Jornal Agrovalor - Dezembro de 2014 - N 106

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Caderno Especial. Dezenove brasileiros e um boliviano são agraciados com o honroso título Personalidade AgroValor 2014, um reconhecimento do setor ao brilhante trabalho em prol do agronegócio. >> PORTAL AGROVALOR: www.agrovalor.com.br Logística com dinheiro privado O QUE FALTA DENÚNCIAS A opinião é de técnicos do setor. O país precisa de elevados recursos para concluir o sistema de integração dos modais de transportes e planejar Parcerias Público-Privadas (PPP). Nos planos do governo são mais de R$ 200 bilhões para portos, rodovias e ferrovias. A Transnordestina e a Norte-Sul são essenciais para a eficiência brasileira. Pág. 3 Portão modelo O holandês Taeke Greidanus tornou-se referência na produção de Texel e Dorper na sua Fazenda Portão Vermelho, em Castrolanda, no Paraná. Pág. 10 Camarão fora do cardápio de Dilma Empresários da carcinicultura exigem investimento do governo nas microempresas do setor e culpam o poder público pela falta de licenciamento ambiental. “O micro criador de camarão não pode vender seu produto no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília ou Europa”, diz o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), engenheiro de pesca Itamar Rocha. Pág. 5 A geografia de produção do Brasil mudou, mas o governo não enxerga a realidade, afirma o economista Luiz Antônio Fayet, e alerta sobre o excesso de custo nos transportes. Páginas Verdes Nova geografia de produção Produtor alerta que existe no mercado azeite falsificado. A maior fraude é a mistura do produto com outros óleos. Pág. 4 Azeite “batizado” ANO IX Nº 106 FORTALEZA-CE DEZEMBRO DE 2014 R$ 5,50 CIRCULAÇÃO NACIONAL DIVULGAÇÃO Com três cavalos e um sonho na cabeça, o paulista, radicado em Toronto, Filipe Masetti, cavalgou do Canadá ao Brasil em dois anos e 45 dias. Pág. 2 Viajante solitário Apesar da grande concorrência internacional, o setor vinícola brasileiro investe fortemente em qualidade e se destaca na produção de espumante. Pág. 11 Made in Brazil O sonho de Kévila Kévila Vital, 13, estudante da zona rural de Paracuru (CE), venceu o concurso cultural promovido pelo AgroValor e apoiado pela Fazenda Libanus. Pág. 6 Agro&cultura Haras de valor

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Logística com dinheiro privado; Camarão fora do cardápio de Dilma; Nova geografia de produção; Azeite “batizado”; Viajante solitário; O sonho de Kévila; Made in Brazil;

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Caderno Especial. Dezenove brasileiros e um boliviano são agraciados com o honroso título Personalidade AgroValor 2014, um reconhecimento do setor ao brilhante trabalho em prol do agronegócio.

>> PORTAL AGROVALOR: www.agrovalor.com.br

Logística com dinheiro privadoO QUE FALTA

DENÚNCIAS

A opinião é de técnicos do setor. O país precisa de elevados recursos para concluir o sistema de integração dos modais de transportes e planejar Parcerias Público-Privadas (PPP). Nos planos do governo são mais de R$ 200 bilhões para portos, rodovias e ferrovias. A Transnordestina e a Norte-Sul são essenciais para a eficiência brasileira. Pág. 3

Portão modeloO holandês Taeke Greidanus

tornou-se referência na produção de Texel e Dorper na sua Fazenda Portão Vermelho,

em Castrolanda, no Paraná. Pág. 10

Camarão fora do cardápio de DilmaEmpresários da carcinicultura exigem investimento do governo nas microempresas do setor e culpam o poder público pela falta de licenciamento ambiental. “O micro criador de camarão não pode vender seu produto no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília ou Europa”, diz o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), engenheiro de pesca Itamar Rocha. Pág. 5

A geografia de produção do Brasil mudou, mas o governo não enxerga a realidade, afirma o economista Luiz Antônio Fayet, e alerta sobre o excesso de custo nos transportes.Páginas Verdes

Nova geografia de produção

Produtor alerta que existe no mercado azeite falsificado. A maior fraude é a mistura do produto com outros óleos. Pág. 4

Azeite “batizado”

ANO IX Nº 106 FORTALEZA-CE DEZEMBRO DE 2014 R$ 5,50 CIRCULAÇÃO NACIONAL

DIV

ULG

AÇÃO

Com três cavalos e um sonho na cabeça, o paulista, radicado em Toronto, Filipe Masetti, cavalgou do Canadá ao Brasil em dois anos e 45 dias. Pág. 2

Viajante solitário

Apesar da grande concorrência internacional, o setor vinícola brasileiro investe fortemente em qualidade e se destaca na produção de espumante. Pág. 11

Made in BrazilO sonho de KévilaKévila Vital, 13, estudante da zona rural de Paracuru (CE), venceu o concurso cultural promovido pelo AgroValor e apoiado pela Fazenda Libanus. Pág. 6

Agro&culturaHaras de valor

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2 AGROVALOR DEZEMBRO DE 2014 >> www.agrovalor.com.br

A pífia previsão de crescimento econô-mico do Brasil para este ano – em tor-no de 0,3% – só não é mais catastrófi-

ca devido ao desempenho do agronegócio. Tomando como exemplo o setor da pecuá-ria, registra-se um crescimento de 2,5% nos nove primeiros meses de 2014, em relação ao mesmo período do ano anterior.São índices positivos como esses que ele-vam a nossa responsabilidade e nos guiam anualmente no processo de seleção das vinte Personalidades AgroValor, apresenta-das sempre no mês de dezembro, desde a instituição da homenagem, em 2008.Em sua sétima edição, portanto, a lista mais aguardada do setor traz representantes da pecuária brasileira e boliviana; da boa gas-tronomia e da mais brasileira das bebidas, em especial, a cachaça artesanal de alambi-que, setor que gera mais de meio milhão de empregos no Brasil; técnicos, especialistas e industriais de várias vertentes do agrone-gócio; dirigentes de instituições agropecu-árias e de desenvolvimento; um notável ar-tista – cantor, compositor, instrumentista, ator e produtor – que desenvolve há quator-ze anos, através de uma Fundação, projetos para a inserção socioeducativa de crianças

e jovens que habitam distante dos grandes centros urbanos; e um tributo em memó-ria de um grande e visionário industrial do setor algodoeiro; enfim, vinte importantes lideranças ligadas, direta ou indiretamente, ao campo. Além do tradicional certificado emitido pe-los diretores e editores deste veículo, os vinte agraciados de 2014 passam a fazer parte do atuante Conselho de Leitores e, posterior-mente, poderão integrar a Galeria das Per-sonalidades Consagradas, que já conta com cinquenta líderes nacionais e inernacionais.As vinte Personalidades AgroValor 2014 podem ser conferidas no caderno especial desta edição de dezembro, e o perfil com-pleto de cada uma delas pode ser acessado no site <www.agrovalor.com.br>. Em nome da redação e da diretoria do Jor-nal AgroValor, parabenizo-as por essa im-portante conquista e pelas ações coletivas que contribuem para o desenvolvimento econômico do Brasil rural.Aproveito para desejar ao nosso querido público-leitor Boas Festas e Feliz 2015!

Celma PrataDiretora editora

EDITORA SETE EDIÇÕES LTDA. Rua Pinho Pessoa, 755, Fortaleza/CE – Cep. 60.135-170 – CNPJ 05.945.337/0001-95 – [email protected] – www.agrovalor.com.br – tel: (85) 3270.7650 – Diretora Editora: Celma Prata (MTB/CE 2581 JP) – Diretora Comercial: Patrícia Colares - Editor: Rogério Morais (MTB/CE 00562 JP) – Editora de Mídias Digitais: Camila Bitar – Comercial: [email protected] – Assinaturas: [email protected] – Escritório no Rio de Janeiro: Av. Presidente Vargas, 583 – sala 1210 – Centro - 20.091-005 – tel: (21) 2516.2397 – Comercialização e Distribuição: nacional. As opiniões assinadas não refletem obrigatoriamente o pensamento do jornal.

Lideranças do agroEditorial Curtas

COTAÇÕES* Preço médio (em Reais) de venda por quilo/arroba da carne nas cinco regiões do país.

Produto Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul

Bovinos (arroba) 126,00 137,50 131,00 136,00 137,00

Ovinos (quilo) 4,16 4,60 4,28 4,40 4,47

Caprinos (quilo) 3,88 3,62 4,70 4,52 4,58

Suínos (quilo) 4,80 5,73 5,15 5,44 4,85*Os valores são verificados junto às associações de criadores e Emater

Titular da AgriculturaDe acordo com nota divulga-da em novembro último, após convite da presidente Dilma Rousseff (PT), a recém-eleita senadora tocantinense e pre-sidente da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Kátia Abreu (PMDB), teria aceitado comandar o Ministério

da Agricultura Pecuária e Abas-tecimento (Mapa) no segundo mandato de Dilma. Esse deve ser um dos primeiros anúncios da nova equipe de governo. Até o fechamento desta edição, o Palácio do Planalto ainda não havia confirmado oficialmente tal informação.

“Ovinocultura é negócio”Em sua 31ª edição, a Feira e Fes-ta Estadual da Ovelha (Feove-lha), será realizada no período de 28 de janeiro a 01 de fevereiro, no Parque Charrua – Sindicato Rural do município de Pinheiro Machado (RS). Com o tema “A maior e melhor oferta de ovinos do Brasil – onde a ovinocultura é

negócio”, o evento espera alavan-car oportunidades para micro e macro empresas, incentivando-as e facilitando a integração entre os produtores rurais, comerciantes e trabalhadores da agroindústria, comércio e serviços, oferecendo alternativas para o aumento do mercado consumidor.

Oferta de oportunidadeNova portaria autoriza concurso público no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), ligado ao Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com prazo para abertu-ra do certame até abril de 2015, entretanto edital deverá sair já no primeiro trimestre do ano. Ao todo serão autorizadas 242 vagas para o Distrito Federal, sede do

INMET. As oportunidades a se-rem ofertadas no concurso con-templarão candidatos de ensino médio e superior nas carreiras de Gestão, Planejamento e Infraes-trutura em Ciência e Tecnologia, entre outras. A última seleção no INMET ocorreu em 2005, quando foram ofertadas 28 vagas para preenchimento imediato e 57 para cadastro reserva.

“O agronegócio sempre entregou resultados positivos, mas em 2015 não tenho tanta certeza.”(Presidente da Sociedade Rural Brasileira, Gustavo Diniz, temeroso do contágio de outros setores da economia, caso não haja medidas por parte do governo)

“O mundo já não está tão disposto a nos financiar. Não se pode brincar com a inflação.”(Economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, alertando para a falta de senso de humor do dragão)

Frases

“O Brasil precisa ter uma mudança radical na sua ordem econômica. Nos

últimos quatro anos, cresceu abaixo de todos os índices medidos nos emergentes.”(Economista e empresário, Jorge Parente, engrossando a tese geral de que é preciso investir urgentemente para retomar o crescimento)

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Os nós da infraestrutura brasileiraFOTO: DIVULGAÇÃO

por Rogério Morais

Custo Brasil. O final do governo Dilma, apesar de sua reeleição para um segundo mandato, além das denúncias de corrupção, escancarou também a ineficiência do país em infraestrutura de logística nos setores de transporte, energia e abastecimento de água

Rodovias6 leilões com cerca de 5 mil km de estradas concessionárias3 mil km para serem duplicados em 5 anos

Ferrovias600 km da Norte-Sul, entre Estrela do Oeste (SP) e Rio Grande (RS), serão entregues no próximo governo

PortosR$ 70 bi de investimento no próximo governo

Números

“O progresso do Brasil “tem que contar com os investidores particulares”

Luiz Antônio FayetConsultor em logística da CNA

Risco de apagão, falta de água para o con-sumo humano em

grandes cidades, como São Paulo, e os gargalos nos mo-dais de transportes ainda em evidência, quando o país precisa movimentar a safra de grãos fora da porteira. Se a gestão do consumo da água, conforme a legislação, diz respeito mais aos gover-nos dos Estados, a questão da energia é um tema que se arrasta há quase 15 anos, quando surgiram as primei-ras necessidades de raciona-mento.

Mas o que está em evi-dência, devido aos prejuízos práticos no dia a dia do agro-negócio, são os transportes de cargas, a chamada logís-tica, em todos os modais. Para o ministro da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR), César Borges, na primeira gestão da presidenta reeleita, “não faltou nada na logística do Brasil”. No entanto, ele reco-nhece que “isso é um proces-so que tem que maturar” e várias áreas “deslancharam” na primeira administração. “Na área rodoviária, o gover-no conseguiu fazer seis gran-des leilões de rodovias, que representam cerca de cinco mil quilômetros de estradas concessionárias e três mil quilômetros para serem du-plicados em cinco anos”, res-pondeu o ministro, em en-trevista ao AgroValor, antes de abrir um seminário sobre portos em Fortaleza (CE).

AvançarNos aeroportos, destaca Borges, “também foi uma

grande vitória. Os mais mo-vimentados do Brasil foram motivos de leilões com su-cesso”. Mas ele admite “que é claro que temos agora que avançar em dois setores, dois modais: ferroviários e por-tuários”. “Foram muitos os avanços no setor portuário, principalmente na área de contêineres, que se compara aos mais modernos do mun-do em movimentação de car-gas”, assegura.

Para o ministro, a efici-ência brasileira com carga conteinerizada equipara--se ao porto de Rotterdam, na Holanda. Segundo ele, a questão “é o crescimento do Brasil, pois precisamos con-tinuar avançando”. Uma des-sas medidas na nova gestão é concluir os arrendamentos das áreas que têm contratos vencidos no setor de portos e a “homologação antecipa-da de contratos por conta do novo marco legal regulatório do setor”.

PrivadoSobre a lentidão dos proje-tos no setor ferroviário, que tinha como previsão cons-truir onze mil quilômetros de ferrovia, Borges concorda que o Brasil “necessita avan-çar, através de um modelo adequado”, considerando que a parceria pública–pri-vada é importante. Uma política que combina com o pensamento do consultor em logística da Confedera-ção da Agricultura e Pecuá-ria do Brasil (CNA), econo-mista Luiz Antônio Fayet,

Logística. Ministro dos Portos, César Borges, garante que o governo já fez muito na área

que assegura que o governo não tem dinheiro “para fazer tudo o que o Brasil precisa”.

Ao AgroValor, falando sobre infraestrutura, Fayet afirma que o progresso do Brasil “tem que contar com os investidores particulares”. Já o ministro Borges garante que, no segundo governo

Dilma, haverá a conclusão da Ferrovia Norte–Sul, com mais 600 quilômetros cons-truídos, entre Ouro Verde, próximo a Anápolis (GO), onde já foi entregue o trecho principal (Açailândia–MA), e Estrela do Oeste (SP), ex-tensão sul.

De acordo ainda o minis-tro, “o governo quer ampliar ao máximo a Norte-Sul para ser uma coluna vertebral da viação ferroviária do Brasil, saindo do Pará, em Barcare-na, até

Rio Grande, no Rio Gran-de do Sul”, anuncia. Para o deputado federal cearense, Leônidas Cristino (PROS--CE), a Ferrovia Transnor-destina é “essencial para a região”. Segundo ele, que vai assumir um novo mandato e também foi ministro dos Portos, serão investidos 133 bilhões de reais em rodovia e ferrovias, e mais 70 bilhões de reais para os portos no próximo governo.

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Agrodireito

João Rafael FurtadoSócio do Furtado, Pragmácio Filho & Advogados Associados. Doutorando em Direito Comercial(PUC-SP). Mestre em Direito Constitucional (UNIFOR). Conselheiro Titular do CONAT (SEFAZ-CE). Professor de Direito Empresarial.

Biocombustíveis e a legislação brasileiraOs biocombustíveis, que há algum tempo já ocupam posição de destaque, vêm sendo classificados pela im-prensa especializada como a “esperança para a melho-ria da qualidade de vida da população”. Tal afirmação não é vacilante, devido ao fato de que os combustíveis derivados do petróleo são oriundos de fontes finitas, os quais, em alguns anos, não mais terão condições de serem produzidos, sen-do, ainda, extremamente poluentes e prejudiciais ao meio ambiente.

O conceito de biocom-bustível, na legislação bra-sileira, está presente na Lei 9.478/1997 (Lei do Petró-leo), a qual estabelece que este é “substância derivada de biomassa renovável, tal como biodiesel, etanol e outras substâncias estabe-lecidas em regulamento da ANP, que pode ser emprega-da diretamente ou median-te alterações em motores a combustão interna ou para outro tipo de geração de energia, podendo substituir parcial ou totalmente com-bustíveis de origem fóssil”.

É importante destacar que o Brasil foi o primeiro país a utilizar o biocombus-tível (etanol), em larga esca-la, através do Programa Na-cional do Álcool (Pró Álcool), implementando na década de 70, através do Decreto nº 76.593/1975, substituindo o combustível derivado do petróleo por outro derivado da cana-de- açúcar, sendo o seu principal objetivo evitar a degradação do meio am-biente e tornar mais acessí-vel o combustível, levando ainda em consideração que estes são renováveis e me-nos poluentes.

O histórico da legislação brasileira acerca do bio-combustível é vasto, sendo bastante significativo o que versa especificamente so-bre o etanol. Este produto, desde meados de 1933 (ano em que houve a primeira medida de implementação do álcool no Brasil, através do Decreto nº 22.789/1933), vem sendo objeto de estudo dos legisladores, que a todo momento buscam melho-rar as leis que tratam so-bre a matéria, a fim de dar melhor aproveitamento ao produto e, consequente-mente, beneficiar o consu-midor e população como um todo.

Com efeito, observa-se o avanço da legislação bra-sileira em relação às con-dições para a produção de biocombustíveis, ten-do como objetivo ampliar seus programas especiali-zados sobre essa matéria, levando em consideração questões ambientais, so-ciais e mercadológicas.

Patrícia Lobato Ferreira Ribeiro é advogada da área cível do escritório Furtado, Pragmácio Filho & Advoga-dos Associados.

O Brasil foi o primeiro país a utilizar o biocombustível (etanol), em larga escala, através do Programa Nacional do Álcool

FOTO: DIVULGAÇÃO

Óleos comestíveis. O Brasil começa a se destacar também na produção de azeite de oliva de primeira qualidade. O país já é um dos maiores consumidores do mundo e agora avança na oferta, advinda de plantios no Sul e Sudeste

Azeite de oliva. Brasil dá largos passos para disputar mercados

• Brasileiros consomem 80 mil toneladas de azeite por ano

• Brasil não produz nem 1% do total necessário para atender o mercado interno

• Área total plantada não passa de mil hectares

• São necessários 100 mil hectares de pomares para atender o mercado interno

Oliveiras brasileiras

da Redação

Seremos o país do azeite?

Ele é gostoso e saudável, na opinião dos aprecia-dores e especialistas. E

o Brasil é um dos cinco maio-res importadores do mundo. Nós consumimos 80 mil to-neladas por ano, mas é um mercado que, internamente, em termos de produção, vem se destacando no agronegó-cio. É o azeite de oliva, que recentemente reuniu, em Porto Alegre (RS), os maiores produtores mundiais.

Consumo, oferta interna e qualidade do produto foram temas centrais da 1ª Feira Internacional de Negócios em Olivicultura (Finooliva), realizada há três meses pela Associação Rio-Grandense dos Olivicultores (Argos), no Centro de Eventos da Pontifí-cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PucRS), na capital gaúcha. Confor-me a entidade, o Brasil não produz nem 1% do total ne-cessário para atender o mer-cado interno de azeite e a de-manda de 100 mil toneladas/ano de azeitonas de mesa.

Cresce consumoDe acordo com dados da Ar-gos, a área total plantada no Brasil, atualmente, não passa de mil hectares, e seria neces-sária a plantação de cerca 100 mil hectares de pomares para atender o mercado interno. Ressalte-se, ainda, que boa parte desses plantios tem me-nos de quatro anos, e a pro-dução só acontece em 10 a 12 anos. O Brasil está, hoje, entre os dez primeiros mercados de azeite de oliva do mundo.

Atualmente a oliveira é cultivada no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e, princi-

palmente, na região da Serra da Mantiqueira, que inclui 26 municípios dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com cerca de 800 hectares plantados contendo 400 mil plantas de oliveira. O município minei-ro de Maria da Fé se destaca na produção de azeite com plantações orgânicas. Co-nhecida como “Cidade das Oliveiras”, Maria da Fé se-dia a Fazenda Experimental (FEMF), pioneira em pes-quisas em olivicultura e ex-tração de azeite virgem extra brasileiro, ligada à Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

O presidente da Associa-ção dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), Nilton Caetano de Oliveira, lembra que a Epa-mig produziu, pela primeira vez, em 2008, azeite de oliva no Brasil. O produto obtido alcançou índices de acidez entre 0,2 e 0,7% e foi classifi-cado como virgem extra, com

a qualidade similar aos me-lhores azeites do mundo. To-dos os anos, em abril, a cida-de realiza a festa do azeite. A Assoolive foi criada em 2009 e congrega 42 produtores.

Existem, no mundo, 45 ti-pos de azeites, entre azeite virgem, extravirgem e refina-do. No entanto, o presidente da Assoolive alerta para que o consumidor não seja engana-do com produtos falsificados, chamados de “azeite batiza-do”, que é o produto mistura-do com outros óleos, como o de soja, por exemplo.

Conforme a legislação es-tabelecida pelo Ministério da Agricultura (Mapa), o azeite de qualidade é o extravirgem, que deve ter acidez de 0,8%. Mas o ideal é que o produto seja consumido “o mais novo” possível. “Quanto mais novo melhor”, garante Oliveira. Ele lembra que, conforme a legis-lação, o produto tem validade de 24 meses. Mas alerta que “nem tudo que está no rótulo é verdade”.

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5AGROVALOR DEZEMBRO DE 2014>> www.agrovalor.com.br

Agrotecnologia

João PratagilDoutor em Agronomia, Pesquisador da EmbrapaAgroindústria Tropical

Agrotóxicos em pautaNa área agrícola, o mês de novembro foi pautado por dois temas de grande inte-resse para os agentes das ca-deias produtivas agrícolas e agro (industriais) brasileiras – agrotóxicos e a escolha do novo Ministro da Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Os agrotóxicos entraram na pauta por intermédio dos resultados do PARA – Pro-grama de Avaliação de Re-síduos de Agrotóxicos em Alimentos, do ano de 2012, divulgados pela Anvisa, em 24/11/2014, em seu portal, e veiculado pela mídia: Ali-mentos têm resíduos de agro-tóxicos acima do permitido, diz Anvisa (http://www1.fo-lha.uol.com.br/), o que deve ter motivado o artigo do Pre-sidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale: Opinião: Os alimentos não estão con-taminados com agrotóxicos (http://g1.globo.com/).

Apesar dos resultados di-vulgados pela Anvisa referir--se ao ano de 2012, sem qual-quer efeito na postura atual dos consumidores dos ali-mentos pesquisados, os da-dos mostraram que os limites máximos de resíduos (LMR) encontrados nas amostras estão conformes com a le-gislação brasileira, e que a maior parte das inconformi-dades são relativas aos pro-dutos não registrados para a cultura analisada, não ofere-cendo qualquer risco à saúde dos consumidores desses ali-mentos.

Historicamente, para jus-tificar os resultados do PARA, os representantes do agrone-gócio defendem a tese de que o problema está na falta de produtos registrados para as culturas de baixo suporte fi-tossanitário, as Minor Crops,

como as frutas, legumes e verduras. Já a Anvisa, em seus relatórios, defende a tese da necessidade de se avançar na formação dos produto-res rurais, tendo como foco a saúde do consumidor e, principalmente, do próprio trabalhador que lida com es-tes produtos. As duas teses procedem!

Caberá à nova ministra do Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento, se-nadora Kátia Abreu, provê-lo dos meios necessários à pres-tação de assistência técnica

e formação dos agricultores, bem como promover a ado-ção das boas práticas agríco-las via a Produção Integrada Brasil e a produção orgânica, habilitando-os para a produ-ção de alimentos seguros e saudáveis para os consumi-dores brasileiros. Também será seu papel articular, com o Ministério da Saúde/Anvi-sa e os agentes das cadeias produtivas das Minor Crops, soluções que acelerem novos registros e extensão de uso, para as Minor Crops, de pro-dutos já registrados no Brasil para outras culturas. A com-petitividade da agricultura brasileira depende do alto nível tecnológico dos seus agricultores e de um ambien-te que favoreça o empreen-dedorismo e a inovação no campo!

FOTO: DIVULGAÇÃO

Investimento. Empresários do setor de camarão denunciam que empreendimentos funcionam sem licença ambiental por culpa do governo. E reclamam também da falta de apoio dos bancos oficiais, como BNB, Banco do Brasil e BNDES

Camarão. Representante da ABCC, Itamar Rocha, denuncia falta de investimento público no setor

O Brasil produz 80 mil toneladas de camarão/ano de cativeiroO Ceará responde pele metade dessa ofertaPaís perdeu mercado externo e produção atual é toda para o mercado interno

Saiba mais

por Rogério Morais

A competitividade da agricultura brasileira depende do alto nível tecnológico dos seus agricultores

Descaso público na aquicultura

O Brasil vem perden-do competitividade no setor de camarão

com o resto do mundo, e isso não é novidade para o gover-no. Ou melhor, para os em-presários as autoridades não estão se importando com o problema. O ministro da Pesca e Aquicultura, Eduar-do Lopes (senador pelo PRB--RJ), disse ao AgroValor que “temos que reduzir o chama-do custo Brasil, que ainda é muito elevado”, e concorda que “é muito difícil a com-petitividade com países da Ásia, como China, Tailândia e Vietnã”, que “quase que-bram o setor nacional”, con-forme empresários.

Menos impostosDisse o ministro Lopes que o governo tem que desonerar a cadeia do pescado, e um dos pontos, que, segundo ele, já tratou com a presidenta Dil-ma, é a desoneração do setor de ração. “O maior custo na produção de camarão está na ração, que chega a até 80%”, destaca, e lembra que essa política já existe no bo-vino e suinocultura”, então é “uma questão de isonomia”.

O ministro esteve em For-taleza, no maior evento do setor, reunindo mais de se-tenta empresas, um espelho

para os cerca de 30 mil pro-dutores, onde o Nordeste se destaca. O Brasil, em 2003, chegou a produzir 90 mil to-neladas de camarão/ano. O Ceará responde pela meta-de dessa oferta. Houve uma grande queda nas exporta-ções, com a perda da compe-tição com países asiáticos, e a partir de 2013 o setor vol-tou a tomar fôlego por conta do consumo interno.

A produção deste ano de-verá chegar a 80 mil tonela-das, com crescimento médio de 10% em relação ao ano anterior, todas consumidas internamente. O presiden-te da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), engenheiro de pesca Itamar Rocha, lembra que o consumo interno poderia ser muito maior. “O brasileiro está consumindo 550 gra-mas/ano de camarão e come 55 quilos/ano de carne ver-melha”.

CréditoPara Lopes, “a pior crise – a partir de 2003 – já passou”, e diz que “o grande problema é o crédito”. Ele nega que o setor esteja endividado e as-segura que “o que temos que fazer é mais facilidade ao crédito para que esse crédito subsidiado possa alavancar o crescimento”, completa.

Para o presidente da

ABCC, no entanto, os garga-los do setor não são tão sim-ples. O maior problema é a questão do licenciamento. “Sem licença não tem crédi-to, não tem financiamento”, reclama Rocha, e denuncia que “o governo não dá a li-cença que o produtor tem direito”. E diz mais: dos 30 mil produtores brasileiros, “somente 21% têm licença e apenas 5% contam com financiamento”. Falta tam-bém aos bancos de fomen-to apoiar o setor, segundo o dirigente da entidade: “Na abertura do evento, estava todo mundo, exceto BNDES, BNB, Caixa Econômica e Banco do Brasil, que devem financiar investimento e custeio do pequeno, médio e grande produtor”, desabafa.

Indagado sobre o endi-vidamento do setor, Rocha responde: “Se o setor estives-se endividado, se o Nordeste estivesse endividado, não tinha cana-de-açúcar, não ti-nha fruticultura, no Brasil es-taria tudo parado. Nós temos uma linha de crédito para o Nordeste que é o FNE, que foi criado para apoiar ativi-dades em dificuldades, mas que gere emprego e renda no meio rural”, defende.

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6 AGROVALOR DEZEMBRO DE 2014 >> www.agrovalor.com.br

Entrevista Luiz Antônio Fayet

por Rogério MoraisAs três primeiras prioridades nossas são: Portos, portose portos!

“O Governo se mete e atrapalha”O economista e consultor de logística da Confede-ração da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antônio Fayet, acha que o maior problema do Brasil, hoje, é a ineficiência na logística. Chega a dizer que o país é incompetente na área de portos e não consegue resolver o problema da navega-

ção de cabotagem. Nessa entrevista exclusiva ao AgroValor, em Fortaleza (CE), o ex-deputado fede-ral e ex-presidente do Banco do Brasil, chama a atenção sobre a nova geografia de produção bra-sileira, e diz que “é preciso repensar a intervenção governamental” nos negócios.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

AgroValor – Qual o modal que mais entrava a logística no Brasil?Luiz Antônio Fayet – A par-te pior do Brasil é a questão portuária. Nós tivemos vá-rios atrasos durante esses últimos anos. A geografia de produção do país mudou, pois o agronegócio existia fortemente praticamente no Sul, e foi subindo. Hoje ele está no Nordeste, no Norte, no Centro-Oeste. E a infraestrutura não acom-panhou. O estado do Mato Grosso, por exemplo, tem que mandar a soja ou o mi-lho para serem exportados pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Isso é um verdadeiro ralo, um prejuízo muito grande para a econo-mia brasileira. Nós estamos gastando 70 dólares por to-nelada. Isso significa mais ou menos 150 reais a mais, por tonelada, para exportar.

AgroValor – Além da expor-tação, temos também a ques-tão da distribuição interna para atender o mercado nas diversas regiões. A CNA está preocupada com essa área?Fayet – Essa pergunta é muito importante. Nós não estamos pensando somen-te na exportação, estamos também pensando nos custos internos. Da mes-ma maneira que estamos preocupados com os por-tos e os chamados corredo-res terrestres que chegam aos portos para resolver os problemas das exportações – grande fonte de renda e de riqueza econômica da população brasileira –, nós também estamos vendo os custos para o mercado bra-sileiro. E um dos problemas que estamos atacando, há muitos anos, é a questão da navegação de cabotagem. Essa navegação, por força da legislação brasileira, que cria uma série de dificulda-des, custa, atualmente, por quilômetro navegável, de

sete a dez vezes mais do que a navegação internacional. Não é sete por cento não, é sete a dez vezes mais.

AgroValor – Então pode-mos pensar que o Brasil é um país burro ou existem forças poderosas que o impede de avançar na navegação de ca-botagem?Fayet – Existem mesmo muitos interesses cruzados aí. E alguns que têm medo do futuro. Nós entendemos que o Brasil está pagando um preço muito caro por essas ineficiências. A socie-dade acaba pagando com impostos ou com a restrição alimentar, devido ao encare-cimento do custo de infraes-trutura.

AgroValor – A CNA tem for-ça para mudar esse quadro?Fayet – Ninguém tem for-ça total. Nós temos que ter um grande acordo nacional. Essa é a primeira questão. A outra questão é com a infra-estrutura dos transportes. Na hora que nós resolver-mos esses gargalos do setor portuário com o setor de

navegação de cabotagem, o volume de produção será muito maior, tanto para a navegação como para o setor rodoviário e para os transportes ferroviários. Nós vamos aumentar a nossa ca-pacidade de competir, isso é o que tem que ser visto.

AgroValor – Na opinião do sr., onde mais o governo deve atuar para que possamos al-guns saltos nesse setor?Fayet – As três primeiras prioridades nossas são: Por-tos, portos e portos!

AgroValor – Então onde es-tão as falhas no primeiro go-verno da presidenta Dilma e qual o salto que podemos obter na sua segunda gestão?Fayet – Não podemos ana-lisar governo de “A” ou “B”. Isso é um problema históri-co no país. Nós estamos com atrasos que vêm de 20, 10, 5 anos, entendeu? São atrasos históricos. Eles continuam a acontecer e precisamos fa-zer uma concentração para tirar os obstáculos que estão aí. É um problema estrutural brasileiro, até porque o povo

brasileiro não entendeu, ainda, essa mudança do país em relação ao agronegócio.

AgroValor – Essa mudança passa pela iniciativa privada com parcerias públicas ou decisões de políticas de cres-cimento de governo?Fayet – Uma coisa que eu posso lhe dizer é o seguinte: O governo, dinheiro públi-co, não tem recursos para fazer tudo que o país preci-sa em infraestrutura. Tem que contar com os investi-dores particulares. São eles que vão fazer o negócio. Nós só temos que ter uma formatação que torne tudo isso muito eficiente e mui-to claro para que não haja encarecimento nos custos dos transportes interno. E a outra coisa que precisa aca-bar no Brasil é o governo se meter em tudo. Isso atrapa-lha. Eu vou dar um exemplo: Como é que eu posso fazer um colégio, uma universi-dade, um hospital, somente com um alvará, e para fazer um terminal portuário, que é de interesse nacional, eu tenho uma legislação imen-sa, criando mil problemas, exigindo mil autorizações? É preciso repensar essa inter-venção governamental no Brasil.

AgroValor – Todo ano o Bra-sil aumenta sua produção de grãos e as imagens mostra-das na mídia são as mesmas, de desperdícios. O sr. vê algu-ma mudança a curto prazo?Fayet – Olha, eu lhe digo que 90% dessa questão é incompetência administra-tiva. O Porto de Paranaguá mudou a sua administração há cerca de três anos e não enxerga fila, não enxerga desorganização. É o porto mais organizado e eficien-te do Brasil. E o que é isso? É eficiência administrati-va. Então não imagine que isso é um fenômeno nacio-nal. Isso é um problema de competência e de incompe-tência.

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7AGROVALOR DEZEMBRO DE 2014>> www.agrovalor.com.br

O povo tem que se conscientizar da riqueza que é o agronegócio para a economia brasileira, para os consumidores e para os produtores

“O Governo se mete e atrapalha”

QUEM ÉLuiz Antônio Fayet, economista, 77 anos, de Curitiba (PR), consultor de logística da CNA.

O QUE FAZConsultoria empresarial no setor de logística e palestras sobre o setor de transportes.

O QUE FEZFoi professor na Universidade Federal do Paraná, presidiu o Banco do Brasil e exerceu o cargo de deputado federal 1983/86.

Perfil

AgroValor – Os recursos anuais do governo para o plano de safra são suficien-tes ou o setor precisa de mais dinheiro?Fayet – Se nós eliminarmos os obstáculos que temos o governo não precisaria fa-zer tanto esforço como faz. Aliás, isso é o que está na cabeça de muita gente: Nós temos que subsidiar, muitas vezes, o escoamento de sa-fra porque o preço está mui-

to baixo, porque não tem infraestrutura. Se tivesse, os preços não estariam baixos e o governo não precisaria fazer essa intervenção com o dinheiro público, como o dinheiro dos impostos.

AgroValor – O ‘custo Brasil’, que todo empresário recla-ma, tem a ver com os inves-timentos do Estado?Fayet – É outra questão histórica. Eu, pelo menos,

acho que poderíamos estar muito mais avançados do que estamos. Agora vamos fazer uma reflexão: Na mi-nha apresentação [em For-taleza], chamei a atenção para uma coisa que o povo brasileiro poderia começar a entender. Há 50 anos nós tínhamos que trazer comida do exterior para alimentar a população. E hoje somos o segundo maior exportador mundial. Daqui a poucos

anos nós seremos o maior exportador mundial do agronegócio, ultrapassando os Estados Unidos. O povo tem que se conscientizar da riqueza que é o agrone-gócio para a economia bra-sileira, para os consumido-res e para os produtores. E quando falo produtores, não é somente do dono da pro-priedade rural não, porque, para produzir, eu preciso da intervenção de muitos setores, produtores, trans-portadores, fertilizantes, de-fensivos, uma infinidade de atividades interrelaciona-das. Há um erro no Brasil de achar que o agronegócio é o milionário que tem terras. Não senhor, tem muita gen-te que ganha salário mínimo e que, se o agronegócio não tivesse essa potencialida-de que tem, o Brasil estaria morrendo de fome.

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8 AGROVALOR DEZEMBRO DE 2014 >> www.agrovalor.com.brINFORME PUBLICITÁRIO

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9AGROVALOR DEZEMBRO DE 2014>> www.agrovalor.com.br

Agrobusiness

Guillermo SanchezLeiloeiro rural

DIVULGAÇÃO

Intempéries econômicas

Olá, amigos!

Este ano não deixará sauda-des em nenhum setor. A eco-nomia andou de lado, clau-dicou e, em alguns casos, despencou. Os escândalos de corrupção tomaram con-ta dos noticiários quase que semanalmente. A empresa mais noticiada, a Petrobras, começou o ano com suas ações cotadas a R$ 19,46, fo-ram a R$ 24,90, chegaram ao fundo do poço (“mais abai-xo do pré-sal”) a R$ 11,84, e deram uma leve recupera-da chegando a R$ 13,01, em novembro. Lembrando que a Petrobras já foi a terceira maior empresa do mundo, com ações comercializadas a R$ 37,58 (maio/2008), e hoje é considerada a empresa mais endividada do mundo. A Eletrobras também foi sur-rada pelas atitudes do gover-no e viu suas ações caírem de R$ 8,88, em setembro, para R$ 5,21, em novembro. A es-tatal caminha para o terceiro ano de prejuízo consecutivo e, pela primeira vez na his-tória, pode não distribuir dividendos aos acionistas. A desaceleração da economia é evidente, as perspectivas não são animadoras e a con-fiança das empresas tem re-gistrado quedas acentuadas. O dólar abriu o ano na casa de R$ 2,36 e chegou a ultra-passar R$ 2,60 no final de no-vembro. A arroba do boi gor-do estava sendo comprada em São Paulo por R$ 110,00 e no final de novembro a R$ 145,00, com expectativa de alta até o final do ano (um dos poucos ativos que deixou feliz o produtor primário).

A seca no estado de São Paulo é a pior registrada em mais de 80 anos. Todas as culturas foram afetadas di-retamente pelo excesso de calor e a falta de chuva. Nun-ca o estado tinha convivido com problemas tão graves. No cultivo do café as lavou-

ras consideradas mais jo-vens, plantadas entre 2012 e 2013, perderam quase todos os seus frutos pelo estresse das plantas. A expectativa antes da seca era uma co-lheita de aproximadamente 32 milhões de sacas, hoje si-naliza menos de 28 milhões. A safra da principal cultura do estado, a cana-de-açúcar, deve ser 10% menor que em 2013, que foi de 450 milhões de toneladas. A produção do feijão será em torno de 210 mil toneladas, o que repre-senta menos 9,6% que a safra anterior e 17,6% se compara-do à média dos últimos cinco anos. O milho colhido neste ano será 26% menor que na safra anterior.

Entre as escolhas para os ministérios do governo Dil-ma, a pasta da agricultura vai para a Senadora Kátia Abreu, do PMDB do Tocantins, ela que preside a CNA (Confe-deração da Agricultura e Pe-cuária). Eleita pelo PFL que depois virou DEM, a sena-dora migrou para o PSD. No início do governo Lula, fazia parte da oposição. Mesmo com uma grande fatia de produtores rurais completa-mente contra o governo PT, a senadora foi atraída pelo poder e traiu a confiança de uma grande massa dos seus eleitores. Esperamos que ela tenha a honradez de re-presentar bem o homem do campo.

Bem amigos, que tenha-mos mais seriedade e sorte com os nossos governantes em 2015 e nos anos vindou-ros. Feliz Ano Novo!

Borrego em escala. É possível produzir carne de carneiro em escala, com qualidade, e a preço menor para o consumidor, a exemplo do que já ocorre com o frango de corte? Para especialista, “é possível, sim”, mas há desvantagens

da Redação

A Eletrobras também foi surrada pelas atitudes do governo

Ovino industrial é possível, sim!

Cordeiro alta escala. Confinamento exige cuidados especiais com sanidade

• Segundo especialista, produção de cordeiro em alta escala é possível, como no processo do frango industrial.

• Sistema aumenta o custo de produção, devido a novas doenças.

• Para pesquisador, o melhor modelo é o cruzamento de raças e a escolha do ambiente adequado.

Produção industrial

O maior gargalo para os produtores de ovinos é encontrar a fórmula

que gere um animal precoce para o abate e que ofereça uma carcaça vantajosa e de boa qualidade. Um modelo que garanta escala pelo me-nos parecida com o frango industrial, um negócio que foi criado há mais de 80 anos, nos Estados Unidos, e hoje opera no mundo inteiro, sem problema de clima.

Para o especialista e pro-fessor William Cardoso Ma-ciel, “é perfeitamente pos-sível do ponto de vista de produção, da genética”, co-menta. No entanto, a grande questão é o “alto valor pro-dutivo com a resistência a patologias”, lembra.

Negócio rentável“É inversamente proporcio-nal”, ou seja, quanto mais o animal é produtivo, mais tra-balhado geneticamente, ele fica mais exposto a doenças, conforme Maciel. Mas faz questão de esclarecer “que isso não quer dizer que seja economicamente inviável”. E compara com a avicultu-ra de corte, que é feita com grandes gastos com vacinas, medicamentos e produtos sanitários e de higienização, “e mesmo assim é um negó-cio rentável”, lembra.

Para opinar sobre a ques-tão do ovino, o professor vai buscar a história do frango de corte. A data marcante do nascimento da avicultura industrial no mundo é 1930. “O chamado frango de corte é originário do cruzamento do ‘Galo-banquiva’, pratica-mente selvagem, com a raça Legorne [galinha]”, detalha.

Para ele, dentro da avicul-tura, não existe raça, existe linhagem. “São linhagens como se fossem marcas”, como qualquer marca in-dustrial ou objetos. “E não são subespécies porque são animais completamente mo-dificados pela mão do ho-mem”, esclarece. O frango de corte é fabricado pela matriz pesada, que é uma galinha cem por cento manipulada pelo homem, acrescenta.

Para entender melhor, se fosse aqui no Ceará, o es-pecialista explica, “pega-se uma galinha caipira, ‘pé- duro’ ou de fundo de quin-tal, e junta-se com o ‘Galo- banquiva’. Nessa galinha o homem manipulou. Tirou o

gene do choco e também o gene para aumentar a capa-cidade produtiva. Ou seja, enquanto uma galinha ‘pé--duro’ produz cerca de vinte ovos e choca, a nova galinha pode produzir até 320 ovos ao ano e não choca”, afirma, e completa: “Ela não tem mais nenhuma semelhança com a galinha nativa”.

Ovinos Toda essa explicação do es-pecialista sobre o frango é para afirmar que “é possí-vel fazer o mesmo no ovino, pois o homem já domina perfeitamente a engenharia genética, a partir da biologia molecular”, garante. No en-tanto, ressalta ele que “todo animal que produz para es-cala industrial, tudo é criado em laboratório”, como a vaca que produz muito leite, por exemplo.

No ovino, o critério pode ser parecido com o processo do frango, no entanto, esse tipo de manejo “não seria aceito”, segundo o Prof. Ma-ciel, por questões do bem- estar animal. Ele esclarece que um animal criado nessas condições, em cativeiro, com limitações de espaço, sofre uma série de restrições para diminuir o gasto de energia, como não caminhar, não pu-lar e produzir mais carnes.

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Excelência holandesa na ovinoculturaFOTOS: AGROVALOR

por Angelo Tomasini

Dia a Dia da Fazenda FAZENDA PORTÃO VERMELHO

Paraná. Há quase 30 anos na atividade, a Portão Vermelho é referência na produção de ovinos Texel e Dorper, em Castrolanda. A fazenda abriga cerca de dois mil animais criados a campo

Manejo. Os animais ficam no campo a maior parte do tempo

Alimentação. Os 28 piquetes dão conta de alimentar os ovinos História. A cor do portão dá nome à fazenda e esconde uma curiosidade

"É uma tranquilidade você deixar os animais, mesmo de alto valor, no campo"

A família Greidanus de-sembarcou no Brasil em 1953. Chegando

aqui, juntou-se a outras tan-tas em Castro, no interior do Paraná, onde se formava a colônia holandesa Castro-landa, que mais tarde abri-garia uma das maiores coo-perativas do país, de mesmo nome.

Separada apenas pelo as-falto, está a fazenda Portão Vermelho, de Taeke Grei-danus, que chegou aos 17 anos e neste mês completa 61 anos no país. Após longo tempo trabalhando como re-vendedor de máquinas agrí-colas, o holandês resolveu deixar a atividade e investir no campo.

Segundo ele, o comér-cio era muito puxado num momento em que a infla-ção chegava a 45% ao mês. Era também a hora de dar mais atenção aos filhos (seis no total, sendo um homem e cinco mulheres). O filho, agrônomo, depois de passa-gem pela África do Sul e EUA resolveu voltar e ajudar o pai na nova empreitada e hoje toca sozinho a parte da agri-cultura da família.

Já Taeke partiu para a ovi-nocultura na Portão Verme-lho, em 1985. Os primeiros animais, um lote de dez fê-meas e um reprodutor Te-xel, foram adquiridos com o apoio do governo do Paraná. Com o crescimento na ativi-dade, em 1995 fez a primeira importação de Texel da Ho-landa e em 2000 partiu para a raça Dorper importando animais da África do Sul.

FazendaA propriedade foi comprada em 1980, quando ainda atu-ava no comércio, e até se tor-nar o reduto da ovinocultura foram cinco anos. Hoje, a área destinada à Portão Ver-melho possui 128 hectares, com 70 ha para ovinos, 30 ha para agricultura e 28 ha para reserva florestal.

Da estrutura original, uma boa parte foi modificada. Além do galpão de descarte e do aprisco originais foram acrescidos galpões para ar-

mazenar feno, maquinário e animais confinados. “A gen-te sempre vai investindo, melhorando. Sendo na terra ou nos pastos, e também no manejo”, afirma.

E por falar em estrutura, o nome da propriedade diz respeito ao portão verme-lho que dá acesso ao local. Segundo o dono, quando a comprou já se chamava as-sim, mas o portão não é o mesmo. A peça tem uma his-tória, pertencia à Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa, município vizinho, e foi recolhido quando o pré-dio foi demolido.

Manejo e alimentaçãoPara dar conta da fazenda são necessários cinco fun-cionários, sendo quatro para o manejo dos animais e uma secretária no escritório.

A fazenda abriga cerca de 2,5 mil animais – somando-se

as 700 matrizes e os borregos nascidos nos períodos de re-produção –, separados por grupos e raça. A maioria per-manece no campo o maior tempo possível. Só são reco-lhidos em situações especí-ficas, como em nascimentos no inverno. Já os cerca de 300 reprodutores e animais de se-leção são tirados do campo e confinados com ração (pouca quantidade) e silagem.

Quanto à segurança, para deixar os animais à solta, Ta-eke fechou bem com tela os arredores da fazenda, assim não tem problema com rou-bo e ataque de cachorro. “É

uma tranquilidade deixar os animais, mesmo os de alto valor, no campo”, revela.

E é lá que tem as ideias para o manejo: “Muitas ve-zes vou no campo, sento no cocho do sal mineral com os animais por perto e fico fa-lando com eles. Daí começo a ver as carcaças e a pensar em fazer cruzamentos de uma linhagem com outra”, conta o pecuarista.

O pasto é calculado de acordo com a quantidade de animais. São 28 piquetes di-vididos naturalmente onde estão azevém, trevo, tifton e hermátria. Na área também estão espalhados cochos com sal mineral.

Reprodução e sanidadePara cada raça, um projeto diferente de reprodução, mas em ambos existe inse-minação artificial e monta natural.

No Dorper são três crias em dois anos, para manter as fêmeas sempre ‘usadas’. “A raça engorda muito fácil e um animal gordo dificilmen-te pega cria ou é mais difícil de emprenhar”, explica.

Na raça Texel, não há esse problema, pois há mais sa-zonalidade. A época de co-bertura normalmente é em fevereiro, com nascimentos em junho e julho.

A parição é de preferên-cia no campo, onde o ani-mal faz tudo sozinho. No inverno a atenção é dobra-da. “Quando tem um nasci-mento trazemos para o bar-racão, mas após dois dias mãe e cria já voltam para o campo”, esclarece.

No caso da sanidade, além da orientação cons-tante de veterinários, fazem a revisão de verminose re-gular e usam o sistema Fa-macha.

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Qual o foco da sua vinícola? Vinhos boutique, em pequena escala e alta qualidade. Nossos carros-chefe são os varietais tintos, da linha Rastros do Pampa, com destaque para os mais premiados: Cabernet Sauvignon e Tannat; e espumantes, como Poesia do Pampa Brut e Guatambu Rosé, pelo método champenoise.

Quais os gargalos do setor?Falta de mão de obra especializada; de logística na distribuição; de fiscalização do vinho contrabandeado e comercializado em lojas e restaurantes brasileiros; de linhas de financiamento com carências e juros compatíveis com a atividade.

E as suas expectativas?As vinícolas da Campanha estão trabalhando para obter a Indicação de Procedência. Acreditamos que, no futuro, poderemos ser uma região como o Nappa Valley, na Califórnia, referência em vinhos e enoturismo.

Conselhos para um jovem investir na vitivinicultura.Somente se ele tiver paixão pela atividade e se tiver outra fonte de renda, pois é um negócio que gera resultados em longo prazo. É praticamente um projeto de vida.

Gabriela PötterDiretora técnica da Vinícola GuatambuDom Pedrito (RS)

Agrojovem

Pra que champanhe?

por Camila Bitar

Vitivinicultura. A busca pela valorização do vinho nacional pelos próprios consumidores brasileiros e a consolidação do espumante made in Brazil são os temas abordados na seção deste mês por uma jovem produtora gaúcha e um premiado crítico inglês

Destaque. Vinhos e, principalmente, espumantes nacionais conquistam mercado internacional

DIVULGAÇÃO

BATE-VOLTA

Durante uma visita ao Brasil neste ano, o renomado crítico e consultor inglês de vinhos,

Steven Spurrier, afirmou que os “os brasileiros deveriam ter mais orgulho do espumante produzido no Brasil. Não precisam beber champanhe”.

Apesar do mercado promissor, com vendas em crescimento de 10% a 15%, ao ano, graças principalmente ao aumento de consumo dos espu-mantes nacionais, a verdade é que ainda se bebe muito pouco vinho no Brasil, cerca de 2 litros per capita, se comparado, por exemplo, a países europeus, como Luxemburgo, cujo consumo per capita é trinta vezes maior.

Com sua quase totalidade da pro-dução concentrada no Sul do país, favorecida pelo clima, solo e por

razões históricas advindas dos imi-grantes europeus que lá habitam, os vinhos e espumantes brasileiros es-tão começando a ser reconhecidos internacionalmente.

Seguindo o pensamento de Spur-rier, a jovem engenheira agrônoma Gabriela Pötter, 35, diretora técnica da Vinícola Guatambu, localizada em Dom Pedrito (RS), na fria re-gião da Campanha, fronteira com o Uruguai, acredita que o brasileiro, de um modo geral, tem preconceito em relação aos produtos nacionais. “Os próprios estrangeiros percebem isso e ficam espantados”, afirma ela, e acrescenta: “A qualidade do vinho

brasileiro está evoluindo muito rápi-do. A maioria das vinícolas investiu em alta tecnologia e conhecimento. No caso dos espumantes, estamos entre os três melhores países do mundo. Isto pode ser comprovado na quantidade de premiações inter-nacionais recebidas”, orgulha-se a gaúcha.

Gabriela reconhece que existe o brasileiro mais informado, que se permite “experimentar” o vinho bra-sileiro e se surpreende com sua su-perioridade. Em inúmeras degusta-ções às cegas, onde foram colocados vinhos estrangeiros e brasileiros, os nacionais saíram-se muito bem.

Brasil sem fronteiras!Brasil sem fronteiras!Não perca a primeira Nacional Dorper livre de barreiras sanitárias.

29 de Novembro a 07 de DezembroParque de Exposições de Salvador - Bahia - Durante a Fenagro Informações: (11) 3816-0186 • abcdorper.com.br

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CEARÁ

SENAR

Serviço Nacional de Aprendizagem RuralSENAR-A.R/CE

Aprendendomais sobre o

campo

município

Agrinho.

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AGROVALOR ANO IX Nº 106 FORTALEZA-CE DEZEMBRO DE 2014

FOTO: DIVULGAÇÃO

da Redação

Mercado equino. Brasil disputa com os Estados Unidos o maior e melhor no mercado mundial de cavalos. Tanto nos negócios internos como para exportação, vem colando naquele país os bons resultados, principalmente na raça QM, a de maior demanda

Brasil, segundo maior em cavalo

Os melhores da raça BHAs competições, em 2014, abriram caminho para os melhores animais e expositores no Festival Nacional do Cavalo Brasileiro de Hipismo. Pág. 4

Esporte. Animais com habilidades para atividades esportivas e de lazer são os mais valorizados

Brasil e cavalos

• O Brasil mantém negócios com cavalos da raça QM com váriospaíses.

• É o segundo maior criador do mundo, só perdendo para os EUA,país de origem do QM.

• Nos remates, QM, Crioulo e Mangalarga são os mais valorizados,nessa ordem.

Saiba mais

O Brasil vem manten-do negócios com ca-valos da raça Quarto

de Milha com vários países. Importamos e exportamos também animais Mangalar-ga e PSI (Puro Sangue In-glês) para países da Europa. Na América do Sul, o aqueci-mento dos negócios é com a raça Crioulo, do Rio Grande do Sul, principalmente com a Argentina e Uruguai. E o Chile, que levou plantel bra-sileiro, formou a sua genéti-ca – Crioulo Chileno – para a lida com gado. A informa-ção é do Prof. Dr. Gabrimar Martins, da Universidade Federal do Ceará (UFC), es-pecialista no assunto.

A exportação brasileira com cavalos se destaca para o uso do animal em diversasmodalidades: Esporte, lazer, lida nas fazendas e também para o consumo de carnes. Na China, por exemplo, a característica dos plantéis é para o corte (carne), afirma o pesquisador, acrescentan-do que os chineses são, hoje, “os maiores importadores de carne de cavalo do Brasil”.

Linhagem de corridaConforme o Prof. Martins, a raça Quarto de Milha é a de maior destaque no mercado de exportação. O Brasil é o segundo maior criador do mundo, só perdendo para os Estados Unidos, país de ori-gem do QM. Ele ressalta que EUA e Brasil são, respecti-vamente, o primeiro e o se-gundo em plantel e criador, mas em qualidade de ani-mal, lembra, “não dá para dizer que o Brasil é segundo, pois estamos mandando ca-valos para lá”.

Para destacar a genéti-ca brasileira atual da raça QM, o professor informa

que o Brasil mantém um intercâmbio intenso com os Estados Unidos. “Os nossos cavalos, filhos de cavalos americanos, estão se destacando no Brasil na linhagem de corrida, e são mandados para reprodução naquele país”, comenta o especialista.

Ele faz questão de expli-car que na raça QM, o mer-cado formou as linhagens de corrida, de trabalho e de conformação, que são as mais destacadas em negó-cios. Ainda sobre interesses de criadores nas transações com cavalos no Brasil, ele adianta que “agora, princi-palmente no Nordeste, já es-tão trabalhando a formação de linhagem de vaquejada”. Explica que a formação de linhagem “é bem diferente da formação de raça: come-ça com a formação de con-sanguinidade, ou seja, aca-salamento entre parentes dentro da mesma raça”.

O mercado mais movi-mentado do QM no Brasil, segundo o Prof. Martins, en-globa animais para provas de velocidade e habilidade. Nas provas de velocidade,

existem as atividades de va-quejada, tambor e baliza, que são as maiores deman-das atualmente de negócios. Diz que no Ceará o setor de corrida é o mais ativo, com o QM e o PSI.

Em segundo lugar, no Brasil, conforme o especia-lista, “em termos financei-ros”, vem a raça Crioulo, do Rio Grande do Sul, que tem

Nas provas de velocidade do QM, existem as atividades de vaquejada, tambor e baliza, as maiores demandas atuais de negócios

grande valorização nos lei-lões, pela funcionalidade e habilidades. Em segui-da, vem a raça Mangalarga. Lembra que o mercado do PSI é fechado, seus leilões alcançam “médias seme-lhantes ao do QM”, embora sejam, nas palavras do Prof. Martins, “leilões de salão, VIPs, com a comercialização menor de animais”.

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2 AGROVALOR DEZEMBRO DE 2014 >> www.agrovalor.com.br

FOTOS: DIVULGAÇÃO/ARQUIVO PESSOAL

Perfil Filipe Masetti

por Angelo Tomasini

Cavalgada. Percorrendo 16 mil quilômetros em exatos 2 anos e 45 dias, o jornalista brasileiro Filipe Masetti saiu do Canadá, cruzou as Américas a cavalo e chegou ao Brasil cheio de história para contar e um sonho de infância realizado

Cavaleiro das Américas

QUEM ÉJornalista, paulista, 28 anos, radicado no Canadá.

O QUE FAZAtualmente escreve um livro sobre a travessia que fez a cavalo do Canadá ao Brasil e também um documentário sobre o assunto.

O QUE FEZCruzou as três Américas, do Canadá ao Brasil a cavalo, em dois Quartos de Milha e um Mustang, por um período de 2 anos e 45 dias.

Verbete

Companheirismo. Os dois cavalos Quarto de Milha e o Mustang são chamados de “filhos” e depois dessa grande aventura estão aposentados

Sonho. As histórias contadas pelo pai na infância incentivaram a cavalgada de Filipe Masetti

“Sensação única! Acho que se eu viver mais cem anos não esqueço o momento queentrei na arena do Barretão com meus três heróis. Foi demais”Filipe MasettiCavaleiro das Américas

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Com vocês, o Cavaleiro das Américas, Filipe Masetti”. A partir deste

momento, ele entra na arena da tradicional Festa do Peão de Barretos montado em um dos seus cavalos e segurando os outros dois pelo cabresto. O público que lota as arqui-bancadas aplaude de pé e faz as honras de um verdadeiro herói, com direito a hino na-cional e show pirotécnico.

“Sensação única! Acho que se eu viver mais cem anos não esqueço o momento que entrei na arena do Barretão com meus três heróis. Foi de-mais”, afirma o jovem Filipe Masetti Leite, de 28 anos, que naquele momento encerrava uma travessia por 12 países e três continentes a cavalo. Ele põe o chapéu no peito, chora e sorri, meio sem acreditar, e totalmente emocionado.

Além de um grande feito, aquele ato era a realização de um sonho de infância. Quando tinha apenas nove anos de idade, Masetti dei-xou Espírito Santo do Pinhal, no interior de São Paulo, com os pais. Destino? O ge-lado Canadá. E foi de lá que partiu, quase 20 anos depois, em uma aventura que o fez percorrer o caminho de vol-ta. Mas, desta vez, a cavalo.

Partiu de Calgary no dia 08 de julho de 2012. “Uma emo-ção muito grande. Não tinha nada para fazer essa viagem, não tinha dinheiro, os cava-los, as selas... Me senti um grande vencedor só por ter conseguido sair, o que já foi uma luta gigante”, destaca o cavaleiro.

PercursoA chegada ao Brasil foi no dia 23 de agosto de 2014, exatamente como tinha pla-nejado, direto na Festa do Peão de Barretos, no inte-rior de São Paulo. Foram 16 mil quilômetros percorridos, três continentes: Américas do Norte, Central e do Sul; E doze países: Canadá, Estados Unidos, México, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Cos-ta Rica, Panamá, Colômbia, Equador, Peru e Brasil.

Segundo ele, Yellowstone National Park, o maior par-que nacional dos Estados Unidos, foi o lugar que mais o encantou durante a via-gem: “Vi paisagens lindas, cruzei rios e pontes suspen-sas, subi montanhas que não acabavam nunca. Encontrei búfalos, alces, veadinhos e até ursos”, relembra.

Já quanto ao local em que mais sentiu dificuldades, aponta a cavalgada por Hon-duras, na América Central. “O país mais perigoso das Américas foi bem difícil. O calor maltratou muito a mim a aos cavalos e o narcotráfi-co estava sempre por perto”, afirma.

Cavalos A cavalgada era o sonho da vida de Masetti. Aliás, um so-nho que vinha das histórias que o pai lia para ele quando criança. O autor preferido, nada menos do que o suíço radicado na Argentina, Aime

Tschiffely, tido como o maior cavaleiro de longa distância do século XX. Entre outros feitos, cavalgou da Argentina aos Estados Unidos com dois cavalos Crioulo, em 1925. “Essa história me inspirou muito e cativou a minha imaginação. Fiquei sonhan-do minha vida toda, como seria viajar por todos esses países a cavalo”, recorda o cavaleiro.

Ao mesmo tempo em que aguçava a imaginação, des-de criança também já tinha o contato com os equinos.“Meu pai me pôs em cima de um cavalo com meses de vida. Comecei cavalgando, depois fiz equitação e mais velho co-mecei a laçar nos rodeios do Canadá. Competia no Laço de Bezerro”, explica Filipe.

ProfissãoCavaleiro por amor, o jorna-lismo, profissão que esco-lheu, foi um dos caminhos para o financiamento da ca-valgada. “Fiquei dois anos trabalhando em cima desse projeto depois de terminar a faculdade, em Toronto. Tinha que aprender muito com pesquisa e também ar-recadar os fundos para fazer a viagem”, relata.

Como fonte de patrocínio, o projeto foi vendido parauma produtora de Nashville, EUA, o que deu para custear grande parte da viagem. Já os cavalos, foram doados por criadores.

Segundo ele, os três “fi-lhos”, os Quarto de Milha, Bruiser, do Copper Spring

Ranch e Frenchie, do Stan Weaver, ambos de Montana, EUA, e Dude (Mustang), dos índios do Novo México, ad-quirido por último, agora es-tão aposentados, descansan-do em um sítio na cidade de Espírito Santo do Pinhal (SP).

PlanosSem planos de retornar ao

Canadá, pelo menos neste momento, Filipe segue es-crevendo um livro sobre a jornada, que também vai vi-rar um documentário de lon-ga metragem nos EUA, como já falamos. Além disso, apro-veita o tempo para colher os louros do feito e desfruta dos momentos livres com a na-morada.

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DIVULGAÇÃO

por Wescley Gomes*

Desempenho. Com classificatórias e uma final caracterizada pelo alto nível, a edição 2014 do Freio de Ouro mostrou, mais uma vez, a qualidade e a evolução morfológica dos cavalos da raça Crioulo

Um Freio de Ouro para a história

Competição. As provas foram acirradas e disputadas ponto a ponto

Durante todo o ano, criadores e ginetes trabalharam com o

intuito de alcançar o título mais desejado da raça Criou-lo, o Freio de Ouro.

Entretanto, quem pensa que essa conquista é fácil precisa conhecer o nível das etapas classificatórias que aconteceram durante todo o ano, em vários lugares doBrasil. O melhor cavalo sur-giu em meio às provas com níveis de qualidade altos, disputadas ponto a ponto.

Para chegar à final, realiza-da no Parque Estadual de Ex-posições Assis Brasil, em Es-teio (RS), de 28 a 31 de agosto, durante a Expointer, foi neces-sária uma filtragem dividida em 12 etapas classificatórias.

Uma das razões para o su-cesso do Freio de Ouro 2014, sem dúvida, foi a imprevisi-bilidade. A disputa pelas va-

gas na final da modalidade foi, durante toda a tempora-da, repleta de reviravoltas.

Para Luís Rodolfo Macha-do, vice-presidente de even-tos da Associação Brasilei-ra de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), a concor-rência acirrada ao longo das seletivas refletiram o nível da qualidade da raça equina, com etapas de surpreender a todos que estavam dentro e fora das pistas.

“Tivemos seletivas dispu-tadas com níveis técnicos excelentes e não tínhamos como apontar um favorito. Mesmo com um campeão defendendo o título não dava para garantir que a vitória seria certa, pois era grande a qualidade em pista”, disse Machado, que atribuiu esse sucesso à boa preparação dos animais.

“Venceu quem estava mais bem preparado, quem tinha o melhor físico e o melhor

treinamento, mas pelo que presenciamos nesta edição do Freio de Ouro, todos os competidores estavam com um nível parecido”, afirmou.

Se as classificatórias fo-ram travadas pelo alto pa-drão, a grande final entrou para história das mais dispu-tadas nos últimos anos. Para Machado “mostrou a evo-lução da raça Crioulo e que cada vez mais o preparo dos

conjuntos é determinante para o resultado final”.

Portanto, quem subiu ao lugar mais alto do pódio entre os machos foi o garanhão Des-taque da Maior, de proprieda-de da Parceria da Maior, de Pato Branco (PR), que depois de dois anos consecutivos na quarta colocação, desbancou o favorito Cadejo da Maior,que buscava o bicampeona-to. Já entre as fêmeas, quem

levou o título foi a égua Jotace Tranca, da Estância Eldorado, da Barra do Quaraí (RS).

“Esta final do Freio de Ouro foi brilhante. Revelou o que já esperávamos desdeas classificatórias: uma final difícil, além de comprovar que quem ganha é quem é regular nas várias etapas dis-putadas”, concluiu Machado.

*Estagiário AgroValor

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FOTO: LUIS C. RIOS

por Wescley Gomes*

Prova final. Após competições acirradas ao longo de 2014, os melhores da raça BH competiram em novembro no Festival Nacional da raça, evento que a cada ano se aprimora mais, conquistando novos públicos

Vitórias do Brasileiro de Hipismo

Campeão. Cavalo GK Charlotte “voando” com o cavaleiro Lourenço Vieira, o Loro

Recordista, dinâmico e inovador foram algu-mas das adjetivações

usadas para definir o princi-pal evento da raça Brasileiro de Hipismo (BH), que con-sagra os melhores animais, cavaleiros e expositores: o Festival Nacional do Cavalo Brasileiro de Hipismo 2014, realizado na Sociedade Hípi-ca Paulista, em São Paulo, de 6 a 9 de novembro último.

O evento, em sua nona edição, teve uma participa-ção nunca presenciada pela diretoria do evento, alcan-çando a marca de 500 inscri-tos, distribuídos entre expo-sição de potros, aprovação de

garanhões, provas de cavalos novos, provas paralelas, além das equipes que disputaram a Copa das Nações.

Para o presidente da As-sociação Brasileira de Cria-dores do Cavalo de Hipismo (ABCCH), Victor Foroni, o sucesso do evento mais im-portante da raça BH é o re-flexo do desempenho e de-dicação ao longo das etapas que ocorrem durante o ano, e isso, segundo ele, “só au-

menta a responsabilidade de realizar um evento grandioso e agradável a todos os parti-cipantes”.

Em cada uma das onze etapas realizadas em três estados diferentes (SP, PR e DF), segundo os dados dis-poníveis no site da ABCCH, foi estimada uma quantia superior a R$ 370 mil em pre-miações.

Segundo Foroni, promo-ver um evento bem estru-

turado que atenda desde competidores a visitantes tem contribuído para que a ABCCH realize suas com-petições de forma satisfa-tória para a raça BH. “Uma ampla estrutura vem sendo montada para favorecer o relacionamento entre cria-dores, cavaleiros, empre-sários, patrocinadores e amantes do BH”, ressaltou o presidente da entida-de, que promete trabalhar

“para superar todas as con-quistas deste ano”.

Para o criador Mário Sér-gio Carlos, o Festival do Ca-valo BH é um dos eventos mais cobiçados do ano. E a satisfação em participar da Nacional BH é única. “Pas-samos o ano prestigiando os melhores de cada etapa na expectativa de chegar à gran-de final que acontece no Fes-tival Nacional. Além disso, é uma excelente oportunidade para apresentarmos os nos-sos animais ao grande públi-co, chamando a atenção para o melhor cavalo do Brasil”,afirmou Carlos.

O Festival engloba dife-rentes atrações, entre elas a Exposição Nacional de Po-tros, o Julgamento de Éguas Competition, a Aprovação de Garanhões, o grande Leilão Nacional BH, e as provas da Final do Circuito do Cavalo Brasileiro de Hipismo.

Outra atração inédita da ABCCH foi a entrega do Prê-mio BH de Ouro, destinado a criadores, cavaleiros e perso-nalidades que contribuíram, de alguma forma, para a evo-lução e o sucesso da raça BH.

*Estagiário AgroValor

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DIVULGAÇÃO

por Wescley Gomes*

Disputa. Segundo dados do Departamento de Esportes da ABQM, cerca de 1,8 mil animais, conduzidos por 1,2 mil cavaleiros e amazonas estiveram em busca dos títulos de campeões no maior evento da raça quartista

Consagração da raça Quarto de Milha

Três Tambores. Entre os amadores, Gabriela Mazetto foi a vencedora com WV Castanha Dash

Muito superior à de 2013, em número de animais, de ins-

crições e nível técnico das competições”. Assim, definiu Francisco Garcia, diretor de esportes da Associação Bra-sileira de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), a edição 2014 do Potro do Futuro, principal evento da raça, que consagra os melhores animais quartis-tas, realizado de 13 a 19 de ou-tubro nas três arenas do Par-que de Exposições Fernando Cruz Pimentel, em Avaré, no interior de São Paulo.

O evento é considerado a grande vitrine dos futuros des-taques da raça. Os campeões

são vistos como promessa para os anos seguintes, eis o motivo da cobiça ao título, pois, além de escolher os melhores em cada prova, é o momento de consagração do criador.

O crescimento do evento, tanto em quantidade quan-to em qualidade, expressa a confiança no trabalho que a associação vem realizan-do com melhorias estrutu-rais nos eventos, procurando sempre oferecer mais con-forto e segurança, tanto para

quem participa ativamente das competições como para aqueles que acompanham as provas das arquibancadas.

“A cada ano o nível tem evoluído, proporcionalmen-te ao nível da criação, com linhagens mais específicas para cada modalidade, me-lhores técnicas de treinamen-to e condicionamento, além de nutrição e suplementação avançadas”, disse Garcia.

A 35ª edição do Potro do Futuro, que aconteceu para-

lelamente à 8ª Copa dos Cam-peões, foi marcada por dispu-tas acirradas nas mais de 19 modalidades diferentes, com destaque para as finais das categorias dos Três tambores das classes Aberta e Amador.

Segundo Garcia, mesmo com o nível de qualidade das demais provas, as categorias referenciadas acima foram um dos pontos altos do Potro do Futuro, pois nelas competiram “os melhores treinadores do Brasil, com o auxílio de pro-

prietários que ao longo do ano investiram em técnica e trei-namento em seus animais”.

Dada a largada do primei-ro conjunto, pela ordem de tempo das classificatórias, a emoção tomou conta de to-dos. Após acirradas disputas, quem ficou com o título na classe Aberta foi Roque Jesui-no Osti, montando o cavalo Major Fame EK, com o tempo de 17s153.

Já na classe Amador, a vitó-ria ficou com o conjunto Ga-briela Savio Mazetto e a égua WV Castanha Dash, com a marca de 17s526.

Essas disputas marcaram a estreia em caráter experimen-tal do Derby ABQM de Três Tambores nas classes Aberta e Amador, com a participação de 94 conjuntos.

Para Garcia, o evento supe-rou todas as expectativas e até arrisca que em 2015 a edição supere à deste ano. “O cresci-mento neste ano em relação a 2013, demonstrou a satisfação de nossos associados, o que nos projeta para 2015 um cres-cimento talvez até superior ao de 2014”, finalizou o diretor.

*Estagiário AgroValor

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por Wescley Gomes*

Nacional. O cavalo Mangalarga Marchador vive um momento extraordinário, crescendo em torno de 20% ao ano. E a qualidade dos eventos promovidos pela ABCCMM, em 2014, revelou o reflexo da força e soberania da raça

Aclamação do “Cavalo Nacional”

Campeã. Entrega de premiação à égua Garota JFS do Ceará, na categoria Júnior Maior de Marcha Picada

DJALMA BARBOSA DE LIMAODEMAR COSTANILMAR IGNACIO GOMESDANIEL BILK COSTAJOSÉ AILTON PUPIONILSON FRANCISCO GENOVESITRAJANO ANTONIO DE LIMA E SILVAANTONIO CARLOS PINHEIRO MACHADOJOÃO ANTONIO GABRIELJARBAS LUFF KNORRMARCELO INDARTE SILVALUCIANO CURYGUILLERMO GARCÊS SANCHEZ JUNIORFRANCISCO S. V. DE CARVALHO � � KIKO )LOURENÇO MIGUEL CAMPOJOSÉ LUIS LOBO NETOCLAUDIO JOSÉ PAGANO GASPERINIBRÁULIO FERREIRA NETOANDERSON MORALESMARCELO CRUZ MARTINS JUNQUEIRAANIBAL FERREIRA MARCELINO JUNIOROMAR FAYADCARLOS EDUARDO VAZ DE ALMEIDAGUILHERME MINSSENWELLERSON JOSE SILVANILMAR IGNACIO GOMESJOÃO BATISTA DE OLIIVEIRAANDRÉ MEGELLALUCIANO PIRESAGNALDO AGOSTINHOROBERTO SIQUEIRAMOACIR NAVESEDER FLAVIO BENITTCLEONIR MIGUEL DOS SANTOS SILVALUCIANO ALMEIDA VIANAADRIANO APOLINÁRIO LEÃO OLIVEIRAAUREO RODRIGUES FILHO � � TICO )ADRIANO MARCOS BARBOSA FERREIRAANTONIO PEREIRA DE LIMA � � TONHÃO )

RODRIGO GOMES COSTANIVALDO DEGANELLOLUIS CARLOS MOREIRAVITOR TRINDADE JUNIORPAULO MARCUS BRASILVILSON DE OLIVEIRA SILVAMARCELO PARDINIDEVANIR RAMOSAFRÂNIO MACHADO SOARESCAROLINE DE SOUSATATIANA PAULA ZANI DE SOUSAGILSON CARDOSOJOSIAS VITORINO DO NASCIMENTOFABIO LUIZ MARTINS CRESPOLUIZ CARLOS MACIELLEONARDO BERALDOMARIO CEZAR DE AQUINO ROLÃOJHONNI BALBINO DA SILVAALEXANDRE MOHERDAUI BARBOSAJOEL SANTA ROSA DE MEDEIROSCRISTIANE BORGUETTI MORAES LOPESMARCELO MOSCHIMRICARDO GUIMARÃES ÁVILAEDUARDO GOMESNAELSON ALVES FARIAS JUNIORROBERTO LEÃOEDIMAR RODRIGUES DE CARVALHO JRHEBER SANT'ANA

Fortalecer a criação na-cional de cavalos Man-galarga Marchador e ge-

rar um espaço propício para os negócios da equinocultura sempre foi o compromisso assumido pela Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marcha-dor (ABCCMM).

Neste ano, não poderia ser diferente. Em comemoração aos 65 anos de atividades da entidade, a Exposição Nacio-nal teve como tema central o “Cavalo Nacional”, em re-ferência à Lei nº 12.975, san-cionada pela presidente Dil-ma Rousseff, reconhecendo o MM como raça nacional decavalos.

O evento, realizado de 23

de julho a 02 de agosto des-te ano, no Parque de Exposi-ções do Expominas, em Belo Horizonte (MG), tornou-se sucesso de público, além do alto nível nas competições.

Segundo a associação, cerca de 1.500 animais par-ticiparam de concursos de marcha, julgamentos de morfologia, provas funcio-nais e sociais, oriundos de todas as regiões do país. Fo-ram onze dias de evento e 145 mil visitantes.

Para Magdi Shaat, presi-dente da ABCCMM, o de-

sempenho satisfatório do evento está ligado à dedica-ção e ao desejo de todos os envolvidos em fazer da Na-cional uma festa que supere as expectativas de visitantes e promova a imagem do ca-valo Mangalarga Marchador.

“A cada ano a Nacional se supera, sobretudo, pela qua-lidade dos animais em pista e pelo excelente trabalho do nosso quadro técnico que, muitas vezes, tem que defi-nir os melhores exemplares julgados nos detalhes. Supe-ração também na organiza-

ção do evento”, orgulha-se Shaat.

A Nacional é o principal evento da raça e, consequen-temente, o mais aguarda-do do ano. Nesse período, criadores e competidores se preparam, de olho no pódio mais alto.

Entre os vários pré-requi-sitos citados por Shaat para participar das competições, está a obtenção das seguin-tes premiações: Campeão e Reservado das últimas três exposições nacionais; Os primeiros prêmios em jul-

gamento convencional de todas as exposições acima de 151 animais efetivamen-te julgados, premiados em exposições dentro do ano equestre. Vale ressaltar que o ano equestre do Manga-larga Marchador começa no dia seguinte ao encerra-mento das inscrições para a Exposição Nacional do ano corrente até o último dia de encerramento das inscrições do ano seguinte.

Afora isso, os animais de-vem estar em boas condições físicas, inseridos dentro do Padrão da Raça, bem treina-dos e apresentados, e jamais se utilizarem de substâncias proibidas, sob o risco de caí-rem no dopping e serem des-classificados.

Para Shaat, apesar dos es-forços para chegar ao princi-pal evento da raça, o resulta-do final é sempre positivo. “É um trabalho árduo feito pe-los associados durante todo o ano, mas que vale à pena.Este é o grande momento de uma Nacional marcado pela apreensão, pelas expectati-vas e comemorações”, disse o presidente.

*Estagiário AgroValor

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ANO V Nº 49 FORTALEZA-CE MARÇO DE 2010

Agro&culturaAGROVALOR ANO IX Nº 106 FORTALEZA-CE DEZEMBRO DE 2014

Tempo. A rotina dos bichos no campo dispensa o relógio. Ou melhor, o relógio inventado pelo homem. O negócio é acordar, comer e dormir conforme as condições naturais do tempo, determinadas pelo movimento de rotação da Terra

No campo, o relógio é o Sol

AgrodécorDecore você mesmo a sua casa de campo seguindo as dicas de Mariana Montenegro, especialista em Arquitetura de Interiores e Paisagismo, pela Universidade Paulista (SP). Pág. 5

FOTOS: DIVULGAÇÃO

da Redação

“Os animais se comportam pela luz natural, a luz solar”Robson LimaGerente da Fazenda LibanusSão Gonçalo do Amarante (CE)

Relógio de sol. Criado pelos egípcios em 1.500 a.C., continua a ser usado em áreas abertas

Pontual. “Relógio” do galo não atrasa nunca Bem-te-vi. “Reloginho” que desperta moradores de cidades

Bem-estar. Os animais sabem o horário de comer e descansar

Curiosidades

• O fuso horário é um sistema criado em 1883 parapadronizar o horário mundial

• No Brasil, o horário de verão foi adotado, pela primeira vez,em 01 de outubro de 1931, através do Decreto No 20.466,abrangendo todo o território nacional

A necessidade huma-na de medir o tempo vem desde eras re-

motas. Os antigos egípcios inventaram o relógio de sol. Depois surgiram outras tec-nologias, além de fusos ou zonas horárias e “horários de verão”.

Nós, seres humanos, pre-cisamos dos relógios para “facilitar o agendamento dos compromissos e atividades, como reuniões e festas”, afir-ma o geógrafo Eduardo de Freitas, do site Brasil Escola.

Mas, e os animais, os di-tos irracionais, como se comportam em relação ao tempo “inventado” pelos humanos? O geógrafo Frei-tas confirma que animais e plantas não precisam de informações do tempo. “A necessidade de conhecer as horas é algo especificamen-te social”.

Quem convive, no cam-po, com os bichos percebe melhor a natureza deles. “Os animais se comportam pela luz natural, a luz solar”, diz o gerente da Fazenda Libanus, em São Gonçalo do Amarante (CE), Robson Lima. Para ele, os bichos se comportam com sabedoria: “Ao cair da tarde”, quando o sol já vai se pondo, “eles se acalmam”, se reco-lhem ao seu local de sono.

Lima, que é técnico em agropecuária, explica tam-bém por que os ruminantes fazem sempre o processo digestivo à noite: “As noites são calmas”. Ao raiar do dia, no entanto, é o inverso. E na sua experiência de profis-sional rural, observa que, ao nascer do sol, “a passarada desperta, os galos cantam, os animais se movimen-tam nas cocheiras”, é o dia começando oficialmente

para os habitantes do meio rural, independentemente do horário de Brasília ou de qualquer outro fuso horário ou de “verão” brasileiro, que não é válido para as regiões Norte e Nordeste.

Portanto, assim como preconiza na cartilha do Ministério da Agricultura (Mapa) sobre o bem-estar animal nos momentos de descanso, os procedimentos e rotinas nas propriedades rurais se ajustam “ao com-

portamento natural dos ani-mais”. Ou seja, o nascer do sol é o relógio determinante. Todo o manejo é ajustado nesse sentido, e orienta para que não haja nenhuma mu-dança de tratamento ou de qualquer tipo de manejo por causa do horário de verão, garante Lima. A regra é tão rigorosamente observada, por exemplo, que, no caso da granja da propriedade – galinhas caipiras –, para evi-tar o estresse, a apanha dos ovos sempre é feita à noite, “quando elas estão calmas”, completa.

Confirmando o respeito à contagem do tempo pela luz solar no meio rural, o geógrafo Freitas afirma que “apesar de ser uma tecnolo-gia antiga, o relógio de sol ainda é utilizado nos dias de hoje, em praias e áreas abertas”.

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Agroturismo

FOTO: DIVULGAÇÃO

América do Sul. Referência por seus tesouros históricos, o Peru é um país rico em diversidade cultural e detentor de uma arte forte refletida tanto em sua gastronomia como na arquitetura local

Uma viagem à terra dos Incas

por Wescley Gomes*

Machu Picchu. Símbolo milenar e destino desejado que atravessa o tempo

Cultura. As danças locais refletem a preservação da civilização Inca Lima. Modernidade da capital peruana convive com memória ancestral

Um país cheio de misté-rios, rico pela sua diver-sidade cultural e pelos

seus contrastes. Uma cidade de pedra no coração das mon-tanhas. Ruas limpas e prédios com fachadas que resguardam as marcas da civilização Inca, que teceu o início de sua histó-ria. Estamos falando do Peru.

Localizado na América do Sul e à beira do oceano Pací-fico, o país ganha destaque como um dos principais des-tinos turísticos. Ao andar por suas cidades, as intervenções da modernidade que dialo-gam constantemente com a ancestralidade presenciada nas ruas chamam logo a aten-ção, que pode ser desviada para o paisagismo local, com seus jardins belos e bem cui-dados, espalhados por todos os lugares.

A sua divisão em costa, serra e selva oferece uma variedade cultural que o torna, digamos, na linguagem brasileira, “cheio de encantos mil”, que surpre-ende quem visita. Peru tam-bém ganha notoriedade por possuir uma gastronomia va-riada e cheia de cor e sabores.

Para a diretora do Escritó-rio Comercial do Peru no Bra-sil, Milagros Ochoa, que há 17 anos atua no consulado do país, em São Paulo, dar visibi-lidade ao Peru é uma maneira de levar um patrimônio da hu-manidade a diversas partes do mundo.

“Queremos que os brasi-leiros venham e conheçam a nossa cultura, história e gas-tronomia. Sintam os sabores milenares do nosso país que se misturam aos seus destinos históricos e ao caloroso servi-ço turístico que oferecemos. É uma oportunidade de visitar os restaurantes mais emble-

máticos e desfrutar de delicio-sos cardápios”, disse Milagros.

Lima e Machu PicchuCercada por inúmeros misté-rios desde a sua gênese, Ma-chu Picchu possui belíssimos monumentos, como o Templo do Sol e as enormes pedras, como a Rocha Sagrada. O as-pecto paisagístico transmite a força da natureza local. A ci-dade é especialista em deixar seus visitantes deslumbrados. O conjunto de montanhas que cerca Machu Picchu for-

ma um cenário impecável. É, portanto, o maior tesouro que os Incas deixaram ao Peru mo-derno.

Entretanto, apesar de em nosso imaginário associarmos diretamente Peru a Machu Picchu, o governo daquele país tem trabalhado para atrair os turistas a conhecê-lo como um todo, mostrando outras belezas, como é o caso da ca-pital Lima.

“Muitos se enganam em pensar que o Peru é apenas Machu Picchu. Nós temos

Lima, que oferece gastrono-mia, cultura colonial e, o que muitos não sabem, é a única capital da América do Sul que é banhada pelo Oceano Pacífi-co”, disparou Milagros, que se mostrou prontificada em mos-trar o seu país ao mundo. “Pro-mover um destino tem suas peculiaridades, e eu quero passar tudo o que o meu país oferece aos turistas que se en-tusiasmarem em conhecê-lo”.

Ainda de acordo com ela, o governo peruano tem investi-do bastante para tornar o país

referência no turismo, já que possui uma boa infraestrutu-ra para tal, sobretudo aos bra-sileiros.

“Acredito que é importan-te convidar o turista a viver, a mergulhar, a imaginar. Cada um deve viver a sua experiên-cia. E o povo brasileiro gosta disso, de se aventurar. O refle-xo disso é que a procura por pacotes turísticos para o Peru vem crescendo no Brasil”, re-vela Milagros.

*Estagiário AgroValor

FOTO: DIVULGAÇÃOFOTO: ANDREA GIANELLA

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3>> www.agrovalor.com.br AGROVALOR DEZEMBRO DE 2014

DIVULGAÇÃO

Agrosabor

Cachaça na ceiaINGREDIENTES

500ml de cachaça Cedro do Líbano1 peru inteiro1 colher (sobremesa) de sal grosso1 cenoura7 folhas de sálvia1 ramo de alecrim e tomilho6 dentes de alho250ml de água300g de cebola1/2 kg de batata

Minha receita Peru de Natal com Cachaça

MODO DE PREPARO

1. Pegue o peru e esfregue bem o sal grosso portodo ele.

2. Coloque-o dentro de um saco plástico ourecipiente de sua preferência.

3. Acrescente a cenoura cortada em rodelas, asfolhas de sálvia picadas, o ramo de alecrim etomilho debulhados (somente as folhas) e os 6dentes de alho cortados em lâminas.

4. Regue com a cachaça e 250ml de água

5. Deixe marinar por, no mínimo, 12 horas.

6. Forre uma assadeira retangular com as cebolase as batatas. Coloque o peru, a marinada, cubracom papel alumínio e leve ao forno pré-aquecidoa 180 graus por mais ou menos uma hora e meia.Retire o papel alumínio e asse por mais ou menos1 hora para dourar.

Bom apetite!

Por influência dos america-nos, a “estrela” do Natal, o peru, é um dos pratos garan-tidos nas ceias de fim de ano dos brasileiros. Entretanto, nos EUA é costume comer peru no Dia de Ação de Gra-ças, celebrado desde 1621, em comemoração à boa colheita

realizada pelos peregrinos e por nativos americanos na época. A ave era comum na região e, pela grande quanti-dade de carne, representava fartura.

Pensando numa opção di-ferente, utilizamos ainda a brasileiríssima cachaça, que

combina com bons pratos, seja na hora de cozinhar ou na harmonização de diferen-tes receitas preparadas com a bebida, e ainda garante um sabor diferenciado à carne, além de mantê-la macia e sempre suculenta. É fácil de fazer. Experimente!

Sistema diferenciado decriação que valoriza a saúdee o bem estar das aves.

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5>> www.agrovalor.com.br AGROVALOR DEZEMBRO DE 2014

Arquiteta com especialização em Arquitetura de Interiorese Paisagismo pela Universidade Paulista, de São Paulo.

www.marianamontenegro.com.br

Sustentável e inteligente

AgrodécorMariana Montenegro

Paletes são estrados de madei-ra resistente e durável, original-mente utilizados no comércio e na indústria para facilitar o transporte de mercadorias e também para a armazenagem de produtos grandes e pesados.

Podem ser facilmente en-contrados em supermercados e feiras. Quando descartados acabam virando entulho, no entanto, podem ser reutilizados e transformados em móveis e objetos de decoração. A reci-clagem de paletes está se tor-nando cada vez mais comum e virando uma tendência susten-tável e inteligente.

Com a ajuda de um marce-neiro, uma pitada de criativida-de e paciência, é possível trans-formá-los em objetos únicos, como: mesas laterais, mesas de centro, sofás e até camas, bastando colocar o colchão e as almofadas em cima.

Veja ao lado algumas ideias para a reutilização desse mate-rial incrivelmente versátil.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

1. Mesa de centro feita com a matéria-prima e pintada de branco; 2. Mesa de centro com a madeira na sua textura e cor natural; 3. Paletes utilizados comoestrutura para o sofá; 4. Paletes usados como estrutura para um sofá em forma de ‘L‘, com rodízios; 5. Arquibancada de sofás com estrutura de paletes pin-tados de branco; 6. Estrutura da cama , testeira e criados, todos com a madeira natural reaproveitada dos paletes.

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6 AGROVALOR DEZEMBRO DE 2014 >> www.agrovalor.com.br

Porteira Fechada

Mary Kévila Barroso Vital 13 anos, aluna do 8º ano do ensino

fundamental, da Escola Municipal Joaquim Juvêncio Sobrinho,

na zona rural doParacuru (CE)

A fazenda dos meus sonhosFalar de um sonho não é tarefa tão simples, pois a possibilidade de não realização assusta e me faz covarde.

Sou neta de agricultores e desde pequena vejo a luta dos meus avós para cultivar suas terras secas que, vez ou outra, se tornam férteis – muitos agricultores só têm um pedacinho de chão.

Desde menina ouço falar em fazendas, mas as grandes fazendas eu só vi nas novelas. Se eu pudesse ter uma bem grande ela seria tão bela quanto as que eu vi na televisão.

Na fazenda dos meus sonhos eu teria muitas vacas que produ-zissem bastante leite com o qual faria o queijo e a manteiga. Plan-taria árvores, como o cajueiro e o coqueiro. Do caju seria produzi-do o doce e também o próprio suco.

Compraria tratores de última geração para preparar a terra an-tes do plantio. Perfuraria poços profundos para abastecimento da fazenda e também da comunidade onde ela estaria situada. Re-servaria uma parte dela para ser aberta ao público local, onde po-deriam fazer passeios e usufruir das coisas boas que teriam nela.

Procuraria ser o mais gentil possível com aqueles que eu con-tratasse.

Seria uma fazenda cuidadosa com o meio ambiente, evitaria queimadas e orientaria aos meus funcionários com palestras e cursos sobre o cuidado para com o meio ambiente.

Sei que não seria fácil, mas a fazenda dos meus sonhos seria um lugar de amor, paz e harmonia.

Mandaria construir uma bela e confortável casa com uma gran-de varanda onde eu me sentaria ao entardecer e, ao olhar o sol se pondo no horizonte, agradeceria a Deus por tão maravilhosa vida.

Redação vencedora do concurso cultural promovido pelo jornal AgroValor, com o apoio da Fazenda Libanus, município de São do Gonçalo Amarante (CE). O concur-so faz parte do projeto “Minha Vida é no Campo”, cujo principal objetivo é a valori-zação da vida no campo, através de ações que apresentem perspectivas que ajudem a fixar as futuras gerações no campo, rever-tendo o quadro atual de êxodo rural. Em sua primeira incursão, o projeto do jor-nal AgroValor contemplou os estudantes do 1º e 8º anos do ensino fundamental, da Escola Municipal Joaquim Juvêncio Sobri-nho, localizada na zona rural de Paracuru (CE). Trinta crianças, com idade entre seis e 14 anos, participaram do concurso cultu-ral promovido pelo jornal AgroValor, com desenhos e redações, com o tema “A fazen-da dos meus sonhos”. Após conhecerem as instalações da Fazen-da Libanus e o funcionamento das ati-vidades agropecuárias desenvolvidas na propriedade rural cearense, os estudantes almoçaram produtos cultivados na pró-pria fazenda. Os vencedores da melhor redação e do me-lhor desenho receberam, respectivamen-te, prêmios de uma coleção de livros e um kit para desenho e pintura. São eles: Mary Kévila Barroso Vital, 13 anos (melhor re-dação) e Marcus Vinícius Oliveira Brito, 6 anos (melhor desenho).

Sistema AgroValor de Comunicação

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7>> www.agrovalor.com.br AGROVALOR DEZEMBRO DE 2014

FOTO: ASSESSORIA IEP

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Ceará em foco

Novembro passou e a cidade de Fortaleza (CE) foi palco da realização de eventos top’s.

Nos dias 06 e 07/11, a 7ª edição do Fórum IEP de Sustentabilidade, realizado no Centro de Eventos do Ceará, reuniu setores e entidades comprometidas com o desenvolvimento sustentável, a fim dediscutir sobre as políticas em defesa da ecologia mundial.

Ainda no Centro de Eventos, de 10 a 13/11, a Feira Nacional do Camarão (Fenacam) abordou a carcinicultura e a piscicultura brasileiras em simpósios, sessões técnicas, feiras de negócios e festival gastronômico.

Já no dia 12/11, o aroma marcante da cachaça e os aperitivos italianos adap-tados à culinária regional conquistaram os convidados no 1º Agrosabor. Durante o evento foi realizado o 2º Desafio Top Mundial da Cachaça, que elegeu, pela segunda vez, após uma degustação às cegas, a Cedro do Líbano como vencedora.

1o AgrosaborFortaleza (CE)01. Maurício Maia (O Cachacier), Rodrigo

Bitar e Antônio José Bitar (diretor e presidente Sistema AgroValor deComunicação);

02. Totonho Laprovitera (arquiteto eartista plástico), Chiquinho Aragão, Peninha, Rodrigo Bitar, Mauricio Maia, Eliseu Batista, Leonardo Bayma (empresário e advogado) e Antônio José Bitar;

03. Carolina Valente (presidente da Federação Iberoamericana de Jovens Empresários), Rodrigo Bitar e Caroline Mello (diretora ReimagineComunicação);

04. Mara Ramalho (comercial Reimagine), Mauricio Maia e FelipeCilli (chef);

05. Camila Bitar (editora mídias digitaisJornal AgroValor), Rodrigo Bitar, Celma Prata (diretora editora do Jornal AgroValor) e Antônio JoséBitar

Fórum IEP de SustentabilidadeFortaleza (CE)06. Marcos Pompeu (secretário adjunto

Secretaria de Turismo/CE) e Eduardo Figueiredo (presidente IEP);

07. Hermano Bezerra (diretor presidenteArquiteta Eventos) e Eduardo Figueiredo;

08. Marcelo Sobreira (secretário executivo do Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado do Ceará), João Nicédio Alves (presidente Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Ceará) e João Bosco Freitas (presidente Fundação de Cultura e Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão)

Fenacam Fortaleza (CE)09. Eduardo Lopes (ministro Pesca e

Aquicultura) e Magnus Nascimento (presidente ABCC);

10. Magno Coelho (secretário executivo Secretaria Estadual Cidades/CE), Dedé Teixeira (deputado estadual), Glauber Gomes (secretário executivo Secretaria Pesca/CE), Ronaldo Borges (coordenador administrativo financeiro) e Manuel Furtado (secretário adjunto Secretaria da Pesca/CE)

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FOTO: QUATRO PUBLIC RELATIONS FOTO: QUATRO PUBLIC RELATIONS

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Com a participação de 27 jurados, selecionados entre formadores de opinião e guras públicas, a cachaça artesanal de alambique Cedro do Líbano Extra

Premium foi a bicampeã na segunda edição do Desao Top Mundial da Cachaça, que aconteceu na noite desta quarta-feira, 12, no Restaurante

Cantinho do Frango, em Fortaleza. Além da vitória para a marca cearense, que concorreu com quatro das melhores cachaças do país, a atração fez parte do 1º Agrosabor, que reuniu apreciadores da boa mesa e do destilado genuinamente

brasileiro.

Respeitando os critérios de avaliação do Gedec (Grupo de Estudos e Degustação de Cachaças), o resultado nal do 2º Desao Top Mundial da

Cachaça cou da seguinte forma: Cedro do Líbano Extra Premium (São Gonçalo do Amarante/CE) em 1º; Vale Verde 12 anos (Betim/MG) em 2º lugar; Weber

Haus Amburana (Ivoti/RS) em 3º; Leblon Signature Merlet (Patos de Minas/MG) em 4º e Anísio Santiago (Salinas/MG) na 5ª colocação.

Após o workshop feito pelo cachacier Mauricio Maia, quando os participantes conheceram a estrutura e características químicas e organolépticas (cor, aroma e sabor) do destilado genuinamente brasileiro, passando por uma degustação

às cegas, as cinco marcas de cachaça receberam notas dos jurados, que acabaram escolhendo a Cedro do Líbano Extra Premium como a campeã do

evento.

Maia conta como planejou o desao. “Para o 2º Desao Top Mundial da Cachaça, imaginamos uma nova forma de selecionar as cachaças desaadas. Durante 45 dias, diversos especialistas e acionados convidados enviaram o nome das cinco cachaças que, em sua opinião, poderiam ser classicadas

entre as melhores do país. Os votos foram tabulados e as quatro cachaças mais citadas carimbaram seu passaporte para Fortaleza. O critério de desempate –

tivemos três empates – foi a sua colocação no 1° Ranking da Cúpula da Cachaça, o maior e mais abrangente ranking de cachaças já realizado no país”.

O 1º Agrosabor contou também com uma ocina prática comandada pelo chef paulista Felipe Cilli, que elaborou quatro pratos com produtos da Granja Regina, que depois foram degustados pelos participantes do evento. Para Rodrigo Bitar, diretor de marketing do Sistema AgroValor de Comunicação, “o 1º Agrosabor tem o propósito de evidenciar a qualidade de produtos cearenses [cachaça artesanal de alambique e produtos premium de proteína de frango] que se

destacam dentre outras marcas já estabelecidas no mercado”.