Jornal A Família Católica, 12 edição, maio 2014

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PORQUE AMO MARIA Pe. Júlio Maria Lombarde SANTOS E FESTAS DO MÊS: 01– São José operário; 02– Santo Atanásio; 03– Invenção da Santa Cruz; 04– Santa Mônica; 05– São Pio V; 09– São Gregório Nazianzeno; 10– Santo Antonino; 13– Nossa Senhora de Fáti- ma; 15– São João Batista de La Salle; 20– São Bernardino de Sena; 22– Santa Rita de Cássia; 24– Nossa Senhora Auxiliado- ra; 26– São Felipe Neri; 31- Festa de Maria Rainha. NESTA EDIÇÃO: Por que amo Maria 1 Símbolo Mariano 2 Continuação 3 Catecismo 4 Maio/ 2014 Edição 12 A Família Católica C A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S M Ê S D E M A R I A “Que Deus se rebaixe, até qualificar de servo seu o anjo e o ho- mem isto já é admirável, porque o que vale o homem? Mas que Deus, rebaixando-se ainda mais, chegue a chamar os homens seus amigos, é divino. Entretanto, o seu amor por nós aí não se limita, ele nos chama “seus filhos”. Quem poderá compreender o que quer dizer ser filho de Deus? O homem fraco e pecador pode e deve até chamar a Deus seu Pai! Mas que dizer, quando Deus chama uma alma, que está em es- tado de graça, sua esposa, sua pomba, sua querida? Entretanto, estes títulos são co- muns a todas as almas puras. Mas não achamos nós ser uma humilhação da parte de Deus, e da parte de Maria uma elevação que ultrapassa todas as nossas concepções, ao vermos escolher uma jovem virgem de catorze anos para fazer dela a sua Mãe, chamá-la sua Mãe, e obedecer- lhe em tudo qual filho? Jamais a anjo algum Deus disse como a Maria: Vós sois minha Mãe, vós me gerastes no tempo! Mandar-me-eis em qualidade de Mãe, e quero servir-vos e obede- cer-vos como filho. Nada mais me admira do que ver a Santíssima Virgem escutar estas palavras sem morrer de do- çura, de terror e de confusão! Mas o amor é mais forte que a morte, e só o amor a impede de morrer.”

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PORQUE AMO MARIA Pe. Júlio Maria Lombarde

SANTOS E

FESTAS DO MÊS:

01– São José operário;

02– Santo Atanásio;

03– Invenção da Santa Cruz;

04– Santa Mônica;

05– São Pio V;

09– São Gregório Nazianzeno;

10– Santo Antonino;

13– Nossa Senhora de Fáti-

ma;

15– São João Batista de La

Salle;

20– São Bernardino de Sena;

22– Santa Rita de Cássia;

24– Nossa Senhora Auxiliado-

ra;

26– São Felipe Neri;

31- Festa de Maria Rainha.

N E S T A

E D I Ç Ã O :

Por que amo Maria 1

Símbolo Mariano 2

Continuação 3

Catecismo 4

Maio/ 2014 Edição 12

A Família Católica C A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S

M Ê S D E M A R I A

“Que Deus se rebaixe, até qualificar de servo seu o anjo e o ho-mem isto já é admirável, porque o que vale o homem? Mas que Deus, rebaixando-se ainda mais, chegue a chamar os homens seus amigos, é divino. Entretanto, o seu amor por nós aí não se limita, ele nos chama “seus filhos”. Quem poderá compreender o que quer dizer ser filho de Deus? O homem fraco e pecador pode e deve até chamar a Deus seu Pai! Mas que dizer, quando Deus chama uma alma, que está em es-tado de graça, sua esposa, sua pomba, sua querida? Entretanto, estes títulos são co-muns a todas as almas puras. Mas não achamos nós ser uma humilhação da parte de Deus, e da parte de Maria uma elevação que ultrapassa todas as nossas concepções, ao vermos escolher uma jovem virgem de catorze anos para fazer dela a sua Mãe, chamá-la sua Mãe, e obedecer-lhe em tudo qual filho? Jamais a anjo algum Deus disse como a Maria: Vós sois minha Mãe, vós me gerastes no tempo! Mandar-me-eis em qualidade de Mãe, e quero servir-vos e obede-cer-vos como filho. Nada mais me admira do que ver a Santíssima Virgem escutar estas palavras sem morrer de do-çura, de terror e de confusão! Mas o amor é mais forte que a morte, e só o amor a impede de morrer.”

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“Creio, ó Maria, segundo revelastes a

Santa Brígida, que sois a Rainha do Céu

e a Mãe de clemência; a alegria dos

justos e o caminho que leva a Deus;

creio não haver homem tão perverso

que, em vida, seja privado de vossa mi-

sericórdia; e que o pecador mais inimigo

de Deus volta a seus braços e consegue

o perdão se vos invoca, e que será eter-

namente miserável todo aquele que,

podendo, não recorre a vós.

Creio que sois a Mãe de todos os ho-

mens e que, na pessoa de São João, a

todos nos recebestes por filhos, conso-

ante a vontade de Jesus.

Creio, como declarastes a Santa Brígi-

da, que sois Mãe de todos os pecadores

que se querem emendar e ante o trono

de Deus clamais por eles: Tende piedade

de mim!

Creio, com Santo Agostinho, que sois

nossa vida, e depois de Deus, a única

esperança dos pecadores.

Creio que sois tão benigna para com

os pecadores como aparecestes a Santa

Gertrudes, o manto aberto, sob qual se

refugiavam animais ferozes: leões, ur-

sos, tigres; e que ao invés de os repelir-

des, os acolhíeis e afagáveis. Creio que

por vós recebemos o dom inestimável da

perseverança, porquanto seguindo-vos

não me transviarei, suplicando-vos não

desesperarei, segurando-me a vós não

cairei, protegendo-me vós não temerei,

acompanhando-vos não me cansarei e

até vós hei de chegar se me fordes propí-

cia. Creio que sois o alento e a força dos

cristãos, sobretudo na hora da morte, e

que dissestes a Santa Brígida que, como

Mãe lhes acudis então consolando-os e

aliviando-os; e que, como revelastes a

São João de Deus, nunca abandonais

vossos devotos no momento da morte.

Creio que sois a esperança de todos,

máxime dos pecadores. A cidade de

refúgio dos que mais precisam de prote-

ção.

Creio que sois a protetora dos que

merecem a condenação, a esperança

dos desesperados; com Santa Brígida,

creio ter-vos dito Jesus que para o pró-

prio demônio alcançaríeis misericórdia

se este vô-la implorasse humildemente.

E, com São Boaventura, creio que não

rejeitais pecador algum por mais hedion-

do, se por vós suspira, e com mão piedo-

sa o tirais do abismo do desespero.

P á g i n a 2 A F a m í l i a C a t ó l i c a

Creio que quereis ajudar a todos os que

vos invocam e deles sois a salvação; e que

mais desejais dar-nos vossas graças do

que nós recebê-las.

Creio o que revelastes a Santa Gertru-

des, que abris as dobras de vosso manto

para acolherdes a todos os que a vós re-

correm e que os anjos se ocupam em

defender vossos devotos dos assaltos do

inferno; que prevenis com vossa proteção

os que vos buscam e, mesmo quando não

solicitada, correis em seu auxílio; que

aquele que quereis salvo, será salvo.

Creio, firmado nas palavras que dirigis-

tes a Santa Brígida, que os demônios, em

ouvindo o nome de Maria, imediatamente

abandonam a alma.

Creio, com os Santos Jerônimo, Epifânio,

Antonino e outros, que o vosso nome veio

do Céu e vos foi imposto por ordem de

Deus.

Creio, com Santo Antônio de Pádua, que

vosso nome tem as mesmas doçuras que

São Bernardo atribuía ao nome de Jesus:

O vosso nome, ó Maria, é harmonia para o

ouvido, favo de mel para os lábios e bálsa-

mo para o coração.

Creio não haver, depois do nome de

Jesus, outro, além do vosso, donde as

almas haurem tanta graça, esperança e

consolação. Com São Boaventura, confes-

so que vosso nome não pode ser proferido

sem grande vantagem. Creio o que disses-

tes a Santa Brígida, não haver alma tão

fria no amor de Deus que, invocando vos-

so nome com propósito de arrependimen-

to não se afaste logo dela o demônio.

Creio que a vossa intercessão é moral-

mente necessária para a salvação, que

todas as graças que Deus dispensa pas-

sam por vossas mãos, que todas as mise-

ricórdias que foram dispensadas aos ho-

mens o foram por vosso intermédio e que

ninguém pode entrar no Céu se não passa

por vós, que sois a porta.

Creio que sois a cooperadora de nossa

justificação, a autora da salvação do ho-

mem, a reparadora de todo gênero huma-

no, a corredentora, a salvação do univer-

so. Que no mar deste mundo naufragam

certamente todos os que navegam fora da

arca de vossa proteção; creio que a nin-

guém é franqueado o caminho da vida

senão por vós e que ninguém se salva se

lhe não valeis.

Creio que Deus determinou não conce-

der graça alguma que não passe por vós;

que nossa sorte está em vossas mãos e

que pedir graças sem recorrer a vós, é o

mesmo que pretender voar sem asas.

Creio que em vão recorre aos outros

Santos quem não é por vós protegido; que

o que não podem alcançar todos os San-

tos juntos, o podeis sozinha; creio que se

vós vos calardes ninguém orará, mas se

vós orardes, todos os Santos se ajuntarão

na mesma vossa oração. Creio, com San-

to Tomás, que sois a única esperança de

vida e, com Santo Agostinho, que só vós,

no Céu, estais sempre solícita por nós.

Creio que sois a tesoureira de Jesus,

que ninguém recebe favor de Deus senão

por vós e quem vos encontra, encontra

todo o bem.

Creio que um desejo vosso é mais efi-

caz que os sufrágios juntos de todos os

Santos e, com São João Damasceno, que

podeis salvar a todos.

Creio que sois advogada que não recu-

sa defender a causa dos maiores celera-

dos. E, com Santo André Cretense, dir-vos

-ei: Salve, celeste reconciliadora dos ho-

mens! E, com São Germano: Vós não vos

cansais de me defender!

Creio que sois a pacificadora entre os

pecadores e Deus, o engodo dulcíssimo

criado para prender os homens, especial-

mente os pecadores, a fim de levá-los a

Ele, conforme revelação do mesmo Se-

nhor a Santa Catarina de Sena; e que

assim como o ímã atrai o ferro, assim vós

atraís os corações mais duros, o que de-

clarastes a Santa Brígida.

Creio que sois toda misericórdia para

compadecer nossa fraquezas e socorrer-

nos; e por isto vos direi com Santo Epifâ-

nio: Cheia de misericórdia, título este

confirmado com o que de vós ouviu Santa

Brígida, quando vos perguntou Jesus:

Mãe, peça-me o que deseja. E vós: Peço

misericórdia para os pecadores.

Creio que a inata misericórdia de vosso

coração que tivestes ainda nesta terra

para com os delinquentes, é maior agora

que reinas no Céu, como o sol se avanta-

ja à lua em resplendor, conforme a com-

paração de São Boaventura. E como os

corpos celestes e terrestres são alumia-

dos pelos astro rei, assim, não há no

mundo, quem não participe de vossa

misericórdia, consoante o que revelastes

a Santa Brígida.

Creio, com São Boaventura, que vos

ofendem não só os que vos injuriam, mas

também os que não vos invocam. E com o

mesmo Santo, creio que todo o que for

fiel em vos obsequiar está longe de se

perder; e isto mesmo creio, com Santo

Hilário, o qual atesta que por mais peca-

dor que tenha sido alguém, se for vosso

devoto não perecerá eternamente. E, com

o mesmo São Boaventura, creio que

quem faz pouco de vós morrerá nos pró-

prios pecados. Que quem vos não invoca

em vida, não chegará ao reino de Deus,

nem haverá esperança de salvação para

Símbolo mariano São Gabriel de Nossa Senhora das dores

Pe. Sílvio, passionista

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os de quem desviardes vossos olhos

misericordiosos.

Creio, com Santo Efrém, que a devo-

ção para convosco, é o passaporte da

salvação. Creio, com Santo Anselmo,

que não cairá na eterna maldição aque-

le por quem uma só vez houverdes ora-

do; e que ser vosso devoto é possuir tais

armas que Deus não dispensa senão

aos que quer absolutamente salvos,

como nos garante São João Damasceno.

Com Santo Antônio, creio que assim

como é impossível se salvem os de

quem tirardes vossos olhos misericordio-

sos, assim necessariamente se salvam e

são glorificados aqueles a quem volveis

vosso olhar intercedendo por eles.

Creio no que revelastes a Santa Brígi-

da que sois Mãe de todas as almas do

Purgatório e as penas que sofrem por

suas culpas vem sendo aliviadas a todo

momento por vossas preces.

Creio, com Santo Afonso, que sobre-

maneira felizes e afortunados são vos-

sos devotos e, com São Bernardo, que

lhes abreviais os tormentos do Purgató-

rio; e que Santa Brígida ouviu Jesus di-

zer-vos: “Vós sois, ó minha Mãe, a Mãe

de misericórdia, o alívio dos que sofrem

no Purgatório”.

Creio que, ao subir ao Céu, pedistes e

obtivestes o conduzir em vossa compa-

nhia todas as almas que se achavam

então no Purgatório. Creio igualmente,

segundo prometestes ao Papa João XXII,

que os confrades do Carmo, no primeiro

sábado após a morte, serão livres das

chamas do Purgatório.

Vós sois a entrada para a celeste Jeru-

salém, a porta do Céu, a estrada do

Paraíso.

Creio, com São Boaventura, que no

Céu exerceis vosso poder ali introduzin-

do quantos vos apraz. Por vossa media-

ção abre-se o Céu, despovoa-se o infer-

no e o Paraíso se enriquece de almas;

aos miseráveis que temiam condenar-

se, foi-lhes por vós franqueada a salva-

ção.

Creio que os que em vós se firmam,

não pecarão e que os que vos louvam,

terão a vida eterna. Sois a marinheira

celeste que conduzis ao porto da felici-

dade vossos devotos, dentro do batel de

vossa proteção, como fizestes ver a

Santa Maria Madalena de Pazzi; por isto,

com São Bernardo, creio que ser vosso

devoto é sinal certíssimo de salvação; e,

com o Bem-aventurado Alano, creio que

o hábito de vos saudar frequentemente

com a Ave-Maria, é sinal evidente de

predestinação à Glória; e, com Guérrico,

abade, que quem é verdadeiramente

vosso devoto, está tão certo do Paraíso

como se já estivera de posse dele.

Creio, com Santo Antonino, que não

há entre os Santos quem como vós se

compadeça de nossas fraquezas, ó San-

tíssima Virgem Maria: dais mais do que

se vos pede; aonde há miséria, vós cor-

reis com vossa misericórdia. Procurais

constantemente a quem salvar. Com o

abade Celles vos direi que os que se

vêem na iminência de serem condena-

dos pela justiça de vosso Filho vós os

salvais, ó Mãe de misericórdia!

Creio no que o Senhor revelou a Santa

Brígida: Se não nos valessem vossas

orações, não haveria esperança de

misericórdia para nós. E creio, com São

Fulgêncio, que o Céu e a terra já teriam

sido destruídos se não houvésseis inter-

posto vossa mediação.

Creio no que foi dito a Santa Matilde

que tínheis de vós tão baixo conceito

que, embora colmada de tantos dons, a

ninguém vos preferistes jamais. E pelas

palavras que dirigistes a Santa Isabel,

tenho por certo que vos julgáveis des-

prezível e indigna da graça.

Creio, ó Mãe, com Santa Brígida, que

merecestes a divina maternidade por-

que estáveis persuadida de nada ser e

de nada possuir.

Creio que, por humildade, velastes a

São José a conceição divina, embora

manifestá-la parecesse necessário; que

servistes a Santa Isabel e sempre esco-

lhestes o último lugar.

Creio no que revelastes a Santa Brígi-

da: que tínheis tão baixa estima de vós

porque no vosso coração conhecestes

nada ser e nada possuir por vós mesma

e que nunca procurastes vossa honra,

mas só a glória do Criador.

Com São Bernardino confesso não ter

havido criatura que se tenha humilhado

tanto como vós e que no mundo não

existe humildade comparável à vossa.

Creio que foi tão intenso o fogo de

amor de Deus em que ardíeis que, colo-

cados nele o Céu e a terra, num mo-

mento seriam abrasados; e confronta-

dos com o vosso, eram frescas áureas

os ardores dos serafins.

Creio que só vós cumpristes perfeita-

mente o preceito: Ama a Deus; e que

vosso amor, desde o primeiro momento

de vossa vida, superou o amor que

todos os anjos e homens consagram a

Deus; e que os bem-aventurados sera-

fins podiam descer à terra para apren-

der do vosso coração a maneira de

amar a Deus.

Creio, com São Boaventura, que por

causa desse fogo divino, fostes livre de

qualquer tentação e que, como o des-

tes a conhecer a Santa Brígida, só com

Deus vos importáveis e nada fora dele

vos seduzia.

Creio com Suarez, Roberto, São Ber-

nardino, Santo Ambrósio, que, enquan-

to repousáveis à noite, vossa alma

velava e que o mesmo sono não vos

impedia de amar a Deus, ajustando-se

também a vós aquilo da Escritura: “Eu

durmo, mas meu coração vela”. Creio

que, enquanto vivestes na terra, conti-

nuamente estáveis amando a Deus;

que fizeste sempre seu beneplácito;

que fostes repleta de tão súbita carida-

de que mais não poderia ter uma cria-

tura e, ferindo com vosso amor o cora-

ção de Deus, o atraístes a vós.

Creio que amastes de tal modo ao

próximo que não houve e não haverá

quem nisto se vos avantaje. E que se

juntarmos o amor de todas as mães

para com seus filhos, de todos os espo-

sos para com suas esposas e de todos

os Santos e Anjos para com seus devo-

tos, não alcançaria o amor que dispen-

sais a uma só alma; e que todo o amor

materno em peso, é sombra em com-

paração do amor que tendes a cada

um de nós. Creio, com Santo Agostinho,

que vossa fé abriu o Céu desde o ins-

tante que destes consentimento ao que

o Anjo vos anunciou.

Creio, com Suarez, que tivestes mais

fé que todos os homens e Anjos e que

quando os mesmos discípulos duvida-

vam, não duvidastes vós; com São Ciri-

lo, vos saúdo: Cetro da verdadeira Fé!

Creio que sois a Mãe da santa espe-

rança e o modelo da confiança em

Deus. Fostes mortificadíssima; creio o

que os santos Epifânio e Damasceno

afirmaram de vós: que mortificastes os

olhos, tendo-os sempre no chão, sem

jamais fixá-los em quem quer que fos-

se.

Creio no que revelastes a Santa Isa-

bel, beneditina, que não tivestes virtu-

de alguma que não houvésseis mereci-

do com o trabalho e com a oração;

creio no que dissestes a Santa Brígida,

que distribuístes pelos pobres tudo

quanto possuíeis e não reservastes

senão um pouco de alimento e a roupa

necessária; creio que as riquezas do

mundo as desprezastes como lodo;

creio firmemente que fizestes voto de

pobreza.

Creio que vosso poder é superior aos

de todos os Santos e Anjos e que vossa

santidade é tão imensa que só Deus

conhece.

Creio, com Alberto Magno, que depois

do ser Deus, vem o ser Mãe de Deus;

que não poderíeis unir-vos mais intima-

mente a Ele senão tornando-vos Deus.

Creio que a dignidade de Mãe de

Deus é, de sua natureza, infinita e que

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vosso estado é o sumo a que pode ser

elevada uma criatura; confesso, com São

Boaventura, que o ser Mãe de Deus é a

máxima dignidade que se possa conferir

a simples criatura e que Deus não pode

dar outra maior. Que pode criar um mun-

do mais vasto, um céu mais esplendoro-

so, mas, não uma criatura superior a vós,

sua Mãe. Creio que para vós foi criado o

universo e que para vós se mantém. Que

com Deus estáveis desde o princípio da

criação e que por amor de vós não destru-

iu o homem depois da queda.

Creio que Deus vos enriqueceu em su-

mo grau de todas as graças e dons gerais

e particulares conferidos às demais cria-

turas; creio no que o Senhor revelou a

Santa Brígida que vossa beleza supera a

de todos os homens e Anjos juntamente;

creio que vossa beleza dissipava os estí-

mulos da carne, inspirando em quem vos

via sentimentos puros.

Creio que, em criança, além da inocên-

cia, tivestes a santidade e o pleno uso da

razão. Creio que fostes Virgem antes do

parto, no parto e depois do parto; que

fostes Mãe-Virgem. Que na vida ativa

trabalháveis, mas sem vos distrair da

união com Deus; e na contemplativa,

estáveis concentrada em Deus, sem pre-

juízo de vosso deveres. Que fostes sujeita

à morte, mas isenta de suas angústias e

da corrupção.

Creio, com Alberto Magno, que fostes a

primeira sem nenhum conselho nem

exemplo, a oferecer a Deus vossa virgin-

dade, e a ele consagrastes todas as vir-

gens que nisto vos imitaram, das quais

todas sois o modelo. Creio que por vós se

manteve virgem vosso puríssimo Esposo,

São José, e preferíeis renunciar à dignida-

de de Mãe de Deus, a perder a virginda-

de.”

Nota: São Gabriel não chegou a terminar

o manuscrito, deixando-o incompleto.

Da Ave-Maria

324) Que oração costumamos rezar depois do Padre-Nosso?

Depois do Padre-Nosso rezamos a saudação angélica, isto é, a Ave-Maria, por meio da

qual recorremos à Santíssima Virgem.

325) Por que é a Ave-Maria chamada saudação angélica?

Chama-se a Ave-Maria saudação angélica, porque principia com a saudação que dirigiu

à Virgem Maria o Arcanjo São Gabriel.

326) De quem são as palavras da Ave-Maria?

As palavras da Ave-Maria são, em parte do Arcanjo São Gabriel, em parte de Santa

Isabel e em parte da Igreja.

327) Quais são as palavras do Arcanjo São Gabriel?

As palavras do Arcanjo São Gabriel são: “Ave, cheia de graça; o Senhor é convosco,

bendiga sois vós entre as mulheres”.

328) Quando disse o Anjo a Maria estas palavras?

O Anjo disse a Maria estas palavras quando Lhe foi anunciar da parte de Deus o misté-

rio da Encarnação, que n'Ela devia operar-se.

329) Que temos em vista ao saudarmos a Santíssima Virgem com as mesmas palavras

do Arcanjo?

Ao saudarmos a Santíssima Virgem com as mesmas palavras do Arcanjo, nós nos con-

gratulamos com Ela, lembrando os dons e singulares privilégios com que Deus a favo-

receu de preferência a todas as outras criaturas.

330) Quais são as palavras de Santa Isabel?

As palavras de Santa Isabel são: “Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o

fruto do vosso ventre”.

331) Quando disse Santa Isabel estas palavras?

Santa Isabel disse estas palavras, inspirada por Deus, quando, três meses antes de

nascer seu filho João Batista, foi visitada pela Santíssima Virgem, que já trazia no seio

o seu Divino Filho Jesus.

332) Que fazemos ao dizer estas palavras?

Ao dizer estas palavras de Santa Isabel, congratulamo-nos com Maria Santíssima pela

sua excelsa dignidade de Mãe de Deus, bendizemos a Deus e damos-Lhe graças por

nos ter dado Jesus Cristo por meio de Maria.

333) De quem são as demais palavras da Ave-Maria?

Todas as demais palavras da Ave-Maria foram acrescentadas pela Igreja.

334) Que pedimos com as últimas palavras da Ave-Maria?

Com as últimas palavras da Ave-Maria pedimos a proteção da Santíssima Virgem no

decurso desta vida e especialmente na hora da nossa morte, no qual nos será mais

necessária.

335) Por que depois do Padre-Nosso, dizemos antes a Ave-Maria que qualquer outra

oração?

Porque a Santíssima Virgem é a Advogada mais poderosa junto de Jesus Cristo: por

isso, depois de termos rezado a oração que Jesus Cristo nos ensinou, pedimos à San-

tíssima Virgem que nos alcance as graças que imploramos.

336) Por que motivo é tão poderosa a Santíssima Virgem?

A Santíssima Virgem é tão poderosa, porque é Mãe de Deus, e é impossível que não

seja atendida por Ele.

337) Que nos ensinam os Santos a respeito da devoção à Virgem Maria?

A respeito da devoção a Maria, os Santos nos ensinam que os seus verdadeiros devo-

tos são por Ela amados e protegidos com amor de Mãe muito terna, e por meio d'Ela

têm a certeza de encontrar a Jesus Cristo, e de alcançar o Paraíso.

338) Qual é a devoção à Virgem Maria, que a Igreja nos recomenda de modo especial?

A devoção que a Igreja nos recomenda de modo especial em honra da Santíssima Vir-

gem é a reza do santo Rosário.

Edição:

Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória, ES

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CATECISMO MAIOR DE SÃO PIO X