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    VI. Simpsio internacionalde estudos de gneros

    textuaisSesso de abertura

    Universidade Federal

    do Rio Grande do Norte

    16 de agosto de 2011

    Jean-Michel ADAM

    Gneros textuais,Tipos textuais e

    Gneros do discurso

    Gnerostextuais ou do discurso ?

    Gneros textuais Gneros do discurso

    Marcuschi Koch

    Lingustas alemes Anlise de discurso

    Textlinguistik (Bakhtin)

    Bronckart Maingueneau, Adam

    Lingustas alemes(Werlich, Isenberg, Adamzik)

    Texttypen = Tipos textuais

    Textsorten = Gneros textuais

    Teoria literria :

    Gattung= Gneros literrios

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    1. Gneros textuais

    Homenagem a

    Luis Antnio MARCUSCHI

    Luis Antnio MARCUSCHI

    (1) Gneros textuais no ensino de lngua

    In: Produo textual, anlise de gneros e compreenso(So Paulo : Parbola, 2008)

    (2) Gneros textuais : definio e funcionalidade

    In : Gneros Textuais & Ensino

    Angela Paiva Dionsio, Anna Rachel Machado, MariaAuxiliadora Bezerra (org)

    (Rio de Janeiro : Lucerna, 2002 : 19-36)

    MARCUSCHI : Quadro sintico

    GNEROS TEXTUAIS TIPOS TEXTUAIS

    Formas verbais de ao

    definidos por propriedades

    Construtos tericos

    definidos por

    sociocomunicativas propriedades lingusticasTextos empricos No so textos empricos

    Predominam os critrios deao sociocomunicativas

    Predomina a identifio desequncias lingusticas

    tpicas

    Conjunto aberto de Conjunto limitado de

    designaes concretas categorias tericas

    MARCUSCHI Domnios discursivos

    Domnios discursivos = esferas da atividadehumana no sentido bakhtiniano

    (discurso jurdico, discurso jornalstico, discursoreligioso, discurso literrio, etc.)

    No abrange um gnero em particular, mas d origem

    a vrios deles. [] Constituem prticas discursivas

    Adam e Maingueneau (Anlise do Discurso)= Formao discursiva

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    Carolyn MILLER

    Genre as Social Action

    In : Genre and the New RethoricA. Freedman & P. Medway (org.)

    (London : Taylor & Francis, 1994 [1984])

    O gnero uma ao retrica tipificadabaseada numa situao retrica recorrente.

    Tanto a produo como a receposo importantes para se pensar

    no gnero como ao.

    MARCUSCHI

    Se adotarmos a posio de Carolyn

    Miller (1984) podemos dizer que osgneros so uma forma de aosocial. Eles so um artefatocultural importante como parteintegrante da estrutura comunicativade nossa sociedade.

    (2008 : 149)

    MARCUSCHI. Gnero :

    uma categoria cultural

    um esquema cognitivo

    uma forma de ao social uma forma de organizao social

    uma ao retrica

    uma estrutura textual

    (2008 : 149)

    Introduo lingustica textual

    Captulo 10 : Os gneros do discurso

    (So Paulo : Martins Fontes, 2006)

    2. Gneros do discurso2.1. Ingedor Grunfeld Villaa KOCH

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    Os gneros do discurso

    (So Paulo : Martins Fontes, 1980 : 22 [1978])

    2.2. Tzvetan TODOROV

    [] Cada tipo de discurso habitualmentequalificado de literrio ter parentes no-

    literrios que lhe sero mais prximos do quequalquer outro tipo de discurso literrio. [...]

    Assim, a oposio entre literatura e no-literatura d lugar a uma tipologia dos

    discursos.

    TodorovOs gneros do discurso, 1980 : 23

    [] no lugar de uma literatura nica aparecemagora numerosos tipos de discurso que tambm

    merecem nossa ateno. Se a escolha de nossoobjeto de conhecimento no for ditada por puras

    razes ideolgicas (que seria ento preciso

    explicitar), no teremos mais o direito de nos

    ocuparmos apenas com as subespcies literrias,

    ainda que o nosso lugar de trabalho se chame

    departamento de literatura (francesa, inglesa ou

    russa).

    Programa de remembramento dos

    estudos literrios (Todorov 1980 : 23)

    Um campo de estudos coerente, por

    enquanto recortado de maneira impiedosa

    entre semanticistas e literatos, socio e

    etnolinguistas, filsofos da lngua e

    psiclogos, exige pois imperiosamente o

    reconhecimento, em quea potica ceder o

    seu lugar teoria do discurso e anlise

    de seus gneros.

    Gneros do discurso

    TextsortenGneros textuais

    & = Gneros do discursoGneros literrios

    Gattung

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    2.3. Dominique MAINGUENEAU

    Os enunciados pertencentes ADapresentam-se, com efeito, noapenas como fragmentos de lnguanatural ou desta ou daquelaformao discursiva, mas tambmcomo amostragens de um certognero de discurso.

    Novas tendncias em anlise do discurso(Campinas : Editora da UNICAMP, 1997 [1987])

    Dominique MAINGUENEAU (2002)

    Pela primeira vez na histria,

    a totalidade dos enunciados deuma sociedade, apreendida namultiplicidade de seus gneros, convocada a se tornar objetode estudo.

    2.4. Mikhal M. BAKHTIN

    In : Esttica da criao verbal(So Paulo : Martins Fontes, 1992 [1953] : 277-326)

    Os gneros do discurso

    Problema recevye !anry O problema dos gneros da fala

    Mikhal M. BAKHTINE (1984 : 285)

    Aprender a falar aprender a estruturarenunciados (porque falamos porenunciados e no por proposies isoladas

    e, menos ainda, bem entendido, porpalavras isoladas). Os gneros da falaorganizam nossa fala do mesmo modo queorganizam as formas gramaticais(sintticas).

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    Mikhal M. BAKHTINE (1984 : 288)

    Quando escolhemos um dado tipo de proposio,

    no escolhemos somente uma proposio dada,

    em funo do que queremos exprimir com a ajudadesta proposio ; no selecionamos um tipo de

    proposio em funo do todo do enunciado finito

    que se apresenta nossa imaginao verbal e que

    determina nossa opinio. A idia que temos da

    forma de nosso enunciado, quer dizer, de um

    gnero preciso da fala, nos guia em nosso

    processo discursivo.

    2.5. Jean-Michel ADAM

    (1) A lingustica textual.Introduo anlise textual dos discursos

    (So Paulo : Cortes, 2011 [2008])

    (2) J.-M. Adam, Captulos 4, 5 & 6

    In : Gneros e Sequncias Textuais

    B. Gomes Bezerra, B. Biasi-Rodrigues, M. Magalhes Cavalcante(org) Recife : EDUPE, 2009 : 79-158)

    Ute Heidmann & J.-M. Adam

    Gneros de discursoe genericidade :

    7 proposies

    O texto literrioPor uma abordagem interdisciplinar

    (So Paulo : Cortes, 2011)

    ! Desde que h texto isto , conhecimento do fato deque uma sucesso de enunciados forma um todo decomunicao , h efeito de genericidade isto ,inscrio dessa sucesso de enunciados numa classe de

    discurso.! Todo efeito de texto, em qualquer lngua que seja, nas

    suas manifestaes escritas ou orais, ordinrias ouartsticas, acompanhado de um efeito degenericidade que depende de vrios regimes degenericidade.

    Proposio 1Todo texto participa de um

    ou de vrios gneros

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    Regimes de genericidade

    Autorial

    LeitorialEditorial

    A genericidade de um texto resulta de umdilogo contnuo, sempre conflituoso, entre

    as instncias autorial, editoriale leitorial.

    Regimes degenericidade

    Ute HEIDMANN : genericidade tradutorial

    Proposio 2Os gneros so to diversos

    quanto as prticas sociodiscursivas

    A riqueza e a variedade dos gnerosdafala so infinitas, pois a variedade virtual

    da atividade humana inesgotvel, e cadaesfera dessa atividade comporta umrepertrio de gneros da fala que vai-sediferenciando e ampliando-se, medidaque desenvolve-se e complexifica-se aesfera dada.

    (M. M. Bakhtin 1984 : 265)

    Proposio 3Os gneros existem apenas no mbito de um

    SISTEMA DE GNEROS

    A escolha efetuada por uma sociedadeentre todas as codificaes possveis dodiscurso determina [] seu sistema de

    gneros. (Todorov 1980 : 21)

    Os gneros definem-se no ontolgica eisoladamente, mas por contraste no

    mbito de umSISTEMA CODIFICADO DE GNEROS.

    Sistemas do gneros

    Um gnero no compreendido, pois,

    seno no interior de um conjunto de

    SEMELHANAS e de DIFERENASentre gneros e subgneros definidospor um grupo social num momento

    dado de sua histria cultural ediscursiva.

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    Proposio 4Os gneros so categorias sociocognitivas

    A identificao de um gnero no umraciocnio abstrato, fundado na

    recuperao de conjuntos depropriedades definidas. Trata-se, maispropriamente, de agrupamentos por ares

    de famlia.Os gneros so categorias prototpicasdefinveis por tendncias ou classes de

    tipicalidade, por feixes de regularidades efenmenos de dominncia.

    Proposio 5Os gneros so prticas normatizadas,

    sociocognitivamente indispensveis

    Os gnerosda fala, comparados s formas dalngua, so muito mais mutveis, flexveis, mas,

    para o indivduo falante, eles no deixam de tertambm um valor normativo : eles lhe so dados,no ele que os cria. porque o enunciado, em

    sua singularidade, a despeito de suaindividualidade e de sua criatividade, no pode

    ser considerado como uma combinaoabsolutamente livre das formas da lngua.

    (Bakhtine 1984 : 287)

    Proposio 6Os gneros so categorias dinmicas em

    VARIAO

    A existncia, a evoluo e a contestaodas normas fazem parte da definio

    mesma dos gneros e de seu

    reconhecimento.Os gneros so como as lnguas convenes consideradas entre dois

    fatores mais complementares quecontraditrios :

    o de REPETIOe o de VARIAO.

    Os gneros dominados peloPRINCPIO DA REPETIO (1)

    Os gneros que se pode dizer de funcionamentorotineiro so NORMATIZADOS DE FORMA

    BASTANTE CONSTRITORA :

    Catlogo telefnico, Correspondncia administrativa e

    comercial, Bula de medicamento, Ficha administrativa,

    Certides cartoriais, Relatrios de acidentes,

    Conversao avio-torre de controle, Rituais institudos

    (ofcios religiosos, protocolos oficiais).

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    Os gneros dominados peloPRINCPIO DA REPETIO (2)

    Gneros rotineiros que inscrevem-se emum quadro fixo, mas que COMPORTA E

    TOLERA VARIAES :

    Ato de candidatura, Jornal televisivo, Boletim

    meteorolgico, Horscopo, Guia de viagem,

    Plano de caminhada ou de alpinismo, Receita

    de cozinha,Artigo sensacionalista e a maioria

    dos gneros jornalsticos,Apresentaes de

    votos e de condolncias.

    Os gneros dominados peloPRINCPIO DA VARIAO :

    Os discursosfilosficos e literrios,

    os grandes textos das religies,

    que dizem respeito a gneros que

    Dominique MAINGUENEAU qualifica de

    gneros autoriais.

    Homilia, Elogio fnebre, Discurso poltico em

    presena dos membros de um partido, Debate

    poltico miditico, Publicidade.

    Proposio 7A genericidade envolve todos os nveis

    textuais (Bakhtine 1984 : 265)

    A utilizao da lngua efetua-se sob forma de enunciadosconcretos, nicos (orais e escritos), que emanam dosrepresentantes de tal ou taldomnio da atividade humana.O enunciado reflete as condies especficas e as finalidades

    de cada um desses domnios, no apenas por seu contedo(temtico)e seu estilo de lngua, dito de outro modo, pelaseleo operada nos meios da lngua meios lexicais,fraseolgicos e gramaticais , mas tambm e, sobretudo, por sua

    construo composicional. Esses trs elementos(contedo temtico, estilo e construocomposicional) fundem-se, indissoluvelmente, no todo queconstitui o enunciado, e cada um deles marcado pela

    especificidade de uma esfera de intercmbio.

    Domnio de atividade humana

    Finalidades

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    MARCUSCHI Gnero :

    uma categoria cultural

    um esquema cognitivouma forma de ao social = N1 & N2

    uma forma de organizao social

    uma ao retrica

    uma estrutura textual = N4, N5, N6, N7, N8

    (2008 : 149)

    ATD

    Agrupamento de gnerose estrutura textual (1)

    ! Gneros narrativos.

    ! Gneros descritivos.! Gneros argumentativos.

    ! Gneros explicativos.

    ! Gneros do dilogo.

    Nvel de textualisao N5

    O estrangeiro (Pequenos poemas em prosa 1)

    A quem mais amas tu, homem enigmtico, dize : teu pai, tua me, tua irmou teu irmo ?

    Eu no tenho pai, nem me, nem irm, nem irmo. Teus amigos ? Vs vos servis de uma palavra cujo sentido me , at hoje, desconhecido.

    Tua ptria ? Ignoro em qual latitude ela esteja situada. A beleza ? Eu a amaria de bom grado, deusa e imortal. O ouro ? Eu o detesto como vs detestais Deus. Quem ento que tu amas, extraordinrio estrangeiro ? Eu amo as nuvens..., as nuvens que passam l longe.... as maravilhosas

    nuvens !

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    O estrangeiro : domnio e gnero

    ! Domnio discursivo (formao discursiva):

    Discurso literrio

    Publicado em jornal La Presse, 26 de agosto 1862 ;postumamente recohido em livro (1869).

    ! Gnero do discurso :

    Poema em prosaGnero absolutamente novo em 1869.

    ! Estrutura textual : ?

    Estrutura textual dialogal

    ! Intervenes sucessivas constituem pares deintervenes (Questo > Resposta), formandosequncias de turnos alternados.

    ! Os pares de rplicas (Q-R) forman turnos desprovidosde fechamente avaliativo.

    ! A avaliao implcita das respostas do estrangeirodesencadeia uma nova pergunta, at a ltima resposta.

    ! Interao qual faltam tambm a abertura e ofechamento fticos.

    O espelho (Pequenos poemas em prosa 40)Trad. Gilson Maurity, Editora Record, Rio de Janeiro-So Paulo, 2006

    Um homem pavoroso entra e mira-se noespelho :

    Por que voc se olha no espelho, j que no sepode ver seno com desgosto ?

    O homem pavoroso respondeu : Meu senhor,segundo os imortais princpios de 89, todos oshomens so iguais em seus direitos ; portantopossuo o direito de me contemplar, com prazer oudesgosto, isso no diz respeito seno minhaconscincia.

    Em nome do bom senso, eu tinha, sem dvida,razo ; mas do ponto de vista da lei, ele no estavaerrado.

    Domnio, gnero e estrutura textual

    ! Domnio discursivo (formao discursiva) :

    Discurso literrioPublicado em Nouvelle Revue de Paris, 25 dezembro 1864

    ! Gnero do discurso :Poema em prosa

    ! Estrutura textual :Uma sequncia explicativa ?

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    O espelho : Sequncia explicativa ?(Adam 242-246)

    ! Esquematizao inicial :1Apresenta um objeto complexo

    (Um homem pavoroso entra e mira-se no espelho)

    " Esquematizao problemtica :2, OperadorPOR QUE ?

    ( Por que voc se olha no espelho, j que no se pode ver senocom desgosto ? )

    Sequncia explicativaesequnciaargumentativa inserida

    ! Esquematizao explicativa :3, sequncia argumentativa inserida

    (silogismoincompleto)(O homem pavoroso respondeu : Meu senhor, segundo os imortais

    princpios de 89, todos os homens so iguais em seus direitos ;

    PORTANTOpossuo o direito de me contemplar, com prazer ou

    desgosto, isso no diz respeito seno minha conscincia. )

    ! Ratificao : 4.(Em nome do bom senso, eu tinha, sem dvida, razo ; mas do

    ponto de vista da lei, ele no estava errado .)

    Agrupamento de gnerose estrutura textual (2)

    ! Gneros da condio de verdade :Verdadeiro VS Falso/Mentiroso

    ! Gneros da ficcionalidade (fico) :

    Nem verdadeiro, nem falso

    Nvel N6 = SEMNTICO (Representao discursiva)

    Dois regimes semntico-pragmticos da avaliao de

    verdade dos enunciados :

    Agrupamento de gnerose estrutura textual (3)

    ! Gneros de discurso :Expressivos

    AssertivosEngajantesDiretivos (textos injuntivos)Declarativos

    ! Gneros de discurso retrico :Aconselhar/desaconselhar (Deliberativos )Acusar/defender (Judicirios )Louvar / censurar (Demonstrativos / Epidticos )

    Nvel N8 = ATOS DE DISCURSO

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    Agrupamento de gnerose estrutura textual (4)

    Nvel N7 enunciativo

    Jenny SIMONIN GRUMBACH Pour une typologie des discours In : Homenagem a Emile Benveniste

    (Paris : Seuil, 1975)

    Jean-Paul BRONCKARTAtividade de linguagem, textos e discursos.

    Por um interacionismo scio-discursivo(So Paulo : EDUC, 1999 [1996])

    Jenny SIMONIN GRUMBACH Pour une typologie des discours

    (4) TEXTOS TERICOS(Conceitos)

    (interdiscurso / (cotexto)

    (1) DISCURSO(Benveniste)Referncia

    situao de

    enunciao

    (2) HISTRIA(Benveniste)

    Referncia

    situao de

    enunciado

    (5) TEXTOS POTICOS(Noes)

    Referncia

    (3)DD/DIDIL

    Bronckart, Schneuwly, Dolz :Tipos de discurso ou gneros de nvel N7 ?

    RELAO AO CONTEDO

    RELAO

    SITUAO

    Conjuno Disjuno

    ImplicaoDiscurso

    interativo

    Relato

    interativoAutonomia Discurso

    tericoNarrao

    Regularidades lingusticasGneros de nvel ENUNCIATIVO (N7)

    Obrigado

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    Charles BAUDELAIRE :

    Ltranger (Petits pomes en prose 1)

    Qui aimes-tu le mieux, homme nigmatique, dis ? ton pre, ta mre, tasur ou ton frre ?

    Je nai ni pre, ni mre, ni sur, ni frre. Tes amis ? Vous vous servez l dune parole dont le sens mest rest jusqu ce jour

    inconnu. Ta patrie ? Jignore sous quelle latitude elle est situe. La beaut ? Je laimerais volontiers, desse et immortelle. Lor ? Je le hais comme vous hassez Dieu. Eh ! quaimes-tu donc, extraordinaire tranger ? Jaime les nuages les nuages qui passent l-bas l-bas les

    merveilleux nuages !

    Charles BAUDELAIRE : Le Miroir (Petits pomes en prose 40)

    Un homme pouvantable entre et se regardedans la glace.

    Pourquoi vous regardez-vous au miroir,

    puisque vous ne pouvez vous y voir quavecdplaisir ?

    Lhomme pouvantable me rpond :

    Monsieur, daprs les immortels principes de89, tous les hommes sont gaux en droits ; donc jepossde le droit de me mirer ; avec plaisir oudplaisir, cela ne regarde que ma conscience.

    Au nom du bon sens, javais sans doute raison ;mais, au point de vue de la loi, il navait pas tort.