Ivonete Vitor de Andrade Tadiotto Internet e a Matemática do … · 2008-12-16 · perplexidade do...
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Ivonete Vitor de Andrade Tadiotto
Internet e a Matemática do Ensino Fundamental e Médio
IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL
ORIENTADOR: PROFº. Dr. Paulo Laerte Natti
ÁREA CURRICULAR: MATEMÁTICA
Dezembro – 2008 - Londrina
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Ivonete Vitor de Andrade Tadiotto
Internet e a Matemática do Ensino Fundamental e Médio
Produção Didática (Unidade Didática) apresentado ao
Programa de Desenvolvimento Educacional.
Profº Orientador da IES: Profº Dr. Paulo Laerte Natti
UEL - LONDRINA – 2008
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INTRODUÇÃO
A presente produção didática tem a pretensão de envolver o contexto
escolar com as necessidades de mudanças sociais, além da intencionalidade de
rever a relação da escola com o meio social e ampliar as relações entre alunos e
professores, por meio de atitudes e valorização. Partindo do pressuposto que, a
Modelagem Matemática é uma estratégia de ensino na qual o aluno tem a
oportunidade de um aprendizado diferenciado.
A partir dessas relações, procura-se indagar quais barreiras impedem
que a aprendizagem seja vivenciada e alcance o interesse pela realização de uma
tarefa. Hoje, conhecendo parte dessas barreiras, nossa atenção esbarra na
perplexidade do fracasso escolar dos estudantes, que muitas vezes não
correspondem ao seu desenvolvimento cognitivo.
Sendo assim, este trabalho visa dar suporte e sinaliza para a
necessidade de diversificar, criar novos espaços, saber lidar com as informações
em seus vários formatos e sistematizar o conhecimento matemático. Ele terá
também um grande aliado, a Internet, considerada uma tecnologia de fácil acesso
e um ambiente auxiliar do trabalho pedagógico do professor. O encanto com as
facilidades e utilidades dos aparatos tecnológicos sem dúvida, trouxe atrativos a
toda a humanidade e a escola não pode continuar alheia a utilização dessas
tecnologias em sua prática docente.
Portanto, inicia-se este trabalho com algumas reflexões sobre a
Modelagem Matemática e o uso de tecnologias, especificamente a Internet.
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• Como a Modelagem Matemática contribui para o processo de construção
do conhecimento matemático?
• Qual é a principal função da Modelagem Matemática para o ensino
aprendizagem?
• Qual o papel do professor ao utilizar Modelagem Matemática em suas
aulas por meio da Internet?
Internet e a Matemática do Ensino
Fundamental e Médio
Profª Ivonete Vitor de Andrade Tadiotto
Fonte: Arquivo Próprio
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1. INTERNET: UM POUCO DE HISTÓRIA
A internet nasceu nos tempos da Guerra Fria com o nome de
ARPHANET, para manter a comunicação das bases militares dos Estados
Unidos. Em 1969, a rede foi batizada com o nome de ARPANET (Advanced
Research and Projects Agency) e tinha como objetivo principal conectar os
departamentos de pesquisa do próprio país.
Em 1970, as universidades americanas e outras instituições que faziam
trabalhos relativos à defesa tiveram permissão para se conectar à ARPANET. Em
1975 já existiam aproximadamente 100 sites.
Durante a década de 80, a ARPANET foi ligada a outras redes de
universidades e de grandes empresas para dinamizar o volume de serviços
prestados. Os primeiros ISP (Internet Service Providers) davam acesso a
empresas e particulares.
No início da década de 1990 explode o número de usuários a medida
que operadores privados começaram a criar suas próprias estruturas. Ainda
nessa década, o aparecimento da World Wibe Web (Rede de Alcance Mundial), o
desenvolvimento dos browsers, a diminuição de custos de acesso, o aumento de
conteúdos, volume de tráfego, entre outros fatores, fizeram com que a Internet
tivesse um crescimento exponencial.
Atualmente, a Internet é composta de milhões de usuários com milhares
de redes internacionais, sendo a maioria delas nos EUA, com computadores
permanentemente conectados à Internet, desde desktop, além de muitos
sistemas portáteis, incluindo aparelhos celulares de alta tecnologia como o
iphone.
1.1 HISTÓRIAS DA INTERNET NO BRASIL
A história da Internet no Brasil começou bem mais tarde, a partir de 1991 com a RNP (Rede Nacional de Pesquisa), uma operação acadêmica
subordinada ao MCT (Ministério de Ciências e Tecnologia).
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Em 1994, a EMBRATEL lança um serviço experimental com a
finalidade de conhecer melhor a Internet. Em 1995, pela iniciativa do Ministério
das Telecomunicações e Ministério de Ciências e Tecnologia, ocorreu a abertura
ao setor privado da Internet para exploração comercial da população brasileira.
Hoje, a Internet é um conglomerado de redes em escala mundial de
milhões de computadores interligados pelo Protocolo de Internet com a finalidade
de permitir acesso a informações e todo tipo de transferência de dados. Com a
expansão e o número cada vez mais crescente de internautas navegando pela
rede mundial através da Internet cresceram também os problemas e surgiram os
chamados crimes eletrônicos.
2. MODELAGEM MATEMÁTICA
A Modelagem Matemática é indicada para tentar superar a crise no
ensino, respondendo a pergunta que tanto incomoda e atrapalha o processo tanto
de ensino como da aprendizagem da Matemática, insistindo sempre na questão:
Por que tenho que aprender isso?
O ensino da Matemática deve estar comprometido com a construção do
conhecimento, não por meio de imposição. Para Biembengut e Hein (2005) “o
ensino aprendizagem de Matemática será mais gratificante, uma vez que o aluno
passe a aprender o que lhe desperta interesse, tornando-o então co-responsável
pelo seu aprendizado”, intensificando o entendimento e facilitando as relações do
aluno com o seu cotidiano.
Entre as várias tendências de ensino da Matemática, disponíveis
atualmente, aquela que possibilita atender as necessidades impostas pela
sociedade atual com uma visão voltada para o futuro é a Modelagem Matemática
que parece ser a mais adequada. Além de fazer a ligação da Matemática escolar
com a Matemática da vida cotidiana do aluno, possui um papel fundamental no
processo de escolarização do indivíduo, pois fornece sentido, significado e
clareza ao conteúdo estudado. “Pode ser tomada tanto como um método
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científico de pesquisa, quanto como uma estratégia de ensino-aprendizagem que
se tem mostrado muito eficaz” (BASSANEZI, 2002).
O professor tem um papel fundamental para que o aluno seja partícipe
do trabalho com Modelagem Matemática, ele é o articulador com suas
concepções e responsável pela motivação do aluno, pondo em prática as
atividades de aprendizagem escolar. Também são os facilitadores de
experiências num ambiente de ensino aprendizagem no qual, aluno e o professor
assumem responsabilidades e obrigações pelo desenvolvimento do conhecimento
matemático, a partir de situações oriundas da realidade. Segundo Biembengut e
Hein (2000), “para trabalhar Modelagem Matemática na sala de aula é necessário
que o professor reconheça o seu papel, tanto no que concerne às estratégias
utilizadas, bem como na forma de avaliar.”
A Modelagem Matemática sempre deve estar vinculada a um tema
motivador, através do qual o conteúdo matemático é trabalhado. Essa Unidade
Didática optou pelo tema motivador “Crimes Eletrônicos”, tendo em vista o
aumento significativo de internautas navegando pela Internet e o envolvimento
dos nossos jovens alunos tornando-se vítimas dessa nova onda do mundo
contemporâneo. Para isso, com a obtenção de dados referenciando o tema, serão
trabalhados os conteúdos em todos os aspectos matemáticos, principalmente o
conteúdo de funções.
3. DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES:
3.1 PALESTRA
A primeira atividade para o início do ano letivo de 2009 será uma
palestra sobre crimes eletrônicos proferida por um funcionário da empresa de
telefonia da cidade de Londrina, Sercomtel S. A. Telecomunicações, que
informará aos alunos sobre os meios de prevenção e os reais perigos dos crimes
on-line e também explicará sobre o e-mail seguro. Essa primeira atividade contará
também com o apoio da polícia federal de Londrina, através de um especialista
em crimes eletrônicos, e de um advogado que dará suporte legal quanto às leis já
existentes e os projetos de leis que estão em andamento para serem aprovados.
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Serão apresentados dados numéricos reais sobre os crimes eletrônicos,
que dará subsídios à realização do questionário investigativo, para turma envolvida e
outras turmas do colégio, verificando a quantidade de alunos ou familiares que
tenham sido lesados de alguma forma pela prática abusiva desse tipo de crime.
Com a tabulação dos dados, todas estas informações servirão para
construir modelos matemáticos para a implementação dos conteúdos matemáticos
propostos a serem trabalhados, ou seja, tabelas, gráficos, porcentagens e funções.
Fonte:truzzi.com.br/blog/?cat=27-72k Acesso em 27/11/2008
3.2 QUESTIONÁRIO INVESTIGATIVO:
Esse questionário investigativo será um complemento da palestra, com a
pretensão de analisar os dados obtidos, que a princípio não se encontram num
contexto matemático, e transformá-los em situações problemas. Este questionário
será o elo entre o ensino da Matemática em sala de aula com os problemas da
realidade cotidiana, viabilizando aos alunos a construção dos conceitos
matemáticos.
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Internet e a
Matemática do
Ensino Fundamental e
Médio
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Benefícios Males Reflexões
da da sobre:
Internet Internet Benefícios e Males da
Internet
1. O que significa Internet?
2. Quais são os benefícios e contribuições que a Internet oferece aos usuários?
3. Quais os males da Internet na vida cotidiana das pessoas?
4. Por que no Brasil a Internet é considerada como um mundo fora da lei?
5. Você já se envolveu em algum crime eletrônico, por mais simples que seja?
6. Em caso positivo, qual? E de que forma isso aconteceu?
7. Você navega pela Internet? Em média, quantas horas por dia?
8. Quais os sites que você mais visita? Por quê?
9. Quais as medidas de prevenção você conhece sobre os crimes eletrônicos?
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10. Você sabia que os feriados são os dias preferidos pelos hackers? Por quê?
11. Qual o inimigo número um da Internet?
12. Por que o sistema bancário adota a criptografia para obter maior segurança de seus sistemas?
13. Você sabia que a cartilha do usuário da Internet está disponível ao público? Em caso afirmativo, você costuma visitá-la?
14. Uma empresa com 30 funcionários sofre no mínimo 10 mil ataques de vírus,
por dia, conhecidos sobre crimes eletrônicos, sendo: 4 mil via e-mail, 2 mil via
pendrive, 1 mil via CD-ROM e 3 mil via página na Internet.
http://www.cbji.com.br/guias. Se dobrasse o número de ataques por dia,
quantos ataques a empresa sofreria no segundo dia?
E no terceiro dia?
E no quarto dia?
E no quinto dia?
E no sexto dia?
E no sétimo dia?
E no oitavo dia?
E no décimo dia?
E no vigésimo dia?
E no centésimo dia?
E no milésimo dia?
O que aconteceria se reduzisse o número de ataques pela metade?
É possível encontrar uma fórmula para saber o número de ataques a essa empresa?
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3.3 VISITA A SERCOMTEL:
A visita a SERCOMTEL será também uma atividade contemplada por
meio da aplicação do projeto, com a intencionalidade de obter dados atualizados
sobre crimes eletrônicos, que possam auxiliar os alunos na formulação e
resolução das atividades e na aplicação dos conteúdos matemáticos envolvidos
como: tabelas, gráficos, porcentagem e funções.
3.4 LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA DA ESCOLA:
O uso do laboratório será imprescindível para a elaboração,
construção, aplicação e exploração das atividades sobre gráficos, funções e os
demais conteúdos pertinentes, tendo como foco a Modelagem Matemática.
Utilizaremos também além do programa Excel, alguns softwares dinâmicos,
como: o Geogebra http://www.geogebra.at/, e o Graphequation
WWW.edumatec.mat.ufrgs.br. O trabalho com a utilização dessa tecnologia
informática permite viabilizar práticas pedagógicas e oportunizar aos alunos um
importante papel de ativos aprendizes. Esse benefício ofertado pela Internet será
uma ferramenta valiosa para o estudo das funções.
www.plprsullilarinho.seed.pr.gov.br – Acesso em 01/12/2008
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3.5 ELABORAÇÃO DO CADERNO DE ATIVIDADES: (Portfólio)
Segundo Gomes (2003, p. 73 ), o portfólio
[...] oferece ao estudante a oportunidade de aprender a aprender. O produto final deve conter informação de que o aluno engajou na auto-reflexão . Ele tem o potencial de demonstrar a criação de alguém. Ele permite compreender o processo educativo em nível de aprendizagem individual. Também pode ser uma ferramenta de ensino poderosa para encorajar alunos a fazerem mudanças de suas próprias aprendizagens.
Com os dados do provedor, além dos dados coletados por meio da
Internet, os alunos irão construir um caderno de atividades nos moldes de um
portfólio, que servirá como um instrumento para discutir e avaliar situações
matemáticas. Citamos como exemplos de dados estatísticos de interesse:
Dados estatísticos: 500 mil e-mails regulares para 500 milhões de e-mails
com vírus.
Número de usuários da Internet no país e no mundo. Esses dados serão
atualizados mensalmente através do site: www.teleco.com.br
Fonte: http://truzzi.com.br/blog/?Cat.=27-68k Acesso em 27/11/2008
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3.6 APRESENTAÇÃO DAS ATIVIDADES À COMUNIDADE ESCOLAR
Esta etapa da aplicação do projeto será de grande importância para
contemplar as especificidades dos conteúdos envolvidos nas atividades de
pesquisa, investigação e de resolução das situações problemas de todas as
questões relacionadas ao conhecimento matemático.
Essa produção será apresentada à comunidade escolar, mais
precisamente aos professores de Matemática do estabelecimento de ensino. Por
meio de slides, vídeos, data show e dos portfólios será compartilhado o
conhecimento, será apresentada uma Matemática contextualizada por meio da
Modelagem Matemática, integrada à Internet num processo dinâmico de
inserção desse recurso tecnológico na escola.
ESSA MODELAGEM MATEMÁTICA
E
INTERNET!
www.hploco.com Acesso em 02/12/ 2008
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esse trabalho que pretende integrar a Internet e a Matemática do
Ensino Fundamental e Médio, num processo dinâmico e diversificado de
aprendizagem, espera-se que a aplicação desse recurso tecnológico favoreça o
aluno com abordagens de diferentes conceitos que utilizam a experimentação.
Ao elaborar a presente produção Didática, acredita-se que a mesma
possa vir a contribuir com o ensino e aprendizado de Matemática, onde várias
situações práticas, reais, serão descritas matematicamente através de uma
Modelagem Matemática. Assim, o aluno poderá questionar os modelos, refletir e
construir novos modelos aperfeiçoados, utilizando conteúdos matemáticos
trabalhados em sala de aula, tornando a Matemática uma ciência
contextualizada, prática e aplicada.
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BIBLIOGRAFIA
ALBÉ, M. Q.: GROENWALD, C. L. O. Proposta de Trabalho em Modelagem e
Simulação Matemática. SBEM. Nº11, p.41-50, dez/2001.
BAGGIO, T. M. Uma Proposta de Modelagem Matemática como Estratégia de
Ensino, Site: http://www.diaadiaeducação.pr.gov.br – Acesso em 20/11/2008.
BASSANEZI, Rodney. Ensino-Aprendizagem com Modelagem Matemática: São
Paulo: Editora Contexto, 2002.
BIEMBENGUT, Maria Salett. Modelagem Matemática e Implicações na
Aprendizagem de Matemática. Blumenau: Editora FURB, 1999.
D’AMBROZIO, Ubiratan. Etnomatemática: Elo Entre as Tradições e a
Modernidade. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2005.
D’AMBROZIO, Ubiratan. Da Realidade a Ação. Campinas: Editora Sammus,
1996.
GOMES, M. T. O. Portfólio na avaliação da aprendizagem escolar. 2003. 83 f.
Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do
Paraná, SEED, 2008.
http://www.cbji.com.br/guias.
___. Geogebra, disponível em http://www.geogebra.at/.
___. Graphequation, disponível em www.edumatec.mat.ufrgs.br.
___. Internet e os Crimes Eletrônicos: Acesso em 01/12/2008:
http://www.tribunadoplanalto.com.br/modules.php?name+News&file+article&sid=5
985
___. Jogos Matemáticos, disponível em http://www.fi.uu.nl/wisweb/enapplests.
www.teleco.com.br