JBemFolhas 55

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julho/agosto 2014 | ano 11 | nº55 distribuição gratuita Jardim Botânico Horto | Gávea | Humaitá Alma musical O Jardim Botânico é lar e “escritório” de inúmeros cantores, compositores e instrumentistas. (Páginas 10 a 14) Ilustre cidadão Roberto Frejat circula da Fonte da Saudade ao Humaitá e JB a pé ou de bicicleta. (Página 22) jb f olhas em o informativo do jardim botânico 10 ANOS Aleias inspiradoras A coluna Alamedas do Jardim destaca os endereços onde medalhões da MPB moraram no bairro. (Página 21)

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Informativo do Bairro Jardim Botânico no Rio de Janeiro

Transcript of JBemFolhas 55

j u l h o / a g o s t o

2014 | ano 11 | nº55

distribuição gratuita

Jardim Botânico

Horto | Gávea | Humaitá

Alma musicalO Jardim Botânico é lar e “escritório” de inúmeros cantores,

compositores e instrumentistas. (Páginas 10 a 14)

Ilustre cidadão Roberto Frejat circula da Fonte da Saudade ao Humaitá e JB a pé ou de bicicleta. (Página 22)

jb folhasemo informativo do jardim botânico

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Aleias inspiradoras A coluna Alamedas do Jardim destaca os endereços onde medalhões da MPB moraram no bairro. (Página 21)

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Editorial A música está no ar e nas ruas

Caro Leitor,

Apesar de ser mais associado ao mundo da televisão,

por conta da Rede Globo, o Jardim Botânico é fértil

em música. O bairro é o habitat de talentos como os

de Jards Macalé, Fernanda Abreu, Lulu Santos e Rodri-

go Santos. É onde ficam o Instituto Tom Jobim – com

seus arquivos sobre a vida do maestro – e o Espaço

Tom Jobim, palco de shows de todos os gêneros. De

1972 a 1999, o Teatro Fênix funcionou na rua Lineu

de Paula Machado, onde, na década de 1980, era

gravado o programa de auditório “Cassino do Chacri-

nha”, passagem

obrigatória para

os músicos rumo

ao estrelato, na-

queles tempos

pré-internet. O

Jardim Botânico

abre alas tam-

bém a anima-

dos blocos car-

navalescos – desde o tempo do “Bicharada”, com

as marchinhas de Haroldo Lobo – e tem uma

tradição em estúdios de gravação – incluindo o

nosso “Abbey Road”, o Nas Nuvens, testemu-

nha de registros antológicos da música brasileira.

São tantas as referências musicais que aprovei-

tamos os dias da Música e do Rock (11 de junho e

13 de julho, respectivamente) para embarcar numa

viagem sonora ao longo dessa edição, com destaque

para a matéria de capa, a partir da página 10.

A música também está presente nas seções “Meu

bairro”, “Ilustre Morador”, “JBF Indica” e “Alamedas”.

Nessa última (página 21), estão os endereços musi-

cais que poucos

conhecem, co-

mo a casa on-

de Tom Jobim

morou de 1983

até seu faleci-

mento, em 1994

(foto ao lado).

Mantendo a

arte como tema,

apresentamos, na página 6, a entrevista com o ar-

tista plástico Marcio Botner, que, desde março, es-

tá à frente da administração do Parque Lage. Ele e

Marcus Wagner, responsável pelos eventos, conver-

saram com Betina Dowsley (foto ao lado) sobre os

projetos que pretendem implantar ainda esse ano.

Pesquisas feitas no mundo inteiro comprovam que

a música faz bem para o corpo. Então, escolha sua

trilha sonora ideal e deixe-se levar pelo ritmo e pela

melodia que as páginas a seguir sugerem.

Até setembro,

Christina Martins

Editora

O JB em Folhas é uma publicação bimestral, editada pelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.

www.armazemcomunica.com.br

Editora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ)

Redação: Betina Dowsley

Projeto Gráfico: Paulo Pelá - www.bolaoito.com.br

Revisão: Carla Paes Leme

Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406

Estagiária de Redação: Sheila Gomes

Distribuição:Parques, bancas de jornais, galerias e prédios comerciais do Jardim Botânico, Horto, parte da Gávea e do Humaitá.

Capa: Paulo Pelá (Ilustração), Chris Martins (fotos)

Tiragem: 5.000 exemplares

Telefone: 3874-7111/ 98128-6104

e-mail: [email protected]

www.facebook.com/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanico

site: www.jbemfolhas.com.br

Expediente

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Família e tradição são palavras-chave para An-

tônio Polide, dono da Lavanderia Santa Helena.

Sua história confunde-se com a do estabeleci-

mento, fundado em 1956, por seu tio. Ainda

menino, Toninho, como ficou conhecido, traba-

lhou por dois anos, de 1963 a 1965, ajudando

nas lavagens a seco e nas entregas. Voltou em

1974, quando seu pai estava à frente da lavan-

deria, e nunca mais largou. Atualmente, passa

o ofício de tintureiro – comemorado no dia 3 de

agosto – para seus filhos, Alessandra e Antônio.

- Antigamente era mais simples, havia pou-

cos tecidos. A maior parte do que vinha para a

lavanderia era de linho e casimira inglesa. Hoje

há uma variedade enorme de cores e tecidos,

o que exige mais conhecimento e cuidado na

lavagem, explica o Antônio, que se prepara

para receber uma máquina nova para tecidos

delicados e que não encolhe a roupa.

Para o tintureiro, o segredo da longevida-

de e do crescimento da empresa familiar es-

tá na eficiência do trabalho e no carinho com

os clientes. “Já estamos atendendo a terceira

geração. A confiança é muito importante nes-

te trabalho”, completa. Não fosse assim, não

seria responsável pela lavagem dos jalecos do

chef Claude Troisgros e dos vestidos de festa e

de noiva da loja Martu.

Cara do JB Antonio Polide

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Folhas do Jardim

Reabertura do Museu do Meio Ambiente

no Horto. Apesar de manifestação contrária de mo-

radores da região, o local foi reintegrado ao Jardim

Botânico do Rio de Janeiro. Segundo Samyra Crespo,

presidente da instituição, no lugar do clube, em bre-

ve, será instalada uma nova estufa de orquídeas e,

em médio prazo, será feita a recomposição paisagís-

tica do Aqueduto da Levada, construído em 1853.

Mudanças nas linhas de ônibusDesde o início de junho, a linha 569 (Largo do Ma-

chado – Leblon) não passa mais pela rua Maria An-

gélica. Ao sair do túnel Rebouças, os ônibus descem

direto pela Jardim Botânico. Já a linha 463 (São Cris-

tóvão – Copacabana) aguarda a criação de um novo

ponto, ao lado da Praça Tamoyo e do campinho de

futebol, na Lagoa, para alterar seu trajeto. As mudan-

ças foram solicitadas à CET-Rio pela AMA-JB, visando

a desafogar o tráfego na rua Maria Angélica.

Praça Pio XI renovadaDesde o final de maio, a Praça Pio XI está de cara no-

va, totalmente remodelada. A inauguração das obras

contou com recreação, água de coco, brincadeiras e

as presenças do Secretário Municipal de Conservação,

Marcus Belchior, e de membros da Diretoria da AMA-

JB, entre outros. Uma das novidades do lugar é o dis-

tribuidor de sacos plásticos para recolher fezes de ca-

chorro, instalado pela Pedigree, que adotou a praça.

Inaugurado em 2008, mas fechado por longas tempo-

radas para reformas, o Museu do Meio Ambiente foi

reaberto, em junho, com a exposição O Jardim Verde e

Amarelo. A mostra é composta por 36 fotos que parti-

ciparam do 15º Concurso de Fotografias do Jardim Bo-

tânico, promovido pela Associação de Amigos do Jar-

dim Botânico, com destaque para as primeiras coloca-

das “Fantasia aquática” (1º lugar na categoria Fauna &

Flora), de Laizer Fishenfeld, na foto com a presidente

do Jardim Botânico, Samyra Crespo; e “Fonte da vida”,

de J. Cassio (1º lugar na categoria Paisagem). O júri

foi formado por João Quental, Lena Trindade, Gustavo

Pedro, Príamo Melo e Zeca Guimarães, profissionais

especializados em registros de natureza, que também

têm algumas de suas obras expostas no local. A mos-

tra fica em cartaz até 2 de agosto.

Desocupação do CaxinguelêEm cumprimento à determinação da Justiça, em

maio, ocorreu a desocupaçcão do Clube Caxinguelê,

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De Jardim Imperial a VirtualJá Já está no ar Botanic, a nova plataforma virtual

do Jardim Botânico com aplicativo para celular e ta-

blet, em português e inglês, que pode ser baixado

para os sistemas operacionais IOS e Android. A fer-

ramenta, gratuita, disponibiliza roteiros de visitação

e informações sobre o parque.

Novo site da AMA-JBEstá no ar o novo site da AMA-JB (www.amajb.org.br).

O objetivo é estabelecer mais um canal de comu-

nicação com os moradores, divulgando o que acon-

tece no bairro com fotos e textos informativos, em

parceria com o JB em Folhas. Além de notícias e

galeria de fotos, haverá espaço para colaboração

dos associados e moradores e um link para o paga-

mento da anuidade da associação online.

Comércio, comida e culturaAberta temporada de inaugurações no Jardim Botâni-

co. Na galeria da Maria Angélica, destaque para loja

It Fit, de roupas esportivas; ali pertinho, na Jardim Bo-

tânico, contamos agora com a JB Móveis, Decorações

e Reformas, dedicada especialmente ao mobiliário

para varandas e terraços, com estrutura de alumínio,

fibras sintéticas e estofamento impermeável. Outra

novidade em decoração é o Espaço Lud Contempo-

râneo, na galeria em frente aos Correios, que, a ca-

da temporada, vende objetos temáticos. A partir de

julho, a loja estará focada no Dia dos Pais. No setor

gastronômico, o bar em frente à banca de jornais da

Professor Saldanha passou por reforma e aproveitou

para mudar seu perfil. Agora, além de suas famosas

quentinhas, o Tempero Tropical oferece sucos, sandu-

íches e pizzas para lanches e café da manhã.

Bibi em reformaA casa de sucos fecha as portas dia 1 de agosto para

uma reforma de ampliação e deve permanecer fe-

chada até dezembro. Durante esse período, não ha-

verá entrega no bairro.

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Novos ares pairam sobre a Escola de Artes Visuais

do Parque Lage. O artista plástico Marcio Botner

– então vice-presidente da Associação de Amigos

do Parque Lage (AAPL) – foi escolhido para ser

presidente da Organização Social Oca Lage, criada

pela Secretaria de Estado de Cultura no final de

2013 para administrar o casarão da escola (e tam-

bém a Casa França-Brasil). Analisando tudo o que

ele fez em sete anos de associação, sua escolha

para o cargo foi um processo natural.

Inicialmente, Botner buscou entender o po-

tencial de gestão das duas casas públicas, sendo

que a parte pedagógica da EAV continua sob os

cuidados de Cláudia Saldanha. Com o apoio de

um conselho formado por 20 integrantes, presi-

dido pelo advogado e colecionador Paulo Vieira,

a nova gestão assumiu a direção do casarão em

abril deste ano e já tem dado o que falar com

a realização de eventos que aproximam cultura

e natureza. Bons exemplos são a festa de lança-

mento da Oca Lage e o programa Parquinho Lage,

em que artistas são convidados a interagir tam-

bém com as crianças que frequentam o local, com

novidades a cada estação.

- Meu objetivo é trazer os vizinhos para dentro

do parque. Dentre eles, os que mais aproveitam o

espaço são as crianças, por isso começamos com o

Parquinho Lage. Mas os adultos podem contar com

eventos para eles também, adianta o novo gestor.

O aumento da responsabilidade e do trabalho

não assusta o também galerista, ex-aluno e pro-

fessor da EAV. Botner sabe bem que “o importante

é fazer” e sente-se como um polvo, com muitos

braços para botar a mão na massa e abraçar boas

e novas ideias.

- Minha maneira de trabalhar é colaborativa. É

preciso acreditar na afetividade e na coletivida-

de para que a arte contamine a sociedade. Meu

desejo é que ela invada o parque, afirma Botner,

que, para isso, conta com a colaboração, entre ou-

tros, de Marcus Wagner, designer e agitador cario-

ca – um dos fundadores do réveillon do Arpoador,

do Baile do Sarongue e do coletivo Alalaô –, como

gerente de eventos.

A empolgação de Botner é mesmo contagiante.

Prometendo uma gestão ágil e transparente, ele

deixa claro seu principal objetivo: “tornar público

o que já é público”. Pode parecer redundante, mas

o propósito das OSs é justamente gerir instituições

que continuam pertencendo ao Estado, ainda que

administradas por entidades civis.

- As OSs visam a garantir a continuidade de

gestão e estabilidade, mesmo com mudanças de

governo. Vamos manter os compromissos já assu-

midos pela escola e implementar outros, uma vez

que temos a possibilidade de buscar mais recursos

financeiros por meio de novas parcerias - explica.

ENTREVISTA Marcio Botner

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A onda oriental bateu forte na Lagoa e inva-

diu, pela Maria Angélica, o Jardim Botânico,

bairro onde a cena gastronômica floresce a

olhos vistos e puxados. Com 2014, vieram três

meninos do Japão: Okawari, Tadashi e Seidô.

Balcões nascidos para o sushi, como o do ‘chef

tropicalista’ Nao Hara, recebem pinceladas de

frutas e pétalas, que lembram nossos mais

belos canteiros.

Pequenino, porém completo, o Okawari abre

de segunda a sábado para almoço e jantar, com

rodízio, menus executivos e especialidades como

o makimono de salmão à milanesa com cream

cheese e nirá e o haru hot de atum apimentado,

cream cheese e cebolinha. O restaurante aposta

no delivery e leva à porta de casa combinados

como o JB: 14 unidades com direito a sashimis

de haddock, sushis de camarão e salmão lemon

tartare com raspas de limão (foto).

Quem circula pela área, por sinal, já reparou

na bonita réplica de cerejeira em flor, árvore

cor-de-rosa acesa que anuncia, na calçada, o

Tadashi. A casa, com dois andares e claraboia

sob a folhagem, acena com rodízio de 60 itens

para o almoço em dias de semana, 15 combos

e sushis, como o de atum afrodisíaco, com mo-

lho teriyaki e amendoim.

Curtiu? Então levante o copo quadrado para o

brinde de saquê: “Kampai! Nao Hara está entre

nós”. O chef - que é pioneiro na injeção de cria-

tividade em cardápios japoneses, nome à frente

do Shin Miura (maravilha no Edifício Avenida Cen-

tral) - move suas facas no ponto onde o Caroline

Café cumpriu sua história.

Nas belezuras dos ‘esqueminhas’ do cozinhei-

ro, degustações de um a quatro pratos escolhidos

em lista de 20, um resumo de sua trajetória: in-

venções como o espeto de sushi de atum com

foie gras e sorvete de shoyu e mel; o lagostim

confitado no saquê com sorbet de damasco e chá

verde; ou a tempura de vieira no coco, com terri-

ne de laranja e ganache de missô.

Além dos sushis e sashimis, em bossas como o

salmão com maracujá ‘brûlée’, todos os itens tra-

dicionais estão na carta, sejam quentes ou frios.

Um mundo para se degustar em diversas visitas.

Escrever já me deixou com água na boca!

O Seidô vem fazer companhia ao Yumê, onde

uma jovem senhora chamada Madonna costuma

se esbaldar quando está no Rio. A cantora aban-

dona a ‘material girl’ para curtir uma onda zen,

passeando sobre as carpas do aquário no chão e

beliscando o Sakura Mango Sushi, lâminas crocan-

tes de manga com ovas de salmão. Para o inver-

no, o restaurante sugere receitas como o Niwatori

Maki (trouxinha de frango e gengibre no vapor) e

o Karee Niwatori (frango ao curry com banana).

Novidade recente: a bela casa do Horto está abrin-

do para o almoço, a partir de meio dia.

No bairro verde, modéstia à parte, já dá para

arriscar: os nossos japoneses são mais criativos

do que os outros.

Pedro Landim

Jornalista e editor do blog www.bocanomundo.com

Sabores do Jardim Invasão japonesa

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Para Geraldo Magalhães, o Jardim Botânico é uma bo-

lha: a sua bolha! O empresário e produtor musical de

47 anos veio para o Rio em 1992 e escolheu o bairro

para morar. Pernambucano de nascimento e carioca

por adoração, Geraldinho – que já morou em três en-

dereços diferentes no JB ao longo desse tempo – é

apaixonado pelo bairro e acha que aqui encontra tudo

o que é necessário para viver bem.

- O Jardim Botânico tem uma atmosfera provincia-

na, uma proximidade com o verde e a Lagoa. Tenho

orgulho de dizer que minha filha Alice, de 15 anos,

nasceu e cresceu entre a pracinha Pio XI e a feirinha

da rua Lineu de Paula Machado – declara ele, que

chega a ficar incomodado quando, por causa do tra-

balho, é obrigado a sair da “bolha” para uma reunião

em outra região.

Geraldinho e a mulher, Paola Vieira, são sócios da

Diversão e Arte, produtora que agencia artistas e ban-

Meu JB Geraldo Magalhães

das, como o músico Wilson das Neves e a Orquestra

Imperial. Atualmente, Geraldinho produz também a sé-

rie “Brasil adentro”, junto com o ex-Titã Charles Gavin.

Como morador, o empresário circula bastante e tem

suas preferências, embora tenha se decepcionado com

o preço e a qualidade de algumas coisas no bairro.

1_Feira da Lineu – O domingo só começa com o café

da manhã em família, na feira, com bolo de aipim e

caldo de cana na barraca de tapioca da Vanessa.

2_Boxe - Faço boxe no Carioca desde que o clube pas-

sou a oferecer esta atividade. A vantagem de ser vete-

rano é que posso frequentar em qualquer horário.

3_Lagoa – Quando estou no Rio, não abro mão de

andar de bicicleta e caminhar na Lagoa.

4_Bares - Tenho orgulho de conhecer todos os bares

do bairro. Do antigo Rebouças ao novato Gente Bem.

Gosto muito do Belmonte, mas depois da reforma ele

ficou $urreal.

5_Mercadinho Afonso Celso - É parada obrigatória

para jogar uma conversa fora com os amigos.

6_Mil Frutas – Eu chamo de Mil Reais, porque é caro.

Mas um sorvete, de vez quando, é bem-vindo.

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Atendimento ao cidadão 1746Bombeiros 193 / 3399-1234Cedae (água e esgoto) 195 / 2297-0195CEG 0800-240197Defesa Civil 199 / 2576-5665Disque-Denúncia 2253-1177

Guarda Municipal 153Light 0800-282-012015ª DP 2332-2900Polícia Civil 197Polícia Militar 190Procon 151Subprefeitura da Zona Sul 2521-5540Vigilância Sanitária 2503-2280

Telefones úteis

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Ares musicaisCopacabana tem a Bossa Nova; Ipanema, a sua garo-

ta. O Jardim Botânico é polígamo em matéria musical.

Aqui, moraram Vinícius de Moraes e Tom Jobim; vive

Lizzie Bravo, a “moça” que tocou com os Beatles (fo-

tos 2); tem blocos de Carnaval como Suvaco do Cristo

e Último Gole (foto 1), cada um no seu tamanho; e

estão localizados estúdios de gravação que marcaram

época, como o Nas Nuvens.

O estúdio foi o primeiro a aportar no bairro, em

1984, e teve entre seus sócios Gilberto Gil, o músico

e produtor Liminha – primeiro baixista do grupo Os

Mutantes –, além dos engenheiros de som Ricardo

Garcia e Vitor Farias. Por um tempo, a sociedade con-

tou com a participação de André Midani, na época

presidente da Warner, e funcionou como extensão

da gravadora, cuja sede ficava na rua Itaipava. No

estúdio, foram gravados álbuns marcantes do pop

rock nacional, como os de Paralamas do Sucesso,

Kid Abelha, Titãs, Lulu Santos e o de estreia de Chico

Science & Nação Zumbi. Atualmente, Liminha segue

à frente do Nas Nuvens ao lado de Vitor Farias.

Sem tempo para entrevistas, Liminha não pôde

contar pessoalmente ao JB em Folhas as várias his-

tórias que viraram lenda entre os músicos e artistas.

Roberto Frejat, que gravou ali vários álbuns do Barão

Vermelho na década de 1990, diverte-se ao lembrar

“da senhora que corria para a janela para reclamar do

barulho a cada vez que a porta se abria para alguém

entrar ou sair a qualquer hora do dia ou da noite”.

No rastro do Nas Nuvens, outros estúdios foram

se instalando no bairro, como o Estúdio 304, de Chi-

co Neves, onde foram forjados discos de Lenine,

Skank e O Rappa; o Discover Digital Studio; e os ain-

da em atividade Jam House, palco de ensaio para

inúmeros shows e artistas, e Órbita Music, de Carlos

Trilha, Dudu Chermont e Fernando Morello.

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A tendência atual é de os artistas buscarem es-

paço para seus próprios “escritórios” perto de casa.

É o caso de Dado Villa-Lobos (foto 3), no Horto; de

Marcelinho Da Lua, no Alto Jardim Botânico; e de Ro-

berto Frejat, na Fonte da Saudade. Inaugurado em

2008, o cantinho do guitarrista da Legião Urbana po-

de ser visto no “Estúdio do Dado”, programa do canal

a cabo BIS, cuja primeira temporada vai até o final

de julho e com participações de Gilberto Gil, Parala-

mas, Ney Matogrosso e Baby do Brasil, entre outros

artistas. O local serve também de abrigo para suas

próprias viagens sonoras, como as de seu novo gru-

po Panamericana, formado com ex-integrantes de

outras bandas do BRock: Dé Palmeira (Barão Verme-

lho), Charles Gavin (Titãs) e Toni Platão (Hojerizah).

Dado divide o espaço com Duda Mello, que man-

tém um estúdio de mixagem no local, além de alu-

gar suas instalações para gravações de Vanessa da

Matta e Adriana Calcanhoto. Mas adaptar uma casa

antiga e tombada para funcionar como um estúdio

de gravação com boa solução de aúdio não é tarefa

das mais fáceis. Dado que o diga: 2

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DJ e produtor consagrado, Marcelinho Da Lua trou-

xe seu estúdio para a região há pouco tempo. O

“Quartinho”, de Laranjeiras, agora ocupa a garagem

de sua sogra no Jardim Botânico, com direito à vista

para o verde. Ali, Da Lua e seu sócio Bruno LT (foto 4)

pretendem tocar o selo Tranquilo Soundz, com lan-

çamentos próprios e de artistas que tenham astral

semelhante ao deles:

- A ideia é abarcar nossas produções e os remixes

que fazemos para fora do Brasil, além de apoiar ar-

tistas que não têm estrutura básica para ingressar no

mercado digital, explica Da Lua.

Já o estúdio ACR, de Alfredo Sertã (fo-

to 5) e Ronaldo Cotrim, oferece serviços

variados: de trilhas sonoras de vídeos

institucionais a sonorização de docu-

mentários e curtas-metragens, além de

produções para a TV a cabo. Entre seus

trabalhos autorais, os destaques são o CD

“Fábulas cantadas de Leonardo Da Vinci”

e o projeto ainda inédito “Música anima-

da”, no qual músicos executarão, ao vivo,

a trilha sonora de curtas-metragens bra-

sileiros de animação.

Só um bairro com tanta tradição mu-

sical, poderia abrigar uma backing vocal

dos Beatles. Fã incondicional dos Fab4,

Lizzie Bravo ganhou como presente de

15 anos uma viagem para Londres. A

banda estava gravando o álbum “Sgt.

Pepper’s Lonely Hearts Club Band” no

mítico estúdio da Abbey Road, e a ado-

lescente, logo em seu primeiro dia na ci-

dade, conseguiu ver seus ídolos de perto

e passou a “bater ponto” no local.

- Quase um ano depois, Paul McCart-

ney saiu e perguntou aos fãs que esta-

vam ali se alguém conseguia sustentar

uma nota aguda. Como eu sempre cantei

no coral do colégio, fui uma das escolhi-

das para dividir os vocais com ele e John

- Os primeiros testes que fizemos aqui não deram

bons resultados. Aconselhado pelo produtor Carlo

Bartolini, convidei o engenheiro de som Jeff Forbes

para resolver a acústica desta antiga casa, com pare-

des de pedra. O americano mandou o projeto arqui-

tetônico e o manual para sua instalação sem nunca

ter feito uma visita ao local, conta, ainda surpreso, o

guitarrista que acaba de fazer as trilhas sonoras do

filme “Muitos homens num só” e da série “Por isso

eu sou vingativa”, do Multishow, estrelada por Ca-

mila Morgado.

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Lennon na música “Across the universe”. Apesar de

a música constar no disco “Let it Be”, a versão com

meus vocais só foi incluída nos álbuns “No One’s

Gonna Change Our World” (1969), “Rarities” (1978)

e “Past Masters” (1988), lembra Lizzie, que estendeu

o período da viagem, inicialmente de dois meses,

para dois anos.

Sua carreira de backing vocals teve continuidade

no Brasil, onde trabalhou com artistas como Joyce,

Egberto Gismonti, Milton Nascimento e Zé Rodrix,

com quem ela viria a se casar e ter uma filha. Lizzie

participou do coro de “Casa no campo”, no Festi-

val Internacional da Canção, no Maracanãzinho, em

1971: “Eu sou a ‘esperança de óculos’ da música”,

lembra ela, emocionada.

Não são só as recordações que fazem a música

pulsar no Jardim Botânico. Pelo menos três escolas

atendem os moradores da região: o Centro de Mú-

sica e Tecnologia Luciano Alves, a Oficina da Bateria

Rui Motta (ambos na Fonte da Saudade), e a Escola

de Músicos do Jardim Botânico. Em todas elas, o pú-

blico é formado, principalmente, por crianças e ado-

lescentes, que podem escolher entre aulas de piano,

teclado, bateria, canto, percussão, guitarra, baixo,

violão e até home studio e apoio para formacão de

bandas, com estúdio para ensaios.

Carolina Vanni, de 19 anos, estuda na Escola de

Músicos há um ano e meio. Faz aulas de violão, ba-

teria e canto. Neta de Walter Nogueira, baterista da

Orquestra Tabajara, e filha de Di Lutgards, professor

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de bateria e percussão, ela pretende fazer faculda-

de de música: “Gosto de tocar Beto Guedes e Lô

Borges”, confessa.

Outro aluno da Escola de Músicos que traz a mú-

sica no sangue é João Pedro de Oliveira, de 17 anos,

filho do cantor Zé Renato. Ele tem aula de guitarra há

três anos e gosta mesmo é de tocar Van Halen.

Um bom exemplo dessa nova geração de músicos

que circula pela região é a banda Neorônios. Formado

por Rafael Frejat (guitarra), Ricardo Kaplan (baixo), Pe-

dro Masset (vocais) e Léo Israel e Pedro Calloni (que

se revezam na bateria), o quarteto(na foto acima em

posições trocadas) costuma ocupar o estúdio de Frejat

nos finais de semana, no pouco tempo livre que dois

de seus integrantes, vestibulandos, dispõem.

Para os integrantes do Último Gole, a música

também não é uma prioridade, mas um hobby.

O grupo teve início há 15 anos como um aqueci-

mento para o desfile do Suvaco do Cristo e, no ano

seguinte, esquentou os tambores antes do Mono-

bloco. O primeiro ensaio na Praça Pio XI, onde cos-

tuma se reunir até hoje, aconteceu em 2002. O que

era uma brincadeira de amigos, sem divulgação,

cresceu com o boca a boca e o espaço original ficou

pequeno para tanta gente. Moradores conscientes,

a solução do grupo foi transferir, em 2013, o bloco

para o Parque dos Patins, onde reúnem cerca de

cinco mil pessoas. Mas o objetivo não é crescer.

Como explica Carlos Lisboa, um dos fundadores do

grupo, “cada um tem sua profissão, e a música é

apenas prazer”. Para matar a saudade do formato

pequeno, a roda de samba instala-se, informamel-

mente, ao longo do ano, em frente ao Mercado

Afonso Celso, no restaurante Tocão e na pracinha

onde tudo começou, claro!

Para aqueles que gostam se planejar, a melhor

opção é o Espaço Tom Jobim, que funciona dentro

do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Na pauta do

teatro, há sempre apresentações de Bossa Nova,

MPB, jazz ou música clássica. Outra opção é acom-

panhar os eventos da escola de percussão Tambor

Carioca (foto 6), que acontecem uma vez por mês

no Parque dos Patins, desde 2005, e durante o Cir-

cuito das Artes do Jardim Botânico, do qual partici-

pam há três edições.

No mais, é deixar o mato crescer, o vento soprar,

a rosa se abrir e “passarim” cantar. A natureza, por

si só, dá samba!

7

15

Zona Sul aposta nos três “R”s

Difícil imaginar a quantidade de lixo produzida por

um supermercado. Foi pensando nisso que, há cinco

anos, a rede Zona Sul adotou o conceito de susten-

tabilidade e seus três “R”s (reduzir, reutilizar e reci-

clar). Desde então, as duas lojas do Jardim Botânico

– assim como as outras 31 espalhadas pela cidade

– passaram a separar o lixo orgânico do lixo seco.

Com isso, somente em 2013, o Zona Sul direcionou

mais de 16 mil toneladas de resíduos sólidos para a

reciclagem e cerca de três mil toneladas de resíduos

orgânicos para a compostagem.

Ao todo, o processo mobiliza 150 funcionários.

Parte da compostagem é feita por uma empresa

parceira, que transforma o material em adubo, pos-

teriormente colocado à venda em embalagens de

dois quilos nas próprias lojas da rede. Outra parte

dos resíduos é vendida à Comlurb, que compra o lixo

Ecodica

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IS M

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INS

para produzir composto orgânico utilizado em praças

e encostas. Como o objetivo do Zona Sul é participar

de todas as etapas, a produção de cultivos orgânicos

fecha o ciclo com a primeira safra de pimentas desse

projeto, já à venda nas lojas da rede.

Porém, como esse tipo de iniciativa ainda não se

paga, o atual desafio da direção do Zona Sul é tornar

essa produção autossustentável. Por enquanto, trata-

se de uma questão de consciência ecológica e desejo

de diminuir a descarga de resíduos nos aterros sani-

tários. Sem dúvida, um bom exemplo!

Cinema em outra praçaO projeto Cinema na Praça vai voltar ao Jardim

Botânico só que em outro endereço. Depois do

sucesso da primeira edição na Praça Pio XI du-

rante as comemorações dos 10 anos do JB em

Folhas, em outubro de 2013, a lona de proje-

ção será montada na área externa da Igreja

São José da Lagoa. A nova sessão acontecerá

no dia 23 de agosto, sábado, a partir das 20h,

com exibição de filme, seguida de uma apre-

sentação musical. Antes disso, às 19h, padre

André celebrará, pela primeira vez, a missa do

lado de fora da igreja.

16

Participe, apoie, associe-se!!No dia 7 de junho, a diretoria da AMAJB foi re-

eleita para mais um ano de intensas ações em

benefício do bairro do Jardim Botânico, seus

moradores e usuários. Agradecemos a todos

aqueles que acreditaram em nosso trabalho e

confiaram sua energia para mais um mandato.

Vamos continuar a trabalhar fortemente

focados em nossos quatro pilares:

Segurança | Mobilidade Urbana Meio Ambiente | Qualidade de Vida

As reuniões da AMA-JB acontecem nas segundas terças-feiras do mês, a partir das 20h, no Colégio Divina Providência, na rua Lopes Quintas, 274.

INFORME AMA-JB PUBLIEDITORIAL

DIV

ULG

AÇÃ

O/

AM

A-J

B

A AMAJB é uma importante ferramenta de pro-

teção e preservação da identidade, da estética

e das riquezas do nosso bairro, especialmente

neste momento em que a cidade do Rio de Ja-

neiro vem sofrendo profundas alterações, com

obras públicas, aumento da violência urbana,

deterioração da segurança, pressão por novas

construções comerciais e residenciais, poluição

sonora, desmatamento, ocupações irregulares,

excesso de veículos e planejamento viário de-

ficiente. Tudo isso, claro, acarretando impactos

sociais e ambientais.

Nós, moradores do bairro, sabemos que o Jar-

dim Botânico é um lugar único por suas cara-

terísticas físicas e geográficas, ruas bucólicas,

comércio, empresas e pessoas, além do Institu-

to de Pesquisas do Jardim Botânico, do Parque

Lage, da Floresta da Tijuca, da Lagoa... Mas nem

tudo são flores, e não faltam problemas e desa-

fios a serem resolvidos.

Uma AMAJB forte e atuante é resultado

da participação de seus moradores.

Para se associar, o investimento é de R$ 80

(oitenta reais) por ano. Basta fazer um DOC

ou TED com seu CPF para ASSOCIAÇÃO DE

MORADORES E AMIGOS DO JARDIM BOTANICO

Banco Bradesco Agência: 1444 Conta: 042737-3

CNPJ:30499941/0001-82.

17

de outras empresas e instituições. Sem fins lucrati-

vos, o IRS atua na identificação e desenvolvimento

de crianças e jovens com altas habilidades/superdo-

tação, em situação social vulnerável. Criado há 15

anos, o instituto mudou-se, em janeiro deste ano,

para o Jardim Botânico, onde funcionam oficinas de

música, teatro, dança, criação e poesia, além de se-

rem oferecidas aulas preparatórias para concursos

para 6º ano do Ensino Fundamental II e 1º do Ensi-

no Médio. Atualmente, o IRS atende a 275 partici-

pantes de 60 Instituições da cidade, sendo dez em

nossa região: sete escolas na Gávea, três no Jardim

Botânico e a Pequena Cruzada, na Lagoa. Entre os

parceiros do IRS, estão o IBEU (Instituto Brasil Esta-

dos Unidos), o Conservatório Brasileiro de Música e

a Escolinha de Vôlei do Betinho. Mais informações

sobre participações, apoio e parcerias podem ser

obtidas no site www.irs.org.br.

Despertar e desenvolver novos talentos para trans-

formar vidas – essa é a missão do Instituto Rogério

Steinberg, mantido pelo Grupo Servenco com apoio

CIDADANIA Instituto Rogério Steinberg

Flagrante 1

O imóvel na esquina das ruas Lineu de Paula Ma-

chado e J J Seabra já abrigou restaurante mexicano

e uma filial do Bar Devassa, mas, há alguns anos,

encontra-se fechado e em total estado de abando-

no. Uma pena que um endereço tão nobre seja tão

mal aproveitado. Cadê a Prefeitura que não multa o

proprietário pelo desleixo?

Flagrantes Flagrante 2

Passada a Copa do Mundo, é tempo de nos preo-

cuparmos com as Olimpíadas. Quem sai do Túnel

Rebouças dá de cara com o péssimo estado de con-

servação do deck de largada do remo, em frente ao

Baixo Bebê, na Lagoa. O local foi destruído nas chu-

vas de 2012 e até hoje não foi consertado, deixando

uma péssima impressão em quem chega a um dos

cartões postais da cidade.

FOTO

S: C

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18

Histórias secretas pré-BRockO morador do

Jardim Botânico

Nelio Rodrigues

acaba de lançar

o livro Histórias

Secretas do Rock

Brasileiro, sobre

a cena roqueira

do país, em ge-

ral, e do Rio de

Janeiro, em par-

ticular, nos anos

1960 e 1970.

Pesquisador e

colecionador musical, Nelio resgatou histórias sobre

os pioneiros do gênero, como as bandas The Brazi-

lian Bitles, O Terço, Som Beat, Os Selvagens, A Bolha

e Módulo 1000, que atraíam multidões a programas

de TV, teatros, clubes e outros palcos da cidade. O

livro traz fotos, reproduções de cartazes de shows

e capas de discos. Chance para conhecer um pouco

sobre essa galera que encarou as ditaduras política e

fonográfica da época.

Aumenta que isso aí é...Outra dica para comemorar o Dia Internacional do Rock

é curtir “Nheengatu”, novo álbum dos Titãs. A julgar

pelos temas, poderíamos pensar se tratar de um disco

antigo da banda. Entretanto, quase 30 anos depois de

“Cabeça Dinos-

sauro”, polícia,

política, violên-

cia, Igreja, dro-

gas, discrimina-

ção e miséria

con tinuam a ser

encontradas em

qualquer canto

JBF indica de nosso país e, por isso, voltam às letras das 14 fai-

xas do 18º disco da banda. As crônicas ácidas de uma

“República das bananas” são narradas em “Mensagei-

ro da desgraça”, “Fardado”, “Pedofilia” ou “Cadáver

sobre cadáver”. Diante de tal realidade, fica a dúvida:

“Quem são os animais?”.

Roça in Rio

A Copa do Mundo empurrou o Arraial da Providên-

cia para o final do mês de julho: dias 25, 26 e 27. O

evento está em sua 11ª edição no Jockey Club e já se

tornou uma das mais populares e concorridas festas

juninas da cidade. Serão três dias de música, brinca-

deiras, quadrilhas, comidas e bebidas típicas da roça.

O melhor é que, ao participar, você ajuda o próximo,

pois toda a renda é revertida para os projetos sociais

do Banco da Providência, que atua em 70 comunida-

des promovendo oportunidades de geração de renda

para mais de 2 mil famílias anualmente.

Sexo, drogas, violência e... corrupçãoO novo livro de Luis Erlanger, morador do Jardim

Botânico e Diretor de Análise e Controle de Quali-

dade da Programação da TV Globo, traz tudo isso

em misterioso caso de homicídio, prostituição e

corrupção política. Escrito a partir de anotações ale-

FOTO

S: D

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LGA

ÇÃO

19

atórias reunidas

por Erlanger

desde 2009,

Antes que eu

morra foge da

realidade sem-

pre presente

no dia a dia

profissional do

autor, que mis-

tura universos

e referências

literárias, mu-

dando nomes

de personagens históricos, época e profissão, sem

compromisso. Tudo em favor da ficção.

Parquinho LageFoi inaugurada, no início de junho, a instalação “Cami-

nhando no caminho”, do artista plástico Ernesto Neto.

A obra, interativa, consiste em um meio-fio de cimen-

to, que circunda árvores e convida as crianças para

uma divertida caminhada, aliando arte e natureza. É

mais um esforço da recém-criada OS Oca Lage para

falar também com o universo infantil. Os trabalhos do

projeto “Parquinho Lage” ficarão três meses no local,

acompanhando as quatro estações do ano.

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CONSUMOFO

TOS:

CH

RIS

MA

RTIN

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LGA

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Para presentear os pais no próximo dia 10 de agosto, nem é

preciso sair do bairro:

Posters variadosA partir de R$ 70

Oba! Arquitetura – Tel: 2249-5876

Camiseta “Acima de tudo Braseiro”, design de Gustavo Nogueira R$ 40

Braseiro da Gávea – www.braseirodagavea.com.br

Camisetas Circuito Rio R$ 86

It Fit – Tel: 3359-1559

Bombom ou palito de chocolate com licor Jack Daniels

A partir de R$ 60

Casa Carandaí - Tel: 2259-8765

Livros “Pelé – Minha vida em imagens” e “Recados da bola”Entre R$ 100 e R$ 150

DC Lá em Cima - Tel: 3322-1176

21

Muito antes da Vênus Platinada, o Jardim Botâni-

co já encantava a alma dos artistas. Vinícius de

Moraes ainda não era o Poetinha, mas já circula-

va pelo Jardim Botânico, mais precisamente pela

esquina das ruas Lopes Quintas e Corcovoado ,

onde nasceu. Como lembrança desse período,

resta apenas uma placa alusiva ao artista, que, já

famoso, residiu em outros pontos do bairro.

Parcerio de Vinícius, o maestro Tom Jobim

morou na rua Peri antes de construir sua própria

casa, na rua Sara Vilela. A obra teve início em

1979, mas só em 1983 ficou pronta. Foi ali que

o maestro reuniu seus livros, seus discos, sua

família e seus amigos até falecer, há quase 20

Alamedas do Jardim

Endereços musicais

anos. Frequentador assíduo do Jardim Botânico

do Rio de Janeiro, Tom cantou suas belezas em

muitas de suas músicas. Hoje, tem sua obra reu-

nida e acessível para consulta no próprio parque,

no Instittuto Tom Jobim, e foi homenageado com

um monumento em frente ao Chafariz das Musas,

pertinho de sua árvore favorita.

Até Chico Buarque encantou-se com o Jardim

Botânico. O cantor e compositor, que completou

70 anos em junho, passou um período no bairro,

em 1996, quando se separou da atriz Marieta Se-

vero. Ele morou em um apartamento na esquina

das ruas Itaipava e Faro.

CHR

IS M

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INS

22

Ilustre Morador

O nome também é poético e algumas ruas da região

são tão bucólicas quanto as do Jardim Botânico. Esta-

mos falando da Fonte da Saudade, local escolhido por

Roberto Frejat para morar desde 1992, região vizinha

a nosso bairro por onde o guitarrista, cantor e compo-

sitor circula, tranquilo, a pé, de bicicleta e – cada vez

mais raramente – de carro.

ROBERTO FREJAT

Pudera, na mesma área, fica seu estúdio, local de

trabalho e de lazer para ele, e agora também para seu

filho, Rafael, e sua banda Neorônios. Mas não são só

os moradores da Fonte da Saudade que estão acostu-

mados a cruzar com o músico nas ruas. Do Humaitá

ao Jardim Botânico, ele é figurinha fácil: costuma dar

a volta na Lagoa a pé ou de bike; toda semana, faz

massagem na Lopes Quintas; vez por outra, confere as

acrobacias aéreas da filha Júlia, no Lunático Café; e, na

hora de comprar materiais de construção

para algum reparo necessário, apela para

as lojas especializadas da região.

Atento e atuante em tudo o que en-

volve música e direitos autorais, Frejat

também tem opinião formada sobre a

questão fundiária do Jardim Botânico do

Rio de Janeiro. Para ele, o ex-presidente

do parque, Liszt Vieira, desenvolveu um

trabalho sério, preparando o terreno para

a atual reconquista das propriedades loca-

lizadas dentro da área do arboreto.

- Estive recentemente no Jardim Bo-

tânico e constatei as melhorias que vêm

sendo implantadas ao longo dos anos. O

parque é de todos, e é fundamental pre-

servá-lo. Voltarei em breve para conferir

a recuperação do aqueduto histórico, que

ficava na área ocupada pelo clube Caxin-

guelê, destaca.

Já ao Parque Lage, Frejat não vai há

muito tempo, mas acredita que a gestão

de Marcio Botner – seu primo e artista

bastante atuante – trará “uma lufada de

ar fresco à instituição”.

Dentre as mazelas da região, o trânsito

fica em primeiro lugar. Em sua opinião, o

ponto crítico do bairro é o sinal da Oliveira

Rocha com a Jardim Botânico: “uma ver-

gonha a falta de educação dos motoristas

que sempre fecham o cruzamento”, ex-

clama. Em contraposição, aponta o senti-

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do Gávea-Humaitá, da rua Jardim Botânico, como o de

maior fluidez por aqui. A única vantagem do trânsito

intenso é que, graças a ele, Frejat aumentou a utili-

zação de bicicleta não só para passear, mas também

como meio de transporte para ir a compromissos em

Ipanema ou no Leblon.

Frejat gosta de prestigiar os estabelecimentos dos

arredores, mas confessa que, com sua rotina de via-

gens frequentes, acaba muitas vezes preferindo o

conforto do lar: “Do que sinto mais falta quando estou

em turnê é mesmo da minha casa!” O ”problema” é

resolvido pelos serviços de entrega em domicílio de

restaurantes como o La Carioca e o Bráz, sem falar no

japonês Ki, na Fonte da Saudade, o mais acionado.

- Costumava ir muito à livraria Ponte de Tábuas.

Atualmente, posso dizer que o endereço comercial

que mais frequento no bairro é o Mundo Verde. A loja

do Jardim Botânico é a mais completa e com melhor

atendimento da rede, destaca o músico, que gosta

muito também da seleção de filmes da Cavídeo, na

Cobal do Humaitá.

A turnê de “O amor é quente” segue firme até

2015. Ao longo do ano que vem, certamente, novas

músicas serão lançadas: “Só não sei ainda em qual

formato, se em CD ou apenas digital”, adianta o mú-

sico. Mas uma coisa é certa, vamos continuar a vê-lo

circulando por aqui.

CRIS

TIN

A G

RA

NA

TO

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