Jornal da Rede junho 2011

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UMA NOVA IMPRENSA: MUITO MAIS PERTO DE VOCÊ Belo Horizonte, maio de 2011 - Edição nº 27. Jornal da Rede. Diretoria de imprensa www.redebh.com.br JORNAL DA REDE “STONEWALL” 16 a 19 de março: X Congresso dos trabalhadores em educação Amanda Gurgel em BH Rede em movimento Acompanhe as atividades do seu sindicato Informe jurídico pág 11 Greve CSN pág 03 Greve Caixa Escolar pág 08 Cultura pág 13 pág 14 págs 08, 09 e 10 A convite do SindRede, a professora que virou hit na internet conversa com a categoria

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Informativo do SindRede/BH

Transcript of Jornal da Rede junho 2011

UMA NOVA IMPRENSA: MUITO MAIS PERTO DE VOCÊBelo Horizonte, maio de 2011 - Edição nº 27. Jornal da Rede. Diretoria de imprensa

www.redebh.com.br JORNALDA REDE

“STONEWALL”16 a 19 de março: X Congresso

dos trabalhadores em educação

Amanda Gurgelem BH

Rede em movimentoAcompanhe as atividades do seu sindicato

Informe jurídicopág 11

Greve CSNpág 03

Greve Caixa Escolarpág 08

Culturapág 13

pág 14

págs 08, 09 e 10

A convite do SindRede, a professora que virou hit na internet conversa

com a categoria

Há muito tempo, diz a lenda, na mitológi-ca Grécia nasce a democracia. Mais belo que o nome é seu significado: governo do povo.

Desiludiram-se logo os escravos, as mulheres e os estrangeiros, porque não podiam votar. So-braram os cidadãos, um privilégio na época.

Acreditem, foi daí que surgiu a cidadania!Diferente dos gregos, num su-

posto país ocidental de nosso tempo, a democracia é tanta; que todo mundo é obrigado a votar.

Depois de muita labuta, final-mente o PP (Partido do Proleta-riado) chega ao poder. Euforia geral: “Nem acredito! Agora é nóis no governo!” Comemora um operário.

Lucas Bonifácio, vulgo Firula (não sei se por ter sido bom de bola ou pela habilidade de se comunicar, usando a linguagem futebolística), é o primeiro proletário a tornar-se presidente.

Gradativamente, entretanto, esse p a r t i d o foi perdendo sua identidade, se é que algum dia teve. Dizem as más-línguas que ele foi fundado por intelectuais que nunca trabalharam.

Eis como ficou o desenho dessa democracia. O governo compactua com a corrupção. Compra votos para aprovar leis impopulares, o que ficou conhecido como o mesadão.

A educação continua a mesma, uma das pio-res do mundo. Os banqueiros, então, nunca ga-nharam tanto. Cada reajuste do mínimo deixa-o mais próximo do ínfimo. Não se luta mais para aumentar os salários, o objetivo agora é dimi-nuir o prejuízo, decorrente de sua constante desvalorização. Enquanto isso, os representan-tes do povo arbitrariamente estabelecem seus próprios rendimentos, além das mordomias. En passant, a última eleição presidencial foi venci-da pelo ministro que não sabia das maracutaias de seu ministério. Quanto aos impostos... Uff!

Guardadas as devidas proporções, Lucas Bo-nifácio lembra um pouco o personagem de Ste-venson, ou um narciso que se afogou nas águas

da política: “Ninguém tem condições de discu-tir moral comigo.” “ Nunca alguém fez tanto por este país.” De outra vez, embirrou com a im-prensa e esbravejou: “Deturpam tudo! São abu-tres, atrás de más notícias! O País nunca teve tão bem, a História é que vai me julgar.”

“Manera, companheiro, manera.” Preocupado, Rui Dutra, que estava a seu lado, fala-lhe ao pé do ouvido.

Sejamos justos, foi nesse governo que se criou a bolsa básica de aju-da às pessoas menos favorecidas. Até contra isso vocifera um deputa-do oposicionista: “Esse foi o maior golpe do Firula. Lembra o corone-

lismo. É só dar umas migalhas para o povo, que a eleição está garantida. Você vê com que vee-mência ele fala nas eleições?”

“Se a oposição ganhá, vão acabá com a bolsa básica!”

Enquanto o país se afunda na lama, o presi-dente, a contragosto, admite num canal estran-geiro: “Mas outros já fizeram pior. Se for preci-so, retalharemos nosso próprio corpo.”

“Quimera! Quimera! Quimera!” Proclamam os mais exaltados.

“Ah, Bonifácio, tu que eras o patriarca de nos-sa esperança... O que foi feito dos antigos ide-ais?” Balbucia outro, sem se conformar.

Neste suposto país, pratica-se uma suposta democracia. Portanto, um suposto regime de-mocrático.

“Nunca houve e provavelmente nunca haverá um governo do povo. Democracia pode ser no máximo um parâmetro para se determinar a preocupação que um governo tem com a classe popular. Sob esse aspecto, definiremos demo-cracia como governo para o povo.” Comenta Vargas Murtosa, especialista em política da re-vista Panorama.

Os gregos da antiguidade, que acreditavam em seus mitos, criaram mais este: o mito da demo-cracia.

EXPEDIENTEOrgão informativo do SindRede/BHSindicato dos trabalhadores em educação

da rede municipal de Belo Horizonte

Distribuição GratuitaTiragem 6 mil exemplaresOs conceitos emitidos refletem a opinião do SindRede/BH

Departamento de imprensaCleonice Aparecida de OliveiraLetícia Coelho de OliveiraLuiz Henrique Roberti

Jornalista responsávelAna Clara Ferrari MTB 49369/SP

Diagramação e arte final: Ana Clara Ferrari

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O Mito da DemocraciaProfessor José Lúcio dos Santos Maciel, E.M. Professor Milton Lage

Opinião

Uma fala tão simples como a de Amanda sintetiza a situação dos trabalhadores em educação: descaso dos governos e a proposta do PNE. Este Plano Nacional de Educação está cheio de boas intenções que se convertem em práticas perversas.

Vejamos: 1) não prevê aumento do financiamento conseqüente com a demanda 2) prevê a privatização da educação pública, inclusive no ensino fundamental, por meio das Parcerias Público-Privadas, entre outros 3) com a política de meritocracia, impõe uma educação pautada em avaliações genéricas 4) não prevê a valorização dos trabalhadores em educação, nem da carreira e incentiva a política de abonos por meio da avaliação de desempenho que responsabiliza os professores pelas mazelas do sistema.

A fala da trabalhadora Amanda é o desabafo de cada professor e professora da rede pública deste país. Seja no Rio Grande Norte, seja em São Paulo, Minas, Sul ou Mato Grosso, a realidade da educação não é diferente. Nenhum governo federal, estadual e/ou municipal até hoje investiu, de fato, neste setor. Sendo assim, não é por acaso que pipocam greves da educação em todo território nacional.

Portanto a unidade dos trabalhadores em educação de todo o país é fundamental para que a denúncia de Amanda não seja apenas mais um hit da web. Exigir a aplicação de 10% do PIB em educação pública é iniciar o enfrentamento das raízes do problema e não se limitar aos cinco minutos de indignação em frente à TV, no Domingão do Faustão.

Lutar pela valorização e unificação das carreiras de toda educação básica, reivindicar a aplicação do piso salarial de 1597 reais para 20 horas e a implementação de 1/3 para jornada de planejamento não deve ser um constrangimento.

Pelo contrário, como a própria Amanda ressalta, o constrangimento deve vir dos governantes ao não garantirem condições mínimas para uma educação pública de qualidade.

Editorial“Não vamos falar da situação precária,

porque isso todo mundo já sabe.

Como assim não vamos falar da situação precária?

Estamos aceitando a condição precária da educação como uma fatalidade?

Estão me colocando dentro de uma sala de aula com um giz e um quadro

para salvar o Brasil? É isso?

Sou eu a redentora do país?

Não posso, não tenho condições”

Diretoria ColegiadaSindRede BH

Av. Amazonas, 491, 10º andarTelefone: 32129044

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“Nunca houve e provavelmente nunca haverá um governo do povo”

professora Amanda Gurgel, da rede pública do Rio Grande do Norte

2Conjuntura

O sindicato dos trabalhadores em educação da rede pública municipal de Belo Horizonte solidariza-se com os pais e mães que perderam seus filhos de forma tão atroz. Não apenas pela retórica de um caso de repercussão mundial, mas, também, porque compartilhamos cotidianamente do ambiente escolar.

Nós, professores, educadores infantis, cantineiros, faxineiros, vigias, auxiliares de biblioteca e diretores de escola da rede pública de Belo Horizonte estamos chocados e indignados diante desta tragédia.

As escolas fazem parte de nossas vidas, trabalhamos e vivemos em função de garantir uma educação digna para as crianças e adultos que necessitam dela. Lutamos arduamente, dia a dia, para que os governos invistam em serviços públicos como educação e segurança. Levantamos bandeiras e vamos às ruas para garantir um futuro digno às crianças deste país. Somos atacados pelas prefeituras, somos acusados de “baderneiros” e “rebeldes”, mas

Caso Realengo: Nota do Sindredenão abaixamos a cabeça e não desistimos de lutar por uma educação pública de qualidade. Portanto quando a falta de preocupação dos governos em investir em educação e segurança resulta em um caso como este, nos sentimos ainda mais revoltados.

Todos os dias ouvimos relatos de violência nas ruas, nas escolas e por toda a sociedade. Essa onda de violência e o adoecimento psíquico das pessoas estão diretamente relacionados a este sistema capitalista que transforma o homem numa máquina impessoal destruindo valores como a respeito ao próximo e o sentimento de pertencer a uma sociedade

que precisa ser construída em bases igualitárias e justas.

Por fim, gostaríamos de dizer aos familiares das vítimas que nós, do SindRede, não apenas nos solidarizamos com discursos, mas também com atitudes. Continuaremos firmes e fortes, intransigentes e irrevogáveis na luta por uma educação pública de qualidade com segurança para os alunos e uma sociedade mais justa, digna e humana.

Os 13 do RioAs Revoluções árabes

Foto: UOL

Continuaremos firmes e fortes, intransigentes e irrevogáveis na luta por

uma sociedade mais justa, digna e humana

Na noite do dia 18 de março de 2011, 12 militantes de correntes políticas, em especial o PSTU, e uma senhora idosa, foram presos arbitrariamente pela polícia truculenta e repressora de Sergio Cabral, governador do Rio de Janeiro. Nenhum crime cometeram que ferisse o nosso Código Penal. Apenas manifestavam pacificamente contra a visita do presidente dos EUA Barack Obama, que vinha a nosso país para assinar acordos que fatalmente iriam arrancar ainda mais nossas riquezas, em especial o recém-descoberto pré sal. NENHUM CRIME COMETERAM.

Ainda assim, foram presos, algemados, passaram o resto da noite em uma delegacia sem alimentos e dormindo no chão. No dia seguinte, foram levados para uma penitenciária onde tiveram seus pertences retirados, suas cabeças raspadas (com exceção das mulheres, encaminhadas para um presídio feminino), foram humilhados, obrigados a ficar de cócoras por longo período recebendo a zombaria de funcionários e carcereiros. E pior, sem nenhuma acusação formal além da famigerada “perturbação da ordem pública”, pseudocrime que no Brasil rende no máximo uma reprimenda do delegado. Tiveram que ouvir indignados que ficariam presos até que o “home” (Obama) fosse embora. Nada mais absurdo! Enquanto políticos e patrões roubam e exploram a classe trabalhadora, nossos bravos militantes ficavam presos numa hedionda inversão de valores neste país.

Na noite do dia 20 (Obama já tinha ido embora), eles foram libertados, mas em nossos lábios fica o grito por verdadeira ...

JUSTIÇA!Pela imediata retirada das acusações

contra os 13 do consulado!

A crise econômica mundial vem afetando os países da Europa. A situação tornou-se insustentável e os trabalhadores, portanto, tiveram que sair às ruas para lutar contra a retirada de direitos.

Os reflexos desta crise chegaram aos países árabes no qual a população vive sob um regime ditatorial e uma situação de extrema miséria. Soma-se a este cenário, inflações galopantes na economia. Estes fatores culminaram na explosão de revoluções democráticas que derrubaram décadas de ditaduras cristalizadas tanto na Tunísia quanto no Egito.

Esta situação de enfrentamento em países centrais como estes fizeram com que a população de outras nações como a Líbia, Bahrein, Argélia e Iêmen também questionassem seus governos.

Na Líbia, trabalhadores, setores populares, setores burgueses da região oriental, oficiais e tropas desertoras das Forças Armadas uniram-se com o propósito de Muammar Kadaffi – que está no poder desde 1969.

A luta dos povos árabes é muito importante, pois representa a possibilidade de se destituir um regime voltado para os interesses de empresários e implementar um governo no qual a população tome os rumos da nação. E, a partir daí, voltar os recursos do país em benefício das necessidades reais da população.

Libia

Tunísia

IÊmen

O movimento grevista deflagrado pelos professores da rede estadual do Maranhão, no dia 1º de março, segue firme e forte apesar das tentativas de criminalização por parte da justiça e a falta de diálogo do Governo do Estado.

Esta greve dos professores tem como centro a aprovação e aplicação do Estatuto do Educador.

Dentre as reivindicações, está o estabelecimento imediato de um piso salarial por volta de R$ 1.040,00. Atualmente, o valor é R$ 800,00 (resultante do somatório de todos os "benefícios").

A mobilização também se justifica pelo não cumprimento dos acordos feitos em 2010 com o Governo do Estado, mediante a negação por parte deste do reajuste de 12% pleiteado pela categoria, sob a alegação de falta de recursos.

Paralelamente a essa negativa, ainda no ano passado, todos os parlamentares maranhenses tiveram aumento - acompanhando o efeito do aumento aos parlamentares de todo o país.

Além disso, o governo do Maranhão não nomeou todos aqueles que prestaram concurso em 2009, gerando um grave déficit de professores.

Segundo o sindicato da categoria, o Sinproesemma, a defasagem de profissionais no Maranhão é de aproximadamente 14 mil professores.

O mais estranho ainda é que praticamente um mês depois do concurso realizado em 2009, a Secretaria Estadual de Educação promoveu um seletivo para professores em todo o Maranhão, oferecendo mais de três mil vagas, com uma carga horária de trabalho maior (40h semanais) que a dos concursados (20h semanais), porém com salários em torno de R$ 650,00.

Nunca é demais rememorarmos que o Maranhão tem a segunda pior educação do país, ficando atrás apenas de Alagoas, segundo o Plano Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) realizado no final de 2009. E que o escândalo de

No dia 1 de junho, foi suspensa a greve dos 2500 trabalhadores da mina Casa de Pedra da CSN, em Congonhas (MG). Após cinco dias de uma forte greve, a CSN apresentou uma nova proposta aos trabalhadores.

O acordo apresentado prevê 8,3% de aumento salarial retroativo a maio, R$ 250 no Cartão Alimentação, R$ 300 de abono, não desconto dos dias parados, estabilidade de 90 dias para os grevistas, nenhuma punição aos trabalhadores. Na opinião do sindicato o acordo foi insuficiente, mas representou um avanço em relação à última proposta.

explica Efraim Moura, coordenador das negociações pelo sindicato.

Mas não foi suficiente a violência. A greve já havia conquistado os corações e mentes dos trabalhadores e foi além, conseguiu o apoio e a solidariedade ativa de toda a sociedade. Moradores, aposentados, estudantes, professores, enfim, a população ficou do lado da greve. A igreja da cidade, os vereadores, as associações de moradores também estavam pela greve.

Ao final, a CSN se viu isolada e odiada pelo conjunto dos trabalhadores e pelo povo. A derrota - política e moral - da empresa foi categórica. “Da cidade de onde retiram a riqueza e deixam os buracos e a destruição, a empresa sentiu somente o repúdio e a indignação. A luta econômica tornou-se política. A CSN terá dias difíceis pela frente. Essa luta que começou pelos salários, agora é também pelo controle da riqueza produzida, o povo e os trabalhadores sabem: o minério tem que ser nosso! A luta só começou...”, afirma Valério Vieira, presidente do sindicato Metabase Inconfidentes, que é filiado a Central Sindical CSP-Conlutas.

todo apoio À greve da csn

Nacional

concessão de bolsas de pesquisa para apadrinhados políticos do atual governo através da Fapema ainda está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual.

Enfim, estes são apenas alguns dos inúmeros "indícios" de que a educação no Maranhão não é levada a sério e nem de longe é encarada como prioridade de um governo reacionário e populista

que está no poder desde os tempos da colônia, ao contrário, persegue os educadores e suas lideranças e não recebe os representantes da categoria. A CSP-Conlutas, o SINDREDE-BH e todos os sindicatos combativos deste país apoiam integralmente a luta dos bravos educadores do Maranhão contra os desmandos do Governo Roseana Sarney.

Um olhar sobre a greve dos professores do Maranhão

Foto: Sinproesemma

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Greve históricaA greve dos trabalhadores

mineiros da CSN teve um significado histórico. As últimas greves do setor mineral no país datam da década de 80. Ao cruzarem os braços por cinco dias, enfrentando a brutal repressão da empresa e da polícia, os funcionários da CSN abriram um novo caminho para os trabalhadores da mineração. “A partir de agora a palavra “greve” ecoará por todas as minas do Brasil e incendiará a campanha salarial da Vale no segundo semestre” afirma Valério Vieira, presidente do sindicato.

Greve derrota a CSNA CSN, buscando derrotar a

greve, apelou para a violência física e psicológica sobre seus trabalhadores. Seu único objetivo era, através da truculência e brutalidade, destruir pela força o movimento.

Primeiro, a empresa fez ameaças dizendo que ia “cortar todos os benefícios” dos trabalhadores. Depois, contratou “bate-paus” e “capangas” armados para amedrontar a categoria.

Não satisfeita, a CSN deixou em cárcere privado dezenas de trabalhadores no interior da mina, que foram obrigados a trabalhador mais de 24H seguidas. Não conseguindo quebrar a greve que estava muito forte, conseguiu na calada da noite uma liminar “fantasma” que impediu os piquetes de esclarecimento.

Ainda desesperada com a força da greve que comprometia a produção, a empresa partiu para as ameaças de demissões, assediando os funcionários e suas famílias. “A CSN extrapolou todos os limites e nos relembrou os piores momentos da Ditadura Militar, em que eram proibidos o direito de greve e a livre organização dos trabalhadores”

EJA: a categoria e os estudantes precisam impedir os ataques da SMED

Aposentados pela emenda 41

O núcleo de EJA da SMED vem convocando as coordenações das escolas do noturno para “encon-tros de formação”. Na verdade, tra-ta-se de rebatida apresentação das ações que a SMED pretende im-plantar precarizando ainda mais a EJA. Para isso, tem de convencer (ou pressionar) os professores.

A SMED insiste em formatar e simplificar os projetos das esco-las. Quer impor uma metodologia e um programa curricular para que se torne mais fácil a aplicação de exames externos sistêmicos que permitam a elevação dos índices.

A SMED procura, mais uma vez, simular a participação da categoria dizendo que “as escolas poderão apontar as matrizes e diretrizes da avaliação”.

Entretanto, o que os gestores de plantão do núcleo de EJA se limi-tam a fazer, é buscar formas de simular um processo de decisão coletiva pela uniformização e de aplicação de exames que já estão, na verdade, definidos. O referen-cial dos exames, inclusive, será o mesmo utilizado para os exames do Avalia-BH do final do 2º ciclo.

Trata-se realmente de exames, pois, não constituem estes instru-mentos em avaliação de verdade, onde os atores do processo peda-gógico estejam definindo e imple-mentando os instrumentos e os

elementos de avaliação do proces-so. É uma intervenção arbitrária na autonomia pedagógica das es-colas e dos professores.

Os diversos contextos da EJA, a diversidade do público, das co-munidades, não permitem uma esquematização de aferições de dados e indicadores do processo sem a simplificação, a generaliza-ção e a esterilização dos mesmos. Isso posto constitui falseamento ou constrangimento do processo e dos atores reais.

Portanto, a SMED se constitui, hoje, numa verdadeira inimiga da educação popular. E só o enfrenta-mento dos profissionais e das co-munidades poderão garantir um mínimo de qualidade educacional para essas camadas de trabalhado-res.

Para aplicar mais confortavel-mente seus ataques à EJA, a SMED vem mirando suas armas para a re-solução do CME com a intenção de adequá-las aos seus objetivos: “aca-bar com a EJA na Rede”.

Não através do pleno e qualifica-do atendimento à demanda, mas pela precarização e certificação ar-tificial e em massa do público.

Assim, temos que estar atentos às manobras dos representantes do governo nesse conselho e mobili-zar nossas forças para intervir nas plenárias que o CME vem organi-

zando para a redefinição do pare-cer e da resolução.

Temos que continuar enfrentan-do os ataques ao quadro de pro-fessores da EJA, exigindo dentro e fora das escolas a manutenção do 1.5, a lotação na EJA, a abertu-ra de turmas, a vinculação efetiva das turmas da EJA-BH, a autono-mia dos grupos de elaborarem seus projetos pedagógicos e de forma-ção, e realizar um grande boicote às avaliações externas.

A última plenária de EJA/Notur-no do dia 29/04 deliberou:

> Reuniões regionais, que aconte-ceram nos dias 27/05 e 03/06. A pauta foi sobre a participação nas plenárias do CME e o boicote às avaliações externas.> uma assembléia da EJA/Notur-no para o dia 17/06 com a partici-pação de professores e estudantes. A pauta será a mesma das reuniões regionais.> a continuidade do seminário da EJA para o dia 12/08 focando nas avaliações externas de desempe-nho, nas questões curriculares e metodológicas.

Geral

Em 2003, Lula apresentou ao Congresso projetos de lei que emendavam a Constituição nos ar-tigos que se referiam aos direitos previdenciários dos servidores pú-blicos.

A Emenda Constitucional de nº 41 retira vários direitos, entre eles o direito da integralidade e parida-de. Isto significa que os servidores, ao se aposentarem, não receberiam mais seu último salário da ativa integralmente. A aposentadoria mensal passa a ser uma média dos últimos salários corrigidos pela inflação. E esta média não pode ul-trapassar o valor do último salário.

O fim da paridade representa que a recomposição salarial dos apo-sentados não será mais a mesma dos trabalhadores da ativa.

Em 2004, diante da recusa da CUT em dirigir uma luta contra estas reformas, várias entidades

representativas dos servidores pú-blicos e da iniciativa privada cons-tituíram um fórum de lutas. Este fórum foi o embrião da central sin-dical a qual o SindRede é filiado: a CSP-Conlutas.

A mobilização dos trabalhadores órfãos do seu principal instrumen-to organizativo não foi suficiente para derrotar a reforma previden-ciária de Lula, porém conseguiu manter o direito à integralidade e paridade dos servidores que in-gressaram no serviço público até dezembro de 2003. Este direito ficou expresso na emenda 47 de 5 de julho de 2005, que substituiu a emenda 41, ao manter este direito aos ingressantes no serviço público até 2003.

No entanto, os novos servidores, que ingressaram a partir de janeiro de 2004, tiveram seus direitos reti-rados. Sendo assim, as pessoas que se aposentaram entre dezembro de

2003 e julho de 2005, o fizeram sob a vigência da emenda 41.

Para a PBH, estas pessoas não tem direito aos mesmos reajustes da categoria e seus salários serão reajustados de acordo com o índi-ce de correção do INSS retroativos.

Porém, até o fechamento deste informativo ainda não havia colo-cado no papel qual índice será apli-cado nem com qual retroatividade, dizendo inclusive ser este um dos itens que faltam para que seja ter-minado o projeto que vai para a Câmara até o final do mês.

A diretoria do sindicato tem, in-sistentemente, colocado na mesa de negociação a reivindicação de reajustes iguais para todos. Caso o texto a ser enviado para a Câmara não contemple os aposentados da emenda 41, o nosso departamento jurídico já está estudando as medi-das cabíveis e vamos marcar uma reunião com este setor.

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Foto: Ana Clara Ferrari

Foto: Ana Clara Ferrari

Campanha salarial5

Uma campanha salarial para ficar na história

PROPOSTA DA PBH

Trabalhador em educação

CARGO Julho2011

Julho2012

Novembro2011

Novembro2012

Total2011/2012

3,25%

3,25%

6,75%

8,75%

5%

6%

5%

6%

20%

24%Trabalhador em

educaçãoinfantil

6Campanha salarial

A nossa campanha salarial 2011 teve um ingrediente a mais. Diante dos desmandos do governo Marcio Lacerda, os servidores viram que a melhor estratégia era unificar as lu-tas.

O embate foi duro, mas a disposi-ção de luta prevaleceu. Após várias reuniões, foi realizada a primeira assembleia unificada dos servi-dores, dia 03 de março, na Praça Afonso Arinos.

Depois seguiu-se em um grande ato político que reuniu centrais sin-dicais, em especial a CSP-Conlutas, movimentos sociais além dos diver-sos sindicatos de servidores como SINDREDE, SINDIBEL, SOMGE, SINMED, entre outros.

Foi protocolada nossa pauta de reivindicações tendo como eixos principais:•Recomposição salarial de 30% para todas as categorias•Previdência Municipal•Melhores condições de tra-balho

O governo não se pronunciou. Numa política autoritária e em fla-grante desrespeito aos servidores o prefeito recusou-se a negociar.

Somente nas vésperas da próxima assembleia, o secretário de plane-jamento, Paulo Bretas, procurou o SINDREDE para uma reunião. Era um sinal da estratégia do governo, dividir para controlar.

Ao marcar separadamente reuni-ões com os representantes das ca-tegorias, o governo pretendia enfra-quecer a campanha unificada.

Apresentaram um arremedo de proposta, sem compromisso for-mal e por escrito, de um reajuste de 6,47%. Essa proposta, com algumas variações, foi apresentada também aos demais sindicatos. Mas os ser-vidores não se deixaram enganar.

Na assembleia do dia 13 de abril, votamos o Estado de Greve e defi-nimos o prazo de 06 de maio para deflagrar a greve, caso o governo não apresentasse uma proposta que contemplasse as categorias.

A pressão funcionou. A prefeitura reabriu negociação e apresentou a nova proposta de reajuste. Na as-sembleia do dia 06, os servidores rejeitaram a nova proposta e mar-caram outra assembleia com para-lisação para o dia 11 de maio.

Os servidores continuaram uni-dos, atentos e fortes. Atentos para quaisquer manobras que o gover-no Marcio Lacerda quisesse aplicar contra nós e fortes no sentido de resistir bravamente às ameaças e às pressões que viriam.

Servidores arrancam proposta da pbh

11 de maio: hora da decisão

No dia 11 de maio, os servidores municipais de BH, em assembleia unificada, avaliaram a conquista da proposta de reajuste da PBH para a categoria. O reajuste consiste em 10% para 2011 e 10% para 2012.

Vale ressaltar que o índice, na verdade, é de 20% dividido em 4 vezes, sendo: 3,25% em julho de 2011, 6,75% em novembro 2011, 5% em julho 2012, 5% em novembro de 2012. Para a Educação Infantil, o índice é de 12% em 2011 e 12% em 2012, divididos de forma similar ao dos demais trabalhadores.

Servidores unidos até o fim

Embora esta proposta não contemple boa parte de nossas reivindicações, ela consiste em um reajuste maior que a média da região metropolitana. No entanto, este resultado só aconteceu, principalmente, pelo nível de mobilização das categorias envolvidas e, em especial na educação, também pela demonstração de força da greve do ano passado. Durante os meses de campanha unificada, os servidores paralisaram e mobilizaram quatro vezes as escolas, UMEIS, unidades de saúde e administração da prefeitura em toda a cidade. Portanto não se trata de uma condescendência, mas, sim, de muita gente na rua mobilizada e politizada com disposição para lutar pelos seus direitos.

Outra vitória importante foi a não implementação da política de bonificação por metas e resultados. Tratava-se de um ataque anunciado ainda na campanha eleitoral de Marcio Lacerda, mas que não se concretizou graças à união das categorias.

Pé no chãoA proposta, apesar de representar

uma vitória da campanha unificada, tem problemas. Em primeiro lugar, a volta da inflação. De janeiro de 2009 a março deste ano, as perdas inflacionárias foram de 8,7%. Portanto, o reajuste da PBH, até o fim do ano, não cobre sequer estas perdas no governo Marcio Lacerda e nem garante aumento real. Na Educação Infantil, há mais agravantes. Neste ano, o reajuste de 24%, em relação aos 20% do restante da categoria, foi bem abaixo da média dos outros anos.

Avançar nas conquistas e não retroceder nos direitos

A categoria não vai parar por aqui. As mobilizações em torno da equiparação da carreira e isonomia salarial para Educação Infantil irão continuar assim como a defesa de uma previdência digna, a questão do piso, de 1/3 da jornada de trabalho para planejamento e todas as outras reivindicações que não foram atendidas pelo governo Marcio Lacerda.

Fortalecidos para 2012Com o sucesso de nossas

mobilizações em 2011, já começaremos a campanha de 2012 fortalecidos. Vamos antecipar a campanha salarial de 2012 para novembro de 2011, porque muitos pontos foram deixados para trás. Portanto vamos iniciar nossa campanha 2012 ainda mais fortes e unidos do que nunca para garantir a conquista de nossos direitos.

Campanha salarial8

Fotos: Ana Clara Ferrari

Rede em movimento

SindRede organiza Audiência Pública na CMBH

Todos sabemos a importância da discussão sobre educação

infantil e a luta para garantir que esta seja de qualidade . Desde o início deste ano,

a diretoria do SindRede, em conjunto com a categoria, tem realizado várias ações neste sentido. Em fevereiro, a diretoria do

SindRede entregou ao prefeito, em mãos, um projeto de lei que visa a valorização dos educadores e, consequentemente, da educação

infantil como um todo. Desde março, estamos recolhendo

um abaixo-assinado pela cidade em defesa da educação infantil.

O SindRede também faz parte do Comitê Pró-Educação Infantil que é formado por várias representantes de entidades e sociedade civil.

Durante os meses de março e abril, o sindicato tentou marcar uma reunião com a secretária Macaé, pelo menos, três vezes para debater este tema. No dia 27 de abril, em especial, organizamos uma audiência pública na CMBH com a presença de trezentas pessoas entre educadoras, representantes da sociedade civil, legislativo e SMED.

E, na campanha salarial, continuamos aguerridos pela unificação da carreira e reajuste salarial digno.

A participação das educadoras nestas atividades tem sido de extrema importância para que continuemos firmes e fortes em defesa da Educação Infantil.

No dia 27 de abril, o SindRede e educadoras infantis organizaram, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, uma audiência pública para debater com a sociedade os temas relacionados à Educação Infantil na cidade.

A diretora do SindRede e educadora infantil, Tatiana Veloso, expôs a realidade do setor: "Não basta falarmos em isonomia salarial, o que queremos é unificação da carreira".

Enquanto professores do Ensino Fundamental, ao se graduarem com cursos, pós, especializações, recebem bonificação e progridem na carreira, as educadoras infantis não tem nenhum tipo de reconhecimento. "Saiu uma pesquisa recente dizendo que está muito difícil encontrar educadoras infantis apenas com Ensino Médio. Isto é uma vitória para nós. Pois significa que as Educadoras não pararam no tempo. A grande maioria está cursando ou já cursou o nível superior. Isto, sim, é valorizar a Educação Infantil. Já a PBH não reconhece, de maneira alguma, a formação educacional neste setor", reitera Tatiana.

Enquanto isto, o plenário JK da Câmara ficou pequeno para o número de pessoas interessadas em debatero tema. A Audiência teve que ser transferida para um auditório maior, onde ficam os

vereadores quando há sessão, para que pudesse abarcar as trezentas pessoas presentes.

Na mesa estavam os vereadores Iran Barbosa, Heleno Oliveira e Arnaldo Godoy, a secretária de educação Macaé e as diretoras do SindRede e educadoras infantis Wanusa Santos e Tatiana Alves.

Durante as falas, ficou clara a insatisfação dos trabalhadores em educação infantil com a política da PBH para o setor. Enquanto Macaé mostrava os dados da prefeitura, o plenário se indignava com o caráter propagandístico da apresentação.

Para abrir a discussão, Vanessa Portugal, diretora do SindRede e professora, levantou um questionamento importante: "Não há dúvida que esteja ocorrendo uma expansão da educação infantil na cidade. No entanto, não aumentaram as verbas do orçamento destinadas à educação. Ou seja, estão expandindo a um preço: o salário baixo e a precarização da qualidade. A PBH fez uma opção: construiu prédios, mas não investiu em valorização dos educadores. Pelo contrário, sucateou ainda mais".

Mariah, do Movimento Mulheres em Luta, mãe e estudante também salientou que os governos não estão preocupados em garantir uma educação de qualidade às crianças da cidade.

"Não basta falarmos

em isonomia salarial, o que

queremos é unificação da

carreira", Tatiana, educadora e

diretora do Sindrede

PARTICIPE DO ABAIXO-ASSINADO EM DEFESA DA EDUCAÇÃO INFANTIL DE QUALIDADE

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Rede em movimento

Trabalhadores do caixa escolar fazem greve

Os trabalhadores contratados pela Caixa Escolar cansaram de esperar e deram um exemplo de luta: saí-ram em greve de 03 a 07 de maio. Trata-se de uma vitória na organi-zação deste setor. Pois eles fizeram conquistas importantes:

Na segunda-feira, dia 02 de maio, a prefeitura enviou para as escolas uma tabela de reajustes salariais e do vale-refeição dos trabalhado-res, que de R$ 5,00 passou para R$ 7,00.

Diante desse fato, os trabalhado-res fizeram uma assembleia em gre-ve, dia 04, e resolveram mantê-la por considerarem insuficientes os reajustes, uma vez que eles alcança-ram apenas o piso salarial de cada cargo.

Porém, a principal reivindicação dos trabalhadores é o reconheci-mento da PBH como seu contratan-te. Eles esperam a negociação da pauta de reivindicações que tem 46 itens.

Em assembleia no dia 07 de maio, ficou decidido que os próximos pas-

sos do movimento serão encontros regionalizados e uma nova assem-bleia marcada para junho.

O calendário será comunicado em materiais enviados para as escolas e UMEIS via malote.

Em paralelo, estamos encami-nhando à Camara Municipal uma Audiência Pública para discutir questões referentes à contratação de pessoal via Caixa Escolar e as condições de trabalho a que são submetidos.

A organização nos locais de traba-lho será reforçada por meio de cur-sos formativos e de visitas regulares do sindicato.

Ainda assim, o movimento já sai vitorioso uma vez que, mesmo não reconhecidos ainda pela PBH, a própria prefeitura apresentou uma tabela de reajuste salarial para eles.

Este fato, além de desmascarar quem é realmente o responsável pela Caixa Escolar, também fez a prefeitura se mover e apresentar al-gum tipo de negociação.

Seminário na CMBH discute mudanças no regime de previdência dos servidores

No dia 28 de abril, foi realizado, na Câmara Municipal de Belo Ho-rizonte, um seminário sobre Pre-vidência Municipal dos servidores. Além de vereadores, estavam pre-sentes as entidades sindicais dos servidores municipais, dos técnicos do Banco do Brasil e representantes do governo.

A economista Maria Lúcia Fato-relli foi convidada pelas entidades sindicais para expor os problemas apresentados pelo Projeto de Lei 1410/10 que cria o Regime Próprio de Previdência para o Servidores Municipais.

Segundo a economista, os servi-dores municipais, por meio de seus sindicatos, devem estar atentos a esse Projeto de Lei. Pois ele não pode ser aprovado sem, antes, defi-nir questões importante tais como: qual o valor real do patrimônio da BEPREM? Qual o montante de re-cursos que estão disponíveis para a criação do Fundo Financeiro (FUFIN) e do Fundo Previdenciá-rio (BH Previ)? Qual a garantia de sustentabilidade desses Fundos e do pagamento integral das aposen-tadorias e pensões dos servidores municipais?

Para representar o governo, esta-vam presentes o secretário muni-cipal adjunto de gestão previdenci-ária, Márcio Dutra, e a gerente de previdência municipal, Arilda Alves

Rodrigues Barbosa. Em suas ex-posições, ambos ressaltaram que a criação do Regime Próprio de Pre-vidência é uma exigência do gover-no federal e, portanto, o município está tentando cumpri-la.

Estes representantes ainda afir-maram que será cobrada uma taxa administrativa sobre os vencimen-tos dos servidores que ingressaram no serviço público municipal a par-tir de 1º de janeiro de 2004. Estes servidores ingressarão no Fundo Previdenciário (BH Previ).

No que tange ao pagamento das pensões, Arilda Alves, gerente de previdência de BH, admite que é intenção do governo municipal res-tringir o pagamento de pensões: “para evitar que os fundos venham a falir”, conclui.

Após as exposições, servidores e representantes formaram grupos de trabalho. Cada grupo foi coorde-nado por, no mínimo, duas entida-des sindicais que também assumi-ram a relatoria dos trabalhos. Na ocasião, o PL 1410/10 foi analisado minuciosamente e propostas de al-terações foram apontadas.

O SindRede/BH esteve presen-te em todos os grupos de trabalho e atuou, firmemente, na defesa da criação de um Regime Próprio de Previdência que atenda aos direitos dos servidores e tenha garantias de sustentabilidade e pagamento das

Assembleia 30 de abril: deflagra a greve de cinco dias

06 de maio: Caixa Escolar se une à campanha salarial dos servidores

Manifestação em frente à PBH, dia 07 de abril: Mulheres se destacam no movimento

Em assembleia, os servidores aprovaram

o não-corte de ponto dos grevistas da Caixa Escolar. O

SindREDE apresentou a reivindicação.

A SMED afirmou que orientou as diretorias

das escolas a NÃO CORTAREM O PONTO.

Portanto, está nas mãos dos diretores esta

decisão.

pensões e aposentadorias.As propostas apontadas pelos

grupos de trabalho foram encami-nhadas à Comissão de Orçamento e Finanças Públicas da Câmara Mu-nicipal.

Instaurou-se a criação de uma co-missão que envolva vereadores e representantes das entidades sindi-

cais para encaminhar os trabalhos. Precisamos estar atentos, pois

a Previdência é um dos eixos cen-trais de nossa Campanha Unifica-da. As mudanças realizadas neste momento irão nos acompanhar ao longo de toda a nossa carreira e de-terminarão como serão nossas apo-sentadorias.

Qual a garantia de sustentabilidade

desses Fundos e do pagamento

integral das aposentadorias e pensões dos

servidores municipais?

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Foto: Ana Clara FerrariFoto: Ana Clara Ferrari

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Foto: Ana Clara Ferrari

Foto: Ana Clara Ferrari

O tempo todo, a PBH reafirma nos meios de comunicação, com propaganda milionárias, que todas as ações do governo municipal são voltadas para a construção de uma cidade agradável de viver. No entanto, o que vemos é a ausência de políticas efetivas que combatam o desemprego na capital, que garanta qualidade de atendimento nos postos de saúde, valorização da educação pública e do funcionalismo. A violência também entra nesta lista e, atualmente, é um dos problemas mais graves que faz de BH uma cidade muito distante daquela que aparece na televisão.

Quando o governo municipal simplesmente finge que estes problemas não existem, as pessoas que denunciam e buscam soluções para remediar esta situação sofrem perseguições e são punidas pela PBH.

O fato que aconteceu com um grupo de professores da Escola Municipal Acadêmicos Vivaldi Moreira retrata bem esta realidade. Este grupo passou por vários constrangimentos morais: chegou ao cúmulo de um trabalhador ser afastado da

escola e, posteriormente, ser transferido. E os outros integrantes foram “convidados” a pedirem transferências para outras escolas por intermédio da Regional Norte.

Este desfecho lamentável ocorreu apenas porque grande parte dos docentes da Vivaldi recusou-se a continuar convivendo com situações graves de violência – ameaças a professores, coerção de alguns alunos em relação a outros, destruição do prédio, transferência de alunos por medo de outro, etc.

Como o cenário chegou ao limite do suportável, um grupo de docentes começou a exigir providências por parte da, então, direção de escola e da Regional Norte. Nada de concreto foi feito para resolver estes problemas.

A única atitude da diretoria foi perseguir, desqualificar e até cortar dobra de um professor que se destacava por estar à frente das denúncias do caos em que a escola se encontrava e era contundente em exigir providências. A retaliação da diretoria provocou insatisfação em vários professores e muitos alunos.

A direção se justificou dizendo

que o corte da dobra era devido à “quebra de confiança que havia se estabelecido...”. Professores e alunos pediram a justificativa por escrito. A resposta não veio. Documentos de apoio ao professor foram elaborados para que a direção voltasse atrás. Não adiantou, pelo contrário, as perseguições aumentaram.

A Regional Norte esteve presente na escola. Em alguns momentos, o gerente Jerry confirmou a existência de casos graves de violência na escola. Ele participou de reunião com alunos do noturno e ouviu as denúncias dos estudantes sobre a omissão da diretoria em relação à violência e do tratamento dispensado aos alunos e alguns funcionários escolares. Por fim, surpreendentemente, a Regional decidiu afastar o professor da sala de aula.

O desfecho deste caso e os atropelos da Regional para lidar com a situação demonstram o desrespeito e o descaso da administração municipal com a educação.

Fica muito claro perceber que é considerado “ousadia” um professor

argumentar, reinvindicar direitos ou estudo de novas possibilidades, novas maneiras de trabalhar mesmo que seja ele o portador de novas idéias.

Como vamos conviver com este conflito se o profissional que leva a bandeira da cidadania não pode expressar suas idéias porque este ato é considerado um desrespeito?

É preciso que juntos tomemos uma atitude. O SindRede posicionou-se ao lado do professor e seu grupo, enfrentou a Regional e está acompanhando o caso de perto.

Chamamos todos aqueles que, em sua batalha diária, tornam-se militantes aguerridos e imprescindíveis para a educação pública desta cidade a apoiarem esta causa. Hoje, o problema está na escola Vivaldi. Amanhã, poderá ser na sua.

Tenham certeza que o SindRede estará ao lado de cada trabalhador em educação para enfrentar o governo, a SMED, a Regional, ou quem quer que seja, para garantir condições dignas de trabalho e educação pública de qualidade para todos.

O caso da Escola Vivaldi

Rede em movimento

Charge

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Institucional

Atualmente, o departamento jurí-dico do SindREDE-BH possui cer-ca de 1900 ações que versam sobre diversos temas, aproximadamente 1800 ações para discussão da URV. Montamos, no mês de novembro, 210 ações sobre a progressão de 1997.

As principais ações em curso no departamento são:1. DESCONTO PREVIDENCI-ÁRIO SOBRE ABONO – (Pres-crita)

2. CONTRIBUIÇÃO PREVI-DÊNCIÁRIA SOBRE 1/3 DE FÉRIAS - (Desde de 2006)

3. DESCONTO DE PREVIDÊN-CIA SOBRE GDE - (Desde de 2010)

4. APOSTILAMENTO – (Sus-penso, aguardando estudo de continuidade)

5. CONTRIBUIÇÃO PREVI-DENCIÁRIA – BEPREM (Desde 2000. Não há mais desconto)

6. ADICIONAL NOTURNO – (Desde 2001, praticamente encerrado, a PBH incorporou a partir de 2005)

7. AÇÃO PARA QUEM EN-TROU EM 1995 E NÃO OBTE-VE A PROGRESSÃO DE 1998 – (Desde 1999)

8. READAPTAÇÃO FUNCIO-NAL – (Desde 2008)

9. AVERBAÇÃO DE TEMPO DO ESTADO PARA FINS DE DIREITOS OU APOSENTADO-RIA – (Desde 2008)

10. LICENÇA MATERNIDADE 180 DIAS - (Desde 2009 – ex-tinta, já existe direito regula-mentado)

11. URV - (Desde 2008)

12. PROGRESSÃO DE 1997 – (Desde 2010)

13. FÉRIAS PRÊMIO PERÍODO CELETISTA – (Desde 2009)

14. FÉRIAS PRÊMIO INCOR-PORAÇÃO EXTENSÃO DE JORNADA – (Desde 2009)

15. PÓS-GRADUAÇÃO INDE-FERIDA – (Desde 2011)

16. PÓS-GRADUAÇÕES (PRO-TOCOLADOS E NÃO PAGOS): FIJ, FERLAGOS, FISO E OU-TROS PROTOCOLADOS ATÉ DEZEMBRO DE 2007 – (Des-de 2009)

17. APOSENTADORIA ESPE-CIAL - TEMPO DE DIREÇÃO E VICE DIREÇÃO – (Desde 2009)

Estão em estudo os processos de graduação do Veredas, a incorpo-ração de dobras na aposentadoria e o reajuste dos aposentados após a emenda 41, que se poderão se converter em novas ações, além do acompanhamento dos servidores na Corregedoria com as advogadas Dra. Penha e Dra. Patrícia. Estão inclusos também o ACEPAT (substituições em salas de aula) e assédio moral.

Outra novidade é que o departa-mento jurídico conta agora com o atendimento de mais um escritório para encaminhar as questões rela-tivas aos trabalhadores contratados pelos Caixas Escolares, Educação Infantil, estudos de casos de as-sédio moral e proposição de teses para novas ações.

O SindREDE atende a categoria com dois advogados de plantão. Cada um atende em dois dias da se-mana e perfazem um total de qua-tro atendimentos semanais.

DEPARTAMENTO JURÍDICO DO SINDREDE-BH

SEGUNDA-FEIRA:

Dr. Eduardo - das 09h às 12h – de 14h às 17h

TERÇA-FEIRA:

Dra. Luziana – das 14h às 19h

QUARTA-FEIRA:

Dra. Luziana – das 09h às 14h

QUINTA-FEIRA:

Dr. Eduardo - das 09h às 12h – de 14h às 17h

Os atendimentos serão previamente

agendados pelo telefone 3226.3142. Não há

atendimento com advogado de plantão às

sextas-feiras.

HORÁRIO DE ATENDIMENTO

Andréa: 8765-9476 - Noroeste

Cleonice: 8897-5418 - Venda Nova

Edna: 8765-9472 - Pampulha

Ednéia: 8765-9461 - Barreiro

Elisângela: 8897-5429 Barreiro/Noroeste

Iara: 8897-5416 - Norte

Letícia: 8897-5291 - Leste

Luiz: 8897-5413 - Centro-Sul

Mônica: 8765-9460 - Oeste

Tatiana: 8763-0596 - Noroeste

Vanessa: 8897-5440 - Barreiro

Walkiria : 8765-9463 – Venda Nova

Wanusa 8765-9475 - Norte

Em caso de problemas funcionais, dúvidas ou denúncias, procure o Sindicato e fale com o Diretor de plantão, também disponíveis nos telefones:

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12X Congresso

Nos dias 16, 17, 18 e 19 de março, mais de cem delegados ocuparam o auditório do Centro de Convenções da Associação Médica de Minas Ge-rais para a realização do X Congres-so dos trabalhadores em educação da rede pública municipal de Belo Horizonte.

Os delegados representavam um contigente qualitativo para os de-bates educacionais.

E não só sobre educação, com o título “Stonewall”, este X Congres-so trouxe à tona o debate sobre a opressão e a violência contra os ho-mossexuais. O adjetivo “Stonewall” foi escolhido, pois era o nome de um bar que foi protagonista de um grande movimento que deu início à aparição das lutas dos direitos LGBT nos EUA, em 1969.

A continuidade destas lutas ficou expressa na mesa de abertura do Congresso que contava com a par-ticipação da ALEM (Associação Lésbica de Minas Gerais), CELLOS (Centro de Luta pela Livre Orienta-ção Sexual), GUDDS (Grupo Uni-versitário em Defesa da Diversidade Sexual), MMM (Marcha Mundial de Mulheres), MML (Movimento Mu-lheres em Luta) e o setorial LGBT da CSP Conlutas.

Elder, do setorial LGBT da CSP Conlutas, explica a difusão do tema homossexual nas grandes mídias e seu caráter superficial: “nos últimos dez anos, o capitalismo foi ‘mercan-tilizando’ as pautas de lutas LGBT.

Hoje somos um segmento de mer-cado, não há uma discussão a sério sobre a realidade dos homossexuais

em nossa sociedade. Prova disto é o grande número de casos de vio-lência homofóbica em nosso país”. Para finalizar, Soraya, da ALEM, elogiou o Congresso: “parabéns ao SindRede por ousar e dizer o nome de quem a gente ama”.

Rompendo as fronteiras: debater educação e política

nacional e internacionalNo segundo dia, José Maria de

Almeida, representante da CSP Conlutas; Fábio Bezerra, diretor de uma Intersindical; Carlos Campos, coordenador da outra Intersindical; Gilson Reis, membro da CTB; Mar-co Antonio, presidente da CUT Mi-nas; e Maria Lúcia Fattorelli, mem-bro da auditoria cidadã da dívida debateram sobre as políticas dos governos Dilma, Anastasia e Mar-cio Lacerda para os trabalhadores em educação.

“Metade da receita de Belo Hori-zonte provém de verbas federais. É este dinheiro que paga nossos salá-rios. Portanto falar de dívida públi-ca nos atinge diretamente”, explica Fattorelli.

Maria Lúcia apresentou uma sé-rie de dados que demonstram uma continuidade e, em certos pontos, até acirramento das políticas de FHC e Lula para o Brasil. Ela tam-bém chamou atenção dos trabalha-dores para a suposta reforma tri-butária: “A PEC 233 está colocada como Reforma Tributária, mas não é. É uma reforma profunda na pre-vidência que ataca diretamente os trabalhadores. Pois, se a reforma

passa, as contribuições sociais vão direto para pagar juros”, enfatiza. Durante o debate, os palestrantes também abordaram a conjuntura internacional e a revolução na Lí-bia.

Ao fim deste debate, os represen-tantes que apresentaram as duas teses do Congresso fizeram suas defesas. Na parte da tarde, os dele-gados se dividiram em grupos para discutir e deliberar sobre os assun-tos pertinentes à categoria.

Educação pública de qualida-de: quem trabalha na escola,

sabe elaborarEducação Infantil, Plano Nacional

de Educação e desvalorização dos professores foram os temas abor-dados pelos debatedores no tercei-ro dia.

Lívia Fraga, doutora em sociologia da educação da UFMG, traz à tona a discussão do sujeito na Educação Infantil. Ou seja, sobre a necessi-dade em compreender melhor as potencialidades das crianças e be-bês em sua fase de aprendizado. E, a partir daí, valorizar e entender o educador infantil como um docente tão importante quanto aqueles das etapas posteriores de ensino. “Não é cabível em uma educação de qua-lidade que se entenda a educadora infantil apenas como uma ‘mulher cuidadosa’. É preciso acabar com este conceito e valorizar a educado-ra como se deve”, explica Lívia.

Gilberto Pereira de Sousa, autor do livro “A proletarização do pro-fessor - neoliberalismo na educa-

ção” e professor da rede estadual paulista, faz uma análise histórica das transformações da educação no país até hoje: “Chegamos à seguin-te situação: “Ler e escrever ponto. Este é o currículo da escola pública: preparar o aluno para servir ao ca-pital”, explica Gilberto. Pereira de Sousa também enfatiza “A desvalo-rização do professor é parte da de-cadência educacional que vivemos. O Brasil é o 88º lugar em educação. O que era uma carreira de professor se transformou em bonificação por mérito”.

Abel, do setorial de educação da CSP Conlutas, também desmascara as promessas do governo por meio do novo PNE: “Mais uma vez o PNE está revonando o que o antigo PNE não cumpriu. Não adianta ter pro-messas milagrosas todo ano, se o governo não investe sequer 4% do PIB em educação”.

Participação dos grupos: So-mos parte de uma Rede que não se rompe não se vende

Os quatro grupos de debates abor-daram, durante as tardes de quinta e sexta-feira, os diversos temas do congresso: conjuntura política na-cional e internacional, a luta con-tra as diversas opressões, a política educacional, balanço das lutas, pla-no de lutas e campanha salarial, as mudanças no nosso estatuto.

Os delegados tiveram uma partici-pação ativa e definindo as propostas de resoluções que seriam enviadas para aprovação na plenária de sá-bado. Foi expressiva a quantidade de propostas dos grupos. A plenária final, iniciada às 8h foi encerrada às 19h.

O término do congresso marcou mais um grande passo na reflexão da categoria rumo ao fortalecimen-to de nosso sindicato e à organiza-ção e politização da categoria.

O próximo desafio será imple-mentar as resoluções e atividades apontadas pelo congresso. As prin-cipais delas: a incorporação dos contratados da Caixa escolar ao Sind-Rede, a luta pela unificação das carreiras, o conjunto de pro-postas visando uma política educa-cional de interesse da classe traba-lhadora da cidade. O Sind-Rede sai mais fortalecido como instrumento de organização e de enfrentamento diante do governo Marcio Lacerda e o grupo da SMED.

Trabalhadores em educação saem fortalecidos

Movimento13

As lutas sociais na cidade vêm sendo retomadas aos poucos nos últimos anos.

Os movimentos pelo direito à mo-radia digna e pelo acesso à cidade vêm demonstrando corajosa capa-cidade de resistência e expansão. Ao ocuparem espaços ociosos e re-legados à especulação imobiliária, as comunidades vão se construin-do. E, a partir daí, passam a cons-tituir espaços de experiência social sem igual na cidade.

A organização, a solidariedade, as decisões democráticas, o empenho coletivo nas demandas da comuni-dade e do movimento são mostras de que uma cidade mais igualitária, mais responsável com o outro, mais fraterna e feliz, pode e deve ser al-cançada.

Evidentemente, a realização efeti-va dessa nova urbanidade enfrenta as leis que protegem a propriedade privada dos ricos, o poder econômi-co dos poderosos e a repressão dos governantes.

A elite da cidade impõe o controle e a expropriação das riquezas, dos espaços, dos serviços e recursos. A segregação social vai sendo reforça-da pelas inúmeras “obras públicas” que visam, na verdade, ampliar a dinâmica operativa da cidade como capital (no sentido de recurso ou meio aplicado à produção e à ex-propriação capitalista). Moradia, transporte, saúde, educação, tra-balho, cultura, lazer, segurança, informação, são destituídos como direitos e são transformados em produtos e serviços caros, que só uma parte pequena e privilegiada da população tem acesso.

As comunidades Camilo Torres, Dandara e Irmã Dorothy se trans-formaram em símbolo dessas lutas na região metropolitana. Enfren-tam as ações judiciais, as ações po-líticas da prefeitura, que lhes nega direitos constitucionais elementa-res, enfrentam, enfim, a repressão policial.

É bom que se diga que há um mo-vimento de solidariedade às ocupa-ções, formadas por várias entidades políticas e sociais da cidade, parti-dos e organizações políticas, sindi-catos e centrais realmente repre-sentativos da classe trabalhadora, movimentos de estudantes, setores religiosos, grupos de professores com o PET e outras entidades de classe.

Mas é ainda preciso fortalecer es-sas lutas de resistência na cidade, mesmo porque elas são muito mais do que uma luta por uma casa.

Morar é estar na comunidade, na

cidade, na sociedade. As lutas des-sas comunidades põem o dedo na ferida e escancara as contradições capitalistas que se materializam no espaço das cidades. Mostram que é preciso não só outra políti-ca habitacional, mas outra política de direitos sociais, outras relações de trabalho, de produção e de dis-tribuição das riquezas, outras re-lações entre as pessoas, entre ho-mens e mulheres, outras formas de exercer democraticamente o poder na sociedade. Mas o que temos nós com isso? Nós trabalhadores da educação estamos imersos, inevita-velmente nesse contexto da cidade, seja como trabalhadores, que so-frem os ataques do patrão/governo, seja porque nosso campo de atua-ção, a educação, está implicado nos rumos das lutas sociais. Pois, que tipo de educação precisam, e têm direito, as crianças, os jovens e os

Comunidades continuam na luta por moradia e por uma cidade melhor

adultos das classes trabalhadoras dessa cidade? O que, e como, pode a educação servir aos trabalhadores dessa cidade?

É preciso entender o processo so-cial injusto que produz tamanhas desigualdades na cidade como as riquezas se concentram nas mãos de poucos, como os recursos ddo estado/prefeitura são voltados à ampliar essa concentração.

Também é preciso conhecer como os movimentos sociais e populares vem enfrentando os desafios da vida e da luta. É preciso perceber a necessidade de uma ampla unidade de todos os trabalhadores da cidade na luta por uma cidade/sociedade melhor, mais comunitária.

Tudo isso é parte das nossas ações políticas e pedagógicas, é o princí-pio da nossa atividade como pro-fessores que somos, sobretudo, dos filhos das classes trabalhadoras.

Faça parte desta REDE

Foto: Ana Clara Ferrari

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que não se ROMPE e não se VENDE

FILIE-SE AO SIND-REDE

Amanda Gurgel é professora da rede pública do Rio Grande do Nor-te, militante do PSTU, e virou hit na web nas últimas semanas ao calar deputados diante de seu depoimen-to sobre a precariedade da educa-ção. O vídeo chegou a mais de um milhão de acessos, cruzou os ocea-nos para vários países da Europa e até Austrália.

No Brasil, ela foi convidada a par-ticipar do Domingão do Faustão e levantou uma platéia de aplausos aos grevistas da educação de todo o país. Por onde passa em entrevis-tas em várias redes, Amanda Gur-gel tem sido a voz dos professores, alunos e toda a comunidade esco-lar diante do descaso dos governos com a educação. Em seu vídeo, a professora potiguar não falou mui-ta novidade, mas foi precisa, clara e muita intensa em suas declarações. Trechos de sua fala espalharam-se rapidamente pela rede e, hoje, tor-nam-se mundialmente conhecidos (veja ao lado).

No dia 31 de maio, Amanda Gurgel esteve em Belo Horizonte, a convite do SindREDE, e participou de ati-vidades importantes na cidade. Na parte da manhã, Gurgel participou

de uma palestra com estudantes da UFMG, organizada pela ANEL (Assembleia Nacional dos Estudan-tes Livre), no Auditório Bicalho da FAFICH. Com mais de cem pesso-as, a palestra durou duas horas e foi repleta de depoimentos emocio-nantes e emocionados. Na parte da tarde, a professora potiguar presti-giou a assembleia do SindUTE que acabava de votar pela greve da ca-tegoria estadual a partir do dia 08 de junho. Já à noite, Amanda esteve no SindREDE para conversar com os professores da rede municipal e, logo em seguida, participou do twi-taço #dezporcentodopibjá, via twit-cam com os internautas.

Para nós, do SindREDE, é mui-to importante a vinda de Amanda Gurgel para Belo Horizonte e nos orgulhamos desta iniciativa. Mais do que 15 minutos de fama, ela con-seguiu sintetizar e colocar em rede nacional as inquietações que mo-vem os trabalhadores em educação de todo o país. É com muito orgu-lho que compartilhamos do mesmo sentimento que Amanda e busca-mos, todos os dias em nossa rede, transformar nossas angústias em ações concretas.

SindRede traz Amanda Gurgel em Belo Horizonte

““Como as pessoas sempre apresentam muitos números e dizem que eles são irrefutáveis,

eu gostaria também de apresentar um número que é composto por três algarismos

apenas, bem diferentes de tantos números que são

apresentados aqui com tantos algarismos: é o número do

meu salário, R$ 930, com nível superior e especialização.”

“Não podemos ser responsabilizados pelo

caos que na verdade só se apresenta para a sociedade

quando nós estamos em greve, mas que está lá todos

os dias dentro da sala de aula, em todos os lugares”

Palestra na UFMG com apoio da ANEL

Assembleia do SindUTE que deflagrou greve a patir do dia 08 de junho

Amanda Gurgel no SindREDE/BH

Cultura14

SindRede INAUGURA ESPAÇO CULTURAL COM mostra FOTOGRÁFICA DA LUTA POR MORADIA

I Cine-Clube da Rede debate racismo

O Sind-Rede inaugura um espa-ço de exposição de artes com uma mostra de fotografias autorais de Fernanda Coutinho e fotografias “anônimas” das comunidades em luta: Camilo Torres, Irmã Dorothy e Dandara.

A instalação da mostra é um tra-balho a parte organizada pelos es-tudantes de Artes Visuais da UFMG e UEMG; Lígia, Mariana e Gilson.

A mostra procura, ao mesmo tem-po, dar suporte à manifestações ar-tísticas que se fazem em nosso en-torno e, também, dar visibilidade aos movimentos sociais e populares que tem pouco destaque nas mídias convencionais.

A verdade é uma coisa extraordináriaÉ uma coisa realÉ uma coisa nem sempre necessáriaUma coisa para provar que você é leal

Se você disser, pode ferir a quem amaUma sinceridade muitas vezes difícil de ser ditaE você deve dizer tudo que acreditaMas não diga gritando, você não quer acabar sozinho na cama chorandoNo escuro pensando que poderia simplesmente não ter faladoMas seu coração diz ao contrárioÉ que aquilo era realmente necessário

A verdade

Este poema foi escrito por Ana Clara Fernandes, de 11 anos. A escritora-mirim é filha da professora Lilian Fernandes Araújo, da E.M. Luiz Gonzaga Júnior

Fotos: Ana Clara Ferrari

15

Cultura

O cine-clube da Rede é mais uma iniciativa do sindicato em abrir espaços de debates culturais e políticos.

No dia 20 de maio, abrimos o ciclo de sessões com o filme “A Cor da Fúria” que trata, essencialmente, da forte ligação entre raça e relações de poder entre classes sociais. Após a sessão e o debate, o clima foi de animação com o coquetel organizado pelos coordenadores.

O II Cine-Clube da Rede já está marcado para dia 01 de julho, sexta-feira, com o filme “Minhas mães e meu pai”. Participe deste momento de debate e desconcentração com

Próximo cine-clube:Dia 01 de julho, sexta-feiraDas 18h às 21h | No SindRedeFilme: “Minhas mães e meu pai”

os trabalhadores da rede. SinopseDois irmãos adolescentes, Joni

(Mia Wasikowaska) e Laser (Josh Hutcherson), são filhos do casal homossexual Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening), concebidos através da inseminação artificial de um doador anônimo. Contudo, ao completar a maioridade, Joni encoraja o irmão a embarcar numa aventura para encontrar o pai biológico sem que as “mães” soubessem. Quando Paul (Mark Ruffalo) aparece tudo muda, já que logo ele passa a fazer parte do cotidiano da família.