e comprometimento; que a comunicação flui
dentro da organização nos sentidos ascendente e descendente e que dispõem de sistemas de
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monitoramento de metas. Por sua vez, os empregados do nível operacional como não têm
metas individuais são menos sensíveis às práticas intra-empreendedoras.
A percepção da maioria dos pesquisados é de que a estratégia corporativa não é
estabelecida com foco no empreendedorismo. A gestão da unidade decorre de uma gestão
participativa, no entanto, os superiores hierárquicos não oferecem o devido apoio para a
resolução de problemas. O alcance das metas norteia as ações de melhoria em produtos,
processos e serviços. As metas são definidas para a agência e os empregados não possuem
sistemas que mensurem sua participação nos resultados.
Quanto aos subprocessos de RH, os empregados consideram de um modo geral que a
os eventos de capacitação não abordam o desenvolvimento de competências de prospecção e
de realização de negócios, de inovação e de melhoria contínua. Os critérios de promoção não
prevêem avaliação das competências intra-empreendedoras e as políticas de remuneração
variável praticamente inexistem na unidade pesquisada, sendo adotada remuneração fixa.
Em relação à organização do trabalho, observa-se que os empregados têm baixa
autonomia e controle sobre seu trabalho e não possuem flexibilidade para organizar seu
horário. Os parâmetros de negociação junto a clientes são rigidamente estabelecidos. Os
colaboradores julgam que a unidade não destaca os melhores desempenhos individuais ou
coletivos, o que acaba por desestimular sua participação.
Os resultados encontrados não são conclusivos, sendo assim, sugerimos para pesquisas
posteriores o aumento do número de entrevistados, expandindo-se o estudo para outras
unidades de negócios da empresa.
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Para isto, este estudo adota um questionário elaborado por Ferraz et Al (2010), no
âmbito do grupo de estudos sobre intra-empreendedorismo. O referido questionário está
constituído por meio de dimensões, perspectivas e elementos de estratégia empreendedora, da
organização do trabalho e das práticas de recursos humanos de uma organização. A relevância
do estudo refere-se à importância de testar um modelo aplicável a instituições financeiras em
ambientes distintos, para obter um diagnóstico capaz de orientar tomada de decisão em
benefício de programas de mudança organizacionais.