JOÃO PAU LO MAR TINS VI NHOS DE POR TU GAL 2015 · uma forma ou de outra, ajudou durante a prova...
Transcript of JOÃO PAU LO MAR TINS VI NHOS DE POR TU GAL 2015 · uma forma ou de outra, ajudou durante a prova...
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 9
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
A elaboração deste livro obedece a um planeamento meticuloso que é
desenhado com o apoio das Comissões Vitivinícolas Regionais (CVR) que não só
informam os produtores, como recolhem as mostras para as provas. De seguida
abrem -nos as portas das suas salas de prova para podermos trabalhar com
todas as condições. Seria muito difícil imaginar fazer este livro sem este apoio e
por isso deixamos aqui público reconhecimento e agradecimento pela colabora-
ção que nos vêm prestando todos os anos.
O mesmo sucede com mais de uma dúzia de grandes empresas que nos
facilitaram as provas nas suas instalações. Mais uma vez retenho uma palavra
de agradecimento ao hotel Sheraton Porto e à sua equipa de banquetes que, de
uma forma ou de outra, ajudou durante a prova dos vinhos do Douro e Porto,
que decorreu nas suas instalações, com todas as facilidades para o sucesso
da mesma. A família e os amigos ajudaram a que a tarefa se tornasse menos
penosa. A toda a equipa da Oficina do Livro agradeço a constante preocupação
com o sucesso do livro.
Lisboa, 1 de Setembro de 2014.
Para qualquer contacto com o autor:
e-mail: [email protected]
site: www.joaopaulomartins.com
APRESENTAÇÃO E AGRADECIMENTOS
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 11
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
Cumprem -se este ano 25 anos da nossa actividade no sector dos vinhos,
mais propriamente na imprensa vinícola. Após um percurso que começou pela
carreira de professor (de História e de guitarra clássica), passou pela assessoria
de imprensa no Ministério da Educação e pelo trabalho em vários Institutos
públicos, acabámos por deixar tudo e abraçar esta actividade. Cremos que em
boa hora o fizemos e arrependimento da opção tomada foi coisa que nunca sen-
timos por um momento que fosse. Tivemos sorte, reconhecemos, mas, como
alguém disse, «a sorte dá imenso trabalho». Não é este o momento para balan-
ços de carreira mas é verdade que ficamos espantados como o tempo e o mundo
do vinho mudaram tão depressa.
Hoje há muita actividade à volta do vinho, a imprensa é constantemente
chamada para conhecer novos produtores ou novas colheitas de produtores já
com nome no mercado e as notícias desta área interessam a muito mais gente
do que há 25 anos quando não se conhecia o nome de um único enólogo e cas-
tas de uva só se conheciam as que existiam «na terra», lá longe no Portugal
profundo, onde estavam as raízes e a família que teimosamente tinha ficado a
tomar conta das hortas e courelas. O vinho entrou assim no nosso quotidiano
como tema de conversa, mas ainda há muito trabalho a fazer; a turma do «copo
cheio» ainda tem muitos adeptos, o grupo do «se não houver vinho, bebemos
branco!» ainda teima em achar que tem graça, e a malta do «vinho à tempe-
ratura ambiente» ainda continua a pensar que tem razão. Por isso, é caso para
dizer: a luta continua, o trabalho não está acabado. Por isso também continua-
mos a fazer este livro.
A melhoria da qualidade é um facto em todas as gamas de preços e é,
também, por essa razão que surgem, no final de cada região, cada vez menos
vinhos na categoria Aceitáveis e quase nenhuns nos Não Recomendados. Não
fomos nós que aligeirámos o critério, foram mesmo os vinhos que melhoraram.
Menos interessante é verificar que muitos produtores se alheiam da
crítica, não enviam amostras para prova, nem quando instados a isso. A situação
do Douro é especialmente preocupante quando verificamos que 80 produtores
INTRODUÇÃO
12 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
não enviaram amostras, dos quais muitos são agora excluídos por há vários
anos terem deixado de enviar vinhos para provas. Outros há que entendem que
as nossas classificações não correspondem às suas expectativas e que ficam
melhor fora do livro. Nada contra, cada um sabe de si.
De novo se confirma que tivemos muito poucos vinhos com problemas
de cheiro a rolha, o que é um sinal positivo. Mais grave são outros defeitos que
aparecem amiúde e aos quais os produtores se mostram pouco sensíveis. Estão
identificados nas notas de prova.
Como seria de esperar, o capítulo dos vinhos até 4 € não cessa de crescer
e é já o mais volumoso. Sinais dos tempos. Já no capítulo dos Generosos efectuá-
mos cortes substanciais principalmente em notas de prova que há já vários anos
se mantinham neste livro. Apesar de se manterem válidas, tornavam o livro cada
vez maior. Assim, se o leitor quiser ver outras notas de prova do mesmo produtor,
só tem de procurar nas anteriores edições de Vinhos de Portugal.
As novidades desta edição
1. Mais categorias de Melhores do AnoDecidimos este ano introduzir novas categorias nos premiados. Assim,
para além das categorias que vêm do ano anterior – Melhores Brancos, Tintos,
Espumantes, Até 4 €, Generosos e L.B.V. – decidimos introduzir duas outras:
Melhores Colheitas Tardias e Melhores Rosés. Entendemos que são duas cate-
gorias que, de outra forma, nunca seriam premiadas por não se encaixarem nas
outras existentes, e que já correspondem a uma produção alargada (caso dos
rosés) ou a um tipo de vinho com crescente interesse por parte dos produtores
(Colheitas Tardias).
2. Os elegíveis e os outrosPara a escolha dos Melhores do Ano procurámos deixar de lado aqueles
vinhos cujas produções sabemos serem minúsculas. São novidades, é certo,
mas são sobretudo experiências que podem ser muito importantes para o produ-
tor mas que dizem muito pouco ao consumidor, uma vez que nunca terá hipótese
de provar ou beber esses vinhos. Não descartamos a hipótese de nos termos
enganado e termos seleccionado um vinho de produção muito pequena mas, se
o fizemos, não foi intencional. Naturalmente este critério não se aplica os vinhos
de Colheita Tardia que são, por natureza, vinhos de produções muitíssimo limi-
tadas. No corpo central do livro, aí sim, todos têm lugar, independentemente da
quantidade produzida.
3. Os vinhos sem classificaçãoEste ano introduzimos esta mudança: os vinhos, sobre os quais fomos
informados de serem amostra de cuba ou de barrica, apenas tiveram uma apre-
ciação qualitativa e não quantitativa. Cremos assim prestar um melhor serviço
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 13
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
aos leitores porque desde uma prova de amostra de cuba até ao produto final
tanta coisa pode acontecer que estar a dar uma classificação sem estarmos
a falar de produto finalizado poderia ser arriscado e até, em muitas situações,
injusto. Por esta razão muitos vinhos não apresentam nota.
4. Quadro de Honra dos Produtores (Actualizado para Vinhos de Portugal 2014, não sofre este ano qualquer modificação)
Esta classificação é mantida mas com uma pequena novidade: em vez
de uma lista única como até agora aparecia, e onde estavam todos hierarquiza-
dos por A, B e C, distribuímos os produtores e, na entrada de cada região, surge
a lista dos produtores que estão classificados em A, B e C.
A classificação dos produtores portugueses surgiu pela primeira vez em
Vinhos de Portugal 2002. Desde esse momento, e tal como então prometemos,
tem sido revista de dois em dois anos. Assim, para esta edição de Vinhos de Portugal 2015 a classificação não foi actualizada, já que o foi no ano passado.
No ano de 2011 introduzimos também um novo Quadro de Honra, desta feita
para os vinhos generosos. De facto, este quadro não é totalmente novo, foi ela-
borado pela primeira vez para o livro Guia de Vinhos Generosos, editado pela
Dom Quixote em 2004. Na altura entendemos que seria neste livro, e nas suas
posteriores actualizações, que aquela classificação seria revista. O que acon-
teceu foi que o livro nunca voltou a ser reeditado e, assim, nunca foi revista a
classificação que então elaborámos. Por esta razão entendemos que o Quadro
de Honra dos Vinhos Generosos deverá fazer parte desta edição anual de Vinhos de Portugal, embora a revisão do mesmo não tenha uma periodicidade certa.
O sector é pequeno, está cada vez mais concentrado e as mudanças não são
evidentes em um ou dois anos de intervalo.
A classificação premeia o produtor e não um ou outro vinho. Há excep-
ções, como o caso da Murganheira, empresa que é premiada pelos espumantes e
não pelos vinhos de consumo que produz. Procuramos assim realçar a qualidade
geral dos vinhos do produtor. A classificação exprime a excelência demonstrada
ao longo de vários anos. É por esta razão que alguns dos novos produtores não
aparecem nos primeiros grupos. A progressão na tabela faz -se de baixo para
cima, de C para A e por isso os novos produtores a premiar entram sempre para
a categoria C. Como se pode verificar ao longo das anteriores edições de Vinhos de Portugal, tem havido subidas e descidas, o que também reflecte a situação
de mudança que o vinho português tem sofrido nas últimas décadas. Alguns
produtores que foram autênticos faróis, que indicavam caminhos para o futuro,
estão hoje bem acompanhados e por isso poderão ter descido de classificação,
o que não significa necessariamente um abaixamento de qualidade dos seus
vinhos. Alguns produtores são despromovidos também pela falta de constância
na actualização de colheitas e no interesse que demonstram em estar presen-
tes em Vinhos de Portugal. Só premiamos os vinhos dos produtores que estão
presentes no livro e não eventuais «estrelas» que pairam acima da crítica e que
não se rebaixam a enviar amostras para provas.
14 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
Em algumas subidas e descidas foi ponderada a performance dos vinhos
do produtor nos últimos anos, assim como provas de vinhos anteriores que,
em alguns casos beneficiaram e noutros obrigaram a descidas. O facto de, em
algumas regiões, um determinado produtor já não estar isolado mas antes haver
vários com qualidade idêntica, poderá ter feito baixar a classificação.
Esta escolha é de enorme subjectividade – o que assumimos sem
receios – mas estamos conscientes que 21 anos de Vinhos de Portugal nos auto-
rizam a poder fazê -la com alguma credibilidade, inteira isenção e sem pressão
de qualquer tipo.
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 15
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
Os vinhos estão arrumados por grandes regiões, não respeitando nal-
guns casos a nomenclatura oficial. Dentro de cada uma, os vinhos estão agru-
pados por ordem alfabética. Em caso de dificuldade na busca, pode sempre
recorrer ao índice remissivo que se encontra no final deste livro.
O nome do primeiro vinho de um produtor vem sempre impresso a
negro. Em alguns casos optámos por colocar o nome da empresa em destaque
em vez do nome do vinho. Não há uma solução perfeita para esta indicação;
nalguns casos o nome do produtor é mais conhecido do que o vinho, noutros é o
vinho que é mais facilmente reconhecível.
Tanto quanto possível indicamos os dados do produtor. No caso de estar
disponível, indicamos apenas o web site, onde depois os interessados encontra-
rão todas as informações que desejam.
Na classificação do vinho, o leitor encontrará várias informações:
– uma primeira que informa sobre que tipo de vinho se trata: branco,
tinto ou rosé;
– seguidamente indica -se se o vinho deverá ser consumido de imediato,
se pode ser bebido mas também guardado ou se deverá ser obrigatoriamente
guardado, utilizando uma garrafa em pé x (beber), garrafa inclinada y (beber ou guardar) e garrafa deitada z (guardar).
– a informação sobre a estrutura do vinho vem a seguir – fica -se a saber
se o vinho é ligeiro ou encorpado, com estrelas de 1 a 5 estrelas;
– finalmente vem a classificação numa escala de 0 a 20. Os vinhos com
classificação inferior a 14 não têm nota de prova nem classificação e são apenas
inseridos, no final de cada região, numa lista de Vinhos Aceitáveis.
Os diversos produtores estão separados por uma vinheta.
Os brancos e os tintos estão juntos, debaixo do «chapéu» de cada
produtor. Pode parecer um pouco mais confuso mas não é. Desta forma o leitor
fica com uma ideia mais correcta sobre a qualidade dos vários vinhos da casa ou
firma que está a consultar. Separá -los ia implicar a duplicação da informação
COMO CONSULTAR VINHOS DE PORTUGAL 2015
16 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
que vem em caixa no final das notas de prova de cada produtor, o que seria
desnecessário.
Optámos igualmente por misturar os vinhos, dentro de cada produtor,
independentemente de terem direito à denominação DOC ou Vinho Regional.
A consulta é assim mais fácil e o índice remissivo ajuda quando houver dúvidas.
Procurámos provar em antecipação, sempre que nos foi possível, os
vinhos que só surgirão no mercado após a saída deste livro. Desta forma o leitor
dispõe já de um comentário ao vinho quando ele for posto à venda. Todo o traba-
lho foi feito com total independência, sem qualquer tipo de compromissos com
as marcas ou com a publicidade.
Alguns dos vinhos que vêm aqui referenciados já se encontram esgo-
tados no produtor. São, contudo, vinhos que se podem ainda encontrar quer
em lojas da especialidade e restaurantes quer nas garrafeiras dos próprios
consumidores, pelo que é útil saber se ainda estão bons, se devem ou não ser
consumidos a curto prazo. Mantemos as regras das edições anteriores: apenas
são objecto de classificação os vinhos com indicação da data de colheita; muito
pontualmente, e por razões justificadas, incluímos um ou outro sem data.
No final do livro encontrará um glossário dos termos técnicos usados
nas notas de prova, bem como de alguns termos que, sendo de uso corrente,
adquirem um significado especial quando aplicados ao vinho.
Muitos vinhos não são de acesso fácil. Alguns são inacessíveis e são aqui
referidos porque podem, ou ajudar a compreender as potencialidades de uma
região ou a perceber a consistência de qualidade de uma determinada marca
ou casa.
Se muitos vinhos não se encontram na mercearia do bairro ou na grande
superfície que frequenta, entenda este Vinhos de Portugal 2015 também como
um auxiliar de viagem. Leve -o nas suas deslocações, use os endereços Web que
lhe fornecemos e procure comprar no local. A maioria dos produtores não deixa
de vender vinho aos visitantes. Viajar para comprar continua a ser a melhor
solução para quem quer vinhos originais.
Onde comprar?A lista que se segue não pretende ser exaustiva. Refere apenas algumas
garrafeiras que nos oferecem garantias. Pensando que poderá estar na disposi-
ção de comprar vinho nas suas viagens ao estrangeiro, aqui lhe deixamos algu-
mas lojas também por esse mundo fora. Para além das garrafeiras, também os
hipermercados são bons locais de compra.
Desconfie de lojas onde vinhos de alta qualidade estão na montra, ao
sol e sem qualquer cuidado. É muito provável que, com a rotação dos vinhos
da montra, todos os bons vinhos se estraguem e não apenas aqueles que estão
assim expostos. Tenha também o hábito de entrar e «sentir» o espaço, para
tentar perceber se as garrafas se sentirão bem, se não há fornos de assar fran-
gos ao lado das garrafas e arcas frigoríficas que libertam imenso calor, perto da
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 17
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
garrafeira. Se sentir calor a mais no ambiente é melhor ir deixar o seu dinheiro
noutra garrafeira onde o vinho seja tratado com mais profissionalismo.
Cada vez é mais frequente que estas garrafeiras sejam também lojas
gourmet e por isso não estranhe encontrar muitos outros produtos além das
suas garrafas preferidas.
PORTUGAL
AlcobaçaGarrafeira A CasaR. Eng.º Duarte Pacheco, 25
AlgarveGarrafeira Soares(9 lojas no Algarve)R. Alexandre HerculanoAreias de S. João – Albufeira
Adega AlgarviaEstrada Vale de Lobo – Almancilwww.adega -algarvia.com
Apolónia SupermercadosAv. 5 de Outubro, 271 – Almancil
Garrafeira VenezaPaderne
AlmadaGarrafeira de AlmadaAv. Prof. Egas Moniz, Nº 2 A
Arruda dos VinhosCasa CavacoPç. Combatentes da Grande Guerra, 8
AzeitãoTarroR. José Augusto Coelho, 78
BatalhaVinho em Qualquer CircunstânciaEstrada de Fátima, 15 – BatalhaWeb site: www.circunstancia.com.pt
BragaLoja dos VinhosR. Dr. Francisco Duarte– Centro Com. Sotto Mayor, loja 2
Caldas da RainhaGarrafeira Estado LíquidoZona Industrial – Zona AR. dos Brejinhos, 17
Garrafeira Bago d’OuroR. Sebastião Lima, 43
CaminhaGarrafeira BacoRua S. João, 42
Garrafeira Vino GrandeAv. Santana, 393
CarregadoGarrafeira dos AnjosAv. da Associação Desportiva do Carregado – Edif. Quinta NovaBloco B1 – Loja 2
CascaisCabaz TintoR. Frederico Arouca, 97
CoimbraGarrafeira de CelasR. Bernardo Albuquerque, 64
Garrafeira do MondegoR. Sargento -Mor, 26
Dom VinhoR. Armando de Sousa, lote 17 – loja Z
ElvasSoc. de Representações FronteiraEstrada da Carvalha (Estrada da Ajuda)Tel. 268 622 516
EriceiraTertúliasR. da Caldeira, 56 [email protected]
18 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
EspinhoGavetoR. 62, 457 – Espinhowww.gaveto.com
Estoril/SintraQta. do SaloioAv. Nice, 12 – A – Estoril
Sabores IbéricosR. Sto António, 71 – Monte Estoril
Bar do BinhoPr. da República, 2 – Sintrawww.bar -do -binho.com
ÉvoraLouro (também depósito tabaco e charutos)R. José Elias Garcia, 32
Divinus Gourmet (junto ao mercado)Praça 1º de Maio, loja 14 cave
FaroAbout WineR. Horta Machado, 20
FátimaA Garrafeira de FátimaAv. D. José Alves Correia da Silva
FunchalA Loja do VinhoAv. Arriaga, 28
Paixão do VinhoVia Rápida Cota 200 posto Repsol Norte Jardim BotânicoTel. 291010110
Figueira da FozRótulos & ExpressõesR. da República, 71
GuimarãesCasa GourmetR. Manuel Saraiva Brandão, 217
LisboaAlfaia GarrafeiraR. do Diário de Notícias, 125
Casa MacárioR. Augusta, 272 (Baixa)
Charcutaria MoyR. D. Pedro V, 111
Coisas do Arco do VinhoCentro Cultural de BelémR. Bartolomeu Dias, loja 7
Web site:
www.coisasdoarcodovinho.pt
Deli DeluxAv. Infante D. Henrique Armazém B Loja 8www.delidelux.pt
El Corte Inglês (loja Gourmet)Av. António Augusto Aguiar
Empor Spirits & WineR. Castilho, 201
Garrafeira de Campo de OuriqueR. Tomás d’Anunciação, 29
Garrafeira InternacionalR. da Escola Politécnica, 15
Garrafeira NacionalR. Santa Justa, 18 (Baixa) e
R. da Conceição 20 -26 (Baixa)
Living WineCentro Comercial Roma
Av. Roma, 48
Manuel TavaresR. da Betesga, 1 -A (Baixa)
NapoleãoR. dos Fanqueiros, 70 (Baixa)
Néctar das AvenidasAv. Luís Bivar, 40
The Wine CompanyR. Barão de Sabrosa, 286 - B
Wine O’Clock (Amoreiras)www.wineoclock.com.pt
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 19
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
Wines 9297R. Prof. Simões Raposo, 9 BTelheiras
MatosinhosWine O’ClockR. de Sousa Aroso, 297
Garage WinesAv. Menéres, 681Www.garagewines.pt
MealhadaAdega do Rei(anexo ao restaurante Rei dos Leitões)Av. da Restauração 17
ÓbidosRecordações PerfeitasR. Direita, 66
Oliveira de AzeméisAz GarrafeiraR. Dr. Miguel Castro, 2
PenicheTasca do Joel GourmetR. do Lapadusso, 73
Ponta DelgadaGarrafeira A VinhaAv. Infante D. Henrique, 49
PortalegreGarrafeira CanastreirosR. 31 de Janeiro, 82Portalegre
PortoAugusto LeitePasseio Alegre, 914
Garrafeira do Campo AlegreR. do Campo Alegre, 1598
Garrafeira do InfanteR. Infante D. Henrique, 85
Garrafeira Tio PepeRua Eng.º Ferreira Dias, 51Web site: www.garrafeiratiopepe.pt
Quinta da Foz GourmetR. João de Barros, 313 – loja 35
Rio MaiorGarrafeira MachadoR. do Mercado, 22 – Venda da Costa
Santa Maria da FeiraDom Tinto & CA
R. Comendador Sá Couto n.º 39ª
Garrafeira da LageR. do Areal, 1237
SetúbalGarrafeira Casinha do AntónioR. Henry Perron, loja 4 D
ValençaAromas de VinhoR. Apolinário da Fonseca, 55 -63Web site: www.decanteracssorios.com
Vila do CondeGarrafeira Vinho & PrazeresPraça da República, 26
Garrafeira RoqueR. do Lidador n.º 207 – 209
ViseuDespensa da PraçaR. Dr. Luis Ferreira, 95
NO ESTRANGEIRO
A lista das lojas por esse mundo fora é interminável. Aqui ficam apenas algu-mas referências que recomendamos.
ESPANHA
AyamonteEl Rincon del VinoCalle Lusitania, 10
BarcelonaVinitecaAgullers, 7 (vinhos de todo o Mundo)
20 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
HuelvaTierra NuestraCalle Fernando, el Catolico, 34
MadridLaViniaJosé Ortega y Gasset, 16
Mantequerias BravoAyala, 24
SevilhaTierra NuestraCalle Constantia, 41
ValênciaLas Añadas de EspañaJátiva, 3
Site: www.lasanadas.es
Bodega SantanderCalle Santander, 4 Bajo
OUTRAS CIDADES:
Bordéus(só para vinhos da região bordalesa)
L’Intendant2, Allées de Tourny
(em frente ao Grand Théâtre)
ColóniaKölner Wein -Depot Josef Wittlingwww.koelnerweindepot.de
Londres(lojas de vinhos em todos os bairros;
vinhos de todo o Mundo)
Berry Brothers3, St. James Street
Web site: www.bbr.com
Justerini & Brooks61, St. James’s StreetWeb site: www.justerinis.com
Hedonism Wines3 -7 Davies StreetWeb site:
www.hedonismwines.co.uk
Fortnum & MasonPiccadily Street, 181Web site: www.fortnumandmason.com
Harvey NicholsKnightsbridge, 109Web site: www.harveynichols.com
HarrodsBrompton Road, 87Web site: www.harrods.com
Mendoza (Argentina)WineryCalle Chile 898, esq. Montevideu(A garrafeira Winery tem uma dúzia de lojas em Buenos Aires)
Nova IorqueAstor Wines & Spirits399 Lafayette St. (East 4th St.)Web site: www.astorwines.com
Crossroads55 West. 14th St.Web site: www.crossroadswines.com
Garnet Wines & Liquors929 Lexington Av.Web site : www.garnetwine.com
Sherry Lehmann505, Park Av.Web site: www.sherry -lehmann.com
ParisFauchonPlace de la Madeleine
HediardPlace de la Madeleine
Lavinia3, Boulevard de la Madeleine
Les Caves Taillevent199, Rue du Faubourg Saint -Honoré
NicolasPlace de la Madeleine(esta cadeia tem inúmeras lojas noutras zonas da cidade)
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 21
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
FlorençaCasa del VinoVia dell’Ariento, 16
RomaTrimaniVia Goito, 20(esquina com a Via Cernaia)
DinamarcaVinport.gammel Brovej 13060 Espergærde
MacauRemfly Wine & SpiritsAlameda Dr. Carlos d’Assunção, 235 – Edf. China
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 23
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
VINHAS E CASTAS
Quando se olha para uma cepa com uvas pode saber-se de ime-diato qual é a casta?
Pode, mas tal identificação requer muita prática e o consumidor «nor-
mal» não saberá distinguir uma casta da outra. As várias castas, por vezes, ape-
nas se distinguem, à vista desarmada, por pormenores do bago ou, o que é mais
vulgar, pelo desenho e recorte da parra, esse sim, um dos principais factores
identificativos de cada uma.
Se se provar um bago de uva fica-se com a certeza da casta? Ou um bago de Trincadeira terá o mesmo sabor de um de Aragonês?
A prova do bago não serve para nos apercebermos dos aromas que o vinho
resultante virá a ter. A excepção sempre mencionada nestes casos é a casta Mos-
catel, a única que tem o mesmo sabor, quer no bago quer no vinho. Pontualmente
pode, no entanto, acontecer que ao comer um bago de Cabernet Sauvignon, por
exemplo, se sinta alguns dos aromas verdes que mais tarde aparecerão no vinho.
A mesma casta plantada em sítios diferentes dá vinhos dife rentes?Dá. Embora alguns traços aromáticos se mantenham (muito evidente
por exemplo no Cabernet Sauvignon), as castas interagem com o solo e o clima,
originando por isso vinhos diferenciados conforme o local onde estão plantadas. É
por isso que, por exemplo, as castas do Douro plantadas em qualquer outro local
não dão origem a Vinho do Porto. Também a casta Arinto origina melhores vinhos
em Bucelas do que em outras zonas do país, onde também se encontra plantada.
As castas utilizadas num vinho determinam a sua longevidade? E se o vinho for varietal?
A longevidade é determinada pelas castas, pela técnica usada na adega
e pela qualidade e concentração que as uvas apresentarem. Há castas com
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE OS VINHOSOs termos sublinhados vêm explicados no glossário. Agradecemos aos leitores que nos colocaram mais algumas dúvidas, às quais procuramos agora responder
24 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
maior resistência ao tempo e à oxidação e que, por isso, durarão mais, como o
caso do Tinto Cão. Nas brancas, também há exemplos de castas de duração
curta (Fernão Pires) e outras de maior duração (Bical e Encruzado). Não é, como
se vê, por ser varietal que um vinho dura mais.
As vinhas plantadas em pé franco dão melhores vinhos do que as vinhas enxertadas?
Não. Embora a grande maioria dos países recorra aos enxertos, há paí-
ses, como o Chile, onde as vinhas são plantadas sem recurso ao bacelo, ou seja,
em pé franco. Não é por isso que os vinhos chilenos são melhores do que os
outros. Todos os grandes vinhos do mundo actualmente existentes são planta-
dos com recurso ao porta-enxerto. A cepa é, por isso, um 2 em 1: a combinação
de um porta-enxerto com a casta que se lhe aplica.
Isto não quer dizer que, pontualmente, uma vinha de pé franco não
possa originar um vinho mais original. O caso mais evidente será o Vinho do
Porto Quinta do Noval Nacional, que é elaborado com uvas provenientes de
cepas plantadas sem recurso ao porta-enxerto.
A vinha pode ser regada?Pode. Ainda existem actualmente alguns preconceitos quanto à rega da
vinha que são completamente absurdos. A vinha precisa de água embora prefira
ter os pés húmidos a tê -los molhados. Também prefere as encostas aos vales
por causa da drenagem natural e da prevenção das geadas. A rega gota a gota é
o método mais utilizado para evitar que a cepa entre em stresse hídrico. Há, no
entanto, produtores que defendem o não -uso da rega, afirmando que se a cepa
precisa de rega é porque está mal adaptada ao terreno em que foi plantada.
Um grande vinho é sempre originário de uma vinha com baixa produção?
Genericamente esta afirmação é correcta. Quanto menor quantidade
de uvas por cepa existir mais concentrado resultará o vinho. Um grande vinho
é sempre um vinho com muito boa concentração de aromas, de corpo. A baixa
produtividade pode ser natural – caso das vinhas muito velhas – ou provocada,
através da monda precoce onde se procede ao corte de parte dos cachos que a
cepa tem, deixando apenas alguns. Por esse facto, estes poucos cachos origi-
narão um vinho mais concentrado. Esta monda é efectuada quando o cacho
começa a ganhar cor, normalmente em Julho. Mas a pouca produtividade pode
não ser, só por si, sinónimo de qualidade. A generalidade das vinhas portuguesas
produz pouco e não é por isso que os nossos vinhos são os melhores do mundo.
Os vinhos feitos a partir de uma só variedade de uva são melhores do que os que resultam de um lote de várias castas?
É difícil responder sim ou não. Talvez não exista uma casta que seja
perfeita em todas as componentes, e é por isso que, por norma e tradição dos
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 25
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
países do velho mundo, os vinhos sempre se fizeram combinando várias castas.
A excepção mais conhecida são os vinhos da Borgonha. Aí os brancos são de
Chardonnay e os tintos de Pinot Noir. Foram os países do novo mundo que intro-
duziram o conceito de vinho varietal, feito a partir de uma só casta, com o intuito
de imitar os vinhos europeus. Como não poderiam chamar aos vinhos Borgonha,
resolveram indicar no rótulo o nome da casta. Naturalmente que um vinho que
resulta de um lote de castas menores nunca é melhor do que outro feito a partir
de uma casta muito boa. Os vinhos varietais têm, no entanto, a graça de permitir
ao consumidor apreciar as verdadeiras virtudes e fraquezas de cada casta.
As castas estrangeiras são melhores do que as portuguesas?Não. São diferentes e, ao contrário das castas portuguesas, já têm um
público apreciador que se conta por muitos milhões de pessoas. As melhores
castas portuguesas são as tintas – Touriga Nacional, Tinta Roriz, Trincadeira,
Baga, Touriga Franca, Castelão são alguns exemplos. Nas castas brancas temos
mais dificuldade em competir com as castas estrangeiras, mas ainda assim
temos castas com boa qualidade, como o Arinto, Alvarinho, Antão Vaz, Verdelho,
Encruzado, Fernão Pires, entre outras.
VINHO DO PORTO
Numa garrafa de Vinho do Porto, a palavra Vintage inscrita no rótulo quer dizer que o vinho tem 20 anos?
Não. A palavra vintage (de origem inglesa e que significa colheita) vem
sempre associada a uma data. Por exemplo: se o rótulo indicar Vintage 1980
quer dizer que o vinho é da colheita de 1980. Tem por lei que ser engarrafado
entre o 2.o e o 3.o ano após a vindima.
Ao Vinho do Porto também se aplica o dito popular «quanto mais velho melhor»?
Não. Em nossa opinião não se aplica mesmo a nenhum vinho. Na
garrafa há vinhos que evoluem (para melhor) e outros que apenas sobrevi-
vem alguns anos (sem melhorar). Em relação a qualquer vinho, a escolha do
momento em que deve ser consumido depende do gosto pessoal. Não é por ser
velho que é melhor, nem a velhice é sinal de maturidade. Pode ser sinónimo
de decadência.
O que faz com que um Porto envelheça em garrafa?São os taninos, a acidez e a concentração da cor. Um Vinho do Porto que
se pretende engarrafar novo e que se quer que venha a durar muitos anos em
garrafa tem de ser opaco na cor, ter boa acidez e ser taninoso. Só os vintages
envelhecem em garrafa. Os tawnies também podem durar muitas décadas em
26 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
garrafa embora o envelhecimento tenha sido conseguido antes do engarrafa-
mento, em casco.
Para fazer Vinho do Porto é preciso usar presunto ou carne?Não. Para fazer um Porto bastam boas uvas do Douro e aguardente.
Esta ideia, muito arreigada no imaginário popular tem, no entanto, um fundo
de verdade. Antigamente usavam -se nos lagares, durante a pisa a pé, alguns
bocados de toucinho não salgado que era misturado com as uvas e pisado.
Pretendia -se desta maneira alimentar as leveduras para estas poderem arran-
car com a fermentação. Também algumas firmas do sector usavam, até há pou-
cos anos, carne de vaca para «compor» alguns vinhos e os fortalecer. Os Portos
daí resultantes tinham por vezes nomes curiosos, como Invalid Port, por exem-
plo. As histórias dos cabritos e do presunto (ainda por cima uma carne salgada!)
são fantasia.
Qual é a diferença entre um Porto Tawny e um Ruby?Os tawnies são vinhos do Porto que envelhecem em casco por oxidação,
adquirindo por isso uma tonalidade alourada (tawny, em inglês). Os ruby são
comercializados novos, com pouca ou nenhuma oxidação e que por isso apresen-
tam uma cor vermelha. Não existe nenhuma conexão cor/qualidade.
Com que é que devo consumir o Vinho do Porto?Os Vintage e L.B.V. ligam especialmente bem com queijos azuis, Roque-
fort ou Stilton. Os L.B.V. também ligam com queijos mais secos, tipo terrincho
ou ilha São Jorge. Os Tawnies com indicação de idade (10, 20 anos) deverão ser
consumidos ligeiramente refrescados, no final da refeição, a acompanhar um
leite -creme, uma tarte de amêndoa ou mesmo sem qualquer acompanhamento.
Os Portos do tipo Ruby ou Ruby Reserva poderão ser substitutos dos Vintages e
L.B.V. ou poderão acompanhar bem sobremesas de frutos vermelhos (moran-
gos, framboesas).
TEMAS VÁRIOS
Os vinhos actuais não têm muitos produtos químicos?Não. Se se comparar com o que acontece com os outros produtos con-
sumidos no quotidiano, desde a carne com hormonas até cereais geneticamente
modificados, alimentos pré -cozinhados, bolos e guloseimas, etc., etc., o vinho é
bastante são. Os produtos utilizados visam a estabilização do vinho e impedem a
sua deterioração rápida. Alguns produtos que podem ser adicionados correspon-
dem àqueles que naturalmente a uva tem e que podem estar em falta (ácido tar-
tárico, por exemplo). O mais vulgar dos produtos usados – o anidrido sulfuroso – é
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 27
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
conhecido e utilizado desde sempre; outrora era adicionado sob a forma de uma
mecha de enxofre que se queimava dentro dos cascos.
O vinho à moda antiga era mais puro?Depende do conceito de pureza. Se se entende pureza como ausência
de químicos, então era mais puro. Se se entender que pureza significa melhor
qualidade, então a afirmação não é verdadeira. O vinho tradicional era um vinho
sem aromas, normalmente mais alcoólico para poder sobreviver mais tempo,
e o seu ciclo de vida era muito curto, raramente passando de um ano. Só por
saudosismo bucólico se pode continuar a defender a superior qualidade do vinho
à moda antiga.
Pode-se juntar aguardente ao vinho para aumentar o teor alcoólico?Pode, mas para os vinhos de mesa não deve. Para se aumentar o teor
alcoólico recorre -se actualmente a dois processos: chaptalização, ou seja, adição
de açúcar ao mosto (nos países onde é permitida a chaptalização usa -se açúcar
de beterraba); ou, como acontece em Portugal, a adição de mosto concentrado,
um derivado do mosto da uva e que não interfere com as características aro-
máticas das castas às quais é adicionado. A aguardente apenas se usa para a
produção de generosos e licorosos (Porto, Moscatel).
Um bom vinho tem sempre de ter data de colheita?Sim, para os vinhos de mesa e não para o Champagne e Vinho do Porto.
Mesmo nos casos dos vinhos de mesa há excepções, como o Reserva Especial
Vega Sicilia (Espanha) que não tem data por ser lote de várias colheitas. No
caso do Champagne, porque tradicionalmente é um blend de vinhos com idades
variadas. O ter data, no caso do Champagne, é já sinónimo de superior qualidade
(e preço!). No caso do Vinho do Porto não é verdade porque também é um vinho
de lote de anos diferentes. Excepção feita para os Vintage, L.B.V. e Colheita, que
são só do ano indicado no rótulo.
Um vinho com o qualificativo DOC (Denominação de Origem Con-trolada) é superior a um que seja Vinho Regional ?
Não. Por vezes os produtores optam por usar castas que não estão pre-
vistas para a denominação DOC e por isso classificam o vinho como Regional.
Esta designação permite também incorporar 15% de vinho de fora da região,
diminuir os tempos de estágio e, por essa razão, há muitos vinhos que são comer-
cializados como Regional. Também os produtores cujas vinhas ficam situa-
das fora das áreas previstas para DOC têm de chamar Regional ao seu vinho.
As indicações de Reserva ou Garrafeira são sinónimos de qualidade?Deveriam ser, a bem da correcta informação do consumidor. Um Reserva
deveria ser feito a partir de um lote especial, de melhor qualidade, engarrafado
à parte. A diferença em relação ao lote «normal» deveria ser óbvia. A legislação
28 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
actual contempla as regras de utilização destes termos, mas, para o consu-
midor, nem sempre as diferenças são óbvias. O Garrafeira, termo em desuso,
indica um vinho que estagiou em garrafa antes de ser colocado no mercado.
Pressupõe -se que também tenha boa qualidade porque, de outra forma, não se
justificaria o estágio. Em algumas regiões, como o Dão, a designação Garrafeira
foi recuperada e está contemplada nos Estatutos da região.
O preço é um indicador de qualidade?Se analisarmos os preços de um vinho ao longo de um período mais
ou menos longo (10 a 15 anos consecutivos, por exemplo) um preço alto indica
seguramente um vinho que mantém uma boa qualidade. No curto prazo, há
fenómenos que interferem com o preço, como a moda, alguma especulação,
ou serem novidade. O preço alto ou baixo que se paga por uma garrafa depende
daquilo que para nós é confortável pagar, o que, como se percebe, varia de pes-
soa para pessoa. A regra pode assim enunciar -se: nunca gaste mais do que
aquilo que entende como razoável.
Fazer um vinho de classe mundial está ao alcance de qualquer produtor?
Não. Tal como uma boa educação e as melhores condições para o
desenvolvimento intelectual não fazem de uma pessoa um prémio Nobel, tam-
bém um produtor pode não fazer mais do que um bom vinho, mesmo que tenha
a vinha mais bem tratada, a adega mais bem equipada e o melhor enólogo
do mundo. Em última instância, um vinho extraordinário é um dom da Natu-
reza e resulta de múltiplos factores que, também por sorte, se conjugaram em
determinada encosta ou determinada vinha. Resta ao Homem transportar essa
qualidade natural para a garrafa, com um mínimo de interferências. Talvez o
exemplo mais célebre que podemos dar é a vinha denominada Montrachet, na
Borgonha. Esta parcela, com pouco menos de 8 hectares, está rodeada por
um mar de vinhas, mas os seus vinhos são justamente considerados como os
melhores vinhos brancos secos do mundo, com uma qualidade muito superior
à dos seus vizinhos.
O rosé é uma mistura de branco com tinto?Não. Por norma o rosé resulta de mosto de uvas tintas que se deixou
algum tempo em contacto com as películas (cascas das uvas) e que, por isso,
transmitiram uma cor rosada ao vinho. Em seguida fermenta como o branco, ou
seja, só o mosto e sem as películas. Há casos especiais como o Champagne onde
a legislação prevê que se possa juntar vinho branco com vinho tinto.
É mais difícil fazer vinho branco ou tinto?O vinho branco requer mais tecnologia do que o tinto e é, por isso, mais
difícil. Para um produtor com uma adega pouco equipada é mais fácil fazer
vinho tinto, podendo mesmo reduzir a tecnologia ao mínimo com o recurso aos
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 29
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
lagares. A dificuldade prende-se, também, com a quantidade e com os objec-
tivos comerciais que animam o produtor. Quanto mais pequena a quantidade
menor a tecnologia necessária.
Portugal é país de tintos?É. Por razões climáticas Portugal tem melhores condições para produ-
zir vinho tinto. Mas, em virtude deste preconceito, alguns dos grandes brancos
podem injustamente ser postos de lado e ser, pelo consumidor, trocados por tin-
tos medianos e sem história. As provas mais recentes de vinhos velhos têm -nos
mostrado que há excelentes vinhos brancos velhos em Portugal. Não serão mui-
tos, mas não nos restam dúvidas de que, mesmo recuando até aos anos 1950 e
1960, é possível encontrar vinhos brancos de extraordinária qualidade. Há, por
isso, que evitar juízos apressados e nunca desprezar um branco velho sem o
provar primeiro. Por outro lado, hoje há brancos de enorme qualidade em regiões
tradicionalmente mais vocacionadas para os tintos, como o Douro e o Alentejo,
por exemplo.
Quando se abre uma garrafa e a rolha se desfaz, o que devo fazer? O vinho vai ficar com cheiro a rolha?
O cheiro a rolha nada tem que ver com o facto de esta se desfazer
quando é retirada. A rolha pode mesmo sair intacta e o vinho ter o tal cheiro a
rolha. Se tiver esse cheiro não há volta a dar: o vinho estará impróprio para ser
consumido. Caso a rolha se desfaça, o que deve fazer é decantar o vinho para
outra garrafa usando um funil próprio, que pode ser adquirido nas lojas da espe-
cialidade, ou um simples pano.
O tamanho da rolha é indicador da qualidade da mesma?Não. A qualidade da cortiça é que vai determinar a qualidade da rolha.
Não está provado que o comprimento seja factor de qualidade ou de longevi-
dade do vinho. As rolhas mais compridas, muito vulgares nos grandes vinhos da
região de Bordéus, são muito caras e por isso não estão ao alcance de qualquer
bolsa. São também todas exportadas, o que faz com que um produtor portu-
guês tenha imensa dificuldade em comprá -las, mesmo que esteja disposto a
pagar qualquer preço.
As rolhas de melhor qualidade estão livres do «cheiro a rolha»?A resposta deverá ser nim; por um lado as rolhas baratas, algumas cha-
madas rolhas técnicas e aglomeradas estão isentas do cheiro a rolha e actual-
mente tem -se verificado uma maior incidência do problema nas rolhas mais
caras, o que corresponde a um não como resposta à pergunta. A investigação
procura resolver este problema, mas o assunto ainda é importante. O cheiro
a rolha resulta de uma contaminação que pode ocorrer durante o fabrico das
mesmas.
30 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
Uma garrafa lacrada conserva melhor o vinho?Não. O lacre pode não evitar que a rolha apodreça com o tempo. Trata-
-se de uma opção do produtor e alguns consumidores têm como boa a ideia de
que o lacre numa garrafa é um indicador de qualidade. Nos vinhos novos, o lacre
é particularmente incómodo quando se trata de abrir a garrafa porque provoca
muito «entulho».
O envelhecimento do vinho pode ser prejudicado pelo cheiro a cola, verniz e madeira da caixa onde estão guardadas as garrafas?
Pode. No entanto, as caixas não envernizadas não terão qualquer pro-
blema. Também não será normal que aconteça qualquer anomalia num vinho
em caixa de madeira envernizada, mas, pelo sim pelo não, retire as garrafas
destas caixas.
Devo deitar fora uma garrafa que esteve muito tempo num local muito quente, tipo mala de um automóvel?
O vinho provavelmente não estará com grande saúde, mas é melhor
tentar primeiro uma hipótese de cura. Deixe a garrafa retomar a temperatura
ambiente e depois coloque -a no frigorífico. De seguida abra -a e prove. Com sorte
pode ser que ainda esteja bom.
O consumo do vinho branco provoca dores de cabeça?Não, se o vinho tiver sido bem feito. Por vezes há consumidores que se
queixam deste mal, mas a razão disso prende -se com o uso excessivo de anidrido
sulfuroso para a conservação do vinho e não com o facto de o vinho ser branco
ou tinto. Actualmente, as novas tecnologias permitem a redução deste produto
com o consequente benefício para o consumidor.
O consumo de vinho americano (morangueiro) é prejudicial à saúde?É, se esse consumo for de forma continuada ou em grande quantidade.
No entanto, as uvas morangueiras podem ser ingeridas sem causarem proble-
mas. É durante a fermentação que se gera uma toxina que depois permanecerá
no vinho e que, se julga, ataca o cérebro. Não há, no entanto, estudos conclusivos
sobre estes efeitos nefastos. Como se sabe, este tipo de vinho está interdito
na Comunidade Europeia, mas há pequenos produtores que o produzem para
consumo próprio.
O vinho tinto é benéfico para o coração?Os estudos científicos apontam exactamente para os benefícios que os
consumidores regulares de vinho tinto têm, em termos de prevenção de doenças
cardiovasculares, isto no caso de se tratar de um consumo moderado. Outros
estudos ainda mais recentes (2009) sugerem que o vinho tinto e o seu compo-
nente resveratrol podem ser um preventivo contra infecções muito graves e que
normalmente conduzem à morte, como a septicemia.
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 31
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
Os leilões de vinhos em Portugal são credíveis?Neste momento ainda não. Não há grande tradição de leilões de vinho
em Portugal e, por via disso, não é com frequência que se compra e vende em
leilão. Em Portugal, o comprador em leilões não tem segurança sobre o estado
de saúde do que está a comprar. Ultimamente tem -se verificado um interesse
renovado pelos leilões, mas tem aparecido muita coisa à venda que não vale
rigorosamente nada. Falta também informação ao consumidor. Desde 2008,
há um certo renascer do mercado leiloeiro, com colecções particulares a irem
à praça e a suscitarem interesse por parte dos compradores, o que pode ser um
indicador de mudança em relação a este negócio. Também estão a nascer, e têm
acontecido com regularidade, os leilões online.
A GARRAFEIRA E O SERVIÇO DE VINHOS
Como devo fazer uma garrafeira em casa?Com poucas garrafas, se tiver poucas condições em termos de tem-
peratura. A alternativa é ter uma divisão com ar condicionado, o que sai caro.
A melhor opção é comprar à medida do consumo e, pelo menos, guardar as cai-
xas na divisão da casa que tiver menos variações de temperatura, estiver menos
exposta ao sol ou fontes de calor.
Devo guardar as garrafas sempre deitadas?Sim, mas não todas. As aguardentes, os whiskies, o Vinho do Porto
Tawny (Colheitas ou com indicação de idade), os Moscatéis e os vinhos da
Madeira deverão ser conservadas ao alto.
Quanto tempo devo conservar os espumantes em cave?O mínimo possível. Tudo o que o espumante tinha para evoluir já evoluiu
antes de lhe ser colocada a rolha. A partir desse momento o vinho está pronto
a consumir e não melhora em cave. As pouquíssimas excepções que existem
(alguns Champagne evoluem bem em cave) não deverão fazer esquecer esta
regra básica. Compre e consuma.
Se a minha cave for muito húmida que solução tenho? E na situação inversa?
O excesso de humidade estragará os rótulos e criará bolor nas rolhas.
Neste sentido há que tomar duas opções: adquirir um desumidificador ou, o que
sai mais barato, mas é menos prático, comprar blocos de cal que absorverão a
humidade. Procure também melhorar o arejamento e a circulação do ar. Se fal-
tar a humidade regue o chão ou coloque bacias com água.
32 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
O depósito no fundo da garrafa é sinónimo da pureza do vinho?Não. O depósito existe porque o vinho não foi filtrado ou não foi estabili-
zado pelo frio, técnica que permite a precipitação para o fundo da cuba das maté-
rias em suspensão. Estas duas técnicas conjugadas é que evitam a formação de
depósito. Alguns produtores optam por não filtrar para não retirar componentes
ao vinho, como algum aroma e corpo, o que acontece sempre quando se filtra o
vinho. Só por si, o depósito na garrafa não é uma garantia de qualidade.
São precisos copos especiais para beber vinho?Para beber, não, mas para apreciar, sim. O copo deve permitir que o
vinho seja apreciado no seu aroma, o que não será possível com um copo que não
concentre os aromas, ou seja, que não feche um pouco em direcção à abertura
do copo (formato túlipa, ou outro). Para apreciar o aroma deve rodar o vinho
dentro do copo antes de o levar ao nariz. Também esta etapa não é possível
com um copo cheio até acima ou que deixe escapar os aromas. Com quatro tipos
de copos fica com o problema resolvido: para branco, para tinto, espumante e
generosos. Os de tinto deverão ser maiores do que os de branco, os de espu-
mante deverão ser do tipo flûte e para os generosos use o copo tipo prova ou
outro semelhante.
Os copos requerem alguns cuidados especiais?Antes de os pôr na mesa verifique se não «cheiram a armário», o que
pode incluir cheiro a madeira e verniz e, se estiveram em caixas, se não cheiram
a cartão. Terá de os lavar antes de pôr a uso. Alguns copos, pelo tamanho que
têm, também não vão à máquina, o que obriga a lavagem manual. Muito cuidado
com a limpeza porque os mais frágeis podem partir pelo pé se forem limpos com
demasiado vigor.
Onde posso adquirir bons copos para vinho?Procure nas boas garrafeiras ou boas lojas de artigos de casa. Aí vai
encontrar várias marcas e vários preços. Diga ao que vai e verá que tem várias
soluções. Tenha em atenção a altura do copo, em função da sua máquina de
louça; há copos muito altos que não cabem na máquina (ou na prateleira do
armário).
Antes de beber, devo cheirar o vinho?Sim. A prova do aroma é um complemento da prova de boca (ou vice-
-versa). Há percepções que apenas se têm ao nível olfactivo e, para as captar
não há outra forma que não seja cheirar o vinho. As centenas de aromas que se
podem detectar no vinho são de variada natureza, desde animal, floral, fruta,
balsâmicos, etc. Esse é um dos grandes prazeres de beber vinho. Descobrir e
usufruir dos seus aromas. Nos vinhos do Porto com bastante idade (mais de
30 anos, digamos), é suficiente a prova olfactiva para se descobrir a idade do
vinho.
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 33
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
Para beber o Vinho do Porto devo usar os copos especiais? E para outros generosos?
O IVP criou um novo copo – desenhado por Siza Vieira – que já está dis-
ponível no mercado. Assemelha -se aos tradicionais copos de prova e, embora não
recolha a aprovação generalizada, é muito melhor do que o anterior copo oficial.
As marcas mais conhecidas – Riedel, Schött, Spiegelau – têm em catálogo vários
copos que servirão na perfeição para Vinho do Porto. São excelentes e proporcio-
nam uma óptima prova. À falta de outro melhor, use copos de prova oficializados
para beber o seu Porto (ou qualquer outro generoso). Em 2008, foi aprovado
um copo para o Moscatel de Setúbal. O Vinho da Madeira não tem copo próprio.
Caso sirva vários vinhos a uma refeição, devo mudar de copos de cada vez que apresento um novo vinho?
Não é necessário. Habitualmente muda -se de copo apenas quando se
passa do branco para o tinto. Quando há vários tintos pode apenas avinhar o
copo, ou seja, deite uma pequena porção do novo vinho no copo e passe -o por
todo o copo. Passe então o vinho para o copo do parceiro e assim sucessiva-
mente. Todos os copos ficarão então preparados para o novo vinho.
A regra do branco para o peixe e o tinto para a carne continua válida?
Não. A única regra a seguir nestes casos é o seu gosto pessoal. Se quiser
uma opinião, pode apenas dizer -se que deverá procurar equilibrar os sabores.
Quer isto dizer que um peixe muito delicado – robalo, linguado, raia – poderá não
ligar bem com um tinto carregado, novo, taninoso. Neste caso um tinto ligeiro
pode cumprir a mesma função de um branco. Também alguns pratos de carne
pouco apurados, como aves, por exemplo, poderão ligar bem com um branco
com algum corpo. A escolha é sua.
Qual é a ordem por que devo servir os vinhos?Primeiro os mais leves, depois os mais encorpados. Primeiro os brancos
e depois os tintos. Primeiro os secos e no fim os doces. Procure não exagerar na
quantidade diferente de vinhos a cada refeição e tente (o que não é fácil) que a
sucessão seja em crescendo. Comece pelos mais simples e ligeiros e acabe nos
mais complexos.
A que temperatura devo servir os brancos?Muitas vezes bebe -se o vinho branco demasiado gelado, o que não per-
mite que as suas qualidades sejam apreciadas. Abaixo dos 10o apenas se deve
consumir o espumante, na casa dos 6/7o. Os brancos normais deverão ser ser-
vidos a cerca de 10o; os brancos fermentados em madeira ou os brancos velhos
deverão ser consumidos nos 12/13o, ou seja, uma temperatura um pouco mais
elevada do que a dos brancos normais. Evite arrefecimentos bruscos (congela-
dor). Compre um termómetro nas lojas da especialidade.
34 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
Os tintos não melhoram se forem servidos mais quentes?Não. Há um hábito lamentável entre os consumidores que faz com que
os tintos sejam bebidos demasiado quentes. Mesmo os grandes tintos não deve-
rão ser bebidos a mais de 18 ou 20o. Os tintos jovens deverão ser consumidos
próximo dos 16o. Não hesite em colocar os tintos no frigorífico se for caso disso.
Em ambiente muito frio não coloque as garrafas em frente a uma fonte de calor
muito forte, tipo lareira ou aquecedor. Servir «à temperatura ambiente» é um
logro; os vinhos têm de ser servidos à temperatura certa, o que varia conforme
a estação do ano.
E a temperatura dos generosos?Moscatel, Porto Tawny e Madeira deverão ser todos servidos com
refrescamento prévio, de maneira a serem servidos na casa dos 12o. Já o Porto
Vintage e L.B.V. devem ser servidos à temperatura do tinto, nunca excedendo
os 18o.
Há vinhos para Inverno e para Verão?Sim, tal como acontece com os petiscos. Desta forma escolha os vinhos
mais encorpados e pesados para o Inverno (incluindo alguns brancos mais
encorpados) e deixe os vinhos mais leves para o Verão.
Deve -se decantar os tintos? E os brancos?Muitos consumidores abrem as garrafas (apenas tiram a rolha) algumas
horas antes para (dizem) o vinho respirar. Como se imagina, ficando o vinho
dentro da garrafa, a superfície que está em contacto com o ar não ultrapassa
os 2 cm, o que é ridículo e não tem utilidade. Decantar é passar o vinho para
uma garrafa ou um jarro onde, então, pode o vinho respirar e evoluir, perdendo
alguns aromas mais presos. Este procedimento é aconselhado para tintos novos
muito encorpados ou aqueles que ainda estão em evolução. Para os vinhos tin-
tos velhos ou que já atingiram o seu ponto mais alto, a decantação pode ter
um efeito perverso e estragar o vinho. Pode, neste caso, fazer a decantação
imediatamente antes de servir. A decantação é sempre aconselhável para os
vinhos que apresentam depósito no fundo da garrafa. Alguns brancos podem
beneficiar de decantação. Informe -se caso a caso com o especialista da loja
onde comprou o vinho.
E os vinhos do Porto? Deverão ser decantados?No caso dos vinhos do Porto deverá decantar obrigatoriamente os
vintages e, de entre os L.B.V., principalmente os L.B.V. não filtrados. Quanto
mais novo for o vintage mais horas antes deverá fazer a decantação; entre 3 a
4 horas para um vintage muito novo. Os vintages velhos deverão ser decan-
tados imediatamente antes de servir. Os vinhos do tipo tawny (Colheitas,
Tawnies com indicação de idade) e também vinhos da Madeira não necessi-
tam de decantação, a não ser nos casos em que o vinho esteja engarrafado
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 35
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
há muitos anos, o que acontece com frequência nas velhas garrafeiras her-
dadas de família. O Moscatel, que por vezes tende a gerar algum depósito
em garrafa, ou mesmo a ficar empoado, deverá ser manuseado com muito
cuidado e poderá beneficiar com uma decantação prévia. Pode também tur-
var e isso implica muita paciên cia porque, mesmo com a garrafa na posição
vertical, poderá levar meses a limpar.
Que cuidados deverei ter para a decantação?No caso do Porto Vintage, deverá retirar a garrafa da garrafeira com
um ou dois dias de antecedência e conservá -la em pé para que o depósito
fique no fundo da garrafa. Depois deverá usar um funil, um pano ou um filtro
de papel (como os do café) para proceder à decantação. Logo que o sedi-
mento do fundo da garrafa começar a aparecer deverá parar a operação.
Este depósito que fica na garrafa pode ser usado, com grande benefício, na
culinária.
Qual o número ideal de garrafas para constituir uma garrafeira?O número depende do consumo. Se a sua casa não tem as melhores con-
dições não deve arriscar ter muitos vinhos que sejam para guardar. Por norma,
para que possa ir acompanhando a evolução dos seus vinhos deverá comprar
3 a 4 garrafas por cada vinho. Poderá assim ir provando de tempos a tempos.
Quando compro um vinho como é que posso saber se devo beber logo ou guardar?
Não pode saber. Essa informação, embora por vezes venha indicada no
contra -rótulo, nem sempre é isenta. Procure, por isso, a opinião dos especia-
listas, consulte a imprensa da especialidade ou compre os livros que incluem
notas de prova.
É indiferente comprar vinho num hipermercado ou numa loja da especialidade?
Se sabe exactamente do que é que anda à procura, é provável que
seja mais económico comprar num hiper, mas as produções mais pequenas
e as coisas especiais nem sempre aparecem nos hiper porque não têm pro-
dução suficiente. Nestes casos a loja da especialidade poderá ser uma boa
alternativa.
Existe alguma base científica para a relação vinho/comida ou é válida a regra do «é como se quiser»?
Ao contrário do que se pensa, a relação vinho/comida assenta em bases
científicas. Desde a composição química dos alimentos, a forma como essa com-
posição se altera durante a cozedura e a forma diferenciada como os elementos
constitutivos dos alimentos reagem com os elementos do vinho, tudo isso tem
um fundamento científico. Isto não invalida que, à falta desse conhecimento, um
36 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
consumidor esclarecido não possa, por graus de aproximação, procurar combi-
nar, da melhor forma, o vinho e a comida.
Há alguns alimentos ou temperos inimigos do vinho?Há. O mais conhecido é o vinagre. Neste sentido evite saladas muito
avinagradas, escabeches muito puxados ou molhos de vinagrete para acompa-
nhar com vinho. Escolha outra bebida. Também há queijos tão fortes que não
devem ser comidos no início da refeição sob pena de se estragar o palato para
o resto do repasto: queijos azuis (Stilton, Roquefort), picante de Castelo Branco
ou queijos (Serra, Serpa) secos ou com dois ou três anos de cura. Evite também
demasiado limão, ovos cozidos, agriões, alcachofras, laranja, tudo grandes ini-
migos do vinho.
Quais os melhores brancos para aperitivo?Aqueles que não sejam demasiado secos. Quer os brancos «normais»
quer os espumantes, deverão ser escolhidos para aperitivo em função do seu
grau de doçura. Procure informar -se porque alguns espumantes, mesmo que
indiquem Bruto (a categoria mais seca), não são Bruto zero, ou seja, têm sempre
algum açúcar residual, o que ajuda a que sejam mais agradáveis de beber antes
da refeição.
Em que momento deve ser consumido o espumante?O espumante cumpre na perfeição a função de vinho de aperitivo, com
umas pequenas tapas ou mesmo sem qualquer acompanhamento. O rosé
pode, para além disso, ser servido para acompanhar um peixe delicado, desde
que confeccionado sem grandes temperos. O espumante tinto acompanha
bem – dizem os apreciadores – um leitão à Bairrada ou mesmo uma chanfana.
Se tiver em casa um bom espumante ou Champagne velho, sirva -o já noite
dentro para finalizar um serão de provas. Substitui, com as vantagens eviden-
tes, as águas com gás. Todos os espumantes aqui referidos são da variedade
Bruto.
Em que circunstâncias se deverá consumir Vinho Verde?O Vinho Verde é essencialmente um vinho de Verão, uma vez que tem
uma acidez elevada e precisa de ser consumido mais fresco do que os outros
brancos. Apenas os vinhos Alvarinho devem ser consumidos a temperatura mais
elevada e aguentam mais do que um ano. Os restantes Verdes, por precaução,
deverão ser consumidos à medida que vão sendo comprados e quanto mais
novos melhor. O gás do vinho verde não é natural, é adicionado. Não há, por isso,
qualquer relação entre gás e qualidade.
Quais os melhores vinhos para as sobremesas? E os queijos?Para as sobremesas doces pode usar vários tipos de vinhos: Porto Tawny
ou Ruby, Moscatel de Setúbal, Vinho da Madeira. Procure equilibrar os teores de
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 37
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
açúcar do vinho e das sobremesas: não sirva vinhos muito adocicados com as
sobremesas mais doces. Para um doce de ovos, por exemplo, liga muito melhor
um tinto do Dão com 10 anos. Pode também em alguns casos usar espumante, o
que pode ser uma surpresa para muitos, mas pode ser curioso.
Para os queijos há que associar o vinho com o tipo de queijo que se vai
servir. Se forem queijos de vaca da família dos Camembert ou Brie pode servir
um tinto com dois ou três anos e não muito encorpado. Pode também servir um
branco fermentado em madeira. Para os queijos de ovelha – Serra, Serpa, Azeitão,
Nisa – e alguns de vaca (ilha) deve optar por um branco fermentado em madeira,
se forem queijos amanteigados, ou um tinto robusto ou, melhor ainda, um Porto
Vintage ou L.B.V. se forem queijos secos.
Como é que sei que um vinho branco que tenho em casa está alte-rado? E um tinto?
Os brancos ficam com a cor alterada e começam a ficar acastanhados.
Poderão apresentar um aroma que lembra Vinho do Porto: é o cheiro do vinho
oxidado e o Porto (convém recordar) envelhece por oxidação. Se, olhando atra-
vés do vidro, o branco lhe parecer ainda com uma cor citrina ou ligeiramente
dourada, é muito provável que ainda esteja com saúde. Se a cor estiver acas-
tanhada, é um vinho que já deverá ter entregue a alma ao Criador. No caso dos
tintos, a cor poderá também ficar muito acastanhada. Os aromas ficam desa-
gradáveis. Ainda assim, espere uma ou duas horas, porque, às vezes, nos tintos,
há surpresas. Os tintos por vezes desenvolvem alguns aromas muito estranhos
na garrafa e precisam de várias horas para se libertarem desses maus cheiros.
Não desanime por isso, se, numa primeira impressão, o vinho lhe parecer muito
desagradável: espere umas horas e então poderá formar uma opinião mais
fundamentada.
Se não beber a garrafa toda de uma vez, o que vai acontecer ao vinho? Estraga-se? Há alguma solução?
Se apenas colocar a rolha na garrafa é provável que o resto do vinho
oxide rapidamente e perca qualidades. A velocidade a que essa perda se vai veri-
ficar depende da idade e estrutura do vinho. No entanto, para jogar pelo seguro, é
preferível usar um pequeno acessório que é constituído por rolhas de borracha e
uma bomba de sucção que retira o ar de dentro da garrafa. É um acessório muito
barato e que cumpre a função.
O que anteriormente se disse também é válido para o Vinho do Porto?
Também. Por experiência própria já conseguimos manter uma garrafa
de Vintage bebível durante um ano usando esse sistema. Nesses casos é preciso
periodicamente verificar o estado da rolha e, se necessário, retirar de novo o ar
da garrafa.
38 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
E o vinho perderá algumas qualidades?Perde, quanto mais não seja alguns aromas, uma vez que ao retirar o ar
da garrafa também estamos a fazer com que alguns aromas saiam. O benefício
de conseguir manter a saúde do vinho compensa largamente essa perda.
O vinho é afrodisíaco?O vinho tende a libertar a palavra e a criar um estado de maior desinibi-
ção. Se só por si já considera isto um sintoma afrodisíaco, então é. Mas cuidado
que também pode dar sono, o que será contrário ao espírito da pergunta…
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 39
MELHORES DO ANOEste ano introduzimos duas novas categorias: vinhos rosés e de colheita tardia, que se juntam assim às outras categorias já ensaiadas nos últimos anos. Este ano, porque isso se mostrou possível, voltámos a atribuir o prémio de Produtor Revelação do Ano. E até foi gratificante verificar que havia mesmo vários candidatos a este prémio. Tal como aconteceu em anos ante-riores, também aqui não nos sentimos obrigados a ter, em cada categoria, um número certo de premiados e, como se pode verificar, às vezes são nove, outras vezes onze, conforme o que nos pareceu mais justo.
Os galardoados estão assim organizados nos seguintes grupos:
MELHORES VINHOS DE CONSUMO:1. Grandes Escolhas até 4 €2. Melhores Espumantes3. Melhores Vinhos Brancos4. Melhores Vinhos Brancos de Colheita Tardia5. Melhores Vinhos Rosés6. Melhores Vinhos Tintos
MELHORES VINHOS GENEROSOS:Melhores Generosos (Porto e Madeira)Melhores Vinhos do Porto L.B.V.
PRODUTOR REVELAÇÃO DO ANO
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 41
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
MELHORES VINHOS DE CONSUMO
1. AS GRANDES ESCOLHAS ATÉ 4 €:
Este ano os galardoados neste capítulo são 11 brancos e 11 tintos.
De novo elaborámos esta lista sem olhar para a do ano anterior e
foi depois de feita que reparámos que havia aqui «repetentes». Com
consistência há produtores que não baixam a fasquia da qualidade
apesar de «trabalharem» neste patamar, sempre difícil e ingrato.
Também por isso merecem o nosso aplauso.
BRANCOS:
2013 Adega Ponte da Barca Loureiro Grande EscolhaRegião: Vinho VerdeProdutor: Adega Coop. Ponte da Barca
2013 Qta. de AzevedoRegião: Vinho VerdeProdutor: Sogrape Vinhos
2013 GadivaRegião: DouroProdutor: Lavradores de Feitoria
2012 Adega de MangualdeRegião: DãoProdutor: Adega Coop. Mangualde
2013 Flor de Viseu SelectionRegião: DãoProdutor: Ares do Dão – Lusovini
42 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
2013 Casa Santos Lima ChardonnayRegião: LisboaProdutor: Casa Santos Lima
2013 Prova RégiaRegião: Lisboa (Bucelas)Produtor: Wine Ventures
2013 Qta. de PancasRegião: LisboaProdutor: Companhia das Quintas
2013 Adega de Pegões Colh. Selecc.Região: SetúbalProdutor: Coop. Agríc. Santo Isidro de Pegões
2013 VidigueiraRegião: AlentejoProdutor: Adega Coop. Vidigueira
2013 Herdade da FigueirinhaRegião: AlentejoProdutor: Soc. Agríc. Monte Novo e Figueirinha
TINTOS:
2013 Tons de DuorumRegião: DouroProdutor: Duorum Vinhos
2011 Duque de ViseuRegião: DãoProdutor: Sogrape Vinhos
2010 PinhançosRegião: DãoProdutor: Álvaro Castro
2012 Entre SerrasRegião: Beira InteriorProdutor: SABE
2011 Aliança ReservaRegião: BairradaProdutor: Caves Aliança
2011 São Domingos ReservaRegião: BairradaProdutor: Caves do Solar de São Domingos
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 43
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
2012 Encosta do Sobral SelectionRegião: TejoProdutor: Encosta do Sobral
2013 Qta. de PancasRegião: LisboaProdutor: Companhia das Quintas
2013 Casa Santa VitóriaRegião: AlentejoProdutor: Casa Santa Vitória
2012 .comRegião: AlentejoProdutor: Tiago Cabaço
2011 Vale do Chafariz ReservaRegião: AlentejoProdutor: Herdade da Ajuda Nova
2. ESPUMANTES:
2012 Soalheiro roséRegião: Vinho VerdeProdutor: Vinusoalleirus
Mais uma boa edição deste espumante, a mostrar que na zona do
Alvarinho, além de bons brancos tranquilos, também se podem
fazer bons espumantes.
2011 Real Comp. Velha Séries roséRegião: DouroProdutor: Real Companhia Velha
Esta empresa tem -nos surpreendido no capítulo dos espumantes,
área em que, após longos anos de interregno, pretendem de novo
ter uma palavra a dizer. Mais um belo exemplar.
2009 Vértice Millésime brancoRegião: DouroProdutor: Caves Transmontanas
Sem surpresa, estas Caves voltam a integrar esta lista. Este vinho,
um branco mito fino e elegante, é mais uma boa edição, este ano, de
resto, muito reforçada, com outras especialidades.
2010 Condessa de Santar brancoRegião: DãoProdutor: Casa de Santar
O Dão não tem a mesma tradição de espumante que outras regiões
mas mostra que também pode produzir excelentes vinhos. Como é
este o caso.
44 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
2007 Murganheira Millésime brancoRegião: Távora -VarosaProdutor: Caves da Murganheira
Mais uma grande edição deste branco feito de Pinot Noir. Um abso-
luto must no conjunto da produção nacional.
2010 Kompassus Blanc de Noirs brancoRegião: BairradaProdutor: João Póvoa
Este produtor bairradino tem surpreendido os consumidores com
espumantes de elevado nível, de que este branco de uvas tintas é
um bom exemplo.
3. VINHOS BRANCOS:
2012 Qta. de Sanjoanne SuperiorRegião: Vinho VerdeProdutor: Casa de Cello
Um Verde de grande nível e raça, a mostrar as virtudes deste terroir para originar grandes brancos.
2012 OLO Cuba 3Região: Vinho VerdeProdutor: Jorge Albuquerque – Qta. Vale -Bôa
Uma surpresa. Uma estreia de grande nível, com um branco que
surpreende e cativa, logo no primeiro contacto.
2012 SecretumRegião: DouroProdutor: Lua Cheia em Vinhas Velhas
Um belo Arinto feito no Douro, com muita personalidade e carácter.
Estreia em grande.
2012 CocheRegião: DouroProdutor: Niepoort
Sem surpresas este branco surge de novo entre os melhores. Justi-
fica a fama e o preço. Raro e caro como o são as coisas boas.
2013 CVRegião: DouroProdutor: Lemos & Van Zeller
Nesta edição, este branco de Douro atingiu a sua melhor prestação
desde que foi criado. Puro luxo, qualidade invejável.
VINHOS DE PORTUGAL 2015 o 45
VIN
HO
VE
RD
ED
OU
RO
E
TR
ÁS
-OS
-MO
NT
ES
DÃ
OB
EIR
AIN
TR
OD
UÇ
ÃO
ME
LH
OR
ES
DO
AN
OV
INH
OS
AT
É 4
EU
RO
SE
SP
UM
AN
TE
S
2012 Condessa de SantarRegião: DãoProdutor: Casa de Santar
Branco requintado e de grande elegância. Para apreciar agora e nos
próximos anos. Sem qualquer receio.
2012 Qta. da Pellada PrimusRegião: DãoProdutor: Álvaro Castro
Mais uma grande edição deste branco, a demonstração final da
excelência da região do Dão para originar grandes vinhos.
2013 Nossa CalcárioRegião: BairradaProdutor: Filipa Pato
A refinar ano após ano, Filipa regressa aos melhores desta vez com
um branco de grande nível.
2012 Pai AbelRegião: BairradaProdutor: Mário Sérgio Alves Nuno
Apesar de mais famoso pelos tintos, Mário Sérgio surge aqui um
branco de elevado nível que mostra, se tal fosse necessário que a
Bairrada é terra de grandes brancos.
2013 HexagonRegião: SetúbalProdutor: José Maria da Fonseca
Uma surpresa, um branco de excelente qualidade, uma demons-
tração que a busca da novidade e da perfeição continuam por aqui.
2012 TerrenusRegião: AlentejoProdutor: Rui Reguinga
Das terras de Portalegre e da serra de S. Mamede surge -nos um
branco de grande nível, cada vez mais aprimorado.
4. VINHOS BRANCOS DE COLHEITA TARDIA:
Há cada vez mais produtores apostados em fazer vinhos deste tipo,
um projecto sempre difícil, e que corre muitos riscos porque está
totalmente dependente o clima. Por isso nem sempre se consegue
produzir. Essa é uma das razões que nos levou a colocar nesta lis-
tagem alguns vinhos que já tinham sido provados no ano anterior.
Em boa verdade os Colheita Tardia são vinhos muito longevos que
duram e duram e que, por isso, têm uma evolução lenta e poucas
são as diferenças com mais um ou dois anos de garrafa. Alguns
46 o VINHOS DE PORTUGAL 2015
são «apenas» colheitas tardias, com uvas vindimadas por vezes em
finais de Novembro ou Dezembro, outros são feitos com uvas ata-
cadas de podridão. Em ambas as situações se podem fazer bons
vinhos, como esta listagem o demonstra.
2012 Qta. da SequeiraRegião: DouroProdutor: Mário Cardoso
2009 Rozès Noble Late HarvestRegião: DouroProdutor: Rozès
2008 GrandjóRegião: DouroProdutor: Real Companhia Velha
2011 ThyroRegião: DouroProdutor: João Teixeira Lopes
2013 OptaRegião: DãoProdutor: Soc. Agríc. Boas Quintas
2011 Qta. dos CarvalhaisRegião: DãoProdutor: Sogrape Vinhos
2011 Casal St. MariaRegião: LisboaProdutor: Adraga Explorações Vitivinícolas
2008 Companhia das LezíriasRegião: TejoProdutor: Comp. das Lezírias
2010 MalhadinhaRegião: AlentejoProdutor: Herd. da Malhadinha Nova
5. VINHOS ROSÉS:
Esta nova categoria já há algum tempo se justificava. Por um lado
há cada vez mais rosés no mercado e por outro o estilo destes
vinhos tem -se diversificado, alguns deles a procurarem o modelo
mais comum na Provence (a zona francesa mais famosa deste tipo
de vinho), outros a tentarem um caminho próprio de inspiração
nacional. São vinhos muito interessantes e que podem ajudar os