Jornal da SBD - Nº 4 Julho / Agosto 2005

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Julho / Agosto - 2005JSBD Ano IX no 4 1

DI R E T O R I A 2005 - 2006

P res iden teSinésio Talhari

V ice-P res iden teGerson O. Penna

Secre tá r io-Gera lCelso T. Sodré

Tesou re i roAbdiel Figueira Lima

1 a Sec re t á r i aAndréa M. C. Ramos

2 o Sec re t á r i oHeitor S. Gonçalves

Di re to r de B ib l io teca Paulo R. Cunha

Sociedade Brasileira de Dermatologia

Afiliada à Associação Médica Brasileira

Esta é uma publ icação da SociedadeBrasi le i ra de Dermatologia, di r igida

aos seus associados e órgãos deimprensa.

Publicação bimestral - Ano IX – nº 4 Julho / Agosto - 2005

Coordenador Médico: Alberto E. Cox Cardoso (AL) Coordenadora Associada: Francisca Regina O. Carneiro (PA)Jornalista responsável: Tatiana Gentil- Reg. MT no 22.375Redação: Tatiana Gentil, Andréa Fantoni e Renata Porto Conselho edi tor ia l : Sinésio Talhari (AM), Gerson O.Penna (DF), Celso T. Sodré (RJ), Abdiel FigueiraLima (RJ), Andréa M. C. Ramos (MG), Heitor S.Gonçalves (CE), Paulo R. Cunha (SP)

Edi toração elet rônica: Nazareno Nogueira de Souza e Tatiana GentilContatos Publ ic i tár ios: Tatiana Gentil e Priscila RudgeSimões

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasilei-ra de Dermatologia não garantem nem endossam os produ-tos ou serviços anunciados, sendo as propagandas de res-ponsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e textos assinados são de inteira responsabili-dade de seus autores.

Correspondência para a redação do Jornal da SBDAv. Rio Branco, 39/18º andar Rio de Janeiro – RJ - CEP: 20090-003E-mail: [email protected]

Assinatura anual : R$ 100,00Número avulso: R$ 20,00Tiragem: 5500 exemplares

2 Coluna Ombudsman /Painel

3 Coluna da Diretoria4 Coluna do Tesoureiro5 Novo Portal da Biblioteca6 Prêmio da ILDS

II Simpósio Latino-ameri-cano de Alergia Cutânea

7 Reunião no CFM: na pauta a lipoaspiração

8 Relatório sobre escolasmédicasSaúde quebra patente deremédios contra Aids

9 Por que participar de trabalhos voluntários?

10 Artigo: Dr. Celso Sodré11 Entrevista com a Dra.

Beatriz Puzzi

12 Pesquisa indica proteína no combate ao melnomaClube de Revista

13 SBD promove Ação Nacional de Combate à Hanseníase da SBD

14 Artigo: Campanha Nacional de Prevenção aoCâncer da PeleSBD sugere atividades dereforço para Campanha

15 XXVII Curso Internacio-nal de Dermatologia Tropical e Meio Ambiente

16 Coluna Ética em QuestãoServiços Credenciados

17 Regionais20 Expressões da Derma-

tologia: Profa. Neuza Dillon

S u m á r i o

E d i t o r i a lE X P E D I E N T E

SBDSBD

Mais um número do JSBD saiu do prelo com várias reporta-gens e artigos para a leitura. Começamos com as palavrasdo tesoureiro Abdiel F. Lima, que fala sobre a receita da

SBD assim como a importância da contribuição dos associados paraa manutenção da Sociedade.

A Biblioteca da SBD, a mais completa da América Latina, marcouum tento ao estabelecer um portal, em parceria com a EBSCO, permi-tindo aos associados acessos online a inúmeros periódicos. Conheçadetalhes das providências tomadas pela SBD, demonstrando que aresolução do CFM Nº 1711/2003 - que proíbe a realização de lipoaspi-ração por dermatologistas - não tem razão de ser, pois os grandesavanços da técnica foram desenvolvidos por essa especialidade.

A AMB e o CFM publicaram um trabalho com o título “Aberturade escolas de medicina no Brasil: relatório de um cenário sombrio”para alertar as autoridades quanto à política equivocada de ensinomédico. Nessa edição também há uma interessante matéria sobre aimportância do trabalho voluntário.

O Secretário Geral, Celso Sodré, escreveu artigo sobre a parceriada SBD com a Industria Farmacêutica, propondo uma reflexão paraos sócios. Além de ressaltar os laboratórios que investem em even-tos, mesmo naqueles que não proporcionam vendas direta de medi-camentos. O leitor pode conhecer ainda o trabalho da Dra. BeatrizPuzzi sobre a reprodução da pele “in vitro” e também acompanhar osucesso do Curso Internacional de Dermatologia Tropical e MeioAmbiente, realizado em Maceió e que teve 208 inscritos.

Lúcio Bakos e Ciro Festa falam, em artigo, sobre a CampanhaNacional de Prevenção ao Câncer de Pele. Outra iniciativa é a AçãoNacional de Combate à Hanseníase da SBD, que vem realizandoeventos em diversos estados, lançando inclusive cartazes educati-vos. A coluna Expressões da Dermatologia traz entrevista com ailustre Professora Neuza Dillon. Encerrando o editorial, conclamo atodos a comparecerem ao 60º Congresso da SBD, em Brasília. Lá,durante o evento, o JSBD será editado diariamente.

Alberto Cox Cardoso

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Com cer-teza, estasduas campa-nhas são atostambém decidadania eque atrairãonaturalmen-te a mídia que, por sua vez, aju-dará a população a distinguir,cada vez mais, o valor do der-matologista e da nossa SBD emrelação à “curiosos” e socieda-des afins. É oportuno lembrar apróxima Campanha Nacionalde Prevenção ao Câncer dePele” será realizada no dia 10de dezembro. Não deixe de par-ticipar!

Neste lamentável momentohistórico pelo qual o país atraves-sa, o melhor que se tem a fazer épraticar cidadania e, assim virar-mos o mais rapidamente estapágina, contribuindo para aconstrução da nossa nação.

Pela meticulosa organizaçãovista nos bastidores, teremos umcongresso de elevadíssimo nível eque ao se manter fiel ao programa,já na posse de todos, teremos umajornada extremamente proveitosa.

Que as profecias se concreti-zem!

SBDJSBD Ano IX no 42

P a i n e l

✔ Saraiva Felipe é o novo ministro da SaúdeO novo ministro da Saúde,

Saraiva Felipe, tomou posse emBrasília, no dia 8 de julho.Nascido em 26 de março de1952, em Belo Horizonte (MG), éformado em medicina pelaUniversidade Federal de MinasGerais (UFMG). Mestre emsaúde, Saraiva começou suaatuação pública na mesma área,como secretário em MontesClaros (MG), de 1983 a 1985.Saraiva Felipe está no seu ter-ceiro mandato como deputadofederal.

Para o exercício da funçãode Ombudsman é necessá-rio uma participação ativa

dos associados, através de críti-cas ou sugestões que podem serencaminhadas diretamente parao e-mail [email protected] para o meu [email protected], de modo que sepossa elaborar e dar o devido en-caminhamento aos diversosassuntos levantados.

Talvez valha a pena relembraro significado de Ombdusman quena sua íntegra está no nosso site(www.sbd.org.br). Sucintamente,trata-se de um cargo que emborarelacionado à presidência, deveprocurar observar os fatos pelaótica do sócio, visando um me-lhor atendimento e qualidade dosserviços prestados pela SBD. Nosúltimos dois meses, apenas ume-mail de um paciente que gosta-ria da indicação de um dermato-logista mais próximo a sua casa,portanto, embora respondido, naverdade, não se enquadrava nemna função determinada de “ouvi-dor”. Será que estamos todossem sugestões para contribuirpara a melhoria da nossa So-ciedade? Com certeza as próxi-mas reuniões do Conselho

Deliberativo e a atualmente sobe-rana, em função da nova lei dassociedades civis, AssembléiaGeral, desfarão esta dúvida.Seria muito pertinente que todosse programem para comparecer amesma que, inteligentemente, foiantecipada para terça-feira, às10h20, no auditório principal docentro de convenções do 60ºCongresso da SBD. É a hora e olocal para que o associado exerçao ato democrático do voto,expressando assim as suas con-vicções sobre o que pensa ser omelhor futuro para a nossa SBD.

Dentre as muitas inovaçõesque teremos durante este próxi-mo congresso, duas vão deencontro às campanhas devalorização do dermatologistaque já foram iniciadas em algu-mas Regionais. A primeiradenominada “Dia do Derma-tologista Solidário” em que seráprestado esclarecimento médi-co à população no Parque daCidade, e a segunda, “Amigosda Escola”, em que dermatolo-gistas voluntários receberãoalunos e professores para es-clarecimentos de temas derma-tológicos de interesse dos mes-mos. Seja voluntário!

Coluna do Ombudsman David Azulay

✔ Promoção de MedicamentosA SBD, através de seu vice-pre-

sidente Gerson Penna, tem partici-pado ativamente das discussõessobre a revisão da RDC 102/00,junto com a Agência Nacional deVigilância Sanitária. A Resoluçãoprevê orientações legais acerca daprática de cuponagem, fidelizaçãode médicos a farmácias, produtos,propaganda de medicamentos eoutras práticas similares.

✔ Dermatologia PediátricaO 4º Congresso Latino-ameri-

cano de Dermatologia Pediátricaserá no período de 6 a 9 de abril

de 2006. A organização aceitainscrições de trabalhos científi-cos até o dia 16 de novembro de2005. O regulamento para enviodos trabalhos e outras informa-ções constam no site do even-to:www.congresosldp2006.org.

✔ Errata:No sumário da última edição

do JSBD (maio/junho), no itemExpressões da Dermatologia, onome do Dr. Márcio Lobo Jar-dim foi trocado pelo Dr. RuyMiranda, que já foi entrevistadopela coluna, na edição de janei-ro/fevereiro de 2005.

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mos fazer ascampanhas devalorização dodermatologis-ta. Porém,sabemos que é muito difícil impe-dir a proliferação de novas escolasmédicas e a demanda por qual-quer coisa que possibilite a inser-ção do “profissional” no mercado.

Nessa discussão difícil, necessi-tamos avaliar todos os componen-tes que levam um médico, depois deseis anos, ser “especialista” emmedicina estética. Creio que neces-sitamos avaliar a real necessidadede novos dermatologistas, talvezvoltar aos dois anos de clínica médi-ca, antes da dermatologia. Prepararo número necessário de novos pro-fissionais, bem formados. O proble-ma do excesso de médicos é dogoverno. O CFM tem cumprido oseu papel, não recomendando acriação de novas escolas médicas.

É importante lembrar, também,que a população não é burra,como a maioria dos nossos gover-nantes pensa. Ela sabe muitobem distinguir entre o correto e apicaretagem. Acho que esta dis-cussão, principalmente com a par-ticipação ativa da SociedadeBrasileira de Dermatologia e asso-ciados, é fundamental para quenão percamos o terreno conquista-do. É essencial que cada um denós cumpra o seu papel, que exer-ça a dermatologia com dignidade.

Para finalizar, gostaria de voltarà “figurinha” do ex-governador,dizendo que usamos o branco e,talvez sejamos um pouco abun-dantes; porém, somos bem forma-dos, competentes. Temos umalonga folha de bons serviços pres-tados à população e continuare-mos neste rumo. Penso que esta éa mensagem que sempre devemosenfocar nas campanhas de valori-zação do dermatologista.

Julho / Agosto - 2005

3JSBD Ano IX no 4

Coluna da Diretoria

Foi assim que, há dez anos,um “ilustre” ex-governa-dor do Estado do Ama-zonas referiu-se aos médi-

cos. Se fosse hoje, com a quantida-de de médicos que são formadosno Brasil, a cada ano, o ex-gover-nador não teria necessidade de“buscá-los” em Cuba. Refiro-me aesta infeliz declaração do ex-gover-nador para falarmos um pouco dasituação atual do dermatologista.

É comum, em nossas reuniões,abordar a necessidade de VALORI-ZAÇÃO DO DERMATOLOGISTA.Quando participo dessas discussões,fico pensando no porquê de estar-mos desvalorizados. Uma categoriatão importante na saúde pública, nacirurgia, no diagnóstico e tratamentode uma infinidade de doenças, e des-valorizados! Por que? Será que esta-mos ficando igual ao sal do ex-gover-nador? Baratos e abundantes!

Em parte, creio que há excessode dermatologistas, talvez, namaioria das grandes cidades bra-sileiras. O TED, todos os anos,examina de 350 a 400 novos can-didatos ao Título de Especialistaem Dermatologia. Nas provaspara residência existe umademanda imensa de candidatos àsvagas oferecidas pelos ServiçosCredenciados. Muitas tentam re-solver o problema do pequenonúmero de vagas, criando cursosde especialização. Mais dermatolo-gistas. Serviços não credenciadosacabam improvisando cursos depós-graduação, formando maisdermatologistas. Resultado: umnúmero expressivo de profissio-nais não absorvidos pelo mercado.

O Estado e Prefeituras raramen-te fazem concursos. As empresasmédicas, quando fazem convênios,pagam quantias irrisórias pelasconsultas. O médico terá deaumentar a quantidade de pacien-tes e, quanto à qualidade do atendi-

mento, todos sabemos como fica. Éfreqüente, quando conversamoscom os candidatos à residência oucom alunos da graduação, ouvir-mos que o “sonho” seria fazer der-mato e depois se dedicar à cosmeto-logia/medicina estética. Sabem quetratar de doenças não dá futuro.

São milhares de médicos, forma-dos todos os anos, com sonhos deum dia fazer uma especialidade, tal-vez dermatologia. O problema é queas residências e as vagas nãoaumentam (e, na maioria das espe-cialidades, não é preciso aumentar)na mesma proporção das novasescolas médicas, criadas aos mon-tes, gerando grandes lucros para osseus donos, com produção finaligual ao sal – baratos para o merca-do e, muito salgados para a popula-ção, sem qualificação, desprepara-dos para a prática médica. Tramitano Senado a aprovação de umexame semelhante ao da OAB.

Todos os anos, este imensocontingente de novos médicos pro-curam alguma coisa para fazer. Oresultado é o que vemos com fre-qüência cada vez maior: ofertas de“pós-graduação de fim de sema-na”, “pós-graduação em Cosme-tologia, Medicina Estética, Bio-feedback” e uma infinidade deoutras “pós-picaretagens”.

Há poucos dias, a Dra. MariaEster Café enviou-me os princi-pais tópicos de um chat em quehouve muita discussão sobre avalorização do dermatologista e anecessidade da SBD tomar provi-dências em relação aos médicosesteticistas.

É importante lembrar que alegislação brasileira pouco clara emrelação à prática médica: EM PRIN-CÍPIO, O MÉDICO PODE FAZERQUALQUER COISA. Até medicinaestética, desde que haja quempague – e como tem gente que paga.

Não quero dizer que não deva-

Sinésio Talhari

“É branco, barato e tem em qualquer lugar....”

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SBDJSBD Ano IX no 44

Uma Sociedade é conside-rada forte quando podecontar com todo o seuquadro associativo de

modo participante, principalmentequando contribui com a sua par-cela de anuidade que, junto aoutros itens da receita, permite arealização de projetos que possambeneficiar, de modo abrangente osinteresses científicos, seja na for-mação ou atualização de seusassociados, através dos mais dife-rentes meios de alcance. Não obs-tante a retração dos patrocínios,de alguns dos chamados parceirosda indústria farmacêutica, foiobservado um aumento na ina-dimplência dos nossos colegas queainda não cumpriram com a suacontribuição anual, prevista peloartigo 15 do nosso Estatuto. O nãocumprimento deste dever do asso-ciado submete-o a perda dos seusdireitos previstos pelo artigo 13podendo, após dois anos de ina-dimplência consecutivos ou não,perder a qualidade de associado,como prevê o parágrafo III do arti-go 17. Enviaremos correspondên-cia individual, buscando lembrarnossos colegas e resolver estassituações da melhor forma possí-vel, respeitando sobretudo aquelesque possam se encontrar vítimasdo processo econômico-financeirodo nosso país. Para aqueles quecriticam os reajustes nas anuida-des é necessário lembrar que aempresa SBD, ainda que sem finslucrativos, tem compromissosbásicos que também sofrem osreajustes constantes e só assim

consegue manter a sua existênciae fortalecimento.

O que a SBD faz por Você? Nomundo da atualização científicapermanente existe um periódicobimestral que, com seus 80 anosde existência, permite chegar aosseus associados os mais significati-vos trabalhos científicos - os AnaisBrasileiros de Dermatologia, comouma publicação oficial da SBD.Este ano, com o intuito de aprimo-rar mais a sua divulgação e poderatingir um número maior ainda deleitores, foi desenvolvido um sitepróprio, com maior qualidade deresolução das imagens e que já seencontra accessível no endereço:www.anaisdedermatologia.org.br.No mundo da comunicação escrita,promove também este Jornal daSBD, que permite levar todos osacontecimentos societários, divul-gar opiniões e artigos de associa-dos e das instituições a quem esta-mos ligados e, sobretudo, tornarpúblico as atividades sociais, cul-turais e científicas da nossa asso-ciação e de suas regionais. Nomundo da comunicação cibernéti-ca, mantém a sua página www.-sbd.org.br onde o associado obtéminformações constantemente atua-lizadas, com áreas exclusivas ereservadas oferecendo hoje umserviço de referência; em especial aBiblioteca que através do portalSBD/EBSCO passou recentemen-te a propiciar acesso direto e onlinea uma enorme quantidade deperiódicos. No universo da atuali-zação científica permanente realizaeventos consagrados e cria novos,

buscando res-gatar a impor-tância deassuntos deinteresse der-m a t o l ó g i c oindo das DST-/AIDS, Hanse-níase até a Alergia e Cosmiatria;preocupada ainda com a abran-gência nacional, estes eventos sãoitinerantes. Apesar de tudo, a SBDainda é a que menor número deeventos realiza diante do que pode-ria e deveria realizar com o objetivode cada vez mais atualizar o seuassociado, tarefa principal daEMC-D que hoje serve de modelopara a discutida re-certificação doTítulo de Especialista em Dermato-logia pela AMB, principal objetivodos especializandos dos nossosimportantes Serviços Creden-ciados. No campo do exercício pro-fissional a SBD vêm atuando forte-mente junto a AMB, CFM, ANVISA,ou seja, de todas as instituiçõesque, de um modo ou de outro,relacionam-se ao exercício da prá-tica médica, a SBD participa defen-dendo os direitos de seus associa-dos. E, no universo social e cientí-fico, anualmente promove o Con-gresso da SBD, evento mais impor-tante da Dermatologia Brasileira.

Assim responde-se o que estaassociação faz pelo seu associa-do; resta perguntar: o que vocêvêm fazendo para fortalecer anossa SBD? Vamos venha, con-tribua, dê sua opinião, sua parti-cipação é sempre muito bem-vinda!

Abdiel Figueira LimaColuna do Tesoureiro

S e t e m b r o06 à 10 Terça a sábado 6th World Congress on Melanoma Vancouver Canadá10 à 14 Sába. a quarta 59º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia Brasília - DF14 Quarta-feira Reunião Científica - SBD Reg. SE16 e 17 Sexta e Sábado Fronteiras da Dermatologia - Centro de Convenções

Mário Henrique Simonsen - SBD Reg. RJ24 Sábado Sessão Clínica - SBD Reg. CE24 Sábado Reunião Cientifica Mensal – HUCAM - SBD Reg. ES Vitória - ES26 Segunda-feira Reunião Administrativa - SBD Reg. SE Aracajú - SE28 Quarta-feira Reunião Menal - CBC - SBD Reg. RJ28 Quarta-feira Reunião de Casos Clínicos - SBD Reg. MA São Luís - MA

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Julho / Agosto - 2005JSBD Ano IX no 4 5

ABiblioteca ProfessorEduardo Rabello daSociedade Brasileira deDermatologia, a mais

completa da América Latina emDermatologia, agora oferece umrecurso de vanguarda: a disponi-bilização online dos textos inte-grais dos principais periódicosda especialidade, através doPortal Periódicos SBD/EBSCO,veiculado no site da instituição.“Temos o objetivo de oferecer aosassociados todos os meios cientí-ficos necessários para suas atua-lizações pessoais e acadêmicas”,afirma o Diretor da Biblioteca daSBD, Prof. Paulo Cunha. O servi-ço é gratuito, sendo disponívelpara os associados quites com aanuidade. Desde o lançamentodo portal foram computados1.140 acessos até a primeiraquinzena de agosto.

Única sociedade médica aoferecer esse recurso, a SBDinvestiu R$73 mil para contra-tar a EBSCO Information Ser-vices, empresa líder mundialem soluções de gerenciamento eacesso às informações cientifi-cas. O projeto prevê a inclusãode todas as assinaturas dispo-níveis do acervo que têm aopção digital. Inicialmente,estão incluídos 17 títulos, comoo Journal of the AmericanAcademy of Dermatology e oDermatologic Surgery. Os de-mais serão acrescentados gra-dualmente, conforme a libera-ção dos editores.

No Portal de PeriódicosSBD/EBSCO o usuário teráacesso ainda aos resumos de 12mil revistas científicas. De acor-do com o Prof. Paulo Cunha, aparceria com a EBSCO agiliza oacesso às assinaturas daBiblioteca, que desde o ano pas-sado já disponibilizava 13 perió-dicos da editora Blackwell. A

SBD lança Portal de Periódicos em parceria com a EBSCO

com maior comodidade, explicao médico. Para facilitar a nave-gação, a equipe da biblioteca daSBD preparou um manualexplicando como fazer buscas,além do passo a passo da confi-guração pessoal, um recursooferecido pelo portal para ousuário armazenar seus textosde interesse e ainda se cadas-trar para receber newslettersdas editoras.

iniciativa agilizou o processo deatendimento na biblioteca.Antes, quando o usuário solici-tava alguns desses artigos, omaterial era enviado pelo cor-reio, levando pelo menos umasemana para chegar ao destino.“Agora não importa se o médicoestá em Goiás ou no Rio Grandedo Sul. Ele pode fazer tudo decasa”, explica Dr. Paulo Cunha.Outra vantagem é a possibilida-de de acessar revistas que geral-mente têm custos altos de assi-naturas. Para se ter uma idéia,apenas a assinatura individualda British Journal ofDermatology, com acesso onli-ne, custa U$289.

- Através do portal, o médicopode ainda pesquisar títulosfora da coleção da Biblioteca,salvar os artigos e ainda com-prar revistas de outras áreas

“Parabéns, ótima notícia.Obrigado” - Dr. RobertoGomes Tarlé (PR)

“Gostaria de parabenizar atoda Diretoria da SBD, aoProf. Paulo Cunha e àRosalynn pela brilhante iniciativa e conquista emcolocar online os periódicosassinados pela Biblioteca”Prof. Josemir Belo (PE)

“Gostaria de parabenizar atodos vocês pela iniciativa dedisponibilizar para os associa-dos o portal de periódicos.Tem sido de grande proveitopara minhas pesquisas e tam-bém para atualização” - Dra. Brice C. G. Bizinoto (GO)

“Parabenizo a nossaSociedade pela disponibiliza-ção de periódicos tão impor-tantes para nossa reciclagemprofissional. Agora, realmentevale muito mais a pena opagamento de nossaanuidade” - Dra. FrancilidiaHelena S. D. de Lima (PB)

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SBDJSBD Ano IX no 46

ASBD realiza o II Simpósio La-tino-americano de AlergiaCutânea, nos dias 14 e 15 de

outubro, na Federação do Comércio,em São Paulo. Segundo a coordena-dora, Dra. Alice Alchorne, o tema éde relevância considerando a alta fre-qüência das dermatoses alérgicas.“Fui designada para coordenar osimpósio durante o I Simpósio deAlergia Cutânea, que aconteceu emMontevidéu, em 2001”, afirma. A ver-são brasileira será abrangente, comtemas atuais e de interesse prático.

O curso destina-se aos associa-dos, além de diferentes especialida-des como Alergia, Medicina doTrabalho e Clínica Médica. O semi-nário terá quatro módulos, com aexplanação dos principais “experts”brasileiros. Inauguram o evento doiscursos práticos sobre teste de conta-to, que vão acontecer na EscolaPaulista de Medicina (Unifesp) e nasede da Regional São Paulo.

Segundo a Dra. Alice Alchorne,sete palestrantes estrangeiros estãoconfirmados: Alicia Cannavó (Ar-gentina), Elena Kivitko (Argentina),Carmen Parcha (Chile), EnriqueMullins (Chile), Pedro Lobos (Chile),Íris Selva Alé (Uruguai) e Rodrigo J.Nunes (Colômbia). As inscriçõesestão sendo realizadas através dosite da SBD www.sbd.org.br.

II Simpósio Latino-americano

de Alergia Cutânea

Anuário em CDCom a intenção de reduzir custos e manter a atualiza-

ção online, a Diretoria da SBD decidiu que não será pro-duzido o anuário na forma impressa. Os associadospodem utilizar a página da SBD na internet, através dolink "Procurar um dermatologista". Ali estão todas infor-mações constantemente atualizadas. Esta decisão tam-bém protege o banco de dados da associação.

ALiga Internacional de Dermatologia solicitou à So-ciedade Brasileira de Dermatologia que indicasse nomesde dermatologistas para concorrerem aos prêmios

Certificado de Gratidão da ILDS - a ser conferido a uma per-sonalidade que tenha contribuição destacada na área clínicaou acadêmica da dermatologia nacional ou internacional – e oprêmio Alcance Internacional para Dermatologistas Jovens -que será atribuído a um candidato com menos de 40 anos deidade, realizador de pesquisa ou serviço com contribuição sig-nificativa para a dermatologia internacional.

Segundo o Diretor da Biblioteca, Dr. Paulo Cunha, foiencaminhada correspondência a todas Regionais solicitandoque as diretorias enviassem suas indicações para seremavaliadas pela Diretoria da Nacional. Após uma ampla dis-cussão, decidiram pelas seguintes recomendações: para oprêmio Certificado de Gratidão da ILDS os nomes dodoutores René Garrido Neves e Diltor Vladimir Opromolla(pós-morte). Para concorrer ao Prêmio de Alcance Inter-nacional para Dermatologistas Jovens foram destacados osdoutores Flávia V. Bittencourt e Dr. Paulo Ricardo Criado.Visando cumprir as exigências da ILDS, a Diretoria da SBDdeverá receber até o dia 25/08/2005, prazo improrrogável,em inglês a súmula curricular dos candidatos e a justificati-va da indicação.

Prêmio da Liga Internacionalde Dermatologia (ILDS)

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Julho / Agosto - 20057JSBD Ano IX no 4

Aproibição da prática dalipoaspiração por derma-tologistas determinada

pelo Conselho Federal deMedicina foi um dos principaistemas levados pelos represen-tantes da SBD, os doutoresSérgio Talarico e Jayme deOliveira Filho, na reunião dasCâmaras Técnicas de Proce-dimentos em Estética e Ci-rurgia Plástica que aconteceuno dia 15 de julho, na sede doCFM. As Câmaras são compos-tas pelo Conselho Federal deMedicina, Sociedade Brasileirade Dermatologia e SociedadeBrasileira de Cirurgia Plástica.“Talvez tenha sido a reuniãocom melhor resultado. Colo-quei, mais uma vez, as nossasidéias e reafirmei a posição derevisar a resolução que restrin-ge aos cirurgiões realizar cirur-gias de lipoaspiração”, afirma oDr. Sérgio Talarico.

A Resolução do CFMNº1.711/2003 estabelece parâ-metros de segurança que devemser observados nas cirurgias delipoaspiração; entre outras con-siderações, restringe a práticapara habilitados em cirurgiageral. Porém, os dermatologis-tas contestam essa limitaçãocom base, principalmente, no

Reunião no CFM tem em pauta a restriçãoda lipoaspiração a cirurgiões plásticos

fato de que a lipoaspiração teveos maiores avanços técnicosdesenvolvidos por dermatologis-tas como uso de micro-cânulase a introdução da anestesiatumescente, respectivamente,pelos dermatologistas LawrenceField e Jeffrey Klein. Segundo oDr. Talarico ficou determinadoque o CFM vai dar uma respos-ta oficial à consulta da SBD nopróximo encontro, que deveráacontecer antes do 60º Con-gresso da Sociedade Brasileirade Dermatologia.

Na reunião, o Dr. Jayme Filhoressaltou, ainda, a necessidadede maior aproximação entre osdermatologistas e os cirurgiõesplásticos. “Enquanto temos de-savenças, especialidades nãoreconhecidas como a medicinaestética, avançam sem dar bolapara ninguém”, afirmou o médi-

co, que teve sua idéia bem rece-bida pelos cirurgiões presentes,José Yoshikazu Tariki e CarlosAlberto Jaimovich.

Outro tema de grande preo-cupação tratado pelas câmarasfoi a divulgação de procedimen-tos ligados à área em progra-mas de televisão, “existe hojeuma vulgarização dessas ima-gens e uma superexposição dopaciente em alguns programasde TV e as nossas entidadesestão determinadas a combateresta prática”, ressalta AntonioPinheiro, coordenador dasCâmaras Técnicas. Além deJayme Oliveira Filho e SérgioTalarico, participaram daassembléia Antônio GonçalvesPinheiro, Ricardo José Bap-tista, Wanda Elizabeth, JoséYoshikazu Tariki e CarlosAlberto Jaimovich.

Médicos das Câmaras Técnicas de Procedimentos em Estética e Cirurgia Plásticareunidos no Conselho Federal de Medicina

Divulgação

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SBDJSBD Ano IX no 48

AAssociação Médica Bra-sileira (AMB) e o Conse-lho Federal de Medicina

(CFM) lançaram o trabalho"Abertura de Escolas deMedicina no Brasil: Relatóriode um Cenário Sombrio", ela-borado pelo 2º vice-presidenteda AMB, Ronaldo Bueno, emparceria com a historiadoraMaria Cristina Pieruccini. Oestudo mapeia a concentra-ção de profissionais, a distri-buição cronológica e geográfica dasescolas médicas, além da legislação e dos mecanis-mos de avaliação feito pelo Ministério da Educação.Desde 2000, 50 novos cursos foram autorizados peloórgão, totalizando 146 escolas médicas no País, dasquais 26 estão localizadas no Estado de São Paulo.

A Organização Mundial de Saúde estabelece comoparâmetro ideal, um médico para cada mil habitan-tes. No Brasil, a média é de um médico para cada622 habitantes. A maioria atua nas capitais. Oslugares que mais expressam disparidades são o Riode Janeiro, com um médico para cada 302 habitan-tes, e o Distrito Federal, que tem um médico paracada 309 habitantes. Esta é a segunda versão doestudo, que traz ainda reflexões atuais como a neces-sidade de formular e viabilizar uma política nacionalreguladora do acesso e da formação de recursoshumanos na área da saúde.

De acordo com a AMB, o título "Abertura deEscolas de Medicina no Brasil: Relatório de umCenário Sombrio" está sendo distribuído àsFederadas e Sociedades de Especialidade da entida-de, aos Conselhos Regionais de Medicina, à impren-sa e às demais entidades médicas.

Relatório sobre escolas médicas OMinistério da Saúde quebrou a

patente do medicamento Kaletra(Lopinavir/Ritonavir) para adotar o

licenciamento compulsório, caso o laborató-rio Abbott, produtor desse remédio, nãoaceite as condições apresentadas para oacordo que visa garantir a continuidade doprograma do Programa Nacional DST/Aids.O custo dos remédios da terapia anti-retro-virais corresponde a um terço dos R$945milhões, destinados ao Programa peloGoverno.

A decisão permitirá uma economia deR$ 130 milhões, que serão investidos noprograma a partir de 2006. Caberá aoInstituto de Tecnologia em Fármacos(Laboratório Farmanguinhos), da Fun-dação Oswaldo Cruz, produzir seismilhões de cápsula/mês do Lopina-vir/Ritonavir pela metade do preço (US$0,68). Essa quantidade é suficiente paratoda demanda nacional.

O Governo adotou a medida somentedepois que, durante as negociações, o labo-ratório Abbott se recusou a conceder alicença voluntária e reduzir os preços doKaletra. As negociações do licenciamentovoluntário com os laboratórios Abbott,Gilead Science Incorporation e Merck Sharp& Dohm começaram em março deste ano.

Além do artigo 71 da Lei de Patentes,que prevê a licença compulsória no casodo interesse público, a administraçãopública se respaldou no acordo sobreAspecto dos Direitos de PropriedadeIntelectual, na Declaração de Doha, e nosDecretos 3.201/99 e 4.830/03, que consi-deram de interesse público fatos relaciona-dos à saúde pública. A decisão não afeta oabastecimento do medicamento.

Saúde quebra patente de remédios

contra Aids

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Julho / Agosto - 2005JSBD Ano IX no 4 9

Aidéia do voluntariadoestá amplamente difun-dida. Quem não ouviufalar, participa ou

conhece alguma ação social?Segundo a Organização dasNações Unidas (ONU), “O volun-tário é o jovem, ou adulto que,devido a seu interesse pessoal eao seu espírito cívico, dedicaparte do seu tempo, sem remu-neração alguma, às diversas for-mas de atividades, organizadasou não, de bem comunitário(...)”. Os cidadãos com atitudesaltruístas percorrem uma via demão dupla, que ao mesmotempo gratifica e oferece novasexperiências e oportunidades deaprendizado. No livro “TheHealing Power of Doing Good”, deAlann Lucks, ex-membro doPeace Corps, afirma que pessoasenvolvidas com trabalhos deajuda ao próximo são mais sau-dáveis. Em sua pesquisa, oitoem dez pessoas afirmaram queos benefícios para a saúde retor-navam quando se lembravam daação feita em anos anteriores.

O trabalho voluntário é indica-tivo de responsabilidade, iniciativae liderança. Inclusive, ganha pon-tos aquele profissional que apre-senta experiências de voluntariado

no currículo. Tamanha é a impor-tância do tema que, em 1998, opresidente Fernando HenriqueCardoso decretou a “Lei do Volun-tariado”, regulamentando a práti-ca. A SBD promove algumas açõesque contam com o apóio voluntá-rio de seus associados. A principalé a Campanha Nacional dePrevenção ao Câncer da Pele, quemobiliza dermatologistas de todo oBrasil para o atendimento dapopulação. O número de voluntá-rios envolvidos no projeto cresce acada ano: foram mil pessoas em2003, já no ano passado, essenúmero aumentou em 50%. Parao coordenador da Campanha, Dr.Lúcio Bakos, os militantesdemonstram espírito de colabora-ção com uma parcela de brasilei-ros carentes de tratamento espe-cializado. “Parte da demandareprimida da rede pública tem aoportunidade de ser atendida porespecialistas”, afirma o médico.

Além disso, os médicospodem conversar diretamentecom os pacientes disseminandoinformações preventivas contra ocâncer da pele. “É uma maneiradireta de influenciá-los sobre oscuidados com o sol e profilaxiada doença. Depois, esses conhe-cimentos são multiplicados”,

enfatiza o Dr. Lúcio Bakos. Oprofessor Cyro Festa Neto, tam-bém coordenador da Campanha,afirma que a Sociedade isolada-mente não seria capaz de realizaressas ações. “Precisamos detodos os dermatologistas do Paísdifundido conhecimentos junto aprofessores, associações, órgãospúblicos e privados”, afirma oprofessor.

Outra demonstração de soli-dariedade da classe vai aconte-cer no dia 11 de setembro,quando participarão da Der-matologia Solidária, no Parqueda Cidade, em Brasília, duranteo 60º Congresso da SBD. Naocasião, os médicos irão infor-mar sobre dermatoses, envelhe-cimento cutâneo, prevenção dedoenças como câncer de pele,entre outros, para as mais detrês mil pessoas que normal-mente circulam aos domingosno Parque. Para participar dasações promovidas pela SBD, osinteressados devem procurar asRegionais mais próximas.

Por que participar de trabalhos voluntários?

* Por que ser um voluntário?

1 Ajudar a resolver parte dos problemas sociais do Brasil.

2 Sentir-se útil e valorizado.3 Fazer algo diferente no dia a dia.4 Dinheiro não é tudo.5 Fazer a diferença.6 Conhecer gente diferente.

Bem diferente e bem interessante.

7 Ver o outro lado da vida.8 Devolver um pouco da sorte

que eu tive.9 Fazer outra coisa na vida do

que auditoria interna (advocacia,engenharia, etc).

10 Aqui as pessoas realmente precisam de mim.

11 É uma terapia. 12 Aqui eu percebo que meus

problemas não são problemas

Veja algumas frases mais freqüentes de voluntários:

* Informações do site www.voluntarios.com.br

* Pesquisa do Lions Club International

50% dos voluntários brasileiros afirmam serem motivados pela satisfação emajudar ao próximo;

38% pelo sentimento de obrigação em ajudar aos menos privilegiados;

31% por motivo religioso ou de estudo.

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SBDJSBD Ano IX no 410

ASBD precisa de dinhei-ro. Para que precisa? Oartigo 1° do Estatuto daSBD define claramente

os propósitos da Instituição: “Art.1º - A Sociedade Brasileira deDermatologia (SBD), associaçãosem fins lucrativos (...) tem porobjetivos o estudo, o ensino e apesquisa da Dermatologia clíni-ca, cirúrgica, oncológica, cosmiá-trica, hansenologia e domíniosafins”. Embora sem fins lucrati-vos, são necessários recursospara a SBD investir na formaçãocientífica dos associados.

Mais uma vez, nós gostaría-mos de propor aos associadosuma reflexão sobre a delicadaética que envolve a parceria daSBD, suas Regionais, ServiçosCredenciados, cada associado e aIndústria Farmacêutica. Temosclaro que a relação entre médicoe fazedores de remédio não podeser nunca comercial, isto é, nãose pode prescrever ou deixar deprescrever algum medicamentopor receber ou não benefício pes-soal ou institucional. O receituá-rio não deve estar à venda, pois opropósito máximo de tudo quefazemos é aliviar o sofrimento donosso semelhante.

Por outro lado, é natural queo médico na hora de decidirsobre o que prescrever avalie aeficácia e segurança dos medi-camentos disponíveis e que dêpreferência àqueles sobre osquais tenha maiores informa-ções técnicas, já tenha experi-mentado pessoalmente, conhe-ça a apresentação, volume, cos-mética, tenha oferecido um iní-cio de tratamento para umpaciente, ou ainda, cujo fabri-cante demonstre pelo médicoestima e consideração. Tam-bém é natural que este último

item crie no prescritor umasimpatia por aquela marca,facilitando a memorização do(s)seu(s) produto(s), o que possi-velmente acarretará uma maiorprobabilidade de quando hou-ver dúvida na escolha entredois produtos de característicassemelhantes, optar pelo que lhetraga melhores lembranças.

Vemos com admiração positi-va os segmentos da indústriaque se comprometem com par-cerias de eventos que não serelacionam diretamente com osseus produtos e que não impli-cam necessariamente no au-mento direto das suas vendas,pois ao optarem por investirnestes eventos demonstram asua preocupação com cada umdos dermatologistas e seusanseios de saber. Temos visto,por exemplo, algumas indús-trias de medicamentos sofistica-dos e caros, destinados à cos-miatria, cujos principais merca-dos de venda são as grandescapitais, apoiarem não só oseventos de retorno direto e óbvio(Congresso Brasileiro, SimpósioNacional de Cosmiatria, etc) eaqueles realizados nas grandesRegionais, como iniciativas daSBD Nacional (Biblioteca,Simpósio de DermatologiaTropical, etc) que nada têmhaver com os produtos quecomercializam. Neste caso,estão contemplando igualmentedermatologistas das mais diver-sas regiões do país, tanto os quese dedicam a áreas de conheci-mento da Dermatologia compotencial de utilizar seus produ-tos, quanto àqueles que opta-ram por se dedicar preferencial-mente ao atendimento de porta-dores de doenças que compro-metem, principalmente, a por-ção menos privilegiada da nossapopulação e, por isto, com

pouca possibilidade de prescre-ver produtos cosmiátricos. Osadeptos desta filosofia de inves-timento são os grandes parcei-ros do dermatologista e não ape-nas do receituário do dermato-logista. A eles devemos demons-trar toda simpatia porque estãorealmente do nosso lado emtodas as esferas de atuação.

Sabemos que as leis do mer-cado são selvagens e quem nãosouber aplicar bem seus recur-sos, certamente verá o insucessode seu empreendimento aconte-cer mais rápido do que esperava.É legítimo que uma empresaopte por anunciar apenas nasregiões com maior potencial deretorno financeiro ou mesmo empessoas físicas, com clientelarica e seleta capaz de alavancarsuas vendas, mas além de nãoestarem oferecendo sua contri-buição para o desenvolvimentoda dermatologia nacional, verão,acredito que em pouco tempo,ruir a simpatia gerada na basedo simples “interesse comercial”.

Finalmente, sublinharíamosalgumas frases: “O receituárionão está à venda”, “O apoio aSBD Nacional é o apoio a todose a cada um dos dermatologis-tas associados, independente dolocal em que resida ou trabalhe,seja a clientela rica ou pobre,grande ou pequena, indepen-dente da sua vida acadêmica,títulos ou qualquer outro fator”.

Em nome da SBD, de cadaum de nós e da dermatologianacional, peço que reparem emquem e como apóiam a SBD.Pensem e após seu julgamentoretornem para cada um delessua simpatia ou o seu descon-tentamento, sem que isto com-prometa a qualidade de seureceituário.

Avaliando a parceria da SBD com a Indústria Farmacêutica

Celso Sodré *

* Secretário Geral da SBD

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Julho / Agosto - 2005JSBD Ano IX no 4 11

JSBD - Por favor, expliqueo processo de reprodução dapele humana:

Beatriz Puzzi - A partir de umfragmento de pele humana de 2 X1 cm, em condições assépticas,separa-se a derme da epidermeutilizando a enzima tripsina. Sãorealizadas culturas celulares defibroblastos, melanócitos e que-ratinócitos, separadamente, atéobtenção de um número suficien-te de células. A pele humanareconstruída in vitro é formadaquando uma quantidade satisfa-tória de células de uma culturade fibroblastos humanos é injeta-da numa matriz de colágenobovino tipo I, mantida num meiode cultura específico para fibro-blastos, obtendo-se assim umequivalente dérmico.

JSBD – Quanto tempodedicou a esse trabalho?

Como é formada sua equipe? Beatriz Puzzi - Foram neces-

sários cinco anos para chegar-mos a esses resultados. As pes-quisas foram idealizadas, plane-jadas e realizadas por mim, coma preciosa colaboração deJussara Rehder, bióloga formadapela Unicamp e atualmente lota-da no Laboratório de BiologiaMolecular do Prof. Dr. AntonioCondino, no Centro de Inves-tigação em Pediatria –CIPED/Unicamp, que cedeuespaço e pessoal para realizaçãodo trabalho. Outras ajudas im-portantes foram dos professoresMaria Letícia Cintra, JoséVassalo, Maria Helena Krammer,e, do cirurgião plástico LuisRicardo Souto que desenvolveudissertação de mestrado sobre oprojeto. Destacaria ainda, a coo-peração do Prof. Dr. Paulo Barja,do Instituto de Pesquisa e Desen-volvimento em Engenharia Bio-médica/UNIVAP, e de seu orien-tando em mestrado, Tiago P.Taube, pelos estudos fotoacústi-cos que caracterizaram a pelereconstruida in vitro.

JSBD – Em quais periódicossua pesquisa foi publicada?

Beatriz Puzzi - O processo derealização da reconstrução dapele in vitro é, até o presente, oúnico descrito na literatura mun-dial, o que foi um dos motivospara que recebesse premiação no4th World Congress on TissueBanking, em maio 2005, no Riode Janeiro. Um primeiro artigosobre a obtenção da epiderme invitro, foi publicado pelo SãoPaulo Medical Journal e um arti-go mais recente, Model of humanskin reconstructed in vitro, acei-to para publicação na mesmarevista. Também em 2004, forampublicados pôsteres nos Anaisdos congressos da RADLA e do

Congresso da Sociedade Bra-sileira de Dermatologia.

JSBD - Qual a vantagem danova técnica?

Beatriz Puzzi - Utilizando apele humana reconstruída apartir de fragmento de pele dopróprio paciente, não haverárejeição, possibilitando a reali-zação de enxertos autólogos empacientes com áreas doadorasescassas, como, por exemplo,grandes queimados. As célulaspodem ser congeladas paraeventual uso futuro, não haven-do necessidade de novas cole-tas. Esta nova técnica tambémpermitiu a certificação das téc-nicas empregadas nas culturasde células da pele, que resultamem células possuindo as mes-mas características que as dapele in vivo, o que garantiu queos implantes autólogos de cul-turas de células da pele empacientes com ulceras e vitiligotivessem excelentes resultados,como foi realizado com sucessoem diversos casos clínicos des-de 1998. Não podemos compa-rar esta nova técnica comoutras existentes, uma vez que,até o momento, a pele recons-truída ainda não foi implantadaem nenhum paciente.

JSBD - Quando o procedi-mento deve ser recomendado?Quando estará disponível?

Beatriz Puzzi - O procedi-mento deve ser recomendadopara pacientes com lesõesextensas e, portanto, áreasdoadoras escassas, em casoscomo queimaduras, podendoser também empregado emúlceras de pele de difícil cicatri-zação e traumas mecânicos.Até o momento não há previsãode tempo para a disponibilida-de desse tratamento.

Pesquisadores reproduzem pelehumana in vitro

Aespecialista da SBDBeatriz Puzzi comandaa equipe de pesquisa-

dores da UniversidadeEstadual de Campinas(Unicamp) que elaborou oinovador processo de repro-dução da pele in vitro nopaís. A pesquisa, única des-crita na literatura mundial,teve início a partir de estu-dos da especialista com cul-tura de células. A descobertapode colaborar para trata-mentos em pacientes comúlceras, queimaduras elesões, ainda em testes far-macológicos e cosméticos. Ométodo deve ser testado empelo menos 20 pessoas paracolocação em prática. Aespecialista fala para o JSBDsobre a experiência:

Entrevista: Beatriz Puzzi

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SBDJSBD Ano IX no 412

Elgart ML. Medical Pearl: Permethrin

can prevent arthropod bites and stings.

J Am Acad Dermatol 2004; 51: 289

Alberto Cardoso *

Permetrina é um inseticidasintético. Ele assemelha-se aum piretróide natural encontra-do no crisântemo, mas é fabri-cado quimicamente. É neuroto-xico para insetos e tem capaci-dade para abatê-los e quandoborrifado diretamente sobre oinseto tem efeito muito rápido.O inseto é paralisado primeiro edepois morre rapidamente.

Permetrina é bem conheci-da dos dermatologistas. Ela éencontrada no Nedax-Plus(Laboratórios Stiefel ltda,Guarulhos- SP) produto quecontêm permetrina a 5%, e queé usado para tratar escabiose.A vantagem desse produto notratamento da escabiose é quepermanecem ativo na pele porsete dias. Por isso se o pacienteentrar em contato com alguémcom escabiose, a permetrinaque permanece na pele irá pro-tegê-lo de uma reinfecção.Ainda que resistência na esca-biose não tenha sido relatada, * Coordenador Médico do

Jornal da SBD

Um grupo de pesquisado-res argentinos do Labo-ratório de Terapia Gené-

tica do Instituto Leloir identifi-cou a proteína chave denomi-nada Sparc, abrindo caminhosna luta contra o melanoma.Publicado em junho pela revis-ta científica Cancer Research, apesquisa afirma que tumorescancerígenos conseguem desa-tivar, ou pôr a serviço de seupróprio crescimento, as mes-mas células imunológicas que

existe resistência à permetrinana pediculose.

Uniformes tratados com per-metrina são efetivos contra apediculose do corpo. Além dosarcoptes a permetrina é tóxicapara outros insetos, incluindoabelhas, tungas, mosquitos,moscas e carrapatos. Adicione-se que permetrina usada paratratar mosquiteiros reduziu amalária no Kenia. Permetrinatem sido usada no vestuário eem uniformes. Durante a ope-ração "Tempestade no deserto",em 1990, os uniformes usadosforam tratados, bem prepara-dos, podem dar proteção porduas semanas, mesmo comduas lavagens. Os carrapatosque se deslocam por 10 polega-das de tecidos tratados caemdas roupas como se repelidos.Muitos carrapatos morrem poresta limitada exposição. Outrostestes têm mostrado que,depois do tratamento unifor-mes leves de batalha com cerca

de 1,3 mg de permetrina dãouma proteção de 97,7% contrapicada de mosquitos e 99,9%quando usado com DEET apli-cado sobre a pele.

Permetrina creme a 5% éfabricado para uso sobre a pele.A medicação é liberada para usoem escabiose e o uso do mesmona pele exposta pode evitar pica-da de insetos por uma semanaou mais. Mosquitos, pulgas, car-rapatos, e outros artrópodes nãosão repelidos, mas se eles pou-sam sobre a pele pré-tratadacom permetrina, eles morrem.Raramente picam. Permetrinausada na lavagem de roupa pre-vine picada de insetos. A perme-trina pode ser usada diretamen-te sobre a pele para evitar pica-da de artrópodes e as possíveisdoenças transmitidas por eles. Amedicação fornece significanteproteção em áreas endêmicascontra doença de Lyme, leish-maniose, malária, doença dosono, oncocercose, vírus doOeste do Nilo, encefalite eqüinado Leste e uma grande quanti-dade de outras infecções trans-mitidas por insetos.

Pesquisa aponta proteína no combate ao melanoma

seriam capazes de destruí-los. Segundo o líder do grupo,

Osvaldo Podhajcer, nos testesfeitos com animais utilizandocélulas de câncer de pele huma-na, observou-se que a proteínaSparc une os glóbulos brancosao tumor. O cientista explicaque a proteína age confundindoo sistema imunológico. Logo, sefor bloqueada, o sistema imu-nológico poderá atacar e des-truir o tumor.

Segundo Osvaldo Podhajcer,

os ensaios comprovaram que"não é necessário obstruirSparc em todas as células can-cerígenas", porém, para que osistema imunológico reconheçae elimine o tumor é suficientebloqueá-la em 10% das célulasde melanoma.

Clube de Revista

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Julho / Agosto - 2005JSBD Ano IX no 4 13

ASociedade Brasileira deDermatologia promoveunos meses de julho eagosto a Ação Nacional

de Combate à Hanseníase, nosestados de Goiás, Rio de Janeiro,Pará e Espírito Santo. Foramenvolvidos seis municípios e 29unidades de saúde, totalizando3.572 consultas, com detecçãode 88 casos novos e 24 encami-nhamentos para exames comple-mentares. “O diagnóstico precocee a descentralização do atendi-mento são os principais objetivosdo projeto, como também o trei-namento dos profissionais dasunidades básicas de saúde, a fimde facilitar o acesso ao diagnósti-co da população em postos pertode suas casas”, afirma a coorde-nadora do Departamento deHanseníase da SBD, Dra. MariaLeide de Oliveira.

De acordo com a especialis-ta, os profissionais da áreaainda desconhecem os sinto-mas iniciais da doença espe-cialmente as alterações do sis-tema nervoso autonômico,quais são as áreas com dimi-nuição da sudorese e rarefaçãode pêlos, decorrentes do com-prometimento da inervaçãoramuscular. Ou alterações dasensibilidade secundárias aodano de troncos nervosos peri-féricos, sem lesões cutâneas.

O mote para atrair a popula-ção é: quem apresentar qual-quer lesão na pele deve procu-rar os postos de saúde nos diasda Ação Nacional de Combate àHanseníase. Para esclarecersobre os sintomas da doença, aSBD produziu dois modelos decartazes de divulgação, totali-zando 30 mil cópias, que jáestão sendo distribuídas paraas Regionais, os ServiçosCredenciados, ONGS e os pos-tos de saúde, conforme o crono-

grama da Campanha. - Um dos cartazes chama

atenção para a prioridade dodiagnóstico precoce em crian-ças. O outro enfoca o diagnósti-co precoce, apresentando dife-rentes manifestações clínicas -explica Maria Leide de Oliveira.

A Ação Nacional de Combateà Hanseníase tem apoio do Mi-nistério da Saúde, das Secre-tarias Estaduais e Municipais,de Organizações Não Gover-namentais e conta com a parti-cipação voluntária de residen-tes, professores do Serviço deCredenciados e dermatologistasda SBD, além de médicos doPrograma da Saúde da Família.

Maria Leide de Oliveira con-sidera o número de atendimen-tos nesses dois meses bastanterepresentativo. “As 3.572 con-sultas realizadas em quatrodias nessas unidades, equivalea 223 turnos ambulatoriais,com 16 consultas. Uma amos-tra da contribuição das campa-nhas para a minimização da

demanda reprimida de derma-tologia e tratamento de outrasdermatoses, entre elas o câncerde pele”, finaliza a especialista.Ainda estão programadas trêsações em agosto, nos cidadesde Belforoxo e Queimados (RJ)e em João Pessoa (PA).

SBD promove Ação Nacional de Combate à Hanseníase

Goiás – Em Luziânia, no estado de Goiás foram 604 atendi-mentos, dos quais 13 são novos casos. Ainda foram observadosdez casos antigos e um recidivo. Entre os dias 4 e 5 de julho, 176profissionais de saúde de Luziânia e da cidade vizinha Cristalinafreqüentaram o treinamento. Coordenador local: Dra. Simone dePaula e Silva e dermatologistas do Distrito Federal.

Pará – Com 5.510.849 habitantes, o Pará é considerado o quar-to estado mais endêmico em hanseníase, correspondendo a 15%do total de casos registrados no País. No dia da campanha foramdetectados 3,48% do total de 1.264 atendimentos. Coordenadorlocal: Dr. Fernando Augusto Carneiro.

Espírito Santo – Com 3.298.514 mil habitantes, o estado éconsiderado endêmico: são 5,14 doentes para cada dez mil habi-tantes. Foram arregimentados onze postos de atendimentos com860 pessoas atendidas. Ao todo foram detectados 18 novos casose um suspeito. Coordenador local: Dra. Lúcia Diniz.

Rio de Janeiro – Com 150 mil habitantes, a região deQueimados tem 4,8 doentes para cada dez mil habitantes. Foramatendidos 844 pessoas, com 13 novos diagnósticos de novos casose dois suspeitos. Coordenador local: Dr. Arles Brotas.

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SBDJSBD Ano IX no 414

Éinegável a importânciado câncer cutâneopara nós dermatologis-tas, seja no controle,

tratamento e principalmente nacapacidade de podermos reco-nhecê-lo dentre outras lesõescutâneas, fato que nos diferen-cia das outras especialidades. ACampanha Nacional de Câncerda Pele além de ampliar a detec-ção, a prevenção e o controle,mostra a população geral qual overdadeiro papel do dermatolo-gista junto a esta doença.

Hoje já é uma realidade as açõesrealizadas pela SBD mobilizandosuas distritais, serviços credencia-dos e muitos colegas voluntárioscomo parte integrante desta cam-panha. A meta proposta para estesdois anos de gestão da nova direto-ria da SBD junto a nós organizado-res da Campanha é expandir açõese formar uma rede entre todos nósdermatologistas em um ProgramaNacional de Prevenção ao Câncerda Pele. Deste, estariam envolvidoso Dia do Câncer da Pele, que pelosucesso e anos de experiência serámantido em seus moldes habituais,e também outras ações.

A tentativa é sempre mobilizara maior parte de nossa sociedadecom uma série de medidas efeti-vas que auxiliariam no reconhe-cimento precoce e na prevençãodo câncer cutâneo. As unidadescredenciadas da SBD e entidadesconveniadas poderiam ser esti-muladas a fortalecer rotinas paraatendimento de câncer da pele epromover maior integração comsecretarias estaduais e munici-pais de saúde. Com isso, no futu-ro, obteríamos através das noti-ficações destas unidades umconhecimento maior da incidên-cia do câncer de pele no país.

*Drs. Lucio Bakos e Cyro Festa Neto

A Campanha Nacional dePrevenção ao Câncer da Pele

Outra ação efetiva, e partedela já realizada, seria a elabo-ração de material educativo paraorganização de cursos de atuali-zação voltados aos profissionaisda área de saúde difundindoconhecimentos do câncer dapele e fotoproteção nos meioseducacionais fundamentais e notrabalho, principalmente rural.

A associação com entidadespúblicas e privadas na veicula-ção destas informações seria degrande valia. Poderiam ser mobi-lizados o INCA/Ministério daSaúde, o MEC, Secretarias Esta-duais/Municipais de Saúde,Secretarias de Educação, entida-des desportivas, órgãos ruralis-tas e de trabalhadores do campodentre outros. O objetivo seriaoferecer noções básicas de pre-venção do câncer cutâneo aosprofissionais que estejam envol-vidos nestas áreas e que traba-lhem no Programa de Saúde daFamília em projetos de saúde dafamília. Finalmente oferecersubsídios para uma melhorsaúde dermatológica, principal-mente as de interesse sanitáriocomo o câncer através da mídiaimpressa e televisiva.

Infelizmente a SBD isolada-mente não seria capaz de rea-lizar todas estas ações; porém,com o apoio de todos os der-matologistas do nosso paísveiculando conhecimentosjunto a professores, associa-ções, órgãos públicos e priva-dos estaríamos, num exercíciode cidadania, auxiliando nos-sa Sociedade, a população demaneira geral e a nós mesmosenaltecendo tão nobre espe-cialidade.

* Coordenadores da Campanha

Opresidente da SBD, Dr.Sinésio Talhari, suge-riu as Regionais que

desenvolvam, somando esfor-ços à Campanha Nacional dePrevenção ao Câncer da Pele,atividades paralelas com oobjetivo de capacitar médicosdo Programa de Saúde daFamília (PSF) da capital e dointerior dos estados brasilei-ros. Essa capacitação poderáser feita através de palestras etreinamentos, na semanaanterior ao atendimento commédicos generalistas e enfer-meiros. A idéia é realizá-los nohorário de trabalho dos médi-cos e técnicos de saúde, com acobrança de marcação deponto, antes e ao final dasaulas. Os controles de pontosdeverão ser encaminhados àssecretarias ou centros desaúde.

Como sugestão, a SBD estáproduzindo um material a serutilizado no programa – desen-volvido no projeto-piloto deManaus, realizado este ano. Atodos os treinados são minis-tradas aulas sobre os aspectosclínicos e evolutivos dos princi-pais cânceres da pele, comenfoque especial aos diagnósti-cos diferenciais de diversasmanifestações dermatológicas.Serão fornecidos cartilhas ecartazes com textos e fotosdidáticas sobre diagnósticospara os profissionais da saúdeenvolvidos. As aulas deverãoser ministradas por médicosdermatologistas, com duraçãode duas a três horas.

SBD sugere atividades dereforço para a Campanha

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Julho / Agosto - 2005JSBD Ano IX no 4 15

Outra proposta do Dr.Sinésio Talhari visa que asRegionais realizem para der-matologistas e também emcentros de oncologia, progra-mas de Educação MédicaContinuada em Dermatologiacom temas envolvendo as duasáreas (Simpósio de Câncer daPele). Algumas Regionais jáestão se articulando para ade-rir ao projeto. A Presidente daRegional Alagoas, Dra. Elize C.da Silva, vai buscar o apoiodas secretarias de saúde doestado, além de programarpara três semanas antes daCampanha, um treinamentopara profissionais de saúde emédicos do Programa de Saú-de da Família (PSF). Ainda pre-tende levar o projeto para cida-des do interior como a Ara-piraca, São Miguel e Palmeirados índios.

A Dra. Aldejane G. de A.Rodrigues, presidente da Re-gional Pernambuco, tambémvai investir no treinamento deprofissionais do PSF, nasemana que antecede aCampanha. “A idéia é orientarsobre detecção de câncer dapele para termos uma campa-nha permanente na região deRecife e da Grande Recife”,afirma a médica. Já em BeloHorizonte, além de treinamen-to para o pessoal do PFS, apresidente da Regional, Dra.Maria Silvia Laborne A. deSouza, pretende orientarcrianças e adolescentes sobreprevenção solar em algumasescolas públicas da região.

ASBD promoveu o XXVIICurso Internacional deDermatologia Tropical e

Meio Ambiente, no período de11 a 13 de agosto, no hotelJatiúca, em Maceió (AL), vi-sando capacitar e reciclarmédicos e residentes sobreDoenças Sexualmente Trans-missíveis (DSTs), hanseníase,dermatopatologia e diversasoutras dermatoses tropicais.Foram 208 inscritos, com umpúblico eclético de vários esta-dos brasileiros, como Rio deJaneiro, São Paulo, Sergipe,Pernambuco, Paraíba e Ceará.

O curso foi coordenado porautoridades no assunto: osdoutores René Garrido Neves,Sinésio Talhari e Alberto CoxCardoso. Para o dermatologistaalagoano Alberto Cardoso, oevento foi um sucesso. Ele res-

saltou a importância de se dis-cutir as doenças tropicais. “ASBD quer a reinserção dos der-matologistas nas políticas desaúde pública que englobam asdoenças tropicais e sanitárias.No curso, foram abordadosassuntos de alta relevância”,afirma Dr. Alberto Cardoso.

O XXVII Curso Internacionalde Dermatologia Tropical eMeio Ambiente reuniu profes-sores com grande experiênciana área. Entre os palestrantesconvidados estavam o venezue-lano Francisco Gonzalez, alémde mestres brasileiros. Foramobjetos de estudo temas como:O que há de novo: sífilis, can-croide, linfogranuloma inguinale dobovanose, Dermatoses cau-sadas por plantas e animaispeçonhento, Esporotricose/-rinosporidiose e HTLV1. “Todos

os comentários que ouvisobre o curso foram deelogios. Acho que o even-to agradou em cheio atodos”, finaliza o Dr.Alberto Cardoso.

XXVII Curso Internacionalde Dermatologia Tropical

e Meio Ambiente

Os Drs. Sinésio Talhari,René Garrido, FranciscoGonzalez e Alberto Cardoso

Dr. Alberto Cardoso, ao centro, discursa na abertura do evento

Divulgação

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SBDJSBD Ano IX no 416

Serviços Credenciados

Hospital Central do IASERJO Dr. Sérgio Quinete indicou

a Dra. Célia Regina S. C. Car-valho para ocupar o cargo deChefe de Equipe Técnica doServiço Credenciado do Hos-pital do Iaserj. A médica é res-ponsável pela enfermaria e peloperiódico semanal Clube daRevista. “Ela também se desta-ca na revisão e elaboração detrabalhos para os congressos ereuniões ordinárias da Regio-nal RJ", conta o Dr. SérgioQuinete.

Sobre a diretoria da SBDNacional, o médico ressaltou odesempenho da nova gestão.“Com um elaborado plano,foram solicitados cadastra-mento dos membros dosServiços Credenciados. Essamedida, ao meu ver, promovevalorização e maior integraçãodos Serviços”, afirma Dr.Sérgio Quinete.

Ainda de acordo com o Dr.Sérgio Quinete, o trabalho“Telangiectasia HemorrágicaHereditária” da Dra. GabriellaCorrêa Albuquerque, membrode sua equipe, foi selecionadopara concorrer ao “PrêmioCategoria Caso Clínico” do 60ºCongresso da SBD que aconte-ce em setembro, na capitalfederal.

AResolução CFM 1755/04,que estabeleceu a obrigato-riedade da revalidação do

título de especialista, tem provo-cado acirrado debate nos órgãosnormativos e fiscalizadores daMedicina. A Sociedade Brasileirade Dermatologia foi uma das pri-meiras a criar um programa deEducação Médica Continuadapara recertificação do Título deEspecialista da SBD, com normase critérios que permitissem ao seuassociado obter, ao fim de cincoanos, a pontuação que lhe confe-riria um certificado. O objetivoclaro era atualizar seu quadroassociativo, aproximando os espe-cialistas dos conhecimentos quese renovam celeremente na medi-cina e, em particular na nossaespecialidade. Várias sociedadesvinham trilhando estes caminhoscom critérios próprios.

Entretanto, a referida Reso-lução do CFM, por determinar aobrigatoriedade, foi entendidacomo não asseguradora de direi-tos adquiridos e tem sido alvo decríticas, menos pelo seu espírito emais pela forma, segundo mui-

Ética em questão * José Ramon Varela Blanco

tos, precipitada, de lançamento.Em recente reunião dos Con-selhos, em Natal, foram elenca-das várias inconformidades. Háespecialistas que obtêm seu títuloatravés do Programa Nacional deResidência Médica, que é regidopor lei específica. Esses títulospodem ser registrados nosConselhos, não havendo comoobrigar tais profissionais a per-tencerem aos quadros de umasociedade de especialidade. Comore-certificar estes casos, além dosperitos judiciais, de órgãos muni-cipais, estaduais e federais? E osmédicos militares? Como explicaras Universidades fora desta ques-tão? Em algumas especialidadeshá barreiras econômicas impe-dindo o alcance de pontuaçãonecessária, o que não é desejável.

O fato é que a questão é polê-mica e merecerá debate maisamplo em reunião plenária doCFM a ser realizada após onosso Congresso, em Brasília, apartir de 14 de setembro de2005. O que se espera é umaperfeiçoamento da Resolução,no sentido de que o objetivo degrande valor para a SociedadeCivil, a qualificação profissional,não se esvazie por improprieda-des no seu conteúdo e forma.

* Comissão de Ética e DefesaProfissional

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Regionais

ARegional Paraíba en-campou uma luta juntocom o Conselho Regio-

nal de Medicina, a AssociaçãoMédica Brasileira e a Asso-ciação dos Médicos para discu-tir com a Prefeitura de JoãoPessoa e com a Secretaria doMeio Ambiente do Estado asconseqüências da RDC306/04 da Anvisa, que tratasobre resíduos produzidospelos serviços de saúde noestado. Segundo o Presidenteda Regional, Dr. Otávio Lopes,logo que expirou o prazo deadaptação, o serviço de reco-lhimento de lixo da prefeiturafoi substituído por uma empre-sa particular. São cobradastaxas são anuais, sendo o valorda taxa para a coleta de resí-duo R$ 900,00, a licençaambiental R$ 250,00 e o licen-ciamento sanitário R$ 150,00.“As taxas criadas por causadessa Resolução vão causarum impacto profundo na vidada maioria dos médicos parai-banos”, afirma o médico.

Para o Dr. Otávio Lopes, amedida é exagerada porque osmédicos atuam de forma res-ponsável com a coletividade,uma premissa defendida portoda a classe. Ele consideraponto pacífico o dever de

segregar e acondicionar o lixodentro dos consultórios, po-rém a retirada deve ser umaatribuição do poder público.“Acho a exigência da licençaambiental absurda, pois oprincípio que a norteia é o daprecaução. Ora, se nossa ativi-dade é praticada há séculos enão existe relato de contami-nação ambiental por essesresíduos, por que tanta exi-gência? A quem beneficiará anão ser as empresas particula-res de incineração e a própriaprefeitura ?”, diz.

Alguns representantes daclasse já se reuniram algu-mas vezes com os técnicos daVigilância de Saúde Muni-cipal e da Superintendênciade Administração do MeioAmbiente com vistas na revi-são da norma. Recentemente,as entidades médicas envia-ram um documento paraanálise na Câmara Municipale na Assembléia Legislativa.

- Deixo um alerta aos cole-gas e dirigentes da SBD queatentem para as resoluçõesesdrúxulas. Protestemos dian-te das extorsões que nos sãoimpostas, pois só com luta noslivramos dos que usam nossaforça de trabalho para enri-quecer.

Dermatologistas paraibanos em defesa do bolso

Escola Paulista de Medicinada Universidade Federal deSão Paulo

Os professores Osmar Rotta eSilmara Cestari, respectivamen-te, assumiram os cargos de Chefee Vice-chefe do Departamento deDermatologia da Escola Paulistade Medicina da UniversidadeFederal de São Paulo, no dia 1ºde julho de 2005.

Serviço de Dermatologia daUniversidade de Taubaté(Unitau)

Fábio Timoner, professor daFaculdade de Medicina do ABC,ministrará o workshop prático“Bloqueios anestésicos loco-regio-nais em cirurgia dermatológica”,durante a reunião científica queacontece dia 27 de agosto, naUnitau. Segundo o chefe doServiço, Dr. Samuel Mandel-baum, será uma aula teórica comcirurgias dermatológicas práticasna face, no couro cabeludo e namão, sob anestesia loco-regional.O curso é exclusivo para sóciosefetivos da SBD, com vagas limi-tadas. As informações podem serobtidas através do telefone (12)3625-7533.

Serviço de Dermatologia doHospital Heliópolis de São Paulo

De acordo com o chefe JacobLevites, a equipe do Serviço doHospital Heliópolis de São Pauloministrará cursos durante a 10ªReunião Anual dos Derma-tologistas do Estado de SãoPaulo, programada para o perío-do de 24 a 26 de novembro, noThe Royal Plaza, em Campinas(SP). O professor Levites abordaráo tema “Luz Intensa Pulsada deAlta Energia e Laser”; já as douto-ras Luciana de M. Lourenço eFabiana A. de A. Camargo vãofalar sobre “Preenchedores”, e oDr. Domingos Jordão Neto sobre“Toxina Botulínica Face Total”.Os interessados em informaçõespodem ligar para os telefones(011) 5573-8735/5573-5528/5083-3491.

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SBDJSBD Ano IX no 418

Na avaliação da presidente daRegional Rio Grande do Norte,Ládia Betânia Cavalcante, aJornada Norteriograndense deDermatologia (Dermanatal), queaconteceu no período de 4 a 6 deagosto, foi um misto de aprendi-zagem e confraternização. “Comum número de participantesexpressivo, teve palestras dealtíssimo nível, muito elogiadas.O que para mim não foi surpre-sa, tendo em vista a qualificaçãodos palestrantes convidados”,fala a médica.

Diversos assuntos foramtratados no evento, desde

Durante o mês de junhomilhões de nordestinos co-memoram a festa de SãoJoão. Pequenas ou grandio-sas todas têm uma única fór-mula: quadrilhas, forró, balões, bandeirolas, fogueiras, brincadeirase guloseimas à base de milho. A Regional Pernambuco realizou paraos associados um arraial beneficente, no dia 18 de junho, em Aldeia,área rural próxima a Recife. O divertimento teve também o objetivode arrecadar alimentos não perecíveis para distribuir entre as víti-mas das enchentes que danificaram várias cidades do interior dePernambuco. “Grande parte dos dermatologistas pernambucanos eseus familiares participaram. Foram arrecadados 70 kg de alimen-tos”, conta a presidente da regional Dra. Aldejane Gurgel.

Pernambuco

temas ligados à saúde públicacomo hanseníase e DST, atéatopia, desordens pigmentares,câncer cutâneo, laser, cosmia-tria e ética médica. A maratonacientífica contou com a partici-pação de 17 palestrantes, denteeles, estava o presidente daSBD, Dr. Sinésio Talhari. “Con-tamos com o grande apoio daindústria farmacêutica e de far-mácias de manipulação queacreditaram no evento”, afirmaa Dra. Ládia Cavalcante.

Ainda de acordo com a pre-sidente, houve também a ceri-mônia de reinauguração do

Dermatologistas dançam quadrilha

Festa da DermatologiaSolidária

Segundo a Dra. AldejaneGurgel, a tradicional festajunina, com fortes raízes noNordeste, teve origem naEuropa antiga. Era umacomemoração que aconteciadurante o solstício de verão –o dia mais curto com noitemais longa do ano – para fes-tejar o início da colheita.Nessas festas eram oferecidas

comidas, bebidas e animaisao deus Juno da fertilidade,além da fogueira para espan-tar os maus espíritos e asdanças características daépoca. Com a difusão do cato-licismo, os festejos se trans-formaram e acabaram home-nageando os santos que nas-ceram no mesmo período daantiga festa.

Rio Grande do Norte

Serviço de Dermatologia doHospital Universitário OnofreLopes, sob a chefia de Dr. PedroBezerra Trindade Neto, quepassou por reformas com osrecursos obtidos com a realiza-ção do 59° Congresso da SBD.

Pará

VI Jornada Paraensede Dermatologia

Foram três dias de estu-dos sobre avanços, tratamen-tos e novidades na área deDermatologia, durante aXXIV Jornada Norte-Nordes-te de Dermatologia e VI Jor-nada Paraense de Derma-tologia que aconteceu emmaio, em Belém do Pará.

Segundo a Dra. RossanaVeiga, presidente da jornada,o evento cumpriu seu papel.“Possibilitou a troca de expe-riências entre profissionais,proporcionando a atualiza-ção na área”, afirma a médi-ca. Além das aulas, foi profe-rida a conferência “É possíveleliminar a hanseníase” pelovice-presidente da SBD, Dr.Gerson Penna. Durante aXXIV Jornada Norte Nordestede Dermatologia foram reali-zados quatro simpósios, doisfóruns e três conferências.

Da dir para esq: doutoras AndréaBezerra, Mª do Carmo Queiroz, Virgínia

Cabral e Ládia Fernandes

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Minas Gerais

A RegionalAlagoas pro-move a IIIJ o r n a d aAlagoana deDermatologiae a V JornadaAlagoana de DermatologiaPediátrica, nos dias 28 e 29de outubro, no hotel Meliá,em Maceió. De acordo com apresidente, Dra. ElenizeCampos da Silva, a progra-mação abrange temas diver-sos da dermatologia clínica,cirúrgica e pediátrica, comênfase em atualização tera-pêutica. Os interessados de-vem entrar em contato comSâmia, pelos telefones (82)3338-7959 e (82) 9306-4933.

“O dia 5 de junho virou ummarco na história recente daRegional São Paulo da SBD”,afirma a presidente da Resp,Dra. Denise Steiner. Nessadata aconteceu o “1º Mutirãode Consultas Dermatológicas”,com o objetivo de diminuir ademanda de atendimentosdermatológicos dos hospitaisda Prefeitura de São Paulo. Aotodo, 122 médicos voluntáriosatenderam 7.186 pessoas, nos15 postos distribuídos emvários pontos da capital pau-lista. Os pacientes que preci-saram de tratamentos assisti-dos foram encaminhados paraos hospitais da rede pública.

O prefeito de São Paulo,José Serra, esteve no ambu-

latório do Hospital MaurícioPatê, na Penha, zona leste deSão Paulo. “O sistema normalde atendimentos não conse-gue eliminar as filas. Daí aimportância desse mutirão”,afirma Serra. Ele tambémelogiou a estruturação doevento. A iniciativa teve oapoio das Secretarias Muni-cipal e Estadual de Saúde deSão Paulo.

A repercussão da “Cam-panha de Valorização do Der-matologista”, promovida pelaRegional Minas Gerais, foi tantaque chamou a atenção até dosvereadores de Belo Horizonte.Preocupados com o atendimen-to da população por pessoas eestabelecimentos desqualifica-dos na área de cosmiatria, deci-diram discutir o assunto emplenário.

De acordo com a presidenteregional, Dra. Maria Silvia La-borne, foi realizada uma au-diência pública, no dia 13 dejunho, no Auditório da Câmarados Vereadores, com a partici-pação da Diretoria e de associa-dos da Regional, da Agência deVigilância Sanitária e, ainda, derepresentantes do Sindicato e

São PauloAlagoas

do Conselho Regional do Estadopara discutir normas de contro-le das clínicas de estética.

O objetivo é elaborar umaregulamentação municipal parao funcionamento desses estabe-lecimentos. “A iniciativa da Câ-mara Municipal de Belo Hori-

zonte, por si só, justifica a rea-lização da Campanha e gratificaa diretoria da SBD-MG”, afirmaa Dra. Maria Silvia Laborne.Ainda segundo a médica, aregional adotou nova logomar-ca, além de lançar o site:www.sbdmg.org.br.

Da esq. para dir.: Dr. Luiz RobertoBarradas, Secretário Estadual deSaúde; Dra Denise Steiner, presidenteda Resp; Maria Cristina Cury,Secretária Municipal de Saúde e JoséSerra, prefeito de São Paulo

Um dia de solidariedade

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SBDJSBD Ano VIII no20 JSBD Ano IX no 42 0

JSBD – A senhora odiavadermatologia, em que mo-mento se apaixonou pelaespecialidade?

Profa. Neuza – Quando che-guei em São Paulo para cursarClínica Médica no rodízio deDermatologia. Passei a convivercom o Prof. Sebastião Sampaio.Ficamos amigos e ele convidou-me para ficar na Dermatologiacuidando de pacientes comParacoccidioiodomicose. Quan-do terminei a Residência Médi-ca, fiquei ainda como estagiariado H.C. Foi assim que me apai-xonei pela dermatologia e resol-vi investir nessa especialidade.

JSBD - Por que decidiu tro-car São Paulo por Botucatu?

Profa. Neuza - Fui convida-da pelo Dr. Álvaro Oscar Cam-pana para montar a Der-matologia em Botucatu. Con-versei com o responsável naépoca, o Prof. Raymundo Mar-tins Castro que incentivou a

minha vinda para cá. Tive o avaldo Prof. Sampaio que me libe-rou por dois anos. Após esteperíodo deveria voltar para o HCda USP. Só que me envolvi tantocom a organização da dermato-logia na Unesp que lá permane-ço até hoje.

JSBD – Em 1967, para exi-gir do governo aparelhamentodo hospital da Funesp, os alu-nos resolveram fazer a "ope-ração andarilho", em marchaaté São Paulo. Lá ficaramacampados no Ibirapuera du-rante três meses. A sra. con-sidera que os jovens de hojesejam tão determinados?

Profa. Neuza - Quando che-guei em Botucatu o prédio doHospital das Clínicas estavavazio, não tinha nenhum leito ouequipamento. As aulas eramministradas na Santa Casa deMisericórdia. Trouxe comigo umacaixa de material cirúrgico e umade slides, ambas cedidas peloProf. Sampaio, único material

utilizado nas aulas. Na OperaçãoAndarilho, eu também participeidela, permaneci no acampamen-to doando alimentos e ajudandono preparo das refeições. Os Der-matologistas de hoje, de modogeral, não reivindicam por me-lhorias na área. Infelizmente, elesestão determinados somente aganhar dinheiro.

JSBD – Na Funesp, logodecidiu separar a clínica mé-dica da dermatologia. Aindahoje, o Serviço que fundou éum exemplo, com 16 leitos,com mais de 20 mil pessoasatendidas. Qual a importânciade ter um setor dirigido para adermatologia?

Profa. Neuza - Um maiornúmero de leitos aumenta ademanda de doentes. Con-seqüentemente, se faz necessá-rio contratar novos docentes,pois, sem eles não há aprendi-zado dermatológico. O pacienteinternado impõe outros desa-fios, exige mais.

Temos a honra de brindara coluna com uma entrevis-tada muito especial: a pro-fessora Neuza Dillon, pri-meira Professora Titular emDermatologia do País e asegunda do mundo. Nascidaem 6 de junho de 1929, nacidade de Belém (PA), formou-se naFaculdade de Medicina e Cirurgia daUniversidade do Pará, em 1957. Fezresidência inicialmente em ClínicaMédica e, posteriormente, decidiu seespecializar em dermatologia na

Faculdade de Medicina daUSP. Em 1967, passou aresponder pelo Serviço deDermatologia da, então,Faculdade de CiênciasMédicas e Biológicas deBotucatu. Em 1974, pres-tou concurso para Professor

Livre Docente na Escola Paulista deMedicina e, no ano seguinte paraProfessor Titular na Faculdade deMedicina de Botucatu (Unesp). NaSBD, em 1977, foi vice-presidente daRegional São Paulo.

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Expressões da Dermatologia Profa. Neuza Dillon