Jornal A Laje — Outubro 2012

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ACONTECEU EM FLORIANÓPOLIS... ...nos dias 12,13 e 14 dos mês de outubro, o 2º Fó- rum Regional do Sul do Movimento da População de Rua. Estiveram presentes líderes do Movimento Nacional da Popu- lação de Rua de cada estado (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e seus apoiadores, para discutir os avanços e desafios so- bre as políticas públicas para a população de rua, dentre elas: saú- de, trabalho, educação, assistência social, moradia, entre outras. Participantes do Paraná TUBERCULOSE A tuberculose é uma doença que passa de pessoa para pessoa, através da respiração, espirros, tosse e fala da pessoa infectada. Sua transmissão é favorecida por lugares que possuam aglomera- ções, pouca ventilação e pouca luz do Sol. Uma pessoa infecta- da apresenta como principais sintomas: tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro, febre baixa, suor noturno, falta de apetite, perda de peso, cansa- ço fácil, fraqueza e dor no peito. Assim que identificar tais sin- tomas, o paciente deve se dirigir até uma unidade de saúde para realizar exames e confirmar, ou não, se está com tuberculose. Causada pelo Bacilo de Koch, a tuberculose tem cura, se o tra- tamento for realizado de manei- ra correta e até o final. Após o início do tratamento - que tem duração de, em média, seis me- ses - o risco de contagio desapa- rece, ou seja, o paciente infectado não pode mais transmitir a doen- ça para outras pessoas. Os remé- dios são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que re- comenda a supervisão do pa- ciente durante esse período. Um profissional especializado pode, dessa forma, garantir que o do- ente está tomando os medica- mentos corretamente e cumprin- do as recomendações médicas. É preciso frisar que, quan- to antes o paciente procurar o tratamento, menor serão as chances de contagio por outras pessoas, e a possibilidade de cura aumentará. Se você apre- senta os sintomas, cubra a boca e o nariz ao espirrar ou tossir, e procure imediatamente uma unidade de saúde. Lembre-se: ambientes ventilados e a luz do Sol são importantes alia- dos no combate a essa doença. Saiba mais sobre a prevenção e o tratamento da doença Imagem: Reprodução Sob a coordenação da Con- gregação das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, de Curitiba, a Casa de Acolhida São José ofere- ce serviços para as pessoas que estão em situação de rua. Ela atende, em média, 60 a 70 pessoas por dia no aco- lhimento do café da manhã. Pela complexidade da re- alidade das pessoas em situ- ação de rua e pelos desafios de oferecer um serviço que possa atender com efetivida- de essa população, a Casa de Acolhida São José tem bus- cado apoio e parcerias, para contribuir e melhorar ainda mais os serviços já ofertados. Endereço: Rua Paula Gomes, 1046 – São Francisco Curitiba/PR Telefone: 3324-2067/ 3221-7000 Casa de Acolhida São José CASA DE ACOLHIDA SÃO JOSÉ Saiba mais alguns deta- lhes: Publico alvo atendido: Jo- vens, adultos, idosos e famí- lias que utili- zam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência. Serviços ofer- tados: Acolhi- mento com café da manhã, es- paço para banho, lavanderia, atendimento e acompanhamen- to sócio jurídico, encaminha- mentos articulados com a rede socioassistencial. ENTENDENDO (O) DIREITO: AS LEIS SEM BLÁ BLÁ BLÁ O direito à saúde caminha junto ao direito à vida, pois este depende daquele. Não se pode falar em direito à vida e dignida- de do ser humano sem que seja possível garantir certos direitos básicos, como o acesso de todos e todas ao SUS. Para que esse direito à saúde saia do papel e torne-se realida- de, o Ministério da Saúde lançou o Sistema Cartão Nacional de Saúde (Sistema Cartão), que fun- ciona como um cadastro eletrôni- co único que permite ao usuário do SUS utilizar o sistema de saú- de sempre que precisar, em todo território nacional, sem a necessi- dade de ficar se cadastrando e re- cadastrando sempre que mudar Lembre-se: para a cura total da doença, é necessário fazer todo o tratamento. Em caso de dúvidas, procure um hospital ou um posto de saúde. Portaria 940: o direito à saúde Se liga aí, meu irmão! A copa do mundo está chegando e a repressão con- tra nós, moradores de rua, vai ser intensa. Guarda Munici- pal, Polícia Militar e Polícia Civil vão fazer um trabalho em conjunto para remover nós, que dormimos na rua. Sabemos que esse tipo de atitude fere todos os princí- pios da dignidade humana. E, se não ficarmos ligados, acompanharemos a Copa do Mundo em regime fechado (prisão, albergue, clínica de reabilitação), que não funcio- nará efetivamente, mas servi- rá de depósito temporário de pessoas. Se você não ficar ligado, será varrido da calçada como o lixo. Procure os coordenadores do MNPR, ou vá ao CEDDH e informe-se mais sobre o as- sunto. Por Regiane, Frank e Pulga de localidade. A portaria assegura, no artigo 13, o atendimento mesmo para aqueles que não possuem o cadastro ainda, por quaisquer que sejam os motivos. Primeiro será feito o atendimento, posteriormente o cadastro. Também assegura, no art. 23, uma exceção para os moradores de rua com relação à necessidade de cadastrar um endereço fixo e domicílio. Não existe mais essa exigên- cia para que a população de rua seja atendida, ou seja, não é mais necessário apresentar um endereço para que possam utilizar o SUS. Também não é mais neces- sário passar pela FAS para que haja o encaminhamento para o SUS. O próprio morador que necessitar de atendimen- to pode se encaminhar para os postos de atendimento sozi- nho. Contribuição dos alunos do Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) da UFPR Foto: quantanoticia.com.br

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20ª edição do Jornal A Laje, produzida pelo MNPR (Movimento Nacional de População de Rua) e pelo NCEP (Núcleo de Comunicação e Educação Popular)

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Page 1: Jornal A Laje — Outubro 2012

ACONTECEU EM FLORIANÓPOLIS...

...nos dias 12,13 e 14 dos mês de outubro, o 2º Fó-rum Regional do Sul do Movimento da População de Rua.

Estiveram presentes líderes do Movimento Nacional da Popu-lação de Rua de cada estado (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e seus apoiadores, para discutir os avanços e desafios so-bre as políticas públicas para a população de rua, dentre elas: saú-de, trabalho, educação, assistência social, moradia, entre outras.

Participantes do Paraná

TUBERCULOSE

A tuberculose é uma doença que passa de pessoa para pessoa, através da respiração, espirros, tosse e fala da pessoa infectada. Sua transmissão é favorecida por lugares que possuam aglomera-ções, pouca ventilação e pouca luz do Sol. Uma pessoa infecta-da apresenta como principais sintomas: tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro, febre baixa, suor noturno, falta de apetite, perda de peso, cansa-ço fácil, fraqueza e dor no peito.

Assim que identificar tais sin-tomas, o paciente deve se dirigir até uma unidade de saúde para realizar exames e confirmar, ou não, se está com tuberculose.

Causada pelo Bacilo de Koch, a tuberculose tem cura, se o tra-tamento for realizado de manei-

ra correta e até o final. Após o início do tratamento - que tem duração de, em média, seis me-ses - o risco de contagio desapa-rece, ou seja, o paciente infectado não pode mais transmitir a doen-ça para outras pessoas. Os remé-

dios são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que re-comenda a supervisão do pa-ciente durante esse período. Um profissional especializado pode, dessa forma, garantir que o do-ente está tomando os medica-mentos corretamente e cumprin-do as recomendações médicas.

É preciso frisar que, quan-to antes o paciente procurar o tratamento, menor serão as chances de contagio por outras pessoas, e a possibilidade de cura aumentará. Se você apre-senta os sintomas, cubra a boca e o nariz ao espirrar ou tossir, e procure imediatamente uma unidade de saúde. Lembre-se: ambientes ventilados e a luz do Sol são importantes alia-dos no combate a essa doença.

Saiba mais sobre a prevenção e o tratamento da doença

Imagem: Reprodução

Sob a coordenação da Con-gregação das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, de Curitiba, a Casa de Acolhida São José ofere-ce serviços para as pessoas que estão em situação de rua. Ela atende, em média, 60 a 70 pessoas por dia no aco-lhimento do café da manhã.

Pela complexidade da re-alidade das pessoas em situ-ação de rua e pelos desafios de oferecer um serviço que possa atender com efetivida-de essa população, a Casa de Acolhida São José tem bus-cado apoio e parcerias, para contribuir e melhorar ainda mais os serviços já ofertados.

Endereço:Rua Paula Gomes, 1046 –

São FranciscoCuritiba/PR

Telefone: 3324-2067/ 3221-7000

Casa de Acolhida São José

CASA DE ACOLHIDA SÃO JOSÉSaiba mais

alguns deta-lhes:

Publico alvo atendido: Jo-vens, adultos, idosos e famí-lias que utili-zam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência.

Serviços ofer-tados: Acolhi-mento com café da manhã, es-paço para banho, lavanderia, atendimento e acompanhamen-to sócio jurídico, encaminha-mentos articulados com a rede socioassistencial.

ENTENDENDO (O) DIREITO: AS LEIS SEM BLÁ BLÁ BLÁ

O direito à saúde caminha junto ao direito à vida, pois este depende daquele. Não se pode falar em direito à vida e dignida-de do ser humano sem que seja possível garantir certos direitos básicos, como o acesso de todos e todas ao SUS.

Para que esse direito à saúde saia do papel e torne-se realida-de, o Ministério da Saúde lançou o Sistema Cartão Nacional de Saúde (Sistema Cartão), que fun-ciona como um cadastro eletrôni-co único que permite ao usuário do SUS utilizar o sistema de saú-de sempre que precisar, em todo território nacional, sem a necessi-dade de ficar se cadastrando e re-cadastrando sempre que mudar

Lembre-se: para a cura total da doença, é necessário fazer todo o tratamento. Em caso de dúvidas, procure um hospital ou um posto de saúde.

Portaria 940: o direito à saúde

Se liga aí, meu irmão!

A copa do mundo está chegando e a repressão con-tra nós, moradores de rua, vai ser intensa. Guarda Munici-pal, Polícia Militar e Polícia Civil vão fazer um trabalho em conjunto para remover nós, que dormimos na rua.

Sabemos que esse tipo de atitude fere todos os princí-pios da dignidade humana. E, se não ficarmos ligados, acompanharemos a Copa do Mundo em regime fechado (prisão, albergue, clínica de reabilitação), que não funcio-nará efetivamente, mas servi-rá de depósito temporário de pessoas.

Se você não ficar ligado, será varrido da calçada como o lixo.

Procure os coordenadores do MNPR, ou vá ao CEDDH e informe-se mais sobre o as-sunto.

Por Regiane, Frank e Pulga

de localidade. A portaria assegura, no

artigo 13, o atendimento mesmo para aqueles que não possuem o cadastro ainda, por quaisquer que sejam os motivos. Primeiro será feito o atendimento, posteriormente o cadastro.

Também assegura, no art. 23, uma exceção para os moradores de rua com relação à necessidade de cadastrar um endereço fixo e domicílio.

Não existe mais essa exigên-cia para que a população de rua seja atendida, ou seja, não é mais necessário apresentar um endereço para que possam utilizar o SUS.

Também não é mais neces-sário passar pela FAS para que haja o encaminhamento para o SUS. O próprio morador que necessitar de atendimen-to pode se encaminhar para os postos de atendimento sozi-nho.

Contribuição dos alunos do Núcleo de Práticas Jurídicas

(NPJ) da UFPR

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Page 2: Jornal A Laje — Outubro 2012

Outubro de 2012 20ª edição

EDITORIAL A TUBERCULOSE TEM CURA!

CONHEÇA OS SINTOMAS E SAIBA O QUE DEVE SER FEITO PARA O TRATAMENTO. PÁG. 2

REALIZADO II FÓRUM DA REGIÃO SUL DO

MOVIMENTO NACIONAL DA POPULAÇÃO DE RUA.

PÁG. 3

CONHEÇA OS SERVIÇOS OFERECIDOS PELA CASA DE ACOLHIDA SÃO JOSÉ.

PÁG. 3

ENTENDENDO (O) DIREITOPORTARIA 940: O DIREITO

À SAÚDEPÁG. 2

ESPORTE, LAZER E CULTU-RA: O DIREITO AO

ESPORTE. PÁG. 4

A edição de outubro do jornal A Laje traz para você, leitor, in-formações importantes quanto à tuberculose. A coluna “Enten-dendo o Direito” segue no tema da saúde, explicando que todos têm direito ao acesso à rede pú-blica.

Além disso, o jornal desse mês destaca o 2˚Fórum Regional do Sul do Movimento Nacional da População de Rua, o qual ocorreu em Florianópolis. A Laje de outubro, ainda, vem com uma novidade: a coluna “Se liga aí, meu irmão!”, que trará, todos os meses, reflexões importantes sobre e para a população em si-tuação de rua de Curitiba.

Em tempos de eleição para prefeito, cabe destacar o esforço do MNPR em conversar com os dois candidatos que concorre-ram no segundo turno: Ratinho Jr., do PSC , e Gustavo Fruet, do PDT. Apesar da tentativa de di-álogo com ambos, o MNPR não foi ouvido em suas reivindica-ções e propostas para a popula-ção em situação de rua.

Esperamos que, mesmo com essa lacuna, o prefeito eleito re-alize boas ações e que, além dis-so, valorize o movimento e trate com dignidade essa população.

PARTICIPE DO MOVIMENTO NACIONAL DA POPULAÇÃO DE RUAVenha participar você também e ajude a fortalecer o Movimento! As reuniões do MNPR em Curitiba acontecem nas quartas-feiras, às 15:30h, no Belvedere da

Praça João Cândido, nas ruínas São Francisco.

Moradores de rua de Curitiba têm jeito para o esporte. Como direito de cidadão, temos condição de freqüentar áreas de lazer, praças que tem vínculos ao esporte, como futebol, bas-quete, vôlei , ping pong, e tem direito aos parques da cidade.

Temos também grandes artistas e cantores. Por que não damos a oportunidade para as pessoas mostrarem o que sabem? O morador de rua é gente que nem as outras pessoas. Se nossos governantes fizerem a coi-sa certa, isto é cidadania.

Carlos Umberto dos San-tos, apelido Pulga.

Obs: a Seleção de Fute-bol da População de Rua do Paraná deu um show de bola em cima dos barrigas verdes (catarinenses) e dos tchês (gaúchos). O troféu está em casa, para provar.

ESPORTE, CULTURA E LAZER ARTE DA RUAEm uma visita na Praça Ti-

radentes, a equipe do jornal A Laje conheceu Felipe, artis-ta que ganha a vida tocando violão. Ele está em situação de rua há algum tempo, e com-põe suas próprias canções. Até hoje, todas as edições do Arte da Rua trataram de temas re-lacionados à rua, mas, dessa vez, trazemos um pouco do trabalho do Felipe. Ele é um exemplo de que existem mui-tos talentos espalhados pelas ruas da cidade.

Você é linda

Quando você chegarVai me pedir pra ficarFicar junto de vocêAté a noite chegarE você fala que é felizE que queria me amarMas eu não acreditoE agora vou te provar

Refrão: Você é linda e enganosaVocê é linda, é maravilhosaVocê não passa de uma ilusãoJá avisei meu coração

Quanto mais o tempo passaVocê gama mais em mimE mais eu não te dou a míni-maVocê não é nada pra mimVocê pensa que vai me enga-narCom seu jeito de me provocarMas eu posso te garantirQue nada disso vai me atingir

Refrão Felipe

Visite nosso site e veja o vídeo com a apresentação do nosso artista de rua.

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em: R

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O jornal A Laje é uma publicação mensal produzida pela população em situação de rua de Curitiba através do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) em parceria com o Núcleo de Comunicação e Educação Popular

(NCEP) da Universidade Federal do Paraná. Nossas reuniões são todas as terças-feiras, às 13:30, no Belvedere da Praça João Cândido, nas ruínas de

São Francisco.Contato: [email protected].

Impressão: Sindiquímica PR. Agradecemos o Sindicato pelo apoio!Tiragem: 1000 exemplares.

Acesse: www.jornalalaje.moradoresderua.org.br

CEDDH está aberto ao públicomento está previsto para no-vembro.

O Centro Estadual de De-fesa dos Direitos Humanos da População de Rua e Catadores (CEDDH) já está aberto ao pú-blico. A demanda está sendo recebida, e alguns encaminha-mentos sendo realizados. Mas ainda falta a capacitação dos funcionários do CEDDH, o que impede a oferta de alguns serviços. Seu pleno funciona-

Pulga segura o troféu do II Torneio de Futebol da População de Rua

da Região Sul