Jornal dos Bancários - ed. 420

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ANO XX Nº 420 01 A 15 DE MARÇO DE 2012 SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR LEIA TAMBÉM Assembleia define Comissão Eleitoral do Sindicato no dia 7 Página 3 Bancárias recebem homenagem no Dia Internacional da Mulher Página 3 Sindicato e bancos retomam as negociações das mesas temáticas Página 5 C om o início das fiscalizações, as au- toridades constataram que os bancos do Recife não cumprem as leis de se- gurança bancária, conforme o Sindicato tem denunciado há meses. As agências inseguras estão sendo autuadas pela Prefeitura e pelo Procon e podem ser fechadas caso continuem ignorando as leis. Em menos de dois meses Pernambuco sofreu o mesmo número de assal- tos a bancos que o ano passado inteiro. Foram dezoito crimes só em janeiro e fevereiro. O Sindicato está acompanhando e auxiliando as autoridades nas fiscalizações. “Esperamos que com essa autuação e outras ações mais drásti- cas que poderão ocorrer, como o fechamento das agências, os bancos cumpram as leis”, diz a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello. Página 4 Agência do Bradesco da Encruzilhada, que foi assaltada em janeiro, é uma das unidades que não cumprem as leis. O banco foi autuado e a agência pode ser fechada caso o desrespeito continue INSEGURO IVALDO BEZERRA

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de 01 a 15 de março de 2012

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ANO XX • Nº 420 • 01 A 15 DE MARÇO DE 2012 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR

LEIA TAMBÉMAssembleia define Comissão

Eleitoral do Sindicato no dia 7Página 3

Bancárias recebem homenagem no Dia Internacional da Mulher

Página 3Sindicato e bancos retomam as

negociações das mesas temáticasPágina 5

C om o início das fiscalizações, as au-toridades constataram que os bancos do Recife não cumprem as leis de se-

gurança bancária, conforme o Sindicato tem denunciado há meses. As agências inseguras estão sendo autuadas pela Prefeitura e pelo Procon e podem ser fechadas caso continuem ignorando as leis. Em menos de dois meses Pernambuco sofreu o mesmo número de assal-

tos a bancos que o ano passado inteiro. Foram dezoito crimes só em janeiro e fevereiro. O Sindicato está acompanhando e auxiliando as autoridades nas fiscalizações. “Esperamos que com essa autuação e outras ações mais drásti-cas que poderão ocorrer, como o fechamento das agências, os bancos cumpram as leis”, diz a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.

Página 4

Agência do Bradesco da Encruzilhada, que foi assaltada em janeiro, é uma das unidades que não cumprem as leis. O banco foi autuado e a agência pode ser fechada caso o desrespeito continueINSEGURO

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editorial Tema livre

Desrespeito Dos bancosSantander e Itaú foram os líderes de

reclamações no ranking do Banco Central em 2011. Os números divulgados pelo BC mostram ainda que as queixas aumenta-ram 43,9% no ano passado, quando foram registradas 13.963 reclamações, contra 9.702 em 2010. Os problemas mais apontados pelos clientes foram débitos não autorizados, cobranças irregulares de tarifas e serviços não contratados.

combate às DemissõesAs empresas que utilizam a estratégia de

demitir os trabalhadores com frequência, como os bancos, estão no mira do governo federal. Levantamento feito pelo Ministério do Planejamento aponta que os recursos para pagamento de benefício de trabalhadores, como abono salarial e seguro desemprego, estão aumentando. Para compensar esse au-mento, o governo estuda taxar as empresas com rotatividade acima da média.

spreaD na miraO governo federal planeja utilizar os

bancos públicos para pressionar o sistema financeiro por uma queda de juros. A ordem da presidenta Dilma Rousseff é derrubar os spreads (diferença entre o custo de captação do dinheiro e os cobrados dos clientes), “criando uma concorrência no setor nunca vista”, segundo reportagem do jornal O Globo, publicada no último dia 17.

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Circulação quinzenalRedação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, RecifeTelefone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: [email protected]ítio na rede: www.bancariospe.org.br

Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho Editorial: Anabele Silva, Geraldo Times, Tereza Souza e Jaqueline Mello. Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul e Wellington Correia. Diagramação: Bruno Lombardi e Libório Melo. Impressão: NGE Tiragem: 11.000 exemplares

DIRETORIA EXECUTIVA

Secretário-GeralFabiano FélixComunicaçãoAnabele SilvaFinançasSuzineide RodriguesAdministraçãoEpaminondas FrançaAssuntos JurídicosAlan PatricioBancos PrivadosGeraldo TimesBancos PúblicosDaniella Almeida

Cultura, Esportes e LazerAdeílton Filho

Saúde do TrabalhadorJoão Rufino

Secretaria da MulherSandra Albuquerque

FormaçãoTereza Souza

Ramo FinanceiroElvis Alexandre

IntersindicalCleber Rocha

AposentadosLuiz Freitas

PresidentaJaqueline Mello

Nos últimos dias, o noticiário nacional tem dado grande espaço a uma série de denúncias e escândalos envolvendo a diretoria do Banco do Brasil numa prová-vel quebra de sigilo de clientes e ex-funcionários da empresa.

Infelizmente, o que vemos é o maior banco público do país sendo administrado com foco nos ges-tores dos altos cargos, com altos salários, que se cacifam e deixam o banco para atuar no mercado financeiro. Ou seja, a cúpula da empresa está focada em si mesma.

Não é isso que o Sindicato espe-ra e quer para o Banco do Brasil. Há anos o BB tem sido adminis-trado como se fosse um banco pri-vado. Não é a toa que a instituição financeira tem liderado os rankings das empresas que mais recebem reclamações de clientes, como o Procon, por práticas bancárias irregulares, como fornecimento de crédito sem assinatura de clien-te, abertura de contas bancárias sem autorização e pela prática da venda casada de produtos. E mais, vem crescendo o passivo trabalhista do banco, por não respeitar as leis e os bancários, como a jornada de seis horas, por exemplo.

Para o Sindicato, o BB precisa corrigir seu foco

equivocado de gestão e assumir seu papel de banco público. Sua missão deve ser a de contribuir com

o desenvolvimento sustentá-vel da economia brasileira, promovendo a distribuição de renda. O seu foco deve ser social, fomentar crédito para produção, atuar como bali-zador do spread e das tarifas bancárias, ajudando os pe-quenos e médios produtores.

Não é de hoje que o movi-mento sindical bancário tem denunciado o desvio de foco do BB. Não vemos o banco aumentar o crédito produti-vo, ser o indutor no mercado de redução de spread e tarifa e nem diminuir seu passivo

trabalhista. O que vemos é a instituição, vez por outra, envolvida em denúncias de irregularidades, gestores saindo da empresa e levando toda a exper-tise para o mercado. Isso vem acontecendo desde 2007, quando o BB gastou R$ 1 bilhão em um pro-grama de afastamento, perdendo 7 mil gestores de alto escalão.

Esperamos que o governo federal mude o foco do banco para o modelo social e ético que a socie-dade tanto precisa.

Infelizmente, o Banco do Brasil está sendo administrado com foco nos gestores de altos cargos. Não é isso que o Sindicato espera e quer para o BB. Sua missão deve ser a de contribuir com o desenvolvimento sustentável do país

Fora de foco

LIBÓRIO MELOHumor

ENqUANTO ISSO, EM pLENO SÉcULO 21...

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No Mês da Mulher, o Sindicato pres-ta uma homenagem às bancárias com a distribuição de brindes e bombons, além de um jornal especial, numa série de agências e departamentos dos ban-cos. Comemorado no dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher nasceu no início do século passado da luta pela igualdade de direitos entre os sexos. Mas, para além das lembrancinhas e dos parabéns, a data também é motivo de uma intensa reflexão.

Segundo a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, apesar de todos os avanços conquistados pelas mulheres nas últimas décadas, a desigualdade entre os sexos ainda é muito grande. “Nos últimos 80 anos, nós, mulheres, conquistamos o mercado de trabalho,

o direito ao voto e hoje temos até uma mulher na presidência do Brasil. Mas ainda estamos longe de garan-tir, de fato, o fim das discriminações contra as mulheres”, comenta Ja-queline, a primeira mulher a ocupar a presidência do Sindicato dos Ban-cários de Pernambuco, que em 2011 completou 80 anos.

DIScRIMINAçãONOS BANcOS

Segundo pesquisa feita pela sub-seção do Dieese na Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Traba-lhadores do Ramo Financeiro), as mulheres que trabalham nos bancos têm mais anos de estudo e atendem mais clientes que os homens. Porém,

o salário da bancária é menor que o dos bancários, as chances dela ser promovida é pequena e ela ainda é o alvo principal das demissões.

O levantamento mostra que 71,67% das bancárias têm curso su-perior completo, contra 66,52% dos trabalhadores do sexo masculino. Apesar de mais escolarizadas, as mu-lheres ganham em média 24,10% a menos que os homens.

As mulheres também têm menor perspectiva de carreira. Elas são maioria nas faixas de idade entre 17 e 39 anos, mas a partir dos 40 anos tornam-se minoria. Os dados reve-lam que os homens chegam ao final de três décadas ocupando cerca de 17 mil vagas, quase o triplo dos 6 mil

postos de trabalho das mulheres com mesmo tempo de casa.

Para a secretária da Mulher do Sin-dicato, Sandra Albuquerque, as ban-cárias têm deixado a carreira preco-cemente por falta de oportunidades. “Com a dificuldade de ser promovi-da e fazer carreira, as mulheres têm saído dos bancos para tentar outras profissões. Além disso, há uma clara preferência dos bancos pelas mulhe-res mais jovens. Isso é lamentável, principalmente num setor que é o mais lucrativo da economia brasileira e que ainda se considera um dos mais modernos. Na verdade, os bancos atuam, em relação às suas funcioná-rias, com uma cabeça do século 19”, comenta Sandra.

eleiÇÃo 2012

Bancários elegem comissão Eleitoral do SindicatoParticipe da assembleia no dia 7 e ajude a organizar as eleições do Sindicato

O Sindicato deu início à organização da eleição que vai escolher a nova diretoria da entidade para o triênio 2012-2015. O primeiro passo foi dado no

dia 23 de fevereiro, com a publicação do edital de convo-cação para a assembleia que vai definir os membros da Co-missão Eleitoral responsável pela coordenação do pleito.

A assembleia está marcada para o dia 7 de março, na sede do Sindicato (avenida Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife), das 9h às 20h.

Além das urnas que serão instaladas na sede do Sindi-cato, os funcionários lotados nas principais concentrações bancárias do Banco do Brasil, Caixa, BNB, Bradesco, Santander, Itaú e HSBC do Recife poderão votar no pró-prio local de trabalho até as 18h.

A comissão eleitoral será composta por três membros efetivos e três suplentes. A inscrição dos candidatos termi-nou no dia 28 de fevereiro e apenas uma chapa vai partici-par do pleito (conheça os candidatos no quadro).

• Jorge Perez (aposentado do BB e ex-presidente do Sindicato) • Marco Aurélio Farias Costa (ban-cário da Caixa e ex-diretor do Sin-dicato e da Apcef-PE)• Eliana Rangel (bancária do BNB e ex-diretora do Sindicato)• Pedro Grego (aposentado do Bandepe e ex-diretor do Sindicato)• Tereza Cristina Silva (diretora da CUT-PE e do Sindicato dos Ser-vidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco)• Fernando Antonio Gonçalves de Lima (diretor da CUT-PE e do Sin-dicato dos Servidores Públicos Fe-derais no Estado de Pernambuco)

cANDIDATOS DAchApA úNIcA

dia iNterNaCioNal da MUlHer

Uma data para comemorar e refletirApesar de todos os avanços conquistados pelas mulheres nos últimos anos, discriminação entre os sexos continua, sobretudo nos bancos

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Em menos de dois meses Pernambuco sofreu o mesmo número de assal-

tos a bancos que o ano passado inteiro. Foram dezoito crimes só em janeiro e fevereiro. A escala-da da violência provocou a reação da sociedade e das autoridades, que finalmente começaram a fis-calizar as agências bancárias do Recife para verificar se elas estão cumprindo as leis de segurança bancária. E o resultado das fisca-lizações não poderia ser diferente: as instituições financeiras estão ignorando solenemente as leis e estão sendo autuadas pelo Procon e pela Prefeitura.

O Sindicato está acompanhando as fiscalizações e auxiliando as autoridades, que podem até mes-mo fechar as agências bancárias que despeitam as leis. “Espera-mos que com essa autuação e ou-tras ações mais drásticas que po-derão ocorrer, como o fechamento

das agências, os bancos cumpram as leis”, diz a presidenta do Sin-dicato, Jaqueline Mello, que tem acompanhado pessoalmente as fiscalizações.

A diretora do Procon Recife, Cleide Torres, responsável por um dos órgãos que comanda a fisca-lização, conta que o desrespeito à lei salta aos olhos. “E com os lu-cros que os bancos têm, nada justi-fica esta falta de investimento em segurança”, diz. Segundo Cleide, existe agência que não tem nem mesmo autorização da Prefeitura para funcionar. “O Itaú, por exem-plo, não tem portas giratórias em suas agências e já foi notificado. Vamos voltar às unidades fiscali-zadas e, se o banco não tiver se adequado à lei, vamos fechar as agências para que as pessoas não fiquem expostas. Principalmen-te os bancários, que correm mais riscos, já que eles convivem com a falta de segurança diariamente

e não esporadicamente como é o caso dos consumidores”, explica Cleide Torres.

AçãO SINDIcALO início das fiscalizações é re-

sultado de muita pressão do Sin-dicato, que nos últimos meses tem se reunido periodicamente com as autoridades e cobrado ação enér-gica da Prefeitura e Câmara Mu-nicipal do Recife e do Governo do Estado de Pernambuco.

A pressão do Sindicato encon-trou eco no Ministério Público de Pernambuco, que reforçou o pedi-do de fiscalização ao expedir, no final de fevereiro, uma recomen-dação à Diretoria de Controle Ur-bano do Recife (Dircon), ao Pro-con da Prefeitura do Recife e do Estado de Pernambuco exigindo que estes órgãos exerçam o poder de polícia, autuando, multando e interditando todas as agências bancárias do Recife que não es-

tiverem cumprindo a legislação federal e municipal de segurança bancária. O documento é de auto-ria do promotor de Justiça Ricar-do Van Der Linden Coelho.

Para expedir a recomendação, o promotor levou em consideração o precário sistema de segurança oferecido pelos bancos, que não oferecem o conforto e a seguran-ça devida afetando, dessa forma, a vida e a tranquilidade dos con-sumidores de serviços bancários. Além disso, o documento destaca que as agências do Recife, em sua maioria, não têm o necessário al-vará de funcionamento, além de descumprirem a legislação federal e municipal de segurança bancária.

Ricardo Coelho alerta: “Qual-quer estabelecimento que quei-ra se instalar em um município deve obedecer a legislação local. Caso a lei não seja cumprida, os responsáveis devem ser responsa-bilizados administrativamente e criminalmente, pois se não cum-prem as normas são coniventes na ocorrência de assaltos, por exem-plo, nas agências bancárias. Dessa forma, bancos que não têm alvarás deverão ser interditados”, pontua.

Ainda foi recomendado à Secre-taria de Defesa Social (SDS) que, através da Delegacia de Polícia Es-pecializada, notifique as agências para cumprimento da legislação federal e municipal de segurança bancária, considerando a responsa-bilidade criminal por dolo eventual do responsável pela agência assal-tada, que se encontrava funcionan-do em desconformidade com a le-gislação, expondo consumidores a uma situação de risco.

desrespeito

Autoridades constatam a falta de segurança nos bancosAgências estão sendo autuadas pela Prefeitura e pelo Procon e podem ser fechadas caso continuem ignorando as leis de segurança bancária

Jaqueline e o diretor do Sindicato, Fávio coelho, chegam à agência do Santander da Avenida parnamirim junto com a diretora do procon para fiscalizar a unidade, no último dia 27. Tapume no lugar da porta esconde as marcas da violência do assalto ocorrido três dias antes. Sem a segurança necessária, a unidade acabou autuada e pode ser fechada caso continue desrespeitando a lei

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Os bancários de Pernambuco re-forçaram a luta contra as doenças ocupacionais no dia 28 de feve-reiro, Dia Internacional de Cons-cientização sobre as Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/Dort). A data é lembrada desde o ano 2000, com o objetivo de difundir as causas e combater sua disseminação.

Esse conjunto de doenças é res-ponsável por mais de 45% dos benefícios previdenciários conce-didos pelo Instituto Nacional do

Seguro Social (INSS). “Os bancá-rios estão entre os trabalhadores que mais adoecem, por causa da organização do trabalho imposta pelos bancos, com metas abusivas, extrapolação de jornada e péssimas condições de trabalho. E o Santan-der é o líder em adoecimento dos bancários”, explica o secretário de Saúde do Sindicato, João Rufino.

As lesões são acarretadas por ati-vidades desenvolvidas diariamente no ambiente de trabalho, resultan-do em dor e sofrimento ao traba-lhador, podendo inclusive atingir

estágios irreversíveis.De acordo com o documento

“Dia internacional de combate às LER/Dort: manifesto em defesa da humanização do trabalho e das perícias médicas”, divulgado pela CUT, essa é uma terminologia guarda chuva que engloba várias alterações das partes moles do sis-tema musculoesquelético devido a uma sobrecarga que vai se acu-mulando com o passar do tempo, comprometendo seriamente - mui-tas vezes de forma irreversível - os tendões, articulações e músculos.

O Anuário Estatístico da Previ-dência Social revela que, entre ja-neiro e junho de 2009, dos 6.800 bancários afastados do trabalho, 2.030 casos foram motivados por LER/Dort, 1.626 por doenças re-lacionadas à saúde mental e 3.144 envolvendo diversos outros códigos da Classificação Internacional de Doenças (CID-10).

NegoCiaÇões perMaNeNtes

Sindicato retoma debates das mesas temáticas com bancosA pauta de discussões é dividida em quatro assuntos: igualdade de oportunidades, segurança bancária, terceirização e saúde do trabalhador

O Sindicato e a Contraf--CUT estão retomando as discussões das Mesas

Temáticas de Negociação com a Fenaban. A primeira reunião é da mesa de Igualdade de Oportuni-dades, que ocorreu no dia 29 de

fevereiro, seguida pela mesa de Segurança Bancária, realizada no dia 1º de março.

As duas reuniões não tinham sido realizadas quando esta edi-ção do Jornal dos Bancários foi fechada. Para acompanhar os re-

sultados das negociações acesse www.bancariospe.org.br.

A secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues, explica que as mesas temáticas são uma conquista da Campanha Nacional do ano passado. “Elas são fundamentais para que a gente resolva os problemas que afetam a vida dos bancários em negocia-ções realizadas ao longo do ano”, comenta Suzi.

IGUALDADE DEOpORTUNIDADE

Entre as reivindicações discuti-das na negociação sobre igualdade de oportunidades está a inclusão de conteúdo elaborado pelos ban-cários no curso de formação de lí-deres da Febraban. Além disso, o Sindicato quer estabelecer com a Febraban um calendário trimestral

para as reuniões da mesa e para a apresentação dos dados referentes ao plano de ação adotado pelos bancos para o combate à discrimi-nação após a divulgação do Mapa da Diversidade.

SEGURANçA BANcáRIAO Sindicato cobra a apresen-

tação da estatística de assaltos a bancos da Febraban referente a 2011, conforme prevê a convenção coletiva da categoria. Os bancos também são cobrados sobre a reti-rada das portas de segurança, que estão ocorrendo em todo o Brasil.

OUTRAS MESASTambém está agendada reunião da

mesa de Terceirização, que deverá se reunir no dia 9 de março. A mesa de Saúde do Trabalhador deverá ter data definida nos próximos dias.

28 de fevereiro

Bancários reforçam a luta por mais saúde no dia de Combate às ler/dort

Suzineide Rodrigues: mesas temáticas são

fundamentais para resolver os problemas

dos bancários

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O Sindicato voltou a se reunir com a Superinten-dência da Caixa em Per-

nambuco para cobrar solução dos problemas que afetam os bancá-rios. O encontro foi realizado no dia 16 passado, e entre os temas em pauta estavam a extrapolação da jornada, a cobrança de metas abusivas, a falta de funcionários e o PSI (Processo Seletivo Interno).

Para a presidenta do Sindica-to, Jaqueline Mello, foi uma boa reunião. “O superintendente do banco, Paulo Nery, se comprome-teu a averiguar nossas denúncias para encontrarmos uma solução para os problemas. O objetivo do Sindicato é se reunir com a Su-perintendência da Caixa em Per-

nambuco periodicamente”, expli-ca Jaqueline Mello.

Também representou o banco na reunião a gerente de Gestão de Pessoas, Shirlei Regueira.

FALTA DEFUNcIONáRIOS

Os bancários da Caixa estão trabalhando sobrecarregados por causa da falta de funcionários. O próprio superintendente do banco concordou que a Caixa precisa contratar mais empregados urgen-temente. O problema já foi alvo de um protesto realizado pelo Sin-dicato em janeiro.

Segundo a secretária de Comuni-cação do Sindicato, Anabele Silva, por causa da falta de funcionários,

os empregados da Caixa estão fa-zendo hora extra cotidianamente. “Também cobramos esta questão da Superintendência. O problema maior é que a Caixa não está pa-gando hora extra e ainda obriga os

bancários a descontarem o traba-lho que foi feito a mais do jeito que o banco quer”, afirma Anabele.

Caixa

Empregados cobram solução para vários problemasEm negociação com o banco, Sindicato exige o fim da extrapolação da jornada e da cobrança de metas abusivas, e a contratação de mais funcionários

BaNCo do Brasil

Novo superintendente estadual querfortalecer o diálogo com o sindicato

O novo superintendente estadu-al do Banco do Brasil, Luiz Alves Pordeus Júnior, quer fortalecer o diálogo com os representantes dos trabalhadores, segundo afirmou no último dia 15, em visita ao Sindica-to. Neste primeiro contato, Pordeus destacou a importância de se manter um bom relacionamento com a en-tidade para solucionar os problemas que os bancários do BB têm enfren-tado em Pernambuco.

“Foi uma visita institucional muito importante”, diz a presiden-ta do Sindicato, Jaqueline Mello. “Temos uma série de demandas do funcionalismo do Banco do Brasil que pode ser resolvida por meio do

diálogo e esperamos que nosso re-lacionamento com o novo superin-tendente estadual seja produtivo”, ressalta Jaqueline.

Para o secretário-geral do Sindi-cato, Fabiano Félix, esta disposição para dialogar é um passo importante.

“Com muita luta, o Sindicato con-seguiu construir nos últimos anos vários canais de negociação com o banco. Inclusive fizemos questão de exigir que fosse mantido o calendá-rio de reuniões bimestrais com a su-perintendência e a Gepes”, ressalta.

RETOMADAS AS NEGOcIAçõES cOM O BB

O Sindicato e a Contraf-CUT realizam no dia 1º de março, nova rodada de negociação permanente com o Banco do Brasil. Os trabalhadores co-brarão do BB a implantação da jornada legal de seis ho-ras para todos os bancários e questões ligadas a condições de trabalho. Os representan-tes dos bancários também cobrarão do banco o estabe-lecimento de um calendário para as negociações especí-ficas permanentes.

Veja como foi a negociação em www.bancariospe.org.br.

Objetivo do Sindicato é fazer reuniões periódicas com a Superintendência

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A direção do Santander decepcionou os bancá-rios mais uma vez. O banco está pagando a PLR de 2,2 salários somente aos empregados que ga-nham até R$ 6.000. Quem recebe acima desse valor, o crédito corresponderá a 1,96 salário.

“Isso é uma discriminação. O banco teve um lucro de R$ 7,8 bilhões em 2011 e pode pagar a PLR de 2,2 salários para todos os funcionários. Na Espanha, a instituição financeira pagou 60 milhões de euros em bônus a um alto executi-vo, enquanto nega a PLR cheia aos bancários do Brasil, que têm salvado a lucratividade mundial do banco”, lamenta o secretário de Administra-ção do Sindicato, Epaminondas Neto.

saNtaNder

Banco decepciona bancários com a PLR

itaú

esgoto invade agênciada Conde da Boa vista

Os funcionários do Itaú na Conde da Boa Vista, esquina com a Rua da Saudade, no Recife, passaram dois dias trabalhando em meio a esgo-to. O Sindicato recebeu no dia 15 passado a denúncia de um cliente, indignado com a situa-ção que encontrou na agência.

O esgoto entupira e os

dejetos se espalharam por toda área interna da unida-de, invadindo até o setor de autoatendimento. No dia 16, o Sindicato visitou o local e constatou o fato. O carpete estava encharcado de água de esgoto, exalando um odor fortíssimo. O piso continuava muito sujo e funcionários tra-

balhavam de máscara.O Sindicato entrou em

contato com os responsáveis regionais do banco e con-seguiu que todos os funcio-nários fossem transferidos, provisoriamente, para outras agências. A unidade só re-abriu, para trabalho interno ou ao público, após avaliação da Vigilância Sanitária, que também foi contactada pelo Sindicato.

“Quem vive em meio a de-jetos são porcos. Com o lucro que o Itaú tem, achamos que uma agência não deva se pa-recer uma pocilga, tampou-co que os bancários possam trabalhar nestas condições”, afirma o secretário de Saúde do Sindicato, João Rufino.

HsBC

Bancários protestam contra a remuneração variávelAlém de o PPR e o PSV serem um estímulo à competição e ao assédio moral, eles ainda são descontados da PLR garantida pela Convenção Coletiva

A agência Centro Recife e Premier Boa Viagem do HSBC abriram mais

tarde no dia 27 de fevereiro. Um protesto do Sindicato fechou as duas unidades durante todo o período da manhã.

A manifestação fez parte do Dia Nacional de Luta dos fun-cionários do HSBC, que protes-taram em todo o Brasil. O foco da mobilização são os progra-mas de remuneração variável do banco: PPR e PSV. Além de se-rem um estímulo à competição, individualismo e assédio mo-

ral, eles são descontados da PLR (Participação nos Lucros e Resul-tados), garantida pela Convenção Coletiva.

“Significa que o trabalhador se esforça o ano inteiro para alcançar as metas e ter direito ao progra-ma e, no final, vê os valores se-rem descontados da PLR a que ele já teria direito, independente do cumprimento de metas”, explica secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Alan Patrício, repre-sentante de Pernambuco na Co-missão Nacional de Funcionários do HSBC.

Na última negociação, no iní-cio do ano, os representantes dos trabalhadores conseguiram apenas que, para este ano, cujos valores serão pagos somente em 2013, não seja feito o desconto na PLR. Mas, no pagamento de agora, os valores dos programas próprios foram descontados da Participa-ção nos Lucros.

“Diante disso, os bancários de-cidiram realizar protestos em todo o Brasil. O banco tem fugido da negociação com o movimento sin-dical e, com isso, o programa pio-ra a cada ano”, diz Alan.

João Rufino: agência parecia uma pocilga

Epaminondas Neto

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O clima de carnaval marcou a co-memoração do segundo aniversário do Café da Manhã dos Aposentados, realizado no dia 16 de fevereiro, na sede do Sindicato. Com uma deco-ração especial e animado por uma bandinha de frevo, o já tradicional encontro mensal ganhou as cores e os ritmos do reinado de Momo e fez a alegria dos participantes.

“Esta foi uma das melhores festa que o Sindicato já fez”, garantiu a aposentada Jôse Soares, ex-fun-cionária Bandepe e frequentadora assídua do Café. Para ela, a festa foi maravilhosa. “Fiquei embalada pelos ritmos do frevo e do carnaval. Agradeço muito a direção do Sin-dicato pela festa”, disse Jôse, sem poupar elogios ao evento.

Aposentada do Banco do Brasil há 14 anos, a ex-bancária Marlene

Barbosa também ficou empolga-da com a festa. “Foi maravilhosa, não esperava tanto. Achei tudo muito bom, a decoração, a músi-ca, a alegria dos participantes. Foi um dos melhores cafés da manhã que eu participei no Sindicato. E tenho certeza que no ano que vem a festa será melhor ainda, já que cada café é sempre melhor que o último”, afirmou.

Para o secretário de Aposenta-dos do Sindicato, Luiz Freitas, o evento está consolidado. “Só pos-so agradecer aos bancários apo-sentados que fizeram deste café da manhã um sucesso. A participação massiva deste pessoal nos encon-tros é surpreendente e tem aumen-tado a cada mês”, comentou.

Os cafés da manhã são realizados na terceira sexta-feira do mês.

MÍdia e polÍtiCa

Jornalista lança livro comcríticas à grande imprensa“Latifúndio Midiota”, de Leonardo Severo, que será lançado no Sindicato no dia 15, mostra o que os principais veículos de comunicação do Brasil escondem do público

O jornalista da CUT Na-cional, Leonardo Severo, estará no Sindicato no

próximo dia 15 de março (quinta--feira) para fazer o lançamento do seu livro “Latifúndio Midiota: cri-me$, crise$ e trapaça$”, publicado pela Editora Papiro. O lançamento está marcado para as 18h30 e será precedido de uma palestra do autor, que vai debater com os participan-tes a atuação da chamada grande imprensa. A entrada é aberta.

Com 130 páginas, o livro “Lati-fúndio Midiota” é a segundo obra de Leonardo Severo. O livro traz

20 artigos e reportagens publica-dos no Portal Mundo do Trabalho, nos jornais Hora do Povo e Brasil de Fato, na Revista do Brasil e no site Vermelho.

“O objetivo do livro é dar voz aos que não tem voz, visibilizar vários temas que continuam sendo solene-mente ignorados pela mídia ou intei-ramente deformados. A ideia é forta-lecer a luta pela democratização e a mobilização dos movimentos sociais por um novo marco regulatório”, afirma Severo.

O livro também inaugura o selo Barão de Itararé. De acordo com o

autor, a obra pretende ainda fazer com que as pessoas enxerguem com um olhar crítico e não mais passivo a informação que recebem da velha mídia.

“Infelizmente, nós temos uma Constituição que nos seus artigos 220 a 224 não foi regulamentada por conta de uma correlação de forças bastante desfavorável aos movimen-tos sociais. Temos que estar cada vez mais atentos, unidos e mobilizados num diálogo permanente com a so-ciedade e governos progressistas para que tenhamos uma verdadeira liberdade na comunicação”, explica.

Livro: Latifúndio midiota:crime$, crise$ e trapaça$Editora: papiroNúmero de páginas: 136Preço: R$ 20

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