Jornada de Nutrição da Unesp de Botucatu 19 a 21 de maio ... · Avaliação da aceitabilidade de...

102
Apoio: Jornada de Nutrição da Unesp de Botucatu 19 a 21 de maio de 2016

Transcript of Jornada de Nutrição da Unesp de Botucatu 19 a 21 de maio ... · Avaliação da aceitabilidade de...

Apoio:

Jornada de Nutrição da Unesp de Botucatu

19 a 21 de maio de 2016

COMISSÃO ORGANIZADORA

DOCENTES Profa. Dra. Thabata Koester Weber

DISCENTES

Andreia Dutra Gonçalves Bianca Guerra Bueno

Cecília Lume de Carvalho Marciano Chiara Maria Pascon Rodella Elisabeth Aparecida Ribeiro Isabela Poscidonio Santos

Juliana Lima Mendes dos Anjos Karyna Santana Narciso do Amparo Larissa Godoy Gonzaga de Souza

Laura Oliveira de Luna Letícia de Godoy Redígolo

Letícia Patrocínio de Oliveira Maria Beatriz Dorigan Marcellino

Mariana Gomes Capalbo Marielle Fernanda Panelli

Michelly da Silva Alves Paula Baptista Ferreira

Rafaela Martins Rayanne Carneiro dos Santos

Rodrigo Pinheiro Paschoal Jorge

COMISSÃO CIENTÍFICA Prof. Dr. Gustavo de Almeida Chuffa

Dra. Marina Nogueira Msc. Eliriane Jamas

TRABALHOS INDICADOS PARA CONCORRER AO PRÊMIO DE “MELHOR TRABALHO DE GRADUAÇÃO”:

- Efeito do consumo farinha da casca de maracujá (Passiflora edulis) sobre a

composição corporal na obesidade. PANELLI, M.F.; PIERINE, D.T.; SOUZA, S.L.B.;

BORGUINI, M.G.; MINATEL, I.O.; LIMA, G.P.P.; CICOGNA, A.C.; CORRÊA, C.R.

- Avaliação do potencial antioxidante e antiinflamatório do extrato de folhas de yacon

(Smallanthus sonchifolius) no músculo sóleo de ratos diabéticos. MENDES, J.P.;

SANTOS, K.C.; BUENO, B.G.; FERREIRA, L.P.; FRANCISQUETI, F.V.; GARCIA, J.L.

e CORRÊA, C.R.

- Efeitos da restrição proteica gestacional e lactacional sobre parâmetros bioquímicos

e crescimento prostático na prole de ratos machos. FRANCOS.1, 2; SANTOS S.A.A.2;

PORTELA L.M.F.2; MARTINS B.1,2; MANI, F3; JUSTULIN, L.A. 2.

TRABALHOS INDICADOS PARA CONCORRER AO PRÊMIO DE “MELHOR TRABALHO DE PÓS-GRADUAÇÃO”:

- Níveis de vitamina C nas inflorescências de couve-flor ao longo do armazenamento.

MONTEIRO, G.C.; SILVA, M.B da.; RODRIGUES, L.F.O.S.; BALDINI, L.F.G.;

BORGUINI, M.G.; DIAMANTE, M.S.; LIMA, G.P.P.

- Ácido ascórbico e dehidroascórbico em mangas submetidas a tratamento de

sanitização. MONACO, K. de A.; DIAMANTE, M.S.; BORGES, C.V.; GOMEZ, H.A.G.;

MONTEIRO, G.C.; LIMA, G.P.P.

- Teor de vitamina C em beterrabas in natura e pré processadas submetidas a

diferentes formas de cocção. RAMOS, J.A.; LUNDGREN,G.A.; MENDONÇA,V.Z.;

MARIANO-NASSER,F.A.C.; FURLANETO, K.A.; FUJITA, E.; VIEITES ,R.L.

Sumário

Nutrição clínica............................................................................................................. 1

Dieta com restrições e inclusão de dois “dias de lixo”: melhora ou não parâmetros

bioquímicos em obesos? DAMASCENO,B.C.; SILVA,E.; THOMAS,F.; NETO,V.M.;

ARAUJO,R.M.; MANI,F.................................................................................................. 2

Excesso de peso em adolescentes está associado com elevação sérica de Interleucina

-6. BETTI, I.R.; LIMA, G.R.; GOLDBERG, T.B.L.; NOBREGA, V.; RIZZO, A.P.C.;

MEDEIROS, L.T.L.; KUROKAWA, C.S.......................................................................... 3

Estudos nutricionais possibilitam uso alternativo de alimentos contendo antioxidantes

que melhoram a qualidade de vida. BELIN, M. A. F.; Rongetta-Torres, B.; Damasceno

B.C.; Mani, F4; LIMA, G. P. P......................................................................................... 4

Avaliação do hábito alimentar e intestinal em pacientes portadores de nefrolitíase

MANOEL, R.M.; CUNHA, N.B.; SILVA, I.B.L.; CARVALHO, C.L.; CALLEGARI, M.A.;

KAWANO, P.R................................................................................................................ 5

Perfil clínico e nutricional de pacientes adultos submetidos a transplante renal.

MATOS, B. O.; LOSILLA, M. P. R.................................................................................. 6

Estado nutricional e o consumo de fibras e gorduras de pacientes com Doença de

Chagas em acompanhamento ambulatorial. MANTOVANI, M.S.; FREITAS, J.S.;

SACILOTTO, L.B.; PEREIRA, P.C.M.; PAPINI, S.J....................................................... 7

Nutrição em saúde pública.......................................................................................... 8

A percepção de estudantes de medicina sobre dieta saudável: uma lacuna a ser

discutida. ROSSI, T.C.; CATARUCCI, F.M.; RAMOS, V.E.M.; PATRICIO, K.P............... 9

Aproveitamento Integral dos Alimentos: Aplicação prática e aceitabilidade. SANTOS.

C., MORAES. A., LOSILLA M.P.R………………………………………………………. 10

Avaliação do hábito intestinal de frequentadores de um supermercado de Bauru/SP

relacionado ao consumo de FLV. LOSILLA, M.P.R., MORAES, A.

D.,SANTOS,C............................................................................................................... 11

Prevalência de Síndrome Metabólica e de seus componentes em pacientes litíasicos

atendidos em ambulatório especializado. CALLEGARI, M.A.; CUNHA, N.B.; SILVA,

I.B.L.; GUN, M.C.Z.L.; AMARO, J.L.; KAWANO, P.R.................................................. 12

Análise da composição nutricional de macro e micronutrientes na alimentação pré-

escolar no município de Botucatu/SP. OLIVEIRA, L.P.; ARANHA, F.Q.; MANOEL, R.F.;

PASSOS, M.................................................................................................................. 13

Nutrição experimental................................................................................................ 14

Suplementação com L-triptofano e administração de cloridrato de fluoxetina no

controle ponderal e no desenvolvimento da depressão induzida pelo nado forçado –

estudo experimental. COSTA, M.R.; LILLI, A.J.; JOEL, R.L.C.; RAMIRES, T.; URIBE,

A.G.S.M........................................................................................................................ 15

Tratamento com Curcuma longa reduz níveis de interleucina-6 no plasma e tecido

adiposo após o consumo de frutose. LO, A.C.T; FRANCISQUETI; F.V; M I

FERREIRA; GPP, LIMA; SANTOS, K.C; CORREA C.R............................................. 16

Efeito do imunomodulador P-MAPA combinado com cisplatina sobre parâmetros

nutricionais, ciclo estral e volume dos tumores ovarianos em ratas Fischer 344.

FERREIRA, G.M.; FÁVARO, W.J.; LUPIJr, L.A.; CHUFFA, L.G................................. 17

Influência de dieta Ocidental sobre o desenvolvimento da obesidade e comorbidades

em ratos Wistar. MARCIANO, C.L.C. ; VILEIGAS, D.F.; SANT’ANA, P.G.; CAMPOS,

D.H.S.; PADOVANI, C.R.; CICOGNA, A.C.................................................................. 18

Efeito do consumo de uma dieta rica em carboidrato sobre peso corporal, parâmetros

metabólicos e pressão arterial sistólica em ratos Wistar. MENDES, J.P.;

FRANCISQUETI, F.V.; GARCIA, J.L.; FERRON, A.F.; SANTOS, K.C. e CORRÊA,

C.R............................................................................................................................... 19

Efeito do consumo farinha da casca de maracujá (Passiflora edulis) sobre a

composição corporal na obesidade. PANELLI, M.F.; PIERINE, D.T.; SOUZA, S.L.B.;

BORGUINI, M.G.; MINATEL, I.O. ; LIMA, G.P.P. ; CICOGNA, A.C.; CORRÊA, C.R... 20

Avaliação do potencial antioxidante e antiinflamatório do extrato de folhas de yacon

(Smallanthus sonchifolius) no músculo sóleo de ratos diabéticos. MENDES, J.P.;

SANTOS, K.C.; BUENO, B.G.; FERREIRA, L.P.; FRANCISQUETI, F.V.; GARCIA, J.L.

e CORRÊA, C.R........................................................................................................... 21

Efeitos da restrição proteica gestacional e lactacional sobre parâmetros bioquímicos e

crescimento prostático na prole de ratos machos. FRANCOS; SANTOS S.A.A.;

PORTELA L.M.F.; MARTINS B.; MANI, F; JUSTULIN, L.A.......................................... 22

Nutrição no esporte.................................................................................................... 23

Avaliação da Inadequação nutricional em Bailarinas da cidade de Botucatu.

DELFORNO,M.F. ; BERNARDINO,C.; BURINI,R.C................................................... 24

Avaliação de praticantes de Mountain Bike da cidade de Botucatu(SP) atendidos em

Ambulatório de Nutrição Esportiva . DALL´AQUA, L.S., BERNARDINO, C., FIGUEIRA,

T.C., NUNES, C.N.M., BURINI, R.C............................................................................. 25

Produção de refeições............................................................................................... 26

Avaliação do cardápio e conscientização dos funcionários da Cozinha Piloto em

relação a Alimentos Funcionais, na cidade de Botucatu. BARCHI, N.M.; BURRIGUEL,

G. F.; THOMAZ, F.; DESSOTI, D.; ARANHA, F.Q...................................................... 27

Comparação do cardápio de almoço de uma Unidade de Alimentação e Nutrição

(UAN) com o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) na cidade de Botucatu –

SP. RIBEIRO, A.P.D.; ARANHA, F.Q........................................................................... 28

Tecnologia de alimentos............................................................................................ 29

Avaliação da aceitabilidade de preparação elaborada com biomassa de banana verde

em supermercado da cidade de Bauru – SP. RODRIGUES, L.L.; SILVA, B.J.;

MELENCHON, M.L.; LOSILLA M.P.R.......................................................................... 30

Teor de Nitrato em Umbu processado termicamente. CAMPOS, O.C.; SOUZA, C.B.;

BORGUINI, M. G.; ALCARDE,B.G.; LIMA, G.P.P....................................................... 31

Teor de vitamina c em frutos de Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda). CAMPOS,

O.C.; SOUZA, C.B.; ALCARDE, C.G.; LIMA, G.P.P.................................................... 32

Teor de vitamina C em beterrabas in natura e pré processadas submetidas a

diferentes formas de cocção RAMOS, J.A.; LUNDGREN,G.A.; MENDONÇA,V.Z.;

MARIANO-NASSER,F.A.C.; FURLANETO, K.A.; FUJITA, E.; VIEITES ,R.L............. 33

Níveis de vitamina C nas inflorescências de couve-flor ao longo do armazenamento.

MONTEIRO, G.C.; SILVA, M.B da.; RODRIGUES, L.F.O.S.; BALDINI, L.F.G.;

BORGUINI, M.G.; DIAMANTE, M.S.; LIMA, G.P.P...................................................... 34

Ácido ascórbico e dehidroascórbico em mangas submetidas a tratamento de

sanitização. MONACO, K. de A.; DIAMANTE, M.S.; BORGES, C.V.; GOMEZ, H.A.G.;

MONTEIRO, G.C.; LIMA, G.P.P................................................................................... 35

Atividade Antioxidante de três acessos de Batata Doce procedentes de Comunidades

Quilombolas do Vale do Ribeira, São Paulo Brasil. MENDOZA, J. D. S.; BELIN, M. A.

F.; LIMA, G.P.P............................................................................................................ 36

Nitrato em frutos de jurubeba in natura e submetidos ao tratamento térmico. SILVA,

M.B.da; MONTEIRO, G.C.; RODRIGUES, L.F.O.S.; BORGUINI, M.G.; DIAMANTE,

M.S.; FERRAZ, A.P.C.R.; LIMA, G.P.P........................................................................ 37

O cozimento altera o conteúdo de polifenóis em Umbu? CAMPOS, O.C.; SOUZA,

C.B.; ALCARDE,C.G.; LIMA, G.P.P............................................................................. 38

Diferença no conteúdo de polifenóis em sucos de uva integral e néctar de uva

distribuídos comercialmente. GOMEZ, H. A. G.; BORGES, C.V.; MONTEIRO, G.C.;

DIAMANTE, M.S; MARQUES, M.O.M.; MINATEL, I. O.; LIMA, G. P. P..................... 39

Conteúdo de antocianinas em suco integral de uva e vinho tinto, ambos de distribuição

comercial. GOMEZ, H. A. G.; BORGES, C.V.; MONTEIRO, G.C.; DIAMANTE, M.S;

MARQUES, M.O.M.; MINATEL, I. O.; LIMA, G. P. P................................................... 40

Atividade Antioxidante na Pós-colheita de quiabo (Abelmoschus esculentus L.)

orgânico. ROCHA, S. A., BORGES, C.V., DIAMANTE, M., GOMEZ, H. A. G.,

BORGUINI, M. G., LIMA, G. P. P................................................................................. 41

Perfil de compostos fenólicos durante a vinificação da var. Cabernet Sauvignon como

fundamento para estabelecer critério de qualidade. BORGES, C.V., GOMEZ, H. A. G.,

DIAMANTE, M., MARASCHIN, M., LIMA, G. P. P....................................................... 42

Teor de poliaminas e nitrato em folhas de chicória orgânica. ROCHA,S.A.; DIAMANTE,

M.S.; BORGES, C.V.; GOMES, H.A.G.; MONTEIRO, G.C. ; LIMA, G.P.P................ 43

Higiene e legislação dos alimentos.......................................................................... 44

Avaliação da Cadeia do Frio em Supermercados do Município de Botucatu. NUVOLARI,

C.M;RAMOS,J.A.;MARIANO-NASSER,F.A.C.;FURLANETO,K.A.;,E.;VIEITES,R.L.............45

1

Dieta com restrições e inclusão de dois “dias de lixo”: melhora ou não parâmetros

bioquímicos em obesos ?

DAMASCENO¹,B.C.; SILVA¹,E.; THOMAS¹,F.; NETO¹,V.M.; ARAUJO¹,R.M.; MANI²,F. 1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected] 2Departamento de Química e Bioquímica, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. Introdução: Obesidade é definida pelo excesso de gordura corporal e caracterizada por diversas manifestações clínicas singulares com características de uma epidemia global.A OMS aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. Sabe-se que a obesidade leva a alterações metabólicas, como a dislipidemia, a hipertensão e a intolerância à glicose, considerados fatores de risco para as doenças cardiovasculares e diabete melitus tipo 2.Objetivos: O objetivo foi avaliar a dieta com “dia de lixo”(ou seja menos restritiva e com maior chance de adesão de pacientes) sobre parâmetros bioquímicos em ratos obesos induzidos por dieta rica em sacarose.Métodos: Na primeira fase da pesquisa foi feita experimentação animal,com ratos Wistar machos, onde havia duas condições experimentais, na primeira com ratos eutróficos divididos em 4 grupos:G1,G2,G3 e G4, onde G1 e G2 tinham ração ad libitum e G3 e G4 uma dieta controlada com 95kcal/dia.Os ratos dos grupos G2 e G4 recebia duas vezes na semana uma solução de sacarose a 30% para a simulação dos exageros alimentares do final de semana.Na segunda com ratos obesos e foram divididos em dois grupos: grupo C (n=6) os animais receberam dieta padrão e água ad libitum; grupo S (n=12) mantido com ração padrão e solução aquosa de sacarose 30% ad libitum durante 30 dias. Após esse período, o grupo C continuo no mesmo tratamento, porém o grupo S foi dividido em 2 subgrupos: grupo S-S (n=6) recebeu ração padrão e solução aquosa de sacarose 30% ad libitum e o grupo S-C(n=6) recebeu ração padrão e água ad libitum por 5 dias e solução de sacarose 30% por 2 dias da semana simulando final de semana por mais 30 dias.Na segunda fase foram realizadas de parâmetros bioquímicos para:Glicose,triglicerídeos, albumina, proteínas totais e HDL utilizando o soro dos animais.Resultados: Observamos que os animais suplementados com sacarose,em ambos os experimentos(com ratos eutróficos e com obesos), a quantidade de ração consumida e sacarose ingerida, porém aumentaram a ingestão de água com sacarose, o que não interferiu com a quantidade total de energia ingerida(ração+sacarose) e ganho de peso. Em relação aos parâmetros bioquímicos observamos,no grupo eutrófico, que houve diferença significativa entre os grupos G1xG2, G2xG3, G2xG4 e G3xG4 para albumina e entre os grupos G2xG4 para proteínas totais, em conseqüência da diminuição do consumo de ração e do aumento no consumo da sacarose. Glicose, triglicerídeos e HDL não apresentaram alteração significante. No experimento com ratos obesos, quando comparamos estatisticamente os grupos, encontramos valores diminuídos apenas para a glicose e triglicerídeos séricos no grupo C e S-R, o qual apresentou diferença significativa quando comparado ao grupo experimental S-S. Conclusão: Com base nos resultados obtidos, concluímos que em ratos eutróficos não houve mudanças nos parâmetros bioquímicos relacionados a alterações metabólicas, porém em ratos obesos a restrição de sacarose por um período de 5 dias da semana foi eficaz em diminuir os parâmetros da glicemia e triglicerídeos, mostrando assim que uma dieta restrita com a presença de dois “dias de lixo” podem levar a diminuição de parâmetros bioquímicos relacionados as alterações metabólicas em ratos obesos induzidos por dieta rica em sacarose.

2

Excesso de peso em adolescentes está associado com elevação sérica de Interleucina -6

BETTI¹, I.R.; LIMA2, G.R.; GOLDBERG

3, T.B.L.; NOBREGA

4, V.; RIZZO

5, A.P.C.;

MEDEIROS6, L.T.L.; KUROKAWA

7, C.S.

1Graduanda do Curso de Nutrição do do Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP e

Bolsista da da reitoria da UNESP pelo Departamento de Pediatria. [email protected] 2Graduando de Medicina, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP.

3Profª Adjunta do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de Botucatu ,

UNESP. 4Nutricionista e Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ginecologia. Obstetricia

e Mastologia da Faculdade de Medicina de Botucatu ,UNESP. 5Médica do Departamento de Pediatria e doutoranda do Programa de Pós-graduação em

Ginecologia Obstetricia e Mastologia da Faculdade de Medicina de Botucatu ,UNESP. 6Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicias da Faculdade de

Medicina de Botucatu ,UNESP. 7Profª Drª do Departamento de Pediatria.

Introdução: A obesidade é caracterizada como um problema de saúde pública e tem atingido de forma alarmante a infância e a adolescência. A origem das complicações advindas da obesidade surgem da inflamação crônica do tecido adiposo e inflamação sistêmica. Estudos mostram que a liberação de citocinas inflamatórias estão relacionadas com a produção aumentada de interleucina-6 (IL-6). Objetivo: Identificar e quantificar a IL-6 em soro de adolescentes com diversos graus de obesidade. Métodos: Estudo prospectivo realizado em 97 adolescentes obesos ou com sobrepeso, de ambos os gêneros e seguidos no ambulatório de Medicina do Adolescente. Os adolescentes foram divididos em três grupos: Sobrepeso(SB), Obesos(OB) e Superobesos(SP). O estudo compreendeu avaliações antropométricas, dosagens de IL-6 e exames bioquímicos para caracterização da síndrome metabólica. A definições de SB, OB e SP utilizadas foram as promulgadas pela Academia Americana de Pediatria. A síndrome metabólica seguiu a recomendação estabelecida pela Sociedade de Pediatria de São Paulo e foi considerado a presença de obesidade central com alteração de mais 3 parâmetros. A quantificação da IL-6 foi realizada utilizando o kit CytometricBeadArray (CBA) BD™ e anticorpos monoclonais marcados com PE. A fluorescência foi quantificada no citômetro de Fluxo Canto II e o número de eventos de contados foram de 300 partículas/eventos. Os valores foram expressos em pg/mL. Resultados: Os níveis de IL-6 foram mais elevados no grupo adolescentes SP (mediana; p25-p75: 3,650; 0,37- 5,90 pg/mL), seguidos do grupo OB (Mediana=0,8 pg/mL) e SB (Mediana:= 0,09 pg/mL). A IL-6 também apresentou elevação nos indivíduos com Síndrome Metabólica quando comparados aos adolescentes sem síndrome (3,17 vs 0,09 pg/mL, p ≤ 0,001). A área sob a curva ROC obtida foi de 0,88. Conclusão: A IL-6 se associa ao excesso de peso corporal de adolescentes, e tem potencial como marcador de Síndrome Metabólica em adolescentes. Apoio financeiro: Prope, CNPq e Fapesp

3

Estudos nutricionais possibilitam uso alternativo de alimentos contendo antioxidantes

que melhoram a qualidade de vida.

BELIN, M. A. F.¹; Rongetta-Torres, B.²; Damasceno B.C.³; Mani, F4; LIMA, G. P. P. 5 ¹Graduando no curso de nutrição na Universidade Estadual de São Paulo - Instituto de Biociências de Botucatu, [email protected] ²Graduanda no curso de nutrição na Universidade Estadual de São Paulo - Instituto de Biociências de Botucatu, [email protected] ³Graduanda no curso de nutrição na Universidade Estadual de São Paulo - Instituto de Biociências de Botucatu, [email protected] 4 Graduada em Licenciatura Em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, mestrado em Bioquímica pela USP-Universidade de São Paulo e doutorado em Bioquímica pela USP-Universidade de São Paulo . Professora substituta por dois anos na UFU-Universidade Federal de Uberlândia. Doutora da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), [email protected] 5 Doutora em Ciências Biológicas(Botânica – Bioquímica e Fisiologia Vegetal) pela Universidade Estadual de São Paulo - Instituto de Biociências de Botucatu. Atualmente é professora livre-docente da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, [email protected] Introdução: O açúcar branco refinado é consumido por grande parte da população, entretanto não contem moléculas que possam colaborar na eliminação de espécies reativas de oxigênio (ROS) e, além disso, quando ingerido, apresenta resposta glicêmica não desejável, mostrando rápida absorção e conseqüentemente, alto pico na glicose sanguínea. Como alternativa, existem alguns carboidratos edulcificantes como, por exemplo, o açúcar demerara, mascavo e de coco, incluindo as variedades orgânicas e convencionais, que contem substâncias antioxidantes, como certos polifenóis. Seguindo a hipótese de que esses compostos antioxidantes interferem beneficamente na saúde, esse estudo visou analisar o conteúdo de flavonóides totais em diversos tipos de açúcar comercial e sua relação com a taxa glicêmica. Métodos: Foram obtidos açucares comerciais, na região de Botucatu, SP. As amostras foram compostas de açúcar refinado, açúcar de coco (orgânico e convencional), demerara e mascavo. Para analise do conteúdo de flavonóides totais nos diferentes tipos de açúcar, as amostras foram extraídas em metanol, segundo o método proposto por Popova et al. (2004), totalizando 5 amostras (tipos de açúcar), analisadas em triplicata. O resultado foi expresso em g EQ quercetina/100 g. Para avaliar a resposta glicêmica utilizou-se 12 ratos Wistar em jejum de 12 horas, mantidos previamente com ração e água ad libitum. Os animais foram divididos em 4 grupos, G1 (açúcar demerara), G2 (açúcar mascavo), G3 (açúcar de coco orgânico) e G4 (açúcar de coco convencional ) e receberam solução 30% dos açúcares via gavage. A glicemia foi determinada antes e após a ingestão do açúcar, com intervalo de 30 minutos, por 120 minutos, através do sangue caudal, via glicosímetro. Para efeito de comparação, após o intervalo de uma semana, os grupos de animais foram submetidos a curva glicêmica com açúcar refinado nas mesmas condições.Resultado: Os resultados mostram que o açúcar de coco, tanto convencional, quanto orgânico, possui maior teor de flavonóides totais (11,60 mg/100g e 11,80 mg/100g, respectivamente) e os menores conteúdos foram obtidos no açúcar branco (0,72 mg/100g). Em relação a curva glicêmica, açúcar de coco orgânico (81,66±9,41 mg/dL) e convencional (90,33±6,09 mg/dL) não apresentaram diferença significativa no perfil glicêmico quando comparados entre si ou quando comparados com a sacarose. (83,66 ± 7,33 mg/dL).Conclusão: Açúcares não refinados contem maior teor de flavonóides totais e não induziram alteração na curva glicêmica. Sugerimos que o consumo de açúcar de coco pode ser benéfico pelo conteúdo de flavonóide.

4

Avaliação do hábito alimentar e intestinal em pacientes portadores de nefrolitíase

MANOEL¹, R.M.; CUNHA², N.B.; SILVA³, I.B.L.; CARVALHO¹, C.L.; CALLEGARI¹, M.A.;

KAWANO⁴, P.R.

¹ Graduação de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP,

[email protected]

Introdução: A dieta desempenha um papel importante na etiologia da litíase urinária

(LU) constituindo a terceira patologia mais comum no aparelho genitorinário, sendo superada

apenas pelas infecções urinárias e pelas doenças que acometem a glândula prostática. Atinge

homens e mulheres em sua fase produtiva entre a terceira e quarta década de vida,

predominando no sexo masculino numa proporção de 2:1. Cálculos renais são mais comuns

em indivíduos com alteração intestinal do que na população em geral, devido a mudanças no

metabolismo de oxalato de cálcio e ácido úrico. É sabido que o excesso de glicose resulta no

aumento da excreção urinária de cálcio ou que os fitatos, encontrados em alimentos ricos em

fibras (cereais, legumes e vegetais), podem inibir a cristalização de sais de cálcio urinário,

prevenindo a sua formação. Objetivo: Avaliar o hábito intestinal e alimentar dos pacientes

portadores de LU na tentativa de identificar possíveis padrões de comportamento nesta

população. Métodos: Foram avaliados prospectivamente 135 pacientes portadores de litíase

renal confirmada, acompanhados no HC-UNESP, de janeiro a agosto de 2015. Todos foram

investigados quanto ao hábito intestinal (HI) e alimentar, a partir de Escala de Bristol e

questionário de frequência alimentar, respectivamente, sendo classificados em diarreicos,

obstipados e com hábito normal. Os dados do questionário foram calculados em porções e

subdivididos em grupos alimentares segundo a pirâmide alimentar brasileira. Resultados: Dos

135 pacientes avaliados, 39 eram homens e 96 mulheres, com média de idade de 49,33 anos.

O índice de massa corporal médio (IMC) foi de 29,77 ± 5,53 Kg/m2. O volume médio de

ingestão hídrica diária nos estudados foi de 1597,04 ± 972,53 ml. Com relação ao HI, 86

(63,7%) pacientes eram normais e 47 (36,3%) tinham hábito alterado. Quanto ao consumo

alimentar observou-se que os pacientes diarreicos ingeriam mais óleos e gorduras, enquanto

que os constipados apresentaram ingesta diminuída de feijões e oleaginosas. Conclusão:

Cerca de um terço dos pacientes portadores de litíase renal apresentaram hábito intestinal

alterado, principalmente relacionado à ingestão aumentada de óleos/gorduras e reduzida de

feijões e oleaginosas. Outros alimentos classicamente associados à LU como os ricos em

cálcio e proteínas não variaram nos diferentes grupos.

ISB – Iniciação científica Sem Bolsa

5

Perfil clínico e nutricional de pacientes adultos submetidos a transplante renal

MATOS, B. O.¹; LOSILLA, M. P. R.²

¹ Curso de Nutrição do Centro de Ciências da Saúde, USC, Bauru, SP. [email protected] 2 Docente do Curso de Nutrição do Centro de Ciências da Saúde, USC, Bauru, SP.

Introdução: A insuficiência renal crônica (IRC) é a deficiência progressiva e irreversível da função renal, que leva a alterações clínicas e laboratoriais, representando um importante problema de saúde pública. O transplante renal é eficiente e a melhor opção terapêutica para o paciente abaixo de 50 anos, porém o período pós-transplante não está isento de problemas que exigem acompanhamento nutricional. Objetivo: Verificar o perfil clínico e nutricional de pacientes adultos submetidos a Transplante Renal. Métodos: Tratou-se de um estudo retrospectivo transversal através da análise de dados dos pacientes submetidos a transplante renal durante o período de Janeiro de 2006 a Dezembro de 2012 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB). As variáveis avaliadas foram: características gerais, nutricionais, antropométricas e laboratoriais. Resultados: No presente estudo foi traçado um perfil composto por pacientes do sexo masculino, adultos, com reduzido consumo de fibras e gorduras, sedentários, eutróficos, porém com depleção leve através da contagem total de linfócitos, albumina no limite da normalidade, hipertensos, em tratamento hemodialítico prévio, apresentando dislipidemia e clearance de creatinina indicativo de insuficiência renal moderada com alterações em exames bioquímicos. Conclusão: Esta população apresenta diversas alterações nutricionais, tornando-se imprescindível a realização de acompanhamento nutricional individualizado.

6

Estado nutricional e o consumo de fibras e gorduras de pacientes com Doença de

Chagas em acompanhamento ambulatorial.

MANTOVANI1, M.S.; FREITAS¹, J.S.; SACILOTTO

2, L.B.; PEREIRA

3, P.C.M.; PAPINI

4, S.J.

1 Aprimoramento Profissional de Nutrição em Doenças Tropicais , Faculdade de Medicina,UNESP, Botucatu, SP.

[email protected] 2 Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, UNESP, Botucatu, SP.

3 Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por Imagem, Faculdade de

Medicina, UNESP, Botucatu, SP. 4 Departamento de Enfermagem, Faculdade de Medicina, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução: A Doença de Chagas é uma doença infecciosa causada pelo protozoário

Trypanosoma cruzi. A evolução clínica da doença pode se diferenciar em duas fases, aguda e

crônica que pode ser classificada em forma indeterminada, cardíaca, digestiva ou mista. Na

América Latina estima-se que existam cerca de 8-9 milhões de pessoas infectadas, no Brasil

cerca de 2-3 milhões de pessoas possuem a doença, em 2011 representou a quarta causa de

morte entre as doenças infecciosas e parasitárias. Esta doença é negligenciada uma vez que

não existem novos tratamentos medicamentosos há mais de 40 anos. Além do

acompanhamento médico, o acompanhamento nutricional destes pacientes é de fundamental

importância, uma vez que os mesmos seguem a tendência da população mundial, possuindo

uma alimentação rica em gorduras e pobre em fibras, surgindo assim as doenças crônicas não

transmissíveis particularmente as doenças cardiovasculares. Objetivo: Avaliar o consumo de

fibras e de gorduras de pacientes com Doença de Chagas em acompanhamento nutricional

ambulatorial. Métodos: Trata-se de estudo transversal no qual foram avaliados 68 pacientes

de ambos os sexos atendidos no Ambulatório de Doenças Tropicais da Faculdade de Medicina

de Botucatu - UNESP. Na avaliação foram coletados os dados de sexo, idade, diagnóstico,

Índice de Massa Corporal (IMC), escore de fibras e gorduras e comorbidades. Resultados: Em

relação ao sexo metade da amostra era do masculino, com idade média de 59,3 ± 8,4 anos. A

forma clínica predominante da doença foi a indeterminada 69,1%, 20,6% digestiva, 7,4%

cardíaca e 2,9% mista. Segundo a classificação do IMC 42,6% dos indivíduos eram obesos,

sobrepeso 19,1%, eutróficos 36,7% e baixo peso 1,47%. O escore de fibras indicou que 80,8%

dos pacientes apresentavam baixo consumo, 14,7% consumo regular e 4,4% consumo

adequado. Em relação ao escore de gorduras 73,5% dos pacientes referiram consumo mínimo,

17,6% de consumo baixo, relativamente alto 5,8% e 2,9% alto. As comorbidades com maior

prevalência foram Dislipidemia 80,8%, Hipertensão arterial 42,6%, Diabetes Mellitus 17,6%.

Conclusão: Importante salientar que cerca de 61,7% dos indivíduos estavam acima do peso

que, somado a um baixo consumo de fibras, torna-se um fator preocupante que pode ser

revertido com intuito de evitar as doenças crônicas não transmissíveis, principalmente as

dislipidemias, comorbidade encontrada com maior prevalência na população estudada. Deste

modo, a avaliação e a orientação nutricional tornam-se indispensável visando a adequação do

estado nutricional e melhora da qualidade de vida dos pacientes com Doença de Chagas.

7

8

A percepção de estudantes de medicina sobre dieta saudável: uma lacuna

a ser discutida

ROSSI, T.C.

1; CATARUCCI, F.M.

2; RAMOS, V.E.M.

3; PATRICIO, K.P.

4

1 Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

[email protected]. 2 Doutoranda do programa de Saúde Coletiva do Departamento de Saúde Pública,

Faculdade de Medicina, Unesp, Botucatu, SP. 3 Curso de Medicina da Faculdade de Medicina , Unesp, Botucatu, SP.

4 Departamento de Saúde Pública, Faculdade de Medicina, Unesp, Botucatu, SP.

Introdução: Apesar das evidências de que a dieta saudável é uma das protagonistas na promoção da saúde, sendo essencial na prevenção de muitas doenças, e ser o fator mais significativo para evitar a morte prematura e invalidez, a maioria dos cursos de medicina ainda não aborda a nutrição com profundidade. Os cursos ofertam em média de 20 a 30 horas de estudo durante os seis anos da graduação, formando profissionais sem uma visão adequada sobre o tema em meio a um cenário epidemiológico mundial de crescente predominância de doenças crônico degenerativas associadas a fatores alimentares. Objetivos: compreender o que estudantes de Medicina, do primeiro ao sexto ano, consideram como uma dieta saudável, por meio de entrevistas semiestruturadas. Métodos: A pesquisa foi realizada com estudantes de Medicina de uma escola Médica pública do interior do Estado de São Paulo, que participavam de outra pesquisa sobre redução de estresse e aumento de empatia. Foram selecionados aleatoriamente e o tamanho amostral foi estabelcido pela saturação das respostas. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas e para tratamento dos dados coletados utilizou-se a análise de conteúdo, na abordagem representacional do tipo temática, proposta por Bardin, 2011.Resultados: Foram entrevistados 28 alunos do 1o ao 6o ano do curso. A partir da fala dos alunos, pudemos observar que o grupo considera uma dieta balanceada em termos de macro e micronutrientes, com ingesta adequada de frutas e vegetais como sendo adequada para a manutenção da saúde: “Acho que é isso, manter esse balanceamento entre verduras, frutas e carboidratos e proteínas. Eu acho que é isso basicamente” (e17). Embora estes conceitos já sejam bem solidificados e difundidos inclusive para o público em geral, notou-se que em vários momentos os entrevistados aparentavam possuir um domínio superficial desta ciência, demonstrando dúvida e incerteza quando indagados sobre o que consideravam uma alimentação saudável: “Não sei. Uma dieta que seja balanceada no sentido de você conseguir todos os nutrientes que você...eu tenho um conceito bem vago, né? Mas...mas eu penso que seja algo assim”. (e11). “...comer menos gordura, isso. Não sei...mas que também ajuda a manter a energia? “(e6). Conclusão: Nossos resultados evidenciam conhecimento superficial sobre dieta saudável entre os entrevistados, podendo dificultar uma adequada orientação dos seus futuros pacientes em relação a este tema e também o diálogo com profissionais nutricionistas. Nota-se a necessidade de ampliar a discussão nutricional no currículo médico, com uma visão mais aprofundada dos conceitos.

Apoio Financeiro: FAPESP (bolsa de treinamento técnico TT-1)

9

Aproveitamento Integral dos Alimentos: Aplicação prática e aceitabilidade

SANTOS. C.1, MORAES. A.

2, LOSILLA M.P.R.

3

¹ Curso de Nutrição do Centro de Ciências da Saúde, USC, Bauru, SP. [email protected] ² Curso de Nutrição do Centro de Ciências da Saúde, USC, Bauru, SP. 3 Docente do Curso de Nutrição do Centro de Ciências da Saúde, USC, Bauru, SP.

Introdução: Nos últimos anos a população brasileira vem enfrentando a fome e o desperdício de alimentos, sendo um dos maiores problemas para um país com grande exportação, mas que não consegue suprir suas próprias necessidades nutricionais. (NUNES, 2009). A utilização de partes alternativas das hortaliças, como folhas, talos e cascas, vem se mostrando uma das melhores soluções acessíveis à população menos favorecida junto ao combate das deficiências nutricionais, principalmente de vitaminas e minerais, destacando-se as vitaminas A, C, riboflavina, ácido fólico e ferro, através de receitas de uso doméstico com aproveitamento integral de alimentos que contribuem para o enriquecimento alimentar e aumentaria o valor nutricional e a disponibilidade de fibras, vitaminas e minerais. (PEREIRA, 2003). Objetivo: O presente trabalho objetivou elaborar preparações utilizando o aproveitamento integral de alimentos, analisar o nível de aceitabilidade e orientar a população do estudo sobre como aproveitar os alimentos e os nutrientes que estes oferecem. Metodologia: Tratou-se de estudo prospectivo transversal, quantitativo, no qual clientes e funcionários de um supermercado de Bauru foram convidados a participar da pesquisa, na última semana do mês de Fevereiro de 2016, mediante abordagem aleatória. Para a realização do trabalho foi montado uma mesa de exposição com decoração atrativa referente ao tema, estrategicamente no setor de hortifruti, onde há o maior fluxo de clientes e por ser o melhor local que retratava o tema e confeccionado duas preparações a base da utilização integral dos alimentos: uma torta elaborada com a casca da abobrinha, talos de couve, folha da beterraba e cenoura; e um suco contendo a casca do abacaxi, couve, água de coco e hortelã. Após o aceite em participar da pesquisa, realizou-se a degustação das duas preparações e a seguir o preenchimento do questionário contendo dados pessoais e a escala hedônica de 4 pontos que avaliou cor, sabor, textura e aceitabilidade. Além disso, foram calculados a intenção de compra e o índice de reprodução. Os dados foram tabulados e as variáveis foram descritas por meio de suas frequências absoluta e relativa. Resultados: Participaram do estudo, voluntariamente, 275 clientes e funcionários. Os resultados apontaram maioria do sexo feminino (66%), clientes (90%), adultos (idade média de 46±16,24 anos) e em sobrepeso (IMC 26,89±5,84 kg/m

2). 88% dos

entrevistados relataram consumir frutas e hortaliças pelo menos 1x/dia porém 74% deles responderam que jogam todas as cascas, folhas e talos dos alimentos. Em relação à cor, a maioria dos entrevistados destacou a cor intensa (100% para torta e 52% para o suco). Quanto ao sabor, a maioria classificou a torta como saborosa (46%) e o suco como muito saboroso (49%). Já quanto a textura, a maioria escolheu a torta como macia (61%) e em relação à aceitabilidade, a maioria avaliou como muito aceitável (100% para a torta e 89% para o suco). A intenção de compra foi de 88% para a torta e 91% para o suco, já índice de reprodução foi de 97% para ambas as receitas. Conclusão: O presente estudo mostra que grande parte da população busca uma alimentação saudável, porém não sabem utilizar o aproveitamento integral dos alimentos. As preparações estudadas foram muito bem aceitas pela população, sendo necessário, portanto a realização de novos projetos de educação nutricional visando estimular a inclusão dessas e outras receitas na rotina alimentar da população.

10

Avaliação do hábito intestinal de frequentadores de um supermercado de Bauru/SP

relacionado ao consumo de FLV LOSILLA¹, M.P.R., MORAES², A. D.,SANTOS,C.

1Docente do curso de nutrição da Universidade Sagrado Coração – USC;

[email protected]; ²Estudantes do curso de nutrição da Universidade do Sagrado Coração – USC. Introdução: Os hábitos alimentares influenciam muito na qualidade de vida dos indivíduos, na qual uma alimentação balanceada ajuda no controle homeostático fisiológico e no desenvolvimento de patologias. Pesquisas recentes mostram que dietas ricas em fibras protegem contra obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer, como o de intestino por ajudar no fluxo intestinal. Este consumo esta diretamente ligado, a ingestão de frutas, legumes e hortaliças, que apresentam índices ainda maiores deste nutriente em suas cascas, folhas e talos que na maioria das vezes são desprezados, mas poderiam ser aproveitados integralmente em algumas receitas. Objetivo: Avaliar o hábito intestinal de frequentadores de um Supermercado na cidade de Bauru, relacionando-o ao consumo de vegetais e suas cascas. Métodos: Participaram do estudo 275 consumidores e colaboradores de um supermercado localizado no centro da cidade de Bauru-SP, a eles foram aplicados questionários sobre hábitos intestinais, aproveitamento integral de alimentos e sobre a frequência do consumo de FLV, a pesquisa foi realizada no mês de fevereiro de 2016. Resultados: Foi observado que 96,4% da amostra consome frutas legumes e verduras, sendo que apenas 46% dos produtos é consumido com a casca. O hábito intestinal da população que consome os vegetais com a casca mostra-se positivo onde 85% da amostra relata ir ao banheiro todos os dias, valores semelhantes são encontrados ao analisar o hábito intestinal da amostra que consome os vegetais sem as cascas, no entanto avaliando os hábitos intestinais da amostra que não consome frutas, legumes e verduras observa-se um hábito intestinal mais monótono no qual 69% dos entrevistados classificados no grupo relatam ir ao banheiro apenas uma vez por semana. Conclusão: Conclui-se que os indivíduos que consomem FLV com ou sem as cascas apresentam um hábito intestinal mais equilibrado, devido a um maior consumo de fibras, sendo que os consumidores que não consomem estes alimentos encontram maiores dificuldades de ir ao banheiro.

11

Prevalência de Síndrome Metabólica e de seus componentes em pacientes litíasicos

atendidos em ambulatório especializado

CALLEGARI¹, M.A.; CUNHA², N.B.; SILVA², I.B.L.; GUN², M.C.Z.L.; AMARO², J.L.;

KAWANO, P.R.²

¹ Graduando em Nutrição. Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP

² Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. Departamento de Urologia, Botucatu, SP,

Brasil.

Introdução: A síndrome metabólica (SM) constitui um conjunto de fatores responsável pelo

aumento do risco de várias doenças crônico-degenerativas devido a um estado pró-inflamatório

permanente. Apesar das diferentes definições, há um consenso geral sobre seus principais

componentes: obesidade, hipertensão e distúrbios do metabolismo de hidratos de carbono e de

lípido. Alguns autores propõem que alguns destes fatores possam ser precursores da

nefrolitíase (NL), embora ainda não existam dados suficientes para explicar com exatidão os

mecanismos envoldidos no processo. Sabe-se que a nutrição desempenha papel primordial na

prevenção e controle da SM, bem como de seus componentes, e também da NL, e que a

busca por dados que apresentem maiores informações sobre o perfil dos indivíduos assistidos

é essencial para nortear as estratégias a serem desenvolvidas por profissionais atuantes na

área. Objetivos: Avaliar retrospectivamente a prevalência de SM e de seus componentes em

uma população de pacientes litiásicos acompanhada em ambulatório especializado. Métodos:

Foram avaliados retrospectivamente os pacientes portadores de NL confirmada, em

acompanhamento no Ambulatório de Litiase do HC UNESP, no período de 2005 a 2013. Foram

coletados dados demográficos, bem como de peso, altura, glicemia, colesterol, triglicérides e

pressão sistólica e diastólica. O diagnóstico de SM foi confirmado pela presença de três ou

mais dos critérios segundo definição da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Resultados: Dos 824 pacientes avaliados, apenas 108 apresentaram todas as informações

necessárias para inclusão no estudo. Destes, 50 apresentaram diagnóstico de SM,

representando uma prevalência de 46,29%. Dos indivíduos com SM, 52% apresentavam IMC >

30kg/m²; 82% HDL< 50mg/dl; 92% triglicerideos > 150mg/dl; 38% glicemia > 110 mg/dl e 84%

PAS > 130mmHg e/ou PAD > 85mgHg, enquanto que os pacientes sem diagnóstico de SM

apresentaram prevalências de 22,41%, 37,93%, 31,04%, 13,79% e 39,65%, respectivamente.

As médias dos exames de colesterol HDL, triglicerídeos, pressão arterial, glicemia e índice de

massa corpórea (IMC) no grupo com SM foram, respectivamente, 43,82mg/dl, 261,5mg/dl,

140/91mmHg, 108,3mg/dl e 29,68kg/m². Apenas as médias da glicemia e IMC se apresentaram

dentro da faixa de normalidade neste grupo. Além disso, todas as médias do grupo com SM

foram superiores aos do grupo sem diagnóstico de SM (IMC = 27,41kg/m²; HDL = 52,18 mg/dl;

triglicerídeos = 185,5mg/dl; Glicemia = 100,72mg/dl; Pressão arterial = 127/81mmHg).

Conclusão:. Em nosso estudo, tanto os pacientes com diagnóstico de SM quanto os que não

possuíam apresentaram altas prevalências dos fatores associados à SM. Portanto, tais fatores

devem ser levados em conta durante a formulação de estratégias de prevenção e controle de

pacientes portadores de litíase renal.

12

Análise da composição nutricional de macro e micronutrientes na alimentação pré-

escolar no município de Botucatu/SP.

OLIVEIRA1, L.P.; ARANHA

2, F.Q.; MANOEL

3, R.F.; PASSOS

4, M.

1 Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2 Departamento de Educação, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

3 Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

4 Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

Introdução: A nutrição adequada é o principal fator para o crescimento e desenvolvimento da criança, principalmente na fase escolar. Os cardápios oferecidos para creches no município de Botucatu seguem as diretrizes do Programa de Nutrição e Alimentação Escolar (PNAE, 2009), e deve atender as necessidades nutricionais do aluno de acordo com o período em que realiza as atividades escolares. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar o cardápio da alimentação escolar, oferecida aos alunos da pré-escola de um município de Botucatu-SP, em comparação ao estabelecido pelo PNAE, quanto à composição nutricional e fornecimento de 20% das necessidades nutricionais dos alunos matriculados. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal sobre o cardápio oferecido na alimentação escolar para os alunos entre 4 e 5 anos de idade da pré-escola no município de Botucatu-SP em 3 escolas diferentes, no mês de Junho de 2015. Os cardápios analisados foram oferecidos nas escolas em dias consecutivos tendo inicio no primeiro dia letivo da semana. As recomendações nutricionais de macro e micronutrientes utilizadas como referência são as recomendadas pela legislação do PNAE. Para o cálculo dos macro e micronutrientes utilizou-se a Tabela para Avaliação de Consumo em Medidas Caseiras e a Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos (TACO). Foi utilizado para o cálculo do cardápio o per capita determinado pelo PNAE para a faixa etária de 4-5 anos. O padrão de ingestão diário de uma refeição oferecida, de acordo com as recomendações do PNAE, para a faixa etária entre 4 e 5 anos de idade são: 270 kcal, distribuídas em 43,9 g de carboidrato, 3,4 g de proteína, 6,8 g de lipídio e 5,0 g de fibras. Já em relação aos micronutrientes, o recomendado é: 80 mcg de vitamina A, 5 mg de vitamina C, 160 mg de cálcio, 2,0 mg de ferro, 26 mg de magnésio e 1,0 mg de zinco

8. Para verificar o

percentual de adequação frente ao recomendado, foi realizada uma comparação entre as médias de nutrientes da Alimentação Escolar fornecida diariamente e o valor das necessidades nutricionais fixadas pela legislação. Resultados: A partir da análise do cardápio oferecido nas escolas, foram encontrados os seguintes percentuais de adequação seguindo os parâmetros do PNAE: energia (119,01%), carboidrato (124,23%), proteína (228,09%), lipídios (212,5%), fibras (134%), vitamina A (45,66%), vitamina C (953,2%), cálcio (30,21%), ferro (162,5%), magnésio (158,96%) e zinco (356%). A análise do valor nutricional da alimentação oferecida nas escolas representa um importante instrumento avaliador da qualidade e da quantidade dos alimentos ofertados, sendo possível traçar novas políticas e ações que visem à melhoria da saúde e alimentação das crianças. Conclusão: A alimentação escolar é uma necessidade básica aos alunos durante sua permanência na escola, visando a melhorar a capacidade de aprendizagem, formar bons hábitos alimentares, promover crescimento adequado, e manter o aluno na escola; portanto, deve suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais diárias dos alunos. A meta de fornecer 20% das necessidades nutricionais diárias aos alunos, não foi totalmente atingida, pois alguns micronutrientes ficaram abaixo da recomendação, porém quase todos os nutrientes atingiram a adequação. A grande dificuldade observada foi aliar a oferta de alimentos fontes de proteínas, cálcio e fibras, todos em uma única refeição, respeitando os hábitos alimentares dos estudantes sem, no entanto, elevar o custo da refeição.

Apoio financeiro: PROEX (Projeto de Extensão) 13

14

Suplementação com L-triptofano e administração de cloridrato de fluoxetina no controle

ponderal e no desenvolvimento da depressão induzida pelo nado forçado – estudo

experimental

COSTA¹, M.R.; LILLI², A.J.; JOEL³, R.L.C.; RAMIRES4, T.; URIBE

5, A.G.S.M.

¹Graduada em Nutrição pela Universidade do Sagrado Coração (USC), Bauru, SP.

[email protected]

² Graduada em Nutrição pela Universidade do Sagrado Coração (USC), Bauru, SP.

³ Graduada em Nutrição pela Universidade do Sagrado Coração (USC), Bauru, SP. 4 Graduada em Nutrição pela Universidade do Sagrado Coração (USC), Bauru, SP.

5Doutora. Professora, Departamento de Nutrição, Universidade do Sagrado Coração

(USC), Bauru, SP.

Introdução: O triptofano é um aminoácido aromático essencial que contribui para a regulação

de diversos mecanismos fisiológicos. No sistema nervoso central, atua como precursor da

serotonina, um neurotransmissor conhecido pela regulação do humor, ansiedade e ingestão

alimentar. Sua deficiência pode, portanto, estar relacionada ao desenvolvimento da depressão

e da obesidade, morbidades que representam um importante problema de saúde pública.

Objetivo: Comparar os efeitos da suplementação de L-triptofano (L-TRP) e da administração

de Cloridrato de Fluoxetina (FLX) no desenvolvimento da depressão e no controle ponderal em

ratos da linhagem Wistar. Métodos: Foram utilizados 32 ratas fêmeas, divididas de forma

aleatória em 4 grupos de 8 animais cada: grupo C (controle) que recebeu veículo aquoso no

volume de 0,8ml por dia, por gavagem; grupo LT I (administração de L-TRP) que recebeu, via

gavagem, 48,3mg de L-TRP diluídas em 0,8ml de solução aquosa; grupo LT II (suplementação

de L-TRP) que recebeu, via gavagem, 69mg de L-TRP diluídas em 0,8ml de solução aquosa; e

grupo CF (administração de FLX) administração de 71mcg de FLX, por via gavagem, diluída

em 0,8ml de solução aquosa. Os animais foram submetidos ao teste do nado forçado para

indução da depressão. O controle do consumo de ração foi diário e as variações ponderais

aferidas ao início e ao término do experimento. Os dados coletados foram submetidos à analise

estatística descritiva com comparação dos 4 grupos entre si, por meio do Teste de Tukey, ao

nível de 5% de significância. Resultados: Os grupos CF e L-TI não sofreram alterações quanto

ao consumo médio de ração (C= 18,77g, CF=18,38g,LTI=18,46g, p>0,05) e ao controle

ponderal (C=21g, CF=26g, LTI=25g, p>0,05). Entretanto, os mesmos grupos induziram uma

resposta antidepressiva representada pelo menor tempo de imobilidade no TNF (C=55,38seg.,

CF=18,25seg., LTI=14,63seg., p<0,0001). O grupo LTII obteve resultados positivos quanto ao

tratamento que culminou em redução da ingestão alimentar média (LTII=17,66g, p=0,0371) e

do ganho de peso médio (C=55,38seg., LTI=1g, p=0,0033), porém, apresentou maior resposta

depressiva ao TNF (LTII=47,5. p>0,05). Conclusão: A suplementação com L-TRP (69mg)

reduziu a ingestão alimentar impactando sobre a evolução ponderal, no entanto, não exerceu

efeito antidepressivo. O tratamento com FLX e L-TRP (48,3mg) não influenciou na modulação

da homeostase energética, entretanto, levou a um efeito antidepressivo representado pelo

menor tempo de imobilidade. 15

Tratamento com Curcuma longa reduz níveis de interleucina-6 no plasma e tecido

adiposo após o consumo de frutose

LO, A.C.T¹; FRANCISQUETI; F.V²; M I FERREIRA3; GPP, LIMA

3; SANTOS, K.C

2; CORREA

C.R2.

1 Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP¹ [email protected] 2 Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP² 3 Instituto de Biociências de Botucatu- UNESP

3

Introdução: O aumento no consumo de frutose está associado à maior produção de citocinas pró inflamatórias como, por exemplo, a Interleucina 6 (IL-6) pelo tecido adiposo, o que pode posteriormente atingir a circulação, comprometendo outros órgãos. Objetivo: Avaliar o feito da Curcuma longa sobre os níveis de IL-6 no plasma e no tecido adiposo de animais consumindo frutose. Materiais e Métodos: Foram utilizados ratos Wistar machos (n=24), com 30 dias de idade. Os animais inicialmente receberam dieta padrão + água com frutose- 30% (PF) por 15 semanas. Após esse período, foram divididos em dois grupos para continuarem recebendo a frutose e o tratamento com placebo (P) ou Curcuma longa (CL) (0,8 mg/kg) via gavagem por mais 8 semanas Foram avaliados o peso final (g) e níveis de IL-6 no tecido adiposo epididimal e no plasma. Os grupos foram comparados por teste T de Student. Resultados: Não houve diferença nos pesos finais (g) (P= 495,86 ±56,07; CL= 503 ±73,24). Em relação a IL-6, houve diminuição dessa citocina tanto no tecido adiposo (pg/g de tecido) (P=0,60 ±0,08; CL= 0,25±0,10) como no plasma (pg/mL) (P= 0, 221±0,02; CL= 0,124±0,03) no grupo tratado com Curcuma longa Conclusão: Esses dados permitem concluir que o consumo diário de 30% de frutose não alterou o peso dos animais, entretanto, foi suficiente para aumentar os níveis de citocinas no plasma e no tecido adiposo, quadro que foi revertido após o tratamento com Curcuma longa .

16

Efeito do imunomodulador P-MAPA combinado com cisplatina sobre parâmetros

nutricionais, ciclo estral e volume dos tumores ovarianos em ratas Fischer 344.

FERREIRA1, G.M.; FÁVARO

2, W.J.; LUPIJr

2, L.A.; CHUFFA

2, L.G.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2Departamento de Anatomia, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

Introdução: O câncer de ovário (CO) apresenta elevada incidência em mulheres no período pós-menopausa e com diagnóstico tardio e baixo prognóstico, é a quarta causa de morte por câncer. O CO responde inicialmente aos tratamentos com quimioterápicos, porém, muitas mulheres desenvolvem quimioresistência. Objetivo: Tendo em vista que P-MAPA possui função imunomoduladora e oncostática e, também, parece potencializar os efeitos de outros quimioterápicos como a cisplatina, nosso objetivo foi avaliar o efeito da indução tumoral ovariana e verificar a influência do tratamento com o P-MAPA, associado ou não com cisplatina, sobre os aspectos nutricionais, ciclo estral e o volume do CO em ratas Fischer 344. Métodos: Foram utilizadas 40 ratas da linhagem Fischer 344. Os tumores foram induzidos através de injeção com 100 μg de DMBA sob a bursa ovariana. Após o desenvolvimento tumoral, os animais destinados a imunoterapia com P-MAPA receberam doses de 5 mg/kg i.p., 2x por semana, durante 60 dias. Os animais tratados com cisplatina (CIS), receberam duas doses de 5 mg/kg i.p. por semana (as segundas e quintas-feiras) dissolvido em 0.2 mL de salina 0.9 % (v/v) durante 60 dias. As injeções i.p. (veículo ou veículo+droga) foram realizadas de manhã, totalizando 16 aplicações por animal. Desse modo, quatro grupos foram formados (n= 10/grupo); OC: animais controles induzidos com DMBA que receberam solução fisiológica (veículo); OC+P-MAPA: animais induzidos com DMBA, e tratados com P-MAPA; OC+CIS: animais induzidos com DMBA, e tratados com Cisplatina; OC+P-MAPA+CIS: animais induzidos com DMBA, e tratados com doses simultâneas de P-MAPA e Cisplatina. Aos 260 dias, as fêmeas foram anestesiadas e eutanasiadas para coleta e processamento das amostras. Resultados: Não houve diferença significativa do consumo alimentar, líquido e energia ingerida entre os grupos experimentais. O ciclo estral foi prolongado e bastante irregular após a indução tumoral, onde houve permanência maior na fase de diestro (60% do período); no entanto, o tratamento com P-MAPA e CIS reduziu a duração do ciclo estral e a permanência na fase de diestro. Não houve diferença entre o peso corpóreo final e o ganho de peso durante o período experimental. O peso absoluto e relativo do ovário esquerdo foi significativamente maior nos animais do grupo OC. Notavelmente, os animais que foram tratados com CIS e combinação P-MAPA+CIS apresentaram, respectivamente, redução de 35% e 31% da massa tumoral quando comparados ao grupo OC, evidenciando a eficiência desses tratamentos em restaurar a massa dos ovários. Finalmente, os pesos absoluto e relativo do ovário direito, oviducto e útero não diferiram significativamente entre os grupos experimentais. A incidência de OC foi aumentada entre o 4º ao 8º mês após a injeção de DMBA atingindo quase 80% do total de neoplasmas desenvolvidos nos ovários. A terapia com CIS e a combinação P-MAPA+CIS mostrou uma redução efetiva no volume do OC após 30 dias de tratamento. Adicionalmente, o P-MAPA e CIS isolados ou em combinação reduziu, significativamente, o volume do tumor após 60 dias de tratamento. A combinação de P-MAPA e CIS foi mais eficiente em promover a redução do volume do OC em comparação com P-MAPA. No final dos tratamentos, os grupos CIS e P-MAPA+CIS exibiram uma diminuição significativa na massa tumoral. Conclusão: Conclui-se que os tratamentos não alteram o consumo alimentar e ganho de peso, e restauram o ciclo estral. O tratamento com cisplatina, associado ou não com P-MAPA, reduz similarmente o volume e a massa do OC.

Apoio financeiro: FAPESP N.Proc. 2015/00423-4.

17

Influência de dieta Ocidental sobre o desenvolvimento da obesidade e comorbidades em

ratos Wistar

MARCIANO1, C.L.C.

; VILEIGAS

2, D.F.; SANT’ANA

2, P.G.; CAMPOS

2, D.H.S.; PADOVANI,

C.R.; CICOGNA2, A.C.;

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução: A obesidade é uma doença metabólica crônica associada a diversas

comorbidades como dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares. É considerada uma epidemia mundial visto que sua incidência e prevalência tiveram aumento progressivo nas últimas décadas. O elevado consumo de dietas ricas em ácidos graxos saturados em açúcares simples, também conhecida como dieta Ocidental, representa o consumo contemporâneo responsável pela epidemia dessa patologia. O uso de modelos animais de obesidade induzida por dieta hipercalórica se mostra uma ferramenta importante e apropriada, porém a maioria dos estudos experimentais que envolvem obesidade em ratos tem utilizado dietas hiperlipídicas, sem a associação de açúcares simples. Objetivo: Avaliar a influência da dieta Ocidental no desenvolvimento da obesidade e comorbidades em um modelo de roedores. Métodos: Ratos Wistar foram randomizados em dois grupos: controle (C, n=13; dieta normocalórica) e obeso (Ob, n=13; dieta Ocidental). O período experimental foi de 41 semanas. A obesidade foi caracterizada pelo índice de adiposidade (IA,%; somatória dos depósitos de gordura epididimal, retroperitonial e visceral normalizada pelo peso corporal final e multiplicada por 100). Foram analisados o perfil nutricional (ingestão alimentar e calórica, peso e gordura corporal e eficiência alimentar) e comorbidades como, dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica e intolerância à glicose. Resultados: A exposição prolongada à dieta Ocidental promoveu aumento significativo de peso corporal final, gordura corporal total e índice de adiposidade (p<0,001). Os animais Ob apresentaram menor ingestão alimentar (p<0,001) e calórica (p=0,003) comparado aos C, porém a eficiência alimentar foi maior no grupo Ob (p<0,001). Os ratos Ob mostraram elevação nos níveis séricos de triglicerídeos (p=0,045) e glicemia (p=0,01), hipertensão arterial sistêmica (p=0,027) e intolerância à glicose (p=0,002) em relação aos C. Conclusão: Este estudo descreveu um eficiente modelo de obesidade, desde que a dieta Ocidental promoveu expansão do tecido adiposo e diversas comorbidades. Portanto, é um modelo que pode ser utilizado em futuras pesquisas relacionadas com a investigação de estratégias de prevenção e terapêutica e de mecanismos envolvidos na obesidade.

18

Efeito do consumo de uma dieta rica em carboidrato sobre peso corporal, parâmetros

metabólicos e pressão arterial sistólica em ratos Wistar

MENDES1,2

, J.P.; FRANCISQUETI2, F.V.; GARCIA

2, J.L.; FERRON³, A.F.; SANTOS

2, K.C.

e CORRÊA2, C.R.

1 Curso de Biomedicina da Faculdade Sudoeste Paulista, FSP, Avaré, SP. [email protected]

2Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina, UNESP, Botucatu, SP.

3Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução: A ingestão excessiva de açúcar (sacarose) é uma das principais causas do

aumento da obesidade, e de doenças como diabetes mellitus, aumento da pressão arterial e do

nível de triglicérides, aumentando os fatores de risco de infarto e acidente vascular cerebral

(AVC). Objetivo: Avaliar o efeito de uma dieta rica em carboidratos simples sobre o peso

corporal, parâmetros metabólicos e pressão arterial sistólica em ratos Wistar. Metodologia:

Ratos Wistar machos (n=20 animais) foram divididos para receber dieta controle (C, n=10

animais) ou dieta rica em carboidrato(CHO, n=10 animais) por um período de 20 semanas. A

dieta rica em CHO era formada pela ração (53,5%da energia de carboidrato + 25% de

sacarose na água). O peso corporal (g) aferido semanalmente e o consumo de ração

diariamente (g/dia). O consumo calórico diário (kcal/dia) foi feito considerando o valor calórico

de ração e água. Ao final do período, foram dosados glicemia de jejum (mg/dL), triglicérides

(mg/dL), colesterol total (mg/dL), ácido úrico (mg/dL) e pressão arterial sistólica (mmHg). Os

resultados foram comparados por teste T-student ou Mann- Whitney de acordo com a

distribuição das variáveis e os dados estão apresentados em média ± desvio padrão ou

mediana (25%-75%). Resultados: Os animais do grupo C consumiram maior quantidade de

ração (C= 18,07 ± 2,29 vs CHO= 11,17 ± 2,62, p<0,001), porém menos calorias (C= 63,33 ±

8,22 vs CHO= 78,15 ± 12,56, p=0,014). Após 20 semanas, houve diferença no peso corporal

(C=439 ± 45,88g vs CHO= 521,17 ± 60,21, p=0,007), glicemia de jejum (C= 92,25 ± 18,03 vs

CHO= 119,5 ± 11,58, p=0,004), triglicérides (C= 85,19 ± 21,45 vs CHO= 125,90 ± 36,59,

p=0,027) e pressão sistólica (C=128,28 ± 1,54 vs CHO= 135,96 ± 1,30, p= 0,006) . Não houve

diferença nos níveis de ácido úrico (C= 1,43 ± 0,53 vs CHO= 1,32 ± 0,29, p= 0,65). Conclusão:

O consumo de uma dieta rica em carboidrato levou ao ganho de peso, alterações metabólicas

e hipertensão nos animais.

19

Efeito do consumo farinha da casca de maracujá (Passiflora edulis) sobre a composição

corporal na obesidade

PANELLI

1,3, M.F.; PIERINE

2, D.T.; SOUZA

2, S.L.B.; BORGUINI, M.G.

3; MINATEL, I.O.

3;

LIMA, G.P.P. 3; CICOGNA

2, A.C.; CORRÊA

4, C.R.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP. [email protected]

2Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, UNESP, Botucatu, SP.

3Departamento de Química e Bioquímica, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP.

4Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução: A obesidade é uma doença metabólica crônica conhecida pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo, que pode causar danos à saúde. O papel da alimentação saudável e equilibrada é essencial para combatê-la e diversos alimentos têm sido alvos de estudo para auxílio no tratamento e prevenção da obesidade e suas comorbidades. A farinha da casca de maracujá (Passiflora edulis) é rica em substâncias que podem influenciar na composição corporal e auxiliar o tratamento prevenindo o surgimento de complicações associadas à obesidade, como fibras solúveis e insolúveis e compostos antioxidantes. Objetivo: testar a hipótese de que o consumo da farinha da casca de maracujá altera a composição corporal em camundongos db/db geneticamente obesos. Métodos: Foram estudados 32 camundongos db/db geneticamente obesos divididos em 4 grupos com n de 8 animais por grupo: eutrófico controle (C), eutrófico intervenção (C+maracujá), obeso controle (Ob) e obeso intervenção (Ob+maracujá). O início da intervenção se deu quando os animais apresentavam 8 semanas de vida e a eutanásia ocorreu com 16 semanas de vida. A alimentação foi ofertada ad libitum e, para os grupos intervenção, a ração comum foi adicionada de farinha da casca de maracujá na dose 0,7 g/kg de ração (aproximadamente 1g/kg de peso do animal/dia). Os animais foram pesados (g), anestesiados (ketamina 0,1 mg/g e xilazina 0,01 mg/g) e em seguida eutanasiados por decaptação. Os depósitos de tecido adiposo epididimal, retroperitonial, visceral e subcutâneo foram dissecados e pesados. Os animais foram analisados quanto ao peso e somatória dos depósitos de gordura. Os resultados foram expressos em média e desvio padrão. Para a comparação das variáveis entre os grupos (controle e obeso) foi utilizada a análise de variância de duas vias ANOVA – Two way. Resultados: Os animais obesos apresentaram peso corporal (g) superior (p<0,05) aos controles e o grupo obeso intervenção apresentou peso corporal inferior (p<0,05) ao grupo obeso controle (C: 27,5±2,0; C+maracujá: 25,4±3,6; Ob: 53,8±1,4; Ob+maracujá: 49,3±5,4). A gordura corporal dos animais foi maior (p<0,05) nos obesos em relação aos controles e a somatória da gordura corporal do grupo obeso intervenção foi menor (p<0,05) que do grupo obeso controle (C: 1,1±0,4; C+maracujá: 0,7±1,5; Ob: 15,9±0,2; Ob+maracujá: 14,0±2,3). Os animais que receberam a suplementação apresentaram ingestão de ração superior aos animais com dieta padrão (C: 3,9±0,7 < C+maracujá: 5,7±0,3 < Ob: 6,5±0,3 < Ob+maracujá: 10,8±0,5) Conclusão: Os animais obesos que receberam suplementação consumiram maior quantidade de ração, entretanto, apresentaram diminuição no peso e na gordura corporal em relação aos obesos controle. Apoio financeiro: Fapesp 2015/09292-0 (bolsa I. C.)

20

Avaliação do potencial antioxidante e antiinflamatório do extrato de folhas de yacon

(Smallanthus sonchifolius) no músculo sóleo de ratos diabéticos

MENDES1.3

, J.P.; SANTOS3, K.C.;

BUENO

2, B.G.; FERREIRA

2, L.P.; FRANCISQUETI

3,

F.V.; GARCIA3, J.L. e CORRÊA

3, C.R.

1 Curso de Biomedicina da Faculdade Sudoeste Paulista, FSP, Avaré, SP. [email protected]

2 Graduação em Nutrição, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

3 Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina, Unesp, Botucatu, SP.

Introdução: O Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma desordem metabólica caracterizada pela secreção da insulina endógena deficiente, acompanhada por hiperglicemia crônica. É causada pela destruição autoimune das células beta- pancreáticas, resultando em produção deficiente de insulina. Diversos estudos relatam que numerosos extratos obtidos de plantas são eficazes em reduzir a glicemia de animais diabéticos. Estudos fitoquímicos têm demonstrado que as folhas e caules do yacon são ricos em proteínas e compostos fenólicos como cafeína, ácidos clorogênicos, ácido ferúlico e flavonoides, como a quercetina. Recentes pesquisas avaliaram o efeito do extrato bruto de folhas e raízes de yacon, obtidos de diferentes maneiras, relatando diminuição significante nos níveis de glicemia. Objetivos: Avaliar os efeitos do extrato das folhas de yacon sobre parâmetros bioquímicos/hormonais séricos (glicose e insulina), IL-6, MDA e TAP no músculo sóleo de ratos diabéticos. Métodos: 40 ratos, Wistar machos (60 dias de idade), foram divididos em 4 grupos (n=10); C: controle; DM: ratos diabéticos; DM+Y: ratos diabéticos + yacon e C+Y: controle + yacon. O DM1 foi induzido por estreptozotocina (STZ - 40mg/kg, i.p., dose única). Após estudo piloto com 3 diferentes doses (25, 50 e 100mg/kg), a concentração de 100mg/kg do extrato de yacon foi escolhida e administrada por 30 dias. Os resultados estão expressos em média e erro padrão, e a significância foi calculada através da análise de variância ANOVA duas vias, seguido de Holm-Sidak. Diferenças foram consideradas significantes quando P < 0,05. Resultados: Os valores de glicemia inicial (pós indução com STZ) (C=128±14,75Aa; C+Y=119,6±14,76Aa; DM=416,11±15,55Bb; DM+Y=395,33±19,05Bb) estiveram maiores no grupo DM sem tratamento (P < 0.05). O extrato das folhas de yacon promoveu redução (P < 0.05) da glicemia (C=94±17,90Aa; C+Y=88,66±18,87Aa; DM=299,75±20,02Ba; DM+Y=104,83±23,12Ab) no grupo DM+Y quando comparado ao DM. Os animais DM permaneceram com altos níveis séricos de glicose. Os valores de insulina (C=34,08±2,05Aa; C+Y=32,12±2,18Aa; DM=22,02±2,52Ba; DM+Y=30,03±2,60Ab) apresentaram-se menor no grupo diabetes, enquanto os animals pertencentes ao grupo DM+Y apresentam aumento nos níveis de insulina. Houve melhora nos parâmetros de estresse oxidativo no musculo sóleo do grupo diabetico tratado com yacon (TAP- C=50,5±9Aa; C+Y=47±11Aa; DM=34±8Ba; DM+Y=45±9Ab) e (MDA- C=0,03±0,01Aa; C+Y=0,05±0,01Aa; DM=0,20±0,01Ba; DM+Y=0,04±0,01Ab), e o mesmo foi observado para IL-6 (C=0,05±0,01Aa; C+Y=0,05±0,01Aa; DM=0,11±0,01Ba; DM+Y=0,05±0,01Ab). Conclusão: O extrato das folhas de yacon reduziu a glicemia e promoveu aumento da secreção de insulina nos animais pertecentes ao grupo DM+Y, além de diminuir o extresse oxidativo e inflamação no músculo sóleo. Desde que a hiperglicemia desempanha papel crucial na progressão e complicações do Diabetes, a redução deste gatilho inicial é um resultado benéfico e promissor.

21

Efeitos da restrição proteica gestacional e lactacional sobre parâmetros bioquímicos e crescimento prostático na prole de ratos machos.

FRANCOS.1, 2

; SANTOS S.A.A.2; PORTELA L.M.F.

2; MARTINS B.

1,2; MANI

, F

3; JUSTULIN,

L.A. 2.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, [email protected],

2Departamento de Morfologia, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP.

3Departamento de Bioquímica, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução:Os ambientes intrauterino e perinatal são determinantespara o desenvolvimento normal da

prole.Exposição a condições adversas nestes períodos pode acarretar alterações morfofuncionais irreversíveis no feto,fenômeno este conhecido como Programação Fetal (PF). Dentre os tipos PF, a restrição proteica perinatal tem recebido amplo prestígio em estudos experimentais. Animais expostos a restrição proteicadurante o período gestacional apresentam menor peso corpóreo ao nascimento, alteração na distribuição de tecido adiposo, além de alterações no desenvolvimento de diferentes órgãos e sistemas, dentre eles o sistema genital masculino e em especial a próstata. Objetivo:Avaliar o impacto

da restrição proteica gestacional e lactacionalsobre parâmetros bioquímicos e crescimento prostático da prole masculina. Métodos: Ratas Sprague Dawley,foram acasaladas, após constatação da prenhes foram

separadas nos seguintes grupos:controle (CTR n=8,ração padrão; 17% proteína), restrição protéica gestacional (RPG n=8, ração especial; 6% proteína) e restrição proteica gestacional e lactacional (RPGL, n=8, ração especial; 6% proteína) comacesso a água e ração ad libidium. As ratas prenhes foram pesadas no primeiro e último dia gestacional (DG 0 e 21), no primeiro dia pós-natal (DPN0) e no dia do desmame (DPN21). Os filhotes foram pesados e a distância anogenital(DAG) aferidas no DPN 0 e 21.Os animais foram eutanasiados por decaptação para coleta de sangue e realização de dosagens bioquímicas séricas de Albumina(ALB), Proteínas Totais(PT), Glicose(GLI)e Triglicerídeos (TG) das mães e dos filhotes.Dos filhotes,foi dissecada e pesada a próstata ventral(PV) e o complexo urogenital(CUG). A PV foi processada para análises histológicas.Foram utilizadas a coloração de hematoxilina-eosina (H&E) para morfologia geral e a técnica histoquímica de picrociriuspara a detecção de fibras colágenas. Na análise morfométrica foi utilizada a grade de Weibel e para detecção de fibras colágenas foi utilizado software específico (LeicaQwin). Na comparação das variáveis entre os grupos (CTR, RPG e RPGL) foi utilizada a análise de variância, ANOVA – oneway. Significância adotada foi de p<0,05.Resultados:As mãesCTR

apresentaram ganho de peso corporal(g) significativamente maior durante o período gestacional comparado aos outros dois grupos. Já no período lactacional o grupo RPGL apresentou maior perda de peso quando comparado aos grupos CTR e RPG.O peso corporal, peso da PV, peso do CUG e DAG foram significantemente menores nos grupos RPG e RPGL nos DPN 0 e 21, quando comparados ao grupo CTR.As análises séricasmaternasapontaram diminuição da quantidade de ALB,PTeTG no grupo RPGL quando comparado aos outros grupos, enquanto que GLI não apresentou diferença estatística.Na prole foi observado diminuição significativa de PT nos grupos RPG e RPGL quando comparado ao CTR.O RPGL mostrou valoresestatisticamente menores em relação ao CTR para GLIe TG.De acordo com a análise morfométrica, que avalia a freqüência relativa dos compartimentos teciduais da PVfoi observado diminuição da fração glandular e aumento da quantidade de fibras colágenas nos animais dos grupos RPG e RPGL quando comparado ao CTR.Conclusão:O grupo de mães com restrição protéica na

gestação e lactação apresentou diminuição de peso e alterações de parâmetros bioquímicos, o que não foi visto no grupo de mães RPG, sugerindo que a lactação influenciou no peso e parâmetros bioquímicos reduzidos na prole no DPN21. Além disso, foi observado um atraso no crescimento prostático nos grupos restritos, sendo que estas alterações foram mais evidentes no grupo RPGL. Em conjunto, estes resultados demonstram que a PF pode induzir mudanças no metabolismo sistêmico e implicar em diminuição na capacidade reprodutiva destes animais durante a vida adulta.Protocolo CEUA-573. ApoioFinanceiro: FAPESP (Nº 2013/24230-5; 2014/08531-8), CNPq (Proc. Nº /2015).

22

23

Avaliação da Inadequação nutricional em Bailarinas da cidade de Botucatu

DELFORNO1,M.F. ; BERNARDINO

1,C.; BURINI

1,R.C.

1Centro de Metabolismo em Exercício e Nutrição (CeMENutri), Departamento de Saúde Pública; Faculdade de Medicina de Botucatu(FMB), UNESP-SP.

[email protected] Introdução: O ballet clássico consiste em modalidade de dança, com coreografias específicas, envolvendo movimentos como saltos, giros, sprints além de exercícios de flexibilidade e equilíbrio postural, sendo fundamental ter aptidão física bem desenvolvida. Adicionalmente exige da dançarina características como graça e leveza, onde a magreza e estética corporal são muito valorizadas, podendo ocasionar alterações de comportamento, como distúrbios alimentares, pela busca do corpo ideal. Objetivo: identificar as principais alterações na ingestão alimentar e composição corporal em bailarinas amadoras de Botucatu/SP. Métodos: 15 bailarinas (19.1 ±7.1) foram recrutadas para protocolo de avaliações no Centro de Metabolismo em Exercício e Nutrição (CeMENutri) da Faculdade de Medicina de Botucatu. Inicialmente foram aferidos peso, estatura (IMC) e circunferência abdominal seguida da análise de composição corporal por meio da impedância bioelétrica (gordura corporal e massa muscular). Posteriormente foi calculado o gasto energético em repouso (GER) pela formula de Owen e o total (GET) a partir do Equivalente Metabólico (MET). Foi utilizado o inquérito alimentar (Recordatório de 24 horas) para avaliar a ingestão alimentar com posterior cálculo de macronutrientes (Software Nutwin). A adequação da ingestão alimentar foi baseada nas recomendações do American College of Sports Medicine (1999). Os dados foram expressos descritivamente em média, desvio padrão e prevalência de alteração (%) (p>0,05). Resultados: Apesar da amostra apresentar IMC de eutrofismo (21,3 kg/m

2) e circunferência

abdominal normal (69 cm), as bailarinas apresentavam o % de gordura acima do recomendado (26,2%), entretanto a média de massa muscular era baixa (21,36 kg). As bailarinas apresentaram GER médio de 1196,4 kcal/dia, com ingestão alimentar média de 1241.6 ± 390 kcal/dia, correspondente apenas a 51.2% do GET. Quanto a adequação dos componentes dietéticos verificou-se baixo consumo de CHO (3,6 g/kg peso corporal), bem como de proteína (1,04 g/kg peso corporal), gorduras (41,38 g/dia), colesterol e Gordura Saturada. Verificou-se consumo inadequado de fibras (< 8g/d) em toda a amostra. Em relação aos micronutrientes, verificou-se que devido a baixa ingestão energética, as bailarinas apresentaram ingestão inadequada de sódio (1177,6 ± 505mg/d), magnésio (143,6 ± 56,1mg/d), potássio (1325,6±558 mg/d) e ferro (abaixo de 11g). Conclusão: Diante da preocupação excessiva com o corpo ideal, bailarinas se expõe constantemente a deficiências nutricionais, podendo ser prejudicial tanto para o desempenho quanto a saúde. Há necessidade de intervenção com ajustes tanto quantitativos como qualitativos na ingestão de macro e micronutrientes. Auxílio Capes, PROEX e CNPq.

24

Avaliação de praticantes de Mountain Bike da cidade de Botucatu(SP) atendidos em

Ambulatório de Nutrição Esportiva DALL´AQUA

1, L.S., BERNARDINO

1, C., FIGUEIRA

1, T.C., NUNES

1, C.N.M., BURINI

1, R.C.

1Centro de Metabolismo em Exercício e Nutrição (CeMENutri), Departamento de Saúde Pública; Faculdade de Medicina de Botucatu(FMB), UNESP-SP.

[email protected] Introdução: Com aumento da popularidade de esportes de endurance, como o ciclismo, o número de indivíduos engajados em sua prática crescido. Com extensa área para prática de esportes de aventura, Botucatu tem atraído grande número de praticantes de mountain bike, tanto amadores quanto profissionais, ambas categorias buscando formas de otimização do desempenho atlético, onde se inclui a qualidade dietética. A literatura é escassa e as prováveis deficiências nutricionais devem estar presentes pela demanda aumentada de nutrientes devido ao elevado gasto energético da atividade esportiva. Objetivo: Identificar as principais alterações na ingestão alimentar em amostra de praticantes assíduos de Mountain Bike de Botucatu/SP. Métodos: 15 rapazes de categoria master (36 ± 11 anos de idade) procuraram, em demanda espontânea, o ambulatório de nutrição esportiva, coordenado pelo Centro de Metabolismo em Exercício e Nutrição (CeMENutri), na Faculdade de Medicina de Botucatu(UNESP). Foram inicialmente submetidos ao protocolo de avaliações, sendo aferidos peso, estatura (IMC) e circunferência abdominal seguida da análise de composição corporal por meio da impedância bioelétrica (gordura corporal e massa muscular). Adicionalmente, foi calculado o gasto energético em repouso (GER - formula de Owen) e o gasto energético total (GET) e Equivalente Metabólico (MET). Para avaliação da ingestão alimentar foi utilizado o método recordatório de 24 horas e cálculo dos macro e micro nutrientes pelo Software Nutwin. A adequação da ingestão alimentar foi baseada nas recomendações do American College of Sports Medicine (1999). Os dados foram expressos descritivamente em média, desvio padrão e prevalência de inadequação (%) (p>0,05). Resultados: A amostra apresentou valores médios de eutrofismo (IMC : 24.6 kg/m

2), de circunferência abdominal (83 cm) e % de gordura(14,2%)

dentro dos valores recomendados. Os atletas apresentaram GER médio de 1660 kcal/dia, com ingestão alimentar média de 2356 ± 770 kcal/dia, com GER correspondente a 73,5% do GET. Quanto à inadequação dos componentes dietéticos verificou-se prevalência de inadequação de 93% no consumo de CHO (4,12 g/kg peso corporal), seguida de 66,6% de inadequação protéica (1,04 g/kg peso corporal), 47% de gorduras (41,38 g/dia), 26,6% de colesterol e 20% de Gordura Saturada. Verificou-se consumo de fibras <24g/d porém, o carboidrato ingerido foi em maior parte simples, na proporção de 15g carboidrato/1g de fibra, sendo a proporção recomendada de <10/1. Em relação aos micronutrientes, verificou-se ingestão aumentada de sódio (1976,4 ± 936mg/d) com baixa ingestão de cálcio (748 ± 355 mg/d), potássio (2769±914 mg/d), acompanhados de elevada inadequação no consumo de vitamina E (93,3%) e vitamina C (60%). Conclusão: A inadequação alimentar dos praticantes de mountain bike foi documentada em deficiências relevantes de carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais, mesmo sem repercussões no balanço energético e na antropometria. O ajuste nutricional se faz necessário, visando a adequação quantitativa e qualitativa dos nutrientes e, até melhora do rendimento esportivo. Auxílio Capes, PROEX e CNPq.

25

26

Avaliação do cardápio e conscientização dos funcionários da Cozinha Piloto em relação

a Alimentos Funcionais, na cidade de Botucatu. BARCHI¹, N.M.; BURRIGUEL², G. F.; THOMAZ³, F.; DESSOTI

4 ,D.; ARANHA

5, F.Q.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

[email protected] ²Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

³Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. 4Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

5 Profissional do Departamento de Educação, Instituto de Biociências, Unesp,

Botucatu, SP. Introdução: Uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) escolar é uma unidade gerencial do serviço de nutrição e dietética na qual são desenvolvidas todas as atividades técnico-administrativas necessárias para a produção de alimentos e refeições, com a melhor qualidade possível para atender seus respectivos comensais, até sua distribuição para coletividade, além da atenção nutricional. O emprego da alimentação saudável, adequada e variada depende do uso de alimentos diversos e seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares dos comensais. Os alimentos funcionais por sua vez, quando ofertados continuamente vão proporcionar ao seu público alvo a prevenção de doenças e manutenção da saúde, que ocorre de acordo com determinado composto bioativo presente em cada aliemento.Objetivo: Avaliar qualitativamente os alimentos funcionais presentes no cardápio do serviço de alimentação escolar do município de Botucatu e conscientizar os funcionários da importância do consumo desses alimentos. Métodos: Para avaliação do cardápio, foram realizadas visitas semanais aonde era anotado as preparações definidas para aquela determinada semana, totalizando cinco semanas de avaliação. Logo em seguida, foram analisados todos os ingredientes de cada preparação a fim de classificar o alimento de acordo com o seu composto funcional. Já na conscientização foi feita uma apresentação ilustrativa para os funcionários da cozinha, retratando os alimentos funcionais e suas respectivas funcionalidades. Resultados: Foi observado que os compostos bioativos estão presentes em todas as refeições que a cozinha piloto prepara, dando-se ênfase para a alicina e compostos organosulfurados. Esse destaque se deve a cebola e ao alho, por estarem presentes em todas as preparações da unidade. Em relação à conscientização, foi possível notar que os funcionários que assistiram à palestra sobre alimentos funcionais despertaram um grande interesse sobre o assunto, e dessa forma participaram e interagiram com várias perguntas referentes ao tema. Conclusão: Os alimentos ofertados na unidade de alimentação e nutrição escolar apresentam uma quantidade significativa de alimentos funcionais. Já que os compostos bioativos aparecem várias vezes na semana, em inúmeras preparações. Contudo, a dificuldade em oferecer alimentos mais saudáveis aos seus clientes se dá pela pouca verba destinada ao serviço e também pela preferência alimentar dos comensais. Já que as preparações mais bem aceitas por crianças em idade escolar geralmente são alimentos palatáveis. Quanto a conscientização, o resultado foi satisfatório, já que pudemos observar um interesse mútuo do assunto pelos funcionários. Apoio financeiro: CNPq (bolsa de iniciação científica).

27

Comparação do cardápio de almoço de uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN)

com o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) na cidade de Botucatu – SP.

RIBEIRO1, A.P.D.; ARANHA

2, F.Q.

1Aprimoranda do programa de Abordagem Nutricional em doenças Endócrinas e

Metabólicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. [email protected]

2Professora doutora do curso de Nutrição Universidade Estadual Paulista –

UNESP, Campus de Botucatu-SP.

Introdução: O Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT foi criado pela Lei n° 6321, de 14 de abril de 1976. O objetivo do PAT é melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores. É um projeto de complementação alimentar pensando na perspectiva do direito humano à alimentação e nutrição adequadas, contribuindo para a melhoria da saúde e do estado nutricional dos trabalhadores. É função de uma UAN fornecer uma alimentação segura sob o aspecto de higiene, além de uma alimentação balanceada em nutrientes. Objetivo: Analisar as refeições produzidas no almoço por uma UAN da cidade de Botucatu e compará-las com o PAT. Métodos: Para fazer a comparação com o PAT, calculou-se a quantidade média de alimentos, em gramas (g) ingerida pelos trabalhadores no horário do almoço durante 5 dias, através do programa da UNIFESP, o Nutwin foi realizado o cálculo do valor calórico e os macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos), de cada uma das preparações servidas. Resultados: Foi observado que em todos os dias analisados, o total de calorias esteve acima (mínimo de 917,77 calorias e máximo de 1000,28 calorias) do recomendado pelo PAT (600 a 800 calorias). A quantidade de carboidratos oferecida nos dias analisados apresentaram valores abaixo (mínimo de 39,31% e máximo de 43,80%) do recomendado pelo PAT (60%). Com relação ao percentual proteico calórico, observou-se que está muito mais acima (mínimo foi de 29,54% e valor máximo de 38,07%) do valor recomendado pelo PAT (15%). O percentual lipídico calórico mostrou-se um pouco mais acima (mínimo de 28,41% e máximo de 35,78%) que o valor recomendado pelo PAT (25%). Conclusão: Os valores ofertados de calorias e macronutrientes mostraram-se em desacordo com os parâmetros estabelecidos pelo PAT. É necessário maior fiscalização do PAT nas unidades de alimentação, uma maior educação nutricional com o intuito de promover a conscientização dos trabalhadores da importância da alimentação para a manutenção da saúde.

28

29

Avaliação da aceitabilidade de preparação elaborada com biomassa de banana verde em

supermercado da cidade de Bauru - SP

RODRIGUES¹, L.L.; SILVA², B.J.; MELENCHON², M.L.; LOSILLA³ M.P.R.

¹ Curso de Nutrição do Centro de Ciências da Saúde, USC, Bauru, SP.

[email protected]

² Curso de Nutrição do Centro de Ciências da Saúde, USC, Bauru, SP. 3 Docente do Curso de Nutrição do Centro de Ciências da Saúde, USC, Bauru, SP.

Introdução: A biomassa de banana verde permite seu emprego em vários tipos de alimentos, melhorando a qualidade nutricional e proporcionando efeitos fisiológicos ao organismo. A biomassa consiste em uma pasta que atua como espessante, e por ser destituída de sabor, pode ser empregada em várias preparações não alterando o sabor. A banana quando cozida verde perde tanino, substância responsável pela adstringência, e ainda verde a banana possui mais nutrientes que a madura, sendo considerada um alimento funcional, entre seus principais componentes está o amido resistente (AR), que tem função prebiótica, o que acarreta efeitos benéficos ao intestino, especialmente ao intestino grosso. Objetivo: Avaliar a aceitabilidade de um bolo de chocolate elaborado com biomassa de banana verde por clientes e funcionários de um supermercado da cidade de Bauru-SP. Métodos: Tratou-se de um estudo prospectivo transversal, quantitativo, no qual clientes e funcionários de um supermercado de Bauru foram convidados a participar da pesquisa, na última semana do mês de Fevereiro de 2016, mediante abordagem aleatória. Após o aceite em participar da pesquisa, realizou-se a degustação da preparação estudada (bolo de chocolate funcional com redução de 50% da farinha de trigo e substituição por biomassa de banana verde) e a seguir o preenchimento do questionário contendo dados pessoais e a escala hedônica de 4 pontos que avaliou aparência, aroma, sabor e textura. Os dados foram tabulados e as variáveis foram descritas por meio de suas frequências absoluta e relativa. Resultados: Participaram do estudo, voluntariamente, 200 clientes e funcionários. Os resultados apontaram maioria do sexo feminino (62,5%) e idade média de 46 (8 – 79) anos. Em relação à aparência do bolo estudado a maioria dos entrevistados (77%) assinalou a opção muito bom, 12,5% assinalaram o item gostei e 0,5% assinalaram o item indiferente. Quanto ao aroma, a maioria (74,5%) escolheu a opção muito bom, 15% gostei e 0,5% indiferente. Referente ao sabor, a maioria (77%) respondeu que o bolo estava muito bom, 11,5% gostei e 1,5% indiferente. Em relação à textura, a maioria (78%) escolheu a opção muito boa, 10,5% gostei e 5% indiferente. Conclusão: Após análise dos resultados, observou-se que a maioria dos entrevistados aprovou o bolo elaborado com biomassa da banana verde, sendo assim pode-se concluir que essa preparação pode ser incorporada na rotina alimentar da população.

30

Teor de Nitrato em Umbu processado termicamente.

CAMPOS

1, O.C.; SOUZA

2, C.B.; BORGUINI

1, M. G.; ALCARDE

3,B.G.; LIMA

4, G.P.P.

1

Pós-graduando do programa de pós-graduação em Agronomia (Horticultura), UNESP, Botucatu, SP. 2

Pós-graduando do programa de pós-graduação em Biotecnologia, UNESP, Botucatu, SP. 3 Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

[email protected] 4Departamento de Química e Bioquímica, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu,

SP. Introdução: Os nitratos ingeridos pelo homem contribuem para a formação endógena de N-nitrosaminas, compostos potencialmente cancerígenos, que são capazes de transformar a hemoglobina do sangue em ferriemoglobina, processo que leva ao impedimento do transporte do oxigênio dos alvéolos pulmonares para os tecidos. No entanto, esse risco é dependente da quantidade ingerida pois tem sido descrito na literatura que o nitrato pode auxiliar na regulação da pressão sanguínea quando consumido em doses seguras. A FAO, Organização das Nações Unidas, responsável pela agricultura e alimentação em nível mundial, relata que o índice máximo de ingestão diária admissível de nitrato é de 5 mg kg-

1

de peso. Os frutos e as hortaliças são as maiores fontes desse composto na alimentação. As quantidades de nitrato nestes alimentos são influenciadas por diversos fatores, tais como, intensidade luminosa e temperatura durante o cultivo, adubação, sistema de cultivo, e também pelos processamentos para consumo, como o cozimento. O umbu é um destes frutos que contém nitrato em sua composição. Trata-se de um fruto tropical nativo, produzido no Nordeste devido às condições climáticas prevalecentes. O conhecimento de seu valor nutritivo assume importância considerável, devido a possibilidade de ser cultivado em larga escala, visto que pode ser aproveitado de diversas formas: doces, conservas, bebidas, gelatinas e outros, assumindo grande importância econômica e social para a região produtora. Objetivo: Avaliar a influência do processamento térmico no teor de nitrato de polpas e cascas do umbu. Métodos: Os frutos colhidos foram provenientes dos municípios de Petrolina, PE e Juazeiro, BA, compondo um “mix”, que então foi analisado. Uma parte dos frutos foi mantida in natura e outra parte foi cozida em água até o ponto habitual de consumo, uma vez que este fruto é muito utilizado cozido e cozido em conserva. Em seguida, as amostras frescas desses frutos cozidos e in natura foram pesadas e levadas para estufa de circulação forçada de ar, a 50 °C, até peso constante (g), para obtenção da massa seca. O teor de nitrato foi verificado através do nitrato-card (compact íon meter) c-141, HORIBA, em ppm. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado e os tratamentos foram: polpa in natura, polpa cozida, casca in natura e casca cozida, com triplicata. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey (p < 0,05), pelo programa SigmaStat 2.0. Resultados: O processamento térmico diminuiu os níveis de nitrato em umbu, apresentando diferença significativa (p < 0,05) quando comparados com os frutos in natura. Também pôde-se verificar que há maior teor de nitrato na casca do que na polpa, tanto no fruto cozido quanto no fruto in natura. O umbu cozido apresentou o valor de 20,00ppm em 10,71 gramas de matéria seca de polpa e 42,33ppm em 13,22 gramas de matéria seca de casca, enquanto o fruto in natura apresentou 98,67ppm em 13,13 gramas de matéria seca de polpa e 160,0ppm em 15,42 gramas de matéria seca de casca. Conclusão: A polpa e a casca do umbu quando submetidas ao cozimento, têm seus teores de nitrato diminuídos, o que favorece o consumo e a industrialização deste fruto cozido.

31

Teor de vitamina c em frutos de Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda).

CAMPOS

1, O.C.; SOUZA

2, C.B.; ALCARDE

3, C.G.; LIMA

4, G.P.P.

1

Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais, Universidade Estadual da Bahia, UNEB, Campus de Juazeiro. 2Pós-graduando do programa de pós-graduação em Biotecnologia, UNESP, Botucatu,

SP. 3Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

[email protected] 4Departamento de Química e Bioquímica, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

Introdução: O ácido ascórbico atua neutralizando as espécies reativas de oxigênio (ROS) evitando que ocorram danos às células, assim o consumo de frutos e hortaliças que contenham essa substância é essencial para a saúde. O umbu é um fruto exótico e tropical, cultivado no Nordeste brasileiro é muito consumido pela população local. Para que esse fruto chegue com todas as qualidades nutricionais em outros locais de consumo, o tipo de armazenamento é importante para a manutenção das suas qualidades e componentes químicos, incluindo a vitamina C. Objetivo: Avaliar o teor de vitamina C em frutos de Umbuzeiro sob duas condições armazenados em temperatura ambiente e sob refrigeração. Material e métodos: Os frutos provenientes dos municípios de Petrolina, PE e Juazeiro, BA foram colhidos manualmente, totalmente verdes com início da pigmentação. Após cuidadosa seleção, foram acondicionados em caixas de papelão, em duas temperaturas, ambiente (25 ± 2

oC; UR 80 %) e em câmara

fria, com temperatura estabilizada em 12 0C e umidade relativa de 82%. O teor de vitamina C

foi analisado por titulometria, nos momentos da colheita (zero), e de dois em dois dias, até completar o tempo máximo de prateleira, que em condições de temperatura ambiente foi de seis dias e em condições de câmara fria foi de quatorze dias. Os efeitos de tratamentos, bem como os desdobramentos das interações foram avaliados pelo teste F. Quando houve efeito significativo de tratamentos, as variáveis foram submetidas ao teste Tukey a 5% de probabilidade. Resultados: Observou-se diferença significativa (P < 0,05%) entre as duas situações de armazenamento. Com 6 dias, os frutos de umbu em temperatura ambiente apresentaram média de 6,54 mg/100 mL de vitamina C na polpa e para igual período, sob condições de refrigeração, a média foi de 7,54/100 mL mg de vitamina C. Só houve diferença significativa no teor de vitamina C entre os frutos mantidos em condições diferentes de temperatura, e não entre os frutos armazenados na mesma condição. Conclusão: A refrigeração mostrou-se um meio eficiente para retardar a perda de vitamina C em frutos do umbuzeiro.

32

Teor de vitamina C em beterrabas in natura e pré processadas submetidas a diferentes

formas de cocção

RAMOS

1, J.A.; LUNDGREN

2,G.A.; MENDONÇA

1,V.Z.; MARIANO-NASSER

2,F.A.C.;

FURLANETO1, K.A.; FUJITA

3, E.; VIEITES

4,R.L.

1Pós-graduanda do programa de pós-graduação Energia na Agricultura, FCA, UNESP, Botucatu, SP.

2 Pós-graduanda do programa de pós-graduação Horticultura, FCA, UNESP, Botucatu, SP.

3 Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral, FAEF, Garça, SP

4Departamento Horticultura, FCA, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução: A análise das perdas nutricionais dos alimentos é de fundamental importância, pois só assim é possível usufruir dos reais benefícios que alguns alimentos podem fornecer à população que os consome. As perdas que ocorrem nos alimentos durante o seu preparo para o consumo são imensas, causando grandes perdas de nutrientes por falta de conhecimento da melhor forma de processamento. Nos distintos métodos de cozimento, o pré-preparo, as formas de transferência de calor, a temperatura, a duração do processo, e o meio de cocção são alguns dos fatores responsáveis pelas alterações químicas e físicas, as quais podem modificar o valor nutricional dos alimentos. A beterraba tem baixa densidade energética e apresenta quantidades apreciáveis de micronutrientes e antioxidantes. Dentre esses nutrientes, a beterraba apresenta a vitamina C. Uma importante vitamina que atua como antioxidante combatendo os danos causados pelos radicais livres. Além disso tem uma relevante importância no sistema imunológico. Objetivo: Avaliar a concentração de vitamina C em beterrabas in natura comparado com diferentes pré-preparos e métodos de cocção. Métodos: As beterrabas foram selecionadas visando a homogeneização do lote quanto ao tamanho, cor e ausência de injúrias e defeitos. Em seguida, foram lavadas em água corrente para retirar as sujidades. Foram realizados quatro tratamentos térmicos: cocção a vapor, pressão, forno e imersão em água, em três diferentes pré-preparos: beterrabas inteiras com casca, beterrabas inteiras descascadas manualmente e beterrabas descascadas e fatiadas em processador de alimentos de aço inox (disco E5). Além dos tratamentos térmicos de cocção e dos pré-preparos também foi analisada como referencial a beterraba crua. O teor de vitamina C foi quantificado através do procedimento descrito por Terada et al. (1978). A leitura foi realizada em espectrofotômetro a 520 nm. Os dados foram analisados por delineamento inteiramente casualizado com 13 tratamentos e 3 repetições. Resultados: A concentração de vitamina C na beterraba in natura foi de 5,4mg 100g

-1 de amostra. Na cocção a vapor e no forno, todos os

pré-preparos mantiveram concentrações semelhantes de vitamina C, inclusive em relação a beterraba in natura. Na pressão, as beterrabas inteiras com e sem casca tiveram teores menores do que as fatiadas e a crua. E as beterrabas inteiras com casca cozidas em imersão tiveram menor concentração de vitamina C em relação as inteiras com casca, as fatiadas e in natura. Conclusão: As beterrabas inteiras com casca e sem casca cozidas no vapor e no forno preservaram mais essa vitamina. E as fatiadas tiveram valores muito próximos entre todos os tratamentos e em comparação com a in natura. Apoio financeiro: CAPES (bolsa de mestrado)

33

Níveis de vitamina C nas inflorescências de couve-flor ao longo do armazenamento

MONTEIRO1, G.C.; SILVA

1, M.B da.; RODRIGUES

1, L.F.O.S.; BALDINI

1, L.F.G.; BORGUINI

1,

M.G.; DIAMANTE1, M.S.; LIMA

2, G.P.P.

1 Pós-graduando do programa de pós-graduação em Agronomia (Horticultura), UNESP, Botucatu, SP.

[email protected] 2 Departamento de Bioquímica e Química, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução: Couve-flor (Brassica oleracea L. var. botrytis L.) apresenta grande importância alimentar por ser excelente fonte de nutrientes, como a vitamina C. Esse composto é um importante antioxidante e a dose diária varia em torno de 90,0 mg/dia. Diversos fatores podem influenciar nos níveis dessa vitamina em frutas e hortaliças, como diferentes genótipos, condições climáticas, práticas culturais, colheita e pós-colheita. O uso de agroquímicos, como certos fungicidas pode induzir alterações nos compostos antioxidantes, pois induzem a formação de espécies reativas de oxigênio e, consequentemente, modificam o metabolismo oxidativo. Cabrio

® Top é um fungicida sistêmico utilizado em diversas culturas de modo

preventivo a patógenos fúngicos, o produto apresenta um período de carência de 14 dias para que haja o consumo do alimento sem contaminação do mesmo. Objetivo: Esse estudo teve como objetivo quantificar o teor de vitamina C após a colheita de inflorescências de couve-flor (Brassica oleracea L. var. botrytis L.), cv. Flamenco, tratadas ou não com agroquímicos. Métodos: Este trabalho foi executado em uma propriedade rural, localizada no município de Pardinho – SP. O delineamento experimental adotado foi de blocos casualizados, com 2 tratamentos (T1 – testemunha, sem aplicação de agroquímicos e T2 - Cabrio

® Top 3,0 g/L -

fungicida), contendo 3 repetições. O produto comercial foi aplicado 30 dias antes da colheita. As avaliações foram realizadas logo após a colheita e aos 6 dias de armazenamento a 10 °C. O teor de vitamina C foi obtido por titulometria, utilizando 2 g da inflorescência homogeneizada em ácido oxálico (IAL, 2005). Os dados obtidos foram analisados através da analise de variância (ANOVA) e comparação de médias pelo teste Tukey a 5% de probabilidade, pelo programa estatístico SISVAR 5.6. Resultados: Os resultados indicaram forte influência da aplicação do agroquímico no teor de vitamina C nas inflorescências de couve-flor no momento da colheita (0 dias de armazenamento), contribuindo para maior teor da vitamina (49,02 mg/100g), quando comparado as inflorescências que não receberam aplicação de Cabrio

® Top

(43,54 mg/100g). Aos seis dias de armazenamento não foram observadas variações significativas no conteúdo de vitamina C nas inflorescências, isto é, nesta época de avaliação, não houve influência do agroquímico utilizado. Os níveis encontrados nessa época de análise, tanto sem fungicida (20,74 mg/100g), como para aquelas inflorescências que receberam aplicação do produto (20,75 mg/100g). Esse resultado indica uma possível melhora na qualidade final do produto apenas no momento da colheita. Conclusão: A aplicação do agroquímico (fungicida sistêmico) aumenta a concentração de vitamina C nas inflorescências de couve-flor apenas no momento da colheita. Apoio financeiro: CNPq (bolsa de mestrado).

34

Ácido ascórbico e dehidroascórbico em mangas submetidas a tratamento de sanitização

MONACO, K. de A.1; DIAMANTE, M.S.

2; BORGES, C.V.

2; GOMEZ, H.A.G.

2; MONTEIRO,

G.C. 2; LIMA, G.P.P.

3

1Doutora em Agronomia/Horticultura, Faculdade de Ciências Agronomicas, Unesp,

Botucatu, SP. 2Pós-graduanda do Programa de Pós-graduação em Agronomia/Horticultura, Faculdade

de Ciências Agronomicas, Unesp, Botucatu, SP. [email protected] 3Departamento de Química e Bioquímica, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

Introdução: O ácido dehidroascórbico, juntamente com ácido ascórbico, funciona como antioxidantes protegendo as células contra as ROS. Durante o processo de amadurecimento e senescência, as células geram quantidades significativas de espécies moleculares tóxicas e o incremento do conteúdo de vitamina C pode ser uma resposta a esse sistema elicitor (Allende et al., 2007). Alguns estudos relatam que certos agentes sanitizadores, como o ozônio, podem promover a degradação de muitas substâncias presentes nos alimentos. Objetivo: Este trabalho teve como objetivo avaliar os teores de ácido ascórbico e dehidroascórbico em frutos de manga (orgânicos e convencionais) submetidos a tratamentos de imersão em água e água ozonizada. Métodos: Após a colheita, os frutos orgânicos e convencionais foram levados ao laboratório de Bioquímica Vegetal, pertencente ao Departamento de Química e Bioquímica do Instituto de Biociências da Unesp, campus de Botucatu/SP. As mangas foram selecionadas e submetidas aos tratamentos de imersão em água e água ozonizada, utilizando-se água de abastecimento público como fonte de ozônio, um ozonizador (Degradatox/OZ Engenharia, Indústria de Equipamentos Geradores de Ozônio-LTDA). Os tratamentos foram constituídos de lavagem em água com ou sem ozônio, sendo: AC, frutos convencionais lavados com água ; AO, frutos orgânicos lavados com água; Oz10C, frutos convencionais imersos em água ozonizada por 10 minutos e Oz10O, frutos orgânicos imersos em água ozonizada por 10 minutos. Posteriormente, os frutos foram armazenados em câmara de refrigeração com temperatura de 14 ± 3 ºC e 90 ± 2 %UR. A primeira avaliação ocorreu no dia da colheita, e para simular o tempo de comercialização, aos 7 dias, os frutos foram retirados da câmara fria e mantidos em temperatura ambiente e analisados aos 4 (7 + 4) dias em temperatura ambiente (27 ± 2 °C e 65 ± 5 % UR). A determinação dos ácidos ascórbico e dehidroascórbico foi realizada de acordo com a metodologia proposta por Pertuzatti et al. (2015) com adaptações, através da Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC)mg 100g

-1 de amostra. Resultados:

Após a transferência para temperatura ambiente, aos 7 + 4, teores aumentaram entre duas a sete vezes em relação aos frutos armazenados em câmara fria. A indução do ácido dehidroascórbico pode ser em função do cultivo ou condições pré-colheita, armazenamento ou pelos tratamentos sanitizantes utilizados. Em nosso estudo verificamos que a manutenção dos frutos em temperatura ambiente, no período de comercialização não promoveu diminuição no conteúdo de vitamina C (ácido ascórbico + ácido dehidroascórbico). O resultados mostram que as maiores perdas de vitamina C ocorreram em frutos não tratados com água ozonizada, principalmente aos 7 + 4 dias. Em mangas ‘Palmer’ existe uma tendência de maiores teores em frutos do cultivo orgânico, mas os tratamentos pós-colheita podem ter influenciado, assim como o processo de amadurecimento e senescência. Conclusão: Os tratamentos com água de abastecimento foram os q apresentaram menos quantidade de vitamina C, quando comparados aos tratados com ozonio. Apoio financeiro: CAPES (bolsa de doutorado).

35

Atividade Antioxidante de três acessos de Batata Doce procedentes de Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira, São Paulo Brasil.

MENDOZA, J. D. S.¹; BELIN, M. A. F.²; LIMA, G.P.P.³ ¹ Mestrando no Programa de Pós-graduação em Agronomia, área de concentração em Horticultura da UNESP (Faculdade de Ciências Agronômicas - Botucatu/SP), [email protected] ² Graduando no curso de nutrição na Universidade Estadual de São Paulo - Instituto de Biociências de Botucatu, [email protected] ³ Doutora em Ciências Biológicas Universidade Estadual de São Paulo - Instituto de Biociências de Botucatu., [email protected] A batata-doce Ipomoea batatas (L.) Lam. Convolvulaceae E originaria da América Central e do Sul, A utilização das raízes é diversa, indo desde o consumo humano e animal ate a industrial, No Brasil a diversidade fenotípica da espécie è muito alta. As raízes apresentam diferentes cores de casca e polpa (rosa, creme, amarela, roxo intenso). Os genótipos de casca e polpa roxa intenso são fonte de flavonóides: pigmentos naturais (antocianinas) e outros compostos fenólicos. A atividade antioxidante dos compostos biativos das raízes podem agir em diversas etapas do processo oxidativo e retardar a oxidação por inativação de radicais livres graças à doação de átomos de hidrogênio ou de elétrons, o que transforma os radicais em substâncias estáveis. Esses compostos bioativos podem ajudar a reduzir o risco de doenças cardiovasculares e outras relacionadas à degeneração neuronal. O presente estudo foi realizado de fevereiro a dezembro de 2015, O objetivo principal foi determinar a capacidade antioxidante de três acessos de batata-doce pertencentes ao Banco de Germoplasma da Universidade Estadual Paulista. VR13-01 (casca roxa e polpa roxa). VR13-11 (casca rosa e polpa branca). e VR13-50 (casca creme e polpa branca) A colheita das raízes frescas foi realizada aos 150 dias após o plantio. As raízes mantiveram se armazenadas em câmera fria a uma temperatura de 5 ± 1 °C e umidade relativa de 90 ± 5% durante um período de três dias, após o período de armazenamento as raízes foram levadas ao Laboratório de moagem do Centro de isótopos estáveis (CIE), UNESP; Botucatu, SP. As amostras foram maceradas e moídas em moinho criogênico e posteriormente levadas ao Laboratório de Bioquímica e Pós-Colheita para realizar a caracterização bioquímica dos acessos. A capacidade antioxidante (DPPH) foi determinada segundo a metodologia descrita por Brand-Williams. (1995). A leitura se realizou a 517 nem em o equipamento Espectrofotômetro modelo UV-VIS (Schimadzu – UV 1800) Todas as análises foram feitas em triplicata. Os valores de atividade antioxidante variaram de 0, 062 (µm/g amostra) a 0, 651. (µm/g amostra). O acesso (VR13-01) apresentou maior atividade antioxidante 0, 651(µm/g amostra) teve diferencia significativa (P < 0,01) com relação aos valores obtidos para os demais acessos estudados. Estes resultados demonstraram que o acesso V13-01 pode ser usado para programas de melhoramento como material vegetal com características superiores para a produção e consumo humano, já que o consumo dessa raiz tropical esta relacionado aos benefícios à nutrição e saúde.

36

Nitrato em frutos de jurubeba in natura e submetidos ao tratamento térmico

SILVA1, M.B.da; MONTEIRO

1, G.C.; RODRIGUES

1, L.F.O.S.; BORGUINI

1, M.G.;

DIAMANTE1, M.S.; FERRAZ

2, A.P.C.R.; LIMA

2, G.P.P.

1 Pós-graduando do programa de pós-graduação em Agronomia (Horticultura), UNESP, Botucatu, SP.

[email protected]

2 Departamento de Bioquímica e Química, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução: Alguns fatores como o processamento térmico, formas de conservação, local de obtenção e temperatura podem influenciar os níveis de nitrato em frutos e hortaliças, que são a maior fonte desse composto na alimentação. Para diminuição do seu teor, o nitrato pode ser lixiviado na água de cozimento, diminuindo o seu teor em alimentos. Nitrato pode ser considerado, dependendo dos níveis, prejudicial a saúde, como por exemplo formar nitrito e induzir a formação de metahemoglobinemia, ou ligar à aminas e formar nitrosaminas, compostos cancerígenos. Por outro lado, tem sido descrito que o nitrato auxilia na regulação da pressão sanguínea. A jurubeba (Solanum paniculatum L.) é uma hortaliça-fruto que geralmente ocorre de forma espontânea. Apresenta propriedades medicinais e nutricionais importantes, como flavonoides, vitaminas, entre outros. Objetivo: Assim, o objetivo desse estudo foi verificar se o cozimento induz alterações nos níveis de nitrato. Métodos: Os frutos de jurubeba foram adquiridos diretamente do cultivo comercial (produtor rural), coletados de modo extrativista e de comércio varejista e transportados para o Laboratório de Química e Bioquímica Vegetal da UNESP/IB/Botucatu. Após higienização, 150 g de frutos foram cozidos em 1000 mL de água por 20 minutos ou mantidos in natura, para efeito de comparação. Os tratamentos foram compostos pelos locais de obtenção dos frutos e tipo de processamento (in natura e cozidos em água). Para análise do conteúdo de nitrato, os frutos foram triturados até atingirem a consistência viscosa e avaliados quanto ao teor de nitrato (Nitrato Card, Horiba). Cada tratamento constou de 4 repetições e foram analisados em triplicata. Os dados foram analisados pelo teste Tukey (P < 0,05). Resultados: Frutos colhidos diretamente do produtor (cultivo comercial) e de plantas crescendo espontaneamente mostraram aspecto mais saudável, comparados com os frutos obtidos no comércio. Os frutos in natura apresentaram teores de nitrato que diferenciaram entre si, em função do local de obtenção (853,33 mg L

-1 -

cultivo comercial; 886,66 mg L-1

– extrativismo e 873,33 mg L-1

- comercio varejista). Não foram observadas diferenças significativas entre os frutos processados termicamente oriundos de propriedade comercial (900 mg L

-1) e de extrativismo (900 mg L

-1). Entretanto, os frutos obtidos

a partir do varejo e submetidos ao processamento térmico apresentaram valores superiores ao demais (1000 mg L

-1). Conclusão: O maior conteúdo de nitrato encontrado nos frutos de

jurubeba adquiridos no varejo esta relacionado com o estado de conservação dos frutos. Apoio financeiro: Processo CNPq 142360/2013-9 37

O cozimento altera o conteúdo de polifenóis em Umbu?

CAMPOS

1, O.C.; SOUZA

2, C.B.; ALCARDE

3,C.G.; LIMA

4, G.P.P.

1

Pós-graduando do programa de pós-graduação em Agronomia (Horticultura), UNESP, Botucatu, SP. 2

Pós-graduando do programa de pós-graduação em Biotecnologia, UNESP, Botucatu, SP. [email protected] 3

Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. 4Departamento de Química e Bioquímica, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

Introdução: Vários estudos têm demonstrado a importância da dieta no desenvolvimentos de

doenças crônicas, tais como câncer e problemas cardiovasculares, e o consumo de frutas, verduras, hortaliças e cereais integrais está associado à redução do risco de desenvolvimento dessas doenças. Essa associação pode ser atribuída à presença de antioxidantes naturais nesses alimentos, como ácido ascórbico, tocoferóis, carotenoides e compostos fenólicos (polifenóis), além de outros compostos bioativos, que atuam neutralizando as espécies reativas de oxigênio (ROS) antes de causarem danos às células. Entre os compostos com atividade antioxidante, destacam-se os polifenóis, sendo encontrado em uma ampla variedade de alimentos tais como maçã, amora, cereja, uva, frutas cítricas e também frutas exóticas, como o Umbu. O Umbu está entre as espécies endêmicas do semi-árido brasileiro, destacando-se pelo seu perfil nutricional e pela possibilidade de ser cultivado em larga escala, visto que pode ser aproveitado de diversas formas: doces, conservas, bebidas, geleias, gelatinas e outros. O processamento térmico usualmente tem impacto importante nos polifenóis dos alimentos e, conseqüentemente, na atividade antioxidante. Geralmente, nesse processo, a biossíntese destes compostos é interrompida pela destruição de enzimas e/ou degradação da estrutura celular. O umbu é usualmente consumido e industrializado na forma cozida, por isso, o conhecimento do conteúdo de substâncias com propriedades bioativas, e sua atividade após o processamento térmico, é de grande importância para que se tenham subsídios técnicos que visem à ampliação do consumo e do tempo de armazenamento sem, contudo, alterar suas características físicas, organolépticas e nutricionais. Objetivo: Avaliar se o teor de fenóis dos frutos de Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) é alterado pelo processamento térmico. Métodos: Os frutos

colhidos foram provenientes dos municípios de Petrolina, PE e Juazeiro, BA, compondo um “mix”, que então foi analisado. Uma parte dos frutos foi mantida in natura e outra parte foi cozida em água até o ponto habitual de consumo, uma vez que este fruto é muito utilizado cozido em conserva. Em seguida, as amostras frescas desses frutos cozidos e in natura foram pesadas e levadas para estufa de circulação forçada de ar, a 50 °C, até peso constante (g), para obtenção da massa seca. A análise foi realizada de acordo com o método espectrofotométrico Folin-Denis, onde as amostras de material seco e moído foram colocadas em tubos de centrífuga contendo acetona 70% e água. Após banho ultrassônico e centrifugação, ao sobrenadante adicionou-se o reagente de Folin-Denis e solução saturada de Na2CO3, resultando em 4,0 mL de volume final. A leitura da absorbância foi realizada a 725nm e os resultados expressos em μg de fenóis. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado e os tratamentos foram: polpa in natura, polpa cozida, casca in natura e casca cozida, com triplicata. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey (p < 0,05), pelo programa SigmaStat 2.0. Resultados: O

processamento térmico, usualmente tem impacto negativo na atividade antioxidante dos alimentos, mas este fato não pôde ser observado neste trabalho, pois ocorreu um aumento de fenóis totais com o tratamento térmico. O teor de fenóis encontrado na polpa e na casca cozida foi maior do que o observado para os frutos crus, apesar de não ter havido diferença significativa. Além disso, os fenóis totais encontrados foram maiores na polpa do que na casca. Conclusão: O teor de fenóis do umbu

aumenta após o cozimento, demonstrando que o processamento térmico aumenta a atividade antioxidante e que o consumo e a industrialização deste fruto cozidos é benéfica.

38

Diferença no conteúdo de polifenóis em sucos de uva integral e néctar de uva

distribuídos comercialmente

GOMEZ,1 H. A. G.; BORGES,

1 C.V.; MONTEIRO,

1 G.C.; DIAMANTE, M.S

1; MARQUES,

2

M.O.M.; MINATEL,3 I. O.; LIMA,

3 G. P. P.

1 Pós-graduando do programa de pós-graduação em Agronomia (Horticultura), UNESP,

Botucatu, SP. [email protected] 2

Departamento de Horticultura, Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, Botucatu, SP. 3 Departamento de Bioquímica e Química, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução e justificativa: Nas últimas décadas a população, a nível mundial, tem

apresentado uma série de problemas de saúde relacionados a doenças crônicas não

transmissíveis como a diabetes, obesidade, cardiovasculares e neurodegenerativas e câncer. A

uva e seus derivados são uma fonte representativa de compostos fenólicos e diversos estudos

recentes têm demostrado que o consumo principalmente de suas bebidas está associado a

vários benefícios para à saúde do consumidor. Estas bebidas contem atividade

anticancerígena, anti-inflamatória, bloqueamento da aterosclerose celular e doenças cardíacas.

Estas funções benéficas estão associadas principalmente aos flavonóis, flavanols,

antocianinas, ácidos fenólicos e estilbenos e todos eles formam parte dos compostos fenólicos

presentes no suco de uva. Nos últimos anos, o consumidor tem procurado produtos que tragam

benefícios para a saúde e tem havido aumento da procura por sucos de uva de alta qualidade.

Objetivo: Avaliar o conteúdo de polifenóis totais de suco integral e de néctar de uva

distribuídos comercialmente na cidade de Botucatu/SP. Métodos: Os sucos foram adquiridos

no mercado local da cidade de Botucatu/SP, denominados como suco integral de uva (A e B) e

néctar de uva. O conteúdo de compostos fenólicos totais das amostras foi determinado com o

reagente “Folin-Ciocalteu”, utilizando ácido gálico como padrão. Os resultados foram expressos

em mg de equivalentes de ácido gálico (EAG) L-1

. Resultados: O teor de polifenóis totais

obtidos para néctar de uva (177,41 mg EAG L-1

) apresentou-se inferior quando comparado aos

sucos de uva integrais A e B (487,06 e 478,45 mg EAG L

-1, respectivamente), mostrando

diferença significativa. Não ocorreu diferença estatística entre os sucos de uva integrais,

possivelmente por serem produtos de processamento muito similar, isto é, conter menor

porcentagem de água e maior conteúdo de fruta, que significa maior conteúdo de compostos

funcionais. Conclusão: Não houve diferença no conteúdo de fenóis totais entre sucos de uva

integrais, e no caso do néctar apresenta menor teor desses compostos antioxidantes.

39

Conteúdo de antocianinas em suco integral de uva e vinho tinto, ambos de distribuição

comercial

GOMEZ,1 H. A. G.; BORGES,

1 C.V.; MONTEIRO,

1 G.C.; DIAMANTE, M.S

1; MARQUES,

2

M.O.M.; MINATEL,3 I. O.; LIMA,

3 G. P. P.

1 Pós-graduando do programa de pós-graduação em Agronomia (Horticultura), UNESP,

Botucatu, SP. [email protected] 2

Departamento de Horticultura, Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, Botucatu, SP. 3 Departamento de Bioquímica e Química, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução e justificativa: As antocianinas são os constituintes dos flavonóides mais

abundantes de frutas e hortaliças. São compostos responsáveis por fornecer cor nos vegetais e

vários estudos epidemiológicos sugerem que o seu consumo protege contra várias doenças,

incluindo doenças cardiovasculares. As uvas e seus produtos, tais como o vinho e o suco

contém quantidades significativas destes compostos, que quando consumidos como parte de

uma dieta regular exibem funções benéficas devido a sua atividade antioxidante. Dos produtos

de uva tradicionais, geralmente o vinho é o produto com o maior conteúdo de antocianinas

disponível para o consumidor. No entanto para aqueles que não consomem bebidas alcoólicas,

o vinho não é atrativo e o suco de uva seria uma opção. Objetivo: Avaliar a diferença no

conteúdo das antocianinas totais de suco integral de uva e vinho tinto distribuídos

comercialmente na cidade de Botucatu/SP. Métodos: Suco integral de uva e vinho tinto foram

adquiridos no mercado local. O teor de antocianinas totais foi determinado através do método

de pH diferencial, usando cloreto de potássio (pH 1,0) e acetato de sódio (pH 4,5). A

absorbância foi determinada na faixa de comprimento de onda de 510-540 nm e a 700 nm. Os

resultados foram expressos em mg L-1

de cianidina-3-glicosideo. Resultados: No mercado

existem muitos produtos derivados de uva, tanto sucos como vinhos de diferentes marcas e

apresentações. Tanto o suco integral como o vinho tinto apresentaram uma coloração típica,

característica da própria uva. O conteúdo de antocianinas totais para o suco de uva integral foi

de 113,22 mg L-1

, menor que para o vinho tinto (131,14 mg L-1

). Estas diferenças se devem aos

processos de elaboração do vinho, no qual se usam as sementes e a casca da uva, local de

maior concentração das antocianinas, além da presença de álcool que facilita a extração desse

composto. Conclusão: Apesar do maior conteúdo de antocianinas totais ocorrer no vinho

tinto, o suco de uva integral representa uma boa fonte de antocianinas, principalmente para

aqueles que não consumem álcool. Portanto, o consumo deste suco na dieta poderia fornecer

benefícios na saúde dos consumidores. 40

Atividade Antioxidante na Pós-colheita de quiabo (Abelmoschus esculentus L.) orgânico

ROCHA1, S. A., BORGES

1, C.V., DIAMANTE

1, M., GOMEZ

1, H. A. G., BORGUINI

1, M. G.,

LIMA1, G. P. P.

1. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Departamento de Química e Bioquimica/IBB, laboratório de Bioquímica Vegetal. email: [email protected]

Introdução: O quiabo (Abelmoschus esculentus L.) tem sido pesquisado e citado por diversos autores por conter muitas propriedades antioxidantes e ou medicinais, como capacidade em controlar altos níveis plasmáticos de colesterol, efeitos hipoglicêmicos e efeito hepatoprotetor. Os dados sobre esses supostos efeitos benéficos de quiabo evidenciam a importância do conhecimento da sua composição química, bem como dos fatores pré e pós-colheita que podem influenciar o teor de alguns compostos com propriedades antioxidantes e ou medicinais. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi determinar o teor de alguns compostos químicos com capacidade de eliminar radicais livres (antioxidantes) em quiabo produzidos em sistema orgânico, durante a pós-colheita Métodos: As amostras foram sanitizadas e submetidas a tratamentos de diferentes temperaturas (10 ± 2°C e 25 ± 2°C) e as coletas foram realizadas a cada três dias durante 18 dias. Foram analisados flavonoides, antocianinas, ácido ascórbico e índice de atividade antioxidante (IAA) nos frutos de quiabeiro. Resultados: Ocorreram diferenças significativas nos teores de flavonoides entre os tratamentos de temperatura, sendo que durante o armazenamento pode-se constatar aumento destes compostos, independente da temperatura. As antocianinas também aumentaram com o decorrer do tempo de armazenamento, independente da temperatura utilizada. Entretanto, no final do experimento houve uma tendência de diminuição destes compostos fenólicos. Tem sido descrito na literatura que a biossíntese de antocianinas e flavonoides pode continuar após a colheita e durante o armazenamento, mesmo em baixa temperatura, entretanto, no final de experimento pode ocorrer diminuição nos níveis destes compostos. Os valores de ácido ascórbico encontrados neste trabalho foram superiores aos encontrados na literatura, o que pode ser atribuído ao modo de cultivo, já que na literatura alguns artigos relatam que vegetais de origem orgânica apresentam maior teor de vitamina C. Com relação ao índice de atividade antioxidante (IAA), o quiabo apresentou atividade moderada de acordo com o índice de Scherer & Godoy (2009). Por outro lado, outros trabalhos atribuem baixa atividade antioxidante ao quiabo. Neste trabalho, o fruto foi analisado inteiro, sem separação das sementes, já que é o modo de consumo do Brasil, e portanto, a atividade encontrada, assim como os compostos antioxidantes analisados, podem todos juntos estar induzindo esse índice encontrado neste estudo. Conclusão: Por meio destes resultados, pode-se concluir que, no geral, os níveis dos compostos antioxidantes encontrados em quiabo aumentam com o transcorrer do tempo pós-colheita, sendo que a baixa temperatura é eficiente na manutenção da qualidade antioxidante, principalmente no teor de compostos fenólicos.

41

Perfil de compostos fenólicos durante a vinificação da var. Cabernet Sauvignon como

fundamento para estabelecer critério de qualidade

BORGES1, C.V., GOMEZ

1, H. A. G., DIAMANTE

1, M., MARASCHIN, M.

2, LIMA

1, G. P. P.

1. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Departamento de Química e Bioquimica/IBB, laboratório de Bioquímica Vegetal. email: [email protected] 2. Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Fitotecnina, laboratório de Morfogênese e Bioquímica Vegetal. Introdução: A quantificação dos compostos fenólicos (e.g., antocianinas) é de suma importância para o monitoramento dos processo produtivo de vinhos e ou para controlar a qualidade enológica desta bebida. A relevância da quantificação de compostos fenólicos como as antocianinas nos vegetais também tem merecido grande destaque nos últimos anos pelos potenciais benefícios destes compostos para a saúde humana. Estes compostos são extraídos das cascas e sementes da uva durante o processo de fermentação do mosto, sendo que um dos manejos mais importantes durante a vinificação em uvas tintas é a determinação do tempo de maceração. De modo geral, este período varia de 5 a 7 dias, dependendo da temperatura do meio e de acordo com a qualidade sanitária e enológica da uva, maiormente o teor de antocianinas neste último caso. Objetivo: O objetivo deste estudo foi quantificar o teor de fenóis totais e antocianinas durante 9 dias de fermentação do mosto para verificar a influência do tempo de maceração/fermentação sobre às concentrações destes compostos, bem como determinar o tempo ideal deste processo. Métodos: Foram utilizadas amostras de uva e mosto da variedade Cabernet Sauvignon cedidas por uma vinícola de São Joaquim/SC. A extração de antocianinas seguiu a metodologia de Gonçalves et al. (2003). Para efeito de dosagem dos compostos, determinou-se a absorbância da fração organossolvente nos comprimentos de onda de interesse (460 ɳm e 525 ɳm). Resultados: A cinética de extração dos pigmentos antociânicos verificada nas amostras de mosto revelou que durante os primeiros momentos de fermentação há um aumento da intensidade de cor daquela biomassa, sendo que o conteúdo destes compostos aumentou até o 8°dia (de 95 mg/L a 99,33 mg/L), ocorrendo uma diminuição após este período (9° dia: 98 mg/L). A extração destes compostos ao longo do tempo de fermentação segue um modelo de curva logarítmica, o que corrobora com os resultados encontrados na literatura. Tal fato se deve, em alguma extensão, à alteração estrutural da película da uva causada pelo organosolvente, com consequente efeito sobre a solvatação e extração dos pigmentos de interesse, no transcurso do processo fermentativo. Além disso, há um incremento no teor alcoólico no meio de reação e, consequentemente, um aumento na extração de antocianinas, uma vez que o álcool etílico é um excelente solvente para estes pigmentos. Após atingir uma concentração máxima, há uma diminuição no teor de antocianinas pela estabilização das mesmas por processos de condensação com outros compostos fenólicos, bem como à adsorção destes compostos sobre a superfície celular das leveduras e sobre os materiais sólidos da uva. Conclusão: Pelos resultados obtidos neste trabalho, pode-se concluir que o tempo de maceração de 7 a 8 dias já apresenta efeitos positivos no teor de antocianinas no mosto para a produção do vinho, não justificando um período mais longo de maceração/fermentação.

42

Teor de poliaminas e nitrato em folhas de chicória orgânica

ROCHA, S.A.

1; DIAMANTE, M.S.

2; BORGES, C.V.

2; GOMES, H.A.G.

2; MONTEIRO, G.C.

2; LIMA,

G.P.P. 3

1Doutora em Ciências Biológicas/Botânica, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

2Pós-graduanda do Programa de Pós-graduação em Agronomia/Horticultura, Faculdade de

Ciências Agronomicas, Unesp, Botucatu, SP. 3Departamento de Química e Bioquímica, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

Introdução: A chicória (Cichorium indivia L.) é uma hortaliça folhosa que é consumida geralmente na forma in natura, e possui importante papel na dieta do brasileiro. Essa hortaliça apresenta quantidades consideráveis de vitaminas, baixo teor calórico e presença de compostos antioxidantes, dentre eles as poliaminas. As poliaminas (PAs) têm sido objeto de estudos, devido ao grande interesse com relação ao paradoxo nutricional, visto que alguns autores sugerem que pequena quantidade na dieta pode melhorar o sistema de defesa, dentre outras funções. A procura por alimentos saudáveis tem crescido nos últimos anos, impulsionando o mercado de produtos orgânicos no mundo, no entanto, são escassas as informações disponíveis a respeito da qualidade nutricional destes produtos, sendo o nitrato um dos focos de pesquisas. Algumas estudos relatam evidências de que o nitrato dietético apresenta papel benéfico, protegendo a área gastrintestinal contra patógenos que se desenvolvem nos alimentos. Estudos nutricionais e epidemiológicos mostram que a adição de nitrito ao ácido estomacal controla melhor patógenos como a Salmonella, Escherichia coli e Helicobacter pylori, por exemplo. Objetivo: Este

trabalho teve por objetivo determinar os teores das poliaminas (putrescina, espermidina e espermina) e de nitrato em folhas de chicória orgânica. Métodos: A chicória foi adquirida de produtores orgânicos

certificados de Botucatu/SP, e avaliadas no Departamento de Química e Bioquímica, do Instituto de Biociências da Unesp, campus de Botucatu/SP. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com dois tratamentos (25 e 10°C) e sete intervalos de tempo de avaliação (0; 3; 6; 9 , 12, 15 e 18 dias), com seis repetições para cada tratamento. As folhas foram higienizadas e armazenadas em temperatura ambiente (25 ± 2°C) e em câmara fria a (10 ± 2°C), com umidade relativa de ± 89%. Para as avaliações, as amostras foram congeladas em nitrogênio líquido e armazenadas em freezer (-18ºC). A extração das PAs foram feitas de acordo com Flores & Galston (1982) modificadas segundo Lima et al.

(1999), através da Cromatografia de Camada Delgada (TLC), e as leituras do nitrato foram realizadas a partir de amostras frescas, usando o Nitrato Card (Horiba). Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias, comparadas pelo teste de Duncan, a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa SAS. Resultados: O tratamento com baixa temperatura na durante o armazenamento da

chicória induziu maior longevidade. Com relação as poliaminas, os resultados obtidos mostraram que ocorreu menor teor de putrescina em relação aos teores de espermina e espermidina. A análise de espermina em chicória mostra que não houve variações significativas entre as épocas de coleta em temperatura ambiente, enquanto que para espermidina os maiores teores ocorreram aos 9 e 12 dias após o início do experimento, mostrando tendência de aumento com a senescência. Em relação ao teor de nitrato encontrado, a chicória apresentou 735 mg g

-1, e apesar de ser classificada como uma planta com

alto teor dessa substancia, neste trabalho, apresentou menor conteúdo em relação a literatura, o que pode ser atribuída ao modo de cultivo (orgânico). Conclusão: A temperatura de 10 ± 2°C de

armazenamento induziu maior longevidade para chicória. A temperatura de 10 ± 2°C não influenciou os níveis de poliaminas. As folhas apresentaram baixos teores de nitrato. Apoio financeiro: CAPES (bolsa de doutorado).

43

Avaliação da Cadeia do Frio em Supermercados do Município de Botucatu.

NUVOLARI1 , C.M; RAMOS

2, J.A.; MARIANO-NASSER

2,F.A.C.; FURLANETO

2, K.A.; , E.;

VIEITES3,R.L.

1Pós-graduanda do programa de pós-graduação Energia na Agricultura, FCA, UNESP, Botucatu, SP.

2 Pós-graduanda do programa de pós-graduação Horticultura, FCA, UNESP, Botucatu, SP.

3Departamento Horticultura, FCA, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução: A manutenção e a conservação da qualidade dos produtos oferecidos estão fortemente ligadas à aquisição de produtos confiáveis com temperatura, armazenamento e exposição adequada. Os métodos de conservação dos produtos alimentícios através do uso do frio se dividem em refrigeração e congelamento, e tem como finalidade aumentar a vida de prateleira dos produtos comercializados, fornecendo boa qualidade e agregando menor custo no produto final. A cadeia do frio além de manter o produto, prolonga o seu período de comercialização. Mas se faz necessário a verificação do seu uso quanto à temperatura ideal de conservação para cada tipo de alimento. Condições inadequadas de armazenamento em relação à temperatura permitam que ocorra a proliferação de micro-organismos por muitas vezes patogênicos, causando prejuízos à saúde do consumidor. Sendo a refrigeração de grande importância, pois reduz perdas em quantidade, qualidade e preserva a segurança alimentar. Objetivo: Avaliar a temperatura de armazenamento de alimentos refrigerados e congelados em supermercados do Município de Botucatu. Métodos: O estudo foi realizado em supermercados do município de Botucatu/SP, onde foi feito um levantamento das temperaturas dos alimentos presentes em equipamentos de refrigeração e congelamento. As temperaturas foram aferidas através da utilização de um termômetro a laser e comparadas com as temperaturas dispostas na literatura. Resultados: As temperaturas de armazenamento de produtos congelados estão dentro das especificações da legislação para todos os estabelecimentos analisados. A temperatura de armazenamento de produtos resfriados não atenderem as especificações da legislação na grande maioria dos estabelecimentos avaliados nos quesitos: 1: frutas, verduras e legumes higienizados, fracionados ou descascados, apresentando temperatura média de 5°C acima do máximo recomendado. 2: carnes bovinas, suínas, aves e seus produtos manipulados crus, apresentando temperatura média de 4°C acima do máximo recomendado. 3: ovos, apresentando temperatura média de 8°C acima do máximo recomendado. As temperaturas de armazenamento para frios, embutidos, fatiados, sobremesas, leite e derivados atenderam as temperaturas especificadas na legislação vigente. Conclusão: Foi observado uma elevação da temperatura da câmara de resfriamento devido a abertura das portas em horários mais movimentados e uma falha na manutenção na parte de vedação. Apoio financeiro: CAPES (bolsa de mestrado)

45

Efeitos da restrição proteica gestacional e lactacional sobre parâmetros bioquímicos e

crescimento prostático na prole de ratos machos.

FRANCOS.1, 2

; SANTOS S.A.A.2; PORTELA L.M.F.

2; MARTINS B.

1,2; MANI

, F

3; JUSTULIN,

L.A. 2.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected],

2Departamento de Morfologia, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP.

3Departamento de Bioquímica, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução e Justificativa

O desenvolvimento intrauterino representa uma fase de alta vulnerabilidade, onde insultos tanto metabólicos quanto exposição a agentes químicos ambientais podem desencadear respostas adaptativas de um organismo afetando órgãos e sistemas de maneira irreversível. Esta condição foi denominada Programação Fetal (Barker et al., 1989). Assim eventos ocorridos no período intrauterino ou perinatal são “memorizados” pelo organismo em desenvolvimento levando à formação de um indivíduo com “fenótipo adaptado” (Langley-Evans e McMullen, 2010).

Estudos epidemiológicos e experimentais têm demonstrado que uma dieta deficiente em proteína oferecida às mães durante a gestação é responsável pelo baixo peso ao nascimento da prole (Glazier et al., 1997; Rinaldi et al., 2013). Além disso, indivíduos com baixo peso ao nascer e que desenvolvem crescimento pós-natal acelerado (catch-up growth) apresentam maior propensão a desenvolver resistência à insulina e diabetes tipo II na idade adulta (Petry et al., 2001; Hales e Barker, 2013). Além disso, experimentos em roedores mostram que desnutrição proteica materna durante a gestação/lactação pode induzir mudanças fisiológicas e metabólicas na prole, mesmo quando os animais têm acesso livre à dieta normal após o desmame (Zambrano et al., 2005, Beauchamp et al., 2015).

Análises experimentais têm demonstrado que a restrição proteica materna durante o período gestacional acarreta modificações morfofuncionais em órgãos específicos da prole, podendo apresentar menor quantidade de células beta e de ilhotas de Langerhans no pâncreas (Dahri et al., 1991), proporção alterada entre os tipos celulares do fígado (Burns et al., 1997) e menor número de neurônios que controlam o apetite no hipotálamo (Plagemann et al., 2001).Além disso, tem sido demonstrado que alterações epigenéticas, que alteram genes que regulam o metabolismo e o transporte de glicose e lipídeos, podem alterar a função hepática, do tecido adiposo e músculos (Montgomery et al., 2003; Erhuma et al., 2007; Langley-Evans et al., 2010; Jousse et al., 2014; Jia et al., 2015; Ferreira et al., 2015).

Estudos avaliando as funções reprodutivas em animais submetidos à restrição proteica durante a gestação/lactação ainda são escassos. Entretanto, já foi demonstrado na prole de ratos machos que sofreram programação fetal por restrição proteica alterações como: o tempo de instalação da puberdade (Van Weissenbruch et al., 2005; Noriega et al., 2009); menor taxa de fertilidade (Santos et al,. 2004; Zambrano et al., 2005); redução da distância ano-genital (Rinaldi et al., 2013); alteração na concentração sérica de testosterona e estradiol (Teixeira et al., 2007; Rinaldi et al., 2013) e menor expressão de receptores de andrógenos no testículo (Rodrigues-Gonzales et al., 2012). Os resultados descritos acima enfatizam que a restrição proteica gestacional afeta negativamente o funcionamento do sistema genital masculino da prole.

A próstata é uma glândula acessória do sistema genital masculino cujo

desenvolvimento e homeostasia encontram-se sob controle androgênico (Cunha et al., 1985). Ela secreta um complexo proteolítico composto por fosfatase ácida, ácido cítrico, fibrinolisina, enzimas específicas, agentes imunossupressores e outros fatores componentes do fluido seminal (Marker et al., 2003). Esta secreção é fundamental para o sucesso reprodutivo, pois liquefaz o ejaculado, garante a motilidade e protege os espermatozoides dos danos imunológicos causados pelo sistema genital feminino (Aumüller e Seitz, 1990; Maccioni et al., 2003).

O desenvolvimento da próstata se inicia por volta do 17º dia de gestação em camundongos, 18º dia em ratos e entre a 9-10ª semana em humanos (Welsh et al., 2008). A morfogênese prostática não é determinada pelo sexo genético, mas pela exposição a andrógenos, produzidos pelos testículos fetais (Cunha et al., 1985). A diferenciação epitelial na próstata ocorre em paralelo ao desenvolvimento do estroma. Andrógenos atuam em receptores androgênicos (AR) no mesênquima urogenital para induzir a proliferação epitelial, formação de ductos e diferenciação das células epiteliais (Marker et al., 2003; Cunha et al., 1992). Estudos recentes revelaram que o desenvolvimento e maturação prostáticos são afetados pela restrição proteica gestacional. Ramos et al., (2010) mostraram que em animais experimentais menor quantidade e tamanho dos ácinos na próstata dorsolateral. Rinaldi et al. (2013) obtiveram resultados semelhantes na próstata ventral de ratos submetidos à restrição proteica gestacional e analisados aos 35 dias de pós-natal. Além disso, Pinho et al. (2014) também observou atraso no desenvolvimento prostático na prole animais submetidos ao mesmo protocolo e analisados com 1 dia de idade pós-natal.

Considerando a hipótese de que perturbações ocorridas durante as fases iniciais do desenvolvimento podem estar relacionadas à origem de doenças na idade adulta, além do reconhecido efeito da restrição proteica gestacional sobre o desenvolvimento de diferentes órgãos e sistemas, dentre eles o sistema genital masculino e em especial a próstata, se faz necessário o estudo de como a programação fetal causada por restrição proteica gestacional e/ou lactacional altera o crescimento e função da glândula prostática.

Objetivo

Avaliar o impacto da restrição proteica gestacional e lactacional sobre parâmetros bioquímicos e crescimento prostático da prole masculina.

Material e Métodos

Ratas Sprague Dawley, foram acasaladas, após constatação da prenhes através de detecção de espermatozoides no lavado vaginal, as ratas foram separadas nos seguintes grupos: controle (CTR n=8, ração padrão; 17% proteína), restrição proteica gestacional (RPG n=8, ração hipoproteica; 6% proteína) e restrição proteica gestacional e lactacional (RPGL, n=8, ração hipoproteica; 6% proteína) com acesso a água e ração ad libidium. Os animais foram mantidos no Biotério do Departamento de Morfologia no ciclo de luz de 12 horas e temperatura ambiente de 25ºC. Foram utilizados quatro filhotes machos de cada mãe. Imediatamente após o nascimento foi padronizado o número de animais para oito filhotes por rata (proporção entre machos e fêmeas de 1:1 sempre que possível), de forma a minimizar alterações no cuidado da mãe com a prole.

As ratas prenhes foram pesadas no primeiro e último dia gestacional (DG 0 e 21), no primeiro dia pós-natal (DPN 0) e no dia do desmame (DPN 21). Os filhotes foram pesados e a distância anogenital (DAG) aferidas no DPN 0 e 21. Os animais foram eutanasiados por decaptação para coleta de sangue para realização de dosagens bioquímicas séricas de Albumina (ALB), Proteínas Totais (PT), Glicose (GLI) e Triglicerídeos (TG) das mães e dos filhotes, utilizou-se método espectrofotométrico, seguindo as seguintes metodologias Burtis & Ashwood, 1998 e Moura,1993.

Dos filhotes, foram dissecadas e pesadas a próstata ventral (PV) e o complexo

urogenital (CUG). A PV foi desidratada até o álcool 95% e embebida em resina metacrilato (Historesin - Leica), em seguida foi incluída em moldes plásticos. Cortes de 3µm foram produzidos com navalha de vidro em micrótomo rotativo automático. Foram utilizadas a coloração de hematoxilina-eosina (H&E) para morfologia geral e a técnica histoquímica de picrocirius para a detecção de fibras colágenas. Para a análise morfométrica foi utilizada a grade de Weibel e para detecção de fibras colágenas foi utilizado software específico (LeicaQwin).

Os procedimentos experimentais estão de acordo com os Princípios Éticos na Experimentação Animal adotado pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) e foram aprovados pela Comissão de Ética na Experimentação Animal do Instituto de Biociências de Botucatu (CEEA-573).

Na comparação das variáveis entre os grupos (CTR, RPG e RPGL) foi utilizada a análise de variância, ANOVA – oneway. Significância adotada foi de p<0,05, seguido pelo pós-teste Tukey.

Segue a tabela com a composição das dietas:

Resultados

PARAMETROS BIOMÉTRICOS MATERNOS

Durante a gestação, os grupos restritos (RPG e RPGL) ganharam estatisticamente menos peso quando comparados ao grupo controle. Ao fim do período gestacional (DPN 21) o grupo RPGL apresentou peso estatisticamente reduzido comparado aos demais, enquanto que CTR e RPG foram estatisticamente equivalentes (tabela 2).

Tabela 2: Parâmetros biométricos das mães após a gestação e lactação.

Gestação lactação (n=45)

CTR RPG RPGL CTR RPG RPGL

Parâmetros

Peso corporal (g) 368,1±11,99A 341,625±13,45

B 343,425±12,21

B 239,52±9,61

A 226,8±9,58

A 168±12,37

B

Consumo de ração (g) 393,68±27,92 429,01±36,93 413,83±77,87 677,80±84,05A 550,26±93,91

B 372,54±85,35

C

Consumo de água (l) 0,66±0,08 0,61±0,27 0,66±0,09 1,31±0,16A 1,25±0,14

A 1,01±0,09

B

Dados expressos em média e desvio padrão, letras diferentes representam diferença estatística entre os grupos quando p<0,05.

PROLE

No DPN 0, o peso corporal da prole dos grupos restritos refletiu os parâmetros corporais das mães, apresentando peso corporal estatisticamente menor quando comparados ao grupo controle, a diferença pode ser observada na figura 1, que representa os animais do grupo controle e restrito no DPN 0. A DAG nos grupos RPG e RPGL se mostrou estatisticamente menor do que o grupo CTR (tabela 3).

No DPN 21 os animais dos grupos restritos mostraram menor ganho de peso corporal, quando comparados ao grupo controle (figura 2), junto a isto estes animais também apresentaram menor DAG, peso do lobo prostático ventral, tanto absoluto quanto relativo diminuído e menor peso absoluto do complexo urogenital. O peso relativo do complexo urogenital foi o único parâmetro que não apresentou diferenças significantes entre os grupos. Dados expressos na tabela 3.

Tabela 2: Parâmetros biométricos da prole no DPN 0 e DPN 21.

DPN 0 DPN 21

Parâmetros CTR RPG RPGL CTR RPG RPGL

Peso corporal (g) 6,62±0,41A 6,03±0,54

B 5,83±0,55

B 39,24±9,37

A 29,78±5,26

B 20,43±3,54

C

DAG (mm) 3,37±0,36A 3,15±0,44

B 3,11±0,50

B 10,68±2,54

A 8,84±1,68

B 7,63±1,62

B

Peso absoluto PV* (g) 3,20±0,79A 2,65±0,56

B 1,44±0,38

C

Peso relativo PV** 1,15±0,29A 0,96±0,18

B 0,78±0,15

C

Peso absoluto complexo urogenital (g) 11,11±1,48

A 8,46±2,07

B 5,6±0,47

C

Peso relativo Complexo urogenital** 2,98±0,52 3,08±0,51 3,12±0,45

O complexo urogenital compreende parte da uretra, a bexiga urinaria vazia, os pares de lobos prostáticos (ventral, lateral, dorsal e anterior) e as vesículas seminais. Dados expressos em média e desvio padrão, letras diferentes representam diferença estatística entre os grupos quando p<0,05. *Valores multiplicados por 100 **Valores multiplicados por 1000.

Figura 1: Imagem representativa dos grupos experimentais, observa-se alteração do

tamanho dos animais no DPN 0 nos grupos restritos, CTR= controle; RPG= Grupo com restrição proteica.

Figura 2: Imagem representativa dos grupos experimentais, observa-se alteração do tamanho dos animais no DPN 21 nos grupos restritos, CTR= controle;

RPG= Grupo com restrição proteica gestacional; RPGL= grupo com restrição proteica gestacional e lactacional

ANÁLISES BIOQUÍMICAS MÃES

As análises séricas maternas apontaram diminuição estatisticamente significante da quantidade de albumina e proteínas totais no grupo RPGL, quando comparadas com o CTR e RPG, que se apresentaram equivalentes entre si. A quantidade de triglicerídeos foi menor no grupo RPGL quando comparado ao grupo CTR, nesse parâmetro o grupo RPG apresentou-se estatisticamente equivalente para ambos grupos (CTR e RPGL). A glicose não apresentou diferença entre nenhum dos grupos (tabela 5).

Tabela 5: Parâmetros bioquímicos das mães.

Grupos

Parâmetros* CTR RPG RPGL

Albumina Proteínas Totais

2,82±0,25A

7,18±1,12

A

2,75±0,24A

6,48±0,36

A

1,81±0,41B

5,37±0,67

B

Triglicerídeos 109,0±35,57A 79,53±19,47

AB 59,26±35,19

B

Glicose 133,9±48,59 106,4±5,98 103,4±3,75

Dados expressos em média e desvio padrão, letras diferentes representam diferença estatística entre os grupos quando p<0,05. *Unidade de medida para os parâmetros citados é mg/dL.

PROLE

No DPN21 o grupo RPGL apresentou todos os parâmetros estatisticamente reduzidos quando comparado ao grupo CTR, exceto para albumina. O grupo RPG apresentou quantidade de proteínas totais menores do que o CTR, já para triglicerídeos e glicose o grupo RPG não se apresentou diferença estatística em relação aos outros grupos (tabela 6).

Tabela 6: Parâmetros bioquímicos da prole DPN21.

Grupos

Parâmetros* CTR RPG RPGL

Albumina Proteínas Totais

2,15±0,64 4,45±0,74

A

1,59±0,47 3,43±0,56

B

1,611±0,37 3,42±0,64

B

Triglícerídeos 173,3±83,57A 150,0±24,3

AB 100,6±26,16

B

Glicose 152,6±24,74 A

135,3±23,29 AB

93,2±47.55 B

Dados expressos em média e desvio padrão, letras diferentes representam diferença estatística entre os grupos quando p<0,05. *Unidade de medida para os parâmetros citados é mg/dL.

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA PV

As análises em lâminas coradas por H&E demonstraram o padrão morfológico

característico da próstata ventral no grupo CTR no DPN 21, com lúmen dilatado revestido por epitélio secretor, estroma delgado e secreção depositada na luz dos ácinos (figura 5a). A próstata dos animais dos grupos restritos mostrou alterações quando comparada ao grupo controle. Nestas glândulas, os ácinos demonstraram lúmen menos dilatado com menos

secreção acumulada, representando uma fração glandular diminuída, além de espessamento do compartimento estromal (figuras 5b e c)

CTR RPG RPGL

. Figura 3 – Fotomicrografia do lobo prostático ventral (PV) coradas em H.E., dos animais do

grupo experimental (CTR, a), restrição proteica gestacional (RPG, b) e restrição proteica gestacional e lactacional (RPGL, c) no dia pós natal 21. L= lúmen; E= estroma; EP= epitélio;

barra 50 µm. A reação histoquímica de Picrossirius para identificação das fibras de colágeno no

estroma glandular dos diferentes grupos experimentais também demonstrou maior intensidade de marcação nos animais nos animais restritos, sendo que visivelmente o grupo RPGL apresentando marcação mais intensa, e o RPG uma marcação intermediária entre o grupo CTR e o RPGL (figura 4).

CTR RPG RPGL

Figura 4 – Fotomicrografia do lobo prostático ventral (PV) com reação histoquímica de Picrossirius, dos animais do grupo experimental (CTR, a), restrição proteica gestacional (RPG, b) e restrição

proteica gestacional e lactacional (RPGL, c) no dia pós natal 21. L= lúmen; E= estroma; EP= epitélio; barra 50 µm.

As análises morfológicas realizadas pela grade de Weibel e o software LeicaQwin,

demostraram menor fração glandular nos animais dos grupos restritos assim como maior quantidade de fibras colágenas na fração estromal da glândula (tabela 7).

Tabela 7: Parâmetros morfométricos da próstata ventral da prole no DPN 21.

Grupos

Parâmetros CTR RPG RPGL

Frequência relativa dos compartimentos (%) Epitelial 45,46±12,47

A 25,40±8,96

B 30,50±6,16

B

Luminal 35,71±7,45A 45,45±9,89

B 48,05±7,53

B

Estromal 19,79±6,35A 26,82±7,21

B 29,63±7,29

B

Fração glandular 82,04±6,57 A

70,15±7,91 B

67,58±8,99 B

Fibras colágenas 11,71±3,16A 15,51±4,22

B 15,36±5,06

B

Dados expressos em média e desvio padrão, letras diferentes representam diferença estatística entre os grupos quando p<0,05.

Discussão

Atualmente é sabido que existe uma grande disponibilidade de alimentos, contudo boa parte destes alimentos são industrializados e ricos em calorias vazias. Esses alimentos por sua vez apresentam teor de sódio, açúcar e gorduras saturadas diretamente proporcional ao nível de processamento e inversamente proporcional ao tempo de preparo do alimento (Poti et al, 2015). No Brasil, o consumo de alimentos ultraprocessadas está diretamente associado ao desenvolvimento de obesidade em adultos e principalmente em crianças (Louzada et al., 2015).

Simultaneamente vive-se uma onda onde o culto ao corpo extrapola o limiar do bem-estar e da saúde, mesmo durante “períodos críticos” da vida como a gestação e a lactação (Novaes e Iannelli, 2015; Brazão et al, 2010). Neste modelo experimental através dos mecanismos de programação fetal reproduzimos os efeitos a curto prazo da restrição proteica exclusivamente gestacional e também durante a gestação e lactação, buscando-se avaliar o impacto da restrição proteica na prole avaliando parâmetros biométricos e bioquímicos das progenitoras e da prole, além do crescimento prostático dos ratos machos. Desta forma avaliou-se o impacto da programação fetal induzida por restrição proteica, tanto no período gestacional, como também associado a lactação.

PARAMETROSBIOMÉTRICOS Maternos (gestação e lactação)

Durante a gestação apesar das progenitoras do grupo controle e do grupo restrito apresentaram consumo de ração e água estatisticamente equivalente, o peso corporal das mães restritas foi menor, comparado ao controle, sugerindo o uso de estoque de proteína endógena para a manutenção da homeostasia corporal (Agnoux et al, 2015). Porém na lactação as fêmeas RGPL apresentaram menor consumo de ração e água comparado aos outros grupos, o que reflete no menor peso adquirido pelas mães na lactação. Nossos dados

corroboram resultados observados na literatura pertinente e demonstram que o modelo foi bem reproduzido (Agnoux et al, 2015, Claycombe et al., 2013; Rinaldi et al., 2013; Pinho et al., 2014). DPN0 e DPN21

A prole dos grupos restritos nasceram menores e com menor peso corporal, o que já era esperado de acordo com a literatura (Rinaldi et al., 2013; Pinho et al 2014). Também já foi observado que animais submetidos a restrição proteica durante o período perinatal são mais propensos ao desenvolvimento de síndromes metabólicas. (Hales e Barker, 2013). No DPN 21 os animais restritos mantiveram tanto a estrutura corporal reduzida, como também as vísceras, e principalmente a próstata, fatores que podem ser explicados pelo nível reduzido de hormônios e baixa disponibilidade proteica, como será discutido nos parâmetros bioquímicos e morfométricos. PARAMETROS BIOQUÍMICOS Maternos

Em relação às proteínas analisadas, verificamos que apenas o grupo RPGL apresentou diminuição estatística na sua concentração sérica de proteínas totais e albumina. Sabe-se que durante a gestação e lactação o metabolismo materno se adapta as condições de desenvolvimento do feto e produção do leite, respectivamente, necessitando de maior aporte de aminoácidos, lipídios e carboidratos. Na lactação, a produção de leite necessita de maior quantidade de aminoácidos, o que sugere que o grupo RPGL priorizou a produção de proteínas para o leite, diminuindo a produção de outras proteínas que refletiu diminuição da concentração sérica da proteína total e da albumina. (Rezaei et al, 2016). Segundo Latorraca et al, 1998, dietas restritas em proteína diminuem a quantidade de insulina circulante, refletindo na atividade reduzida da lipogenese, o que pode ser visto no grupo RPGL. Estes parâmetros não foram alterados no grupo RPG provavelmente devido a recuperação destes pela dieta normoproteíca durante a lactação. Prole DPN21

Nos filhotes observamos que os níveis séricos de albumina não apresentaram alterações. Sabe-se que a restrição calórica protéica diminui os níveis de albumina, porem isso não foi constatado nos filhotes, sugerindo que a alimentação pelo leite materno forneceu a ingestão calórica adequada aos filhotes não alterando a produção endógena de albumina (Santos et al, 2004). Já para proteínas totais os grupos restritos (RPG e RPGL) apresentaram-se equivalentes entre si e inferiores ao grupo CTR, sugerindo que a integridade funcional e estrutural dos órgãos foram afetadas, (Podaza et al, 2015).

Em relação a glicose e triglicérides, verificamos que estes parâmetros estão diminuídos nos animais RPGL quando comparados ao controle. Agnoux et al. (2015) relata que a restrição protéica na gestação diminui a disponibilidade de aminoácidos glicogênicos no leite, refletindo em uma quantidade reduzida de glicose nos filhotes, concordando com nossos achados. Os mesmos autores também demonstram que o leite materno tem diminuída quantidade de ácidos graxos livres, sugerindo menor lipogênese e diminuição dos triglicerídeos nos filhotes. PARAMETROS MORFOMÉTRICOS PROSTÁTICOS

Os animais submetidos a restrição proteica apresentaram atraso no crescimento glandular no DPN 21, apresentando glândulas com fração glandular reduzida e estroma mais espesso, e estes resultados foram acentuados no grupo com restrição proteica gestacional e lactacional. Estudos recentes já demonstraram atraso no desenvolvimento prostático da prole masculina causado por condições gestacionais adversas, como descrito por Rinaldi et al.

(2013) e Pinho et al., (2014) utilizando modelo de restrição proteica gestacional, e por Santos et al. (2014) em modelo de diabetes gestacional. Assim, nossos dados corroboram os achados anteriores e evidenciam que a restrição proteica, quando estendida durante o período lactacional gera maior atraso no desenvolvimento prostático quando comprada somente à restrição proteica gestacional.

Uma possível explicação para este menor crescimento é a baixa concentração sérica de testosterona em animais expostos a FP por restrição proteica, como já evidenciado por Rinaldi et al. (2013). A diminuição da distância anogenital nos animais deste experimento corrobora esta ideia, visto que a DAG têm sido utilizada como uma medida do desenvolvimento genital e nível androgênico tanto em animais experimentais quanto em seres humanos (Eisenberg et al., 2011).

Conclusão O grupo de mães com restrição proteica na gestação e lactação apresentou diminuição

de peso e alterações de parâmetros bioquímicos, o que não foi visto no grupo de mães RPG, sugerindo que a lactação influenciou no peso e parâmetros bioquímicos reduzidos na prole no DPN21. Além disso, foi observado um atraso no crescimento prostático nos grupos restritos, sendo que estas alterações foram mais evidentes no grupo RPGL. Em conjunto, estes resultados demonstram que a PF pode induzir mudanças no metabolismo sistêmico da prole e por alterar o desenvolvimento prostático, interferir na capacidade reprodutiva destes animais durante a vida adulta.

Bibliografia Agnoux AM., et al. Perinatal protein restriction affects milk free amino acid and fatty acid profile

in lacting rats: potencial role on puo growth and metabolic status. Journal of Nutritional Biochemistry., 26:784-795, 2015.

Aumüller G, Seitz J. Protein secretion and secretory process in male accessory Sex gland. Int Rev Citol. 121:127-231, 1990.

Barker DJP, Osmond C, Golding J, Kuh D, Wadsworth MEJ.Growth in utero, blood pressure in childhood and adult life, and mortality from cardiovascular disease.BMJ. 298:564-7, 1989.

Beauchamp B, Thrush AB, Quizi J, Antoun G, McIntosh N, Al-Dirbashi OY, Patti ME, Harper ME. Undernutrition during pregnancy in mice leads to dysfunctional cardiac muscle respiration in adult offspring. Biosci Rep.[Epub ahead of print],2015.

Brazão JV., Novaes JV., Vilhena J. Quem quer ficar na barriga da mamãe? Sobre a gestação em tempos de culto ao corpo. Polêm!ca., 9(4):43-57, 2010.

Burns SP, Desai M, Cohen RD, Hales CN, Iles RA, Germain JP, Going TC, Bailey RA. Gluconeogenesis, glucose handling, and structural changes in livers of the adult offspring of rats partially deprived of protein during pregnancy and lactation. J Clin Invest. 100:1768-74, 1997.

Burtis, C.A.; Asheood, E.R. Tietz Fundamentos de Química clinica. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 836p, 1998.

Claycombe KJ., Uthus EO., Roemmich JN., Johnson LK., Johnson WT., Prenatal low-protein and postnatal high-fat diets induce rapid adipose tissue growth by inducing Igf2 expression in Sprague Dawley rat offspring. J Nutr., 143: 1533-9, 2013.

Cunha GR, Alarid ET, Turner T, Danjacour AA, Boutin EL, Foster BA. Normal and abnormal development of the urogenital tract: role of androgens, mesnchymal-epithelial interactions, and growth factors. J Androl. 13:465-75, 1992.

Cunha GR, Bigsby RM, Coople PS, Sugmura Y. Stromal-epithelial interactions in adult organs.

Cell Diff. 17:137-48, 1985. Dahri S, Snoeck A, Reusens-Billen B, Remacle C, Hoet JJ. Islet function in offspring of mothers

on low-protein diet during gestation. Diabetes. 40:115-20, 1991. Eisenberg ML.., Hsieh M H. Walters RC., Krasnow R., and Lipshultz LI. The Relationship

between Anogenital Distance, Fatherhood, and Fertility in Adult Men PLoS One.; 6(5): 2011. Erhuma A, Salter AM, Sculley DV, Langley-Evans SC, Bennett AJ Prenatal exposure to a low-

protein diet programs disordered regulation oflipid metabolism in the aging rat. Am J PhysiolEndocrinolMetab. 292:1702-14. 2007.

Ferreira DJ, Liu Y, Fernandes MP, Lagranha CJ. Perinatal low-protein diet alters brainstem antioxidant metabolism in adult offspring. NutrNeurosci. [Epub ahead of print], 2015.

Glazier JD, Cetin I, Perugino G, Ronzoni S, Grey AM, Mahendran D, Marconi AM, Pardi G, Sibley CP. Association between the activity of the system A amino acid transporter in the microvillous plasma membrane of the human placenta and severity of fetal compromise in intrauterine growth restriction. Pediatr Res. 42:514-519, 1997.

Hales CN, Barker DJ. Type 2 (non-insulin-dependent) diabetes mellitus: the thrifty phenotype hypothesis. Int J Epidemiol. 42:1215-22, 2013.

Jia Z, Xinhua X, Qian Z, Miao Y, Jianping X, Zhixin W, Yijing L, Mingmin L. PPARγ links maternal malnutrition and abnormal glucose and lipid metabolism in the offspring of mice. Yi Chuan. 37:70-6, 2015.

Jousse C, Muranishi Y, Parry L, Montaurier C, Even P, Launay JM, Carraro V, Maurin AC, Averous J, Chaveroux C, Bruhat A, Mallet J, Morio B, Fafournoux P. Perinatal protein malnutrition affects mitochondrial function in adult and results in a resistance to high fat diet-induced obesity. PLoS One. 8:13-9, 2014.

Langley-Evans SC, McMullenS. Developmental origins of adult disease. Med PrincPract. 19:87-98, 2010.

Louzada et al. Consumption of ultra-processed foods and obesity in Brazilian adolescentes and adults. Preventive Medicne., 81:8-15, 2015.

Maccioni M, Cabezas LE, Rivero VE. Effect of prostatein, the major protein produced by the rat ventral prostate, on phagocytic cell functions. Am J Reprod Immunol. 50:473-80, 2003.

Marker PC, Donjacour AA, Dahiya R, Cunha GR. Hormonal, cellular, and molecular control of prostatic development. Dev Biol. 253:165-74, 2003.

Montgomery C, Speake BK, Cameron A, Sattar N, Weaver LT. Maternal docosahexaenoic acid supplementation and fetal accretion. Br J Nutr. 90:135-45, 2003.

Moura R.A. Técnicas de laboratório. 2ª ed., (São Paulo): Atheneu Editora, 593p,1993. Noriega NC, Howdeshell KL, Furr J, Lambright CR, Wilson VS, Gray LE Jr. Pubertal

administration of DEHP delays puberty, suppresses testosterone production, and inhibits reproductive tract development in male Sprague-Dawley and Long-Evans rats. Toxicol Sci. 111:163-78, 2009.

Novaes JV., Iannelli AM. A dimensão simbólica do corpo e o fenômeno social da corpolatria. Revista Interdisciplinar da Universidade Federal do Tocantins., 2(1):176-189, 2015.

Petry CJ, Dorling MW, Pawlak DB, Ozanne SE, Hales CN Diabetes in old male offspring of rat dams fed a reduced protein diet. . Int J Exp Diabetes Res. 2:139-43, 2001.

Pinho CF, Ribeiro MA, Rinaldi JC, Felisbino SL, Pinheiro PF, Domeniconi RF, Fochi RA, Boer PA, Scarano WR. Gestational protein restriction delays prostate morphogenesis in male rats. ReprodFertil Dev. 26:967-73, 2014.

Plagemann A, Harder T, Rake A, Melchior K, Rohde W, Dörner G. Hypothalamic nuclei are malformed in weanling offspring of low protein malnourished rat dams. J Nutrition. 130:2582-9, 2001.

Podaza E., Echarte EM., Chisari AN. A low maternal protein diet during pregnancy and lactation induce liver offspring dysfunction, in the rat. Ann Nutr Disord e Ther., 2(1):1020, 2015

Poti JM., Mendez MA., Ng SW., Popkin BM. Is the degree of food processing and convenience

linked with the nutriotional quality of foods purchased by US households?. Am J Clin Nutr., 2015.

Ramos Cda F, Babinski MA, Costa WS, Sampaio FJ The prostate of weaned pups is altered by maternal malnutrition during lactation in rats. Asian J Androl.12:180-5, 2010.

Rezaei R., Wu Z., Hou Y., Bazer FW., Wu G. Amino acids and mammary gland development: nutritional implications for milk production and neonatal growth, Journal of Animal Science and Biotechnology., 7:1-22, 2016.

Rinaldi JC, Justulin LA Jr, Lacorte LM, Sarobo C, Boer PA, Scarano WR, Felisbino SL. Implications of intrauterine protein malnutrition on prostate growth, maturation and aging.Life Science.92:763-4 2013.

Rodríguez-González GL, Vigueras-Villaseñor RM, Millán S, Moran N, Trejo R, Nathanielsz F, Larrea, Zambrano E. Maternal protein restriction in pregnancy and/or lactation affects seminiferous tubule organization in male rat offspring. Journal of Developmental Origins of Health and Disease. 3:321-6, 2012.

Santos AM, Ferraz MR, Teixeira CV, Sampaio FJ, da Fonte Ramos C.Effects of undernutrition on serum and testicular testosterone levels and sexual function in adult rats. HormMetab Res. 36:27-33, 2004.

Santos AS., Rinaldi JC., Martins AE., Camargo AC., Leonelli C., Delella FK., Felisbino SL., Justulin LA Jr.,Impact of gestational diabetes and lactational insulin replacement on structure and secretory function of offspring rat ventral prostate,GenCompEndocrinol., 15;206:60-71, 2014.

Santos NSJ., Draibe SA., Kamimura MA., Cuppari L. Albumina sérica como marcador nutricional de pacientes em hemodiálise. Revista de Nutrição., 17(3):339-349, 2004.

Teixeira CV, Silandre D, de Souza Santos AM, Delalande C, Sampaio FJ, Carreau S, da Fonte Ramos C. Effects of maternal undernutrition during lactation on aromatase, estrogen, and androgen receptors expression in rat testis at weaning. J Endocrinol.192:301-11, 2007.

Van Weissenbruch MM, Engelbregt MJ, Veening MA, Van Weissenbruch HA, et al. Fetal nutrition and timing of puberty. Endocr Dev. 8:15-33, 2005.

Welsh M, Saunders PT, Fisken M, Scott HM, Hutchison GR, Smith LB et al. Identification in rats of a programming window for reproductive tract masculinization, disruption of which leads to hypospadias and cryptorchidism. J Clin Invest. 118:1479-90, 2008.

Zambrano E, Rodríguez-González GL, Guzmán C, García-Becerra R, Boeck L, Díaz L, Menjivar M, Larrea F, Nathanielsz PW. A maternal low protein diet during pregnancy and lactation in the rat impairs male reproductive development. J Physiol. 563:275-84, 2005.

Apoio Financeiro: Fapesp nº 2015/18999-0; 2013/24230-5.

Avaliação do potencial antioxidante e antiinflamatório do extrato de folhas de yacon

(Smallanthus sonchifolius) no músculo sóleo de ratos diabéticos

MENDES1.3

, J.P.; SANTOS3, K.C.;BUENO

2, B.G.; FERREIRA

2, L.P.; FRANCISQUETI

3,

F.V.; GARCIA3, J.L. e CORRÊA

3, C.R.

1 Curso de Biomedicina da Faculdade Sudoeste Paulista, FSP, Avaré, SP. [email protected]

2 Graduação em Nutrição, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

3 Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina, Unesp, Botucatu, SP.

Introdução e Justificativa

O Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma desordem metabólica caracterizada pela

secreção e/ou ação da insulina endógena deficiente, acompanhada de hiperglicemia [1]. É

causada pela destruição autoimune das células β- pancreáticas, resultando em secreção

deficiente de insulina, promovendo captação insuficiente de glicose pelas células do músculo

esquelético, do coração e do tecido adiposo. Incapazes de captar glicose, o músculo e o tecido

adiposo utilizam ácidos graxos armazenados (triacilgliceróis) como principal combustível [2]. A

degradação desses ácidos graxos libera acetil-coA, que no fígado é convertida em corpos

cetônicos, que são utilizados por outros tecidos como combustível.

Essa doença pode acarretar diversas complicações, dentre elas a inflamação e o

estresse oxidativo. O músculo esquelético é um tecido com alta capacidade oxidativa e pode

ser afetado na condição diabética. Vários estudos relatam que muitos extratos obtidos de

plantas são eficazes em reduzir a inflamação e o estresse oxidativo. Estudos fitoquímicos têm

demonstrado que as folhas e caules do yacon são ricos em proteínas e compostos fenólicos

como cafeína, ácidos clorogênicos, ácido ferúlico e flavonoides, como a quercetina [3].

Compostos antioxidantes são conhecidos pela capacidade em inibir as respostas inflamatórias

e de estresse oxidativo. Além disso, os antioxidantes inibem a formação de ROS e podem

aumentar as capacidades do sistema enzimático de defesa antioxidante. Portanto,

antioxidantes podem diminuir o dano biológico do estresse oxidativo, diminuir o nível de

inflamação e diminuir a progressão das complicações diabéticas [4].

Objetivo

O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do extrato das folhas de yacon sobre a

glicemia e insulina no plama, interleucina-6 (IL-6), malondialdeído (MDA) e a capacidade

antioxidante hidrofílica (CAH) no músculo sóleo de ratos diabéticos.

Material e Métodos

Foram utilizados 40 ratos, Wistar machos (60 dias de idade). Os animais foram

divididos em 4 grupos (n=10); C: controle; C+Y: controle + yacon; DM: ratos diabéticos; DM+Y:

ratos diabéticos + yacon. O DM1 foi induzido por estreptozotocina (STZ - 40mg/kg, i.p., dose

única). Após estudo piloto com 3 diferentes doses (25, 50 e 100mg/kg), a concentração de

100mg/kg do extrato de yacon foi escolhida e administrada por 30 dias. A glicemia foi

determinada utilizando kit enzimático colorimétrico (Bioclin®, Belo Horizonte, Minas Gerais,

Brasil), a concentração hormonal de insulina (Laboratórios Immuno-Biological, Inc.) e IL-6 (R &

amp; D Systems, Inc.) foram medidos por imunoensaio, utilizando leitor de microplacas

(Spectra Max 190, Molecular Devices). A concentração de MDA no músculo sóleo foi

determinada por HPLC (Shimadzu LC-10AD system (Shimadzu Corporation, Kyoto, Japan), e a

capacidade antioxidante hidrofílica (CAH) foi determinada fluorometricamente, como descrito

por Beretta et. al. (2006) [5] usando leitor VICTOR X2 (Perkin Elmer -Boston, MA). Os

resultados estão expressos em média e erro padrão, e a significância foi calculada através da

análise de variância ANOVA duas vias, seguido de Holm-Sidak. Diferenças foram consideradas

significantes quando P < 0.05.

Resultados

Houve melhora nos parâmetros de estresse oxidativo no musculo sóleo do grupo

diabetico tratado com yacon (CAH- C=50,5±9Aa; C+Y=47±11Aa; DM=34±8Ba; DM+Y=45±9Ab)

e (MDA- C=0,03±0,01Aa; C+Y=0,05±0,01Aa; DM=0,20±0,01Ba; DM+Y=0,04±0,01Ab), e o

mesmo foi observado para IL-6 (C=0,05±0,01Aa; C+Y=0,05±0,01Aa; DM=0,11±0,01Ba;

DM+Y=0,05±0,01Ab). Em relação aos valores de glicemia inicial (pós indução com STZ)

(C=128±14,75Aa; C+Y=119,6±14,76Aa; DM=416,11±15,55Bb; DM+Y=395,33±19,05Bb)

estiveram maiores no grupo DM sem tratamento (P< 0.05). O extrato das folhas de yacon

promoveu redução (P< 0.05) da glicemia (C=94±17,90Aa; C+Y=88,66±18,87Aa;

DM=299,75±20,02Ba; DM+Y=104,83±23,12Ab) no grupo DM+Y quando comparado ao DM. Os

animais DM permaneceram com altos níveis séricos de glicose. Os valores de insulina

(C=34,08±2,05Aa; C+Y=32,12±2,18Aa; DM=22,02±2,52Ba; DM+Y=30,03±2,60Ab)

apresentaram-se menor no grupo diabetes, enquanto os animais pertencentes ao grupo DM+Y

apresentam aumento nos níveis de insulina.

Figura 1: Glicemia Inicial e Final. C: ratos controle; C+Y: ratos control + extrato das folhas de

yacon; DM: ratos diabéticos; DM+Y: ratos diabéticos que receberam extrato das folhas de

yacon. Os resultados estão expressos em média ± erro padrão. Letras maísculas comparam

doença (C vs. DM or C+Y vs. DM+Y) e letras minúsculas comparam tratamento com yacon (C

vs. C+Y or DM vs. DM+Y). Letras distintas indicam diferença significativa (P < 0.05).

Figura 2: Insulina. C: ratos controle; C+Y: ratos control + extrato das folhas de yacon; DM:

ratos diabéticos; DM+Y: ratos diabéticos que receberam extrato das folhas de yacon. Os

resultados estão expressos em média ± erro padrão. Letras maísculas comparam doença (C

vs. DM or C+Y vs. DM+Y) e letras minúsculas comparam tratamento com yacon (C vs. C+Y or

DM vs. DM+Y). Letras distintas indicam diferença significativa (P < 0.05).

Figura 3: Capacidade Antioxidante Hidrofílica (CAH) do músculo sóleo. C: ratos controle;

C+Y: ratos control + extrato das folhas de yacon; DM: ratos diabéticos; DM+Y: ratos diabéticos

que receberam extrato das folhas de yacon. Os resultados estão expressos em média ± erro

padrão. Letras maísculas comparam doença (C vs. DM or C+Y vs. DM+Y) e letras minúsculas

comparam tratamento com yacon (C vs. C+Y or DM vs. DM+Y). Letras distintas indicam

diferença significativa (P < 0.05).

Figura 4: Malondialdeído (MDA) no músculo sóleo. C: ratos controle; C+Y: ratos control +

extrato das folhas de yacon; DM: ratos diabéticos; DM+Y: ratos diabéticos que receberam

extrato das folhas de yacon. Os resultados estão expressos em média ± erro padrão. Letras

maísculas comparam doença (C vs. DM or C+Y vs. DM+Y) e letras minúsculas comparam

tratamento com yacon (C vs. C+Y or DM vs. DM+Y). Letras distintas indicam diferença

significativa (P < 0.05).

Figura 5: Interleucina-6 (IL-6) no músculo sóleo. C: ratos controle; C+Y: ratos control +

extrato das folhas de yacon; DM: ratos diabéticos; DM+Y: ratos diabéticos que receberam

extrato das folhas de yacon. Os resultados estão expressos em média ± erro padrão. Letras

maísculas comparam doença (C vs. DM or C+Y vs. DM+Y) e letras minúsculas comparam

tratamento com yacon (C vs. C+Y or DM vs. DM+Y). Letras distintas indicam diferença

significativa (P < 0.05).

Discussão

No presente estudo, a administração do extrato das folhas de yacon (100mg/kg/dia)

promoveu redução da hiperglicemia em animais diabéticos (Figura 1). Estes resultados

complementam achados descritos por Aybar et al., (2001) e Genta et al., (2010) [6, 7], que

observaram que diferentes preparações de extrato e, diferentes doses de yacon, apresentaram

efeito hipoglicemiante em ratos diabéticos. Contudo, Raga et al., (2010) [8] demonstraram que

a dose de 100mg/kg/peso coporal do chá de yacon foi mais eficaz em promover redução dos

níveis glicemicos. A taxa de redução de glicemia no presente estudo ocorreu sinérgicamente

com a melhora do funcionamento das células beta pancreáticas. O grupo DM sem tratamento

apresentou as menores concentrações de insulina no plasma. O tratamento com o extrato do

yacon promoveu aumento nas concentrações de insulina em animais diabéticos (Figura 2). A

patogênese do DM e suas complicações estão associadas ao excesso de produção de ROS e

depleção do sistema antioxidante endógeno, levando ao estresse oxidativo [9]. O estresse

oxidativo em animais diabéticos ocorre através do aumento da peroxidação dos ácidos graxos

poli-insaturados, que promovem à formação de TBARS e MDA como sub-produtos de

peroxidação lipídica [10]. No presente estudo, o aumento significativo da capacidade

antioxidante (HAC) (Figura 3) e diminuição de marcadores de peroxidação lipídica (MDA)

(Figura 4) e citoquinas pró-inflamatórias (IL-6) (Figura 5) no músculo sóleo de ratos diabéticos

tratados com o extrato do yacon sugerem a atividade antioxidante e anti-inflamatória do extrato

de yacon neste tecido.

Conclusão

. O extrato das folhas de yacon reduziu extresse oxidativo e inflamação no músculo

sóleo nos animais pertecentes ao grupo DM+Y via diminuição das concentração de MDA e IL-6

e aumento da capacidade antioxidante hidrofílica. Além disso, o tratamento com o extrato das

folhas de yacon promoveu redução da glicemia e aumento da secreção de insulina.

Bibliografia

1. American Diabetes, A., Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care, 2010. 33 Suppl 1: p. S62-9.

2. Kuroki, T., K. Isshiki, and G.L. King, Oxidative stress: the lead or supporting actor in the pathogenesis of diabetic complications. J Am Soc Nephrol, 2003. 14(8 Suppl 3): p. S216-20.

3. Valentova, K., F. Sersen, and J. Ulrichova, Radical scavenging and anti-lipoperoxidative activities of Smallanthus sonchifolius leaf extracts. J Agric Food Chem, 2005. 53(14): p. 5577-82.

4. Carolo dos Santos, K., et al., Cardiac energy metabolism and oxidative stress biomarkers in diabetic rat treated with resveratrol. PLoS One, 2014. 9(7): p. e102775.

5. Beretta, G., et al., Total antioxidant performance: a validated fluorescence assay for the measurement of plasma oxidizability. Anal Biochem, 2006. 354(2): p. 290-8.

6. Aybar, M.J., et al., Hypoglycemic effect of the water extract of Smallantus sonchifolius (yacon) leaves in normal and diabetic rats. J Ethnopharmacol, 2001. 74(2): p. 125-32.

7. Genta, S.B., et al., Hypoglycemic activity of leaf organic extracts from Smallanthus sonchifolius: Constituents of the most active fractions. Chem Biol Interact, 2010. 185(2): p. 143-52.

8. Raga, D.D., et al., Hypoglycaemic effects of tea extracts and ent-kaurenoic acid from Smallanthus sonchifolius. Nat Prod Res, 2010. 24(18): p. 1771-82.

9. Maritim, A.C., R.A. Sanders, and J.B. Watkins, 3rd, Diabetes, oxidative stress, and antioxidants: a review. J Biochem Mol Toxicol, 2003. 17(1): p. 24-38.

10. Mahesh, T. and V.P. Menon, Quercetin allievates oxidative stress in streptozotocin-induced diabetic rats. Phytother Res, 2004. 18(2): p. 123-7.

Efeito do consumo farinha da casca de maracujá (Passiflora edulis) sobre a composição

corporal na obesidade

PANELLI

1,3, M.F.; PIERINE

2, D.T.; SOUZA

2, S.L.B.; BORGUINI, M.G.

3; MINATEL, I.O.

3;

LIMA, G.P.P. 3; CICOGNA

2, A.C.; CORRÊA

4, C.R.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP. [email protected]

2Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, UNESP, Botucatu, SP.

3Departamento de Química e Bioquímica, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP.

4Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução e Justificativa De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), obesidade é definida como o

acúmulo excessivo ou anormal de gordura corporal, que pode causar dano à saúde, sendo importante fator de risco para diversas complicações como diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, aterosclerose, doença do fígado gorduroso não alcoólico, insuficiência cardíaca e renal, e alguns tipos de câncer.

Diante das complicações trazidas pela obesidade, o papel da alimentação saudável e equilibrada para manutenção e recuperação da saúde, tem despertado o interesse da comunidade científica. Dentre esses alimentos alvos de estudos está a farinha da casca de maracujá (Passiflora edulis), rica em substâncias que podem auxiliar o tratamento e prevenir o surgimento de complicações associadas à obesidade, como as fibras solúveis, que através da formação de um gel, impedem parte da absorção do colesterol e glicose derivados da dieta, as fibras insolúveis, que propiciam o aumento do bolo fecal e prevenção de doenças intestinais e os compostos antioxidantes, que podem auxiliar a redução do estresse oxidativo, retardando ou prevenindo a manifestação de comorbidades e complicações associadas à obesidade. A importância de demonstrar os benefícios desse alimento vai além da promoção da saúde, estende-se até a valorização do uso pelas indústrias de partes da fruta que antes eram consideradas resíduos e representam 52% da composição mássica da fruta.

O modelo experimental escolhido para o presente estudo foi o camundongo db/db, que possui fenótipo obeso por ser autossômico recessivo para mutação do receptor de leptina (LEPR), o que o torna insensível a este hormônio que é responsável pela sensação de saciedade. Por conta disso, o animal apresenta hiperfagia e, consequentemente, obesidade. O modelo demonstra resistência periférica à insulina acompanhada pelo aumento da secreção de insulina das células beta do pâncreas como mecanismo compensatório.

A justificativa do estudo se dá pela importância da obesidade e comorbidades associadas no Brasil atualmente, da minimização do desperdício de alimentos e da valorização de dietas balanceadas e que visam à promoção da saúde.

Objetivo Testar a hipótese de que o consumo da farinha da casca de maracujá (Passiflora

edulis) altera a composição corporal em camundongos db/db geneticamente obesos.

Material e Métodos O modelo experimental escolhido para o presente estudo foi o camundongo db/db

(Belke et al., 2012). A partir de 8 semanas de idade, os animais foram tratados com a farinha da casca de maracujá na dose 0,7 g/kg de ração (aproximadamente 1g/kg de peso do

animal/dia) e eutanasiados com 16 semanas. Os camundongos obesos e controles foram randomizados em 4 grupos (8 animais por grupo; n=32) (figura 1):

Eutrófico controle (C, n=8)

Obeso controle (Ob, n=8)

Eutrófico intervenção (C+maracujá, n=8)

Obeso intervenção (Ob+maracujá, n=8)

Figura 1: Delineamento experimental Os animais foram mantidos no Biotério de roedores da Unidade de Pesquisa

Experimental (UNIPEX) da Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, com ração (Ração Presence para ratos e camundongos) e água ad libitum. Para os grupos intervenção, a partir da oitava semana de vida, a ração comum foi moída, adicionada de farinha da casca de maracujá na dose 0,7 g/kg de ração (aproximadamente 1g/kg de peso do animal/dia) (Lima et al., 2012) e em seguida peletizada.

Ao final do estudo, os camundongos foram colocados em jejum por 12 horas, anestesiados com ketamina (0,1 mg/g) e xilazina (0,01 mg/g) (Ge et al., 2012) e eutanasiados por decapitação.

O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP (protocolo SIPE - 18/2015, CEUA - 1130).

Para determinação do estado nutricional foi determinado o consumo diário de ração (g/dia), peso corporal (g) e gordura corporal (g) (somatória dos depósitos de gordura epididimal, retroperitoneal, visceral e subcutânea).

Para comparação das variáveis estudadas entre os grupos experimentais foi empregada a análise de variância ANOVA de duas vias para a comparação entre os fatores grupo (controle e obeso), tratamento (dieta padrão e maracujá) e interação grupo x tratamento. O programa utilizado foi o SigmaStat 3.5 para Windows (Systat Software Inc., San Jose, CA, USA) e a significância adotada de 5%.

Resultados

Os animais obesos apresentaram peso corporal (g) superior (p<0,05) aos controles e o grupo obeso intervenção apresentou peso corporal inferior (p<0,05) ao grupo obeso controle (C: 27,5±2,0; C+maracujá: 25,4±3,6; Ob: 53,8±1,4; Ob+maracujá: 49,3±5,4) (figura 2).

Figura 2: Peso corporal de camundongos db/db após 8 semanas de intervenção com farinha da casca de maracujá (n=32) C: animais controles com dieta padrão; C+maracujá: animais controles que receberam farinha da casca de maracujá; OB: animais obesos com dieta padrão; OB+maracujá: animais obesos que receberam farinha da casca de maracujá. Letras diferentes: p<0,05. Anova Two way com post hoc Holm-Sidak.

A gordura corporal dos animais foi maior (p<0,05) nos obesos em relação aos controles

e a somatória da gordura corporal do grupo obeso intervenção foi menor (p<0,05) que do grupo obeso controle (C: 1,1±0,4; C+maracujá: 0,7±1,5; Ob: 15,9±0,2; Ob+maracujá: 14,0±2,3) (figura 3).

a a

b c

Figura 3: Gordura corporal de camundongos db/db após 8 semanas de intervenção com farinha da casca de maracujá (n=32) C: animais controles com dieta padrão; C+maracujá: animais controles que receberam farinha da casca de maracujá; OB: animais obesos com dieta padrão; OB+maracujá: animais obesos que receberam farinha da casca de maracujá. Letras diferentes: p<0,05. Anova Two way com post hoc Holm-Sidak.

Os animais que receberam a suplementação apresentaram ingestão de ração superior

aos animais com dieta padrão (C: 3,9±0,7 < C+maracujá: 5,7±0,3 < Ob: 6,5±0,3 < Ob+maracujá: 10,8±0,5) (figura 4).

Figura 4: Consumo diário de ração de camundongos db/db após 8 semanas de intervenção com farinha da casca de maracujá (n=32) C: animais controles com dieta padrão; C+maracujá: animais controles que receberam farinha da casca de maracujá; OB: animais obesos com dieta padrão; OB+maracujá: animais obesos que receberam farinha da casca de maracujá. Letras diferentes: p<0,05. Anova Two way com post hoc Holm-Sidak.

a a

b c

a

b

c

d

Discussão O modelo experimental de obesidade genética, camundongo db/db, foi escolhido por apresentar alterações significativas em parâmetros relacionados à hiperfagia como o ganho de gordura corporal e alterações metabólicas decorrentes da obesidade (Ramachandrappa & Farooqi, 2011). Em contrapartida, o consumo da farinha da casca do maracujá, rica em fibras solúveis e insolúveis, pode ser um tratamento eficiente contra a obesidade. Sua composição provoca o aumento da expressão de hormônios sacietógenos no hipotálamo (Lima et al., 2016), o que pode diminuir a ingestão alimentar.

No presente estudo, o peso corporal e a soma dos depósitos de gordura (epididimal, retroperitonial, visceral e subcutâneo) foram menores em animais obesos que receberam a farinha da casca do maracujá. No entanto, a menor gordura corporal não foi acompanhada de menor ingestão alimentar, o que demonstra que o mecanismo de ação da farinha da casca do maracujá pode não ser apenas na saciedade. As fibras solúveis são eficientes em absorver água, formando um gel viscoso que retarda o esvaziamento gástrico e tempo de trânsito intestinal. Este gel também absorve gorduras e provoca sua eliminação pelas fezes (Barbalho et al., 2012). Assim, a diminuição do peso corporal pode ser explicada pela menor absorção de macronutrientes ingeridos ou outro mecanismo ainda não elucidado.

Em estudo recente (Lima et al., 2016), ratos Sprague-Dawley com obesidade induzida por dieta hiper-gordurosa receberam farinha da casca do maracujá na dieta por 6 semanas. Os animais obesos que receberam farinha da casca do maracujá apresentaram menor ganho de peso e menor gordura corporal do que os obesos controles. De forma semelhante aos dados do presente estudo, a farinha da casca do maracujá não causou menor ingestão alimentar nos animais, mostrando perda de peso independente da restrição energética, corroborando os dados do presente estudo.

Os resultados fornecem bases para a utilização da farinha da casca do maracujá como tratamento da obesidade e de seus efeitos deletérios. No entanto, são necessários mais estudos para avaliar os mecanismos pelos quais esta farinha age na diminuição da gordura corporal de obesos.

Conclusão Os animais obesos que receberam suplementação consumiram maior quantidade de

ração, entretanto, apresentaram diminuição no peso e na gordura corporal em relação aos obesos controle.

Bibliografia Barbalho SM, Souza MSS, Silva JCP, Mendes CG, Oliveira GA, Costa T, Farinazzi-Machado FMV. Yellow passion fruit rind (Passiflora edulis): na industrial waste or na adjuvante in maintenance of glycemia and prevention of dyslipidemia? Journal of Diabetes Research and Clinical Metabolism 2012; 1: 5. Belke, DD, Severson DL. Diabetes in mice with monogenic obesity: the db/db mouse and its use in the study of cardiac consequences. In: Animal models in diabetes research. Methods in molecular biology. Springer Protocols. 2012; 933: 47-57 Cazarin, C B B. et al. Capacidade antioxidante e composição química da casca de maracujá (Passifl ora edulis). 2014; 44:1699-1704.

Correa EM, Medina L, Barros-Monteiro J, Valle NO, Sales R, Magalaes A, et al. The Intake of Fiber Mesocarp Passionfruit (Passiflora Edulis) Lowers Levels of Triglyceride and Cholesterol Decreasing Principally Insulin and Leptin. J Aging Res Clin Pract. 2014;3:31-5. Ge F, Hu C, Hyodo E, Arai K, Zhou S, Lobdell Ht, et al. Cardiomyocyte triglyceride accumulation and reduced ventricular function in mice with obesity reflect increased long chain Fatty Acid uptake and de novo Fatty Acid synthesis. J Obes.2012:205648. Glass CK, Olefsky JM. Inflammation and lipid signaling in the etiology of insulin resistance. Cell Metab. 2012;15:635-45. Gomes Neto, J N F. Avaliação do potencial terapêutico da farinha da casca de Passiflora edulis nas dislipidemias e diabetes induidas. 2009. 113p. Dissertação (mestrado em ciências farmacêuticas) - Universidade Federal do Ceará. Hirabara SM, Gorjao R, Vinolo MA, Rodrigues AC, Nachbar RT, Curi R. Molecular targets related to inflammation and insulin resistance and potential interventions. J Biomed Biotechnol.2012:379024. Lima ES, Schwertz MC, Sobreira CRC, Borras MRL Efeito hipoglicemiante da farinha do fruto de maracujá-do-mato (Passiflora nitida Kunth) em ratos normais e diabéticos. Rev. Bras. Pl. Med.14:383-388, 2012. Lima GCL, Vuolo MM, Batista AG, Dragano NRV, Solon C, Marostica Junior MR. Passiflora edulis peel intake improves insulin sensitivity, increasing incretins and hypothalamic satietogenic neuropeptide in rats on a high-fat diet. Nutrition 2016, In press. Miranda, G S. et al. Efeito da farinha da casca de maracujá sobr os níveis séricos de glicose, colesterol e triglicéride. 2011; 3:199-205. Ramachandrappa S, Farooqi IS. Genetic approaches to understanding human obesity. J Clin Invest. 2011:2080-2086. Van de Woestijne AP, Monajemi H, Kalkhoven E, Visseren FL. Adipose tissue dysfunction and hypertriglyceridemia: mechanisms and management. Obes Rev. 2011;12:829-40. WHO | Obesity and overweight [Internet]. [acesso em 2014 Ago 21]. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/index.html Wong YS, Sia CM, Khoo HE, Ang YK, Chang SK, Yim HS. Influence of extraction conditions on antioxidant properties of passion fruit (Passiflora edulis) peel. Acta Sci Pol Technol Aliment. 2014 ;13:257-65. Apoio Financeiro: Fapesp nº 2015/09292-0 (bolsa I. C.)

Ácido ascórbico e dehidroascórbico em mangas submetidas a tratamento de sanitização

MONACO, K. de A.1; DIAMANTE, M.S.

2; BORGES, C.V.

2; GOMEZ, H.A.G.

2; MONTEIRO,

G.C. 2; LIMA, G.P.P.

3

1Doutora em Agronomia/Horticultura, Faculdade de Ciências Agronômicas, Unesp, Botucatu,

SP. 2Pós-graduandos do Programa de Pós-graduação em Agronomia/Horticultura, Faculdade de

Ciências Agronômicas, Unesp, Botucatu, SP. [email protected] 3Departamento de Química e Bioquímica, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

Introdução e Justificativa A manga (Mangifera indica L.) é um fruto tropical que ocorre em diversas regiões do

mundo e o Brasil produz em torno de 1,2 milhões de toneladas (FAO, 2015). É uma fruta de particular importância devido ao seu valor nutricional e sabor agradável. No entanto, as perdas pós-colheita em mangas têm sido estimadas entre 25% a 40% entre a colheita e a fase de consumo (Ravindra & Goswami, 2007). Por esta razão, tecnologias eficazes, tais como sistemas de cultivo e métodos de sanitização, são desejáveis para assegurar uma vida de prateleira mais longa e qualidade de frutos.

Em meio aos fatores de pré-colheita, destaca-se o cultivo orgânico, o qual apresenta aceitação superior ao convencional, pois é descrito como isento de resíduos de pesticidas e com maior qualidade nutricional (Marchiori, 2006).

Nos últimos anos, a demanda por alimentos orgânicos aumentou. Muitos estudos têm demonstrado que os vegetais cultivados organicamente têm um elevado teor de antioxidantes, como a vitamina C, entre outros (Lima & Vianello, 2011). Para a sanitização de vegetais orgânicos, alguns produtos são proibidos, como o cloro. Com isso, a água ozonizada tem sido estudada como uma forma segura de sanitização em vários produtos vegetais, tais como brócolis (Lima et al., 2014) e pimentão (Alwi & Ali, 2015).

Alguns estudos têm demonstrado que a exposição da planta ao ozônio aumenta o teor de ácido ascórbico (Alwi & Ali, 2015) e outras moléculas com atividade antioxidante (Lima et al. 2014). No entanto, poucos estudos têm sido realizados sobre o uso de ozônio como sanitizante em frutas ou vegetais orgânicos (Lima et al., 2014).

O ozônio é um gás com ação oxidante e este efeito é devido à ação de oxidação de ácidos graxos poli-insaturados ou enzimas, peptídeos e proteínas, o que favorece a degradação da membrana celular, resultando em ruptura celular e o vazamento subsequente do conteúdo celular (Das et al., 2006). Devido a esta ação oxidante, alguns vegetais e frutas tratadas com ozônio tendem a apresentar maior atividade antioxidante (Gonzalez-Aguilar et al., 2007; Yeoh et al., 2014).

Entre os compostos antioxidantes, alguns estudos descrevem a presença da vitamina C em mangas e sua importância nutricional. Além disso, a vitamina C tem sido descrita por ser alterada em função do tipo de cultivo (orgânico e convencional) em muitos frutos e hortaliças (Cardoso et al., 2011). As formas ativas de vitamina C, ácido ascórbico e ácido dehidroascórbico, podem ser influenciadas também pelo tipo de antioxidante usado, como UVC e ozônio, que podem promover estresse nas células, pela formação de ROS, induzindo moléculas com potencial antioxidante, como a vitamina C (Allende et al., 2007). Além disso, muitos estudos demonstram variações no conteúdo dessa vitamina em função da pós-colheita (Lee e Kader, 2000).

Portanto, o ácido dehidroascórbico, juntamente com ácido ascórbico, funciona como antioxidantes protegendo as células contra as ROS. Durante o processo de amadurecimento e senescência, as células geram quantidades significativas de espécies moleculares tóxicas e o

incremento do conteúdo de vitamina C pode ser uma resposta a esse sistema elicitor (Allende et al., 2007), como alguns estudos relatam que alguns agentes sanitizantes, como o ozônio, podem promover a degradação de muitas substâncias presentes nos alimentos.

Conforme descrito, as mangas podem apresentar diferenças no conteúdo de alguns antioxidantes em função da pós-colheita, como a temperatura (Ding et al., 2007), sistema de cultivo, agente sanitizante, o que justifica o objetivo do presente estudo.

Objetivo O objetivo deste trabalho foi avaliar as alterações nos teores de ácido ascórbico e

dehidroascórbico em frutos de manga ´Palmer’ (orgânicos e convencionais) submetidos a tratamentos de imersão em água e água ozonizada após a colheita e durante período de comercialização simulada.

Material e Métodos Mangas (Mangifera indica L.) ‘Palmer’, adquiridas diretamente de produtores, oriundas

do cultivo convencional e orgânico do Estado de São Paulo, Brasil, foram analisadas após a colheita. Os frutos produzidos em sistema orgânico foram colhidos na cidade de Borborema (latitude 21º 37' 11" S, longitude 49º 04' 25" O e 429 m de altitude) e os frutos produzidos em cultivo convencional, na cidade de Taquaritinga (latitude 21° 24′ 23″ S, longitude 48° 30′ 20″ O e altitude de 579 metros).

Para caracterizar os solos das duas propriedades, realizou-se analise química de rotina (Embrapa, 1997). A propriedade orgânica apresentou as seguintes características: pH (CaCl2 0,01 mol L

-1) 5,5; 11,0 g dm

-3 de matéria orgânica (MO); 35,0 mg dm

-3 de fósforo (P); 12,0

mmolc dm-3

de H + Al; 2,2 mmolc dm-3

de potássio (K); 27,0 mmolc dm-3

de cálcio (Ca); 6,0 mmolc dm

-3 de magnésio (Mg); 36,0 mmolc dm

-3 de soma de bases (SB); 48,0 mmolc dm

-3 de

capacidade de troca catiônica (CTC); saturação por bases (V) de 74,0%. Em relação aos micronutrientes, os teores encontrados foram de 25,0 mg dm

-3 de enxofre (S); 0,3 mg dm

-3 de

boro (B); 3,8 mg dm-3

de cobre (Cu); 18 mg dm-3

de ferro (Fe); 3,4 mg dm-3

de manganês (Mn) e 2,7 mg dm

-3 de zinco (Zn). A propriedade com sistema convencional apresentou as seguintes

caraterísticas do solo pH (CaCl2 0,01 mol L-1

) 5,4; 12,0 g dm-3

de MO; 78,0 mg dm-3

de P; 19,0 mmolc dm

-3 de H + Al; 1,4 mmolc dm

-3 de K; 27,0 mmolc dm

-3 de Ca; 6,0 mmolc dm

-3 de Mg;

29,0 mmolc dm-3

de SB; 47,0 mmolc dm-3

de CTC; V de 60,7%. Em relação aos micronutrientes, os teores encontrados foram de 0,68 mg dm

-3 de B; 19,1 mg dm

-3 de Cu; 20

mg dm-3

de Fe; 23,7 mg dm-3

, Mn e 3,5 mg dm-3

de Zn. Para assegurar a comparação, os frutos apresentavam a mesma idade fisiológica, ou

seja, coloração da casca no estádio verde-maduro (“ombros” cheios, firmes e com a casca verde).

Após a colheita, os frutos orgânicos e convencionais foram levados ao laboratório de Bioquímica Vegetal, pertencente ao Departamento de Química e Bioquímica do Instituto de Biociências da Unesp, campus de Botucatu/SP, onde foram selecionados e submetidos aos tratamentos de imersão em água e água ozonizada por 10 minutos, utilizando-se água de abastecimento público ozonizada e como fonte de ozônio, um ozonizador (Degradatox/OZ Engenharia, Indústria de Equipamentos Geradores de Ozônio-LTDA, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil) com a capacidade de gerar, aproximadamente, 1 g de ozônio L

-1 s

-1, em um

tanque de 180L. Os tratamentos foram constituídos de lavagem em água com ou sem ozônio, sendo:

AC, frutos convencionais lavados com água; AO, frutos orgânicos lavados com água; Oz10C, frutos convencionais imersos em água ozonizada por 10 minutos e Oz10O, frutos orgânicos imersos em água ozonizada por 10 minutos. Posteriormente, os frutos foram armazenados em câmara de refrigeração com temperatura de 14 ± 3ºC e 90 ± 2 %UR. A primeira avaliação

ocorreu no dia da colheita, e para simular o tempo de comercialização, aos 7 dias, os frutos foram retirados da câmara fria e mantidos em temperatura ambiente, para analise aos 4 (7 + 4) dias em temperatura ambiente (27 ± 2°C e 65 ± 5 %UR).

A determinação dos ácidos ascórbico e dehidroascórbico foi realizada através da Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) de acordo com a metodologia proposta por Pertuzatti et al. (2015) com adaptações.

O extrato foi preparado a partir de 200 mg de mangas liofilizadas pesadas em tubos de vidro, aos quais foram adicionados 4 ml de solução extratora (fria). Essa solução é composta por 10 g de ácido metafosfórico e 40 ml de ácido acético glacial (proporção para 1L). Os tubos foram agitados vigorosamente em vortex por 2 minutos e mantidos em banho ultrassônico por 30 minutos, com água do banho mantida abaixo de 8°C. Os tubos foram centrifugados por 15 minutos a 4500 x g a 4°C e o sobrenadante retirado e colocado em recipiente âmbar. Aos tubos foram acionados, novamente 4 ml da solução extratora, agitados em vortex por 3 minutos e centrifugado por 15 minutos a 4500 x g e 4°C. Após o sobrenadante ser retirado esse procedimento foi repetido, entretanto foram adicionados apenas 2 ml da solução extratora.

Como fase móvel, foi utilizado ácido acético a 2% em fluxo isocrático de 0,5 ml min-1

. O tempo de leitura estabelecido foi de 15 minutos, com injeção de 20 μL por amostra. A temperatura da coluna foi de 25 °C e o comprimento de onda de detecção foi de 248 nm para o ácido ascórbico e 240 para o ácido dehidroascórbico. Os resultados foram expressos em mg 100g

-1 de amostra.

O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com esquema fatorial 2 x 4 (dias de avaliação x tratamentos), com 3 repetições e duas amostras por repetição. Todas as análises foram realizadas em triplicata. O teste de Tukey, a uma probabilidade de 5%, foi usado para comparar as médias.

Resultados

O conteúdo de ácido dehidroascórbico em mangas ‘Palmer’ orgânicas ou convencionais foi muito menor que o encontrado para ácido ascórbico durante o período experimental (Tabela 1).

O tratamento com água ozonizada por 10 minutos induziu aumento do teor de ácido dehidroascórbico aos 7 + 4 dias, bem como o aumento do teor de ácido ascórbico após a colheita.

Após a transferência para temperatura ambiente, aos 7 + 4, os teores de ácido ascórbico e dehidroascórbico aumentaram consideravelmente, exceto para o teor de ácido ascórbico observado nos frutos não sanitizados.

Verificou-se que os frutos no período de comercialização simulada não apresentaram diminuição no conteúdo de vitamina C (ácido ascórbico + ácido dehidroascórbico). Ainda, as maiores perdas de vitamina C ocorreram em frutos não tratados com água ozonizada, principalmente aos 7 + 4 dias.

Tabela 1. Ácidos ascórbico e dehidroascórbico em polpas de mangas ‘Palmer’ orgânicas e

convencionais sanitizadas. ,

Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas (linhas) e minúsculas (colunas) não diferem estatisticamente de acordo com o teste de Tukey (P ≥ 0,05). MF: massa fresca. AC: frutos de sistema convencional lavados com água; AO: frutos de sistema orgânico lavados com água; Oz10C: frutos de sistema convencional imersos em água ozonizada, durante 10 minutos; Oz10O: frutos de sistema orgânico imersos em água ozonizada durante 10 minutos.

Discussão Água ozonizada utilizada para sanitizar os frutos de manga ‘Palmer’ induziu o aumento

de compostos bioativos durante o amadurecimento. Conforme observado nas mangas ‘Palmer’ orgânicas ou convencionais, sanitizadas ou não, menores conteúdos de ácido dehidroascórbico em relação ao ácido ascórbico foi descrito durante a pós-colheita de morangos tratados ou não com alguns sanitizantes, incluindo ozônio (Allende et al., 2007). Em cultivares de manga, incluindo a ‘Palmer’, os valores de ácido dehidroascórbico variam entre 10,3 a 17,7% (Ribeiro et al., 2007), enquanto que os nossos resultados mostram valores inferiores em relação a esse ácido. A indução do ácido dehidroascórbico pode ser em função

Tratamentos Após a colheita 7+4 dias após a

colheita

Ácido ascórbico

(mg 100g-1

MF)

AC 29,95±10,77

Aa* 1,73±0,25

Bc

AO 29,08±0,90

Aa 1,20±0,05

Bc

Oz10C 26,46±0,90Ba

61,62±3,97Aa

Oz10O 32,29±1,26Aa

34,66±0,81Ab

Ácido

dehidroascorbico

(mg 100g-1

MF)

AC 1,06±0,28Ba

13,57±2,79Aa

AO 0,41±0,14Ba

4,69±0,62Ab

Oz10C 0,33±0,02Ba

3,47±0,78Ab

Oz10O 0,18±0,00Ba

2,88±1,03Ab

do cultivo ou condições pré-colheita, armazenamento ou pelos tratamentos sanitizantes utilizados. O ácido dehidroascórbico, juntamente com ácido ascórbico, funciona como antioxidantes protegendo as células contras ROS. Durante o processo de amadurecimento e senescência, as células geram quantidade significativa de espécies moleculares tóxicas e o incremento do conteúdo de vitamina C pode ser uma resposta a esse sistema elicitor (Allende et al., 2007). De acordo com Lee e Kader (2000), o conteúdo de ácido ascórbico pode aumentar em alguns frutos com o amadurecimento, mas os autores afirmam que esse processo não ocorre em mangas.

O uso de ozônio pode promover a degradação de muitas substâncias e de acordo com Tiwari et al. (2009), tratamentos com ozônio em suco de morango induziu diminuição dos níveis de vitamina C. Há afirmações que cultivo orgânico pode promover aumento de alguns compostos com propriedades antioxidantes, como a vitamina C, entretanto os estudos ainda são inconclusivos (Lima & Vianello, 2011; Picchi et al., 2012), como verificado com a nossa pesquisa.

Frutos senescentes apresentaram teor mais elevado de compostos bioativos, podendo ser utilizado como uma alternativa para a indústria farmacêutica. Entretanto pesquisas precisam ser realizadas para verificar a atuação desses compostos produzidos através de frutos impróprios para consumo nos organismos.

Conclusão

Os frutos sanitizados com água ozonizada por 10 minutos apresentaram maiores teores tanto de ácido ascórbico como de ácido dehidroascorbico. Além disso, os frutos que apresentavam aspecto senescente, que estavam em comercialização simulada, também apresentaram maiores teores desses compostos bioativos, levando a necessidade de mais para verificar a atuação desses compostos.

Bibliografia Alwi NA, Ali A. Dose-dependent Effect of Ozone Fumigation on Physiological Characteristics, Ascorbic Acid Content and Disease Development on Bell Pepper (Capsicum annuum L.) During Storage. Food and Bioproc Technol. 2015; 8 (3): 558-566. Allende A, Marin A, Buendia B, Tomas-Barberan F, Gil MI. Impact of combined postharvest treatments (UV-C light, gaseous O3, superatmospheric O2 and high CO2) on health promoting compounds and shelf-life of strawberries. Postharvest Biol. Technol. 2007; 46:201–211. Cardoso PC, Tomazini APB, Stringheta PC, Ribeiro SMR, Pinheiro-Sant'ana, HM. Vitamin C and carotenoids in organic and conventional fruits grown in Brazil. Food Chem. 2011; 126 (2):411-416. Daş E, Gürakan GC, Bayındırlı A. Effect of controlled atmosphere storage, modified atmosphere packaging and gaseous ozone treatment on the survival of Salmonella enteritidis on cherry tomatoes. Food Microbiol. 2006; 23:430–438. Ding Z, Tian S, Zheng X, Zhou Z, Xu Y. Responses of reactive oxygen metabolism and quality in mango fruit to exogenous oxalic acid or salicylic acid under chilling temperature stress. Physiol Plant 2007; 130: 112–121. Fao. Food and agriculture organization of the united nations. Perspectivas agrícolas 2015-2024. https://www.fao.org.br/download/PA20142015CB.pdf.

Gonzalez-Aguilar GA, Zavaleta-Gatica R, Tiznado-Hernandez ME. Improving postharvest quality of mango ‘Haden’ by UV-C treatment. Postharvest Biol and Technol. 2007; 45:108–116. Lee SK, Kader AA. Preharvest and postharvet factors influencing vitamin C content of horticultural crops. Postharvest Biol & Technol. 2000; 20(3):207–220. Lima GPP, Vianello F. Review on the main differences between organic and conventional plant-based foods. Inter J of Food Sci and Technol. 2011; 46:1-13. Lima GPP, Machado TM, Oliveira LM, Borges LS, Pedrosa VA, Vanzani P, Vianello F. Ozonated water and chlorine effects on the antioxidant properties of organic and conventional broccoli during postharvest. Sci Agric. 2014; 71:151-156. Marchiori JMG. Qualidade nutricional dos queijos mussarela orgânico e convencional elaborados com leite de búfala e de vaca. 2006. 54f. Dissertação (Mestrado em Ciências Nutricionais). Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2006. Pertuzatti PB, Sganzerla M, Jacques AC, Barcia MT, Zambiazi RC. Carotenoids, tocopherols and ascorbic acid content in yellow passion fruit (Passiflora edulis) grown under different cultivation systems. LWT - Food Sci. and Technol. 2015; 64:259 -263. Picchi V, Migliori C, Scalzo RL, Campanelli G, Ferrari V, Cesare LFD,. Phytochemical content in organic and conventionally grown Italian cauliflower. Food Chem. 2012; 130 (3):501–509. Ravindra MR, Goswami TK. Post-harvest handling and storage of mangos – an overview. J of Food Sci and Technoly, 2007; 44:449–458. Ribeiro SMR, Queiroz JH, Queiroz MELR, Campos FM, Sant’Ana HMP. Antioxidant in Mango (Mangifera indica L.) pulp. Plant Foods for Human Nutr. 2007; 62:13-17. Tiwari BK, O’Donnell CP, Patras A, Brunton N, Cullen PJ. Effect of ozone processing on anthocyanins and ascorbic acid degradation of strawberry juice. Food Chem. 2009; 113 (4): 1119-1126. Yeoh WK, Ali A, Forney CF. Effects of ozone on major antioxidants and microbial populations of fresh-cut papaya. Postharvest Biol and Technol, 2014; 89:56-58.

Níveis de vitamina C nas inflorescências de couve-flor ao longo do armazenamento

MONTEIRO

1, G.C.; SILVA

1, M.B da.; RODRIGUES

1, L.F.O.S.; BALDINI

1, L.F.G.; BORGUINI

1,

M.G.; DIAMANTE1, M.S.; LIMA

2, G.P.P.

1Pós-graduando do programa de pós-graduação em Agronomia (Horticultura), Faculdade de Ciências Agronômicas, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

²Departamento de Bioquímica e Química, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP

Introdução e Justificativa As espécies de Brassica tem sido foco de vários estudos de propriedades benéficas

para saúde humana nos últimos anos, tais como anti-carcinogênico, atividades de proteção contra doenças cardiovasculares e processos de envelhecimento, patologias pré-natal, catarata, entre outras. Estes benefícios têm sido relacionados ao seu alto teor de fitoquímicos, como glucosinolatos, compostos fenólicos, carotenoides, vitaminas e minerais (Domínguez-Perles et al., 2014).

A couve-flor (Brassica oleracea L. var. botrytis L.), variedade botânica descendente da couve-silvestre (Brassica oleracea var. silvestris), é uma espécie hortícola pertencente à família Brassicaceae. A principal parte comestível dessa brassica é sua inflorescência imatura, constituída por uma cabeça de coloração branca, creme ou amarela, e em algumas cultivares mais recentes, pode ser roxa e verde, que se desenvolve sobre um caule curto (May et al., 2007; Filgueira, 2008). Normalmente, as folhas são descartadas, mas apresentam potencial nutritivo e podem ser consumidas diariamente (Santos, 2006).

Conforme Steiner et al., 2009, a produção expressiva de brassicas no Brasil, como a couve-flor, ocorre principalmente devido ao seu sabor, potencial nutricional e rápido retorno econômico para o agricultor. É boa fonte de vitaminas A, B e C, além de rica em potássio, fósforo, fibras e pobre em calorias (Pôrto et al., 2012). Além disso, oferece propriedade mineralizante, fortificante, oxidante e, graças ao elevado conteúdo de cálcio, apresenta grande importância na formação dos ossos (Mambreu et al., 2007).

Segundo IBGE, no ano de 2006, o Brasil produziu 141.806 ton de couve-flor, sendo que os Estados com maior produtividade foram São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, apresentando uma concentração nas regiões Sul e Sudeste, com 94,37% da produção total do país. Em 2014, no Estado de São Paulo foram produzidos cerca de 57,5 milhões de inflorescências (“cabeças”) em uma área de pouco mais de 2,5 mil hectares (IEA, 2015). As principais regiões produtoras se situam em locais de clima mais ameno, situadas em zonas serranas, principalmente nas regiões de Sorocaba e Campinas (Godoy et al., 2012).

A cultura é caracterizada por ser uma planta sensível ao clima e aos tratos culturais utilizados para o seu cultivo (Silva, 2012). Conforme Domínguez-Perles et al., 2014, as brassicas sofrem alterações nutricionais pela perda dos seus compostos, desde o seu cultivo até a pós-colheita. Entre as substâncias de importância nutricional que podem apresentar perdas, inclui-se a vitamina C, que tem o seu teor alterado em função de diversos fatores de cultivo.

Uma das práticas culturais mais utilizadas na agricultura moderna é o uso de agroquímicos, como determinados fungicidas, que podem induzir alterações nos compostos antioxidantes, como a vitamina C, pois induzem a formação de espécies reativas de oxigênio e, consequentemente, modificam o metabolismo oxidativo. O agroquímico Cabrio

® Top (Metiram

550 g/kg + Piraclostrobina 50 g/kg) é um fungicida sistêmico utilizado em diversas culturas, como ação protetiva a patógenos fúngicos que deprecia o produto. O fungicida tem um período de carência de aproximadamente 14 dias para que haja o consumo do alimento sem contaminação. A Piraclostrobina do grupo químico das Estrobilurinas presente na composição

deste fungicida, pode ocasionar alterações positivas no metabolismo e crescimento, além de fornecer proteção antifúngica preventiva na planta (BASF, 2016).

Outro fator de grande importância para couve-flor é o período de pós-colheita, onde os processos biológicos da planta continuam linearmente devido principalmente a respiração e estão intimamente ligados à variação da composição fitoquímica. Além disso, o manuseio e o tipo de armazenamento podem alterar a qualidade nutricional do produto final (Allende et al., 2006). Neste sentido, a vitamina C tem sido considerada um bioindicador para o manuseio e processamento pós-colheita, em função de sua sensibilidade à degradação.

Levando em consideração que, dependendo do hábito alimentar dos diferentes países consumidores, as brassicas podem chegar a fornecer 50% da ingestão diária recomendada de vitamina C, que é de aproximadamente 90 mg/dia (Pennington & Fisher, 2010), sendo esse consumo importante, pelo fato dos seres humanos não sintetizarem está molécula. Dessa forma, é de grande importância novas práticas agrícolas que possam manter ou aumentar os níveis de vitamina C em brassicas, como a couve-flor.

Objetivo Esse estudo teve como objetivo quantificar o teor de vitamina C após a colheita de

inflorescências de couve-flor (Brassica oleracea L. var. botrytis L.), cv. Flamenco, tratadas ou não com agroquímicos e armazenadas em baixa temperatura.

Material e Métodos A primeira fase do experimento foi executada em uma propriedade rural, localizada no

município de Pardinho – SP. A área já é ocupada por cultivos de hortaliças há aproximadamente 20 anos. As coordenadas geográficas são 23° 02’ S de latitude, 48° 22’ W de longitude e 897 metros de altitude. O clima é do tipo mesotérmico subtropical úmido com estiagem na época de inverno (Peel et al., 2007).

A condução do experimento foi em campo aberto, em canteiros de 0,3 m de altura e 1,5 m de largura. O solo do local é classificado como Latossolo Vermelho Amarelo fase arenosa (EMBRAPA, 2006). Foi realizada a análise de solo para verificação da sua fertilidade e a adubação de base foi realizada conforme IAC (May et al., 2007), sendo aplicado 84 kg de N, 294 kg de P2O5 e 168 kg de K2O por hectare (ha

-1).

As mudas de couve-flor (Brassica oleracea L. var. botrytis L.) cultivar Flamenco (BEJO) foram preparadas em bandejas de plástico com 128 células preenchidas com substrato comercial Vivato, colocando-se uma semente por célula. As mudas foram transplantadas para os canteiros 28 dias após a semeadura, com 4 folhas definitivas, utilizando-se espaçamento de 0,6 m x 0,4 m, sendo 0,4 metros entre plantas e 0,6 entre fileiras, resultando em uma densidade de plantas de 41.666 plantas ha

-1. O delineamento experimental adotado foi blocos

casualizados, com 2 tratamentos (T1 – testemunha, sem aplicação de agroquímicos e T2 - Cabrio

® Top 3,0 g/L - fungicida), contendo 4 repetições. Foram realizadas duas aplicações do fungicida. A primeira foi feita aos 21 dias após a

semeadura nas bandejas e a segunda aplicação, no início do florescimento, que corresponde a fase reprodutiva (aplicação realizada 30 dias antes da colheita). A aplicação do fungicida foi realizada via foliar com o uso de pulverizador costal, com pressão de 2 kgf cm

-2 e vazão de 0,2

L min-1

, utilizando-se cortina plástica entre os tratamentos para evitar a deriva. O ponto de colheita foi definido quando a inflorescência alcançou o tamanho de ≥15 cm e compacta (Lana, 2010).

A segunda fase do experimento foi realizada em câmara fria. As inflorescências foram mantidas em baixa temperatura (10 ± 1

oC) durante 6 dias. A avaliação de vitamina C foi

realizada no dia da colheita (Dia 0), momento da chegada do material no laboratório e aos 6 dias de armazenamento (Dia 6), para os dois tratamentos realizados a campo. As

inflorescências (3 cabeças por tratamento) foram trituradas e homogeneizadas para a realização da avaliação.

O conteúdo de vitamina C foi obtido por titulometria, utilizando-se 2 g da inflorescência triturada diluídas em 10 mL de ácido oxálico, conforme descrito pelo método de Tillmans, baseando-se na redução do corante 2,6-diclorofenol-indofenol pelo ácido ascórbico (IAL, 2008). A análise química foi realizada no Laboratório de Análises Pós-colheita do Departamento de Química e Bioquímica do Instituto de Biociências da UNESP, Botucatu - SP.

Os dados obtidos foram analisados através da análise de variância (ANOVA) e comparação de médias pelo teste Tukey a 5% de probabilidade, pelo programa estatístico SISVAR 5.6 (Ferreira, 2010).

Resultados De acordo com a análise de variância, observou-se diferença significativa para os

tratamentos (T1 e T2) e período de armazenamento a 10 °C (0 e 6 dias). Os resultados indicaram forte influência da aplicação do agroquímico no teor de vitamina C nas inflorescências de couve-flor no momento da colheita (0 dias de armazenamento), contribuindo para maior teor dessa vitamina, quando comparado as inflorescências que não receberam aplicação de Cabrio

® Top, com diferença significativa a 5% de probabilidade (Tabela 1).

Aos seis dias de armazenamento não foram observadas variações significativas no conteúdo de vitamina C nas inflorescências, isto é, nesta época de avaliação, não houve influência do agroquímico utilizado, apresentando valores semelhantes. Em relação ao período de armazenamento, houve diferença significativa (Tabela 1) entre os períodos analisados. Com o tempo de armazenamento há uma drástica diminuição no conteúdo de vitamina C (Figura 1).

Tabela 1: Conteúdo de vitamina C (mg/100g) em inflorescências in natura de couve-flor, para os tratamentos testemunha (T1) e Cabrio

® Top (T2), dias após armazenamento. Botucatu-SP.

Tratamento Dias após armazenamento

0 6

Testemunha (T1) 43,54bA 20,74aB

Cabrio® Top (T2) 49,02aA 20,75aB

Médias seguidas por letras minúsculas iguais na coluna não diferem entre os tratamentos; Médias seguidas por letras maiúsculas iguais na linha não diferem entre o período de armazenamento a 5% de probabilidade de erro conforme a distribuição de Tukey.

Figura 1. Comportamento do conteúdo de vitamina C (mg/100g) em inflorescências in natura de couve-flor, com ou sem aplicação de agroquímico. Botucatu - SP.

Discussão Os resultados do presente estudo revelam que a aplicação do agroquímico aumenta o conteúdo de vitamina C no momento da colheita (0 dias de armazenamento), mas não influencia após um período de armazenamento (6 dias de armazenamento) em câmara fria. Para os distintos períodos de armazenamento nota-se que uma temperatura de 10 °C não impediu a diminuição no conteúdo de vitamina C nas inflorescências in natura de couve-flor.

O aumento de vitamina C com aplicação de agroquímicos que induzem alterações nos compostos antioxidantes (induzem a formação de espécies reativas de oxigênio e, consequentemente, modificam o metabolismo oxidativo) tem sido considerado de grande importância no aumento de produtividade, desenvolvimento vegetal e qualidade nutricional em tomate (Guimarães et al., 2014; Ramos, 2013) e pepino (Amaro et al., 2009), entre outras hortaliças. No presente estudo, observou-se que o agroquímico composto por Piraclostrobina induziu alguma alteração no metabolismo, refletindo num aumento no conteúdo de vitamina C, mas não contribuiu para a manutenção dos níveis. Esses valores encontrados estão próximos dos relatados por Sikora et al. (2008) em estudo realizado com a mesma metodologia de quantificação de vitamina C em inflorescências de couve-flor (40,6 a 52,4 mg/100g).

A perda de vitamina C ocorrida entre o dia da colheita (0 dias de armazenamento) e aos 6 dias de armazenamento na testemunha (52,37 %) e nas plantas contendo o agroquímico (57,67 %), pode ser atribuída aos processos oxidativos que ocorrem no período de pós-colheita, com ou sem refrigeração, mudando somente a velocidade da oxidação da molécula de ácido ascórbico (AA) para dehidroascórbico e subsequentes, influenciado principalmente pelo oxigênio e temperatura do ambiente de armazenamento (Domínguez-Perles et al., 2014).

Conforme Domínguez-Perles et al. (2014), em geral, as Brassicas in natura no momento da colheita contêm maior conteúdo de vitamina C, ao contrário das que passaram por um período de tempo no armazenamento. Esse decréscimo de vitamina C, sob um longo

10,000

15,000

20,000

25,000

30,000

35,000

40,000

45,000

50,000

55,000

0 6

Vitam

ina C

(m

g/1

00g)

Dias após armazenamento

Testemunha (T1) Cabrio® Top (T2)

tempo armazenamento refrigerado, pode ser ocasionado pelo aumento na proporção de dehidroascórbico (DHAA), devido a degradação do ácido ascórbico (Hagen et al., 2009). Este fato pode acontecer por fatores enzimáticos (oxidação enzimática) e não enzimáticos (aeróbico e anaeróbico). Em condições aeróbicas, o ácido ascórbico é transformado em ácido dehidroascórbico que passa a ácido 2,3-dicetogulônico produzindo hidroxifurfural, e pode ser também produzido o hidroximetilfurfural originado pela reação de açúcares com aminoácidos e em condições anaeróbicas o ácido ascórbico se transforma em ácido 2,5-dihidro-2-furanóico que passa a dióxido de carbono e furfural (Tanaka, 2007).

A vitamina C, é um dos antioxidantes exógenos de grande importância, não só para os seres humanos, mas também para os vegetais, o mesmo, reage com as espécies reativas de oxigênio (radical superóxido, peróxido de hidrogênio, radical hidroxil, entre outros) protegendo para que não haja qualquer implicação para as células pelos radicais livres (Ribeiro et al., 2005), se consumindo e convertendo as espécies reativas de oxigênio (ROS) em espécies inofensivas, com pouca reatividade (Barreiros & David, 2006), com isso, ajudando as plantas a se defender no período de pós-colheita, resultado encontrado nesse trabalho, que após um período de armazenamento houve uma diminuição no conteúdo de vitamina C.

Conclusão A aplicação do agroquímico (fungicida sistêmico) aumenta a concentração de vitamina

C nas inflorescências de couve-flor apenas no momento da colheita.

Bibliografia Allende A, Tomás-Barberán FA, Gil MI. Minimal processing for healthy traditional foods. Trends Food Sci. Technol. 2006; 17:513-519. Amaro ACE, Macedo AC, Sirtoli LF, Ono EO, Rodrigues JD. Influência de alguns fungicidas nas trocas gasosas e produção de plantas de pepino japonês enxertadas e não enxertadas, em condições de ambiente protegido. Horticultura Brasileira. 2009; 27:1964-1970. Barreiros ALBS, David JM. Estresse oxidativo: relação entre geração de espécies reativas e defesa do organismo. Quim. Nova. 2006; 29:113-123. Cabrio Top fungicida. Disponível em: <http://www.agro.basf.com.br>. Acesso em: 10 maio 2016. Domínguez-Perles D, Mena P, García-Viguera C, Moreno DA. Brassica foods as a dietary source os vitamin C: a review. Critical Reviews in Food Science and Nutrition. 2014; 54:1076-1091. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Sistema brasileiro de classificação de solos. 2. ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006; 306 p. Ferreira DF. Sisvar versão 5.3. Lavras: Departamento de Ciências Exatas, Universidade Federal de Lavras, 2010. Filgueira FAR. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: Editora da UFV, 2008; 421p.

Godoy AR, Salata AC, Cardoso AII, Evangelista RM, Kano C, Higuti AR. O. Produção e qualidade pós-colheita de couve-flor em função de doses de potássio em cobertura. Scientia Agraria Paranaenis. 2012; n. 2, 11:33-42. Guimarães LRP, Soler JMP, Lima GPP, Pavan MA. Polyamines in tomato plants grown during an incidence of tospovirus exposure. Eur J Plant Pathol. 2014; 140:701-709. Hagen SF, Borge GIA, Solhaug KA, Bengtsson GB. Effect of cold storage and harvest date on bioactive compounds in curly kale (Brassica oleracea L. var. acephala). Postharvest Biol. Technol. 2009; 51:36-42. INSTITUTO ADOLFO LUTZ (IAL). Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos químicos e físicos para análises de alimentos. 4ª ed. São Paulo, 1° Ed. digital, 1002 p., 2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Agropecuário de 2006. 2006. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/censoagro/2006> Acesso em: 10 maio 2016. Instituto de Economia Agrícola (IEA). Estatística de Produção da Agropecuária Paulista. 2015. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br> Acesso em: 10 maio 2016. Lana MM. Diagnóstico do manuseio pós-colheita de couve-flor e repolho em uma cooperativa de produtores de hortaliças de Planaltina-DF. Brasília : Embrapa Hortaliças, 2010. Mambreu E, Carabolante MH, Reis S. Hortaliças: valor nutritivo, medicinal e cromoterapico. Jaboticabal: Funep. 2007; 145 p. May A, Tivelli SW, Vargas PF, Samra AG, Sacconi LV, Pinheiro MQ. A cultura da couve-flor. (Boletim técnico). Campinas: IAC, 2007. Peel AL, Finlayson BL, Mcmahon TA. Updated world map of the Köppen-Geiger climate classification. Hydrology and Earth System Sciences. 2007; 11:1633-1644. Pennington JAT, Fisher RA. Food component profiles for fruit and vegetable subgroups. J. Food Comp. Anal. 2010; 23:411-418. Pôrto DRQ, Cecílio Filho AB, Rezende BLA, Barros Junior AP, Silva GS. Densidade populacional e época de plantio no crescimento e produtividade da couve-flor cv. Verona 284. Revista Caatinga. 2012; n. 2, 25:92-98. Ramos AC. Produtos de efeitos fisiológicos no desenvolvimento de plantas de tomate ‘Giuliana’, na produção e pós-colheita de frutos. 2013. 143f. Dissertação (Doutorado em Horticultura) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2013. Ribeiro SMR, Queiroz JH, Pelúzo MCG, Costa NMB, Matta SLP, Queiroz MELR. A formação e os efeitos das espécies reativas de oxigênio no meio biológico. Biosci. J., Uberlândia. 2005; n. 3, 21:133-149.

Santos JM. Comportamento da heliconia Golden Torch (Heliconia psittacorumx spathorcircinada) submetida a fontes e doses de silício. 2006. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Alagoas, UFAL, Rio Largo, 2006. Sikora E, Cieslik E, Leszczynska T, Filipiak-Florkiewicz A, Pisulewski PM. The antioxidant activity of selected cruciferous vegetables subjected to aquathermal processing. Food Chem. 2008; 107:55-59. Silva GS. Densidade populacional e época de plantio no crescimento e produtividade da couve-flor cv. Verona 284. Revista Caatinga. 2012; n. 2, 25:92-98. Steiner F, Lemos JM, Sabedot MA, Zoz T. Efeito do composto orgânico sobre a produção e acúmulo de nutrientes nas folhas de couve manteiga. Revista Brasileira de Agroecologia. 2009; n. 2, 4:1886-1890. Tanaka DL. Influência da desidratação por spray drying sobre o teor ácido ascórbico no suco de acerola (Malpighia ssp.). 2007. 73f, Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição) - Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2007. Apoio Financeiro: CNPq (bolsa de mestrado).

Teor de vitamina C em beterrabas in natura e pré processadas submetidas a diferentes

formas de cocção

RAMOS

1, J.A.; LUNDGREN

2, G.A.; MENDONÇA

1, V.Z.; MARIANO-NASSER

2, F.A.C.;

FURLANETO1, K.A.; FUJITA

3, E.; VIEITES

4, R.L.

1Pós-graduanda do programa de pós-graduação Energia na Agricultura, FCA, UNESP, Botucatu, SP. [email protected]

2 Pós-graduanda do programa de pós-graduação Horticultura, FCA, UNESP, Botucatu, SP.

3 Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral, FAEF, Garça, SP

4Departamento Horticultura, FCA, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução e Justificativa A beterraba tem baixa densidade energética e apresenta quantidades apreciáveis de

micronutrientes, como a vitamina C. Frutas escuras e vegetais verde escuro e vermelhos, como a beterraba, apresentam grande quantidade de compostos fenólicos como os flavonoides e as antocianinas (Lin & Tang, 2007), que possuem múltiplos efeitos biológicos, como atividades antioxidante, anti-inflamatória, anti-tumoral e inibidora da agregação plaquetária. Além disso, contém as betalaínas, que são substâncias do metabolismo secundário da beterraba pertencentes ao grupo dos compostos secundários nitrogenados e potentes antioxidantes devido a sua capacidade de sequestrar radicais livres, podendo prevenir alguns tipos de cânceres (Picolli et al., 2010; Tivelli et al., 2010).

Os humanos não são capazes de sintetizar a vitamina C, como as plantas e alguns animais, portanto para atingir as necessidades diárias é preciso obtê-la através dos alimentos (Campos et al., 2008). A vitamina C é sequestrante de espécies reativas de oxigênio, formadas normalmente pelas células do corpo humano. Por isso, é um importante antioxidante, reciclando a vitamina E, prevenindo a peroxidação lipídica e a oxidação da lipoproteína de baixa densidade (LDL). Outras funções no ser humano são a participação na produção e manutenção de colágeno, no metabolismo da tirosina, na biossíntese de carnitina, síntese de neurotransmissores, no metabolismo do colesterol, na absorção de ferro não-heme, dá estabilidade ao ácido fólico, além de atuar como anti-histamínico, inibindo a liberação de histamina pelos mastócitos e aumentando sua degradação (Cozzolino, 2009; Odin,1997).

A recomendação de vitamina C para adultos é cerca de 100mg por dia, sendo que essa indicação muda para crianças, gestantes e lactentes. Assim como em situações diversas, tais como infecções, gravidez e amamentação, e em tabagistas, doses ainda mais elevadas são necessárias (Manela-Azulay, 2003). Porém a absorção só é completa com a ingestão de 30mg por vez (Rock, Jacob, Bowen, 1996).

As hortaliças são, muitas vezes, consumidas na forma crua. Mas há situações em que a cocção é necessária ou ainda preferida. Nesse caso, o conteúdo dos nutrientes pode ser alterado. O cozimento de hortaliças pode ser feito de diversas maneiras e em tempos diferenciados, em água de ebulição, a vapor ou calor seco, variando o tipo de equipamento empregado, como por exemplo, fogão convencional e forno.

A cocção, processo que utiliza o efeito do calor, promove trocas químicas, físico-químicas e estruturais nos componentes dos alimentos. De acordo com o tempo de cozimento e a temperatura empregada, ocorrerá a destruição de micro-organismos e enzimas, modificações das propriedades sensoriais e nutricionais do produto cozido. Esse processo desagrega as estruturas vegetais, melhorando a palatabilidade e a digestibilidade. As alterações químicas e físicas provocadas por diferentes métodos de cocção podem modificar o valor nutricional do alimento e são influenciadas por fatores como a forma de transferência de

calor, a intensidade da temperatura, a duração do processo e o meio de cocção utilizados (Alves et al., 2011).

No preparo das hortaliças podem ser usados métodos de calor úmido e seco. Por calor úmido pode ocorrer através da técnica com água quente (água em ebulição) ou vapor, onde o vegetal é hidratado durante o abrandamento das fibras. No calor seco o método de cozimento consiste na aplicação de calor, que pode ser de forma direta ou indireta, levando à desidratação do alimento e concentração dos sólidos totais. Estas técnicas diferenciam-se entre si pelo contato direto da hortaliça com a água de cocção, a temperatura e o tempo necessários para o cozimento, sendo indicadas de acordo com as características botânicas do vegetal e a composição química (Ornellas, 2001; Philippi, 2003).

Cocção em ebulição é quando o alimento entra em contato direto com a água a 100°C, é um processo lento e com perdas de componentes hidrossolúveis. E, a cocção sob pressão com calor úmido, ou seja, na panela de pressão, o vapor libera pequenas partículas de água, e a pressão aumenta proporcionalmente à quantidade de água evaporada (109-111ºC) (Dal Bosco, Conde, 2013).

A cocção a vapor é o método em que o alimento não entra em contato com água diretamente. Ocorre a hidratação do alimento, abrandando suas fibras. Realça a aparência e reduz as perdas, em relação a cocção em imersão, de vitaminas hidrossolúveis e alguns minerais e compostos bioativos devido à coagulação da superfície (Dal Bosco, Conde, 2013).

O forno combinado que engloba todos os métodos de cocção: assar, fritar, grelhar, gratinar, aquecer sem ressecar, cozinhar em banho-maria e a vapor. Sua utilização reduz o tempo de preparo, diminui o desperdício, melhora a apresentação dos pratos e não requer a utilização de gordura. Por meio da circulação combinada de ar quente e vapor, esse tipo de forno utiliza o calor seco, calor úmido e a combinação dessas duas formas de cocção. Assim, o alimento preparado no forno combinado recebe um aquecimento homogêneo, evitando ressecamento e garantindo cocção uniforme baseado na premissa de que este método de cocção é o que melhor preserva as características sensoriais e nutricionais (Alves et al., 2011).

A análise das perdas nutricionais dos alimentos é de fundamental importância, pois só assim é possível usufruir dos reais benefícios que alguns alimentos podem fornecer à população que os consome (Del-Vechio et al., 2005). As perdas que ocorrem nos alimentos durante o seu preparo para o consumo são imensas, causando grandes reduções de nutrientes por falta de conhecimento da melhor forma de processamento (Lima et al., 2008). Nos distintos métodos de cozimento, o pré-preparo, as formas de transferência de calor, a temperatura, a duração do processo, e o meio de cocção são alguns dos fatores responsáveis pelas alterações químicas e físicas, as quais podem modificar o valor nutricional dos alimentos (Scheibler et al., 2010).

Objetivo O objetivo desse estudo foi avaliar a concentração de vitamina C em beterrabas in

natura e em diferentes pré-preparos e métodos de cocção.

Material e Métodos As beterrabas utilizadas foram da cultivar híbrida Borus adquiridas da fazenda Dalbon,

no município de São José do Rio Pardo/SP. Foram imediatamente transportadas por meio rodoviário para o Laboratório de Nutrição e Dietética do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Botucatu/SP. Posteriormente foram selecionadas visando à homogeneização do lote quanto ao tamanho, cor e ausência de injúrias e defeitos. Em seguida, foram lavadas em água corrente para tirar as sujidades.

Foram realizados quatro tratamentos térmicos, sendo eles cocção a vapor, cocção na

panela de pressão, no forno e na água em imersão em três diferentes pré preparos, com as beterrabas inteiras com casca, beterrabas inteiras descascadas manualmente e beterrabas descascadas e fatiadas em processador de alimentos de aço inox.

Foram realizados pré-testes para estabelecer o tempo correto para cada método de cozimento e modo de preparo, visando que fiquem “al dente” (Copetti, Oliveira, Kirinus, 2010), no qual encontra se na Tabela 1. Os tempos foram contados depois que a água entrou em ebulição e o forno foi pré-aquecido por quinze minutos.

Para as beterrabas inteiras com casca, o lote foi selecionado, lavado e posteriormente levado aos quatro tratamentos térmicos. Após os cozimentos, foram descascadas manualmente com auxílio de uma faca. Para as inteiras sem casca, as beterrabas foram selecionadas, lavadas e descascadas manualmente com auxílio de descascador manual ou faca de cozinha e, em seguida levadas aos quatro tratamentos térmicos. Para as beterrabas fatiadas, elas foram selecionadas, lavadas e descascadas manualmente com auxílio de descascador manual ou faca de cozinha. Depois foram cortadas em fatias de cinco milímetros em processador de alimentos de aço inox com o disco E5 e, assim levadas aos quatro tratamentos térmicos. Após os cozimentos as amostras foram congeladas em nitrogênio líquido e maceradas para posterior análise da concentração de vitamina C (Tabela 2).

Tabela 1. Tempos de cocção para cada tratamento preconizado pelo autor do presente

trabalho.

TRATAMENTOS TEMPO DE COCÇÃO

Inteiras com casca vapor 1h 18min

Inteiras com casca pressão 30min

Inteiras com casca forno 3h

Inteiras com casca água 1h 5min

Inteiras sem casca vapor 56min

Inteiras sem casca pressão 22min

Inteiras sem casca forno 1h 57min

Inteiras sem casca água 51min

Fatiadas sem casca vapor 30min

Fatiadas sem casca pressão 10min

Fatiadas sem casca forno 40min

Fatiadas sem casca água 24min

Tabela 2. Descrição do experimento realizado com os diferentes pré-preparos e métodos de

cocção.

Pré preparo Cocção

Inteiras com casca

Vapor Pressão Forno

Imersão

Inteiras sem casca

Vapor Pressão Forno

Imersão

Fatiadas

Vapor Pressão Forno

Imersão

As análises, nas beterrabas in natura e cozidas, do teor de vitamina C foram realizadas

segundo procedimento descrito por Terada et al. (1978) com algumas modificações. 50mg de beterraba macerada em nitrogênio líquido foram homogeneizadas com ácido oxálico (0,5%) durante 20 segundos em miniturrax (MARCONI). Em seguida, foram submetidas à centrifugação a 6000 rpm x g por 20 minutos. Uma alíquota de 1 mL do sobrenadante foi combinado com 150 μL de uma solução aquosa a 0,25% de 2,6- dichlorophenolindophenol, 1 mL de uma solução 9N de ácido sulfúrico (98%) e 2,4- Dinitrophenylhydrazine e com 50 μL de tiouréia 10% em EtOH 50%. A mistura foi submetida a banho fervente por 15 minutos e, em seguida, em banho de gelo, após a estabilidade da temperatura dos frascos, foram adicionados 5mL de H2SO4 85% e a leitura procedida a 520 nm. Os resultados foram comparados com a curva padrão de ácido ascórbico 100μg mL-1 em ácido oxálico 0,5%, construída da mesma maneira das amostras.

Foi realizada a análise de variância no delineamento inteiramente ao acaso com esquema fatorial 3x4 com Anova, seguida do teste de Tukey para comparações de médias a 5%.

Resultados A concentração de vitamina C na beterraba in natura foi de 5,4mg.100g

-1 de amostra.

Em valores absolutos, todas as formas de cocção das beterrabas fatiadas mantiveram as concentrações de vitamina C. Já nas beterrabas inteiras com e sem casca, as cocções a vapor e no forno preservaram melhor o teor de vitamina C do que as cocções na pressão e em imersão (Tabela 3).

Na cocção a vapor, não houve diferença significativa entre os pré-preparos. Para o cozimento na pressão, as beterrabas fatiadas tiveram maiores concentrações de vitamina C do que as inteiras. As inteiras com casca no tratamento do forno tiveram maiores teores em relação as fatiadas e as inteiras sem casca. As beterrabas fatiadas cozidas em água em imersão apresentaram maiores teores em relação as inteiras, sendo que as inteiras com casca não apresentaram diferença entre os outros pré-preparos (Tabela 3).

Tabela 3. Valores médios de vitamina C (mg.100g-1

beterraba) com os diferentes pré-preparos e métodos de cocção da beterraba.

Beterraba Média geral de cocção

Cocção Com casca Sem casca Fatiada

Vapor 6,00±1,67a 6,33±2,24Aa 5,59±0,49a 5,97±1,46 Pressão 3,33±1,16b 3,31±1,80Bb 5,43±0,11a 4,03±1,50 Forno 8,78±6,84a 6,46±2,66Aab 5,28±0,03b 6,84±3,98 Imersão 4,84±2,60ab 3,62±2,71Bb 5,26±0,11a 4,57±2,01

Média geral de corte

5,74±3,85 4,93±2,54 5,39±0,26

Letras maiúsculas na coluna e minúsculas na linha diferem estatisticamente entre si pelo Teste Tukey a 5% (p< 0,05) de probabilidade. Houve efeito de pré preparo (p<0,001), de cocção (p 0,0040) e da interação pré preparo e cocção (p<0,0039).

Discussão

O teor de vitamina C encontrado na tabela brasileira de composição de alimentos, TACO, 2006 é de 3,1mg em 100g de beterraba, sendo inferior ao encontrado no presente trabalho (5,4mg/100g).

Sabendo que a absorção completa de vitamina C é de 30mg por vez, a ingestão de 100g de beterraba in natura do presente estudo representa quase 20% da ingestão necessária em uma refeição.

Campos et al. (2008) fizeram uma revisão da estabilidade de compostos antioxidantes em hortaliças processadas; e mostrou que a cocção tem influência negativa sobre a quantidade de ácido ascórbico em hortaliças, o que acorreu com as beterrabas inteiras com e sem casca nas cocções na pressão e em imersão no presente trabalho.

As beterrabas fatiadas, independentemente do pré-preparo, apresentaram concentrações semelhantes em relação a in natura. Isso pode ter ocorrido porque como elas estavam em pedaços menores e, com isso, demoraram menos tempo para a cocção. Assim como afirma Campos et al., 2008 que em condições menos severas de tempo e temperatura preservam mais a vitamina C. Mostrou também que em condições de cocção menos severas (temperaturas menores, tempo curto) podem ser benéficas em alguns casos, melhorando o valor nutricional das hortaliças.

Moraes et al. (2010) analisaram a perda de vitamina C em hortaliças durante todos os processos em restaurantes, desde o recebimento até a distribuição. Mostrou que o preparo a vapor, pressão e refogado mantiveram melhor o teor de vitamina C nas hortaliças, assim como a cocção a vapor e no forno nos diferentes pré-preparos deste estudo.

A cocção em micro-ondas de cenouras foi a que resultou menores perdas de ácido ascórbico em relação à água, vapor e pressão, em que as perdas representaram mais de 50% do valor da cenoura crua; perdas superiores às encontradas no presente trabalho (Pigoli, Vieites e Daiuto, 2014).

Aquino et al. (2011), avaliando a manutenção de ácido ascórbico em brócolis, mostraram que a cocção a vapor preservou a maior quantidade de vitamina C e o cozimento sob pressão perdeu a maior quantidade dessa vitamina, assim como ocorreu com esses tipos de tratamentos térmicos nesse estudo nas beterrabas inteiras com e sem casca.

Daiuto et al. (2014) demonstraram que, em diversas hortaliças, a cocção no micro-ondas ou a vapor preserva melhor a quantidade de ácido ascórbico quando comparado com o cozimento em água em ebulição. Sendo que nesse estudo também apresentou uma melhor preservação na cocção a vapor em todos os pré-preparos e maior perda na cocção em água.

Conclusão As beterrabas inteiras com casca e sem casca cozidas no vapor e no forno

preservaram mais a vitamina C. E as fatiadas tiveram valores muito próximos entre todos os tratamentos e em comparação com a in natura.

Bibliografia Alves, NEG et al. Efeito dos diferentes métodos de cocção sobre os teores de nutrientes em brócolis (Brassica oleracea L. var. italica). Revista Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, 2011, v. 70, n. 4, p. 507-513. Aquino, ACMS et al., Estudo da influência de diferentes tempos e métodos de cocção na estabilidade dos teores de clorofila e ácido ascórbico em brócolis (Brassica oleraceae). Scientia Plena, Sergipe, 2011, v. 7, n. 1, p. 1-6. Campos, MF et al. Determinação dos teores de vitamina C em hortaliças minimamente processadas. Alimentos e Nutrição, Araraquara, 2008, v. 19, n. 3, p. 329-335, jul/set. Copetti, C.; Oliveira, VR.; Kirinus, P. Avaliação da redução de potássio em hortaliças submetidas a diferentes métodos de cocção para possível utilização na dietoterapia renal. Revista de Nutrição, Campinas, 2010, v. 23, n. 5, p. 831-838. Cozzolino, SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 3ed, São Paulo: Editora Manole, 2009. Daiuto, ER et al. Stability of Ascorbic Acid in Vegetables Submitted to Different Methods of Cooking. The Natural Products Journal, Oak Park, 2014, v. 4, p. 8-12. Dal Bosco, SM.; Conde, SR. Nutrição e Saúde. Lajeado: Univates, 2013. 231 p. Del-Vechio, G. et al. Efeito do tratamento térmico em sementes de abóboras (Curcubita ssp) sobre os níveis de fatores antinutricionais e/ou tóxicos. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, 2005, v. 29, n. 2, p. 369-376. Institute of Medicine, Food and Nutrition Board Dietary Reference Intakes for Vitamin C, Vitamin E, Selenium and Carotenoids; National Academy Press: Washington, D.C, 2000, pp. 95-185. Lima-Pallone, JA.; Catharino, RR.; Godoy, HT. Folatos em brócolis convencional e orgânico e perdas no processo de cocção em água. Química Nova, São Paulo, 2008, v. 31, n. 3, p. 530-535. Lin, J. Y.; Tang, C. Y. Determination of total phenolic and flavonoid contents in selected fruits and vegetables, as well as their stimulatory effects on mouse splenocyte proliferation. Food Chemistry, Amsterdam, 2007, v. 10, p. 140-147. Manela-Azulay,M. et al. Vitamina C. Anais Brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro, 2003, v.78, n.3. Rio de Janeiro. Moraes, FA. et al. Perdas de vitamina C em hortaliças durante o armazenamento, preparo e distribuição em restaurantes. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 2010, v. 15, p. 1, n. 51-62.

NEPA-UNICAMP. Tabela brasileira de composição de alimentos: versão II. 2. ed. Campinas, 2006. 113 p. Odin, AP. Vitamins as antimutagns advantages and some possible mechanisms of antimutagenic action. Mutation Res, 1997, 386(11):39-67. Ornellas, LH. Técnica dietética – seleção e preparo de alimentos. 8.ed. São Paulo:Atheneu, 2007. 276p. Philippi, Sônia Tucunduva. Nutrição e técnica dietética. Editora Manole, 2003. Picoli, AA. et al. Avaliação de biorreguladores no metabolismo secundário de beterrabas inteiras e minimamente processadas. Tecnologia de pós-colheita. Bragantia, Campinas, 2010, v. 69, n. 4, p. 983-988. Pigoli, DR.; Vieites, RL.; Daiuto, ER. Alterações nutricionais em casca e polpa de cenoura decorrente de diferentes métodos de cozimento. Energia na Agricultura, Botucatu, abr/jun, 2014, v. 29, n. 2, p. 121-127. Rock,CL; Jacob,RA.; Bowen,PE. Update on the Biological Characteristics of the Antioxidant Micronutrients: Vitamin C, Vitamin E, and the Carotenoids. Journal of the American Dietetic Association. Volume 96, Issue 7, July 1996, Pages 693–702 Scheibler, J. et al. Quantificação de micronutrientes em vegetais submetidos a diferentes métodos de cocção para doente renal crônico. Conscientiae Saúde, São Paulo, 2010, v. 9, n. 4, p. 549-555. Terada, M. et al. Diferential rapid analyses of ascorbic acid and ascorbic acid 2-sulfate by dinitrophenil hydrazine method. American Journal of Biochemistry, New York, 1978 v. 84, p. 604-608. Tivelli, SW et al. Beterraba: do plantio à comercialização. Campinas: Instituto Agronômico, 2011. 45 p. (Série Tecnologia APTA).

Apoio Financeiro: CAPES (bolsa de mestrado).