Jerónimo Martins vai à escola

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36 Setembro/Outubro de 2012 STORE MAGAZINE Academia Jerónimo Martins vai à escola Um acordo inédito em Portugal juntou o grupo Jerónimo Martins e a Universidade de Aveiro na renovação de uma licenciatura em Comércio. Estágios, tutores e uma cátedra internacional são algumas das novidades de um acordo assinado em Junho entre a empresa e a instituição universitária. O objectivo é formar quadros à medida das necessidades dos empregadores A base para todas estas acções é a licenciatura em Comércio que existe actualmente na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda A parceria co-responsabiliza o grupo Jerónimo Martins (JM) pelo próprio funcionamento do curso da academia de Aveiro. As- sim, anualmente, a multinacional portuguesa vai acolher todos os anos nas suas empresas os alu- nos da licenciatura em Comércio, em regime de estágio, nomeará quadros de topo para acompa- nharem individualmente os estu- dantes em programas tutoriais e disponibilizará anualmente 65 mil euros para financiar uma cátedra internacional convidada. A base para todas estas acções é a licenciatura em Comércio que existe actualmente na Escola Su- perior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), a escola poli- técnica da Universidade de Avei- ro (UA). A instituição e o grupo Jerónimo Martins adaptaram o plano de estudos da actual licen- ciatura de forma a transformá-la, brevemente, numa Licenciatura em Gestão Comercial. Já a partir deste próximo ano lec- tivo, os estudantes da licenciatu- ra passarão a ter acesso ao de- senvolvimento de competências identificadas pelos empregadores como importantes para o exercí- cio da profissão de gestor comer - cial. O programa de estágios previsto pela UA e JM, cuja periodicidade é ímpar entre as universidades por- tuguesas, vai permitir que cada aluno da licenciatura realize três estágios ao longo da licenciatu- ra, um por cada ano lectivo. Os futuros estagiários que rumarem para uma empresa da multina- cional instalada a mais de 50 qui- Apresentação do acordo entre a Jerónimo Martins e a Universidade de Aveiro. Na foto de cima, da esquerda para a direita: António Barreto (presidente da fundação Francisco Manuel dos Santos), João Filipe Queiró (secretário de Estado do Ensino Superior), Júlio Pedrosa (reitor da Universidade de Aveiro), Alexandre Soares dos Santos (presidente do grupo Jerónimo Martins) e Gonçalo Paiva Dias (director da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda).

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36 Setembro/Outubro de 2012 STORE MAGAZINE

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Jerónimo martins vai à escola

Um acordo inédito em Portugal juntou o grupo Jerónimo Martins e a Universidade de Aveiro na renovação de uma licenciatura em Comércio. Estágios, tutores e uma cátedra internacional são algumas das novidades de um acordo assinado em Junho entre a empresa e a instituição universitária. O objectivo é formar quadros à medida das necessidades dos empregadores

A base para todas estas acções é a licenciatura em Comércio que existe actualmente na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda

A parceria co-responsabiliza o grupo Jerónimo Martins (JM) pelo próprio funcionamento do curso da academia de Aveiro. As-sim, anualmente, a multinacional portuguesa vai acolher todos os anos nas suas empresas os alu-nos da licenciatura em Comércio, em regime de estágio, nomeará quadros de topo para acompa-nharem individualmente os estu-dantes em programas tutoriais e disponibilizará anualmente 65 mil euros para financiar uma cátedra internacional convidada.

A base para todas estas acções é a licenciatura em Comércio que existe actualmente na Escola Su-perior de Tecnologia e Gestão de águeda (ESTGA), a escola poli-técnica da Universidade de Avei-ro (UA). A instituição e o grupo Jerónimo Martins adaptaram o plano de estudos da actual licen-ciatura de forma a transformá-la, brevemente, numa Licenciatura em Gestão Comercial. Já a partir deste próximo ano lec-tivo, os estudantes da licenciatu-ra passarão a ter acesso ao de-

senvolvimento de competências identificadas pelos empregadores como importantes para o exercí-cio da profissão de gestor comer-cial.O programa de estágios previsto pela UA e JM, cuja periodicidade é ímpar entre as universidades por-tuguesas, vai permitir que cada aluno da licenciatura realize três estágios ao longo da licenciatu-ra, um por cada ano lectivo. Os futuros estagiários que rumarem para uma empresa da multina-cional instalada a mais de 50 qui-

apresentação do acordo entre a Jerónimo Martins e a Universidade de aveiro. Na foto de cima, da esquerda para a direita: antónio Barreto (presidente da fundação Francisco Manuel dos santos), João Filipe Queiró (secretário de estado do ensino superior), Júlio Pedrosa (reitor da Universidade de aveiro), alexandre soares dos santos (presidente do grupo Jerónimo Martins) e gonçalo Paiva Dias (director da escola superior de tecnologia e gestão de Águeda).

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Jerónimo martins vai à escola

O programa de estágios previsto pela UA e JM, cuja periodicidade é ímpar entre as universidades portuguesas, vai permitir que cada aluno da licenciatura realize três estágios ao longo da licenciatura, um por cada ano lectivo

lómetros do local de residência, mesmo que seja no estrangeiro, vão receber da JM um subsídio mensal calculado de acordo com a bolsa mínima em vigor no pro-grama Erasmus.O programa de tutoria prevê que os 30 alunos a admitir em cada ano sejam individualmente apoia-dos por um tutor proveniente do mundo empresarial que vai facul-tar aos estudantes, ao longo do seu percurso académico, o con-tacto próximo com o mundo das organizações. O acordo entre a UA e a JM prevê ainda a criação de uma cátedra internacional convidada que tem por meta pro-mover o ensino de qualidade e o avanço do conhecimento cientí-fico na área da gestão comercial.Fundado em 1792, Jerónimo Mar-tins é um grupo português com projecção internacional na área alimentar, que opera nos sectores da Distribuição, da Indústria e dos Serviços. A principal actividade é a Distribuição Alimentar: atra-vés das cadeias de supermerca-dos (Pingo Doce) e cash & carry (Recheio) em Portugal e de lojas alimentares de proximidade (Bie-dronka) na Polónia, o grupo tem por objectivo ir ao encontro das necessidades de milhões de con-sumidores.A ESTGA, fundada em 1996, ca-racteriza-se por oferecer um mo-delo de aprendizagem diferencia-do e inovador e por desenvolver uma relação de especial proximi-dade com o tecido económico e social. A escola da UA possui um modelo de ensino baseado em projectos, organiza anualmente mais de 200 estágios de alunos e possui mais de uma centena de protocolos assinados com empre-sas e outras instituições. A insti-tuição oferece seis licenciaturas e sete cursos de especialização tecnológica.O director da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de águeda (ESTGA), Gonçalo Paiva Dias ( ver caixa), afirma que o protocolo assinado com o grupo Jerónimo Martins é um passo importante na estratégia da escola de oferecer um ensino “virado para a empre-gabilidade, e o desenvolvimento de uma relação privilegiada com o tecido económico e social”.

“Ensino diferenciado e inovador”entReViStA

Store | O que é que repre-senta para a escola Superior de tecnologia e gestão de Águeda (eStgA) o protocolo com o grupo Jerónimo mar-tins?gonçalo Paiva Dias | Repre-senta um passo importante na estratégia que definimos para a afirmação da ESTGA no contexto da Universidade de Aveiro e do sistema português de Ensino Superior e que visa a oferta de um ensino diferen-ciado e inovador, virado para a empregabilidade, e o desen-volvimento de uma relação privilegiada com o tecido eco-nómico e social. Esta estraté-gia tem vindo a ser implemen-tada com sucesso ao longo dos anos e consubstancia-se, actualmente, num modelo de ensino baseado em projectos nas licenciaturas da área das tecnologias e na oferta de es-tágios integrados nas licencia-turas da área da gestão. Além disso, concretiza-se também na oferta de vários cursos pós--secundários, igualmente com estágios integrados. Reflexo desta postura é o facto de a ESTGA ter mais de 100 proto-colos em vigor com empresas e outras organizações e or-ganizar anualmente mais 200 estágios de alunos. A parce-ria agora estabelecida com o grupo Jerónimo Martins dá di-mensão e visibilidade nacional a esta estratégia, tendo per-mitido adequar os conteúdos programáticos da Licenciatura em Comércio, futuramente em Gestão Comercial, às reais necessidades dos emprega-dores. Pela primeira vez em Portugal, uma Universidade e um grande grupo económico estabelecem uma parceira que os compromete quanto à qua-lidade e ao sucesso de uma licenciatura, o que se traduz na criação de um programa de tutoria, na organização de estágios integrados e na con-tratação internacional de um

professor especialista na área do retail management.

Store | Quais os objectivos da licenciatura em Comércio e quando é que passará a Licen-ciatura em gestão Comercial?gPD | A licenciatura em Comér-cio visa formar profissionais com uma sólida formação de base em gestão e formação específi-ca em domínios particularmente importantes na área comercial, como o marketing, a logística, o comércio electrónico, a inter-nacionalização ou a gestão de força de vendas. Possui um es-tágio em cada um dos três anos da licenciatura, que visam dotar os alunos das competências de trabalho em projecto e em equipa e garantem o desenvolvi-mento de uma cultura de inser-ção empresarial. A alteração da designação da licenciatura para Gestão Comercial será solicita-da à Direcção-Geral do Ensino Superior após a conclusão do concurso nacional de acesso ao ensino superior, que se en-contra actualmente em curso. A nova designação traduz melhor a efectiva vocação da licenciatu-ra e corresponde à terminologia habitualmente usada a nível in-ternacional.

Store | Que importância é que esta licenciatura tem para a região onde a escola está in-serida?gPD | Estamos convencidos que o impacto desta licencia-tura pode extravasar o âmbito puramente regional, quer pela qualidade da oferta em si quer pelo facto de se basear numa parceria que estabelece um comprometimento das partes com o sucesso que é único a nível nacional e que pode cons-tituir um exemplo para o resto do sistema. A ser assim, ela terá também um importante impacto regional, pela promoção e de-senvolvimento das capacidades endógenas da região onde nos inserimos.