Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul

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Fortalecer a atuação dos profissionais de sustentabilidade é fortalecer o desenvolvimento sustentável do Brasil artigo de Daniella Mac Dowell é representante da ABRAPS - Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, Grupo Sul e vice-coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) de Expansão da ABRAPS.

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2 outubro

2011

Diretores Responsáveis: José Leonardo de Oliveira - e-mail: [email protected] e Gilberto Costa - e-mail: [email protected] | Endereço: Praça Ozório, 351 -2o andar - conjunto 25 | Telefone: 3024-8369 | Site: jornalmeioambiente.com.br | E mail: [email protected] | Jornalistas: Gilberto Costa - DRT 3951-PR - Casemiro Eugênio Linarth -DRT 1137-PR - E-mail: [email protected] | Articulista: Paulo Peixoto | Estagiário: Osvaldo Soares | Colaborador: Renato Soika | Instituto Ambiental, Cultural e Turístico CARIJÓ:Nelson Edison de Moura Rosa e Graça Santiago de Moura Rosa | Correspondentes: Minas Gerais - João Carlos Martins Júnior - e-mail: [email protected] / Ceará - Professor: Carlos MagnoMelo Braga - Projeto de Educação Ambiental.SGA - http://projetoprofessorcarlosmagno.blogspot.com/ [email protected] / Nossos colaboradores pelo país: Brasília: Luciana Ribeiro- [email protected] | Rio de Janeiro: Thiago Marques Cardoso - [email protected] | Diagramação, Arte e Produção: Editora Exceuni - Aldemir Batista: (41) 3657-2864 / 9983-3933- [email protected]| Colaboraram com esta edição: Hugo Weber Jr. - consultor em marketing ambiental | Robinson Rolim RessettI - engenheiro agrônomo | Luciana Ribeiro - Pedagogae Escritora | Danilo OLiveira da Silva - Administrador Hospitalar e Diretor Geral do Hospital Municipal de Araucária |Odair Sanches - Advogado, engenheiro agrônomo | Eloy Fasse CasagrandeJr - Professor, PhD em Recursos Minerais e Meio Ambiente, Pós-doutor em Inovação Tecnológica e Sustentabilidade, Coordenador do Escritório Verde e Professor da Universidade Tecnológica Federaldo Paraná-UTFPR. Assessoria de Imprensa: Binômio Comunicação Corporativa - Adriana Taques Mussi Endres - 41 3521-7981 - e-mail: [email protected] - . Os artigos assinadosnão correspondem necessariamente a opinião deste jornal. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo do Jornal Meio Ambiente, sem a prévia autorização.

J O R N A L M E I O A M B I E N T E E D I Ç Õ E S L T D A

e d i t o r i a l

e x p e d i e n t e

LUCIANA RIBEIRO

Pedagoga Formada pela Faculdade JK (Anhanguera de Águas Claras), Pós-graduada em Orientação e GestãoEducacional na IECO/Cursos de Extensão na Escola da Natureza e na UNB;Realizando trabalhos ecopedagógicoscom o apoio da ONG Círculo de GIZ/ UNB. Autora do livro ANA FOLHA E A TURMA DO LIXÃO: "Vamos preservarnossas florestas" e também autora do blog "Ecopedagogia".

n o s s a c a p an o s s a c a p a

educação

Tratar de questões relacionadas às

cidades brasileiras e aos problemas so-

cioambientais (desmatamentos de áre-

as verdes, consumo exagerado de bens

materiais, despejo inadequado de li-

xos, poluições de gases produzidos

por indústrias e carros etc) tornou-se

um desafio grandioso e preocupante

para especialistas e sociedade no ge-

ral.

Neste sentido, vislumbra-se a edu-

cação ambiental como educação po-

lítica que inseri o sujeito e sua vivência

histórica, social, econômica e cultural.

Assim, propõe-se a problematização

dessas vivências junto aos aconteci-

mentos cotidianos que geram conse-

qüências para o meio ambiente, mas

conscientizando o indivíduo como

agente socialecológico que pode mu-

dar a si mesmo, o outro e o mundo.

As discussões ambientais, media-

das por estudiosos, pesquisadores e

ambientalistas, precisam ser conheci-

das e compreendidas pelos cidadãos

como espaços ecopedagógicos. A co-

municação ambiental por meio de re-

cursos materiais como folder, pan-

fleto, placa e outras fontes áudio-

visuais, deve ser apropriada à con-

vivência social das pessoas em es-

colas, empresas, hospitais, igrejas

etc. Além disso, é importante re-

conhecerem a origem histórica de suas

cidades, das áreas verdes que a com-

põem, das pessoas e suas diversida-

des culturais, incluindo conquistas que

se dinamizam entre prejuízos e male-

Analfabetismo Ambiental eAções Ecopolíticas Sustentáveis

fícios para o meio ambiente.

Segundo Berna, 2010, o indivíduo

tem o direito de ser educado por meio

de uma educação democratizada e de

qualidade, garantida pela Política Na-

cional de Educação Ambiental

(PNEA) – Lei n° 9.795 de 27 de abril

de 1999, art. 5°, inciso II.

Respaldada pelos direitos dos ci-

dadãos de terem o meio ambiente

ecologicamente equilibrado (Artigo

225 da Constituição Brasileira/Políti-

ca Nacional dos Resíduos Sólidos ,

regulamentada por decreto presiden-

cial no dia 23 de dezembro de 2010),

reivindico aos governantes propostas

que envolvem políticas públicas com

a inserção de atividades e projetos que

viabilizam a proteção da natureza, su-

giro alguns:

- Modificar as lixeiras públicas, seus

formatos e nomeá-las por “reci-

cladoras de resíduos sólidos”.

- Divulgar faixas, panfletos, jornais,

revistas e placas compostas por

imagens ou propagandas de reci-

clagem e conservação, a serem di-

vulgadas pela mídia televisiva.

- Convidarem os educadores para

disseminarem informações ambi-

entais nos teatros, mutirões de lim-

peza, cinemas, bate-papos, pois

educação é um processo de apren-

dizagem duradouro e contínuo.

As instituições responsáveis pelo

meio ambiente (Instituto Brasileiro de

Meio Ambiente e Recursos Renová-

veis (IBAMA)/ Secretaria de Meio

Ambiente (SEMA)/Ministério do

Meio Ambiente (MMA) e outros) pre-

cisam mobilizar-se para educar os ci-

dadãos de modo mais acessível, res-

peitando as linguagens e problemas

sociais enfrentados pelo povo brasi-

leiro. Os conhecimentos e ações am-

bientais precisam ser divulgados, am-

parados e acessados para sanar o anal-

fabetismo ambiental que existe e re-

força o descaso e o desconhecimento

de informações locais, regionais, na-

cionais e globais. Assim, a comunida-

de e sua participação efetiva perante

os problemas e situações de degrada-

ção do meio ambiente podem ser

motivadas de forma vivencial, ecope-

dagógica e desafiadora. Entretanto,

esse trabalho educativo, que permite

focalizar a educação sociambiental, faz

parte dos projetos que estão sendo

debatidos por especialistas na Tv, rá-

dio, internet etc. Debater e vigorar tais

exigências é imprescindível para o

cumprimento das leis que regem a le-

gislação ambiental no Brasil.

Acesse para saber mais: http://www.escritorvilmarberna.com.br/ - http://www.paulofreire.org/http://bela-ecopedagogia.blogspot.com/ - http://patriciaguarnieri.blogspot.com/

http://revistaescola.abril.com.br/meio-ambiente/ - http://www.apoema.com.br/geral.htm

O crescimento populacional exi-ge uma demanda cada vez maior dosrecursos naturais e, neste mês em quesimbolicamente se contabiliza 7 bi-lhões de habitantes, ficamos a imagi-nar como será o mundo daqui a 50,60 anos que, como nos filmes de fic-ção, batalhas serão travadas entreos povos motivados por disputas pelaágua e pelos alimentos que hoje jásão escassos em diversas regiões daTerra.

Afinal, o atual modelo de desen-volvimento vem colocando em ris-co o equilíbrio do nosso planeta eesse é o desafio para a atual e paraas próximas gerações. As previsõesnão são nada animadoras e isso mos-tra a necessidade de mudanças dehábitos de produção e consumo.

Esse é um dos principais assun-tos desta edição que trás ainda, arti-go sobre alimentação saudável, a im-portação de lixo hospitalar, as açõessustentáveis das empresas pelo Bra-sil, dicas literárias, a presença dosbrilhantes profissionais que mensal-mente brindam nossos leitores comseus artigos e muito mais.

Importante lembrar que o con-curso para eleger as Cataratas comouma das 7 Maravilhas da Naturezaestá em sua fase final e não deixemde votar.

Uma ótima leitura à todos.

Futuro

Criação: Orgânicacw&d Comunicação

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4 outubro

2011

Administrador Hospitalar e Diretor Geral do HospitalMunicipal de Araucária

DANILO OLIVEIRA DA SILVA

destaque

No início de outubro, todos nós fomos surpreendidos

com a notícia de que resíduos hospitalares dos Estados Uni-

dos estavam sendo vendidos para o Brasil. Este fato, que

gerou grande repercussão na mídia nacional, demonstra um

grande problema ambiental existente e que deve servir como

um alerta para as instituições de saúde: o que estamos fazen-

do com o resíduo produzido em nossos hospitais?

Para quem é da área da saúde, o termo PGRSS (Plano

de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde) é

algo comum. Este documento, que é obrigatório e valida-

do pela vigilância sanitária local, descreve o que aquela insti-

tuição de saúde faz em relação à separação, descarte e des-

tinação de todos os resíduos gerados.

Em tese, a aplicação do PGRSS resolveria o problema

do lixo hospitalar, mas na prática não é bem assim. Se ima-

ginarmos uma agulha contaminada com material biológico,

após a sua utilização, deverá ser devidamente descartada em

algum recipiente de estrutura resistente, como uma caixa,

por exemplo, para evitar que alguém possa se perfurar.

Depois disso, alguma empresa especializada na coleta deste

tipo de resíduo deverá fazer a coleta e levar para um local

adequado, devendo incinerar todo o material recolhido. O

papel do Hospital entra exatamente aí: averiguar o destino

deste material da porta da instituição para fora.

O resíduo ou lixo hospitalar é de responsabilidade da

instituição até o seu destino final. Se uma empresa recolhe

todo o resíduo do Hospital e o joga em algum rio ou terre-

no inapropriado é de inteira responsabilidade do Hospital,

que não se certificou de que aquele fornecedor realizava o

trabalho da maneira correta.

Mas esta não é a única solução. Temos que ter a consci-

ência de que precisamos repensar o modo como estamos

produzindo esse resíduo. É necessário reduzir o consumo,

além de reciclar e reutilizar materiais quando possível. No

Hospital Municipal de Araucária há um grande esforço na

conscientização dos colaboradores para reduzir a produ-

ção de resíduos e todo papel e plástico é enviado para em-

presas de reciclagem.

Outra ação realizada, e que serve com um bom exem-

plo, foi a utilização de vidros de algumas medicações (devi-

damente higienizados) como matéria prima para artesanato.

Através da parceria com uma empresa de design, estes vi-

dros se transformaram em peças de decoração. Este é um

pequeno exemplo de que há possibilidades para dar um

destino ambientalmente correto para alguns resíduos gera-

dos dentro do Hospital e assim contribuir com esta ques-

tão.

Resíduo Hospitalar:

um desafio para as

instituições de saúdeOs maiores acusados dodesmatamento são os agricul-tores. Esse é o discurso rei-nante no mundo urbano. Naverdade nossos antepassadosdesmataram tanto pra agricul-tura quanto para a construçãodas cidades.

Ou você acha que nossabelíssima Copacabana ou a in-ternacionalmente famosa Ipa-nema não eram uma grandefloresta quando as caravelasprimeiro chegaram aqui?

Essa consciencia é muitorecente: não poder construirem declividade acima de 45graus, nem no minimo de 30metros das margens dos rios,nem na cota de 1800 metrosacima do nivel do mar etc.

Ou seja, com a proposiçãodo novo código florestal, tería-mos que acabar com as viní-colas todas do Rio Grande doSul, com a cafeicultura do sulde Minas, também as do Espi-rito Santo, sem falar na recemeleita sétima maravilha do mun-do, no alto do Corcovado queterá que ser demolida, porquenão podemos ocupar o topodos morros...

Por isso na nova lei há aparte em que se chama o "fatoconsumado", que tipifica ca-sos como o do Sumaré, que jáfoi usado, o do próprio Cristoque já ocupa o alto de ummorro que foi desmatado paraque a estátua fosse implanta-

Desmatamento:

quem é o culpado?

da, as vinículas que já existemlá há mais de 200 anos, os ca-fezais há mais de 300..., então,tem que se fazer um grandeacordo nacional, não acham? Éo que está sendo proposto.

Se já há uma área desmata-da, com qualquer dessas ocu-pações que mencionei, há quese preservar outras, como me-dida compensatória, mas nãodeclarar o Cristo como umfora da lei!!!

Esta Lei trata de um mun-do real, e esse mundo tem pro-blemas. Normalmente quandochega um jornalista e olha umacatástrofe e aparece uma au-toridade, ele atribui a ele a cul-pa. É a tese do atropelado.Ele responsabiliza o cara ao ladopelo ocorrido. Corre-se o riscode amedrontar os bem intenci-onados socorristas!

Não adianta você chegaragora que está vendo essa ouaquela autoridade na cena docrime e culpá-la. Tem que co-brar futuras soluções.

Este é o momento paraque nós, que temos capacida-de de formulação, contribua-mos com idéias. À imprensa,cabe fazer alertas e fiscalizar.Não culpar os bem intenciona-dos, os que dão as caras nosocorro das vítimas para nãocorrer o risco de numa próxi-ma vez, não haver socorro.

Há dez anos não havia essaconsciência, hoje a temos e é

um ponto de partida importan-te. Quando Lacerda removeuas favelas no passado, foi cha-mado de reacionário, nazista.Na verdade ele foi peitudo ecorajoso.

O que nós precisamos da-qui pra frente é parar de fazerdemagogia com pobre, e agir-mos, porque se um filho de 5anos, não quer ir a escola, oque faz o pai omisso?

Deixa-o brincando?Ora, os governantes, neste

momento precisam compor-tar-se como pais responsáveisque fazem o que tem que serfeito.

Em Piraí no sul fluminen-se, já estão ocupando o mes-mo lugar onde morreram cen-tenas de pessoas em 1967. Oser humano é o único animalcapaz de insistir num compor-tamento mesmo sabendo quetem altos riscos.

Não vemos por exemploleões fumando, se drogandoou ingerindo bebidas alcóo-licas, ou ainda uma zebrapraticando sexo sem camisi-nha, ou um tamanduá dirigirembriagado, todos comporta-mentos em áreas de risco.

Sigamos então os animaisno que eles têm a nos ensinar,mas sem culpar quem não temculpa, para não corrermos orisco de sermos classificadoscomo da forma como os clas-sificamos: de irracionais!

Claudia CataldiJornalista e presidente do Instituto Responsa Habilidade

[email protected] / twitter:@claudiacataldi

O desmatamento na Ama-zônia caiu 43% em setembrocomparado com o mesmo mêsdo ano passado. Os dados sãodo Inpe (Instituto Nacional dePesquisas Espaciais) e foramdivulgados nesta segunda-feirapela ministra do Meio Ambi-ente, Izabella Teixeira.

Segundo o sistema Deter,que detecta desmatamento emtempo real usando satélites, adevastação na região amazôni-ca em setembro foi de 254 hec-tares, contra 448 hectares em

Desmatamento na Amazônia cai 43% em setembro2010.

"É o menor [desmate em]setembro da história", disse aministra, em alusão ao início dasérie de dados do Deter, em2004. "Não tivemos um setem-bro negro, tivemos um setem-bro verde."

No acumulado de janeiro asetembro, o Deter viu empatetécnico em relação ao mesmoperíodo do ano anterior: 1.835km2 em 2011 contra 1.862km2 em 2010, uma queda de1,5%. Mato Grosso e Rondô-

nia foram os únicos Estadosque mostraram uma eleva-ção no período -- no casomatogrossense, de expressi-vos 72%.

A alta reflete a disparada noperíodo de abril a maio, quan-do a perspectiva de uma anis-tia induzida pelo debate doCódigo Florestal na Câmarados Deputados, aliada a umalei de zoneamento benevo-lente em Mato Grosso, ani-mou o setor produtivo a des-florestar.

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5opinião

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6 outubro

2011tecnologia

Sistema Biolac® é um pro-

cesso inovador de lodo ati-

vado que usa a retenção pro-

longada de sólidos biológicos para

criar um sistema extremamente está-

vel, de fácil operação. As capacidades

desta tecnologia singular vão muito

além do tratamento de aeração pro-

longada comum. O processo Biolac®

maximiza a estabilidade do ambiente

operacional e proporciona um trata-

mento altamente eficiente.

O design garante a construção com

o custo mais baixo e a simplicidade

operacional. Existem mais de 800 Sis-

temas Biolac® instalados em todo o

mundo, tratando as águas residuais

municipais e diferentes águas residu-

ais industriais.

O sistema Biolac® utiliza uma ida-

de de lodo mais longa que outros sis-

temas aeróbicos. A idade do lodo,

define as características operacionais de

qualquer sistema de tratamento bio-

lógico aeróbico. Uma idade de lodo

mais longa diminui dramaticamente os

níveis de DBO [Demanda Bioquími-

ca de Oxigênio] e de amônia. O pro-

cesso de longa idade de lodo Biolac®

produz níveis de DBO abaixo de 10

mg/l e nitrificação completa (abaixo

de 1 mg/l de amônia) quando solici-

tado. Pequenas modificações no siste-

ma também permitem a desnitrifica-

ção simultânea no mesmo tanque e

remoção de fósforo.

Enquanto a maioria dos sistemas

de aeração prolongada atinge sua ca-

pacidade máxima de mistura nas ida-

des de lodo de aproximadamente 15-

25 dias, o Sistema Biolac® mistura de

maneira eficiente e uniforme os volu-

mes de aeração associados ao trata-

mento de 30-70 dias de idade de lodo.

Sistema de Tratamento de Água Residual Biolac®Sistema Biológico com alta idade de lodo

A grande quantidade de biomassa

pode absorver cargas de pico, sem

afetar a qualidade de água tratada. A

extrema estabilidade do lodo permite que

ele seja depositados em lagoas de sedi-

mentação ou bacias de lodo não aera-

das, com longos tempos de armazena-

mento, bem como leitos de secagem.

COMPONENTES DO

SISTEMA DE AERAÇÃO

A capacidade de misturar grandes

volumes em bacia usando um míni-

mo de energia é uma função das ca-

deias móveis de aeração BioFlex® e

dos conjuntos de difusor de bolhas

finas BioFuser® que fazem parte do

equipamento. O movimento suave e

controlado, para trás e para frente, das

cadeias e difusores distribui a transfe-

rência de oxigênio e a energia de mis-

tura de maneira uniforme pela área da

bacia. Não é necessário mais nenhum

fluxo de ar adicional para manter o

processo de mistura. Sistemas estaci-

onários de aeração de bolhas finas de-

mandam 450 a 600m3/h de ar por

1000m3 de volume de bacia de aera-

ção. O Sistema Biolac mantém a mis-

tura necessária do lodo ativado e a sus-

pensão dos sólidos com apenas 40%

desta vazão. O processo de mistura

de uma bacia Biolac requer tipicamen-

te de 35 a 50% da demanda de ener-

gia projetada para o consumo de oxi-

gênio para a remoção de carga bioló-

gica. O fornecimento de ar para a bacia

pode ser drasticamente reduzido du-

rante os períodos de baixa carga, sem

que ocorra risco de anaerobiose.

CONSTRUÇÃO E

INSTALAÇÃO SIMPLES

Uma grande vantagem do sistema

Biolac é o seu baixo custo de instala-

ção. A maioria dos sistemas de lodo

ativado, requerem bacias de concreto.

O sistema Biolac pode ser instalado

em bacias de terra, revestidas ou não.

Os difusores de bolhas finas BioFu-

ser não são fixados no piso da bacia,

dispensando as tradicionais ancoragens

no fundo do tanque, assim como ni-

velamentos. As únicas obras estrutu-

rais de concreto necessária são as cons-

truções simples do(s) clarificador(es)

interno(s) e do sopradores/controle.

Toda a manutenção é realizada pela

superfície, removendo apenas o con-

junto difusor necessário, sem esvazia-

mento do tanque de aeração e sem a

necessidade de parar o sistema.

O processo Biolac apresenta alta

estabilidade de processo, alta qualida-

de de água tratada, remoção de nutri-

entes, facilidade de manutenção, lon-

ga vida útil dos difusores de ar e gran-

de redução do consumo energético.

O

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8 outubro

2011

Johann Gottlieb Fichte (1762-

1814), filósofo alemão, manifestou o

seguinte enunciado: "Figurai-vos um

mundo de cegos natos que, portanto,

só conheçam objetos e correlações

existentes através do sentido do tato.

Ide a esses indivíduos e falai-lhes de

cores e de outras realidades existentes

apenas mediante a luz e para a visão.

Ou não lhes estareis falando de coisa

alguma - caso em que será melhor que

o manifestem, pois, desse modo, logo

dareis conta do erro e, a menos que

possais dotá-los do sentido da vista,

interrompereis tão inútil discurso...".

Porém, Rudolf Steiner (1861-1925),

Doutor em Filosofia (Ph.D.), nos aler-

tou que "nunca se deve nutrir dúvidas

quanto à possibilidade de 'abrir os

olhos' a qualquer homem acessível".

É partindo dessa premissa que o pre-

sente texto é apresentado.

A ciência materialista não possui

conceitos capazes de fundamentar

uma consciência ética. Forças foram

isoladas e tornadas úteis. Com elas, se

produz uma 'Natureza inferior'. Essa

ciência não conhece a essência das for-

ças da Natureza, mas seus efeitos. A

agricultura moderna, com toda tecno-

logia e inovação (ex. transgênicos),

rompeu os laços com suas origens e

as consequências de suas práticas agrí-

colas (ambientais, na saúde e socioe-

conômicas) estão sendo sentidas ao

longo do tempo (ex. redução na bio-

diversidade, aumento de doenças de-

generativas e na pobreza). As grandes

monoculturas (ex. milho e soja), com

manejo intensivo e produtividades

surpreendentes, estão separadas do

conjunto da Natureza.

Assim sendo, de forma a oferecer

uma alternativa à visão materialista

dominante, onde produtos agrícolas

'grandes e abalofados' apresentam

qualidade nutricional e são oferecidos

à população, temos a Agricultura Bi-

odinâmica. Nela são produzidos gê-

neros alimentícios que nutrem o ser

humano a partir de 'forças impregna-

das' na matéria.

A base da Agricultura Biodinâmi-

ca é a Antroposofia (ou Ciência Espi-

ritual Antroposófica), introduzida no

início do século XX pelo filósofo aus-

tríaco Rudolf Steiner, Ph.D.. Na An-

troposofia temos, entre outros temas,

a descrição do desenvolvimento do

planeta e do ser humano 'de um pon-

to de vista não materialista reducio-

nista'. Com suas colocações, a moti-

vação primária dominante para o su-

cesso financeiro torna-se relativa, sen-

do o foco principal o resultado alia-

do ao cuidado e estímulo das condi-

ções regionais e o desenvolvimento da

fraternidade dentro dos domínios eco-

nômicos.

Os preparados biodinâmicos são

parte integrante do manejo biodinâ-

mico do solo. Uma de suas funções é

harmonizar o meio onde atuam, por

meio de um equilíbrio dinâmico entre

os constituintes do organismo agríco-

la (solo, planta, animal e ser humano).

Os preparados fazem a mediação de

forças construtivas e sanantes direta-

mente em conexão com os processos

biológicos. A biodiversidade está re-

lacionada com a renovação da terra,

água, ar e calor, tendo papel insubsti-

tuível na gênese, preservação e con-

servação dos ecossistemas. As intera-

ções ecológicas entre animais e vege-

tais são a base para a contínua recons-

trução da Natureza, da vida. O prin-

cípio do preparo consiste em que os

três reinos naturais (mineral, vegetal e

animal) entrem em contato no ritmo

de tempo de um ano solar. A criação,

a partir de uma síntese dos três reinos

naturais, é um produto do espírito

humano.

De modo geral, a quantidade de

substância ativa utilizada corresponde

a uma dosagem homeopática. Os pre-

parados biodinâmicos tornam o solo

receptivo às forças da Natureza supe-

rior suprassensível (forças vitais, aní-

micas e espirituais). Vida é uma força

e ela está ligada à substância apenas

temporariamente. Os elementos mi-

nerais são instrumentos para a planta

formar vida a partir da luz. A totali-

dade nutre e não a singularidade dos

componentes materiais.

O Centro Paranaense de Referên-

cia em Agroecologia (CPRA), locali-

zado no Município de Pinhais (PR),

foi criado com a missão de promo-

ver e cooperar com ações de capaci-

tação, pesquisa, extensão e ensino nas

áreas de Agroecologia, Agricultura

Orgânica e Educação Sócioambien-

tal. A fim de adaptar as práticas bio-

dinâmicas às condições locais e torná-

las acessíveis aos agricultores familia-

res, o CPRA vem realizando oficinas

práticas de elaboração e uso dos pre-

parados biodinâmicos. As oficinas vi-

sam capacitar agricultores, técnicos,

professores, estudantes e demais inte-

ressados, divulgando os resultados

obtidos com o manejo biodinâmico

em culturas anuais, perenes e criações

animais. Desde a criação do CPRA,

em 2006, as oficinas práticas são reali-

zadas anualmente nas épocas de en-

terrar e desenterrar os preparados

(solstício de verão e equinócio de pri-

mavera, respectivamente). Os prepa-

rados biodinâmicos elaborados são

P500 (chifre-esterco), P501 (chifre-sí-

lica), P502 (milfolhas), P503 (camomi-

la), P504 (urtiga), P505 (casca de car-

valho), P506 (dente de leão), P507 (va-

leriana) e Fladen (esterco, pó de basal-

to e casca de ovos). Em função de

uma demanda específica, podem ser

realizadas capacitações em outros pe-

ríodos.

As oficinas práticas constituem um

processo rítmico de troca de experi-

ências e conhecimentos, estimulando

os participantes a buscar crescimento

por meio de um maior autoconheci-

mento e de ações não egoístas. Dessa

maneira, ocorre uma valorização na-

tural do esforço dos agricultores bio-

dinâmicos, que produzem alimen-

tos que, além de saudáveis, ambien-

talmente corretos, socialmente justos

e economicamente viáveis, também

são espiritualmente superiores.

Maiores informações sobre as ati-

vidades no CPRA podem ser obtidas

em <cpra.pr.gov.br/>.

AGRADECIMENTOS

À Eng. Agr. Ana Simone Richter,

do CPRA, pela colaboração.

Oficinas práticas de elaboração e

uso de preparados biodinâmicos no CPRA

Robinson Rolim Ressetti, M.S., Eng. Agr. <[email protected]>

Robinson Rolim Ressetti

ciência

REFERÊNCIAS:

Jovchelevich, P.; Vidal, A. Calendário Astronômico/Agrícola: ritmos astronômicos na Agricultura Biodinâmica. v.08. Botucatu: Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica, 2011. 64p.

Coelho, S.M.R.; Richter, A.S.; Ressetti, R.R. Oficinas Práticas de Elaboração e Uso de Preparados Biodinâmicos: um espaço de construção coletiva do conhecimento. Revista Brasileira de

Agroecologia, v.04, n.02, p.1248-1250, 2009. Disponível em: <aba-agroecologia.org.br/ojs2/index.php/rbagroecologia/article/view/8199>. Acesso em: 07 out 2011.

Miklós, A.A.W. Preparados biodinâmicos e nutrição humana. 2002. p.10-36.

Sixel, B.T. A Agricultura Biodinâmica como órgão da Antroposofia (2006). Disponível em: <biodinamica.org.br/artigos%20revista%20biodinamica.htm>. Acesso em: 07 out 2011.

Steiner, R. Teosofia: introdução ao conhecimento supra-sensível do mundo e do destino humano. São Paulo: Antroposófica, 1983. 106p.

Steiner, R. Fundamentos da Agricultura Biodinâmica - vida nova para a terra. 2ª. São Paulo: Antroposófica, 2000. 235p.

Thun, M. O Trabalho na Terra e as Constelações. Botucatu: Centro Deméter, 1986. 56p.

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9saúde

Produtos Orgânicos: base para uma alimentação saudávelEnquanto discutimos se é correto

comercializar alimentos geneticamen-

te modificados, existe uma realidade

na mesa do consumidor e uma unani-

midade quanto aos benefícios à saú-

de: o alimento orgânico. Uma série de

ideias e pensamentos fazem parte deste

ramo da agroecologia, entre eles o

crescimento natural do alimento sem

agrotóxicos, o respeito à vida animal

e vegetal e a limpeza da terra e das

águas.

Qualidade de vida é um assunto

que vem cada vez mais despertando

o interesse e influenciando muita gen-

te a adotar hábitos mais saudáveis.

Como o consumidor brasileiro, há

mais de duas décadas conta com o

código de defesa para conter os abu-

sos, vem criando outra consciência na

sua relação com o mercado e as em-

presas que produzem para atender as

suas necessidades. Esse cuidado au-

menta quando a saúde está em ques-

tão.

Consumindo produtos orgânicos,

você exercita seu papel social, contri-

buindo para a conservação e preser-

vação do meio ambiente, além de apoi-

ar causas sociais, relacionadas com a

proteção do trabalhador e a elimina-

ção da mão-de-obra infantil.

Uma dieta rica em verduras, legu-

mes e frutas é quase sempre a garantia

de uma boa qualidade de vida, por

isso os alimentos orgânicos, cultivados

sem fertilizantes químicos ou agrotó-

xicos, possuem uma grande vantagem

sobre os alimentos convencionais por

serem enriquecidos de nutrientes, uma

vez que a terra utilizada no seu culti-

vo é fértil e natural sem interferência

química no processo.

Além de verduras, legumes e fru-

tas, o modelo orgânico também pode

ser encontrado em carnes e laticínios.

A diferença está na maneira como se

cria o animal (rações adequadas e na-

turais, tratamentos a base de homeo-

patia, não confinamentos, etc.), possi-

bilitando um cardápio diário total-

mente orgânico. Entre os inúmeros

benefícios da alimentação orgânica está

o processo de purificação do orga-

nismo que ela proporciona, melhoran-

do problemas hepáticos e gastrointes-

tinais contidas nos alimentos normais.

Os males para a saúde causados

pela artificialização da alimentação já

são motivos de protestos e mudanças

de atitudes principalmente em países

da Europa.

No Brasil, a produção de or-

gânicos, que começou com coo-

perativas de consumidores em

1978, está crescendo. Atualmente

os orgânicos são cultivados em 100

mil hectares no país.

MEIO AMBIENTE

Os alimentos orgânicos agridem

muito menos o meio ambiente. Por

não utilizarem produtos tóxicos, o ris-

co de contaminação do solo e dos len-

çóis freáticos é reduzido. Além disso,

os alimentos orgânicos preservam a

fertilidade do solo, a qualidade da

água, a vida silvestre, assim como os

demais recursos naturais. A saúde das

plantas, o bem-estar animal e a biodi-

versidade nas propriedades rurais tam-

bém são valorizados.

INCENTIVO SOCIAL

A produção orgânica valoriza e in-

centiva o trabalho da agricultura fa-

miliar. Isso contribui para melhorar a

qualidade de vida dessas famílias e pre-

vine o êxodo rural. Ela também au-

menta os postos de trabalho, permi-

tindo uma melhor geração e distribui-

ção de renda, e respeita as normas

sociais baseadas nos acordos interna-

cionais de trabalho. Propriedades que

exploram os trabalhadores ou usam

mão-de-obra infantil não recebem o

certificado de Produto Orgânico.

Principais características dos alimentos orgânicos:- O solo é considerado um organismo vivo e deve ser

modificado o mínimo possível;

- Uso de adubos orgânicos de baixa solubilidade;

- Controle de pragas e doenças com medidas preventi-

vas e produtos naturais;

- Os efeitos das ações no meio ambiente são conside-

rados, por isso são realizadas ações de preservação

do solo e das fontes de água;

- Os animais se alimentam de produtos orgânicos e na-

turais;

- É realizado um rodízio de animais de exigências

e hábitos alimentares diferenciados, como bovinos,

eqüinos, ovinos, caprinos e aves;

- Uso de instalações adequadas que proporcio-

nem conforto e saúde aos animais, com fácil

acesso à água, alimentos e pastagens e que pos-

sua espaço suficiente para a movimentação do

rebanho;

- A reprodução e o desmame são feitos de forma

natural.

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10 outubro

2011destaque

"A cidade de Curitiba, no Bra-sil, implementou com êxito abor-dagens inovadoras ao planejamen-to urbano, a gestão da cidade e aostransportes para enfrentar o desa-fio do crescimento demográficorápido. A cidade tem agora a maiselevada taxa de utilização de trans-portes públicos do Brasil (45% detodas as viagens) e uma das maisbaixas taxas de poluição do ar dopaís", aponta o documento daONU, apresentado em Copenha-gue, Dinamarca. O relatório indi-ca os desafios para que o mundoalcance um progresso sustentávele equitativo, aponta ainda o Índi-ce de Desenvolvimento Humanode 187 países, no qual o Brasilavançou de 0,715 em 2010 para0,718 em 2011, subindo uma po-sição no ranking global, de 85ª paraa 84ª posição. O país, conforme odocumento, faz parte do seleto gru-po de apenas 36 que subiram noranking. Os outros 151 permane-ceram na mesma posição ou caí-ram. A evolução do IDH brasilei-ro contou com um impulso maiorda dimensão saúde - medida pelaexpectativa de vida -, responsávelpor 40% da alta. As outras duasdimensões que compõem o IDH,educação e renda, responderam,cada uma, por cerca de 30% destaevolução.

REFERÊNCIA

A eficiência de Curitiba notransporte público e meio ambien-te, destacada no relatório, foi tam-bém, neste ano de 2011, as refe-rências que colocaram a capital doParaná entre as 10 cidades maissustentáveis do mundo no levan-tamento do site ambiental ECOCidades.

"Curitiba só perde para Copen-hague no índice de menor emissãode dióxido de carbono per capita epara Vancouver no quesito produ-

ONU aponta Curitiba como exemplo de gestão urbanaCuritiba é referência mundial em boas práticas de planejamento, gestão, transporte público equalidade ambiental, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2011 divulgado nesta

semana pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

ção de energia renovável. A cida-de possui ainda um bom programade conservação da biodiversidadee de reflorestamento de espéciesnativas e tem uma área verde de51 metros quadrados por habitan-te", definiu o portal de meio am-biente. Também neste ano, a ONUem documento compilado juntocom o Banco Mundial e a Organi-zação Mundial da Saúde (OMS),citaram a acessibilidade do siste-ma de transporte público de Curi-tiba como exemplar. A referênciafoi feira no primeiro RelatórioMundial sobre Deficiência, divul-gado no mês de junho, pela OMS.

Na área da Educação, Curitibatambém é destacada pela ONU. Ogame para computador "Turma deValor", desenvolvido na cidade, foiindicado para fazer parte do cader-no de "Boas práticas e recomen-dações" do 21º Relatório de De-senvolvimento Humano da ONU.

Atualmente, três mil criançasda rede pública da cidade jogam oprograma. Destinado inicialmentepara crianças e adolescentes, o pro-jeto utiliza um jogo de computa-dor, em formato de história emquadrinhos, que discute e promo-ve a reflexão de valores universaise permite ao jogador definir o des-tino de seu personagem de acordocom suas escolhas.

PRÊMIOS

Na década de 90, Curitiba re-cebeu da ONU o prêmio "UnitedNations Environment Program",mundialmente considerado o prê-mio máximo do meio ambiente. Em2006, Curitiba sediou o eventoCOP8/COP-MOP3 da ONU. Em2010, Curitiba recebeu dois prêmi-os mundiais de sustentabilidade.Em janeiro, ganhou o "Sustaina-ble Transport Award", em Wa-shington, devido à implantação da

Linha Verde - um projeto da Pre-feitura de Curitiba para estender oalcance do sistema de transporteintegrado da cidade. Em abril doano passado, durante cerimônia nacidade de Estocolmo, recebeu o"Globe Award Sustainable City",que elege anualmente a cidade comdestaque em excelência de desen-volvimento urbano sustentável.

A capital paranaense foi a úni-ca cidade brasileira a entrar no sé-culo XXI como referência nacio-nal e internacional de planejamen-to urbano e qualidade de vida.Numa pesquisa feita pela revistaamericana Reader's Digest, Curi-tiba foi o município brasileiro maisbem colocado no ranking das me-lhores cidades do mundo para vi-ver. Em março de 2001, outra pes-quisa da ONU apontou Curitibacomo a melhor capital do Brasilpelo Índice de Condições de Vida(ICV).

Curitiba é referência em gestão urbana, na foto o bairro Santa Felicidade

Page 11: Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul

11lixo hospitalar

RIO DE JANEIRO - O minis-

tro da Saúde, Alexandre Padilha, dis-

se hoje que o governo não vai permi-

tir que outros países enviem lixo hos-

pitalar ao Brasil.

Nas últimas semanas, foram apre-

endidos em Pernambuco contêineres

com toneladas de lençóis, fronhas,

toalhas de banho, pijamas e outros te-

cidos sujos provenientes de hospitais

dos Estados Unidos. Segundo Padi-

lha, a prática é ilegal e a Agência Naci-

onal de Vigilância Sanitária (Anvisa)

teve uma postura correta ao detectar

a importação desse material e infor-

mar à Polícia Federal.

"Nós não vamos permitir que qual-

quer país venha mandar lixo hospita-

lar para o nosso Brasil. A Anvisa e a

Empresa comprava lixo hospitalar dos

Estados Unidos para revender no Brasilo início de outubro a Receita

Federal apreendeu dois con-

têineres com 46 toneladas

de "tecido de algodão com defeito".

Em um deles havia também seringas,

catéteres e luvas usadas. Todos saíram

do porto de Charleston, na Carolina

do Sul, para a empresa Na intimidade

Ltda, com sede em Santa Cruz do

Capibaribe (PE). Os tecidos impor-

tados de hospitais norte-americanos

com manchas similares às de sangue e

secreções humanas eram vendidos a qui-

lo no Brasil.

A loja e um galpão da empresa -

cujo nome de fantasia é Império do

Forro de Bolso - em Toritama foram

interditados. Um outro galpão, em

Caruaru, com o mesmo nome, foi

arrombado pela polícia civil em 17 de

outubro, com cerca de 15 toneladas

de lençóis sujos, com manchas. O

dono da empresa, Altair Teixeira de

Moura, alega inocência.

No último dia 24, O Ibama deter-

minou que o empresário devolva as

46 toneladas de lixo classificado como

hospitalar. Altair deve arcar com os

custos da devolução. Além disso, o

Ibama autuou a empresa dele em R$

6 milhões por danos causados ao meio

ambiente.O governador de Pernam-

buco, Eduardo Campos (PSB), disse

não ser justo que todo um polo de

confecções que emprega 150 mil pes-

soas seja prejudicado pela ação de "um

bandido dos Estados Unidos e um

bandido daqui". "São 22 mil empre-

sas no polo de confecção e uma só

cometeu este delito", afirmou ele.

N

Foram apreendidas 15 toneladas de tecido provenientes de hospitais norte-americanos

Importadora de lixo hospitalar dos EUA é multada em R$ 6 milhõesO Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis (Ibama) multou em R$

6 milhões a Império do Forro de

Bolso, empresa têxtil pernambucana

responsável por importar toneladas

de lixo hospitalar dos Estados Uni-

dos.

A companhia proprietária do na-

vio que trouxe os dois contêineres

apreendidos no Porto de Suape, nos

dias 11 e 13 de outubro, a Hamburg

Süd, será multada em R$ 2 milhões.

O órgão ambiental aplicou multa

de R$ 2 milhões a cada um dos três

estabelecimentos da Império do For-

ro de Bolso interditados nas últimas

semanas: dois galpões e uma loja lo-

calizados nas cidades de Santa Cruz

do Capibaribe, Caruaru e Toritama.

Segundo nota divulgada pelo Iba-

ma, as multas se devem a danos cau-

sados ao meio ambiente pelo materi-

al irregular, classificado como poten-

cialmente infectante pela legislação sa-

nitária brasileira.

Ainda de acordo com o texto, o

órgão defende que os dois contêine-

res, com cerca de 46 toneladas de te-

cido com a logomarca de hospitais

norte-americanos e manchas que o

Instituto de Criminalística de Pernam-

buco analisa para saber se são de san-

gue, devem ser devolvidos aos Esta-

dos Unidos.

Já as 25 toneladas encontradas na

loja e nos galpões da empresa têxtil

não podem, segundo o Ibama, ser

devolvidos e, portanto, devem ser

incinerados por uma empresa espe-

cializada. O material encontrado nos

estabelecimentos é, provavelmente,

proveniente de seis contêineres que

a Império do Forro recebeu este ano

da mesma exportadora norte-ame-

ricana e que não foram inspeciona-

dos pela alfândega. Procurada, a

Hamburg Süd não se pronunciou.

Ministro da Saúde diz que Brasil

não permitirá importação de lixo hospitalar

Foto

: Vitor

Abdala

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Br

Alexandre Padilha, Ministro da Saúde,reclamou da ação e garantiu que o governoficará atento para punir os responsáveis

forçou a fiscalização nos pontos de

entrada de mercadorias no país. Se-

gundo ele, a agência também está tra-

balhando para informar às vigilâncias

sanitárias estaduais e autoridades poli-

ciais sobre o que é considerado lixo

hospitalar e que tipo de material pode

ingressar no Brasil.

"É importante não misturar o que

ocorreu, de lixo hospitalar vindo de

fora do Brasil, com outras situações

que não são lixo hospitalar. Hospitais,

às vezes, doam lençóis limpos, que não

são lixo hospitalar, para instituições. A

Anvisa está esclarecendo muito bem

quais são as regras que caracterizam

lixo hospitalar, para que as polícias

proíbam a comercialização desses

produtos", disse ele.

Polícia Federal estão agindo sobre isso.

Responsáveis que possam ter compra-

do esses lençóis (usados em hospitais

americanos) para reciclar ou fazer te-

cidos serão severamente punidos, por-

que isso é uma prática ilegal", assegu-

rou Padilha.

O ministro disse que a Anvisa re-

DONO DA LOJA DIZ

QUE CAIU NUM GOLPE - Odono da Império do Forro de Bol-so, Altair Moura, afirmou que foivítima de um golpe da empresaamericana que fornecia retalhos.Afirmou ainda que sabia que com-prava tecidos descartados por hos-pitais, mas disse que o material che-gava limpo. Fronhas, lençóis e pija-mas usados em hospitais america-nos - inclusive com secreções - ser-viam de matéria prima na fábricaImpério do Forro de Bolso. Mui-tas peças tinham a advertência: "notfor sale" (venda proibida). A Agên-cia Pernambucana de Vigilância Sa-nitária (APEVISA) interditou gal-pões e uma fábrica da empresa nascidades de Santa Cruz do Capiba-ribe e Toritama.

Page 12: Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul

outubro

201112 13

D

especial

e acordo com a Organiza-ção das Nações Unidas

(ONU), que usou estimativas dedemografia e selecionou a data deforma simbólica para debater otema e discutir ideias de cresci-mento e sustentabilidade, a popu-lação mundial atingiu no dia 31, amarca de 7 bilhões de pessoas.

O número foi alcançado apenas12 anos depois de um bebê nascidoem Sarajevo ter sido nomeado pelaONU como o 6ª bilionésima pes-soa a nascer, e 24 anos depois deo 5º bilionésimo ter nascido naBósnia.

População mundial chega a 7 bilhões de pessoas com crescente desigualdade econômica e socialEm 2050, número deve alcançar 9,3 bilhões, dos quais 2,4 bilhões terão mais de 60 anos

A população mundial cresceem uma velocidade jamais vista e,de acordo com a ONU, em 2050,esse número deve alcançar 9,3 bi-lhões. Alguns fatores como a altataxa de natalidade em alguns paí-ses e a maior longevidade da po-pulação contribuem para o rápidoaumento populacional.

Segundo estimativas da ONU,cerca de dois bebês nascem a cadasegundo e, permanecendo esse rit-mo, em 2100 chegaremos a 10 bi-lhões de pessoas. Dos dez paísesque sozinhos serão responsáveispor mais da metade disso, oito sãoafricanos e o caso mais extremo éo da Zâmbia, onde a expectativade vida hoje é de apenas 49 anos-a média mundial é de 69. As Na-ções Unidas preveem que a Índiase converta no país mais povoadodo mundo em 2025, quando seushabitantes somarem 1,5 bilhão,superando a China.

CONSUMO

Especialistas afirmam que so-mente uma revolução no uso dosrecursos naturais pode evitar umcataclisma ambiental. A GlobalFootprint Network (GFN), orga-nização que calcula a "pegada eco-lógica", ou seja, a quantidade derecursos usados pelas pessoas ouorganizações para atender suasnecessidades de consumo e des-

carte, considera que, mantendo-seo ritmo atual, a humanidade pre-cisará em 2030 de uma segundaTerra para atender seu apetite eabsorver seus rejeitos.

Nos últimos sessenta anos, ape-sar do aumento populacional - de2,5 para 7 bilhões - a expectativade vida aumentou em mais de vin-te anos, passando de 48 para 69ao nascer. Hoje, 893 milhões depessoas têm mais de 60 anos. Atéa metade deste século, segundo aONU, esse número praticamentetriplicará, chegando a 2,4 bilhões.

Um relatório do Fundo de Po-

Enfermeiras seguram recém-nascidos no Líbano

pulação da ONU (UNFPA), des-taca que o mundo enfrentará cres-centes obstáculos para criar em-pregos para as novas gerações,especialmente nos países pobres,e que a mudança climática e a ex-plosão demográfica vão agravar ascrises de fome e de seca. Tambémo envelhecimento da população setornará um problema para muitospaíses como a China, com o seurigoroso planejamento familiar eos países europeus com suas polí-ticas de migração, saúde e empre-go, adverte o documento.

CRESCIMENTO

O crescimento da populaçãomundial nas últimas décadas foirápido, impulsionado especial-

mente por uma maior expectativade vida. A velocidade de aumen-to populacional começa a dimi-nuir de ritmo, entretanto, graças ataxas de natalidade cada vez me-nores. Depois de a população cres-cer até 2% ao ano na década de1960, a taxa de aumento do nú-mero de pessoas no mundo estáse estabilizando em metade disso.

Segundo a previsão mais atualda ONU, vão ser necessários 14anos para que surja mais um bi-lhão de pessoas no mundo, e a po-pulação mundial só deve chegar adez bilhões de pessoas no fim doséculo. A mudança na tendêncianão só vai fazer com que o ritmode crescimento seja mais lento,mas como vai gerar um envelhe-cimento da população, criandosociedades com mais pessoas ido-sas do que jovens.

Segundo o relatório da ONU,em 2011 há no mundo 893 mi-lhões de pessoas com mais de 60anos, mas no meio do século estenúmero passará de 2,4 bilhões.

VARIAÇÃO

O Departamento do Censo dosEstados Unidos, afirma que odado das Nações Unidas é preco-

ce, e a população mundial é de"apenas" 6,97 bilhões no final deoutubro. A marca de 7 bilhões,segundo o dado dos demógrafosamericanos, chegaria apenas emabril do próximo ano.

A variação entre os números dediferentes fontes é algo normal,segundo pesquisadores de demo-grafia. O número de 7 bilhões nãoé um valor exato, porém a maiorparte dos dados usados na estima-tiva da ONU tem relevância e adata escolhida como marco estábem próxima da realidade da po-pulação mundial.

MUNDO HETEROGÊNEO

Apesar de ser apresentadacomo um único bloco, a popula-ção mundial vive momentos mui-to heterogêneos em relação a seutamanho e sua taxa de crescimen-to. Cerca de 60% da populaçãomundial vive na Ásia. Somente naChina e na Índia, juntas, há maisde 2,5 bilhões de pessoas. A Áfri-ca tem 15% das pessoas do mun-do atual, enquanto um quarto dapopulação vive no resto do mun-do (Américas, Oceania e Europa).No Brasil, a população não chegaa 200 milhões.

O quadro futuro vai mudar bas-tante, entretanto. Enquanto a po-pulação da Europa tem uma taxade fecundidade de apenas 1,53 -

A China, o país mais populoso do mundo, com o tempo sofrerá com a superpopulação

Nas Filipinas, Danica Camacho com a mãe Camille O menino palestino Zaid Na Turquia, mãe Gamze, filho Yusuf Efe e o pai Mustafa No Sudão, mãe Buthaina admira seu filho recém-nascido Bebê nascido no Sri Lanka

ALGUNS DOS RECÉM-NASCIDOS NO MUNDO, HIPOTETICAMENTE O "BEBÊ 7 BILHÕES"

Ban-Ki-moon, secretário-geral da ONU

Serão sete bilhões de

pessoas que vão precisar

de alimentos em

quantidade suficiente,

assim como energia,

além de boas

oportunidades de

emprego e educação...

Mathis Wackenargel, presidente da GFN

"Da carestia dos

alimentos aos efeitos

perversos das mudanças

climáticas, nossas

economias enfrentam

hoje a realidade de anos

gastos, além das

nossas possibilidades"

estimativa do número médio de fi-lhos que uma mulher teria até ofim de seu período reprodutivo, oque indica envelhecimento e di-minuição da população - na Áfri-ca a taxa de fertilidade chega a4,64. Na América Latina a taxa éde 2,3, Na América do Norte e naÁsia de 2,03 e na Oceania de2,49. Segundo dados divulgadospela rede britânica BBC, enquan-to a fertilidade global caiu de cin-co para 2,5 crianças desde 1950,as mulheres de Zâmbia têm seisfilhos, em média.

Segundo a ONU, um quinto dapopulação mundial vive em paí-ses com alta fertilidade. É ali quea população mais cresce, e quepode chegar a 2 bilhões de pesso-as em 2050.

Fonte: G1

EM 2011

China................................. 1.348Índia ................................. .1.242EUA ............................... .....313Indonésia ............................. 242Brasil .............................. 197

Paquistão ............................ 177Nigéria ................................. 163Bangladesh .......................... 151Rússia .................................. 143Japão .................................... 127

EM 2100

Índia ................................. .1.551China.................................... 941Nigéria ................................. 730EUA ............................... .....478Tanzânia .............................. 316Paquistão ............................ 261Indonésia ............................. 254República do Congo .......... 212Filipinas ............................... 178Brasil .............................. 177

Fonte: AFP

PAÍSES MAIS POPULOSOS (EM MILHÕES)

9,3 bilhõespopulação mundialprevista para 2050

até 2025a Índia vai se tornar o paísmais populoso do mundo

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especial

e acordo com a Organiza-ção das Nações Unidas

(ONU), que usou estimativas dedemografia e selecionou a data deforma simbólica para debater otema e discutir ideias de cresci-mento e sustentabilidade, a popu-lação mundial atingiu no dia 31, amarca de 7 bilhões de pessoas.

O número foi alcançado apenas12 anos depois de um bebê nascidoem Sarajevo ter sido nomeado pelaONU como o 6ª bilionésima pes-soa a nascer, e 24 anos depois deo 5º bilionésimo ter nascido naBósnia.

População mundial chega a 7 bilhões de pessoas com crescente desigualdade econômica e socialEm 2050, número deve alcançar 9,3 bilhões, dos quais 2,4 bilhões terão mais de 60 anos

A população mundial cresceem uma velocidade jamais vista e,de acordo com a ONU, em 2050,esse número deve alcançar 9,3 bi-lhões. Alguns fatores como a altataxa de natalidade em alguns paí-ses e a maior longevidade da po-pulação contribuem para o rápidoaumento populacional.

Segundo estimativas da ONU,cerca de dois bebês nascem a cadasegundo e, permanecendo esse rit-mo, em 2100 chegaremos a 10 bi-lhões de pessoas. Dos dez paísesque sozinhos serão responsáveispor mais da metade disso, oito sãoafricanos e o caso mais extremo éo da Zâmbia, onde a expectativade vida hoje é de apenas 49 anos-a média mundial é de 69. As Na-ções Unidas preveem que a Índiase converta no país mais povoadodo mundo em 2025, quando seushabitantes somarem 1,5 bilhão,superando a China.

CONSUMO

Especialistas afirmam que so-mente uma revolução no uso dosrecursos naturais pode evitar umcataclisma ambiental. A GlobalFootprint Network (GFN), orga-nização que calcula a "pegada eco-lógica", ou seja, a quantidade derecursos usados pelas pessoas ouorganizações para atender suasnecessidades de consumo e des-

carte, considera que, mantendo-seo ritmo atual, a humanidade pre-cisará em 2030 de uma segundaTerra para atender seu apetite eabsorver seus rejeitos.

Nos últimos sessenta anos, ape-sar do aumento populacional - de2,5 para 7 bilhões - a expectativade vida aumentou em mais de vin-te anos, passando de 48 para 69ao nascer. Hoje, 893 milhões depessoas têm mais de 60 anos. Atéa metade deste século, segundo aONU, esse número praticamentetriplicará, chegando a 2,4 bilhões.

Um relatório do Fundo de Po-

Enfermeiras seguram recém-nascidos no Líbano

pulação da ONU (UNFPA), des-taca que o mundo enfrentará cres-centes obstáculos para criar em-pregos para as novas gerações,especialmente nos países pobres,e que a mudança climática e a ex-plosão demográfica vão agravar ascrises de fome e de seca. Tambémo envelhecimento da população setornará um problema para muitospaíses como a China, com o seurigoroso planejamento familiar eos países europeus com suas polí-ticas de migração, saúde e empre-go, adverte o documento.

CRESCIMENTO

O crescimento da populaçãomundial nas últimas décadas foirápido, impulsionado especial-

mente por uma maior expectativade vida. A velocidade de aumen-to populacional começa a dimi-nuir de ritmo, entretanto, graças ataxas de natalidade cada vez me-nores. Depois de a população cres-cer até 2% ao ano na década de1960, a taxa de aumento do nú-mero de pessoas no mundo estáse estabilizando em metade disso.

Segundo a previsão mais atualda ONU, vão ser necessários 14anos para que surja mais um bi-lhão de pessoas no mundo, e a po-pulação mundial só deve chegar adez bilhões de pessoas no fim doséculo. A mudança na tendêncianão só vai fazer com que o ritmode crescimento seja mais lento,mas como vai gerar um envelhe-cimento da população, criandosociedades com mais pessoas ido-sas do que jovens.

Segundo o relatório da ONU,em 2011 há no mundo 893 mi-lhões de pessoas com mais de 60anos, mas no meio do século estenúmero passará de 2,4 bilhões.

VARIAÇÃO

O Departamento do Censo dosEstados Unidos, afirma que odado das Nações Unidas é preco-

ce, e a população mundial é de"apenas" 6,97 bilhões no final deoutubro. A marca de 7 bilhões,segundo o dado dos demógrafosamericanos, chegaria apenas emabril do próximo ano.

A variação entre os números dediferentes fontes é algo normal,segundo pesquisadores de demo-grafia. O número de 7 bilhões nãoé um valor exato, porém a maiorparte dos dados usados na estima-tiva da ONU tem relevância e adata escolhida como marco estábem próxima da realidade da po-pulação mundial.

MUNDO HETEROGÊNEO

Apesar de ser apresentadacomo um único bloco, a popula-ção mundial vive momentos mui-to heterogêneos em relação a seutamanho e sua taxa de crescimen-to. Cerca de 60% da populaçãomundial vive na Ásia. Somente naChina e na Índia, juntas, há maisde 2,5 bilhões de pessoas. A Áfri-ca tem 15% das pessoas do mun-do atual, enquanto um quarto dapopulação vive no resto do mun-do (Américas, Oceania e Europa).No Brasil, a população não chegaa 200 milhões.

O quadro futuro vai mudar bas-tante, entretanto. Enquanto a po-pulação da Europa tem uma taxade fecundidade de apenas 1,53 -

A China, o país mais populoso do mundo, com o tempo sofrerá com a superpopulação

Nas Filipinas, Danica Camacho com a mãe Camille O menino palestino Zaid Na Turquia, mãe Gamze, filho Yusuf Efe e o pai Mustafa No Sudão, mãe Buthaina admira seu filho recém-nascido Bebê nascido no Sri Lanka

ALGUNS DOS RECÉM-NASCIDOS NO MUNDO, HIPOTETICAMENTE O "BEBÊ 7 BILHÕES"

Ban-Ki-moon, secretário-geral da ONU

Serão sete bilhões de

pessoas que vão precisar

de alimentos em

quantidade suficiente,

assim como energia,

além de boas

oportunidades de

emprego e educação...

Mathis Wackenargel, presidente da GFN

"Da carestia dos

alimentos aos efeitos

perversos das mudanças

climáticas, nossas

economias enfrentam

hoje a realidade de anos

gastos, além das

nossas possibilidades"

estimativa do número médio de fi-lhos que uma mulher teria até ofim de seu período reprodutivo, oque indica envelhecimento e di-minuição da população - na Áfri-ca a taxa de fertilidade chega a4,64. Na América Latina a taxa éde 2,3, Na América do Norte e naÁsia de 2,03 e na Oceania de2,49. Segundo dados divulgadospela rede britânica BBC, enquan-to a fertilidade global caiu de cin-co para 2,5 crianças desde 1950,as mulheres de Zâmbia têm seisfilhos, em média.

Segundo a ONU, um quinto dapopulação mundial vive em paí-ses com alta fertilidade. É ali quea população mais cresce, e quepode chegar a 2 bilhões de pesso-as em 2050.

Fonte: G1

EM 2011

China................................. 1.348Índia ................................. .1.242EUA ............................... .....313Indonésia ............................. 242Brasil .............................. 197

Paquistão ............................ 177Nigéria ................................. 163Bangladesh .......................... 151Rússia .................................. 143Japão .................................... 127

EM 2100

Índia ................................. .1.551China.................................... 941Nigéria ................................. 730EUA ............................... .....478Tanzânia .............................. 316Paquistão ............................ 261Indonésia ............................. 254República do Congo .......... 212Filipinas ............................... 178Brasil .............................. 177

Fonte: AFP

PAÍSES MAIS POPULOSOS (EM MILHÕES)

9,3 bilhõespopulação mundialprevista para 2050

até 2025a Índia vai se tornar o paísmais populoso do mundo

Page 14: Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul

14 outubro

2011população

É absolutamente crucial agora

monitorar de perto o crescimento da

população humana. De fato, estamos

acelerando, com a estimativa de 9 bi-

lhões em 2043, acima do que se espe-

rava anteriormente a partir de análises

de população feitas pelas Nações

Unidas. Dez bilhões é o limite a que

deveríamos nos ater. Podemos fazer

isso, e pelo menos as tendências apon-

tam na direção certa, com quedas nos

índices de natalidade em todos os con-

tinentes. Mas deveríamos nos esfor-

çar mais para ao mesmo tempo nos

afastarmos da opressão às mulheres e

de gestações indesejadas. Ainda mais

importante que isso, deveríamos estar

pensando de forma mais criativa so-

bre a questão do crescimento do con-

sumo per capita no futuro em todo

mundo. Este aumento vai ser devas-

tador e certamente será necessário tra-

tar disso de forma a se alcançar sus-

tentabilidade na alimentação e provi-

são de níveis decentes de moradia ao

redor do globo. Isso não parece real-

mente estar na agenda mundial de for-

ma a causar impacto nos países e nas

pessoas mais atingidas pelo problema.

Estou particularmente preocupa-

do com o que estamos fazendo com

outras formas de vida. Estamos des-

truindo a diversidade biológica, que

Dez bilhões é o limite a que devemos nos ater'Consumo crescente é principal ameaça do crescimento da população

consiste de ecossistemas e das espéci-

es que os habitam.

O PERIGO DE SERMOS

'MAIS OU MENOS VERDES'

Parte do nosso problema é que ao

se tornar "mais ou menos verde", a

população mundial tem se concentra-

do nas partes não vivas do meio am-

biente, nos recursos naturais, na quali-

dade da água, na atmosfera, mudança

climática e outros. Até aí tudo bem,

mas agora, deveríamos estar dando

igual atenção à parte viva do meio am-

O biólogo Edward O. Wilson é professor da universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e atua como pesquisador, naturalista

e escritor. Ele ganhou duas vezes o prêmio Pulitzer para não-ficção e trabalha no museu de Zoologia Comparativa de Harvard.

biente - os ecossistemas que sobrevi-

vem e a grande maioria das espécies,

que têm milhões de anos e estão em

pleno processo de erosão. Gostaria

que déssemos mais atenção à criação

de reservas e parques naturais em todo

mundo.

Em alguns lugares isso vem acon-

tecendo, aleatoriamente, mas não da

forma necessária. Realmente precisa-

mos separar mais regiões em que a

natureza, o resto dos seres vivos pos-

sam ser protegidos, enquanto resol-

vemos os problemas da nossa espé-

cie e nos ajustamos antes de destruir

toda a Terra.

OPÇÕES PARA O

PRÓXIMO SÉCULO

Ou sairemos deste século e entra-

remos no século XXII com um pla-

neta em condições muito ruins e com

muito menos condições de abrigar

vida ou sairemos dele com a maior

parte das outras formas de vida pre-

servada e com o potencial para re-

construir a natureza de forma a dar à

Humanidade uma chance real de vi-

ver no paraíso, com níveis de vida

decentes para todos.

Não podemos esperar que os pa-

íses em desenvolvimento criem pro-

gramas de produção e consumo sus-

tentáveis enquanto os países desenvol-

vidos não larguem na frente e mos-

trem o caminho. No momento, os ri-

cos têm padrões absurdos de consu-

mo, e as diferenças entre os setores

mais ricos e os mais pobres estão cada

vez maiores mesmo nos países em

desenvolvimento.

Essa é uma tendência muito peri-

gosa. Precisamos dar o exemplo nos

países desenvolvidos adotando, no

mínimo, medidas de limitação do con-

sumo e uma distribuição mais inteli-

gente da riqueza.

China enfrenta problema do envelhecimentoPolítica chinesa de planejamento familiar impediu o nascimento de quase 500 milhões de chinesesSe não tivesse aplicado a limitação

de nascimentos, medida que não foi

adotada em nenhum lugar do mundo

com tal rigor, a China teria hoje cerca

de 1,9 bilhão de habitantes e não teria

capacidade para alimentar tanta gen-

te. Atualmente o país tem 1,34 bilhão

de pessoas.

Desde 1979, a política do filho

único fez a taxa de fecundidade cair

para cerca de um filho e meio por

mulher chinesa, mas, da metrópole aos

povos isolados, essa queda ocorreu de

maneira acelerada, com esterilizações

em massa, abortos até os oito meses

de gravidez, “feminicídios” (assassina-

tos de meninas para priorizar o filho

homem) e grande abandono de be-

bês do sexo feminino. Os casais re-

beldes podem ser multados com vá-

rios anos de salários, com a anulação

do acesso aos serviços sociais e por

vezes podem ser presos. A China é o

único país em desenvolvimento que

enfrenta o paradoxo de ser um país

com população majoritariamente ido-

sa antes de ser um país rico. Nos pró-

ximos cinco anos, os que têm mais de

60 anos passarão de 170 milhões e

podem chegar a 221 milhões. Os ido-

sos vão representar 16% da popula-

ção (contra 13,3%). Em meados do

século, os habitantes com mais de 65

anos representarão 2 5% da popula-

ção chinesa, considera a Comissão da

População e Planejamento familiar,

contra apenas 9% atualmente.

Fonte: AFP

China vai manter

a política do

"filho único"A China vai manter a sua políti-

ca de permitir apenas um filho por

casal, apesar dos pedidos para re-

laxar a legislação.

Essa medida, segundo especia-

listas, já evitou o nascimento de

quase 500 milhões de bebês, desde

a sua introdução, em 1979.

Os críticos acusam a política do

"filho único" de criar um desequilí-

brio entre os sexos, medida que

também coloca uma enorme pres-

são sobre os filhos, que terão que

sustentar os pais e avós depois de

crescer.

20,2%Em 2025, esse será o percentual

de velhos no país

Page 15: Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul

15atualidade

Professor, PhD em Recursos Minerais e Meio Ambiente, Pós-doutor emInovação Tecnológica e Sustentabilidade, Coordenador do EscritórioVerde e Professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná-UTFPR

ELOY FASSI CASAGRANDE JR

Chegamos a sete mil milhões de almas num Planeta cheio de contrastes.Avançamos em tecnologia somente imaginável em filmes de ficção científica hápoucos anos e ao mesmo tempo não conseguimos alimentar o mundo.

A discussão em torno da questão de aumento contínuo da população mun-dial é se teremos como alimentar tantas bocas? Afinal, temos somente 16% deárea útil biológica para uso da espécie humana, que também necessita dividircom outras espécies este espaço, se quiser manter o equilíbrio natural que per-mite a vida na Terra. Apesar de que esta máxima nem sempre ser compreendi-da pela grande maioria dos sete bilhões!

Em 2010, o relatório sobre a fome da FAO, demonstrou que 925 milhõesde pessoas no mundo são subnutridas, sendo que em geral, são as mulheres e ascrianças que mais sofrem de fome crônica. Em fato, mais de um terço damortalidade infantil no mundo está relacionado à nutrição inadequada. O "Es-tado do Mundo de 2010", publicado pelo WorldWatch Institute, revela que sãoos altos preços dos alimentos e a baixa renda que colocam famílias pobres emmaior risco de não conseguir receber alimentação adequada para gestantes,bebês e crianças.

Em contraste ainda maior, um estudo da OCDE alerta para o crescentefenômeno do excesso de peso entre as crianças de países ricos. Nos EstadosUnidos e na Escócia esse problema é mais grave - atinge 35% da populaçãoentre 6 e 17 anos e 12 e 15 anos, respectivamente. No Brasil, este índice podealcançar 25% das crianças entre 7 e 10 que estão acima do peso ideal. Emrelação aos adultos, o relatório aponta para mais de 50% acima do peso nospaíses ricos.

Outra preocupação em relação a alimentação mundial diz respeito ao con-sumo da carne bovina, apontada como responsável por quase 20% do total das

emissões de gases de efeito estufa, principalmente, na forma de metano. Seconsiderarmos que pode haver um aumento de 40% em cima dos sete bilhõesaté 2050, especialistas recomendam que haja uma redução significativa dasemissões ligadas ao gado, devendo baixar o consumo até 90 gramas ao dia porpessoa. Atualmente temos diferenças de consumo que podem chegar a 200 gpor pessoa em países ricos e 20 g em países pobres!

Sem falar que se necessita de 20.000 a 30.000 litros de água para produzirum 1Kg de um filé mal passado, sendo que mais de 90% a soja cultivada no mundoserve para alimentar animais. Isto é que podemos chamar do "efeito cascata da degra-dação ambiental". Mais gado, mais pastagens, mais soja, mais uso de agrotóxico, maiscontaminação do solo e do lençol freático, menos água para humanos, menossolo produtivo, menos florestas, menos vida!

Agora tente convencer americanos viciados em hambúrgueres, brasileirosviciados em churrasco sobre isto e grande parte dos chineses que pela primeiravez estão tendo poder aquisitivo, há reduzir o consumo de sua carne de cadadia! Não se pede que as pessoas abandonem sua dieta carnívora, introduzida nahumanidade desde os tempos das cavernas. O que se pede é a redução, asubstituição da carne por outro alimento, ao menos duas vezes por se-mana! Nos Estados Unidos, há um movimento chamado Weekend Vegetarian,convidando as pessoas comer carne somente nos finais de semana. Outro mo-vimento internacional que está ganhando força é o Segunda sem Carne! Que talusar o bom senso? Os sinais estão aí. Ou fazemos algo, ou não vamos precisarde churrasqueiras para assar aquela picanha ou maminha, o efeito estufa vaifazer este serviço!

Sete bilhões de carnívoros.

E agora?

Em 2010, o relatório sobre a fome da FAO,demonstrou que 925 milhões de pessoas

no mundo são subnutridas, sendo queem geral, são as mulheres e as crianças

que mais sofrem de fome crônica.

As ameaças ambientais podem

comprometer avanços no desenvol-

vimento humano nos próximos anos,

e os principais prejudicados serão os

países mais pobres do mundo. O alerta

é do Pnud (Programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento), que

divulgou nesta quarta-feira (2) o rela-

tório Sustentabilidade e Equidade:

Um Futuro Melhor para Todos.

De acordo com o Pnud, os avan-

ços em saúde e renda, que, junto com

educação, compõem o IDH (Índice

de Desenvolvimento Humano), po-

derão ser ameaçados pelas consequ-

ências das mudanças climáticas e da

destruição ambiental. "Os resultados

alcançados nas últimas décadas pode-

rão ser revertidos se não levarmos em

conta o desenvolvimento sustentável,

compreender que a desigualdade afe-

ta a degradação ambiental e vice-ver-

sa", apontou o pesquisador do Rela-

tório de Desenvolvimento 2011, Alan

Fuchs.

Pelas projeções do Pnud, se o rit-

mo de evolução do IDH dos últimos

40 anos for mantido, em 2050 a gran-

de maioria dos países terá índices con-

siderados muito elevados. No entan-

to, essa trajetória pode ser compro-

metida pelos riscos ambientais, que

foram divididos pelo Pnud em dois

cenários: desafio e desastre ambiental.

Até 2050, sem os novos desafios

ambientais, o IDH global seria 19%

maior que o atual, com melhora prin-

cipalmente nos índices de países em

desenvolvimento. No cenário de de-

safio ambiental, que considera a po-

luição do ar e da água e os impactos

das mudanças climáticas sobre a agri-

cultura, o IDH global em 2050 seria

8% menor do que no cenário-base.

Na hipótese de desastre ambiental, o

IDH global seria 15% menor que o

projetado para 2050 no cenário bási-

co.

"Sob um cenário de desastre am-

biental, a maior parte dos ganhos do

início do século será perdida até 2050,

com os sistemas biofísicos e huma-

nos sujeitos à pressão do uso excessi-

vo de combustíveis fósseis, da queda

dos lençóis freáticos, da desfloresta-

ção e degradação da terra, dos declí-

nios dramáticos da biodiversidade, da

maior frequência de eventos climáti-

cos extremos", lista o relatório.

Os impactos serão maiores nos

países do Sul da Ásia e da África Sub-

saariana, mais vulneráveis, por exem-

plo, aos impactos das mudanças cli-

máticas, tais como a alteração na ocor-

rência de chuvas e elevação do nível

do mar.

O Pnud sugere mudanças signifi-

cativas na implementação de políticas

públicas e investimentos em sustenta-

bilidade para reverter a situação. "É

preciso haver uma mudança macro.

Um ambiente limpo e seguro deve ser

um direito e não um privilégio", ava-

liou Fuchs. Entre as medidas, os auto-

res do relatório defendem a criação

de um imposto verde, para taxar as

grandes transações financeiras interna-

cionais e financiar o enfrentamento das

mudanças climáticas e da pobreza extre-

ma. Segundo cálculos do Pnud, uma taxa

de 0,005% sobre as negociações cam-

biais poderia gerar anualmente US$ 40

bilhões para essas causas.

Fonte: Agência Brasil

Problemas ambientais

ameaçam avanços no

desenvolvimento humano

Page 16: Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul

16 outubro

2011

Advogado e eng. agrônomo, graduado em Direito -Faculdade de Direito de Curitiba e em EngenhariaAgronômica - UFPR, especialização Lato Sensu em GestãoAmbiental com Ênfase em Perícia e Auditoria Ambiental- IMEC - Instituto Martinus de Educação e Cultura

ODAIR SANCHES

meio ambiente

Lixo doméstico em

caçambas. A falta de

educação de um povoCuritiba é conhecida internacionalmente por sua quali-

dade de vida, suas inovações no sistema de transporte pú-

blico e sua atenção com o meio ambiente. Possui um IDH

de 0, 856 (elevado) segundo o PNUD. Entretanto tais qua-

lidades mascaram uma dura realidade. Antagonicamente a

educação ambiental de boa parte da população deixa mui-

to a desejar. Vejamos. É público e notório a boa fase que

tem vivido a construção civil, isto significa que a movimen-

tação em torno do setor é intensa. A tecnologia permite que

os materiais que saem das obras retornem em forma de

outros materiais básicos, tais como: brita 1, rachão, pedris-

co, pó de pedra e saibro, produtos estes originados da reci-

clagem do material que antes era descartado.

Nada mais interessante, pois evita-se a retirada de maté-

ria prima da natureza. Assim ganha o meio ambiente, ganha

o empresário que tem acesso a bons materiais básicos a um

preço competitivo e ganha a população como um todo,

pois o ciclo da reciclagem acontece ou... deveria acontecer.

A realidade não é tão colorida, vamos entender o que acon-

tece na vida prática. A locação de caçambas é imprescindí-

vel para que o setor se movimente, caçambas estas que de-

veriam ser utilizadas unicamente para a deposição de resí-

duos das construções civis, das reformas e demolições. É

muito comum o cidadão locar uma caçamba e fazer dela

um verdadeiro aterro sanitário. Todo tipo de material pode

ser encontrado: restos de comida, sofá, colchão, roupas...

lixo comum enfim.

Não sabem estes incautos que lixo comum a Prefeitura

recolhe, a custo zero. A cidade que aprendeu a separar o

lixo do material reciclável, o famoso lixo que não é lixo,

esquece isso quando se trata de caçambas de bota fora. Esta

mistura inviabiliza a reciclagem, ou a encarece muito, pois

exige separação manual que é custo, e custo elevado. O ci-

dadão ao jogar lixo comum na caçamba, resolve de pronto

o seu problema de resíduos indesejáveis, mas inviabiliza com

a sua atitude mal educada, um ganho para toda a sociedade.

É uma atitude infeliz que impacta de modo negativo no

aspecto prático da vida, é pernicioso pelo mau exemplo

que dá aos mais novos, e ainda alcança o futuro pelo mal

que perpetua.

É muito comum o cidadão locaruma caçamba e fazer dela

um verdadeiro aterro sanitário.Todo tipo de material pode

ser encontrado: restos decomida, sofá, colchão, roupas...

A ministra do Meio Am-

biente, Izabella Teixeira, disse

que o Ibama vai continuar fis-

calizando e multando desma-

tamentos, apesar do projeto

de lei aprovado pelo Senado

que tira poder do órgão. Ela

afirmou, porém, que pode

pedir à presidente Dilma

Rousseff que vete o texto.

O chamado PLC 1, que

regulamenta o artigo 23 da

Constituição, estabelece que, se

um crime ambiental for autu-

ado, prevalece a multa do ór-

gão licenciador.

Como quem licencia des-

matamentos são os Estados,

o Ibama ficaria impedido de

multar, embargar áreas e

apreender motosserras e ou-

tros equipamentos, sob pena

de ter seus atos anulados pe-

los órgãos estaduais.

O ex-ministro Carlos Minc

é mais direto. Ele lembra que,

em 2009, quando o PLC 1 foi

aprovado na Câmara dos

Deputados com o artigo que

enfraquecia o Ibama, o então

presidente Luiz Inácio Lula da

Silva se comprometeu a vetar

o texto.

O presidente do Ibama,

Curt Trennepohl, disse que o

projeto "não é o desastre que

se apregoa". Segundo ele,

mesmo que não multe, o Iba-

O Senado aprovou por 49

votos a 7 um projeto de lei

que, na prática, tira do Ibama

o poder de multar desmata-

mentos ilegais.

O texto original, do depu-

tado Sarney Filho (PV-MA),

visava estabelecer atribuições

dos entes federativos para

melhorar o combate ao tráfi-

co de animais. Porém, uma

emenda de última hora inse-

rida na Câmara alterou o tex-

to, estabelecendo que a autu-

ação só poderia ser feita pelo

órgão licenciador. Como o li-

cenciamento para desmata-

mentos é feito pelos Estados,

o Ibama, na prática, ficaria

sem poder de autuar.

No ano passado, a então

senadora Marina Silva (PV-

AC) tentou corrigir a distor-

ção, apresentando três emen-

das ao projeto. Todas elas fo-

ram rejeitadas na Comissão de

Constituição e Justiça pela se-

nadora ruralista Kátia Abreu

(PSD-TO), relatora na CCJ.

Tanto Marina quanto seus

Senado aprova lei que impede

Ibama de multar desmate

sucessores no Ministério do

Meio Ambiente, Carlos Minc

e Izabella Teixeira, tentaram

barrar a proposta, por enten-

derem que os Estados e mu-

nicípios são menos estrutura-

dos para fiscalizar e/ou mais

sujeitos a pressões políticas do

que o Ibama. Como são os

Estados que autorizam even-

tuais desmatamentos, o Iba-

ma perderá o poder de pu-

nir, a não ser em projetos de

impacto ambiental.

O projeto também inte-

ressa do Governo, já que as

obras de impacto ambiental

regional passarão a ser licen-

ciados por Estados. Atual-

mente, é do Ibama a prerro-

gativa, e às vezes, as licenças

demoram a sair.

Com o novo projeto, o Ibama fica impedido de multar os crimes ambientais

Ministra diz que Ibama continuará

a fiscalizar desmatamentos

ma tem o poder de intimidar

o crime ambiental nos Esta-

dos, só por sua presença.

Em uma conversa no sa-

lão azul do Senado com o

chefe de gabinete do Ministé-

rio do Meio Ambiente, Luiz

Antônio Carvalho, Piñeda

chamou o texto de "inconsti-

tucional" e vaticinou uma chu-

va de ações judiciais caso ele

seja sancionado.

Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira

Page 17: Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul

17

Consultor em Marketing AmbientalHUGO WEBER JR.

me io amb i en t e e me r c ado

geral

Chega final de ano e uma coisa é certa.... é hora da publicação de listas. Os melhores da

economia, a seleção do campeonato Brasileiro, os Bolas de Ouro, Os bambambãs da TV,

enfim, uma interminável sessão de listas e seleção dos melhores, na ótica de cada um. Mas

como nosso espaço aqui, não diz respeito à economia, futebol nem mesmo a TV e sim a

meio ambiente e Sustentabilidade vamos falar sobre isso.

A WiserEarth, uma rede social para a sustentabilidade, elaborou uma lista com os 25

melhores livros já publicados sobre Sustentabilidade, são eles:

1 BIOMIMETISMO - Janine Benyus (2003)

2 CONFISSÕES DE UM INDUSTRIAL RADICAL - Ray Anderson (2009)

3 PRIMAVERA SILENCIOSA - Rachel Carson (1962)

4 ESTRATÉGIA PARA A SUSTENTABILIDADE- Adam Werbach (2009)

5 ECONOMIA VERDE - Joel Makoker (2009)

6 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE: Medindo o Imensurável

- Simom Bell e Stephen Morse (1999)

7 VALOR SUSTENTÁVEL - Chris Lazlo (2008)

8 O FIM DA NATUREZA - Bill McKibben (1989)

9 O COLAR DA ECONOMIA VERDE - Van Jones (2008)

10 THE NATURAL STEP FOR BUSINESS - Brian Nattrass e Mary Altomare (1999)

11 A VANTAGEM DA SUSTENTABILIDADE - Bob Willard (2002)

12 TRIPPLE BOTTOM LINE - Andrew Savitz e Karl Weber (2006)

13 A VERDADE SOBRE O GREEN BUSINESS - Gil Friend, Nocholas Kordesch e

Benjamim Privitt (2009)

14 CAPITALISMO NATURAL: Criando a próxima revolução industrial - Paul

Hawken, Amory Lovins e L. Hunter Lovins (2000)

15 NOSSO FUTURO COMUM - Gro Brundtland (1987)

16 CONEXÕES OCULTAS - Fritjof Capra (2001)

17 WALKING THE TALK - Chad Holliday, Stephan Schimidheinny e Philip Watts (2002)

18 CAPITALISMO: Como o mundo se importa - Jonathan Porrit (2005)

19 COLAPSO - Jared Diamond (2005)

20 CRIANDO UM NEGÓCIO SOCIAL - Muhammad Yunus (2009)- Dunster, Simmons

21 PROSPERIDADE SEM CRESCIMENTO - Tim Jackson (2009)

22 O ZEEDBOOK: Soluções para um mundo cada vez menor - Dunster, Simmons

& Gilbert (2007)

23 PLENITUDE: A nova economia da verdadeira riqueza - Juliet Schor (2010)

24 PLANO B: 4.0 - Lester Brown (2009)

25 PERMACULTURA - David Holmgren (2001)

E para não ficar de fora, pois todos têm a sua lista, incluiria, além dos citados acima, mais

cinco e minha particular seleção dos melhores da sustentabilidade, conteria mais esses:

26 O PONTO DE MUTAÇÃO - Fritjof Capra (1992)

27 A TERRA EM BALANÇO - Al Gore (1993)

28 DICIONÁRIO INGLÊS/PORTUGUÊS DE TERMOS TÉCNICOS

AMBIENTAIS - Pedro Márcio Braile (1992)

29 A ADMINISTRAÇÃO VERDE - Paul de Backer (1998)

30 ECOLOGIA EMPRESARIAL - Raul Marinuzzi e Justiniano Fajardo (1994)

Instigantes, provocadores, realistas, reformadores e proféticos, enfim, clássicos da litera-

tura da Sustentabilidade.

O final do ano está aí, então BOAS FÉRIAS E BOA LEITURA!!!!

A lista de final de ano“Livros não mudam o mundo,

pessoas mudam o mundo, livros mudam pessoas”Mario Quintana

Profissionais de meio am-

biente e representantes de or-

ganizações da sociedade civil

estão se mobilizando para dis-

cutirem as questões ambien-

tais no Paraná e sugerir ações

que ajudem no desenvolvi-

mento sustentável. O grupo

não tem bandeira partidária

ou institucional e surgiu da

necessidade de unirem for-

ças para agilizar ações e de-

baterem a temática de for-

ma mais integrada. Ele já

participou da conferência

pública do Ministério do

Meio Ambiente, sobre o

Plano Nacional de Resíduos

Sólidos, que aconteceu em

outubro em Curitiba, na oca-

sião levou sugestões deste

profissionais.

Entre as próximas ações

do grupo Paraná Ambiente

estão o fortalecimento da

Agenda 21 no Estado e tam-

bém sugestões para a Confe-

rência Rio + 20 que acontece

no ano que vem e que vai tra-

çar os rumos da sustentabili-

dade no mundo. A discussão

sobre os resíduos também

fará parte da agenda do gru-

Profissionais se unem

para discutir questões

ambientais no Paranápo ainda este ano.

"Nosso grupo quer ajudar

a construir um estado e um

país sustentável. A diversida-

de de organizações, de pro-

fissionais e suas especialidades

faz com que seja rico de idéi-

as e certamente poderemos

dar uma grande contribuição

em questões ambientais, soci-

ais e econômicas ", fala a Ta-

nia Kamienski, vice-coordena-

dora do Conselho de Susten-

tabilidade da Associação Co-

mercial do Paraná, entidade

participante do grupo.

Segundo Roberto Gava,

ex Coordenador do Conse-

lho Temático de Meio Ambi-

ente e Recursos Naturais e

Conselho Setorial da Indústria

de Base Florestal, Federação

das Indústrias do Estado do

Paraná (FIEP), o grupo está

aberto a novos participantes,

tanto profissionais liberais

como instituições. "O dono

do nosso grupo é o Meio

Ambiente, e ele precisa a cada

dia mais de novas idéias e so-

luções, isso faz do grupo um

forte aliado da sociedade nes-

ta temática", diz.

O estado onde foram re-

gistrados mais desmatamen-

tos em setembro foi Mato

Grosso com 110 km². Em

seguida está o estado de Ron-

dônia, com 49,88 km², e em

terceiro, o Pará, com 46,94

km².

O estado onde houve

menor registro de desmata-

Mato Grosso é o

campeão em desmatemento foi Tocantins, com

2,24 Km². No estado do

Amapá não foi detectado des-

mate. Fazem parte da região

da Amazônia Legal os es-

tados do Acre , Amapá,

Amazonas, Mato Grosso,

Pará, Rondônia e Tocan-

tins, além de parte do esta-

do do Maranhão.

Page 18: Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul

18 outubro

2011sustentabilidade

Por Daniella Mac Dowell

Em 6 de setembro de 2011

foi criada, oficialmente, a As-

sociação Brasileira dos Profis-

sionais de Sustentabilidade -

ABRAPS. Com o objetivo de

representar, conectar e forta-

lecer a atuação do profissional

de sustentabilidade, a ABRAPS

conta hoje com 150 associados

fundadores, fora o crescente

número de profissionais que

vem se associando por reco-

nhecer no movimento uma

forte oportunidade de articu-

lar os profissionais da área, con-

tribuindo efetivamente para o

desenvolvimento sustentável

do país.

Esse movimento, que teve

início em São Paulo em 2009,

como uma rede de profissio-

nais de sustentabilidade, foi ide-

alizado pelo atual presidente,

Marcus Nakagawa, e vem se

expandido por todo Brasil, sen-

do atualmente seu maior gru-

po o Grupo Sul, congregando

profissionais do Paraná, Santa

Catarina e Rio Grande do Sul.

Mas porque a ABRAPS

tem sido tão importante para

o profissional de sustentabilida-

de? Percebemos que estes pro-

fissionais, inseridos em diver-

sas áreas e setores, com for-

mações e atuações diversas

dentro do tripé da sustentabili-

dade, se reuniam para debater

questões organizacionais ou

empresariais, sem espaço para

compartilhar o que eles, como

indivíduos e como pessoa físi-

ca, enfrentavam em seu dia-a-

dia em termos de desafios, de-

mandas e conflitos.

Percebemos também a ne-

cessidade de união desses pro-

fissionais, líderes no processo

de implementação dos aspec-

tos de sustentabilidade no de-

senvolvimento do país, para o

fortalecimento da profissão,

para o alinhamento de concei-

tos e práticas, para o compar-

tilhamento de conhecimento,

bem como para a definição do

perfil desse profissional (onde

está inserido, que tipo de for-

mação e habilidades necessita,

que funções e cargos exerce,

etc.).

Além de três eventos reali-

zados no último ano para de-

bater o perfil desse profissio-

nal e encontros para integração

dos associados, a ABRAPS di-

vulgará, ainda em 2011, os re-

sultados de uma pesquisa sala-

rial desenvolvida em parceria

com a consultoria Deloitte.

Outras ações previstas, ainda

para este ano, são a participa-

ção oficial no Espaço Susten-

tabilidade da HSM Manage-

ment e a atuação em comitês

especiais como o da Rio+20,

fechando o ano com a inaugu-

ração da sede, em São Paulo.

Para a consolidação do

Grupo Sul, já foram realizadas

reuniões de apresentação da

ABRAPS Sul em Joinville e

Curitiba, que despertaram o

desejo dos profissionais da re-

gião em formar um Grupo

Gestor Sul.

O primeiro encontro da

equipe envolvida será no dia

9 de novembro de 2011,

para definir quais as deman-

das locais e regionais, esta-

belecendo o plano de ações

e cronograma da ABRAPS

Sul em 2012. Quem tiver inte-

resse em participar pode entrar

em contato pelo e-mail

[email protected].

Fortalecer a atuação dos profissionais de sustentabilidade

é fortalecer o desenvolvimento sustentável do Brasil

Daniella Mac Dowell é representante da ABRAPS - Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade,

Grupo Sul e vice-coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) de Expansão da ABRAPS.

Os profissionais da área

que quiserem conhecer mais so-

bre a ABRAPS, devem acessar

http://abraps.blogspot.com,

ou acompanhar as notícias

pelas redes sociais (Linkedin:

http://migre.me/42KGyht-

tp://migre.me/42KGy /

Twitter : http://twitter.com/

abrapshttp://twitter.com/

abraps / Facebook: http://

www.facebook.com/abraps ).

Para se associar, encaminhe e-mail

para: [email protected].

Como profissional da área,

acredito no conceito de "somar

para multiplicar", acredito que

"1+1 é maior do que 2", e que

a união, a articulação e o forta-

lecimento da atuação dos pro-

fissionais de sustentabilidade é

imprescindível para o desenvol-

vimento do Brasil, dentro do

que entendemos como susten-

tabilidade, para preservação da

vida na presente e nas futuras

gerações.

Page 19: Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul

19

AOC aposta em açõesde sustentabilidade e

responsabilidade social

Ações sustentáveis das empresas pelo BrasilCCR RodoNorte implanta iluminação

LED e economiza uma pequena cidade

sustentabilidade

Uma nova atitude em sus-

tentabilidade ambiental está

chamando a atenção nas ro-

dovias da região. E não ape-

nas pelo clarão que pode ser

visto durante a noite, nas pra-

ças de pedágio da concessio-

nária CCR RodoNorte. A

empresa instalou iluminação a

LED em sete praças e vai

deixar de consumir energia

elétrica suficiente para abaste-

cer uma pequena cidade. Um

megapainel instalado na pra-

ça em São Luiz do Purunã

aumenta ainda mais essa per-

cepção.

Pode parecer pouco, mas

somente nas marquises da

praças, as 195 lâmpadas de

vapor de sódio trocadas por

lâmpadas LED vão econo-

mizar o equivalente a 1,5 mil

residências – levando em con-

ta um consumo médio de

160kW/mês, segundo dados

da ANEEL. Além disso, a

empresa vai deixar de emitir

145.095 quilos de CO2 por

ano. Para neutralizar essa emis-

são, seria necessário o plantio

de 582 árvores de mata atlân-

tica por ano, para compensa-

ção ambiental, segundo a ve-

rificadora Key Associados.

No total, somente as lâmpa-

das das marquises das praças

vão reduzir de 73 mil quilo-

watts para 18 mil quilowatts

por ano.

A tecnologia LED (Light

Emitting Diode) gera luz a

partir de um efeito eletrôni-

Lâmpadas a LED iluminam melhor, gastam

menos energia elétrica e trazem mais segurança

co, e não do aquecimento de

filamentos (lâmpadas incan-

descentes) ou por uma des-

carga em gás (lâmpadas fluo-

rescentes). A evolução permi-

te atingir índices de até 300 lux,

sendo que a iluminação con-

vencional não atinge índices

maiores que 90 lux – alinhan-

do o projeto totalmente com

os conceitos de sustentabilida-

de. As lâmpadas já são utili-

zadas em seis túneis da con-

cessionária CCR RodoAnel,

em São Paulo.

Segundo Paulo Amarante,

gestor de Tecnologia da In-

formação da CCR Rodo-

Norte, as lâmpadas a LED

não trazem ganhos econômi-

cos imediatos, mas trazem

eficiência técnica em benefício

do meio ambiente. “A tecno-

logia é mais cara do que as

lâmpadas comuns, mas a lon-

go prazo o investimento pode

valer a pena. Mesmo assim, o

que mais interessa é o ganho

ambiental nesse processo no

qual vamos economizar ener-

gia elétrica suficiente para abas-

tecer uma cidadezinha”, ob-

serva Amarante.

SEGURANÇA

A nova iluminação traz

também traz mais segurança

para os usuários das rodovi-

as, que poderão visualizar de

mais longe as praças de pe-

dágio, passando pelo locam

com mais facilidade. Em noi-

tes de chuva ou neblina, a

potente iluminação também

vai permitir maior visibilida-

de. As lâmpadas de alta tec-

nologia também precisam de

menos manutenção – serão

trocadas com menor freqüên-

cia e exigem menos fechamen-

tos de pista. “Este projeto re-

presenta uma economia de

75% com relação às lâmpa-

das usadas anteriormente. Mas

os grandes ganhos são na se-

gurança e também o ambien-

tal”, aponta o gestor de Qua-

lidade e Meio Ambiente da

concessionária, Michel Klaime

Filho.

Praças de pedágio com novas lâmpadas vão economizar

energia elétrica suficiente para abastecer 1,5 mil residências

Projetos são voltados para

colaboradores, consumidores

e entidades das regiões onde

a marca possui fábricas e es-

critórios. Ações são reconhe-

cidas por entidades públicas,

beneficentes e clientes, tais

como o Centro de Descarte

e Reuso de Resíduos de In-

formática da USP Focada em

trazer mais atenção para temas

cada vez mais importantes nos

dias de hoje, a AOC, maior

fabricante mundial de telas

(monitores e TVs LCD),

aposta em ações e projetos de

sustentabilidade e responsabi-

lidade social para fixar cada

vez mais a marca. Reconheci-

da por entidades públicas,

beneficentes e clientes, tais

como o Centro de Descarte

e Reuso de Resíduos de In-

formática da Universidade de

São Paulo (CEDIR-USP) e a

Fundação Antonio-Antonieta

Cintra Gordinho (FAACG), a

AOC realiza ações de susten-

tabilidade voltadas para cola-

boradores, consumidores e

entidades das regiões onde a

marca possui fábricas e escri-

tórios.

“Nosso objetivo é passar

para os colaboradores, forne-

cedores, comunidade em ge-

ral e até ao governo que sus-

tentabilidade e responsabilida-

de social não são somente re-

ciclar ou apoiar alguma insti-

tuição, mas sim um ciclo de

melhorias contínuas, atuando

com ética, qualidade de vida

das pessoas e meio ambien-

te”, afirma Nobel Matsuba-

ra, Coordenador de Sistema

de Gestão da AOC. Dentre

os programas de sustentabili-

dade da fabricante, destacam-

se os trabalhos de conscienti-

zação envolvendo as partes

interessadas, onde o grande

objetivo é conscientizar a to-

dos sobre a responsabilidade

de cada um na redução do con-

sumo dos recursos naturais.

“Para isso temos a coleta

seletiva que incentiva nossos

colaboradores, visitantes e

parceiros a separar correta-

mente os resíduos para que

possam voltar a cadeia pro-

dutiva como matéria prima.

Além disso, mantemos cam-

panhas durante diversas datas

do ano relacionadas a educa-

ção ambiental na qual apro-

veitamos para divulgar o tra-

balho da Envision na manu-

fatura reversa dos produtos

da AOC descartados pelo

consumidor final”, explica

Matsubara. No campo de res-

ponsabilidade social a Envisi-

on demonstra construir suas

bases nos valores éticos e na

transparência, disseminando o

Código de Conduta e Ética

para todos os colaboradores,

fornecedores e clientes. Além

disso, o “Programa Mais

Vida” proporciona durante o

ano uma conscientização re-

ferente a saúde e bem-estar a

todos os colaboradores e par-

ceiros. De acordo com o exe-

cutivo, “As áreas de gestão e

RH trabalham em conjunto

para manter todos os proje-

tos de responsabilidade sócio-

ambiental da empresa. “O

programa de voluntários é um

dos projetos de responsabili-

dade sócio-ambiental, coor-

denado pelo setor de Recur-

sos Humanos, que tem o ob-

jetivo de atuar nas comunida-

des das regiões onde a em-

presa está instalada e em enti-

dades beneficentes”, explica

Matsubara. Para divulgar as

ações, a AOC investe em um

jornal trimestral, no qual ex-

põe as principais atividades

desenvolvidas internamente.Para conhecer mais sobre a

AOC, acesse: www.aoc.com/br.

Page 20: Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul

20 outubro

2011turismo

Amazônia e Cataratas do Iguaçu

podem entrar para a lista das

Novas Sete Maravilhas da NaturezaComitê brasileiro conta com apoio da

população para eleger paisagem natural do paísNo início de 2012, a fundação su-

íça New 7 Wonders vai divulgar uma

lista com as Novas Sete Maravilhas da

Natureza.

Entre os 28 finalistas que concor-

rem ao prêmio, o Brasil aparece com

duas representantes: a Amazônia e as

Cataratas do Iguaçu.

O comitê brasileiro apoia a candi-

datura das Cataratas, mas não encara

a Amazônia como concorrente. "As

regiões apresentam belezas muito di-

ferentes", acredita Gilmar Piolla, su-

perintendente de Comunicação Soci-

al do comitê.

A primeira fase do concurso con-

tou com a divulgação voluntária de

rádios, jornais e emissoras de TV na

veiculação gratuita da campanha para

eleição das Cataratas.

Gilmar Piolla, superintendente de

Comunicação Social do comitê

Governo estuda privatizar serviços

turísticos de parques nacionaisFoto: Divulgação/Jefferson Rudy/MMA

Os ministérios do Meio Ambi-

ente e do Planejamento, juntamente

com o Instituto Chico Mendes de

Conservação e Biodiversidade (ICM-

Bio) firmaram acordo para a cria-

ção de um grupo de estudos que

analisará a viabilidade de privatizar

os serviços turísticos existentes nos

parques nacionais do Brasil.

Serão analisadas propostas para

os parques de Fernando de Noro-

nha (PE), Chapada dos Guimarães

(MT), Jericoacoara e Ubajara (CE),

Sete Cidades e Serra das Confusões

(PI), Lençóis Maranhenses (MA),

além da Serra dos Órgãos, e os par-

ques do Itatiaia e da Tijuca (RJ). A

previsão é que o estudo seja conclu-

ído até o fim do segundo trimestre

de 2012. Segundo Rômullo Neto,

presidente do Instituto Chico Men-

des, o foco será na modernização da

forma de conservação ambiental e

atendimento ao turista.

"Vamos trabalhar em cima das

unidades como potencial de negóci-

os. Na avaliação do ministério do

Meio Ambiente, os 67 parques

nacionais têm potencial de gerar

anualmente cerca de R$ 500 mi-

lhões, que seriam revertidos em

melhorias de infraestrutura e aplica-

ção de medidas de proteção ambi-

ental", disse.

MELHOR

ADMINISTRAÇÃO

AMBIENTAL

Para ele, privatizar os serviços de

gestão turística, como já acontece há

dez anos no Parque Nacional do

Iguaçu, no Paraná, na forma de con-

cessão integral, é uma maneira de

aumentar os trabalhos de conserva-

ção no país.

Em maio, estudo divulgado pelo

governo federal em parceria com o

Pnuma (Programa das Nações Uni-

das para o Meio Ambiente), aponta-

va que o Brasil possuía sérias defici-

ências na gestão de unidades de con-

servação (UCs). De acordo com o

documento, as UCs funcionam atual-

mente com número reduzido de mão

de obra, além de baixo orçamento

para investimentos em infraestrutura.

O estudo revelava ainda que, apesar

de o país agregar a quarta maior área

do mundo coberta por unidades de

conservação (1.278.190 km²), ficava

atrás de nações mais pobres e meno-

res quando quesitos como funcioná-

rios e orçamento por hectare eram

comparados.

DEFICIÊNCIA

A Costa Rica, país da América

Central com 4,5 milhões de habitan-

tes, tem um funcionário para cada 26

km² de área e investe R$ 31,29 em

cada hectare (10 mil m²). O Brasil,

por sua vez, tinha um funcionário para

cada 186 km² de florestas protegidas

e aplica R$ 4,43 em cada hectare. O

número é muito abaixo dos Estados

Unidos, que aplica R$ 156,12 por hec-

tare (35 vezes mais que o Brasil) e tem

um funcionário para cada 21 km².

Para reverter esta situação, a ministra

Izabella Teixeira prometeu durante o

encontro dobrar o valor de investimen-

tos do governo nas unidades, entretanto

não divulgou quando isto deverá ter iní-

cio. Por ano, as UCs geram até R$ 4,55

bilhões com a exploração legal de recur-

sos naturais (como madeira e borra-

cha) e com a visitação de turistas em

parques e florestas. O orçamento anu-

al para este setor é de aproximada-

mente R$ 300 milhões, mas o pró-

prio MMA reconhece que o ideal é

que o valor seja ao menos R$ 600

milhões.Fonte: Globo Natureza

O presidente do ICMBio, Rômullo Neto, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira,

junto com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, durante evento no último dia 20

Quem desejar contribuir com a

eleição da região pode acessar o site

www.votecataratas.com

Vote Cataratas

para uma das 7

Maravilhas da

Natureza

Page 21: Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul

21brasil

44,8% do país não tem esgoto

O lixo e a falta de saneamento são responsáveis por inúmeras doenças

O Brasil ainda está muito longe de

ter uma rede de saneamento abran-

gente e eficiente, mas apresentou uma

melhora nos últimos anos. O Atlas do

Saneamento 2011, feito pelo IBGE

com dados de 2000 e 2008 mostra

que cerca de 44,8% dos municípios

não possuem rede coletora de esgo-

to. No Norte, este valor chega a 13%.

Mesmo assim, houve um crescimen-

to expressivo do número de municí-

pios atendidos pela rede de saneamen-

to. Em 2000, apenas 41,5% dos mu-

nicípios possuíam coleta de esgoto,

valor que subiu para 55%. O estudo

mostra também que 99% dos municípi-

os possuem rede de distribuição de água

em 2008, ante 97% de 2000, assim como

o manejo de resíduos sólidos (lixo), que

só não ocorre em duas cidades. Em re-

lação ao manejo de águas pluviais, o

Brasil deu um grande salto: em 2000,

79% dos municípios eram atendidos

pelo sistema. Em 2008, 94%.

Norte. Um ponto alarmante da pes-

quisa é o alto risco de contaminação

de águas em todo o país. Áreas em

que há ameaça de poluição aos re-

cursos hídricos se espalham por toda

costa do país e alguns pontos no in-

terior. O Nordeste contém a maior

concentração de pontos de risco. Em

Santa Catarina, Rio Grande do Sul,

São Paulo, Mato Grosso e Minas

Gerais muitos lugares possuem esgoto

não tratado em regiões de rios, lago-

as e lagos. O mesmo ocorre no lito-

ral do Nordeste. Além disso, o mapa

mostra que alguns pontos de bacias

hidrográficas possuem áreas com re-

síduos industriais perigosos. Próximo

ao Rio Amazonas, há duas regiões

nessa situação. A divisa de Alagoas e

Sergipe, na foz do Rio São Francisco,

é outro local com risco de contami-

nação. Ao todo, são dez pontos sob

essa condição.

Fonte Carta Capital

O estudo observou que as melho-

rias na rede coletora de esgoto fo-

ram mais intensas próximas aos gran-

des centros urbanos. Em São Paulo,

houve um aumento no número de

áreas de esgotamento sanitário no eixo

que passa pela capital, Campinas e Rio

Preto, assim como no Triângulo Mi-

neiro, nos municípios próximos ao

Rio de Janeiro (RJ) e pontualmente

nas capitais de estados, como Goiâ-

nia (GO), e os eixos Belém (PA)-

Marabá (PA)-Imperatriz (MA) e Ma-

naus (AM)-Santarém (PA) na região

SANEAMENTO

Vazamentos e ligações clandestinas causam

perda de água em 210 cidades brasileirasO Instituto Brasileiro de Geogra-

fia e Estatística (IBGE), divulgou da-

dos sobre a pêra de água, grande parte

dela tratada, em 210 cidades brasilei-

ras causada por vazamentos ou gatos

(ligações clandestinas), fazendo com

que operadoras percam no trajeto

mais da metade da água captada para

a distribuição.

A perda de água é calculada pela

diferença entre o volume captadopa-

ra a distribuição e o consumo final,

O IBGE estima que o desperdí-

cio deve ser ainda maior, pois nem

todas as empresas tem informações

precisas sobre as perdas ou furtos de

vazamentos, além de não contabili-

zar o quanto é desperdiçado pelos

consumidores nos domicílios.

CONTAMINAÇÃO

A segunda principal fonte de con-

taminação da água captada para dis-

tribuição é a presença de resíduos de

agrotóxicos, ficando atrás apenas do

esgoto. Segundo o IBGE, dentre os

municípios que fazem captação em

mananciais superficiais, como rios e

córregos, 6,24% registram contami-

nação por agrotóxicos, contra 8,47%

que tem contam,inação por esgoto.

Até mesmo em poços profundos foi

constatada a presença de defensivos

agrícolas em 0,58% dos municípios.

Desde 2008, o Brasil é o maior

consumidor mundial de agrotóxicos.

registrado pelas operadoras.

Considerando apenas cidades

com mais de 100 mil habitantes, seis

em cada dez têm perdas entre 205 e

50% ao que é disponibilizado. Apa-

rece na lista sete capitais -m Boa Vista

(RR), Campo Grande (MS), Maceió

(AL), Manaus (AM), Porto Velho

(RO), Recife (PE) e Rio Branco (AC)

e cidades como Guarulhos (SP), Ja-

boatão dos Guararapes (PE) e Feira

de Santana (BA).

Foi oficializada no Diário Oficial

da União (DOU), no último dia 20,

por meio da Portaria nº 871, a cria-

ção de um grupo de trabalho para

debater e propor ações necessárias à

articulação da pasta na organização da

Conferência das Nações Unidas so-

bre Desenvolvimento Sustentável -

Rio+20. O objetivo é participar ati-

vamente do evento marcado para 4

a 6 de junho de 2012, no Rio de Ja-

neiro.

Sob a coordenação da Secretaria

de Desenvolvimento Agropecuário e

Cooperativismo (SDC), o grupo será

composto por da Empresa Brasilei-

Ministério da Agricultura cria grupo para a Rio+20terial específico do setor agropecuá-

rio, abordando a importância da agri-

cultura para a questão ambiental. Na

carta, serão citadas iniciativas como o

Programa Agricultura de Baixo Car-

bono (ABC), trabalhos da pesquisa

agropecuária para a sustentabilidade,

compromissos do segmento com a

biodiversidade e ações para reduzir

o aquecimento global.

O grupo, que se reunirá mensal-

mente, poderá convidar outros repre-

sentantes e especialistas de entidades

públicas e privadas para as reuniões

com o objetivo de auxiliar em suas

atividades.

ra de Pesquisa Agropecuária (Embra-

pa) e do Instituto Nacional de Mete-

orologia (Inmet). Entre as atribuições

iniciais do comitê está prevista a defi-

nição de um texto em nome do go-

verno federal sobre a interface entre

economia verde e o combate à po-

breza. Outra tarefa é preparar um ma-

Page 22: Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul

22 outubro

2011mundo

Japoneses criam turbina eólica três vezes mais eficientePesquisadores japoneses começa-

ram a testar turbinas eólicas até três

vezes mais potentes do que as usadas

atualmente. O sistema "lentes de ven-

to", da Universidade de Kyushu, traz

um "aro" ao redor das hastes, que se-

ria capaz de aumentar o fluxo de ven-

to e fazer as hastes girarem mais rápi-

do, resultando em maior produção de

energia.

O acréscimo na velocidade do flu-

xo seria resultado de uma zona de

pressão baixa, criada na parte posteri-

or do difusor - indicação técnica do

"aro" em volta das hastes. Em outras

palavras, é como se a zona criada "pu-

xasse" o vento, o que melhoraria a efi-

ciência da geração de energia da tur-

bina. A pesquisa foi coordenada pelo

professor Yuji Ohya, do Instituto de

Pesquisa de Mecânica Aplicada da uni-

versidade. Duas turbinas de teste de 70 kW foram instaladas na Universidade de Kyushu

Além de gerar de duas a três ve-

zes mais energia do que uma turbina

convencional, o modelo da universi-

dade japonesa também faz menos

barulho e causa menos interferência

em radares do tipo Doppler, além de

ser mais segura, segundo os pesquisa-

dores.

O ministério de tecnologia japo-

nês patrocinou a instalação de unida-

des de teste no campus de Ito. Em

março deste ano foram entregues os

dois geradores de 70 quilowatts cada,

instalados na parte noroeste da área, e

outros dez, de cinco quilowatts, no giná-

sio poliesportivo e em outros locais. Além

disso, foi construído um prédio de dois

andares de 864 metros quadrados na

parte oeste do campus, onde serão

avaliados os dados dos testes. Anual-

mente, as unidades devem produzir

cerca de 120 mil kWh.

Equador tem a taxa de desmatamento mais alta da América Latina

Segundo a FAO, perda anual de florestas no país atinge quase 200 mil hectares

O Equador possui uma das taxas

mais altas de desmatamento da Amé-

rica Latina, com uma perda anual de

entre 60 mil e 200 mil hectares de flo-

restas nativas, fruto do corte ilegal, da

expansão de cultivos e da pressão de

empresas petrolíferas e mineradoras,

afirmam os especialistas.

O país conta com aproximada-

mente 9,6 milhões de hectares de flo-

restas primárias e é um dos países da

região com mais variedade de árvo-

res, devido à ampla diversidade cli-

mática de seu território. Os ecossiste-

mas vão desde o páramo andino ao

tropical da Amazônia, onde se encon-

tra o Parque Nacional Yasuní, consi-

derado por cientistas como a área de

maior biodiversidade do mundo.

Com base em dados obtidos via

satélite pelo Centro de Levantamen-

tos Integrados de Recursos Naturais

por Sensores Remotos (Clirsen) em

2000, a Organização das Nações Uni-

das para a Agricultura e a Alimenta-

ção (FAO) elaborou um relatório neste

ano que estima a perda anual de flo-

restas em quase 200 mil hectares. Se-

gundo a organização, o Equador so-

fre uma redução de 1,8% de suas flo-

restas primárias ao ano, a taxa mais

alta da América Latina, que registrou

uma redução média de 0,4% anual,

enquanto o índice mundial foi de

0,1%. Por outro lado, o governo cal-

cula uma perda muito menor do que

a FAO, de cerca de 62 mil hectares ao

ano. "Temos um vazio de informa-

ções que certamente vai fazer com que

esta taxa suba, talvez para 70 mil, mas

não é como se pensava há dez anos",

justificou o gerente do programa "So-

cio Bosque", do Ministério do Meio

Ambiente, Max Lascano. Para ele, a

principal ameaça é a mudança do uso

do solo, seguida pela pecuária e as ati-

vidades extrativistas.

Natalia Bonilla, encarregada do

programa de florestas da ONG Ação

Ecológica, também apontou as petro-

líferas, e especialmente a indústria

madeireira como causadoras da dimi-

nuição do volume florestal. "As em-

presas da madeira se beneficiam de

um sistema de controle florestal car-

regado de corrupção e do uso de in-

termediários que contatam pequenos

agricultores e compram os troncos em

pequena escala", afirma.

Por Agência EFE

Page 23: Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul

23

IX Congresso Nacional de Meio Ambientede Poços de Caldas - 24 a 26 de maio de 2012

Informações: GSC Eventos Especiais - (35) 3697-1551

EXPOURBANO 2011Data: 22 a 24 de Novembro de 2011

Local: Pavilhão Azul, Expo Center Norte - São Pau-

lo

Site: http://www.expo-urbano.com.br/

Mais informações sobre o evento: O Expo Ur-

bano é uma feira e conferência para a melhoria dos espaços urbanos. Os

principais temas do evento são Estética, Conforto, Segurança e Recreação

de lugares públicos como ruas, praças, parques, jardins, parques infantis,

instalações esportivas, praias, áreas de lazer e estacionamentos.

d i c a s l i t e r á r i a s

"Um país se faz com homens e livros"Monteiro Lobato

e x p o s i ç õ e s | e v e n t o s | f e i r a s

A FIMAI - Feira Internacional de MeioAmbiente Industrial e Sustentabilidade

Acontecerá nos dias 8, 09 e 10 de novembro de 2011, no Pavilhão Azul,

do Expo Center Norte, em São Paulo, SP, representa uma mostra

atualizada de opções na área ambiental e possibilita o contato com

os mais importantes especialistas e empresários atuantes no Brasil.

www.fimai.com.br

ARAUCÁRIA

A obra aborda a formação dos pinheirais desde o surgi-

mento do primeiro antepassado da araucária, há 250 mi-

lhões de anos, passando pela riqueza da flora e da fauna,

revelando o modo de vida de seus primeiros habitantes,

os índios Kaingang, e delineando a ocupação do territó-

rio pelos colonizadores, bem como a exploração co-

mercial da madeira, fator determinante para o seu quase

extermínio. O livro também traz um comparativo entre o modelo de explora-

ção da Floresta com Araucária e os demais biomas brasileiros, mostrando um

breve panorama da atual situação do Cerrado, da Caatinga, da Floresta Estaci-

onal, do Pantanal e, em especial, da Floresta Atlântica e da Amazônia.

NO TETO DO MUNDO

Rodrigo Raineri, um dos alpinistas mais experientes e bem-suce-

didos do Brasil, narra, com Diogo Schelp, suas experiências nas

quatro expedições (em 2005, 2006, 2008 e 2011) para alcançar o

cume do monte Everest, a 8.848 metros de altitude. Em No teto

do mundo, o leitor vivenciará em detalhes todas as dificuldades

enfrentadas por Raineri em suas escaladas. Mais do que apenas

um relato, o livro fala sobre vencer os próprios limites; de supe-

rar as adversidades; da dor de perder o companheiro Vitor Ne-

grete parceiro de muitas escaladas para a montanha; de saber que o Everest

não é uma montanha qualquer, é Chomolungma, a Deusa Mãe do Mundo, e

pode ser implacável com aqueles que a desafiam. É, sobretudo, um livro sobre

a perseverança, a coragem e a amizade para superar os desafios e conquistar o

teto do mundo!

EQUILÍBRIO PARA UMA VIDA MELHOR

Este livro discute o desafio do equilíbrio pessoal. Ao analisar

questões como relações familiares, conflitos, programação men-

tal, fontes de equilíbrio, estresse, disciplina e a rede humana, o

livro apresenta um conjunto de ideias, princípios e técnicas ca-

pazes de construir, sustentar e distribuir equlíbrio.

TITANIC

A obra procura dar um panorama completo do acontecimento

sob o olhar de um historiador. Fala de negócios, da parte técni-

ca (de maneira bem leve e atraente), relações sociais (quem foi

salvo primeiro? porque?). E ainda traz diversas curiosidades,

como o fato de uma das chaminés ter sido construída apenas

por motivos estéticos e não ter função (repare que não sai fu-

maça de uma delas na ilustração de capa). O tom do livro é muito gostoso e

traz informações muito interessantes como: "...Ainda por cima, o iceberg foi

avistado, ao mesmo tempo, cedo demais e tarde demais. Tarde demais para

evitá-lo. Cedo demais para não tentar uma manobra de desvio que levou a um

choque lateral mais grave, mais pernicioso do que uma colisão frontal.

conhecimento

LOCAL:Rio de JaneiroDATA:De 20 a 22 dejunho de 2012INFORMAÇÕES:www.rio2012.org.br

Page 24: Jornal do Meio Ambiente - Matéria Abraps Grupo Sul