Jornal do Educador - Março 2011
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Lençóis une forças para criar o Plano Municipal de Educação
EducadorJORNAL DO
ediçao n°6
marçode 2011
A Diretoria Municipal de Educação, em con-junto com outros setores ligados à área, está trabalhando na criação do Plano Municipal de Educação, como pede o Plano Nacional (PNE), instituído pela Lei número 10.172. Na sexta-fei-ra, 25 de março, foi a vez de membros da Di-retoria se reunirem com outros setores ligados à Educação em Lençóis Paulista para explicar sobre a iniciativa.
Representantes de 17 entidades foram convidados a participar do encontro: EE Dr. “Paulo Zillo”, EE “Profª Leonina Alves Cone-glian”, EE “Profª Antonieta Grassi Malatrasi”, EE “Profª Vera Braga Franco Giacomini”, EE “Virgílio Copoani”, EE “Rubens Pietraróia”, Cooperelp (Cooperativa Educacional de Len-çóis Paulista), Colégio Francisco Garrido, Facol, Colégio São José, Prevê Objetivo, Centro Municipal de Formação Profissional
(CMFP), Senai, Cebrac, Instituto Ana Neri, Facinter (Faculdade Internacional de Curiti-ba) e ETEC de Lençóis Paulista.
Cada representante saiu do encontro com um dever de casa: falar com seus pares sobre o assunto para, na próxima reunião, apresentar propostas e sugestões. O próximo passo será reunir os gestores das escolas municipais para tratar do tema. Para a criação do Plano Munici-pal de Educação, a comunidade educacional se debruça nas diretrizes e metas do Plano Nacio-nal 2011-2021.
A expectativa é que, até o final deste ano, Lençóis Paulista já conte com o seu Plano Mu-nicipal. Com ele, o município vislumbra, sobre-tudo, o estabelecimento de um planejamento duradouro no setor da Educação, com a inten-ção de garantir, no transcorrer de uma década, avanços em benefício de toda a sociedade.
Reunião ocorreu no último dia 25, na Diretoria Municipal de Educação
A abertura do período de planejamento pe-dagógico deste ano, de 9 a 11 de março, levou os educadores da Rede Municipal
de Educação de Lençóis Paulista a refletir sobre um tema importante: a humanização na escola. Os professores e gestores estiveram reunidos na sede do Lions Clube, na Quarta-Feira de Cin-zas, para ouvir a palestra do doutor em Educação César Aparecido Nunes, professor da Unicamp.
O tema da palestra foi “Educar para a huma-nização: sensibilizar os saberes e esclarecer os afetos na escola e na vida”. “Escola é lugar de felicidade, de identidade da criança”, defendeu o palestrante, dono de um currículo “de peso”.
Ele é licenciado em filosofia, história e peda-gogia. É mestre e doutor em Educação pela Uni-camp e livre docente na mesma instituição no De-partamento de Filosofia e História da Educação. É coordenador adjunto do Grupo de Filosofia e História da Educação e também do Grupo de Es-tudos e Pesquisas em Filosofia e Educação “Pai-déia”. Exerce ainda a presidência da Associação
Brasileira de Educação Sexual, tendo atuado nas escolas paulistas dos anos 1980 e 1990 para im-plantar a educação sexual como conteúdo e com-ponente curricular na escola pública. Autor de 18 livros sobre temas e assuntos da articulação entre Filosofia, História, Educação e Sexualidade, hoje ele se dedica à pesquisa sobre ética, a formação do professor e a educação. A seguir, acompanhe os principais pontos da entrevista que o Jornal do Educador fez com o pesquisador.
Estamos em um novo tempo e é necessá-rio, também, investir em um novo modelo de Educação?
Sim. Aquela escola baseada na disciplina, no aluno chamado de obediente, já não pode exis-tir mais. Nós temos que criar um aluno respeito-so, mas não obediente, porque a obediência às vezes é cega. Nós temos que superar também a visão da escola como um lugar militarizado. A escola tem que ser um lugar vivo, bonito. O Bra-sil agora começa a entender que não adianta um
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
“Escola é lugar de felicidade” CAPACITACAO
A diretora presidente do Instituto Superior de Educa-ção de São Paulo/ Singulari-dades, Gisela Wajskop, es-teve em Lençóis Paulista no dia 21 de fevereiro para pro-ferir palestra aos profissio-nais da Educação Infantil da rede municipal. Com o tema “Conceito de infância, esco-la e aprendizagem”, o evento ocorreu no salão paroquial Nossa Senhora da Piedade e marcou a abertura do pro-grama de capacitação da área infantil, do qual partici-pam aproximadamente 150 educadores. A certificação é de extensão universitária.
“Quando se pensa em Educação Infantil, hoje a di-retriz é garantir condições para que as crianças pos-sam vivenciar experiências em todas as áreas do conhe-cimento, aprendendo e de-senvolvendo as suas capa-cidades de falar, expressar o que querem, o que desejam, o que podem”, diz a educa-dora Gisela Wajskop. “Elas devem ser introduzidas nas áreas dos conhecimentos mais gerais, particularmente pela fala”.
Durante palestra aos educadores da rede, o drº César Nunes, professor da Unicamp, defendeu a humanização na escola
ciclo econômico de desenvolvimento se ele não for acompanhado de um ciclo cultural, ético e estéti-co. Não adianta melhorar a renda e continuar com a mentalidade atrasada, a falta de cultura, a fal-ta de escola. Então, eu diria que nós estamos em um novo tempo e a sociedade brasileira tem dado sinais de que valoriza a escola. O fato de um pro-fessor pesquisador da Unicamp, por exemplo, es-tar aqui hoje, demonstra uma grande preocupação de Lençóis Paulista com as questões da Educação para a Humanização e para a Emancipação.
Quais, então, devem ser as diretrizes da Edu-cação neste momento?
A primeira diretriz é superar as tendências do passado, conforme acabamos de mencionar. Já a segunda é construir referenciais humanizadores. É valorizar a criança, valorizar o professor, criar um ambiente de diálogo na escola, melhorar a estéti-ca do espaço escolar, organizar um projeto peda-gógico baseado na leitura e na escrita. É preciso usar, sim, a mídia, a televisão, o computador, mas
nada vai substituir a leitura e a escrita, a fantasia, a capacidade de pensar o mundo. A partir dis-so, precisamos fazer, também, uma nova rela-ção com a comunidade, não assistencialista, nem patrulhadora, e isso eu vejo que Lençóis Paulista está buscando.
O senhor defende que é necessário aliar o conteúdo pedagógico da sala de aula a valo-res e investir na sensibilidade. Qual a impor-tância disso?
O conhecimento, sozinho, não provoca mu-danças comportamentais. Ficamos mais cultos, mais esclarecidos, mas não mudamos. O que gera a mudança é a educação afetiva, a sen-sibilidade. A minha proposta é centrar o pro-jeto pedagógico da escola nos novos direitos e novos deveres sociais que o Brasil construiu nos últimos 25 anos. Então, não é uma magia. Não adianta copiarmos a pedagogia da Fran-ça, da Espanha. Nós temos que buscar aqui-lo que historicamente é a nossa possibilida-de. É uma pedagogia brasileira, partindo da emancipação, da humanização, com a nossa cara de escola e de sociedade. É triste dizer que o povo brasileiro é um dos mais criativos do mundo, mas que essa criatividade para na
porta da escola. Na grande maioria das escolas ainda predomina a visão disciplinar, militar, auto-ritária, e hoje fabril. Só que escola é lugar de feli-cidade, de identidade da criança.
O senhor também é presidente da Associação Brasileira de Educação Sexual. Quais os avan-ços conquistados nessa área e quais os desa-fios a serem superados?
A Educação sexual é um tema bastante meticuloso, ainda de difícil abordagem; a sexualidade envolve va-lores éticos, religiosos, subjetivos. Vimos que o Brasil passou um longuíssimo período de repressão sexual e, nos últimos 50 anos, houve uma descompressão, liberação, um consumismo, um exibicionismo mui-to grande. Temos que chegar agora a um equilíbrio quando à educação afetiva e a ética sexual. Em 1996 os parâmetros curriculares nacionais definiram a se-xualidade como tema transversal, portanto, que a es-cola tem que abordar. Só que daí definimos o tema como obrigatório, mas não pusemos a sexualidade nos cursos de pedagogia, nos cursos de formação de professores. Portante, agora estamos num segun-do momento: é preciso formar o professor para lidar com a sexualidade da criança. É lidar no sentido de dar informações científicas, psicológicas, mas não dar moral. Moral é problema dos pais. Pai e mãe é que têm que dizer o que é certo e o que é errado. Mas o professor tem que mostrar, por exemplo, que o machismo é uma construção social, que a mulher e o homem são iguais em direitos, em potencialidades.
Gisela WajskopPresidente do Instituto
Singularidades
``
A palestra foi dirigida a todos os educadores da rede
Prof. Dr. César Nunes
Fundação Volkswagen investe em novos projetos educacionais em Lençóis
Textos: Carla Izeppe • Fotos: Carla Izeppe e divulgação das escolasJornalistas responsáveis: Carla Izeppe (Mtb - 44.401) e Eduardo Magalhães (Mtb- 24.213)Produção gráfica: Propagare Propaganda e Marketing • Impressão: Gráfica AgudosTiragem: 1.200 exemplares • Custo de produção: 0,77 (valor unitário)
é um informativo mensal da Diretoria Municipal de Educação de Lençóis Paulista, destinado aos profissionais da rede.
EXPEDIENTE
EducadorJORNAL DO
Carnaval na escola - no mês do Carnaval, mui-tas escolas municipais investiram em uma pro-gramação diferenciada para incentivar a cultura popular brasileira. Desfile de fantasias, decora-ção das escolas e muitas marchinhas fizeram parte do programa. Na foto, a “festança” na EMEIF Eliza Pereira de Barros, no Centro.
Uma parceria firmada entre a prefeitura de Lençóis Paulista (por meio da Diretoria Munici-pal de Educação), a Fundação Volkswagen e o Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), que já possibilitava a implementação do projeto “Entre na Roda” na Rede Municipal de Ensino, agora também torna realidade os programas “Estudar pra Valer!” e “Brincar.
Entre na RodaO Entre na Roda tem como objetivo formar
orientadores de leitura a fim de difundir o hábito em instituições educacionais, em seu entorno e em outros espaços educativos. Cada escola ou instituição que participa do projeto recebe um baú de livros com até 200 títulos para auxiliar na implantação de rodas de leitura e outras ativida-des orientadas pelo projeto.
No ano passado, a ação começou a ser desen-volvida como projeto piloto na EMEF Profª Guiomar Fortunata Coneglian Borcat. Neste ano, a EMEIF Irma Carrit será a escola piloto para o desenvolvi-mento da iniciativa com a educação infantil.
Estudar pra ValerO “Estudar pra Valer!” é segmentado para ci-
clos I e II do Ensino Fundamental. Sua propos-ta está pautada na formação de professores e gestores de escolas públicas, propiciando o efetivo aprendizado da leitura e da escrita aos alunos em todas as áreas do conhecimento. Para oferecer subsídios à atuação dos profes-sores em sala de aula, alunos e educadores recebem material didático com atividades de leitura e produção de texto que abordam situ-ações concretas, reforçando o uso da língua como função social. Esse projeto será direcio-nado a todos os alunos da rede municipal de Lençóis que cursam de 5ª a 8ª séries.
BrincarO “Brincar” é uma proposta de formação vol-
tada para Educação Infantil. O projeto trabalha com resgate cultural para ampliar o repertório de brincadeiras, jogos e brinquedos da cultura brasileira. A EMEIF Maria Cordeiro Fernandes Orsi e a Creche Neide Madeira Dias participam do projeto piloto.
PALAVRA DO DIRETOR
A Diretoria Municipal de Educação de Lençóis Pau-lista está trabalhando inten-samente para a criação do nosso Plano Municipal de Educação, o qual queremos que esteja concluído até o final de 2011.
Com diretrizes e metas traçadas para uma década, não temos dúvidas de que ele somará muito às ações já implantadas, a partir do momento que vislumbra um planejamento contínuo na área da Educação, capaz de garantir benefícios para toda a sociedade.
No momento, estamos na fase de explanação do novo PNE (Plano Nacional de Educação) para todos os dirigentes escolares: municipais, estaduais, par-ticulares, de ensino técnico e ensino superior, para a construção das metas edu-cacionais do município, com base no PNE 2011-2021.
Em virtude de sua impor-tância e diretrizes pensa-das para todo o município, buscamos o envolvimen-to de toda a comunidade educacional. Sabemos que todos têm informações e posições muito valiosas e queremos estudá-las jun-tos, de maneira democráti-ca, para criar o plano mais condizente com o ideal e a realidade da Educação em Lençóis Paulista.
Luiz Eduardo ContiDiretor de Educaçao de Lençois Paulista
Mural Orientacao profissionalA convite da EMEF Profª Idalina Canova de Bar-ros, o diretor de Desen-volvimento e Geração de Emprego e Renda, Altair Aparecido Toniolo, pro-feriu palestra no último dia 16 aos alunos das 8ª séries. Foi mais uma ini-ciativa da escola dentro do projeto “Despertan-do o Jovem para o Mer-cado de Trabalho, Co-nhecendo Profissões”, que também conta com parcerias com institui-ções como o Senai e a Escola Qually Brasil.