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A difícil arte de conciliar esporte, lazer e brincadeiras com helicópteros e projetos que preservem o espelho d’água. (Páginas 4 e 5) Autora ilustre Flávia Lins busca inspiração para as aventuras de Pilar e outras histórias no Jardim Botânico. (Página 7) Poda na Pio XI Serviço agendado para o fim de julho precisará da colaboração dos moradores. (Página 3) julho/agosto 2013 | ano 9 | nº50 distribuição gratuita Jardim Botânico Horto | Gávea | Humaitá Lagoa para todos? jb f olhas em o informativo do jardim botânico

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Informativo do Jardim Botânico

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A difícil arte de conciliar esporte, lazer e brincadeiras com helicópteros e projetos que preservem o espelho d’água. (Páginas 4 e 5)

Autora ilustre Flávia Lins busca inspiração para as aventuras de Pilar e outras

histórias no Jardim Botânico. (Página 7)

Poda na Pio XI Serviço agendado para o fim de julho precisará da

colaboração dos moradores. (Página 3)

julho/agosto 2013 | ano 9 | nº50

distribuição gratuita

Jardim Botânico

Horto | Gávea | Humaitá

Lagoa para todos?

jb folhasemo informativo do jardim botânico

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ExpedienteO JB em Folhas é uma publicação bimestral, editadapelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.www.armazemcomunica.com.brEditora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ)

Redação: Betina DowsleyProjeto Gráfico: Paulo Pelá - www.bolaoito.com.brRevisão: Carla Paes LemeImpressão: CMYK Gráfica - 2581-8406Estagiária de Redação: Sheila GomesFotos da Capa: Chris MartinsTiragem: 5.000 exemplaresTelefone: 3874-7111/ 8128-6104e-mail: [email protected]/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanicosite: www.jbemfolhas.inf.br

Caro Leitor,

Não é segredo que o Brasil e a nossa cidade, em especial, estejam no centro das atenções mun-

diais. Tanto nos esportes – pela recente disputa da Copa das Confederações e a proximidade da

Copa do Mundo e das Olimpíadas –, quanto pelas últimas manifestações que levaram o povo às

ruas. E, por conta disso, cresce o número de turistas circulando pelas ruas e pela Lagoa Rodrigo de

Freitas, encantados diante da beleza do espelho d’água e sua orla, principalmente em dias de céu

azul ou noites de luar.

Atualmente, a Lagoa desempenha um papel sociocultural na vida de quem mora no seu entor-

no e pratica esportes ou utiliza sua área de lazer nos finais de semana. Mas, como diz o provérbio

português, “por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”. Ou, para ser mais objetiva, nem tudo

se resume a belas imagens de cartão postal. Há problemas na manutenção no recém-reformado

Parque dos Patins, a água voltou a sofrer com a mortandade de peixes, é crescente o número de

assaltos na área – principalmente no Baixo Bebê e próximo ao Clube Caiçaras – e o zum-zum-zum

de helicópteros voando em torno do Corcovado atormenta toda a região. Sem falar na questão da

despoluição da Lagoa, que continua sem solução. Você vai saber um pouco sobre os problemas e

os encantos da região na matéria de capa desta edição, nas páginas 4 e 5.

A jornalista e moradora Scarlet Moon deixou-nos no dia 5 de junho passado, depois de dez anos

lutando contra a Síndrome de Shy-Drager. Infelizmente, não houve tempo para uma entrevista para

a coluna Ilustre Morador. Mas nós não poderíamos deixar de fazer nossa homenagem a essa figura

ilustre, de fato e de direito, na página 3.

Na próxima edição, nosso jornal completa dez anos de existência e merece atenção es-

pecial. Para isso, queremos saber de você, leitor que nos acompanha ao longo de todo esse

tempo, o que podemos fazer para melhorar. Participe mandando sugestões para o nosso email

[email protected].

Até setembro!

Christina Martins e Betina Dowsley

Distribuição:Agência dos Correios da rua Jardim Botânico, Bibi Sucos, Cavídeo, Jardim Botânico, Parque Lage, bancas de jor-nais, galerias e prédios comer ciais do Jardim Botânico.

Telefones úteisBombeiros 193 / 3399-1234Cedae (água e esgoto) 195 / 0800 281195CEG (emergência) 0800 240197CET-Rio 2286- 8010Comlurb 2204-9999Defesa Civil 199 / 2576-5665Disque-Denúncia 2253-1177Disque-Luz (Iluminação urbana) 2535-5151Disque-Barulho e Patrulha Ambiental 2503-2795Guarda Municipal 153Light 0800 21019615ª DP 2332-2871Polícia Militar 190Subprefeitura da Zona Sul 2274-4049 / 2511-0501Vigilância Sanitária 2503-2280Tele-Dengue 3553-4025Tele-gripe 0800 2810 100Procon 151Atendimento ao Cidadão 1746

O Baixo Bebê da Lagoa vai ganhar maioridade em outubro. Foi em 1992 que o cearense Albany

Mattos levou sua kombi com coco gelado para a área próxima à Igreja Matriz Santa Margarida Ma-

ria, criando um espaço exclusivo para as crianças. No começo, eram apenas duas babás e poucos

bebês; bem diferente dos dias atuais, quando cerca de 150 crianças – acompanhadas por seus res-

ponsáveis – ocupam a praça criada pela Prefeitura depois de um abaixo assinado com mais de mil

signatários. A área foi revitalizada em 2000, ganhou novos brinquedos, quiosque e um fraldário.

Em 21 anos, Albany tornou o Baixo Bebê da Lagoa o point da criançada na região, investindo

em brinquedos e sempre preocupado com a manutenção dos mesmos. O trabalho de fé rendeu

até casamento com uma antiga babá que frequentava o espaço e que agora cuida dos dois filhos

do casal – uma menina de 12 anos e um menino de 8. As animadas festas temáticas (Carnaval,

Natal e Caipira) promovidas pelo quiosque estão suspensas há dois anos, mas os aniversários

ainda têm espaço na agenda. “Só tem de avisar antes para eu separar mesas e cadeiras e deixar

tudo arrumado”, explica o vendedor caprichoso.

Com 50 anos de idade, Albany trabalha diariamente das 8h às 20h, estendendo durante o ho-

rário no verão. Aposentadoria não passa por sua cabeça, nem quando recebe a visita dos antigos

bebês, hoje adultos e cheios de histórias. “O segredo do sucesso é trabalhar direito e tratar todos

bem. Mesmo quando estou com algum problema, é só chegar aqui que eu esqueço de tudo, o

astral muda. Eu me divirto muito com as crianças. Adoro trabalhar com isso”, garante.

Cara do JB Albany

Editorial Lagoa, para o bem e para o mal

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administrativa. A equipe do jornal, que manteve

uma boa parceria com Guido ao longo desses

anos, deseja boa sorte em seu novo momento.

Vitória dos moradoresO prédio que a João Fortes Engenharia preten-

de construir no terreno onde funcionava o pos-

to Shell não poderá ter 27 metros de altura.

Por tratar-se de Área de Proteção do Ambiente

Cultural (APAC) do Jardim Botânico, o gabarito

permitido para a área é de 14 metros. A venda

do terreno mobilizou a AMA-JB e, em 2011, um

grupo de moradores foi à rua marcar posição

muito antes desta onda de manifestações.

Moradores nas ruasA onda de manifestações chegou ao Jardim

Botânico. Em junho, por duas vezes, a sede da

Rede Globo, na rua Von Martius, foi alvo de pro-

testos. O primeiro foi no dia de São João e o se-

gundo, no de São Pedro. Se no dia 24 o grupo

era pequeno, no dia 29 o movimento – além de

foi maior e mais barulhento – questionou as re-

moções dentro do limite do JBRJ.

Aviso de poda na Pio XIHá dois anos sem poda, os galhos das árvores

da Praça Pio XI em breve vão ganhar nova vida.

Com risco de acidente por conta dos fios de alta

tensão que se misturam aos galhos, a Comlurb

precisará de alguns dias para executar o serviço,

programado para começar no dia 29 de julho,

podendo se estender até 3 de agosto, no horá-

rio das 9h às 17h. Nesse período, pede-se aos

moradores e frequentadores do local que não

estacionem na área. À medida que o trabalho

for avançando, trechos poderão ser liberados.

Movimento do comércioNos últimos dois meses, diminuiu o movimento

de estabelecimentos abrindo suas portas no bair-

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Folhas do Jardim

15 anos de boa educação

ro. Entre as novidades está a loja First Class – de

roupa de cama, mesa e banho –, que abre uma

filial na galeria dos Correios. Ainda sem confirma-

ção, conta-se que, no lugar da livraria, deve abrir

um quiosque português, e que onde funcionou a

academia OX Premiun será instalada outra acade-

mia de ginástica. A conferir. E onde ficava o bar

Central da Ponte, na esquina das ruas Jardim Bo-

tânico e Pacheco Leão, o supermercado Zona Sul

deve estender seus domínios, abrindo uma pa-

daria/pizzaria no local. Por falar em padaria, um

estabelecimento francês também será aberto no

comecinho da Jardim Botânico, pertinho da outra

filial do Zona Sul no bairro.

Bairro sem letras

Adeus à coleguinhaO Jardim Botânico (e a Zona Sul) está menos ilu-

minado com a partida de sua ilustre moradora

Scarlet Moon de Chevalier, que faleceu em ju-

nho, vítima de uma doença degenerativa contra

a qual lutava havia dez anos. Com personalidade

forte e visual marcante, a jornalista morou por 28

anos no bairro, no mesmo prédio da Benjamin

Batista. Sempre de olho na notícia, ela muitas

vezes serviu de porta-voz das mazelas do bairro,

É com imenso pesar que registramos o fecha-

mento da única – e agradabilíssima – livraria

Ponte de Tábuas. Ela marcou presença no bairro,

com tardes de autógrafos de autores de livros

infantis, debates e um café da manhã nos finais

de semana que fazia a alegria de moradores e

visitantes. Após mais de 12 anos, o estabeleci-

mento encerrou suas atividades em meados de

junho, deixando órfãos aqueles que frequenta-

vam o lugar, fosse para comprar um presente ou

para marcar uma reunião ou mesmo uma en-

trevista, como várias vezes fizemos para apurar

matérias para o JB em Folhas. Vai deixar sauda-

des e um vazio enorme em uma das esquinas

mais famosas do bairro.

A Jardim Botânico Educação Infantil acaba de

completar 15 anos no bairro. A escola seria

aberta no Recreio, mas, ao visitar a simpática

rua Visconde da Graça, as sócias Andréa Cam-

pos, Karin Sampaio e Márcia Cardoso mudaram

de ideia e não se arrependeram. Se em 1998

havia apenas quatro crianças, hoje o colégio

atende a mais de 90 alunos e tornou-se refe-

rência de educação infantil no bairro.

Ao longo desse tempo, as sócias investiram

em ações de reciclagem no bairro, como a lixeira

especial para coleta de pilhas e baterias e ainda

a coleta de óleo oferecida para toda a vizinhança

e não apenas para seus alunos. Este ano, o co-

légio está organizando uma campanha para re-

colher agasalhos, cobertores e roupas de criança

para a Associação Casa de Maria Mãe, da irmã

Maria José Macena, que faz um trabalho nas co-

munidades no entorno do lixão de Gramacho.

Novos rumosGuido Gelli, Diretor de Ambiente e Tecnologia do

Jardim Botânico, está deixando o parque depois de

seis anos cuidando, com profissionalismo, da área

em sua coluna semanal, no jornal O Globo.

Precursora dos talk shows, Scarlet chegou a

produzir, em 2005, o “Jogando Conversa dentro”, no

Instituto Cultural Arteclara, na rua Lopes Quintas.

Incentivadora do JB em Folhas e sócia do Jar-

dim Botânico, a coleguinha que badalou e aba-

lou de noite e de dia vai deixar saudades, mas

também boas lembranças. Como ela dizia, “foi

um prazer i-ne-nar-rá-vel desfrutar de sua com-

panhia pelo bairro!”

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Totalmente integrada ao dia a dia dos morado-

res da zona sul do Rio de Janeiro, a Lagoa Ro-

drigo de Freitas é uma academia a céu aberto.

Os seus 7,5 km de extensão oferecem várias

atividades de lazer e esporte. Do início da ma-

nhã até a noite, é normal ver atletas e pessoas

comuns caminhando, correndo, remando ou pe-

dalando e, certas vezes, é difícil conciliar todas

estas atividades. Mas o “coração da zona sul” é

igual ao de mãe, sempre cabe mais um, inde-

pendente da idade. Nessa área, destaca-se o

Parque dos Patins – com brinquedos e espaço

para piquenique e outras atividades –, fazendo

parte da rotina de crianças e jovens, que circu-

lam de bicicleta, triciclo, patins ou skates.

A novidade da estação são os e-mobis, veícu-

los movidos a bateria que já podem ser vistos na

orla da lagoa (foto 5). O novo “brinquedo” pode

ser alugado para passeios no Parque dos Patins e

na Catacumba, incluindo roteiros de 30 minutos

por outros bairros, em grupo de até seis pesso-

as. O veículo de duas rodas tem audioguia com

informações turísticas e é conduzido pelo próprio

piloto, que regula a velocidade e a direção, sempre

sob a supervisão de um monitor. “O e-mobi inva-

diu a Europa, e tivemos a ideia de trazer as máqui-

nas para potencializar o turismo no Rio de Janeiro

nesse momento em que os olhos do mundo estão

voltados para o Brasil”, afirma Flavia Verdi Sartori,

sócia da empresa Easy Way Brasil.

Mas o que promete revolucionar a região ain-

da está por vir. No segundo semestre de 2014,

deverá ser inaugurado o Parque Radical da La-

goa, projeto da Prefeitura que ocupará o antigo

terreno da Estação do Corpo, atualmente em es-

combros (foto 2). Desenvolvido pela Fundação

Parques e Jardins e com um investimento de

R$20 milhões, o Parque Radical contará com

uma área de 18 mil m2 e terá como atrações

uma pista de bicicross com arquibancada, duas

Lagoa: entre o paraíso e o caospistas de skate, paredes de escalada, muros de

grafite, paisagismo vertical, chafariz, área verde,

além de uma tirolesa que cruzará toda a exten-

são do parque diagonalmente.

Mas há quem pergunte o porquê de um in-

vestimento tão alto numa área que já oferece

bastante opção de lazer gratuito e que foi re-

vitalizada no ano passado. Em junho de 2012,

a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos

entregou à população o Parque dos Patins refor-

mado, com novos brinquedos (foto 4), aplicação

de grama, piso emborrachado, novas pistas de

skate e reforma do rinque de patinação, além da

restauração dos decks de madeira.

Priscila Fonseca – sócia da empresa Roller Play,

atuando há 13 anos no local – acredita que seria

mais importante investir em segurança e fiscali-

zação para garantir exclusividade para os patina-

dores. “Nós oferecemos equipamentos e aulas

para crianças e adultos, mas a presença de ska-

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tistas ou mesmo de crianças de patinete tornam

a prática perigosa”, observa. Priscila lamenta que

a renovação do parque não tenha sido para durar.

“As obras feitas ano passado melhoraram a área

em 100%, mas a pista foi repavimentada com

material de baixa qualidade e já está novamente

precisando de reparos”, lamenta.

Priscila não é a única a achar que tudo não

passa de maquiagem apenas para dar a impres-

são de que está bom. A moradora do Jardim Bo-

tânico Cecília Herzog – presidente do Instituto In-

verde, voltado para estudo e pesquisa em ecolo-

gia urbana e autora do livro “Cidade para todos:

aprendendo a conviver com a natureza” – teve

acesso ao projeto inicial para o Parque Radical e

não gostou do que viu.

- O projeto é lamentável! Em pleno século

XXI, é preciso pensar em aliar várias funções

em um mesmo lugar, como se faz no mundo

inteiro. Por que não fazer um Parque Ecológico

Radical, valorizando a biodiversidade e promo-

vendo sua arborização? – sugere a professora

da PUC de Arquitetura e Urbanismo.

Outro que também contesta o projeto é o

ex-presidente da AMA-JB, Alfredo Piragibe: “O

certo seria incentivar o esporte náutico que,

com a construção do complexo Lagoon, teve

suas atividades reduzidas. Essa é uma dívida da

Prefeitura com a Federação de Remo”. Morador

atento, Alfredo conclui: “Gostaria de saber como

a Prefeitura vai cuidar da manutenção desses

equipamentos caros como tirolesa e escalada, se

ela não consegue nem manter as raias de remo

– próximas ao Baixo Bebê (foto 3) –, que estão

em estado lastimável? A Lagoa é um local de

contemplação e não uma Disneylândia.”

Bem pertinho dali, os helipontos são motivo

de manifestações de moradores e frequenta-

dores da Lagoa Rodrigo de Freitas (foto 1). Em

finais de semana de sol, são registrados 50 voos

por dia, sendo que, em feriados e durante o

Carnaval, por exemplo, o número sobe para 250

voos em torno do Cristo Redentor, chegando a

mais de 50 voos em um período de duas horas.

Vera Maurity é coordenadora do movimen-

to Rio Livre de Helicópteros Sem Lei. O grupo

formou-se por conta do aumento do número de

voos na região e da falta de fiscalização do ser-

viço. Na luta pelo estabelecimento de rotas e de

horários de voos, o movimento encontrou várias

irregularidades: monopólio dos voos panorâmi-

cos em vários pontos da cidade (Piraquê, Miran-

te Dona Marta e Pão de Açúcar) e aluguel do

espaço por R$ 2.400 (menos do que um quarto e

sala na região), além de estar em área tombada

pelo Iphan, ao lado de parque infantil...

- É um absurdo que os cidadãos tenham a vi-

da infernizada por tamanha quantidade de voos,

muitos deles abaixo da altura permitida. Como

acontece em Nova York e Londres, as rotas não

deveriam passar acima de residências. No dia

em que um helicóptero cair, vai ser uma tragé-

dia! – teme Vera.

E assim, os dias de inverno na Lagoa Sacope-

napã seguem entre o lazer e a falta de respeito

ao cidadão. Que venham as manifestações – pa-

cíficas, claro!

ANUNCIE: 3874-7111

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JBF INDICA cubanos e brasileiros, muitos deles entoados em

iorubá. Mas que ninguém pense que seu tra-

balho fica limitado ao universo do candomblé.

Com passagens por Argentina, Estados Unidos

e Cuba, Leobons incorpora batidas eletrônicas e

conta com a parceria de Lucas Santanna, Pedro

Luís e Roberta Sá. Sem falar do reforço especial

da Parede em seu “baticum”. Prestem atenção

ao passear pela Lagoa, ele costuma ensaiar no

deck próximo ao Parque dos Patins.

Exposição interativaO artista plástico Ricardo Becker apresenta um

novo trabalho, a partir de 9 de agosto, nas Ca-

valariças do Parque Lage. Uma caixa com ma-

teriais reflexivos que formam um fluxo de ima-

gens permite que o visitante participe da obra

como reflexo em constante alteração, através de

variações de posições. Para entender melhor a

viagem, só conferindo ao vivo.

Circuito das Artes A abertura da 17ª edição do Circuito das Artes

do Jardim Botânico será na sexta-feira, 16 de

agosto, com palestra da artista e professora Lena

Bergstein, na Escola de Artes Visuais do Parque

Lage. Consolidado no calendário da cidade, o

evento movimenta o bairro em dois finais de se-

mana com ateliês de portas abertas, atividades

infantis, oficinas, shows e parcerias com restau-

rantes da região. Dias 17, 18, 24 e 25 de agosto,

das 12h às 19h.

História do rockTodo dia é dia de rock, mas, oficialmente, o

gênero musical é comemorado mundialmente

no dia 13 de julho. Nossa sugestão para cele-

brar a data é o livro “50 fatos que mudaram

a história do rock” (editora Record), que apre-

senta histórias significativas que marcaram a

música pop dos anos 1950 até hoje. O autor,

Paolo Hewitt, é um veterano jornalista inglês,

com passagens pelo New Musical Express e

Melody Maker, duas das maiores publicações

de música do Reino Unido. Estão lá fatos como

os shows memoráveis de Woodstock e o caso

de Sinéad O’Connor, que rasgou uma foto do

Papa João Paulo II durante uma apresentação

ao vivo na TV americana, em 1992.

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Amazônia no JB“Retorno à Amazônia” reúne 30 fotografias

de Carrie Vonderhaar, com textos explicati-

vos de Jean-Michel Cousteau. A exposição é

resultado de expedição realizada em 2006,

quando o explorador seguiu o mesmo traje-

to feito por seu pai, o oceanógrafo Jacques

Cousteau, que havia percorrido rios e flores-

tas e povoamentos indígenas 24 anos antes.

A mostra fica no Centro de Visitantes do Jar-

dim Botânico até 2 de agosto, das 8h às 17h,

e a entrada é gratuita. Endereço: Rua Jardim

Botânico, 1008.

Tambores internacionaisMorador do Jardim Botânico, o percussionis-

ta carioca Léo Leobons acaba de lançar seu

novo CD, “Bá”, com cantos e batuques afro-

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ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA AO ADOLESCENTE Há 65 anos no Jardim Botânico – apesar de um

breve período em Laranjeiras –, a Associação de Assistência ao Adolescente oferece atendimento

acadêmico a cerca de 100 estudantes, com idades entre 12 e 18 anos e bom rendimento escolar. O

objetivo é dar condições ao bolsista de escola particular, para que ele siga em frente com seus estu-

dos. Desde o ano passado, a instituição ampliou sua linha de ação com o projeto “Ponto de Apoio”,

que tem o patrocínio da Petrobras e é direcionado a alunos que não são bolsistas, mas vivem uma

situação socioeconômica de vulnerabilidade e têm dificuldade em matemática, geografia, português

e ciências. Mas nem adianta tentar se inscrever. Para participar, tanto da Associação quanto do pro-

jeto Ponto de Apoio, é necessário que o jovem seja indicado por uma das escolas conveniadas, tais

como Corcovado, Divina Providência, C.E.L, Pequena Cruzada e Jockey Club. A instituição também está

em busca de patrocinadores e aceita doações. Saiba mais no site www.aaadolescente.org.br.

CIDADANIA

AULAS DE PIANO – professora formada na França, com mais de 10 anos de experiência, especializada em aulas

para crianças a partir de 4 anos. Em domicílio ou na rua Pacheco Leão. Béatrice: 2512-1940 ou 8149-0070.CLASSIFICADOS

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O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é o quintal da

jornalista e escritora Flávia Lins e Silva. É lá que a

autora de livros infantis busca inspiração para es-

crever, meditar e fazer reuniões de trabalho. Foi

no Espaço Tom Jobim, durante uma visita, que a

jornalista conheceu a coleção de apitos de pássa-

ros do maestro e decidiu dar a Pilar, personagem

principal de seus livros, um kit semelhante, que

ela sempre carrega em suas aventuras pela Gré-

cia, Amazônia e Egito.

Flávia concilia trabalho e lazer em suas via-

gens. A última, para o Peru, já está sendo trans-

formada em livro, “As aventuras de Pilar em

Machu Picchu”, que chega às lojas no final do

ano. Quando está no Brasil, seu universo con-

centra-se na Gávea e no Jardim Botânico, onde

circula a bordo de uma bicicleta elétrica ou a

pé. Na maioria das vezes, corta caminho pelo

JBRJ para chegar à aula de literatura da profes-

sora Carmem Hanning, na esquina da rua Lopes

Quintas, ou para ir até o Horto, almoçar no res-

taurante Borogodó com o marido, nos finais de

semana. “Gosto de andar pelas aleias e imagi-

nar que as ruas poderiam ser todas assim, arbo-

rizadas e silenciosas, com pitangas penduradas.

Seria maravilhoso”, idealiza Flávia.

O Jardim Botânico exerce um enorme fascínio

sobre a autora, que é sócia do parque e costu-

ma, religiosamente, fazer caminhadas semanais

– com direito a encontro com macacos pregos

no meio do caminho. “Já fiz até o passeio no-

turno!” Mas Flávia, que ainda não tem filhos,

acha que o parque poderia ter uma programa-

ção mais direcionada ao público infantil. “Quem

sabe um acampamento no meio do mato?”,

arrisca. Enquanto isso não acontece, a jornalista

cumpre a sua parte: a maioria dos livros da per-

sonagem Pilar teve lançamento – com recreação

infantil – no Jardim Botânico, sempre com lota-

ção esgotada. “Aqui é o lugar da Pilar, o quintal

onde ela brinca e passeia. E acho que o sucesso

da personagem deve-se a seu espírito aventu-

reiro e à sua coragem, que encantam e levam

as crianças a viajar com ela”, reflete.

A Gávea também faz parte do dia a dia de

Flávia. Ela conhece bem o bairro por ter estu-

dado e residido ali a maior parte dos seus 42

anos – salvo um intervalo de dois anos no Alto

Jardim Botânico. Seu sonho de consumo é ver o

Parque da Cidade revitalizado e as ruas com boa

iluminação. “É uma vergonha. As ruas são mal

iluminadas”, lamenta. Entre seus programas fa-

voritos estão passear pelas galerias de arte, vi-

sitar o Planetário – que para ela é um luxo –, e

ir à livraria infantil Malasartes, bater papo com a

proprietária dona Iaci e as vendedoras Claudia e

Renata. A boemia do Baixo Gávea também tem

espaço na agenda, com passagens pelo Guimas

e pelo Braseiro: “Adoro ficar em pé no balcão

tomando uma cerveja e comendo linguiça, en-

quanto aguardo o meu pedido para levar para

casa. Eles até entregam, mas eu prefiro ir buscar

para curtir esse momento”, confidencia.

E entre o Jardim Botânico e a Gávea? Aí, o se-

gundo leva vantagem, na visão da escritora. “A

Gávea é melhor para caminhar, pois o Jardim Bo-

tânico tem um trânsito mais duro. Torço por uma

ciclovia que ligue a Gávea ao JB. Aliás, essa região

toda. Adoraria ir até Botafogo de bike, pois é uma

área plana e com calçadas estreitas e muito movi-

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mentadas. Pelo menos, a chegada do metrô deve

melhorar essa questão de transporte”, acredita.

Com mais de dez livros publicados e mais de

100 mil exemplares vendidos, a jornalista está

experimentando uma nova sensação com o su-

cesso da série de TV “Detetives do Prédio Azul”,

exibida no canal infantil Gloob e teve a história

lançada em livro recentemente. “Nesse caso, fiz

o rumo contrário: primeiro escrevi o roteiro da

série e só depois o livro”, explica. Flávia acre-

dita que a inspiração para o público infantil ve-

nha da admiração por vários personagens desse

universo, como Emília, Mafalda, Pipi Meia Longa

e até Asterix! Entre os planos para o futuro es-

tão o desafio de escrever para o público adul-

to, mas em formato digital, “para não precisar

gastar papel”, e a ideia de continuar viajando,

quem sabe, para o Oriente. “Adoraria escrever

as aventuras de Pilar no Japão ou na China”, so-

nha a escritora.

Ilustre Morador FLáVIA

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PRÓXIMA EDIÇÃO SETEMBRO/OUTUBRO 2013. RESERVE JÁ O SEU ESPAÇO: 3874-7111