JOÃO PAU LO MAR TINS VI NHOS DE POR TU GAL 2015 · uma forma ou de outra, ajudou durante a prova...

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JOÃO PAULO MARTINS VINHOS DE PORTUGAL 2015

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JOÃO PAU LO MAR TINS VI NHOS DE POR TU GAL 2015

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A elaboração deste livro obedece a um planeamento meticuloso que é

desenhado com o apoio das Comissões Vitivinícolas Regionais (CVR) que não só

informam os produtores, como recolhem as mostras para as provas. De seguida

abrem -nos as portas das suas salas de prova para podermos trabalhar com

todas as condições. Seria muito difícil imaginar fazer este livro sem este apoio e

por isso deixamos aqui público reconhecimento e agradecimento pela colabora-

ção que nos vêm prestando todos os anos.

O mesmo sucede com mais de uma dúzia de grandes empresas que nos

facilitaram as provas nas suas instalações. Mais uma vez retenho uma palavra

de agradecimento ao hotel Sheraton Porto e à sua equipa de banquetes que, de

uma forma ou de outra, ajudou durante a prova dos vinhos do Douro e Porto,

que decorreu nas suas instalações, com todas as facilidades para o sucesso

da mesma. A família e os amigos ajudaram a que a tarefa se tornasse menos

penosa. A toda a equipa da Oficina do Livro agradeço a constante preocupação

com o sucesso do livro.

Lisboa, 1 de Setembro de 2014.

Para qualquer contacto com o autor:

e-mail: [email protected]

site: www.joaopaulomartins.com

APRESENTAÇÃO E AGRADECIMENTOS

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Cumprem -se este ano 25 anos da nossa actividade no sector dos vinhos,

mais propriamente na imprensa vinícola. Após um percurso que começou pela

carreira de professor (de História e de guitarra clássica), passou pela assessoria

de imprensa no Ministério da Educação e pelo trabalho em vários Institutos

públicos, acabámos por deixar tudo e abraçar esta actividade. Cremos que em

boa hora o fizemos e arrependimento da opção tomada foi coisa que nunca sen-

timos por um momento que fosse. Tivemos sorte, reconhecemos, mas, como

alguém disse, «a sorte dá imenso trabalho». Não é este o momento para balan-

ços de carreira mas é verdade que ficamos espantados como o tempo e o mundo

do vinho mudaram tão depressa.

Hoje há muita actividade à volta do vinho, a imprensa é constantemente

chamada para conhecer novos produtores ou novas colheitas de produtores já

com nome no mercado e as notícias desta área interessam a muito mais gente

do que há 25 anos quando não se conhecia o nome de um único enólogo e cas-

tas de uva só se conheciam as que existiam «na terra», lá longe no Portugal

profundo, onde estavam as raízes e a família que teimosamente tinha ficado a

tomar conta das hortas e courelas. O vinho entrou assim no nosso quotidiano

como tema de conversa, mas ainda há muito trabalho a fazer; a turma do «copo

cheio» ainda tem muitos adeptos, o grupo do «se não houver vinho, bebemos

branco!» ainda teima em achar que tem graça, e a malta do «vinho à tempe-

ratura ambiente» ainda continua a pensar que tem razão. Por isso, é caso para

dizer: a luta continua, o trabalho não está acabado. Por isso também continua-

mos a fazer este livro.

A melhoria da qualidade é um facto em todas as gamas de preços e é,

também, por essa razão que surgem, no final de cada região, cada vez menos

vinhos na categoria Aceitáveis e quase nenhuns nos Não Recomendados. Não

fomos nós que aligeirámos o critério, foram mesmo os vinhos que melhoraram.

Menos interessante é verificar que muitos produtores se alheiam da

crítica, não enviam amostras para prova, nem quando instados a isso. A situação

do Douro é especialmente preocupante quando verificamos que 80 produtores

INTRODUÇÃO

12 o VINHOS DE PORTUGAL 2015

não enviaram amostras, dos quais muitos são agora excluídos por há vários

anos terem deixado de enviar vinhos para provas. Outros há que entendem que

as nossas classificações não correspondem às suas expectativas e que ficam

melhor fora do livro. Nada contra, cada um sabe de si.

De novo se confirma que tivemos muito poucos vinhos com problemas

de cheiro a rolha, o que é um sinal positivo. Mais grave são outros defeitos que

aparecem amiúde e aos quais os produtores se mostram pouco sensíveis. Estão

identificados nas notas de prova.

Como seria de esperar, o capítulo dos vinhos até 4 € não cessa de crescer

e é já o mais volumoso. Sinais dos tempos. Já no capítulo dos Generosos efectuá-

mos cortes substanciais principalmente em notas de prova que há já vários anos

se mantinham neste livro. Apesar de se manterem válidas, tornavam o livro cada

vez maior. Assim, se o leitor quiser ver outras notas de prova do mesmo produtor,

só tem de procurar nas anteriores edições de Vinhos de Portugal.

As novidades desta edição

1. Mais categorias de Melhores do AnoDecidimos este ano introduzir novas categorias nos premiados. Assim,

para além das categorias que vêm do ano anterior – Melhores Brancos, Tintos,

Espumantes, Até 4 €, Generosos e L.B.V. – decidimos introduzir duas outras:

Melhores Colheitas Tardias e Melhores Rosés. Entendemos que são duas cate-

gorias que, de outra forma, nunca seriam premiadas por não se encaixarem nas

outras existentes, e que já correspondem a uma produção alargada (caso dos

rosés) ou a um tipo de vinho com crescente interesse por parte dos produtores

(Colheitas Tardias).

2. Os elegíveis e os outrosPara a escolha dos Melhores do Ano procurámos deixar de lado aqueles

vinhos cujas produções sabemos serem minúsculas. São novidades, é certo,

mas são sobretudo experiências que podem ser muito importantes para o produ-

tor mas que dizem muito pouco ao consumidor, uma vez que nunca terá hipótese

de provar ou beber esses vinhos. Não descartamos a hipótese de nos termos

enganado e termos seleccionado um vinho de produção muito pequena mas, se

o fizemos, não foi intencional. Naturalmente este critério não se aplica os vinhos

de Colheita Tardia que são, por natureza, vinhos de produções muitíssimo limi-

tadas. No corpo central do livro, aí sim, todos têm lugar, independentemente da

quantidade produzida.

3. Os vinhos sem classificaçãoEste ano introduzimos esta mudança: os vinhos, sobre os quais fomos

informados de serem amostra de cuba ou de barrica, apenas tiveram uma apre-

ciação qualitativa e não quantitativa. Cremos assim prestar um melhor serviço

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aos leitores porque desde uma prova de amostra de cuba até ao produto final

tanta coisa pode acontecer que estar a dar uma classificação sem estarmos

a falar de produto finalizado poderia ser arriscado e até, em muitas situações,

injusto. Por esta razão muitos vinhos não apresentam nota.

4. Quadro de Honra dos Produtores (Actualizado para Vinhos de Portugal 2014, não sofre este ano qualquer modificação)

Esta classificação é mantida mas com uma pequena novidade: em vez

de uma lista única como até agora aparecia, e onde estavam todos hierarquiza-

dos por A, B e C, distribuímos os produtores e, na entrada de cada região, surge

a lista dos produtores que estão classificados em A, B e C.

A classificação dos produtores portugueses surgiu pela primeira vez em

Vinhos de Portugal 2002. Desde esse momento, e tal como então prometemos,

tem sido revista de dois em dois anos. Assim, para esta edição de Vinhos de Portugal 2015 a classificação não foi actualizada, já que o foi no ano passado.

No ano de 2011 introduzimos também um novo Quadro de Honra, desta feita

para os vinhos generosos. De facto, este quadro não é totalmente novo, foi ela-

borado pela primeira vez para o livro Guia de Vinhos Generosos, editado pela

Dom Quixote em 2004. Na altura entendemos que seria neste livro, e nas suas

posteriores actualizações, que aquela classificação seria revista. O que acon-

teceu foi que o livro nunca voltou a ser reeditado e, assim, nunca foi revista a

classificação que então elaborámos. Por esta razão entendemos que o Quadro

de Honra dos Vinhos Generosos deverá fazer parte desta edição anual de Vinhos de Portugal, embora a revisão do mesmo não tenha uma periodicidade certa.

O sector é pequeno, está cada vez mais concentrado e as mudanças não são

evidentes em um ou dois anos de intervalo.

A classificação premeia o produtor e não um ou outro vinho. Há excep-

ções, como o caso da Murganheira, empresa que é premiada pelos espumantes e

não pelos vinhos de consumo que produz. Procuramos assim realçar a qualidade

geral dos vinhos do produtor. A classificação exprime a excelência demonstrada

ao longo de vários anos. É por esta razão que alguns dos novos produtores não

aparecem nos primeiros grupos. A progressão na tabela faz -se de baixo para

cima, de C para A e por isso os novos produtores a premiar entram sempre para

a categoria C. Como se pode verificar ao longo das anteriores edições de Vinhos de Portugal, tem havido subidas e descidas, o que também reflecte a situação

de mudança que o vinho português tem sofrido nas últimas décadas. Alguns

produtores que foram autênticos faróis, que indicavam caminhos para o futuro,

estão hoje bem acompanhados e por isso poderão ter descido de classificação,

o que não significa necessariamente um abaixamento de qualidade dos seus

vinhos. Alguns produtores são despromovidos também pela falta de constância

na actualização de colheitas e no interesse que demonstram em estar presen-

tes em Vinhos de Portugal. Só premiamos os vinhos dos produtores que estão

presentes no livro e não eventuais «estrelas» que pairam acima da crítica e que

não se rebaixam a enviar amostras para provas.

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Em algumas subidas e descidas foi ponderada a performance dos vinhos

do produtor nos últimos anos, assim como provas de vinhos anteriores que,

em alguns casos beneficiaram e noutros obrigaram a descidas. O facto de, em

algumas regiões, um determinado produtor já não estar isolado mas antes haver

vários com qualidade idêntica, poderá ter feito baixar a classificação.

Esta escolha é de enorme subjectividade – o que assumimos sem

receios – mas estamos conscientes que 21 anos de Vinhos de Portugal nos auto-

rizam a poder fazê -la com alguma credibilidade, inteira isenção e sem pressão

de qualquer tipo.

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Os vinhos estão arrumados por grandes regiões, não respeitando nal-

guns casos a nomenclatura oficial. Dentro de cada uma, os vinhos estão agru-

pados por ordem alfabética. Em caso de dificuldade na busca, pode sempre

recorrer ao índice remissivo que se encontra no final deste livro.

O nome do primeiro vinho de um produtor vem sempre impresso a

negro. Em alguns casos optámos por colocar o nome da empresa em destaque

em vez do nome do vinho. Não há uma solução perfeita para esta indicação;

nalguns casos o nome do produtor é mais conhecido do que o vinho, noutros é o

vinho que é mais facilmente reconhecível.

Tanto quanto possível indicamos os dados do produtor. No caso de estar

disponível, indicamos apenas o web site, onde depois os interessados encontra-

rão todas as informações que desejam.

Na classificação do vinho, o leitor encontrará várias informações:

– uma primeira que informa sobre que tipo de vinho se trata: branco,

tinto ou rosé;

– seguidamente indica -se se o vinho deverá ser consumido de imediato,

se pode ser bebido mas também guardado ou se deverá ser obrigatoriamente

guardado, utilizando uma garrafa em pé x (beber), garrafa inclinada y (beber ou guardar) e garrafa deitada z (guardar).

– a informação sobre a estrutura do vinho vem a seguir – fica -se a saber

se o vinho é ligeiro ou encorpado, com estrelas de 1 a 5 estrelas;

– finalmente vem a classificação numa escala de 0 a 20. Os vinhos com

classificação inferior a 14 não têm nota de prova nem classificação e são apenas

inseridos, no final de cada região, numa lista de Vinhos Aceitáveis.

Os diversos produtores estão separados por uma vinheta.

Os brancos e os tintos estão juntos, debaixo do «chapéu» de cada

produtor. Pode parecer um pouco mais confuso mas não é. Desta forma o leitor

fica com uma ideia mais correcta sobre a qualidade dos vários vinhos da casa ou

firma que está a consultar. Separá -los ia implicar a duplicação da informação

COMO CONSULTAR VINHOS DE PORTUGAL 2015

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que vem em caixa no final das notas de prova de cada produtor, o que seria

desnecessário.

Optámos igualmente por misturar os vinhos, dentro de cada produtor,

independentemente de terem direito à denominação DOC ou Vinho Regional.

A consulta é assim mais fácil e o índice remissivo ajuda quando houver dúvidas.

Procurámos provar em antecipação, sempre que nos foi possível, os

vinhos que só surgirão no mercado após a saída deste livro. Desta forma o leitor

dispõe já de um comentário ao vinho quando ele for posto à venda. Todo o traba-

lho foi feito com total independência, sem qualquer tipo de compromissos com

as marcas ou com a publicidade.

Alguns dos vinhos que vêm aqui referenciados já se encontram esgo-

tados no produtor. São, contudo, vinhos que se podem ainda encontrar quer

em lojas da especialidade e restaurantes quer nas garrafeiras dos próprios

consumidores, pelo que é útil saber se ainda estão bons, se devem ou não ser

consumidos a curto prazo. Mantemos as regras das edições anteriores: apenas

são objecto de classificação os vinhos com indicação da data de colheita; muito

pontualmente, e por razões justificadas, incluímos um ou outro sem data.

No final do livro encontrará um glossário dos termos técnicos usados

nas notas de prova, bem como de alguns termos que, sendo de uso corrente,

adquirem um significado especial quando aplicados ao vinho.

Muitos vinhos não são de acesso fácil. Alguns são inacessíveis e são aqui

referidos porque podem, ou ajudar a compreender as potencialidades de uma

região ou a perceber a consistência de qualidade de uma determinada marca

ou casa.

Se muitos vinhos não se encontram na mercearia do bairro ou na grande

superfície que frequenta, entenda este Vinhos de Portugal 2015 também como

um auxiliar de viagem. Leve -o nas suas deslocações, use os endereços Web que

lhe fornecemos e procure comprar no local. A maioria dos produtores não deixa

de vender vinho aos visitantes. Viajar para comprar continua a ser a melhor

solução para quem quer vinhos originais.

Onde comprar?A lista que se segue não pretende ser exaustiva. Refere apenas algumas

garrafeiras que nos oferecem garantias. Pensando que poderá estar na disposi-

ção de comprar vinho nas suas viagens ao estrangeiro, aqui lhe deixamos algu-

mas lojas também por esse mundo fora. Para além das garrafeiras, também os

hipermercados são bons locais de compra.

Desconfie de lojas onde vinhos de alta qualidade estão na montra, ao

sol e sem qualquer cuidado. É muito provável que, com a rotação dos vinhos

da montra, todos os bons vinhos se estraguem e não apenas aqueles que estão

assim expostos. Tenha também o hábito de entrar e «sentir» o espaço, para

tentar perceber se as garrafas se sentirão bem, se não há fornos de assar fran-

gos ao lado das garrafas e arcas frigoríficas que libertam imenso calor, perto da

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garrafeira. Se sentir calor a mais no ambiente é melhor ir deixar o seu dinheiro

noutra garrafeira onde o vinho seja tratado com mais profissionalismo.

Cada vez é mais frequente que estas garrafeiras sejam também lojas

gourmet e por isso não estranhe encontrar muitos outros produtos além das

suas garrafas preferidas.

PORTUGAL

AlcobaçaGarrafeira A CasaR. Eng.º Duarte Pacheco, 25

AlgarveGarrafeira Soares(9 lojas no Algarve)R. Alexandre HerculanoAreias de S. João – Albufeira

Adega AlgarviaEstrada Vale de Lobo – Almancilwww.adega -algarvia.com

Apolónia SupermercadosAv. 5 de Outubro, 271 – Almancil

Garrafeira VenezaPaderne

AlmadaGarrafeira de AlmadaAv. Prof. Egas Moniz, Nº 2 A

Arruda dos VinhosCasa CavacoPç. Combatentes da Grande Guerra, 8

AzeitãoTarroR. José Augusto Coelho, 78

BatalhaVinho em Qualquer CircunstânciaEstrada de Fátima, 15 – BatalhaWeb site: www.circunstancia.com.pt

BragaLoja dos VinhosR. Dr. Francisco Duarte– Centro Com. Sotto Mayor, loja 2

Caldas da RainhaGarrafeira Estado LíquidoZona Industrial – Zona AR. dos Brejinhos, 17

Garrafeira Bago d’OuroR. Sebastião Lima, 43

CaminhaGarrafeira BacoRua S. João, 42

Garrafeira Vino GrandeAv. Santana, 393

CarregadoGarrafeira dos AnjosAv. da Associação Desportiva do Carregado – Edif. Quinta NovaBloco B1 – Loja 2

CascaisCabaz TintoR. Frederico Arouca, 97

CoimbraGarrafeira de CelasR. Bernardo Albuquerque, 64

Garrafeira do MondegoR. Sargento -Mor, 26

Dom VinhoR. Armando de Sousa, lote 17 – loja Z

ElvasSoc. de Representações FronteiraEstrada da Carvalha (Estrada da Ajuda)Tel. 268 622 516

EriceiraTertúliasR. da Caldeira, 56 [email protected]

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EspinhoGavetoR. 62, 457 – Espinhowww.gaveto.com

Estoril/SintraQta. do SaloioAv. Nice, 12 – A – Estoril

Sabores IbéricosR. Sto António, 71 – Monte Estoril

Bar do BinhoPr. da República, 2 – Sintrawww.bar -do -binho.com

ÉvoraLouro (também depósito tabaco e charutos)R. José Elias Garcia, 32

Divinus Gourmet (junto ao mercado)Praça 1º de Maio, loja 14 cave

FaroAbout WineR. Horta Machado, 20

FátimaA Garrafeira de FátimaAv. D. José Alves Correia da Silva

FunchalA Loja do VinhoAv. Arriaga, 28

Paixão do VinhoVia Rápida Cota 200 posto Repsol Norte Jardim BotânicoTel. 291010110

Figueira da FozRótulos & ExpressõesR. da República, 71

GuimarãesCasa GourmetR. Manuel Saraiva Brandão, 217

LisboaAlfaia GarrafeiraR. do Diário de Notícias, 125

Casa MacárioR. Augusta, 272 (Baixa)

Charcutaria MoyR. D. Pedro V, 111

Coisas do Arco do VinhoCentro Cultural de BelémR. Bartolomeu Dias, loja 7

Web site:

www.coisasdoarcodovinho.pt

Deli DeluxAv. Infante D. Henrique Armazém B Loja 8www.delidelux.pt

El Corte Inglês (loja Gourmet)Av. António Augusto Aguiar

Empor Spirits & WineR. Castilho, 201

Garrafeira de Campo de OuriqueR. Tomás d’Anunciação, 29

Garrafeira InternacionalR. da Escola Politécnica, 15

Garrafeira NacionalR. Santa Justa, 18 (Baixa) e

R. da Conceição 20 -26 (Baixa)

Living WineCentro Comercial Roma

Av. Roma, 48

Manuel TavaresR. da Betesga, 1 -A (Baixa)

NapoleãoR. dos Fanqueiros, 70 (Baixa)

Néctar das AvenidasAv. Luís Bivar, 40

The Wine CompanyR. Barão de Sabrosa, 286 - B

Wine O’Clock (Amoreiras)www.wineoclock.com.pt

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Wines 9297R. Prof. Simões Raposo, 9 BTelheiras

MatosinhosWine O’ClockR. de Sousa Aroso, 297

Garage WinesAv. Menéres, 681Www.garagewines.pt

MealhadaAdega do Rei(anexo ao restaurante Rei dos Leitões)Av. da Restauração 17

ÓbidosRecordações PerfeitasR. Direita, 66

Oliveira de AzeméisAz GarrafeiraR. Dr. Miguel Castro, 2

PenicheTasca do Joel GourmetR. do Lapadusso, 73

Ponta DelgadaGarrafeira A VinhaAv. Infante D. Henrique, 49

PortalegreGarrafeira CanastreirosR. 31 de Janeiro, 82Portalegre

PortoAugusto LeitePasseio Alegre, 914

Garrafeira do Campo AlegreR. do Campo Alegre, 1598

Garrafeira do InfanteR. Infante D. Henrique, 85

Garrafeira Tio PepeRua Eng.º Ferreira Dias, 51Web site: www.garrafeiratiopepe.pt

Quinta da Foz GourmetR. João de Barros, 313 – loja 35

Rio MaiorGarrafeira MachadoR. do Mercado, 22 – Venda da Costa

Santa Maria da FeiraDom Tinto & CA

R. Comendador Sá Couto n.º 39ª

Garrafeira da LageR. do Areal, 1237

SetúbalGarrafeira Casinha do AntónioR. Henry Perron, loja 4 D

ValençaAromas de VinhoR. Apolinário da Fonseca, 55 -63Web site: www.decanteracssorios.com

Vila do CondeGarrafeira Vinho & PrazeresPraça da República, 26

Garrafeira RoqueR. do Lidador n.º 207 – 209

ViseuDespensa da PraçaR. Dr. Luis Ferreira, 95

NO ESTRANGEIRO

A lista das lojas por esse mundo fora é interminável. Aqui ficam apenas algu-mas referências que recomendamos.

ESPANHA

AyamonteEl Rincon del VinoCalle Lusitania, 10

BarcelonaVinitecaAgullers, 7 (vinhos de todo o Mundo)

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HuelvaTierra NuestraCalle Fernando, el Catolico, 34

MadridLaViniaJosé Ortega y Gasset, 16

Mantequerias BravoAyala, 24

SevilhaTierra NuestraCalle Constantia, 41

ValênciaLas Añadas de EspañaJátiva, 3

Site: www.lasanadas.es

Bodega SantanderCalle Santander, 4 Bajo

OUTRAS CIDADES:

Bordéus(só para vinhos da região bordalesa)

L’Intendant2, Allées de Tourny

(em frente ao Grand Théâtre)

ColóniaKölner Wein -Depot Josef Wittlingwww.koelnerweindepot.de

Londres(lojas de vinhos em todos os bairros;

vinhos de todo o Mundo)

Berry Brothers3, St. James Street

Web site: www.bbr.com

Justerini & Brooks61, St. James’s StreetWeb site: www.justerinis.com

Hedonism Wines3 -7 Davies StreetWeb site:

www.hedonismwines.co.uk

Fortnum & MasonPiccadily Street, 181Web site: www.fortnumandmason.com

Harvey NicholsKnightsbridge, 109Web site: www.harveynichols.com

HarrodsBrompton Road, 87Web site: www.harrods.com

Mendoza (Argentina)WineryCalle Chile 898, esq. Montevideu(A garrafeira Winery tem uma dúzia de lojas em Buenos Aires)

Nova IorqueAstor Wines & Spirits399 Lafayette St. (East 4th St.)Web site: www.astorwines.com

Crossroads55 West. 14th St.Web site: www.crossroadswines.com

Garnet Wines & Liquors929 Lexington Av.Web site : www.garnetwine.com

Sherry Lehmann505, Park Av.Web site: www.sherry -lehmann.com

ParisFauchonPlace de la Madeleine

HediardPlace de la Madeleine

Lavinia3, Boulevard de la Madeleine

Les Caves Taillevent199, Rue du Faubourg Saint -Honoré

NicolasPlace de la Madeleine(esta cadeia tem inúmeras lojas noutras zonas da cidade)

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FlorençaCasa del VinoVia dell’Ariento, 16

RomaTrimaniVia Goito, 20(esquina com a Via Cernaia)

DinamarcaVinport.gammel Brovej 13060 Espergærde

MacauRemfly Wine & SpiritsAlameda Dr. Carlos d’Assunção, 235 – Edf. China

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VINHAS E CASTAS

Quando se olha para uma cepa com uvas pode saber-se de ime-diato qual é a casta?

Pode, mas tal identificação requer muita prática e o consumidor «nor-

mal» não saberá distinguir uma casta da outra. As várias castas, por vezes, ape-

nas se distinguem, à vista desarmada, por pormenores do bago ou, o que é mais

vulgar, pelo desenho e recorte da parra, esse sim, um dos principais factores

identificativos de cada uma.

Se se provar um bago de uva fica-se com a certeza da casta? Ou um bago de Trincadeira terá o mesmo sabor de um de Aragonês?

A prova do bago não serve para nos apercebermos dos aromas que o vinho

resultante virá a ter. A excepção sempre mencionada nestes casos é a casta Mos-

catel, a única que tem o mesmo sabor, quer no bago quer no vinho. Pontualmente

pode, no entanto, acontecer que ao comer um bago de Cabernet Sauvignon, por

exemplo, se sinta alguns dos aromas verdes que mais tarde aparecerão no vinho.

A mesma casta plantada em sítios diferentes dá vinhos dife rentes?Dá. Embora alguns traços aromáticos se mantenham (muito evidente

por exemplo no Cabernet Sauvignon), as castas interagem com o solo e o clima,

originando por isso vinhos diferenciados conforme o local onde estão plantadas. É

por isso que, por exemplo, as castas do Douro plantadas em qualquer outro local

não dão origem a Vinho do Porto. Também a casta Arinto origina melhores vinhos

em Bucelas do que em outras zonas do país, onde também se encontra plantada.

As castas utilizadas num vinho determinam a sua longevidade? E se o vinho for varietal?

A longevidade é determinada pelas castas, pela técnica usada na adega

e pela qualidade e concentração que as uvas apresentarem. Há castas com

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE OS VINHOSOs termos sublinhados vêm explicados no glossário. Agradecemos aos leitores que nos colocaram mais algumas dúvidas, às quais procuramos agora responder

24 o VINHOS DE PORTUGAL 2015

maior resistência ao tempo e à oxidação e que, por isso, durarão mais, como o

caso do Tinto Cão. Nas brancas, também há exemplos de castas de duração

curta (Fernão Pires) e outras de maior duração (Bical e Encruzado). Não é, como

se vê, por ser varietal que um vinho dura mais.

As vinhas plantadas em pé franco dão melhores vinhos do que as vinhas enxertadas?

Não. Embora a grande maioria dos países recorra aos enxertos, há paí-

ses, como o Chile, onde as vinhas são plantadas sem recurso ao bacelo, ou seja,

em pé franco. Não é por isso que os vinhos chilenos são melhores do que os

outros. Todos os grandes vinhos do mundo actualmente existentes são planta-

dos com recurso ao porta-enxerto. A cepa é, por isso, um 2 em 1: a combinação

de um porta-enxerto com a casta que se lhe aplica.

Isto não quer dizer que, pontualmente, uma vinha de pé franco não

possa originar um vinho mais original. O caso mais evidente será o Vinho do

Porto Quinta do Noval Nacional, que é elaborado com uvas provenientes de

cepas plantadas sem recurso ao porta-enxerto.

A vinha pode ser regada?Pode. Ainda existem actualmente alguns preconceitos quanto à rega da

vinha que são completamente absurdos. A vinha precisa de água embora prefira

ter os pés húmidos a tê -los molhados. Também prefere as encostas aos vales

por causa da drenagem natural e da prevenção das geadas. A rega gota a gota é

o método mais utilizado para evitar que a cepa entre em stresse hídrico. Há, no

entanto, produtores que defendem o não -uso da rega, afirmando que se a cepa

precisa de rega é porque está mal adaptada ao terreno em que foi plantada.

Um grande vinho é sempre originário de uma vinha com baixa produção?

Genericamente esta afirmação é correcta. Quanto menor quantidade

de uvas por cepa existir mais concentrado resultará o vinho. Um grande vinho

é sempre um vinho com muito boa concentração de aromas, de corpo. A baixa

produtividade pode ser natural – caso das vinhas muito velhas – ou provocada,

através da monda precoce onde se procede ao corte de parte dos cachos que a

cepa tem, deixando apenas alguns. Por esse facto, estes poucos cachos origi-

narão um vinho mais concentrado. Esta monda é efectuada quando o cacho

começa a ganhar cor, normalmente em Julho. Mas a pouca produtividade pode

não ser, só por si, sinónimo de qualidade. A generalidade das vinhas portuguesas

produz pouco e não é por isso que os nossos vinhos são os melhores do mundo.

Os vinhos feitos a partir de uma só variedade de uva são melhores do que os que resultam de um lote de várias castas?

É difícil responder sim ou não. Talvez não exista uma casta que seja

perfeita em todas as componentes, e é por isso que, por norma e tradição dos

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países do velho mundo, os vinhos sempre se fizeram combinando várias castas.

A excepção mais conhecida são os vinhos da Borgonha. Aí os brancos são de

Chardonnay e os tintos de Pinot Noir. Foram os países do novo mundo que intro-

duziram o conceito de vinho varietal, feito a partir de uma só casta, com o intuito

de imitar os vinhos europeus. Como não poderiam chamar aos vinhos Borgonha,

resolveram indicar no rótulo o nome da casta. Naturalmente que um vinho que

resulta de um lote de castas menores nunca é melhor do que outro feito a partir

de uma casta muito boa. Os vinhos varietais têm, no entanto, a graça de permitir

ao consumidor apreciar as verdadeiras virtudes e fraquezas de cada casta.

As castas estrangeiras são melhores do que as portuguesas?Não. São diferentes e, ao contrário das castas portuguesas, já têm um

público apreciador que se conta por muitos milhões de pessoas. As melhores

castas portuguesas são as tintas – Touriga Nacional, Tinta Roriz, Trincadeira,

Baga, Touriga Franca, Castelão são alguns exemplos. Nas castas brancas temos

mais dificuldade em competir com as castas estrangeiras, mas ainda assim

temos castas com boa qualidade, como o Arinto, Alvarinho, Antão Vaz, Verdelho,

Encruzado, Fernão Pires, entre outras.

VINHO DO PORTO

Numa garrafa de Vinho do Porto, a palavra Vintage inscrita no rótulo quer dizer que o vinho tem 20 anos?

Não. A palavra vintage (de origem inglesa e que significa colheita) vem

sempre associada a uma data. Por exemplo: se o rótulo indicar Vintage 1980

quer dizer que o vinho é da colheita de 1980. Tem por lei que ser engarrafado

entre o 2.o e o 3.o ano após a vindima.

Ao Vinho do Porto também se aplica o dito popular «quanto mais velho melhor»?

Não. Em nossa opinião não se aplica mesmo a nenhum vinho. Na

garrafa há vinhos que evoluem (para melhor) e outros que apenas sobrevi-

vem alguns anos (sem melhorar). Em relação a qualquer vinho, a escolha do

momento em que deve ser consumido depende do gosto pessoal. Não é por ser

velho que é melhor, nem a velhice é sinal de maturidade. Pode ser sinónimo

de decadência.

O que faz com que um Porto envelheça em garrafa?São os taninos, a acidez e a concentração da cor. Um Vinho do Porto que

se pretende engarrafar novo e que se quer que venha a durar muitos anos em

garrafa tem de ser opaco na cor, ter boa acidez e ser taninoso. Só os vintages

envelhecem em garrafa. Os tawnies também podem durar muitas décadas em

26 o VINHOS DE PORTUGAL 2015

garrafa embora o envelhecimento tenha sido conseguido antes do engarrafa-

mento, em casco.

Para fazer Vinho do Porto é preciso usar presunto ou carne?Não. Para fazer um Porto bastam boas uvas do Douro e aguardente.

Esta ideia, muito arreigada no imaginário popular tem, no entanto, um fundo

de verdade. Antigamente usavam -se nos lagares, durante a pisa a pé, alguns

bocados de toucinho não salgado que era misturado com as uvas e pisado.

Pretendia -se desta maneira alimentar as leveduras para estas poderem arran-

car com a fermentação. Também algumas firmas do sector usavam, até há pou-

cos anos, carne de vaca para «compor» alguns vinhos e os fortalecer. Os Portos

daí resultantes tinham por vezes nomes curiosos, como Invalid Port, por exem-

plo. As histórias dos cabritos e do presunto (ainda por cima uma carne salgada!)

são fantasia.

Qual é a diferença entre um Porto Tawny e um Ruby?Os tawnies são vinhos do Porto que envelhecem em casco por oxidação,

adquirindo por isso uma tonalidade alourada (tawny, em inglês). Os ruby são

comercializados novos, com pouca ou nenhuma oxidação e que por isso apresen-

tam uma cor vermelha. Não existe nenhuma conexão cor/qualidade.

Com que é que devo consumir o Vinho do Porto?Os Vintage e L.B.V. ligam especialmente bem com queijos azuis, Roque-

fort ou Stilton. Os L.B.V. também ligam com queijos mais secos, tipo terrincho

ou ilha São Jorge. Os Tawnies com indicação de idade (10, 20 anos) deverão ser

consumidos ligeiramente refrescados, no final da refeição, a acompanhar um

leite -creme, uma tarte de amêndoa ou mesmo sem qualquer acompanhamento.

Os Portos do tipo Ruby ou Ruby Reserva poderão ser substitutos dos Vintages e

L.B.V. ou poderão acompanhar bem sobremesas de frutos vermelhos (moran-

gos, framboesas).

TEMAS VÁRIOS

Os vinhos actuais não têm muitos produtos químicos?Não. Se se comparar com o que acontece com os outros produtos con-

sumidos no quotidiano, desde a carne com hormonas até cereais geneticamente

modificados, alimentos pré -cozinhados, bolos e guloseimas, etc., etc., o vinho é

bastante são. Os produtos utilizados visam a estabilização do vinho e impedem a

sua deterioração rápida. Alguns produtos que podem ser adicionados correspon-

dem àqueles que naturalmente a uva tem e que podem estar em falta (ácido tar-

tárico, por exemplo). O mais vulgar dos produtos usados – o anidrido sulfuroso – é

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conhecido e utilizado desde sempre; outrora era adicionado sob a forma de uma

mecha de enxofre que se queimava dentro dos cascos.

O vinho à moda antiga era mais puro?Depende do conceito de pureza. Se se entende pureza como ausência

de químicos, então era mais puro. Se se entender que pureza significa melhor

qualidade, então a afirmação não é verdadeira. O vinho tradicional era um vinho

sem aromas, normalmente mais alcoólico para poder sobreviver mais tempo,

e o seu ciclo de vida era muito curto, raramente passando de um ano. Só por

saudosismo bucólico se pode continuar a defender a superior qualidade do vinho

à moda antiga.

Pode-se juntar aguardente ao vinho para aumentar o teor alcoólico?Pode, mas para os vinhos de mesa não deve. Para se aumentar o teor

alcoólico recorre -se actualmente a dois processos: chaptalização, ou seja, adição

de açúcar ao mosto (nos países onde é permitida a chaptalização usa -se açúcar

de beterraba); ou, como acontece em Portugal, a adição de mosto concentrado,

um derivado do mosto da uva e que não interfere com as características aro-

máticas das castas às quais é adicionado. A aguardente apenas se usa para a

produção de generosos e licorosos (Porto, Moscatel).

Um bom vinho tem sempre de ter data de colheita?Sim, para os vinhos de mesa e não para o Champagne e Vinho do Porto.

Mesmo nos casos dos vinhos de mesa há excepções, como o Reserva Especial

Vega Sicilia (Espanha) que não tem data por ser lote de várias colheitas. No

caso do Champagne, porque tradicionalmente é um blend de vinhos com idades

variadas. O ter data, no caso do Champagne, é já sinónimo de superior qualidade

(e preço!). No caso do Vinho do Porto não é verdade porque também é um vinho

de lote de anos diferentes. Excepção feita para os Vintage, L.B.V. e Colheita, que

são só do ano indicado no rótulo.

Um vinho com o qualificativo DOC (Denominação de Origem Con-trolada) é superior a um que seja Vinho Regional ?

Não. Por vezes os produtores optam por usar castas que não estão pre-

vistas para a denominação DOC e por isso classificam o vinho como Regional.

Esta designação permite também incorporar 15% de vinho de fora da região,

diminuir os tempos de estágio e, por essa razão, há muitos vinhos que são comer-

cializados como Regional. Também os produtores cujas vinhas ficam situa-

das fora das áreas previstas para DOC têm de chamar Regional ao seu vinho.

As indicações de Reserva ou Garrafeira são sinónimos de qualidade?Deveriam ser, a bem da correcta informação do consumidor. Um Reserva

deveria ser feito a partir de um lote especial, de melhor qualidade, engarrafado

à parte. A diferença em relação ao lote «normal» deveria ser óbvia. A legislação

28 o VINHOS DE PORTUGAL 2015

actual contempla as regras de utilização destes termos, mas, para o consu-

midor, nem sempre as diferenças são óbvias. O Garrafeira, termo em desuso,

indica um vinho que estagiou em garrafa antes de ser colocado no mercado.

Pressupõe -se que também tenha boa qualidade porque, de outra forma, não se

justificaria o estágio. Em algumas regiões, como o Dão, a designação Garrafeira

foi recuperada e está contemplada nos Estatutos da região.

O preço é um indicador de qualidade?Se analisarmos os preços de um vinho ao longo de um período mais

ou menos longo (10 a 15 anos consecutivos, por exemplo) um preço alto indica

seguramente um vinho que mantém uma boa qualidade. No curto prazo, há

fenómenos que interferem com o preço, como a moda, alguma especulação,

ou serem novidade. O preço alto ou baixo que se paga por uma garrafa depende

daquilo que para nós é confortável pagar, o que, como se percebe, varia de pes-

soa para pessoa. A regra pode assim enunciar -se: nunca gaste mais do que

aquilo que entende como razoável.

Fazer um vinho de classe mundial está ao alcance de qualquer produtor?

Não. Tal como uma boa educação e as melhores condições para o

desenvolvimento intelectual não fazem de uma pessoa um prémio Nobel, tam-

bém um produtor pode não fazer mais do que um bom vinho, mesmo que tenha

a vinha mais bem tratada, a adega mais bem equipada e o melhor enólogo

do mundo. Em última instância, um vinho extraordinário é um dom da Natu-

reza e resulta de múltiplos factores que, também por sorte, se conjugaram em

determinada encosta ou determinada vinha. Resta ao Homem transportar essa

qualidade natural para a garrafa, com um mínimo de interferências. Talvez o

exemplo mais célebre que podemos dar é a vinha denominada Montrachet, na

Borgonha. Esta parcela, com pouco menos de 8 hectares, está rodeada por

um mar de vinhas, mas os seus vinhos são justamente considerados como os

melhores vinhos brancos secos do mundo, com uma qualidade muito superior

à dos seus vizinhos.

O rosé é uma mistura de branco com tinto?Não. Por norma o rosé resulta de mosto de uvas tintas que se deixou

algum tempo em contacto com as películas (cascas das uvas) e que, por isso,

transmitiram uma cor rosada ao vinho. Em seguida fermenta como o branco, ou

seja, só o mosto e sem as películas. Há casos especiais como o Champagne onde

a legislação prevê que se possa juntar vinho branco com vinho tinto.

É mais difícil fazer vinho branco ou tinto?O vinho branco requer mais tecnologia do que o tinto e é, por isso, mais

difícil. Para um produtor com uma adega pouco equipada é mais fácil fazer

vinho tinto, podendo mesmo reduzir a tecnologia ao mínimo com o recurso aos

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lagares. A dificuldade prende-se, também, com a quantidade e com os objec-

tivos comerciais que animam o produtor. Quanto mais pequena a quantidade

menor a tecnologia necessária.

Portugal é país de tintos?É. Por razões climáticas Portugal tem melhores condições para produ-

zir vinho tinto. Mas, em virtude deste preconceito, alguns dos grandes brancos

podem injustamente ser postos de lado e ser, pelo consumidor, trocados por tin-

tos medianos e sem história. As provas mais recentes de vinhos velhos têm -nos

mostrado que há excelentes vinhos brancos velhos em Portugal. Não serão mui-

tos, mas não nos restam dúvidas de que, mesmo recuando até aos anos 1950 e

1960, é possível encontrar vinhos brancos de extraordinária qualidade. Há, por

isso, que evitar juízos apressados e nunca desprezar um branco velho sem o

provar primeiro. Por outro lado, hoje há brancos de enorme qualidade em regiões

tradicionalmente mais vocacionadas para os tintos, como o Douro e o Alentejo,

por exemplo.

Quando se abre uma garrafa e a rolha se desfaz, o que devo fazer? O vinho vai ficar com cheiro a rolha?

O cheiro a rolha nada tem que ver com o facto de esta se desfazer

quando é retirada. A rolha pode mesmo sair intacta e o vinho ter o tal cheiro a

rolha. Se tiver esse cheiro não há volta a dar: o vinho estará impróprio para ser

consumido. Caso a rolha se desfaça, o que deve fazer é decantar o vinho para

outra garrafa usando um funil próprio, que pode ser adquirido nas lojas da espe-

cialidade, ou um simples pano.

O tamanho da rolha é indicador da qualidade da mesma?Não. A qualidade da cortiça é que vai determinar a qualidade da rolha.

Não está provado que o comprimento seja factor de qualidade ou de longevi-

dade do vinho. As rolhas mais compridas, muito vulgares nos grandes vinhos da

região de Bordéus, são muito caras e por isso não estão ao alcance de qualquer

bolsa. São também todas exportadas, o que faz com que um produtor portu-

guês tenha imensa dificuldade em comprá -las, mesmo que esteja disposto a

pagar qualquer preço.

As rolhas de melhor qualidade estão livres do «cheiro a rolha»?A resposta deverá ser nim; por um lado as rolhas baratas, algumas cha-

madas rolhas técnicas e aglomeradas estão isentas do cheiro a rolha e actual-

mente tem -se verificado uma maior incidência do problema nas rolhas mais

caras, o que corresponde a um não como resposta à pergunta. A investigação

procura resolver este problema, mas o assunto ainda é importante. O cheiro

a rolha resulta de uma contaminação que pode ocorrer durante o fabrico das

mesmas.

30 o VINHOS DE PORTUGAL 2015

Uma garrafa lacrada conserva melhor o vinho?Não. O lacre pode não evitar que a rolha apodreça com o tempo. Trata-

-se de uma opção do produtor e alguns consumidores têm como boa a ideia de

que o lacre numa garrafa é um indicador de qualidade. Nos vinhos novos, o lacre

é particularmente incómodo quando se trata de abrir a garrafa porque provoca

muito «entulho».

O envelhecimento do vinho pode ser prejudicado pelo cheiro a cola, verniz e madeira da caixa onde estão guardadas as garrafas?

Pode. No entanto, as caixas não envernizadas não terão qualquer pro-

blema. Também não será normal que aconteça qualquer anomalia num vinho

em caixa de madeira envernizada, mas, pelo sim pelo não, retire as garrafas

destas caixas.

Devo deitar fora uma garrafa que esteve muito tempo num local muito quente, tipo mala de um automóvel?

O vinho provavelmente não estará com grande saúde, mas é melhor

tentar primeiro uma hipótese de cura. Deixe a garrafa retomar a temperatura

ambiente e depois coloque -a no frigorífico. De seguida abra -a e prove. Com sorte

pode ser que ainda esteja bom.

O consumo do vinho branco provoca dores de cabeça?Não, se o vinho tiver sido bem feito. Por vezes há consumidores que se

queixam deste mal, mas a razão disso prende -se com o uso excessivo de anidrido

sulfuroso para a conservação do vinho e não com o facto de o vinho ser branco

ou tinto. Actualmente, as novas tecnologias permitem a redução deste produto

com o consequente benefício para o consumidor.

O consumo de vinho americano (morangueiro) é prejudicial à saúde?É, se esse consumo for de forma continuada ou em grande quantidade.

No entanto, as uvas morangueiras podem ser ingeridas sem causarem proble-

mas. É durante a fermentação que se gera uma toxina que depois permanecerá

no vinho e que, se julga, ataca o cérebro. Não há, no entanto, estudos conclusivos

sobre estes efeitos nefastos. Como se sabe, este tipo de vinho está interdito

na Comunidade Europeia, mas há pequenos produtores que o produzem para

consumo próprio.

O vinho tinto é benéfico para o coração?Os estudos científicos apontam exactamente para os benefícios que os

consumidores regulares de vinho tinto têm, em termos de prevenção de doenças

cardiovasculares, isto no caso de se tratar de um consumo moderado. Outros

estudos ainda mais recentes (2009) sugerem que o vinho tinto e o seu compo-

nente resveratrol podem ser um preventivo contra infecções muito graves e que

normalmente conduzem à morte, como a septicemia.

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Os leilões de vinhos em Portugal são credíveis?Neste momento ainda não. Não há grande tradição de leilões de vinho

em Portugal e, por via disso, não é com frequência que se compra e vende em

leilão. Em Portugal, o comprador em leilões não tem segurança sobre o estado

de saúde do que está a comprar. Ultimamente tem -se verificado um interesse

renovado pelos leilões, mas tem aparecido muita coisa à venda que não vale

rigorosamente nada. Falta também informação ao consumidor. Desde 2008,

há um certo renascer do mercado leiloeiro, com colecções particulares a irem

à praça e a suscitarem interesse por parte dos compradores, o que pode ser um

indicador de mudança em relação a este negócio. Também estão a nascer, e têm

acontecido com regularidade, os leilões online.

A GARRAFEIRA E O SERVIÇO DE VINHOS

Como devo fazer uma garrafeira em casa?Com poucas garrafas, se tiver poucas condições em termos de tem-

peratura. A alternativa é ter uma divisão com ar condicionado, o que sai caro.

A melhor opção é comprar à medida do consumo e, pelo menos, guardar as cai-

xas na divisão da casa que tiver menos variações de temperatura, estiver menos

exposta ao sol ou fontes de calor.

Devo guardar as garrafas sempre deitadas?Sim, mas não todas. As aguardentes, os whiskies, o Vinho do Porto

Tawny (Colheitas ou com indicação de idade), os Moscatéis e os vinhos da

Madeira deverão ser conservadas ao alto.

Quanto tempo devo conservar os espumantes em cave?O mínimo possível. Tudo o que o espumante tinha para evoluir já evoluiu

antes de lhe ser colocada a rolha. A partir desse momento o vinho está pronto

a consumir e não melhora em cave. As pouquíssimas excepções que existem

(alguns Champagne evoluem bem em cave) não deverão fazer esquecer esta

regra básica. Compre e consuma.

Se a minha cave for muito húmida que solução tenho? E na situação inversa?

O excesso de humidade estragará os rótulos e criará bolor nas rolhas.

Neste sentido há que tomar duas opções: adquirir um desumidificador ou, o que

sai mais barato, mas é menos prático, comprar blocos de cal que absorverão a

humidade. Procure também melhorar o arejamento e a circulação do ar. Se fal-

tar a humidade regue o chão ou coloque bacias com água.

32 o VINHOS DE PORTUGAL 2015

O depósito no fundo da garrafa é sinónimo da pureza do vinho?Não. O depósito existe porque o vinho não foi filtrado ou não foi estabili-

zado pelo frio, técnica que permite a precipitação para o fundo da cuba das maté-

rias em suspensão. Estas duas técnicas conjugadas é que evitam a formação de

depósito. Alguns produtores optam por não filtrar para não retirar componentes

ao vinho, como algum aroma e corpo, o que acontece sempre quando se filtra o

vinho. Só por si, o depósito na garrafa não é uma garantia de qualidade.

São precisos copos especiais para beber vinho?Para beber, não, mas para apreciar, sim. O copo deve permitir que o

vinho seja apreciado no seu aroma, o que não será possível com um copo que não

concentre os aromas, ou seja, que não feche um pouco em direcção à abertura

do copo (formato túlipa, ou outro). Para apreciar o aroma deve rodar o vinho

dentro do copo antes de o levar ao nariz. Também esta etapa não é possível

com um copo cheio até acima ou que deixe escapar os aromas. Com quatro tipos

de copos fica com o problema resolvido: para branco, para tinto, espumante e

generosos. Os de tinto deverão ser maiores do que os de branco, os de espu-

mante deverão ser do tipo flûte e para os generosos use o copo tipo prova ou

outro semelhante.

Os copos requerem alguns cuidados especiais?Antes de os pôr na mesa verifique se não «cheiram a armário», o que

pode incluir cheiro a madeira e verniz e, se estiveram em caixas, se não cheiram

a cartão. Terá de os lavar antes de pôr a uso. Alguns copos, pelo tamanho que

têm, também não vão à máquina, o que obriga a lavagem manual. Muito cuidado

com a limpeza porque os mais frágeis podem partir pelo pé se forem limpos com

demasiado vigor.

Onde posso adquirir bons copos para vinho?Procure nas boas garrafeiras ou boas lojas de artigos de casa. Aí vai

encontrar várias marcas e vários preços. Diga ao que vai e verá que tem várias

soluções. Tenha em atenção a altura do copo, em função da sua máquina de

louça; há copos muito altos que não cabem na máquina (ou na prateleira do

armário).

Antes de beber, devo cheirar o vinho?Sim. A prova do aroma é um complemento da prova de boca (ou vice-

-versa). Há percepções que apenas se têm ao nível olfactivo e, para as captar

não há outra forma que não seja cheirar o vinho. As centenas de aromas que se

podem detectar no vinho são de variada natureza, desde animal, floral, fruta,

balsâmicos, etc. Esse é um dos grandes prazeres de beber vinho. Descobrir e

usufruir dos seus aromas. Nos vinhos do Porto com bastante idade (mais de

30 anos, digamos), é suficiente a prova olfactiva para se descobrir a idade do

vinho.

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Para beber o Vinho do Porto devo usar os copos especiais? E para outros generosos?

O IVP criou um novo copo – desenhado por Siza Vieira – que já está dis-

ponível no mercado. Assemelha -se aos tradicionais copos de prova e, embora não

recolha a aprovação generalizada, é muito melhor do que o anterior copo oficial.

As marcas mais conhecidas – Riedel, Schött, Spiegelau – têm em catálogo vários

copos que servirão na perfeição para Vinho do Porto. São excelentes e proporcio-

nam uma óptima prova. À falta de outro melhor, use copos de prova oficializados

para beber o seu Porto (ou qualquer outro generoso). Em 2008, foi aprovado

um copo para o Moscatel de Setúbal. O Vinho da Madeira não tem copo próprio.

Caso sirva vários vinhos a uma refeição, devo mudar de copos de cada vez que apresento um novo vinho?

Não é necessário. Habitualmente muda -se de copo apenas quando se

passa do branco para o tinto. Quando há vários tintos pode apenas avinhar o

copo, ou seja, deite uma pequena porção do novo vinho no copo e passe -o por

todo o copo. Passe então o vinho para o copo do parceiro e assim sucessiva-

mente. Todos os copos ficarão então preparados para o novo vinho.

A regra do branco para o peixe e o tinto para a carne continua válida?

Não. A única regra a seguir nestes casos é o seu gosto pessoal. Se quiser

uma opinião, pode apenas dizer -se que deverá procurar equilibrar os sabores.

Quer isto dizer que um peixe muito delicado – robalo, linguado, raia – poderá não

ligar bem com um tinto carregado, novo, taninoso. Neste caso um tinto ligeiro

pode cumprir a mesma função de um branco. Também alguns pratos de carne

pouco apurados, como aves, por exemplo, poderão ligar bem com um branco

com algum corpo. A escolha é sua.

Qual é a ordem por que devo servir os vinhos?Primeiro os mais leves, depois os mais encorpados. Primeiro os brancos

e depois os tintos. Primeiro os secos e no fim os doces. Procure não exagerar na

quantidade diferente de vinhos a cada refeição e tente (o que não é fácil) que a

sucessão seja em crescendo. Comece pelos mais simples e ligeiros e acabe nos

mais complexos.

A que temperatura devo servir os brancos?Muitas vezes bebe -se o vinho branco demasiado gelado, o que não per-

mite que as suas qualidades sejam apreciadas. Abaixo dos 10o apenas se deve

consumir o espumante, na casa dos 6/7o. Os brancos normais deverão ser ser-

vidos a cerca de 10o; os brancos fermentados em madeira ou os brancos velhos

deverão ser consumidos nos 12/13o, ou seja, uma temperatura um pouco mais

elevada do que a dos brancos normais. Evite arrefecimentos bruscos (congela-

dor). Compre um termómetro nas lojas da especialidade.

34 o VINHOS DE PORTUGAL 2015

Os tintos não melhoram se forem servidos mais quentes?Não. Há um hábito lamentável entre os consumidores que faz com que

os tintos sejam bebidos demasiado quentes. Mesmo os grandes tintos não deve-

rão ser bebidos a mais de 18 ou 20o. Os tintos jovens deverão ser consumidos

próximo dos 16o. Não hesite em colocar os tintos no frigorífico se for caso disso.

Em ambiente muito frio não coloque as garrafas em frente a uma fonte de calor

muito forte, tipo lareira ou aquecedor. Servir «à temperatura ambiente» é um

logro; os vinhos têm de ser servidos à temperatura certa, o que varia conforme

a estação do ano.

E a temperatura dos generosos?Moscatel, Porto Tawny e Madeira deverão ser todos servidos com

refrescamento prévio, de maneira a serem servidos na casa dos 12o. Já o Porto

Vintage e L.B.V. devem ser servidos à temperatura do tinto, nunca excedendo

os 18o.

Há vinhos para Inverno e para Verão?Sim, tal como acontece com os petiscos. Desta forma escolha os vinhos

mais encorpados e pesados para o Inverno (incluindo alguns brancos mais

encorpados) e deixe os vinhos mais leves para o Verão.

Deve -se decantar os tintos? E os brancos?Muitos consumidores abrem as garrafas (apenas tiram a rolha) algumas

horas antes para (dizem) o vinho respirar. Como se imagina, ficando o vinho

dentro da garrafa, a superfície que está em contacto com o ar não ultrapassa

os 2 cm, o que é ridículo e não tem utilidade. Decantar é passar o vinho para

uma garrafa ou um jarro onde, então, pode o vinho respirar e evoluir, perdendo

alguns aromas mais presos. Este procedimento é aconselhado para tintos novos

muito encorpados ou aqueles que ainda estão em evolução. Para os vinhos tin-

tos velhos ou que já atingiram o seu ponto mais alto, a decantação pode ter

um efeito perverso e estragar o vinho. Pode, neste caso, fazer a decantação

imediatamente antes de servir. A decantação é sempre aconselhável para os

vinhos que apresentam depósito no fundo da garrafa. Alguns brancos podem

beneficiar de decantação. Informe -se caso a caso com o especialista da loja

onde comprou o vinho.

E os vinhos do Porto? Deverão ser decantados?No caso dos vinhos do Porto deverá decantar obrigatoriamente os

vintages e, de entre os L.B.V., principalmente os L.B.V. não filtrados. Quanto

mais novo for o vintage mais horas antes deverá fazer a decantação; entre 3 a

4 horas para um vintage muito novo. Os vintages velhos deverão ser decan-

tados imediatamente antes de servir. Os vinhos do tipo tawny (Colheitas,

Tawnies com indicação de idade) e também vinhos da Madeira não necessi-

tam de decantação, a não ser nos casos em que o vinho esteja engarrafado

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há muitos anos, o que acontece com frequência nas velhas garrafeiras her-

dadas de família. O Moscatel, que por vezes tende a gerar algum depósito

em garrafa, ou mesmo a ficar empoado, deverá ser manuseado com muito

cuidado e poderá beneficiar com uma decantação prévia. Pode também tur-

var e isso implica muita paciên cia porque, mesmo com a garrafa na posição

vertical, poderá levar meses a limpar.

Que cuidados deverei ter para a decantação?No caso do Porto Vintage, deverá retirar a garrafa da garrafeira com

um ou dois dias de antecedência e conservá -la em pé para que o depósito

fique no fundo da garrafa. Depois deverá usar um funil, um pano ou um filtro

de papel (como os do café) para proceder à decantação. Logo que o sedi-

mento do fundo da garrafa começar a aparecer deverá parar a operação.

Este depósito que fica na garrafa pode ser usado, com grande benefício, na

culinária.

Qual o número ideal de garrafas para constituir uma garrafeira?O número depende do consumo. Se a sua casa não tem as melhores con-

dições não deve arriscar ter muitos vinhos que sejam para guardar. Por norma,

para que possa ir acompanhando a evolução dos seus vinhos deverá comprar

3 a 4 garrafas por cada vinho. Poderá assim ir provando de tempos a tempos.

Quando compro um vinho como é que posso saber se devo beber logo ou guardar?

Não pode saber. Essa informação, embora por vezes venha indicada no

contra -rótulo, nem sempre é isenta. Procure, por isso, a opinião dos especia-

listas, consulte a imprensa da especialidade ou compre os livros que incluem

notas de prova.

É indiferente comprar vinho num hipermercado ou numa loja da especialidade?

Se sabe exactamente do que é que anda à procura, é provável que

seja mais económico comprar num hiper, mas as produções mais pequenas

e as coisas especiais nem sempre aparecem nos hiper porque não têm pro-

dução suficiente. Nestes casos a loja da especialidade poderá ser uma boa

alternativa.

Existe alguma base científica para a relação vinho/comida ou é válida a regra do «é como se quiser»?

Ao contrário do que se pensa, a relação vinho/comida assenta em bases

científicas. Desde a composição química dos alimentos, a forma como essa com-

posição se altera durante a cozedura e a forma diferenciada como os elementos

constitutivos dos alimentos reagem com os elementos do vinho, tudo isso tem

um fundamento científico. Isto não invalida que, à falta desse conhecimento, um

36 o VINHOS DE PORTUGAL 2015

consumidor esclarecido não possa, por graus de aproximação, procurar combi-

nar, da melhor forma, o vinho e a comida.

Há alguns alimentos ou temperos inimigos do vinho?Há. O mais conhecido é o vinagre. Neste sentido evite saladas muito

avinagradas, escabeches muito puxados ou molhos de vinagrete para acompa-

nhar com vinho. Escolha outra bebida. Também há queijos tão fortes que não

devem ser comidos no início da refeição sob pena de se estragar o palato para

o resto do repasto: queijos azuis (Stilton, Roquefort), picante de Castelo Branco

ou queijos (Serra, Serpa) secos ou com dois ou três anos de cura. Evite também

demasiado limão, ovos cozidos, agriões, alcachofras, laranja, tudo grandes ini-

migos do vinho.

Quais os melhores brancos para aperitivo?Aqueles que não sejam demasiado secos. Quer os brancos «normais»

quer os espumantes, deverão ser escolhidos para aperitivo em função do seu

grau de doçura. Procure informar -se porque alguns espumantes, mesmo que

indiquem Bruto (a categoria mais seca), não são Bruto zero, ou seja, têm sempre

algum açúcar residual, o que ajuda a que sejam mais agradáveis de beber antes

da refeição.

Em que momento deve ser consumido o espumante?O espumante cumpre na perfeição a função de vinho de aperitivo, com

umas pequenas tapas ou mesmo sem qualquer acompanhamento. O rosé

pode, para além disso, ser servido para acompanhar um peixe delicado, desde

que confeccionado sem grandes temperos. O espumante tinto acompanha

bem – dizem os apreciadores – um leitão à Bairrada ou mesmo uma chanfana.

Se tiver em casa um bom espumante ou Champagne velho, sirva -o já noite

dentro para finalizar um serão de provas. Substitui, com as vantagens eviden-

tes, as águas com gás. Todos os espumantes aqui referidos são da variedade

Bruto.

Em que circunstâncias se deverá consumir Vinho Verde?O Vinho Verde é essencialmente um vinho de Verão, uma vez que tem

uma acidez elevada e precisa de ser consumido mais fresco do que os outros

brancos. Apenas os vinhos Alvarinho devem ser consumidos a temperatura mais

elevada e aguentam mais do que um ano. Os restantes Verdes, por precaução,

deverão ser consumidos à medida que vão sendo comprados e quanto mais

novos melhor. O gás do vinho verde não é natural, é adicionado. Não há, por isso,

qualquer relação entre gás e qualidade.

Quais os melhores vinhos para as sobremesas? E os queijos?Para as sobremesas doces pode usar vários tipos de vinhos: Porto Tawny

ou Ruby, Moscatel de Setúbal, Vinho da Madeira. Procure equilibrar os teores de

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açúcar do vinho e das sobremesas: não sirva vinhos muito adocicados com as

sobremesas mais doces. Para um doce de ovos, por exemplo, liga muito melhor

um tinto do Dão com 10 anos. Pode também em alguns casos usar espumante, o

que pode ser uma surpresa para muitos, mas pode ser curioso.

Para os queijos há que associar o vinho com o tipo de queijo que se vai

servir. Se forem queijos de vaca da família dos Camembert ou Brie pode servir

um tinto com dois ou três anos e não muito encorpado. Pode também servir um

branco fermentado em madeira. Para os queijos de ovelha – Serra, Serpa, Azeitão,

Nisa – e alguns de vaca (ilha) deve optar por um branco fermentado em madeira,

se forem queijos amanteigados, ou um tinto robusto ou, melhor ainda, um Porto

Vintage ou L.B.V. se forem queijos secos.

Como é que sei que um vinho branco que tenho em casa está alte-rado? E um tinto?

Os brancos ficam com a cor alterada e começam a ficar acastanhados.

Poderão apresentar um aroma que lembra Vinho do Porto: é o cheiro do vinho

oxidado e o Porto (convém recordar) envelhece por oxidação. Se, olhando atra-

vés do vidro, o branco lhe parecer ainda com uma cor citrina ou ligeiramente

dourada, é muito provável que ainda esteja com saúde. Se a cor estiver acas-

tanhada, é um vinho que já deverá ter entregue a alma ao Criador. No caso dos

tintos, a cor poderá também ficar muito acastanhada. Os aromas ficam desa-

gradáveis. Ainda assim, espere uma ou duas horas, porque, às vezes, nos tintos,

há surpresas. Os tintos por vezes desenvolvem alguns aromas muito estranhos

na garrafa e precisam de várias horas para se libertarem desses maus cheiros.

Não desanime por isso, se, numa primeira impressão, o vinho lhe parecer muito

desagradável: espere umas horas e então poderá formar uma opinião mais

fundamentada.

Se não beber a garrafa toda de uma vez, o que vai acontecer ao vinho? Estraga-se? Há alguma solução?

Se apenas colocar a rolha na garrafa é provável que o resto do vinho

oxide rapidamente e perca qualidades. A velocidade a que essa perda se vai veri-

ficar depende da idade e estrutura do vinho. No entanto, para jogar pelo seguro, é

preferível usar um pequeno acessório que é constituído por rolhas de borracha e

uma bomba de sucção que retira o ar de dentro da garrafa. É um acessório muito

barato e que cumpre a função.

O que anteriormente se disse também é válido para o Vinho do Porto?

Também. Por experiência própria já conseguimos manter uma garrafa

de Vintage bebível durante um ano usando esse sistema. Nesses casos é preciso

periodicamente verificar o estado da rolha e, se necessário, retirar de novo o ar

da garrafa.

38 o VINHOS DE PORTUGAL 2015

E o vinho perderá algumas qualidades?Perde, quanto mais não seja alguns aromas, uma vez que ao retirar o ar

da garrafa também estamos a fazer com que alguns aromas saiam. O benefício

de conseguir manter a saúde do vinho compensa largamente essa perda.

O vinho é afrodisíaco?O vinho tende a libertar a palavra e a criar um estado de maior desinibi-

ção. Se só por si já considera isto um sintoma afrodisíaco, então é. Mas cuidado

que também pode dar sono, o que será contrário ao espírito da pergunta…

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MELHORES DO ANOEste ano introduzimos duas novas categorias: vinhos rosés e de colheita tardia, que se juntam assim às outras categorias já ensaiadas nos últimos anos. Este ano, porque isso se mostrou possível, voltámos a atribuir o prémio de Produtor Revelação do Ano. E até foi gratificante verificar que havia mesmo vários candidatos a este prémio. Tal como aconteceu em anos ante-riores, também aqui não nos sentimos obrigados a ter, em cada categoria, um número certo de premiados e, como se pode verificar, às vezes são nove, outras vezes onze, conforme o que nos pareceu mais justo.

Os galardoados estão assim organizados nos seguintes grupos:

MELHORES VINHOS DE CONSUMO:1. Grandes Escolhas até 4 €2. Melhores Espumantes3. Melhores Vinhos Brancos4. Melhores Vinhos Brancos de Colheita Tardia5. Melhores Vinhos Rosés6. Melhores Vinhos Tintos

MELHORES VINHOS GENEROSOS:Melhores Generosos (Porto e Madeira)Melhores Vinhos do Porto L.B.V.

PRODUTOR REVELAÇÃO DO ANO

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MELHORES VINHOS DE CONSUMO

1. AS GRANDES ESCOLHAS ATÉ 4 €:

Este ano os galardoados neste capítulo são 11 brancos e 11 tintos.

De novo elaborámos esta lista sem olhar para a do ano anterior e

foi depois de feita que reparámos que havia aqui «repetentes». Com

consistência há produtores que não baixam a fasquia da qualidade

apesar de «trabalharem» neste patamar, sempre difícil e ingrato.

Também por isso merecem o nosso aplauso.

BRANCOS:

2013 Adega Ponte da Barca Loureiro Grande EscolhaRegião: Vinho VerdeProdutor: Adega Coop. Ponte da Barca

2013 Qta. de AzevedoRegião: Vinho VerdeProdutor: Sogrape Vinhos

2013 GadivaRegião: DouroProdutor: Lavradores de Feitoria

2012 Adega de MangualdeRegião: DãoProdutor: Adega Coop. Mangualde

2013 Flor de Viseu SelectionRegião: DãoProdutor: Ares do Dão – Lusovini

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2013 Casa Santos Lima ChardonnayRegião: LisboaProdutor: Casa Santos Lima

2013 Prova RégiaRegião: Lisboa (Bucelas)Produtor: Wine Ventures

2013 Qta. de PancasRegião: LisboaProdutor: Companhia das Quintas

2013 Adega de Pegões Colh. Selecc.Região: SetúbalProdutor: Coop. Agríc. Santo Isidro de Pegões

2013 VidigueiraRegião: AlentejoProdutor: Adega Coop. Vidigueira

2013 Herdade da FigueirinhaRegião: AlentejoProdutor: Soc. Agríc. Monte Novo e Figueirinha

TINTOS:

2013 Tons de DuorumRegião: DouroProdutor: Duorum Vinhos

2011 Duque de ViseuRegião: DãoProdutor: Sogrape Vinhos

2010 PinhançosRegião: DãoProdutor: Álvaro Castro

2012 Entre SerrasRegião: Beira InteriorProdutor: SABE

2011 Aliança ReservaRegião: BairradaProdutor: Caves Aliança

2011 São Domingos ReservaRegião: BairradaProdutor: Caves do Solar de São Domingos

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2012 Encosta do Sobral SelectionRegião: TejoProdutor: Encosta do Sobral

2013 Qta. de PancasRegião: LisboaProdutor: Companhia das Quintas

2013 Casa Santa VitóriaRegião: AlentejoProdutor: Casa Santa Vitória

2012 .comRegião: AlentejoProdutor: Tiago Cabaço

2011 Vale do Chafariz ReservaRegião: AlentejoProdutor: Herdade da Ajuda Nova

2. ESPUMANTES:

2012 Soalheiro roséRegião: Vinho VerdeProdutor: Vinusoalleirus

Mais uma boa edição deste espumante, a mostrar que na zona do

Alvarinho, além de bons brancos tranquilos, também se podem

fazer bons espumantes.

2011 Real Comp. Velha Séries roséRegião: DouroProdutor: Real Companhia Velha

Esta empresa tem -nos surpreendido no capítulo dos espumantes,

área em que, após longos anos de interregno, pretendem de novo

ter uma palavra a dizer. Mais um belo exemplar.

2009 Vértice Millésime brancoRegião: DouroProdutor: Caves Transmontanas

Sem surpresa, estas Caves voltam a integrar esta lista. Este vinho,

um branco mito fino e elegante, é mais uma boa edição, este ano, de

resto, muito reforçada, com outras especialidades.

2010 Condessa de Santar brancoRegião: DãoProdutor: Casa de Santar

O Dão não tem a mesma tradição de espumante que outras regiões

mas mostra que também pode produzir excelentes vinhos. Como é

este o caso.

44 o VINHOS DE PORTUGAL 2015

2007 Murganheira Millésime brancoRegião: Távora -VarosaProdutor: Caves da Murganheira

Mais uma grande edição deste branco feito de Pinot Noir. Um abso-

luto must no conjunto da produção nacional.

2010 Kompassus Blanc de Noirs brancoRegião: BairradaProdutor: João Póvoa

Este produtor bairradino tem surpreendido os consumidores com

espumantes de elevado nível, de que este branco de uvas tintas é

um bom exemplo.

3. VINHOS BRANCOS:

2012 Qta. de Sanjoanne SuperiorRegião: Vinho VerdeProdutor: Casa de Cello

Um Verde de grande nível e raça, a mostrar as virtudes deste terroir para originar grandes brancos.

2012 OLO Cuba 3Região: Vinho VerdeProdutor: Jorge Albuquerque – Qta. Vale -Bôa

Uma surpresa. Uma estreia de grande nível, com um branco que

surpreende e cativa, logo no primeiro contacto.

2012 SecretumRegião: DouroProdutor: Lua Cheia em Vinhas Velhas

Um belo Arinto feito no Douro, com muita personalidade e carácter.

Estreia em grande.

2012 CocheRegião: DouroProdutor: Niepoort

Sem surpresas este branco surge de novo entre os melhores. Justi-

fica a fama e o preço. Raro e caro como o são as coisas boas.

2013 CVRegião: DouroProdutor: Lemos & Van Zeller

Nesta edição, este branco de Douro atingiu a sua melhor prestação

desde que foi criado. Puro luxo, qualidade invejável.

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2012 Condessa de SantarRegião: DãoProdutor: Casa de Santar

Branco requintado e de grande elegância. Para apreciar agora e nos

próximos anos. Sem qualquer receio.

2012 Qta. da Pellada PrimusRegião: DãoProdutor: Álvaro Castro

Mais uma grande edição deste branco, a demonstração final da

excelência da região do Dão para originar grandes vinhos.

2013 Nossa CalcárioRegião: BairradaProdutor: Filipa Pato

A refinar ano após ano, Filipa regressa aos melhores desta vez com

um branco de grande nível.

2012 Pai AbelRegião: BairradaProdutor: Mário Sérgio Alves Nuno

Apesar de mais famoso pelos tintos, Mário Sérgio surge aqui um

branco de elevado nível que mostra, se tal fosse necessário que a

Bairrada é terra de grandes brancos.

2013 HexagonRegião: SetúbalProdutor: José Maria da Fonseca

Uma surpresa, um branco de excelente qualidade, uma demons-

tração que a busca da novidade e da perfeição continuam por aqui.

2012 TerrenusRegião: AlentejoProdutor: Rui Reguinga

Das terras de Portalegre e da serra de S. Mamede surge -nos um

branco de grande nível, cada vez mais aprimorado.

4. VINHOS BRANCOS DE COLHEITA TARDIA:

Há cada vez mais produtores apostados em fazer vinhos deste tipo,

um projecto sempre difícil, e que corre muitos riscos porque está

totalmente dependente o clima. Por isso nem sempre se consegue

produzir. Essa é uma das razões que nos levou a colocar nesta lis-

tagem alguns vinhos que já tinham sido provados no ano anterior.

Em boa verdade os Colheita Tardia são vinhos muito longevos que

duram e duram e que, por isso, têm uma evolução lenta e poucas

são as diferenças com mais um ou dois anos de garrafa. Alguns

46 o VINHOS DE PORTUGAL 2015

são «apenas» colheitas tardias, com uvas vindimadas por vezes em

finais de Novembro ou Dezembro, outros são feitos com uvas ata-

cadas de podridão. Em ambas as situações se podem fazer bons

vinhos, como esta listagem o demonstra.

2012 Qta. da SequeiraRegião: DouroProdutor: Mário Cardoso

2009 Rozès Noble Late HarvestRegião: DouroProdutor: Rozès

2008 GrandjóRegião: DouroProdutor: Real Companhia Velha

2011 ThyroRegião: DouroProdutor: João Teixeira Lopes

2013 OptaRegião: DãoProdutor: Soc. Agríc. Boas Quintas

2011 Qta. dos CarvalhaisRegião: DãoProdutor: Sogrape Vinhos

2011 Casal St. MariaRegião: LisboaProdutor: Adraga Explorações Vitivinícolas

2008 Companhia das LezíriasRegião: TejoProdutor: Comp. das Lezírias

2010 MalhadinhaRegião: AlentejoProdutor: Herd. da Malhadinha Nova

5. VINHOS ROSÉS:

Esta nova categoria já há algum tempo se justificava. Por um lado

há cada vez mais rosés no mercado e por outro o estilo destes

vinhos tem -se diversificado, alguns deles a procurarem o modelo

mais comum na Provence (a zona francesa mais famosa deste tipo

de vinho), outros a tentarem um caminho próprio de inspiração

nacional. São vinhos muito interessantes e que podem ajudar os