Jornal Mural

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Salve-se quem puder Eduardo W. Martins Com seus 6.432 metros quadrados de área, o Beco da Poeira é uma área pública que deveria pro- porcionar boas condições de segurança aos seus usuários. Mas, de acordo com o engenheiro res- ponsável do Centro de Atividades Técnicas (CAT) do Corpo de Bombeiros, Major Wagner, esse é um local preocupante, com reais riscos de incêndio. A comerciante Deijane Ferreira afi rmou ter presenciado pequenos incêndios dentro dos boxes. Já a vendedora Francisca Cleide fi cou surpresa ao descobrir que o local em que trabalha não é tão seguro. Segundo Major Wagner, a prefeitura e a administração do local não solicitaram vistoria. Mas o responsável pela ad- ministração, Vicente Furtado, justifi ca dizendo que “todos os problemas serão sanados no novo projeto - o Centrão”. Preço baixo é o grande atrativo Expediente Mural do Beco da Poeira é um jornal laboratório da Disciplina Princípios e Técnicas de Jornalismo Impresso I, semestre 2004.2, do Curso de Jor- nalismo da Unifor. Diretor do CCH: Prof. José Batista de Lima Coordenadora do Curso: Profa. Erotilde Honório Concepção e edição: Prof. Jocélio Leal Projeto gráfico e Diagramação: Aldeci Tomaz Edição: Ana Cíntia Gondim Fotos: Ana Cíntia Gondim Editorial Levantou poeira Saia caminhando pelo Cen- tro e pergunte onde fica o Centro de Pequenos Negócios e Ven- dedores Ambulantes (CPNV). É inútil. Ninguém vai saber. Mas se a pergunta for onde fica o Beco da Poeira, saberá fácil que é o maior centro de com- pras popular da cidade, ali entre as praças da Lagoinha e José de Alencar. O preço é o principal atrativo. Em nome dele os corredores apertados são apenas um de- talhe. Quem vai ao Beco sabe que não terá conforto, mas tem a certeza de estar fazendo a melhor compra. A fidelidade dos clientes confirma. O nome vem de uma época em que a poeira subia e o suor descia. Hoje, poeira nem tanto, mas suor ainda. Nos anos 80, entrando pelos 90, era pas- sagem obrigatória para quem desembarcava dos ônibus na Tristão Gonçalves. O chão era de terra batida e acumulava muita lama em dias de chuva. Hoje os problemas são outros. Entre e confira. Cheiro de fumaça no ar Extintores de incêndio - só foi encontrado um extintor, que fica dentro da Administração Saídas de emergência - não há sinalização indicativa, e os corredores estreitos difi- cultariam o fluxo de pessoas em situação emergencial Material - os mais encontrados, roupas e plásticos, são facilmente inflamáveis Ventilação - não há circulação de ar, o que, aliado à grande quantidade de mercadorias, aumenta o risco de incêndio. Vem aí o Centrão Ancilene de Oliveira Góis O Beco da Poeira será transferido ainda este ano para um prédio refor- mado e com novas instalações na rua 24 de maio. Criado em 1991, o Beco é gerido pela Associação de Profissionais e Vendedores Ambulantes e Trabalha- dores Autônomos do Estado do Cea- rá (Aprovata). Atualmente são 2.030 boxes, dos quais 15% são registrados na Secretaria do Trabalho e Empreen- dedorismo (Sete). Cada proprietário de box contribui com uma taxa de R$ 8,00 semanais. Os piratas Emersomar Rodrigues da Silva A pirataria continua no Beco da Poeira. As últimas prisões afas- taram a maioria dos comerciantes ilegais, mas basta um rápi- do passeio pelo local para que se encontre boxes que vendem CDs e DVDs “piratas”, desafiando a Polícia. Denúncias anônimas também têm aju- dado no combate a esse crime. “O bom comerciante é que aciona a Polícia”, decla- rou o delegado titular da Delegacia de De- fraudações e Falsificações (DDF), Erivaldo Pereira. Ele faz ainda um alerta para quem compra esse tipo de produto. “O compra- dor de piratas pode ser enquadrado como receptador”, afirmou. Segundo uma comerciante do Beco, que não quis se identificar, a venda de mercadorias ilegais prejudica indireta- mente o seu trabalho, pois “os clientes ficam amedrontados com as constantes batidas policiais no local”. A “Praça de Alimentação” Eva Costa Lima Pinheiro O Beco da Poeira possui locais inade- quados para a ali- mentação. O espaço destinado às refei- ções é mal iluminado, abafado e pequeno, considerando a quan- tidade de pessoas que passam e comem por ali diariamente. Há várias mini-lanchonetes enfileiradas, que abrem às seis da manhã e fecham por volta das cinco horas da tarde. O cliente pode escolher pratos como bisteca, pane- lada ou baião-de-dois, que custam entre R$ 3,00 e R$ 4,50. Do lado de fora, ao redor da feira, ven- dedores ambulantes oferecem salgados e cachorros-quentes. São outras opções para aqueles que não querem comer a “comida de panela” servida dentro do Beco. Tem de tudo Luciana Aragão Soares Preço baixo e variedade de produtos são fatores que contribuem para a popularidade do Beco da Poeira, um dos centros comerciais mais conhecidos e freqüentados da cidade. No Shopping BP é possível encontrar de tudo um pouco. Biquíni, saia, cueca, meia e blusa “igual à da Maria do Carmo, da novela”, como dizem os vendedores. Essa diversidade também se aplica à qualidade dos produtos, fazendo o Beco ter, entre alguns, a fama de vender apenas artigos de má-qualidade. DVDs são vendidos livremente Prédio em construção onde ficará o novo Beco FOTOS: ANA CÍNTIA GONDIM “Comida de panela”: a mais pedida dentro do Beco

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Jornal laboratório do curso de jornalismo da Unifor

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Page 1: Jornal Mural

Salve-se quem puderEduardo W. Martins

Com seus 6.432 metros quadrados de área, o Beco da Poeira é uma área pública que deveria pro-porcionar boas condições de segurança aos seus usuários. Mas, de acordo com o engenheiro res-ponsável do Centro de Atividades Técnicas (CAT) do Corpo de Bombeiros, Major Wagner, esse é um local preocupante, com reais riscos de incêndio.

A comerciante Deijane Ferreira afi rmou ter presenciado pequenos incêndios dentro dos boxes. Já a vendedora Francisca Cleide fi cou surpresa ao descobrir que o local em que trabalha não é tão seguro.

Segundo Major Wagner, a prefeitura e a administração do local não solicitaram vistoria. Mas o responsável pela ad-ministração, Vicente Furtado, justifi ca dizendo que “todos os problemas serão sanados no novo projeto - o Centrão”.

Preço baixo é o grande atrativo

Expediente

Mural do Beco da Poeira é um jornal laboratório da Disciplina Princípios e Técnicas de Jornalismo Impresso I, semestre 2004.2, do Curso de Jor-nalismo da Unifor.Diretor do CCH: Prof. José Batista de LimaCoordenadora do Curso: Profa. Erotilde HonórioConcepção e edição: Prof. Jocélio LealProjeto gráfi co e Diagramação: Aldeci TomazEdição: Ana Cíntia GondimFotos: Ana Cíntia Gondim

Editorial

Levantou poeiraSaia caminhando pelo Cen-

tro e pergunte onde fi ca o Centro de Pequenos Negócios e Ven-dedores Ambulantes (CPNV). É inútil. Ninguém vai saber. Mas se a pergunta for onde fi ca o Beco da Poeira, saberá fácil que é o maior centro de com-pras popular da cidade, ali entre as praças da Lagoinha e José de Alencar.

O preço é o principal atrativo. Em nome dele os corredores apertados são apenas um de-talhe. Quem vai ao Beco sabe que não terá conforto, mas tem a certeza de estar fazendo a melhor compra. A fi delidade dos clientes confi rma.

O nome vem de uma época em que a poeira subia e o suor descia. Hoje, poeira nem tanto, mas suor ainda. Nos anos 80, entrando pelos 90, era pas-sagem obrigatória para quem desembarcava dos ônibus na Tristão Gonçalves. O chão era de terra batida e acumulava muita lama em dias de chuva. Hoje os problemas são outros.

Entre e confi ra.

Cheiro de fumaça no ar

Extintores de incêndio - só foi encontrado um extintor, que fi ca dentro da AdministraçãoSaídas de emergência - não há sinalização indicativa, e os corredores estreitos difi -cultariam o fl uxo de pessoas em situação emergencialMaterial - os mais encontrados, roupas e plásticos, são facilmente infl amáveisVentilação - não há circulação de ar, o que, aliado à grande quantidade de mercadorias, aumenta o risco de incêndio.

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Vem aí o Centrão

Ancilene de Oliveira Góis

O Beco da Poeira será transferido ainda este ano para um prédio refor-mado e com novas instalações na rua 24 de maio.

Criado em 1991, o Beco é gerido pela Associação de Profi ssionais e Vendedores Ambulantes e Trabalha-dores Autônomos do Estado do Cea-rá (Aprovata). Atualmente são 2.030 boxes, dos quais 15% são registrados na Secretaria do Trabalho e Empreen-dedorismo (Sete). Cada proprietário de box contribui com uma taxa de R$ 8,00 semanais.

Os piratasEmersomar Rodrigues da Silva

A pirataria continua no Beco da Poeira. As últimas prisões afas-taram a maioria dos comerciantes ilegais, mas basta um rápi-do passeio pelo local para que se encontre boxes que vendem CDs e DVDs “piratas”, desafi ando a Polícia.

Denúncias anônimas também têm aju-dado no combate a esse crime. “O bom comerciante é que aciona a Polícia”, decla-rou o delegado titular da Delegacia de De-fraudações e Falsifi cações (DDF), Erivaldo Pereira. Ele faz ainda um alerta para quem compra esse tipo de produto. “O compra-dor de piratas pode ser enquadrado como receptador”, afi rmou.

Segundo uma comerciante do Beco, que não quis se identifi car, a venda de mercadorias ilegais prejudica indireta-mente o seu trabalho, pois “os clientes fi cam amedrontados com as constantes batidas policiais no local”.

A “Praça de Alimentação”

Eva Costa Lima Pinheiro

O Beco da Poeira possui locais inade-quados para a ali-mentação. O espaço destinado às refei-ções é mal iluminado, abafado e pequeno, considerando a quan-tidade de pessoas que passam e comem por ali diariamente.

Há várias mini-lanchonetes enfi leiradas, que abrem às seis da manhã e fecham por volta das cinco horas da tarde. O cliente pode escolher pratos como bisteca, pane-lada ou baião-de-dois, que custam entre R$ 3,00 e R$ 4,50.

Do lado de fora, ao redor da feira, ven-dedores ambulantes oferecem salgados e cachorros-quentes. São outras opções para aqueles que não querem comer a “comida de panela” servida dentro do Beco.

Tem de tudo Luciana Aragão Soares

Preço baixo e variedade de produtos são fatores que contribuem para a popularidade do Beco da Poeira, um dos centros comerciais mais conhecidos e freqüentados da cidade.

No Shopping BP é possível encontrar de tudo um pouco. Biquíni, saia, cueca, meia e blusa “igual à da Maria do Carmo, da novela”, como dizem os vendedores. Essa diversidade também se aplica à qualidade dos produtos, fazendo o Beco ter, entre alguns, a fama de vender apenas artigos de má-qualidade.

DVDs são vendidos livremente

Prédio em construção onde fi cará o novo Beco

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“Comida de panela”: a mais pedida dentro do Beco

só foi encontrado um extintor, que fi ca dentro da Administraçãonão há sinalização indicativa, e os corredores estreitos difi -

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Nauan Barros

Sempre nos perguntamos: por que o ci-nema do Centro Dragão do Mar não oferece ingressos a preços populares, já que é um centro de divulgação da cultu-ra em Fortaleza? O adminis-trador do cinema do Espaço Unibanco, Franzé Santos, afirmou que jamais haverá um cinema em Fortaleza que ofereça preços populares com total desinteresse dos órgãos responsáveis. Para ele, Dra-gão do Mar é um verdadeiro “Elefante Branco”. É o cine-ma que consegue concentrar a maior fatia do público que freqüenta o Centro, e ainda leva esses consumidores aos bares e restaurantes. “Nem o museu consegue”.

“Alguns meses atrás, uma de nossas salas quase foi à falência. Passamos três meses seguidos no vermelho. Uma empre-

Expediente

Mural do Cinema é um jornal la-boratório da Disciplina Princípios e Técnicas de Jornalismo Impresso I, semestre 2004.2, do Curso de Jorna-lismo da Unifor.Diretor do CCH: Prof. José Batista de LimaCoordenadora do Curso: Profa. Erotilde HonórioConcepção e edição: Prof. Jocélio LealProjeto gráfi co e Diagramação: Aldeci TomazEdição: Luana GurgelFotos: Divulgação

Editorial

A turma de Jornalismo Impres-so I teve a liberdade de escolher qualquer tema para pautar este jornal. Qualquer um. Mas a esco-lha não foi difícil. Sem pestane-jar, a maioria absoluta da turma apontou o cinema como o assun-to a ser abordado neste mural. E faz sentido. Murais e cinema têm, pelo menos, uma afi nidade estética marcante: o cartaz. Car-tazes de fi lmes são, por vezes, o primeiro contato do público com as produções que enchem a tela e os olhos. Ademais, fi lmes e jor-nais precisam de emoção. Prazer em fazer e em ser visto. No Mural do Cinema, os alunos foram em busca disso.

O jornal que você agora lê neste muro, parede ou porta de cinema foi pensado e elaborado para quem gosta da telona. To-das as pautas e matérias tiveram como gancho o que se passa na tela, poltronas, fi las, caixa e literatura da Sétima Arte. Muitas boas idéias, muitos bons rotei-ros nasceram desse exercício. Pelo espaço, só algumas foram lançadas. Luana Gurgel mos-tra o calendário do público em Fortaleza. Ela também preparou um servição, com os preços nas principais salas. Eleazar Barbo-sa conversou com o pesquisador Ary Leite, autor de “Fortaleza, a era do cinema”. Nauan Barros foi perguntar no Dragão do Mar por que cargas d’água o Espaço Unibanco não é mais acessível. Boa sessão e boa leitura!

sa particular não resistiria se fizesse este tipo de promoção. Não é viável comercial-mente, já que 60% do arrecadado é pago à distribuidora dos filmes e os 40% restantes

bancam todas as outras des-pesas”, afirma Franzé. Com 68 salas atuando no Brasil,o grupo Espaço Unibanco no Ceará é o que tem o ingresso mais barato. Mas o Dragão do Mar quer aumentar o aluguel das salas. Se isso acontecer, o preço do ingresso terá de ser aumentado.

O Espaço Unibanco ofere-ce projetos específi cos para vários grupos como: idosos, advogados, psicanalistas e arquitetos. Franzé tem um projeto escolar que espera há três anos pela aprovação na

Secretaria da Cultura. Quer levar os alunos da escola pública para assistir aos fi lmes es-colhidos por seus professores .

É caro, mas lota

O cinema UCI Ribeiro do Iguatemi possui os preços mais altos de Fortaleza, chegando a custar 14 reais nas sextas e fi ns de sema-na. O gerente do Multiplex, Jeferson Stoever, quando questionado sobre o valor do ingresso afi rmou que existe uma maior diversidade de fi lmes em cartaz, exibindo até 18 fi lmes dife-rentes. Ele destaca também a maior qualidade das salas - som, tela, poltronas - e diz que isso vem fazendo com que outros cinemas tenham que correr atrás para disputar.

Segundo Jeferson, os fi ns de semana che-gam a contar com até cinco mil espectadores e o único problema são as fi las, que ele afi rma serem inevitáveis quando se tem um público tão grande. Jeferson sugere que seja usado o ser-viço de compras antecipadas ou pela internet.

Luana Gurgel

Quarta-feira é dia de preços mais baixos. As salas apostam nas promoções e algumas reduzem os preços ou liberam meia-entrada para todos. A exceção é o cinema do Shop-ping Benfi ca, em que o dia mais barato é a segunda-feira.

No Multiplex do Iguatemi o preço baixa de 14 reais, no fi nal de semana, para nove, na quarta-feira. Já no Del Paseo, os bilhetes caem de 12 reais, sexta, sábado e domingo,

Quarta é dia de telonapara 5, na quarta. Isso o preço das entradas inteiras (ver serviço abaixo).

As salas lotam e as fi las são demoradas. A dica é chegar mais cedo ou, em alguns cinemas, comprar pela internet ou antecipadamente.

Quem cabe no Espaço Unibanco

E na Unifor...Para aqueles que gostam de discutir e debater fi lmes, tem o grupo de pesquisa sobre Humor na Comunicação do professor Márcio Acselrad, que nas terças-feiras apresenta um fi lme às 13h30min, no Centro de Convivência, e em seguida abre para debate.

E na Unifor...Para aqueles que gostam de discutir e debater fi lmes, tem o grupo de pesquisa sobre Humor na Comunicação do professor Márcio Acselrad, que nas terças-feiras apresenta um fi lme às 13h30min, no Centro de Convivência, e em seguida abre para debate.

Quanto custa

Preços sujeitos a alterações

Eleazar Barbosa

Ary Bezerra Leite, autor do livro “For-taleza, a era do cinema” declara: “Nun-ca me procuraram para publicar algo do cinema antigo de Fortaleza, não há ne-nhum interesse. Outra coisa: algumas fontes primárias se perderam, é uma vergonha, não me conformo”.

Ary possui acervo histórico que remonta do berço e primeiros passos da cinematografi a alen-carina, desde a chegada dos primeiros Kinestos-copes até os efeitos do cinema na década de 50. Ary entrevistou e obteve arquivos de 50 pessoas e vasculhou cer-ca de 16 mil edições de jornais antigos de Fortaleza. A nova empreitada de Ary é a pu-blicação do livro “A Tela Prateada” (Cidade

Fortaleza, a era do cinemaFortaleza-1897-1959-do cinematógrafo aos anos 50). “Tá faltando só alguma editora tomar as rédeas, há uma cobrança para continuar”.

Ele afirma que o Cine Rex marcou sua his-tória. Aos 10 anos, levado pelo pai, percorriam seis quarteirões andando de casa, na rua padre Moro-ró, até o cinema, na Ge-neral Sampaio. “Quando assisti ao fi lme ‘A noite do passado’, que narra-va no final o desfecho da 1º Guerra Mundial, no momento que terminou o fi lme havia muita gente festejando a vitória dos aliados nas ruas de For-

taleza, pois estávamos em 1945, fi nal da 2º Guerra. Porém, a informação transmitida pelo rádio era falsa, a guerra só acabaria uma semana depois”.

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Tudo começou nos terminaise nos mercados. Ônibus, passa-rela, catraca, batata, laranja, car-ne (nem sempre fresca!), panela,motorista, trocador, fiscal, motoris-ta, quitandeiro, gente. Em comumo Jornal do Terminal e o Mural doMercado tinham essa matéria-pri-ma principal – gente. Os estudan-tes da disciplina Jornalismo Im-presso I, no semestre 2003-1 fo-ram os primeiros a apostar no for-mato mural. E apostaram para va-ler. Foram às ruas para farejarpautas e empurraram dedo no te-clado para dar vida ao projeto quese mostra agora consolidado como Mural da Escola, o Mural da Bei-ra Mar e Mural do Estádio.

A herança foi bem recebidae bem cuidada pelas turmas de2003-2. Dessa vez com estes trêsnovos espaços públicos, outrashistórias, novas realidades, masem comum o mesmo espírito in-quieto que move um jornal e doqual ele se alimenta. A experiên-cia que vocês vêem nesta parede,muro ou coluna tem a cara daque-las turmas dos horários AB, CD eEF – para quem não conhece, desete e meia à uma da tarde noCurso de Jornalismo da Universi-dade de Fortaleza (Unifor). Sãojovens aprendendo a fazer jorna-lismo com matéria de verdade.Que este jornal, portanto, possalhes ser útil e dê à antipatia dapalavra “muro” um sentido maishumano.

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Mural da Beira Mar é um jornal labora-

tório da Disciplina Princípios e Técni-

cas de Jornalismo Impresso I do Curso

de Jornalismo da Unifor.

Chanceler: Airton José Vidal QueirozReitor: Carlos Alberto BatistaMendes de SousaDiretor de Graduação: WilhelmusJacobus AbsilDiretor do CCH: Prof. José Batista deLimaCoordenadora do Curso: Prof. ErotildeHonórioConcepção e edição: Prof. JocélioLealProjeto gráfico : Prof. Eduardo FreireEdição: Carol de CastroDiagramação: Aldeci Tomaz

EditorialEditorialEditorialEditorialEditorial

Ilhas da discórIlhas da discórIlhas da discórIlhas da discórIlhas da discórdiadiadiadiadiapor Luana Amorim

O calçadão da avenida Beira Mar teve seu cenáriomodificado no último semestre do ano passado,quando algumas barracas foram derrubadas. Deacordo com a chefe daDivisão do Meio Ambiente daRegional II, Fernanda Veras,algumas barracas na orlaforam demolidas, porque nãoatendiam as exigências davigilância sanitária.

Segundo ela, o projeto queexistia para revitalizar a orla etorná-la mais urbana e menoscomercial era o projeto Ilhas,que foi suspenso peloMinistério Público porque nãotinha a aprovação do Ibama,do Conselho Regional de Engenharia Civil, Arquiteturae Agronomia (Crea-CE) e autorização do Patrimônioda União para que as obras pudessem continuar.Fernanda acrescenta que a União não permite que aPrefeitura faça modificações no local, embora sejaresponsável pela limpeza e conservação do ambiente.

“A Prefeitura é responsável apenas pelo ônus e nãofica com o bônus, já que a área pertence à União” afirmaFernanda .

A Prefeitura resolveu em julho de 2003 retomar oProjeto Ilhas, mas novamentehouve recomendação doMinistério Público para que asobras fossem suspensas. “Comoa Prefeitura não tem a permissãode dar um ordenamento dequalidade ao que tem, resolvemostirar o que tinha, já que nãooferecia qualidade”, afirmaFernanda Veras.

A diretora da Associação dosComerciantes e Permissionariosda Avenida Beira Mar, CarmemRosa, disse que os barraqueiros

não têm permissão do Município para realizar as obrasde encanamento da água, o que torna inviável ocumprimento de uma das exigências da vigilânciasanitária. “A Prefeitura tomou medidas por meio daVigilância Sanitária somente para justificar a demoliçãodas barracas”, afirma.

Há muitas dúvidas quanto ao quea Prefeitura de Fortaleza pretende fazerna Beira Mar. Em entrevista concedidano dia 3 de outubro de 2003, osecretário da Infra-Estrutura eDesenvolvimento Urbano de Fortaleza(Seinf), Marcelo Teixeira, dizia que onovo projeto que será executado noprincipal ponto turístico da cidade, alémde permitir o melhor uso da avenidapela população, visa também diminuira prostituição, venda de drogas elavagem de dinheiro.

O projeto prevê a derrubada de 21quiosques, a construção de novosboxes para os peixeiros e o fim doFortal na área.

O início da obra começou com aderrubada de barracas, antes mesmode qualquer decisão judicial. “Estamosaguardando a decisão judicial paracomeçar. Antes disso eu já derrubeitrês”, disse o secretário.

por Carlos Magno Silveira

A população cearense escolheu ocalçadão da avenida Beira Mar comoprincipal local de atividades físicas ede lazer. Diferente das academias deginástica caras, lotadas, barulhentase com um ar abafado, a Beira Maroferece aos atletas um espaço gratuito,com vista para o mar e clima agradável.

A rotina esportiva na avenidacomeça muito cedo com os praticantesde corrida, cooper e vôlei de areia. Àtarde, o local é pouco freqüentado porconta do sol e do calor excessivo.Durante a noite a variedade demodalidades entra em cena. Do skateà aeróbica, o público entra no clima esua a camisa.

Para Naiana Araújo, 21, o dia ficaincompleto se não “bater sua bolinha”com os amigos do vôlei de areia. Já omantenedor de piscinas, GefersonFreitas, 27, pratica futevôlei para aliviaro estresse do trabalho. O desempenhodo balconista de farmácia, FranciscoJoaquim, 32, impressiona. Ele joga

Saúde e boa forma no calçadãoSaúde e boa forma no calçadãoSaúde e boa forma no calçadãoSaúde e boa forma no calçadãoSaúde e boa forma no calçadãovôlei, basquete, futsal e pedala todosos dias. Com uma rotina dessa, fica fácilentender o porquê do apelido dele naturma: “motorzinho”.

No entanto, cuidados devem sertomados em relação aos excessos nasatividades físicas. “Todo praticante deatividades física necessita de umacompanhamento médico específico”,afirma a fisioterapeuta, Lucimar Bessa.

CanibaisDiariamente um grupo de “quase

atletas” se junta nas quadras da BeiraMar para jogarem suas partidas diáriasde vôlei de areia.

São os “canibais da Beira Mar”,como eles mesmos se denominam, porserem quase profissionais possuemhora e quadra própria para seus“rachas” diários. “Nosso grupo é muitounido e ninguém falta aos rachas,estamos aqui há muito tempo e por issotodos nos respeitam, a prefeitura nosconcedeu o horário e a quadra prajogarmos todos os dias”, disse Marcão,um dos mais experientes do grupo.

por Yágara Schneider

A feirinha daavenida Beira Marnão vai sofrer alte-rações na estrutura,e nem passará pormodificações denenhuma formacom a reurbaniza-ção que está acon-tecendo na praia.

Quem afirmou foi o presidente da Associação dosFeirantes de Artesanato da Beira Mar (Asfabem), FranciscoCarlos Simões. Ele disse ter ouvido a garantia do secretárioMarcelo Teixeira. Simões está certo de que apenas asbarracas da praia, ligadas a outra associação sãoafetadas.

Em todo caso, Simões ainda tem reclamações a fazersobre a primeira reurbanização há três anos. Na épocahouve interferências na estrutura física do local, compromessas de banheiro público e iluminação. Ele advertiuainda que também não foi cumprida a promessa dasbarracas serem instaladas no espaço que vai até a faixavermelha do calçadão, e que a feirinha foi aumentadasomente na parte horizontal que chega a frente doMcDonald´s, do outro lado da avenida.

A feirante Ana Alencar, 38, é uma das poucas quedeclara temer os efeitos da derrubada das barracas dapraia. “Derrubar barraca aqui foi ruim porque quando ocliente queria beber água era só dar uns passos, e agoranão tem mais”. A reclamação dos feirantes em relação àfalta de iluminação tem suas razões.

Eles reclamam dos gastos extras para manter a barracailuminada. O feirante Francisco Moreira, 62, confirma quea falta da iluminação é um dos maiores problemas. JáCarlos Eugênio, 47, alerta que a falta do banheiro é maisimportante, porque, segundo ele, os clientes precisampagar pelo uso nas barracas vizinhas.

História de promessas

A feirinha da Beira Mar existia bem antes dareurbanização atual, mas não contava com aestrutura existente. Durante a gestão da prefeitaMaria Luiza Fontenelle (1986 -1989), foi feita umaurbanização deixando a feirinha com piso empedrisco e com excelente iluminação, conta opresidente da associação, Francisco Carlos Simões.

Há três anos, em gestão do prefeito JuraciMagalhães, houve uma reurbanização no calçadãoque incluiu a feirinha. O piso continuou o mesmo e ailuminação ganhou novos postes.

Foi um tempo em que a Prefeitura prometeu ostão aguardados banheiros públi-cos. No final, ailuminação permaneceu deficiente e os banheirosnunca foram construídos.

A FeiraA FeiraA FeiraA FeiraA Feira O que será da Beira Mar?O que será da Beira Mar?O que será da Beira Mar?O que será da Beira Mar?O que será da Beira Mar?No entanto, segundo a gerente de

Habitação e Edificações da Seinf,Fátima Canuto, a Beira Mar não estápassando por processos dereurbanização. “Não existe nenhumprojeto de reurbanização”, disse Fátima.O que está acontecendo é uma“limpeza” na área. A Prefeitura irá retirar,apenas, as barracas e mesas, restando,somente, o calçadão, os bancos e aslixeiras. O orçamento da obra e o tempopara a sua execução não forammencionados pela engenheira.

A derrubada das barracas foiinterrompida por determinação do juizda 12ª Vara Federal, Augustinho LimaChaves, que concedeu uma liminar, apedido do Ministério Público Federal,proibindo qualquer medida contra osbarraqueiros sem o direito a ampladefesa dos comerciantes.

O que fazer na Beira Mar

Basquete - Cooper - Futevôlei - Vôlei de praia - Futsal - Handball -Skate - Futebol de areia - Caminhada - Ginástica Aeróbica -Alongamento - Dança - Capoeira - Ciclismo.

Barracas foram derubadas pela Prefeitura

A feirinha tem 625 barracas com os mais variados tipos deprodutos, sobretudo artesanato em palha, couro, bijuterias,alimentos e bebidas. Funciona das 16 às 23 horas de segundaa domingo.

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SERVIÇO

Fco. V. Júnior

Fotos: Fco Viana Júnior

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Gustavo Pelizzon

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Expediente

Mural da Praça é um jornal laboratório da Disciplina Princípios e Técnicas de Jornalismo Impresso I, semestre 2005.1, do Curso de Jornalismo da Unifor.Diretor do CCH: Prof. José Batista de LimaCoordenadora do Curso: Profa. Erotilde HonórioConcepção e edição: Prof. Jocélio LealProjeto gráfico e Diagramação: Aldeci TomazEdição: Débora de CastroFotos: Daniel Pires e Isabela Gurgel

Editorial

A mesma praça, o mesmo ban-co, as mesmas flores, o mesmo jardim. Mas nem tudo é igual no projeto de jornais murais do Curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor).

A cada edição um novo espaço. A cada semestre uma nova turma, novas visões, novos ritmos, novas pautas, novas personagens. Neste jornal que agora chega às ruas só não mudou o desafio de aprender jornalismo fazendo, sem perder de vista, contudo, a necessária reflexão sobre forma e conteúdo.

Fomos buscar no Centro um pouco do cotidiano que pulsa nos bancos e no chão de praças de For-taleza. Um dia-a-dia marcado pela desatenção do Poder Público e pelo descuido por parte da população, mas também por histórias de vida. Pode se abancar!

Serviço

Farmácia Oswaldo Cruz, rua Major Facundo, 576. telefone: (85) 3231-3196. Fortaleza-CE.

Pharmácia com PHDébora de Castro

Localizada na Praça do Ferreira, a farmácia Osvaldo Cruz foi inaugura-da há 60 anos, na época em que far-mácia ainda se es-crevia com “ph”. “O estilo da farmácia é o mesmo desde 1944. “Não mudei nada” orgulha-se Edgar Ro-drigues de Paula, o proprietário e farmacêutico responsável.

A história profissional de Edgar Rodrigues se confunde com a da própria farmácia, já que come-çou como funcionário, depois se tornando dono em 1950. Aos 86 anos, Edgar não pensa em se afastar do ofício. “Eu estou aqui e vou ficar até quando Deus quiser”, avisa.

Em resposta a quem acredita que a concor-rência das grandes redes é prejudicial aos seus negócios, ele manda o recado: “As novas farmá-cias não me atrapalham porque aqui só vendo remédios. As outras farmácias vendem remédios e picolés.Eu não vendo picolé”.

Edgar: enquanto Deus quiser

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As praças de Fortaleza têm sofrido com as ações de vandalismo e a depredação de seus bens. Das 136 praças existentes na capital, ape-nas 60 já foram reformadas na última administra-ção e tiveram monitoramento pela Guarda Muni-cipal. As praças da 13 de Maio, Otávio Bonfim e Gentilândia (ainda em obras) foram algumas das contempladas com as reformas. Perfeito contras-te diante das praças do Jardim América e Clóvis Bevilácqua, para citar duas como exemplo.

Em meio aos cuidados pontuais e aos des-cuidos freqüentes, a principal das praças da cidade, a Praça do Ferreira, mantém-se como referência maior de Fortaleza. Não há espaço

A praça é do povoPraça do Ferreira: principal espaço de concentração popular no Centro de Fortaleza

Quem guarda as praças

Marcela de Castro Sasse

A Guarda Municipal de Fortaleza foi criada em 1959 com a missão de proteger os bens públicos, praças e jardins da Capital. Para esta tarefa dispõe hoje de 604 servidores, entre pessoal interno e guardas. Na última administração ganharam um paliativo ape-nas. Trinta agentes de Cidadania se integra-ram ao serviço.

O coordenador do projeto, Francisco Al-buquerque, informou que esse trabalho é voltado diretamente para os cidadãos. “O trabalho dos agentes é informar e fiscalizar a preservação das praças e do meio ambiente”, disse. Segundo ele, a prestação do serviço ocorre nas praças do Ferreira, de Fátima e dos Caboclos, somente aos sábados, de 7 horas às 19 horas. Conforme Albuquerque, as ocorrências mais freqüentes dizem respeito ao descaso com o lixo.

Atender aos turistas também é missão da Guarda Municipal

mais representativo da cara dos cearenses. Re-pare só: duas em cada três enquetes populares de TV são feitas lá. Os espaço foi reformado no começo dos anos 90, num projeto assinado pe-los arquitetos Fausto Nilo e Delberg Ponce de Leon, depois de cerca de 30 anos de um forma-to anti-socializante, com jardins suspensos que impediam a concentração popular.

Foi lá onde Fortaleza acompanhou a votação do impeacheament do então presidente Collor, onde o hoje presidente Lula fez o único comício em Forta-leza na campanha de 2002, onde famílias inteiras se concentraram para assistir o coral infantil na sacada do Excelsior Hotel, no último natal.

Mirella dos Santos

Na Praça General Tibúrcio, mais conhecida como Praça dos Leões, a feira de livros usados funciona há quatro anos e já se tornou um evento tradicional. A feira é promovida e organizada pela Associação de Vende-dores de Sebos.

A entidade tem parceria com a Prefeitura de Forta-leza. Só participam da feira as pessoas cadastradas. Os

Livros nos Leõesparticipantes da feira recebem um crachá, que os identifica e autoriza a permanêcer na Praça durante 90 dias, a partir do início do ano, quando o movimento é mais intenso.

Os estudantes são os mais beneficiados com a feira. Para a estudante Rafaelle Santos, 19, não há diferença entre um livro novo ou usado, o importante é o conteúdo do livro e o preço.

Page 6: Jornal Mural

Clarissa Diógenes

Tomar banho de mar, comer carangue-jo, beber água de coco gelada e aprovei-tar o sol. Esses são alguns dos motivos que levam as pessoas a buscar a Praia do Futuro. Porém, mesmo com a procura, os transtornos encontrados no local são inúmeros.

“Está tudo abandonado”, afirmou o ge-rente da barraca Crocobeach, Heitor Batista. “A sujeira é muito grande, principalmente na avenida Dioguinho, e a iluminação não

Descaso na Praia do Futuro

é satisfatória”, acrescenta. Batista também disse que, diante das reivindicações feitas à Prefeitura, até agora nada foi feito.

O diretor de operacionalização da Empre-sa Municipal de Limpeza Urbana (Emlurb), Franzé Cidrão, acrescenta que não há co-laboração da população para a limpeza da Praia do Futuro. “Alguns donos de barracas não colocam cestos de lixo próximo às mesas e ainda jogam restos de comida em terrenos baldios, prejudicando a comunidade”.

Cadê a polícia?Lisiane Linhares

A Praia do Futuro é alvo fre-qüente de reclamações quanto à insegurança. Segundo a pre-sidente da Associação dos Bar-

raqueiros da Praia do Futuro (ABPF), Fátima Queiroz, enquanto o número de fortalezenses e turistas aumentou, o efe-tivo policial diminuiu. “Não se teve mais novas contratações. No final de 2004, a situação estava horrível”, denunciou.

Uma das consequências é o afasta-mento de investidores. “Eles têm medo da violência, por causa da péssima qualidade da segurança no local”, afirmou o morador da Praia do Futuro, Marcelo Benchaya.

A Secretaria da Segurança Pública admite que a região recebe muitas reclamações, mas diz que, dado o número de habitantes e visi-tantes do local, os casos são pontuais.

Segurança privadaAlguns barraqueiros adotaram

uma alternativa para o problema: contratar empresas de segurança

privada. Das 90 barracas em funcionamento, 13 são protegidas pelo Centro Avançado em Segurança Pessoal (CADP), que disponibili-za em média dois seguranças por barraca, durante 12 horas por dia. Risco solar

Maria Isabel Medeiros

A maioria das pessoas está ciente dos males causados pela exposição ao sol, en-tretanto, ainda existem aqueles que insistem em não se proteger. O estudante Daniel Cou-to, que tem histórico de câncer de pele na família, admite que não usa o protetor solar. “Eu sou muito branco e, por isso, gosto de me bronzear, embora saiba que seja errado”.

Para a dermatologista Mônica Maria Carvalho de Lima, a população está tendo um contato bem maior com os métodos de proteção, apesar de nem sempre utilizá-los. “Todos sabem, por meio dos veículos de comunicação, que o uso do protetor é fundamental”.

Expediente

Mural da Praia é um jornal laboratório da Disciplina Prin-cípios e Técnicas de Jornalismo Impresso I, semestre 2005.1, do Curso de Jornalismo da Unifor.

Diretor do CCH: Prof. José Batista de LimaCoordenadora do Curso: Profa. Erotilde HonórioConcepção e edição: Prof. Jocélio LealProjeto gráfico e Diagramação: Aldeci TomazEdição: Ana Cíntia GondimFotos: Adriana Pimentel

Editorial

Qual o futuro dessa praia? Foi para ajudar a melhorar esse destino que os alunos da dis-ciplina Princípios e Técnicas de Jornalismo Impresso I, do Curso de Jornalismo da Unifor, foram à areia. Bloco e caneta nas mãos, câ-meras a postos e, sobretudo, faro jornalístico à flor da pele, eles partiram em busca da praia que não aparece nos guias de viagem e tam-pouco nos cadernos de turismo.

Lixo, insegurança e aporrinhação. Essa tríade maldita aparece no cotidiano do trecho mais disputado dos 573 km do litoral cearense. Fruto da má-educação, da omissão do Esta-do e da Prefeitura, tais mazelas são expostas neste mural como forma de pressionar as au-toridades e informar a opinião pública. Afinal, o futuro já chegou.

Feira-livreKelvia Alves

O aumento do número de vendedores ambulantes tem dividido opiniões na Praia do Futuro. Segundo a farmacêutica Claris-sa Porto, eles são os maiores pertubardo-res de quem procura tranquilidade. “Ficam todo tempo em cima, não dão um minuto de sossego”. Já para a turista Diana Guedes, a diversidade de produtos oferecidos é a marca do local.

Os vendedores justificam que a inteção é apenas agradar. Um deles, que preferiu não se identificar, diz que tem até clientela fixa.

Por que ir

Estrutura de algumasbarracasQualidade do caranguejoFacilidade de transportePonto de encontro

Por que não ir

Falta de segurançaPoluição da praiaExtorsão dos flanelinhasAssédio dos ambulantes

Page 7: Jornal Mural

Expediente

Mural do Aeroporto é um jornal la-boratório da Disciplina Princípios e Técnicas de Jornalismo Impresso I, semestre 2005.1, do Curso de Jor-nalismo da Unifor.Diretor do CCH: Prof. José Batista de LimaCoordenadora do Curso: Profa. Erotilde Honório ([email protected])Concepção e edição:Prof. Jocélio Leal ([email protected])Projeto gráfi co e Diagramação:Aldeci Tomaz Edição e fotos:Ana Cíntia Gondim

Editorial

Um aeroporto tem muitas ce-nas em terra fi rme. A euforia dos torcedores em dia de desem-barque (em caso de vitória!); o lero-lero dos políticos; os antigos repórteres de plantão; os fanáti-cos por aviação no terraço, dia após dia; o encantamento dos passageiros de primeira viagem; a alegria de quem chega, ou parte; a deselegância nem tão discreta de suas meninas.

Neste Mural do Aeroporto, os alunos da Unifor foram ao Pinto Martins com um único plano de vôo: farejar informação e levar a você que agora transita empur-rando o carrinho ou esfregando a mão de ansiedade.

Boa viagem ou sejam bem-vindos!

por Leal Mota Filho

Além das viagens aéreas, o Aeroporto Internacional Pinto Martins proporciona aos seus freqüentadores serviços extra como alimentação e transporte.

Lanchonetes e restaurantes podem ser encontrados na praça de alimentação, loca-lizada no 2º andar. O paga-mento pode ser feito à vista, com cartões de crédito Visa e Credicard ou com cheque (menos o pré-datado).

Para comandar o serviço de táxi, atuam a Cooperativa de Condutores de Táxi Ltda (Coopertaxi) e a Cooperativa dos Motoristas Profi ssionais Autônomos do Aeroporto Pinto

Martins Ltda (Coopaero). A Coopertaxi possui 45 veículos e faz o sistema de cobrança pelo taxímetro. Já a Coopaero disponibiliza 60 carros aos passageiros e cobra por meio de uma tabela com valores entre R$ 13 e R$ 67, de acordo com a zona escolhida.

Serviços em terra fi rme

por Maria Isabel Bessa

O Aeroporto Internacional Pinto Martins possui duas lojas de produtos artesanais: Centro de Artesanato do Ceará (CeArt) e Tina Artesanato. Para a estudante gaúcha Márcia Duarte, esse é um número muito pequeno. “O aeroporto é a porta de entrada para os turis-tas. Aqui eles têm o primeiro contato com a cultura cearense e, por isso, deveria ser dada maior importância a essas lojas”.

Reciclagem em corespor Ana Carolina Quintela

As cestas de lixo coloridas espalhadas pelo Aeroporto indi-cam a coleta seletiva de resíduos reciclá-veis. O projeto, de-

senvolvido pela Infraero, faz parte do programa 3 R´s: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

Depois de recolhidos, os resíduos recicláveis são destinados a instituições de caridade. A Casa do Menino Jesus, por exemplo, vende para em-presas de reciclagem e investe o dinheiro no tra-tamento de doentes e manutenção do local.

Para a cearense Maria dos Santos, isso aju-da a melhorar a qualidade de vida de Fortale-za. Já o turista português Manoel da Fonseca acha curioso que se dê tanta importância a um programa de reciclagem. “Isso já deveria estar naturalmente integrado à sociedade”.

Loucos por aviação

por Edilene Vasconcelos

Para quem gosta de ver aeronaves em ação, o ideal é ir ao Mirante Externo. “De lá se tem uma das visões mais belas do mundo”, afi rma o jornalista Tom Barros. Para ele, é muito agra-dável passar no local para apreciar o pouso e a decolagem, num espetáculo sempre de gra-ça. “Quem gosta de avião fi ca fascinado com a emoção vivida no mirante”.

Encontros e despedidaspor Emanuela Franco

Por trás de uma rotina movimentada, o Ae-roporto reserva momentos emocionantes com tristes despedidas e recepções calorosas.

“A dor da despedida de uma pessoa que-rida, que parte em busca de uma nova vida em outro país, pode ser comparada à perda eterna, à morte”, declarou o ex-professor uni-

versitário Esperidião Estrela, ao ver sua fi lha Catiane embarcar para a Bélgica.

O agente de proteção George diz que a chegada das celebridades à “terra do sol” também é comovente. “Os fãs fazem fi las enormes, choram e gritam. Tudo para estar perto do ídolo”.

Cadê o artesanato?Márcia observa também que a loja da CeArt

não está em um lugar visível, o que torna ainda menor a possibilidade de os turistas encontra-rem o artesanato que desejam. Uma das ven-dedoras, Cláudia Almeida, justifi ca que não se pôde escolher a melhor localização pelo fato de a loja ser do governo e não pagar aluguel. “Nós só não vendemos mais porque nossa loja aqui no aeroporto é escondida”, lamentou.

SERVIÇO O sistema de táxi funciona durante todo o dia no 1º andar - informações 3477-5549 e 3477-1500

Em dias úteis, das 20 às 6 horas

Aos sábados, a partir das 13 horas

Aos domingos e feriados

Quando a bandeirada é mais cara

Inaugurado em 1998, o novo Pinto Martins é classifi cado como de 1ª categoria pela Infraero

por Maria Isabel Bessa

Page 8: Jornal Mural

Nobreza nas lápides O cemitério São João Batista, i-

naugurado em 1872, como a maio-ria dos grandes cemitérios em di-versas partes do mundo, conta a história da própria cidade. Isso ocorre por meio das pessoas ilus-tres que fi zeram a história social,

econômica, política e cultural de determinada época e local.

Como, Frei Tito, Caio Pra-do, Antônio Martins Filho e Barão do Studart dentre outros que estão sepulta-

dos no cemitério. Essa carac-

terística pe-culiar transfor-

ma o local em um

espaço propício para a exploração do turismo histórico e cultural, cons-tituindo-se também numa fonte de pesquisa para estudantes.

O cemitério também revela um amplo acervo artístico, possuindo um grande valor para o patrimônio cultural da cidade, tanto pela ar-quitetura dos túmulos quanto pela riqueza de suas lápides. No iní-cio, as famílias ricas importavam os túmulos de Portugal, os esti-los Neoclássico e Rococó eram os mais valorizados. A inclusão do cemitério em roteiros turísti-cos seria importante para o apro-fundamento e a disseminação da história do Ceará.

Túnel do tempo

Até o inicio do século XVI-II, a Igreja Católica era utili-zada para enterrar os mortos, com exceções de prostitu-tas, pagãos, escravos, protes-tantes e condenados, os quais eram enterrados em outro lo-cal. Com a proibição do sepul-tamento de mortos na igreja, feita por Dom Pedro I, os en-terros passaram a ocorrer em áreas abertas, chamadas cam-pos santos. Isso chocou os católicos, pois eles passaram a serem enterrados junto aos “excluídos”.

A mudança ocorreu com a justificativa de que era uma medida sanitária, pois o crescimento populacional estava aumentando muito na época e também havia mo-tivos de viés político e social ligados ao fato.

VICKY NÓBREGA

VAMOS AO CEMITÉRIO?Ir ao cemitério e participar de uma cerimônia fúnebre nunca foram situações muito agradáveis. Entretanto, uma visita ao cemitério pode ser um meio de entender melhor a história e a cultura de um local.

EXPEDIENTEMural do Cemitério é um jornal laboratório da disciplina Princípios e Técnicas de

Jornalismo Impresso 1 - semestre 2006.1, do Curso de Jornalismo da Unifor.Diretor do CCH: Prof. José Batista de Lima

Coordenadora do Curso: Profa. Erotilde HonórioProfessor-orientador: Prof. Jocélio leal

Projeto gráfi co e diagramação: Aldeci TomazEdição: Tatiana Aline Marques Sousa

Fotos: Sofi a Laprovítera

Para transformar o Cemitério São João Batista em pon-to turístico, a Secretária da Cultura, Cláudia Leitão, reco-menda o seguinte procedimento:

1) Fazer do cemitério São João Batista um produto turístico da cidade a exemplo do que acontece com o Père Lachaise em Paris;

2) Estruturar visitas guiadas;3) Formar os guias com dados inter-

essantes sobre as famílias ali sepultadas além da descrição dos estilos artísticos e arquitetônicos ali presentes;

4) Promover o produto nas operado-ras turísticas, incluindo-o nos roteiros (ainda inexistentes) de visitas ao centro histórico da cidade, como o Passeio pú-blico, Praça da Estação, etc.

naugurado em 1872, como a maio-ria dos grandes cemitérios em di-versas partes do mundo, conta a história da própria cidade. Isso ocorre por meio das pessoas ilus-tres que fi zeram a história social,

econômica, política e cultural de determinada época e local.

Como, Frei Tito, Caio Pra-do, Antônio Martins Filho e Barão do Studart dentre outros que estão sepulta-

dos no cemitério.

culiar transfor-ma o local em um

Para transformar o Cemitério São João Batista em pon-to turístico, a Secretária da Cultura, Cláudia Leitão, reco-menda o seguinte procedimento:

1) Fazer do cemitério São João Batista um produto turístico da cidade a exemplo do que acontece com o Père Lachaise em Paris;

2) Estruturar visitas guiadas;3) Formar os guias com dados inter-

essantes sobre as famílias ali sepultadas além da descrição dos estilos artísticos e arquitetônicos ali presentes;

4) Promover o produto nas operado-ras turísticas, incluindo-o nos roteiros (ainda inexistentes) de visitas ao centro histórico da cidade, como o Passeio pú-blico, Praça da Estação, etc.

Ponto turístico

SOFIA LAPROVITERA ROCHA

Superlotação: um problema sérioA superlotação dos cemitérios

públicos de Fortaleza vem se tor-nando um grande prob-lema de saúde pública na cidade. Pois não há, em número sufi ciente, es-paços disponíveis nestes cemitérios para o sepul-tamento de indigentes e famílias de baixa renda. O problema da superlo-tação pode ser consta-tado no Cemitério São João Batista, que se tor-nou particular em 1996.

O auxiliar de administração do

Cemitério, Cícero Ricardo, referiu que até o ano de 1996, cerca de 15 a 20 pessoas eram enterradas por dia no cemitério – motivo pelo qual o cemitério deixou de ser pú-blico e está agora sob a adminis-tração da Santa Casa de Miseri-córdia. Atualmente, o São João Batista não dispõe de espaço para o sepultamento de outros corpos, exceto os que já dispõem de jazi-go no local. Entretanto, está sendo desenvolvido um projeto que visa a expansão do cemitério.

CAMILA ALVES DE SOUSA

O cemitério é um local onde acontecem muitas histórias, as mais variadas possíveis. Aqui te-mos alguns casos do cemitério São João Batista:

Há alguns anos, um homem, aba-lado pela morte de sua mulher, decide dormir to-das as noites em cima do túmu-lo dela, manten-do essa prática por aproximada-mente seis me-ses. Ele também mandou filmar o enterro.

Houve casos de pessoas que tentaram se jogar nos túmulos no momento em que ocorria o

sepultamento e de outras que tentaram impedir que os en-terros acontecessem.

Os confl itos que mais ocor-rem no cemitério são os casos em que a esposa do falecido proíbe a amante dele de as-sistir ao enterro e, às vezes, ocorrem até agressões físi-cas entre elas.

Outro destaque foi o enterro, den-tro de um mesmo caixão, de uma

mulher com seu fi lho, os dois morreram durante o parto.

Histórias reais

BRUNO ANDERSON

Page 9: Jornal Mural

Tudo começou nos terminaise nos mercados. Ônibus, passare-la, catraca, batata, laranja, carne(nem sempre fresca!), panela, mo-torista, trocador, fiscal,motorista, qui-tandeiro, gente. Em comum o Jor-nal do Terminal e o Mural do Merca-do tinham essa matéria-prima prin-cipal – gente. Os estudantes da dis-ciplina Jornalismo Impresso I, nosemestre 2003-1 foram os primeirosa apostar no formato mural. E apos-taram para valer. Foram às ruas parafarejar pautas e empurraram dedono teclado para dar vida ao projetoque se mostra agora consolidadocom o Mural da Escola, o Mural daBeira Mar e Mural do Estádio.

A herança foi bem recebida ebem cuidada pelas turmas de 2003-2. Dessa vez com estes três novosespaços públicos, outras histórias,novas realidades, mas em comum omesmo espírito inquieto que moveum jornal e do qual ele se alimenta.A experiência que vocês vêem nes-ta parede, muro ou coluna tem acara daquelas turmas dos horáriosAB, CD e EF – para quem não co-nhece, de sete e meia à uma da tar-de no Curso de Jornalismo da Uni-versidade de Fortaleza (Unifor). Sãojovens aprendendo a fazer jornalis-mo com matéria de verdade. Queeste jornal, portanto, possa lhes serútil e dê à antipatia da palavra“muro” um sentido mais humano.

por Tiago Montenegro

Embora o Estádio Presidente Vargas só sejalembrado pela maioria da população em dias dejogos do nosso futebol, existe um grupo depessoas que trabalha diariamente para manter obom funcionamento do estádio.

São eletricistas, faxineiros, pintores, jardineiros,almoxarifes e seguranças que exercem a missãode cuidar do PV, o mais antigo estádio deFortaleza, e que, segundo Saraiva Lima,almoxarife responsável, formam uma família.“Aquitodo mundo se trata pelo apelido. É como umafamília mesmo”, afirmou.

A maioria dos funcionários trabalha no Estádiohá muitos anos. É o caso de Edilson Silva. Desde1975, é responsável pela limpeza daarquibancada, banheiros e manutenção dogramado, “Já são quase 30 anos e continuogostando muito do que faço”

Além dos horários fixos durante a semana,alguns funcionáriosse revezam nabilheteria, portaria,iluminação e somdo Estádio,em diasde jogos. “É umaforma de conseguirum dinheiro a mais”,revela Edilson.

Os homens queOs homens queOs homens queOs homens queOs homens quefazem o PVfazem o PVfazem o PVfazem o PVfazem o PV

ExpedienteExpedienteExpedienteExpedienteExpedienteMural do Estádio é um jornal laboratório

da Disciplina Princípios e Técnicas de Jor-nalismo Impresso I do Curso de Jornalis-

mo da Unifor.

Chanceler: Airton José Vidal QueirozReitor: Carlos Alberto Batista Mendesde SousaDiretor de Graduação: WilhelmusJacobus AbsilDiretor do CCH: Prof. José Batista deLimaCoordenadora do Curso: Prof. ErotildeHonórioConcepção e edição: Prof. Jocélio LealProjeto gráfico : Prof. Eduardo FreireEdição: Débora de Castro

Diagramação: Aldeci Tomaz

EditorialEditorialEditorialEditorialEditorial

A falta de estacionamento no PV nãocausa problemas apenas para osmoradores.

Os torcedores também se sentemincomodados. Freqüentador do estádio,Ricardo Mota diz que muitas vezesestaciona seu carro em terrenos ondecobram pela vaga. Além do problema , elese queixa da confusão no tráfego das viaspróximas, principalmente depois do jogo.

O estádioO estádioO estádioO estádioO estádiotambém é delastambém é delastambém é delastambém é delastambém é delas

Elas estão lá. Uniformizadas ou não,de salto alto ou não, as torcedorasinvadiram os estádios cearenses e hojeentendem mais de futebol do que muitotorcedor por aí. Impedimento não é maistabu. Agora, além de arriscarem palpitescom o resultado dos jogos, muitas sabema escalação do time de coração de cor (?!).

Com camisas mais justas, gorrinhoscom as cores da esquadra na cabeça,radinho no ouvido e sofrendo a cada novoataque do time adversário, as torcedorasprovam que essa história de que futebol éum esporte masculino foi derrotada. LuizaHolanda, 21, estudante universitária, não

Meio de campo emboladoMeio de campo emboladoMeio de campo emboladoMeio de campo emboladoMeio de campo emboladopor Tiago Parente

Transtorno no trânsito e carrosestacionados em frente às garagens sãocomuns em dias dos grandes jogos nasruas próximas ao estádio PresidenteVargas (PV), no Benfica. Os moradoresse sentem incomodados e acreditam quesão lesados no seu direito de ir e vir.Esses problemas acontecem prin-cipalmente pela falta de estacionamentono Estádio. Mesmo com a reinauguraçãodo Castelão – onde deveria haver os jogoscom muito público– o problema continua.

O aposentado Pedro Benevides,morador há 21 anos da rua MarechalDeodoro, diz que o descaso da AutarquiaMunicipal de Trânsito e Cidadania (AMC)e dos torcedores é imenso com osmoradores. Os torcedores estacionam oscarros nas frentes das garagens, as ruasde mão única ficam de mão dupla e,segundo Benevides, não há nenhumesforço da parte dos responsáveis pararesolver o transtorno. “Já estacionaram umcarro dentro da minha garagem, se eu nãoficar na porta vigiando, eles estacionammesmo e depois não adianta falar comninguém, que nem resolve”, diz o morador.

perde uma partida do seu time. Mesmoquando o Fortaleza está jogando fora decasa ela trata de ir a algum barzinho torcercom os amigos. “É algo que faz com queesqueçamos dos problemas, entrete-nimento puro”.

Luiza atribui esses novos hábitos,sobretudo, à vontade das mulheres deacompanhar os namorados, maridos ou atémesmo como um lugar de paquera.

Calçadas viram estacionamento em dia de jogo

O meio de campo embolado, pelo quediz o secretário executivo da Regional IV,João Melo, vai continuar. Ele afirma quea construção de um estacionamento noPV é inviável. Trata-se de uma zonacentral da cidade, antiga e sem espaçopara a construção. Segundo o secretário,o PV ocupou um lugar histórico. Com oCastelão, diz, serve apenas como funçãosuplementar. Ele afirma que a tática élevar os jogos de grandes torcidas,quando possível, para o Castelão. Amelhor medida a ser tomada, de acordocom João Melo, seria uma melhordisciplina no trânsito, evitando aconfusão.

A AMC reconhece o transtorno. Dizque o número de agentes em dias departida é suficiente - de 15 e 25. Elesficam em todas as ruas adjacentes, noentanto, as cenas mostram que não temsido o bastante.

PrPrPrPrPrefeitura fica na refeitura fica na refeitura fica na refeitura fica na refeitura fica na retrancaetrancaetrancaetrancaetranca

Quanto aos torcedores, a AMCrecomenda àqueles que não se sentemseguros com os seus carrosestacionados em via pública queprocurem os transportes coletivos, poisa Ettusa procura aumentar o número delinhas para o estádio. Enquanto isso...

por Cibelle Matos e Paula Neves

No Castelão (acima) ou no PV: torcida feminina

Edilson: limpeza desde 1975

Sem estacionamento, AMC é só paliativo

Fco. V. Júnior

Fco. V. Júnior

Fco. V. Júnior

Fco. V. Júnior

Cibelle Matos

A PRAÇA - Em dias de jogos no PV a relativamente tranqüila rua MarechalDeodoro, no Benfica, se transforma. A praça em frente ao estádio é ocupadadesde cedo pelos vendedores de bebidas e comidas rápidas. Gente quetrabalha em pequenas vans, barraquinhas ou mesmo com isopor no chão.Os jogos sempre acontecem no final da tarde ou à noite, mas já pela manhão circo começa a ser montado. Durante a partida, eles até “invadem” ocampo dos bares de dentro do estádio. Fazem as vendas pelas grades.Contudo, para quem atua nessa atividade, o que menos importa é a bolarolando. Para eles, é a expectativa para o começo do jogo e as emoçõesdepois do apito final que contam. É nessas horas em que a torcida faz a festa(ou chora a tristeza) na praça.

Page 10: Jornal Mural

Cem anos de histórias para contarpor Janine Maia

Há 100 anos foi autorizada pela lei 768 a constru-ção do Theatro José de Alencar. Quatro anos depois, foram iniciadas as obras. Em 17 de junho de 1910, inaugurava-se, na Praça Marquês de Herval, atual Praça José de Alencar, uma das mais importantes obras arquitetônicas.

Em meio ao governo do então presidente do Ce-ará, Nogueira Accioly e do prefeito Guilherme Cé-sar da Rocha, concluiu-se o Theatro, que seria um centro de exuberância e afi rmação da civilização moderna da Capital.

Com armadura de ferro e aço originária da em-presa escocesa Max Farlane & Co. o Teatro fazia parte do embelezamento da cidade, sendo símbo-lo de progresso e modernização do Ceará. Para o produtor geral do Theatro José de Alencar, Caio Quinderé, este não seria, no entanto, o único motivo da fundação. ‘’O Theatro, além de integrar a beleza urbanística da cidade, tornava-se necessário como atração cultural para a sociedade’’.

Segundo Quinderé, a missão do Theatro, hoje,

é promover a inter-relação entre o povo e os gru-pos artísticos cearenses, servindo como difusor da cultura e da preservação do patrimônio histórico. “As pessoas mais humildes têm medo de entrar no Theatro; É uma questão cultural que precisa ser modifi cada”, conclui.

Bom humor cearense

Por Maryna Araujo

O humor cearense não tem só fama, mas qualidade. Em Fortaleza, os humo-ristas se multiplicam. Os espetáculos acontecem em diversos lugares, desde teatros até mesmo em bares, restauran-

tes, pizzarias e barracas de praia, onde muitos começaram as suas carreiras

como Tiririca, Rossicléia, Meirinha, Ciro Santos, Skolástica e Paulo Diógenes.

Um dos locais que mais promove es-petáculos de humor de Fortaleza é o Sho-

pping Pizza. Os proprietários do estabele-cimento criaram um setor para assessorar

e gerenciar a carreira de vários humoristas, levando-os para apresentações em outros

estados. Estes espetáculos que tornaram a casa fa-

mosa tiveram início em 1990, e desde o começo contaram com a participação de humoristas hoje consagrados, como Ciro Santos, Paulo Diógenes,

Rossicléia e Espanta Jesus. Se-gundo a gerente de progra-

mação de shows, Monique Guimarães, os espetáculos, que têm agradado bastante, prometem lotar a casa no pe-ríodo de férias.

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Rossicléia e Espanta Jesus. Se-gundo a gerente de progra-

mação de shows, Monique Guimarães, os espetáculos, que têm agradado bastante, prometem lotar a casa no pe-ríodo de férias.

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Shopping PizzaAv. Washington Soares, 300Terça a quinta, às 22h30min. Sexta e sábado,às 23h30min. Couvert: R$ 5,00 - Mais informações: (85) 3491-8585ou (85) 32412524Churrascaria GhellerTerça a sábado às 21h30minAv. Monsenhor Tabosa 825Couvert: R$ 8,00 - Mais Informções: (85) 32194916Hotel Praia CentroSexta a domingo às 21hrsAv. Monsenhor Tabosa 740Couvert: R$ 10,00 - Mais Informações: (85) 30831122Lupus BierTerça, sexta, sábado e domingo às 21h30minRua dos Tabajaras 340Couvert: R$ 9,90 - Mais Informações: (85) 32192829

A agenda do humor

O Theatro José de Alencar já não é o mesmo desde o dia 21 de dezembro de 2003, quando José Cassiano da Silva, o Mu-riçoca, famoso porteiro do ve-lho Zé, saiu de cena. “ Ele saiu

daqui e foi fazer companhia na portaria de São Pedro”, afi rma seu Trepinha, um dos funcionários do Theatro.

Imponente, com o paletó elegantemente ar-rumado, blusa de linho branca e a inesquecível

gravata borboleta, Muriçoca era presença certa naquela porta em todas as apresentações dizendo a todos que entravam: “seja bem-vindo, sinta-se em casa”.

O apelido veio por causa da curiosidade, que sempre o motivou a entender como tudo funcionava atrás das cortinas. Tornou-se uma das personalidades mais importantes do tea-tro, dando nome ao jornal interno do local : “O Muriçoca”. É inevitável olhar para aquela porta e não lembrar dele, conta o produtor geral do TJA, Caio Quinderé.

Naquela porta tá faltando eleFOTO: DIVULGAÇÃO

por Cristina Yolanda da Cunha

Cortinas Abertas

no Centropor Omar Jacob

Para aproximar o público cearense do teatro local, o Banco do Nordeste vem desenvolvendo um projeto de formação de platéia que tem deixado a casa lota-da. O projeto Ato Compacto, do Centro Cultural Banco do Nordeste, acontece nas sextas-feiras, às 12h, 18h e 20h, com en-trada franca.

O projeto surgiu em 1998 e, de acordo com a coordenadora do BNB Cultural, Jaque-line Medeira, nasceu da percepção de que “a cultura é um fator de desenvolvimento regional”. No programa, há espaço para o teatro de gabine-te, teatro de boneco, dança, humor e mímica. “O Centro apresenta peças de dramaturgos conhecidos, além de incentivar novos talentos”, afi rma.

Mas não só os adultos estão sendo contemplados pelo teatro. Por meio do pro-jeto Criança e Arte, aos sá-bados, o Centro Cultural vem aos poucos mostrando à ga-rotada cearense a importân-cia e o prazer proporcionado pelas artes cênicas. O projeto, que tem feito a alegria dos pequenos, surgiu há 4 anos, após a criação da biblioteca do Centro. Assim como o Ato Compacto, esse pro-jeto também é gratuito.

Page 11: Jornal Mural

Expediente

Mural do Trem é um jornal laboratório da Disciplina Princípios e Técnicas de Jornalismo Impresso I, se-mestre 2005.1, do Curso de Jornalismo da Unifor.

Diretor do CCH: Prof. José Batista de LimaCoordenadora do Curso: Profa. Erotilde HonórioConcepção e edição: Prof. Jocélio LealProjeto gráfi co e Diagramação: Aldeci TomazRevisão: Profa. Claudia MatosEdição: Cristina Carneiro da Cunha Fotos: Adriana Pimentel

Editorial

Nosso país poderia utilizar muito mais as estra-das de ferro. Mauá que o diga.

Nos países desenvolvidos da Europa o meio é a base do transporte de passageiros. No Brasil, a despeito de suas dimensões continentais, nos deparamos com um sistema capenga, limitado e, no mais das vezes, desconfortável.

Afora os argumentos fi nanceiros, nada se com-para a um passeio de trem, com belas paisagens. O trem carrega em seus vagões um certo gostinho nostálgico. Neste Mural do Trem, um passeio pela vida que pulsa nos vagões de Fortaleza. Apre-sentações culturais, visitas de alunos de escolas públicas e particulares e até uma biblioteca em plena Praça Luiza Távora.

Mais um jornal mural é lançado e, com ele, a certeza de que, apesar do trem seguir sempre um caminho defi nido, já que nunca sai dos trilhos, o nosso destino pode nos reservar surpresas em cada estação de nossas vidas. Boa viagem.

Adriana Pimentel

Lugar de trem não é só na estação. Uma biblioteca sobre trilhos funciona atualmente na Praça Luíza Távora, na Aldeota. Trata-se de um vagão idealiza-do pela primeira dama do Estado, Beatriz Al-cântara, que contou com várias parcerias, entre elas da Rede Ferroviária Federal (Rffsa), com a doação do vagão, e da ONG Amigas do Livro, que arrecadou dois mil exemplares. O espaço é adaptado em forma de biblioteca e possui três mesas originais da estrutura do vagão.

A coordenadora do “Ação Voluntária”, Márcia Cidrack, acredita que a função fun-damental do Vagão da Leitura é incentivar o hábito da leitura e proporcionar o acesso da população à Cultura.

Quem pega o trem“Moro no bairro, e pego livros por meio

de empréstimo, estou lendo mais”, afi rmou Sâmia Almeida, graduada em Turismo.

Cultura na estaçãoCícero Renato Freire

Proporcionar momentos de lazer e divul-gar a cultura cearense é o principal objetivo das apresentações que acontecem às sex-tas-feiras na estação ferroviária Engenheiro João Felipe no centro da cidade. Danças, te-atro, quadrilhas, entre outras manifestações culturais, fazem a alegria da população que utiliza o transporte ferroviário.

Segundo Mauro Costa, assessor de im-prensa da Companhia Cearense de Trans-portes Metropolitanos (Metrofor), empresa que apóia a iniciativa, “as apresentações servem não só para a divulgação da cultura

nordestina, como também levar alegria ao povo de baixa renda”, afi rmou.

O prédio da estação Engenheiro João Felipe está sendo cotado para tornar-se um dos cen-tros culturais fi nanciados pelo Banco do Brasil. Para Mauro Costa, esta medida é primordial para a recuperação cultural do centro de For-taleza. Ele adiantou que a proposta está sendo estudada pela Secretaria de Cultura (Secult) e que a decisão é do Governo do Estado. En-quanto isso, o local continuará sendo palco de divulgação da cultura cearense e de lazer às pessoas que circulam na estação.

Olha o nível!Dânia Maciel

Marcos Alencar trabalha na função de auxiliar operacional da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) há 21 anos e afi rma que “a principal causa de acidentes nas passagens de nível vem dos motoristas”. O funcionário conta que já presenciou inúmeros acidentes, um deles na Rua Ceará, no Bairro Couto Fernandes, quando um motorista embriagado invadiu a passagem de nível causando um acidente.

Na saída da Estação Parangaba, a retirada de cancelas é vista diariamente por meio da ação dos vândalos. O comerciante Raimundo Vasconcelos já presenciou inúmeros casos: “por ser um mate-rial muito frágil, eles tiram facilmente”, explica.

“Faço pesquisas escolares e pego livros de romance e policial, entre outros”, disse-Terezinha de Souza, estudante do 2°ano.

“Venho três vezes por semana e prefi ro jornais e livros. É uma das poucas alterna-tivas de socialização da leitura. Outros es-paços estão cada vez mais restritos”, é o que pensa Roberto Lopes, morador do bairro Mu-curipe.Confi ra o serviço e não perca essa viagem

Cadastro para empréstimo:

- Xerox do comprovante de residência- Xerox da Carteira de identidade- Um foto 3x4- Grátis

Funcionamento: Segunda à Sexta-feira, ho-rário de 14h às 19h.Sábado e Domingo, de 08h às 12h (Feriados: não funciona)Local do Vagão: Praça Luiza Távora (Centro de Artesanato do Ceará – CEART)

No trilho da leitura

Vou de trempor Cynthia França

Alunos das escolas particulares e públicas podem fazer um passeio diferente pela cidade. Ao invés de utilizarem os veículos que estão acostumados, como automóvel e ônibus, têm agora a chance de ir de trem, através do Projeto Escola

com horas e datas pré-fi xadas.Os itinerários são curtos e passam por cidades da Grande Fortaleza. Durante todo

o trajeto, os professores procuram explicar alguns aspectos dos lugares onde estão passando, utilizando-se de assuntos que são abordados em sala de aula, como His-tória, Geografi a e Redação.

Page 12: Jornal Mural

Expediente

Mural Dragão do Mar é um jornal labora-tório da Disciplina Princípios e Técnicas de Jornalismo Impresso I, semestre 2004.2, do Curso de Jornalismo da Unifor.Diretor do CCH: Prof. José Batista de LimaCoordenadora do Curso: Profa. Erotilde HonórioConcepção e edição: Prof. Jocélio LealProjeto gráfico e Diagramação: Aldeci TomazEdição: Cristina Carneiro da CunhaFotos: Divulgação (Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura)

Editorial

Para quem não conhece a histó-ria do Ceará, Dragão do Mar deve soar como uma lenda. Algo mítico como um animal que soltaria fogo pelas narinas em pleno oceano. Mas, a não ser pela grandiosidade, não há nenhuma semelhança entre o dragão imaginário e os dragões ce-arenses. O primeiro foi um herói de verdade. Chico da Matilde, pescador símbolo do Movimento Abolicionista, em 1881 recusou-se a transportar escravos para ser vendidos para o Sul do País. Virou um mito.

Já o segundo Dragão, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, é uma homenagem ao jangadeiro. Inaugurado em abril de 1999 pela Secretaria da Cultura do Estado (Se-cult), é um dos espaços de cultura e lazer mais modernos do País. Em 30 mil metros quadrados de área, reúne equipamentos como cinemas, biblioteca, planetário e sala de expo-sições, além de ativa vida noturna.

Tantas referências foram vento forte a favor de pautas e matérias dos alunos da Disciplina Princípios e Técnicas de Jornalismo Impresso I do Curso de Jornalismo da Unifor. Eis o resultado.

Galera em açãoDaniel Aderaldo

O projeto Galera do Dragão consiste na capacitação e reci-clagem, gratuita, de trabalha-dores informais que atuam nos arredores do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. O curso é voltado para flaneli-nhas e ambulantes, com aulas de etiqueta, higiene e postura pessoal à segurança e conser-vação do patrimônio.

A Direção do Centro diz que é um projeto que procura criar um vínculo afetivo entre os trabalhadores informais, em grande parte, moradores do entorno, e garantir a se-gurança e bom atendimento dos visitantes. “Acho uma boa proposta essa do pessoal do Dragão, mas não tenho notado, até agora, nenhuma grande mudança no comportamento dos ambulantes.”,

Mãe, Cadê Os Dados?Helana Gurgel

No primeiro evento do Macod, realizou-se um concurso para ver quem desvendaria o signi-ficado da sigla do grupo. Por incrível que pareça, houve quem acertasse: a sigla é a junção das iniciais das palavras que formam o título desta matéria.Os organizadores a escolheram porque representa a frase que todo jogador de RPG mais fala em casa. E atire a primeira pedra (ou dado) aquele que negar o fato.

RPG são os jogos de interpretação de papéis: os participantes criam personagens e desenvolvem

histórias, como se fosse uma espécie de teatro. A Direção do Centro acredita que ter um grupo de RPG no Dragão é oferecer uma porta de entrada para que as pessoas tenham um contato maior com a literatura e as artes cênicas. Entretanto, al-guns dos visitantes do Centro parecem se incomo-dar com o barulho que os adolescentes fazem.

Serviço

O Macod se reúne aos sábados, a partir das 14 horas, no ateliê de Arte, próximo à Praça Verde do Dragão do Mar. GRÁTIS.

Exposições permanentesEdilene Vasconcelos

O Memorial da Cultura Cearense é um espaço reservado no Centro Dra-gão do Mar de Arte e Cultura para mos-trar ao público a cultura cearense e os trabalhos nele realizados. O Memorial conta com dois salões para exposições temáticas: Casa do Vaqueiro e Admirá-veis Belezas. Segundo o diretor cultural do Centro Dragão do Mar, o arquiteto Luis Carlos Sabadia, o Memorial rece-be cerca de 10 mil visitantes ao mês, dentre alunos de escolas públicas e particulares, universitários e turistas.

A diretora do Memorial da Cultura Cearense, Valéria Laena, diz que o objetivo maior das expo-sições é difundir e preservar a cultura cearense e, principalmente, fazer intercâmbio de culturas lo-cais e regionais. Ela disse ainda que o tema Casa

do Vaqueiro já dura quase seis anos e a proposta inicial era que durasse apenas dois. Laena afirma ainda que a falta de verba impossibilita uma nova exposição, pois isso exige um cenário próprio de acordo com a temática a ser exposta.

Exposição Casa do Vaqueiro está em cartaz há quase seis anos

Atrações matinaisFlávia Pereira Gurgel

O Centro Cultural Dragão do Mar possui uma programação para pessoas de todas as idades, durante todo o dia. São oferecidas ex-posições, atividades para crianças, apresen-tações artísticas e uma imensa variedade de atrações que podem ser encontradas também no período da tarde.

As exposições do Centro Cultural funcio-nam de terça a domingo, das 14 às 22 horas, e a programação pode ser conferida por meio de livretos distribuídos por toda Fortaleza.

Uma de suas novidades é o projeto Macod de RPG, que ocorre às 14 horas, todos os sába-dos, no Ateliê e na Praça Verde. O objetivo é aproximar jovens interessados em literatura e artes cênicas.

Durante as tardes dos fins-de-semana também pode-se encontrar o “Pintando no Dragão”, um projeto lúdico e educativo que proporciona ao público infantil oportunidade de desenhar e pintar, e o “Brincando no Dra-gão”, onde crianças interagem por meio de jogos na Praça Verde.

Diversão sim

afirmou o estudante de História da UFC,Walter Rebouças, que costuma ir sempre ao Dragão do Mar, mas sente falta de um atendimento melhor.

Flanelinhas com canudo

Os participantes do pro-jeto receberam certificados na ocasião da festa de cinco anos de inauguração da instituição. Os capacitados podem ser identificados por meio de um colete de uso exclusivo, for-necido pelo Dragão. “Agora a gente se sente mais à vontade para falar com os visitantes, porque as pessoas sabem

que podem confiar em nosso trabalho”, disse o flanelinha Waldeci, que já trabalha no esta-cionamento do Dragão há mais de um ano.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Participante do projeto galera do Dragão

Page 13: Jornal Mural

Tudo começou nos terminais enos mercados. Ônibus, passarela,catraca, batata, laranja, carne (nemsempre fresca!), panela, motorista,trocador, fiscal,motorista, quitandei-ro, gente. Em comum o Jornal doTerminal e o Mural do Mercado ti-nham essa matéria-prima principal –gente. Os estudantes da disciplinaJornalismo Impresso I, no semestre2003-1 foram os primeiros a apostarno formato mural. E apostaram paravaler. Foram às ruas para farejarpautas e empurraram dedo no tecla-do para dar vida ao projeto que semostra agora consolidado com o Mu-ral da Escola, o Mural da Beira Mar eMural do Estádio.

A herança foi bem recebida ebem cuidada pelas turmas de 2003-2. Dessa vez com estes três novosespaços públicos, outras histórias,novas realidades, mas em comum omesmo espírito inquieto que moveum jornal e do qual ele se alimenta.A experiência que vocês vêem nestaparede, muro ou coluna tem a caradaquelas turmas dos horários AB,CD e EF – para quem não conhece,de sete e meia à uma da tarde noCurso de Jornalismo da Universida-de de Fortaleza (Unifor). São jovensaprendendo a fazer jornalismo commatéria de verdade. Que este jornal,portanto, possa lhes ser útil e dê àantipatia da palavra “muro” um senti-do mais humano.

História fora da salapor Luiz Esteves Jr

Algumas aulas de história acontecem fora da salade aula na Escola Estadual de Ensino Médio Eudoro Cor-reia, na Parangaba. A professora de história e psicopedagogaMaria Rosineide Saraiva, mais conhecida como Rosa, acre-dita que é mais fácil aprender a história de um local se oaluno visitá-lo. Segundo a professora, a falta de conheci-mento da história mais próxima do aluno, como a do própriobairro, dificulta o aprendizado de história geral.

Rosa já levou seus alunos para uma volta no bairroda escola, para passeios pelo Centro de Fortaleza, visitas acemitérios, comunidade indígena dos Tapeba e também amunicípios como Aquiraz, Eusébio, Quixadá e Baturité. Nes-sas aulas, Rosineide sempre conta a história do lugar ecompara o passado com o presente. Nos cemitérios foramvisitados os túmulos de pessoas ilustres e discutido com osalunos temas filosóficos, questões ligadas a religiosidade ea relação vida/morte.

Em uma aula sobre a história de Fortaleza, a turmafez um passeio que começou na Barra do Ceará, passoupelas principais praças do Centro, Praia de Iracema e termi-nou no Farol do Mucuripe. Em Aquiraz, a primeira vila doCeará, os alunos conheceram o Mercado da Carne, a Vilados Jesuítas e um engenho de cana-de-açúcar. Em todas asvisitas os alunos apresentam trabalhos sobre o que apren-deram.

O projeto da professora foi inscrito no prêmio “Práti-cas Pedagógicas Empreendidas no Ensino Médio”, promo-vido pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com oSebrae.

por Carol de Castro

Maycon é portador da Síndrome deDown. Mateus é autista. Eles são alunos daEscola de Ensino Infantil Marisa Mendes, naVila Velha, desde agosto de 2003, quando aescola foi inaugurada e começou o período le-tivo. Os dois estão em salas de aulas regula-res e participam de todas a atividades da tur-ma. As professoras cuidam apenas de obser-var as limitações de cada um.

O que a escola faz é cumprir a legisla-ção. De acordo com a Lei de Diretrizes e Ba-ses da Educação Nacional (LDB), a educaçãoespecial é garantida na rede regular de ensinopara alunos portadores de necessidades es-peciais. “A escola recebe qualquer criança, masnão somos referência no ensino de educaçãoespecial”, afirma a diretora Maria Oliveira.

Em uma tarefa a professora pede aosalunos que anotem o número de objetos emcada balão. Maycon recebe a tarefa e pinta to-dos os desenhos com cuidado para não sairdo contorno, mas não se preocupa em respon-

Basta cumprir a lei !Basta cumprir a lei !Basta cumprir a lei !Basta cumprir a lei !Basta cumprir a lei !

Autismo: Transtorno do desenvolvimento,que compromete todo o desenvolvimentopsiconeurológico, afetando a comunicação e oconvívio social, apresentando em muitos casosum retardo mental.

Síndrome de Down: Alteração genéticaque ocorre no início da gravidez. Os indivíduoscom Síndrome de Down apresentam certos tra-ços típicos, como: olhos com linha ascendentee dobras da pele nos cantos internos (seme-lhantes aos orientais), nariz pequeno e um pou-co “achatado”, rosto redondo, orelhas peque-nas, baixa estatura, pescoço curto e grosso,flacidez muscular, mãos pequenas com dedoscurtos, prega palmar única. A criança comsíndrome de Down se desenvolve mais lenta-mente em relação as outras crianças.Fonte: Dicionário Aurélio

Dicionário

por Luíza Kelly Gurgel

A pichação nos muros cede lugar às co-res vivas e traços fortes da pintura em grafite.É o projeto Arte no Muro,da Escola de Ensino Mé-dio e Fundamental Arqui-teto Rogério Fróes, na Ci-dade 2000, coordenadopor três amigos desde ju-lho de 2001.

Cerca de 100 jovensda periferia de Fortaleza,entre 16 e 21 anos, parti-cipam do projeto que visaa mostrar o talento ecriatividade dos alunos e capacitá-los para omercado de trabalho. “Os meninos estão sem-pre querendo pintar, se expressar, e ganhar

por Paloma Nogueira

Os alunos da Escola de Ensino Fundamen-tal Professora Adalgisa Bonfim Soares, no Con-junto Esperança, expõem suas opiniões sobrea merenda escolar. Pesquisas são realizadasna escola para que o aluno posso sugerir o car-dápio da merenda. As refeições variam a cadadia da semana.

A coordenadora-administrativa Financei-ra da Escola, Maria de Fátima Pereira, disseque a direção procura atender às necessidadede todos de acordo com as condições da esco-la. “A merenda escolar é um estímulo para eles.Nós procuramos agradá-los, pois sabemos quea maioria são pessoas carentes”, explica. Se-gundo a professora Rejane de Oliveira, os alu-nos demonstram um rendimento satisfatório nasala de aula quando estão alimentados.

Semestre 2003-2

ExpedienteExpedienteExpedienteExpedienteExpediente

Mural da Escola é um jornal laboratório daDisciplina Princípios e Técnicas de Jorna-lismo Impresso I do Curso de Jornalismoda Unifor.Chanceler: Airton José Vidal QueirozReitor: Carlos Alberto Batista Mendesde SousaDiretor de Graduação: WilhelmusJacobus AbsilDiretor do CCH: Prof. José Batista deLimaCoordenadora do Curso: Prof. ErotildeHonórioConcepção e edição: Prof. Jocélio LealProjeto gráfico : Prof. Eduardo FreireEdição: Carol de CastroDiagramação: Aldeci Tomaz

der o que foi pedido. A tia corrige a tarefa econceitua o desempenho de Maycon com um“Muito bem”. A diretora explica a fórmula: saberrespeitar as diferenças.

Projeto em expansãoNo início, o projeto atendia somente 30 alunos e

os ônibus eram doações, que segundo ela, nem sempre es-tavam em bom estado de conservação ou eram pontuais.Nas últimas viagens, conta Rosineide, chegaram a embar-car num comboio de sete ônibus, com 60 alunos cada. Paraparticipar, os alunos pagam uma taxa de R$ 10,00, em mé-dia, por aluno. O dinheiro serve para o pagamento do trans-porte e do guia de turismo Gerson Linhares, que sempreacompanha os alunos. Segundo Rosa, as visitas são sem-pre feitas aos domingos, para que todos os alunos, até osque trabalham, tenham a possibilidade de ir.

“As visitas fazem com que a gente aprenda mais”,vibra a aluna do 3º ano do Ensino Médio da tarde, Patríciados Santos. Segundo ela, professores de outras disciplinastambém utilizam as aulas de campo em suas aulas. Segun-do ela, as visitas têm o apoio dos outros professores, que àsvezes também participam e do grupo gestor da escola. “Asvisitas possibilitam a integração da escola, já que os alunosdos três turnos vão juntos, e ajudam os alunos a aprende-rem mais fácil”, afirma. (LEJ)

Eles fazem oEles fazem oEles fazem oEles fazem oEles fazem ocarcarcarcarcardápiodápiodápiodápiodápio

dinheiro. Estamos pintando camisas, bicicletase computadores”, explica o coordenador do pro-jeto, Erivar Rockstein. Empresas como a Coca-

Cola, Maraponga Mart Modae Casablanca Turismo já uti-lizaram a arte urbana dos me-ninos em suas campanhaspublicitárias.

Os jovens se encon-tram quatro dias por semana,durante cinco meses, em ofi-cinas nas quais discutem eexpõem sobre leituras, análi-ses reflexivas de textos, mú-sicas, fotografias e filmes, di-

nâmicas de grupo e apresentações de pesqui-sas. O grupo também recebe orientação de umaequipe de pedagogos, psicólogos e filósofos.

Arte no murArte no murArte no murArte no murArte no murooooo

por Ana Carolina Fernandes Aguiar

Ex-professores e diretores do Escola de Ensino Fundamental e Médio João Mattos, noMontese, encontram-se todo mês para relembrar os antigos tempos da escola. Eles formam aLiga de Educadores do João Mattos, que se reúne há 20 anos no primeiro sábado de cada mês.As integrantes da Liga não cansam de comemorar as transformações da escola.

A ex-professora e ex-vice-diretora Rosa Lemos, que ingressou na escola no ano de suainauguração, em 1959, diz que a João Mattos enfrentou muitas dificuldades financeiras que pre-judicaram a distribuição da merenda escolar. Ela conta que a alimentação era racionada.

A ex-professora Josina Silva confirma as dificuldades. “Hoje, eu me sinto orgulhosa como avanço que a escola conquistou. Houve uma melhoria no quadro de professores, construçãode novas salas de aula, área de esportes e cantina”, enumera.

Para a atual diretora, Corina Bastos, a escola teve mais investimentos financeiros comprimeira eleição para diretores das escolas públicas, em 1996. A escola, segundo Corina, dispõede salas bem estruturadas, quadras de esportes, sala de multimeios, além de projetos musicais,de orientações sexual e sobre o uso de drogas, a Feira das Nações e a Farmácia Viva.

Ontem, hoje e sempre

Os caminhos da merOs caminhos da merOs caminhos da merOs caminhos da merOs caminhos da merendaendaendaendaendaÉ longo caminho da merenda escolar até

os alunos da rede de ensino municipal, semcontar eventuais denúncias de desvios, comoos investigados pelo Ministério Público e Polí-cia Federal. O Grupo Gestor da Merenda Es-colar da Prefeitura de Fortaleza é quem admi-nistra a compra da alimentação dos alunos nasescolas. Até chegar à mesa do estudante amerenda escolar começa com o planejamentode cardápio, verificação da quantidade a com-prar, até se formar uma comissão de licitação,que, oficialmente, avalia o menor preço. A com-pra é efetivada após a assinatura de contratos

e empenhos entre a Prefeitura e o fornecedor.A distribuição da merenda é feita pelas secre-tarias executivas regionais.

A nutricionista da Prefeitura, Gláucia Pas-sos, explica que a centralização das ações decompra da merenda por meio do Grupo Gestorpassou a ter uma maior organização das ativi-dades que envolvem a merenda. Parte da ver-ba vem de recursos do Pnae, que repassa àPrefeitura R$ 0,13 por aluno/dia. O restante daverba sai dos cofres municipais.

Pelas normas do Programa Nacional dealimentação Escolar (Pnae) que financia parte

da merenda, os alimentosservidos aos alunos devemter no mínimo 350Kcla (qui-lo-calorias) e 9g de proteínas.A verificação da quantidadede alimentos, segundo anutricionista, é feita multipli-cando o número de gênerospela quantidade de alunos .

O lanche passo a passoO lanche passo a passoO lanche passo a passoO lanche passo a passoO lanche passo a passo

por Saulo Rêgo

Prato indigestoPrato indigestoPrato indigestoPrato indigestoPrato indigesto

EditorialEditorialEditorialEditorialEditorial

A Assembléia Legislativa absolveu o de-putado Sérgio Benevides (PMDB), acusado deenvolvimento no desvio de R$ 1,8 milhão des-tinado à compra de merenda escolar. A absol-vição, contudo, não apagou o abalo nacredibilidade da Prefeitura quanto aogerenciamento da merenda. O desgaste foiainda maior porque Benevides, genro do pre-feito Juraci Magalhães, foi citado no relatóriofinal da “CPI da Meren-da Escolar” daCâmara Munici-pal, como umdos beneficiáriosno desvio dos re-cursos.

Page 14: Jornal Mural

Mural do MuseuMaquinas que sobrevivem ao tempo

Cíntia Carneiro Neves Se a vontade é de saber um pouco mais sobre a história da aguardente

nacional, os 25 quilômetos que separam de Fortaleza o mais completo museu da cachaça do mundo não vão ser nenhum empecilho.

O Museu da Cachaça está locali-zado na primeira fábrica da Ypióca, em Maranguape. Lá, o visitante tem a chance de observar moen-das e máquinas antigas, incluin-do a Fazenda Casa Grande, construída em 1846 em estilo colonial.

No acervo, mapas, docu-mentos, fotos, filmes, máqui-nas, garrafas, equipamentos agrícolas, tonéis de bálsamo, dentre outros, que se unem a recursos audiovisuais e cênicos de última geração.

No Museu da Cachaça também fica o maior tonel de madeira do mundo (foto), com ca-pacidade para 374 mil li-tros, registrado no Guin-ness Book.

Uma boa dose de historia

Dicas para uma visita bem sucedida

1. Tematizar a visita2. Informar a faixa etária do grupo3. Preparação prévia dos alunos4. Observação tridimensional dos objetos5. Fazer um comentário da visita na sala de aula

Talita dos Santos e Silva

A necessidade de um lugar seguro para a guarda de carros, a falta de um lugar fixo para as exposições e o aumento do número de associados ao Veteran Car Club (Clube de Automóveis Antigos – Ceará) foram fatores decisivos para a criação do Museu do Automóvel.

O acervo pertence aos sócios do Clube. Há carros desde 1917 até os anos 1970. Todos os automóveis funcionam e, além de serem verdadeiras relíquias, podem ser alugados para eventos como casamentos, desfiles e até para passeios particulares. A única condição imposta pelos proprietários é que o carro seja dirigido por motoristas enviados por eles, pois o manuseio das máquinas exige muito cuidado.

Alguns automóveis até já foram usados em minisséries da Rede Globo, como o Chevrolet 1958, que apareceu em “Hilda Furacão” e outro similar que participou de “JK”. O Museu guarda patrimônios de personalidades políticas como Tasso Jereissati e Lúcio Alcântara.

No Museu do Automóvel estão expostos 57 carros nacionais, americanos e europeus. O

mais antigo é um Ford de 1917, do proprietário Assis

Vieira Filho.

Estudantes são o público principal

ExpedienteMural do MuseuDisciplina: Princípios e Técnicas de Jor-nalismo Impresso I. Diretor do CCH: Prof. José Batista de LimaCoordenadora do Curso: Profa. Erotilde Honório. Edição: Martha Dos Martins. Professor-orientador: Jocélio Leal. Diagramação: Anne Nogueira. Monitoras da Disciplina: Martha Dos Mar-tins, Sofia Laprovítera e Tatiana Aline.

EditorialA palavra “museu” é derivada do

termo grego “moseion”, que refere-se aos templos dedicados às Musas, ou seja, às divindades da Mitologia Grega que inspiravam as artes.

Os museus são espaços de apreciação e preservação da cultura, da arte e da história da humanidade. Assim, ao visitarmos estes “templos”, acabamos aprendendo mais sobre o mundo e so-bre nós mesmos.

Automóveis, cachaça, arte, imagem e som. Aqui tem museu para todos os gostos. Então, conheça um pouco mais destas salas de aula de cultura.

Div

ulga

ção

Cai o numero de visitantes do Mauc

Joana Dely Sátiro

Nos últimos anos, o número de visitantes do Museu de Arte da UFC (Mauc) foi muito reduzido. Segun-do o professor e diretor do Mauc, Pedro Eymar, há 19 anos, entre 1987 e 1993, cerca de 120 pessoas por dia visitava o acervo. Em 2000, essa procura baixou para 30 e, neste ano, a média é de 20 visitantes.

Para Eymar, a queda de freqüên-cia se deve à não manutenção do programa e também à falta de di-vulgação do Museu.

Dependente dos canais de comunicação, o Mauc desenvolve métodos próprios de propagação de seus eventos. O Instituto de Cultura e Arte (ICA) é responsável por mandar informações e fotos diferentes para a imprensa. Cabe à mídia publicar, se quiser.

Outras historias do Museu do Ceara”

O Museu do Ceará, em parceria com a Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), vem publicando a coleção de livros “Outras Históri-as”. O objetivo é fazer da leitura e do conhecimento ferramentas indispensáveis ao público que freqüenta o Museu.

“Outras Histórias” privilegia a produção de pesquisadores que conduzem trabalhos no Ceará. A maioria das publicações trata de

temas regionais, que vão desde famosos poemas da literatura de cordel até livros que obedecem um rigor científico.

Segundo o coordenador da Coleção, Régis Lopes, “Outras Histórias” divide-se em três núcleos: estudos sobre o acervo da Institui-ção, pesquisa no âmbito do conhe-cimento histórico e textos sobre documentos inéditos.

A Coleção do Museu já atingiu

o 35o número. Algumas obras estão esgotadas devido à procura, como “A Padaria Espiritual – biscoito fino e travoso”, do professor Gleudson Passos e “Frei Tito – em nome da memória”, organizado por Régis Lopes e Martine Kunz.

Marcelo Henrique de A. Costa

Trabalho de Sebastião de Paula: acervo do Mauc

Diego Benevides Nogueira

Apesar do acervo de imagens em película e cromo, máquinas, vinis e depoimentos de personalidades como Patativa do Assaré, Padre Cícero e Vírgilio Távora, o Mu-seu da Imagem e do Som (MIS) é pouco freqüentado pela população em geral. Cineastas, antropólogos e estudiosos da área são os seus prin-cipais visitantes.

O diretor do MIS, Gilmar Chaves, l ida normal -mente com a falta de inter-esse das pessoas. “Essa não é nos-sa prioridade”, explica ele.

Acervo do MIS atrai estudiosos

Servico:

Museu da Imageme do Som (MIS)

Horário: Segunda à sexta, de 8h às 12h

e de 13h às 17h.

Entrada Gratuita

Janayde Gonçalves

Visitar o museu não é um hábito do brasileiro. A visitação escolar ainda é a prática mais comum, pois nos acervos mu-seológicos há representações de todas as áreas do conhecimento: história, geografia, botânica e até química.

Segundo a especialista em museologia pela Universidade de São Paulo (USP), Manuelina Maria Cândido, os museus estão se preocupando cada vez mais com essas visitas. “Estão sendo criados cursos de capacitação para os professores, enfatizando a necessidade de se elaborar uma proposta para maior aproveita-mento da experiência”, afirma.

Museus viram salas de aula

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No Museu estão expostos 57 carros nacionais, americanos e europeus

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Page 15: Jornal Mural

Variedade nos terminaisQuem costuma circular pelos

terminais de Fortaleza já deve ter sedado conta da variedade de servi-ços que se encontram à disposiçãodos usuários de transporte coletivo.Farmácias, lanchonetes, bancos,cabeleireiros e armarinhos são ape-nas algumas das opções.

Quem pensa que encontra so-mente artigos importados e falsifica-dos verá que muita coisa de qualida-de. Quem garante é o senhorRibamar, 68 anos, que mesmo apo-sentado trabalha há mais de 10 anosno comércio de roupas e bijuterias.

Desde a fundação do Terminal

do Antônio Bezerra, Ribamar mantémum box. Lá ele vende desde balas —três unidades a R$ 0,10 — até ber-mudas — R$22,00 cada. Segundoele, os artigos mais vendidos são bi-juterias e miudezas em geral, osmais caros são as roupas.

Como em todo comércio, a con-corrência e a variedade ditam os pre-ços. O público alvo de Seu Ribamaré a “garotadona”, como ele mesmofala. Para esses consumidores eleoferece blusas estampadas com fo-tos de bandas de rock, bonés comsímbolo de times de futebol, carteirasem couro e muitos mais.

JJJJJororororornal do nal do nal do nal do nal do TTTTTerererererminalminalminalminalminalJornal mural-laboratório da Disciplina JornalismoImpresso I do Curso de Jornalismo da Unifor.Chanceler: Airton José vidal QueirozReitor: Carlos Alberto BatistaDiretor de Graduação: Wilhelmus Jacobus AbsilDiretor do CCH: José Batista de LimaCoordenadora do Curso: Profª Erotilde HonórioConcepção e edição: Prof. Jocélio LealProjeto gráfico e edição: Prof. Eduardo FreireEdição de fotografia: Prof. Jari VieiraRevisão: Profª Solange TelesRedação: Alexandra Lima, Ana Karine Zaranza, AnaKarolina Nascimento, Elaine Priscila Gonçalves,Fernanda Chico, Kelly Pedrosa, Geogea Veras, GledsonLima, Leane Landim, Lia Aderaldo, Maurício Filho,Renata Benevides e Saulo Xavier.

EditorialTem gente que chega e tem gente que sai. A

toda hora. A todo minuto. É assim o dia-a-dia nosterminais. Para casa, para o trabalho, para a escola.Ao dever ou ao prazer. Seja qual for o motivo, poreles passa a vida de milhares de pessoas todos osdias em Fortaleza.

Terminais são vitrines ricas da cara de Fortale-za. As manias, gírias e gestos estão lá. Tudo sobe edesce dos ônibus. Pela porta da frente ou pela portade trás. Nos terminais, todas as portas se abrem, atéa do meio -- quem pega o cambão sabe o que é isso!

Como boa vitrine que são, os terminais refletemo que temos de belo e de feio. Uma boa vitrine quemuita gente não quer ver. Nossa criatividade paratocar a vida em frente, se possível sem paradas,como um expresso. Mas revelam também a nossamaldita dificuldade de respeitar o bendito direito de ire vir das outras pessoas.

Este Jornal do Terminal é o primeiro de umasérie. Foi feito pelos estudantes e professores deJornalismo da Unifor com a intenção maior de ser-vir com o melhor que podemos oferecer: jornalis-mo. Boa leitura e boa viagem!

Vale tudoO vale de transporte vem sendo usado

como dinheiro em vários comércios de Fortale-za e só quem acaba perdendo com isso é oconsumidor. O vale-transporte hoje é vendido aR$ 1,40 e corresponde a uma passagem deônibus, mas também pode ser trocado por umsanduíche na frente da parada ou pode serdado como esmola aos pedintes dentro do ôni-bus. Doces, cartões, artigos religiosos e lan-ches são as mercadorias mais fáceis de secomprar com o vale dentro dos terminais.

A concessão para uso dos vales de trans-portes foi dada pela Prefeitura Municipal de For-taleza apenas ao Sindiônibus, mas eles vêmsendo usados em vários estabelecimentos co-merciais e nos transportes alternativos. Segun-do Manoel Sousa, presidente do Sindicato dosTransportes Alternativos (STA), o vale é aceitoem todas as linhas.

Não são só os topiqueiros que saem per-dendo com essa troca, mas o consumidor tam-bém. Um vale corresponde a uma passageminteira de ônibus que custa R$ 1,40, mas nahora da troca, ele é, normalmente, recebido porR$ 1,20.

O dono de um carrinho de lanches na ave-nida Washington Soares recebe um vale porum sanduíche que é vendido por um real. Nes-se caso, a perda total do consumidor é de R$

0,40. Os vales arreca-dados por ele são ven-didos por R$ 1,20.

Barreiras terminais

Poucos elevadoresEm Fortaleza, há 17 veículos adaptados

com elevadores. A legislação prevê 68. Mas, deacordo com Sá Júnior, a demanda de usuáriosportadores de deficiência é baixíssima nos 17ônibus adaptados, existentes em cada linha. JáDavi Farias argumenta que são necessários, nomínimo, 56 ônibus adaptados nas principais li-nhas para amenizar as dificuldades de acesso eatender a demanda dos 80 mil portadores de de-ficiência motora, na cidade.

A Prefeitura começou a desenvolver umprojeto para adaptar os sete terminais de Forta-leza. O projeto começou pelos terminais Antô-nio Bezerra e Parangaba e, segundo HorácioMuniz, será estendido a todos os terminais atésetembro deste ano.

Para Muniz, as adaptações estão sendo fei-tas somente para cumprir a legislação, pois, se-gundo ele, não há usuários para estes serviços.“O banheiro adaptado do Conjunto Ceará estáfechado por falta de usuários. E os ônibusadaptados também não têm uso”, afirmou.Isolando

Os terminais de ôni-bus de Fortaleza oferecemalgumas dificuldades parao tráfego de portadores dedeficiência física, principal-mente os cadeiristas, comosão chamados os que an-dam em cadeiras de rodas.Faltam mais rampas. Paracompletar, as pessoas não respeitam as filas, difi-cultando a vida também dos idosos.

Existem leis federais, estaduais e municipais quepreveêm que os órgãos públicos são responsáveis

O Terminal Rodoviário de Messejanatem problemas com a higiene. Para os maisde quatro mil passageiros que passam diari-amente pelo terminal já se tornou comum verlixo exposto. Muito do lixo são caixas de pape-lão deixadas pelos boxes.

Ao mesmo tempo, a correria de sair de umônibus e entrar em outro, faz com que muitosdos passageiros nem se perguntem pela proce-dência do lanche, muito menos a do suco que éfeito com água da torneira, sem passar por ne-

As crianças do Siqueira

É a fome!nhum processo de tra-tamento. “Eu não mepreocupo muito, ecomo estou sempreapressado comproqualquer coisa pra co-mer”, afirma o motoris-ta Raimundo da Silva,

que toma seu café-da-manhã no terminal.O caso de Raimundo da Silva não é o úni-

co. Um dos comerciantes, que pediu para nãoser identificado, afirmou que usa água da tor-neira para fazer sucos, por ser mais prático eter um custo menor. O preço do suco varia deR$ 0,50 a R$ 1,00.

Os terminais de Fortaleza não possuem estru-tura adequada para o acesso a pesso-as portadoras de deficiência. Além denem todos os ônibus possuírem plata-forma para quem utiliza cadeira de ro-das, não há rampas em todos os termi-nais nem informações em Braile. Se-gundo o Gerente de Operações daEttusa, Horácio Muniz, a legislaçãoestá sendo cumprida. Mas, de acordocom Davi Farias, presidente da Asso-ciação dos Deficientes Físicos do Cea-rá (Adefice), há falta de interesse daPrefeitura para atender às necessida-des de acesso destas pessoas.

Segundo o Chefe da Divisão de Operações daEttusa, Sá Júnior, a Ettusa está construindo passa-relas para o acesso das pessoas portadoras de defi-ciência. Há rampas e passarelas em nível nas plata-formas na maioria dos terminais da cidade; porém,nenhum possui placas de indicação em Braile. Tam-bém há banheiros adaptados em todos os terminais.

De acordo com Sá Júnior, o Terminal do Conjun-to Ceará possui passarelas e não necessita de ram-pas porque é em nível. E o Terminal do Siqueira nãoprecisa de adaptação porque há rebaixo de rampaem frente à bilheteria, e a passarela está na mesmaaltura da plataforma. No entanto, segundo Davi Fari-as, a estrutura arquitetônica adequada para as pes-soas portadoras de deficiência motora e sensorialainda não foi construída.“Os portadores de deficiên-cia ainda sofrem por causada falta de adaptações nacidade”, lamentou.

por viabilizarem o tráfego dos portadores de deficiên-cia em locais públicos, mas isso não tem bastado.

Motoristas e os trocadores afirmam que fazema parte deles, sendo pacientes e até solidários comos portadores de deficiências. No entanto não é issoo que os populares comentam nas filas do Terminaldo Papicu. Dizem que é comum haverincompreensão.

O Movimento Vida (Vida, Independência, Digni-dade e Ação) propõe o que chamam de atitude decidadania autônoma, em que as pessoas portadorasde deficiências não precisem de porta-voz.

Boa ação em MaranguapeO projeto da instituição acolhe meninos de até 10 anos em um sítio em

Maranguape. Os educadores trabalham com jogos, desenhos e pinturaspara atrair os moradores de rua a visitarem o local e decidirem se queremou não permanecer. Lá eles têm acesso à escola e várias atividades,como aprender a capinar e jogar capoeira.

A ONG recebe ajuda declarada de R$ 1.500 da Prefeitura de Fortaleza,o que equivale a R$ 20,00 dos R$ 240,00 necessários para sustentar cadauma das 74 crianças que vivem no sítio. O restante é bancado por doações.

“Eu ia pro terminal pedir dinhei-ro, aí eu brincava...ia roubar nosquintais perto do Siqueira pra comere ir pro videogame”, afirma D.S., de10 anos. O depoimentoé de um menino que mo-rou no terminal doSiqueira, onde adoles-centes e crianças dor-mem embaixo dos ban-cos, fazendo do localsuas residências. Ali-mentando-se dos restosdas lanchonetes e con-tando com a tolerância dos seguran-ças, meninos e meninas vão sobre-vivendo no local até serem aborda-dos por educadores sociais na ten-tativa de retirá-los de lá.

Pelos mais diversos motivoseles vão para o terminal, na grande

maioria são mandados pelos paispara pedir esmola. Ao não consegui-rem, se acomodam e não voltam paracasas. “Minha mãe mandava eu pe-

dir ajuda, aí eu ia com-prar cola, ficava tarde, eeu não voltava mais pracasa”, conta W.O., de13 anos, que atualmen-te mora no sítio da ONGPequeno Nazareno.

“De acordo comuma pesquisa feita por11 instituições que tra-

balham para retirada de crianças eadolescentes das ruas, 56 criançasmoravam no terminal do Siqueira emdezembro de 2002, o que totalizava15% das que dormiam nas ruas deFortaleza”, afirma Marcos Costa, in-tegrante da ONG Pequeno Nazareno.

Jari Vieira

Jari Vieira Jari Vieira

Jari Vieira

Junho/Julho de 2003

Page 16: Jornal Mural

Aumento da taxa irrita consumidores

Maria dos Santos Pinheiro, ou simplesmente DonaSantana, vende ervas naturais no Mercado JoaquimTávora. Ela oferece de tudo na sua Farmácia Viva. Tem xa-rope, lambedor, pepaconha, mastruz, gengibre, romã e

boldo. Aroreira também tem. DonaSantana não apenas vende, comotambém orienta, ao seu modo, comoo consumidor deve utilizar.

Ela garante que os remédios na-turais dão resultado. “Já soube de ca-sos de pessoas que se curaram sócom as ervas, mas acho que é inte-ressante também procurar o médico”,pondera.

O cuidado dela é ratificado pelafarmacologista Mirela Vieira. Segundo

Mirela, os medicamentos naturais precisam ser administra-dos com cuidado. “Se usados de maneira inadequada oquadro do paciente pode ser agravado”, adverte.

EditorialTem de tudo nos mercados pú-

blicos de Fortaleza. É a batata, é alaranja, é a banana, é a catuaba, é aerva cidreira, é o queijo, é o presun-to, é o feijão, é o milho, é o celular, éa bateria, é a panela, é apanelada...Para onde se virar, o fre-guês vai encontrar o que comprar.Cada coisa no seu Box.

Quem procura conforto não vaiachar. Mas um passeio por um des-ses templos do consumo popular dáde 10 em qualquer supermercadorefrigerado. Dez em histórias paracontar, 10 em surpresas. Essa varie-dade é o que faz deles espaços ricosem vida urbana, com direito ao bom edo melhor, mas também aos podresda cidade.

O que os leitores vêem e lêemagora trata-se do primeiro Mural doMercado, pautado e redigido pelosestudantes da Disciplina Princípios eTécnicas de Jornalismo Impresso I,do Curso de Jornalismo da Unifor. Éuma experiência-piloto que pretendese firmar no dia-a-dia dos mercados,com muita informação e reflexão.

Nossa mercadoria é boa e degraça. Sirva-se à vontade.

Tem de tudo noJoaquim Távora

Variedade e distribuição eclética dos boxes. Essessão as principais marcas do mercado Joaquim Távora, quefica na avenida Pontes Vieira457, entre as ruas FiscalVieira e Capitão Gustavo.

Numa caminhada pelomercado é possível constataralgumas complicações quepodem dificultar o comércio.Problemas de sinalização nointerior, a desorganizada dis-tribuição dos boxes e a poucaventilação são fatores que exi-gem mais criatividade paraque se venda bem.

“Mercado público é praser bem variado. Você vendea sua banana e o seu mara-cujá aqui e eu vendo o meuchinelo e o meu plástico ali.É assim que tem que ser emum mercado. E, no JoaquimTávora é assim, bem varia-do”, declara Izaías Mateus,fiscal da administração.

E é seguindo essa “lei”que alguns comerciantesdentro do mercado preten-dem abrir um cybercafé atéo final do ano. Novamente, a ousadia em meio as dificulda-des dá ao mercado Joaquim Távora forças para sobreviverdiante dos supermercados e hipermercados 24 horas.

Não são todos os boxes,mas há problemas de higienena comercialização de carnesno Mercado São Sebastião. OMural do Mercado constatousujeira, mau acondicionamentodas carnes (muitos boxes nãotêm freezer nem caixa deisopor com gelo) e instalaçõesinadequadas.

Segundo a fiscal da Equi-pe da Carne da Vigilância Sa-nitária do Município, SocorroAlencar, os principais problemas no São Se-bastião são a comercialização da carne demoita, provenientes de abatedouros clandes-tinos, o mau acondicionamento e a estruturafísica do mercado não apropriada.

Socorro Alencar disse que, apesar dealgumas carnes virem da Ceasa onde a car-ne é controlada, a maioria vem de Caucaia,Maracanaú e Guaiúba sem a documentaçãoobrigatória. Segundo ela, é impossível se fa-zer uma fiscalização eficiente porque os bo-xes só podem ser fiscalizados de madruga-da. Ela diz que há riscos porque muitospermissionários andam armados. O númerode fiscais é insuficiente para fiscalizar todo omunicípio.

Quanto se paga*Refeição – R$ 46,30Variedades – R$ 26,87Ervas medicinais, frutas/verduras e produtosregionais – R$ 15,97Confecção, calçados ebijuterias – R$ 23,24Frios, peixes e carnes –R$ 30,50Restaurantes – R$29,05*Taxa mensal por permissionário

As visitas da Vigilância Sani-tária só ocorrem, em média acada três meses, mas deveriamser diárias. Segundo as fiscais daEquipe de Carne não houve fe-chamento de boxes, só apreen-sões de mercadorias e multas.

Boas maneirasA Vigilância Sanitária oferece

cursos de como manipular e acon-dicionar os alimentos e ensina re-gras de higienização aos

permissionários, mas segundo SocorroAlencar, o interesse é muitopequeno.

A maioria das pessoasque compram carnes noMercado São Sebastião já écliente antigo e sempre com-pra nos mesmos boxes. Se-gundo o cliente JoãoEpifânio, a carne não é exce-lente, mas compra por ser perto de casa.

A permissionária Telma Martins garanteque as carnes são compradas na Ceasa, to-dos os boxes fazem um armazenamento cor-reto e a fiscalização da Vigilância sanitária ésatisfatória.

Higiene

Em alguns, a carne é fraca

O consumo de carnes estragadas causadiversos males a saúde, desde verminoses eproblemas de garganta até tuberculose eneurocisticercose, que pode levar à morte.• Só compre carnes quando ela estiver

com uma cor vermelho vivo e brilhante.Ela deve estar firmee com cheiro pró-prio.

• As aves devem estarcom os músculosfirmes, cor amarelapálido e brilhante,com cheiro caracte-rístico e bem presoaos ossos.

Dicas ao Consumidor• Os peixes devem apresentar uma textura

consistente, escamas bem presas, olhosbrilhantes e guelras de cor vermelhovivo.

• Verifique se os produtos estão separadosde outros que possuam sabor ou/e odor

estranhos.• Só adquira produtosrefrigerados quando es-tiverem em balcõesapropriados.• Observe se o funcio-nário está manipulandoa carne e o dinheiroalternadamente semlavar as mãos.

Ervas de Santana

Tem sal noestacionamento

A cobrança de R$ 2,00 por três ho-ras de estacionamento no Mercado São Se-bastião está causando insatisfações tantoaos clientes quanto aos permissionários. Se-gundo Telma Martins, dona de dois boxes decarne, o preço salgado do estacionamentotem reduzido o número de clientes. “O clien-te não vai deixar de comprar carne no açou-gue perto de casa pra vim comprar carneaqui e ainda pagar R$ 2 de estacionamento”,disse ela.

Tarcísio Ximenes de Farias, vice-pre-sidente da Associação dos Permissionáriosdo Mercado São Sebastião (APMSS), disse

A comerciante de hortifrutigranjeiros noMercado Joaquim Távora, Zumira Arruda,disse que dá para viver com o que ganha,mas que antes a situação era melhor.Lembra que um dos motivos é a pre-sença de supermercados nos arre-dores. Os preços do mercado sãomais baratos, mas o conforto dossupermercados atrai.

Depois de pouco tempo nolocal, o calor incomoda. O telha-do do mercado é coberto por amianto, semnenhum mecanismo para isolamento térmi-co. É o calor uma das principais reclama-

O dia começa aindaescuro. O homem seacorda à 1h da manhã,arruma suas coisas,toma banho e vai para oMercado São Sebastião.Ele chega ao trabalhoentre 2h e 3h e fica sele-cionando as bananasque chegam da serra até às 5 da manhã,quando o Mercado abre suas portas. Meio-dia vai para casa almoçar e, logo em segui-da, volta e fica a tarde inteira até às cincoquando o Mercado se fecha e o manda paracasa. Toma banho, janta com a esposa,companheira de anos, e às oito da noite vaipara cama, afinal, amanhã ele terá que fazertudo isso de novo.

Esta é a rotina de José Saraiva, 70anos, desde 1957. Foi quando começou a

O homem, o mercado e o tempotrabalhar no São Sebastião,na época Mercado PaulaPessoa e estrutura francesatoda em ferro. A rotina de Sa-raiva é a mesma de domingoa domingo. O que mudou foio homem e o mercado. Hojeele não é mais um jovem queprecisava trabalhar para sus-

tentar seus três filhos pequenos nem o Mer-cado se parece com o de antes.

O jovem de outrora, agora, é um homemde cabelos brancos, semblante calmo, mãoscalejadas pelo trabalho e a aparência de avô.Saraiva não trabalha para viver e sim, vive tra-balhando. “Eu acho é bom ficar aqui. Passar odia dentro de casa é a pior coisa do mundo”.

Hoje, o homem e o mercado se vêemolhando para o passado comum e esperamjuntos um futuro bom para ambos.

Zé Saraiva: a mesma rotina desde 1957

ções de quem freqüenta o mercado.As dificuldades aparecem quando há ne-

cessidade de encontrar algum produ-to específico. Não há placas indi-cando os gêneros vendidos e osboxes do piso inferior são mistura-dos. Há uma papelaria ao lado deum box de frutas e verduras.

O fiscal da Prefeitura, IzaíasMateus, explica que “no papel” estátudo separado por gênero, mas os

comerciantes mudaram as placas com os nú-meros de lugar. “Quem quer trabalhar direitonão consegue”, disse Mateus.

A ameaça dos supermercados

que achou o aumento para R$ 2,00 demais.Segundo ele, sua proposta teria sido de au-mentar o preço do estacionamento para R$1,50. A enfermeira Alzira Frota disse queapenas atravessou o estacionamento sub-terrâneo para deixar uma pessoa dentro domercado e teve que pagar o valor integral.“Isso é um absurdo! Nem nos shoppings deFortaleza o valor é tão alto e não há nem 20minutos de tolerância”.

Santana: vende e orienta

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Jari Vieira

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Jari Vieira

Junho/Julho de 2003

ExpedienteMural do Mercado é um jornal laboratórioda Disciplina Princípios e Técnicas deJornalismo Impresso I do Curso de Jorna-lismo da Unifor.Chanceler: Airton José vidal QueirozReitor: Carlos Alberto Batista Mendesde SousaDiretor de Graduação: WilhelmusJacobus AbsilDiretor do CCH: José Batista de LimaCoordenadora do Curso: Erotilde HonórioConcepção e edição: Jocélio LealProjeto gráfico e edição: Eduardo FreireRevisão: Profª Solange TelesEdição de imagens: Jari Vieira e AnaKarine ZaranzaRedação: Ana Karine Zaranza, AnaKarolina Nascimento, Fernanda Chico,Izabelle Pitombeira, Renata Benevidese Saulo Xavier.