Jornal Correio ABAESP 03

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Correio ABAESP Associação dos Bancários Aposentados do Estado de São Paulo Proposta de Secretaria nacional da pessoa Idosa ganha adesão de Vagner Freitas Ministro Padilha e membros do Setorial da Pessoa Idosa Os Nimileuristas, a nova classe média e o salário necessário Edição nº 3 – Abril 2012 Curso Cuidador de Idoso é iniciado no Sindicato dos Bancários de São Paulo CAIXA ASSINA CONTRATO E BENEFICIA 252 FAMÍLIAS

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Associação dos Bancários Aposentados do Estado de São Paulo Proposta de Secretaria nacional da pessoa Idosa ganha adesão de Vagner Freitas Curso Cuidador de Idoso é iniciado no Sindicato dos Bancários de São Paulo Ministro Padilha e membros do Setorial da Pessoa Idosa Os Nimileuristas, a nova classe média e o salário necessário Edição nº 3 – Abril 2012 2

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Correio abaespAssociação dos Bancários Aposentados do Estado de São Paulo

Proposta de Secretaria nacional da pessoa Idosa ganha adesão de Vagner Freitas

Ministro Padilha e membros do Setorial da Pessoa Idosa

Os Nimileuristas, a nova classe média e o salário necessário

Edição nº 3 – Abril 2012

Curso Cuidador de Idoso é iniciado no Sindicato dos Bancários de São Paulo

Caixa assina Contrato e benefiCia 252 famílias

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a Europa antes da crise de 2008, havia um grupo de trabalhadores denomina-

dos de mil-euristas, assalariados que ganhavam até mil euros por mês (valor atualizado aproxi-mado de R$ 3.890,00), o que já era insuficiente para as despesas essenciais. Com a difusão da crise, surgiram os nimi-euristas, que significa “nem mil euros”, e podem ser encontrados tanto nas economias mais robustas, como Alemanha e França, como nos países em crise, como Portugal, Espanha e na exaurida Grécia, sugada pelos banqueiros e enges-sada politicamente pelo FMI. Na Espanha o grupo dos “nimis”, já atinge 60% dos assalariados, que criticamente assumidos ostentam em camisetas frases como “no hay pan para tanto chorizo, que-ro ser mileurista”! A imprensa ou parte dela, já chama essas novas vagas de “mini-empregos” ou “mini-salários”.

A classe média americana e a crise - “Nós somos os 99,%”!

Nos EUA, a classe média volta-se contra as elites com o slogan, “nós somos os 99%!. Perceberam que ganhadores nessa nova etapa do capitalismo americano são umas poucas pes-soas, muito ricas, e não mais as diplomadas e instruídas. Segun-do recente artigo de Paul Krug-man na Folha de São Paulo, a renda líquida no período de 1979 à 2011, ajustada para a inflação dos americanos na faixa de renda mediana, subiu 21%, enquanto o aumento dos 0,1% mais ricos aumentou em 400%. Ou seja, o slogan “nós somos os 99%”, não explica mais a realidade, pois um seletíssimo número de pessoas, 0,1%, acumula ganhos astronô-micos. O mais pertinente seria: “Nós somos os 99,9%”!

OS NIMILEURISTAS, A “NOVA” CLASSE MÉDIA E O SALÁRIO NECESSÁRIO

N

A “nova” classe média bra-sileira:

Temos a noticia de que na ul-tima década, 30 milhões de bra-sileiros tiveram ascensão social produzindo uma “nova classe mé-dia”, mas não temos informações exatas de quem são, onde estão e que nível de escolaridade detém essas pessoas. Sabemos que re-cebem até 2,2 salários mínimo/mês, o que dá aproximadamente R$ 1.200,00. Com esse nível de informação, dá para chamá-los de “nova”classe média?

O sociólogo Jessé de Souza, autor do livro “Batalhadores Brasi-leiros”, não concorda com o termo, preferindo chamar, provocativa-mente, de “batalhadores”. Segundo ele, a classe média é uma das clas-ses dominantes porque tem acesso privilegiado ao capital cultural nas suas diversas formas, seja como capital cultural técnico (corpo de advogados, engenheiros, adminis-tradores, economistas), seja como capital literário dos professores, jornalistas, publicitários, etc. E conclui que esse tipo de conheci-mento é fundamental para a repro-

dução e legitimação tanto do mer-cado quanto do Estado. A vida dos “batalhadores” é diferente porque marcada desde cedo pela ausência dos privilégios de nascimento que caracterizam as classes médias e altas. Menciona ainda que os re-cursos para os “batalhadores” são escassos, incluindo o mais valioso deles, “o tempo”. O “batalhador” começa a trabalhar cedo, estuda em escolas publicas de qualidade quase sempre duvidosa, devendo compensar essas faltas todas com um extraordinário esforço pessoal, sujeitando-se a superexploração e a situações de dupla jornada de tra-balho para sobreviver.

O que dizem dados do Caged:Dados do Caged mostram que

entre janeiro e setembro de 2011, o saldo de emprego foi positivo em 1,78 milhões, com a criação de 1,92 milhões de vagas na fai-xa de até dois salário mínimos - na época R$ 545,00, ou seja, R$ 1.090,00 - e o fechamento de cer-ca de 140 mil vagas que pagam acima desse valor. As vagas cria-das com pagamento de baixos sa-lários foram 7,44% maiores que o

saldo total de vagas. Nesse mes-mo período em 2010, 2,29 mi-lhões de empregos que pagavam até dois salários mínimos foram criados, contra o saldo de 2,18 milhões de vagas criadas, numa relação menos significativa, ou seja, de 5,35%. Isso indica que as pessoas que ocupam cargos com salário maiores estão sendo demitidas e as empresas pagando menos na hora de contratar. Tam-bém o tipo de emprego criado no Brasil é determinante na hierar-quia dos salários. Aqui, os dois milhões de ingressantes no mer-cado de trabalho vão para o setor de serviços. Um bom exemplo é o telemarketing, que paga bem próximo do mínimo e concentra a população de jovens. Muitos, para sobreviverem obrigam-se a trabalhar em duas empresas, so-mando 12 horas diárias de traba-lho, para lograr um ganho total de pouco mais de R$ 1.100,00.

É preciso mudar o foco – Do sa-lário mínimo ao salário necessário.

O valor do mínimo é refe-rencia para as empresas e na base dos salários pesa sempre

de modo a criar uma estrutura de remuneração insuficiente para os gastos essenciais do trabalhador e seus dependentes. Tal lógica em-presarial tende a ficar cada vez mais nítida na medida em que se alardeia que o mínimo ganha poder de compra, com reajustes acima da inflação, não obstante o fato de ainda termos uma massa salarial reprimida.

No mês de fevereiro, o IBGE anunciou pesquisa que informa uma subida no valor médio dos salários, mas este ainda se encon-tra bem aquém do valor do salário necessário calculado pelo DIEE-SE, base fevereiro de 2012, que foi de R$ 2.323,21, quase quatro vezes o valor do salário mínimo oficial. O conceito de um salário conforme calculado pelo DIEE-SE encontra respaldo no que dis-põe a CF/88, artigo 7º., inciso IV, e não podemos perder de vista, ou negligenciar a possibilidade de fazer avançar esse conceito, plausível portanto face ao marco legal, justificado quanto o peso relativo entre capital e trabalho na promoção de riquezas, incen-tivador da necessária distribuição da renda, convergindo para judi-cializar a importante questão dos direitos humanos nas relações de trabalho, rumo a uma sociedade justa e solidária.

Cumpre também aos órgãos oficiais encarregados de levantar dados estatísticos, aprofundar as informações sobre a massa dos salários na base da pirâmide, ex-cluindo para a apuração da média, por exemplo, os salários dos altos executivos e cargos do alto escalão, para não corrermos o risco de tratar orgulhosamente, como uma “nova” classe média o que na Europa a im-prensa chama de mini-salários, e um grande contingente de trabalha-dores, de “nem mil euros”.

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Setorial da Pessoa Idosa do Partido dos Trabalha-dores, que tem como uma

das coordenadoras a bancária e presidenta da ABAESP, Maria da Glória Abdo, teve sua presença destacada no evento do Encontro Unificados dos Setoriais e entre-gou as autoridades e militância um sugestivo e aprofundado tra-balho sobre a situação dos apo-sentados e idosos no Estado de São Paulo.

Realizado no sábado, dia 24/03, na Quadra dos Bancários, o Encontro teve como lema forta-lecer, organizar, ampliar e estru-turar os setoriais do PT, e contou com um ato político na parte da manhã e reuniões temáticas à tar-de. Teve também como objetivo eleger delegados para a etapa nacional e novos coordenadores estaduais dos setoriais. Por sua importância o Encontro mobili-zou militantes petistas de todas as regiões do Estado, autoridades e entidades. O secretário de Movi-mentos Sociais e Políticas Públi-cas do PT-SP, Antonio Storel, que coordenou a mesa, explicou que o ato busca unificar as demandas setoriais e também mobilizar a militância para as eleições que se aproximam.

Para Renato Simões, secre-tário nacional de Movimentos Populares, “os setoriais são or-ganizações que tem três tarefas”, mas apontou como síntese delas “a responsabilidade de avaliar as ações dos governantes, já que partido, governo e movimentos são diferentes, mas todos têm o mesmo objetivo de transformar o Brasil e o Estado”.

Estiveram presentes no ato político o Deputado Federal Edi-nho Silva, Presidente do diretó-rio Estadual do PT, Rui Falcão, Presidente do Diretório Nacional

SETORIAL DA PESSOA IDOSA DO PT MARCA PRESENçA EM ENCONTRO ESTADUAL

O

do PT, Alexandre Padilha, Mi-nistro da Saúde (que aparece na foto ladeado por Maria da Glória Abdo Presidenta da ABAESP e Cícero dos Santos, do Sindicato dos Bancários), Maya Takagi, do programa Brasil sem Miséria, Fernando Haddad, pré-candidato à prefeitura de São Paulo e ex-ministro da Educação, o Deputa-do Federal Newton Lima, coor-denador nacional do Setorial de Ciência e Tecnologia e o Depu-tado Estadual Luiz Claudio Mar-colino, entre outras autoridades e lideranças de movimento. Cerca de duas mil pessoas participaram das atividades durante todo o dia e cerca de 1.700 votaram.

Plinio Rangel Jr., Carmelo Polastri, Maria Rocha, Maria da Glória Abdo, Marcolino, Maria José, Cícero dos Santos, Walnite Camargo, Arnaldo Muchon e Francisco Bezerra

Maria da Glória Abdo, Plinio Rangel Jr., Maria da Guarda Rocha, Alexandre Padilha, Francisco Bezerra e Cícero dos Santos

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ABAESP promoveu jun-tamente com a Associação de Aposentados de Jundiaí

um Seminário sobre a Lei Maria da Penha que completou 5 anos em 4 de agosto de 2011. Sancio-nada pelo Presidente Lula, a Lei foi criada para coibir a violên-cia doméstica e familiar contra a mulher, visto que de acordo com pesquisa realizada na Fundação Perseu Abramo, uma em cada cinco mulheres brasileiras declara espontaneamente já ter sofrido al-gum tipo de violência por parte de algum homem. A cada 15 segun-dos uma mulher é espancada no Brasil. Agravante é que a violên-cia física é praticada em sua gran-de maioria (80%) pelos parceiros, sejam eles namorados ou maridos.

A mesa contou com a presença da Vereadora Marilena Negro da Câmara Municipal de Jundiaí que abriu o Seminário com dados sobre a realidade da mulher no município e também no Brasil. Dr. Adriano Galvão do IBCCRIM – Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, pós-graduado em Direito Penal

NO DIA INTERNACIONAL DA MULhER,LEI MARIA DA PENhA É TEMA DE SEMINÁRIO

A

pela Universidade de Coimbra, a convite da ABAESP, falou sobre os aspectos da Lei, demonstrando que esta por si só não consegue dar conta de todos os problemas sobre violência doméstica, uma vez que o assunto envolve precariedade educacional, hábitos culturais e situações como desemprego, de-

pendência financeira da mulher e alcoolismo que agravam os rela-cionamentos familiares de forma crônica, ficando a mulher exposta à situações de maus tratos contínuos.

O Seminário foi encerrado pela assistente social Marília Viana Berzins, Mestre em Gerontologia e Doutora em Saúde Pública, tam-

bém convidada da ABAESP, que focou a mulher idosa como grupo social que além das agressões sofri-das por como gênero feminino tam-bém vive uma realidade de “pesso-as invisíveis”, sendo ignoradas no transporte público, no atendimento em estabelecimentos comerciais e muitas vezes pelo próprio marido e

familiares. A Dra Marília lembrou que o descaso é muito grande com as mulheres idosas e relatou uma situação onde uma senhora sofria violência mediante estupros diá-rios do próprio filho e os vizinhos acreditavam que ela gemia por do-res de enfermidades. Apontou que uma grande força para a solução dos problemas de violência, seja ela doméstica, psicológica, verbal ou sexual é denunciar e não ficar calado porque a violência contra a mulher deixa marcas indeléveis e não se pode achar normal um ho-mem perder o controle e praticar violência contra a mulher.

Em São Paulo existem algu-mas Delegacias Especializadas de Proteção ao Idoso, sendo a mais central na Estação República do Metrô - 1ª piso – telefone (11) 3237-0666. Nela o cidadão encon-trará um atendimento a pessoas com mais de 60 anos, que deman-dem auxílio e orientação. Idosos, cujas queixas não são criminais, são orientados por estagiários de Direito e Psicologia e encaminha-dos aos órgãos competentes.

1ª CONSOCIAL CONfERêNCIA DA TRANSPARêNCIA E CONTROLE SOCIAL

Cícero dos Santos, Adriano Galvão, Maria da Glória Abdo, Maria da Guarda Rocha, Marília Berzins e Marilena Negro

Olga Quiroga, Maria Eliete, Plinio Rangel, Neide Duque, Cícero e Marcel Tomé

conteceu dia 27 de fe-vereiro no auditório de Convenções do Anhem-

bi, a 1a Conferência da Trans-parência e Controle Social, na qual a ABAESP foi representada pelos assessores políticos Cíce-ro dos Santos e Ricardo Weber. A Conferência, convocada em fase de instância Municipal, agora segue para as instâncias Estadual e Federal. A CONSO-CIAL é um mecanismo, institu-

A ído e decretado pelo Governo Fe-deral, para cumprimento em todas as instâncias da Federação. Visa a participação democrática e fortale-cimento dos conselhos gestores e aprovação de propostas em fóruns adequados, para gestão e controle de uma determinada política ou de um conjunto de políticas públicas sobre transparência e controle so-cial. Cícero dos Santos e Ricardo Weber, representando a ABAESP, defenderam a proposta de fortaleci-

mento dos Conselhos Gestores, com dotação de verbas e equipamentos, com conselheiros eleitos livremente pela sociedade, com independên-cia e autonomia, com competência deliberativa em relação às políticas públicas e organicamente articula-dos com o sistema de administração publica. Cícero dos Santos, do Sin-dicato dos Bancários de São Paulo, foi indicado e eleito delegado para participar da fase Estadual represen-tando políticas para a Pessoa Idosa.

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convite da OLHE - Ob-servatório da Longevi-dade, a ABAESP, repre-

sentada por sua Presidenta Maria da Glória Abdo e pelo assessor político Cícero dos Santos, tem colaborado na formação da pri-meira Associação de Cuidadores de Idosos da cidade de São Pau-lo. Esta ação ocorre em paralelo a PLS 284 de 2011, projeto de lei do senador Waldemir Moka (PMDB-MS) que tramita na Co-missão de Assuntos Sociais do Senado (CAS), cuja relatora é a Senadora Marta Suplicy (PT-SP), que busca conferir amparo jurídi-co àqueles que já exercem a pro-fissão, assim como assegurar um serviço seguro e qualificado ao idoso cuja saúde e bem-estar são diretamente afetados. As reuni-ões para a formação da Associa-ção são feitas aos sábado na sede do Sindicato dos Bancários de SP e os trabalhos já conseguiram fi-nalizar o Estatuto, faltando agora a formação de chapas e a primei-ra eleição da diretoria gestora.

O cuidador já é uma profissão reconhecida e inserida na Classi-ficação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho e Em-prego com o Código 5162-10 (Cuidador de pessoas idosas e de-pendentes e Cuidador de idosos

A

ORgANIzAçãO PROfISSIONAL DE CUIDADORES DE IDOSOS

institucional) e segundo Ana Paula da Silva do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), há no Brasil pouco mais de 10 mil cuidadores de idosos com carteira assinada e mui-

tos que ainda trabalham sem regis-tro na carteira ou com registro em outra função. Como a sociedade de hoje vive muito mais, sendo cerca de 21 milhões de idosos e trabalha até uma idade mais avançada, além de mudanças como a saída da mu-lher para o mercado de trabalho, o cuidador torna-se uma profissão im-portante para suprir a falta de tempo das famílias atuais, face aos com-promissos profissionais, familiares, sociais ou limitação de habilidades em cuidar de uma pessoa idosa.

Capacitação profissionalComo em todas as áreas, é

importante que o profissional procure capacitação e se qualifi-

que bem para a esta função que requer não apenas cuidar, mas principalmente atenção e afetivi-dade, porque será para cuidar de outro ser humano. Neste mês de março, iniciou-se um Curso de Formação de Cuidadores de Ido-sos que é fruto de uma parceria entre o Sindicato dos Bancários de SP, o Centro de Pesquisa 28 de Agosto, a ABAESP (Associação dos Bancários Aposentados do Estado de São Paulo) e a Olhe – Observatório da Longevida-de. Com aulas todas segundas e quartas, o curso de 92 horas visa formar ou aperfeiçoar profissio-nais que trabalham como cuida-dores de idosos.

O profissional cuidador de idoso tem um papel impor-tantíssimo ao cuidar de uma pessoa que está no processo de envelhecimento, portanto, suscetível a doenças típicas ou que apareçam de forma sutil nesta etapa do ciclo da vida. Dentre suas funções está o de zelar pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura e recreação da pessoa atendida respeitan-do sempre seus costumes e cultura, mas principalmente o de proporcionar um envelhe-cimento saudável e com menor impacto das fragilidades cau-sadas pela velhice.

Sandra Teixeira, Sebastião Naves,Cícero dos Santos, Walnite Camargo, Juvandia Moreira, Maria da Glória Abdo, Carmelo Polastri, Arnaldo Muchon, Ingrid Mazeto, Ricardo Weber, Marilia Berzins, Ana Lúcia e Neiva Ribeiro

Cícero dos Santos e Maria da Glória Abdo

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EN

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CAIXA ECONôMICA ASSINA CONTRATOE bENEfICIA 252 fAMíLIAS DE bAIXA RENDA

CORREIO ABAESP – O Fórum de Cortiços tem quan-tas famílias cadastradas? E na cidade de São Paulo, quantas famílias esperam por uma casa própria?

O Fórum de Cortiços tem 10.000 associados esperado por sua casa própria. Não tem o núme-ro exato das famílias que necessi-

CORREIO ABAESP – Das 10.000 famílias cadastradas, como é feita a escolha de quem irá se beneficiar dos Projetos?

Não é feito sorteio. É pela participação nas reuniões, no en-volvimento nos projetos.

CORREIO ABAESP – Como começou a parceria com o banco Caixa Econômica Fe-deral?

Para implantar os projetos de habitação, precisávamos de um parceiro que tivesse dinheiro e quem tem dinheiro é a CAIXA, que é Governo Federal. Então em 1999, começamos o primeiro PAR – Programa de Arrendamen-to e Reforma no centro da cida-de onde viabilizamos um projeto com 75 apartamentos em um pré-dio de 13 andares, aprovado pela Prefeitura, na Rua Maria Paula, o Residencial Maria Paula. De-pois tivemos uma nova parceria com a CAIXA e fizemos mora-dias no antigo Hotel São Paulo. Através do PAR, conseguimos vários projeto de habitação pela periferia e na Cidade Tiradentes. Infelizmente hoje não existe mais o PAR.

CORREIO ABAESP entrevista Verônica Kroll liderança popular que coordena a atuante entidade que via-bilizou a parceria com a CAIXA. Mãe de 4 filhos, 52 anos de idade, chegou em São Paulo em 1982 e foi mo-rar em um dos cortiços na Mooca onde conheceu a dura realidade das pessoas que dividem o tanque, o vaso sanitário e a água fria para tomar banho. Uma vizinha falou que tinha uma associação na rua Saraiva onde se participasse da reunião ganharia uma casa. Mesmo duvidando, acabou indo na Associação Movimento de Moradia Quintais da Mooca e após 3 reuniões acabou assumindo a coordenação e ali começou sua luta dentro do Movimento de Moradia de São Paulo onde contou com a ajuda da Deputada Federal Luíza Erundina, na época Prefeita de São Paulo e do ex Vereador Henrique Pacheco. Hoje, Verônica é coordenadora do Fórum de Cortiços e Sem Teto de São Paulo que tem a proposta de implantar políticas públicas e habitacionais para a região do centro, famílias de baixa renda e que moram em cortiços.

CORREIO ABAESP – Re-centemente vocês assinaram um contrato com a Caixa Eco-nômica Federal. Qual é o Pro-jeto e quantas famílias serão beneficiadas?

Através do Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, que foi iniciado pela Presidenta Dil-ma Rousseff, ainda como Mi-nistra da Casa Civil, para famí-lias de 1 salário mínimo até R$ 1.600,00, conseguimos comprar um terreno em Guaianazes em junho de 2010 onde a CAIXA pagou o proprietário de uma vez só, R$ 1.685.000,00 pelo terreno para o Projeto São Francisco do Lajeado. Foi um processo de 1 ano e bem difícil porque proprie-tário não quer esperar tanto tem-po para receber, o que dificulta a compra de um terreno. Como contrapartida pagamos o ITBI que custou R$ 38.000,00, que foi cotizado entre as 252 famílias, dando R$ 152,00 para cada fa-mília. Também pagaram o topó-grafo, o arquiteto e o engenheiro agrônomo. Daí, fizemos todos os Projetos Executivos, SABESP, ELETROPAULO, Bombeiros, adaptação para idosos e deficien-

tes, corte de árvores (TCA – Ter-mo de compromisso Ambiental) e o Projeto Arquitetônico com o escritório de Arquitetos Fábrica Urbana, onde o arquiteto respon-sável é o Juan Gonzáles. Fomos o primeiro projeto aprovado no Brasil, com o terreno comprado e projeto executivo aprovado. Este Programa é inovador porque possibilita a compra do terreno e construção das casas.

CORREIO ABAESP – Mui-tas pessoas acreditam que o Movimento de Moradia, pede casas de graça e pelo que você está esclarecendo tudo é pago.

Importante ficar claro que es-tas pessoas, não batalharam por uma casa de graça e sim por uma casa com preço justo. A menor prestação deste Projeto São Fran-cisco do Lajeado é de R$ 50,00 e a maior de R$ 159,00. As fa-mílias já pagaram R$ 152,00 de ITBI, mais R$ 400,00 pelo pro-jeto, divido em 4 parcelas de R$ 100,00, pagaram o topografo para fazer levantamento do terreno e pagaram o engenheiro agrônomo, porque sem estes laudos a CAI-XA não compra o terreno. Antes

tam de moradia. Sei que até 2009 tinham 600 mil pessoas morando em cortiços na cidade de São Pau-lo e que existem 7.000 famílias vivendo com o aluguel social, que é um paliativo por 30 meses. Depois que acabar este aluguel social, serão 7.000 pessoas despe-jadas na rua sem ter para onde ir. Esta é uma herança do Kassab.

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EXISTO, LOGO PENSOE SINTO CORAÇÕES BATENDOPELA NOITE ADENTRO!

O CÉREBRO FALA A PARÁBOLA FALAA INSATISFAÇÃO FALAA ÂNSIA INCONTIDA FALAFALA? LOGO SOU!

A ANGÚSTIA NÃO MUDAA CONSCIENCIA IMUNDAQUE PODE IGNORAR O MUNDOMAS QUEM ESCAPARÁ DO REALISMODE UM CORAÇÃO BATENDOTOCADO PELO MEDOPELA NOITE ADENTRO?

O FATO CONSUMOU-SEBEBO NAS ÚLTIMAS PALAVRAS

DAS ÚLTIMAS NOTICIASMEU ÚLTIMO PENSAMENTODEPOIS AS VOZES CESSAMPERDEM-SE COM O VENTOCOMO UM MAR AO LONGEDEPOIS O SILENCIOFAZ-SE MAIS SILENCIO.E TUDO SE DISSIPA,COMO ONDAS AO LONGE!

POR ISSO ESCREVO!AH, MUNDO DE PODERES CORROMPIDOSDE ORDENS DESORDENADASDE INSENSÍVEIS GOVERNOSMAS APESAR DE TUDO OS CORAÇÕES NA NOITEEM QUARTOS ESCUROSSEGUIRÃO BATENDO!

REALISMO (Cícero Augusto)

de chegar no contrato da casa, as famílias já pagaram R$ 2.000,00 no projeto. Na contrapartida tam-bém entra um trabalho social de convivência, onde teremos que discutir o regulamento interno, quais as regras do condomínio e a preservação das árvores. Este trabalho será pago, metade pela CAIXA e metade pelas famílias que durante 18 meses pagarão R$ 60,00 para a formação do Con-domínio. Cada apartamento pos-sui 2 dormitórios, sala, cozinha, banheiro, área de serviço e va-randa e custará R$ 80.858,00. A prestação não sobe porque valor é fixo e o prazo de pagamento é de 10 anos. A primeira a assinar o contrato foi a senhora Maria Apa-recida Cambaúva, de 86 anos, a mais idosa do grupo.

CORREIO ABAESP – Exis-te alguma parceria com a Pre-feitura de São Paulo?

Nenhuma parceria. No projeto São Francisco do Lajeado, a Pre-feitura de São Paulo não deu isen-ção do ITBI de R$ 882,00 e nem das taxas do projeto. A Prefeitura atual não nos ajuda em nada. Na gestão da Marta conseguimos até isenção do ITBI para a zona leste. O Prefeito Kassab foi na inaugu-ração do Hotel São Paulo, prome-

teu uma creche e até hoje não fez. Ficou só na promessa.

CORREIO ABAESP – Quais os Projetos finalizados pelo Fórum de Cortiços?

Conseguimos o antigo Hotel São Paulo com 153 apartamentos; Maria Paula com 75 apartamen-tos; Pirineus com 28 apartamentos; Baronesa de Porto Carrera com 38 apartamentos; Rua das Olarias com 167 apartamentos; São Francisco do lajeado com 252 apartamentos e iniciamos a negociação do Pro-jeto da Vila dos Idosos no Pari, na gestão da Marta Suplicy, com nosso arquiteto Juan Gonzales. Ali nós pulamos muro e a cerca, para medir o terreno e acertar o projeto. São cerca de 190 apartamentos.

CORREIO ABAESP – Quais os próximos Projetos do Fórum de Cortiços?

Será a construção de aparta-mentos para idosos, deficientes e não idosos, sendo mais de 50% destinadas às pessoas acima de 60 anos. O centro é um ótimo lu-gar para idoso morar, por ter in-fraestrutura de mercados, farmá-cias e hospitais próximos. Depois um projeto com 600 unidades e outro com 200 unidades que já iniciaremos em maio de 2012.

O CASO PINhEIRINhOquestão da solução do déficit habitacional com a ausência de projetos com

fins sociais, não especulativos, tem sofrido grandes reveses na cidade de São Paulo. O Progra-ma Federal Minha Casa Minha Vida, não tem encontrado eco nas terras de Piratininga, e o modelo político comandado por Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin, tem pouca afinidade com os movi-mentos populares que demandam esse direito tão essencial à digni-dade humana, que é o direito de morar. Tudo isso é sabido.

Mas o que ocorreu no dia 22 de janeiro, quando tropas da Policia Militar, somado a outro contingente da Guarda Civil Me-tropolitana, numa conjunção de tropas terrestres informadas por comando de helicóptero, cerca-ram e atacaram a comunidade do bairro Pinheirinho em São Jose dos Campos, dificilmente terá pa-ralelo. As ordens do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que por sua vez justificou que cumpria decisão judicial de reintegração de posse, em beneficio do proprietário, o

A

conhecido especulador Naji Nahas, foram cumpridas seguindo o ritual da demonstração da força pela força. Certo é que havia uma negociação em curso entre o governo federal, o governo estadual e a prefeitura, mas o governador de São Paulo agiu de modo traumático, porque o sucesso da negociação com a possível aquisi-ção da área pelo governo federal po-deria trazer prejuízos políticos ao go-verno de São Paulo e ao prefeito de São dos José dos Campos, também do PSDB. Incapaz de resolver um problema social mas com bastante motivação e convicção para agir com truculência, o governador rompeu a trégua e ordenou o massacre de Pi-nheirinho e centenas de famílias fo-

ram desalojadas, num ato e men-sagem de que joga duro com os movimentos sociais. Em resumo, caracteriza-se como o governo da força, antidemocrático, repressor, com o povo e sempre amigável com os “de cima”.

Este ato deplorável, lesivo aos direitos e a dignidade de centenas de pessoas, brasileiros e brasilei-ras, incluindo crianças e idosos, certamente não poderá ser esque-cido, mas deve soar bem alto na memória de todos aqueles que desejam construir uma sociedade justa e solidária, quando formos tratar de escolher nosso próximo governo para o município e o Es-tado de São Paulo.

Primeira a assinar o contrato com a Caixa, foi Maria Aparecida Cambaúva, 86 anos

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DIRETORIA DA ABAESP – MANDATO 2010/2013Presidenta Maria da Glória Abdo Vice Presidente Arnaldo Muchon Secretário Gilmar Carneiro Secretária Elza da Silva Tesoureiro Geral Manoel Rodrigues Tesoureiro Paulo Roberto Dias Diretor Jurídico Walnite Gomes de Camargo Diretor Social: Carmelo Polastri Textos Cícero dos Santos e Ricardo Weber Fotos Ricardo Weber Diagramação Leandro SimanRua São Bento, 365 – 20º andar – Telefone (11) 3104-9080 / 3104-5876

APOIO

VAgNER fREITAS APOIA A CRIAçãO DA SECRETARIA NACIONAL DA PESSOA IDOSA

segmento da pessoa ido-sa é um dos mais vul-neráveis no conjunto da

política e realidade social brasi-leira. Assim, em 2011, a Associa-ção de Bancários Aposentados do Estado de São Paulo – ABAESP, com o apoio do Sindicato dos Bancários de São Paulo-CUT, no bojo das lutas sociais levadas à efeito pelo Movimento Idosos Solidários e cumprindo decisões tomadas no âmbito da Comissão Permanente do Idoso da Câmara Municipal de São Paulo e com o apoio do Grande Conselho Muni-cipal do Idoso do Município de São Paulo, que abrange uma po-pulação de 1.390.000 idosos, am-pliou o seu trabalho de atuação para a promoção e consolidação das políticas pró-idosos.

O carro chefe da luta foi a proposta de criação da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, vinculada à presidência da República, num esforço de atu-alização das estruturas de gestão e política administrativa, obje-tivando torná-las condizentes

O

ia 21/03, foi aprovado o Projeto de Lei nº. 894/11, de autoria do Deputado

Estadual Isac Reis (PT), que dis-põe sobre a isenção do ICMS para a compra de veículo automotor do

PROjETOS NA ALESP bENEfICIAM APOSENTADOS E PENSIONISTAS

D tipo popular para aposentados e pensionistas que recebem de 1 a 5 salários mínimos. O PL 894/11, prevê ainda, que nos casos de veí-culo zero km de fabricação nacio-nal, a transferência de propriedade

com o direito de modo geral e com a legislação em particular no que diz respeito à pessoa idosa, levando em conta o novo paradigma de uma população com tendência de cres-cimento constante e que enfrenta graves problemas de políticas públi-cas e que se ressente da falta de um sistema de gestão e administração que de modo eficiente consolide e garanta direitos já consagrados.

Proposta tem apoio de Vag-ner Freitas

O bancário, sindicalista Cutista Vagner Freitas, recém indicado como melhor candidato para ocupar a próxima presidên-cia da Central Única dos Traba-lhadores (CUT), a ser referenda-da em julho de 2012, recebeu da ABAESP, representada por sua Presidenta Maria da Glória Abdo,

pelo diretor Sebastião Naves e pelos assessores políticos Cícero dos Santos e Ricardo Weber, a proposta da criação da Secretaria Nacional da Pessoa Idosa, cujo eixo é buscar criar novas estru-turas de gestão e administração para o desenvolvimento e apro-fundamento de uma consciência crítica do segmento de idosos. Participou da reunião Maria da

Guarda Rocha, do SINDSAU-DE, que também apoia a pro-posta. Vagner Freitas sinalizou que abrirá vaga em sua agenda para marcar audiência em Bra-sília com o Ministro da Secre-taria Especial da Presidência da República, Gilberto de Car-valho e com a Presidenta Dil-ma, fazendo avançar as ações e encaminhamentos necessários.

Sebastião Naves, Wagner Freitas, Maria da Glória Abdo, Cícero dos Santos e Maria da Guarda Rocha

dos veículos, assim adquiridos, so-mente possa ser feita após três anos da aquisição. Segundo o parlamen-tar, o projeto incentivará a aquisi-ção de veículos automotores para os aposentados, mas também pode-

rá estimular a produção e a oferta de empregos no país. O projeto se-gue agora para o Poder Executivo para ser sancionado.Um outro projeto, PL 895/11, trami-ta na ALESP – Assembléia Legisla-

tiva de SP e dispõe sobre a isenção do IPVA para aposentados e pensio-nistas. Isac Reis defende que o pro-jeto é uma forma de democratizar o acesso deste segmento à inclusão social e a cidadania plena.