JEITOSINHA

7/24/2019 JEITOSINHA

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CAPITULO 1

Ambrsio e Marilena j tinham seis filhos, mas a iminncia da chegada de um stimo

rebento criava um clima de tenso no lar. As seis tentativas anteriores no foram

suficientes para realizar o sonho do homem ser pai de uma menina. !ont"nuo num banco

de pe#ueno porte, indiv"duo de temperamento dif"cil e tendo sido v"tima de tortura durante

a inf$ncia %era obrigado a se vestir de marinheiro e usar botinhas ortopdicas&, Ambrsio

vivia como uma bomba prestes a e'plodir.

(or isso Marilena nem se espantou #uando o marido, com um tom de voz at doce se

comparado ao tratamento habitual #ue dispensava a fam"lia, decretou

) *e for outro cueca eu te mato, sua vaca+

(ara a sorte da pobre mulher, Ambrsio estava no trabalho #uando ela entrou em trabalho

de parto. Ao conferir, com a criana ainda nas mos da parteira, #ue se tratava de mais

um menino, Marilena chorou compulsivamente.

-ona air, a velha parteira, tentou consol)la com as palavras simples mas sbias dos

humildes

) // depresso ps)parto. 0stima)se #ue ela atinja 123 das purperas. 0la pode ser

severa e resistente ao tratamento farmacolgico, mas o estrognio 4 em doses

decrescentes, durante duas semanas, mimetizando o ciclo ovariano5tem sido eficaz em

alguns casos, viu, 6fia7 /

) o isso, -ona air5 4 interrompeu a mulher, entre lgrimas. 8 problema #ue o

Ambrsio vai me matar se souber #ue outro varo5

-ona air era uma mulher e'periente. !om um sorriso maroto, sugeriu

) *e assim, crie o garoto como se fosse uma menina. Ambrsio nunca saber a

diferena5

) A senhora acha #ue isso pode funcionar/ 4 animou)se Marilena.

) 9 vi demais5 :embra da#uela piv; #ue jogava na seleo de bas#uete/


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Agarrando)se a#uele fio de esperana, a me abraou carinhosamente a criana e

encheu)se de ternura.

) //5 pode dar certo. At #ue ele jeitosinho5

) 9eitosinha, 6fia75 4 corrigiu air 4 9eitosinha+

!onseguir Marilena levar esta farsa adiante/


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CAPITULO 2

o foi dif"cil esconder do pai da criana a verdade sobre 9eitosinha. Ambrsio era um

homem conservador e moralista, embora seus atos no correspondessem < disciplina

rigorosa #ue impunha aos filhos e a esposa. (or esta razo, ningum estranhou #ue

desde muito cedo a caula tenha sido criada em total isolamento em relao aos seis

irmos, sob o olhar atento de Marilena.

(ara Ambrsio e os vizinhos, a inteno da me era preservar a honra e inocncia da

filha. A menina era o tesouro de seu pai. *em contato "ntimo com outras crianas, a

prpria 9eitosinha cresceu desconhecendo sua real condio de travesti. 8s traos finos

da criana colaboravam, e #uando a adolescncia chegou, Marilena passou a misturar

horm;nios femininos ao =iot;nico >ontoura #ue dava diariamente a menina, com

resultados surpreendentes.

Aos ?2 anos, 9eitosinha era no apenas uma mulher, mas a mulher mais bonita do bairro.

>oram raros os incidentes #ue ameaaram revelar o segredo de Marilena. 8 mais grave

aconteceu #uando a menina tinha 1@ anos. 0ra uma tarde de -omingo #uando Arlindo, o

irmo mais velho, entrou na sala gritando

) 0u vi a 9eitosinha fazendo 'i'i em p+ 0u vi a jeitosinha fazendo 'i'i em p+

!om presena de esp"rito, antes mesmo #ue Ambrsio raciocinasse sobre a frase,

Marilena deu um safano no rapazote

) 0spiando sua irm no banheiro, no , safado/

-iante da possibilidade de #ue a intimidade inocente de sua filhinha tivesse sido violada,

Ambrsio deu uma surra de cinto no pobre Arlindo.* depois de muitas chibatadas #ue foi cair a ficha

) (era", mole#ue. oc disse #ue viu sua irm mijando em p/ Bue histria essa/

Mas #uando Arlindo saiu do coma, uma semana depois, o pai j nem se lembrava mais da

pergunta formulada segundos antes de ele perder os sentidos. (ara Ambrsio, tratava)se

apenas de uma brinca

eira do jocoso Arlindo. A#ueles foram dias dif"ceis para Marileusa. Mas a crise #ue a#uela

pobre me zelosa enfrentava agora, cinco anos depois, era muito mais grave. 0stava

chegando a hora de contar a verdade a filha 9eitosinha estava apai'onada.


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9eitosinha resistir < trgica revelao de sua natureza/

!onfira no pr'imo e emocionante capitulo+


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CAPITULO 3

* a voz de ta#uara rachada e a sandlia nCmero D1 davam ind"cios do segredo #ue

envolvia a natureza de 9eitosinha. Mas o #ue todos viam era uma loira de 1,E2 m, cabelos

sedosos at a cintura, cativantes olhos verdes, cintura fina, co'as grossas e bem

torneadas, seios pe#uenos e um bumbum perfeito.

F!omo ela consegue no ter nenhuma celulite/ (arece bunda de homem+G, alfinetavam as

amigas.

0ra sobre a beleza e feminilidade da filha #ue Marilena pensava, #uando a chamou para

uma conversa definitiva.

) Buerida, tenho algo muito importante a lhe revelar.

) 8 #ue foi, mame/ 4 perguntou 9eitosinha, apreensiva, lendo a angCstia nos olhos da

pobre senhora.

Marilena respirou fundo e foi diretamente ao ponto central do problema, como se tentasse

e'tirpar com um Cnico golpe o c$ncer moral #ue atormentava sua e'istncia

) oc no uma mulher.

) !laro #ue no mame+

) oc j sabia, 9eitosinha/ 4 *urpreendeu)se Marilena.

) !laro. Henho minhas amigas na escola. 0mbora voc nunca tenha me falado sobre

essas coisas, eu sei #ue no sou mulher.

Marilena respirou aliviada.

) 0nto voc j sabia #ue5

) *im, mame. 0u ainda sou uma donzela.

(or um instante Marilena dei'ou)se abater pelo des$nimo.


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(ensou em sumir, dar cabo da prpria vida, #ual#uer coisa #ue a livrasse da enorme

decepo #ue teria #ue causar a filha. Mas 9eitosinha era uma garota doce e

compreensiva. 0 mesmo sendo loira, devia ter, mesmo #ue instintivamente, a percepo

de #ue no era uma moa como as outras.

) Buerida5 4 (erguntou Marilena 4 voc nunca notou nada de estranho no seu corpo/

) =em, mame5 4 respondeu 9eitosinha, encabulada 4 eu nunca entendi muito bem por

#u eu sinto uma dor horr"vel entre as pernas #uando uso uma calcinha apertada ou tomo

uma bolada no v;lei5

) 8 #ue mais, minha filha/

) Iummm5 as aulas de 0ducao *e'ual eu tenho uma certa dificuldade em entender

por onde #ue os homens depositam na gente as tais sementinhas5

0ra a oportunidade #ue Marilena esperava para contar a menina toda a verdade.

!omo 9eitosinha reagir < constatao de #ue espada/


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CAPITULO 4

8 mundo desabou diante dos olhos de 9eitosinha. Hudo o #ue ela pensava ser, todos os

seus sonhos de menina e a possibilidade de um orgasmo mCltiplo clitoriano eram

subitamente arrancados para sempre de sua vida+

0 o #ue ela diria a Hhiago, seu amado, um rapaz de boa "ndole, do campo, #ue voltara

dos 0stados Jnidos s para ficar com ela/

) unca vou te perdoar+ (or #ue, mame/ (or #ue voc fez isso comigo/

A revolta saltava de seus olhos cor de esmeralda, como ondas de fogo.

) !alma, #uerida+ Ainda posso desfazer meu erro+ A gente conta tudo para o seu pai, eu

compro pra voc umas cuecas, voc corta este cabelo, aprende a cuspir e coar o saco5

0nfim, voc recomea sua vida+

) Mas voc no entende, me/ 0u me sinto uma mulher+++

) H vendo como tudo tem um lado positivo/ oc um traveco e sua mame aceita+

As justificativas de Marilena no estavam ajudando muito.

-esesperada 9eitosinha saiu de casa e vagou5 vagou durante horas pelas ruas da

cidade.

Acabou concluindo #ue o melhor era procurar Hhiago e dividir com ele sua angCstia.

F*e ele realmente me ama, vai me aceitar como eu souG, pensou.

8 rapaz se surpreendeu ao abrir a porta e encontrar sua amada.

(ela rigidez moral de sua criao, 9eitosinha jamais iria at o apartamento de um rapaz

solteiro.

) oc a#ui, #uerida/

A moa entrou muda e sentou)se no sof. Hhiago toca seu rosto.


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) oc est estranha5 por #ue eu no te liguei/ -esculpe, mas perdi meu telefone

celular+

) o isso, Hhi5 4 *ussurra 9eitosinha. 0ncarando o amado fi'amente, ela pede, com a

voz trmula

) Me beija+ Me beija como se fosse nosso Cltimo beijo de amor+

8ndas de calor percorrem os corpos dos dois. Hhiago comea a e'plorar o corpo da

amada com as mos, numa liberdade #ue nunca e'perimentara antes.

) Henho algo importante a lhe dizer Hhiago5 4 diz a bela loira, no e'ato momento em #ue

os dedos do rapaz percebem um inesperado volume entre as pernas de 9eitosinha.

) 9 sei, amor5 4 responde Hhiago, abrindo um sorriso.

) 9 sabe/ 4 *urpreende)se a moa.

Hhiago aperta levemente o pnis da loira.

) !laro, #uerida+ 0stou sentindo. oc achou o meu celular+

*er #ue o Hhiago aceitar 9eitosinha/ !onfira o pr'imo e emocionante cap"tulo+


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CAPITULO 5

-esiluso, medo, vergonha. *entimentos variados dominavam a cabea de Hhiago

#uando 9eitosinha lhe e'p;s sua triste verdade. *entia #ue ainda a amava e at

compreendia #ue ela era a grande v"tima desta trapaa do destino, mas o amor estava

isolado por um intranspon"vel muro de averso.

) o podemos continuar juntos, meu amor + 0u sou hetero+

) Mas Hhi5 0u continuo sendo a mesma +

) A mesma/ !om a#uela coisa enorme, #ue parece um celular Motorolla tijolo/ o,

9eitosinha. :amento, mas est tudo acabado entre ns+

FBue somos, seno germes rastejantes num enorme teatro do absurdo/G, pensou a loira,

tomada pelo des$nimo. 9eitosinha voltou para casa com passos lentos, como se

carregasse o mundo nas costas.

Ao entrar em casa deparou)se com Ambrsio.

) 8nde voc estava, tesouro/ (apai j lhe disse #ue uma mocinha frgil no pode ficar

zanzando por a"+

0mbora fosse um homem violento, Ambrsio era sempre doce e atencioso com

9eitosinha. (or isso mesmo a filha, at ento, o adorara. Mas agora, sabendo #ue vivia

uma farsa, e #ue a origem de todo o seu sofrimento era o medo imposto a Marilena por

a#uele homem, sentia $nsias de v;mito s de olhar para o seu rosto.

ingana+ 0ra tudo o #ue 9eitosinha #ueria na#uele momento+ A vingana penetrou cada

pe#uena veia de seu corao, antes ocupado pelo amor #ue sentia pelo Hhiago.

!ontrolando o tom de voz e forando um sorriso, 9eitosinha respondeu ao pai

) 0stava estudando com umas amigas. 0stou com muita dor)de)cabea e vou me deitar,

papai. A moa se trancou no #uarto e tirou da bolsa uma revista pornogrfica, #ue

acabara de comprar numa banca pr'ima < casa do Hhiago.

) 0nto so assim os homens e mulheres+ 4 disse bai'inho para si, en#uanto folheava a

publicao.


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!ompletamente nua, viu no espelho #ue era uma mulher perfeita. !omparou seu pnis

com os dos atores porn;s da revista. 0ram muito parecidos, embora o de 9eitosinha fosse

maior. Hocou)se como nunca havia se tocado. -ei'ou)se dominar pela libido, livre da

represso imposta pelo pai. Ao deitar)se para dormir, 9eitosinha estava muito triste, mas

no havia perdido a razo de viver. 0la sabia #ue tinha uma misso -estruir Ambrsio,Marilena e Hhiago.

Bual ser o plano macabro de 9eitosinha/


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CAPITULO 6

-os seis irmos, s o mais velho no se dava bem com 9eitosinha. Hodos os outros

nutriam um enorme carinho pela caula. Adenair, o se'to filho, um ano mais velho #ue a

irm, era o grande amigo e confidente da moa.

) 8 #ue foi, 9eitosinha/ oc parece distante5 4 perguntou Adenair, durante o caf da

manh. 9eitosinha percorreu a cozinha com os olhos e certificou)se de #ue os dois

estavam sozinhos.

) Krmo5 oc saberia guardar um segredo muito importante/

8 moo gelou por dentro. 0mbora 9eitosinha no suspeitasse, Adenair tambm guardava

um mistrio. 0le balanou a cabea positivamente, respondendo < pergunta.

) 0nto, vem comigo5 A loira pu'ou o irmo pela mo at o seu #uarto. Hrancou a porta e

desabotoou a cala jeans.

) Bue isso+ 8 #ue voc est fazendo, 9eitosinha/ *em dizer uma palavra, 9eitosinha

e'ibiu seu membro masculino a Adenair.

) o+ o pode ser+ Me diz #ue isso de borracha e #ue hoje (rimeiro de Abril+ 4

reagiu o rapaz.

) // o #ue voc est vendo, irmo5 0u sou homem+

) o, 9eitosinha5 Ksso a" no #uer dizer muita coisa5 4 o olhar de Adenair parecia

estranho 4 0u tambm tenho um e5 e5 4 9eitosinha entendeu na hora. 0nto no era

por acaso #ue Adenair comprava todos os discos da !eline -ion e anotava as dicas da

Ana Maria =raga.

) Adenair5 oc gaL/

) *im+ Minha condio muito pior do #ue a sua+ 4 confessou o irmo, entre soluos 4

oc pelo menos pode usar a#uele vestidinho pin ma)ra)vi)lho)so+

9eitosinha abraou Adenair e en'ugou suas lgrimas com os dedos.

) Adenair5 * me tira uma dCvida5


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) //, fui eu sim. 4 emendou o rapaz 4 *ua =arbie est no fundo da minha gaveta de

meias5

0 agarrou)se a 9eitosinha com uma enorme sensao de al"vio.

*er #ue Adenair vai se juntar < irm no plano de vingana/

!onfira no pr'imo e emocionante cap"tulo+


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CAPITULO 7

o foi dif"cil para 9eitosinha convencer Adenair a juntar)se a ela em seus planos de

vingana. 0le sabia #ue seu pai, violento e castrador, jamais o dei'aria sair do armrio.

!om Ambrsio morto, um novo horizonte, muito mais colorido, se desenhava < sua frente.

) 9 pensou, 9eitosinha/ ou poder comprar um Na dourado5 !olocar piercings nos

mamilos5 >azer bacing vocals no shoO do 0dson !ordeiro+ -anar techno #ue nem o

mineiro.

Adenair s no estava muito certo sobre a morte da me. Marilena sempre foi uma mulher

zelosa de seus filhos, e muito carinhosa com os sete.

) oc acha #ue o erro da mame foi assim to grave/ 4 perguntou.

) *e eu acho/ 4 indignou)se 9eitosinha 4 Minha vida foi uma farsa+

) Mas sempre tempo de recomear5 oc pode fazer uma operao de troca de

se'o5

) o to simples. 0u gosto de mim como sou+ 8 problema #ue o mundo no est

preparado para aceitar pessoas diferentes+

) (;'a5 8 mundo aceitou o Michael 9acson+ 4 ainda insistiu Adenair.

Mas 9eitosinha estava decidida.

) A vingana vai comear. (apai ser a primeira v"tima.

) Bual o seu plano/

) Amanh sbado. este dia, < noite, todos os nossos irmos saem para se divertir.

Mame tem a novena na casa de -ona air e papai e eu costumamos ficar sozinhos em

casa.

Adenair ouvia com ateno o plano traado por 9eitosinha na noite anterior.


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) (apai ter uma morte violenta. *angrenta. Algo to hediondo #ue ningum suspeitar

#ue o crime poderia ter sido praticado por uma pessoa como eu, uma jovem loira,

maravilhosa e frgil5

) 0 como eu poderei ajudar/ 4 perguntou Adenair.

9eitosinha esboou um sorriso estranho e respondeu, num tom seco

) Me arranje uma serra eltrica+

*angue+ Morte+ Hraio+ ingana+

!onfira tudo isso e no pr'imo e mais emocionante cap"tulo+


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CAPITULO 8

Adenair, #ue era estagirio na *ecretaria de Meio Ambiente do munic"pio, conseguiu, sem

chamar a ateno, retirar uma moto)serra no almo'arifado da (refeitura. !omo o dia

seguinte seria um domingo, ele teria tempo de limpar a ferramenta e devolv)la a seu

local de origem antes #ue dessem pela sua falta.

Ao cair da noite, ningum na fam"lia poderia imaginar o drama #ue se desenrolaria nas

pr'imas horas. Jm por um, os irmos mais velhos foram saindo, como #uais#uer jovens

numa noite de sbado. Adenair foi o Cltimo a dei'ar a casa. !ontrolando as emoPes,

despediu)se do pai sem despertar suspeitas.

0nfim ss, 9eitosinha e Ambrsio assistiam ao telejornal das oito. 0la usava um vestidinho

curto. =alanava provocativamente as pernas, mostrando toda a e'tenso de suas co'as

bem torneadas. A loira sabia #ue o pai moralista logo iria implicar com a roupa.

) (recisa usar um vestido to curto/ j se vestir direito+, ordenou Ambrsio, apontando

para o #uarto de 9eitosinha.

0ra a dei'a #ue a moa esperava. 0la entrou no seu #uarto e reapareceu poucos minutos

depois, causando a Cltima e pior viso #ue a#uele homem rude jamais tivera. *ua filha,

seu meigo tesouro, estava completamente nua, portando a serra eltrica. Mas o maior

espanto de Ambrsio foi constatar a e'istncia de uma outra ferramenta, pendurada entre

as pernas da bela loira.

) )no pode ser+ o pode ser+ 8 #ue isso/ 4 balbuciou o homem, com uma

e'presso pattica, indicando o brulio de 9eitosinha.

) Ksto sou eu, papai+ 0u sou o monstro #ue voc criou+

8 som ensurdecedor da serra abafou os gritos desesperado do homem, #ue de to

surpreso se#uer teve foras para lutar.

Minutos depois, tudo era silncio e calma. 9eitosinha tomou um banho demorado, vestiu)

se, escondeu a serra eltrica num terreno pr'imo, seguindo o plano previamente

combinado com o irmo, e dirigiu)se tran#uilamente < casa de uma amiga, dei'ando

montado na sala de sua casa um cenrio dantesco.


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0stava encerrada a primeira etapa de sua vingana. 8u pelo menos 9eitosinha imaginava

#ue sim5

(repare)se+ o pr'imo cap"tulo 9eitosinha ter uma grande surpresa+


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CAPITULO 9

(assava da meia)noite #uando 9eitosinha voltou para casa. *eu libi foi perfeito

consumiu as Cltimas horas estudando Qeografia com uma amiga, como costumava fazer.

0la estava impressionada com a prpria frieza conseguiu concentrar)se nos livros e

conversar amenidades, como se nada tivesse acontecido. Mas ainda sentia nas mos o

tremor da serra eltrica. 8s gritos de Ambrsio continuavam ecoando em seus ouvidos.

0ram sensaPes surpreendentemente gostosas. Arrependimento mesmo, s o de ter

perdido o cap"tulo da novela das nove. FA mame eu matarei na hora do 9ornal acionalG,

jurou para si mesma.

As luzes da sala estavam acesas. iu pela janela os vultos de seus familiares. 0ntrou pela

porta principal, preparando)se para fingir dor e desespero ao se deparar com os pedaos

de carne e ossos de seu pai espalhados pela sala. Mas #ual no foi o seu espanto ao

perceber #ue no havia na casa um s vest"gio de seu crime hediondo+ Buatro de seus

irmos, inclusive Adenair, estavam assistindo H, tran#uilamente. *ua me havia se

recolhido ao #uarto.

) 8nde est o papai/ 4 perguntou.

) >oi pescar 4 respondeu Amarildo, o segundo filho de Ambrsio e Marilena.

) (escar/

) *im, dei'ou um bilhete com a mame, dizendo #ue resolveu na Cltima hora e #ue volta

amanh < noite.

As belas pernas de 9eitosinha estremeceram e ela sentiu uma estranha vertigem.

Realmente seu pai era dado a estes rompantes e o sumio no chegava a espantar

ningum em sua casa. F*er #ue tudo no passou de uma alucinao/G, #uestionou)se.

Mas no. 8bservando o revestimento plstico do sof onde o crime havia acontecido,

percebeu o cheiro de detergente e marcas de pano, #ue sugeriam uma limpeza recente.

9eitosinha pu'ou seu cCmplice, Adenair, at o #uarto.

) 8 #ue est acontecendo/


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) 0u #ue te pergunto+ 4 retrucou o irmo 4 oc no iria matar o papai/

) Matei+ 0u matei+ Algum escondeu os restos, limpou a sala e ainda dei'ou um falso

bilhete para a mame+

Adenair deu um gritinho ansioso e histrico. 9eitosinha esbofeteou)lhe a face e disse,

resoluta

) !alma. oc j esperou mais de ?2 anos. o acho #ue seja a melhor hora pra soltar a

franga5

Aguardem pr'imo cap"tulo+


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CAPITULO 10

a#uela manh de segunda, a me e os sete irmos sentaram)se juntos para o caf, na

longa mesa da copa. 0ra tradicionalmente o momento em #ue a fam"lia colocava seus

assuntos em dia. Mas um silncio inc;modo pairava no ar. 9eitosinha sondou cada rosto,

buscando em algum deles um sinal #ue indicasse #uem teria escondido o corpo de

Ambrsio. // claro #ue o pai no retornara da pescaria na noite anterior. Mas por#ue

ningum parecia se importar com o fato/ -isfarando o nervosismo, a moa arriscou

perguntar < me

) 8 papai no voltaria ontem/

) *im, #uerida 4 respondeu Marilena 4 Mas ele ligou dizendo #ue uma ponte caiu e #ue

eles esto isolados na vila onde foram pescar.

) 0ra a voz dele, me/ Hem certeza/

) Bue pergunta5 !laro, minha filha. A ligao estava ruim, mal escutei o #ue ele dizia.

Mas #uem mais poderia ser/

Arlindo, o ciumento irmo mais velho, esboou um sorriso enigmtico, #ue 9eitosinha

rapidamente captou como um ind"cio de culpa. F*im+ Arlindo+ * pode ser ele+G, pensou.

FArlindo sempre desconfiou de #ue havia algo errado comigo. 0le nunca perdoou papai

pelo carinho #ue me dedicava. 0le sabe, por alguma razo, #ue fui eu #uem matou papai

e apagou as evidncias como parte de um plano de vingana+ Mas por#ue esconder o

corpo, em vez de simplesmente me entregar < pol"cia/G. As perguntas atormentavam a

mente limitada de nossa hero"na loira. 0la voltou para o #uarto, cobriu o rosto com o

travesseiro e comeou a chorar bai'inho. o princ"pio, chorava por medo. (ela confuso

#ue tomara conta de sua vida. Mas logo sua dor se transfigurou, e 9eitosinha passou a

verter seu pranto por saudades do seu Hhiago. :embrava)se das mos do amado

percorrendo seu corpo. *entiu um calafrio e uma onda de e'citao s de imaginar o

to#ue suave de seus dedos. este momento, abruptamente, Arlindo abre a porta.

9eitosinha ainda tem tempo de disfarar as lgrimas. Mas no a ereo.

) Ah5 0u sabia+ 4 =radou o irmo, radiante, en#uanto uma descarga de adrenalina fazia

desaparecer do jeans apertado o volume comprometedor.


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!onseguir 9eitosinha escapar da revolta de Arlindo/

!onfira mais tarde no pr'imo e emocionante cap"tulo+


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CAPITULO 11

) oc nunca me enganou, 9eitosinha5 4 a voz de Arlindo destilava revolta e dio.

) ou contar teu segredo ao papai, assim #ue ele voltar da pescaria+ Alis, vou contar ao

mundo+

) !ontar ao papai/ 4 espantou)se a moa. 0nto, Arlindo no sabia #ue o pai estava

morto+ o foi ele #uem escondeu o corpo+ 9eitosinha estava to fragilizada #ue acabou

assumindo sua bizarra condio ao irmo.

) *im, Arlindo. *ou uma mulher aprisionada no corpo de um homem. Mas sou a maior

v"tima desta situao+ 0u lhe imploro no revele o meu segredo+

) o adianta, 9eitosinha5 4 retrucou o magoado Arlindo 4 Hoda a minha vida brin#uei

com cavalinhos feitos de palitos de fsforo fincados em batatas, en#uanto a princesa tinha

os mais caros brin#uedos. Hoda a minha vida dormi espremido num beliche, com os ps

do Amarildo tocando as minhas narinas, en#uanto voc tinha seu #uarto e finos lenis de

seda5

Arlindo agarrou 9eitosinha pelos braos e fitou o fundo de seus olhos.

) Mas o #ue eu nunca vou perdoar mesmo foi a#uela surra #ue levei #uando descobri a

verdade sobre voc5 )Arlindo tremia de rancor.

) Mas nem eu mesma sabia+ 4 Hentou defender)se 9eitosinha.

) !hega+ !hega de suas mentiras+

) Arlindo virou)se em direo < porta. A irm, desesperada, lanou)se ao cho e abraou

seus ps.

) o, Arlindo5 (or favor+ 0u fao #ual#uer coisa+

) Bual#uer coisa/ 4 8 tom do rapaz agora era mais suave. 4 !omece mostrando)se para

mim. Buero v)la nua+


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Relutante, 9eitosinha livrou)se de suas roupas e revelou seu corpo perfeito de mulher.

=em... #uase perfeito.

) o justo5 4 balbuciou Arlindo, apontando o apndice #ue fazia de 9eitosinha um

#uadro surrealista 4 At neste #uesito voc ganha de mim5

) (or favor, no seja rude comigo5

) 8 #ue/ 4 espantou )se o moo 4 oc imaginou #ue eu #uero tocar voc/// ruim, hein/

) Mas5 8 #ue voc #uer ento/ 4 (erguntou a moa, voltando a se vestir5

) oc vai me render dinheiro, irmzinha. Muito dinheiro+

8 #ue Arlindo pretende/ !omo 9eitosinha sair dessa/

!onfira, no pr'imo e emocionante cap"tulo+


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CAPITULO 12

9eitosinha no acreditava no #ue acabava de ouvir. -esde a revelao de

seu trgico segredo, sentia)se num pesadelo sem fim. o bastasse todo o

dio em eu orao, o estranho desfecho da morte do pai e a perda de Hhiago, seu

amado, agora a nossa hero"na era chantageada pelo cruel Arlindo+

) oc #uer #ue eu me prostitua/

) *im. 4 confirmou oirmo, sem um pingo de emoo na voz 4 0'iste um

bordel de lu'o a#ui perto de casa5(essoas e'ticas como voc podem

ter um bom valor no mercado.

) M)mas5 0u sou virgem+ *ou inocente+ 4 retrucou 9eitosinha, aos prantos.

) (ois voc tem at amanh para aprender o #ue precisa.

Arlindo dei'ou o #uarto da loira batendo a porta. Adenair entrou

em seguida, curioso para saber o #ue acontecera. 9eitosinha

contou resumidamente a histria.

) Mas no pode ser+ oc precisar mat)lo tambm+ 4 reagiu o enrustido,

batendo o pezinho nervosamente.

) *im, mas no poderei faz)lo agora. o com o estranho desaparecimento do

corpo de papai. (recisamos desvendar primeiro este mistrio 4 disse 9eitosinha,

recompondo)se.

) 0nto voc5

) o resta outra alternativa, Adenair. Herei #ue me submeter aos

caprichos de Arlindo. 0 pode ter certeza amanh estarei mais pronta do #ue ele

pensa+


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CAPITULO 13

(ela primeira vez desde o rompimento, 9eitosinha voltou


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CAPITULO 14

A fam"lia finalmente percebeu #ue Ambrsio estava desaparecido. 0le no havia voltado

da pescaria nem dado sinal de vida. Marilena chamou a (ol"cia, #ue pareceu no dar

muita import$ncia < ocorrncia. 8s dois policiais fizeram poucas perguntas, anotaram um

boletim de forma burocrtica e se foram em poucos minutos, levando uma foto do homem.

9eitosinha chegou em casa #uase na hora do almoo. 8s irmos no perceberam #ue ela

passara a noite fora, mas sua me sim.

) 8nde voc estava/ 4 perguntou. 9eitosinha ignorou a abordagem.

*orte sua seu pai no estar por a#ui. 0le no ia gostar disso5 4 insistiu Marilena, comum tom seco de reprovao na voz. A resposta da filha foi carregada de ironia

) 8 #ue poderia preocup)lo, mame/ 8 risco de #ue eu perca a virgindade ou volte

grvida para casa/

Marilena tentou acariciar o cabelo da filha, #ue afastou sua mo com um gesto brusco.

) o me encoste+ 0u odeio voc+ Jm fio de lgrima escorreu pela face es#uerda da

sofrida me.

) Buerida5 oc to jovem5 Hem uma vida pela frente+ Ainda h tempo de encontrar a

felicidade5

) !omo eu poderia ser feliz/ 0u sou uma mulher aprisionada no corpo de um homem+

) eja o lado positivo5 4 tentou consertar Marilena 4 oc no tem tenso pr)menstrual,

no precisa sentar)se em privadas sujas de boate5 Mantenha a calma e a resignao.

oc ainda encontrar algum homem #ue a aceite como voc +

F*imG, conjecturou 9eitosinha. F0ste homem talvez seja Hhiago. Mas como ele estar se

sentindo depois de nossa estranha noite de amor/G. 0la pensou durante todo o dia no seu

amado, reunindo foras para enfrentar sua primeira noite no bordel de lu'o.

!uriosamente, a e'pectativa de entregar)se a estranhos no a incomodava. -esde a

revelao de sua condio, ela no se reconhecia na#uele corpo. o sentia #ue tivesse

#ue zelar dele.


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0ram nove da noite #uando 9eitosinha entrou no fusca de Arlindo, rumo < casa de

encontros. 8 local ficava pr'imo, mas era preciso percorrer um pe#ueno trecho numa

estrada pouco movimentada.

9ustamente #uando passavam pela parte mais escura e deserta do percurso, uma luz

surgida do nada cegou momentaneamente Arlindo, impedindo)o de dirigir. 8 rapaz pisouno freio abruptamente. Antes #ue pudessem esboar #ual#uer reao, as duas portas do

carro foram abertas, e o casal foi retirado de dentro do ve"culo por mos poderosas.

(ouco antes de tomar uma descarga eltrica #ue a faria perder os sentidos, 9eitosinha

p;de ver a face de seus raptores eram homenzinhos verdes vestindo estranhos

macacPes prateados.

9eitosinha e Arlindo nas mos de 0Hs+

!onfira amanh o pr'imo e emocionante cap"tulo+G S


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CAPITULO 15

:entamente 9eitosinha foi recuperando a conscincia. os primeiros minutos, a#uele

cenrio de fico cient"fica parecia apenas um sonho estranho. Mas < medida em #ue as

imagens ganharam contornos e cores 4 e #ue aflorou em sua mente a lembrana dos

Cltimos momentos no carro 4 um indescrit"vel p$nico tomou conta de nossa hero"na.

*eu grito agudo acordou Arlindo #ue, como ela, encontrava)se atado a uma chapa

metlica, #uase verticalmente. A sala estava deserta mas, minutos depois, duas das

criaturas verdes entraram no ambiente.

Mesmo sendo de uma espcie muito diferente, 9eitosinha sentiu #ue a#ueles seres

estavam muito tristes. *eus enormes olhos revelavam esta condio. Jsando um

estranho aparelho, #ue acoplado < boca do e'traterrestre funcionava como um tradutor, a

criatura #ue parecia liderar as demais dirigiu)se ao casal.

) !reio #ue lhe devemos e'plicaPes5

9eitosinha e Arlindo estavam paralisados pelo medo. 8 homem verde continuou

) Meu planeta est passando por uma crise terr"vel. !onstru"mos uma civilizao

poderosa e avanad"ssima. !ontrolamos todo a nossa gal'ia, mas estamos condenados

< e'tino.

8s rostos curiosos dos irmos no moviam um s mCsculo, en#uanto o 0H narrava sua

histria.

F0le e'plicou #ue, por um capricho da biologia #ue a cincia no conseguiu contornar,

estava nascendo em seu planeta um nCmero infinitamente inferior de mulheres, numa

comparao com o nCmero dos homens. (elos clculos dos cientistas, em no mais #ue

#uinhentos anos seu povo ter desaparecido, a no ser #ue se encontre uma alternativa

para se reverter o #uadro.

uma anlise superficial 4 continuou a criatura 4 percebemos #ue talvez fosse poss"vel

utilizar as terr#ueas para gerar nossos filhos. *e a idia se confirmasse, nossa inteno

era a de e'terminar todos os homens e levar conosco as mulheres. Minha misso veio oi bem. o consegui fazer um acabamento muito bom. *abe como , cirurgia plstica

uma coisa complicada5 Mas eu mesmo j vi muita vagina mais feia por a"+ Ie5Ie5 4o mdico amigo de -ona air insistia em seu humor infame.


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) Meu pnis, doutor5 8 #ue vocs fizeram com ele/ Mesmo detestando o #ue ele

considerava um corpo estranho, Adenair sabia #ue era um pedao seu #ue havia sido

estirpado. 0 lhe assustava a idia de #ue ele pudesse ter ido parar numa cesta de li'o

hospitalar5

) >izemos um transplante. 0le agora pertence a um marombeiro adepto do se'o bizarro,#ue perdeu o dele #uando recebia carinhos orais de um pitt)bull5

) Melhor assim+ 4 Animou)se Adenair 4 #uando recebo alta/

) Amanh, se tudo correr bem.

Fai dar tudo certoG, pensou o 4 ou melhor 4 a jovem. Fou virar uma linda mulher, como

9eitosinha, e con#uistar o corao de Hhiago+G

o seu apartamento, Hhiago ainda olhava fi'amente a arma. *entia)se ultrajado, perdido,

confuso e tra"do. Mas no conseguia evitar #ue a imagem de sua loira amada lhe viesse oi ela+ >oi ela+ 4 gritou, apontando para 9eitosinha.

) // mentira+ 4 Qritou 9eitosinha.

) !ale)se+ -ei'e o homem concluir seu relato+ 4 disse a detetive. 0 voltando)se paraAmbrsio


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) -iga, senhor5 0la fez isso com voc. 0 depois/

) -epois homens verdes, numa nave espacial me trou'eram de volta < vida+

A policial sorriu, constrangida, e abraou o fragilizado Ambrsio.

) Iomens verdes/ // uma alucinao, sem dCvida5 (or hoje s. Mas me aguardem.

ou continuar as investigaPes.

9eitosinha sentiu)se mais leve. Marilena e Arlindo olharam para o pai e para a loira, com

e'pressPes indecifrveis.

:onge dali, a primeira coisa #ue Hhiago viu foi uma luz branca e intensa. 8 rosto de

9eitosinha sorria para ele, emoldurada por centenas de pnis de todos os tamanhos e

formas. 4 0stou na para"so+ 4 sussurrou.

Mas o del"rio foi interrompido pela penetrao contundente de uma agulha de injeo. -e

olhos abertos, o confuso rapaz viu um homem de roupa alva, parado ao lado da cama de

hospital onde estava deitado.

) oc nasceu de novo, filho. A bala acertou de raspo a sua fronte.

) 8)onde estou/

) o ambulatrio de um hospital pCblico.

Hhiago percorreu o lugar com os olhos e no acreditou no #ue viu. !om uma touca

cobrindo os cabelos, adormecida na cama ao lado, encontrava)se ningum menos #ue

sua amada.

) 9eitosinha+ 4 0'clamou.

) * se for nome de guerra5 4 corrigiu o mdico 4 0le chegou a#ui como Adenair e agora

Adena"ra5

) Adena"ra/ 4 espantou)se.

) *im5 0le submeteu)se ontem a uma cirurgia para mudana de se'o. Mas talvez nunca

aproveite sua nova anatomia5

) (or#ue doutor/ (or#ue doutor/

8 homem tomou um longo f;lego antes de e'plicar a Hhiago o drama do e')irmo, agora

irm, de 9eitosinha.

Qente, j pensou isso no cinema, com a !ameron -iaz de 9eitosinha/

Mais emoPes e podrido amanh, em um cap"tulo indito+


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CAPITULO 25

Adena"ra contraiu uma grav"ssima infeco hospitalar, filho5

Hhiago ficou chocado com a not"cia. 8 Adenair #ue conhecera era to alegre, to

saltitante5 FAssim, adormecido e com esta touca, incr"vel a semelhana com

9eitosinhaG, pensou. Adena"ra abriu os olhos e viu Hhiago, ao seu lado, com as

bandagens envolvendo a cabea.

) 8 #ue houve, meu amor/ 4 balbuciou.

) ada, no se preocupe. !a" da escada 4 mentiu o rapaz, numa tentativa de minimizar o

sofrimento da#uela recm mulher.

) 0)eu5 f)fiz isso por voc, Hhiago. >iz por amor5

8s olhos de Adena"ra voltaram a se fechar.

) -outor5 Buais as chances/ 4 perguntou o angustiado rapaz.

) -epende muito. 0la pode simplesmente se entregar < doena, e as chances sero

m"nimas. Mas se ela se apegar a algo #ue a faa #uerer viver, e se o antibitico em

esto#ue no for de Maizena, talvez ela tenha alguma chance.

) // uma pena5 Qostaria de poder ajudar.

) oc pode+ 4 disse o mdico 4 0la o ama+ -)lhe esperanas+

Hhiago continuava perdidamente apai'onado por 9eitosinha. 0 o #ue pior por 9eitosinha

completa, verso de fbrica. F*e Adenair soubesse #ue seu sacrif"cio ao realizar a cirurgia

apenas aumentou o abismo entre ns5G, refletiu. Mas por outro lado, tentar salvar uma

vida era motivao suficiente para faz)lo recuperar o amor pela sua prpria e'istncia,

depois da grande desiluso de encontrar a amada trabalhando num bordel. ia como algo

mais #ue uma simples coincidncia o fato de #ue estavam juntos num mesmo

ambulatrio.

) Hudo bem, doutor. 0u vou ajudar+ 4 concluiu, conformado com a#uele jogo do destino.

0m sua casa, sozinho no #uarto, Ambrsio tentava reorganizar suas idias. *er #ue foi

mesmo v"tima de 9eitosinha/ 0 os homens verdes/ ovas imagens se formaram em sua

mente depois do cho#ue diante da detetive anessa. :embrava)se, remotamente, de uma

linda menina loira, #ue ele amava muito. *im, talvez fosse 9eitosinha. 0le comeava a se

lembrar dela. (ara preservar sua sanidade, Ambrsio estava disposto a no associar a

filha


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para conversar com o seu deformado genitor5

) (apai5

) 9)jeitosinha/ 4 Ambrsio ainda tinha uma ponta de medo na voz 4 -)desculpe)me pelas

acusaPes na sala. Minha cabea no anda boa.

) 0ngana)se, velho srdido. *ua cabea anda melhor do #ue voc pensa.Ambrsio foi tomado pelo p$nico+ A#uele sorriso sarcstico e cruel+ *im, no fora uma

fantasia+ 9eitosinha o havia mutilado com a moto)serra+

) o+ 4 Qritou o homem 4 Me dei'e em paz+ *ocorro+

) Qrite5 ingum lhe ouvir.

) o me mate+ 4 implorou, de joelhos, abraando os ps da loira.

) 0u no seria to imbec"l. o agora, com a#uela detetive intrometida por perto. Mas eu

lhe aviso se repetir a#uelas acusaPes para #uem #uer #ue seja, no pensarei duasvezes antes de consumar o servio #ue pensei ter finalizado5

) *im, sim5 4 disse Ambrsio, pattico, entre lgrimas 4 *erei um tCmulo+ Mas5 (or

favor, me ajude5 Ainda no sei se estou bem5 Me lembro de algumas imagens

completamente surreais5 Iomens verdes e5 e5

9eitosinha sorriu maliciosamente, abriu o z"per e'p;s seu enorme mistrio.

) *im, Ambrsio. (elo menos isto real. Mas #ue histria essa de homens verdes/ Bue

idiota colocaria estCpidos homens verdes em nossas vidas, to cotidianas/

8 homem sacudiu a cabea, confuso. 9eitosinha acariciou sua cabea, fazendo homem

se encolher ainda mais.

) ou dei'ar)lhe em paz por en#uanto. Mas tenho um pedido, papai voc me ajudar no

meu pr'imo plano de vingana5 .

:grimas no hospital+ *e'o e violncia+ o perca, amanh, cap"tulo indito+


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CAPITULO 26

9eitosinha entregou ao pai uma caneta e um pedao de papel.

) Assine esta folha em branco5

) M)mas5 >ilha5 oc sabe #ue eu no tenho nenhuma posse5

) Apenas assine+

Meio vacilante, Ambrsio escreveu seu nome no papel.

) (ronto. 0stou livre agora/

) *im5 4 disse a moa, sorrindo sarcasticamente 4 Henha bons sonhos5

9eitosinha foi para seu #uarto e esperou pacientemente #ue todos voltassem para casa. A

me, #ue sempre se envolvia nas atividades da Kgreja, voltou de uma novena. 8s irmos

foram chegando, um a um, se amontoando em volta da H, como sempre faziam.

ormalmente Arlindo, mais arredio, preferia ficar lendo em algum canto da casa, at #ue

todos se recolhessem. 0ra a hora em #ue finalmente tinha a sala s para ele, e ficava

zapeando os canais de H.

o silncio da madrugada, 9eitosinha apro'imou)se de Arlindo, vestida como uma -iva do

cinema. 8 longo vestido negro, #ue e'ibia seus ombros e e'punha parte dos seios5 a

abertura lateral, por onde podia)se ver furtivamente a longa e'tenso de sua perna

es#uerda5 8 par de luvas cobrindo os braos at alm do cotovelo5 Hudo remetia a

ines#uec"vel Qilda.

Arlindo surpreendeu)se com a maturidade da beleza da irm, #ue trazia num copo uma

dose de u"s#ue on the rocs.

) *abe, irmo,


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) Amanh, irmo #uerido, todos ns comearemos uma vida nova5

A loira disse esta frase enigmtica e se retirou. 8 cruel Arlindo chegou a pensar #ue sua

irm estava to dese#uilibrada #uanto o pai. Mas logo voltou a entreter)se com um filme

barato de H, antes de mergulhar em um sono profundo.

o hospital pCblico, Adena"ra abria os olhos) Hh)thiago5 (ensei #ue tinha sido um sonho.

) 0stou a#ui. 0stou te esperando5 4 A frase brotou sem nenhuma convico.

) M)me esperando/ 4 (erguntou a nova irm de 9eitosinha.

) *im. oc precisa lutar. (recisa superar esta doena. ou estar ao seu lado.

) 8h, Hhiago+ oc vai me dar uma chance/

) 8 tempo dir. (or en#uanto, prometo)lhe apenas minha ateno e minha

amizade.oc no sabe como este simples fio de esperana me dei'a feliz+ 4 -isse a moa, j

com uma certa luz no rosto plido pela febre.

a manh seguinte, Arlindo acordou no mesmo sof onde bebera com 9eitosinha. Mas

estava cercado por policiais e algemado. o comando da operao, a detetive anessa

dirigiu)se a ele, mostrando no semblante a realizao pelo dever cumprido.

) oc est preso.

) M)mas5 0u no fiz nada+ 4 0spantou)se o rapaz 4 Bual a acusao/

) Assassinato+

o+ 4 8 grito de Arlindo ecoou pela sala5

Buem morreu/ oc tem at segunda para juntar as peas e entender o plano de

9eitosinha+ o perca o pr'imo cap"tulo+


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CAPITULO 27

) 0u no matei papai+

Arlindo gritava com a convico dos inocentes, mas a detetive anessa estava

impass"vel.

) oc vai e'plicar isso ao tribunal. Hemos evidncias mais do #ue suficientes para

prend)lo.

) Buais/ Buais so as evidncias/ 4 perguntou, inconformado.

) *eu pai amanheceu morto, e tudo indica #ue foi envenenado. *ua me percebeu logo

no comeo da manh e nos chamou. 0n#uanto voc dormia, procuramos pistas pela casa

e encontramos no fundo de sua gaveta de cuecas o frasco de um veneno muito eficaz5

) o pode ser+ 4 interrompeu o encrencado Arlindo 4 Algum colocou isso l para me

incriminar+

anessa sorriu, com sua frieza habitual.

) o adianta, Arlindo5 // melhor confessar. oc no contava com isso, mas seu pai,

prevendo o seu trgico destino, escreveu uma carta5

A moa fez um sinal com os dedos e um dos assistentes entregou)lhe o pedao de papel.

anessa prosseguiu.

) 0stava no bolso do pijama de Ambrsio. eja o #ue diz F*e algum encontrou esta

carta, provavelmente j estarei morto. 8 fato #ue recobrei minha memria. Arlindo, meu

filho mais velho, foi o responsvel pela primeira tentativa de assassinato. Ainda no sei o

#ue farei, mas como ele pode tentar de novo, dei'o registrada esta denCncia. Arlindo

nunca me perdoou por uma grande surra #ue lhe dei em sua adolescncia, e nunca me

perdoou por gostar mais de 9eitosinha. (ercebendo #ue eu finalmente comeava a me

lembrar de tudo, passou a me ameaar. Henho medo de procurar a (ol"cia. Alis, como

tornei)me um monstro, no faz tanta diferena estar vivo ou morto. Hudo o #ue desejo

#ue, caso d cabo de minha vida, o cruel Arlindo seja punidoG5 Ambrsio assina a

carta. // claro #ue ainda faremos um e'ame grafotcnico5

) o pode ser+ 0ste bilhete forjado+ oc ver+ 4 disse o primognito de Ambrsio e

Marilena.

) I ainda uma terceira pista. 4 completou anessa 4 0'iste este copo, encontrado ao

lado da cama do seu pai, com res"duos do mesmo veneno encontrado em seu #uarto,

dissolvido em suco de groselha. ele, h digitais de duas pessoas diferentes.F*im+G, pensou Arlindo. FAgora eu entendo+ >oi 9eitosinha+ 0la me serviu u"s#ue, ontem,


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neste mesmo copo. !omo ela usava luvas, s as marcas de meus dedos esto no vidro+G.

0m p$nico, e tremendo de dio, Arlindo apontou para a irm

) >oi ela+ 0la uma farsa+ Jm travesti man"aco e assassino+ A senhora ouviu, detetive, o

prprio papai dizendo isso+

) *eu pai estava muito abalado. 0ste tipo de confuso comum5 Mesmo sem #uerer,9eitosinha era o piv; dos desentendimentos. Halvez por isso ele a tenha visto em seu

del"rio. Agora5 Bue histria essa de travesti/

) anessa dirigiu a pergunta a Marilena.

) Arlindo est tentando confundi)la, detetive. 4 A me no perdeu a chance de socorrer a

filha na#uele momento dramtico.

) Buer comprovar/ 4 -isse 9eitosinha, contando com a negativa de anessa.

) o preciso, #uerida. *ei bem como so os homens. 0sto sempre tentando encontraralgum defeito nas mulheres bonitas5

anessa dirigiu)se aos assistentes e ordenou

) :evem)no. amos esperar o e'ame da letra no bilhete e das marcas no copo. oc vai

aguardar na cadeia o resultado, Arlindo. 0 caso se comprovem as evidncias, no sair

de l to cedo5

-ebatendo)se e gritando, o cruel Arlindo foi recolhido ao camburo. 8s policiais dei'aram

a casa e Marilena finalmente demonstrou sua dor num choro convulsivo. a verdade

sentia)se aliviada pelo fim de Ambrsio, mas no se conformava com o fato de #ue um de

seus filhos tivesse assassinado o homem.

) 9eitosinha5 (or#ue Arlindo tentou incrimin)la/

) oc sabe #ue ele me odeia, mame5

9eitosinha estava calma e segura. =eijou suavemente o rosto de Marilena e foi para o

#uarto, j pensando no pr'imo ato de seu circo de horrores.

o perca os Cltimos cap"tulos da novela mais trash da Oeb+ Amanh tem cap"tulo indito+


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CAPITULO 28

Alguns dias #ue se passaram desde a morte de Ambrsio. Adena"ra vinha se recuperando

da infeco hospitalar. Hhiago a levara para sua casa e a convivncia era amigvel. A

moa se esforava para transformar a#uele apartamento de solteiro em um lar, e o rapaz

gostava de sua companhia. Mas no conseguia es#uecer 9eitosinha e ainda sentia um,

digamos, Fvazio por dentroG, se #ue voc me entende5

!omo era de se esperar, os e'ames periciais confirmaram #ue tratava)se da letra de

Ambrsio no bilhete. (rovaram tambm #ue as digitais eram mesmo de Arlindo. Kmpotente

diante da armadilha armada pela irm, e diante das pssimas condiPes da carceragem,

o rapaz simplesmente enlou#ueceu.

a casa de 9eitosinha todos se esforavam para retomar as rotinas de suas vidas.

Adena"ra escrevera, contando da operao e de como estava feliz em sua nova condio.

8mitira, entretanto, #ue era hspede de Hhiago. o bordel de Madame MarL, 9eitosinha

buscava superar a perda de seu amado nos braos de :aura !roft.

8 treinamento da loira continuava. a penumbra de seu escritrio, a cafetina continuava

instruindo 9eitosinha sobre os mistrios do amor e do se'o, mas ainda eram apenas aulas

tericas, o #ue j estava dei'ando nossa hero"na impaciente.

) //s vezes sinto #ue a senhora, deliberadamente, est adiando minha estria profissional

4 #uestionou um dia 9eitosinha.

(ela primeira vez, a sempre segura Madame MarL pareceu incomodada.

) Bue bobagem, #uerida5 9 lhe disse, tenho uma imagem a zelar5 Hudo vir a seu

tempo.

9eitosinha vinha se abrindo cada vez mais com a patroa. !hegou a confessar o atentado

com a serra)eltrica, o plano #ue incriminou Arlindo e o desejo de se vingar da me.

Madame MarL a tudo ouvia, sem emitir #ual#uer opinio. a#uela tarde, entretanto,

encontrou 9eitosinha mais fragilizada do #ue de costume.

) 8 #ue houve, criana/ 4 (erguntou a cafetina.

) o sei o #ue est havendo comigo, Madame MarL5 4 -isse a loira, com a voz

embargada 4 Halvez seja a falta de Hhiago, ou o remorso por ter tirado a vida de meu


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pai5 Mas o fato #ue estou fra#uejando. !omeo a achar #ue talvez mame no seja

assim to culpada pelo meu destino. Halvez seja a maior das v"timas, preservando um

segredo por tantos anos apenas para poupar a todos da ira de Ambrsio.

) 8 #ue voc #uer dizer com isso/ 4 perguntou MarL.

) Buero dizer #ue estou cansada de dio e sofrimento. ou buscar minha felicidade. 0

comearei procurando mame e dizendo #ue a perd;o5

) o creio #ue voc precise procur)la5 4 disse Madame MarL, num tom de voz

bastante familiar.

A mulher apro'imou)se do fraco abajur #ue iluminava o escritrio. !om lgrimas

banhando o rosto, retirou sua mscara5

) Mame/ // voc+ o pode ser+

) !laro #ue sou eu, #uerida5 oc acha #ue com o salrio de cont"nuo do seu pai

conseguir"amos criar sete filhos e ainda comprar pra voc a coleo completa da =arbie/

) 0nto por isso #ue o meu treinamento nunca terminou+ oc no #ueria prostituir a

prpria filha+

) *im5 0ste foi apenas um dos muitos sacrif"cios #ue fiz por voc. >ui eu #uem joguei

fora os restos mortais de Ambrsio e limpei a baguna da sala5 8 telefonema e o bilhete

falando da pescaria tambm foram invenPes minhas.

) 0nto5 (apai realmente havia morrido/ 4 espantou)se.

) *im+ * no me pergunte como ele voltou < vida. Halvez tenha sido um milagre dos cus

para poup)la, 9eitosinha. oc j havia sofrido demais, e a#uele plano da serra)eltrica

era simplesmente rid"culo5 oc dei'ou suas digitais espalhadas pela casa inteira+ 8

segundo crime foi muito mais re#uintado, e ainda puniu o chantagista do Arlindo+

9eitosinha abraou a me, emocionada %Kmagine uma mCsica melosa, e'ecutada por um

naipe de violinos5&. >inalmente, #uase tudo parecia se encai'ar. 0ra um novo tempo de

recomeo. -e repente 9eitosinha percebeu #ue o bordel nunca fora seu lugar. 8 #ue de

fato a atra"a era o magnetismo de Madame MarL, #ue no era ningum menos #ue

Marilena.

o fosse a saudade #ue sentia de Hhiago, tudo estaria perfeito em sua vida. o final

da#uela tarde, 9eitosinha se despediu das colegas de bordel.


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) ou tirar um tempo para mim. (reciso repensar minha vida5 Halvez volte a esta casa

como au'iliar de mame, no sei5 8 importante #ue fiz muitos amigos a#ui5

:aura !roft chorava copiosamente.

0st tudo acabado entre ns/

) *im, :aura5 o adianta. Hhiago o meu Cnico amor. (reciso es#uec)lo antes de

poder recomear com outra pessoa5

:aura pareceu entender. Hanto #ue deu a 9eitosinha um conselho bem prtico

) *e voc o ama tanta, por#ue no tenta uma reapro'imao/ Hudo bem, ele pensa #ue

voc uma de ns, mas voc, em contrapartida, flagrou)o nos braos da Ntia

Hrovoada5

Ntia, o traveco moreno #ue possuiu Hhiago, espantou)se

) A#uele era o seu bofe/ Kh, menina5 oc est sofrendo < toa5

) !omo assim/ 4 surpreendeu)se 9eitosinha.

0 Ntia comeou a narrar o dilogo #ue ela e Hhiago tiveram antes do ato de amor5

>inalmente est acabando+ o perca os Cltimos cap"tulos5 Amanh tem mais+G S


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CAPITULO 29

) 8 #ue Hhiago lhe disse de to importante a#uela noite/ 4 (erguntou 9eitosinha, ansiosa,

ao travesti Ntia Hrovoada.

) =om, menina5 0le chegou a#ui todo sem gracinha. 0stava bem bbado, mas nem por

isso perdeu a timidez5

) *im5 0 ento/ 4 A loira mal controlava suas emoPes.

) 0nto eu perguntei como ele #ueria, e coisa e tal5 0le me disse #ue era a sua primeira

vez num lugar como esse, e provavelmente a Cltima5

) 8 #ue mais/

) =em, ele disse #ue no estava < vontade, mas #ue precisava se colocar a teste5 (or

amor. a ocasio no entendi nada, pensei #ue era coisa de bbado, mas agora

entendo5

8s olhos de 9eitosinha brilharam

) *im+ !omo no pensei nisso antes/ 0le #ueria saber se conseguiria se adaptar ao meu

estranho jeito de am)lo+

) Ah, *anta5 !arinha de #uem estava se adaptando ele fez5 4 emendou Ntia, com um

gesto afetado.

) ou procur)lo agora mesmo+

0n#uanto 9eitosinha corria para os braos de seu amado, Hhiago dava um ponto final em

sua relao com Adena"ra. >oi uma longa conversa, #ue terminou num clima cordial.

) o me leve a mal5 (ensei #ue pudesse es#uecer 9eitosinha, mas5 // imposs"vel. -e

alguma maneira, sinto #ue #uando estou com ela tudo parece se encai'ar5

) *e eu tivesse sabido antes no teria #uebrado o pino do meu :ego5 4 lamentou

Adena"ra 4 -e #ual#uer forma, devo)lhe minha vida. *ou grata pelos dias #ue passamos

juntos e pelos seus cuidados. 0spero #ue um dia voc e 9eitosinha possam voltar a se

entender5


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) o creio ser poss"vel5 4 Bue segredo voc guarda sobre ela/ 0'iste algo mais, alm

da particularidade anat;mica/

) o me force a dizer. * lhe adianto #ue sua irm no #uem parece ser5

este momento a porta da sala se abre, de forma dramtica.

) *im, Hhiago5 *im, meu amor+ *ou sua 9eitosinha+ 9amais fui tocada por outro homem

#ue no voc+

// claro #ue


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) 0nto aproveita, chefe5 4 disse um dos homens verdes, olhando pela escotilha 4 em

uma gatona ali+

0 foi assim #ue Adena"ra acabou nas mos dos e'traterrestres. (or mais #ue os cientistas

do outro mundo se esforassem, continuariam sem entender o mecanismo de reproduo

dos humanos.

Adena"ra nunca mais foi vista. 0 como 9eitosinha preferiu guardar segredo sobre sua

e'perincia com os 0ts, o planeta Herra nunca soube #ue duas irms, numa

surpreendente manobra do destino, acabaram salvando a humanidade.

Ioje, #uem v na missa dominical 9eitosinha e Hhiago, com suas lindas crianas

adotadas, nem imagina #ue por trs da#uela aparente normalidade repousa um segredo e

uma histria surpreendente.

0 se voc acha #ue os homenzinhos verdes so a parte mais absurda desta saga,

por#ue no viram 9eitosinha e Hhiago em seus momentos de intimidade5

FIM #

JEITOSINHA

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