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Setembro 2012 www.nfpajla.org A AUTORIDADE EM SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS, ELÉTRICA E DE CONSTRUÇÃO TREZE COISAS NOVAS SOBRE A EDIÇÃO 2013 DA NFPA 13 UMA MUDANÇA DO NFPA 72 LIDA COM ALARMES FALSOS CONFINADOS +EM PERIGO UMA OLHADA DE PERTO NO INCÊNDIO NA PRISÃO DE HONDURAS QUE MATOU 361 PESSOAS E O PROBLEMA GERAL DOS INCÊNDIOS NAS PRISÕES NA AMÉRICA LATINA RELATÓRIO ESPECIAL

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Setembro 2012 www.nfpajla.org

A AUTORIDADE EM SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS, ELÉTRICA E DE CONSTRUÇÃO

TREZE COISAS NOVAS SOBRE A EDIÇÃO 2013 DA NFPA 13

UMA MUDANÇA DO NFPA 72 LIDA COM ALARMES FALSOS

CONFINADOS+EM PERIGOUMA OLHADA DE PERTO NO INCÊNDIO NA PRISÃO DE HONDURAS QUE MATOU 361 PESSOAS E O PROBLEMA GERAL DOS INCÊNDIOS NAS PRISÕES NA AMÉRICA LATINA

RELATÓRIO ESPECIAL

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DIRETORES• Presidente: Thomas W. Jaeger, PE, Great Falls, VA• Primeiro vice-presidente: Philip C. Stittleburg, La Farge, WI• Segundo Vice Presidente: Ernest J. Grant, Chapel Hill, NC• Secretário: Randolph Tucker, TX• Tesoureiro: H. Wayne Boyd, Sacramento, CA• Presidente/CEO: James M. Shannon NFPA, Quincy, MA

EQUIPEOlga Caledonia, Diretora [email protected]

Gabriela Portillo Mazal, [email protected]

Walter D. Grijalvo, Diretor de Produçao [email protected]

Sharon Lourenco, Assistente de Produçã[email protected]

COMITÉ DE REVISÃOJaime Andrés Moncada, International Fire Safety Consulting (EE.UU.)Eduardo Álvarez, IFSC Cono Sur (ARG)Alejandro M. Llaneza, International Electrical Safety & Reliability Consultants (EUA)

VENDAS DE PUBLICIDADEAmérica Latina: Stephanie OliverTel.: [email protected]

NFPA1 Batterymarch Park,Quincy, MA 02269 EE.UU+1 (617) 984-7272 • Fax: +1 (617) [email protected] www.nfpa.org

Arte e Diagramação, Grupo 3A

SETEMBRO 2012 - Ano 14 - Nº 3

NOTA SOBRE A PUBLICIDADEA NFPA se reserva o direito de aceitar ou rejeitar qualquer publici-dade submetida para publicação no NFPA Journal Latinoamericano. Contudo, a NFPA não tenta investigar ou verificar reivindicações, incluindo reivindicações de cumprimento dos códigos e normas da NFPA, feitas em anúncios publicados no NFPA Journal Latinoame-ricano. A publicação de anúncios no NFPA Journal Latinoamericano não significa de nenhuma maneira o aval, ou a aprovação da NFPA de qualquer reivindicação do anunciante, de sues produtos, ou serviços. A NFPA não reconhece nenhuma responsabilidade em relação aos anúncios publicados no NFPA Journal Latinoamericano.

>> NOTAEDITORIAL

Na edição de dezembro de 2011 publicamos a coluna do Eng. Jaime A. Moncada, que abordou a problemática dos incêndios nas prisões latino americanas. Tristemente, menos de dois meses depois, aconteceu nova e grande tragédia numa prisão, desta vez em Honduras. Segundo o que se informou, dos 852 presos, 361 perderam suas vidas.

Eram 07h 30min da manhã de 15 de fevereiro quando, acabando de chegar ao escritório, li a noticia do incêndio. Já havia quase 300 mortos e o número continuava subindo. Às 08h 30min estava me comunicando com vários colegas organizando nossa reação. Enviaríamos alguém para Honduras? Quem? Qual seria, realmente, nosso papel? Com quem poderíamos falar em Honduras? Que informações e dados já tínhamos disponíveis? Quais os códigos e normas da NFPA relevantes neste caso? Como poderia a NFPA, neste caso, melhor cumprir seu mandato de lutar pela proteção contra incêndios? Olga Caledonia, Diretora Executiva de Operações Internacionais, estava voando, mas poderíamos falar com ela durante alguma escala.

Às onze horas tínhamos organizado a viagem para Honduras do Eng. Moncada e do Eng. Antonio Macías, diretor da NFPA para o México, América Central e o Caribe. O trabalho não seria descobrir culpados, mas sim fazer um relatório do ocorrido, já que, nestes casos, os representantes da NFPA não estudam a causa do incêndio, mas estão ali para resgatar a história do ocorrido e, além disso, ver de que forma nossos códigos poderiam ter afetado a situação, se fossem utilizados.

Ao estudar os incêndios podemos avaliar se nossos códigos estão funcionando quando utilizados e se teriam feito alguma diferença onde não são empregados. O processo permite que a NFPA garanta que os códigos funcionam como previsto ou se devem ser alterados onde necessário. É assim que os códigos evoluem.

Durante sua visita à cena do incidente, os engenheiros Moncada e Macías tiveram a oportunidade de observa-la, reunirem-se com os investigadores, autoridades e bombeiros e fazer um estudo do local. A informação coletada durante estas atividades e a análise subsequente é a base do artigo na página 16.

Na página 11, Russel Fleming explica como os sprinklers automáticos são a solução lógica para o controle de incêndios em prisões.

No fim das contas, este tipo marcante de incêndio chama a atenção não somente da NFPA, mas também, muitas vezes, leva as autoridades dos países mais atingidos a tomar a decisão de revisar seus códigos de construção e proteção contra incêndios e, consequentemente, adotem códigos e normas da NFPA. Na página 9, o Eng. Macías faz uma breve análise das justificativas para a adoção da NFPA 1, Código de Incêndios, como base para o sistema de proteção contra incêndios num país latino americano.

Estas adoções e alterações nos códigos não significam grande consolo para as famílias das vítimas destes desastres, já que não devolvem as vidas perdidas, mas, sem dúvida, a adoção e o uso salvarão vidas no futuro. Do ponto de vista das famílias das vítimas, nada acontece com a velocidade que deveria, mas na comunidade dos que desenvolvem os códigos e normas se sabe que este não é um processo feito da noite para o dia.

Os quatro piores incêndios em prisões aconteceram na América Latina. Nos últimos dez anos, três dos dez maiores incêndios em prisões pelo mundo aconteceram em Honduras, lamentavelmente, cada vez com mais mortes. A maior parte de nossos esforços na América Latina se volta para evitar repetições destes incidentes e para isso nos comprometemos a colaborar com as várias autoridades competentes e com entidades que compartilhem nossos objetivos.

Aprenderemos depois de Comayagua?

Gabriela Portillo Mazal

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SEGURANÇA ELÉTRICAAlgumas coisas que você talvez não saiba sobre os sistemas de comunicação de emergência POR JEFFREY SARGENT

EM CONFORMIDADEAlgumas coisas que você talvez não saiba sobre os sistemas de comunicação de emergênciaPOR CHIP CARSON, P.E.

PALAVRAS TÉCNICASAlgumas coisas que você talvez não saiba sobre os sistemas de comunicação de emergênciaPOR WAYNE MOORE, P.E., FSFPE

OPERAÇÕES ESTRUCTURAISOs sprinklers automáticos e o problema dos incêndios nos esta-belecimentos penaisPOR BEN KLAENE + RUSS SANDERS

SEMPRE ATENTOSOs sprinklers automáticos e o problema dos incêndios nos esta-belecimentos penais POR RUSSELL P. FLEMING, P.E.

>> ARTIGOS DE FUNDO

>> NOTÍCIAS + ANÁLISE

>> ONLINEAlguns dos conteúdos exclusivos que pode encontrar em www.nfpajla.org:

1 - EDITORIAL GABRIELA PORTILLO MAZAL

4 - PONTO DE VISTA ING. JAIME ANDRÉS MONCADA

6 - SEÇÃO LATINO-AMERICANA YOSTI MENDEZ

8- PERSPECTIVA REGIONAL ANTONIO MACIAS

9- NOTICIAS NFPA

• Viver em Cidades na Floresta

• Entender o desempenho dos sistemas de protecção contra incêndio nos centros de dados

• Zoológicos com sprinklers?

SETEMBRO 2012 Ano 14 - Número 3

>> OS EXPERTOS

NOTA SOBRE O CONTEÚDOO conteúdo dos artigos do NFPA Journal Latinoamericanoapenas as opiniões dos autores ou colaboradores e não representa

apenas ser obtida por procedimentos publicados de solicitação de interpretações formais. O conteúdo não pode ser reproduzido sem a autorização escrita da NFPA. O NFPA Journal Latinoamericano éuma marca registrada da NFPA.

ARTIGO DA CAPA: AS LIÇÕES DE COMAGUAYAO incêndio numa penitenciária em Comayagua, Honduras, que matou 361 pessoas em fevereiro, foi o incêndio com o maior número de vítimas ocorrido num estabelecimento penal na história modernaPOR JAIME ANDRÉS MONCADA

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13 X 13 X 13Treze coisas que você precisa saber sobre a edição 2013 da NFPA 13, Instalação de Sistemas de Sprinklers. POR MATT KLAUS

PASSOS DE GIGANTENovas edições da NFPA 1500 e da NFPA 1582 incluem importantes mudanças que lidam com a saúde e segurança dos bombeiros.

POR KENDALL HOLLAND

SINAIS PREOCUPANTESUma mudança do NFPA 72®, Código Nacional de Alarme de Incêndio e Sinalização

,

lida com o problema crescente de alarmes falsos em edifícios comerciais.

POR FRED DURSO, JR.

QUAIS AS NOVIDADES NA EDIÇÃO 2012 DO NFPA 99? O NFPA 99, Código dos Estabelecimentos de Cuidados de Saúde edição 2012,

adequa-se bem às instalações modernas de cuidados de saúde.POR MARK CONROY

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APLICANDO A NORMATIVA DA NFPA EM AMÉRICA LATINA JAIME ANDRÉS MONCADA, P.E.

>> PONTODEVISTA

Numa edição anterior desta revista mencionei que, em 1986, no início de minha carreira em engenharia de proteção contra incêndios, meu pai me ofereceu uma cópia do primeiro Manual de Proteção contra Incêndios da NFPA publicado em Boston, em 1896. Desde essa data, este livrinho peculiar de apenas 191 páginas e com capa de couro, que compilava o “estado da arte” da proteção contra incêndios em finais do seculo XIX, ocupou um lugar especial na minha biblioteca, mais como um objeto de valor sentimental do que outra coisa, pois não me lembro de tê-lo utilizado como referência em nenhum projeto.

Esse mesmo Manual de Proteção contra Incêndios, depois de dezenove revisões e mais de um século de aprimoramento gradual, converte-se num de meus principais orgulhos profissionais.

Refiro-me à quinta edição em espanhol do Manual de Proteção Contra Incêndio da NFPA que, com seus dois volumes, se converte no primeiro documento da NFPA publicado especificamente para o usuário latino-americano. Editei este Manual com o meu pai, com a ajuda de uma dúzia de profissionais, todos latino-americanos orgulhosos. É um marco pessoal e espero que também seja uma referência para a nossa indústria nascente. Devo mencionar que esta última edição do Manual já chegou à sua terceira reimpressão e a rapidez da venda surpreendeu-

nos todos aqui na NFPA.Umas semanas atrás apareceu, no meu

escritório, o Manual de Bombas Fixas de Proteção contra Incêndios, edição 2010 em espanhol, publicado pela OPCI, a Associação Colombiana de Proteção Contra Incêndios, revisto pelo meu pai, Jaime Moncada Perez, e por dois dos instrutores do curso da NFPA 20 na América Latina, o dominicano Juan Carlos Guilbe e o mexicano Raul Sanchez, ambos profissionais consumados e amigos íntimos. Este livro representa outro marco, já que é a publicação em espanhol de um manual (ou Handbook, em inglês) sobre uma norma de proteção contra incêndios. Contudo, não é o primeiro manual, visto que no ano 1999, a NFPA tinha contratado o ICONTEC, na Colômbia, para traduzir e publicar em espanhol o Manual do Código Elétrico Nacional, NFPA 70 e em 2006, sob a direção de Gabriela Portillo Mazal, a NFPA publicou em espanhol o Manual do Código do Gás Liquefeito de Petróleo, NFPA 58.

A participação em um curso NFPA sobre um código ou norma é a melhor maneira e, para muitos, a única, de melhorar o conhecimento sobre um documento da NFPA. Mas o manual sobre uma norma é um recurso adicional para quem queira aprofundar o conteúdo e o conhecimento do documento. Um manual inclui material explicativo, que não foi incluído no código ou norma ou em seus anexos, escrito pelos autores do manual, todos peritos na matéria, que não só respondem a perguntas freqüentes sobre a aplicação da norma, como também interpretam e expandem seus principais artigos. Isso faz com que esses livros sejam volumosos, como é o caso do novo manual da NFPA 20 em espanhol, que tem 685 páginas. Os manuais de códigos e normas como o NFPA 70, o NFPA 101 e a NFPA 13 têm mais de 1000 páginas e pesam vários quilos.

O primeiro manual que tive a oportunidade de adquirir, em 1988, era sobre o NFPA 101, Código de Proteção da Vida. É um livro gordinho, parecia uma bíblia, de cor verde, pesava dois quilos, media 16 x 24 cm e custou-me $30.50 dólares. Como dizem onde nasci, “dei pau” neste livrinho, que está cheio

Manuais de proteção contra incêndios

Um manual inclui material explicativo, que não foi inclu-ído no código ou norma ou em seus anexos, escrito pelos auto-res do manual, todos peritos na matéria, que não só respondem a perguntas freqüentes sobre a aplicação da norma, como tam-bém interpretam e expandem seus principais artigos.

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de anotações e tem o aspecto sujo e gasto. Mas sua contribuição mais importante à minha carreira foi abrir-me os olhos para a importância desse tipo de documento de referência. O último manual deste código, publicado em 2012, que comprei quando foi publicado e consulto com freqüência, cresceu com a tecnicidade de nossa indústria. Este último manual do NFPA 101 pesa 3 quilos, tem 1369 páginas de 22 x 29 cm e custa, para um membro da NFPA como eu, $148.95 dólares.

Hoje em dia a NFPA publica mais de uma dúzia e meia de manuais (ver quadro), mas a boa noticia, para todos nos na América Latina, é que a OPCI está trabalhando na tradução de mais dois manuais, o do NFPA 1, Código de Incêndios, e o da NFPA 13, Sistemas de Sprinklers Automáticos. Não posso pensar em dois manuais mais apropriados. A nossa esperança é que o NFPA 1 se torne a solução em muitas jurisdições da região através de sua adoção local e forneça informação inestimável às autoridades competentes e aos projetistas. Os sprinklers automáticos são a coluna vertebral da estratégia de segurança contra incêndios em edifícios altos e o manual da NFPA 13 ajudará o grupo, cada vez maior, de projetistas e instaladores que ganham a vida instalando esse tipo de sistema. A NFPA está também trabalhando na publicação em espanhol do manual Implementando a NFPA 1600, Norma de preparação nacional.

A integração desses manuais de referência no catálogo em espanhol da NFPA é um avanço muito importante. Se os usuários da normativa NFPA reconhecerem, como eu fiz durante minha carreira, que esses manuais são uma parte primordial de nossa biblioteca de referência, estou seguro que no futuro próximo veremos cada vez mais manuais traduzidos em espanhol.

Principais manuais sobre os códigos e normas da NFPA:

Manual do Código de Incêndios, NFPA 1Manual de Comissionamento e Testes Integrados de

Sistemas, NFPA 3Manual de Sistemas de Sprinklers Automáticos, NFPA 13Manual de Sistemas de Sprinklers Automáticos para

Ocupações Residenciais, NFPA 13D e 13RManual de Bombas Estacionarias Contra Incêndios,

NFPA 20*Manual de Sistemas Hidráulicos de Proteção contra

Incêndios, NFPA 25Manual do Código de Armazenagem de Líquidos

Inf lamáveis e Combustíveis, NFPA 30 e 30AManual do Código de Gás Natural, NFPA 54Manual do Código de Gás Liquefeito de Petróleo, NFPA

58**Manual do Código Elétrico Nacional, NFPA 70Manual de Segurança Elétrica nos Locais de Trabalho,

NFPA 70EManual do Código de Alarme e Sinalização, NFPA 72Manual do Código de Instalações de Cuidados de Saúde,

NFPA 99Manual de Instalação de Sistemas de Gases Medicinais e

Vácuo, NFPA 99CManual do Código de Proteção da Vida, NFPA 101Manual de Materiais Perigosos, NFPA 472Manual de Proteção Contra Incêndios*

* Disponíveis em espanhol** Edição 2001 disponível em espanhol

Jaime A. Moncada, PE é diretor da International Fire Safety Consulting (IFSC), uma empresa de consultoria em engenharia de proteção contra incêndios com sede em Wa-shington, DC, e escritórios na América Latina. O correio eletrônico do Eng. Moncada é [email protected]

O primeiro manual que tive a oportunidade de adquirir, em 1988, era sobre o NFPA 101, Código de Proteção da Vida. É um livro gordinho, parecia uma bíblia, de cor verde, pesava dois quilos, media 16 x 24 cm e custou-me $30.50 dólares. Como dizem onde nasci, “dei pau” neste livrinho, que está cheio de anotações e tem o aspecto sujo e gasto. Mas sua contribuição mais impor-tante à minha carreira foi abrir-me os olhos para a importância desse tipo de documento de referência. O último manual deste código, publicado em 2012, que comprei quando foi publicado e consulto com freqüência, cresceu com a tecnicidade de nossa indústria.

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Quando, em nossos países da América Latina, a autoridade competente ou o cliente exigem a utilização dos códigos e normas da NFPA, vemos que, em geral, são aplicados o NFPA 1, Código de Incêndio e o NFPA 101, Código de Proteção da Vida, que implicam na utilização de documentos como o NFPA 72 (Código Nacional de Alarme de Incêndio e Sinalização), a NFPA 13 (Norma para a Instalação de Sistemas de Sprinklers), a NFPA 20 (Norma para a Instalação de Bombas Estacionárias para Proteção Contra Incêndios), a NFPA 2001 (Norma sobre Sistemas de Extinção de Incêndios Por Agente Limpos) ou a NFPA 12 (Norma sobre sistemas de dióxido de carbono), entre outras.

Contudo, observa-se com freqüência que onde os projetos tratam de centros de dados e centros de telecomunicações, não se recorre ao uso das normas correspondentes: a NFPA 75 (Norma para a Proteção de Equipamento de Tecnologia de Informação) e a NFPA 76 (Norma para a Proteção Contra Incêndios de Instalações de Telecomunicações).

No mundo das telecomunicações, as empresas que oferecem este serviço em nossa região puseram o enfoque principal na conexão móvel e de banda larga, embora também vejamos Serviços em Nuvem (Cloud Services) como sistemas recentemente adotados na América Latina. Pode-se ver um exemplo nas estatísticas da ABI Research, que mostram que as receitas de serviços de dados móveis na América Latina teriam crescido em 40.3% no primeiro quadrimestre de 2011, enquanto a taxa media de crescimento no mundo foi de apenas 20.3% . Na região no seu conjunto, a quantidade de conexões móveis de banda larga está alcançando rapidamente a quantidade de conexões fixas de banda larga.

As vendas crescentes de telefones inteligentes em 2011 foram suficientes para, praticamente, garantir novos hábitos em 2012, com amplas oportunidades para novos serviços sensacionais que podem emular o êxito de Groupon ou Angry Birds.

No sector da Tecnologia de Informação (TI), o panorama da América Latina também é alentador. Deu-se um incremento de 10% do gasto em TI em 2012, consolidando-se, portanto, como um motor de crescimento para esse setor a nível mundial. As empresas latino-americanas continuarão a adotar as novas tecnologias. O aumento do número de empresas que participam no mercado global

continuará a impulsionar a busca de ferramentas de tecnologia que estimulem a produção, a inovação e a eficiência, com ferramentas móveis em linha marcando a tendência. Neste cenário torna-se critico entender a utilização das normas específicas desse setor, como as citadas NFPA 75 e NFPA 76. Justifica-se, então, uma análise d’alguns pontos importantes dessas normas.

O propósito da NFPA 75 consiste em estabelecer os requisitos mínimos para a proteção do equipamento e das áreas destinadas aos aparelhos de tecnologia da informação contra os danos causados pelo fogo e pelos efeitos associados: a fumaça, a corrosão, o calor e a água.

A área para equipamentos de tecnologia da informação deverá estar localizada num edifício completamente protegido por sprinklers automáticos de acordo com a NFPA 13, com algumas exceções. Devem conter fechamentos resistentes ao fogo certificados e as aberturas deverão estar protegidas para evitar a propagação do fogo e para restringir o movimento da fumaça.

As salas de equipamentos de tecnologia de informação e as áreas para esses equipamentos localizadas num edifício com sprinklers deverão possuir proteção mediante um sistema de sprinklers automáticos. Essas salas e áreas, localizadas num edifico sem sprinklers, deverão contar com um sistema de sprinklers automáticos, um sistema de extinção de incêndios de agente limpo ou ambos. Para reduzir ao mínimo os danos causados aos componentes eletrônicos dos computadores localizados nas áreas protegidas por sprinklers, é importante desligar a energia antes de aplicar água sobre o fogo.

Nos nossos países não se considera a água como uma alternativa nesses centros, já que o usuário prefere não desligar a energia antes da descarga. É por isso que a NFPA 75 diz também o seguinte: nos locais onde existe uma necessidade crítica de proteger dados em processo, reduzir os danos aos aparelhos e facilitar sua volta ao serviço, será considerada a utilização de sistemas de agente gasoso dentro das unidades de inundação total, nas áreas de equipamentos de tecnologia de informação protegidas por sprinklers ou sem eles.

Este enfoque sofisticado de proteção requer que todos os critérios ambientais de projeto, por exemplo, fechamentos das comportas, desligamento de ventiladores e fechamento das

NFPA 75 e NFPA 76

PALAVRAS DA VICE-PRESIDENTE

>> SEÇÃOLATINOAMERICANAYOSTI MÉNDEZ

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aberturas, sejam cuidadosamente mantidos com o fim de garantir a concentração requerida para a extinção. Os sistemas automáticos de detecção deverão ser instalados de forma a proporcionar um aviso precoce do incêndio. O processo de seleção do sistema de detecção deve avaliar as condições ambientais para determinar o dispositivo apropriado, a localização e sensibilidade. Nos ambientes com um f luxo de ar elevado, deve-se considerar a utilização de dispositivos de detecção por amostras de ar. Nos casos onde o gás está acoplado a um sistema de detecção de aviso precoce bem projetado, este pode descarregar automaticamente nas primeiras etapas de um cenário de incêndio.

Além disso, serão fornecidos extintores de incêndios portáteis do tipo de dióxido de carbono ou de um agente de tipo halogenado para a proteção do equipamento eletrônico. Numa próxima edição, trataremos dos critérios de projeto de proteção contra incêndios em instalações de telecomunicações de acordo com a NFPA 76.

As salas de equipamentos de tecno-logia de informação e as áreas para esses equipamentos localizadas num edifício com sprinklers deverão pos-suir proteção mediante um sistema de sprinklers automáticos. Essas salas e áreas, localizadas num edi-fico sem sprinklers, deverão contar com um sistema de sprinklers auto-máticos, um sistema de extinção de incêndios de agente limpo ou ambos. Para reduzir ao mínimo os danos causados aos componentes eletrô-nicos dos computadores localizados nas áreas protegidas por sprinklers, é importante desligar a energia antes de aplicar água sobre o fogo.

YOSTI MENDEZ é diretor Regiona l para A mérica Latina na K idde Fire Systems e Fenwa l Protection Systems e presidente do Capítulo de México da N F PA , baseado na Cidade de México. Pode escrever a y mendez@x tra l is .com .

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ESCRITÓRIO MEXICANO DA NFPA ANTONIO MACÍAS>> PERSPECTIVAREGIONAL

Porque adotar a NFPA 1 como base do sistema de proteção de incêndio de um país?Nos últimos anos, pouco a pouco, temos adquirido alguma experiência na aplicação da normatividade da NFPA na América Latina.

Diferentes autoridades adotaram algumas normas ou códigos, sendo mais populares a NFPA 13, Normas para a Instalação de Sistemas de Sprinklers, NFPA 20, Normas para a Instalação de Bombas Estacionárias de Proteção Contra Incêndios, em outros casos a NFPA 72, Código Nacional de Alarmes e Sinalização de Incêndios, quase sempre junto com a NFPA 14, Norma para a Instalação de Canalizações Verticais e de Mangueiras, e a NFPA 24, Norma para a Instalação de Canalizações para Serviço Privado de Combate a Incêndios e seus Acessórios. Uma das mais adotadas, também, é a NFPA 25, Norma para Inspeção, Teste e Manutenção de Sistemas de Proteção Contra Incêndios à Base de Água.

Mas, sem dúvida e com razão, a preferida tem sido a NFPA 101, Código de Segurança Humana, que, sem dúvida, é uma base muito sólida para estabelecer um sistema de inspeção para edificações novas e antigas, já que define pelo uso das edificações os requerimentos mínimos para alcançar os níveis de segurança de vida, ou seja, das pessoas. Este código contribuiu de forma muito importante para o desenvolvimento de melhores projetos e para melhorar as condições de algumas edificações já existentes ao cumprir o que manda a NFPA 101, muito especialmente, o cuidado com os que habitam, trabalham ou visitam estes lugares. Agora estão começando a aparecer outros tipos de construções ou edificações onde o conteúdo ou a atividade ali realizada tem uma grande relevância.

É muito certo que nos preocupemos, primeiramente, com as pessoas, é como deve ser. Mas o valor do que está em depósitos imensos ou o que se faz nos centros de dados para a hospedagem de servidores de informações de várias empresas, comunicações ou processos industriais também tem que ser avaliado, especialmente quando nas instalações não há muita gente presente ou mesmo nenhuma.

Se levarmos em conta o exposto acima, ou seja, a preocupação com os investimentos e as coisas materiais, além das pessoas, a consequência é que a NFPA 1, Código de Incêndios, é a forma de se fazer cumprir a NFPA 101 e muitas outras exigências definidos através de outros documentos da NFPA. Desta forma se consegue uma cobertura mais ampla quanto à forma de fazer cumprir as exigências de segurança, de proteção contra incêndios e de segurança humana.

Este código se desenvolveu, originalmente, como resposta ao exigido por muitos sócios de NFPA, que precisavam contar com um documento que englobasse todos os aspectos da proteção contra incêndios e sua prevenção. Este trabalho, iniciado em 1971 e seguindo instruções da diretoria, valia-se de outros códigos e normas desenvolvidas pela NFPA.

No final dos anos 80, a Associação de Comandantes de Bombeiros dos Estados Unidos assumiu a tarefa de desenvolver um código que tivesse maior autonomia, incorporando seções administrativas e baseando-se amplamente em outros códigos e normas da NFPA.

O NFPA 1 atual reflete o conhecimento técnico dos comitês responsáveis pelos códigos e normas tomados como referência, de onde se extrai o texto que se incorpora nas disposições do NFPA 1. Este código foi projetado para proporcionar às jurisdições nacionais, estatais e municipais um código eficaz contra incêndios.

O NFPA 1 oferece um método integrado com as regulamentações contra incêndios e gerenciamento de riscos através de citações e referências a mais de cento e trinta códigos e normas da NFPA para abordar a gama completa de proteção contra incêndios e segurança humana. Seu escopo inclui temas como a inspeção de edifícios, processos industriais, equipamentos e sistemas contra incêndio e situações relacionadas com a segurança humana, investigação de incêndios, explosões e outras emergências, revisão de projetos, capacitação, remodelação de prédios existentes, desenho e instalação de sistemas, exigências de acesso para trabalhos dos bombeiros, perigo de incêndios externos, regulamentação e controle de eventos especiais, acabamentos de interiores e decorações, armazenagem, controle de operações de emergência, condições que afetam a segurança dos bombeiros, caminhos de saída e muito mais.

É um documento que pretende estabelecer as exigências mínimas para alcançar um nível razoável tanto de segurança da vida como da proteção de bens, tanto em edificações novas como nas já existentes e contem detalhes de ocupações baseados nos requisitos da NFPA 101. Assim, cada secção contem as exigências para uma ocupação quanto ao acabamento interno, as características de funcionamento (como as inspeções, o mobiliário e a decoração), aberturas, planos de emergência, equipamentos de climatização e outras disposições específicas para as ocupações. Isto inclui: ocupações de reuniões públicas, de ensino, creches, hospitais, residenciais para asilos e centros de refúgio, de saúde para pacientes ambulatoriais, de detenção e correcionais, hotéis e dormitórios, de apartamentos, albergues ou pensões, residências uni ou bifamiliares, mercantis, escritórios, industriais, de armazenagem, especiais e de grande altura, prédios históricos e centros culturais. Uma das grandes vantagens da NFPA 1 é que se pode fazer cumprir por diferentes organismos nas diferentes jurisdições. Dependendo da forma como o código for adotado, as responsabilidades pelo cumprimento podem ser divididas entre agências estatais, municipais ou locais.

Como se pode ver, a NFPA 1 é uma excelente opção de adoção e vários países da América Latina trilham este caminho, incluindo alguns que tem experiências na aplicação da NFPA 101 e outras normas da NFPA. Cabe lembrar que o anexo C da NFPA 1 edição 2012 é uma proposta ou minuta de documento de adoção que pode servir como base ou inspiração para a autoridade competente. Inicie o processo de adoção, procure em www.nfpajla.org a secção Códigos e Normas.

ANTONIO MACÍAS é diretor da NFPA para México, Centro America e O Caribe. O correio eletrônico do Eng. Macias é [email protected]

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>> NOTICIAS NFPA

Há aproximadamente dois anos trabalhamos a ideia da criação de um Capítulo Centro Americano da NFPA, tendo sido estabelecida uma Comissão Organizadora para iniciar o processo. A ideia de reunir os membros de uma região, em vez de um país, seria uma experiência nova para a NFPA e, ainda que se considerasse ser uma boa ideia, sabíamos que seria um trabalho duro.

Com este objetivo em mente se começou a programar vídeo conferências, uma das formas mais simples de estabelecer comunicação com pessoas em diversos locais. A primeira delas foi a seis de julho de 2011, tendo sido, conforme os comentários do Eng. Antonio Macías na edição de setembro de 2011 do NFPA Journal Latinoamericano®, êxito total. As conferências seguintes não contaram com a mesma quantidade de participantes, mas tivemos uma resposta maior do que a esperada. As informações colhidas nestas reuniões virtuais e os e-mails recebidos foram chave para contatar os membros de diversos países e identificar aqueles que estariam dispostos a trabalhar para a formação do Capítulo. Aproveitando que no mês de outubro de 2011 se realizaria, no Panamá, o Congresso Regional da NFPA, se programou uma reunião para o dia 6 daquele mês, com a ideia de congregar a maior quantidade de membros possível e apresentar o primeiro grupo de trabalho, que se encarregaria de começar a divulgar nossos objetivos em seus países.

A ideia da comissão organizadora é que, em cada país se forme uma Seção, com seu próprio grupo de diretores, que organize as atividades por país e que se reporte ao Capítulo e, em cada uma das diretorias por país, se nomeariam representantes para a diretoria do Capítulo. Desta forma ficamos unidos como um grupo, mas também podemos atuar de forma independente de acordo com as características e regulamentações de cada país.

Este primeiro grupo de trabalho tem como meta organizar localmente a Seção, iniciar a coleta de assinaturas necessárias para a criação do Capítulo

e começar a redigir a minuta dos estatutos exigidos pela NFPA para dar início a esta categoria de grupo. O grupo é formado pelos seguintes membros da NFPA: na Guatemala Rony Veliz y Vivi Villatoro; em El Salvador Oscar Vargas y Claudia Calidonio; na Nicaragua Donato Solórzano y Salvador Gallo e na Costa Rica Miguel Golcher, Teófilo Peralta y Marcelo Pontigo. Nesta fase do processo ainda não temos representantes em Honduras, mas esperamos que se junte a nós mais adiante.

Durante a reunião no Panamá nos demos conta que podem estar acontecendo várias coisas:

Ao inscreverem-se como membros usaram e-mails nos USA, não aparecendo na base de dados da América Latina;• Muitos membros mudaram seus dados de contato

e não informaram a NFPA, deixando de receber as convocações para as reuniões. Se tiverem alguma dúvida sobre seus dados na base de dados da NFPA ou estão com endereços americanos, escrevam para Gabriela Portillo Mazal no endereço [email protected] e ela os ajudará nas alterações necessárias;

• Por alguma razão cancelaram a assinatura do NFPA Journal Latinoamericano e, portanto, não aparecem nos cadastros para o envio de informações. Assim, recomendamos que visitem www.nfpajla.org e se cadastrem;

• Outra forma de se manterem informados das atividades da NFPA em espanhol é através da página do NFPA Journal Latinoamericano no Facebook, www.facebook.com/nfpaJLA ou no subgrupo do Linkedln da Seção Latino Americana, www.linkedin.com/groups?home=&gid=3456225&trk=anet_ug_hm

Agora só nos resta trabalhar, formalizar o Capítulo e trabalhar para que a proteção de vidas e das edificações seja uma prioridade em nossos países.

Karla Mora é diretora na Diretoria da Seção Latino Americana da NFPA.

Continua o projeto do Capítulo Centro Americano da NFPA

Durante a Reunião Anual de 12 de junho de 2012, a Seção Latino Americana da NFPA anunciou a reeleição de cinco membros de sua diretoria. Foram reeleitos por dois anos Eduardo Alvarez (Argentina), presidente, Yosti Mendez (México), vice-presidente, Maria Isabel Barrios (Perú), secretária, e os diretores Eduardo Daniel Abe (Argentina) e Lindsey E. Riley (USA).

Renovação da Diretoria da Seção Latino Americana

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NFPA Conference & Expo 2012De 11 a 14 de junho de 2012 aconteceu a Convenção Anual da NFPA, em Las Vegas, nos Estados Unidos.

Mais uma vez a NFPA ofereceu mais de 130 sessões educativas, incluindo algumas em espanhol, grátis, que foram patrocinadas pelo NFPA Journal Latinoamericano®, da Seção Latino Americana da NFPA e pelos Capítulos Nacionais da NFPA. Estas sessões forneceram informações atualizadas pelos especialistas em matérias de proteção contra incêndios, os desafios que enfrentam, as melhorias propostas, o desenvolvimento e a aplicação dos requisitos na América Latina, incluindo: Como Adotar Uma Metodologia Moderna De Segurança E Proteção Contra Incêndios, pelos Eng. Jaime A. Moncada, Diretor de Desenvolvimento Profissional da NFPA para a América Latina e Antonio Macías, Diretor Regional da NFPA para o México, América Central e Caribe; Onde Estão As Exigências Nas Normas Da NFPA, pelo Eng. Eduardo Álvarez, diretor da EDAR Engenharia; Incêndios Em Prisões Na América Latina – O que aprendemos e o que podemos fazer, pelo Eng. Jaime A. Moncada; Aplicação da NFPA em terminais aeroportuários : Um caso prático de análise dos requisitos normativos, pelo Eng. Eduardo Álvarez; Alterações na NFPA 2001, edição de 2012, pelo Eng. Yosti Mendez, da KIDDE Fire Systems e Fenwal Protection Systems; Produtos Certificados: Por que usá-los?, pelo eng. Juan Carlos Guilbe, Diretor Geral da Firetech; NFPA 1600 e o planejamento para emergências comunitárias a nível local, pelo Eng. Nestor Spósito, PPR Consultoria e Critérios para a aceitação de sistemas contra incêndio e seu comissionamento de acordo com a NFPA 3, pelo Eng. Javier Sotelo, Diretor Geral da Osho Engenharia.

Membros aprovam, na Reunião Técnica da NFPA, as edições 2013 das NFPA 13 e 72

Os membros votantes da Reunião Técnica da NFPA, acontecida nos dias 13 e 14 de junho de 2012, em Las Vegas, examinaram 19 documentos, incluindo a NFPA 13, Instalação de Sistemas de Sprinklers; NFPA 13R, Instalação de Sistemas de Sprinklers em Ocupações Residenciais de Baixa Altura e a NFPA 72®, Código Nacional de Alarme e Sinalizações de Incêndios. Somente os documentos com moções de emendas certificadas foram considerados na reunião, todos os outros documentos serão submetidos ao Conselho de Normas para a publicação como documentos aceitos.Otros documentos aceptados en la Reunión Técnica incluyen:

NFPA 20, Norma para la instalación de bombas estacionarias de protección contra incendios;NFPA 59A, Norma para la producción, almacenamiento y manipulación del gas natural licuado (LNG);NFPA 61, Norma para la prevención de incendios y explosiones de polvo en instalaciones agrícolas y de procesamiento de alimentos;NFPA 105, Norma para la instalación de montajes de puertas a prueba de humo;NFPA 150, Norma para la seguridad contra incendios y seguridad de vida en establos y pistas de carrera;NFPA 275, Método normalizado de prueba para la evaluación de barreras térmicas utilizadas sobre plásticos de espuma;NFPA 499, Práctica recomendada para la clasificación de polvos combustibles y ubicaciones (clasificadas) peligrosas para instalaciones eléctricas en áreas de procesos químicos;NFPA 1124, Código para la fabricación, transporte, almacenamiento y ventas minoristas de fuegos artificiales y artículos de pirotecnia;NFPA 1127, Código para Cohetería de Alta Potencia; NFPA 1144, Norma para la protección de la vida y la propiedad contra los incendios forestales;NFPA 1500, Norma sobre seguridad ocupacional del Departamento de Bomberos y programa de salud;NFPA 1582, Norma sobre programas médicos ocupacionales integrales para Departamentos de Bomberos; NFPA 1917, Automóviles para Ambulancia;NFPA 1951, Norma para equipos de protección para operaciones técnicas de rescate; yNFPA 1971, Norma sobre vestimenta de protección para combate de incendios estructurales y combate de incendios de proximidad;

NFPA 1991, Norma sobre equipos de protección contra vapores para emergencias de materiales peligrosos, fue regresada al Comité Técnico sobre Equipos y vestimenta de protección contra materiales peligrosos, que planea insertar modificaciones en las pruebas de resistencia a la permeabilidad de algunos materiales para trajes, utilizados por socorristas de emergencia. Existe una investigación en curso cuyos resultados serán presentados para ser puestos a consideración del Comité Técnico.

Convocatoria para Presentaciones Educativas 2013La “Ciudad de los Vientos”, Chicago, será anfitriona de la próxima Conference & Expo, a realizarse entre el 10 y el 13 de junio de 2013, en el Centro de Convenciones McCormick Place. La NFPA está buscando propuestas para sesiones educativas en la conferencia 2013. Para enviar propuestas online hasta la fecha de cierre el 12 de septiembre, visite nfpa.org.org/2013_proposals.

>> NOTICIAS NFPA

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>>SEGURANÇAELÉTRICASEGURANÇA ELÉTRICA NO LOCAL DE TRABALHO NEC, NFPA 70E, E MAIS JEFFREY SARGENT

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JEFFREY SARGENT é especialista elétrico regional da NFPA.

Traçando a rota para a segurançaUma análise da nova proposta para o Código Elétrico Nacional 2014

No próximo ano os membros da NFPA votarão a edição 2014 do NFPA 70®, Código

Elétrico Nacional, na Conference & Expo da NFPA em Chicago. Até lá haverá reuniões de grupos de trabalho, a reunião do relatório sobre Comen-tários do comitê completo do NEC®, uma reunião do comitê Técnico de Coordenação e muitas horas de trab-alho por parte do pessoal técnico, de produção e edição da NFPA. Nossos membros voluntários dos comitês e o público passarão horas incontáveis levando a cabo a missão de segurança elétrica do NEC.

O NEC 2014 será a 53ª edição do código e algumas das mudanças que foram inicialmente aceitas durante a fase de propostas do processo de revisão indicam que esses são de fato momentos interessantes para a indústria elétrica. Essas mudanças enfatizam a importância de fornecer às jurisdições um código atualizado de acordo com as últimas inovações na forma de utilização e controle da eletricidade.

As propostas para incluir cinco no-vos artigos no NEC 2014 foram acei-tas na reunião do ROP realizada em janeiro na Carolina do Sul. Os novos artigos são representativos da atual expansão da inovação e da tecnolo-gia da indústria elétrica e lidam com tópicos que não tinham sido cobertos nas edições anteriores do código ou que foram cobertos, mas para os quais novas tecnologias exigiram um conjunto mais específico de requisi-tos de desempenho e instalação.

Uma das propostas é o artigo 302- Sistemas de Distribuição de Energia de Baixa Voltagem em Tetos Rebaixa-dos, resultado do trabalho preparado por membros do grupo de Trabalho do NEC sobre corrente contínua. Olhe para o teto em seu escritório: consiste provavelmente de um

sistema de grelha metálica e placas suspenso da estrutura do edifício. Esse tipo de teto é utilizado há muitos anos em aplicações residenciais, comerciais e institucionais e o NEC cobriu a instalação de equipamento elétrico suportado por esse tipo de sistema de forro suspenso. A ampla rede de grelha metálica instalada nos edifícios pode agora ser utilizada não só para permitir a colocação das placas do forro mas também como um sistema de distribuição elétrica. O artigo 203 fornece requisitos de instalação relativos aos tetos falsos que incluem barras coletoras e seus suportes para a distribuição de siste-mas de alimentação elétrica de Classe 2 (Artigo 725 do NEC 2014). O artigo limita esses sistemas a 30 volts CA ou 60 volts CC e permite sua instalação em edifícios residenciais, comerci-ais e industriais. O equipamento de iluminação, controle ou sinalização alimentado por um sistema de distri-buição de energia em teto rebaixado deve ser um componente certificado

desse sistema.A justificação que apóia a inclusão

do Artigo 302 afirma que a cor-rente continua derivada de fontes de energia alternativas, como conjuntos fotovoltaicos e geradores de vento, é cada vez mais utilizada para fornecer energia diretamente ao equipamento de iluminação ou de controle. A uti-lização da extensa grelha do sistema de teto rebaixado como suporte de um sistema de distribuição elétrica é uma forma eficiente de fornecer ener-gia ao equipamento elétrico instalado nesses tetos, utilizados frequent-emente em muitos tipos de edifícios.

Falarei dos outros artigos prop-ostos na próxima edição do NFPA Journal. Para saber mais sobre o Articulo 302 e o NEC 2014, visite NFPA.org/70. O prazo para entrega de comentários sobre as propostas do NEC é até 17 de outubro 2012.

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>>EMCONFORMIDADEREQUISITOS DE CÓDIGOS NFPA CHIP CARSON, P.E.

CHIP CARSON, P.E. es presidente de Carson Associates, Inc., una consultora de códigos e ingeniería contra incendios. Ha sido miembro de la Junta Directiva de la NFPA.

A ParedeUsos e requisitos para barreiras corta fogo, barreiras de fumaça e divisórias (partitions) de fumaça

Às vezes existe uma confusão em relação aos diferentes tipos de paredes, ou barreiras, mencionadas no NFPA 101®, Código de proteção da Vida e às situações nas quais

essas barreiras são requeridas. O código enumera três tipos de barreiras: barreiras corta-fogo, na seção 8.3; divisórias contra fumaça, na Seção 8.4 e barreiras de fumaça, na Seção 8.5. (o Capítulo sobre ocupação pode alterar os requisitos do Capítulo 8, tornando-os mais ou menos rígidos.) É importante enten-der que essas barreiras têm diferentes usos e requisitos e que o código estabelece aquilo que se precisa e onde se precisa.

Barreiras corta-fogoEstas são utilizadas para muitos fins, incluindo separar ocupa-ções, isolar zonas perigosas, criar saídas horizontais, enclausurar uma saída ou criar um poço. Estas barreiras têm uma classificação de resistência ao fogo expressa em horas, especificada no código. Dependendo do objetivo, a resistência ao fogo pode ser de apenas meia hora ou pode ser de uma ou duas horas e, em alguns casos, até de três horas. Toda barreira corta-fogo deve ser completa tanto no sentido horizontal como no sentido vertical, este último signi-ficando que as paredes saem da laje do pavimento, passam o teto rebaixado e chegam até ao pavimento ou telhado acima. Como opção, a barreira pode às vezes terminar na base de um espaço intersticial, se esse for projetado com uma classe equivalente a da barreira corta fogo. Todas as penetrações da barreira corta-fogo devem ser hermeticamente fechadas para manter a resistência ao fogo e todas as portas devem ser resistentes ao fogo e ser da classe de resistência adequada. Em dutos que penetram as barreiras corta-fogo requerem-se abafadores com uma resistência ao fogo superior a uma hora.

Barreiras de fumaçaEstas são utilizadas para restringir o movimento da fumaça e em geral o código especifica sua resistência ao fogo. Nos novos estabelecimentos de cuidados de saúde, por exemplo, a barreira de fumaça deve ter uma resistência ao fogo de uma hora. Nos estabe-lecimentos existentes, o requisito é reduzido a meia hora. Todas as penetrações da barreira de fumaça devem ser hermeticamente fechadas para manter a resistência ao fogo e garantir que a barrei-ra seja relativamente impermeável à fumaça. O código pode exigir ou não que as portas na barreira de fumaça sejam resistentes ao fogo. Aqui, também, é o código que deve especificar se essa clas-sificação é requerida ou não. Em geral, as penetrações por dutos das barreiras contra fumaça requerem abafadores, tecnicamente chamados leakage-rated dampers, ou abafadores com ventilação regulada, operados por detectores de fumaça.

Divisórias de fumaça (smoke partition)As divisórias de fumaça são projetadas para limitar o movi-mento da fumaça e não são tão consistentes como as barreiras de fumaça. Em geral, não são resistentes ao fogo e podem terminar num teto rebaixado. Paredes que enclausuram uma zona perigosa protegida por sprinklers podem constituir divisórias de fumaça. Da mesma forma, o código considera que o teto rebaixado típico de placas acústicas (de borda reta), com sistema HVAC em dutos, pode limitar a transferência de fumaça. As portas não precisam ser resistentes ao fogo, mas devem ter fechamento automático. Não se requerem dampers nas penetrações dos dutos.

Onde as barreiras servem fins múltiplos, por exemplo, funcionar como barreira corta-fogo e barreira de fumaça ao mesmo tempo, estas devem cumprir ambos os conjuntos de requisitos. Não é raro em certos edifícios, como hospitais, que a parede do corredor cumpra diferentes funções. Algumas partes da parede do corredor podem separar uma zona de risco, outras podem separar uma escada de saída e outra pode ser parte de uma barreira de fumaça. É importante realizar uma análise cuidadosa dos desenhos da nova construção ou dos levantamentos dos edifícios existentes para que a barreira seja construída corretamente e para o fim pretendido.

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>>PALAVRASTÉCNICASSISTEMAS DE ALARME + DETECÇÃO WAYNE D. MOORE, P.E., FSFPE

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WAYNE D. MOORE, P.E., é diretor na Hugues Associ-ates e ex. presidente do Comitê Técnico de Coordena-ção do NFPA 72.

Alto e ClaroAlgumas coisas que você talvez não saiba sobre os sistemas de comunicação de emergência

A edição 2010 da NFPA 72®, Código Nacional de Alarme de Incêndio e Sinali-zação, contém um novo Capítulo 24

que apresenta os requisitos para os sistemas de comunicação de emergência. O capítulo contém requisitos para todos os sistemas de comunicação por voz, incluindo os sistemas de comunicação de emergências de incêndio por alarme de voz dos edifícios (EVACS, da sigla em inglês) e os sistemas de notificação em massa dos edifícios (MNS). Os requisitos vão do sutil ao menos sutil e irão, provavelmente, desafiar aquilo que você pensava saber sobre o projeto dos sistemas de comunicação de voz. Você pre-cisa estudar esses requisitos para ter êxito como projetista, instalador e inspetor de sistemas de comunicação de emergência por alarme de voz.

Dentre os diferentes requisitos, assegurar a inteligibilidade apresenta o maior desafio tanto para as novas instalações como para as renovações de sistemas EVACS e MNS dos edifícios. O código define a inteligibilidade como: “suscetível de ser entendido; compreensível; claro.” Existem muitas concepções erradas sobre esse tema, especial-mente quanto ao equipamento necessário para cumprir esses requisitos. O Paragrafo 24.4.1.2.2.1 afirma que “o layout dos alto-falantes do sistema será projetado de forma a assegurar a inteligibilidade e a audibilidade,” que “a inteligibilidade será de-terminada em primeiro lugar assegurando que todas as áreas do edifício tenham o nível requerido de audibilidade” e que “o projeto deverá incorporar a localização dos alto-falantes para proporcionar a inteligibilidade”.

Os projetistas de sistemas de alarme de incêndio, as auto-ridades competentes e os instaladores, muitos dos quais não estão familiarizados com os conceitos básicos da comu-nicação, não entendem bem as dicas fornecidas por esses requisitos. Uma dica muito importante: a inteligibilidade começa com a localização e a escolha do alto-falante. De fato, o Anexo A.24.4.1.2.2.2 do código fornece orientações claras para a localização do alto-falante: “em geral, num edifício com uma configuração padrão e uma altura de teto normal, um teto de construção usual (como um forro suspenso em placas acústicas), configurações de paredes correntes, acaba-mentos e piso acarpetado, os alto-falantes montados no teto deveriam ser instalados em todos os espaços normalmente ocupáveis e nos corredores, com um afastamento máximo do dobro da altura do teto ou como determinado por um programa de modelagem acústica para alto-falantes disponí-vel comercialmente...” Num corredor com uma altura padrão de 3 metros, por exemplo, um instalador deveria localizar os alto-falantes com uma separação de 6 metros entre eles. Essa

é uma distancia muito menor que a recomendada para detetores de fumaça num corredor similar – usualmente 13 metros. Isso significa que num sistema novo de co-municação de emergência de incêndio por voz qualquer corredor poderia ter muito mais alto-falantes do que detetores de fumaça.

Quando você substitui um sistema de alarme de incêndio padrão, que não utiliza a voz, por um novo sistema de comunicação de emergência de incêndio por alarme de voz, não pode simplesmente substituir uma por uma as sirenes do antigo sistema por alto--falantes. O número de alto-falantes estaria muito longe de cumprir os requisitos de inteligibilidade do código. Da mesma forma, não pode simplesmente aumentar a potência de saída de alto-falantes mal espaçados para conseguir a inteligibilidade mudando a derivação dos transformadores de cada alto-falante. A inteligibilidade requer normalmente um número maior de alto-falantes de menor potência, colocados com o espaçamento adequado em todo o espaço protegido. Como o explica o Anexo A, “utilizar alto volume para cumprir os requisitos de audibilidade do código poderia alterar” a inteligibilidade do sinal.

Essas questões relacionadas com a inteligibilidade deveriam convencer todos os utilizadores do código que são responsáveis por obter a capacitação e a educação que precisam para projetar, instalar e inspecionar com êxito esses importantes sistemas.

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>>OPERAÇÕESESTRUCTURAISCOMBATE DE INCÊNDIOS EM EDIFICAÇÕES

BEN KLAENE + RUSS SANDERS

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Como determinar as necessidades de pessoal para uma operação tão complexa como combater

um incêndio num edifício alto de escritórios?

O desafio é muito maior que noutros tipos de edifícios, já que um incêndio num edifício alto de 50 andares não protegido por sprinklers é muito dife-rente de um incêndio num edifício de 10 andares com um sistema de sprinklers instalado, mantido e funcionando de forma adequada.

Estamos atualmente envolvidos num projeto financiado pelo Programa de Subvenções para Assistência aos Bom-beiros do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, que tem por objetivo analisar a mobilização de recursos e as táticas a aplicar nos incêndios em edifícios altos. O estudo compara operações contra incêndios com diferentes níveis de pessoal no mesmo edifício, com e sem proteção por sprinklers, assim como cenários onde os bombeiros podem utilizar de forma segura os elevadores e outros onde as condições os obrigam a utilizar as escadas. O enfoque principal do estudo é determinar os efeitos do tamanho das equipes e as necessidades globais de pessoal para aquilo que consideramos os incidentes mais desafiadores que os bombeiros enfrentam.

Somos parte de um grupo de estu-do constituído por cientistas, peritos técnicos e profissionais de estudos de campo, empenhados em determinar as tarefas requeridas para operações de combate a incêndio seguras e efetivas em edifícios altos. Cada tarefa é sujeita a uma análise de “tempo por tarefa”; medimos o tempo de ações individuais como, por exemplo, subir as escadas com a carga do equipamento completo para edifícios altos, levar a mangueira de um hidrante até uma área especí-fica de incêndio e realizar operações de busca e resgate. Contudo, o tempo requerido para completar essas tarefas individualmente é muito diferente do tempo necessário para realizá-las numa

seqüencia contínua. Por exemplo, a primeira companhia a chegar a um edi-fício não protegido por sprinklers, onde os elevadores não são seguros para os bombeiros, deve identificar o pavimento do incêndio, juntar uma equipe no hall de entrada, subir as escadas até uma área situada um ou mais andares abaixo do incêndio, conectar-se ao hidrante, levar a mangueira até o andar do incêndio, logo estender a mangueira até a área do incên-dio e operar com a linha de mangueiras. A operação mais eficiente consiste num movimento contínuo desde o veículo de combate a incêndio até a área do incêndio, mas será que isso é fisicamen-te possível? Mediu-se o tempo que as equipes levaram para subir as escadas até o 15º andar carregando seu equipamento completo para edifícios altos. Realiza-ram a tarefa em menos tempo do que prevíamos, mas informaram-nos que tinham dúvidas quanto a sua habilidade física para continuar com a tarefa de es-tender a linha de mangueiras para atacar o incêndio.

Algumas das perguntas para as quais queremos encontrar respostas durante os testes completos de campo incluem: Qual é a melhor forma de apoiar ou dar assistência à primeira equipe a chegar ao local do incêndio? Qual é o número mínimo de bombeiros requerido para a colocação dessa primeira linha? Quanto tempo vai durar sua reserva de ar nessas condições árduas? Questões similares sobre pessoal e tempo encontrarão respostas para cada tarefa necessária para salvar vidas e bens durante um incêndio num edifico alto. As perguntas colocadas aqui são apenas algumas das tantas que serão tratadas como parte do estudo.

Este estudo complementa um estu-do anterior realizado pelo Instituto Nacional de Normas e Tecnologia (NIST) sobre mobilização de recursos em incêndios residenciais. O estudo do NIST apoiava as provisões sobre pessoal da NFPA 1710, Organização e Implementa-ção de Operações de Supressão de Incêndios, Operações de Emergências Médicas e Opera-

ções Especiais para o Público por um Corpo de Bombeiros Profissional, para um incêndio estrutural residencial de risco leve. Os incêndios de edifícios altos são classifi-cados na NFPA 1710 como incêndios em ocupações de alto risco que requerem maior quantidade de pessoal, mas a norma não provê requisitos específicos de pessoal.

Apresentaremos atualizações de acordo com o progresso do estudo nos próximos meses.

Para saber mais sobre o “Estudo Em Fases sobre Segurança dos Bombeiros e Mobilização de Recursos”, visite firereporting.org.

O bombeiro enfrenta a TorreO que se precisa para combater um incêndio num edifício alto, de escritórios?

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RUSSELL P. FLEMING, P.E.>>SEMPREATENTOS

SISTEMAS DE SPRINKLERS + SUPRESSÃO

O incêndio que matou mais de 358 reclusos numa penitenciária em Honduras, em fevereiro de 2012, é

o mais recente de uma série de incêndios devastadores ocorridos em todo o mundo em penitenciárias e outros estabelecimen-tos nos quais os ocupantes estão atrás de portas fechadas ou não podem sair por seus próprios meios. Outras perdas de vidas causadas por incêndios na década passada incluem a morte de 83 reclusos em Santiago de Chile, em 2010; 103 reclusos noutra penitenciária em Honduras em 2004 e 50 numa penitenciária no Marrocos em 2002. Num incêndio, não há situação de maior risco para as pessoas do que aquela onde a fuga é impossível sem um alto grau de assistência do pessoal.

Os sprinklers automáticos são uma solução lógica para controlar um incêndio numa prisão antes que se torne perigoso. As preocupações específicas asso-ciadas ao desenvolvimento de sistemas para esses locais levaram os fabricantes de sprinklers a criar produtos especializados conhecidos como sprinklers institucionais. A edição 2007 da NFPA 13, Instalação de Sprinklers Automáticos, é a única edição que inclui uma definição do sprinkler institucional, como “Um sprinkler especialmente projetado para a resistên-cia à carga e com componentes que não podem ser facilmente transformados em armas.” Isso capta as preocupações específicas dos estabelecimentos penais, enfermarias psiquiátricas e outros locais onde pode haver pessoas encerradas: os sprinklers e seus componentes não deveriam transformar-se em ferramentas que possam ser utilizadas para autodes-truição ou para atacar outras pessoas.

Contudo, essa definição já não se encontra na NFPA 13 porque o termo não era utilizado noutra parte da nor-ma. Não há requisitos especiais que afetam a utilização de sprinklers institucionais, nem existem requisitos específicos para esses sprinklers nos códigos de edifica-ções dos Estados Unidos. Os sprinklers institucionais não são nada mais que sprinklers com características especiais visando uma aplicação muito específica.

O primeiro sprinkler institucional foi comerciali-zado em 1983. Era um sprinkler de resposta padrão resistente a adulteração, sem arestas afiadas ou partes facilmente accessíveis nem pontos de conexão, o que abria a porta à sua utilização perto dos reclusos. Mais tarde apareceram produtos similares, mas cada fabri-cante tem seus critérios associados ao desempenho

dos dispositivos institucionais. Por exemplo, no caso dum sprinkler concebido com um dispositivo contra a ruptura para evitar seu possível uso para suicídios, não existem produtos padrão ou outros requisitos de certificação que especifiquem a carga máxima. Os fa-bricantes desse tipo de dispositivos publicam em geral as cargas de ruptura de seus produtos, mas não dão garantias quanto a sua adequação.

Aquilo que podemos garantir é que um estabeleci-mento penal protegido por sprinklers será mais seguro que os que não estão protegidos. Num edifício sem saídas facilmente acessíveis, a segurança deve ser for-necida controlando o incêndio com pessoas no local e os sistemas de sprinklers automáticos nos oferecem exatamente essa capacidade.

Uma despedidaMinha recente eleição como presidente da Associação Nacional dos Sprinklers Anti-incêndio significa que essa será minha última coluna. Foi uma honra ter tido a possibilidade de alcançar tantos leitores preocu-pados por uma adequada proteção contra incêndio e a liberdade de tratar aspetos tão diversos sobre sprinklers anti-incêndio e sistemas de supressão. Algumas colunas se concentraram em importantes questões de desenvolvimento técnico e desempenho, enquanto outras lidaram com áreas mais históricas e culturais. “Heads up”, publicado em janeiro 1999, está agora em seu 13º ano. Agradeço a oportunidade que tive de produzir, de certo modo, minha “NFPA 13”. Obrigado.

RUSSEL P. FLEMING, P.E., é vice-presidente executi-vo da Associação Nacional de sprinklers Antiincêndio.

Presos e protegidosOs sprinklers automáticos e o problema dos incêndios nos estabelecimentos penais

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OCUPAÇÕES INSTITUCIONAIS

NOTA DA CAPA

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NFPA JOURNAL LATINOAMERICANO SETEMBRO 2012 17 FOTOGRAFIA: JAIME A. MONCADA

Logo nas primeiras horas da quarta-feira, 15 de fevereiro, comecei a receber e-mails e mensagens de texto sobre um terrível incêndio em Honduras. Ainda não se conheciam muitos detalhes, mas um incêndio tinha ocorrido na noite ante-rior numa penitenciária, localizada na cidade de Comayagua. Os dois edifícios que albergavam os reclusos não estavam protegidos por sprinklers e o incêndio avançou rapidamente numa das estruturas, onde centenas de presos ficaram presos e morreram. Os primeiros relatórios informavam que mais de 350 detentos tinham perdido a vida no incêndio, um dos incêndios com maior número de vítimas, senão o maior, ocorrido num estabelecimento penal na era moderna.

Contatei imediatamente Olga Caledonia, diretora de Operações Internacionais da NFPA, e Gabriela Portillo Mazal, Editora-Chefe do NFPA Journal Latinoamericano, que concordaram que devíamos documentar este incêndio e que eu deveria visitar a Peni-tenciária Nacional de Comayagua, onde tinha ocorrido. Chamamos Antônio Macias, diretor regional da NFPA para México, América Central e o Caribe, que concordou em acompanhar-me na viagem. Chamei também Jaime Omar Silva, chefe dos Serviços de Bombeiros de Honduras, que prometeu seu apoio e encorajou nossa visita. Nosso objetivo era observar a cena do incêndio e entrevistar a maior quantidade de pessoas possível, com a meta de fazer uma síntese dos acontecimentos e suas causas e ver como a aplicação dos códigos e normas da NFPA poderia ter minimizado os danos à propriedade e a perda de vidas. Organizamos nossa chegada à capital Hondurenha de Tegucigalpa, onde nos encontraríamos com o Chefe Silva, para sábado, 19 de fevereiro.

Eu estava muito impaciente de chegar a Comayagua, porque este não era um incêndio comum. Além da terrível perda de vidas, o incêndio pôs brutalmente em evidência o problema recorrente dos incêndios nas prisões do país – esse era o maior incêndio num

AS LIÇÕES DE

COMAYAGUAO incêndio numa penitenciária em Comayagua, Honduras, que matou 361 pessoas em fevereiro, foi o incêndio com o maior número de vítimas ocorrido num estabelecimento penal na história moderna, levantando novas preocupações sobre a segurança das prisões na América Latina. Neste relatório especial, o NFPA Journal Latinoamericano® analisa o incêndio de Comayagua e de que forma em que os códigos e normas da NFPA podem ser utilizados para aprimorar a segurança contra incêndios nos estabelecimentos penais e outras ocupações na América Latina. POR JAIME A. MONCADA, P.E.

3Vista interior de uma cela onde morreu um grande número de reclusos. As celas na Penitenciária Nacional de Comayagua não incluíam sprinklers, dete-tores de fumaça, estações manuais de alarme, extintores manuais ou qualquer outro tipo de sistemas de proteção contra incêndio.

nfpa.org/prisonfiresLeia o relatório completo sobre a causa e origem do incêndio de Comayagua produzido pela Agencia de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos.

Veja uma apresentação de diapositivos de Comayagua

NFPA Journal LIVEO autor Jaime Moncada discute os aspetos relacio-nados com os códigos do problema das prisões na América Latina como parte da apresentação de “NFPA Insider” de 27 de setembro. Para mais informações e para registrar-se visite nfpa.org/insider.

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AS LIÇÕES DE COMAYAGUA

imediatamente convidados a passar o portão. A intui-ção do Antônio tinha dado certo.

A penitenciária ainda estava sendo investigada como cena de crime. O governo de Honduras havia conta-tado a Embaixada dos Estados Unidos em Tegucigalpa para pedir assistência na investigação do incêndio e a Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explo-sivos (ATF, da sigla em inglês) do Departamento de Justiça dos Estados Unidos tinha enviado sua Equipe de Resposta Internacional (IRT, da sigla em inglês) a Comayagua para realizar uma investigação indepen-dente. O pessoal da ATF estava ainda esquadrinhando o local. Mais tarde, por um pedido baseado no Freedom of Information Act (Lei sobre Liberdade de Informa-

ção), obtivemos uma cópia do relatório de investigação da ATF sobre a causa e origem do Incêndio, e a maioria dos detalhes do incêndio citados neste artigo foi extraída desse relatório da ATF. (Para ver o relatório completo, visite nfpa.org/prisonfires.)

A penitenciária estava ainda fun-cionando, com o edifício residencial remanescente utilizado para albergar os presos. Como na maioria dos presídios

de Honduras, Comayagua possui uma numerosa popu-lação de reclusos, pertencentes a gangues conhecidas por sua violência e durante nossa visita tivemos uma pesada proteção policial. Mesmo assim, tivemos total acesso à cena do incêndio, acompanhados por um ofi-cial do Corpo de Bombeiros de Comayagua. Contudo,

FOTOGRAFIA SATELITAL: GOOGLE MAPS

Uma imagem satélite de Google mostra o conjunto muito apertado de edifícios da penitenciária em Comayagua, rodeado por campos cultivados, reservatórios de água para agricultura e estruturas independentes.

Dentro do complexo prisional, fiquei imediatamente impres-sionado pelo tamanho reduzido dos dois edifícios residenciais, e pelas condições de superlotação que prevaleciam nesses edifícios.

presídio em Honduras desde 2003 – assim como um problema mais vasto de incêndios em prisões em toda a América Latina, que alguns dos piores incêndios nesses estabe-lecimentos nos últimos anos. Alguns países da América Latina estão avançando no trata-mento deste problema, que matou centenas ou até milhares de pessoas na última década, mais ainda fica muito por fazer, começando por uma adoção maior dos códigos e nor-mas da NFPA. Em Comayagua não existiam alarmes de fumaça nem sprinklers; se tives-sem existido, o resultado desse incêndio poderia ter sido muito diferente.

Em ComayaguaChegamos a Tegucigalpa, como previsto, a 19 de fevereiro, mas os acontecimentos já estavam com-plicando a nossa visita. No dia anterior, um incêndio enorme tinha destruído um grande conjunto de mercados na cidade e o Chefe Silva disse que estava totalmente ocupado pelas conseqüências do incidente e que não poderia ajudar-nos de imediato. Depois de termos explorado sem resultado as outras pos-sibilidades de chegar até Comayagua, Antônio teve uma idéia. “Porque não vamos simplesmente para lá?” ele me perguntou uma manhã no hotel. Já não tínhamos muito para perder. Juntamos nossas coisas e em pouco tempo estávamos a caminho num carro alugado.

Comayagua está localizada na zona centro-oeste de Honduras, a 88 km a noroeste de Tegucigalpa. A cidade, com cerca de 70,000 habitantes, é um centro industrial e alberga a Base Aérea Soto Cano, onde se encontra a Joint Task Force--Bravo (JTFB) do Comando do Sul do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Na base, a JTFB gere, entre outras coisas, um campo regional de treinamento para bombeiros. A penitenciária está situada na parte sudoeste da cidade, no bairro Independência e está rodeada de zonas residenciais e comerciais e de prédios de pequenas indústrias.

Chegamos ao portão do estabelecimento usando nossas camisetes e chapéus da NFPA, e os oficiais locais presentes foram atenciosos e flexíveis. “Inves-tigadores de incêndios?” perguntou um agente da policia ao nosso condutor. “Si”, ele respondeu e fomos

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os oficiais locais apenas forneceram informação de contexto e nenhum aceitou ser citado pelo nome.

Dentro do complexo prisional, fiquei imediatamente impressionado pelo tamanho reduzido dos dois edi-fícios residenciais e pelas condições de superlotação que prevaleciam nesses edifícios. Os detentos tinham dedicado muito tempo e esforço para personalizar seus pequenos cubículos nas camas beliche, mas, no pro-cesso, tinham criado uma cela altamente combustível. Eu não podia acreditar que centenas de pessoas pudes-sem ter perdido a vida num espaço tão pequeno.

O estabelecimento, definido como “Condição de Uso V – Com contenção” no NFPA 101®, Código de Proteção da Vida, é um complexo da era dos anos 40 projetado como modelo para um sistema inovador de peniten-ciárias agrícolas. O terreno, de 14.6 ha, é cercado por um muro de 2.4 m. Um conjunto fechado de edifícios, rodeado por terrenos agrícolas, está localizado no centro do terreno, cercado por muros, incluindo as zonas residenciais, de reunião e administrativas do estabelecimento. Os reclusos dormem em duas grandes estruturas construídas com muros de tijolos/blocos de cimento, pisos de betão ou lajotas e telhados inclinados de chapas de zinco onduladas, com quantidades de madeira variáveis.

As estruturas residenciais são paralelas entre si e estão separadas por uma passagem descoberta de cinco metros de largura. Cada estrutura mede aproximada-mente 29 x 16 m, com uma superfície construída de cerca de 464 m², subdividida em cinco módulos, ou grandes celas. As celas são identificadas como Módulos 6-10 da estrutura Norte. (Embora seja difícil identificar o tipo de construção na América Latina, esses edifícios assemelham-se mais a construção de Tipo II (000), da NFPA 220, Tipos de Construção dos Edifícios). Os módulos compartilham as paredes internas; aberturas horizon-tais gradeadas de cerca de um metro de altura correm ao longo das paredes, abrindo as porções superiores das celas sobre os módulos vizinhos. A penitenciária foi originalmente projetada para 520 detentos, mas, no momento do incêndio, albergava 852 pessoas.

O Módulo 6, onde iniciou o incêndio, era uma típica cela de Comayagua. A cela media 5.5 x 15 m, com um telhado metálico inclinado que chegava a 4.9 m no ponto mais alto. A cela albergava 96 reclusos em duas fileiras de camas beliche de estrutura de aço, cada fileira apoiada numa das paredes no comprimento do módulo. As camas estavam muito juntas, com quatro níveis em altura e separadas por 50-76 cm. As fileiras de camas estavam separadas por um corredor aberto de 1.3 m que unia a porta da cela aos quartos de banho, localizados na parte de trás do módulo. Uma abertura de 86 x 203 cm, rodeada por um muro de alvenaria, dava acesso aos quartos de banho, construídos em materiais não combustíveis e que incluíam duas pias, dois vasos sanitários, um local para banho e uma

FOTOGRAFIA: AP/WIDE WORLD

O Problema das Prisões na América LatinaMuitos dos incêndios mais mortais em estabelecimentos de detenção e correcionais na América Latina desde 2002...

361 Pen. Nac. de Comayagua, Honduras, 14 de fevereiro 2012 136 Pen. de Higüey, República Dominicana, 7 de março 2005 101 Pen. de San Pedro Sula, Honduras, 17 de maio 2004 81 Pen. de San Miguel, Chile, 8 de dezembro 2010 68 Pen. de La Ceiba, Honduras, 5 de abril 2003 33 Pen. de Santiago del Estero, Argentina, 17 de novembro 200728 Pen. de la Vega, Republica Dominicana, 20 de setembro 200227 Pen. de Llobasco, El Salvador, 18 de novembro 201026 Penitenciária de Iquique, Chile, 21 de maio 200121 Penitenciária de Reynosa, México, 21 de outubro 2008 12 Penitenciária de Rocha, Uruguai, 8 de julho 201010 Penitenciária de Colina, Chile, 25 de abril 2009

... também estão no topo da lista dos incêndios recentes mais letais do mundo nesse tipo de estabelecimentos

361 Pen. Nac. de Comayagua, Honduras, 14 de fevereiro 2012 136 Pen. de Higüey, Republica Dominicana, 7 de março 2005 108 Cadeia de Sabaneta, Venezuela, 3 de janeiro 1994 101 Pen. de San Pedro Sula, Honduras, 17 de maio 2004 81 Pen. de San Miguel, Chile, 8 de dezembro 2010 68 Pen. de La Ceiba, Honduras, 5 de abril 2003 67 Al-Hair Prison, Arabia Saudita, 15 de setembro 2003 57 Hasaka Prison, Syria, 24 de março 1993 50 Sidi Moussa Prison, Marrocos, 1 de novembro 2002

[Nota do editor: o registro internacional de incêndios em estabeleci-mentos de detenção e correcionais pode ser incompleto. Os incidentes apresentados aqui são representativos de alguns dos incêndios mais mortais no mundo nessas ocupações e a lista não deveria ser conside-rada como uma classificação definitiva desses incêndios].

5�Presos examinam os danos na cadeia de Higuey, Republica Domi-nicana, em 7 de março 2005, depois de um incêndio que matou 136 pessoas.

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AS LIÇÕES DE COMAYAGUA

mesa para lavar roupa. O quarto de banho tinha uma janela gradeada que media cerca de 3 x 1 m, aberta no muro exterior. Na parte de frente do módulo, uma porta gradeada de 140 x 203 cm proporcionava a única saída. A maioria dos módulos tinha caraterís-ticas similares, com a exceção do Módulo 9, que só tinha um nível de camas e uma população de entre 12 e 20 reclusos.

Para criar um pouco de privacidade nessas con-dições tão apertadas, a maioria dos reclusos tinha fechado suas camas com uma variedade de itens como tábuas de madeira e materiais têxteis combustí-veis como lençóis, toalhas, cobertas de cama e cortinas, muitas vezes costuradas uma nas outras. Cada cama tinha um colchão combustível de 10 cm de espessura, feito de uma placa de poliuretano envolvida em múltiplas camadas de tecido fino. De acordo com as observações da ATF, cada módulo no momento do incêndio incluía cerca de 584 m2 de tecido e 15.2 m2 de recheio de colchão. Devido à orientação desses materiais, a maioria das superfícies estava exposta. Além disso, em todos os módulos, incluindo várias camas no Modulo 6, havia camas com extensões elétricas ligadas a luzes, chapas elé-tricas, ventiladores, rádios, televisores e fornos de microondas.

Não havia sprinklers, detectores de fumaça, esta-ções manuais de alarme de incêndio, extintores manuais ou qualquer outro tipo de sistemas de prote-ção em nenhum dos módulos dos reclusos.

Incêndio rápido, consequências devastadorasNão se sabe a hora exata de início do incêndio na noite de 14 de fevereiro. A estimativa da ATF é das 22h 20m mas nossas entrevistas com membros das equipes de emergência do corpo de Bombeiros de Comayagua indicam uma hora de início mais próxima das 10h 50 min. De acordo com os oficiais bombeiros locais, o centro de despacho de emergência central de Honduras em Tegucigalpa recebeu várias chamadas de telefones celulares, quase simultaneamente e pro-vavelmente provenientes de reclusos, informando do

incêndio. Não foi possível confirmar a hora de recepção daquelas chamadas. O Corpo de Bombeiros de Comaya-gua, localizado a um pouco mais de 2 km da penitenciária, recebeu uma chamada do centro de despacho de emergência perto das 22h 58 min. Dois veículos de bombeiros, enviados imediatamente, chegaram ao portão da penitenciária dois minutos mais tarde.

As entrevistas da ATF com sobreviventes indicam que os reclusos do Módulo 6 viram ou foram desper-tados pelo fogo numa cama alta perto da porta de saída e tentaram apagá-lo com um balde de água. No início houve pouca agitação; um recluso, acreditando que o fogo seria controlado, até voltou para a cama. Contudo, o incêndio ficou descontrolado; alimentado pelos combustíveis presentes na cela, propagou-se para cima e lateralmente até os beliches adjacentes, e depois para baixo, como resultado da queda da espuma de poliuretano incendiada dos colchões e de outros materiais combustíveis. As chamas cresceram e uma espessa fumaça encheu a cela. Logo as chamas

GRÁFICOS: RAFAEL JIMENEZ/IFSC

À esquerda, um modelo da zona central da admin-istração da penitenciária, incluindo as duas estruturas que contêm 10 módulos para os reclusos.Mais a esquerda, detalhe do interior de um módulo, com camas-beliche de quadrupla altura. As instalações foram construídas para albergar 520 presos; no momento do incêndio havia mais de 850 pessoas.

Não havia sprinklers, detetores de fumaça, estações manuais de alarme, extintores manuais ou qualquer outro tipo de sistemas de proteção contra incêndio em nenhum dos módulos dos reclusos.

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alcançaram o Módulo 7 atravessando a janela. Os reclu-sos tampouco puderam conter o fogo no Módulo 7, e o incêndio continuou a avançar para o próximo módulo.

A agitação causada nas celas pela rápida propagação do incêndio alertou aquele que muitos testemunhos des-crevem como “enfermeiro” – essa pessoa pode também ter sido um recluso que vivia na enfermaria da peniten-ciária, de acordo com o relatório da ATF. O “enfermeiro” tinha acesso às chaves das portas dos módulos e ele correu até ao local do incêndio para liberar os presos. De acordo com o relatório da ATF, enquanto se dirigia para o Módulo 6, ele não viu as chamas que saiam dos módu-los 7 até 10, mas viu a fumaça. Chegado ao Modulo 6, viu importantes chamas e perdeu tempo buscando a chave da cela. Ele descreveu um foco de calor de uma intensidade incrível, situado acima dele e irradiando para baixo. Ele encontrou a chave certa e abriu a cela e três presos fugiram do edifício.

O enfermeiro correu até ao Módulo 7 e abriu a porta.

Três reclusos saíram, outros fugiram por um buraco que tinham conseguido abrir no telhado de chapas metálicas. O enfermeiro contou ter visto chamas na parte superior do Módulo 7. Ele correu para o Módulo 8, onde também viu chamas e abriu a porta, por onde saíram dois reclusos. Ele viu fumaça pesada no Módulo 9 mas não viu chamas e passou até ao Módulo 10, onde viu chamas. Abriu a porta e quatro presos saíram. Ele voltou ao Módulo 9, onde um número pequeno mas desconhecido de reclusos saiu pela porta aberta. Tam-bém viu pessoas saindo pelo telhado. Logo foi abrir os Módulos 2,3,4 e 5 localizados na estrutura que enfren-tava a dos Módulos 6 até 10. Ele não viu chamas nem fumaça saindo desses módulos. O Modulo 1 havia sido aberto por um detento que tinha saído e conseguido uma barra de levantamento de pesos no ginásio, que utilizou para forçar a fechadura da cela.

As unidades de resposta de emergência do corpo de bombeiros local chegaram até a penitenciária aproxi-

•Proteção por sprinklers: a proteção por sprinklers dos módulos residenciais é obrigatória (NFPA 101:23.1.6.1).

•Detecção de fumaça: os módulos residenciais requerem um sistema automático de detecção de fumaça (NFPA 101: 2.3.4.4).

•Sistema de alarme de incêndio: o sistema de alarme de incêndio requerido deve fornecer uma notificação auto-mática aos ocupantes (NFPA 101: 23.3.4).

•Conteúdos combustíveis: são necessários controles ade-quados para limitar a quantidade e a combustibilidade dos materiais disponíveis para reduzir a probabilidade de uma combustão súbita generalizada (NFPA 101: A.23.7.4); as decorações combustíveis são proibidas a não ser que sejam tratadas com retardantes de chamas (NFPA 101: 23.7.4.4); as cortinas de privacidade devem cumprir os critérios de desempenho de propagação das chamas contidos na NFPA 701, Métodos Padrão para Tes-tes de Incêndio para Propagação das Chamas em Têxteis e Membranas; recomenda-se que os colchões, embora não seja estritamente requerido, sejam avaliados em relação aos perigos de incêndio, e orientações para este fim se encontram na ASTM F1870, Guia Padrão para a Seleção de Métodos de Testes de Incêndios para a Avaliação de Mobília

Estofada em Estabelecimentos de Detenção e Correcionais.

•Colchões: os novos colchões introduzidos em estabeleci-mentos de detenção e correcionais devem cumprir certos critérios baseados na norma federal 16 CFR 1632, Norma para a Inflamabilidade de Colchões e Colchonetes (FF 4-72). Uma segunda norma para testes, a ASTM E 1537, Método Padrão de Ensaios para Mobília Estofada, aplica-se também quando os colchões são utilizados em edifícios não pro-tegidos por sprinklers.

•Separação entre módulos: a separação entre quartos deve ser resistente à fumaça (NFPA 101: Tabela 23.3.8).

Como o confirmamos durante nossa visita ao local do incêndio, o estabelecimento tinha uma grande quan-tidade de elementos combustíveis, mas não estava protegido por sprinklers, detecção de fumaça, sistema de alarme de incêndio e proteção contra a fumaça entre os módulos. É provável que a proteção por sprinklers, embora não resolvendo todos os problemas de pro-teção contra incêndio que enfrentou a penitenciária de Comayagua, teria reduzido de forma significativa o número de mortes no incêndio.

- JM

Uma análise da prisão de Comayagua através dos Códigos da NFPAAplicar o NFPA 101 e outros códigos e normas à penitenciária de Comayagua

Os códigos da NFPA aplicam a abordagem de conceito total da segurança da vida – completo com uma estratégia de defesa no local – para todos os estabelecimentos de detenção e correcio-nais. Como o ilustrou o incêndio de Comayagua, as pessoas na penitenciária eram incapazes de autopreservação devido às restrições de segurança. As instalações de Comayagua seriam, portanto, classificadas pela NFPA como um “Uso de Condição V- Com Contenção (NFPA 101: 23.1.4.1.5)”, onde o livre movimento desde os módulos é restrito e onde o pessoal controla a abertura manual de cada porta. Uma instalação penal como a de Comayagua, com uma construção de Tipo II (000), requereria alguns dos seguintes elementos de segurança e proteção contra incêndios:

FOTOGRAFIA: STR/AFP/GETTY IMAGES VIA NEWSCOM

4Investigadores na cena do incên-dio da Penitenciária de Comayagua.

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AS LIÇÕES DE COMAYAGUA

vistas de sobreviventes, não houve brigas ou lutas antes do incêndio. Foi também descartada uma suposta tentativa de incêndio proposital/suicido por um recluso, que havia sido reportada na mídia local.) De acordo com a investigação da ATF, a dinâmica de incêndio é consistente com este cenário. As camas beliche de quadrupla altura nos Módulos 6,7,8 e 10 permitiram a presença de materiais combustíveis como colchões e cortinas perto ou dentro da camada de fumaça. Essa camada teria temperaturas elevadas e unifor-mes suficientes para incendiar os colchões e materiais das camas e passar de um módulo a outro pelas aberturas hori-zontais gradeadas na parte superior das paredes internas. O Módulo 9 continha apenas camas simples, o que sustenta a afirmação do enfermeiro que dizia ter visto apenas fumaça, e não chamas.

Até o fim da investigação da ATF, tinham sido contabi-lizadas 361 mortes. A maioria morreu no local, e algumas vítimas que sobreviveram e foram hospitalizadas mor-reram mais tarde de seus ferimentos. Não se conhece o número de ferimentos resultantes do incêndio.

Visão abrangente: o problema dos incêndios nos presí-dios da América Latina.Embora o incêndio de Comayagua seja o mais letal de todos os tempos, não é um incidente isolado, nem em Hon-duras nem na América Latina. Honduras teve mais que sua quota de incêndios com mais mortes em penitenciárias nos últimos anos, incluindo um incêndio em 2004 na peniten-ciária de San Pedro Sula que matou 101 pessoas. O governo

madamente às 11 da manhã, mas foram retidas cerca de 6 minutos, como foi documentado no relatório da ATF, antes de poderem entrar. Embora o motivo dessa demora não fique claro, supõe-se que as unidades ficaram retidas enquanto os reclusos soltos eram presos. Quando os bombeiros chegaram aos módulos, todas as portas das celas estavam abertas. Duas linhas de mangueiras foram utilizadas para iniciar a extinção, uma no Módulo 6 e outra no Módulo 10, avançando em direção ao centro do edifício. A extinção do incêndio realizou-se em pou-cos minutos. Embora a hora de início não esteja clara, o incêndio pode ter durado tão pouco como 20 minutos desde a ignição até à extinção total.

Naquele momento, contudo, já não havia muito por recuperar. O relatório da ATF mostrou que o fogo tinha consumido virtualmente cada partícula de material com-bustível dos Módulos 6 a 10. Os bombeiros e o pessoal de resgate encontraram cenas horríveis no interior dos módulos enegrecidos. Durante o incêndio, os presos dos Módulos 6,7,8 e 10 tinham-se refugiado nos banheiros para tentar fugir das chamas, tão numerosos que havia pilhas de até quatro corpos sobrepostos. As estimativas diferem de acordo com as fontes, mas o número de reclusos que morreu naqueles módulos varia de 77 no Módulo 7 a 100 no Módulo 6. No Módulo 9 encontraram entre 6 e 10 corpos, incluindo o de uma mulher. O fato de o fogo ter iniciado perto da frente do Módulo 6, onde se encontrava a porta de saída, e ter-se propagado até a parte de frente dos outros Módulos, suporta a opinião que a maioria dos reclu-sos foi até a parte traseira das celas e morreu na área dos banheiros. Não se conhecem mortes no incêndio fora dos Módulos 6 até 10.

O edifício que albergava os Módulos 1 até 5 foi exposto ao calor radiante. Um edifício que servia de escola para a penitenciária, localizado a oeste dos edifícios dos módulos e um edifício administrativo, localizado a leste, sofreram danos térmicos e efeitos dos arcos elétricos causados pelo cabeamento elétrico derretido.

De acordo com o relatório da ATF, o incêndio foi aciden-tal. A ATF concluiu que o incêndio tinha iniciado nas duas camas de cima (ou perto delas) da quarta coluna de beliches contando a partir da porta do módulo, contra o muro oeste do Módulo 6. Pensa-se que a causa do incêndio foi a apli-cação não intencional de uma chama aberta ou de cigarros aos materiais combustíveis presentes no local, possivel-mente uma das cortinas ou outros materiais combustíveis que rodeavam as camas-beliche. (De acordo com as entre-

FOTOGRAFIAS: JAIME A. MONCADA; ARRIBA: AP/WIDE WORLD

Acima, os presos em Comayagua personalizam suas camas com uma variedade de materiais, incluindo

tecido e madeira. Os investigadores da ATF, que aparecem na fotografia abaixo num dos módulos quei-

mados, estimaram que cada módulo no momento do incêndio continha cerca de 584 m2 de tecido e 15.2 m2

de recheio de colchão.

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Honduras é o símbolo de um problema muito mais vasto de incêndios em estabelecimentos penais na América Latina. Seis dos 10 incêndios mais mortais no mundo ocorreram na América Latina: três em Hondu-ras, um na Venezuela, um na República Dominicana e outro no Chile. Incêndios documentados em prisões mataram pelo menos 900 pessoas em toda a América Latina nos últimos 12 anos, embora o número real seja provavelmente muito mais elevado. (Ver “O Problema das Prisões na América Latina”, página 19). Aproxima-damente no mesmo período, o sistema penitenciário dos Estados Unidos contou em 2010 oito mortes em

incêndios. O International Cen-ter for Prison Studies estimou que a população carcerária dos Estados Unidos fosse de 2.3 milhões em finais de 2007, e a população prisional de toda América Latina era de cerca de 1.2 milhões. Isso significa que a probabilidade de morrer num incêndio num estabelecimento penal na América Latina é mais de 200 vezes maior que nos

Estados Unidos. Muitos dos piores incêndios nas prisões da América

Latina são resultado da superlotação e da falta de níveis

de Honduras disse naquela altura que o sistema peni-tenciário do país – projetado para 8,000 reclusos, mas recebendo até 13,000 – devia ser reformado e ele repe-tiu essa mensagem depois do incêndio de Comayagua.

Os críticos dizem que não é suficiente. Um relatório recente da Comissão Inter-Americana dos Direitos Humanos acusa o governo Hondurenho de abando-nar pura e simplesmente seu sistema penitenciário, tolerando uma severa superlotação e a falta de pessoal treinado para responder a uma crise. Um investigador da Comissão disse à Associated Press (AP) em maio: “é provável que algo grave aconteça no futuro nas prisões de Honduras, dado que a situação não mudou em relação ao que exis-tia três meses atrás,” referindo-se ao incêndio de Comayagua. Um recluso na prisão San Pedro de Sula disse a AP que, enquanto as celas são fecha-das de noite, os reclusos têm chaves e pés-de-cabra para ajudá-los a escapar em caso de incêndio, já que “a policia fugiria e nos deixaria aqui”. Acusa-ções similares foram dirigidas aos guardas de Comayagua; o diretor da penitenciária foi despedido, mas os guardas que tinham fugido foram transferidos para outros estabelecimen-tos, disse à AP o novo Diretor da penitenciária.

FOTOGRAFIA: JAIME A. MONCADA

SEIS DOS DEZ INCÊN-DIOS mais letais no mundo ocorreram na América Latina: três em Honduras, um em Venezuela, um na República Dominicana e um no Chile.

Antônio Macias da NFPA (a direita) com Jorge Turcios do corpo de Bombeiros de Comayagua, durante a visita da NFPA ao local da prisão.

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adequados de segurança contra incêndio. As cortinas e outros materiais combustíveis que rodeiam as camas são comuns nas celas das prisões na América Latina. Também o são os aparelhos elétricos e as tomadas elétricas sobrecarregadas; no incêndio da San Pedro Sula em 2004, funcionários do governo de Honduras contaram 75 aparelhos elétricos numa cela de 10 x 15 m. Os incêndios como o de San Pedro Sula são, às vezes, o produto de lutas entre reclusos, onde a confu-são, associada a chamas abertas, cabeamento elétrico e abundantes materiais combustíveis podem favorecer o desenvolvimento rápido dos incêndios. Apesar de a falta de sprinklers e detectores de fumaça ser comum na maioria das prisões da América Latina, a maioria dos estabelecimentos de detenção e correcionais na região incluem caixas para mangueiras de incêndio e extintores de incêndio. É também comum que haja um corpo de bombeiros no local.

Alguns países estão começando a atuar. A Argentina está aplicando siste-mas de detecção de fumaça em prisões existentes, mas não requer a proteção por sprinklers. O Chile está protegendo algumas penitenciárias com sprinklers, mas os empreiteiros locais lamentam que os documentos das licitações não exijam os sprinklers institucionais contra a adulteração, encontrados usu-almente em prisões e outras ocupações confinadas. Na maioria das jurisdições na América Latina os códigos locais não requerem níveis aceitáveis de proteção da vida ou não especificam e/ou reco-

nhecem os desafios únicos de segurança e proteção da vida apresentados pelos estabelecimentos penais.

A melhor forma de lidar com o problema na região é adotar uma solução baseada nos códigos - como a que se propõe atualmente para Honduras. Apesar de ser um dos países mais pobres do hemisfério ociden-tal, o sistema de bombeiros está bem organizado, mas luta com um código de construção muito básico e uma aplicação dos códigos ineficiente e pouco desen-volvida. A NFPA está trabalhando com o Corpo de Bombeiros de Honduras e o Ministério do Interior numa proposta de lei que propõe a adoção da edi-ção 2009 do NFPA 1, Código de Incêndio, em espanhol, como Código de Segurança e Proteção da Vida de Hon-duras. Seguindo o procedimento corrente, típico de outros projetos de adoção similares noutros países de América Latina, Honduras modificaria o Capitulo 1, “Administração” do NFPA 1, deixando intacto o resto do código. A NFPA forneceria assistência no treina-mento e aplicação desse código às autoridades locais competentes. O NFPA 1 inclui informação detalhada sobre como definir um estabelecimento de detenção e correcional e que medidas de segurança e proteção da

Seguro, mas imperfeito: O Sistema AmericanoEnquanto as prisões nos Estados Unidos podem servir de modelo para estabelecimentos penais na América Latina, também enfrentam

O incêndio mais letal num estabelecimento penal na história dos Estados Unidos ocorreu em 1930 na Penitenciária do Estado de Ohio, onde 320 pessoas morreram. Desde então, nenhum incêndio nesse tipo de ocupação nos Estados unidos causou mais de 42 mortes. Houve uma série de incêndios desse tipo de 1975 a 1982 – oito dos dez incêndios mais mortais em estabelecimentos penais nos Estados Unidos ocorre-ram durante esse período de oito anos – e os fatores comuns citados nesses incidentes foram: a falta de sprinklers, a falta de áreas seguras de refúgio para onde os reclusos poderiam ser evacuados e a perda das chaves que controlavam as áreas envolvidas no incêndio.

A Divisão de Análise e Pesquisa de Incêndios da NFPA estima que pouco menos de 700 incêndios estruturais são registrados por ano nos Estados Unidos em presídios, cadeias e estações policiais. O último incêndio mais mortal num estabelecimento correcional ou de detenção nos Estados Unidos ocorreu em 2002 na cadeia do Condado de Mitchell em Bakersville, Carolina do Norte, onde morreram oito pessoas. O relatório mais recente da NFPA sobre sprinklers indica que os sprink-lers estavam presentes em 53% dos incêndios registrados em prisões e

que cerca da metade dos incêndios ocorreu em instalações que ainda não estavam protegidas por sprinklers. Mesmo assim, a percentagem de instalações protegidas por sprinklers subiu drasticamente comparada com as estimativas dos anos 80 e 90.

Enquanto a proteção contra incêndios em presídios e cadeias nos Estados Unidos é muito melhor do que a encontrada em toda América Latina, a comparação não é tão simples. A população carcerária dos

mais de 2,3 milhões de presos, de acordo com o International Centre for Prison Studies baseado em Londres. Um resultado desse tremendo crescimento é que o sistema carcerário esteve operando acima de sua capacidade durante algum tempo. O Bureau of Justice Statistics registrou que em 2008, as prisões estaduais estavam operando entre 97 e 108% de sua capacidade e que 13 estados e o sistema Federal operavam a mais de 100% de sua “capacidade máxima”. Os peritos indicaram que a superlotação piora as condições de vida dos reclusos e torna mais difícil a manutenção da ordem por parte do pessoal que trabalha no limite de suas possibilidades. Além disso, os orçamentos cada vez mais reduzidos dos governos estaduais e locais levaram a um

-ção nas prisões e cadeias em todo o país.

É muito importante que aqueles que adotam e fazem aplicar as provisões dos códigos para essas ocupações continuem a manter a vigilância acerca da segurança dos ocupantes, que na maioria dos casos têm um controle mínimo sobre sua capacidade de autopreser-vação durante um incêndio.

Na fotografia acima: um investigador do tribunal do Condado de Mitchell em Bakersville, Carolina do Norte, em 2002. Um incêndio na cadeia do tribunal matou oito presos.

FOTOGRAFIA: AP/WIDE WORLD

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incêndio conhecedora dos requisitos da NFPA, podem prover o início de uma solução que as autoridades locais talvez não possam ignorar.

Enquanto Antônio e eu estávamos em Honduras para documentar o incêndio de Comayagua, fomos convida-dos ao palácio presidencial de Honduras em Tegucigalpa para uma cerimônia por ocasião da recente aquisição de quantidade de veículos novos de combate a incên-dios. Os participantes incluíam o presidente da nação, Porfirio Pepe Lobo, assim como a hierarquia política de Honduras e a imprensa local. Enquanto escutava os polí-ticos, lembrava-me que um dos principais desafios que temos na América Latina é o da educação, para ajudar as pessoas – políticos, funcionários que trabalham com os códigos e a segurança contra incêndio, o público – a per-ceber que este problema não vai desaparecer com mais e melhores veículos de combate a incêndio. A única forma de lidar com as causas profundas desta terrível tendência, que inclui não só os incêndios nos presídios, mas tam-bém nos clubes noturnos, nos armazéns, nos edifícios altos, nos hospitais e muitas outras grandes estruturas, é utilizando códigos claros e eficientes do ponto de vista dos custos, associados a uma aplicação efetiva. Só então será possível ultrapassar a crise.

JAIME A. MONCADA, P.E., é licenciado em engenharia de proteção contra incêndios em Highland, Maryland. É diretor da International Fire Consulting, uma empresa de consul-toria de engenharia de proteção contra incêndio especial-izada na América Latina. É também diretor da joint venture entre a International Fire Safety/Training e a NFPA para América Latina.

vida devem ser implementadas, incluindo instalações e existentes.

Nos estabelecimentos de detenção e correcionais, como em muitas outras ocupações – estabelecimentos comerciais, de cuidados de saúde, armazéns, edifí-cios altos, para citar algumas – os códigos da NFPA demonstraram um desempenho sem igual na segu-rança contra incêndio e estão prontos para adoção, em particular nos países em vias de desenvolvimento. Nesses países, muitos edifícios novos de grandes dimensões são parecidos aos do mundo desenvolvido, mas não têm as caraterísticas vitais de segurança contra incêndios. Embora os tipos de construção não sejam exatamente os mesmos, o mais usual no mundo inteiro é uma carga de incêndio cada vez maior no conteúdo dos edifícios, tanto em escritó-rios como em residências, armazéns, ou hospitais. A maioria dos conteúdos e acabamentos interio-res não foi estudada quanto a suas características de combustibilidade. Por exemplo, muitos dos materiais de acabamento utilizados nos edifícios e vendidos nos países em desenvolvimento não trazem informação quanto à classificação contra a propagação de incêndio, o desenvolvimento da fumaça e a liberação de calor, nem foram submetidos a testes formais de acabamentos interiores para esta-belecer indicadores de propriedades de propagação da chama e desenvolvimento da fumaça.

Desde o ano 2000, oito dos dez incêndios mais letais no mundo ocorreram em países em desenvol-vimento. Essa tendência provavelmente continuará, já que vemos edifícios cada vez maiores construí-dos nesses países sem os devidos cuidados com a segurança contra incêndios. Em 2004, um incêndio matou 428 pessoas no supermercado Ycua Bolaños em Asunción, Paraguai, um edifício moderno cons-truído em 2002, mas sem um nível adequado de proteção contra incêndios. Em maio, um incêndio num dos centros comerciais mais luxuosos do mundo, o Villagio Shopping Mall em Doha, Qatar, construído em 2006, matou 19 pessoas, a maioria crianças. Incêndios como esses deveriam ser extre-mamente raros em centros comerciais modernos num país com um código de edificações bem desen-volvido, onde edifícios equivalentes estão sendo construídos – e, mais importante, comissionados – aplicando critérios cada vez mais rigorosos de pro-teção contra incêndio. A aplicação e a compreensão dos requisitos do código por meio de programas de capacitação e certificação não devem ser negligen-ciadas. Para muitos países, especialmente na América Latina, o começo de uma solução de longo prazo é iminente ou muito próximo. A adoção de códi-gos e normas da NFPA, já traduzidos em espanhol, associada a seminários de capacitação facilmente disponíveis e uma indústria da proteção contra

AgradecimentosEste artigo não poderia ter sido completado sem o amável convite do Comandante General Jaime Omar Silva, chefe do Serviço de Combate a Incêndio de Honduras, ou do Segundo Tenente Jorge Turcios do Corpo de Bombeiros de Comayagua, que nos acompanhou no local do incêndio. Recebemos apoio adicional de José Geovani Lara da Aso-ciacion Hondureña de Maquiladores. Também recebemos assistência do Agente especial de Supervisão Chris Porreca, do Agente Dan Heenan e de John L Allen, PE, investiga-dores de incêndio da equipe Internacional de Resposta da

Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos, que forneceram introduções e facilitaram o contato com os funcionários prisionais Hon-durenhos durante nossa visita a Comayagua.

3Na cena do incêndio: a partir da esquerda: Moncada, Turcios e Macias

FOTOGRAFIA: JAIME A. MONCADA

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UMA NOVA EDIÇÃO da NFPA 13, Instalação de Sistemas de Sprinklers, foi apresentada em junho à Reunião Técnica da Associação, na Annual Conference & Expo da NFPA em Las Vegas. Os comitês técnicos da NFPA 13 passaram mui-tas horas analisando centenas de conceitos e discutindo se mereciam ser incluídos ou eliminados da próxima edição da norma. A edição 2013 da NFPA 13, junto com a NFPA 13R, Instalação de Sistemas de Sprinklers em Ocupações Residen-ciais até Quatro Andares, e a NFPA 13D, Instalação de Sistemas de Sprinklers em Moradias Uni e Bifamiliares e Casas Prefabricadas, contêm uma série de mudanças, algumas das quais enfren-taram Moções de Emendas Certificadas (CAMs) na reunião técnica. Os seguintes tópicos destacam apenas algumas das mudanças previstas para a nova edição.

Treze coisas que você precisa saber sobre a edição 2013 da NFPA 13por MATT KLAUS

133

ILUSTRAÇÃO: CELIA JOHNSON

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— . ATUALIZAÇÃO DE CÓDIGOS . —NFPA 13

2Requisitos sobre Anticongelantes e Proteção contra o Congelamento. Os Esboços de Emendas Provisórias (TIAs, da sigla em Inglês) aprovados pelo Conselho de Normas em março 2011 foram analisados pelos comitês técnicos responsáveis pelas NFPA 13, 13R e 13D para sua inclusão nas edi-ções 2013 das normas. Com a exceção de uma definição revista para solu-ções anticongelantes pré-misturadas, os requisitos formulados nos TIAs, incluindo os limites de concentração do anticongelante e os critérios de tes-tes, foram aceitos. Depois do trabalho do comitê em finais de 2011, a Funda-ção de Pesquisa para Proteção contra Incêndios publicou um relatório dis-cutindo a utilização de anticongelante com sprinklers padrão de tipo spray que traz uma nova perspectiva à ques-tão e pode resultar em mais mudanças por parte dos comitês técnicos, antes da publicação da edição 2013. (Para mais informação, ver “Atualização sobre o Anticongelante”, na Barra Lateral.)

O trabalho sobre o conceito de proteção contra o congelamento não terminou com a discussão sobre o anticongelante. O comitê Técnico para os Critérios de Instalação de Sis-temas de Sprinklers também atualizou a formulação que trata da supervisão elétrica do sistema de aquecimento das tubulações, que deve confirmar claramente a energização do circuito. Isso deverá garantir que, em caso de utilização de um sistema de aqueci-

de compatibilidade e aceitou uma nova formulação destinada a lidar com esta questão. A nova formulação requer que, em presença de inibidores de corrosão nos sistemas constituídos por tubos de aço revestidos e tubos de CPVC, a compatibilidade do revesti-mento com o CPVC seja testada. Além disso, os novos requisitos estabelecem que, quando houver uma tubulação de CPVC em sistemas combinados que utilizam tubos de aço, os óleos de corte e os lubrificantes empregados na fabricação das tubulações de aço deve-rão ser compatíveis com os materiais de CPVC. Essas mudanças são conce-bidas para dar orientações sobre dois dos principais culpados das falhas cau-sadas por incompatibilidade química nas tubulações de CPVC.

Além de lidar com os revestimen-tos e os óleos de corte, o comitê técnico acrescentou texto requerendo que outros materiais de construção, como pintura, cabeamento elétrico e de comunicações, vedante para roscas e lubrificante para juntas não entrem em contato com o CPVC, a não ser que um laboratório de ensaios tenha verificado sua compatibilidade com materiais de CPVC. Esta secção tem por objetivo limitar possíveis falhas de materiais cuja compatibilidade com as tubulações de CPVC ainda não foi verificada. O Comitê Téc-nico de Coordenação (TCC) sobre Sistemas de Sprinklers Automáticos decidiu incluir igualmente essa for-mulação na edição 2013 da NFPA 13R. Embora não tenha sido aceita pelo comitê Técnico para Sistemas de Sprinklers Residenciais, o TCC julgou que a questão da compatibilidade devia ser tratada da mesma forma na NFPA 13 e na NFPA 13R, já que, por ser uma “questão de materiais”, não varia em função do tipo de ocupação, residencial ou não.

1 Compatibilidade com o CPVC. A interação entre as tubulações de policloreto de vinila clorado (CPVC, da sigla em inglês) e os materiais a base de hidrocarbonetos – ou petróleo – utilizados na instalação de sistemas dos edifícios criou um problema cres-cente nos últimos cinco anos. Trata-se de uma incompatibilidade conhecida por produzir fraturas por estresse químico nas tubulações. Essas fratu-ras por estresse podem causar perdas nas tubulações e, em alguns casos, falhas nos acessórios e nas conexões dos canos. Exemplos dessa incom-patibilidade incluem a instalação de tubulações de CPVC a jusante de tubos de aço protegidos por revestimentos antimicrobianos e canos de CPVC que entraram em contato com os óleos utilizados para cortar os tubos de aço. A freqüência crescente das falhas deriva do número cada vez maior de sistemas que combinam CPVC com materiais e processos a base de hidro-carbonetos - ou petróleo.

Já que o problema tende a aumen-tar, alguns fabricantes de tubulações de CPVC estabeleceram programas de compatibilidade para destacar os materiais cuja incompatibilidade com seus produtos é conhecida. Enquanto a existência desses programas e as lis-tas de produtos incompatíveis tenha se tornado um recurso inestimável para a indústria, a NFPA 13 permanece relativamente silenciosa sobre esta questão nas edições 2007 e 2010.

Durante o desenvolvimento da edi-ção 2013, contudo, o Comitê Técnico sobre Critérios de Instalação de Siste-mas de Sprinklers discutiu o conceito

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mento de tubulações, haja uma forma de confirmar visualmente se está ativo. Outra opção que foi sempre permitida como equivalência pelas autoridades competentes é o conceito da utilização de cálculos de perda de calor para autorizar tubulações em áreas com temperaturas ambientes inferiores a 40ºF (4.4ºC). A NFPA 13 permite agora especificamente a ins-talação de tubulações cheias de água em áreas com temperaturas inferiores a 40ºF (4.4ºC), se os cálculos de perda de calor executados por um enge-nheiro profissional verificam que o sistema não se congelará.

3Requisitos de sprinklers para Poços de Elevadores e Espaços Relacionados com Elevadores. Os requisitos de proteção por sprink-lers para poços de elevadores e casas de máquinas de elevadores contidos nos códigos de edificações modelo, nos códigos de proteção da vida, nos códigos de elevadores e nas normas de projeto de sprinklers nunca foram coordenados entre si. Contudo, a edi-ção 2013 da NFPA 13 dá um grande passo a frente para harmonizar esses documentos,

A nova formulação permite a omissão de sprinklers nas casas de máquinas dos elevadores, nas casas de máquinas de elevadores, nos espaços de controle ou nos poços dos eleva-dores de tração, desde que se cumpra certo número de condições, abran-gendo também os sistemas instalados de acordo com o NFPA 101®, Código de Proteção da Vida, ou o código de edi-ficações aplicável; o espaço deve ser dedicado apenas ao equipamento de elevadores; o espaço deve ser prote-gido por detetores de fumaça ou um sistema automático de detecção de incêndio de acordo com o NFPA 72®, Código Nacional de Alarme de Incêndio e

Atualização sobre anticongelantesResultados de testes põem em questão a autorização do uso de soluções de glicerina a 48-50% com sprinklers padrão de tipo spray.

Em 2010, depois da publicação de relatórios sobre um incêndio que envolvia um sistema de sprinklers com uma forte concentração de solução anticongelante, foram lançadas ativida-des de pesquisa e desenvolvimento de normas para lidar com as preocupações levantadas pela combustibilidade das soluções anticongelantes em sistemas de sprinklers residenciais. Com as informações disponíveis através de vários relatórios preparados pela Fundação de Pesquisa para a Proteção contra Incêndio, A NFPA publicou três alertas de segurança sucessivos que fornecem orientações e anunciam Esboços de Emendas Certificadas (TIAS, da sigla em inglês) para as normas de sprinklers provenientes do Conselho de Normas da NFPA. Os TIAS e as orientações adicionais da NFPA contidas naqueles alertas eram ações temporárias enquanto os comitês técnicos responsáveis pelas normas sobre sprinklers da NFPA analisavam os resultados da pesquisa e chegavam a um consenso sobre futuras emendas.

Depois de completar a primeira série de relatórios de pesquisa, os comitês sobre sprinklers chegaram ao consenso sobre quatro TIAs publicados pelo Conselho de Nor-mas da NFPA em 1 de março 2011. Os quatro TIAs chegaram a uma abordagem mais abrangente do tratamento dos anticongelantes nas normas sobre sprinklers da NFPA e forneceram novos requisitos para a utilização de anticongelante nas ocupações residen-ciais, tanto novas como existentes, assim como nas ocupações não residenciais. Esses TIAS foram escritos para as edições 2010 das NFPA 13, 13R e 13D, e para a edição 2011 da NFPA 25, Inspeção, Testes e Manutenção dos Sistemas de Proteção contra Incêndio a Base de Água. Após a publicação desses TIAs, os comitês técnicos responsáveis por esses documentos se reuniram e começaram a desenvolver formulações para a edição 2013 das normas. Os comitês técnicos aceitaram as propostas de integração das formulações dos TIAS nas edições 2013 das normas também.

Enquanto parecia haver uma solução para os sprinklers residenciais, ainda ficavam muitas questões sem resposta sobre o uso de sprinklers padrão tipo spray em aplica-ções não residenciais.

Em resposta a essa lacuna na pesquisa, a Fundação de Pesquisa para Proteção contra Incêndio estabeleceu um novo projeto de pesquisa que se concentrava na utilização de anticongelante com sprinklers padrão tipo spray. Esse projeto tinha por objetivo validar a decisão do comitê técnico de aplicar o limite de concentração de glicerina a 48% aos sprinklers padrão tipo spray. Os testes foram realizados no âmbito de um projeto muito recente da Fundação utilizando esse tipo de sprinklers com fatores K variáveis e uma solu-ção anticongelante a 50% de glicerina. A maioria desses testes tomava como base um incêndio de 3.0 MW, considerado mais apropriado que o incêndio de 1.4 MW utilizado nos testes dos sprinklers residenciais. A mudança do pico da taxa de liberação de calor baseou--se nas diferenças do Índice de Tempo de Resposta (RTI, da sigla em inglês), das cargas combustíveis e das variações da altura do teto em propriedades comerciais, em contraste com as residências.

Os resultados desses testes, descritos no Relatório Provisório da Fundação: “Soluções de Anticongelante Fornecidas para Sprinklers de Tipo Spray”, variavam significativamente em relação aos resultados dos testes residenciais. Nos testes residenciais anteriores, utilizando uma concentração de 50 % de glicerina, não havia ignição do padrão de aspersão. Ao contrário, quatro dos quinze testes realizados com sprinklers padrão tipo spray mostravam a ignição da solução, enquanto vários outros testes incluíam aumentos substanciais das taxas de liberação de calor. Esses resultados de testes não eram esperados e puseram em questão a autorização das soluções a 49-50% de glicerina com esse tipo de sprinklers. A pedido do Conselho de Normas, os comitês técnicos estão analisando os novos dados para determinar se serão necessárias mudanças adicionais dos requisitos sobre anticongelantes propostos para as edições 2013 das NFPA 13, 13R 13D.

—Matt Klaus

48–50 %

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48–50 — . ATUALIZAÇÃO DE CÓDIGOS . —NFPA 13

6Áreas de sombra. Além das numerosas mudanças rea-lizadas nas normas sobre sprinklers, alguns conceitos, discutidos de forma muito detalhada durante as reuniões do comitê, não resultaram em mudan-ças das normas, um deles sendo o conceito das áreas de sombra na NFPA 13.

Ambos os comitês de instalação e residencial analisaram várias pro-postas e comentários que lidam com definições e requisitos para áreas de sombra admissíveis, que são áreas não cobertas pelo padrão de aspersão de um sprinkler devido à presença de obstruções. As propostas e comentá-rios tinham por objetivo estabelecer uma superfície limite para partes do pavimento não cobertas pelo padrão de aspersão do sprinkler devido às obstruções.

Esse conceito foi tratado de forma diferente pelos comitês técnicos res-ponsáveis pela NFPA 13 e a NFPA 13D. Na NFPA 13 existem muitas regras sobre obstruções, especifi-camente as regras de “três e quatro vezes” que fornecem critérios de distância entre o sprinkler e certas obstruções e permitem, na essência, a existência de áreas secas onde as obstruções impedem que a descarga do sprinkler alcance certas áreas do pavimento. Essas regras sobre obs-truções induziram o comitê a rejeitar

o título da NFPA 13R para “Norma para a Instalação de Sistemas de Sprinklers em Edifícios Residenciais Baixos.” Essa mudança fornece uma descrição geral dos requisitos deline-ados na norma, deixando a definição do verdadeiro âmbito do documento para a seção 1.1.

5 Sprinklers em pequenos quartos de banho. A edição 2010 da NFPA 13 permite a omissão de sprinklers nos quartos de banho com menos de 5m2 nas unidades residenciais, desde que não estejam localizadas em residências para pessoas com deficiências e que não abram para um corredor. A edi-ção 2013 da NFPA 13 incluirá uma importante mudança desse conceito, já que essa permissão se aplicará agora apenas a unidades residenciais de hotéis e motéis. Os edifícios de apartamentos com sistemas projeta-dos de acordo com a NFPA 13, com quartos de banho de menos de 5 m2, devem agora ser protegidos por sprinklers, o que não era requerido nas edições anteriores.

Esse conceito não é novo para os comitês técnicos sobre sprinklers, visto que foi o assunto de uma CAM antes da publicação da edição 2010 da norma. Formulações similares foram aceitas na reunião do comitê técnico e rejeitadas pela CAM 13-6 na Reunião Técnica Anual em Chicago.

Sinalização; a maquinaria do elevador não deve ser do tipo hidráulico; os espaços devem ser separados do resto do edifício como especificado no código de edificações aplicável e não se deve guardar nesses espaços mate-riais sem relação com o equipamento de elevador.

4O Título da NFPA 13R. As edições anteriores da NFPA 13R tinham deixado ao código aplicável a decisão sobre a forma de medir o limite de quatro andares, mas ainda ficava por definir qual havia sido a intenção do comitê. Alguns diziam que a intenção da NFPA 13R era per-mitir que um edifício residencial de quatro andares construído sobre um pódio não combustível utilizasse o sistema de sprinkler de acordo com a NFPA 13R em lugar do sistema da NFPA 13. A idéia de aceitar a questão do pódio foi muitas vezes rejeitada só com base no título do documento, que em seu desenvolvimento e inter-pretação originais aplicava o limite de quatro andares a todo o edifício. Essa abordagem proibia a utilização de sistemas de sprinklers de acordo com a 13R na parte do edifico de quatro andares construído sobre um pódio não combustível.

Para tornar mais clara essa apli-cação, o comitê Técnico para os Sistemas de Sprinklers Residenciais aprovou a recomendação de mudar

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— . ATUALIZAÇÃO DE CÓDIGOS . —NFPA 13

aplicações em armazéns. Embora as autoridades competentes sem-pre tenham tido a oportunidade de aprovar os projetos baseados no desempenho através da cláusula de equivalências na Seção 1.5, nunca ficou claramente definida a docu-mentação a apresentar para apoiar a abordagem. O novo Capítulo 21, “Projetos Alternativos de Sistemas de Sprinklers para os Capítulos 12 até 20”, fornecem aos fabricantes e projetistas a informação necessária para implementar uma abordagem de projeto alternativa.

10Tetos inclinados. As normas de projeto de sprinklers residenciais da NFPA nunca defini-ram claramente como determinar o número adequado de sprinklers que precisavam ser calculados abaixo de um teto inclinado ou de um teto com vigas. Isso deu lugar a uma série de opiniões sobre como lidar com essas situações e multipli-cou os desafios na implementação de projetos de sprinklers em ocupa-ções com esse tipo de teto.

Em 2010, a Fundação de Pesquisa para Proteção contra Incêndios patrocinou um projeto conduzido pela Hugues Associates, para deter-minar se havia uma forma melhor de quantificar o impacto desses arranjos de tetos no projeto do sistema. A informação recolhida no estudo “Análise do Desempenho dos Sistemas de Sprinklers Residen-ciais com Telhados Inclinados ou Telhados Inclinados e com Vigas”, disponível em NFPA.org/founda-tion, foi utilizada para desenvolver

8Requisitos sobre Prevenção de Fluxo Reverso. Embora os dispositivos de pre-venção de fluxo reverso não sejam especificamente requeridos pela NFPA 13, a NFPA 13R ou a NFPA 13D, são componentes usuais dos sistemas de sprinklers. A edição 2011 da NFPA 25 acres-centou um requisito para realizar um teste de fluxo direto de todos os dispositivos de prevenção de fluxo reverso instalados nos siste-mas executados de acordo com a NFPA 13 e a NFPA 13R, embora as edições anteriores da NFPA 13 não requeressem a inclusão de um dispositivo para realizar esse teste. Esse circuito ficará fechado com a edição 2013 da NFPA 13, que requererá uma conexão de teste para todos os dispositivos de prevenção de fluxo reverso. Além dessa mudança, acrescentaram-se também formulações a NFPA 13 e a NFPA 13D, permitindo que o dispositivo de prevenção de fluxo reverso sirva como válvula de controle de sistema sem necessi-dade de instalar uma válvula de controle adicional.

9Novo Capítulo sobre Armazéns. A edição 2013 da NFPA 13 incluirá um novo capítulo sobre armazéns dedicado às abordagens de prote-ção baseadas no desempenho das

todas as propostas para acrescen-tar definições relacionadas com áreas de sombra, junto com os requisitos citando áreas de sombra específicas admissíveis para certas configurações.

A NFPA 13R não inclui as regras de “três e quatro vezes” e o comitê técnico achou válida a quantifica-ção de áreas de sombra máximas admissíveis para sprinklers. Além da definição da área de sombra, o comitê especificou que essas áreas são permitidas na zona de prote-ção de um sprinkler desde que não excedam 1.4 m2 por sprinkler.

7A definição de “Sistema de Sprinkler”. A maioria das mudanças de defini-ções passa despercebida, mas uma definição modificada da NFPA 13 poderá ter um impacto significativo. A definição modificada de “sistema de sprinkler” descreve agora um sistema como uma rede integrada de tubulações que inclui uma fonte de fornecimento de água, uma válvula de controle de água, um alarme de fluxo de água e um dreno. Isso sig-nifica que, quando forem aplicadas válvulas de controle individuais por pavimento em edifícios de vários andares, cada pavimento será consi-derado como um sistema separado. Essa mudança afetará os requisitos de inspeção, testes e manutenção (ITM, da sigla em inglês) da NFPA 25, Inspeção, Testes e Manutenção de Sis-temas de Proteção Contra Incêndio a Base de Água, já que muitas tarefas de ITM requerem uma ação específica para cada “sistema”.

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— . ATUALIZAÇÃO DE CÓDIGOS . —NFPA 13

uma formulação do código que fornece cinco arranjos usuais de tetos que possam utilizar “o cál-culo hidráulico de dois sprinklers” da NFPA 13D e o “cálculo hidráu-lico de quatro sprinklers” da NFPA 13R, sem a necessidade de incluir cada arranjo na certificação do sprinkler.

11Sistemas de Água Nebulizada. Um dos temas freqüentes discutidos no processo de desenvolvimento dos códigos para as edições 2013 das NFPA 13, 13R e 13D foi o enquadra-mento dos sistemas de água nebulizada na definição de um sistema de sprinklers automáti-cos. Os comitês técnicos sobre sprinklers reconheceram os benefícios dos sistemas de água nebulizada, mas determinaram que, devido às diferenças na intenção e objetivo do projeto, não podem ser considerados sprinklers automáticos.

Em cada norma foi acres-centada uma formulação para remeter os usuários a NFPA 750, Sistemas de Proteção contra Incêndio de Água Nebulizada, que fornece orientações sobre esses sistemas, já que não se enquadram no âmbito dos comi-tês técnicos da NFPA 13.

12Tetos Flutuantes. Outro tópico muito debatido ao longo dos anos é o pro-jeto de sistemas de sprinklers para “tetos flutuantes” (cloud ceilings), constituídos por pai-néis instalados abaixo do teto principal que não formam uma superfície horizontal completa de parede a parede. Os tetos flutuantes são cada vez mais utilizados nos projetos de arqui-tetura, e muitos utilizadores da NFPA 13 buscam uma seção específica que lide com esse conceito.

Embora o Comitê Técnico para Critérios de Instalação de Sistemas de Sprinklers tenha analisado uma possível formu-lação para tratar a proteção dos tetos flutuantes, os conceitos não eram apoiados por testes em escala real e não foram incluídos na norma. A utiliza-ção das regras de obstrução no Capítulo 8 continuará a fornecer orientações sobre os requisitos de localização de sprinklers onde existem tetos flutuantes. A Fundação de Pesquisa para a Proteção contra Incêndios está atualmente analisando uma pro-posta para realizar ensaios sobre arranjos de tetos flutuantes que forneçam mais dados ao comitê em apoio ao desenvolvimento da próxima edição da norma.

13Sprinklers ESFR e CMSA. Outro ciclo encerrado na edição 2013 da NFPA 13 diz respeito à uti-lização dos sprinklers de controle de aplicações específicas (CMSA, da sigla em inglês) e de extinção precoce e resposta rápida (ESFR, da sigla em inglês) em ocupações de risco leve e ordinário.

A norma nunca estabeleceu formalmente a autorização desses sprinklers em ocupações de risco leve e ordinário, porque eram associados em geral à proteção de armazéns. Esta falta de clareza gerou debates sobre o caráter, proposital ou não, da omissão de uma autorização formal desses dispositivos para ocupações de riscos leve e ordinário. Esse problema é cada vez mais freqüente à medida que os edifícios são modificados e os fiscais de segurança contra incêndio e das edificações requerem que os novos proprietários substituam os sprinklers ESFR e CMSA por sprinklers mais usualmente associados às ocupações de risco leve (isso é, K-5.6), onde o risco de ocupação é reclassificado como leve e ordinário. Os sprinklers ESFR e CMSA cumprem facilmente os requisitos de densidade para ocupa-ções de risco leve e ordinário e serão agora permitidos explicitamente para proteger essas áreas.

MATT KLAUS é engenheiro de proteção contra

incêndio sênior e pessoa de contato para as NFPA

13, 13R e 13D.

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Passos deGigante

Duas normas relativas aos serviços de combate a incêndio integram impor-tantes mudanças visando questões de segurança e saúde no trabalho para os bombeirospor KENDALL HOLLAND

ILUSTRAÇÃO: ROB DUNLAVEY

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— . ATUALIZAÇÃO DE CÓDIGOS . —NFPA 1500 + 1582

dos bombeiros. Em alguns casos os bombeiros lideraram a mudança, noutros a norma liderou a mudança. A modificação de dois aspetos muito diferentes da norma ilustra a direção que está tomando.

A primeira mudança significativa está relacionada com programas para o estresse em incidentes críticos, cobertos no Capítulo 12 da edição atual. Lidar com estresse em incidentes críticos – o estresse emocional, físico e psicológico causado por um incidente ou chamada particular como um incêndio fatal envolvendo crianças, uma chamada de Serviços de Emergência Médica que envolve a morte repentina de uma criança ou um incidente onde um companheiro é ferido ou morre – tem muita importância, mas é apenas um dos aspectos da questão global da saúde e bem-estar dos bombeiros. O comitê, por meio de uma mudança proposta publicamente, mudou o título do Capítulo 12 de “Programa para o Estresse em Incidentes Críticos” para “Exposição Ocupacional a Eventos Estressantes Atípicos”. A justificação dessa mudança é reconhecer e lidar com os passos ou procedimentos que podem e devem ser feitos como parte da gestão do estresse causado por um evento estressante atípico, que variam de uma pessoa a outra; o debriefing de situações de estresse em incidentes críticos (CISD, da sigla em inglês), por exemplo, é apenas um dos números passos que lidam com eventos estressantes. A mudança passa de uma “visão de 10,000 pés”, onde se realiza o CISD, a uma “visão de 100,000 pés”, onde se procedem a avaliação e a gestão da situação global de saúde e bem-estar do bombeiro, com relação a um evento estressante atípico. Pense no CISD como uma única página do capítulo da gestão dos eventos estressantes. Essa mudança ocorre tanto no título como no texto do capítulo.

AS NOVAS EDIÇÕES da NFPA 1500, Programa de Saúde e Segurança no Trabalho dos Corpos de Bombeiros e a NFPA 1582, Programa Integral de Saúde Ocupacional para os Corpos de Bombeiros incluem mudanças que representam passos a frente significativos para a saúde e o bem-estar dos bombeiros. Muitas dessas mudanças foram induzidas pelas necessidades dos utilizadores e por avanços tecnológicos, incluindo o aprimoramento do equipamento de proteção individual que permite uma proteção melhorada, a inclusão de gravadores de dados dos veículos nos caminhões dos bombeiros, aprimoramentos dos aparelhos de respiração, a qualidade superior da prostética que permite maior exposição a níveis elevados de calor, uma tecnologia melhorada para monitorar e tratar o diabete, problemas cardíacos e outros. Ambos os documentos enfrentarão certamente moções de emendas certificadas na Reunião Técnica da Associação; considerando o objetivo de algumas das mudanças propostas para os documentos, isso não é uma surpresa e faz parte da evolução natural das normas.

A NFPA 1500 é o documento geral que estabelece os requisitos de segurança relacionados com a saúde e a segurança no trabalho dos bombeiros. A primeira edição desse documento foi publicada em 1987 e, apesar de muitas coisas terem mudado desde então tanto nos serviços de combate a incêndio como nos requisitos da norma, a próxima edição incluirá mudanças importantes baseadas nas necessidades e demandas

Saúde dos bombeiros: Progressos e NecessidadesEstas são as conclusões da “Terceira ava-liação de Necessidades dos Bombeiros dos Estados Unidos,” realizada em 2010 e publi-cada em junho 2011.

• No total, 30% dos corpos de bombeiros têm um programa para manter a aptidão física e a saúde dos bombeiros, o que representa um aumento quando compa-rado com 20% em 2001 e 24% em 2005. Houve progressos notáveis nessa área, mas a maioria dos departamentos que prote-gem comunidades de menos de 10,000 habitantes – e, portanto a maioria dos cor-pos de bombeiros do país – ainda não têm esses programas.

• Quanto maior for a população protegida por um corpo de bombeiros, mais proba-bilidades haverá que esse departamento tenha um programa dedicado a aptidão física e saúde dos bombeiros.

• De acordo com a pesquisa mais recente, cerca de 682,000 bombeiros trabalhavam em departamentos sem programas para manter a aptidão física básica e a saúde dos bombeiros, o que representa uma dimi-nuição quando comparado com 792,000 em 2001 e 737,000 em 2005.

• 61% dos bombeiros trabalhavam em departamentos sem esse tipo de pro-gramas, de acordo com a pesquisa mais recente, o que representa uma diminuição quando comparado com 73% em 2001 e 67% em 2005.

• Dois terços dos corpos de bombeiros (68%) indicavam que tinham um pro-grama para o controle das doenças infecciosas, o que representa um aumento comparado com 64% em 2001 e 65% em 2005. Mais de 95% dos corpos de bombeiros protegendo pelo menos 25,000 pessoas têm esse tipo de programas. Mesmo para as comu-nidades menores (menos de 2,500 pessoas protegidas), 54% dos depar-tamentos afirmavam ter esse tipo de programas.

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na próxima edição da NFPA 1582, que inclui três áreas onde ocorreram revisões importantes: amputados e substituição de articulações, diabete e questões endócrino-metabólicas e gravidez. Enquanto cada assunto poderia produzir discussões suficientes para uma tese de mestrado, é importante entender porque essas mudanças propostas são significativas e como alinham o documento e seus requisitos com os atuais pensamentos, aplicações e tecnologias médicas.

No caso dos amputados e da substituição de articulações, o comitê reconhece que as tecnologias do passado podem ter tornado impossível considerar certas pessoas como candidatos a bombeiros ou até que atuais membros dos bombeiros talvez não sejam capazes de desempenhar suas tarefas em forma segura. Contudo, isso já não é assim. Devido ao progresso rápido da tecnologia, como as próteses que têm um limite de resistência ao calor mais elevado e o aprimoramento de algumas articulações de substituição, o comitê percebeu que já era hora de avaliar novamente os requisitos da norma. As discussões do comitê centraram-se em volta de uma questão principal que era essencialmente: “Se os militares permitem certas próteses em combate, porque os bombeiros não podem fazer a mesma coisa?” O comitê reconhece que, com a

do comitê concordam que a atual formulação é vaga e não é usual entre os bombeiros ou outras agências de segurança pública. A idéia aqui é que “MAYDAY” é um termo usual para identificar e declarar situações de emergência - em particular com a aprovação do D-block, essa porção do espetro de radiofreqüência que será dedicada apenas aos oficiais da segurança pública – haverá menos confusão quando alguém declarar “MAYDAY”, em lugar de “emergency traffic”.

Considerando os avanços da medicinaEnquanto a NFPA 1500 tem por objetivo servir de documento geral sobre saúde e segurança no trabalho dos corpos de bombeiros, a NFPA 1582 é a norma que contém os requisitos médicos que devem ser cumpridos pelo candidato a membro de um corpo de bombeiros, assim

como as avaliações específicas das condições de saúde das pessoas que já fazem parte de um corpo de bombeiros. O Capítulo 6 contém os requisitos médicos e as avaliações para os candidatos a bombeiros e o Capítulo 9 contém os requisitos médicos para os membros dos corpos de bombeiros que passam seus controles médicos anuais. De todos os documentos sobre segurança e saúde no trabalho dos bombeiros, a NFPA 1582 parece ser o que atrai mais atenção, principalmente porque a norma contém requisitos

que podem ser, de certa forma, polêmicos, dependendo da perspetiva de cada um.

Não parece provável que isso mude

A segunda mudança importante diz respeito à inclusão de um requisito sobre a utilização da palavra “MAYDAY” quando um bombeiro está em perigo ou sujeito a condições de emergência. Na atual formulação da norma um bombeiro deve declarar “emergency traffic”, o que significa que ele transmite uma comunicação de emergência que tem prioridade sobre todas as comunicações de rádio em curso. A norma também diz que o bombeiro deve utilizar texto claro, ou seja, uma linguagem objetiva, nas comunicações de rádio, ao notificar uma emergência ao comandante dos bombeiros e deve também transmitir a mensagem “all clear, resume rádio traffic”,

quando considera que já não está sujeito a condições de emergência.

Contudo, os membros

— . ATUALIZAÇÃO DE CÓDIGOS . —NFPA 1500 + 1582

FOTOGRAFIA: AP/WIDE WORLD

A PERGUNTA ERA, 'SI O EXÉRCITO PER-MITE QUE CERTOS PROTÉTICOS SEJAM UTILIZADOS EM COMBATE, POR QUE NÃO PODEM OS BOM-BEIROS?'

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para chegar a uma decisão sobre as tarefas que a bombeira é capaz de desempenhar, uma decisão baseada no conhecimento que todas as partes têm dos riscos potenciais que esses deveres acarretam e em que momento os riscos excedem os benefícios de poder desempenhar o trabalho de forma segura.

Apesar das mudanças importantes das novas edições da NFPA 1500 e da NFPA 1582, ainda há muito trabalho por fazer. A meta dominante, afinal de contas, é minimizar o número de ferimentos e mortes de bombeiros, desenvolvendo, adotando e aplicando nossas normas de segurança e saúde no trabalho. Considerando o panorama em constante mudança dos serviços de combate a incêndio e os riscos que enfrentam os bombeiros a cada chamada, é essencial que os requisitos ligados à segurança e saúde no trabalho também mudem.

KENDALL HOLLAND é especialista de combate a incêndio na NFPA

comitê reduziu o período a três anos e aumentou o número de episódios a dois.

A edição atual da NFPA 1582 inclui um capítulo com requisitos para candidatas em estado de gravidez – descrita como uma condição médica de categoria B que poderia impedir o desempenho de uma pessoa num ambiente de treinamento ou de operações de emergência, representando um risco importante para a saúde ou bem-estar da própria pessoa ou de outros – mas não há informação na norma sobre bombeiras grávidas. O que o comitê tentou fazer foi estabelecer a necessidade de que a bombeira grávida e seu médico reconheçam os perigos inerentes ao combate a incêndio e os impactos que podem ter sobre a mãe e a criança por nascer. A intenção das mudanças é que a integrante do corpo de bombeiros, seu médico e a autoridade competente, como o comandante dos bombeiros, trabalhem juntos

disponibilidade de próteses e articulações de última geração, será necessária uma avaliação mais detalhada do candidato ou membro que poderia ser portador de algum desses aparelhos. Foi por causa desses avanços que o comitê mudou esses requisitos de forma significativa.

O mesmo aconteceu com o diabete e os problemas endócrino-metabólicos – o comitê teve de reconhecer de novo que as práticas do passado não são aplicáveis agora e que os requisitos existentes devem mudar para refletir os avanços da medicina e das modalidades de tratamento. A edição atual afirma que uma condição médica como o Diabete de tipo 1 exclui os candidatos a não ser que possam provar que não sofreram mais de um episódio de hipoglicemia em cinco anos. Para a próxima edição, o

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Sinais preocupantesA ampla e complexa questão dos alarmes reais é o enfoque principal das mudanças na nova edição do NFPA 72, junto com os requisitos para os testes e a manutenção dos sistemas de alarme e outros tópicos quentes.

ILUSTRAÇÃO: HARRY CAMPBELL

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seguir analisamos em maiores detalhes algumas das mudanças propostas para o NFPA 72.

Por quem os alarmes tocam. O relatório da NFPA “Alarmes Falsos de Incêndio” indica uma mudança dramática no tipo de falsos alarmes que estão ocorrendo: durante 2009, 32% eram causados por mau fun-cionamento do sistema e 45% por ativações involuntárias, com este último tipo de falsos alarmes tripli-cando desde 1990.

No ano passado, a NFPA, a Asso-ciação Internacional de Chefes de Bombeiros (IAFC, da sigla em inglês) e a U.S. Fire Administration juntaram membros dos serviços de bombeiros e representantes das empresas que projetam, fabricam, instalam e man-têm sistemas de alarmes de incêndio, na Cúpula sobre Resposta e Gestão de Alarmes. Como o demonstraram os participantes, o tempo, os recur-sos e o dinheiro gasto em res-postas a alarmes falsos suscitaram diferentes respos-tas dos corpos de bombeiros. Alguns departa-mentos requerem que empresas de monitoramento de alarmes veri-fiquem dentro de 90 segundos a ocorrência de um incidente real antes de chamar um centro de 9-1-1. Inversamente, outros departa-

mentos, lutando com quantidades exorbitantes de chamadas por alar-mes falsos, deixaram de responder a esses alarmes, sem verificar a emer-gência. Os projetistas e fabricantes também explicaram na reunião que seus sistemas respondem de forma adequada aos estímulos do ambiente – a fumaça da cozinha, por exem-plo – mesmo que o alarme em si não indique um perigo de vida. Os testes e a inspeção pouco freqüentes dos alarmes, contudo, poderiam contri-buir para a tendência.

A IAFC submeteu mais de 40 propostas para o NFPA 72 sobre um leque de temas, com a intenção de aliviar a carga da resposta aos alarmes falsos, incluindo varias mudanças relacionadas com o conceito da verificação dentro dos 90 segundos. Enquanto o comitê Técnico do NFPA 72 sobre Estações de Supervisão rejeitou as propostas de verificação, formou-se um grupo

Apesar de um declínio bem-vindo do número de incêndios em certos tipos de edifícios nos últimos 20 anos, a quantidade de alarmes falsos aumentou no mesmo período. A tendência, documentada numa pes-quisa da NFPA, preocupa bastante os bombeiros, que estão decidindo de que forma lidar com o problema dos alarmes falsos, particularmente em locais comerciais, ao mesmo tempo em que otimizam o uso de seus recursos num clima econômico difícil.

Através do seu processo de des-envolvimento dos códigos, a NFPA solicitou a ajuda dos bombeiros para desenvolver uma solução padroni-zada que lide com o problema dos alarmes falsos nos edifícios comer-ciais. Uma mudança da edição 2013 do NFPA 72®, Código Nacional de Alarme de Incêndio e Sinalização, per-mitiria a confirmação da emergência após um sinal de alarme de incêndio, antes da ida dos bombeiros ao local.

Outras mudanças da nova edição do NFPA 72 visam aspec-tos da utilização dos alarmes e dos testes dos sistemas. Os requi-sitos propostos para os testes e a manutenção dos alarmes de fumaça residenciais, por exem-plo, resultaram num Esboço de Emenda Certificada (TIA, da sigla em inglês) para resolver requisi-tos contraditórios. Além disso, o Conselho de Normas decidiu que o NFPA 72 devia manter-se dentro de seu escopo com relação aos requisitos de testes, enquanto outras propostas de mudanças consolidaram os requisitos de documentação dos sistemas de alarme num único capítulo. A

Um novo requisito em NFPA 72 permitiria a monitoração das instalações para verificar umaemergência antes de que o despachante (na foto) alerte ao departamento de bombeiros local.

FOTOGRAFIA: ROBBIE McCLAREN

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A FUNDAÇÃO DE PESQUISA PARA A PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO ESTÁ DESENVOLVENDO UMA FERRAMENTA DE GESTÃO DE RISCO QUE AUMEN-TARIA A CAPACIDADE DOS CORPOS DE BOMBEIROS PARA QUANTIFICAR OS ALARMES FALSOS EM EDIFÍCIOS COMERCIAIS E IDENTIFICAR ESTRATÉGICAS PARA LIDAR COM A QUESTÃO.

sistemas de alarme residenciais desde a edição 1996 do código.

A Fundação de Pesquisa para a Proteção Contra Incêndio está desen-volvendo uma ferramenta de gestão de risco que aumentaria a capacidade dos corpos de bombeiros para quantificar os alarmes falsos em edifícios comer-ciais e identificar estratégicas para lidar com a questão. Espera-se a conclusão do projeto até o fim deste ano.

Mais de 20 NITMAMs foram recebidas sobre as propostas e comentários relacionados com a questão dos alarmes falsos. O Número de CAMs que serão dis-cutidos na reunião técnica será provavelmente menor, já que algu-mas das NITMAMs tratam da mesma preocupação e podem ser consolida-das numa única CAM.

Resolução de conflitos. Propostas de mudanças contraditórias produzi-das por dois comitês do NFPA 72 resultaram no desenvolvimento de um TIA centrado nos requisitos de testes e manutenção para alarmes de fumaça residenciais.

A edição 2010 requer testes perió-dicos de funcionamento e testes de sensibilidade dos alarmes de fumaça em todas as ocupações, com exceção das moradias uni e bifamiliares. Os testes de funcionamento (teste da entrada de fumaça) garantem que a entrada de fumaça na câmara do sen-sor cause uma resposta de alarme. Os testes de sensibilidade dos alarmes de fumaça envolvem em geral a intro-dução de uma quantidade medida de fumaça para verificar o nível no qual o alarme dispara, embora algumas unidades incluam um dispositivo para teste integrado. Outra provisão exis-tente do código requer a substituição de alarmes de fumaça em residências uni e bifamiliares cada 10 anos.

As mudanças propostas para esses requisitos sobre testes e manutenção dos alarmes de fumaça foram pro-cessadas por dois diferentes comitês técnicos do NFPA 72 e envolvem a proposta de eliminação dos requisi-tos sobre os testes de sensibilidade dos alarmes de fumaça e a expan-são do requisito para substituir os alarmes de fumaça cada 10 anos em todas as aplicações, não apenas em residências uni e bifamiliares. Os dois comitês tomaram posições contraditórias sobre essas propostas de mudanças, situação que requereu uma intervenção do comitê Técnico de Coordenação do NFPA 72 (TCC) para resolver a maioria dos conflitos.

O TCC decidiu que a responsa-bilidade dos requisitos dos testes e manutenção dos alarmes de fumaça deveria ficar com apenas um comitê – o Comitê sobre Alarmes com estações Simples e Múltiplas e Sistemas de Alarme de Incêndio Residenciais. O TCC também criou um grupo de trabalho para produzir um TIA para polir a redação da próxima edição do código. O TIA, que mantém os requisitos de subs-tituição dos alarmes da edição 2010 – especificamente a substituição de alarmes de fumaça cada 10 anos para residências uni e bifamiliares - e não afeta a mudança proposta de elimi-nar os requisitos para os testes de sensibilidade dos alarmes de fumaça, será processado junto com a edição 2013 do NFPA 72.

Ficar conectados? O Conselho de Normas da NFPA lidou com uma preocupação sobre requisitos para os testes dos sistemas interconec-tados com os sistemas de alarme de incêndio e de que forma o NFPA 72 deveria abordar esses requisitos. Alguns sistemas são cobertos por

de trabalho especial constituído por membros do IAFC e membros do comitê do NFPA 72 para produzir comentários públicos que serão sub-metidos à reunião do Relatório sobre Comentários. “O resultado direto foi que a IAFC saiu da reunião com uma melhor compreensão do processo de desenvolvimento de normas da NFPA e como eles podem se envol-ver neste processo”, diz Ken Willette, diretor de divisão da NFPA para Pro-teção Pública contra Incêndio.

Um comentário específico foi desenvolvido para o Capítulo sobre Estações de Supervisão dos Sistemas de Alarme de Incêndio que autoriza essas instalações de monitoramento a verificar a existência da emergên-cia antes de enviar os bombeiros no local. A provisão só é aplicável se o corpo de bombeiros local decidir adotá-la e sua aplicação deve respon-der a certas condições, por exemplo, que o processo de verificação não pode retardar por mais de 90 segun-dos a retransmissão ao corpo de bombeiros de um alarme verificado. “Outra condição é que, ao receber um alarme, a estação de supervisão deve chamar os bombeiros para informá-los que houve um alarme e que estão verificando a situação,” diz Lee Richardson, contato para o NFPA 72. “A intenção é alertar os corpos de bombeiros.”

A nova provisão aplicar-se-ia normalmente a qualquer ocupação onde um sistema de alarme de incêndio comercial envie sinais de alarme a uma estação de supervisão. O conceito é parecido com uma provisão existente no capítulo sobre Alarmes com Estações Simples e Múltiplas e Sistemas de Alarme de Incêndio Residenciais, que permitiu a verificação do sinal de alarme para

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edição 2013 omitiram a utilização de uma segunda linha telefônica como um dos meios auxiliares de transmissão desses sistemas. A utilização de outros métodos de comunicação está tomando mais importância, em parte porque as companhias telefônicas estão deixando a instalação de linhas

telefônicas tradicionais. A insta-lação de uma tecnologia diferente para o canal secundário propor-ciona diversidade e acrescenta confiabilidade.

FRED DURSO, JR., é redator perman-ente do NFPA Journal.

outros códigos e normas e incluem componentes envolvidos na imple-mentação de funções de controle de emergência como a chamada e blo-queio dos elevadores, o fechamento dos dampers corta fogo e fumaça e o controle ou paralisação dos ven-tiladores.

Um grupo de trabalho cons-tituído por membros do comitê da NFPA debateu essa questão na Conferência sobre Inspeção, Testes e Manutenção em 2010 e desenvol-veu um relatório de recomendações para o Conselho de Normas, que por sua vez emitiu uma diretiva restringindo os requisitos de testes do NFPA 72 apenas aos alarmes de incêndio e sistemas de sinalização. O Conselho também instruiu os comitês técnicos do código no sentido de rejeitarem as propostas previamente aceitas para a edição 2013 que lidam com os testes de sis-temas interconectados, já que esses requisitos se enquadram claramente na área de competência da NFPA 4, Testes Integrados para os Sistemas de Proteção contra Incêndio, atualmente em preparação. A NFPA 4 cobrirá os testes dos sistemas interconecta-dos, incluindo testes das interfaces, testes integrados e testes completos.

Transmissão aceitável. Transmitir um alarme de uma estrutura protegida a uma estação de supervisão envolve a utilização daquilo que se menciona no NFPA 72 como certos “meios de comu-nicação”. A edição 2010 lida com três categorias de métodos de comunicação: tecnologias baseadas no desempenho, comunicadores aplicáveis ao protocolo internet (IP) e comunicadores digitais celula-res; sistemas de rádio; sistemas de comunicação de alarmes digitais, que tem sido o método predomi-nante de transmissão de sinais e envolve a utilização de linhas telefô-nicas como canal primário e outra linha telefônica ou outros meios de transmissão como canal secundário.

As mudanças propostas para a

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Embora já esteja em vigor, pode não ter sido ado-tada localmente. Em muitas jurisdições o processo de adoção é bastante lento e poderá passar algum tempo antes que a edição 2012 seja adotada. Já que a forma de administrar os cuidados de saúde evoluiu e os procedimentos de rotina são agora realizados em clínicas ou consultórios médicos, seria prudente que as autoridades competentes permitam a utilização da edição 2012 do NFPA 99 em lugar de aplicar uma versão superada com requisitos obsoletos. Isso faz sentido até para os hospitais maiores, por causa da nova abordagem lógica de avaliação de risco introduzida na nova edição do código. A edição 2012 do NFPA 99 atu-aliza os capítulos sobre sistemas partindo de uma nova abordagem da proteção contra incêndio baseada no risco, fornece um novo requisito para extintores portáteis e introduz uma nova definição para a defesa no local (defend-in-place). O NFPA 99, Código dos Estabelecimentos de Cuidados de Saúde, edi-ção 2012, adequa-se bem às instalações modernas de cuidados de saúde.

Abordagem baseada no riscoTradicionalmente, os cuidados de saúde eram pres-tados principalmente nos hospitais. Na atualidade, muitos desses procedimentos médicos realizam-se em clínicas ambulatoriais ou até nos consultórios médicos. A nova abordagem baseada no risco, introduzida na edição 2012 do NFPA 99, tem por objetivo lidar com o risco para os pacientes ou os profissionais da saúde e dá mais margem de mano-bra considerando os riscos. Essa nova abordagem requer uma análise dos sistemas construtivos e do equipamento do edifício tomando em conta o risco para o paciente. A edição 2012 do NFPA 99 reconhece que o risco para o paciente é inerente ao procedimento médico e não depende do local onde se realiza, seja hospital ou consultório médico.

A abordagem baseada no risco faz sentido para qualquer hospital, clínica médica ou consultório médico onde se realizam procedimentos ou são prestados serviços médicos.

Um novo capítulo, intitulado “Princípios bási-cos”, exige uma análise ou avaliação de risco dos sistemas do edifício com base nos pontos críticos para categorizar os sistemas das instalações. Em geral, a avaliação de risco faz parte do programa de gestão de risco do estabelecimento e toma como base a identificação do risco, a gravidade das conseqüências e a probabilidade que essas conse-qüências ocorram. A probabilidade e a gravidade das conseqüências ajudarão os administradores do estabelecimento a determinar em que categorias se enquadram os sistemas das instalações. Aplicando o novo NFPA 99, o utilizador do código deve começar pelo novo capítulo sobre princípios bási-cos (Capítulo 4) e determinar o grau de criticidade dos sistemas e equipamentos do edifício, antes de aplicar os capítulos sobre sistemas e equipamentos (capítulos 5-11). As categorias são também uti-lizadas de certa forma no Capítulo 12, gestão da emergência.

Categorias dos sistemas dos edifíciosDo ponto de vista da disponibilidade e da confiabi-lidade, a criticidade dos sistemas e do equipamento é categorizada da seguinte forma:

Categoria 1: Os sistemas devem funcionar e estar permanentemente disponíveis A falha do equipamento poderia causar ferimentos graves ou morte de pacientes ou pro-fissionais da saúde;

Categoria 2: É permitido um curto tempo de paralização dos sistemasOs sistemas devem ter um alto nível de confia-

Quais as novidades na edição 2012 do NFPA 99, Código dos Estabelecimentos de Cuidados de Saúde? por Mark Conroy

A edição 2012 do NFPA 99, Código dos Estabelecimentos de Cuidados de Saúde, foi publicada o ano passado pela NFPA e entrou em vigor em 31 de agosto de 2011.

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bilidade, mas permite-se uma breve paralização porque a inatividade dos equipamentos apenas causaria danos menores aos pacientes ou aos profissionais da saúde;

Categoria 3: É permitida a falha do equipa-mento não crítico O equipamento não crítico para o suporte a vida e o equipamento que não teria um impacto direto sobre o cuidado do paciente podem falhar. Esse equipamento não crítico pode falhar porque é pouco provável que a ocorrência cause danos aos pacientes ou aos profissionais da saúde;

Categoria 4: A falha de qualquer um dos sis-temas do edifício não tem impacto sobre o cuidado do paciente.Os sistemas limitados existentes nessas ins-

talações não são críticos para os cuidados do paciente e a falha de qualquer um dos sistemas do edifício não tem impacto sobre os cuidados do paciente.

Do ponto de vista dos cuidados do paciente, os sistemas das instalações são classificados de acordo com categorias de 1 a 4, onde a falha do equipa-mento teria provavelmente o seguinte impacto:

Categoria 1: Causa lesões graves ou a morte dos pacientes ou profissionais da saúde;

Categoria 2: Causa lesões sem gravidade aos pacientes ou profissionais da saúde;

Categoria 3: Não é provável que cause lesões aos pacientes ou profissionais da saúde, mas

Tabela-resumoCategoria Confiabilidade Impacto da falha Exemplo do Sistema/Equipamento do sistema

Categoria 1

Categoria 2

Categoria 3

Categoria 4

Deve funcionar todo o tempo

Breve interrupção permitida

Não críticos podem falhar

A falha não tem impacto

Lesões graves ou morte

Lesões sem gravidade

Lesões improváveis

Não há impacto ou lesões

Gabinete do cirurgião

Clinica ambulatória

Gabinete odontológico

Consultório médico

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pode causar mal-estar aos pacientes;

Categoria 4: Não tem impacto sobre os cui-dados do paciente.

A seguir alguns exem-plos das categorias:

Categoria 1: Gabinete de cirurgia recons-trutiva com anestesia geral

Categoria 2: Insta-lações ambulatórias com um local para sedação consciente

Categoria 3: Consul-tório odontológico sem anestesia geral

Categoria 4: Consul-tório médico típico

A avaliação da criticidade aplica-se aos siste-mas e aos equipamentos tratados nos Capítulos 5 até 11. As quatro categorias de sistemas se aplicam aos sistemas e ao equipamento abordado nesses capítulos. Em alguns desses capítulos menciona-se de que forma as catego-rias se aplicam ao capítulo.

Os capítulos 12 até 15 cobrem a gestão de emergências, da segurança, as câmaras hiper-báricas e aspetos da proteção contra incêndios, respectivamente. Já que não lidam com os sis-temas e equipamento dos edifícios como os capítulos 5 até 11, não estão ligados às quatro novas categorias dos sistemas e equipamentos, embora o Capítulo 12 contenha requisitos míni-mos que pertencem às categorias definidas no Capítulo 4.

Extintores de Incêndio PortáteisO capítulo 15, Aspetos da Proteção contra Incêndio, traz uma abordagem interessante dos requisitos mínimos para a proteção con-tra incêndio. O primeiro parágrafo afirma que “Este capítulo se aplicará a todas as instalações de cuidados de saúde novas e existentes, como especificado na Seção 1.3”. Muitos dos parágra-fos contêm advertências como “a não ser que essas instalações sejam instalações existentes aprovadas, que serão autorizadas a permanecer em serviço” ou no caso de sistemas de hidrantes “Quando fornecidos, os sistemas de hidrantes e mangueiras cumprirão os requisitos da NFPA 14, Norma para a Instalação de Sistemas de Hidrantes e Mangueiras”. Isso significa que esses sistemas não são obrigatórios, mas quando forem insta-lados devem seguir a NFPA 14. Com relação aos

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extintores de incêndio, o novo parágrafo 15.9.1 afirma simplesmente que “Os extintores de incêndio portáteis serão selecionados, instala-dos, inspecionados e mantidos de acordo com a NFPA 10, Norma para Extintores Portáteis.”.

Analisando os relatórios da revisão 2012, o Relatório sobre Propostas (ROP, da sigla em inglês), não revela quase nada a respeito do contexto ou da fundamentação do Capítulo 15, Aspetos da Proteção contra Incêndios. A proposta contida no Capítulo 15 foi subme-tida pelo Comitê dos Princípios (Fundamentals Committee) que é também responsável pelas novas Categorias do Capítulo 4. A justificativa afirma que “o NFPA 99 está sendo modificado para introduzir níveis de proteção baseados no risco.” Também contém uma lista de alguns tópicos cobertos pelo Capítulo 15, mas oferece poucos argumentos no que diz respeito à funda-mentação.

O segundo documento, o Relatório sobre Comentários (ROC, da sigla em inglês), indica que o comitê analisou especificamente o parágrafo 15.9.1, que trata dos extintores. Na formulação do ROP não aparecia a palavra “sele-cionado”. Essa palavra foi acrescentada pelo comentário 99-338 submetido pelo Southern Regional Fire Code Development Committee (representantes dos serviços de bombeiros). A justificativa afirma:

“A palavra “selecionado” parecia ter sido omi-tida involuntariamente da provisão. O processo de seleção é o primeiro passo mais crítico na utilização da NFPA 10. Isso é particularmente relevante para os estabelecimentos de cuidados de saúde, que muitas vezes apresentam riscos de incêndios mais variados e complexos do que outras ocupações.”

O comitê parece ter ponderado bastante a inclusão desse requisito, já que ambos os rela-tórios contêm informações sobre o requisito (introduzido no ROP e revisto e atualizado no ROC).

A primeira frase do material de anexo A.15.9.1 enfatiza a necessidade dos extintores e estabe-lece o seguinte:

“A seleção de extintores de incêndio portáteis para os estabelecimentos de cuidados de saúde é um passo vital na preparação das instalações para lidar efetivamente com um incêndio em fase incipiente.”

Plano de proteção contra Incêndio das Insta-lações e Defesa no LocalTodos os estabelecimentos de cuidados de saúde devem desenvolver e manter um plano de proteção contra incêndio das instalações. O plano é um documento que contém informações importantes para que o pessoal das instalações perceba e utilize o equipamento de proteção contra incêndio durante uma situação de emer-gência criada por um incêndio. Um encontro com o pessoal das instalações fornecerá elemen-tos para a seleção e distribuição adequadas dos extintores, com base no conhecimento de onde e quando serão provavelmente utilizados.

A compreensão da necessidade de um plano de emergência contra incêndio para as insta-lações, da resposta a um incêndio incipiente e do conceito de defesa no local é importante para a utilização do NFPA 99. Muitas instala-ções de cuidados de saúde não são evacuadas usualmente como outros edifícios em caso de incêndio. Por isso é essencial que todas as ins-talações tenham um plano de incêndio escrito e que qualquer fogo não desejado seja controlado ou apagado na sua fase inicial.

O conceito de defesa no local envolve uma resposta operacional a uma emergência num edifício onde a ação inicial não implica a eva-cuação dos ocupantes. Isso inclui a mudança dos ocupantes de uma área de perigo imediato para uma área segura dentro do edifício e a con-tenção do fogo. Em geral, lida também com o confinamento da fumaça e do calor produzidos pelo incêndio, requerendo o fechamento das

“A seleção de extintores de incêndio portáteis para os estabelecimentos de cuidados de saúde é um passo vital na preparação das instalações para lidar efetivamente com um incêndio em fase incipiente.”

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LISTA DE ANUNCIANTES

Segunda capa UNDERWRITERS’ LABORATORIES (UL)

Terceira capa FISP

Quarta capa XTRALIS

Página - 2 CADASTRO NFPA

Página - 7 HOCHIKI

Página - 35 FIKE

Página - 39 ANVIL

portas, o que também isola a zona do incêndio. O plano de emergência contra incêndio do edi-fício deverá dizer onde e quando os extintores portáteis podem ser utilizados e como utilizá--los durante uma resposta operacional de defesa no local.

Já que não haverá uma evacuação automá-tica do local, é muito importante que o pessoal entenda que a utilização de extintores portáteis siga o plano de proteção contra incêndio do edifício. Onde se utilizam extintores, a notifi-cação dos ocupantes deve também ser feita de acordo com o plano de proteção contra incên-dio das instalações. Os estabelecimentos que aplicam uma resposta operacional de defesa no local empreenderão uma evacuação completa das instalações somente em último recurso.

Adoção do NFPA 99, 2012Em muitas jurisdições o processo de adoção é muito lento e pode passar algum tempo antes que a edição 2012 do NFPA 99, Código para Os Estabelecimentos de Cuidados de Saúde, seja ado-tada. É sempre bom antecipar-se em relação ao processo de adoção e estudar e entender as pro-visões das últimas versões dos códigos e normas da NFPA. Perceber as novas categorias de sis-temas e os requisitos mínimos mais recentes de proteção contra incêndio contidos no novo Capítulo 15 proporcionar-lhes-á conhecimentos sobre a forma de proteger os estabelecimentos de cuidados de saúde modernos.

Visto que muitos procedimentos médi-cos que antes eram realizados somente em hospitais são agora praticados em clinicas ambulatoriais, consultórios médicos e instala-ções nunca pensadas 10 ou 15 anos atrás, tem

lógica recomendar que se considere a edição 2012 do NFPA 99. Como o reconheceram os comitês técnicos responsáveis pela revisão do NFPA 99, as instalações já existem. Faz muito sentido que a comunidade de proteção contra incêndio não espere o processo de adoção do código para reconhecer os riscos e propor-cionar soluções razoáveis para minimizar os riscos para os pacientes e os profissionais da saúde.

ConclusõesA nova edição 2012 do NFPA 99 deveria ser de particular interesse para todos os prove-dores de cuidados de saúde e as autoridades competentes porque as instalações que ofe-recem esses cuidados já evoluíram. A norma atualizada introduz uma nova abordagem baseada no risco que impõe a análise dos siste-mas do edifício e do equipamento em relação ao risco para o paciente e o profissional da saúde. A NFPA reconhece agora que o risco para o paciente não depende do fato que o procedimento seja realizado num hospital ou num consultório medico. A nova aborda-gem baseada no risco na NFPA 99 faz sentido para qualquer hospital, clínica ou consultório medico onde se realizam procedimentos médi-cos e são prestados serviços médicos. Só o NFPA 99, Código para Estabelecimentos de Cuidados de Saúde, está à altura das instalações modernas de cuidados de saúde.

MARK CONROY, é engenheiro em Brooks Equi-pment Company e membro principal no Comitê de Extintores Portáteis da NFPA

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