JORNAL MEIO AMBIENTE

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JORNAL MEIO AMBIENTE PARANÁ

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e d i t o r i a l

2Destaque

e x p e d i e n t e

Diretor Responsável: José Leonardo de Oliveira | Jornalistas: Gilberto Costa - DRT 3951-PR - E-mail: [email protected] - Casemiro Eugênio Linarth - DRT 1137-PR- E-mail: [email protected] | Instituto Ambiental, Cultural e Turístico CARIJÓ: Nelson Edison de Moura Rosa e Graça Santiago de Moura Rosa | Correspondentes: JeováCabral - Juarez Fernandes | Endereço: Praça Ozório, 351 - 2o andar - sala 25 | Telefone: 3024-8369 | Site: jornalmeioambiente.com.br | E mail: [email protected] |Diagramação, Arte e Produção: Editora Exceuni - Aldemir Batista: (41) 3657-2864 / 9983-3933 - [email protected]| Colaboraram com esta edição: Robinson Rolin Ressett,engenheiro agrônomo, Professor PhD na Área de Inovação Tecnológica e Sustentabilidade da UTFPR Elói F. Casagrande Jr. Os artigos assinados não correspondem necessariamente a

opinião deste jornal. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo do Jornal Meio Ambiente, sem a prévia autorização.

J O R N A L M E I O A M B I E N T E E D I Ç Õ E S L T D A

19Saúde

1. Bares, cafés, restaurantes, lan-chonetes e casas noturnas:

Onde é proibido fumar?R: Dentro desses estabelecimentos

fica proibido fumar. Não serão maispermitidas áreas para fumantes ou fu-módromos.

Onde é permitido fumar?R: Em mesas na calçada, o cigarro

será permitido, desde que a área sejaaberta e não esteja próxima de portasou janelas abertas do estabelecimento.

Se houver toldo sobre as mesascolocadas na calçada, é permitidofumar?

R: É permitido quando há barrei-ras, paredes ou janelas permanentemen-te fechadas, impedindo que a fumaçaentre no estabelecimento. Além disso, aslaterais e a frente do toldo devem estarlivres para que haja circulação do ar. Asmesas com permissão para fumar po-derão, também, ficar intramuros no es-tabelecimento, mas somente em áreasabertas e distantes, pelo menos 2 me-tros, de portas e janelas que dêem paraambientes fechados.

Podem ocorrer demissões nessesestabelecimentos?

R: A experiência internacional mos-tra que, em cidades onde foram adota-das medidas semelhantes, não houvediminuição de empregos em bares e res-taurantes. Em alguns casos, houve atéaumento.

2. Ambiente de TrabalhoDentro das empresas ou locais

fechados o "fumódromo" é permi-tido?

R: Não. A nova lei que cria ambien-tes 100% livres de tabaco e não autori-za nenhum tipo de fumódromo.

3. Shoppings e praças de alimen-tação

Existe algum ambiente internoonde é permitido fumar?

R: Não. Como no caso de bares erestaurantes, áreas fechadas por uma oumais parede ou teto e estacionamentoscobertos, não é permitido fumar, bemcomo a existência de fumódromos.

4. TáxisCom as janelas abertas é permi-

tido fumar dentro do Táxi?R: Não. Fumar fica proibido ato de

fumar por motoristas ou usuários nointerior de táxis, vans, ônibus ou qual-quer tipo de transporte coletivo.

5. ParquesFumar em parques será permitido?R: Fumar será permitido nas áreas

ao ar livre dos parques. Recomenda-senão fumar junto a equipamentos (par-quinhos, bancos para descanso e espa-ços de concentração de pessoas a exem-plo da área de eventos do bosque do

Lei Antifumo: onde pode e onde não pode fumar

Papa, do Serpentário do Passeio Públi-co, a Trilha e Casa de João e Maria doBosque Alemão, pontes e passarelas dosparques municipais, entre outros.

6. Hotéis e SimilaresÉ proibido fumar em Hotéis e Si-

milares?R: Sim. Em áreas fechadas de uso

coletivo, como saguões de entrada, cor-redores e restaurantes, fica proibido fu-mar. Não poderá haver áreas para fu-mantes ou fumódromos. O fumo ape-nas estará autorizado no interior dosquartos, desde que ocupados pelo hós-pede.

7. TabacariasÉ proibido fumar nesses locais?R: Não, desde que o estabelecimen-

to seja específica e exclusivamente des-tinado ao consumo de cigarros, charu-tos e narguilé no próprio local. Porém, atabacaria deverá criar área isolada, ex-clusiva para o consumo de tabaco eoutros fumigenos. Não será permitidoo serviço de bar e restaurante ou outraatividade laboral na área de consumode produtos fumígeros, para a proteçãoda saúde do trabalhador, devendo, ain-da, ter exaustão para retirada da fuma-ça e ventilação exclusiva. As demais de-pendências das tabacarias devem ser li-vres da fumaça do tabaco.

8. Dúvidas GeraisEssa lei acaba com a liberdade

individual de cada pessoa para de-cidir se quer fumar ou não?

R: Não. A lei não proíbe o cigarro,que segue liberado em áreas ao ar livreou dentro de casa, por exemplo. Apenasrestringe o ato de fumar em recintosfechados de uso coletivo, para que asaúde de quem não fuma não seja pre-judicada, avançando na restrição com aeliminação do fumódromo, para prote-ger a saúde dos trabalhadores.

Os fumantes poderão ser penali-zados?

R: Não. A fiscalização não será feitasobre os fumantes. Os objetos de fisca-lização serão os estabelecimentos, quedeverão cuidar para que os ambientesestejam 100% livres de tabaco.

Haverá ação da polícia na fiscali-zação?

R: O responsável pelo estabelecimen-to deverá orientar os clientes a não fu-mar. A polícia só será chamada em últi-mo caso, ou seja, naqueles incidentes emque o fumante não atenda a reiteradospedidos, quando, então, deverá ser reti-rado do estabelecimento e, se necessá-rio, com auxílio de força policial.

Por que os proprietários dos esta-belecimentos, e não seus clientes, é queserão fiscalizados?

R: Porque a legislação define que éobrigação dos donos ou responsáveis dosestabelecimentos em garantir ambientessaudáveis para seus clientes. São respon-sáveis pelas condições de segurança esalubridade destes locais, independenteda natureza jurídica ou razão social dosmesmos. Os recintos devem estar sina-lizados com avisos ou símbolos de proi-bido fumar, sem cinzeiros ou caixa deareia no interior dos recintos fechadosou semi-fechados e não possuir áreapara fumantes ou fumódromos.

Quando um estabelecimento faz lo-cação dos seus ambientes para eventos,quem será responsabilizado: o proprie-tário ou quem aluga?

O proprietário será responsabiliza-do, pois mesmo havendo locado o esta-belecimento, deve cumprir ou fazercumprir a legislação sanitária. É impor-tante que os estabelecimentos que fa-zem locação de ambientes, incluam es-clarecimentos e cláusulas de contratogarantindo o cumprimento da Lei13254/09.

O que acontece com os estabeleci-mentos que não respeitarem a lei An-tifumo?

R: Eles receberão multa na primeiravez em que forem flagrados. Na segun-

da, a multa será dobrada. Em caso denovas reincidências, o estabelecimentopoderá até ter a Licença Sanitária cassa-da.

Fumar no interior de condomí-nios residenciais e comerciais, ho-rizontais e verticais é permitido?

R: Não. Recomenda-se que as nor-mas da Lei Antifumo sejam incorpora-das aos estatutos dos condomínios, po-dendo, inclusive, serem mais restritivasquanto ao ato de fumar em outras áre-as. A Legislação Municipal prevê que éproibido fumar nas áreas fechadas deuso comum de condomínios, como nohall de entrada, salão de festas ou cor-redores. Nas áreas ao ar livre, como pis-cinas, jardins ou quadras abertas, pode-rá ser permitido.

Como posso denunciar um estabe-lecimento que estiver infringindo a lei?

R: As denúncias podem ser feitaspelo telefone 156 ou 0800 644 00 41 epessoalmente, por escrito, nas sedes dosdistritos sanitários e da Secretaria Mu-nicipal de Saúde, utilizando modelo derelato da infração, conforme preconizaa Lei 13.254/09.

Na sacada do apartamento é per-mitido fumar?

R: A Lei Municipal não se aplica àambientes internos de residências.

A Vigilância Sanitária de Curiti-ba aplicará as multas da Lei Esta-dual Antifumo?

R: Não, a multa será de R$ 1.000,00,conforme a Lei Municipal 12.354/09,sem prejuízo de outras sanções previs-tas na Lei Municipal 9000/96

Quando a Lei Municipal Antifumon. 13.254 entra em vigor?

Entra em vigor à zero hora do dia19 de novembro de 2009. A partir des-te momento a VISA poderá autuar oestabelecimento que descumprir a Lei.

Como fica a Secretaria Municipal daSaúde frente à Lei Antifumo do Estadodo Paraná?

A Vigilância Sanitária de Curitiba de-senvolverá suas ações e autuações combase no disposto na Lei Municipal deCuritiba.

Outras questões devem ser esclare-cidas na SMS - Vigilância Sanitária, fone3350-9393.

A Lei Antifumo entrou em vigor dia 19 de novembro. Veja as perguntas e respostas sobre o assunto:

Ministro presta homenagem aosservidores do Ibama e do Chico Mendes

Na semana de 9 a 13 de novembro de 2009, houve dois fatos muito importantes, muito marcantes, que foramvitórias do Ministério do Meio Ambiente, do Ibama, do Instituto Chico Mendes (ICMBio), da Secretaria deMudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA. Mas também vitórias de vários parceiros, da sociedade.Uma delas, foi o menor desmatamento da Amazônia da história brasileira, desde que esse bioma é monitoradopelo Inpe, há 21 anos. Uma queda muito expressiva. O outro número menor tinha sido 11 mil Km², há muitosanos, e esse foi 7 mil Km². Mesmo recentemente, em 2004, por exemplo, o desmatamento foi de 27 mil Km².Então, alcançamos uma marca de um quarto disso. É um número muito expressivo, uma contribuição para oBrasil, para os povos da Amazônia, para o mundo, para o clima do planeta.A outra vitória foi o Brasil ter adotado metas de redução de CO². Durante muitos anos, a posição brasileira nãoera essa, por questões diplomáticas, econômicas, por questão de se achar que a responsabilidade pela redução dosgases-estufa era só dos mais ricos. Em suma, por várias questões, o Brasil não tinha meta. No Ministério do MeioAmbiente, a Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental tomou uma posição forte em relação àquestão, e nós bancamos, fomos com a sociedade, com a academia, e felizmente, também nessa semana, o gover-no brasileiro adotou essa posição de corte entre 36 e 39 por cento das emissões de 2020.Então, em apenas uma semana, houve dois fatos importantes: o menor desmatamento da história e as metas declima. Então eu queria compartilhar com todos os técnicos, analistas ambientais, profissionais do Ministério, doIbama, do Chico Mendes, da Secretaria de Mudanças Climáticas, do Serviço Florestal. Em suma, de todas as áreasque atuaram nisso. Eu queria fazer especialmente uma homenagem aos nossos companheiros do Ibama e doChico Mendes. Nossos companheiros que estão na linha de frente. Eu participei de mais de vinte operações juntocom os companheiros, lá, em lugares muito isolados, no interior do Pará, de Mato Grosso, em Buriticupu, noMaranhão perto do Pará, em Paragominas, onde os carros do Ibama foram queimados, a sede foi queimada, e eusei em que condições esses companheiros trabalham, com outras forças também, como a Força Nacional, a PolíciaFederal. Portanto, eu me dirijo em especial aos companheiros do Ibama e do Chico Mendes, nossos dirigentes,nossa área da fiscalização, do Departamento de Proteção, da Coordenadoria de Proteção Ambiental, para osnossos superintendentes em todos os estados, da Amazônia em especial.Participamos também de boas operações no Paraná, no Rio de Janeiro, no Nordeste. Operações, por exemplo,contra a pesca predatória da lagosta. Então, eu queria deixar aqui o nosso reconhecimento para os nossos compa-nheiros do Ibama e ICMBio. Vocês foram excelentes, deram tudo de si, eu estou orgulhoso de vocês, o Brasiltambém está reconhecido, o presidente Lula está reconhecido. O Governo adotou uma meta forte de clima.Portanto, a gente mostrou que, no caso da meta de queda do desmatamento, o que parecia impossível, foi possível.Eu estou querendo compartilhar isso com todo o ministério, também com os ambientalistas, com o Governo,com os aliados. Um abraço muito forte para a Suzana Kahn e toda a turma do clima, para a Branca Americano,para os nossos companheiros, para o Tasso Azevedo, que se esmeraram, que ficaram lá virando noites para a gentechegar a uma boa fundamentação desses números das reduções. E para nossos companheiros do Ibama, o Luci-ano Evaristo, nosso diretor da Dipro, e toda a sua equipe, de primeira linha, que estão lá, ralando, suando a camisapelo Brasil para que não tirem o verde da nossa bandeira, para que a Amazônia não vire um deserto, para queoutros biomas também não sejam destruídos.Agora, a guerra contra o desmatamento está sendo direcionada também para o Cerrado, para a Caatinga. Umadas metas é Cerrado, graças inclusive ao monitoramento que o Ibama fez junto com outros setores do desmata-mento do Cerrado. Então, um grande abraço para vocês, meu orgulho, meu reconhecimento. Continuem assim,porque vocês estão dando um exemplo para esse país, um exemplo de que é possível resistir com dignidade emudar nossa história.

Saudações ecológicas e libertárias do Carlos Minc

O desafio em superar barrei-ras transformando sonhos em re-alidade, serve de inspiração e in-centivo para o aprimoramentoconstante dos nossos projetos.

Inovar é preciso. A inovaçãoé fator determinante para o su-cesso de qualquer iniciativa, porisso, a partir dessa edição, o Jor-nal Meio Ambiente, veículo con-solidado como referência na áreaambiental, dá um novo passo nasua missão de levar cada vez maislonge e a um público cada vezmaior a sua mensagem.

Além do novo visual, nossosleitores poderão adquirir o seuexemplar nas principais bancasda cidade, ou ainda, fazer a suaassinatura para receber o JornalMeio Ambiente através do nos-so site. É mais uma etapa donosso projeto que inclui grandesnovidades para 2010.

Nosso empenho se justificapelas grandes parcerias que acre-ditam em nosso projeto, a quemagradecemos pela confiança.Assim como nosso desejo de quea Conferência de Copenhagueresulte em grandes progressospara o futuro do nosso planeta.

Relevantes assuntos fazemparte dessa edição, como o curi-oso aumento de volume de águado rio Paraná, a história e asações da nossa Polícia Ambien-tal, a importância da reciclagemdos materiais de construção, te-lhados brancos, alimentos orgâ-nicos, a participação e a promes-sa dos países na Conferência deCopenhague e muito mais.

Uma agradável e proveitosaleitura.

CRIAÇÃO E EXECUÇÃO:

orgânicacw&d

comunicação web & design

www.organicawwd.com.br

n o s s a c a p a

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18 3Mundo Geral

n o t a s

Água da chuva podeser potável

A água da chuva pode ser po-tável, segundo estudo realizadona Austrália. A pesquisa foi feiaem 300 casas cujos proprietáriosusam a chuva como principalfonte de abastecimento de água.

Durante 12 meses, os casosde gastroenterite registrados nos

300 domicílios foram semelhantesaos do resto da comunidade, queconsumiu água tratada.

As neves doKilimanjaro derretemPesquisadores da Universidade

de Ohio, nos EUA, concluíram quea neve sobre o maior monte daÁfrica, com 5,8 mil metros, estádesaparecendo. O escritor ErnestHemingway "imortalizou" a mon-tanha da Tanzânia em seu conto Asneves do Kilimanjaro, de 1936, quese tornou um dos maiores suces-sos de bilheteria nos cinemas em

1952. Se as condições climáticasatuais persistirem, o gelo poderáderreter até 2033.

Al Gore lança novolivro sobre climaPrêmio Nobel em 2007, depois

de publicar olivro e o do-cumentárioAn inconve-nient truth(Uma verda-de inconveniente), o ex-vice-pre-sidente norte-americano Al Goreacaba de lançar outro livro. (Nos-sa opção: um plano para resolvera crise do clima), Gore apresentaestratégias para enfrentar as mu-danças climáticas. Segundo ele, olivro "oferece soluções que pode-mos - e devemos - começar a im-plementar hoje mesmo".

Dinamarca diz que 85 líderes participarão da cúpula em CopenhagueMais de 85 chefes de Estado e

de governo informaram a Dinamar-ca que irão participar da conferên-cia climática em Copenhague, se-gundo o primeiro-ministro dina-marquês, Lars Lpkke Rasmussen."Até agora a resposta tem sido ex-tremamente positiva", afirmouRasmussen.

Mais de 190 países se reuni-rão na capital da Dinamarcaentre os dias 7 e 18 de dezem-bro para negociar um novoacordo, que substituirá o Proto-colo de Kioto no combate àmudança climática.

Entre as principais divergênci-as estão os objetivos de reduçãodas emissões de gases causadoresdo efeito estufa entre os países de-

Barack Obama diz que EUA prometem metas contra o aquecimento

senvolvidos e em desenvolvimen-to e como levantar bilhões de dó-lares para ajudar os mais pobres alidar com o impacto do aquecimen-to global.

A decisão de anunciar uma pro-posta de redução das emissões degases do efeito estufa em 17% emrelação aos níveis registrados em2005 até 2020, foi tomada apósencontros recentes de Obamacom os líderes da China e Índia.A proposta americana prevê ain-da cortes de 83% até 2050 e, parachegar a esse patamar, estão pre-vistas reduções de até 30% até 2025

e de 42% até 2030. Todas as redu-ções tomam como referência o va-lor das emissões registradas em2005. Mesmo com o anúncio, nãofaltaram críticas em relação a dataescolhida pelo presidente que con-firmou que comparecerá ao encon-tro no dia 9 de dezembro.

Representantes da Casa Brancaafirmaram ainda que funcionáriosdo governo farão pronunciamen-

tos durante a conferência para ex-plicar as ações que os EstadosUnidos estão tomando para lidarcom o aquecimento, com medi-das de estímulo de US$ 80 bilhõespara energia limpa e regras parapromover fontes de energia, comoa eólica.

O primeiro-ministro dinamar-quês, Lars Rasmussen, se disse sa-tisfeito com a decisão.

Volume do rio Paraná aumentou 60% em 50 anos, segundo estudoO fluxo de água no rio

Paraná aumentou 60% nosúltimos 50 anos. É o maiorcrescimento de volume deum rio em todo o mun-do. A conclusão é de umapesquisa coordenada pelocientista chinês Aiguo Daí,em parceria com especialis-tas do Centro Nacional dePesquisas Atmosféricas (si-gla NCAR, em inglês), si-tuado no estado do Colo-rado, nos Estados Unidos,e é considerada a mais com-pleta e extensa sobre a si-tuação de 925 rios do pla-neta. Foi publicada no Jour-nal of Climate, da Socieda-de Meteorológica America-na.

O rio Paraná nasce en-tre os estados de São Pau-lo, Minas Gerais e MatoGrosso do Sul, na conflu-ência de dois importantesrios brasileiros, o Grande eo Paranaíba, e deságua norio da Prata, em territórioda Argentina. A sua vazãona foz é de 16 mil metroscúbicos por segundo. Emseu percurso banha o esta-do do Paraná, numa exten-são total de 3.998 quilôme-tros, e seria o nono rio maisextenso do mundo, se fos-se contado o trecho do rioParanaíba. Demarca a fron-teira entre o Brasil e o Pa-raguai numa extensão de190 quilômetros até a fozdo rio Iguaçu.

A pesquisa coordenada

por Aiguo Daí, um dos ci-entistas mais conceituadosdo mundo, analisou dadoscoletados entre os anos de1948 e 2004 e concluiu querios de algumas das regiõesmais populosas do planetaestão perdendo água, ooposto do que está ocorren-do com o rio Paraná. É ocaso da bacia do rio SãoFrancisco, que apresentouo maior declínio no fluxo de

águas, de 35%, entre osprincipais rios que corremem território brasileiro du-rante o período analisado.

No mesmo período, ovolume das águas na baciado rio Amazonas diminuiu3,1%, enquanto as baciasde outros rios brasileirosapresentaram uma eleva-ção na vazão, como acon-teceu com a bacia do To-cantins, que registrou um

acréscimo de 1,2% em suavazão. Essa variação estárelacionada principalmentecom mudanças na quanti-dade de chuvas nas regiõesdas bacias, segundo AiguoDaí.

Embora vários fatorescontribuam para esse fenô-meno, Aiguo Daí privilegiao descontrole do clima cau-sado pelo aquecimento glo-bal. "A modificação dosregimes de evaporação e deprecipitações está na ori-gem dessas perturbações",afirma. Segundo ele, algu-mas das mudanças na tem-peratura e nas precipitaçõesestão relacionadas com asalterações nas atividades doEl Niño, mas não todaselas.

Essa mudança no cicloda água teria efeitos dife-rentes conforme as regiões.Assim, uma queda signifi-

cativa do fluxo pode ocasi-onar a falta de água docepara as populações que vi-vem em zonas ár idas ,como ocorre no Nordes-te brasileiro. Em contrapar-tida, os rios alimentados poraumento de precipitaçõese derretimento de geleiraspodem causar inundaçõesgraves.

De acordo com o mes-mo estudo, 64 dos 200 mai-ores rios do planeta viramseu volume cair significati-vamente entre 1948 e 2004.O Ganges, na Índia, é o rioque teve a maior redução noseu fluxo, de 19%. Outrosrios que apresentam gran-de diminuição em seu vo-lume de águas são o Con-go, na África, o Iangzi Jiang,o Xi Jiang e o Mekong, naChina, o Amour, na Rússia,o Colúmbia, nos EstadosUnidos, o Irravadi, na Bir-mânia, e o Mackenzie, noCanadá.

Globalmente, o fluxodos rios de baixas latitudesdiminui, como o do Ama-zonas e do Ganges. A ten-dência se inverte quando osrios se afastam do Equador,como ocorre com o Missis-sipi, nos Estados Unidos, eo São Lourenço, no Cana-dá. Essas variações tam-bém afetam os oceanos.Assim, a quantidade anualde água doce caiu 3% nooceano Índico e 10% nooceano Ártico.

O rio Paraná em toda sua extensão

A exuberante beleza do rio Paraná

CHINA

O governochinês depois deter anunciadouma meta decombate ao efei-to estufa, disseno último dia 27que apenas as re-duções nas emis-sões executadas com apoio finan-ceiro internacional devem ficarabertas ao escrutínio externo,provavelmente uma "proporçãomuito pequena" das reduçõestotais realizadas pelo país asi-ático.

Yu Qingtai, o embaixador daChina para mudança climática,

acrescentou que o mundo não de-veria esperar que o governo dePequim adotasse uma nova metapara reduzir o crescimento nasemissões de gases causadores doefeito estufa - descrita por algunscomo modesta - porque ela repre-sentava "o máximo de nossos es-forços".

Lars Lokke Rasmussen,primeiro ministro dinamarquês

Presidente dos Estados UnidosBarack Obama

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Proteção Ambiental Brasil4 17

Ciclistas ganham faixacompartilhada em Copacabana

n o t a s

São Paulo templano paramudançaclimáticaA redução de 20% da

emissão de gases de efeitoestufa até 2020, tendo porbase o ano de 2005, é ameta da Política Estadualde Mudanças Climáticas(Pemc), sancionada pelogovernador de Sâo Paulo,José Serra. A medida per-mite que o estado partici-pe da Conferência dasPartes das Nações Unidassobre Mudança Climática,que será realizada em Co-penhague, em dezembro.

A nova lei paulista pre-vê incentivos econômicosaos setores mais limpos,bem como desestímulo aosmais poluentes. Políticaspúblicas deverão priorizaro transporte sustentável,incluindo ciclovias, pro-gramas de carona solidá-ria e inspeção veicular.

"Vamos atuar em múl-tiplas áreas, desde a tec-nologia, que permite amudança para uma fontede energia renovável, atéa economia de energia",disse José Serra.

São Paulo querveículos maislimposO governo de São Pau-

lo apresentou projeto delei que torna obrigatória ainspeção de todos os veí-culos do estado, por meio

Polícia Ambiental Força Verde: Anjo da guarda da naturezaA criação de uma Guarda Flo-

restal, na Secretaria Estadual deAgricultura (SEAG), estava previs-ta na Lei nº 2509, de 23 de novem-bro de 1955, quando a Divisão Flo-restal foi anexada ao Departamen-to de Produção Vegetal.

A efetivação dessa Guarda nun-ca ocorreu, pois pressupunha a cri-ação de uma estrutura autônomade fiscalização. A competência pelopoliciamento florestal foi então re-passada para a Polícia Militar, comvinculação a Secretaria de Agricul-tura.

A Lei nº 3.076 de 4 de abril de1957, previu seu efetivo, inicial-mente como uma Companhia, masfoi somente a partir de 18 de se-tembro de 1962 que a Polícia Flo-restal passou verdadeiramente a

existir, após a especialização de um

Coronel João Alves da Rosa Netoé o atual comandante da

Polícia Ambiental do Paraná

Com a presença do pre-feito do Rio, Eduardo Paes,e o subsecretário municipalde Meio Ambiente, Alta-mirando Moraes, foi inau-gurada recentemente, a pis-ta compartilhada no bairrode Copacabana, em um tre-cho que Ciclistas ganhamfaixa compartilhada emCopacabana, em um trechoque terá a velocidade má-xima dos veículos reduzidapara 30km/h. O objetivo éestimular o uso de bicicle-tas como transporte em pe-quenas e médias distâncias.

terá a velocidade máxi-ma dos veículos reduzidapara 30km/h. O objetivo é

estimular o uso de bicicle-tas como transporte em pe-quenas e médias distâncias.

do Programa de Inspeçãoe Manutenção Veicular,que deverá verificar aemissão de gases poluen-tes e a produção de ruídos.No estado, apenas a capi-tal faz essa fiscalização,implantada gradualmenteno ano passado.

O objetivo é reduzir aemissão de poluentes,mantendo-a dentro dospadrões recomendadospelo Conselho Nacionalde Meio Ambiente.

Nova usinanuclear

Criado em Setembro de2001, o Programa PatrulhaAmbiental atua emergenci-almente, fiscalizando eatendendo denúncias rela-cionadas ao meio ambien-te em todo o Município:poluição hídrica, do ar e dosolo. Disponível 24 h, o ser-viço tem como objetivominimizar e/ou impedirpossíveis danos ambientais.

DISQUE PATRULHA

AMBIENTAL:

021 2498-1001

Condições Necessárias:atividade, poluição oudano ambiental que estejaocorrendo no instante dadenúncia.

OBS.: a Patrulha Ambi-ental não atende denúnci-as relacionadas à poluiçãosonora. A Secretaria dispõedo PROGRAMA DECONTROLE DA POLUI-ÇÃO SONORA, destinadoexclusivamente à este tipode demanda.(veja em Pro-

Patrulha Ambientaljetos e Programas)

QUANDO ACIONAR:

Nos casos de : Incêndi-os Florestais; Poluição doar; Comércio ilegal de fau-na e flora; Caça e capturade animais; Poluição hídri-ca; Poluição do solo; Remo-ção de vegetação; Extraçãomineral irregular; Aterro ir-regular; Invasão em áreas deUnidades de Conservação,Faixas Marginais de Prote-ção e Áreas de PreservaçãoPermanente; Pesca preda-tória; Remoção de Parquesde Diversão de áreas de pra-ças públicas; Apreensão deanimais domésticos que fo-rem encontrados soltos nasáreas de reflorestamento;Apreensão de materiais deatividades irregulares emáreas de praia e de Unida-des de Conservação Ambi-ental, que estejam causan-do danos ao meio ambien-te; Operações de interdição,embargo, apreensão ou de-

molição agendadas pelasGerências Técnico-regio-nais.

EQUIPES E

EQUIPAMENTOS

A Patrulha Ambientalpossui equipes compostaspor técnicos da Secretariae GDA's (Guardas Ambi-entais). Distribuídas emduas bases, as equipes daPA contam com duas pica-pes munidas de moto-ser-ra, guincho, material decombate a incêndio, máqui-na fotográfica digital, binó-culo com zoom, GPS por-tátil (equipamento de loca-lização), barcos e materialde resgate em floresta.

A segunda central nu-clear brasileira - depois deAngra dos Reis, onde jáexistem duas usinas emfuncionamento e uma ter-ceira em construção - seráconstruída até 2019 emuma cidade litorânea en-tre Salvador e Recife,anunciou o diretor-presi-dente da Eletronuclear,Othon Luiz Pinheiro daSilva, em debate nas co-missões de Meio Ambien-te, defesa do Consumi-dor e F isca l ização eControle (CMA) e Ciên-cia, Tecnologia, Inovação,Comunicação e Informá-tica (CCT).

- Executar o policiamento os-tensivo de forma preventivaou repressiva, com a finalida-de de coibir e dissuadir açõesque representem ameaças oudepredações da natureza;

- Zelar pelo cumprimento da le-gislação ambiental de defesa daflora e fauna silvestre obser-vando os dispositivos das LeisFederais e Estaduais, bemcomo as Portarias e Resolu-ções em vigor;

- Autuar, administrativamente,os infratores ambientais, ins-trumentalizando, ainda, o Mi-nistério Público nas ações ci-vis de recuperação dos danosprovocados contra a natureza;

- Realizar prisões de infratores,que sejam flagrados no come-timento de crimes ambientaise encaminha-los a presença daautoridade policial, para a la-vratura do auto de prisão emflagrante delito e ou inquérito

DENTRE SUAS INÚMERAS ATRIBUIÇÕES, ORIGINÁRIAS

OU DECORRENTES DE CONVÊNIOS, DESTACAM-SE:

policial, bem como prestar asdevidas informações que, pos-teriormente, se façam necessá-rias;

- Orientar a população acerca dalegislação ambiental e da im-portância do seu cumprimen-to, relacionando-a com a ne-cessidade de criação, conser-vação e proteção das Unidadesde Conservação.

- Na atuação preventiva, o Ba-talhão vem desenvolvendoprogramas de educação ambi-ental junto à comunidade, coma elaboração e veiculação decartazes, panfletos com textoseducativos, realizando, cons-tantemente, palestras em esta-belecimentos de ensino, expo-sições técnicas a entidades pú-blicas e privadas com partici-pação popular e, ainda, orien-tações ao público em geral,principalmente, nas áreas na-turais protegidas.

f r o t a

A Força Verde conta com modernos veículos para as ações defiscalização preventiva e na repressão dos crimes ambientais

Tal implantação foi veiculada namídia positiva ao Público Estadu-al e Nacional, e ainda estão sendodesenvolvidas exposições em Fei-ras Agropecuárias e em conjuntocom o Programa Paraná em Açãonos diversos municípios do Es-tado, onde são repassadas ori-entações sobre a legislação am-biental, entregues folders e sãoexpostos animais taxidermizadosque fazem o maior sucesso tantocom a criançada como tambémcom os adultos.

Para uma melhor fiscalização obatalhão conta com três aeronavesque fazem constantemente sobre-vôo pelo Estado, e com equipamen-tos GPS, Global Posicion Sistem,e após são formados equipes emterra para realizar o patrulhamen-to e as notificações ambientais de-vidas.

Foi criado o Curso Força Verde, quese trata de um curso de capacita-ção dos policiais militares ambi-entais, melhorando assim o aten-dimento à população paranaense.

grupo de oficiais, e a conclusão deum curso especial para praças.

Os primeiros destacamentosforam nos Parques Estaduais de VilaVelha, Campinhos e Monge da Lapa.

Em 1967 a corporação passoua denominar-se Corpo de PolíciaFlorestal. Em 24 de agosto de1970, por um acordo com o Go-verno Federal, a Polícia Florestalassumiu a responsabilidade peloParque Nacional do Iguaçu, na ci-dade de Foz do Iguaçu, assumindotambém, nesse mesmo ano, a Flo-resta Nacional de Irati, na cidadede Irati.

Em 1974 passou a designar-seBatalhão de Polícia Florestal e des-de 2003, Batalhão da Polícia Am-biental Força Verde.

O atual Quadro Organizacionalconsta de 575 (quinhentos e setentae cinco) Policiais Militares, montantedefasado para o desenvolvimento dasatividades de policiamento ambientalem todo o estado, porém maior doque os 374 (trezentos e setenta equatro) existente anteriormente.

Page 5: JORNAL MEIO AMBIENTE

O Batalhão conta com um serviço de Disque-Denúncia: 0800-643-0304, que opera 24 horas ininterruptamente

16 5Destaque Proteção Ambiental

Isenção de impostos poderia estimular o mercado verde no BrasilMais uma vez o go-

verno Lula elimina osimpostos sobre produtosindustrializados (IPI) parauma categoria produtiva.Desta vez foi o setormoveleiro que se benefi-ciou. Móveis de madei-

ra, metal, plástico, além de alguns aces-sórios, vão ter IPI com alíquota zeroaté 31 de março de 2010. Os automó-veis, as geladeiras, máquinas de lavar,fogões e tanquinhos, também já re-ceberam este tratamento especialde Brasília. Redução de impostosé sempre benvinda diante da cargatributária que o brasileiro enfrenta,no entanto, o governo poderiaaproveitar desta estratégia parauma maior proteção ambiental, es-timulando setores produtivos querealmente contribuissem para redu-zir seus impactos sobre o meio am-biente. Vemos pouca iniciativa nestesentido no país. Aliás, produtos quedeveriam ser estimulados, como osreciclados, hoje são bi-tributados (IPI,COFINS, ICMS), enquanto que mui-tos feitos com matéria-prima virgemsão subsidiados. O Ministro do MeioAmbiente, Carlos Minc, vem tentan-do convencer o Ministro da Fazenda,Guido Mantega, sobre a importânciada retirada de impostos sobre produ-

Eloy Fassi Casagrande Júnior é professor e coordenador do Escritório Verde da Universidade Tecnológica Federal do Paraná -UTFPR, PhD em Engenharia de Recursos Minerais e Meio Ambiente pela Universidade de Nottingham (Reino Unido), pós-doutor em Inovação Tecnológica e Sustentabilidade pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa

tos reciclados, mas até agora, poucacoisa mudou!

Se no caso do setor moveleiro, aeliminação do IPI fosse associado amóveis produzidos com madeira cer-tificada, plástico e material reciclado,isto estimularia o chamado mercadoverde. Hoje grande parte da madeiranativa utilizada no setor, com exceçãodos painéis pré-fabricados, como osde aglomerado, MDF e OSB, não hácomo comprovar sua origem legal.Mesmo as madeiras plantadas exó-ticas, como o pinus, se não foremcontroladas através de programasde manejo sustentável, tambémpodem causar impacto ambiental.Outros setores, como da constru-ção de casas pré-fabricadas queutilizam madeiras nativas, não con-seguem nem mesmo apresentar oDOF (Documento de Origem Flo-restal) do IBAMA. Isto ficou recen-temente comprovado numa pesquisade alunos de mestrado da Universida-de Tecnológica Federal do Paraná(UTFPR), que visitaram e entrevista-ram mais de uma dezena de constru-toras em Curitiba. Com justificativasnão convincentes, não apresentaram os

documentos e alegavam que tinham"selos verdes", sem saber ao certo oque isto significa.

Assim como produtos, as tecnolo-gias verdes, também poderiam rece-ber inventivos. Na Alemanha, que criouem 2000 um programa de incentivofiscais para gerar energia solar, fez comque o país hoje represente mais de 50%deste tipo energia instalada no mundo.Grande parte desta está nas placas fo-tovoltaicas instaladas em mais de 300mil telhados de casas alemãs. Nesteano, nos Estados Unidos, vários pro-gramas de créditos e redução de im-postos foram implantados para quemadotassem medidas para uma maioreficiência energética em suas residênci-as, como aumentar a qualidade do iso-lamento térmico nas paredes, uso deenergia geotérmica, solar e eólica,aquecedores que utilizam biomassacomo combustível, entre outras.

No Brasil, nem mesmo consegui-mos ter uma fábrica de painéis foto-voltaicos, a única que existia há algunsanos atrás, não conseguiu enfrentar aconcorrência das placas produzidas noexterior e que entram no país a ummenor custo. No entanto, já existe uma

variedade enorme de produtos e tec-nologias mais ecológicas, que necessi-tam de maior apoio. Este vai desde aaumento de fundos para pesquisa àmelhoria na tecnologia de produção eincentivos fiscais. Temos a produçãodo algodão orgânico, e óleos ecológi-cos, como o de mamona, de fibrasnaturais, como sisal e o curauá, pro-dutos biodegradáveis a base de ami-do da mandioca, telhas onduladas fei-tas a partir da reciclagem de aparas detubo de pasta dental, papel produzidoa partir do bagaço de cana, aquecedo-res solares para água, sistemas de cole-ta e uso da água da chuva, sistemas detratamento bilógico de esgotos do-mésticos utilizando raízes das plantas,blocos para construção produzidos apartir de lodos de tratamentos indus-triais, entre outros. O brasileiro, seja eleum inventor de garagem ou pesquisa-dor de universidade, é criativo e em-preendedor, falta o governo fazer suaparte e estimular os produtos e as tec-nologias ecologicamente corretas. Comisso já poderíamos ter o carro elétrico, ageladeira e o sofá mais ecológicos, além demais empregos, mais renda e maior pre-servação do Planeta.

Prof. Eloy

Fassi

Casagrande Jr.

Uma usina de biodiesel será insta-

lada em Mariava, norte do Paraná.

Com investimento inicial de R$ 100

milhões, a unidade deve entrar em

operação no segundo trimestre de

2010, com capacidade para produzir

120 milhões de litros de combustíveis.

O anúncio foi feito pela Petrobrás Bi-

ocombustíveis e pela empresa gaucha

BSBios Indústria e Comércio de Bio-

diesel Sul Brasil, parceiras no projeto.

"Essa parceria traz boas vantagens,

não só pela quantidade de biodiesel que

as empresas vão produzir, como para

os fornecedores da matéria-prima e

para a diversificação da cultura da

cana-de-açucar, que será em parte subs-

tituída por oleaginosas, como a soja e

a canola", salientou o governador Ro-

berto Requião.

ESCOLHA

O presidente da Petrobrás Bio-

combustíveis, Miguel Rosseto, afirmou

Petrobrás Biocombustível é sócia de usina de biodiesel no Paraná

que o Paraná oferece condições para a

instalação da unidade de biodiesel. "Va-

mos colaborar com muitos projetos

de desenvolvimento econômico, prin-

cipalmente na agricultura familiar. Este

ambiente liderado pelo governador

Requião tem criado entusisamo muito

grande e estimula investimentos desse

Porte".

A Petrobrás possui três usinas de

biocombustíveis em funcionamento,

que produzem anualmente 324 milhões

de litros de biodiesel, em Minas Ge-

rais, Ceará e Bahia. Porém, a instalada

no Paraná terá a maior capacidade pro-

dutora. "Queremos incentivar ao má-

ximo a presença de pequenos e médi-

os produtores na produção da maté-

ria-prima. Essa unidade será exemplar

do ponto de vista ambiental, de segu-

rança operacional e da integração da

empresa com a usina e a região", afir-

mou Rosseto.

PESQUISAS

O secretário da Agricultura e Abas-

tecimento, Valter Bianchini, destacou

que o Paraná, além de oferecer in-

centivos fiscais, possui pesquisas e tec-

nologia na área, desenvolvidas pelo Te-

cpar, Iapar, Emater e pélas universi-

dade. "Este investimento vai prati-

camente dobrar o PIB (Produto In-

terno Bruto) do município em R$ 300

milhões, além de beneficiar toda ca-

deia produtiva". "Com essa parceria

vamos consolidar o desenvolvimento

do mercado brasileiro de biodiesel, em

linha com o Programa Nacional de Pro-

dução e com o uso desse combustí-

vel", disse Erasmo Carlos Battistela,

presidente da BSBios. AENoticias

Governador Roberto Requião, o presidente da Petrobras Biocombustível,Miguel Rossetto, e o diretor da BS BIOS, Erasmo Carlos Batisttella

JOSÉ

GO

MER

CIND

O - A

ENO

TICI

AS

Governo lança Força Verde Mirim em TibagiAção propõe trabalho de conscientização da população

Crianças ensinando noções e cui-dados sobre o meio ambiente. As-sim se resume o programa ForçaVerde Mirim, lançado oficialmenteno último dia 27 em Tibagi comoparte da programação em comemo-ração ao Dia do Rio. O município éo oitavo a implantar o trabalho noEstado.

O programa Força Verde Mirimé desenvolvido pelo Batalhão dePolícia Ambiental (BPAmb), comapoio da Secretária Estadual de MeioAmbiente e Recursos Hídricos emparceria com a Prefeitura de Tibagi.

Estiveram presentes no lança-mento o secretário Estadual do MeioAmbiente, Rasca Rodrigues, o co-mandante do BPAmb, coronelJoão Alves da Rosa Neto, o pre-feito Sinval Ferreira da Silva e o ve-reador Luiz Carlos Taques Ribeiro(representando a Câmara de Tiba-gi). "Tibagi é a cidade natureza. Oturismo pode mostrar ainda mais acidade através desse belíssimo patrimô-nio natural que possui. Com o ForçaVerde Mirim vamos mostrar ao Esta-do que é possível preservar as bele-zas naturais", disse Rasca Rodrigues.

Os estudantes serão agentes am-

bientais e usarão,por exemplo, oAuto de InfraçãoAmbiental, a quemcometer pequenosatos de agressão aomeio ambiente."Podem aplicar aospais ou amigosquando cometemalgum ato contra omeio ambiente. Éuma forma deconscientizá-los",diz Rosa Neto. Osalunos aplicarão os conhecimentos ad-quiridos em atividades com a comu-nidade, abordando temas como reci-clagem e consumo de água.

Sinval Silva destacou que o municí-pio já manifestava o interesse de parti-cipar do programa desde o ano pas-sado. "Pensávamos inicialmente emapoiar a criação de um grupo de es-coteiros para preparar crianças paraserem agentes ambientais. Com a im-plantação deste programa pelo Estado vi-mos que encaixava exatamente com a pro-posta do município", salientou o prefeito."Uma das vocações do município é o tu-rismo que se destaca pelo meio ambiente e

uma natureza exuberante, por isso traba-lhar com a conscientização da popula-ção a começar pelas crianças é funda-mental", enfatiza.

O Batalhão Ambiental já formou600 crianças em todo o Estado doParaná e pretende expandir ainda mais estaatividade. "É um orgulho para a PolíciaMilitar a criação mais uma turma desseprojeto", afirma o coronel Rosa Neto.

Durante o evento, Rasca destacouo município pelo programa ReciclaTibagi que é referência na destinaçãodo lixo. "Em todas as minhas andan-ças levo o nome da cidade como exem-plo ao Paraná. Exemplo de inclusão

social e de responsabilidade ambien-tal", frisou.

FORÇA VERDE MIRIMÉ uma parceria público-privada

que atua em conjunto com os muni-cípios e o empresariado. "Possibilita-mos às crianças de dez a 14 anos, dasescolas públicas de regiões mais ca-rentes, uma educação ambiental e,acima de tudo, cidadania", explicaRosa Neto. "Esta sementinha queplantamos hoje vai gerar bons frutospara a comunidade", completa.

O Força Verde Mirim é um pro-jeto pioneiro de formação de agen-tes e multiplicação de conceitos soci-ais e ambientais. Os alunos recebemtreinamentos teóricos e práticos so-bre preservação da natureza, legisla-ção ambiental, aspectos da fauna eflora locais, primeiros socorros, ci-vismo, moral e ética.

Além de incentivar o respeito àspessoas e ao meio ambiente, o pro-jeto valoriza o desenvolvimento so-cial. Para facilitar o aprendizado, ascrianças aplicam os conhecimentosadquiridos em atividades interativasna comunidade, abordando temascomo aquecimento global, reciclageme consumo de água.

Crimes ambientais são combatidos diariamente pela Força Verde

26.785autuações

R$ 4,7milhões

Dobrouo volume

32.769quilos

relacionadas a crime ambien-

tais contra flora, fauna e pesca

foram executadas pela Força

Verde em seis anos: o equiva-

lente a 90% do total de dez

anos de trabalho.

é o total do último investimen-

to do Governo do Estado na

Força Verde, para a compra

das viaturas, motos e embarca-

ções, mais a construção de base

com trapiche e heliponto em

Paranaguá.

de apreensões de palmito in

natura e a recuperação de ani-

mais que seriam comercializa-

dos ilegalmente ou estavam em

cativeiro no primeiro quadri-

mestre de 2009 em compara-

ção com o ano passado.

de redes e 155 armas para pes-

ca e caça predatórias nos qia-

tro primeiros meses deste ano,

quando a Força Verde também

recolheu 900 metros de madei-

ra nativa extraída ilegalmente.

Page 6: JORNAL MEIO AMBIENTE

6 15Legislativo Cidade Modelo

I n f o rm e d a C âma r a Mun i c i p a l

Comissão discute soluções para rios de Curitiba

Vereadores ouvem Departamento de Pontes e Drenagem daSecretaria Municipal de Obras Públicas sobre rios da cidade

A Comissão da Água rece-beu o diretor interino do De-partamento de Pontes e Dre-nagem da Secretaria Municipalde Obras Públicas, DjalmaMendes dos Santos, e sua equi-pe para falar sobre os planosde drenagem para os rios quecortam a cidade de Curitiba. Oengenheiro civil do departa-mento, Roberto Arruda, expli-cou que o plano diretor, já pre-visto nos projetos da Lei Orça-mentária Anual (LOA) e do Pla-no Plurianual (PPA) que estãoem processo de aprovação naCâmara, pretende abranger asbacias dos rios Atuba, Belém,Iguaçu, Passaúna, Padilhas eBarigui, que passam pela cida-de. De acordo com ele, os pro-blemas causadores das enchen-tes hoje são a carga poluidoraindustrial e doméstica despeja-da nos rios, o lixo jogado dire-tamente, as calhas e galerias in-suficientes, ocupações irregula-res, urbanização próxima derios onde foi retirada a mata ci-liar e a falta de bacias de con-tenção das águas pluviais. Di-ante deste quadro, ele explicaque, entre os objetivos do pla-no, está monitorar os rios e mi-nimizar o impacto das enchen-tes. "Vamos fazer um diagnós-

tico destas bacias, intervençõesimediatas e posteriormenteações prioritárias de acordocom a viabilidade técnica, eco-nômica e ambiental da cidade",ressalta.

Posteriormente, segundo asexplicações do diretor interino,será feito um plano de micro-drenagem. "O processo de ma-crodrenagem, onde trabalhare-mos especificamente com adrenagem dos rios, deve come-çar o ano que vem. O proces-so de microdrenagem vai tra-balhar com as pequenas tubu-lações da cidade e deverá serrealizado posteriormente. Pre-

tendemos fazer tudo com em-basamento técnico para queseja utilizado por muitos anos,o que é um grande desafio",garante Djalma dos Santos.

Durante a reunião, OmarSabbag Filho (PSDB) questio-nou sobre o nível de articula-ção da prefeitura de Curitibacom a região metropolitana, noque diz respeito à macrodrena-gem, "já que recebemos e ge-ramos fluxos de água para ou-tras cidades". Djalma dos San-tos explicou que não há comofalar sobre dragagem sem aparticipação da região metro-politana e do Estado. "A arti-

culação tem sido ótima, a partetécnica é feita sem cor, sempartido e somos muito bematendidos por todos os órgãosenvolvidos", ressalta.

O vereador Jonny Stica(PT) disse serem necessáriassoluções imediatas para a cida-de. "É preciso ter todo um apa-rato suficiente hoje, com o ser-viço 156 da prefeitura, a Guar-da Municipal e a Defesa Civil,preparado para qualquer novi-dade meteorológica." Ele suge-re uma parceria maior com oSimepar para que seja instala-do um radar na Serra do Marque avise da chegada de fortes

chuvas.O vereador Caíque Ferran-

te (PRP), relator da comissão,ressaltou a necessidade de seinvestir em campanhas de edu-cação ambiental, para que apopulação contribua com a lim-peza dos rios.

Para o presidente da Comis-são, Francisco Garcez (PSDB),a reunião trouxe informaçõesimportantes para a próximaconversa, que será com o Mi-nistério Público e ongs. "Esta-mos cumprindo o nosso papelde fiscalizadores e mediadoresentre o povo e o poder Execu-tivo. Ouvimos órgãos munici-pais, agora ouviremos o que oMinistério Público tem a dizer,juntamente com ongs e estudi-osos da área e vamos organi-zar visitas a obras para vermosno local o que está acontecen-do e, posteriormente, a Sane-par. Assim, poderemos fazerum diagnóstico mais completoda situação para podermos su-gerir soluções na área", diz overeador. Fazem parte da Co-missão, ainda, os vereadoresAlgaci Tulio (PMDB), JulietaReis (DEM), Zé Maria (PPS),Juliano Borghetti (PP), TicoKuzma (PSB) e Felipe BragaCôrtes (PSDB).

O presidente da ComissãoEspecial do Lixo, vereador Ro-berto Hinça (PDT), ocupou atribuna da Câmara de Curitibapara prestar contas sobre osprocedimentos, reuniões e ob-jetivos alcançados até o mo-mento pelo grupo formado emsetembro, com objetivo deacompanhar a escolha da me-lhor alternativa para o destinodo lixo de Curitiba e mais 15municípios. Conforme o parla-mentar, que sintetizou o pro-cesso desde a instalação da co-missão até o último encontro,realizado na semana passada, acriação do grupo foi medidaemergencial, apartidária e dire-tamente focada na comunida-de, em especial, nos morado-res da Caximba.

Ao destacar que a Caximbarecebe lixo não só da capital,mas também de outros muni-

Comissão Especial do Lixo apresenta açõescípios da região metropolitanahá mais de 20 anos, RobertoHinça disse que os esclareci-mentos adquiridos nas reuniõesreforçaram a certeza da neces-sidade de encerrar o atual ater-ro e adotar medidas mais avan-çadas e ambientalmente corre-tas. "Curitiba, que já deu suacontribuição por muitos anos,deve encerrar esse ciclo de ater-ros e passar para uma próximafase, que será uma planta dereciclagem", explicou. O ater-ro da Caximba será desativadono final do ano que vem e subs-tituído pelo Sistema Integradode Processamento e Aprovei-tamento de Resíduos (Sipar),uma indústria na qual a maté-ria-prima é o lixo.

O relator, Juliano Borghetti(PP), traçou um panorama dasações desenvolvidas, conside-rando o trabalho como de alta

complexidade. Segundo ele, fo-ram inúmeros os órgãos convi-dados para debater e buscarsoluções para a destinação ade-quada do lixo, de maneira quenão prejudique a população e acidade como um todo. Entreeles, a comissão recebeu ou vi-sitou instituições e órgãos comoo Tribunal de Contas (TC), Iba-ma, as prefeituras e câmaras das

cidades de Mandirituba e Fa-zenda Rio Grande, SecretariaMunicipal do Meio Ambiente,além de encontros com mora-dores e lideranças da região.

O representante da ONGDefensoria Social, LeonardoMoreli, que apresentou irregu-laridades sobre licenças ambi-entais concedidas, também foilembrado pelos dirigentes. Con-sideraram o encontro funda-mental para análise e andamen-to do processo. "Todos os en-volvidos prestaram esclareci-mentos e comprovaram a ne-cessidade de mudança", avaliouRoberto Hinça. Para o verea-dor Jair Cézar (PSDB), o pro-blema deveria ter sido resolvi-do há mais de dez anos. "Alémde prejudicar a saúde dos mo-radores, o valor dos imóveis eo meio ambiente, o aterro re-cebe resíduos de diversas cida-

des, que, nesse momento, viramas costas, deixando a bombapara a gestão de Curitiba."

Os vereadores membros dacomissão, Denilson Pires(DEM), Noemia Rocha(PMDB) e Tico Kuzma (PSB)também se pronunciaram, des-tacando a liderança e compro-metimento do presidente e dorelator. Celso Torquato (PSDB)e Caíque Ferrante (PRP), ape-sar de não pertencerem ao gru-po, afirmaram acompanhar otrabalho e reconhecerem o es-forço de todos os membros.Ferrante, que defende medidasde prevenção, ainda sugeriu arealização de campanhas edu-cativas de conscientização. "Sóatravés de campanhas consegui-remos conscientizar a popula-ção e evitar transtornos, comoos ocorridos com as chuvastorrenciais dos últimos dias."

Vereador Roberto Hinçaprestou contas na Câmara

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Boulder, cidade de 100 milhabitantes no Estado do Colo-rado, no centro-oeste dos Esta-dos Unidos, é considerada pe-los ecologistas como modelomundial de cidade que respeitao meio ambiente. Tornou-sefamosa e atrai muitos turistaspor praticar os bons princípiosecológicos. É cercada por21.500 hectares de espaços pro-tegidos onde se pode circulartomando 480 quilômetros dealamedas verdes e de ciclovias.E a prefeitura desenvolve umapolítica ativa de combate à po-luição.

No centro de um país pou-co sensível à ecologia e alérgi-co ao imposto, esta cidade, si-tuada ao pé das MontanhasRochosas, foi a primeira nomundo a instituir, em 2007,uma taxa sobre a eletricidadeproveniente das centrais de car-vão para estimular as residên-cias e as empresas e recorrer afontes alternativas de energia.

Mais impressionante, estadecisão não foi imposta pelaprefeitura, mas adotada pelaprópria população. "A criaçãode uma taxa deve ser trazidapor cidadãos e submetida a su-frágio universal pelo Conselhomunicipal", explica CrystalGray, membro do Conselho, oequivalente às câmaras muni-cipais no Brasil. "Essa taxa foiaprovada por 60% dos eleito-res. A iniciativa de todas asgrandes decisões em Boulderpartiu da comunidade", afirma.

UMA COMUNIDADEESPECIAL

Num cenário de casas anti-gas e pequenos prédios de tijo-los, vive uma comunidade es-pecial. Boulder encarna hámuito tempo tudo o que os

Boulder, uma cidade realmente ecológicapolíticos republicanos e os jor-nais conservadores detestam.Esta cidade universitária, queconta a maior percentagem dediplomados em curso superiornos Estados Unidos, abriga la-boratórios federais de pesquisaatmosférica e a maior concen-tração no mundo de especialis-tas em clima.

Há na cidade uma tradiçãode preservação dos recursosnaturais e de inovação científi-ca. Os pesquisadores do Cen-tro Nacional para a PesquisaAtmosférica, uma estrutura im-pressionante situada no extre-mo sul da cidade, compartilha-ram em 2007 com Al Gore oPrêmio Nobel da Paz por seutrabalho no IPCC (Painel Inter-governamental sobre MudançasClimáticas), patrocinado pelaOrganização das Nações Uni-das (ONU).

Quem visita a cidade cruzacom um grande número de ci-clistas, trabalhadores que an-dam a pé e esportistas e aman-tes da natureza que vêm apro-veitar do cenário das Monta-nhas Rochosas. O North Boul-der Recreation Center, um cen-tro de lazer municipal, possuium dos maiores sistemas deaquecimento solar do país. OBoulder Outlook Hotel se van-gloria de possuir uma políticade "lixo zero". Os entregado-res de pizza só utilizam o Prius,um carro híbrido da Toyota.

CINTURÃO VERDEA preocupação com o am-

biente já vem de longa data. Em1967, a municipalidade foi aprimeira do país a adotar umataxa especial (1% de todas ascompras) para financiar a cria-ção e manutenção de um cin-turão verde. No início, mais de

18 mil hectares de espaços na-turais foram subtraídos da ur-banização, preservando os pa-noramas das Montanhas Ro-chosas nos arredores mais pró-ximos da cidade. Hoje Bouldertem mais espaços naturais queáreas construídas.

Em 1994, uma nova taxapassou a ser cobrada, desta vezsobre o lixo doméstico. É umadas raras cidades nos EstadosUnidos que faz isso, e a primei-ra no Colorado. O objetivo éfinanciar a sua reciclagem. Umterço do lixo urbano é recicla-do. Foi em Boulder que come-çou, em 1976, o movimentoestadunidense "Zero Waste"(Desperdício Zero), em favorda reciclagem de todos os resí-duos. "Quando o lixo é enter-rado e queimado, destrói-separa sempre o que é precisoconsiderar urgentemente comorecurso", argumenta seu pro-motor, Eric Lombardi, que setornou o gestor do complexode reciclagem ultramoderno dacidade.

Em 2008, a cidade foi es-colhida pela companhia XcelEnergy e por dez empresaspara testar os programas e apa-relhos da gestão elétrica do fu-

turo e deve também ser a pri-meira no mundo a ser equipa-da com um "smart grid", a redeelétrica de nova geração. Quin-ze mil contadores "inteligentes"já foram instalados e a rede foicoberta com captadores e re-transmissores high-tech.

O "smart grid" deve fazero consumo de eletricidade caire favorecer a integração na redede muitas fontes de energia re-novável. Isso vai ajudar Boul-der a ser bem sucedida em suaaposta de passar dos 15% deeletricidade verde hoje para80% a partir de 2015.

CRÉDITO DE CARBONOAo contrário do governo

federal, Boulder aderiu ao pro-tocolo de Kyoto, que impôsuma queda de 20% das emis-sões de CO2 até 2012. O con-sumo de eletricidade, produzi-da por centrais de carvão e degás, gera o essencial das emis-sões na cidade. O crédito decarbono é calculado de formaproporcional e cobrado pelaoperadora XCel Energy, que odevolve à comunidade.

Residências, lojas e indústri-as, todo o mundo paga. Só háuma escapatória. "Se o consu-

midor pede para receber umaparte de eletricidade vinda defontes renováveis, um poucomais cara, não paga taxa", es-clarece Jonathan Koehn, res-ponsável pelo ambiente na ci-dade. O custo médio era atéagora de 16 dólares (R$ 27,00)por ano para uma residência e46 dólares (R$ 78,6) para umaempresa.

PRODUTOS ORGÂNICOSO cardápio de um restau-

rante detalha na primeira pági-na que o estabelecimento só usaprodutos orgânicos certificadossem produtos químicos: fertili-zantes, herbicidas ou pesticidas.Ele não serve nada que conte-nha conservantes, aditivos quí-micos, produtos artificiais, hor-mônios de crescimento ou an-tibióticos. Todas as quintas-fei-ras, quem gosta de passear emgrupo tem encontro às 19h noScott Carpenter Park. Nume-rosas excursões a pé são possí-veis nas colinas das vizinhan-ças. Para caminhadas mais am-biciosas, pode-se ir até o EstesPark, pequeno povoado a umahora de estrada onde se encon-tra uma das duas entradas doParque Nacional das Monta-nhas Rochosas.

Esse imenso espaço natural(mais de mil quilômetros qua-drados de florestas, tundra egeleiras encimadas por picos demais de 4 mil metros) só é atra-vessado por duas estradas car-roçáveis. Em contrapartida,possui 575 quilometros de tri-lhas, que permitem observaruma flora muito variada e umamultidão de animais, como cas-tores, alces, cervos, cabritos-monteses, coiotes e outros.

Fonte: Courrier

International e Le Monde

Page 7: JORNAL MEIO AMBIENTE

14 7Evento Reaproveitamento

México vai sediar próximo Congresso Iberoamericanoe do Caribe sobre Restauração Ecológica

Um termo de referência

para orientar profissionais ha-

bilitados na elaboração de

projetos de recuperação de

áreas degradadas e a criação

no Brasil da sede da RIACRE

- Rede Iberoamericana e do

Caribe sobre Restauração

Ecológica foram alguns dos

resultados mais significativos

do Congresso Iberoamerica-

no e do Caribe realizado em

Curitiba, de 9 a 13 de novem-

bro. Outra decisão anunciada

foi o país que irá sediar o pró-

ximo evento - México.

Além de técnicos o con-

gresso teve a particiação do

vice-governador Orlando

Pessuti, que também como

engenheiro reconheceu a

importância da sociedade

despertar e adotar novas

práticas em relação aos re-

cursos naturais e se voltar

de forma mais efetiva para o

processo de recuperação de

áreas degradadas.

Durante o evento, pesqui-

sadores e especialistas mostra-

ram técnicas e procedimentos

simples e funcionais desde a

reabilitação - focada na recu-

ram durante o processo de

avaliação do congresso o alto

nível técnico dos conferencis-

tas tanto nacionais como in-

ternacionais. "Sessenta e dois

por cento dos participantes

fizeram referências positivas

aos temas apresentados pelos

conferencistas e destacaram o

alto nível dos palestrantes. Isto

comprova que os rumos ado-

tados pela Sobrade, como ins-

tituição idealizadora do even-

to, estão adequados e a insti-

tuição está trabalhando no sen-

tido de superar as espectativas

e apontar novas diretrizes para

o segmento", finaliza Balensi-

efer.

peração da forma na concep-

ção mais simples da recupe-

ração - até a restauração eco-

lógica, - voltada para a recu-

peração da forma e principal-

mente na função da floresta.

Técnicas de bioengenharia, por

exemplo, foram apresentadas

por especialistas italianos, es-

panhóis e portugueses e foram

recebidas pelos profissionais

participantes de forma otimis-

ta, como medidas preventivas

e corretivas para nossa reali-

dade.

"São alternativas simples e

baratas que usam a vegetação

(biomassa em geral) e pedras

como matéria prima de ori-

gem natural neste processo

para recuperar áreas degrada-

das de forma segura. E ainda

estas novas técncias podem ser

agrupadas aos métodos con-

vencionais de recuperação e

contenção de encostas", diz

Mauricío Balensiefer, coorde-

nador geral do evento e pre-

sidente da Sobrade-Sociedade

Brasileira de Recuperação de

Áreas Degradadas.

Durante o congresso os

especialistas afirmaram que é

possível de forma simples e

contando com a ajuda da na-

tureza podemos, através de

métodos de nucleação, restau-

rar ambientes com custo bem

abaixo das formas tradicio-

nais.

A Sobrade, que está elabo-

rando um termo de referên-

cia para orientar os profissio-

nais envolvidos com os pro-

cessos de restauração ecológi-

ca, vai submeter o documen-

to à aprovação dos órgãos

ambientais competentes.

"Com isto queremos ter

mais subsídios para adequar

legal e ambientalmente pla-

nos, projetos e obras. Assim

os profissionais poderão

contribuir para o equlíbrio

e melhoria de nosso ambien-

te", explica Balensiefer.

Os participantes ressalta-

A reciclagem dos resíduos gerados

pela indústria da construção civil, cons-

titui-se uma ótima alternativa para mi-

nimizar os impactos ambientais causa-

dos pelas sobras dos materiais. A quan-

tidade de entulho que sobra das cons-

truções nas cidades, demonstram um

enorme desperdício de material. Com

isso, os custos desse desperdício são

distribuídos por toda a sociedade, não

só pelo aumento do valor final das

construções, mas também pelos cus-

tos e tratamento do entulho.

Invariavelmente, o entulho retirado

da obra é disposto clandestinamente

em locais como terrenos baldios, mar-

gens de rios e ruas da periferia. As pre-

feituras comprometem recursos para

a remoção ou tratamento desse entu-

lho e os impactos ambientais da má

disposição desse tipo de resíduo são

incalculáveis, suas consequências geram

degradação da qualidade da vida ur-

bana em aspectos como transportes,

enchentes, proliferação de vetores de

doenças, entre outros. Como para ou-

tras formas de resíduos, também no

caso do entulho o ideal é reduzir o

volume e reciclar a maior quantidade

possível do que for produzido.

A reutilização desse material pro-

porciona um grande benefício ambi-

ental, pois mais de 90% dos resíduos

provenientes de construção civil po-

dem ser reciclados, reutilizados e trans-

formados em agregados com carac-

terísticas semelhantes ao produto ori-

ginal, a partir de matérias-primas com

custo muito baixo. Embora ainda tí-

mido, o setor já apresenta um cresci-

mento nos últimos anos até mesmo

forçado por leis ambientais nacionais

e municipais. Na Europa e nos Esta-

dos Unidos, a prática da reciclagem de

entulho já está consolidada - a Holan-

da recicla 95% do entulho.

Observa-se que houve um grande

avanço na qualidade da construção ci-

vil nos últimos anos, obtido principal-

mente por meio de programas de re-

dução de perdas e implantação de sis-

temas de gestão da qualidade. Não há

dúvidas, porém, que nas próximas

décadas, além da qualidade (implanta-

Construção Civil: a importância da reciclagem dos materiaisbém a Prefeitura Municipal de Curiti-

ba, através da Lei 11682 de 2006, tor-

nou obrigatória a apresentação de um

plano de gerenciamento de resíduos às

empresas ou pessoas responsáveis por

obras com três mil metros quadrados,

ou mais, para licenciamento da obra e

liberação do HABITE-SE.

CLASSIFICAÇÃO E

ESTIMATIVAS DE GERAÇÃO

O resíduo sólido de construção e

demolição é responsável por um gran-

de impacto ambiental, e é freqüente-

mente disposto de maneira clandes-

tina, em terrenos baldios e outras áre-

as públicas, ou em bota fora e ater-

ros, tendo sua potencialidade desper-

diçada. Apesar desta prática ainda ser

presente na maioria dos centros ur-

banos, pode-se dizer que nos últimos

anos ela tem diminuído, em decor-

rência principalmente do avanço nas

políticas de gerenciamento de resídu-

os sólidos, como a criação da Reso-

lução nº. 307 do Conselho Nacional

do Meio Ambiente (CONAMA,

2002), que estabelece diretrizes, cri-

térios e procedimentos para a gestão

destes resíduos, classificando-os em qua-

tro diferentes classes:

CLASSE A - resíduos reutilizá-

veis ou recicláveis como agregados

(tijolo, concreto, etc);

CLASSE B - resíduos reutilizá-

veis/recicláveis para outras indústri-

as (plástico, papel, etc);

CLASSE C - resíduos para os

quais não foram desenvolvidas tec-

nologias viáveis que permitam sua re-

ciclagem (gesso e outros);

CLASSE D - resíduos perigosos

(tintas, solventes, etc), ou contamina-

dos (de clínicas radiológicas, instalações

industriais e outros).

Por isso, mais do que o simples

cumprimento da lei, é preciso que to-

dos, governo, empresas e a sociedade

em geral, possam se adequar aos valo-

res e princípios da sustentabilidade para

a redução do impacto das atividades

no meio ambiente.

Fontes: Desperdício Zero e

Reciclagem da Construção Civil:

da para a garantia da satisfação do usu-

ário com relação a um produto espe-

cífico), haverá também uma grande

preocupação com a sustentabilidade,

antes de tudo, para garantir o próprio

futuro da humanidade. Pode-se dizer

que já há uma grande movimento nes-

te sentido, e várias pesquisas tem sido

realizadas nesta área, subsidiadas por

agências governamentais, instituições de

pesquisas e agencias privadas no mun-

do inteiro. No Brasil este movimento

teve início após a EC0-92, realizada no

Rio de Janeiro, quando foram estabe-

lecidas algumas metas ambientais lo-

cais, incluindo a produção e a avalia-

ção de edifícios e a busca do paradig-

ma do desenvolvimento sustentável,

obtido pela produção da maior quan-

tidade de bens com a menor quanti-

dade de recursos naturais e menor

poluição. Com relação à construção

civil, o aproveitamento de resíduos é

uma das ações que devem ser incluí-

das nas práticas comuns de produção

de edificações, visando a sua maior sus-

tentabilidade, proporcionando econo-

mia de recursos naturais e minimiza-

ção do impacto no meio-ambiente. O

potencial do reaproveitamento e reci-

clagem de resíduos da construção é

enorme, e a exigência da incorpora-

ção destes resíduos em determinados

produtos pode vir a ser extremamen-

te benéfica, já que proporciona eco-

nomia de matéria-prima e energia.

LEGISLAÇÃO

Com o crescimento do mercado

imobiliário, estima-se que Curitiba pro-

duza mensalmente cerca de 80 mil

metros cúbicos de sobras de material,

por isso o comprometimento com essa

realidade vem ganhando a adesão da

iniciativa privada que além da susten-

tabilidade, vem se adequando às leis

que definem o processo de gerencia-

mento de resíduos. Um resolução do

Conselho Nacional do Meio Ambien-

te - CONAMA - Nº 307/02, estabe-

lece diretrizes, critérios e procedimen-

tos para o gerenciamento de resíduos

da construção civil e prega que toda

obra deve conter um plano para a des-

tinação do material excedente. Tam-

Os participantes do mini-

curso diretrizes e experiências

sobre a teoria e a prática da

restauração ecológica tiveram

acesso a uma listagem de nove

princípios/indicadores, que

orientam o trabalho de exe-

cução e avaliação de um pro-

jeto de restauração ecológica.

CONFIRA A LISTA

DOS INDICADORES:

1. É necessário que o ecos-

sistema restaurado tenha um

conjunto característico de es-

pécies que ocorram no ecos-

sistema de referência e que

forneçam estrutura adequada

A prática sobre restauração ecológicada comunidade.

2. O ecossistema restaura-

do precisa ser composto pelo

maior número possível de es-

pécies nativas.

3. Todos os grupos funci-

onais necessários para o de-

senvolvimento continuado e/

ou estabilidade do ecossiste-

ma restaurado devem estar re-

presentados ou, se não forem,

os grupos ausentes têm o po-

tencial de colonizar por mei-

os naturais.

4. O ambiente físico do

ecossistema restaurado é ca-

paz de sustentar populações

de reprodução das espécies

necessárias para a sua estabili-

dade ou desenvolvimento

continuado ao longo da traje-

tória desejada.

5. O ecossistema restaura-

do aparentemente precisa fun-

cionar normalmente para a sua

fase ecológica de desenvolvi-

mento. É importante confir-

mar que não existam sinais de

disfunção.

6. O ecossistema restaura-

do deve estar devidamente in-

tegrado a uma grande matriz

ecológica com a qual interage

através de fluxos abióticos e

bióticos e trocas.

7. Assegurar que as amea-

ças potenciais à saúde e à inte-

gridade do ecossistema res-

taurado a partir da matriz eco-

lógica de entorno foram eli-

minados ou reduzidos tanto

quanto possível.

8. O ecossistema restaura-

do é suficientemente resisten-

te para suportar o stress nor-

mal de eventos periódicos no

ambiente local, que servem

para manter a integridade do

ecossistema.

9. O ecossistema restaura-

do precisa ser autosustentável

com a mesma intensidade de

seu ecossistema de referência,

e deve ter potencial de persis-

tir indefinidamente sob con-

dições ambientais existentes.

No entanto, os aspectos da sua

biodiversidade, estrutura e

funcionamento podem ser al-

teradas como parte do desen-

volvimento normal dos ecos-

sistemas, e pode variar em res-

posta ao stress normal perió-

dico e em evento de pertur-

bações ocasionais de maior

conseqüência. Como em qual-

quer ecossistema intacto, a

composição de espécies e ou-

tros atributos de um ecossis-

tema restaurado pode evoluir

como mudança das condições

ambientais.

Professor Maurício Balensiefer, coordenador do evento O Congresso teve a participação dovice-governador Orlando Pessutti

Reciclar o entulho independen-te do uso que a ele for dado re-presenta vantagens econômicas,sociais e ambientais, como:- economia na aquisição de

matéria-prima, devido asubstituição de materiaisconvencionais, pelo entulho

- diminuição da poluição ge-rada pelo entulho e suas con-sequências negativas comoenchentes e assoreamentode rios e córregos.

- preservação das reservas na-turais de matéria-prima

90% dos resíduosda construçãocivil podem serreciclados

Page 8: JORNAL MEIO AMBIENTE

8 13Sustentabilidade Destaque

Em uma reunião entre represen-tantes das empresas Original Esca-pamentos e Ecossocial surgiu umdesafio, transformar os resíduos deescapamentos em brindes.

São vários tipos de resíduos emmetais que a emprese de escapamen-tos gera, dentre eles foram selecio-nados as sobras do corte das chapasmetálicas como prováveis matériasprimas de produtos.

Essa sobra foi selecionada por-que as deferentes bitolas e largurassão facilmente manipuladas para tor-narem possíveis produtos.

O briefing passado pela Originaltambém constava em produzir umobjeto que estivesse sempre presentena mesa de seu cliente, seja por seuaspecto estético e ou por seu signifi-cado ao meio ambiente e sociedade.Baseada na logo da Original a Ecos-social desenvolveu propostas tridi-mensionais, e o resultado final foi oporta-caneta.

Com o formato decidido, a Ecos-social foi buscar dentro da sua redede parcerias sociais a possibilidade deconfeccionar o produto com quali-dade e eficiência. E foi a Vila dosPilares que fechou um acordo paragerar uma oficina co adolescentes.

Esta é uma instituição compostapor psicopedagogas que acompa-nham garotos vítimas de abandonoe violência que estão prestes há com-pletarem 18 anos, os abrigados daVila dos Piás.

O fato é que quando os garotoscompletam 18 anos, o município nãotem mais obrigação legal diante de-les e cada um é responsável por de-cidir pelo seu próprio caminho.

Essa oficina visa frear o númerode garotos que saem desempregadose dar oportunidade a conhecer oambiente de trabalho na parte práti-ca, com obrigações, responsabilida-des e recompensas.

Para gerar 500 peças o grupodemorou dois meses, primeiro paraganhar a prática e depois já mais or-ganizados puderam eleger coordena-dores de equipe e pontuar suas devi-das responsabilidades.

Conforme diz Clainton presiden-te executivo da Original Escapamen-tos "Nós ganhamos em visibilidade,pois nossos clientes nos parabenizampelo projeto. Creio que esse foi um

Brindes ecológicospara o final do ano

dos fatores que impulsionaram nos-so crescimento".

A Ecossocial desenvolve projetosa partir de resíduos empresariais.Desde brindes a ambientes ecossociais.Para mais visite o site da empresawww.ecossocial.com.br ou ligue 413013-0366.

CURIOSIDADESCada tonelada de aço reutilizado

representa uma economia de 1.140kg de minério de ferro, 154 kg decarvão e 18 kg de cal. Se o pai reci-classe todas as latas de aço que con-some, seria possível evitar a retiradade 900 mil toneladas de minério deferro por ano, prolongando a vidaútil das reservas minerais, tambémdeixaria de ocupar 8,6 milhões de mzero em aterros todos os anos e eco-nomizaria 240 milhões de kWh deenergia elétrica e deixaria de cortar45 milhões de árvores de refloresta-mento comercial, necessárias para aprodução de carvão vegetal usadocomo redutor de minério de ferro.

Porta caneta original

Telhados brancos contra o aquecimento globalPesquisador afirma que pintar os telhados de branco pode ajudar a combater o aquecimento global

Segundo estudos desenvol-vidos pelo pesquisador AkbariHasken, do Lawrence BerkleyNational Laboratory, dos Es-tados Unidos, pintar de bran-co os telhados das casas e pré-dios pode ajudar a reduzir oaquecimento global. Tal me-dida, faria com que a radia-ção solar seja refletida de vol-ta para a atmosfera, deixandode aquecer o globo terrestre,diminuindo a temperatura dasilhas de calor dos grandes cen-tros urbanos em até 1º C, umavez que, enquanto as cobertu-ras escuras absorvem 80% docalor externo, as claras refle-tem até 90% da luz solar.

São consideradas "ilhas decalor" as áreas urbanas queapresentam temperaturas de 1a 6º C maiores que as áreasrurais próximas. Isto é resul-tado da retenção e radiação daluz solar pelos edifícios e docalor proveniente do uso deenergia elétrica, explica o pes-quisador em seu estudo cien-tífico. Ele diz que cerca de

25% da superfície de uma ci-dade são cobertos por telha-dos.

Estudos demonstram quea presença de telhados clarosreduz os custos de ar condici-onado em 20% ou mais nosdias ensolarados. O consumode energia mais baixo que isso

propicia significativa reduçãonas emissões de dióxido decarbono que contribuem parao aquecimento global. Alémdisso, um telhado brancopode custar apenas 15% amais de que versões escuras, adepender dos materiais utili-zados, e ao mesmo tempo,

permitir uma redu-ção nas contas de ele-tricidade. O secretá-rio da Energia dosEstados Unidos, Ste-ve Chu, ganhador deum prêmio Nobelde Física, vem difun-dindo o uso de telha-dos claros, no país eno exterior. "Telha-dos brancos", foi oconselho que ele deuà audiência televisiva

do programa Daily Show, daComedy Central durante umaentrevista.

O cientista Chu diz que seuheroi é Art Rosenfel, ummembro da Comissão Esta-dual de Energia da Califórniaque está em campanha pelostelhados brancos desde osanos 80, e o argumento deRosenfeld é o que se todos ostelhados do mundo fossemclaros, isso poderia represen-tar uma redução do equivalen-te a 24 bilhões de toneladas ememissões de dióxido de car-bono, nos próximos 20 anos.

De Dubai a Nova Delhi eIsaka, no Japão, os telhadosreflexivos vêm sendo promo-vidos pelas autoridades locaiscuja prioridade é reduzir cus-tos de energia. Nos Estados

Unidos, eles se tornaram equi-pamento padronizado já háuma década, nas lojas novasda cadeia Wal-Mart.

As contas de Hasken tam-bém são muito otimistas. Eleexplica que cada 100 metrosde teto pintados de brancocompensariam dez toneladasde emissão de CO2. O estu-do científico cita que até 2040,70% da população mundialpoderá viver nas cidades, cu-jas superfícies tem 60% de te-lhados e pavimentos. "Se so-mente os telhados fossem pin-tados, se conseguiria umacompensação de 24 bilhões detoneladas de CO2. Se em 20anos todos os tetos forem pin-tados, seria como retirar me-tade dos carros que rodam emtodo o mundo a cada anodeste programa. Isso possibi-litaria um atraso nos efeitos diaquecimento global", garanteo pesquisador.

Haskem Akbari, colega deRosenfeld no laboratório La-wrence Berkeley, diz que nãosabe quanto tempo vai de-morar para que os telhadosclaros conquistem o país. Masele aponta que um telhado,quer recoberto por telhas oupor um revestimento asfálti-co, costuma durar entre 20 e25 anos. Caso cerca de 5% dostelhados que são substituídosa cada ano receberem coresmais claras, a transformaçãono país estaria concluída emduas décadas, afirma.Fonte: www.telhados brancos.com.br

Page 9: JORNAL MEIO AMBIENTE

12 9Poluição Geral

Casemiro Linarth

Nem a diplomacia climáticanem a crise econômica parecempoder reverter a tendência. Segun-do o estudo anual do consórcio ci-entífico Global Carbon Project,publicado em 17 de novembro narevista Nature Geoscience, asemissões mundiais de CO2 aumen-taram em 2008, estabelecendo umnovo recorde de cerca de 10 bi-lhões de toneladas de carbono, comuma margem de erro de 10%.

Já os "poços naturais" (oceano,vegetação terrestre), que absorvemparte importante do gás carbônicoantrópico (relativo à ação do ho-mem sobre a natureza), perderamum pouco de sua eficácia. Há 50anos, eles fixavam 45% das emis-sões. Em 2008, essa taxa caiu para40%.

Sem surpresa, a combustão dosrecursos fósseis (petróleo, carvão,gás) é responsável pela maior par-te das emissões humanas de CO2:cerca de 8,7 bilhões de toneladasde carbono. Um montante 29%acima do nível do ano 2000 e 41%superior ao de 1990, ano de refe-rência do protocolo de Kyoto.

Os números falam por si mes-mos. Na década de 1990, as emis-sões humanas de CO2 devidas aoscombustíveis fósseis cresceram emmédia 1% ao ano. Essa taxa maisque triplicou depois do ano 2000,fixando-se numa média de 3,4% deaumento ao ano.

Com o impacto da crise econô-mica, as emissões de 2008 tiveram

Aumento das emissões de CO2 bate recorde em 2008

um crescimento de 2%, inferior àmédia dos anos 2000. O mesmodeve acontecer em 2009. Basean-do-se nas evoluções do crescimen-to mundial projetadas pelo FundoMonetário Internacional (FMI), ospesquisadores do consórcio, que re-úne vinte laboratórios internacio-nais, prevêem uma baixa de 2,8 dasemissões globais de CO2 para 2009.Mas o número exato só será conhe-cido no final de 2010.

Apesar da pequena moderaçãonotada em 2008 e do retrocessoprevisto para 2009, as emissões dadécada atual se situam um pouco

acima do cenáriomais pessimistaproposto peloIPCC (Painel In-tergovernamentalsobre MudançasClimáticas), pa-trocinado pelaOrganização dasNações Unidas

(ONU), em seus relatórios anuais.O aumento dos lançamentos de

gás carbônico notada nos últimosanos é atribuída, explicam os auto-res, a uma mudança da fonte prin-cipal de emissões, que não é maiso petróleo, mas o carvão. Em 2008,a hulha representou 40% de todasas emissões saídas dos recursos fós-seis, em comparação aos 37% en-tre 1990 e 2000. Já a contribuiçãodo petróleo diminuiu de 41% en-tre 1990 e 2000 para 36% em 2008.

Essa predominância do carvão,inédita desde 1968 segundo os pes-quisadores, representa o aumentoda atividade econômica da Chinae da Índia. Os países em desenvol-vimento, liberados pelo protocolode Kyoto, ultrapassaram os paísesdesenvolvidos nas emissões deCO2 nos últimos quatro anos.

Mas não deve haver engano. Asestatísticas nacionais levantadaspelos pesquisadores lembram umfato conhecido há muito tempo: as

emissões dos países desenvolvidosse deslocaram em boa parte paraos países emergentes. No ReinoUnido, por exemplo, as emissões dopaís diminuíram 5% entre 1992 e2004, enquanto as emissões relati-vas aos bens de consumo, produzi-dos em parte nos países menos de-senvolvidos, aumentaram 12%.

Embora dominem o cenário, aatividade das indústrias de cimen-to e a combustão dos fósseis asso-ciada ao transporte, à produção deenergia e à atividade industrial nãosão as únicas responsáveis. Astransformações do uso dos solostambém contam em cerca de 1,2bilhão de toneladas de carbono."Trata-se, no essencial, das conse-qüências do desmatamento nas re-giões tropicais", explica o climato-logista Filipe Ciais, do Laboratóriodas Ciências do Clima e do Ambi-ente, na França, coautor do estu-do.

Esse fenômeno não é tão bempercebido pelos pesquisadores, quenem sempre dispõem de estatísti-cas nacionais confiáveis, ao contrá-rio daquelas que se referem ao con-sumo e à produção de energia, con-sideradas corretas com uma mar-gem de erro de aproximadamente10%.

Os autores avaliam que 40%dos cerca de 10 bilhões de tonela-das de carbono emitidos em 2008foram fixados pelos ecossistemasterrestres ou marinhos. "O poçoque funciona melhor é ainda a ve-getação terrestre", observa Ciais.Segundo ele, o oceano dá sinaisrelativos de cansaço.

O autor esclarece que, há cin-qüenta anos, os poços absorviam45% do CO2, o que ocasiona umaperda de eficácia de 1% por déca-da, um número ainda pequeno. Noentanto, é muito difícil prever ocomportamento desses poços nospróximos anos e nas próximas dé-cadas.

Alimentos orgânicos: A base da boa saúdeUma dieta rica em verduras, legu-

mes e frutas é quase sempre a garantiade uma boa qualidade de vida, por issoos alimentos orgânicos, cultivados semfertilizantes químicos ou agrotóxicos,possuem uma grande vantagem sobreos alimentos convencionais por seremenriquecidos de nutrientes, uma vezque a terra utilizada no seu cultivo éfértil e natural sem interferência quími-ca no processo.

Além de verduras, legumes e frutas, omodelo orgânico também pode ser en-contrado em carnes e laticínios. A di-ferença está na maneira como se cria oanimal (rações adequadas e naturais,tratamentos a base de homeopatia, nãoconfinamentos, etc.), possibilitando umcardápio diário totalmente orgânico.

Entre os inúmeros benefícios daalimentação orgânica está o processode purificação do organismo que elaproporciona, melhorando problemashepáticos e gastrointestinais contidasnos alimentos normais.

Os males para a saúde causadospela artificialização da alimentação jásão motivos de protestos e mudançasde atitudes principalmente em paísesda Europa.

No Brasil, a produção de orgâni-cos, que começou com cooperativasde consumidores em 1978, está cres-cendo. Atualmente os orgânicos sãocultivados em 100 mil hectares no país.

MEIO AMBIENTE

Os alimentos orgânicos agridemmuito menos o meio ambiente. Por não

nas propriedades rurais também sãovalorizados.

INCENTIVO SOCIAL

A produção orgânica valoriza e in-centiva o trabalho da agricultura fami-liar. Isso contribui para melhorar a qua-lidade de vida dessas famílias e previ-ne o êxodo rural. Ela também aumentaos postos de trabalho, permitindo umamelhor geração e distribuição de ren-da, e respeita as normas sociais basea-das nos acordos internacionais de tra-balho. Propriedades que exploram ostrabalhadores ou usam mão-de-obrainfantil não recebem o certificado deProduto Orgânico.

Em Curit iba, você encontraprodutos orgânicos além das fei-ras livres, no 1º Mercado de Orgã-nicos do Brasil.

Principais características dos alimentos orgânicos:- O solo é considerado um organismo vivo e deve ser

modificado o mínimo possível;- Uso de adubos orgânicos de baixa solubilidade;- Controle de pragas e doenças com medidas preven-

tivas e produtos naturais;- Os efeitos das ações no meio ambiente são consi-

derados, por isso são realizadas ações de preserva-ção do solo e das fontes de água;

- Os animais se alimentam de produtos orgânicos enaturais;

- É realizado um rodízio de animais de exigênci-as e hábitos alimentares diferenciados, como bovi-

nos, eqüinos, ovinos, caprinos e aves;- Uso de instalações adequadas que proporcio-

nem conforto e saúde aos animais, com fácilacesso à água, alimentos e pastagens e que pos-sua espaço suficiente para a movimentação dorebanho;

- A reprodução e o desmame são feitos de formanatural;

- As culturas seguem os ciclos das estações e àscaracterísticas de cada região;

- A colheita é realizada na época da maturação,sem o uso de recursos de indução artificiais.

utilizarem produtos tóxicos, o risco decontaminação do solo e dos lençóisfreáticos é reduzido. Além disso, osalimentos orgânicos preservam a fer-

tilidade do solo, a qualidade da água, avida silvestre, assim como os demaisrecursos naturais. A saúde das plantas,o bem-estar animal e a biodiversidade

A reciclagem agrícola de resíduos sólidos orgânicos na gestão ambiental

Nas atividades humanas, resíduossão gerados continuamente. Estes de-vem ser reduzidos, reutilizados e/oureciclados. De outra forma, são fon-tes de poluição do solo, da água, do are locais de proliferação de vetores devárias enfermidades (insetos e roedo-res).

Todo organismo ou material deorigem vegetal ou animal é formadode elementos presentes nas camadassuperficiais do solo. Dessa maneira,nada mais natural que promover o re-torno das frações não utilizadas pelohomem ao seu ponto de partida.

Nos grandes centros urbanos, ondeé grande o consumo de produtos in-dustrializados, a matéria orgânica com-põe em torno de 40 % da massa total

do lixo produzido, sendoque cada habitante contri-bui com, em média, 1,0 a1,5 kg de lixo por dia. Jáem municípios menores, afração orgânica do lixo éde, aproximadamente, 60% da massa total e cadahabitante produz de 400 a600 g de lixo diariamente.

A reciclagem agrícolade resíduos sólidos orgâ-nicos (RSO), na conversãode seu potencial poluidor em um in-sumo fundamental nas atividades agro-pecuárias dos países tropicais e sub-tropicais (condicionador de solo e/oufertilizante orgânico), é uma das alter-nativas de destino final que mais bene-ficia a qualidade de vida. Para esse fim,

a compostagem e a vermicomposta-gem (ou minhocultura) são métodoseconomicamente viáveis e ambiental-mente corretos, desde que técnica e ci-entificamente conduzidos. Ambos sãoprocessos aeróbios controlados de de-composição biológica de RSO. No

caso do lixo urbano, sua utilização pro-longa a vida útil de aterros sanitários egera empregos diretos e indiretos. Es-sas formas de reciclagem fazem partede um sistema de gestão ambiental, jun-tamente com um programa de mini-mização de resíduos e sua reutilizaçãoentre outros.

Tem-se verificado que a legislaçãoambiental tende a ser cada vez maisrestritiva, pela ampliação do conheci-mento e na consciência da sociedade.Portanto, deve-se seguir um modelode crescimento e desenvolvimento queconsidere não apenas a produção debens, mas também questões ambien-tais, de responsabilidade social e dequalidade dos alimentos. Nossas açõesde hoje refletem no amanhã.

(*) Robinson é Eng. Agr., M.Sc.

Robinson Rolim Ressetti (*)

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