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A arquitetura sustentável chegou ao bairro com projetos que apostam em energia solar, telhado verde e reutilização de águas pluviais. (Páginas 4 e 5) Ilustre andarilho Mesmo com a agenda cheia de trabalho, Matheus Nachtergaele não abre mão de passear a pé pelo bairro (Página 7) Adote um canteiro Campanha criada pelo JB em Folhas promove plantio de mudas na praça Pio XI. (Página 3) maio/junho 2013 | ano 9 | nº49 distribuição gratuita Jardim Botânico Horto | Gávea | Humaitá Por um JB mais verde jb f olhas em o informativo do jardim botânico

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Informativo do Jardim Botanico

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A arquitetura sustentável chegou ao bairro com projetos que apostam em energia solar, telhado verde e reutilização de águas pluviais. (Páginas 4 e 5)

Ilustre andarilho Mesmo com a agenda cheia de trabalho, Matheus Nachtergaele

não abre mão de passear a pé pelo bairro (Página 7)

Adote um canteiro Campanha criada pelo JB em Folhas promove plantio

de mudas na praça Pio XI. (Página 3)

maio/junho 2013 | ano 9 | nº49

distribuição gratuita

Jardim Botânico

Horto | Gávea | Humaitá

Por um JB mais verde

jb folhasemo informativo do jardim botânico

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ExpedienteO JB em Folhas é uma publicação bimestral, editadapelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.www.armazemcomunica.com.brEditora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ)

Redação: Betina DowsleyProjeto Gráfico: Paulo Pelá - www.bolaoito.com.brRevisão: Carla Paes LemeImpressão: CMYK Gráfica - 2581-8406Estagiária de Redação: Sheila GomesFotos da Capa: Chris Martins/ André Nazareth (telhado verde)

Tiragem: 5.000 exemplaresTelefone: 3874-7111e-mail: [email protected]/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanicosite: www.jbemfolhas.inf.br

Caro leitor,

Sustentabilidade é a palavra de ordem nos dias atuais, e os exemplos são os mais variados. Vão

desde os básicos economizar água e separar o lixo a atitudes de maior impacto, como imóveis pro-

jetados para captar energia solar ou reutilizar água da chuva. Aproveitando a proximidade do Dia

Mundial do Meio Ambiente, a ser comemorado em 5 de junho, nossa equipe foi buscar exemplos

no bairro que já está de olho nessa onda ecológica. Além de projetos premiados, o bairro conta

com terra de compostagem e até vizinho com receita de adubo caseiro, como você vai ver nas pá-

ginas 4 e 5.

Aliás, a terra de compostagem era a única coisa que faltava para dar início à campanha “Adote

um canteiro”, promovida por esse veículo. Apesar de o Jardim Botânico do Rio de Janeiro ter doado

a terra no início do ano, faltava um meio de transportá-la até a praça Pio XI. o problema foi resol-

vido pela TV Globo, com intermediação do morador Alfredo Piragibe, que merece nossos sinceros

agradecimentos. Como a primeira leva de terra não deu para cobrir todos os canteiros, uma nova

data será marcada para a conclusão do plantio. leia mais na página 3.

Esta parceria do JB em Folhas com os vizinhos tem dado frutos. A coluna A vez do leitor, novidade

deste ano no jornal, vem ganhando contribuições valiosas, como o registro feito por Carlos lisboa

especialmente para o jornal, logo abaixo.

E por falar de registro, não há quem não se emocione com o trabalho de Sebastião Salgado. o

fotógrafo brasileiro de renome internacional vai ocupar o Museu do Meio Ambiente com “Genesis”,

sua terceira abordagem sobre questões globais. o próprio Salgado estará presente à abertura. Mais

detalhes na página 6.

o JB em Folhas também tem novidades: a partir de agora, o jornal está com um perfil no face-

book (https://www.facebook.com/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanico). Acesse, curta a página e

participe, enviando notícias e fotos.

Até julho!

Christina Martins e Betina Dowsley

Distribuição:Agência dos Correios da rua Jardim Botânico, Bibi Sucos, Cavídeo, Jardim Botânico, Parque lage, bancas de jor-nais, galerias e prédios comer ciais do Jardim Botânico.

Telefones úteisBombeiros 193 / 3399-1234Cedae (água e esgoto) 195 / 0800 281195CEG (emergência) 0800 240197CET-Rio 2286- 8010Comlurb 2204-9999Defesa Civil 199 / 2576-5665Disque-Denúncia 2253-1177Disque-luz (Iluminação urbana) 2535-5151Disque-Barulho e Patrulha Ambiental 2503-2795Guarda Municipal 153light 0800 21019615ª DP 2332-2871Polícia Militar 190Subprefeitura da Zona Sul 2274-4049 / 2511-0501Vigilância Sanitária 2503-2280Tele-Dengue 3553-4025Tele-gripe 0800 2810 100Procon 151Atendimento ao Cidadão 1746

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Desde o começo de maio, um grupo de jovens tem

feito plantão dentro do Jardim Botânico para auxiliar

os visitantes. Cerca de 20 estudantes, com idades va-

riando entre 16 e 20 anos, foram selecionados para

trabalhar em dupla, dando informações sobre o que é

(ou não) permitido no parque, localização de banhei-

ros e pontos de interesse do arboreto. Para desem-

penhar a função, eles tiveram aulas de Português e

História. “o mais difícil para mim foi aprender como

manter o padrão no atendimento ao público, saber co-

mo agir em cada situação” – confessou Rodrigo Brum,

de 20 anos, um dos poucos que já está na faculdade

(cursando Biologia) e fala inglês.

Cara do JB Projeto Florescer

AulAs DE PIANO – professora formada na França,

com mais de 10 anos de experiência, especializada

em aulas para crianças a partir de 4 anos. Em domicílio ou na rua Pacheco Leão.

Béatrice: 2512-1940 ou 8149-0070.

CLASSIFICADOS

Editorial Como é verde meu bairro

A vEz DO LEITOR

Ratos, baratas e falta de cuidado geral é o que

se vê por trás dos tapumes do terreno onde

ficava o antigo Posto Ita, na esquina das ruas

oliveira Rocha e Jardim Botânico. o morador

Carlos lisboa fez um registro do estado em

que se encontra o terreno ao lado de sua casa.

Já onde funcionava o posto Shell, a situação

era parecida até o começo de maio, quando a

área passou por uma faxina.

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são novos e referem-se à emissão de resíduos no

ar e nas galerias pluviais, ao barulho noturno de

máquinas e até ao estacionamento irregular de

vans e caminhões. os moradores estão especial-

mente preocupados com um pó branco desconhe-

cido que vem flutuando no ar e cai sobre plantas

e móveis. A suspeita é de que seja decorrente de

produtos químicos utilizados na lavagem industrial

ali realizada. Apesar de tentarem contato com a

empresa por meio de e-mails e telefone, nenhu-

ma resposta foi obtida até o momento. Vamos tor-

cer para que, com a publicação da nota no jornal,

a postura da empresa mude.

Samyra Crespo é a nova presidente do JBRJApós 10 anos à frente do Jardim Botânico do Rio

de Janeiro, liszt Vieira deixou a presidência do

Jardim Botânico no final de abril. Sua saída não

foi surpresa para ninguém, já que no ano pas-

sado ele havia colocado seu cargo à disposição.

A historiadora Samyra Crespo assumiu a institui-

ção no dia 6 de maio. Funcionária de confiança

da Ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira,

Samyra ocupava o cargo de secretária de Arti-

culação Institucional e Cidadania Ambiental do

ministério e há 27 anos trabalha na área social

e ambiental. Seu maior desafio será, sem dúvi-

da, resolver, de uma vez por todas, a questão

fundiária do Jardim Botânico.

visita internacionalHá pouco tempo no bairro, o Ateliê Maria oitici-

ca está movimentando a rua Visconde de Caran-

daí. A designer de biojoias aproveitou uma bre-

cha na agenda do último Fashion Rio e trouxe

a nata da imprensa de moda internacional para

conhecer sua loja no Jardim Botânico. Estiveram

presentes os jornalistas Andrea Bell (WGSN),

lee oliveira (NY Times Fashion), Simona Marti-

nez (Harpers Bazaar Argentina), João Paulo Nu-

nes (The Hunffgton Post UK), Jamie Watson (Vo-

gue Italia), Johanna Piispa (Costume Finlandia) e

Marco Corral (Harpers Bazaar México).

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Folhas do Jardim

JB de todos os saboreso setor gastronômico anda bem movimentado no

bairro. Tivemos a abertura do sushi bar okawari,

na rua Maria Angélica, e a mudança de adminis-

tração do bar Tocão, na rua lopes Quintas, feita

agora pelos donos do Bar Joia Carioca. Nos pró-

ximos meses, novos estabelecimentos devem

aportar por aqui, dentre os quais estão uma filial

do espanhol Entretapas, na rua Saturnino de Bri-

to; e até uma rede de fast food, o Burger King,

que deve ocupar o imóvel na esquina das ruas

Jardim Botânico com lopes Quintas.

vai e vem comercialEnquanto algumas ruas renovam suas atividades

comerciais, outras sofrem um esvaziamento. É o

caso da J.J. Seabra que chegou a ser a rua mais

badalada do bairro – havia até um projeto para

que ela funcionasse 24 horas! Atualmente, o lo-

gradouro está com vários imóveis desocupados:

o Studio Mariana lobato (atualmente na rua Jar-

dim Botânico, 674), o Caroline Café (funcionando

somente para festas fechadas) e o Centro odon-

tológico da lagoa, além do imóvel em frente ao

Solarium, há anos sem qualquer atividade.

Fecharam também a loja de presentes Mix De-

sign, situada na galeria da Maria Angélica; a aca-

demia oX Premium, na rua Jardim Botânico; e a

loja de materiais de construção Eruam, também

na JB, comprada pelo Bazar Garden. A saúde tam-

bém teve mudanças. o laboratório A+, instalado

na JB, pertinho do posto Ipiranga, agora é uma

unidade da Clínica luiz Felippe Mattoso e oferece

os mesmos exames que seu antecessor. Já o setor

de emergência do Centro Pediátrico da lagoa vol-

tou para o imóvel – agora reformado – da rua Ale-

xandre Ferreira, onde a fila continua a mesma.

vizinho non gratoos vizinhos da Alsco Toalheiro do Brasil, na rua

Marquês de Sabará, têm reclamado da falta de res-

peito da empresa aos cidadãos. os problemas não

No dia 4 de maio, um sábado ensolarado,

a Praça Pio XI ficou mais florida por conta

do mutirão promovido pelo JB em Folhas

para plantar mudas nos canteiros constru-

ídos pela Sociedade Hípica Brasileira. A

terra de compostagem – doada pelo Jardim

Botânico e transportada por um caminhão

cedido pela TV Globo – foi distribuída nos

canteiros pela equipe da Verde Brasilis, que

trabalha no Parque lage. o ex-presidente

da AMA-JB, Alfredo Piragibe, acompanhado

da família e de amigos, e o dentista Daniel

Cruz – em nome de suas empresas Idealis

odontologia e Studio Foco Pilates & Estéti-

ca – prestigiaram a campanha plantando

diferentes espécies nos dois canteiros ado-

tados por cada um deles. o plantio con-

tou com a ajuda de crianças que estavam

brincando na praça, como Tom Hoffmann,

que acabou sendo chamado de “menino

do dedo verde”, em referência ao título do

livro de Maurice Druon.

Além de Alfredo e Daniel, os colégios

Tabladinho e Jardim Botânico Educação

Infantil também fizeram sua parte e plan-

taram diversas mudas em seus canteiros.

Como a terra não foi suficiente, um novo

mutirão será agendado para promover o

plantio de outras mudas. A nova data se-

rá comunicada na página do JB em Folhas

no Facebook. Fique de olho!

Campanha “Adote um canteiro” floresce na Pio XI

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Todo mundo que mora – ou quer morar – aqui

no Jardim Botânico admira o verde, a proximi-

dade da natureza e, de uma maneira geral,

tem consciência ecológica e reconhece a im-

portância da preservação do meio ambiente e

de seus recursos. Mas será que todos contri-

buem para isso? Sabendo que muitas dessas

ações demandam tempo, dedicação e dinheiro,

o JB em Folhas correu atrás de informações e

exemplos. Afinal, assim como os três “Rs” da

sustentabilidade (Reciclar, Reduzir e Reutilizar),

conhecimento é fundamental!

Segundo dados da ADEMI (Associação de

Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliá-

rio), ainda há um longo caminho para que a

arquitetura do Rio de Janeiro seja considerada

sustentável. Este ano, quase metade dos lança-

mentos comerciais da cidade serão certificados

ambientalmente. o primeiro passo para isso é

preocupar-se com a ventilação, a luminosidade,

a utilização de recursos naturais renováveis e a

própria localização do imóvel.

No Jardim Botânico, já encontramos alguns

exemplos, como uma cobertura situada às mar-

gens da encosta do morro do Corcovado, que

possui captação de energia solar para o aqueci-

mento da água; abundante utilização de ilumina-

ção natural por meio de janelas e claraboias, com

sistema de circulação de ar constante (foto 1);

telhado verde, que minimiza a irradiação solar e

os ruídos externos, além de favorecer a coleta e

reutilização de águas pluviais.

- A tendência para soluções verdes e sustentá-

veis é uma característica cultural contemporânea,

que se reflete no comportamento, na arquitetura,

na moda, na comida e no consumo, de uma ma-

neira geral – observa Marina lage lima, uma das

arquitetas responsáveis pelo projeto agraciado pe-

lo prêmio Planeta Casa (parceria da revista Casa

Cláudia com o portal Planeta Sustentável) em 2010.

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jardim Botânico sustentávelJá a filial do restaurante Entretapas, de espe-

cialidades espanholas, na rua Saturnino de Bri-

to, promete incorporar alguns destes itens. Com

inauguração prevista para o mês de junho, o es-

tabelecimento contará com reaproveitamento de

água da chuva e utilizará produtos orgânicos em

suas receitas. A conferir, uma vez que as obras

aconteceram sem placa de engenheiro responsá-

vel por um bom tempo.

- A captação de energia solar já é bastante uti-

lizada, mas as pessoas ainda têm receio do custo

e da manutenção dos recursos, principalmente do

telhado verde – diz Marina, atualmente à frente

do escritório de arquitetura Relevo.

Curioso é que este recurso não é nenhuma no-

vidade, vem lá da Antiguidade. As primeiras cober-

turas verdes de que se tem notícia são os Jardins

Suspensos da Babilônia, supostamente criados pe-

lo imperador Nabucodonosor para alegrar suas es-

posa doente. Milênios depois, eles voltaram a ser

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notícia com o suíço le Corbusier, que apontava o

terraço-jardim como um dos cinco pontos da arqui-

tetura moderna, e o austríaco Hunderwasser, que

misturava arte com arquitetura e ecologia.

Quando se mudou para o Jardim Botânico, a

empresária Maria Mercedes von lachmann pediu

uma avaliação neste sentido para sua casa no Al-

to Jardim Botânico. Entretanto, há cinco anos, ela

foi desaconselhada devido ao alto investimento a

despender para a tecnologia disponível na época.

“A única recomendação que nos deram foi para

fazermos um telhado verde. Para tanto, teríamos

de reforçar a laje, implicando na extensão do

tempo para conclusão da obra. Como tínhamos

prazo para mudar, acabamos nos desmotivando”,

conta Mercedes.

Uma pena! Experiências de construções certi-

ficadas têm mostrado que, em poucos anos, um

empreendimento recupera o que foi investido

no projeto: com economia de água, de energia

e em manutenção de equipamentos e uso do

material adequado.

o humorista Marcelo Madureira teve mais sor-

te e já encontrou um bonito gramado no terraço

de seu apartamento, o que serve para diminuir a

temperatura da laje e o uso de ar condicionado. Já

a captação de energia solar para aquecimento da

água do banho foi uma ideia de sua esposa.

- A família da Cláudia é de Brasília, onde

é muito comum a utilização de energia solar.

Gostaria de, um dia, fazer também um projeto

de aproveitamento de água da chuva, mas este

ainda é um projeto futuro – explica Madureira,

para quem o sistema de energia solar “econo-

miza uma barbaridade!”.

A cineasta Rosane Svartman tem a mesma opi-

nião. Apesar de já ter encontrado o aquecedor

de água solar instalado em sua casa (foto5), ela

acredita que vale o investimento: “Eu recomendo”.

Já seu irmão Ricardo, também morador do bairro,

teve uma pequena horta em casa, mas “o quiabo

tomou conta do espaço. Tínhamos alface, agrião,

tomate, milho etc. A primeira leva, quando a terra

estava mais adubada, rendeu mais”, constata.

A afirmação faz todo o sentido e o Jardim Botâni-

co do Rio de Janeiro pode ajudar. A partir da coleta

dos resíduos do Arboreto, da trituração de galhos e

folhas, da maturação e compostagem deste mate-

rial (foto 2), o parque produz adubo orgânico, que

é peneirado, embalado e distribuído gratuitamente

aos interessados. Já as mudas de espécies amea-

çadas de extinção e de florestas nativas – especial-

mente as oriundas da Mata Atlântica – são vendidas.

No caso de árvores frutíferas, há mais de 30 espé-

cies. É possível encontrar mudas de pitanga, jenipa-

po, jamelão ou gabiroba-rugosa ao preço de R$ 3.

A Verde Brasilis – empresa de engenharia e ser-

viços em áreas verdes – cuida da parte de jardina-

gem, manutenção e poda de árvores no Parque

lage, com 12 funcionários fixos, trabalhando de

segunda a sexta no local (foto 4). Atualmente, a

empresa estuda a viabilidade de instalar um sis-

tema de compostagem no próprio parque, redu-

zindo custos e produção de resíduos.

Foi de responsabilidade da empresa a reforma

do telhado ecológico da Coordenadoria de Emer-

gência Regional (CER), ao lado do Hospital Miguel

Couto. Como nem todo mundo pode ter um telha-

do verde, André lessa e Eliane Bourckhardt, sócios

da Verde Brasilis, percebem uma procura maior

pela compostagem e, principalmente, pela horta

caseira, que não necessitam de grandes espaços

e por seu baixo custo de implantação. Na opinião

deles, é fundamental sensibilizar toda a sociedade

quanto à importância de tais iniciativas:

- A demanda por estes tipos de serviço ainda é

tímida, tanto pela falta de conhecimento de quem

constrói quanto de quem poderia adotar e/ou

implantar tais medidas. Talvez pudesse haver

maior divulgação e incentivos fiscais aos proprie-

tários – sugerem.

Não apenas os prédios novos podem ser susten-

táveis. Edificações antigas também podem realizar

uma série de adaptações. Mesmo quem mora em

apartamento não muito grande pode contribuir,

participando da coleta de lixo seletiva, cuidando de

uma horta caseira ou jardim vertical e até produzin-

do seu próprio adubo. É o caso da arteducadora Rosa

Geszti (foto 3), que diariamente rega as plantas de

seu apartamento com um suco preparado por ela

com talos e cascas de frutas, verduras e legumes.

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JBF INDICA

Peça “Os sapos” no JBAs dependências amorosas e suas diversas fa-

cetas são o tema do novo espetáculo de Renata

Mizrahi: “os sapos”. Autora premiada, Renata

assume também a direção da peça, que traz no

elenco composto por diversas companhias tea-

trais: Paula Sandroni (F. Privilegiados), Gisela de

Castro (Teatro de Nós), Ricardo Gonçalves (Cia.

Confraria da Paixão), Verônica Reis (Cia. Atores

de laura) e Peter Boos (Alfandega 88). A tempo-

rada vai de 20 de junho a 4 de agosto, de quinta

a sábado, às 21h30, e domingo, às 20h30, no

Galpão das Artes do Espaço Tom Jobim, no Jar-

dim Botânico do Rio de Janeiro.

Expo 35 anos do BaukursCelebrando 35 anos de atividades, a maior parte

deles aqui no Jardim Botânico, o Baukurs prepa-

rou a exposição “Marcos e Marcas”. A parceria

de 15 anos do curso de alemão com o designer

Guto Miranda é contada por meio de um passeio

visual e sensorial, que envolve música, arquite-

tura, cinema e arte, além de depoimentos das

mais variadas pessoas que passaram pela insti-

Chamam a atenção as calçadas do Condomínio

Monjope - na esquina das ruas Tasso Fragoso e

Jardim Botânico (foto 1) -, e do prédio número

17 da rua Itaipava, refeitas recentemente. Bonito

exemplo a ser seguido por todos. Principalmente

pela Sociedade Hípica Brasileira, que precisa cui-

dar de sua calçada na rua oliveira Rocha.

Flagrante

tuição e deixaram sua ‘pedrinha’ para o mo-

saico de ideias que hoje é o Baukurs. A ex-

posição vai até 28 de julho, na atual sede do

Baukurs, na rua Goethe, 15, em Botafogo.

Dança no Sérgio Portoo amor é o ponto de partida para o espetáculo

“Dociamargo”, que marca os 25 anos de traba-

lho da Renato Vieira Companhia de Dança. A

temporada vai de 16 de maio a 2 de junho, no

Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, no Hu-

maitá, de sexta a domingo, sempre às 21h.

Novo selo infanto-juvenilCom um olho no mercado e outro nas novas

gerações, a editora Zahar está lançando o selo

Pequena Zahar. A proposta é focar na diver-

sidade e apresentar livros que mantenham a

qualidade e, ao mesmo tempo, tenham uma

linguagem moderna para o público infanto-

juvenil. os três primeiros títulos da nova série

são “Jemmy Button”, de Alix Barzelay; “A via-

gem da senhorita Timothy”, de Giovanna Zobo-

li; e “Eu cresci aqui”, de Anne Crausaz.

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Sebastião Salgado no Museu do Meio Ambiente“Genesis” é a terceira abordagem de Sebas-

tião Salgado sobre questões globais, dan-

do sequência a “Trabalhadores” e “Êxodos”.

Trata-se de uma jornada fotográfica pelo pla-

neta, uma expedição rumo à descoberta das

montanhas, desertos e oceanos, dos animais

e povos que conseguiram escapar das marcas

da sociedade moderna. A exposição mostra,

em preto e branco, o ambiente natural de cin-

co seções geográficas: Planeta Sul, Santuários

Naturais, África, Terras do Norte, e Amazônia

e Pantanal. A foto ao lado é de um grupo

de indígenas waurá, feita na Bacia do Xingu

(MT), em 2005. A exposição reunirá 245 fo-

tografias e estará aberta de terça a domingo,

de 28 de maio a 26 de agosto, das 9h às 17h,

no Museu do Meio Ambiente, que fica na rua

Jardim Botânico, 1008.

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A relação de Matheus Nachtergaele com o Jardim

Botânico é antiga, mas nem o ator tinha se dado

conta do quanto. Em 1977, quando tinha nove

anos, a família veio morar no Rio de Janeiro de-

vido à transferência do local de trabalho do pai,

engenheiro. Embora o período tenha sido curto,

pois a madastra não se adaptou à cidade, Matheus

guarda até hoje lembranças daquela época, como

a casa de vila na rua Alexandre Ferreira, o parqui-

nho perto da casa (atual praça Sagrada Família) e

o calor intenso do verão. Mais de 20 anos depois,

o ator – paulista de nascimento – redescobriu o

bairro com a ajuda do amigo (e autor) João Ema-

nuel Carneiro, que lhe conseguiu um apartamento

quando estava gravando “Hilda Furacão” e não

aguentava mais ficar hospedado em hotel.

- Graças ao João eu vim morar no melhor lu-

gar do mundo. Ele me ligou dizendo que tinha

achado um apartamento onde eu ia ser feliz, e

assim vim morar no Jardim Botânico, no mesmo

prédio em que residiam Sérgio Mambertti, Scar-

let Moon e Débora Bloch – conta ele.

Em 2000, quando viu que não voltaria mais

para São Paulo, Matheus mudou-se para um pré-

dio próximo ao que morava – onde o aluguel era

mais barato –, e passou a juntar dinheiro, de olho

numa casa que tinha pertencido ao senador Má-

rio Henrique Simonsen e ao diretor Daniel Filho.

Foram cinco anos acompanhando o movimento

de venda da casa até o negócio ser fechado.

Depois, ainda esperou dois anos, tempo da obra

que mudou muito pouco o projeto original.

Hoje, Matheus diz-se honrado de morar no

endereço mais arborizado da cidade e sente

um alívio quando chega de viagem e passa pe-

lo Parque lage. “É o sinal de que estou próximo

de casa, onde estão meus bichos, meus livros e

meus discos”, confidencia.

Para o ator, um cinema “de arte, de preferên-

cia”, para ir a pé, aproximaria o bairro do que ele

considera paraíso total. Aliás, a possibilidade de

fazer tudo a pé é o que mais encanta Matheus,

que só pega o carro para se deslocar para longe.

Ele gosta de ir ao banco, à farmácia, resolver as

compras da casa no Mercadinho Afonso Celso e

fazer reuniões de trabalho no Jóia Carioca, que

ele diz ser seu “escritório”. Para Nachtergaele,

o programa ideal inclui uma passada na livraria

Ponte de Tábuas – para comprar um livro e tomar

um café – e depois seguir com um amigo para

um chope em algum lugar próximo. o Caroline

Café costumava ser o ponto de encontro, lá era

atendido pelo garçon Domingos. “Acompanhei

o Caroline até o último dia. Vai deixar saudade.

Assim como sinto falta do Posto Shell, que era

ótimo para comprar alguma necessidade de últi-

ma hora, de madrugada”, pontua ele.

Matheus reclama pouco do bairro, mas cha-

ma a atenção de que é preciso criar uma pas-

sagem mais prática do Centro para a Barra. “o

bairro já está além da sua capacidade. É neces-

sário diminuir o número de ônibus na rua Jardim

Botânico. Minha maior preocupação é abrirem

um shopping aqui. Não vejo a menor necessi-

dade, pois o comércio local oferece de tudo um

pouco”, garante.

Com um currículo de papéis curiosos no cine-

ma e na TV, Matheus Nachtergaele prepara-se

para interpretar mais um tipo dessa galeria: será

o Senhor Encolheu, marido da Dona Redonda,

em “Saramandaia”, prevista para estrear na TV

Globo no final de junho. E até o final do ano, o

ator poderá ser visto em várias produções para o

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cinema. Ele será o protagonista de “Trinta”, sobre

o carnavalesco Joãosinho Trinta, que estreia em

outubro. E estará também em “Serra Pelada”,

filme dirigido por Heitor Dhalia, mostrando a cor-

rida pelo ouro no Pará; e em “Sangue Azul”, fil-

mado em Fernando de Noronha, com direção de

lírio Ferreira, ainda sem data de estreia prevista.

Com a agenda a serviço do cinema e da TV,

sobra pouco tempo para o teatro. Enquanto não

consegue uma brecha em sua agenda, o ator

matou as saudades do palco fazendo a super-

visão artística de “A vida de um B-Boy”, musi-

cal de break dance, com a Cia de Teatro Abraço

da Paz, da ladeira dos Tabajaras, que faz curta

temporada no Imperator no final de maio. “Ape-

nas chamei a atenção do grupo para melhorar

em alguns pontos que acho importantes. Gosto

muito do trabalho que vem sendo desenvolvido

nas comunidades”, afirma.

Satisfeito com sua vida no bairro, o ator tem

certeza de que vai passar ainda muitos anos na

sua fortaleza no bairro. “Daqui eu só me mudo

para a roça” – conclui.

Ilustre Morador MAThEuS NAChTERGAELE

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PRÓXIMA EDIÇÃO julhO/AgOstO 2013. REsERVE jÁ O sEu EsPAÇO: 3874-7111