Jornal dos Bancários - ed. 448

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ANO XXI Nº 448 16 A 31 DE MARÇO DE 2013 SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR LEIA TAMBÉM Bancários do BB em Campanha contra Plano de Funções Página 4 Sindicato reintegra três bancárias do HSBC Página 5 Mais uma audiência de conciliação no Santander Página 6 Mês da Mulher com luta, poesia e animação Página 7 @bancariospe /bancariospe /bancariospe Cinquenta mil trabalhadores, da cidade e do campo, de diferentes categorias e estados, tomaram as ruas de Brasília no dia 06 de março. Apesar da gran- diosidade da Marcha, os meios de comunicação silenciaram. No mesmo dia, a imprensa pernambucana também calou diante da passagem da Data Magna do estado – a Revolução de 1817. É que a história das lutas dos trabalhadores não sai na TV. O Sindicato estava lá, na Marcha. Estava também no Encontro dos trabalhadores do setor terciário. E inaugurou projeto de debates sobre a história pernambucana. A certeza é de que é preciso somar forças e manter viva a memória das lutas coletivas. Página 3 e 7. As inscrições para os II Jogos do Sindicato já estão abertas. Vai ter natação, vôlei de areia, tê- nis de mesa, xadrez, sinuca, dominó, canastra e atletismo. A disputa vai agitar o Clube de Campo em abril e promete muita animação. Inscreva-se: www.bancariospe.org.br. Página 8. Uma Noite Cultural agitou o Sindicato no dia 13, como parte da programação do Mês da Mu- lher. Teve poesia, música, bate-papo, artesanato e muita animação. Página 7. TRABALHADORES SOMAM FORÇAS Participe dos II Jogos do Sindicato Mês da Mulher com cultura e alegria

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de 16 a 31 de março de 2013

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ANO XXI • Nº 448 • 16 A 31 DE MARÇO DE 2013 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR

LEIA TAMBÉMBancários do BB em Campanha contra Plano de FunçõesPágina 4

Sindicato reintegra trêsbancárias do HSBC Página 5

Mais uma audiência deconciliação no SantanderPágina 6

Mês da Mulher com luta,poesia e animaçãoPágina 7

@bancariospe

/bancariospe

/bancariospe

Cinquenta mil trabalhadores, da cidade e do campo, de diferentes categorias e estados, tomaram as ruas de Brasília no dia 06 de março. Apesar da gran-diosidade da Marcha, os meios de comunicação silenciaram. No mesmo dia, a imprensa pernambucana também calou diante da passagem da Data Magna do estado – a Revolução de 1817. É que a história das lutas dos trabalhadores não sai na TV. O Sindicato estava lá, na Marcha. Estava também no Encontro dos trabalhadores do setor terciário. E inaugurou projeto de debates sobre a história pernambucana. A certeza é de que é preciso somar forças e manter viva a memória das lutas coletivas. Página 3 e 7.

As inscrições para os II Jogos do Sindicato já estão abertas. Vai ter natação, vôlei de areia, tê-nis de mesa, xadrez, sinuca, dominó, canastra e atletismo. A disputa vai agitar o Clube de Campo em abril e promete muita animação. Inscreva-se: www.bancariospe.org.br. Página 8.

Uma Noite Cultural agitou o Sindicato no dia 13, como parte da programação do Mês da Mu-lher. Teve poesia, música, bate-papo, artesanato e muita animação. Página 7.

TrABALhAdorEssoMAM forçAs

Participe dosII Jogos do Sindicato

Mês da Mulher com cultura e alegria

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No último dia 6 de março, 50 mil trabalhado-res foram às ruas em Brasília. Os jornais, tele-visões e meios de comunicação em massa não dedicaram ao assunto uma única chamada. Seis de março é, também, a Data Magna do estado de Pernambuco. É quando se lembra a Revolução de 1817, quando durante 74 dias o estado foi in-dependente, a escravidão foi abolida, um governo provisório foi formado e se criou um novo regime, baseado na Declaração dos Direitos Humanos. Na mídia local, quase não se falou sobre o assunto. Na semana seguinte, o aniver-sário de Recife e Olinda teve festivas comemorações oficiais e ampla co-bertura da mídia.

O fato é que a história oficial é contada pela boca de poucos e conforme a conveniência de quem está no poder. As lutas sindicais só são as-sunto de jornal quando as greves ameaçam a co-modidade da população, especialmente da classe média. Já é hora, portanto, de tratar a comuni-cação como assunto prioritário dos movimentos sociais, sindicais e populares. A criação de espa-

ços alternativos de informação tem sido favore-cida pelas redes sociais e possibilidades digitais. Mas a concorrência com a grande mídia é difícil e desleal. Há que brigar, também, pela redemo-

cratização das concessões públicas para emissoras de rádio e televisão.

Vale lembrar, entretan-to, que a comunicação - oficial ou alternativa - escolhe fatos, mas não os cria. As revoltas no Egito, por exemplo, não foram criadas pelas redes sociais. Os grupos já se articula-vam há bastante tempo e o que as redes fizeram foi facilitar a organização. As palavras-chave são, pois, organização e unidade.

Além de juntarem forças na Marcha à Brasília, os trabalhadores também começam a se articular em macrossetores, a partir de encontros convo-cados pela CUT. O setor terciário, por exemplo, do qual fazem parte os bancos, se reuniu nos dias 12 e 13 de março. A hora é de somar forças e pressionar o governo contra a política de precari-zação do trabalho. Afinal, de pressão os patrões entendem. E eles estão muito bem representados nas esferas de poder.

EdITorIAL Tema livre

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Circulação quinzenalRedação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, RecifeTelefone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: [email protected]ítio na rede: www.bancariospe.org.br

Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho Editorial: Jaqueline Mello, Anabele Silva, Geraldo Times e João Rufino. Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul, Sulamita Esteliam e Wellington Correia. Diagramação: Bruno Lombardi. Fotos: Beto Oliveira e Ivaldo Bezerra. Impressão: NGE Tiragem: 11.000 exemplares

DIRETORIA EXECUTIVA

Secretário-GeralFabiano FélixComunicaçãoAnabele SilvaFinançasSuzineide RodriguesAdministraçãoEpaminondas FrançaAssuntos JurídicosJustiniano JuniorBancos PrivadosGeraldo TimesBancos PúblicosDaniella Almeida

Cultura, Esportes e LazerAdeílton Filho

Saúde do TrabalhadorWellington Trindade

Secretaria da MulherSandra Trajano

FormaçãoJoão Rufino

Ramo FinanceiroFlávio Coelho

IntersindicalRenato Tenório

AposentadosLuiz Freitas

PresidentaJaqueline Mello

É hora de somar forças e pressionar o governo

contra a política de precarização do trabalho. Afinal, de pressão os patrões entendem. E eles estão muito bem

representados nas esferas de poder.

LIBÓrIo MELoHumor

As lutas populares não saem na TVMulher e violência De janeiro a dezembro de 2012, a

Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) contabilizou 732.468 registros, sendo 88.685 relatos de violência. Isso significa que, a cada hora, dez mulheres foram vítimas de maus tratos ao longo do ano passado. Em 70% dos casos, o agressor é o companheiro ou o marido da vítima.

assédio sexualEm todo o mundo, 52% das mulheres

já sofreram assédio sexual, segundo a OIT. O assédio é crime no Brasil desde 2001, quando ficou estabelecida pena de detenção de um a dois anos para quem praticar o ato. No entanto, enquanto em boa parte dos países, são os acusados que precisam provar que não cometeram o crime, no Brasil, a apresentação de

provas é dever da vítima.

Mercado de trabalhoDados do governo federal revelam que, de

2005 a 2011, 475 brasileiros foram vítimas de organizações criminosas internacionais para fins de exploração sexual e trabalho escravo. Uma média de 68 casos por ano. Ou uma vítima a cada cinco dias. Mulheres são a maior parte das vítimas.

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O Sindicato participou, nos dias 12 e 13 de março, do Encontro do Macrossetor de Comércio, Finan-ças, Serviços e Logística. Promo-vido pela CUT – Central Única dos Trabalhadores, o objetivo é articu-lar as diversas categorias, definin-do problemas comuns e uma agen-da unificada de ações. Encontros semelhantes já foram realizados nos setores da Indústria e Serviços Públicos; e deve ocorrer também entre os trabalhadores rurais.

Participaram do encontro 450 delegados - 65 bancários. O Sin-dicato foi representado pela pre-sidenta Jaqueline Mello e pela secretária de Finanças, Suzineide Medeiros. Além deles, a delega-ção pernambucana incluiu os dire-

tores do Sindicato, Alan Patrício, secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf/CUT (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Fi-nanceiro) e Expedito Solaney, secretário de Políticas Sociais da CUT; além da representante da

Fetrafi/NE (Federação dos Traba-lhadores do Ramo Financeiro no Nordeste), Teresa Souza.

Para Jaqueline, é cada vez mais necessário que se estabeleçam conexões entre os trabalhadores, já que existem muitos problemas

comuns. “A rotatividade, a tercei-rização, extrapolação de jornada e precarização de direitos não são exclusivos do ramo financeiro”, ressalta a presidenta.

O setor terciário responde atual-mente por 68,5% do PIB nacional. Apesar disso, o que se evidencia é a precarização nas relações de trabalho.

As lideranças definiram que unificar a data-base, dividir uma pauta comum e combater a rotati-vidade e a terceirização são prio-ridades. O próximo passo é pres-sionar o governo para que realize as conferências do direito do con-sumidor - na qual será discutido o setor financeiro - e da educação e qualificação profissional .

MArChA À BrAsÍLIA

Mais de 50 mil trabalhadores pedem investimento públicoA diretora do Sindicato, Eleo-

nora Costa; a funcionária da entidade, Rosilene Batista;

e a bancária aposentada Marly Araú-jo foram parte da delegação que re-presentou a categoria na Marcha dos Trabalhadores à Brasília. Elas en-frentaram 30 horas de ônibus e não se arrependem. Lá, se juntaram aos mais de 50 mil trabalhadores,para pedir investimento público e desen-volvimento social.

Estavam lá, juntas, as várias cen-trais sindicais do país. Estavan lá também os movimentos sociais, estudantes e, principalmente, mu-lheres. Para a secretária da Mulher do Sindicato, Sandra Trajano, que participou da Marcha,“o que os trabalhadores mostraram é que têm força e estão dispostos a pressio-

nar o governo para garantir suas reivindicações. Se o diálogo não dá resultado, é preciso encontrar outras formas de impedir a polí-tica de arrocho e precarização de direitos”.

Diante de um mar de fai-xas e bandeiras que cobriram a frente do Congresso Nacional, os trabalhadores fizeram uma homenagem especial ao presi-dente da Venezuela Hugo Chá-vez, falecido no dia anterior. Na pauta unificada, estão de-mandas como a redução da jor-nada para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário, 10% do PIB para a educação, reforma agrária, 10% do orçamento da União para a saúde e combate à demissão imotivada.

UNIdAdE

Encontro de macrossetores reforçaestratégia de unir a classe trabalhadora

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Ao contrário do Banco do Bra-sil, a direção do BNB realizou seminário para debater com o movimento sindical possíveis mu-danças a serem implantadas pela gestão. Realizado no último dia 12 de março, o seminário Rumos e Desafios do Banco do Nordes-te contou com a presença do pre-sidente da instituição, Ari Joel Lanzarin. O Sindicato estava lá, representado pela presidenta Ja-queline Mello, pela secretária de Bancos Públicos Daniella Almei-da e pela secretária de Comunica-ção Anabele Silva.

Para Jaqueline, o encontro foi bastante positivo. “Além de anun-ciar a antecipação da PLR, o ban-co demonstrou interesse em dialo-gar e valorizar os trabalhadores. Nossa função é pressionar para que estes compromissos sejam cumpridos”.

Em pauta, questões como uma possível reestruturação e Plano de Incentivo à Aposentadoria; revi-são do PCR – Plano de Carreiras e Remuneração; além de mudanças na Capef – Caixa de Previdência e Camed – Caixa de Assistência. “A direção do BNB chamou os

sindicatos, federações e confede-ração para dialogar e garantiu que nenhuma mudança seria feita sem negociação com o movimento”,

afirma Daniella. “Foi uma inicia-tiva muito boa, que deveria inclu-sive servir de exemplo a outros bancos”, complementa Anabele.

BANCo do BrAsIL

Bancários denunciamarbitrariedades da gestãoEstá deflagrada a campanha

nacional dos funcionários do Banco do Brasil contra

a política adotada pela atual ges-tão. Em xeque, não apenas o Plano de Funções – implantado unilate-ralmente pela empresa, com pre-juízos na remuneração dos traba-lhadores. As denúncias, que foram levadas ao governo e ao Parlamen-to, envolvem o descumprimento de jornada; desrespeito a acordos, Convenção Coletiva e até decisões judiciais; terceirização ilegal e demissões por ato de gestão, sem processos administrativos.

As atividades aconteceram em Brasília, no mesmo período em que ocorreu a Marcha dos Traba-lhadores. No dia 5, uma caravana, formada por dirigentes sindicais de todo país, levou ao conheci-mento de vários parlamentares os problemas que os bancários vinham enfrentando no BB. Os

deputados se mostraram bastante receptivos, entre eles José Geno-íno (SP), João Paulo (PE), Artur Bruno (CE), Ângelo Vanhoni (PR) e Ricardo Berzoini (SP).

Funcionário licenciado do Ban-co do Brasil, Berzoini se compro-meteu a reunir um grupo de par-lamentares bancários, na Câmara e no Senado, para estabelecer um

debate técnico. Propôs, ainda, a criação de uma frente parlamentar.

No dia seguinte, foi a vez do grupo se reunir com represen-tantes do governo. Pela manhã, a conversa foi com o diretor do Dest – Departamento de Coorde-nação e Controle das Empresas Estatais, Murilo Barella. À tarde, na Secretaria-Geral da Presidên-

cia da República, com o assessor especial do ministro, José Lopez Feijóo. Ambos ficaram de apurar as denúncias e dar os devidos en-caminhamentos.

Segundo o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix, que in-tegrou a caravana, tanto o governo quanto os parlamentares demons-traram bastante preocupação com as denúncias. “O Banco do Brasil, maior banco público do país, é hoje o maior devedor de passi-vo trabalhista junto ao TST. Isso mostra que existe algo de errado. E nós mostramos que, com as úl-timas decisões tomadas, a direção põe em risco o futuro do banco e se caracteriza como gestão teme-rária”, diz Fabiano.

Um novo Dia Nacional de Luta está previsto para o próximo dia 20. E, nos meses de março e abril, haverá plenárias, paralisações e atividades em todo o país.

BANCo do NordEsTE

Diretoria do BNB chama movimentosindical para negociar mudanças

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Eleições acontecem nos dias 20, 21 e 22

hsBC

sindicato reintegra trêsbancárias da mesma agência

Os bancários do Banco do Bra-sil, BNB, Caixa, BNDES e Ban-risul escolhem, nos próximos dias 20 a 22, seus representantes sin-dicais de base. Os empregados da Caixa elegem um delegado para cada 100 empregados em cada

unidade. No BNB, a eleição é de um bancário para cada 50 funcio-nários. No BB, a proporção é de um para 80 e a eleição se dá por grupo de agências. O BNDES e o Banrisul, que só dispõem de uma unidade no estado, localizadas na

capital, elegem um delegado cada.As inscrições foram abertas des-

de o final de janeiro, por meio dos formulários enviados às agências e departamentos e também pelo sítio eletrônico do Sindicato. “O dele-gado Sindical é o elo entre o Sin-

dicato e os funcionários da unida-de e tem, portanto, papel essencial na organização dos trabalhadores. Nossa luta, agora, é para estender a conquista aos bancos privados”, afirma a secretária de Bancos Pú-blicos, Daniella Almeida.

Três bancárias da mesma agência do HSBC tiveram seu emprego de volta em

fevereiro e março. Duas delas con-seguiram antecipação de tutela a partir de ação judicial e a outra teve sua demissão cancelada, por via administrativa. Nos três casos, o Sindicato emitiu a CAT – Comuni-cação de Acidente de Trabalho e as aconselhou a mover ação judicial.

Edineide e Ivani o fizeram, via escritório jurídico Campos Ma-chado, contratado pela Appdort – Associação Pernambucana dos Portadores de Doença Ocupacio-nal Relacionada ao Trabalho. Ali-ne também entrou na Justiça, mas a negociação conduzida pelo Sin-dicato foi eficaz. O diretor Alan Patrício, secretário de Assuntos Ju-rídicos da Contraf-CUT e funcio-

nário do HSBC, foi o articulador.Edineide (foto à direita) havia

sido parabenizada pelo desempenho no ano de 2011. Oito dias depois, foi surpreendida com a demissão. “Entrei em depressão profunda. Vi que nada adiantou eu ter ignorado as dores para não causar proble-mas”, reconhece. Orientada pelo Sindicato, obteve benefício aci-dentário pelo INSS por dois meses. Superada a depressão, conseguiu emprego de supervisão em empresa do setor financeiro. Mas as patolo-gias não permitiram que mantivesse o novo emprego. Desde o dia 04 de março está de volta ao banco.

Ivani (foto à esquerda) trabalha há 22 anos no HSBC. Antes da de-missão, trabalhava no Atendimen-to ao Cliente. Chegou a gerente de Atendimento, depois de passar por

diversas funções e vivenciar três assaltos. Herdou as sequelas: ten-dinite e depressão, que a obriga-ram a idas e vindas a especialistas e a tomar remédio controlado. Foi demitida no dia 17 de novembro de 2011. O Sindicato emitiu a CAT e, de posse dos laudos médicos, procurou o INSS, que lhe recusou benefício. Desde então, sobrevive a peso de remédios controlados e ajuda financeira da família. Sem salário e sem plano de saúde, en-trou na Justiça, e no último dia 11, conseguiu a reintegração.

Para Aline, a notícia do cance-lamento da demissão chegou de forma singular: na véspera do Car-naval, ao tirar um extrato de sua conta bancária, se deparou com o crédito de proventos. “Liguei para o Alan em São Paulo, e ele me deu

a notícia de que minha demissão havia sido cancelada Foi uma das maiores alegrias da minha vida, nos últimos tempos”, observa. Surpresa em sentido contrário ela teve em 19 de novembro do ano passado, quando recebeu o bilhe-te de saída, sem qualquer explica-ção. “Havia batido todas as metas e conquistado direito a premiação. Não entendi. Ninguém entendeu”, conta Aline.

Aline está em benefício aciden-tário pelo INSS até 30 de abril. Segue em tratamento do transtorno depressivo grave, e faz fisioterapia para recuperar-se da tendinite nos dois ombros. “Você adia o proble-ma com medo de ficar visada. Só quando fui demitida é que procurei me cuidar. Não aconselho a que me imitem”, observa.

dELEGAdos sINdICAIs

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dEMIssÕEs EM MAssA

BrAdEsCo

santander frustra nova tentativa de conciliação

Funcionários decidem sobrecapacitação para designado CIPA

OSantander frustrou a ex-pectativa da procuradora Ana Cristina Tostes Ri-

beiro, do Ministério Público do Trabalho (MPT), durante audiên-cia realizada no último dia 14 de março sobre as demissões em mas-sa de dezembro. O banco não trou-xe nenhuma nova proposta para resolver o processo judicial.

A reunião havia sido marcada após a primeira audiência de con-ciliação da Ação Civil Pública mo-vida pelo MPT contra o banco e em tramitação na 14ª Vara do Trabalho de Brasília. Ela acabou sendo sus-pensa por determinação da juíza pelo prazo de 30 dias para nova tentativa de conciliação. Ela tam-bém deferiu prazo de 10 dias para que o Santander juntasse documen-tos mais uma vez. E designou o dia 16 de abril para o encerramento da instrução e renovação da proposta conciliatória, dispensado o compa-recimento das partes.

A Ação Civil Pública foi ajuiza-da depois que a Contraf-CUT en-

trou com uma representação junto ao MPT, em Brasília, denunciando a ocorrência das demissões coleti-vas. Desde então, foram quatro au-diências de mediação, duas delas abertas à participação dos sindica-tos e federações de todo país, que tiveram acesso à lista de demitidos e dados do Caged de 2011 e 2012.

O estudo das informações mos-

trou o que os bancários já sabiam: que o Santander praticou demis-sões em massa. Enquanto a média de demissões sem justa causa era de 182 entre janeiro e novembro, o banco despediu 1.153 pessoas em dezembro – um crescimento de 533,5%.

Na Ação, o Ministério Público do Trabalho pede que seja declara-

da a nulidade das despedidas sem justa causa ocorridas em dezembro de 2012 e que o réu reintegre os trabalhadores. Também pede que o Santander seja proibido de realizar demissões coletivas sem negocia-ção com as entidades sindicais. E reivindica indenização por danos morais coletivos e pagamento de custas processuais.

Os funcionários do Brades-co participam de assembleia na sede do Sindicato, no próximo dia 20. Em pauta, o programa de capacitação para os designa-dos à CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. A comissão é exigência da Norma Regulamentadora número 5, do Ministério do Trabalho. No en-tanto, para agências com menos de 100 funcionários, a lei facul-

ta à empresa designar um traba-lhador para as funções da CIPA. É justamente para estes profis-sionais que está sendo proposto o programa de treinamento.

Para o secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times, o programa de capaci-tação teve um avanço, já que o banco se compromete a realizar o treinamento durante o horário de trabalho, em horários planeja-

dos conjuntamente entre empre-gado e gestor. “Além disso, os sindicatos terão acesso à relação mensal dos designados, o que pode permitir que a gente se ar-ticule melhor com estes trabalha-dores”, diz Geraldo.

A capacitação será realizada na modalidade à distância, pela In-ternet corporativa. A carga horária será de 20 horas, distribuídas em, no máximo, oito horas diárias.

lucro e deMissões

O HSBC no Brasil registrou lucro líquido de R$ 1,225 bilhão em 2012, um crescimento de 9,6% em relação a 2011, de acordo com o Dieese – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-econômicos. Apesar disso, o banco inglês cortou empregos. No ano passado houve o fechamento de 946 postos de trabalho, passando de 23.483 funcionários em dezembro de 2011 para 22.537 em dezembro de 2012, uma redução de 4%. Em relação aos ganhos globais, o banco obteve lucro líquido de US$ 15,33 bilhões no ano passado, um declínio de 14,5% na comparação com 2011.

Nota

sINdICATo rEALIZoU ProTEsTos CoNTrA As dEMIssÕEs No sANTANdEr

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“A literatura é minha bandei-ra, minha arma e minha luta”. As palavras são da bancária Susana Morais, cordelista e declamadora, que brindou a plateia do auditório do Sindicato, na noite do dia 13 de março, com vários poemas e um agradável bate-papo. A atividade foi parte da programação do Mês da Mulher e o tema em discussão, “A presença da Mulher na Cultu-ra”, acabou tomando outro rumo: “como a cultura pode operar mu-danças na vida das pessoas”.

Susana mostrou isso de forma descontraída, lembrando reci-tais realizados em penitenciárias, creches e periferias. E mostrou, na prática, como a literatura lhe ajuda a protestar, se encontrar e reafirmar sua identidade femini-na. Declamou poemas engajados,

sobre a história de lutas do dia 8 de março. E também poemas que são uma resposta bem humorada aos machistas de plantão.

Na plateia, estavam sindicalis-tas, trabalhadoras, integrantes do movimento feminista, bancárias, mulheres e homens. Estava lá, inclusive, o cônsul da Venezuela.

E estavam lá, também, as “Fuxi-queiras do Coque”, que realizam um trabalho integrado de leitura e artesanato.

Entre a saída do auditório, onde ocorreu o bate-papo com Susa-na, e a chegada no pátio interno do Sindicato, onde as Conxitas se apresentavam e as Fuxiqueiras

expunham seus trabalhos, algu-mas pessoas foram presenteadas com poemas ao pé-do-ouvido, recitadas pelas leitoras artesãs do Coque. Depois, foi a hora de ba-lançar o esqueleto, confraternizar, girar na roda de ciranda e se delei-tar com a percussão e a música do grupo Conxitas.

ProGrAMAçãoA programação do mês de mar-

ço não parou por aí. No dia 8, o Sindicato participou da ativida-de convocada pela CUT – Cen-tral Única dos Trabalhadores, com concentração no Parque 13 de Maio e passeata pelas ruas do Recife. Diretores do Sindicato também visitaram as agências da Região Metropolitana para home-nagear as bancárias.

Projeto traz à tonadesmandos da ditadura

hIsTÓrIA dE PErNAMBUCo

Mês dA MULhEr

N o próximo dia 3 de abril, o projeto “A História de Pernambuco em Debate pelos Trabalhadores” traz ao Sindicato

Urariano Mota, jornalista e escritor – e também bancário aposentado do Banco do Brasil. Seu tema é o regime militar, de triste memória, e os desmandos da ditadura instalada no país durante 21 anos, a partir de 1964. Urariano é autor de dois livros sobre o período, ambos romances: Os Co-rações Futuristas e Soledad no Recife. E é partir da segunda história que se dará a conversa com o escritor na primeira quarta do próximo mês.

Soledad, uma ativista paraguaia, estava no gru-po de jovens militantes de esquerda, da Vanguar-da Popular Revolucionária (VPR), sequestrado e assassinado, a partir da delação do próprio com-panheiro da personagem-título, que dele estava grávida. Veio a se descobrir depois, tratava-se do Cabo Anselmo, que atuava de agente duplo, coop-

tado pela repressão.O projeto é uma parceria com a CUT PE e com o

recém-criado grupo Typhis, que reúne escritores e jornalistas com trabalhos publicados sobre fatos e personagens pernambucanos. O objetivo, de acor-do com Jaqueline Melo, presidenta do Sindicato, “é jogar luz sobre a memória popular, trazendo ao debate episódios que são patrimônio do povo per-nambucano; e com isso contribuir para enriquecer a cultura, sobretudo, de trabalhadores e estudan-tes, e estimular sua participação na política nos tempos atuais”.

Os debates tiveram início no dia 06 de março, Data Magna do estado de Pernambuco. O escritor Paulo Santos, autor do livro “A Noiva da Revo-lução”, falou sobre o episódio que embasa a data magna e que, no entanto, continua esquecido pela mídia e pela história oficial: a Revolução de 1817.

Poesia, música e animação marcamprogramação em homenagem à mulher

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Inscrições abertas paraos II Jogos do sindicatoAs inscrições para o II Jogos do Sindicato já estão abertas. A exemplo

do ano passado, as disputas acontecem em várias modalidades: nata-ção, vôlei de areia, tênis de mesa, xadrez, sinuca, dominó. E este ano,

também canastra e atletismo, com corrida rústica e de velocidade. “No ano passado, a atividade foi muito elogiada, até porque cria um ambiente agradável de confraternização. Este ano, queremos ampliar a participação dos bancários, inclusive do interior”, afirma a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.

Para facilitar a vida dos atletas do interior, eles terão prioridade na ocupação das vagas para os chalés do Clube de Campo no fim de semana do torneio. Os atletas da Região Metropolitana ocupam o segundo lugar na ordem de priori-dade. As inscrições vão até dia 11 de abril, com sorteio no dia seguinte.

As disputas serão abertas, também, aos dependentes dos bancários sindi-calizados, diretores e funcionários do Sindicato, ampliando o entrosamento entre todos.

A corrida rústica terá um percurso de três quilômetros, dentro do próprio Clu-be de Campo dos Bancários. Já a de velocidade será disputada em 75 metros. Já na natação, haverá provas individuais, 50 metros, de nado livre, peito, borbo-leta e costas. Estas duas modalidades serão divididas por gênero e faixa etária.

As inscrições podem ser feitas por meio de formulário impresso ou do sítio eletrônico do Sindicato: www.bancariospe.org.br. As competições serão nos dias 20 e 21 de abril. Para adquirir a camiseta dos Jogos, os participantes de-vem levar um quilo de alimento não perecível ou um garrafão de três litros de água mineral, que serão doados às vítimas da seca. Inscreva-se e agende-se.

Natação, vôlei de areia, xadrez e sinuca

Atletismo, dominó,canastra e tênis de mesa

Sábado,

Domingo,

20 de abril

21 de abril

Café dos Aposentados está de volta no dia 22

Inscrições parachalés vão até dia 22

Depois de uma breve pausa no mês de fevereiro, o Café dos Aposentados volta a reunir na sede do Sindicato antigos cole-gas de profissão. Criado pela atual gestão há quase três anos, o objetivo é trazer de volta os que tanto já contribuíram para as conquistas da categoria. A atividade acontece na terceira sexta-feira do mês. No caso de março, no próximo dia 22.

Além do delicioso café regional, uma

funcionária da Cassi – Caixa de Assis-tência dos Funcionários do Banco do Brasil estará à disposição dos aposenta-dos, para orientar e aferir pressão. “É um momento muito agradável, de reencon-tro, de lembranças, de colocar a conver-sa em dia, saber o que se passa e como contribuir com a organização sindical”, afirma o secretário de Aposentados do Sindicato, Luís Freitas.

Para as outras semanas de abril, que não as do tor-neio, as inscrições para quem quiser concorrer a uma das vagas nos chalés do Clube de Campo vão até dia 22 de março. O sorteio é uma forma de democra-tizar o acesso aos chalés, diante da grande demanda

por parte dos bancários. São dez chalés mobiliados e equipados, com dois quar-tos, banheiro, sala e cozinha conjugados. Localizado no quilometro 14,5 da Estrada de Aldeia, o Clube tem par-que aquático, bicas, campos de futebol e vôlei, bar e res-taurante e parque infantil.