Jornal ESCrito n. 7

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Novembro de 2005 Ano I Nº 7 Preço: 0,5 € ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS - BARREIRO PORQUE SE “PASSAM” OS PAIS p. 10 P I E R C I N G S E T A T U A G E N S RESULTADOS DO INQUÉRITO páginas centrais CARTA DO MINISTÉRIO p. 12 Gripe das aves p. 11 SOMOS OS PRIMEIROS p. 5 Onde se fazem Quanto custam Quantos há na escola CONFLITO DE GERAÇÕES DE COSTAS VOLTADAS

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Jornal da Escola Secundária de Casquilhos - Barreiro - Portugal

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Page 1: Jornal ESCrito n. 7

Novembro de 2005 Ano I – Nº 7

Preço: 0,5 €

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS - BARREIRO

PORQUE SE “PASSAM”

OS PAIS p. 10

P I E R C I N G S E T A T U A G E N S

RESULTADOS DO INQUÉRITO

páginas centrais

CARTA DO MINISTÉRIO p. 12

Gripe das aves p. 11

SOMOS OS PRIMEIROS p. 5

Onde se fazem

Quanto custam

Quantos há na escola

CONFLITO DE GERAÇÕES

DE COSTAS VOLTADAS

Page 2: Jornal ESCrito n. 7

Ano I, nº 7, Novembro/2005

dois

Sem funcionários não há limpezas

RA

Auxiliares de Acção Educativa

Queremos mais por Ana Santiago

A Escola Secundária de Casquilhos ocupa uma área que

corresponde, aproximadamente, a cinco campos de futebol. No entanto, o critério para a colocação de novos auxiliares de acção

educativa continua a ser apenas o número de alunos. E se este

diminui, o mesmo não se pode dizer da área que diariamente tem de

ser limpa. O dia-a-dia dos nossos auxiliares de acção educativa é desgastante.

Em número cada vez menor, eles têm de garantir a limpeza das salas e

de todos os espaços exteriores (cinco campos de futebol, lembram-se!). Para além disso, cabe-lhes garantir que, sempre que se verifique

a ausência de um professor, haja aulas de substituição. São eles

também os responsáveis pelo funcionamento de serviços sem os quais

a escola não funcionaria: portaria, reprografia, laboratórios, biblioteca/centro de recursos, balneários, bar, refeitório, ... A situação

agrava-se quando, por motivos devidamente justificados, um auxiliar

se ausenta. Nesse caso, a prioridade é dada ao normal funcionamento das aulas e, por vezes, um só funcionário fica temporariamente

responsável por dois blocos de salas. Tarefa difícil, digna dos maiores

maratonistas de que há memória. Temos de aprender a olhar em volta e a partilhar as angústias e as

dificuldades de todos aqueles que contribuem para o sucesso de uma

escola. Temos de denunciar situações de precariedade contratual com

que os auxiliares de acção educativa se debatem – no final deste mês, seis dos nossos funcionários vêem terminar um contrato de

provimento que lhes assegurou a permanência na escola durante seis

anos; depois dessa data, espera-os um contrato individual de trabalho, de duração indefinida, associado à perda de alguns direitos.

Deixamos aqui, em jeito de desabafo, esta chamada de atenção

para a necessidade urgente de uma autorização do Ministério para a contratação de pessoal auxiliar.

Ficha técnica Proprietário: Escola Secundária de Casquilhos – Barreiro Director: Renato Albuquerque (prof. 10ºA) Subdirector: Ana

Santiago (prof. 8ºB);. Redacção: Ana Beatriz Santos (11ºG); Ana Arêde (11ºG); Ana Rita Gomes (10ºD); André Galvão (11ºE); Cátia Duarte (11ºG); Daniela Ferreira (11ºG); Joana Alves (11ºG); Marta Maia (10ºD); Sara Heitor (10ºD); Sofia Pia (11ºG). Colaboraram neste número: Carla Alves (10ºE), Edite Jubilot (prof. 9ºG), dr.ª Marina Freire Pereira, dr. Mário Durval, Miguel Cunha (11ºA), Sofia Cardoso (10ºB) Fotos: Carlos Pedro (prof. 11ºA), Marta Maia, Orlando Nunes (prof. 11ºA), Renato Albuquerque. Maquetagem: ReAl. Impressão: Serviços de Reprografia da Escola. Capa: Renato Albuquerque. Correspondência: Jornal ESCrito. Escola Secundária de Casquilhos. Quinta dos Casquilhos. 2830-046 BARREIRO Telef.: 212148370 Fax:212140265. E-mail: [email protected] Horário: Sala D11 - terças, das 14:00 às 16:00; quartas, das 8:30 às 10:00. Tiragem desta edição: 350 exemplares.

Já há muito tempo que não se via uma coisa assim: neste mês de Novembro, a 10, são os trabalhadores da

Função Pública que protestam contra o aumento do tempo necessário para a reforma, por melhores condições de

trabalho e por salários mais dignos. Na nossa escola, pela primeira vez há muitos anos, há necessidade de suspender as actividades lectivas da parte da tarde pois os funcionários não chegam.

A 17, são os estudantes que saem à rua, numa manifestação no Barreiro para a qual alguém se esqueceu de pedir

a respectiva autorização. Mesmo assim, a manifestação faz-se em torno da exigência de educação sexual nas

escolas e do fim do numerus clausus. A 18 é a vez dos professores. Para muitos, a decisão de fazer greve foi tomada pela primeira vez há muitos anos.

Segundo os sindicatos, a adesão nesse dia pode rondar os 80%. Na ordem do dia, o direito à negociação e a

contestação do aumento de horas obrigatória na escola, do aumento da idade de reforma e das aulas de substituição.

Neste número

Queremos mais ............................. 2 Perfil / Editorial ............................. 3

Opinião ......................................... 4

Somos os primeiros ...................... 5

Conflito de Gerações ...................... 6 Entrevista com psicóloga................ 6

Centrais – Piercings e tatuagens .... 7

Porque se “passam” os pais .......... 10 Gripe das Aves............................. 11

Já aconteceu ................................ 12

A não perder ................................ 13 Apologia de Babel/Sudoku .......... 14

Resposta do Ministério ................. 15

Kaskilhos / BD............................. 16

Esqueceram-se / Auditório .......... 16

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Ano I, nº 7, Novembro/2005

tres

Perfil por Ana Santiago

Catarina Serra, Presidente da A. Estudantes

Chegou, viu e venceu

A Catarina Serra tem cara de anjo dos tempos

modernos. É aluna de Artes, do 10º E, e afirma que sempre gostou de tudo o que a esta área diz respeito.

Acabada de chegar à nossa escola, foi a escolhida pelos

colegas para o desafio de liderar a lista B, candidata vencedora das eleições para a associação de estudantes,

realizadas no passado dia 11 de Novembro.

Sem qualquer espécie de apoios externos, a lista da Catarina saiu vitoriosa nestas eleições. Segundo ela, o

segredo é simples: muita música, boas ideias e dose

dupla de animação. “Limitámo-nos a fazer o que os

alunos queriam e, por isso, fizemos uma boa campanha”. Quanto aos projectos para a escola, prefere falar depois

de auscultar os colegas, “os verdadeiros interessados no

nosso trabalho”. Os piercings visíveis no rosto são já uma das suas

imagens de marca, que exibe com orgulho, mesmo que

por vezes, confessa, causem algum embaraço à família.

Amante das artes teatrais, colabora com o ArteViva, desde há 4 anos. O frenesim com que vive o dia-a-dia,

esse é libertado no Catica, em Coina, nas aulas de Hip-

hop. Dinâmica, criativa, maneirista – a Catarina tem tudo

para enfrentar da melhor forma o desafio e a

responsabilidade de comandar a Associação de Estudantes.

Editorial

por Ana Santiago

Esta é uma época em que a informação nos chega de todos os cantos do mundo, quando esbarramos com as

manchetes dos jornais de banca, quando ouvimos rádio

ou vemos televisão. Esta é uma época em que, mesmo afastados dos media, há sempre um amigo ou um

familiar que nos põe a par, em sintonia. Esta é a época

do mundo global, em que choramos, sofremos e

sorrimos todos ao mesmo tempo.

Nesta era da informação, o ESCrito tem de definir o

seu lugar e os seus objectivos – mostrar o que por cá se

passa e trazer para dentro da escola um pouco do que acontece lá fora.

Nesse sentido, o conflito de gerações é o tema

central deste número do ESCrito. Inquirimos alunos e encarregados de educação, fomos ouvir as opiniões da

dr.ª Marina Freire Pereira e todos concordam que o

conflito geracional existe mesmo e não é só uma

invenção da psicologia.

Quisemos igualmente saber um pouco mais sobre a

gripe das aves, tema com honras de notícia de abertura

ao longo do último mês. Para isso convidámos o dr. Mário Durval a escrever um breve esclarecimento, que

agora publicamos.

Para finalizar, não podemos deixar de comentar a

resposta que a escola recebeu do Ministério da Educação à carta enviada pelo Conselho Pedagógico,

acerca das faltas dos professores a metade dos blocos

de 90 minutos. Parece que alguém se esqueceu da realidade: foi o próprio ministério que decidiu – e, tanto

quanto sabemos, mantém-se em vigor – que os alunos

podem assistir (sem falta) a metade de uma aula de 90 minutos; foi o ministério que mandou numerar cada

metade de uma aula de 90 minutos, mesmo que esta

tenha um único sumário. Se este regime se aplica aos

alunos, porque é que não se pode aplicar aos professores? Qual a explicação pedagógica para esta

diferença de tratamento? O texto enviado pelo

ministério, publicado na página 15, não esclarece estas questões. Mas continuamos à espera de respostas mais

convincentes.

Cá dentro e lá fora os acontecimentos atropelam-se e o nosso espaço começa a ser pequeno. Cá de dentro, lá

para fora, queremos ser um espelho de uma

comunidade que quer ser conhecida, ouvida e

respeitada.

RA

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Ano I, nº 7, Novembro/2005

quatro

Colóquio com a dr.ª Sara Moreira

Afectos/sexualidade por Ana Gomes e Sara Heitor, 10º D

No passado dia 10 de Novembro pelas 10:20 realizou-se,

na nossa escola, uma conferência sobre “Afectos/Sexualidade”, organizada pela professora Filomena

Dias e dirigida pela Dr.ª Sara Moreira.

A sala do auditório estava cheia, ocupada principalmente

por turmas do 9º e do 11º anos. A plateia participou

activamente e não se intimidou quando chegou a hora de fazer

questões. A Dr.ª Sara Moreira colocou os alunos muito à

vontade, o que gerou um ambiente propício ao diálogo. O

facto de só se encontrar uma professora no auditório, também

contribuiu bastante.

Os temas desta conferência foram apresentados através de

slides. Um dos mais debatidos intitulava-se “O bom, o assim-

assim e o mau do sexo”. Durante o debate, os alunos perceberam que o bom do sexo é a sensação, o prazer, a

comunicação, a partilha, o relacionamento, o alívio da dor e a

gravidez, quando desejada... O mau do sexo são as infecções

sexuais (doenças sexualmente transmissíveis), a gravidez,

quando não desejada, o preconceito, as crenças, a solidão, os

desamores, a desinformação, as disfunções sexuais e a

violência sexual… O assim-assim é provocado por se atribuir

demasiada importância ao sexo numa relação e de se ignorar

que a contracepção deverá ser da responsabilidade dos dois.

Durante toda a palestra houve outros aspectos que, em

geral, todos os alunos acharam interessantes e com os quais ficaram até um pouco espantados, como por exemplo o facto

de a perda da virgindade não depender apenas da penetração e

do rompimento do hímen, já que a virgindade também é

sentida, está na mentalidade de cada um.

Em todo o debate houve a preocupação de alertar para a

importância do uso do preservativo, um dos métodos

contraceptivos mais eficazes na prevenção de doenças,

infecções e gravidezes indesejadas. Esta conferência foi

bastante interessante e pensamos que se deveriam realizar

outras, pois esclarecemos as nossas dúvidas e aprendemos um

pouco mais sobre os afectos e a sexualidade.

Exercício de

Evacuação Opinião por Marta Maia, 10º D

No passado dia 18 de Outubro, terça-feira, entre as 10:30

e as 11:50, foi realizado um exercício integrado no plano de emergência e evacuação da nossa escola.

O objectivo desse mesmo exercício era preparar os alunos

para uma eventual evacuação após um terramoto, incêndio,

ou outro acidente.

Para a realização deste exercício contámos com a

presença de Corporações de Bombeiros do Barreiro,

Delegado Concelhio da Protecção Civil, Delegado de Saúde e

Coordenadora da Área Educativa de Setúbal (CAE), em

representação do Ministério da Educação.

Comparando o exercício deste ano com o do ano anterior

podemos verificar que este foi bastante diferente: no ano

passado houve um aparato maior em torno deste exercício, deram-se mais explicações e fez-se uma melhor preparação;

este ano parece ter sido feito tudo com uma maior ligeireza e

desorganização.

Os alunos estavam nas salas, ouviram o toque, colocaram-

se em fila e saíram. Assim que chegaram à rampa (a caminho

dos campos) houve uma junção de turmas e ninguém sabia de

ninguém. A meu ver, este ano os alunos não levaram o

exercício a sério.

Mas ao mesmo tempo, o facto de ter durado menos tempo

que o do ano passado cortou um pouco a “onda” e os alunos

acabaram por se acalmar mais para o fim. Penso que devem continuar a realizar este tipo de

exercícios: talvez um com aviso prévio e outros sem aviso.

Pode ser que assim os alunos levem mais a sério o exercício e

entendam que temos de estar mesmo preparados para um

eventual acidente.

Concentração no Campo Sul

Ciclo de cinema francês Opinião por Emanuela Costa e Verónica Fitas

Aberto a toda a escola, o Ciclo de Cinema Francês decorreu entre os dias 17 e 21 de Outubro, no auditório da Escola. Este ciclo

contou com a projecção de cinco filmes: Cyrano de Bergerac (Jean-Paul Rappeneau), Conte d’Été (Eric Rohmer), Yamakasi (Ariel

Zeitoun e Julien Seri), Être et Avoir (Nicolas Philibert) e Ponette (Jacques Doillon).

O núcleo de estágio de Francês, constituído pela orientadora Ana Coelho e por nós, teve a preocupação de escolher diferentes

géneros que fossem ao encontro de diferentes públicos. De facto, desde a comédia sentimental, passando pela acção, até ao documentário, este ciclo de cinema soube acolher vários professores e as suas turmas interessados na língua e cultura francesas.

Vivemos no império da língua inglesa. Contudo, cremos que o Ciclo de Cinema Francês foi um

projecto capaz de desmistificar a ideia que os alunos têm do cinema europeu. Yamakasi, talvez por ser um

filme de acção, contou com uma excelente aceitação por parte dos jovens da nossa escola. Estes samurais

dos nossos tempos souberam arrancar sorrisos e despoletar emoções... Isso representa uma grande vitória

para nós! Obrigada a todos os que por lá passaram.

CP

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Ano I, nº 7, Novembro/2005

cinco

Exames Nacionais do 12.º Ano

Somos os primeiros por Renato Albuquerque

Diversos jornais, nas suas edições de 22 de Outubro, colocam a nossa escola em primeiro lugar entre todas as escolas dos concelhos do Barreiro e Moita.

Este ranking tem por base os resultados da primeira fase dos exames de 12º Ano realizados pelos alunos entre

17 de Junho e 6 de Julho.

Como o Ministério da Educação divulga os resultados “em bruto”, isto é, sem qualquer tratamento ou hierarquização, são os diversos órgãos de comunicação social que fazem essas tarefas, de acordo com determinados

critérios.

A posição de cada escola é a seguinte:

Posição no ranking segundo o jornal…

Expresso (1)

Público (2)

Correio

da Manhã (3)

Diário

de Notícias (4)

Casquilhos 255 274 291 300

Alfredo da Silva 308 289 319 228

Augusto Cabrita 312 340 333 263

Santo André 348 382 374 348

Santo António 493 547 542 551

Baixa da Banheira 420 505 469 492

Moita 480 555 532 516

A divulgação destes rankings, desde que começaram a ser elaborados em 2000, tem sido contestada: apesar de colocarem todas as escolas em pé de igualdade, perante exames iguais para todas elas, estes rankings não permitem

avaliar as escolas pois são construídos apenas com uma única variável, deixando de lado, por exemplo, a origem

social e cultural dos alunos, os meios e equipamentos ao seu dispor nas escolas, o investimento aí feito pelo próprio ministério, etc.

Não é por acaso que, a nível nacional, as escolas com melhores resultados são,

geralmente, colégios privados e de acesso restrito.

Por outro lado, estes rankings ou, se preferirmos, os resultados dos exames não têm provocado nenhuma alteração visível na atitude do Ministério da Educação que

teima em tratar todas as escolas como iguais, sem se preocupar com as diferenças que

cada uma revela.

Apesar de tudo, é sempre agradável verificar que os nossos alunos conseguem

obter, em média, os melhores resultados de entre as várias escolas da zona.

FICHA TÉCNICA (1)

Estudo realizado pela SOCINOVA – Gabinete de Investigação em Sociologia Aplicada da Universidade Nova de Lisboa. Foram

contabilizados apenas os alunos internos. (2)

Trabalho realizado pela redacção do jornal. Foram contabilizados apenas os alunos internos nos 8 exames que tiveram mais

provas realizadas (Matemática, Português A e B, Biologia, Física, Química, História e Psicologia).

(3) Trabalho realizado pela redacção do jornal. Foram contabilizados apenas os alunos internos.

(4) Trabalho realizado pela redacção do jornal. Foram contabilizados os alunos internos em 14 exames (os 12 com mais provas

realizadas a que se acrescentaram Filosofia e Inglês – que a escola não lecciona – excluindo-se História de Arte e Direito).

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Ano I, nº 7, Novembro/2005

seis

Eu e o conflito de gerações

por Ana Beatriz Santos, 11º G

O conceito de conflito de gerações para

mim não passa disso mesmo... um conceito.

Não me considero uma vítima desse

fenómeno que afecta tantos pais e tantos filhos

da minha faixa etária e acho que foi por isso mesmo que me

sugeriram que fizesse este texto.

Considero-me sim uma testemunha de que nem sempre

os pais surgem como os “inimigos” dos adolescentes e que

chegam a ser mesmo os nossos melhores companheiros

para as alturas em que não se pode ver ninguém à frente (incluindo eles, às vezes… Mas dá sempre jeito ter alguém

que atura as nossas crises sem pedir nada em troca).

No fundo sou uma privilegiada, mas não é isso que me

faz fechar os olhos para o problema que esses conflitos

trazem aos meus amigos e colegas e também aos seus pais,

porque a única coisa que trazem é uma enorme

instabilidade dentro de casa e também na escola (acontece!)

Um conselho…”chill out” e levem a vida na calma

porque é assim que a aproveitam!

por Miguel Cunha, 11ºA

O conflito entre gerações é um tópico que

vale a pena abordar. Na minha opinião, existe

actualmente um grande conflito de ideias, hábitos, modas entre os jovens e os mais

idosos. Se existir algum exemplo perfeito a ser dado, terá

de ser o caso das modas, em que muitas vezes os pais não

gostam ou não querem que os filhos façam piercings ou

tatuagens. Também podemos constatar que na maneira

como os filhos falam com os pais, há muitas vezes

desentendimentos, o que desagrada bastante a estes últimos.

Mas não podemos só falar acerca do descontentamento dos

pais, porque é claro que os filhos também não gostam dos

comportamentos que eles adoptam face às suas atitudes.

Muitos filhos querem ser ouvidos pelos pais, mas estes,

frequentemente, não lhes dispensam tempo e atenção suficientes. Os conflitos entre as gerações provavelmente

nunca irão desaparecer completamente e se eles não forem

demasiado radicais, poderão até constituir bons meios para

que as mentalidades e as sociedades evoluam

positivamente. Ainda assim, as diferentes gerações devem

tomar atitudes de modo a adaptarem-se umas às outras e

tentar tornar a sociedade o mais equilibrada possível.

Entrevista com a psicóloga Marina F. Pereira por Ana Beatriz Santos, 11º G

Conflito de gerações Foi difícil “apanhar” a Dr.ª Marina Freire mas depois disso foi sentá-la e iniciar uma conversa que

durou muito mais do que aparenta depois de passada a escrito. Discutimos as posições assumidas nos

relacionamentos entre pais e filhos, muitas vezes incorrectas de ambas as partes, e que conduzem

finalmente à peste do conflito de gerações.

ESCrito - Como define tecnicamente o conflito de gerações?

Marina Freire - Pode-se definir conflito de gerações essencialmente através de duas questões: uma endógena e outra

exógena, isto é, a primeira refere-se à manipulação dos comportamentos dentro da matriz da família e a segunda ao

determinismo social à qual está exposta, determinismo esse que é mais evidente, notório e agudizado nestes tempos mas que

sempre existiu, muito embora os estímulos sociais fossem menores e mais controlados (autoridade).

ESC - A palavra conflito é muito forte. É mesmo inevitável?

MF - Penso que o termo “conflito” não é pesado nesta situação porque a

palavra não indica directamente violência. Agressividade, talvez, mas nos

“choques” é isso que existe e no final é sempre um conflito de valores e ideias.

ESC - Mas o que provoca afinal este conflito?

MF - O conflito de gerações existe essencialmente por haver no conteúdo

interno do indivíduo (personalidade) várias componentes cognitivas e afectivas que na tentativa de se manifestarem de uma

forma individual (de mostrar que são crescidos, independentes e que sabem e sentem por si próprios) emancipam-se dos pais, mesmo que não desejem que haja um corte do vínculo afectivo. Outros factores que provocam este conflito são também o

factor da curiosidade e a força vital característica da idade em que se encontram esses filhos; os pais acham que é um modo de

eles saírem da sua “alçada” e encaram-no muitas vezes como uma perda de respeito. E daí resultam duas atitudes contrárias: o

autoritarismo que nega a hipótese de diálogo e o permissivismo que determina um corte afectivo entre o adolescente e os pais.

ESC - E de que formas o podemos evitar ou minimizar?

MF - Penso que o factor mais importante para evitar este tipo de conflitos é mesmo o diálogo e a comunicação entre os pais

e os seus filhos porque a maior qualidade que nós, seres humanos, temos é exactamente a característica de comunicarmos.

No entanto, é também importante a consciencialização por parte dos pais e dos filhos, claro, que existem regras a cumprir

mas que também deve existir um ambiente propício ao diálogo e ao relacionamento saudável que pode haver entre pais e

filhos.

(Conclusão da entrevista: página 11)

…o factor mais importante para evitar este tipo de conflitos é mesmo o diálogo e

a comunicação entre os pais e os seus filhos porque a maior qualidade que nós, seres humanos, temos é exactamente a

característica de comunicarmos.

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sete

Andre

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ilipa, 11º

E

Viagem às lojas de tattoos por Marta Maia, Sara Heitor (10ºD) e Sofia Cardoso, 10º B

No dia 12 de Novembro dirigimo-nos a algumas lojas de piercings e tatuagens no Barreiro,

dizendo que gostaríamos de fazer uma tatuagem da imagem ao lado (com cerca de 10 cm) e

procurámos saber quanto custaria. Nesta pequena viagem, o nosso primeiro destino foi a loja El Diablo, situada no centro

comercial Alfredo da Silva, no centro do Barreiro. Aí informaram-nos que a tatuagem custaria entre 60€ e 70€.

Ainda nesta mesma loja pudemos falar com uma senhora que tinha acabado de fazer uma tatuagem e que prestou o seu testemunho muitíssimo positivo e “cor-de-rosa”.

Ainda no El Diablo, pedimos também algumas informações sobre piercings. Os preços variam entre 22,5€ (na

cartilagem) e 75€ (nos genitais). Os piercings mais usuais, no umbigo ou na língua, custam 50€ e no sobrolho, se o

brinco for uma argola custa 30€, se o brinco for uma barra o preço é de 35€. Em seguida, dirigimo-nos até à loja Tiger Tattoo, situada no piso superior do centro comercial Via Europa.

Nesse local verificámos que a mesma tatuagem custava entre 60€ e 75€, apesar de nos terem alertado para o perigo

de a imagem que levámos perder a definição por ser muito pequena. Nesta loja não nos disseram concretamente os preços dos piercings, deram-nos apenas

uma margem, por exemplo, os piercings no sobrolho custariam entre 30€

e 60€, no umbigo os preços oscilavam entre os 30€ e os 50€.

Piercings e Tatuagens

Cuidados a ter

Depois de algumas pesquisas, aqui ficam os cuidados que temos de ter

com os piercings e as tatuagens após a aplicação.

Piercings: Limpar duas vezes por dia.

1º Dissolver uma colher de chá de sal em ½ litro de água quente e

limpar. 2º Aplicar pomada Bacitricina 2x por dia, de 3 em 3 dias (ou Betadine

de manhã e noite).

O que nunca deves fazer: Nunca pôr álcool; não usar brincos de ouro com menos de 18 kilates;

nunca tocar no piercing com as mãos sujas; não usar Betadine em brincos

de ouro; evitar o contacto com água de piscinas, rios e barragens (durante, pelo menos, 6 semanas); evitar usar roupa apertadas sobre o piercing (pode

causar alergias, inflamações e prolongar o tempo de cicatrização); evitar o

contacto com fluidos corporais de outras pessoas.

Tatuagens: Tirar o penso após 2 horas.

Lavar com água e sabão de glicerina.

Aplicar Betadine Plus 4 a 5 vezes por dia. Não expor ao sol, água salgada ou piscina durante 2 semanas.

Não coçar ou arranhar a crosta, deixá-la cair naturalmente.

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Porque não tem piercing

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Feminino

Piercings &

São várias as razões que provocam o conflito

entre gerações diferentes. Consciente dessa realidade, o ESCrito pegou num dos pomos da

discórdia – a moda dos piercings e das tatuagens –

e realizou um inquérito aos alunos da escola, de forma a elaborar um retrato.

Os resultados apurados mostram que, ao contrário do que à primeira vista nos pode parecer,

poucos são os que usam piercings ou fizeram uma

tatuagem. Mas vejamos as respostas à lupa.

Piercings

Em relação aos piercings, apurámos que são maioritariamente preferidos pelas raparigas; no entanto, ambos os

sexos são unânimes quanto à idade ideal para os fazer - os 15 anos.

No entanto, os pais “casquilhenses” podem estar descansados, pois, em primeiro lugar, três quartos da

população escolar não tem piercings e a maioria fez apenas um, correspondendo a uma percentagem ínfima aqueles

que têm mais de seis.

E eis que surge a eterna questão: o que os leva a usar um piercing? Na verdade descobrimos que a resposta é simples, a maioria afirma simplesmente que usa porque gosta.

No entanto, quando a pergunta tenta saber os motivos daqueles que não usam piercings, as respostas dividem-se: a maioria das raparigas declara que

os familiares não deixam e os rapazes afirmam que não gostam. Atenção pais

e mães galinha!

Porém, muitos inquiridos, ou por conhecerem os riscos, ou simplesmente

para escolherem a resposta politicamente mais correcta, afirmam que ainda não têm idade para usar piercings.

MM

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Ano I, nº 7, Novembro/2005

nove

Tatuagens por Ana Arede e Sofia Pia, 11º G

Grande parte dos inquiridos não tem tatuagem, sendo muito pequena a percentagem dos que se arriscaram a

desenhar o corpo. Entre os corajosos, a maioria optou por tatuar apenas uma imagem.

Apesar das oscilações em função das faixas etárias, as raparigas destacam-se por serem as pioneiras, pois a maior parte faz a sua primeira tatuagem aos 15 anos, enquanto os rapazes preferem esperar mais um pouco,

normalmente até aos 18 anos, a idade da independência…

Quanto ao local escolhido para fazer a tatuagem a maior parte dos inquiridos respondeu “outro local”, o que nos deixa numa grande e inesperada incerteza. No

entanto, o local de eleição das raparigas é o

fundo das costas, enquanto que as preferências

dos rapazes se dividem entre o braço e o ombro.

Quanto aos motivos que os levaram a fazer

uma tatuagem, mais uma vez, tal como nos piercings, a maioria afirma que fez

simplesmente porque gosta.

As respostas daqueles que não têm nenhuma tatuagem voltam a ser idênticas: os

rapazes não fazem porque não gostam,

enquanto que as raparigas são mais uma vez

proibidas/protegidas pelos familiares. Mas

mais uma vez alguns inquiridos afirmam não terem feito a tatuagem porque o

corpo ainda se está a

desenvolver e a tatuagem poderia deformar-se.

Cá está, como afirmámos no início, na realidade dos Casquilhos não existem tantos

jovens com piercings e/ou tatuagens como

parece. Talvez isto queira dizer que existem menos conflitos em casa… ou então,

simplesmente, são outros os motivos…

Locais da tatuagem

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Feminino

Ficha técnica Este inquérito foi realizado aos alunos de todas as turmas da Escola Secundária de

Casquilhos (excepto ao 10º F a quem, por uma série de acasos, não foi possível distribuir

os questionários), presentes em situação de sala de aula, entre 2 e 5 de Novembro de 2005.

Foram recolhidos 460 inquéritos, dos quais foram totalmente eliminados 17 por não

indicarem a idade e/ou sexo do inquirido ou por serem manifestamente incoerentes. O tratamento informático é da responsabilidade do prof. Renato Albuquerque.

RA

RA

MM

Page 10: Jornal ESCrito n. 7

Ano I, nº 7, Novembro/2005

dez

Inquérito aos encarregados de educação

Porque se “passam” os pais? por Renato Albuquerque

O que é que, de facto, faz um pai ou uma mãe “passar-se”? Os piercings? As tatuagens? As companhias? Qual

será o principal motivo para entrarem em conflito com os filhos?

Não pudemos deixar de interrogar também os pais e os encarregados de educação sobre este tema.

A causa mais frequente de conflito, aquela que

surge mais vezes, é o tempo que os filhos “passam no

computador” ou a jogar (18,9% das respostas). O tempo assim ocupado poderá ser mesmo maior do que

aquele que se passa a “ver televisão” que só aparece

referido como causa de “guerra” em quarto lugar (12,2% das respostas).

Se é verdade que tudo isto acontece, então

percebem-se perfeitamente as causas que vêm referidas em segundo e terceiro lugares, o facto de “ter

o quarto desarrumado” e de “não estudar” (com

17,7% e 13,4% dos casos, respectivamente): é claro que o tempo não chega para tudo…

Note-se que esta causa de conflito não discrimina

sexualmente os filhos: tanto eles como elas são

igualmente desarrumados. Saliente-se ainda que mais 2,4% dos pais, sem

referirem especificamente o quarto desarrumado,

indicam a resistência em “participar nas tarefas domésticas” ou em “limpar o pó”.

A questão referida a

seguir é uma pura

questão de autoridade: 11% dos filhos “não

obedecem” ao que se lhe

diz. Esta questão não especificava qualquer

caso concreto pelo que

se supõe que os pais que a escolheram se

queixam de uma

desobediência genera-

lizada. Mais 1,2% sentiram necessidade de

acrescentar a

“teimosia”, o que pode ser entendido como uma

causa. Igualmente,

quando 7,3% dos pais se queixam da “linguagem

utilizada” supõe-se que

seja tanto em casa como em qualquer outra situação.

Neste aspecto parece que na escola alguns alunos se limitam apenas a repetir este comportamento.

Como curiosidade, “ter feito ou querer fazer um

piercing” apenas é referido em 2,4% dos casos, enquanto “ter feito ou querer fazer uma tatuagem” só

é referido em 0,6% das respostas.

Em suma: os pais gostariam que os seus filhos não passassem tanto tempo no computador ou a jogar, fossem

arrumados, estudiosos, obedientes e usassem uma linguagem adequada em qualquer situação.

Ficha técnica Este inquérito foi realizado em Novembro de 2005 aos pais ou encarregados de educação de 8 turmas da Escola Secundária de

Casquilhos, sendo 1 turma de cada ano, do 7.º ao 12.º, mais 1 do 10º e outra do 11º. As respostas foram levadas para casa pelos

alunos e respondidas aí. Todas as perguntas eram fechadas, pedindo-se na última que indicassem “as três principais causas de

conflito com o seu filho ou educando”.

Foram recebidas 58 respostas. 79,3% das respostas foram dadas pelas mães, 13,8% pelos pais e as restantes (6,9%) por

pessoas com outro parentesco ou sem parentesco. 41,4% dos respondentes não têm mais que o 9.º ano, exactamente a mesma percentagem dos que frequentaram ou terminaram o ensino secundário; 17,2% possuem um curso superior. Os filhos ou

educandos dos respondentes são 29,3% do sexo masculino e 70,7% do sexo feminino. Estes valores significam que houve uma

muito maior taxa de retorno de inquéritos das alunas do que dos alunos.

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Ano I, nº 7, Novembro/2005

onze

Gripe das Aves por Mário Durval (delegado de saúde do Barreiro)

A gripe das aves é uma doença causada por um vírus que não apareceu este ano. Este vírus (H5N1) está

identificado como patogénico (1)

para os animais, há mais de 4 décadas (1961), e os seus “antepassados” já

provocaram pandemias (isto é, “epidemias mundiais”) há muitos séculos.

Esta doença atinge sobretudo as aves, em particular as de capoeira, e os patos são o seu reservatório natural. A

migração das aves é um potencial factor de disseminação do vírus. Porém, as rotas das aves migratórias asiáticas, fonte do problema, não passam por Portugal.

Se é verdade que se trata de uma situação séria, mais verdade é que NÃO existe perigo imediato, nomeadamente no nosso país. Sendo a gripe das aves uma realidade, não há nem houve ainda um único caso positivo de doença

em nenhuma ave em Portugal, apesar de, só este ano, já terem sido analisadas mais de 5000 aves tanto de capoeira

como selvagens, no Laboratório Nacional de Veterinária.

As pessoas também podem ser contaminadas, mas a transmissão das aves para as pessoas é muito difícil. Até

agora TODAS as vítimas trabalhavam com aves, tendo portanto tido contacto directo com o vírus, que está presente nas fezes e secreções

das aves. Não está provada, até agora, a transmissão directa entre

pessoas.

A alimentação não oferece qualquer risco. Por isso, podemos

continuar a comer carne de aves, bastando para tal cozinhá-la a pelo menos 70 graus.

Na prevenção o importante é evitar contacto directo com aves potencialmente doentes, nomeadamente com as suas excreções. No

caso de se encontrar alguma ave morta, não se deve ter contacto físico

com a mesma, muito menos com as suas excreções/ excrementos, devendo ligar para as autoridades sanitárias ou com responsabilidade

na higiene pública. No caso do Barreiro, deve ligar-se para a Divisão

de Higiene Urbana da Câmara Municipal (2)

.

No concelho do Barreiro a Protecção Civil tem um plano de

prevenção que irá ser aplicado, de modo a garantir uma defesa adequada contra a doença. Por isso, qualquer que seja a evolução,

serão tomadas as medidas adequadas à situação e a população será

informada das decisões em devido tempo.

(1) patogénico – que provoca, ou pode provocar, uma doença [nota da Redacção]

(2) Câmara Municipal do Barreiro: Tel. 21 206 80 00; Fax. 21 206 80 01; Linha Azul: 800 20 33 02

Colóquio a 7 de Dezembro

Saúde Pública

No próximo dia 7 de Dezembro, em hora a anunciar, o dr. Mário Durval, na sua qualidade de Delegado de

Saúde do Barreiro, virá à nossa escola falar sobre Saúde Pública. Prevê-se que esta sessão seja destinada aos

alunos do 3.º Ciclo do Ensino Básico (7.º, 8.º e 9.º anos).

Entrevista p. 6 (conclusão)

ESC - Uma última questão: os pais aparecem sempre como os “maus das fita”. Não será também necessário haver um

empenhamento da parte dos filhos para evitar este conflito?

MF - É claro! O diálogo só pode existir se houver exactamente um empenhamento de ambos os lados. É forçoso que ambas

as partes estejam dispostas, ao mesmo tempo, a escutar e expor as suas ideias. Resume-se tudo a um grau de tolerância e de

respeito mútuo que se deve adoptar e manter ao máximo para evitar que nasçam este tipo de conflitos, incómodos tanto para os

pais que sentem que perderam o controlo e nem sempre conseguem adoptar as estratégias mais inteligentes de o recuperar,

como para os filhos, que se sentem aprisionados nos ideais paternos e excluídos das suas vontades.

Ana S

ousa

, 11º

E

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Ano I, nº 7, Novembro/2005

doze

Intervenção de rua Lista L 8.Nov.05

MM

Festa Lista B 9.Nov.05

RA

Já aconteceu…

Reabertura do Gabinete de Apoio e Orientação Escolar

(Re) começou a funcionar dia 17 de Outubro o Gabinete de Apoio e Orientação Escolar. Dirigido de novo pela

dr.ª Lígia Varandas, os seus objectivos são apoiar os alunos na resolução de problemas de integração e orientá-los na escolha do seu futuro. Este Gabinete actua igualmente ao nível da psicopedagogia e pode ser procurado por toda

a comunidade educativa.

Falta de funcionários

A vinda à nossa escola, no dia 18 de Outubro, da Coordenadora da Área Educativa da Península de Setúbal, Ana Paula Covas (na foto,

conversando com o Presidente do Conselho Executivo, prof. Jorge

Paulo Gonçalves) permitiu a contratação de mais funcionários, pagos através de horas de limpeza (216 horas a utilizar entre 24 de Outubro e

30 de Novembro).

Com esta medida conseguiu-se minorar a tradicional falta de

auxiliares de educação que se sente na nossa escola e aliviar um pouco o esforço dos que aqui trabalham.

Espera-se a renovação destas horas para os meses seguintes.

Aldeia SOS – visita de estudo por Inês Esteves, 8º A

No dia 21 de Outubro, as turmas do 8º A e 8º C da nossa escola, acompanhados por colegas da Escola

2+3 da Quinta da Lomba, visitaram uma Aldeia

S.O.S, no Estoril.

Esta visita de estudo foi organizada pelos professores de Educação Moral e Religiosa de ambas

as escolas, com a finalidade de ajudar a perceber a

realidade de crianças que vivem com várias dificuldades, sujeitas a agressões físicas e

psicológicas.

As Aldeias S.O.S. surgiram depois da 2ª Guerra Mundial, em vários países da Europa, com o objectivo

de receber crianças que viviam na rua e dar-lhes uma

família.

Hoje, esse objectivo mantém-se, não por causa da guerra, mas devido a variadíssimas situações de

exclusão social, características das sociedades

modernas. Após esta visita e apesar da chuva os alunos ainda

foram ao Jardim Zoológico.

Eleições para a Associação de Estudantes

A nova direcção da Associação de

Estudantes foi eleita pelos alunos dia 11 de Novembro. Concorreram duas listas, B e L,

tendo ganho a primeira. A nova presidente é a

Catarina Serra (10º E) que, neste número, é o

nosso Perfil (ver página 3). Como sempre, a campanha eleitoral foi bastante animada,

tendo decorrido nos dias 8 e 9.

Faz um postal para o Natal

Os professores do Departamento de Expressões Plásticas e Artísticas promoveram um concurso de cartões de Natal, com o objectivo de cativar os alunos para uma participação mais activa nas iniciativas da escola.

Este concurso esteve aberto a todos os alunos do 3º ciclo e do secundário e as propostas, elaboradas em

formato 10x15 ou 10x21 centímetros, deviam ser entregues no Conselho Executivo até ao dia 23 de Novembro de 2005.

O PCE e a CAE

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Ano I, nº 7, Novembro/2005

treze

A não perder

Anorexia e bulimia

Dia 23 de Novembro, às 10 horas, no Auditório da escola, dois psicólogos da equipa do dr. Daniel Sampaio vêm

falar sobre anorexia e bulimia, dois problemas que afectam a saúde dos jovens nos dias que correm. Este colóquio

integra-se no ciclo Os Jovens e o Mundo de Hoje, organizado pela professora Filomena Dias.

Autoras de livro sobre o Barreiro vêm à Escola

As autoras de O Barreiro na transição do século XIX para o século XX, as ex-professoras desta escola Ana Reis

e Rosa Gautier, vêm à nossa Biblioteca no próximo dia 30 de Novembro oferecer um exemplar da sua obra. Na

altura terão a oportunidade de conversar sobre este tema com todos os amigos que aqui continuam a trabalhar.

Minerália

Nos próximos dias 23, 24 e 25 de Novembro realiza-se pelo quarto ano consecutivo a

Minerália – exposição e venda de rochas e minerais em bruto, para além de aplicações em

pulseiras, anéis, fios, etc. Há preços para todas as bolsas e é uma excelente oportunidade para antecipar algumas compras de Natal. Esta exposição/venda é uma iniciativa dos professores

do Departamento de Ciências Naturais.

Moral vai ao Norte

No próximo dia 1 de Dezembro, a professora de Educação Moral Religiosa e Católica, Inês Barão, parte com os

seus alunos rumo a várias cidades nortenhas. Durante três dias, alunos do 9º e do 10º anos, acompanhados por

colegas da EB 2+3 da Quinta da Lomba, vão conhecer o património que as cidades de Amarante, Braga,

Guimarães, Santa Maria da Feira e Porto têm para oferecer. Os desejos de uma Boa Viagem.

Teatro na Escola

Dias 13 e 14 de Dezembro o Teatro Orgânico vem à escola apresentar a peça Antes de Começar que tem estado

em exibição na sala do Futebol Clube da Quinta da Lomba. Serão realizadas 4 sessões com entradas gratuitas.

Alunos e professores reabilitam espaços verdes Alunos do 7ºA, 7ºB, 8º A e 8º D já começaram a compor algumas das

zonas verdes da escola. A iniciativa partiu dos professores Elisabete Tojo,

João Patrão e Orlando Nunes, no âmbito da disciplina de Área de Projecto. O objectivo é melhorar os espaços verdes que nascem descontroladamente

pela nossa escola, organizando-os com canteiros de ervas aromáticas e

outras espécies.

Agenda da BE-CRE

A BE-CRE (Biblioteca Escolar - Centro de Recursos Educativos) promove, ao longo do ano lectivo, diversas

actividades a não perder:

Novembro – Comemoração do dia de São Martinho e do 30º aniversário da independência de Angola.

Dezembro – Actividades de Natal.

Janeiro – A Paz e a Guerra: 1 de Janeiro, Dia Mundial da Paz; 27 de Janeiro, Dia do Holocausto.

Fevereiro – Iniciativas no âmbito do Dia dos Namorados.

Março – Comemoração do Dia Mundial da Floresta.

Abril – Abril Livros Mil: Feira do Livro Usado

Maio – Actividades no âmbito das comemorações do 45º aniversário da Escola Secundária de Casquilhos.

Junho – Arraial de Santo António

Preparando o terreno

ON

RA

Exemplar de Aragonite

Page 14: Jornal ESCrito n. 7

Ano I, nº 7, Novembro/2005

catorze

Ainda a propósito do Dia Europeu das Línguas

Apologia de Babel por Edite Jubilot, prof.ª 9.º G.

The Shepherd and the Moon. Neste livrinho

minúsculo, oferecido por uma (iluminada) professora de Inglês durante o meu 1º ano do Ciclo Preparatório

(agora 5º ano), descobri as delícias de viver em Babel

e para sempre me tornei numa inveterada pecadora

linguística. Se é certo que o tempo e a falta de oportunidade de prática já se

encarregaram de me redimir de

alguns pecadilhos menores em Sueco, Italiano ou Romeno, a

verdade é que o prazer do

sentimento de culpa permaneceu intacto até hoje. Por isso, daquele

livro recordo, não tanto o conteúdo, mas sobretudo o

título, todo ele evocador de sensações e emoções

conquistadas no puro acto da primeira leitura numa língua que começava a ser menos estrangeira.

Assim descobri também que Deus é infinita

bondade pois, através do castigo da dispersão, decidiu presentear-nos com a dádiva incomensurável

da diversidade linguística, através da qual se molda a

riqueza intrínseca de tudo o que se constrói pela existência de um “outro”. É bem provável que, nesse

momento, tenha tido início a verdadeira criação do

mundo, porque é a condição poliglota, por meio da

imposição da partilha, que permite a moldagem da criatividade do pensamento e das sensações, a qual

constitui a grande vantagem do espírito humano.

Cada língua é geradora de uma visão

particular do mundo, inigualável em qualquer outra.

Por isso, quando uma língua morre, ficamos todos mais pobres.

Estima-se que o número de línguas distintas

faladas no planeta em todos os tempos seja entre

15000 e 20000, dois terços das quais já se extinguiram. Mas a ameaça actual

é bem mais forte e rápida. Muitas

línguas estão a ser exterminadas ou abafadas devido ao regresso à

ideia primordial de que a

multiplicidade gerada em Babel é um sacrilégio. O alastramento e a

imposição do poder económico e tecnológico anglo-

americano em todo o mundo arrasta consigo a ideia

idílica de um paraíso monoglota, reduzido a um só sentido e a uma identidade única. Se nos revoltamos

com o extermínio da fauna e da flora de vastas

regiões do globo, se queremos a todo o custo lutar pela preservação da diversidade da criação, porque

caminhamos pacífica e alegremente para a câmara de

gás que nos reduzirá às cinzas de uma identidade sem alma?

É preciso resistir. Nem que seja através do

simples gesto de recriação de novos sabores, ao

aprender a pedir, em cada dia que passa, o hambúrguer no McDonald’s num idioma diferente.

Porque o uno se constrói pela coexistência, não pela

supressão das partes.

SU DOKU por André Galvão, 12º E

Preenche as casas vazias com algarismos de 1 a 9 de modo a que o mesmo número não se repita em

cada linha, coluna ou quadrado.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

5

8

3

8 9 7 1 4 3 5 6 2

7

2

7

4 1 8 9 6 7 2 3 5

O alastramento e a imposição do poder económico e tecnológico

anglo-americano em todo o mundo arrasta consigo a ideia idílica de um paraíso monoglota, reduzido a um

só sentido e a uma identidade única.

Solução

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Ano I, nº 7, Novembro/2005

quinze

Ministério responde ao C. Pedagógico

No seguimento da carta que o Conselho Pedagógico lhe tinha dirigido em 28 de Setembro, insurgindo-se contra o facto de

os professores passarem a ter 2 faltas mesmo que leccionassem 45 minutos de uma aula de 90, este órgão recebeu o ofício

8178, de 25 de Outubro, com a seguinte resposta da chefe do gabinete do Secretário de Estado da Educação:

RA

RA

Page 16: Jornal ESCrito n. 7

Ano I, nº 7, Novembro/2005

dezasseis

Kaskilhos por Kay

Esqueceram-se de nós

Quando foi urbanizada a zona junto à escola,

no lado nascente, construiu-se aí um acesso ao

Parque da Cidade (Porta das Gateiras) que quase

“enterrou” os Casquilhos: o muro que aí existia,

com perto de 2,5 metros ficou reduzido a cerca de

50 cm, dando para um “precipício” de quase 3

metros de altura.

Se alguém cair aí, de quem é a

responsabilidade?

Pequeno Auditório

Está pronto a funcionar, na sala superior da

Biblioteca, um novo espaço – o Pequeno

Auditório. Equipado com 28 lugares e

equipamento multimédia, este espaço foi pensado

para as aulas de substituição do 3.º Ciclo e como

alternativa ao [Grande] Auditório.

A iniciativa foi do Coordenador da BE-CRE

(prof. Jorge Duarte) e contou com a ajuda do

prof. José António, das funcionárias D. Elisabete

Ferreira, Sandra Viola e Rosa Maria (esta última,

na realização dos cortinados) e ainda do Sandro

(8º C).

RA