ECT demora a negociar e testa a força dos trabalhadores

n°6 | Agosto 2013 | Resistência com a base - Gestão 2013/2016 | www.sintcompr.org.br

2 SobrecargaECT faz estudo para reduzir gas-tos à custa do aumento da so-brecarga nas agências 3 Campanha Salarial

É preciso ampliar nossa mobilização e derrotar a in-transigência da ECT 4 Boca no Trombone

Trabalhadores do CDD Uva-ranas paralisam por três dias e conquistam melhorias

Jornal doSintcom-PR

Jornal do Sintcom-PR | nº 6 | Agosto 20132

ECT quer cortar gastos sobrecarregando trabalhadores

SOBRECARGA

Horas-extras habituais devem ser pagas sobre o conjunto do salário

JURÍDICO

Desde o mês de maio, os trabalhadores dos Correios come-çaram a receber as horas-extras habituais, realizadas nos domingos ou feriados, em cima do conjunto da remunera-

ção (composto pelo salário base, adicionais dos carteiros e OTTs, diferencial de mercado e anuênio). Antes, essas horas-extras eram pagas apenas sobre o salário base.

Essa alteração, feita sem nenhum aviso da Empresa, mostra que durante muito tempo a ECT passou a perna nos trabalhadores e pagou menos do que deveria!

Ao ver essa diferença, o departamento jurídico do Sintcom-PR co-meçou a entrar com ações individuais, exigindo que a ECT pague o valor retroativo a essas horas-extras habituais. Por isso, os trabalha-dores que costumam fazer horas-extras e que receberam o adicional

de 30% antes de maio devem entrar em contato com o Sintcom-PR o quanto antes para receber as orientações.

A ECT já exige que os trabalhadores extrapolem – e muito – seu horário trabalho. Não vamos deixar que paguem menos por isso!

Mais informações

Para mais informações, entre em contato com o departamen-to jurídico do Sintcom-PR. O plantão acontece toda segunda e quarta-feira, das 9h30 às 13h30, com a advogada Sara Freitas Nascimento. Quem não puder comparecer no Sindicato nesses horários pode agendar o atendimento diretamente com a advo-gada pelos telefones (41) 3079-7258 e (41) 9927-3169.

Na tentativa de enxugar gastos e aumentar lucros, a ECT contratou no final de 2012 uma empresa de con-sultoria – o Instituto de Desenvolvimento Gerencial

(INDG). Segundo o contrato, o INDG tem como objetivo ajus-tar os processos de trabalho ao formato que o mercado exige. Na prática, isso se traduz em mais uma medida para precari-zar o trabalho dos ecetistas.

Em um relatório apresentado pela consultoria, o INDG propõe rever a classificação das agências, retirando o cargo de tesouraria em várias unidades e reduzindo o número de atendentes e trabalhadores que rece-bem o quebra de caixa. A proposta é cortar a função, mas a demanda do trabalho se mantém, ou seja, mais acúmulo de funções e sobrecarga para os trabalhadores das agências.

Esse é mais um exemplo de como a Empresa não está nem um pouco preocupada com as condições de trabalho e, pelo contrário, aumenta ain-da mais a precarização com o objetivo de expandir seus lucros.

Corte de gastos?

Sob essa maquiagem de “cortar gastos”, o contrato com o INDG foi feito sem licitação e custou nada menos do que R$ 29,4 milhões para a ECT, o que mostra que a Empresa sequer procurou economizar ao buscar uma consultoria. O corte de gastos na verdade significa corte de direitos, redução do número de trabalhadores e intensificação do trabalho.

Ao mesmo tempo, no final de julho, o Correios foi considerado uma das 30 marcas mais valiosas do Brasil, avaliada em US$ 1,05 bilhões. Enquan-to o lucro é bilionário, a valorização do ecestista não existe. Não podemos permitir que a ECT amplie seus lucros precarizando o nosso trabalho! Vamos mostrar a força e a união da categoria e lutar contra mais esse ataque!

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Subsedes Interior

Agosto 2013 | nº 6 | Jornal do Sintcom-PR 3CAMPANHA SALARIAL

A mobilização é nossa arma para vencer a intransigência da ECTSó depois de muita pressão, a ECT aceitou começar a discutir

as reivindicações dos trabalhadores. O primeiro debate sobre a Pauta de Reivindicações dos ecetistas aconteceu apenas no

dia 20 de agosto, depois de quatro reuniões consecutivas com o Co-mando da Fentect.

Até então, a Empresa aparecia na reunião só para repetir que não poderia aceitar a participação do Comando Amplo de Ne-gociação da Fentect. O objetivo dessa imposição era garantir que as negociações acontecessem com a presença de apenas cinco re-presentantes dos trabalhadores, contra 10 representantes da ECT e cinco da Findect, federação pirata atrelada à direção dos Correios.

Pressão dos trabalhadores fez a ECT negociar

Os trabalhadores não aceitaram essa imposição e continuaram de-fendendo o formato de comando previsto no estatuto da Federação. A postura de autonomia em relação à ECT fez com que a ela fosse obrigada a voltar atrás na decisão e a começar a negociar.

Essa vitória mostra que o único caminho para vencer a intransi-gência da Empresa é a união e mobilização dos ecetistas! Juntos e organizados, somos mais fortes!

Agora, é o momento de aumentar ainda mais a pressão! As nego-ciações começaram, mas a ECT ainda não assumiu qualquer com-promisso que represente avanço significativo para os trabalhadores. Essa é a hora de ir à luta!

Fortalecer a luta para derrotar o TST e o divisionismo dos pelegos

A intransigência e a má vontade na hora de negociar já fa-zem parte da estratégia da ECT para a Campanha Salarial dos ecetistas. Ao invés de procurar soluções para os problemas que afetam o dia a dia da categoria, a Empresa empurra a decisão sobre as reivindicações dos trabalhadores para o Tribunal Supe-rior do Trabalho (TST). Nas greves de 2011 e 2012, vimos que a Justiça não é neutra e que o TST ficou do lado da Empresa.

Além do TST, a Empresa também tem usado a Findect como aliada para enrolar os trabalhadores. A Federação Interestadu-al dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect) foi ressuscitada pelos pelegos em 2012 com o claro objetivo de di-vidir e enfraquecer a luta dos ecetistas. Essa federação pirata possui uma base de apenas seis sindicatos, não tem qualquer legitimidade para negociar pela categoria e sequer possui status de Federação junto ao Ministério do Trabalho.

Essa é a hora de conquistar avanços!Mobilização começa com a participação dos ecetistas na as-sembleia do próximo dia 5

Quando o diálogo emperra e a Empresa se recusa a ouvir as rei-vindicações dos trabalhadores, nossa única saída é paralisar as ati-vidades.

No dia 5 de setembro, serão realizadas assembleias em todo o país para debater o indicativo de greve nacional. É hora de cons-truir um amplo processo de mobilização, que mostre para a ECT que a categoria está unida e organizada em defesa de seus direitos.

Vamos exigir o fim da sobrecarga, melhores condições de traba-lho, mais segurança e valorização para a categoria. Se a Empresa não nos escuta enquanto estamos produzindo os serviços do qual tanto se orgulha, nossa única arma é paralisar nosso trabalho, fon-te de todo o lucro dos Correios.

Participe e converse também com os colegas de unidade para que todos estejam presentes nessa assembleia!

Participe das assembleias do dia 5• CURITIBA: Sede do Sintcom-PR - Horário: 19h - 19h30

Rua Engenheiro Rebouças, 1595• MARINGÁ: Auditório Hélio Moreira - Horário: 19h - 19h30

(Av. XV de Novembro, 701)• CASCAVEL: fds. Cantinho Jaime - Horário: 18h30 - 19h

(Rua Maranhão, 551, ao lado do ambulatório)• PONTA GROSSA: SubSede Sintcom - Horário: 19h - 19h30

(Rua Tenente Inon Silva, 448, Centro)• LONDRINA: Subsede do Sintcom-PR - Horário: 19h - 19h30

(Av. Paraná, nº 102, sala 07, Centro)

No dia 30, os ecetistas fazem ato nacional em Brasília para pressionar a Empresa a negociar

Trabalhadores do CDD Uvaranas constroem greve de três dias

GREVE

Os trabalhadores do CDD Uvaranas permaneceram em greve entre os dias 14 e 16 de agosto na luta por melhores condi-ções de trabalho e pela substituição da gerente truculenta.

A Empresa foi dura na negociação e não estava disposta a ceder. A resposta veio dos próprios trabalhadores, que tiveram a adesão de mais de 70% da unidade.

Entre as principais reivindicações, estava a adequação das dobras, aceitação dos atestados sem o Código Internacional de Doenças (CID), contra imposição de horas extras e contra a entrega em áreas não regulamentadas, além da substituição da gerente truculenta da unidade.

A greve e as negociações

As negociações foram conduzidas pelo Sintcom-PR, com a par-ticipação ativa de uma comissão de trabalhadores da unidade. No primeiro dia de paralisação, parte das reivindicações foi atendida, com exceção da substituição imediata da chefia. Ao invés disso, a Empresa se comprometeu a substituí-la quando terminasse o novo

distritamento do CDD. Insatisfeitos, os trabalhadores decidiram manter a greve e fizeram uma ação social de doação de sangue para demonstrar que o movimento é a favor da população.

No segundo e terceiro dia de paralisação, a adesão dos ecetistas ao movimento foi ainda maior, o que obrigou a Empresa a mudar de postura e sinalizar que irá resolver os problemas.

A greve reforçou a união entre os companheiros da unidade e mostrou que a reivindicação é justa e coletiva. Com isso, os nego-ciadores da ECT tiveram que recuar, pediram um tempo aos traba-lhadores para resolver os problemas e afirmaram que não haveria retaliação e perseguição, mas não registraram em ata.

A paralisação foi encerrada com a avaliação de que os traba-lhadores do CDD Uvaranas conquistaram vitórias importantes. Se antes da greve os ecetistas estavam acuados frente à gerente, a partir das mobilizações ficaram mais autoconfiantes. Além disso, o recado foi dado. Caso o acordo verbal feito pelo próprio ASGET não seja cumprido, os trabalhadores, que ainda mantêm o estado de greve, voltarão a cruzar os braços.

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Assalto na AC União da Vitória mostra descaso da ECT com a segurança

BOCA NO TROMBONE

No início de agosto, a agência de União da Vitória foi assaltada. O bandido rendeu um dos atendentes e levou o caixa da unidade. As câmeras de monito-ramento, que deveriam servir para aumentar a segurança dos trabalhadores e

coibir os assaltos, não estavam funcionando.

O assalto em União da Vitória é mais um exemplo do descaso da ECT com as con-dições de trabalho e segurança dos ecetistas. Como o prejuízo desses roubos é peque-no, a Empresa pouco faz para garantir um ambiente de trabalho seguro nessas unidades.

O resultado desse descaso são os assaltos cada vez mais frequentes e a exposição dos atendentes a um clima constante de insegurança.

Nesta Campanha Salarial, vamos lutar por mais segurança para as agências! É preci-so cobrar que a Empresa instale portas giratórias e câmeras que de fato garantam mais proteção aos atendentes.

Jornal do Sintcom-PR | nº 6 | Agosto 2013