Jornal da SBD - Nº 4 Julho / Agosto 2013

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Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 1

Diretoria 2013/2014

Presidente Denise Steiner

Vice-presidente Gabriel Gontijo

Secretária-geral Leandra D’Orsi Metsavaht

Primeira secretária Flávia Addor

Segundo secretário Paulo R. Cunha

Tesoureira Leninha Valério do Nascimento

Jornal da SBDEsta é uma publicação da Sociedade Brasileira deDermatologia dirigida a seus associados e órgãos deimprensa.

Publicação bimestralAno 17 - n.4 - julho - agosto - 2013

Coordenadores médicos do Jornal da SBDOmar LupiAldo Toschi

Conselho editorial Denise SteinerGabriel GontijoLeandra D’Orsi MetsavahtFlávia AddorPaulo R. Cunha Leninha Valério do Nascimento

Jornalista responsável Erika Drumond - Reg. MT n. 31.383

Redação e edição Erika Drumond

Editoração eletrônica Nazareno Nogueira de Souza

Contato publicitário Priscila Rudge Simões

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou serviços anunciados, sendo as propagan-das de responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e os textos assinados são de inteira responsa-bilidade de seus autores.

Correspondência para a redação do Jornal da SBDAv. Rio Branco, 39/17o andar Centro - Rio de Janeiro – RJ CEP: 20090-003E-mail: [email protected]

Impressão: Sol Gráfi ca

Sociedade Brasileira de DermatologiaAfi liada à Associação Médica Brasileirawww.sbd.org.br

20. Capa: Dermatologistas temem a manutenção de vetos ao Ato Médico

12 Dermatologia no esporte: Dermatoses excludentes nas competições esportivas

36 Povo hospitaleiro espera mostrar tudo o que só Recife tem

2 Carta do Editor3 Palavra da Presidente4 Ouvidoria6 Grape – SBD8 Preste seu Depoimento10 Defesa Profi ssional14 Biblioteca15 I Simpósio Latino-Americano de Cirurgia de Mohs18 6o Simpósio de Cosmiatria e Laser

Sumário

26 Vitiligo: onde estamos e para onde vamos? 29 Projeto Novo Associado 32 Tecnologia e Medicina39 Analogias em Medicina40 Destinos44 Luto na dermatologia brasileira46 Regionais49 Serviços Credenciados52 Departamentos

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2 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4 Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 3

Palavra da Presidente

Prezados associados,

Nós, dermatologistas, como todos os

médicos brasileiros, estamos atônitos com

a situação atual da saúde em nosso país.

Sabemos os sacrifícios que o médico pas-

sa para obter seu diploma. Sua dedicação

é traduzida por inúmeras noites em claro,

pelo afastamento da família e dos amigos,

além da afl ição ao tratar de pessoas do-

entes sem contar com infraestrutura ade-

quada. Apesar de tudo isso, injustamente,

somos colocados como “culpados” de to-

das as mazelas relacionadas à assistência à

saúde. Vemos com temor e indignação um

governo vetar a Lei do Ato Médico após 12

anos de discussões e de muito trabalho. Es-

ses acontecimentos evidenciam as graves

distorções políticas do governo brasileiro.

Nesse cenário, a Sociedade Brasileira de

Dermatologia (SBD) vem sendo bastante

participativa nos desdobramentos desses

impasses que ganham novos contornos a

cada dia. Aprofundamos o relacionamento

com as entidades médicas, como o Conse-

lho Federal de Medicina (CFM), a Associa-

ção Médica Brasileira (AMB), a Federação

Nacional dos Médicos (Fenam), entre ou-

tras, e temos sido relevantes nas discussões

desses grandes temas.

A Diretoria da SBD elaborou um docu-

mento no qual além de colocar os vetos, com

as razões da presidente Dilma para fazê-los,

apontou os principais motivos pelos quais

somos contra. Nesse texto, é enfatizado o

risco que a população corre com a manu-

tenção dos vetos. Riscos elencados em um

dossiê completo sobre complicações de pro-

cedimentos realizados por não médicos. O

documento foi entregue a deputados e sena-

dores, que fi caram bastante sensibilizados.

Infelizmente, apesar do empenho dos

médicos, o Congresso manteve os vetos da

presidente. Vale lembrar que a lei que regu-

lamenta cada profi ssão norteará as ativida-

des permitidas nas várias áreas de saúde.

Agradecemos a todos os associados da SBD

que contribuíram e os conclamamos à luta,

que continua. Luta por um país melhor, mais

cidadão e justo. ■

Denise Steiner

Presidente da Sociedade

Brasileira de

Dermatologia (SBD)

(2013/2014)

União e ação

Carta do Editor

Jovem Dermatologista

Bolsa Fide 2013

A SBD anunciará no dia 16 de setembro o resultado da bolsa Fide (Foun-dation for Internacional Dermatological Education). Os dois dermatolo-gistas vencedores participarão do Meeting da Academia Americana de

Dermatologia em 2014, em Denver, Colorado (EUA). Os pré-requisitos para a candidatura foram, entre eles, ter concluído a residência ou especialização mé-dica há menos de três anos; ter fl uência em inglês; ter sido aprovado no TED; e apresentar trabalhos publicados. Os ganhadores serão informados por e-mail. ■

Tempos marcantes

Omar Lupi

Editor médico

do Jornal da SBD

Escrevo este editorial com sentimentos mistos. Fico feliz em ver o grande desenvolvimento da dermatolo-gia brasileira, a inserção do projeto Grape na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) recém-realizada no Rio de Janeiro, a mobilização nacional dos dermatologistas nos assuntos de defesa profi ssional (Lei do Ato Médi-co, Projeto Mais Médicos etc.) e tantos outros proces-sos científi cos e políticos que transformam a SBD na digna representante de nossa especialidade e de cada dermatologista brasileiro. O perfi l aguerrido e articula-do de nossa atual gestão, com destaque para a atuação fi rme e decidida de nossa presidente, Denise Steiner, e de nosso vice-presidente, Gabriel Gontijo, nos dão a tranquilidade de que tudo que pode humanamente ser feito em prol da dermatologia está efetivamente sendo realizado.

Por outro lado, nos enchemos de tristeza com a par-tida de nosso querido Prof. Azulay. Ele foi um ícone da dermatologia brasileira e mundial, que marcou época com seu entusiasmo, inteligência e inspiração, e que deixou nosso convívio exatamente no Dia dos Pais. Sou da geração de dermatologistas cariocas que ao ouvir que “o professor havia chegado” imediatamente pro-

curava a fi gura de Rubem David Azulay. Fui seu alu-no, trabalhei com ele na Santa Casa do Rio de Janeiro (hoje Instituto Prof. Azulay) por mais de uma década, e posso atestar seu caráter ilibado, amor pela derma-tologia e enorme coração. Há alguns anos presidi, com muita satisfação, uma edição do congresso de seus ex-alunos, realizado anualmente, e, na época, encerrei o congresso comentando que era uma honra desempe-nhar essa função em homenagem àquele que é o maior de todos nós dermatologistas.

Ex-presidente da SBD por duas vezes, presidiu o Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia (Ci-lad) e Academia Nacional de Medicina (ANM). Pro-fessor titular e emérito de diversas universidades, seu currículo ímpar pode ser mais apreciado na matéria especial deste número feita em sua homenagem. Po-demos defi nir o Prof. Azulay por muitos verbos, como atuar, defender, propor e se posicionar. A ele, porém, não se aplicavam outros tantos, como recuar, desistir ou vacilar. A dermatologia fi ca mais pobre com a sua partida, a medicina brasileira um pouco mais triste com a sua ausência, e nossas vidas um pouco mais frágeis sem sua inspiração. ■

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4 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

Prezados colegas dermatologistas,

A Ouvidoria da SBD continua sendo intensamente de-mandada como porta de entrada dos anseios dos associa-dos. As questões estão sendo encaminhadas à Diretoria de forma sistemática, sendo acolhidas nos programas em an-damento ou com alguma providência extraordinária que se faça necessária. Descrevo a seguir algumas ações realizadas pela Diretoria e que foram temas encaminhados à Ouvidoria.

O cenário médico no Brasil está em ebulição com os des-dobramentos dos vetos à lei do Ato Médico. Esse é um dos temas que dominaram as manifestações dos dermatologistas que, indignados com a postura do governo, foram para as ruas e fi zeram sua voz ser ouvida em diversos fóruns Brasil afora.

A SBD manifestou-se não só repudiando os vetos e apoiando as entidades de representação da classe médica como o CFM, a AMB, ANMR e a Fenam, mas também ela-borando um dossiê com análise dos dispositivos vetados, as razões dos vetos, as razões fundamentadas e circunstancia-das para suspendê-los, com ênfase nos riscos à saúde da po-pulação com a manutenção dos mesmos. Esse documento foi entregue pela presidente e vice-presidente da SBD à Co-missão Mista de Parlamentares.

Outro tema que motivou intensa comunicação dos as-sociados com a Ouvidoria foi a realização do exame para a obtenção do Título de Especialista em Dermatologia (TED). Houve várias denúncias nas semanas e nos dias que ante-cederam a realização do Exame sobre falta de perfi l de acei-tabilidade de inscrições. Foi realizada uma análise crítica de todo o processo, e a Comissão do Título de Especialista já está trabalhando nas normas que irão vigorar para o TED em 2014. Entre as sugestões em estudo estão: análise de currículo e prova prática oral, com banca examinadora. Com essa ação a Diretoria da SBD amplia as garantias de qualifi cação mínima adequada para os postulantes ao TED e investe na valorização do dermatologista como profi ssional capacitado e atualizado.

Nessa mesma direção, a SBD realizou ampla pesqui-sa com os Serviços Credenciados de todo o Brasil a fi m de identifi car lacunas e necessidades de apoio para melhorias necessárias e que venham aprimorar a formação dos resi-dentes em dermatologia. Outra pesquisa, essa com os asso-ciados, está identifi cando as aspirações e insatisfações para direcionamento dos esforços da Sociedade.

Todos os associados estão sendo chamados a informar seu Registro de Qualifi cação de Especialista (RQE) para in-clusão em nosso portal. Não deixe de atualizar seu cadastro. Essa atuação vem ocorrendo de forma rotineira e teve mani-festações signifi cativas dos associados.

A relação do médico com os profi ssionais da área de saúde também mereceu a atenção dos dermatologistas, demandando ação e posicionamento da SBD, que está atu-ando de forma intensa e em parceria com as demais en-tidades médicas para fortalecer o posicionamento comum da classe.

Não menos importante, mas talvez um pouco pitores-ca, foi a necessidade de manifestação da Diretoria da SBD contra a Rede Globo de Televisão na defesa da imagem do dermatologista contra estereótipos criados na novela das nove. As personagens construídas não representam a fi gura do especialista em dermatologia com nível de admissão nos quadros da SBD, que desenvolve um programa de educação médica continuada capaz de garantir elevado grau de conhe-cimento técnico aliado ao padrão ético e profi ssional, ignora-dos pela emissora em seu folhetim. Em boa hora a Diretoria da SBD formalizou carta de repúdio, registrando o protesto da classe.

Outro tema importante é a questão da venda de equipa-mentos sem registro na Anvisa. Houve denúncia contra uma empresa de laser que teve proibida a venda de seus equipa-mentos por falta de registro. A SBD posicionou-se divulgan-do alertas e elaborou uma lista dos aparelhos comercializa-dos no Brasil, com seus respectivos registros na Anvisa, para divulgação no site da SBD.

As pressões por soluções instantâneas continuam exis-tindo, e essa cobrança não pode ser atendida com tanta presteza, já que a análise e as precauções devidas nas res-postas demandam tempo, que não é concedido por alguns. O balanço, no entanto, é positivo, e essa comunicação viva e instantânea gera direcionadores para a atuação da entida-de que representa os dermatologistas e que está atuando fi rmemente em sua defesa e no atendimento dos anseios e manifestações.

Um grande abraço para todos. ■

Maria Helena Sandoval Ouvidora da SBD CRM 3238/ES

RQE 1752 Vice-Presidente da SBD-ESOuvidoria

Ativos que direcionam e mantém a água no foco da necessidade1

Repõe ceramidas e seus principais

precursores (Ômegas)

Estimula a matriz lipídica da epiderme1

Aumenta a expressão de Aquaporinas na pele1

AQUAPORINAS

de transporte de água

Hidratação inteligentealém da barreira cutânea

Resultados clínicos comprovados

de 2 anos

intensa e imediata1

24 horas1

Toque aveludado1

Sem fragrância,

Aumento de água

38%

Reduçãoda perda de água

6%

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Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 7

Educação em Saúde

Grape-SBD de Hanseníase (SP) orienta jovens sobre a doença na JMJ, no Rio

Milhares de jovens brasileiros e estrangeiros ti-veram a oportunidade de conhecer o trabalho realizado pelo Grape-SBD Hanseníase de São

Paulo, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Com o apoio do arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Ora-ni Tempesta, o projeto participou por meio de estande próprio, localizado na Igreja de São Francisco da Peni-tência, da OFS, Centro do Rio de Janeiro, nos dias 23, 25 e 26 de julho. O objetivo de conscientizar o público, principalmente jovens e crianças, sobre a hanseníase e fornecer informações corretas para que o mito criado pela doença tenha fi m foi atingido com êxito. “Foi uma ótima oportunidade para divulgar os sinais e sintomas básicos da doença e seu tratamento, e também de di-vulgar nossa Sociedade Brasileira de Dermatologia”, declarou Vania Manso, coordenadora do Grape-SBD Hanseníase SP ao lado de Dilhermando Calil.

As pessoas que passaram no estande receberam um kit contendo pasta da SBD, jogos em CD e de me-mória sobre hanseníase, bloco de anotações, caneta e folders, e pararam no espaço multimídia para assistir

Para Vania Manso, a experiência ajudou a expandir o nome da SBDMuitos peregrinos viram o vídeo que abordou os sintomas e tra-tameto da doença

SBD é a primeira entidade médica a participar de um evento religioso mundial

a vídeos educativos com headset – para dar acessibi-lidade aos peregrinos que apresentavam difi culdades visuais, cognitivas ou de compreensão do idioma bra-sileiro. Havia ainda cartazes com informações sobre os sintomas e tratamento da hanseníase e também rodas e grupos de debates sobre temas pertinentes à juven-tude. “Além da SBD, agradecemos a parceria da Funda-ção Paulista Contra Hanseníase, Programa de Controle da Hanseníase de São Paulo – CVE/CCD-SP, Suvis Vila Mariana/Jabaquara-SP e Projeto Franciscanos pela Eli-minação da Hanseníase (Sefras) na elaboração do ma-terial educativo para que pudéssemos fazer parte da programação da JMJ”, acrescentou.

Essa foi a primeira participação da SBD em um evento religioso mundial com a presença do papa. “Fomos a única entidade médica e da saúde em geral a participar; conseguimos abordar uma doença mile-nar e atual, interagir com os jovens e muitas autorida-des religiosas e políticas. Mesmo que anonimamente, tivemos a participação de pacientes e seus familiares, que nos disseram como é o seu dia a dia, ajudando

A dermatologista Vânia Manso mostra vídeo a uma jovem

no que seria mais importante contar às pessoas”, in-forma a coordenadora, acrescentando que a iniciativa rendeu elogios do secretário do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, que solicitou contato futuro do Grape Hanseníase com ele.

Para ver mais fotos do evento acesse a página do Grape SBD Hanseníase no Facebook: www.facebook.com/grapesbdhanseniase. ■

6 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

Dom Orani Tempesta durante a JMJ

Jovens de diversos países passaram pelo estande do Grape, na Igreja São Francisco da Penitência

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Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 98 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

Preste seu Depoimento

É evidente o crescimento exponencial do segmento da cosmiatria nos últimos anos e, a ele aliado, da necessi-dade de profi ssionais bem preparados e que se man-tenham atualizados com as crescentes inovações que ocorrem no setor. Existe uma orientação dos órgãos que regulam as especialidades médicas nessa área, tais como a dermatologia, para preparar adequadamente o profi ssional fornecendo embasamento teórico e expe-riência prática.

Dessa forma, foram criados ambulatórios especia-lizados de cosmiatria no contexto dos programas de ensino de pós-graduação em dermatologia com o obje-tivo de oferecer ao profi ssional conhecimento necessá-rio para avaliar e escolher tecnologias e procedimentos que tenham efi cácia, mostrando resultados e possíveis complicações dos procedimentos propostos. Também visam apresentar a legislação regente, indicando ao dermatologista o caminho seguro para exercer essa ati-vidade profi ssional com ética, qualidade, credibilidade e responsabilidade.

Conduzir todos esses preceitos constitui desafi o,

tendo em vista que se trata de modalidade de ensino de alto custo e reduzida prioridade no âmbito público. Entre os principais custos podemos citar: aquisição da toxina botulínica, preenchedores, volumizadores, equi-pamentos de laser, luz e LED, além da documentação fotográfi ca e sistema de computação para armazena-mento de dados.

Em nossa experiência à frente do Serviço de Der-matologia do Hospital das Clínicas da Universidade Fe-deral de Pernambuco (UFPE), no Nordeste do Brasil, in-troduzir essa nova atividade consistiu em desafi o que, aos poucos, estamos vencendo. No entanto, devido à amplitude de procedimentos, equipamentos e diversi-dade de materiais, ainda temos muito a conquistar.

Iniciamos nossas atividades nessa área em 2007, constando apenas de tratamentos clínicos para reju-venescimento, melasma e acne. O primeiro procedi-mento introduzido foi o peeling químico com materiais fornecidos pelas farmácias de manipulação, seguido de toxina botulínica e preenchimentos, que eram realiza-dos esporadicamente quando havia doações da indús-tria farmacêutica.

Há dois anos conseguimos uma parceria entre a SBD Nacional e uma indústria específi ca para o fornecimento de duas remessas ao ano de toxina botulínica e preen-chedores, o que tem otimizado o ensino e o aprendizado nesse seguimento da dermatologia. O laser foi introduzi-do inicialmente em clínica particular de dermatologia, e, em seguida, deu-se início a uma parceria com a iniciativa privada e o Hospital das Clínicas com o fornecimento de três equipamentos durante o ano.

Apresenta-se a seguir breve relato do que conse-guimos realizar neste último ano de treinamento em um ambulatório, com quatro horas de funcionamento semanal e equipe composta por um preceptor e quatro residentes de dermatologia.

Foram tratados 89 pacientes, sendo 70 mulheres e 19 homens, com idades variando entre de 20 e 71 anos, a maioria (49 pacientes) entre 30 e 60 anos. O fototipo

Fátima Brito (PE)Professora adjunta da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)Responsável pelo ambulatório de cosmiatria do Serviço de Dermatologia da UFPE

Nesta coluna o associado poderá manifestar de forma ética e responsável suas sugestões, insatisfações e experiências com a indústria, na compra de insumos ou equipamentos. Participe!

predominante foi o III (43 pacientes), nos quais foram realizados 170 procedimentos estéticos: tratamento com laser (45), toxina botulínica (40), peelings (34), preenchimentos (32) e outros (19) como infi ltração in-tralesional, microagulhamento e Cross.

O laser foi indicado para as seguintes condições: rejuvenescimento ablativo da pele; tratamento de cica-trizes de acne e estrias; tratamento de lesões pigmen-tares e remoção de pelos (hirsutismo, pseudofoliculite e hidrosadenite). Os equipamentos para tratamento com luz e laser foram os seguintes: Laser de CO

2 fra-

cionado – Acupulse, Light sheer Duet e Starlux.Realizamos 40 tratamentos com a toxina botulínica,

sendo 39 com a fi nalidade de relaxamento muscular, e um para tratamento de hiperidrose. As marcas utiliza-das foram Botox (33) e Dysport (sete). Os peelings fo-ram indicados para cicatriz de acne, rejuvenescimento, melasma e rosácea. Os principais agentes utilizados fo-ram os ácidos retinoico, salicílico, jessner, ATA e essas substâncias combinadas. Realizamos 32 tratamentos com preenchedores, sendo 16 com fi nalidade de reju-venescimento facial, dez para cicatriz de acne e seis para volumização facial. As marcas utilizadas foram as seguintes: Metacril (dez), Juvederm (sete), Restylane (sete), Perfecta (quatro), Radiesse (dois) e sem infor-mação (dois).

Foram produzidos três trabalhos científi cos do tipo relato e série de casos, apresentados em congresso, com os seguintes temas: bioestimulação capilar com LED, complicação e conduta em injeção com colágeno bovino e estudo comparativo entre os hand piece HS e ST em depilação de axila.

Diante disso, pode-se concluir: evidente melhoria do ambulatório de cosmiatria da Dermatologia/UFPE ao longo dos últimos cinco anos, apesar das limitações de materiais, substâncias e equipamentos; tendo em vista a necessidade do treinamento dos médicos re-sidentes em dermatologia na área de cosmiatria, todo esforço seria desejável por parte das instituições envol-vidas em promover subsídios necessários em prol do ensino e da pesquisa nessa área; observamos prática limitada quando levamos em consideração a diversida-de de substâncias e equipamentos disponíveis para as especialidades voltadas para a atuação com tratamen-tos estéticos; a importância do estímulo da realização e publicação de trabalhos científi cos com modelos de estudo de maior credibilidade científi ca e sem confl itos de interesses.

Enfi m, podemos observar que existem limitações no ensino e pesquisa na área de cosmiatria em um serviço público do Nordeste do Brasil consistindo em grande desafi o, e compete a todos nós, comprometi-dos com qualidade, ética e responsabilidade, desven-dar suas difi culdades. ■

Internacional

Oobjetivo desta seção é dar voz ao associado para que ele possa compartilhar suas experiên-cias e sua relação com a indústria farmacêutica.

Neste número, a dermatologista Fátima Brito (PE), res-ponsável pelo setor de Cosmiatria do Serviço da Uni-versidade Federal de Pernambuco (UFPE), conta no ar-tigo a seguir como está sendo a introdução da atividade no Serviço, citando os tratamentos clínicos realizados e equipamentos utilizados ao longo do último ano. Em sua opinião, há limitações no ensino e na pesquisa na área de cosmiatria em alguns serviços públicos no Nor-deste, mas com ética e trabalho, é possível reverter esse quadro.

Ricardo Romitti e Leandro Ourives acompanham as novidades do Summer Meeting da AAD, em Nova York

Muitos associados participaram do Summer Meeting da American Academy of Derma-

tology (AAD), em Nova York, Estados Unidos, de 31 de julho a 4 de agosto. Na foto, estão os dermatologistas Ricardo Romitti (SP) e Leandro Ourives (AM), que aproveitaram para assistir às aulas sobre “Genodermatoses” e “Malasse-zioses”, respectivamente. “Consegui aproveitar bastante o Meeting”, declarou Ricardo. Já Lean-dro, ressaltou que “o encontro foi boa oportuni-dade para atualização”.

Brasileiros participam de eventos internacionais

Omar Lupi junto com a delegação turca durante o III ISA

ISA III – Dermatologistas brasileiros também participaram como palestrantes do III ISA (3rd Munich International Summer Academy of Practical Dermatology), realizado na cidade de Munich, no fi nal de julho. A doutora Carolina Ta-lhari apresentou dados sobre dermatologia tro-pical no Brasil, enquanto Omar Lupi falou sobre dermatoses em ambientes aquáticos. Na mes-ma oportunidade, foi tratado junto à Sociedsde Alemã de Dermatologia a candidatura do Rio de Janeiro para sediar o próximo Congresso Mun-dial de dermatologia, em 2019. ■

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Defesa Profi ssional

22 dermatologistas de todo o Brasil se candidatam a conselheiros dos CRMs

O apoio às entidades de classe que representam a dermatologia brasileira, como os Conselhos Federais de Medicina, tem sido cada vez mais

ressaltado por todas as Diretorias da Sociedade Bra-sileira de Dermatologia (SBD). Apenas com o apoio, a união e a luta de todos os envolvidos será possível que o cenário atual – marcado pela invasão da espe-cialidade – se reverta. Muitos esforços foram despen-didos pela atual Diretoria para que várias chapas que concorrem aos cargos de membros titulares (20) e suplentes (20) dos Conselhos Regionais de Medici-na de todo o Brasil, tivessem dermatologistas afi lia-dos em sua composição. Médicos dermatologistas de 15 Regionais participaram nas eleições realizadas no início de agosto. “É por meio do voto que teremos a oportunidade de escolher quem possa nos represen-tar da melhor forma”, observou a Diretoria por meio de newsletter.

O voto, obrigatório e secreto, foi feito exclusiva-mente por correspondência. Os associados tiveram até o dia 7 de agosto para enviar por correio as cédulas de votação. O mandato dos novos membros eleitos terá início no dia 1o de outubro e duração de cinco anos.

Veja no quadro abaixo os representantes das Regio-nais da SBD que concorreram ao cargo de conselheiro nas chapas dos Conselhos Regionais de Medicina em vários estados:

Para cada CRM serão eleitos 20 conselheiros titulares e 20 suplentes, todos escolhidos por voto direto e secreto

RQE DOS ASSOCIADOS JÁ ESTÁ DISPONÍVEL NO SITE DA SBD

O site da SBD passou a disponibilizar a partir de julho o RQE e a categoria de todos os associados. A alteração é um dos projetos implementados pela atual gestão da SBD e inclui também a reformulação total do portal eletrônico da entidade. Só constará o RQE dos associados que estão no banco de dados re-cebido em abril deste ano, assim como dos associados que enviaram a informação posteriormente.

“É muito importante esclarecer que a transferência do associado contribuinte para afi liado não é automá-tica. Conforme disposto no Estatuto da SBD, o asso-ciado contribuinte deve solicitar a transferência para a categoria de associado afi liado, mediante a compro-vação do registro da especialidade no CRM. Todos os associados que solicitaram já foram transferidos para a categoria de associado afi liado. A Sociedade Brasileira de Dermatologia já fez o levantamento dos associados contribuintes que possuem o RQE, mas que ainda não solicitaram a transferência para a categoria de associa-do afi liado. Além de já ter enviado um comunicado, a SBD entrará em contato com todos eles para que soli-citem a transferência”, reforça a Diretoria. ■

● Regional Amazonas: Sinésio Talhari e

Luis Claudio Dias● Regional Ceará: Renê Diógenes● Regional Distrito Federal: Joyce Pessoa Ferro● Regional Espírito Santo: Leonardo de M. Ferreira e Maria

Helena Sandoval● Regional Goiás: Adriano Anuar● Regional Maranhão: Eduardo Jorge Lago e Ivan Abreu do

Figueiredo ● Regional Mato Grosso: Débora Ormond● Regional Mato Grosso do Sul: Elza Garcia da Silva

● Regional Paraíba: Otávio Sérgio Lopes● Regional Pernambuco: Sílvia da Costa Carvalho● Regional Paraná: Ewalda Von Rosen e Cristina

Maria Aranda● Regional Rio Grande do Norte: Sidney Augusto Costa● Regional Santa Catarina: André Luiz Rosseto● Regional São Paulo: Leontina da C. Margarido,

Mário Cezar Pires e Meire Gonzaga● Regional Tocantins: Gustavo Alpino (chapa 1) e

Alda Cristina Conti (chapa 2)

10 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

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12 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4 Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 13

expostas, devam ser afastados de esportes de contato até resolução do quadro. De modo semelhante às in-fecções por herpes vírus, esquemas profi láticos foram propostos com antifúngicos orais (terbinafi na, intraco-nazol, fl uconazol) em situações especiais.4-6

ESCABIOSE E PEDICULOSE: essas infestações disseminam-se facilmente no contato corpo a corpo, assumindo dimensões ‘epidêmicas’ nas ‘concentrações’. As ma-nifestações pruriginosas podem levar a irritabilidade, com possíveis baixas de concentração e rendimento.7

IMPETIGO: causado por germes estafi lococos e estrep-tococos, é de fácil contágio. Recomenda-se o imediato afastamento do atleta.7

VERRUGA VULGAR E MOLUSCO CONTAGIOSO: em lutas e espor-tes com intenso contato físico, lesões em áreas expos-tas podem ser disseminadas. As verrugas causam in-cômodo para o manuseio de equipamento desportivo, bem como em áreas de pressão, como as plantas. O molusco contagioso nos adultos jovens pode estar re-lacionado com atividade sexual e ser indicador de pro-miscuidade, motivando a pesquisa de outras DSTs.7,8

DOENÇAS EXANTEMÁTICAS: o aspecto difuso facilita o diag-nóstico sindrômico, mas a multiplicidade de infecções e a difi culdade de diferenciação com quadro alérgico podem exigir exames complementares nem sempre disponíveis. Sugere-se a exclusão do atleta até seu completo restabelecimento.7,8

Não é possível aprofundar essas recomendações para cada atividade desportiva. A avaliação médica deve ser norteada pelo bom-senso, entendendo que,

Algumas condições dermatológicas podem ser responsáveis pela exclusão de atletas de com-petições esportivas. O risco inerente de contá-

gio leva, a partir de sua detecção e enquanto apresentar lesões ativas, ao afastamento do indivíduo de esportes coletivos, em especial aqueles em que ocorra contato físico estreito, como as lutas.1

Abordaremos sucintamente as enfermidades de ocorrência mais frequente:

HERPES SIMPLES E HERPES DO GLADIADOR: ambos são causa-dos pelo herpes simplex vírus. No herpes simples, as lesões localizam-se com frequência nos lábios, áreas próximas do rosto, bem como genitália e arredores, por meio de vesículas confl uentes em placa edemaciada, ou não, cicatrizando em dias, com dor e ardência va-riáveis. A apresentação clínica denominada herpes do gladiador caracteriza-se por lesões em áreas menos comuns, como braços e pernas, com vesículas raras ou em arranjos bizarros, ou ainda como placa erosada ou eczematizada, em geral em lutadores e outros atle-tas. Nos esportes de contato, o atleta deverá ser libe-

Dermatologia no esporte

Dermatoses excludentes nas competições esportivas

Por Antônio D’Ácri

Antonio D’ÁcriProfessor adjunto da disciplina de dermatologia naUniversidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) eDoutor em dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

rado somente na fase cicatricial, apenas com crostas e idealmente após resolução completa. Alguns autores têm sugerido o uso profi lático de antivirais (aciclovir, famciclovir e valaciclovir) em lutadores nos períodos de treinamento intensivo.2-4

TINHA DO GLADIADOR: entre as micoses superfi ciais, as dermatofi toses são muito comuns no ser humano, em especial nas virilhas e nos pés. Embora possam preju-dicar o desempenho de atletas nessas localizações, o vestuário difi culta o contágio. O uso da expressão tinha do gladiador decorre do fato de as lesões serem co-mumente encontradas em atletas quase sempre par-ticipantes de luta greco-romana. Ao contrário da apre-sentação típica na pele glabra, como lesões anulares, centrífugas, com bordo róseo e prurido variável, a tinha do gladiador apresenta-se por meio de placas desca-mativas e mal delimitadas, às vezes eczematizadas. Pelo aspecto pouco característico, esses indivíduos podem ser tratados repetidamente com corticoides tó-picos, sem sucesso e eventual agravamento. Tem sido proposto que atletas com lesões por fungos, em áreas

quanto maiores o contato necessário para a prática desportiva e o risco de disseminação do quadro para outros atletas, maior a necessidade de desclassifi cação do acometido. Deve ser enfatizado que a postura não é punitiva, mas visa resguardar a integridade física de uma coletividade.1,4,9 ■

REFERÊNCIAS: 1. Moeller, JL. Contraindications to Athletic Participation: Spinal, 1. Moeller, JL. Contraindications to Athletic Participation: Spinal, Systemic, Dermatologic, Paired-Organ, and Other Issues. The Systemic, Dermatologic, Paired-Organ, and Other Issues. The Physician and Sportsmedicine. 1996; 24 (9). Disponível em: Physician and Sportsmedicine. 1996; 24 (9). Disponível em: www.physsportsmed.com/issues/1996/09_96/moeller.htm www.physsportsmed.com/issues/1996/09_96/moeller.htm2. D’Acri, AM. Herpes do Gladiador. JMEx. 2005; 46(4): 8-9.2. D’Acri, AM. Herpes do Gladiador. JMEx. 2005; 46(4): 8-9.3. Howe, WB. Preventing Infectious Disease in Sports. The 3. Howe, WB. Preventing Infectious Disease in Sports. The Physician and Sportsmedicine. 2003; 31 (2). Disponível em: Physician and Sportsmedicine. 2003; 31 (2). Disponível em: www.physsportsmed.com/issues/2003/0203/howe_pa.htm www.physsportsmed.com/issues/2003/0203/howe_pa.htm 4. Landry GL, Chang CJ. Herpes and Tinea in Wrestling.Managing 4. Landry GL, Chang CJ. Herpes and Tinea in Wrestling.Managing Outbreaks, Knowing When to Disqualify. The Physician and Outbreaks, Knowing When to Disqualify. The Physician and Sportsmedicine. 2004; 32 (10). Disponível em: http://www. Sportsmedicine. 2004; 32 (10). Disponível em: http://www. physsportsmed.com/issues/2004/1004/landry.htm physsportsmed.com/issues/2004/1004/landry.htm5. Adams BB. Tinea corporis gladiatorum: a cross-sectional study. J 5. Adams BB. Tinea corporis gladiatorum: a cross-sectional study. J Am Acad Dermatol 2000;43(6):1039-41. Am Acad Dermatol 2000;43(6):1039-41.6. Adams BB. Tinea corporis gladiatorum. J Am Acad Dermatol 6. Adams BB. Tinea corporis gladiatorum. J Am Acad Dermatol 2002;47 (2):286-90. 2002;47 (2):286-90.7. D’Acri, AM. Dermatoses excludentes de competições esportivas. 7. D’Acri, AM. Dermatoses excludentes de competições esportivas. JMEx. 2007; 51:6-7 JMEx. 2007; 51:6-78. Cyr, PR. Viral Skin Infections. Preventing Outbreaks in Sports 8. Cyr, PR. Viral Skin Infections. Preventing Outbreaks in Sports Settings. The Physician and Sportsmedicine. 2004; 32 Settings. The Physician and Sportsmedicine. 2004; 32 (7):33-8. Disponível em: http://www.physsportsmed.com/ (7):33-8. Disponível em: http://www.physsportsmed.com/ issues/2004/0704/cyr.htm issues/2004/0704/cyr.htm 9. Mitten, MJ. When Is Disqualifi cation From Sports Justifi ed? 9. Mitten, MJ. When Is Disqualifi cation From Sports Justifi ed? Medical Judgment vs Patients’ Rights. The Physician and Sports Medical Judgment vs Patients’ Rights. The Physician and Sports medicine. 1996; 24 (10). Disponível em: www.physsportsmed. medicine. 1996; 24 (10). Disponível em: www.physsportsmed. com/issues/1996/10_96/mitten.htm com/issues/1996/10_96/mitten.htm

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14 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4 Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 15

Biblioteca

D urante o Congresso Brasileiro, os associados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) terão a oportunidade de conhecer alguns fatos marcan-

tes das oito décadas de história da Biblioteca da SBD, contados numa exposição digital e preparada especial-mente para ser exibida no maior evento da especialidade. O trabalho teve a participação da diretora da Biblioteca, Ana Paula Meski, da coordenadora da Biblioteca, Vanessa Zampier, e da bibliotecária Rosalynn Leite. “A Biblioteca da SBD é considerada a maior e mais completa da especia-lidade na América Latina, possui acervo raro, com cerca de 2.500 títulos; trata-se de uma preciosidade que todos os associados devem conhecer e valorizar”, observou Ana Paula Meski.

A viagem no tempo começará com o resgate de seus fundadores e de ilustres dermatologistas que se empenha-ram em tornar a biblioteca um espaço valioso para guardar a memória da dermatologia do país. Na sequência, são exi-bidos achados do acervo raro, como Iconographie des ma-ladies cutanées et syphilitiques (Paris, 1895), doado pela

família Ramos-e-Silva, ou De l’anaphylaxie à l’immunité (Paris, 1921), doado por Fernando Rabello, o primeiro pre-sidente da SBD, em 1912, ambas obras assinadas por seus doadores.

Em outros livros expostos na mostra, o visitante tem opor-tunidade de ler dedicatórias, como em Tratamento scientifi co da lepra pelo oleo de chaulmoogra e seus derivados (estu-do das fl acourtiaceas do Brazil) (1926, Brasil), de autoria de João de Aguiar Pupo e dedicado ao Professor Fernando Terra, bem como de fazer um passeio por gravuras pertencentes a livros do acervo raro, que vão de 1823 a 1886.

Desde sua fundação, em 20 de outubro de 1933, na Clí-nica Dermatológica e Sifi lográfi ca da Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, a biblioteca teve 32 co-ordenadores, sendo Wilson Marques de Abreu (RJ) o que a dirigiu mais vezes: 1948/1949, 1978/1979 e 1980/1981. “A SBD deve ser valorizada como um todo, desde sua fundação até os momentos atuais. É um espaço em que trabalham pessoas que deixam suas marcas ilustres para o crescimen-to de nossa especialidade”, salienta a diretora da Biblioteca, Ana Paula Meski. ■

Biblioteca

Biblioteca da SBD ganhará exposição digital no Congresso de Brasília

Biblioteca

Desde o dia 20 de outubro de 1933, quando foi inaugurada, a biblioteca da SBD passou por grandes transformações e é um dos grandes símbolos da história da dermatologia brasileira

Ana Paula Meski (SP)Diretora de

Biblioteca 2013/2014

No dia 17 de outubro, em São Paulo, especialistas brasileiros e estrangeiros em cirurgia micrográfi -ca de Mohs estarão reunidos no Centro de Con-

venções Rebouças para o I Simpósio Latino-Americano de Cirurgia Micrográfi ca de Mohs. O encontro inédito será organizado pelo Departamento de Cirurgia Micro-gráfi ca da SBD com o apoio da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sociedade Brasileira de Cirurgia Dematológica (SBCD), Hospital AC Camargo e Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM). As inscrições são gra-tuitas, e as vagas, limitadas.

A programação, dividida em três módulos com duração de uma hora cada, abordará os assuntos: de-safi os no laboratório, desafi os oncológicos e desafi os de reconstrução, que fi carão sob a coordenação dos membros do Departamento Roberto Tarlé (SP), Selma Cernea (SP), Eugenio Pimentel (SP) e do vice-presiden-te da SBD, Gabriel Gontijo (SP).

Estarão presentes como palestrantes os experts estrangeiros: Gaston Galimberti e Abel Gonzales (Ar-gentina), Rodrigo Schwartz e Nelson Navarette (Chile)

Encontro ocorrerá em conjunto com o I CLAD

e Javiera Anquer (Uruguai), e os brasileiros Luciana Takata Pontes (SP), Francisco Paschoal (SP), Luiz Ro-berto Terzian (SP) e Guilherme Gadens (PR).

“O evento é muito importante, os convidados são excelentes. É uma ação muito louvável do Departa-mento de Cirurgia Micrográfi ca da SBD, que se mostra bastante participativo e atuante. Saliento também a importância do intercâmbio entre o Brasil e esses es-trangeiros para a cirurgia de Mohs no Brasil”, observou Gabriel Gontijo. “Teremos a possibilidade de realizar trocas de experiência e de conhecimento entre espe-cialistas de diversos países que possuem realidades diferentes da nossa”, reforça Selma, lembrando que o I Simpósio Latino-Americano de Cirurgia Micrográfi ca de Mohs destina-se apenas aos associados quites, re-sidentes e especializandos de Serviços Credenciados da SBD inscritos no I Congresso Latino-Americano de Dermatoscopia (Clad), cujo presidente é Francisco Paschoal, um dos palestrantes do encontro.

Para consultar a programação científi ca e inscri-ções, acesse o site www.sbd.org.br. ■

Cirurgia Micrográfi ca de Mohs

Com a palavra, dois ex-diretores

Dermatoscopia

Será realizado pela primeira vez em solo brasilei-ro o Congresso Latino-Americano de Dermatos-copia (I Clad). A iniciativa, originada no Capítulo

de Dermatoscopia do Colégio Ibero-Latino Americano de Dermatologia (Cilad), é organizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM) e Núcleo de Câncer da Pele do Hos-pital A.C. Camargo. Participarão do evento que ocor-rerá entre 17 e 19 de outubro, no Centro de Convenção Rebouças, em São Paulo, grandes nomes da derma-toscopia mundial e latino-americana, como Giuseppe Argenziano e Giovanni Pellacani (Itália), Scott Menzies (Austrália), Iris Zalaudek (Áustria) e Lidia Rudnicka (Polônia). “Estamos trabalhando na elaboração de pro-gramação científi ca inovadora e de excelência, contem-

plando todos os campos de aplicação da dermatosco-pia, com a presença de expoentes da dermatoscopia mundial e latino-americana”, disse o presidente Fran-cisco Paschoal (SP).

“Evento único, excelente oportunidade de interagir com os expoentes internacionais da dermatoscopia. Apesar de ser um congresso focado apenas em meto-dologias de diagnóstico por imagem, o programa cien-tífi co é abrangente e envolve principalmente a oncolo-gia cutânea, mas também as doenças infl amatórias e alopecias”, afi rma Carlos Barcaui (RJ), um dos mem-bros da Comissão Científi ca.

A inscrição no congresso proporcionará créditos no Programa de EMC-D da SBD e no CNA. O I Congresso Latino-Americano de Dermatoscopia tem o apoio cien-tífi co do Cilad e da International Dermoscopy Society. ■

São Paulo sediará evento inédito na especialidade

“A oportunidade de ser diretora da Biblioteca da SBD na gestão do Dr. Márcio Rutowitsch foi uma honra e um grande ensinamento. Conviver com a bibliotecá-ria Rosalynn Leite, conhecer um pouco da magnitude desse acervo, dar minha pequena contribuição para a evolução, manutenção e acesso dos sócios são passagens e fatos inesquecíveis da minha vida. Con-sidero o acervo da Biblioteca da SBD um patrimônio único, maravilhoso e inestimável e esses 80 anos merecem aplausos e reverências!”IVONISE FOLLADOR, BAHIA (2003/2004).

“A meu ver, os 80 anos da Biblioteca da SBD cons-tituem um marco científi co e cultural para a der-matologia brasileira. Ter sido um dos diretores e ter colaborado para seu crescimento é uma grande satisfação na minha vida profi ssional. Todos os tra-balhos em que estive envolvido ao longo daqueles dois anos foram realizados com o máximo de em-penho, tendo repercussão altamente positiva dentro da SBD. Cito um dos principais: as interfaces da SBD com órgãos nacionais, como a AMB, e os internacio-nais como a ILDS, IFD, AAAD e EADV.” PAULO R. CUNHA, (SÃO PAULO) 2005/2006.

Page 10: Jornal da SBD - Nº 4 Julho / Agosto 2013

Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 17

BIOLOGIA

DO MELANÓCITO

BIOLOGY OF THE

MELANOCYTE

DESORDENS DA

HIPERPIGMENTAÇÃAA O

HYPERPIGMENTATION AA

DISORDERS

VITILIGO

VITILIGO

LEUCODERMIAS

LEUCODERMIAS

III Master Class Vitiligo and Pigmentary Diseases - Brazil 2013

Vitiligo é pauta de evento que levará a São Paulo, em outubro, conceituados especialistas nacionais e estrangeiros no tratamento da doença

A terceira edição Master Class Vitiligo and Pig-mentary Diseases vai reunir importantes espe-cialistas em vitiligo do Brasil e do mundo para

compartilhar as últimas técnicas e pesquisas destina-das ao tratamento da doença. É esperada enorme troca de experiências nas 63 apresentações de dermatolo-gistas de sete países, como, por exemplo, Rússia, Itália, Índia, Eslováquia e Estados Unidos. No encontro, que ocorrerá nos dias 25 e 26 de outubro, no Centro de Convenções Frei Caneca, na capital paulista, os partici-pantes poderão compreender a biologia dos melanóci-tos humanos, desenvolver estratégia para diagnosticar todas as formas clínicas de vitiligo, outras doenças re-lacionadas e distúrbios pigmentares comuns (benignos e malignos), além de identifi car as terapias convencio-nais e inovadoras mais aceitas para o tratamento dos sintomas e dos sinais da desordem pigmentar que de-sencadeiam a queda da autoestima dos pacientes.

“Contamos com a participação de todos nesse evento que só tem a engrandecer a nossa especiali-dade. Nossa intenção é promover a máxima interação entre os dermatologistas brasileiros e estrangeiros na discussão dos avanços mais recentes no tratamento do vitiligo e outras desordens pigmentares”, salienta o co-ordenador do encontro, Paulo R. Cunha.

A primeira reunião Master Class Vitiligo and Pig-mentar Diseases ocorreu em Barcelona (2011). No ano seguinte, a Espanha foi o país-sede. O encontro no Brasil terá o apoio da SBD Nacional, SBD-Resp, além das sociedades médicas internacionais World Health Academy (WHA), Vitiligo Research Foundation (VRF), European Academy of Dermatology and Venereology (EADV) e o Colegio Iberolatino-americano de Derma-tologia (Cilad). ■

Internacional

Terapias e condutas em evento de sucesso e exclusivo para sócios da SBD

teraderm

A última edição do Teraderm foi sucesso no núme-ro de participantes, na programação científi ca e na pontualidade das apresentações, que, segun-

do um dos coordenadores, Ricardo Shiratsu, “proporcio-

Primeiro curso de terapêutica dermatológica

A SBD em parceria com a SBD-Resp e a Socieda-de Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) realizou o Curso Integrado de Dermatologia, nos

dias 2 e 3 de agosto, no Instituto Central do Hospital das Clínicas de São Paulo. Com intuito de contribuir para o crescimento profi ssional e para a transmissão de infor-mações atualizadas sobre novas técnicas e conceitos da dermatologia, o curso apresentou cinco módulos, com transmissão ao vivo das aulas teórico-práticas, minis-tradas por profi ssionais de grande experiência na área. Os módulos discutidos foram divididos nos seguintes temas: Atualização em Laser, Atualização em Cosmia-tria, Atualização em Terapêutica, Pérolas Cirúrgicas e Dermatoscopia.

Os dermatologistas associados à SBD e os residen-

tes e especializandos de Serviços Credenciados da SBD que participaram dos dois dias do evento ou assistirem a todas as aulas até o dia 16 de setembro vão ganhar 10 pontos na Comissão Nacional de Acreditação (CNA), além de receber o certifi cado de participação, emitido pela editora Manole Educação e assinado pelos coorde-nadores dos cursos, os dermatologistas Cyro Festa Neto, professor titular do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), e Vitor Manoel Silva dos Reis, orientador do curso de pós-graduação do Departamento de Dermato-logia da FMUSP e editor associado dos ABD.

Os médicos inscritos poderão rever as aulas quantas vezes quiserem, até o fechamento da plataforma do cur-so, no dia 17 de setembro. ■

Compacto mas rico em conteúdo, curso abrange toda a terapêutica dermatológica, com o diferencial da transmissão ao vivo das aulas

naram aos participantes dinamismo e democracia nos assuntos abordados, todos com graus de importância semelhantes”. Quase dois mil dermatologistas partici-param do encontro, realizado no último mês de julho, em São Paulo.

“O evento foi muito elogiado pelos participantes e pela indústria/patrocinadores, e, com esse sucesso de público, acima de 1.700, começa a tomar dimensões de congresso. Lembramos que realizaremos o VI Teraderm, nos dias 5 e 6 de junho do ano que vem, no Centro Con-venções do Shopping Frei Caneca (SP)”, ressalta Shira-tusu.

Para a presidente da SBD, Denise Steiner, o 5o Te-raderm ganha importância por discutir temas mais co-muns na dermatologia de consultório, como a acne, oni-copatias, saúde dos cabelos, cirurgias dermatológicas, novidades em cosmecêuticos e novas tecnologias e tra-tamentos. “É uma programação que contempla todas as vertentes da dermatologia e que serviu para aprimorar ainda mais o conhecimento dos dermatolgistas brasilei-ros”, frisa a presidente. ■

TerapêuticaDermatológica

Yan Valle (Canadá), presidente do VRF ● “Vitiligo Research Foundation: situação atual e perspectivas”

Hana Zelenková (Eslováquia) ● “Tratamento com agulhas no vitiligo”, “Desafi os do melanoma: o programa euro do melanoma”

Robert Schwartz, Michelle Tarbox (Estados Unidos) ● “Vitiligo, perspectivas esclarecedores” e “Desafi os em lesões pigmentadas benignas e malignas: ovelha em pele de lobo e lobo em pele de ovelha”

Davinder Parsad (Índia) ● “Imunomoduladores”

Torello Lotti (Itália), presidente da WHA ● “Laser / UVA1 Laser Alba”, “Vitiligo, o que há de novo”

Jorge Ocampo (México) ● “Opções de tratamentos ablativos para o melasma”

Igor Korobko (Rússia) ● “Biologia celular: nicho melanocítico defeituoso” e ● “Padrão ouro para bio-banking para vitiligo”

PALESTRANTES ESTRANGEIROS

16 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

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Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 19

Envelhecimento facial global, desafi os de tratamen-to, cicatrizes de acne, laser nas afecções cutâneas, tratamentos extrafaciais, de lesões vasculares e

pigmentadas são alguns temas dos 13 blocos que vão compor a programação do 6o Simpósio de Cosmiatria e Laser da SBD. Coordenado por Jayme de Oliveira Fi-lho (SP), Emmanuel Rodrigues de França (PE), Paulo Barbosa (BA) e Ana Maria Costa Pinheiro (DF), o en-contro ocorrerá nos dias 25 e 26 de outubro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, e promete provocar amplo diálogo científi co sobre as novidades das áreas.

“Nossa ideia é promover uma grande dinâmica du-rante os dois dias do evento, fazendo com que espe-cialistas experientes e habilitados em cada uma das temáticas abordadas discutam de forma a enriquecer os conhecimentos de todos os participantes”, observou Jayme Oliveira Filho, um dos coordenadores.

Segundo sua informação, o Simpósio vai alternar temas ligados à cosmiatria com outros pertencentes ao Departamento de Laser, estimulando ainda mais as discussões das dúvidas apresentadas. “Também suge-rimos que cada bloco traga ao menos um dos temas com exposição em vídeo para facilitação do entendi-mento dos assuntos abordados”, completa.

Cada bloco terá cerca de 60 minutos e debaterá seis assuntos seguidos de discussão. Sob coordenação de Alexandre Filippo (RJ), a aula “Desafi os do dia a dia” – focalizando os temas Hiperpigmentação periorbital olheiras: combinando técnicas para obter melhores re-sultados; Rejuvenescendo a região perioral: combinan-do técnicas para obter os melhores resultados; Toxina botulínica na enxaqueca: você usa? como?; Flacidez da região periorbital: qual é a melhor abordagem?; Sirin-goma: qual é a melhor técnica?; e Xantelasma: qual é a melhor técnica? – mostrará alguns problemas inestéti-cos de tratamento complicado.

“Devido à grande evolução da indústria nessa área, novidades são colocadas no mercado, novas técnicas, produtos e tecnologias surgem, acarretando aumento de nossa necessidade de atualização. A programação científi ca está bem completa e abrangente, e nesse módulo que coordeno com o Dr. Sergio Talarico (SP) discutiremos problemas inestéticos de difícil tratamen-to, combinação de técnicas e contaremos com a ajuda de especialistas, nos repassando suas experiências e as melhores condutas”, explica Filippo.

Já no módulo “Complicações: como evitar e como tratar”, sob a coordenação de Jayme de Oliveira Filho (SP) e Gabriel Gontijo (MG), serão apresentados e dis-

Cosmiatria e Laser

SBD promove 6o Simpósio de Cosmiatria e Laser em outubro

Carboxiterapia

CFM solicita à Anvisa e ao Ministério Público que a carboxiterapia seja utilizada como prática terapêtica reconhecida. SBD aprova a medida

ção/segurança científi ca, devendo o médico que utili-zar tal técnica seguir os protocolos científi cos e éticos estabelecidos na Resolução do CFM 1.982/12, em es-pecial utilizar a prática de forma gratuita e meramente experimental. Contudo, o Conselho Federal de Fisiote-rapia (Confi tto) tem fomentado a prática da carboxite-rapia, inclusive tendo baixado normas regulamentando a referida técnica (Acórdão n. 239, de 16 de junho de 2012) e incentivando os fi sioterapeutas a utilizarem essa terapêutica.”

“A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) vem-se empenhando em apoiar o CFM com informações técnicas e está acompanhando de perto as deliberações do Crefi tto; agora, a palavra fi nal está com a Anvisa. Como entidade, temos condições de fornecer todo o subsidio técnico e éti-co; resta agora acompanhar o desfecho, mas iremos até o fi m em mais essa luta”, esclareceu a primeira secretária da SBD, Flávia Addor. ■

O Conselho Federal de Medicina (CFM), represen-tado pelo presidente Roberto D’Ávila, enviou em abril dois ofícios, dirigidos à Anvisa e à Procuradoria

Geral da República, solicitando auxílio para que a prática da carboxiterapia seja utilizada como prática terapêutica reconhecida e, especialmente, não autorizando a utilização de instrumentos cirúrgicos para a realização desse proce-dimento experimental. O CFM também entrou com repre-sentação contra o Acórdão Coffi to n. 293, de 16 de junho de 2012, “que aprova a normatização e recursos próprios da Fisioterapia Dermatofuncional”.

Nos documentos, a entidade ressaltou: “A carboxi-terapia, nas mais variadas especialidades médicas e/ou áreas de atuação, por não ter na atualidade reconhe-cimento científi co, sendo portanto ato médico experi-mental, não pode ser divulgada nem exercida fora dos parâmetros da Resolução CFM n. 1.982/12. Assim, a prática é considerada pelo CFM como sem comprova-

18 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

Especialistas mostrarão as principais novidades e perspectivas das áreas

cutidos os temas Toxina botulínica; Preenchedores; Ci-catrizes hipertrófi cas e queloides; Laser e luz intensa pul-sada; Dismorfi a: como lidar?; e Iatrogenia: como evitar?

Todos os blocos terão dois coordenadores, esco-lhidos pela comissão organizadora e pela presidente e pelo vice-presidente da SBD, Denise Steiner e Gabriel Gontijo. “São pessoas já acostumadas com essa forma de simpósio e didaticamente compatíveis com a ideia de dinamismo dos blocos. Cada uma dessas duplas escolheu os participantes de seus respectivos blocos”, informou Jayme.

ÉTICA EM COSMIATRIA

O assunto está na pauta do bloco “Miscelânea Cos-miátrica”, que vai tratar de temas de interesse do dia a dia do dermatologista, “sendo também oportunidade para atualização sobre os cuidados com os cabelos e a manutenção da saúde da pele masculina, e para apre-sentação das perspectivas dos cosmecêuticos, produ-tos efi cazes como coadjuvantes no tratamento do en-velhecimento cutâneo, acne, melasma, entre outros”, detalha a coordenadora Edileia Bagatin.

A dermatologista destacou os assuntos que serão abordados na aula Ética em cosmiatria, como “a falta de resultados, apesar do custo fi nanceiro elevado para o paciente, pela má indicação principalmente de pro-cedimentos sem embasamento científi co envolvendo ‘novidades’ em geral em equipamentos – alguns pro-fi ssionais não esperam a publicação de bons estudos para adotar e ‘vender’ tratamentos aos pacientes; indi-cações equivocadas de tratamentos visando ao retorno fi nanceiro em detrimento da melhor opção, às vezes a ideal, mas sem possibilidades de ganhos equivalen-tes; o encarar a cosmiatria como ciência médica e, por isso, com necessidade de atualização constante e aná-lise crítica da literatura como em toda a medicina; en-fi m, a discussão do papel da cosmiatria como área de atuação de uma especialidade médica que é a derma-tologia. Antes de se dedicar à cosmiatria, é preciso ser e se comportar como médico e dermatologista, fazen-do jus ao juramento feito na conclusão da graduação em medicina”, frisa Edileia Bagatin.

As inscrições e a programação preliminar estão dis-poníveis no site da SBD: www.sbd.org.br. ■

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Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 21

Capa

SBD apoia entidades médicas e se posiciona quanto aos vetos da presidência da República ao Ato Médico, ressaltando a necessidade das mobilizações por todo o país, bem como a orientação aos pacientes sobre importância de conhecer a Lei MP 621/13. Manutenção dos vetos pelo Congresso frustra e provoca temor na classe médica

A aprovação do projeto Ato Médico pelo Senado Federal, no dia 18 de junho, constituiu grande avanço para a dermatologia brasileira, que há

anos sofre com as inúmeras invasões na especialidade, além de uma tranquilidade para a população do país. Em tramitação há dez anos, a Lei MP 621/13 foi tema de mais de 20 audiências públicas, durante as quais foram escutados vários setores da sociedade, entidades repre-sentativas de todas as profi ssões da saúde, entre elas a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), até chegar ao texto fi nal que atende, principalmente, às necessi-dades da sociedade. No entanto, o projeto, que regula-menta a atividade médica, restringindo à categoria atos como a prescrição de medicamentos e o diagnóstico de doenças, foi vetado pela Presidência da República no dia 11 de julho (veja na p. 26 as razões de alguns vetos e a posição da SBD sobre eles).

A notícia caiu como um jato de água fria para as entidades médicas e sociedades de especialidades. A

20 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

Diretoria da SBD fez pronunciamento aos associados e à população sobre os vetos, frisando que o desco-nhecimento e desrespeito ao trabalho do Congresso os nortearam. “A leitura detalhada da Lei do Ato Médico não mudaria em nada o trabalho multidisciplinar que vem sendo realizado até o momento. O que acontecerá agora? Quem irá preparar toda a equipe para realizar os diagnósticos e tratamentos? Serão os protocolos frios e sem interatividade do Sistema Único de Saúde (SUS)? Vejam como está a situação real da hansenía-se no Brasil. Essa situação é mascarada por dados go-vernamentais. A SBD se solidariza, apoia as entidades médicas e lutará até o fi m para evitar essa mutilação do Ato Médico que trará, no fi nal, mais prejuízo e risco à população. Conclamo todos os sete mil dermatologis-tas a participar desse movimento para que possamos reparar essa grande injustiça”, assinalou a presidente da SBD, Denise Steiner, no site da entidade, no dia 12 de julho.

Num só grito: a dermatologia se engaja na luta pela qualifi cação do exercício da medicina no país

INVESTIMENTOS BAIXOS NA SAÚDE E QUEDA DE QUALIDADE DE VIDA DOS BRASILEIROS

Num governo pautado por falsas promessas, nada é mais difícil do que se deparar com a reali-dade. Com o passar dos anos, tem ficado cada vez mais nítido o fato de que a saúde é a área mais ne-gligenciada. Em 2012, foi a que mais perdeu dinhei-ro do Orçamento, com um corte de mais de cinco bilhões, o equivalente a 6% da verba aprovada pelo Congresso. Foram investidos pelo governo apenas 10% do que ele prometera na construção de pron-tos-socorros, por exemplo. Neste ano, até agora o investimento foi zero. Neste momento crucial para a área da saúde, a Sociedade Brasileira de Derma-tologia tem clamado a união de todos os associados para que seja consolidada a luta pela defesa profis-sional da especialidade. Os associados da SBD en-tenderam a importância disso e foram às ruas para lutar em defesa da saúde pública do país. “É hora de planejarmos as estratégias como um grupo unido, forte, responsável, comprometido e atuante. Todas as Regionais da SBD estão convocadas a participar das ações das entidades médicas em seus respecti-vos estados”, afirmou a Diretoria, que participou de diversas reuniões em São Paulo e em Brasília para analisar os acontecimentos que atingem o exercício da profissão e promover estratégias contra a deci-

são do governo. No dia 17 de julho, em São Paulo, a presidente da SBD, Denise Steiner, reuniu-se com o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso. No dia seguinte, o dermatolo-gista Rubens Leite (DF) representou a SBD em uma reunião da Federação Nacional dos Médicos (Fe-nam), na capital federal. Os diálogos não cessam.

Em diversos encontros, as lideranças das entida-des médicas de todo o país debateram a votação dos vetos à Lei do Ato Médico e à MP 621, que institui o Programa Mais Médicos (abaixo). No dia 19 de julho, as entidades comunicaram seu desligamento de Comissões e Câmaras Técnicas do Governo nas áreas da saúde e educação. “Os exageros recentes dos Conselhos Federais de Biomedicina, Farmácia e Fisioterapia em propor que seus associados pos-sam atuar em atividades próprias do dermatologista (peelings, aplicação de toxina botulínica etc.) são fruto de uma brecha legal inaceitável. A aprovação do Ato Médico corrigiria fi nalmente essa situação e resguardaria aos médicos dermatologistas a execu-ção desses procedimentos, garantindo à população que apenas profi ssionais especifi camente treinados para esse fi m possam exercer os procedimentos es-téticos”, argumentou Omar Lupi.

Médicos em Pernambuco em protesto contra a desqualifi cação da saúde brasileira. Profi ssionais do estado também promoveram um mutirão no Memorial da Medicina para atendimento gratuito à população

Page 13: Jornal da SBD - Nº 4 Julho / Agosto 2013

Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 23

Capa

A MANIFESTAÇÃO DOS JALECOS BRANCOS

A presidente da SBD, Denise Steiner, participou no dia 26 de junho, em São Paulo, de uma reunião com re-presentantes de sociedades e entidades médicas para acertar a realização de uma grande mobilização da ca-tegoria contra o anúncio de vinda imediata de profi s-sionais estrangeiros para o atendimento à rede pública. As manifestações e passeatas ocorreram no dia 3 de julho, num movimento único para exigir, acima de tudo, o respeito à boa medicina. Na data, médicos de todo o Brasil e muitos dermatologistas de vários estados bra-sileiros foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho e melhoria da área de saúde como um todo, bem como declarar-se contra a importação de médicos estrangeiros sem revalidação. Também participaram do protesto professores, residentes e estudantes de medicina. A organização das atividades fi cou a cargo das entidades médicas regionais. O Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), Academia Nacional de Medicina (ANM), e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) apoiaram o movimento.

No Brasil, o Estado responde por 44% dos gastos em saúde, quando em países com sistemas universais como o brasileiro essa quota gira em torno de 80%. O baixo investimento do governo brasileiro na saúde pú-blica, em oposição à “importação de médicos estran-geiros” sem a revalidação de diplomas e pela adoção de medidas que permitam o exercício da medicina e a qualifi cação da assistência, foi o centro da discussão. Importantes instituições estiveram representadas na manifestação, como o Serviço de Dermatologia da Po-liclínica Geral do Rio de Janeiro, a SBD-RJ e o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle – UniRio.

“As medidas têm por objetivo conscientizar e trazer a público a caótica situação do sistema de saúde bra-sileiro, e não prejudicar ou difi cultar ainda mais a vida da população. A SBD endossa as medidas anunciadas pelos órgãos de classe e incentiva os associados a se engajar nas manifestações que ocorrerem em seus es-tados, agindo sempre de forma pacífi ca, prudente e em conformidade com o que for estabelecido pelas entida-des regionais”, afi rmou a Diretoria da SBD.

PROTESTOS CONTINUAM – Outras manifestações ocorridas nos dias 30 e 31 de julho atingiram o Distrito Federal e 16 estados. Nas datas, a categoria suspendeu os ser-viços eletivos públicos, poupando os atendimentos de urgência e emergência. No dia 30, médicos se deita-ram em frente ao prédio do Ministério da Saúde, em Brasília contra o programa Mais Médicos e os vetos presidenciais ao Ato Médico. No dia 31, a paralisação dos médicos em Pernambuco contou com o mutirão de atendimentos no Memorial da Medicina. Durante todo o dia, foram realizadas consultas médicas nas áreas de cardiologia, clínica médica, pediatria, urologia e derma-tologia. Participou um expressivo número de dermato-logistas, incluindo preceptores e médicos residentes dos Serviços Credenciados de Dermatologia Centro de Estudo Dermatológico do Recife (Ceder), Hospital Otávio de Freitas, Instituto de Medicina Integral Profes-sor Fernando Figueira (Imip) e Hospital Oswaldo Cruz. Ainda em 31 de julho, a presidente da SBD, Denise Stei-ner, representou a SBD em reunião na AMB entre as associações médicas estaduais e presidentes de socie-dades de especialidades.

Tanto a SBD quanto as demais entidades médicas têm recebido total apoio da Academia Nacional de Me-

Alunos da Policlínica em protesto na Cinelândia, no centro do Rio A luta continua. Entidades médicas vão à justiça contra o Mais Médicos

Equipe da UniRio em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro

reito no país, com base na dignidade humana.”No dia 23 de julho, o CFM entrou com uma ação

civil contra a União para tentar suspender o programa Mais Médicos. O Conselho questiona a possibilidade de o governo trazer médicos formados no exterior sem que eles passem pela revalidação do diploma e sem a comprovação de domínio da língua portuguesa. Foram propostas outras ações judiciais que atacaram outros pontos do programa. A AMB e a Fenam ajuizaram ações contra a Medida Provisória 621/2013, também em 23 de julho.

Desde 2011, as entidades médicas buscavam in-sistentemente o consenso e apresentavam propos-tas para a interiorização da assistência. Foram rea-lizadas desde então várias reuniões nos ministérios da Saúde e Educação e, segundo nota das entidades médicas à sociedade: “Em todas as oportunidades, mostraram-se dispostas a ouvir os argumentos e po-sicionaram-se com sugestões concretas para levar o atendimento aos municípios do interior. Entre as solu-ções encaminhadas, encontram-se a criação de uma carreira de Estado para o médico e outros profi ssionais do SUS, a implantação de um Programa de Interioriza-ção do Médico Brasileiro e vinda de médicos estran-geiros aprovados no exame de validação de diplomas (Revalida) para atuar em áreas de difícil acesso e pro-vimento. A forma indiferente como as propostas foram tratadas e os constantes ataques aos médicos e suas entidades, transferindo-lhes a responsabilidade pela crise da assistência, que se deve à falta de investimen-tos, má gestão e corrupção, sinalizaram que o governo não tem interesse em dialogar ou elaborar soluções com a participação dos médicos e outros setores da sociedade.”

MAIS MÉDICOS: AÇÃO CIVIL PÚBLICA

Iniciado no dia 8 de julho, o programa Mais Médi-cos tem como meta fi xar médicos brasileiros e estran-geiros no interior do país e nas periferias – e, para tanto, dispensa a revalidação do diploma para médicos for-mados no exterior. As entidades médicas protestaram ao pedir um Sistema Único de Saúde (SUS) público, integral, gratuito, de qualidade e acessível a todos. No dia 22 de julho, a AMB, a ANMR, o CFM e a Fenam enviaram carta aberta aos médicos e à sociedade, na qual as entidades médicas nacionais classifi cam a me-dida como inócua, paliativa e populista. Um trecho do documento afi rma que: “É preciso reconhecer que é a falta de investimentos e a gestão incompetente desse sistema que afastam os médicos brasileiros do interior e da rede pública, agravando o caos na assistência. A AMB, a ANMR, a ANM, o CFM e a Fenam – assim como outras entidades e instituições, os 400 mil médi-cos brasileiros e a população, conscientes da fragilida-de da proposta de ‘importação’ – não admitirão que se coloque em risco o futuro de um modelo enraizado na nossa Constituição e a vida de nossos cidadãos. Para tanto, tomarão todas as medidas possíveis, inclusive jurídicas, para assegurar o Estado Democrático de Di-

22 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

Pietro Novellino e Omar Lupi, respectivamente presidente e 1o secretário da nova gestão da ANM (2013/2015), prestigiados em sua posse por Gabriel Gontijo, Vice-presidente da SBD, e por Gilvan Alves, Presidente do 68o Congresso da SBD, em Brasília

Uma imagem que sintetiza a revolta da classe médica brasileira

Agência Brasil

dicina (ANM) nessa luta profi ssional. Na foto acima, o vice-presidente da SBD, Gabriel Gontijo, e o presidente do Congresso de Brasília, Gilvan Alves, prestigiam a ce-rimônia de posse do presidente Pietro Novellino, eleito em julho, e pela terceira vez na história, para mais um mandato de presidente da ANM 2013/2015. Também integra a nova diretoria, como 1o secretário, o dermato-logista Omar Lupi.

dos por

ília

Page 14: Jornal da SBD - Nº 4 Julho / Agosto 2013

Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 25

Capa

Inciso I do caput e § 2º do art. 4º“I – formulação do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica;”“§ 2º Não são privativos do médico os diagnósticos funcional, cinésio-funcional, psicológico, nutricional e

ambiental, e as avaliações comportamental e das capacidades mental, sensorial e perceptocognitiva.”Razões dos vetos: “O texto inviabiliza a manutenção de ações preconizadas em protocolos e diretrizes clínicas

estabelecidas no Sistema Único de Saúde e em rotinas e protocolos consagrados nos estabelecimentos privados de saúde. Da forma como foi redigido, o inciso I impediria a continuidade de inúmeros programas do Sistema Único de Saúde que funcionam a partir da atuação integrada dos profi ssionais de saúde, contando, inclusive, com a realização do diagnóstico nosológico por profi ssionais de outras áreas que não a médica. É o caso dos programas de prevenção e controle à malária, tuberculose, hanseníase e doenças sexualmente transmissíveis, dentre outros. Assim, a sanção do texto colocaria em risco as políticas públicas da área de saúde, além de introduzir elevado risco de judicialização da matéria. (...)”

SBD: Razões para a rejeição dos vetos: riscos à saúde dermatológica da população caso o veto seja mantidoA SBD alega que a defesa de que o diagnóstico e tratamento das doenças é um ato médico não signifi ca um ato

de cooperativismo, mas sim, revela grande preocupação com a saúde da população. Outros profi ssionais da área de saúde podem e devem agir de forma integrada com o médico, participando dos protocolos e diretrizes estabelecidas no Sistema Único de Saúde (SUS), no entanto, a formulação do diagnóstico nosológico fi nal e a respectiva prescrição terapêutica devem ser considerados um ato médico, pois apenas o profi ssional de medicina tem a necessária baga-gem científi ca para atos de tamanha importância para o ser humano.

Por outro lado, está claro que a necessidade de tal atuação integrada, como um princípio balizador das ações do SUS, poderia ser perfeitamente veiculada por meio de decreto do Poder Executivo, não inviabilizando, portanto, a manutenção dos programas de prevenção e controle à malária, tuberculose, hanseníase e doenças sexualmente transmissíveis, entre outros, não comprometendo nenhuma das políticas públicas da área da saúde.

Incisos I e II do § 4º“I – invasão da epiderme e derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos;II – invasão da pele atingindo o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insufl ação, drenagem, instilação

ou enxertia, com ou sem o uso de agentes químicos ou físicos;”Razões dos vetos: “Ao caracterizar de maneira ampla e imprecisa o que seriam procedimentos invasivos, os dois

dispositivos atribuem privativamente aos profi ssionais médicos um rol muito extenso de procedimentos, incluindo alguns que já estão consagrados no Sistema Único de Saúde a partir de uma perspectiva multiprofi ssional. Em parti-cular, o projeto de lei restringe a execução de punções e drenagens e transforma a prática da acupuntura em privativa dos médicos, restringindo as possibilidades de atenção à saúde e contrariando a Política Nacional de Práticas Integra-tivas e Complementares do Sistema Único de Saúde. O Poder Executivo apresentará nova proposta para caracterizar com precisão tais procedimentos.”

Inciso I do § 5º “I – aplicação de injeções subcutâneas, intradérmicas, intramusculares e intravenosas, de acordo com a prescrição

médica;Razões dos vetos: “Ao condicionar os procedimentos à prescrição médica, os dispositivos podem impactar signifi -

cativamente o atendimento nos estabelecimentos privados de saúde e as políticas públicas do Sistema Único de Saúde, como o desenvolvimento das campanhas de vacinação. Embora esses procedimentos comumente necessitem de uma avaliação médica, há situações em que podem ser executados por outros profi ssionais de saúde sem a obrigatoriedade da referida prescrição médica, baseados em protocolos do Sistema Único de Saúde e dos estabelecimentos privados.”

SBD: Razões para a rejeição dos vetos: mais riscos à saúde dermatológica da população caso o veto seja mantido e proposta de texto complementar

Caso sejam mantidos os três vetos acima, profi ssionais não médicos estarão autorizados a realizar atos inegavelmente médicos, sem a necessária preparação técnico-científi ca, podendo acarretar graves com-plicações e sérios riscos para a saúde da população. Pode-se, por exemplo, explicar a diferença entre aplicar uma vacina ou fazer uma punção venosa (atos não privativos de médicos) e aplicar ácido (peeling químico), toxina, preen-chedor e realizar procedimentos utilizando aparelhos de luz intensa pulsada, laser, radiação infravermelha e radiofre-quência (estes verdadeiros atos médicos).

Engajada contra a decisão do governo, a SBD com o respaldo de sua assessoria jurídica, elaborou documen-to contendo as razões dos vetos e as contrarrazões para derrubá-los, mostrando os riscos à população caso os vetos sejam mantidos. O dossiê, que também contém vasto material fotográfi co documentando situações de complicações dermatológicas – resultado de atendimento de pacientes por não médicos –, foi entregue pela presi-dente Denise Steiner e pelo vice-presidente Gabriel Gon-tijo em audiências com deputados federais e senadores envolvidos com a Lei do Ato Médico realizadas no dia 7 de agosto, em Brasília, onde, em conjunto com as entida-des médicas, foi articulada uma reunião com as lideranças partidárias para derrubar os vetos.

Os parlamentares receberam as cédulas para votar,

e

asde

24 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

Veja algumas justificativas do veto ao Projeto de Lei n. 268/2002 e trechos das contrarrazões apresentadas pela SBD ao governo

No começo de agosto, o Ministério da Saúde divul-gou uma lista da primeira chamada dos participantes do Mais Médicos. Pelo menos 1.631 médicos dos 3.981 que tinham concluído a inscrição abandonaram o processo de adesão nessa primeira chamada e, até o dia 7 de agos-to, apenas 938 médicos com registro no Brasil homolo-garam suas inscrições. Isso representa 6,1% das 15.460 vagas oferecidas em 3.511 municípios que aderiram ao programa. Em função da baixa adesão dos médicos bra-sileiros, o governo anunciou no dia 22 de agosto, a vinda de 4 mil profi ssionais cubanos, que atuaram em serviços de atenção básica em 701 cidades do país. As entidades profi ssionais condenaram o anúncio feito pelo Ministério da Saúde e temem riscos no atendimento. Para elas, o governo age por interesses político-eleitorais.

até o dia 20 de agosto, pela derrubada dos vetos da presi-dência. O resultado, no entanto, frustrou à classe médica brasileira. Numa decisão apertada, o Congresso manteve os 10 vetos da presidente Dilma Rousseff à Lei do Ato Mé-dico. Para derrubada dos vetos era necessário o apoio de 257 deputados e de 41 senadores. A SBD incentivou seus associados a se unir e entrar em contato com os líderes de partidos políticos solicitando que votassem a favor da derrubada dos vetos. “Tentamos de todas as formas mas, infelizmente, não foi possível reverter esse quadro. Ainda assim, a SBD frisa que, ao lado das entidades médicas, está atenta às possíveis irregularidades e defende a qua-lidade da assistência, a boa prática médica e a proteção e segurança da vida e da saúde dos pacientes”, disse a pre-sidente Denise Steiner, que compareceu à votação fi nal, ocorrida na noite do dia 20, no Congresso.

De acordo com o CFM, “a decisão não implica em ampliação das competências e atribuições das outras 13 categorias da área da saúde. As únicas exceções possíveis para que outros profi ssionais da saúde realizem alguns tipos de diagnóstico e de prescrição ocorrem em situa-ções determinadas em programas de promoção da saúde, combate e prevenção a doenças. Quem realizar atos de diagnóstico e prescrição fora destas situações específi cas, deve ser denunciado e, se condenado, pode receber pena de seis meses a dois anos de prisão, conforme estabele-ce o Código Penal”. O CFM também alerta a sociedade para o prejuízo que os vetos da presidente Dilma Rousseff trarão aos pacientes, especialmente aqueles atendidos pelo SUS. Sem a garantia do que estava previsto no texto original do PLS 268/2002, o governo poderá adotar pro-tocolos oferecendo aos pacientes serviços realizados por profi ssionais sem a devida competência.

Dossiê técnico analisa os dispositivos vetados pela presidência. Apesar de todos os esforços, em votação apertada, vetos são mantidos

ENCONTRO NACIONAL DAS ENTIDADES MÉDICAS – A SBD se uniu às entidades médicas para discutir os vetos à Lei do Ato Médico e o enfrentamento da crise na saú-de no Enem Extraordinário, ocorrido nos dias 9 e 10 de agosto, na sede da Associação Médica de Brasília (AMBr). Promovido pelo Comitê Nacional de Mobi-lização das Entidades Médicas (ANMR, AMB, CFM, FBAM, Fenam), o encontro reuniu 500 delegados, sendo 150 representantes das associações médicas e sociedades de especialidades; 150 dos conselhos de medicina; 150 dos sindicatos médicos; e 50 das as-sociações de residentes. Na ocasião, foram debatidas as implicações da medida na graduação e residência médicas.

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26 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4 Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 27

Vitiligo

Vitiligo: onde estamos e para onde vamos?

Caros colegas dermatologistas, convido-os a re-fl etir sobre a pergunta que intitula este texto an-tes de começar a leitura. A seguir, vejam se con-

cordam com minhas opiniões e, se possível, peço que me enviem por e-mail* suas considerações pessoais.

É certo que durante os últimos anos houve vários avanços no tratamento do vitiligo. Sua patogênese não é ainda totalmente conhecida, embora progressos substanciais tenham sido feitos tanto nesse aspecto quanto no tratamento dessa afecção. Estudos recentes revelam papéis importantes do sistema imunológico e do melanócito em si.

O desenvolvimento de um tratamento efi caz para o paciente com vitiligo depende do máximo entendi-mento dos mecanismos de despigmentação e repig-mentação da pele e da excelência e efetividade no relacionamento médico/paciente. A qualidade de pen-samentos do indivíduo infl uencia a pele, incluída a uni-dade melânica. Os pensamentos são processados no sistema límbico-hipotalâmico e transmitidos à pele, as-sim como a todos os outros órgãos através dos nervos e da corrente sanguínea, via mensageiros químicos. Es-

ses mensageiros ligam o sistema nervoso central com a pele, estabelecendo-se, assim, o conceito de sistema “psiconeuroimunoendocrinodermatológico”.

Está comprovado, por exemplo, que o peptídeo re-lacionado ao gene da calcitonina (CGRP) tem efeito modulador sobre as células de Langherans, as quais estão em constante contato com nervos epidérmicos que segregam o peptídeo. Também o alfa-MSH é po-tente imunomodulador, inibidor da produção de IL1 e 2 e IFN-gama. Sob ação do estresse, o CGRP inibe a apresentação de antígenos da célula de Langherans, e o alfa-MSH age como imunossupressor. Isso embasou a viabilização do alfamelanotide, análogo sintético do MSH, que está em estudo para ser utilizado em vitiligo. Por seu efeito fotoprotetor, a substância foi aprovada na Europa apenas para uso em pacientes com proto-porfi ria eritropoiética. Para ser indicado no tratamento de pacientes com vitiligo, mais estudos aprofundados ainda precisam ser feitos.

Desenvolvidos na Universidade do Arizona e no Centro de Câncer Arizona, o alfamelanotide melano-tan-I e melanotan-II são as duas versões sintéticas de

hormônio estimulante de melanócitos. O melanotan--I é molécula de 13 aminoácidos em arranjo linear, e o melanotan-II é versão abreviada, circular de melano-tan- I. Ambos estimulam a pigmentação cutânea, sem exposição ao sol. O melanotan-II também levou ao au-mento da libido e ereções espontâneas como efeitos colaterais e, portanto, está agora sendo estudado como uma droga para disfunção sexual e erétil.

Válido é o tratamento fototerápico com UVB de banda estreita, bem como a fototerapia com excimer la-ser e excimer lamp 308nm. O Polypodium leucotomos (uma espécie de samambaia) tem sido usado como imunomodulador, antioxidante e fotoprotetor oral no tratamento do vitiligo. Existem artigos publicados so-bre o uso de kellin, substância de uso tópico feita com base no extrato da planta Ammi visnaga, em pacientes com vitiligo. Uma pseudocatalase modifi cada também está em estudo. Transplante autólogo de melanócitos é outra possibilidade terapêutica que deve ser discu-tida com o paciente quando o vitiligo é segmentar ou apresenta alguma mancha que não repigmentou com tratamentos realizados anteriormente. Feito o trans-plante autólogo de melanócitos, a associação do exci-mer laser 308nm ou excimer lamp 308nm pode trazer vantagens, acelerando o processo de pigmentação.(1)

Psicoterapia e hipnose podem ser utilizadas para os pacientes que relatam surgimento da doença após es-tresse emocional ou que não estejam lidando de forma equilibrada com a doença. Homeopatia, medicina an-troposófi ca, fi toterápicos, aromoterapia, cromoterapia, cristais terapêuticos e acupuntura podem ser utilizados para os pacientes adeptos da linha holística, validando a associação da espiritualidade como incentivo para ampliar os recursos internos do paciente. Segurança e custo devem ser sempre levados em consideração.

Mesmo medicamentos que podem ser efetivos no tratamento de pacientes com vitiligo e que são consi-derados “naturais”, têm suas contraindicações. Exem-plo: o Polypodium leucotomos pode levar um paciente com colon irritável a ter mais diarreia e também levar um paciente com diabetes a ter elevação da glicemia. Cada vez mais aprendemos que medicamentos “natu-rais” também têm seus efeitos colaterais.

É prudente lembrar que não existe o vitiligo, e, sim, o paciente com vitiligo. O sucesso terapêutico está es-

Por Tania Nely Rocha

Tania Nely Rocha (MG)

CRM 14352/ES RQE 6267

Secretária do Departamento de

Psicodermatologia da SBD

tritamente relacionado à qualidade da relação médico/paciente, à qualidade de vida do paciente e a seu inte-resse em fazer o tratamento necessário e indicado. Na minha visão, é o que prevalecerá no futuro.

Fato é que o dermatologista deve solicitar exames complementares a fi m de investigar outras comorbida-des associadas ao vitiligo. A comunicação do paciente com um dermatologista atento deve incluir necessaria-mente a verifi cação efetiva dos itens: localização e ex-tensão das lesões, fatores de piora ou melhora espon-tâneas; por que o paciente apresenta a dermatose e por que naquele momento de sua vida? como o paciente se sente ao apresentar a doença? qual o signifi cado da reação das pessoas em relação à doença?

Tendo a total certeza do correto diagnóstico, o es-pecialista em dermatologia há que ponderar sobre a forma de comunicar o diagnóstico ao paciente ou aos familiares que porventura o acompanhem na consulta. Sabemos que na maioria das vezes, esse diagnóstico, feito pelo especialista, traz signifi cativo impacto ao pa-ciente e a sua família. Assim, vem ao nosso pensamen-to: como e quando informar ao paciente o diagnóstico? Usando quais palavras?

Uma abordagem cuidadosa nessa fase, reforçando o vínculo com o paciente, possibilitará maior adesão e melhores resultados aos tratamentos propostos. Em artigo por mim publicado nos Anais Brasileiros de Der-matologia, em 2002, resumi conceitos ainda válidos até os dias de hoje. (2)

A abordagem pela psiconeuroimunoendocrinoder-matologia mostra o caminho e a certeza de que pode-mos evoluir no presente para colher no futuro. Penso que no futuro ainda haverá o que evoluir, sempre. E você, dermatologista, o que pensa sobre esse tema? ■

REFERÊNCIAS: 1. Rocha, TN, Rocha RH. Excimer laser 308nm no tratamento do 1. Rocha, TN, Rocha RH. Excimer laser 308nm no tratamento do

vitiligo. vitiligo. Sug. Cosmet. DermatolSug. Cosmet. Dermatol. 2010; 2(2):124-129.2. . 2010; 2(2):124-129.2.

2. Rocha, TN. Uma contextualização sob a ótica integrativa. 2. Rocha, TN. Uma contextualização sob a ótica integrativa. An. Bras. An. Bras.

Dermatol.Dermatol. vol.78 n.5 Rio de Janeiro, 2002. vol.78 n.5 Rio de Janeiro, 2002.

* [email protected]* [email protected]

“É PRUDENTE LEMBRAR QUE NÃO EXISTE O VITILIGO, E, SIM, O PACIENTE COM VITILIGO.

O SUCESSO TERAPÊUTICO ESTÁ ESTRITAMENTE RELACIONADO À QUALIDADE DA RELAÇÃO

MÉDICO/PACIENTE, À QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE E A SEU INTERESSE EM FAZER O

TRATAMENTO NECESSÁRIO E INDICADO. NA MINHA VISÃO, É O QUE PREVALECERÁ NO

FUTURO”

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Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 29

Ações da Diretoria

Psoríase

Ação faz parte do Projeto Novo Associado da SBD, desenvolvido este ano pela en-tidade e que reconhece os esforços dos futuros associados na obtenção do título de especialista

SBD dá boas-vindas aos aprovados no TED 2013 durante Congresso Brasileiro

Durante o próximo Congresso da SBD, em Brasília, a SBD fará uma cerimônia de boas-vindas aos 329 aprovados no último exame do Título de Es-

pecialista em Dermatologia (TED). Na ocasião, haverá um coquetel, e a atual Diretoria da SBD fará a entre-ga simbólica do Título de Especialista e de um kit de boas-vindas, composto de importantes fascículos para auxílio no início da carreira. Os fascículos abordarão te-mas sobre montagem de consultório, gestão, planos de saúde, ética e marketing médico e defesa profi ssional.

No material, o aprovado no TED também recebe-rá todas as instruções sobre como requerer o Título de Especialista, como registrá-lo e obter o RQE (Registro de Qualifi cação de Especialidade), necessário para o médico se divulgar como dermatologista.

O projeto foi idealizado pelo vice-presidente da SBD, Gabriel Gontijo, após rever a recente pesquisa fei-

cinco cursos de atualização em psoríase serão realizados em 2013

Os cursos de atualização em psoríase de 2013 vão manter os moldes anteriores e ocorrerão ao longo do ano em cinco cidades brasileiras.

O objetivo das aulas é levar a atualização do tema de grande impacto na dermatologia atual para o maior nú-mero possível dos associados que vivem no eixo Rio-São Paulo, permitindo uma ampla troca de experiências e in-formações com os especialistas convidados, altamente gabaritados no manejo de pacientes com psoríase.

O primeiro curso do ano foi realizado no dia 22 de junho pela SBD-MS, sob coordenação geral de Marcelo Arnone (SP) e local da presidente da Regional, Elza Gar-

cia. As próximas cidades serão Cuiabá (28 de setem-bro), Aracaju (5 de outubro), Salvador (22 de outubro) e Rio de Janeiro (30 de outubro). A campanha nacional ocorrerá no dia 29 de outubro e o Simpósio de Psoríase, cinco dias antes, no dia 24, em São Paulo. “O Simpósio contará com a presença de palestrantes de todo o país. Será uma grande oportunidade de atualização em pso-ríase. A programação será bem abrangente, abordando desde a imunopatogênese, passando pelos tratamentos atuais e perspectivas futuras”, declararam os dermato-logistas Marcelo Arnone e André Vicente Esteves de Carvalho (RS). ■

ta entre os associados, que esperam uma maior apro-ximação da SBD com seus sócios, iniciando já com os aprovados no TED. “Trata-se de uma oportunidade para mostrar a todos os membros da SBD que a Diretoria quer fortalecer a posição do jovem especialista e se aproximar cada vez mais de seus associados”, disse. ■

RÁPIDO INÍCIODE AÇÃO1

LOCERYL® ESMALTE É UMA OPÇÃO TÓPICA EFICAZ PARA O TRATAMENTO DA ONICOMICOSE2

Referência: 1.Polak A. Kinetics of amorolfine in human nails. Mycoses. 1993:36:101-3. 2.Bula do Loceryl® esmalte (cloridrato de amorolfina) – Rev05.

LOCERYL® É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA. LOCERYL® (cloridrato de amorolfina) Contraindicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Indicações terapêuticas: Loceryl® esmalte é indicado para micose de unha (onicomicoses) causadas por dermatófitos, leveduras e fungos filamentosos não dermatófitos. Se persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado. M.S.1.2916.0036.

Março/2013

Concentração de amorolfina na unha supera a concentração inibitória mínima (MIC);*

Atinge o leito ungueal em menos de 24 horas.

*Para a maioria dos fungos causadores de onicomicoses.

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Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 3332 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

Uma ferramenta instigante, que permite a intera-ção a distância, a disseminação da teleducação e o oferecimento de segunda opinião médica es-

pecializada. Essas são algumas características da tele-medicina, área que emprega modernas tecnologias de informática e de telecomunicações que cria soluções que podem ser usadas no nível estadual ou nacional para otimizar o processo de saúde das pessoas. Atenta às vantagens que a telemedicina traz ao atendimento à saúde, a SBD em parceria com a Pantene, promoveu no dia 7 de julho, em São Paulo, a 1a Ofi cina de Telederma-tologia, reunindo 40 chefes de Serviços Credenciados e residentes por eles indicados interessados na área de tecnologia. Organizado pelo coordenador do Departa-mento de Teledermatologia da SBD, Maurício Paixão, englobou os temas telemobile e eHealth, desenvolvi-mento de projetos com setores públicos e privados; diagnóstico a distância; experiência em teleassistência; experiência de teleducação como o Moodle e perspec-tivas, além de atividades práticas hands-on.

“Com a iniciativa, a SBD abriu uma nova perspectiva

de trabalho na dermatologia, que pode ser de grande valia em ações de capacitação profi ssional e atendi-mento de pacientes”, comentou a presidente da SBD, Denise Steiner.

Na ocasião, foram apresentados dois projetos--piloto focados em pesquisa e assistência: um de tele-assistência em Santa Catarina, coordenado por Daniel Holthausen Nunes, que faz diagnósticos de pacientes a distância, e outro sob coordenação de Hélio Miot, e que utiliza a teledermatologia em discussões de casos com residentes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

“Como demonstração do uso da teleducação, foi apresentada a experiência da Universidade de São Paulo (USP) com a educação médica baseada em casos clínicos a distância. A teledermatologia, portanto, tem potencial estratégico para integração dos Serviços Credenciados e associados, além de facilitar o desenvolvimento de par-cerias entre esses Serviços, incluindo a possibilidade de desenvolvimento de projetos com órgãos governamentais em saúde, o que pode representar fonte adicional de fo-

Tecnologia e Medicina

Chefes de Serviços participam da 1a Ofi cina de Teledermatologia da SBD

Objetivo do projeto é complementar

a formação de dermatologistas de

maneira não presencial, incluindo a

pontuação em atividades, conforme

recomendado pela AMB e CRM, e

otimizar a pesquisa multicêntrica e

a teleassistência

Políticas de saúde

Ficou disponível até o dia 6 de agosto no site da Agência Nacional de Saúde Su-plementar (ANS) consulta pública para

inclusão de procedimentos médicos na lista de obrigatoriedade dos planos de saúde.

A SBD se manifestou a favor da inserção dos imunobiológicos no tratamento da psoría-se moderada a grave, e convidou os associados a fazer o mesmo.

No rol de procedimentos atual, já consta o pagamento de imunobiológicos para trata-mento de artrite reumatoide. Para a psoríase, o único tratamento coberto até o momento é a fototerapia – Puva. ■

mento para as próprias instituições”, assinala Paixão.Durante o treinamento também foi apresentado o

Ambiente Interativo Educacional (AIE), que permitirá a oferta de aprendizagem não presencial. “O sistema utilizará as facilidades e os recursos existentes na te-leducação e os disponibilizará em uma plataforma de código aberto e gratuita denominada Moodle. Os Ser-viços Credenciados e Departamentos irão dispor de ambientes específi cos voltados para a aprendizagem de residentes e sócios da SBD. Com o AIE, os residen-tes e graduandos dos Serviços e, dentro em breve, os associados poderão contar com essa ferramenta edu-cacional”, explica Maurício Paixão.

O novo ambiente educacional contemplará ativida-des interativas, como chats, listas de discussão, vídeos e avaliação de conteúdo. “A maior integração dos Servi-ços Credenciados com o uso dos recursos de teleduca-ção, no Moodle, certamente facilitará a troca de infor-mações e otimizará a pesquisa multicêntrica”, acredita.

A proposta educacional de cada um dos Serviços e Departamentos poderá seguir cronograma próprio, já disponível para uso no Moodle. Dessa forma, o aluno poderá otimizar sua participação nas diversas ativi-dades. O associado da SBD poderá utilizar o ambien-te por meio de login e senha. As aulas foram fi lma-das e, em breve, o conteúdo estará disponível no site da SBD. A segunda ofi cina está prevista para ocorrer durante o 68o Congresso Brasileiro de Dermatologia, em Brasília. ■

Num diálogo constante com o Ministério da Saúde, a SBD pleiteia a inclusão dos imunobiológicos no tratamento da psoríase moderada a grave em consulta pública

Ofi cina se repetirá no Congresso Brasileiro

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Pontes de Recife se destacam na cidade

Formada por ilhas interligadas por pontes, Recife tem características geográfi cas que lhe conferem charme extra. Da extensa orla de Boa Viagem ao

Centro repleto de construções históricas, uma série de surpresas se revela ao visitante. São inúmeras as atra-ções históricas e culturais da cidade, invadida e con-quistada pelos holandeses no século 17. O frevo, ritmo batizado assim pelo ‘fervo’ de seus passos, refl ete bem a cosmopolita capital de Pernambuco: Recife é um cal-deirão multicultural. A efervescência da cidade, com infl uências europeias e africanas, encanta quem passa por lá a trabalho ou a passeio. E Recife vem ganhando uma série de atrativos culturais e gastronômicos, bem como incrementando sua rede hoteleira, já no embalo de grandes eventos de que será protagonista, como o 69o Congresso Brasileiro de Dermatologia, de 27 a 30 de setembro de 2014. Pouco antes, a capital pernam-bucana também será uma das cidades-sede da Copa do Mundo, em junho e julho do mesmo ano.

Com forte vocação para o turismo de negócios, Re-cife destaca-se como importante polo médico e tecno-lógico, concentrados na Ilha do Leite e no bairro do Re-cife, respectivamente. Com localização privilegiada, a capital pernambucana está a apenas sete horas de voo da América do Norte e da Europa, e o moderno Ae-roporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre possui ligações diretas e diárias. Também é muito fácil deslocar-se dentro do país, com inúmeras opções para as capitais nordestinas e para outras grandes cidades brasileiras.

As oito pontes que interligam Recife, Princesa Isa-bel, 6 de Março, Duarte Coelho, Do Limoeiro, Da Boa Vista, Maurício de Nassau, Buarque de Macedo e 12 de Setembro, levam recifenses e turistas a passeios por in-críveis cartões-postais da cidade: o tradicional Mercado de São José, onde a diversidade de objetos para decora-ção fascina quem por ali passa; a Casa da Cultura, anti-go presídio que se transformou em centro de artesana-to, e o belíssimo Teatro de Santa Isabel, de arquitetura neoclássica, construído diante do Palácio do Governo (Campo das Princesas) e batizado assim em homena-gem à santa Isabel de Portugal, rainha de Portugal.

No bairro do Recife Antigo, principal ponto turísti-co da cidade, encontra-se o Shopping Paço Alfândega – formado por aproximadamente 80 lojas –, onde é pos-sível conversar e tomar um café nas agradáveis livrarias ou contemplar o entardecer de seu terraço, com vista para a cidade anfíbia. Ainda no Recife Antigo encontra-mos o tradicional passeio de barco para o Parque das Esculturas de Brennand, onde se localiza a Torre de Cris-tal do Marco Zero, e é possível admirar o mais belo pôr do sol da Veneza brasileira.

Os embalos de fi m de semana atendem a todos os públicos: nas sextas, a melhor banda cover dos Beatles, a Revolution Beatles Band, anima a Cachaçaria Tradi-ção, na Zona Norte. Aos sábados, a música ao vivo é garantida no UK Pub e, aos domingos, juntar os amigos e conhecer a iniciativa de reciclagem realizada pelo Ca-pibar é uma boa pedida – localizado na Zona Norte, o bar retira toda a decoração do Rio Capibaribe.

Situada na margem esquer-da do rio Capibaribe, no bairro da Boa Vista, a rua Aurora era antigamente um pântano de propriedade do comerciante Casimiro Antônio Medeiros, o primeiro a construir naquelas terras, em 1806

As visitas culturais continuam na Torre Malakoff, Ins-tituto Ricardo Brennand, Forte do Brum, Catedral de São Pedro, Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Ma-mam), Caixa Cultural, Santander Cultural, Forte das Cinco Pontas, Museu do Homem do Nordeste e Fundação Gilber-to Freyre. A Praia de Boa Viagem, além de bares e restau-rantes, também começa a explorar atrações mais culturais no Parque Dona Lindu, com teatro, pista de cooper e sala de exposição. A programação no parque, projetado por Oscar Niemeyer, é intensa, com vários espetáculos a céu aberto e famílias promovendo piqueniques aos domingos.

Conhecida também pelo efervescente mercado gas-tronômico, com medalhões como os restaurantes Lei-te, Wiella Bistrô, Ponte Nova e Ofi cina do Sabor, Recife possui também deliciosos endereços menos conhecidos para o gourmet que visita a cidade. No Mercado da En-cruzilhada, O Bragantino oferece o pastel de nata mais adorado dos recifenses, herança da colonização portu-guesa. Junto ao Mercado da Boa Vista, a Padaria San-ta Cruz fabrica doces imperdíveis. Uma visita a Olinda pode começar com as famosas tapiocas, no Alto da Sé, e terminar com uma cerveja bem gelada na Bodega do Véio, bar localizado na Cidade Alta e passagem obri-gatória no roteiro da cidade histórica. O bolo de rolo é presença constante na mesa do recifense. O mais conhecido é produzido pela Casa dos Frios, que possui unidades na Zona Norte, Zona Sul e no aeroporto.

Cidade-irmã e vizinha, Olinda faz parte da Região Metropolitana do Recife e guarda maravilhosos tesou-ros da arquitetura, com dezenas de igrejas seculares. Destaque para a Igreja da Sé, de onde se tem uma vista belíssima de toda Olinda e também de Recife. O Mos-teiro de São Bento é parada de praxe na visita a Olin-da. Porto de Galinhas, conhecida como uma das praias mais bonitas do país, merece a visita: a dica é almoçar em algum restaurante maravilhoso da beira-mar, com vista para as piscinas naturais. ■

36 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

Congresso Brasileiro 2014

Recife acaba de completar 476 anos de história, arte e alegria

Povo hospitaleiro espera mostrar tudo o que só Recife tem

As cores da rua do Bom Jesus

Com Giovani Oliveira

de 27 a 30 de setembro

de 2014

Mensagem do presidente

Um programa científi co arrojado, com formatação original e logística inovadora são as ferramentas que norteiam a construção do 69o Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, em Recife.

Estabelecemos como meta oferecer aos associa-dos da SBD um evento surpreendente, resgatando seu desejo de comparecer ao maior e mais tradicio-nal encontro da dermatologia brasileira, garantindo atualização em sua prática clínica, cosmética e cirúrgica.

Para quem pouco conhece, Recife tem hoje a prin-cipal economia do Nordeste; é uma cidade em franco desenvolvimento, moderna, rica em arte e cultura , de clima ótimo, graças aos ventos do mar e do rio, sem faltar nunca o tradicional jeito carinhoso nordestino de receber. Já estamos ansiosos por sua chegada!

Emerson Andrade - Presidente do Congresso Brasileiro de Dermatologia – Recife 2014

Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 37

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Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 39

A coluna “Analogias em Medicina” tem signifi cativa utilidade prática, particularmente por seu papel didáti-co-pedagógico e por facilitar a com-preensão de diversos processos pato-lógicos que acometem o ser humano. Muitas vezes coloquial e/ou restrita ao diálogo entre médicos e outros profi ssionais envolvidos, mantém-se dentro das normas éticas.

Figura 1: Tíbia em sabre na doença óssea de Paget

Patologista HFR/BHProfessor de patologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e membro da Academia Mineira de [email protected]

Analogias em Medicina

Golpe de Sabre

Osabre é um tipo de espada curta, reta ou curva, que corta apenas de um lado, isto é, espada de um só fi o. Tem sua origem na cavalaria oriental e ocidental. O

comprimento original da lâmina era o ideal para atingir tanto cavaleiros como elementos da infantaria inimiga. Confi gu-ra modalidade olímpica desde a primeira edição, em 1896, dos jogos olímpicos, em Atenas. O primeiro campeão foi um grego. Em geral, os maiores sabristas são do leste europeu e de países como Rússia, Ucrânia e Hungria, porém grandes nomes da Europa ocidental também podem ser citados, en-tre eles esgrimistas da Itália, França e Alemanha.

Na esclerodermia do tipo linear, a lesão se apresenta como faixa atrófi ca de disposição linear, localizada na face, principalmente na região frontal, no tórax ou numa extre-midade. Essa faixa, confi gurando um sulco, às vezes com a margem elevada de um lado, foi denominada golpe de sabre ou mais comumente em francês en coup de sabre, pelo fato de se assemelhar à marca de uma cicatriz produzida pelo corte de um sabre (em inglês, a scar from a saber cut). O aspecto clinicopatológico é muito característico, não reque-rendo praticamente diagnóstico diferencial segundo muitos dermatologistas.

A ilha do tesouro é um dos clássicos da literatura infan-to-juvenil e foi escrito pelo escocês Robert Louis Stevenson, em 1883. Trata-se de um livro sobre piratas e tesouros en-terrados. Como curiosidade, foi nesse livro que pela primeira vez apareceu um mapa do tesouro, marcado com um gran-de X, hoje tão comum nesse tipo de história. Foi também nessa obra que o conhecido estereótipo de pirata – aquele com perna de pau e um pequeno papagaio no ombro – apa-receu e se tornou tão popular. Na página inicial do romance, quando o autor explica por que decidiu narrar a história da ilha, há referência “a um velho marinheiro bronzeado... um homem forte e pesadão... tinha as mãos cheias de cicatri-zes, e a cutilada de um golpe de sabre, de um branco sujo e

lívido, cortava-lhe a face”. Nesse caso, muito provavelmente a cicatriz resultara de alguma luta entre piratas, no entanto o quadro clínico da esclerodermia linear recorda a cutilada de um sabre.

Sabre na canelaA tíbia, excetuando o fêmur, é o maior osso do corpo hu-

mano que suporta peso. Em algumas doenças a tíbia sofre deformidades e curvaturas anormais, principalmente sob a forma de arqueamento e convexidade anterior. Tais defor-midades confi guram quadros anatomopatológicos e radio-lógicos extremamente úteis ao reconhecimento da doença.

Na chamada sífi lis congênita tardia, a periostite na tíbia provoca neoformação excessiva de tecido ósseo na sua su-perfície anterior (hiperostose) e encurvamento pela deposi-ção maciça de osso de origem perióstica, coexistindo alar-gamento e achatamento das regiões corticais laterais. Essas alterações produtivas e reacionais em resposta à infecção pelo espiroqueta (Treponema pallidum), resultam em arqueamento/abaulamento e curvatura anterior distintos da peça óssea, lembrando a lâmina de um sabre. Esse quadro anatômico/radiológico recebeu a denominação de tíbia em sabre ou em bumerangue.

A doença óssea de Paget ou osteíte deformante foi des-crita e estudada pelo médico inglês Sir James Paget (1876). É distúrbio comum, ocorrendo em três a 4% de indivíduos de meia-idade e atingindo 10% na nona década, e apresenta maior prevalência na Inglaterra, Europa ocidental, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. Trata-se de doença que compromete a remodelação do esqueleto. A anormalidade primária parece ser um aumento na reabsorção óssea pelos osteoclastos. Jaffe (Diseases of bones and joints, Lea & Fe-biger, 1972) refere-se à tíbia em lâmina de sabre na doença de Paget (Figura 1). ■

José de Souza Andrade Filho

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Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 41

Os novos ventos

Destinos

40 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

Única cidade do mundo situada em dois continentes – Europa e Ásia –, Istambul (Turquia) apresenta in-crível mistura de Oriente e Ocidente em seus 2.500

anos de história. Já foi capital dos impérios romano, bizan-tino e otomano. Anexada ao Império Romano no ano 73 e transformada em sua sede oriental em 330, foi rebatizada Nova Roma pelo imperador Constantino, mudando a se-guir para Constantinopla, a todo-poderosa capital do Im-pério Bizantino. Depois disso, foi capital do Império Oto-mano até a Turquia declarar sua independência, em 1919.

Com 12 milhões de habitantes, Istambul vive uma efervescência cultural pela mistura de estilos que nela convivem, trazidos sobretudo por sua juventude, que em grande parte teve experiências acadêmicas em cidades europeias – Londres, Berlim, Paris. Cerca de 95% da po-pulação mora no lado asiático do país, mas a cidade é considerada europeia, e tudo indica que será a maior da Europa em 2015.

Istambul espalha-se ao longo dos 35 quilômetros do Estreito de Bósforo, que liga o Mar de Mármara ao Mar Negro, sendo a única passagem da Rússia, Ucrânia e Geórgia para o Mediterrâneo. Bósforo quer dizer garganta, e a cor de suas águas é azul-marinho. Ao longo de suas margens pode-se apreciar uma maravilhosa mistura de passado e presente, modéstia e luxo. O visitante poderá observar hotéis modernos, pequenas aldeias de pescado-res, palácios, casas de veraneio feitas em madeira. A me-

Já o Grande Bazar, é um enorme labirinto por onde se distribuem mais de quatro mil lojas, formando o maior mer-cado de badulaques de Istambul. Luminárias, narguilés, rou-pas, joias, tapetes, almofadas, louças, cerâmicas... Adentra--se o Grande Bazar por diversas entradas, como o Portão Oruculer (que liga o mercado de tecidos ao de especiarias), o Portão Nuruosmaniye (com acesso ao bonde Cemberli-tas, junto à área de ouro e pratas) e o Portão Beyazit (para o Bazar de Livros, próximo à área de couros e pratarias).

A Istklal Caddesi, rua mais conhecida por possuir lo-jas mais populares, o bondinho elétrico, além da igreja de Santo Antônio, a maior de Istambul, termina na praça Tak-sim, bastante movimentada pelo comércio – tanto de dia quanto à noite. Lá estão as embaixadas da Suécia, Dina-marca, França e Rússia.

Para quem quer relaxar, a sugestão é o hamam, as fa-mosas casas de banho turco. As opções são inúmeras e nem todas têm boa reputação. As duas boas opções são o Cagaloglu Hamami ou o Cemberlitas Hamami. Ambos são velhos conhecidos dos turistas e belíssimos.

Uma coisa é certa: os protestos recém-ocorridos em Istambul não afetaram a rotina dos guias de viagem ou o roteiro dos turistas pela maior cidade turca. E o povo bra-sileiro é um dos que mais visitam essa bela cidade. Desde 2009, quando a companhia aérea Turkish Airlines lançou voos diretos entre São Paulo e Istambul, o destino vem ba-tendo recordes. ■

Mesclando cosmopolitismo e história, Istambul tem vistas belíssimas, inúmeros palácios e bazares surpreendentes

lhor forma de ver o estreito é de barco, saindo do porto de Eminönü, de uma margem à outra, entre a Ásia e a Europa.

A Torre de Gálata, a mais antiga de Istambul, foi cons-truída em 528 pelo rei Bizâncio e mede 61 metros de altu-ra. Em seu topo funcionam um restaurante e uma sala de festas, de onde se podem apreciar o Chifre de Ouro (mar estreito de águas calmas e profundas, com aproximada-mente sete quilômetros de comprimento que divide em dois o lado europeu) e a parte antiga da cidade. Construí-do a pedido do sultão Fatih Mehmet, o Palácio Topkapi foi o primeiro dos sultões otomanos a funcionar como resi-dência e centro administrativo para o império otomano e é um dos maiores do mundo. Cercado por muralhas, tem área de 700 mil metros quadrados (cerca de duas vezes maior que a área do Vaticano).

Entre 1607 e 1616, a Mesquita Azul foi construída em local estratégico para sobrepor o poder do islã ao cristia-nismo: em frente à Basílica de Santa Sofi a (Aya Sofi a). A dupla de construções forma o cenário mais impressionan-te de Istambul. Uma das mesquitas mais belas do mundo, tem seis minaretes bem altos e uma verdadeira cascata de cúpulas. Fora do período das orações, é possível visitar seu interior, detalhadamente adornado por mosaicos, nos quais o azul é a cor predominante. A mesquita também é conhecida pelo nome Sultan Ahmet Camii. O apelido ‘azul’ se deve aos tons azulados dos azulejos que a reco-brem, vindos de Iznik.

A Aya Sofya construída entre 527 e 537 pelo imperador Justiniano reafi rmou o poderio de Roma e do cristianismo. Após a queda de Constantinopla perante o Império Oto-mano, no século 15, foi convertida em mesquita. Hoje o im-ponente edifício é um museu, no qual as cúpulas e paredes pintadas são a maior atração. Do outro lado da rua, a Cister-na da Basílica, também construída por Justiniano em 532, merece ser vista. Escorada por colunas em vários estilos, servia para abastecer o glorioso Palácio de Topkapi.

O Palácio Topkapi foi o local onde diversos sultões otomanos viveram entre os séculos 15 e 19. É lindo e merece a visitação. Entre os jardins e pátios do palácio, distribuem-se vários pavilhões que abrigam os cômodos em que se desenrolava a vida de seus habitantes e tam-bém salas que guardam o tesouro dos soberanos. Numa ampla área sobre o Bósforo, diversos salões, jardins, pavilhões e pátios foram sendo construídos, em uma sucessão mágica de obras-primas da arquitetura e das artes aplicadas.

Um dos destaques de Topkapi é o impressionante acervo do palácio, acumulado durante quase 500 anos de poderio otomano. A coleção de arte engloba preciosida-des como tapetes, relógios, cerâmicas, cristais e pratarias. Outro ponto interessante é o harém, a área em que resi-diam as mulheres, as concubinas e os fi lhos do sultão. Não deixe de passar pelos Pavilhões Gêmeos, o Salão Imperial e a Sala de Jantar de Ahmet III.

Detalhe do Palácio Topkapi, um luxo

de Istambul

A Torre de Gálata transpira uma história fascinante

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42 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4 Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 43

Curiosidades – É a cidade mais povoada da Turquia, com 15% da população, e economi-camente mais importante. Mesmo assim, a ca-pital política do país é Ancara

- Apesar de a maioria da população ser islâ-mica, Istambul continua sendo o centro espi-ritual da Igreja Ortodoxa Grega, com 200 mil seguidores

Dermatovenereologia num mundo em mudança

Nesta entrevista ao Jornal da SBD, o dermatolo-gista turco Mehmet Ali Gürer (foto), presidente honorário do 22o Congresso da Academia Eu-

ropeia de Dermatologia e Venereologia (EADV), a ser realizado de 3 a 6 de outubro, em Istambul, na Turquia, fala sobre as principais características da especialidade em seu país e revela como será o encontro, que costu-ma reunir anualmente um grande número de professo-res de dermatologia e dermatologistas do mundo intei-ro com elevados conhecimentos científi cos. Uma das cidades mais atraentes e históricas do mundo, Istam-bul, “a cidade da mudança”, como ressalta a presidente da EADV, Jana Hercogová, está ansiosa pela presença de todos. Atualmente, Ali Gürer é professor e chefe do Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Gazi, em Ancara, na Turquia.

Jornal da SBD: Qual é sua área de interesse?Mehmet Ali Gürer: Gosto muito da dermopatologia. Na prática, minhas áreas de interesse são linfomas, psoríase e doença de Behçet.

JSBD: Poderia falar um pouco sobre seu trabalho como editor do Turkiye Klinikleri Journal of Derma-tology?MAG: Há muitos anos sou editor do Turkiye Klinikle-ri Journal of Dermatology (Jornal de Clínicas de Der-matologia – Turquia), publicação turca trimestral e que também aceita artigos em inglês. Minha função é analisar todos os artigos antes de enviá-los para nosso conselho consultivo. A taxa de rejeição dos trabalhos é de 20-30%. Somos indexados pelo Index Copernicus, Embase/Excepta Medica, Scopus, Cabi, Turquia Cita-tion Index e Turquia Clínicas Médicas Banco de Dados.

JSBD: Há algum tema especial para o 22o Congresso EADV a ser realizado em outubro?MAG: O tema desta edição do congresso é “Dermato-venereologia num mundo em mudança”. No universo industrial, tal como a mudança social, a dermatove-nereologia se torna cada vez mais popular. Os últimos esforços de desenvolvimento dentro da indústria nos forneceu novos medicamentos e modalidades que faci-litam tanto o diagnóstico quanto o tratamento de mui-tas doenças. Além disso, esses desenvolvimentos têm levado a grandes melhorias, especialmente em derma-tologia cosmética. Em nosso país e em muitos outros, a dermatovenereologia tornou-se uma popular área de

Entrevista

Idioma: turcoMoeda: lira turca (TL)DDD: 90 (Turquia)Fuso horário: +5h em relação a BrasíliaCódigo de acesso da cidade - 212 (lado europeu) e 216 (lado asiático). Uma vez na cidade, só é preciso digitar o código de área se você estiver na área oposta. Caso contrário, basta o número de sete dígitos.

Informações e serviços

perícia médica e a escolha principal de jovens médicos. Acreditamos que nosso encontro vai apresentar co-nhecimento científi co de alto nível com a participação dos principais especialistas dermatologistas – e muitos que são especialistas em seus campos. Estamos espe-rando muitos dermatologistas brasileiros!

JSBD: O senhor poderia falar sobre a organização da sociedade dermatológica turca?MAG: A Sociedade Turca de Dermatologia, da qual fui presidente de 1998 a 2002, organiza um congresso na-cional a cada dois anos. Apoia as atividades científi cas, dá a jovens dermatologistas bolsas de estudos para participação no congresso e estimula trabalhos de in-vestigação científi ca.

JSBD: Quais são as doenças dermatológicas mais comuns na Turquia?MAG: As doenças dermatológicas daqui se asseme-lham às de outros países europeus. No entanto, a doen-ça de Behçet tem alta prevalência na Turquia. No leste e no sul, a leishmaniose cutânea é prevalente.

JSBD: Quais são as principais atrações culturais do país? MAG: Istambul é uma cidade moderna da Europa. Nosso território é relativamente pequeno, e nele pode--se ver cruzamento entre as mais ricas culturas, civili-zações e religiões. Como resultado, há neste país gran-de quantidade de edifícios e monumentos históricos, as tradições alimentares, inúmeros museus e galerias modernas, atrações naturais e muito mais. A Turquia tem uma variedade muito tentadora de culinária, além de cultura interessante e atmosfera acolhedora.

JSBD: Qual é sua opinião sobre o futuro e os desa-fios da dermatologia?MAG: A dermatologia é campo versátil, que envol-ve o tratamento de cabelos, unhas e as condições da pele e suas doenças. O dermatologista é um médico que se especializa no cuidado da pele, tanto na pato-logia quanto na fi siologia. Normatização, certifi cação e educação continuada são itens fundamentais na área dermatológica. Conhecimento e prática médica, apren-dizagem baseada em melhorias, habilidades de comu-nicação e interpessoal, além de profi ssionalismo são essenciais num programa de educação de assistência ao paciente.

JSBD: Como vê a candidatura do Rio de Janeiro para sediar a WCD em 2019?MAG: Todo mundo quer ir ao Rio de Janeiro. Eu tam-bém quero. O Brasil tem muitos dermatologistas com conhecimento de alta qualidade. ■

Estreito de Bósforo

Aya Sofya

Vista da cidade

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44 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4 Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 45

Um grande dermatologista brasileiro se foi. O Pro-fessor Rubem David Azulay (nascido em Belém, em 9 de junho de 1917), segundo sócio mais an-

tigo da SBD e seu ex-presidente (1961-1962 e 1972), fa-leceu no dia 11 de agosto, no Rio de Janeiro, aos 96 anos. Reconhecido internacionalmente por sua trajetória na dermatologia, com a publicação de mais de 700 traba-lhos – muitos deles no exterior – deixa importante legado para a especialidade, ele que tinha como lema de vida a arte de ensinar.

Em seu percurso, que incluiu 60 anos de magistério, graduou cerca de 10 mil médicos e pós-graduou cerca de 800 dermatologistas, tendo alguns deles se torna-do professores titulares de universidades do país. Chefe honorário do Instituto de Dermatologia da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Uni-versidade Federal Fluminense (UFF), além de professor titular da Universidade Gama Filho, Rubem terminou sua graduação, – iniciada na Universidade Federal do Pará –, na Universidade Federal Fluminense (UFF), em 1940, quando a SBD possuía apenas 40 membros. Hoje, são sete mil. Em entrevista concedida há exatos dez anos na seção “Ex-

pressões da Dermatologia”, do Jornal da SBD, o mestre enalteceu o nível dos encontros científi cos realizados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD): “A Socieda-de tem a melhor academia de ensino de dermatologia. Es-tudei na faculdade e o faço até hoje, porque sou professor, mas posso dizer que onde se aprende mesmo é na SBD, através das reuniões e congressos”.

No cinquentenário da SBD, em 1962, sob sua presi-dência, a SBD tornou-se realmente nacional com a cria-ção das Sociedades Regionais. Disse ele ao jornal: “O fato de essas reuniões acontecerem pelo país contribuiu para melhorar muito o aprendizado científi co. Criando respon-sabilidades como a de organizar eventos regionais, os pro-fi ssionais são obrigados a melhorar os estudos e se aplicar ainda mais”.

Pesquisador voraz, deu grandes contribuições para a medicina com seus estudos sobre as doenças tropicais, como a hanseníase, leishmaniose e micoses. Autor de mais de 700 trabalhos, um compêndio de dermatologia – na quinta edição – e várias teses, Azulay lançou sua bio-grafi a, Traços de minha vida, e escreveu Contribuições dos judeus na medicina.

Primeiro secretário da Academia Nacional de Medicina (ANM), em 1970, e presidente em 1995, Rubem D. Azulay também era membro honorário da American Association of Dermatology, da Deutsche Dermatoligische Gesells-chaft, da Société Française de Dermatologie et de Syphili-graphie e da British Society of Dermatology. Presidiu ainda o Colégio Ibero-Latino-Americano de Dermatologia (Cilad) estreitando os laços entre as duas entidades em nome do intercâmbio do conhecimento na dermatologia. Entre 1949 e 2004 o mestre foi autor e coautor de 144 artigos publi-cados nos Anais Brasileiros de Dermatologia, de que foi editor-chefe durante 19 anos (1974 e 1975-1992).

No início de sua carreira, Rubem David Azulay teve a experiência de trabalhar com o ex-presidente da SBD, Eduardo Rabello (1925-1940), no Pavilhão São Miguel. “O Pavilhão São Miguel foi o grande acontecimento da época. Quatro andares, laboratórios maravilhosos de bioquímica, sorologia, bacteriologia, histopatologia, enfi m um centro dermatológico que podia competir com os melhores do mundo – tudo devido ao esforço de Eduardo Rabello, um homem muito organizado”, relata no livro História da der-matologia, de Glauco Carneiro (2001).

Estudioso, perseverante, generoso e alegre. Essas ca-racterísticas marcam a personalidade de Azulay, que sem-pre procurou estar presente nos encontros da SBD. É fun-dador do Congresso da Associação dos Ex-Alunos do Prof. Azulay (Aeapa), que este ano completou a 27a edição. Ele se foi, mas seu exemplo e memória continuam vivos no coração dos dermatologistas.

ANTÔNIO PEDRO: VISÃO RENOVADORA

O Serviço de Dermatologia do atual Hospital Univer-sitário Antônio Pedro, de Niterói, da Universidade Federal Fluminense, teve desde sua criação forte vínculo com a ati-vidade de ensino. Fundado na década de 1930 por Paulo de Figueiredo Parreiras Horta, catedrático da Clínica Dermato-lógica e Sifi ligráfi ca da Faculdade Fluminense de Medicina, e no começo instalado no Hospital São João Batista, no Va-longuinho, o Serviço foi transferido em 1953 por seu suces-sor, Rubem David Azulay, para o Hospital Antônio Pedro.

Mesmo com as difi culdades encontradas, Rubem Azu-lay, desenvolveu as atividades de ensino de dermatologia, culminando com a criação do curso de pós-graduação stricto sensu, em 1971. Ao se transferir da Faculdade de Medicina do Pará para Niterói, ainda universitário, o nortis-ta Rubem David Azulay encarou como um desafi o a dúvida da secretária da faculdade fl uminense, de que não conse-guiria manter as excelentes notas que trazia da terra natal. Seu primeiro formando, Sinésio Talhari, é hoje professor ti-tular da Universidade Federal do Amazonas. Cursaram esse mestrado, realizando trabalhos de investigação científi ca e obtendo seu título, 87 pós-graduandos. São professores titulares por concurso, três ex-alunos: René Garrido Neves, Sinésio Talhari e Neide Kalil Gaspar. ■

Alguns registros da trajetória de Rubem D. Azulay

1967 – Compôs a banca examinadora do primeiro Exame do TED, em 28 de ou-tubro, no Serviço do Professor Antônio Carlos Pereira Filho. Além dele, forma-vam a banca os professores Tancredo Alves Furtado, Clóvis Bopp, Rui Noronha de Miranda e Sebastião Sampaio.

1968 – Por iniciativa de René Garrido Neves, na época profes-sor da disciplina de dermatologia da Faculdade de Medicina da Uni-versidade Federal Fluminense, chefi ada por Rubem David Azulay, fundou-se em Niterói a atual Regional Fluminense, em 13 de abril, com o nome original de Seção Rio de Janeiro. O Professor Azulay foi o primeiro presidente eleito (1968-1969).

1972 – Durante o XXIX Congresso Brasileiro de Dermatologia, houve um avan-ço em matéria de organização: a presidência do congresso apresentou presta-ção de contas e, por proposta de Rubem David Azulay, dirigente do encontro, a iniciativa se institucionalizou daí por diante, decidindo-se ainda que qualquer lucro eventual fosse dividido em duas parcelas iguais – uma para a Seção local e outra para a entidade nacional. Outra medida importante seria tomada no futuro: confi ar a organização do Congresso à Seção estadual cujo presidente, no mesmo ano, se elegeria para a direção superior da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

1974 – Descreveu a dermatophytia granulomatosa generalizata e, em colabora-ção com vários colegas, o erythema multiforme infantum atrophicans.

1978 – Rubem David Azulay herdou a responsabilidade de continuar as ativida-des do histórico Pavilhão São Miguel da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro – onde funcionou, entre 1930 e 1980, a primeira sede da SBD – quando a cátedra e o Serviço de Dermatologia da UFRJ se transferiram para o Hospital Universitário, na Ilha do Fundão.

1980 – Sob a orientação de seu nono editor-chefe, Rubem David Azulay, o for-mato dos Anais foi atualizado de acordo com as normas internacionais e, a partir de 1984, sua circulação passou a ser bimestral.

Grandes mestres - memória

Um dos grandes ícones da dermatologia de todos os tempos, Rubem David Azulay morre aos 96 anosE deixa um imenso legado para a especialidade

Rubem David Azulay entre outros dois grandes mestres da dermatologia brasileira: João Gontijo e Sebastião Sampaio, na Triangular, realizada em Belo Horizonte, em 2007

Em um momento feliz, cercado pela família

Fotos: A

cervo pessoal

HOMENAGEM – A Academia Nacional de Medicina (ANM) prestará uma homenagem ao Prof. Azulay, seu ex-presi-dente, no dia 31 de outubro. Na ocasião, será realizado um simpósio aberto e gratuito, voltado para a classe médica do Rio de Janeiro, e que contará com a participação de vá-rios palestrantes, entre eles seus ex-alunos. Idealizada pelo 1o Secretário da ANM, Omar Lupi, a cerimônia vai culminar em uma homenagem póstuma com a presença da família. “Trata-se de um ícone, de um grande mestre da nossa es-pecialidade e que precisa ser lembrado sempre”, ressalta.

Page 23: Jornal da SBD - Nº 4 Julho / Agosto 2013

46 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4 Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 47

Regionais

Santa CatarinaA cidade de Florianópolis foi sede da 44a Jornada Ca-

tarinense de Dermatologia e da 10a Jornada do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) nos dias 21 e 22 de junho. O evento contou com a presença de mais de 100 inscritos, entre médicos associados da SBD, residentes e estudantes. Entre os destaques estiveram os casos clínicos com pacientes ao vivo, evento cada vez mais raro nas jornadas de derma-tologia, mas mantido há 10 anos pela Regional de Santa Catarina, devido à colaboração do Serviço de Residência em Dermatologia do HU/UFSC. A discussão dos casos clínicos teve a coordenação dos doutores Jorge José de Souza Filho e Daniel Holthausen Nunes, e contou com a excelente participação dos convidados Antonio Carlos Martins Guedes, Arthur Duarte, Gabriela Di Giunta Fun-chal, Lia Cândida Miranda de Castro, Jesus Rodrigues Santamaria e Sergio Zuneda Serafi ni.

ParanáDermatologistas do Paraná participaram nos dias

14 e 15 de junho, da 60a Jornada Paranaense de Derma-tologia, em Curitiba. Nessa edição, a SBD-PR apostou em um formato diferente, dividindo as atividades em três partes. No Hospital Santa Casa da Misericórdia, na sexta à tarde, ocorreram cursos práticos. No período da noite, a jornada teve continuidade no Hotel Promenade, com as palestras de valorização do dermatologista e de defesa profi ssional. No sábado pela manhã, entre os te-mas proferidos, estavam os novos tratamentos.

A dermatologista Bhertha Tamura, de São Paulo, fa-lou sobre sua experiência com toxina botulínica e pre-enchimento. Foram apresentados casos clínicos acom-panhados por estudantes dos Hospitais Evangélico

Palestrantes de diversas partes do Brasil compareceram à Jor-nada, entre eles Célia Kalil (RS), a primeira da esq. para a dir., e Carlos machado (SP), o quarto

Espírito SantoNo dia 28 de junho a atual gestão da Regional re-

alizou com sucesso o “Curso Teórico-Prático de Esfo-liação Química Superfi cial a Profunda”. No Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário, a ex-presi-dente da SBD (2011/2012), Bogdana Victória Kadunc, transmitiu seus amplos conhecimentos sobre o tema aos associados capixabas, sob a coordenação dos der-matologistas Leonardo Mello Ferreira e Fernanda Assis Ottoni. Realizada no início de agosto, sob coordenação científi ca de Maria Helena L. Sandoval, a III Jornada Ca-pixaba de Dermatologia Cosmiátriaca foi um sucesso de público, afi liado à SBD e bastante participativo. Fo-ram dois dias de intensa progamação com workshops, na sexta, e teoria, no sábado. Participaram do encontro como professores convidados: Bhertha Tamura, Juliana Jordão, Carlos Machado, Érica Monteiro, Eloisa Ayres e Célia Kalil.

Regionaiso

PernambucoEm 31 de julho, a paralisação dos médicos em Per-

nambuco contou com o Mutirão de Atendimentos no Memorial da Medicina, no Derby. Durante todo o dia foram realizadas consultas médicas nas áreas de car-diologia, clínica médica, pediatria, urologia e dermato-logia. A mobilização fez parte do Movimento Nacional Médico em Pernambuco, que é contra o programa Mais Médicos, a entrada de médicos estrangeiros sem a aplicação do exame Revalida e os vetos à Lei do Ato Médico. Durante o atendimento, os profi ssionais escla-receram a população sobre as reivindicações da cate-goria, em prol da medicina e do Sistema Único de Saú-de (SUS) fortalecido e de qualidade para todos.

“Parabenizamos todos os médicos presentes e a or-ganização do Simepe, com o apoio da Associação Mé-dica de Pernambuco (Ampe) e do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), pela importante

Mato Grosso Ocorrida de 30 de maio a 1o de junho

em Cuiabá (MT), a 15a Reunião Anual dos Dermatologistas do Centro-Oeste (Radeco) foi um sucesso. Os participan-tes assistiram a aulas sobre uma grande variedade de temas, como dermatologia clínica (hanseníase, colagenoses, leish-maniose, psoríase), dermatologia cirúrgi-ca, laser, luz intensa pulsada e cosmiatria (foto acima). “Ficamos muito felizes com o resultado do encontro e com a alta participação dos dermatologistas, que puderam atualizar e levar conhecimentos para seu dia a dia”, afi rma o co-ordenador da 15a Radeco, Edson Virgílio Martins.

Há dez anos a clássica jornada catarinense explora casos clínicos com pacientes ao vivo em sua programação científi ca

São PauloA cidade de São José dos Campos (SP) sediou o 1o Simpósio de Tricologia da SBD-Resp-3o

Distrito, no dia 10 de agosto. O encontro trou-xe as aplicações e os resultados dos tratamen-tos debatidos e apresentados no Ecos do Hair Research Congress ocorrido na cidade de Edim-burgo, na Escócia, em maio deste ano. Participa-ram do encontro dermatologistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), dermatopato-logistas, cirurgiões plásticos e cirurgiões da calví-cie da Associação Brasileira de Cirurgia e Restau-ração Capilar (ABCRC), Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e residentes dos Serviços Credenciados da SBD.

de Curitiba, de Clínicas, Santa Casa e da Universidade Estadual de Londrina. A jornada trouxe também novi-dades apresentadas por especialistas convidados dos laboratórios.

Dermatologistas de Pernambuco se unem no Movimento Nacional Médico

ação social que envolveu atendimento e esclarecimen-to à população sobre os motivos da mobilização médi-ca nacional. Agradeço o expressivo número de derma-tologistas presentes, incluindo preceptores e médicos residentes dos Serviços Credenciados de Dermatologia do Centro de Estudos Dermatológicos do Recife (Ce-der), Hospital Otávio de Freitas, Imip e Hospital Oswal-do Cruz, que proporcionou a realização de uma grande quantidade de atendimentos na área de dermatologia durante o mutirão. Só com nossa conscientização e postura proativa fortaleceremos nossa classe para a conquista de nossos objetivos com relação à medicina, em defesa da assistência de qualidade à saúde públi-ca”, disse o presidente da SBD-PE, Sérgio Palma.

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Jornal da SBD Ano 17 n.4 ● 49

ram agraciados, na festa de abertura, com o show “Mas podem me chamar de Chico”, com uma segunda noite no clima do Festival Folclórico de Parintins e com o encerra-mento ao som da banda Raízes Caboclas, no meio do Rio Negro, ao pôr do sol.

Segundo a presidente do evento, Valeska Francesconi, “A XXXII Jornada Norte-Nordeste de Dermatologia foi um sucesso em todos os aspectos; mais de 95% dos congres-sistas a avaliaram como ótimo ou bom, os patrocinadores também deram feedback positivo da participação, e a co-

missão organizadora en-cerrou os trabalhos feliz e com a sensação de dever cumprido. Obrigada a to-dos que nos apoiaram”.

48 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

Regionais

Mato Grosso do SulNo dia 22 de maio, a Regional Mato Grosso do Sul em

parceria com a SBD Nacional realizou em Campo Grande (MS) o Curso de Atualização em Psoríase, ministrado pe-los dermatologistas Marcelo Arnone (coordenador nacio-nal da Campanha de Psoríase da SBD), Aripuanã Cobério Terena, Alexandre Moretti de Lima. Contou também com a participação do Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian apresentando casos clínicos. “Foi um curso de alto nível e com exce-lente aproveitamento”, avaliou a presidente da SBD-MS, Elza Garcia.

Alexandre Moretti, Elza Garcia, Aripuanã Terena e

Marcelo Arnone

Faculdddade dde Meddiccina de Junddiaaí (FMJ)) –– SPNos dias 19 e 20 de julho, sob coordenação de Paulo R. Cunha, Valéria

Campos, Abdo Salomão, Luiz Fernando Tovo e Tallita Rezende, o Serviço de Dermatologia da FMJ realizou o “I Curso de Atualização em Laser e Pro-cedimentos Dermatológicos de Consultório da Faculdade de Medicina de Jundiaí”. O evento, dividido em conteúdos teórico e prático, foi muito bem--aceito, tendo suas vagas esgotadas. “Tendo em vista o sucesso, o segundo curso já está marcado para maio de 2014”, antecipa Paulo R. Cunha, chefe do Serviço.

Univerrrsidadee de Taubbaté (Unitaau) - SPP

O Serviço de Dermatologia da Universidade de Taubaté (Unitau) realiza os preparativos fi nais do Acampamento Dermacamp 2013 para crianças de nove a 12 anos com moléstias de pele graves. Neste ano, as crianças se reunirão no período de 14 a 17 de novembro, em Pindamonhangaba, São Paulo. “Os médicos dermatologistas podem inscrever-se como médicos, para cuidar das crianças, e também como monitores, para desenvolver com elas atividades lúdicas e de recreação. Lembramos sempre que a participação é gratuita para as crianças, e voluntária para os médicos e monitores”, explica o chefe de Serviço, Samuel Mandelbaum. O Dermacamp tem o apoio da SBD Nacional e da SBD--Resp e é organizado pelo Centro de Estudos Dermatológicos Dr. Abrahão Ro-tberg, da Universidade de Taubaté. Para inscrições, basta assessar o site: www.dermacamp.org.br.

Iniciado em 2001, o Dermacamp já benefi ciou mais de 300 crianças. Este será o vigésimo acampamento – já foram realizados 12 acampamentos para crianças entre nove e 12 anos, além de sete para adolescentes. No último ano, o acampamento reuniu crianças de 15 cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Fundddaçãoo Alffrredo da MaM tta (Fuammm) - AMMMOs dermatologistas do Serviço Luiz Claudio Dias

(diretor técnico), Graça Cunha (pesquisadora) e Paula Rebello (chefe do Serviço) iniciaram a participação no Grupo de Tele-hanseníase, via rede Rute (Rede Universi-tária de Telemedicina). A aula ocorreu no dia 16 de julho e também reuniu Maria Leide Oliveira, da Universida-de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Raimunda Nonata Sampaio e Omesina Maroja, ambas da Universidade de Brasília (UnB), e Marco Andrei Cipriani Frade, da Facul-dade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), além de um grupo da Universi-dade de São Paulo (USP-SP). No fi m de julho o Serviço realizou a aula de “Sigdermatologia com casos clínicos”.

Serrrviços CCCredencciadooos

Hooospitaal daass Clínicaass da FFaculddade de Meeedicinna dee Ribeirão PPreto ((FMRPP) – SPPP

Mais de 300 dermatologistas do interior e da ca-pital, além dos que vieram do Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país participaram da III Jaderp, ocorrida nos dias 24 e 25 de maio, em São Paulo. No primeiro dia, os congressistas participaram de dez cursos práticos – de dermatoscopia, cirurgia dermatológica, toxina botulínica, preenchimentos faciais, luz intensa pulsa-da e laser – todos realizados no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Já a programação teórica contou com dois convidados estrangeiros e abordou temas diversifi cados relacionados à dermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica. No segundo dia do evento, o destaque foi a Sessão Interativa com a apresenta-ção de casos clínicos pelos Serviços Credenciados do Estado de São Paulo. Uma votação realizada pela plateia escolheu o caso apresentado pelo Serviço do Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José de Rio Preto (Famerp) para ser agraciado com o prêmio “Dr. Ricardo Cordeiro”.

“O evento superou todas as nossas expectati-vas. A programação científi ca foi ampla, e o nível das palestras e discussões agradou a todos os co-legas que compareceram a nossa jornada”, avaliou Renato Soriani Paschoal, presidente do VI Distrito Dermatológico da SBD-Resp e um dos organizado-res do evento.

Rio Grande do SulDiversifi cação é o conceito que

rege a programação da XXXVIII Jornada Gaúcha de Dermatologia, confi rmada para os dias 27 e 28 de setembro, em Porto Alegre. A progra-mação do evento foi elaborada para contemplar as três grandes áreas de atuação dos dermatologistas, clíni-ca, cirurgia e cosmiatria, com objetivo de atender aos interesses tanto dos profi ssionais como dos estudantes.

O compromisso de realizar uma jornada que focalize diferentes temas está presente já no primeiro dia do evento, quando serão realizados dois cursos, um de diagnóstico, outro de cosmiatria no consultório. No segundo dia, os quatro módulos previstos também tratam de assuntos diversifi ca-dos. Além disso, a conferência magistral, ministrada pelo médico Carlos Vital Corrêa Lima, primeiro vice-presidente do Conselho Federal de Medi-cina (CFM), abordará o tema “Ética na Prática Médica”. A secretária cien-tífi ca da Jornada Gaúcha, a dermatologista Mariana Soirefmann, destaca ainda a importância para o evento de contar com palestrantes de diferen-tes estados brasileiros. Entre eles, estão os dermatologistas de São Paulo Davi de Lacerda, que falará sobre toxina botulínica; Denise Steiner, que tratará de alopecia nas mulheres; e Mauro Enokihara, que abordará áreas anatômicas de risco para cirurgia e procedimentos na face e no pescoço, entre outros. A jornada é uma promoção e realização da SBD-RS e tem apoio da SBD Nacional.

Roberta Nakamura, Prof. Robert Baran e Valeska Francesconi Fabio Francesconi, Flávio Luz, Carlos Menck, Lauro Louri-

val e Lauro Rodolpho Lopes

AmazonasDurante o período de 20 a 22 de junho, a cidade de

Manaus teve a honra de receber a XXXII Jornada Norte--Nordeste de Dermatologia. Com 389 participantes, o evento contou com 63 conferencistas – desses, 45 con-vidados de outros lugares do país –, que ministraram 96 palestras, dez cursos práticos, além do Curso de Unha organizado pela dermatologista Roberta Nakamura (RJ) e o Professor Robert Baran, de Cannes (França). Ao avaliar os aspectos científi cos do evento, o coordenador científi -co, Fabio Francesconi, ressaltou que “além da riqueza de

conteúdo apresentado, o evento inovou com o Curso de Dermatologia para a Atenção Básica, aproximando os derma-tologistas dos médicos generalistas, com benefí-cio direto para a popula-ção amazonense”.

Os participantes fo-

Policcclínicaa Gerall ddo Rio de Janeiro (PGRRJJ) - RJO Serviço da Policlínica Geral do Rio de Janeiro (PGRJ) participou das ações

do Dia Mundial de Combate ao Vitiligo, em 25 de junho. No Centro do Rio, de-zenas de médicos voluntários distribuíram panfl etos com informações sobre a doença e realizaram atendimentos gratuitos no Serviço, que é coordenado pelo dermatologista Omar Lupi. Além do Brasil, outros 80 países realizaram ações diversas nessa data.

De 15 a 17 de agosto realizou também a 15a Jornada de Cosmiatria e Laser contando com os mais renomados especialistas brasileiros na área.

Page 25: Jornal da SBD - Nº 4 Julho / Agosto 2013

Equipe da PUC Campinas com

o professor Panagiotis

Stavropoulos (de terno)

Hospitttal e MMaterniddade Celso Pierro (HMMMCP-PUUC Camppiinas)Coordenado pelo dermatologista Adilson Costa, o Serviço de Dermato-

logia do HMCP-PUC Campinas recebeu no dia 16 de julho a visita do profes-sor Panagiotis Stavropoulos, da Faculdade de Medicina da Universidade de Atenas, Grécia. Na oportunidade, Stavropoulos ministrou a palestra “Current Treatment Options of Psoriatic Patients. The Greek experience” em que dis-cutiu a abordagem de tratamento de pacientes com psoríase em seu hos-pital na Grécia. Após a aula, o professor visitou o Serviço e acompanhou o atendimento de pacientes compartilhando sua experiência com assistentes e residentes.

Centrooo de Esstudo DDeermatológico do Recife (Cedeer)O Ambulatório de Cosmiatria e Cirurgia Dermatológica da Santa Casa de

Recife (Ceder) promoveu em agosto o seminário e treinamento sobre “ Uso criterioso da toxina botulínica e dos volumerizadores para o rejuvenescimento da face” em quatro módulos, enfatizando a anatomia da face, técnicas, efeitos inesperados, condução de complicações e seleção adequada dos pacientes. O mês de estudo ocorreu sob a coordenação dos professores Emerson de Andra-de Lima e Mariana de Andrade Lima.

Fundddação de MMedicinaa Tropiccal DDDr. HeeitorVieirrra Doouraaddo (FMT-HVH D)

A Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), em conformidade com as diretri-zes da SBD Nacional, estabelece parcerias com outros Serviços Credenciados, com destaque para o Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay, na Santa Casa de Misericórdia do RJ – instituição parceira com in-tercâmbio de residentes regularmente desde 2012. Com o intuito de fortalecer os laços entre as instituições e de fomentar ainda mais troca de conhecimentos e experiên-cia, além do estágio da residente do terceiro ano Daniela Caetano Maia, no mês de junho, a dermatologista Chris-tiane Matsuo, preceptora do serviço da FMT-HVD, tam-bém participou da rotina da Santa Casa do Rio.

Hooospitaal UUnniversitárário PPrrof. AAlberrto Annntunees (Huupaa/Ufal)) – ALL

Atualmente o Hupaa/Ufal conta com seis resi-dentes, sendo dois R1, dois R2 e três R3. “Ressalta-mos que nos últimos anos, os R3 têm sido aprovados no TED, o que nos deixa muito orgulhosos”, observou o chefe do Serviço, Alberto Cardoso.

Hospppital Univveersitário Julio MMMülleer (HUJJJM) -- MT

Foi inaugurada em julho a galeria dos chefes do Serviço de Dermatologia da HUJM, coordenado pela dermatologista Elizabeth Moreno.

Instittutoo Laurroo de Souzaza Limaa (ILSLL)) - SPO Serviço do ILSL, em parceria com o VII Distrito

Dermatológico da SBD-Resp, realizou sua jornada der-matológica no dia 7 de junho. O encontro contou com a participação do palestrante Dewton de Moraes Vas-concelos da Universidade de São Paulo (USP) que mi-nistrou as palestras “Sinais de alerta de imunodefi ciên-cias para dermatologistas” e “Investigação laboratorial das imunodefi ciências”.

A R3 Daniela Maia (a segunda da esq. para a dir.) e a dermato-logista Christiane Matsuo (a quinta) com a equipe do Serviço

Serrrviços CCCredencciadooos

50 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

O dermatologista João Antonio (SP) ao lado das residentes Aline Marques, Ana Luísa Santos, Cíntia Marchi, Dora Cury, Eloisa Porto, Estela David, Fabiana Gerbi, Maria Gabriela Coura, Marina Marques, Mariana Montiel e Natalia Rossi

Facuuuldaade EEsstadual dde Meedicinna de São Josééé do Rio PPreto

O Serviço de Dermatologia de São José do Rio Preto, coordenado por João Roberto Antonio, ganhou o prêmio de melhor caso clínico na última Jaderp, em 25 de maio, em Ribeirão Preto (SP). O trabalho vencedor, apresentado pelas residentes do Serviço, abordou úlcera na face causada por citomegalovírus.

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Page 26: Jornal da SBD - Nº 4 Julho / Agosto 2013

52 Jornal da SBD ● Ano 17 n.4

Cabelos e Unhas

O Congresso Latino-Americano de Dermatos-copia (Clad), que ocorrerá de 17 a 19 de outubro, no Centro de Convenções Rebouças (São Paulo), apoia a realização de dois importantes eventos dos Departa-mentos da SBD, o I Simpósio Latino-Americano de Ci-rurgia Micrográfi ca de Mohs (ver matéria na pág. 15), e a Reunião do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD. Ambos os eventos ocorrerão na mesma data elocal do I Clad.

Na oportunidade, o Departamento de Cabelos e Unhas vai apresentar aulas sobre “Tricoscopia”, entre outro temas. Coordenado por Francisco Le Voci, o en-contro terá a presença da dermatologista da Polônia Lidia Rudnicka, que abordará em sua aula “A avaliação dos pacientes com perda de cabelo”. Outros temas dis-cutidos por experts da área são “Alopecia androgené-tica”, “Alopecia areata”, “Líquen plano pilar e alopecia fi brosante frontal”, “Tinea capitis”, entre outros. Haverá também a discussão de casos clínicos.

O evento destina-se apenas aos associados quites, residentes e especializandos de Serviços Credenciados da SBD. Para inscrições – gratuitas e limitadas –, acesse o link www.sbd.org.br.

Biologia Molecular Genética e Imuno-logia

O Departamento realizou pesquisa visando identifi car os principais pontos que devem ser melhorados para o crescimento do conheci-mento científi co entre os associados. A enque-te esteve disponível em junho no site da SBD. O Departamento de Biologia Molecular Genética e Imunologia da SBD é coordenado por Marco An-drey Cipriani Frade e tem como secretário Hiram Larangeira de Almeida Jr.

Fotobiologia

A SBD por intermédio do Departamento de Fo-tobiologia e com a colaboração de seus associados elabora um Consenso de Fotoproteção. Segundo o coordenador Sérgio Schalka, o objetivo é “produzir um documento que manifeste a posição da SBD e da dermatologia brasileira sobre os principais as-pectos que envolvam a fotoproteção no Brasil à luz do conhecimento gerado via literatura científi ca e contextualizado para a realidade do clima, da po-pulação e de seus hábitos”.

Preparado por um grupo de 24 dermatolo-gistas sob a supervisão de Schalka e da presi-dente da SBD, Denise Steiner, o documento será apresentado durante o Congresso Brasileiro de Dermatologia e terá sua versão impressa entre-gue possivelmente em outubro.

“O consenso servirá como fonte de consulta para nossos associados em sua prática diária, como guia para os porta-vozes da SBD quando o assunto for fotoproteção e também servirá para posicionar nossa visão do assunto para a comu-nidade médica não dermatológica e também para a população como um todo, incluindo a mí-dia e as autoridades”, assinala o coordenador do Departamento de Fotobiologia, Sérgio Schalka.

Imagem

O Departamento de Imagem participou da Jornada Pernambucana de Dermatologia, ocorrida em agosto, em Recife, com módulo montado por Ricardo Shiratsu e Sérgio Palma, e direcionado para o Departamento.

TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO – Em parceria com o De-partamento de Teledermatologia foram articuladas as diretrizes da I Ofi cina de Teledermatologia, ocorrida em julho, em São Paulo, sob a coordenação de Mau-rício Paixão. “Conseguimos aproximar e facilitar didá-tica e cientifi camente o dia a dia de todos os Serviços; lembrando que esse planejamento estratégico recebe o aval da Diretoria da SBD, que nos apoia entusiastica-mente”, assinala o coordenador do Departamento de Imagem, Ricardo Shiratsu.

Correção

Diferentemente do que foi publicado na seção Departamentos da edição anterior, o VI Simpósio Nacional de Hanseníase, o V Simpósio de DST/Aids, o IV Simpósio de Doenças Infecciosas e Parasitárias e o XXI Curso de Der-matologia Tropical, ocorridos em maio passado, em Maceió, foram organizados pelos coordenadores Joel Lastoria, Sinésio Talhari, Luiza Keiko e Dilhermando Calil, este idealizador da primeira edição do encontro 4 em 1, realizado em São Paulo, em 2008.

Departamentos