Jornal Pinzio DIA20 - Nº 8

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Jornal de Pinzio DIA20 - Nº 8 Edição de Agosto de 2015 - da Associação dos Amigos de Pínzio

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JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO

Jornal Nº8 – Agosto 2015

Agradecemos desde já todos os colaboradores permanentes e às pessoas que já quiseram dar o seu contributo. É certo, que o jornal DIA20, só será uma realidade, se houver pessoas que quiserem partilhar connosco as suas vivências, crónicas, fotos ou mesmo pequenas histórias reais ou não. Por isso ficamos agradecidos a todos que quiserem participar. Basta, para isso, enviarem os vossos textos para o seguinte e-mail: [email protected] ASSEMBLEIA GERAL Madalena Cabral Sócia nº111 – Presidente Joaquim Gonçalves Sócio nº1 – Vice-Presidente Jorge Monteiro Sócio nº10 – Secretário Joaquim Santos Sócio nº24 – Suplente José Almeida Sócio nº23 – Suplente Victor Pina Sócio nº41 - Suplente CONSELHO FISCAL Luís Gonçalves Sócio nº15 – Presidente Lurdes Monteiro Sócia nº35 – Relator Luís Cabral Sócio nº33 – Secretário Anabela Fortunato Sócia nº22 – Suplente Manuel Pires Sócio nº10 – Suplente Abel Lopes Sócio nº69 - Suplente DIREÇÃO Jorge Pires Sócio nº4 – Presidente Lisete Cardoso Sócia nº36 – Vice-Presidente Celestino Vilar Sócio nº11 – Tesoureiro Márcia Parada Sócia nº56 – Secretária Luís Marques Sócio nº67 – Vogal Ricardo Martins Sócio nº168 – Suplente Dina Lopes Sócia nº157 - Suplente Elisabete Teixeira Sócia nº57 – Suplente Carlos Monteiro Sócio nº2 - Suplente Ernesto Gonçalves Sócio nº62 – Suplente CONTACTOS ÚTEIS Número Nacional Socorro……………….……..….112 Junta Freguesia de Pínzio……………...271 947111 Posto Público de Pínzio……….……..…271 947131 GNR Pínzio ……………………………..…….271 947183 Farmácia Modena Pínzio……………..…271947257 Táxis de Pínzio…………………..………..…271947182 Pároco de Pínzio …………………….……..964636480 Correios de Pínzio …………….…….….…271 947111 Centro Saúde Pínzio………….…………. 271 947220 Credito Agrícola……………….………..….271 947850 Centro P. M Fátima (Lar)………….……271 940010 Centro de Saúde de Pinhel ……………271 413413 Câmara Municipal de Pinhel ……..….271 410000 Repartição de Finanças Pinhel…….…271 412281 Bombeiros de Pinhel …...……………….271 412211 EDP Guarda ………………………………….271 004400 ULS – Hospital Sousa Martins ……….271 200200 C.R. Seg. Social…………………….………..271 232600 PT Telecom ………………..………………..271 208300

MENSAGEM DO PRESIDENTE Alguém me pode dar uma ajuda! Estou para aqui a tentar saber qual o numero deste Jornal, mas como já são tantos…..Alguém me diz lá do fundo que este é o oitavo. Sim, já são oito edições do Jornal DIA20. Este Jornal enche de orgulho esta Associação, todos os que cá escrevem e os que trabalham para que seja uma realidade. Levar o nome de Pínzio bem longe e de forma tão

contundente é razão para todos estarmos muito orgulhosos da nossa terra e das nossas gentes. E aproveitando a deixa de levar o nome de Pínzio bem longe, nunca é demais relembrar que, neste ponto, a Banda Filarmónica de Pínzio tem feito um trabalho notável ao longo dos muitos anos de actividade. Para mim, a nossa Banda é a grande bandeira de Pínzio. Por isso, parece-me de elementar justiça que todos nós, pessoas e instituições, apoiem e incentivem a Associação Social Cultural, Recreativa e Desportiva de Pínzio, nesta dura tarefa que é a manutenção da Banda Filarmónica e da escola de música. Falar em apoio e incentivo, também me faz lembrar as palavras entreajuda e cooperação! No passado dia 14 de Junho, as três Associações da nossa aldeia juntaram-me e ofereceram uma Sardinhada à população. Este é um evento que as Associações de Pínzio desejam consolidar e realizar anualmente. Para o ano, para além das Associações, também a comunidade religiosa será envolvida, neste que será doravante, o convívio das gentes de Pínzio em honra do nosso padroeiro Santo António. E agora pergunto: Alguém continua a não saber para que servem as Associações? Pois bem, penso que só não vê quem realmente não quer, ou como diz o ditado “O maior cego é aquele que não quer ver”. Uma última nota; A Associação dos Amigos de Pínzio continua fortemente empenhada na continuidade da nossa Universidade Sénior para o ano de 2015-2016. Para isso, contamos novamente com o apoio do Município de Pinhel que tem sido incansável nos apoios para este projecto. Para terminar, desejo a todos umas óptimas férias e sobretudo, que aproveitem os poucos dias que têm de descanso para realmente descansar! Vemo-nos novamente na nona edição deste Jornal DIA20 em Dezembro. FICHA TÉCNICA JORNAL DIA20 Diretor: Jorge Pires Coordenadora: Madalena Cabral Editores: Jorge Pires, Lisete Pina, Madalena Cabral e Daniela Tomé Sede: Associação dos Amigos de Pínzio, Rua da Pontinha, nº 26, 6400-069 Pínzio E-mail: [email protected] Facebook : www.facebook.com/pages/Associação-dos-Amigos-de-Pínzio Periodicidade: Quadrimestral Design e Paginação: Gabinete de Comunicação e Design CMP Impressão: Município de Pinhel. Tiragem: 300 Exemplares Distribuição: Gratuita

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Jornal Nº8 – Agosto 2015

ORDENAÇÃO SACERDOTAL DE FREI MIGUEL GRILO DE PAVILHÃO… A LUGAR DE CULTO Pínzio foi palco do maior acontecimento do século. A ordenação de um sacerdote. Foi com agrado que a população de Pínzio, através do pároco da aldeia Frei Fonseca, recebeu a notícia, de que a nossa Terra tinha sido escolhida para a Ordenação Sacerdotal do Frei Miguel Grilo, Ordem dos

Missionários Capuchinhos. Frei Miguel nascido a 1984 e oriundo do nosso concelho de Pinhel. É gestor de empresas mas enveredou pelo chamamento de Deus. Todos sabemos, que não é usual uma ordenação ter lugar, num local sem ser, numa Catedral. Mas como os Franciscanos estão junto do povo, são solidários com ele, partilham com eles o dia-a-dia, também foi de agrado que a sua ordenação tivesse lugar num local junto do povo e ocorresse no seu concelho. Outro motivo da localidade da escolha ser Pínzio, foi ter uma pequena comunidade de Capuchinhos, iniciada em novembro de 2014, cuja residência é a antiga casa paroquial. Neste momento conta com dois sacerdotes e um irmão frade. Nada melhor que a nossa aldeia, um nosso espaço, o pavilhão, para acolher este acontecimento. O dia escolhido foi 13 de junho, coincidência ou não, mas o dia do nosso Padroeiro – Santo António. O povo de Pínzio preparou com grande entusiasmo toda a logística para uma cerimónia nunca dantes vista na nossa localidade. Após a notícia, algumas reuniões… e logo se delinearam, ideias e projetos. Com a orientação do Padre Frei Fonseca, Frei José Luís, com os membros da Comissão Fabriqueira, as Associações e em conjunto com toda a comunidade, deitou-se mãos à obra! A primeira fase foi a transformação do Pavilhão Desportivo em lugar de culto – o altar, os adornos, arranjos florais, as fotos de momentos inesquecíveis de Frei Miguel … até uma bonita passadeira com pétalas de flores, magnificamente bela, assinalava o caminho a seguir até ao lugar da celebração que estava também magnificamente bem adornado!

A seguir foi a vez dos preparativos que diziam respeito ao almoço, mais propriamente as sobremesas… O típico arroz doce e filhós, pudins, semifrios, bolos, gelados e a deliciosa salada de fruta além de fruta ao natural … uma coisa nunca vista!… Tudo isto, confecionado pelas pessoas de Pínzio…toda a gente participou sem se negar a esforços! O prato principal foi o delicioso arroz de pato oferecido pelos pais da pessoa protagonista deste evento – Frei Miguel, e confecionado por um

Restaurante de Pinhel. Muita gente se esperava, e para que nada faltasse, todos, homens e mulheres trabalharam afincadamente.

E podemos dizer que havia dias que a tarefa se iniciava às seis horas da manhã e só terminava pela noite dentro… Chegado o dia, estava tudo como planeado, desde os simples pormenores até ao imponente altar e ao tapete de flores! O pavilhão foi pequeno para receber tantos convidados, tantos sacerdotes, tantos missionários e tantas pessoas que quiseram juntar-se. O parque estava repleto de automóveis e autocarros. A missa teve lugar às 11 horas presidida pelo senhor D. Manuel Felício, bispo da Guarda e concelebrada por mais de 30 sacerdotes. Assistiram cerca de oito centenas de pessoas. No final, o novo sacerdote Frei Miguel, pediu a oração de todos, para que ele possa ser fiel até ao final da nova missão que Deus lhe tinha acabado de dar. E, visivelmente emocionado agradeceu a todos os que se esforçaram para que a celebração fosse possível, e acrescentou “estais todos de parabéns pelo excelente trabalho… aqui se vê, como a generosidade e a doação é capaz de grandes feitos!”. No final da cerimónia teve lugar o almoço, para todos os presentes, no mesmo pavilhão. Uma coisa nunca vista! Tudo como planeado… nada falhou! Tudo estava encantado com o serviço, organização e empenho de todos. A população está de parabéns pois todos colaboraram, mesmo que para isso tivesse havido sacrifícios!

Em nome da Comissão Fabriqueira, um agradecimento a todos que, diretamente ou indiretamente participaram, de maneira a tornar este evento possível! Para o novo sacerdote Frei Miguel e para toda a comunidade de franciscanos, a população de Pínzio, deseja as maiores felicidades, esperando que esta comunidade ajude a despertar e a cultivar o espírito comunitário, solidário, de partilha e ajude a viver o amor de Deus.

Madalena Cabral

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Jornal Nº8 – Agosto 2015

UMA “TASCA” … COM HISTÓRIA Era uma vez uma pequena casa de pedra, pertencente à senhora Ana Dias Casalta. Situava junto de uma das estradas mais relevantes de Portugal, num tempo a que chamo de “antigamente” - a Estrada Nacional 16, mais precisamente na freguesia de Pínzio. Por ela, se ia “para o estrangeiro”

e por ela, se voltava. Um percurso que muitos tão bem conheciam! Essa casinha cedo se tornou num ponto de referência para muitos, que por lá passavam…fosse para beber, petiscar, descansar ou simplesmente trocar dois dedos de conversa. Nos idos anos 50, a casa de pedra era arrendada pelo Sr. Nova Lisboa e sua esposa, a D. Rosairinha, e servia de habitação, taberna e mercearia. Contudo, o casal decidiu migrar para uma zona mais desenvolvida – diz-se que, para Coimbra. Assim, nos primeiros meses de 1961, o Sr. Manuel Jorge (meu avô materno), a Sra. Antónia (sua esposa) e os quatro filhos, Maria, José, Joaquina e a Helena, mudaram-se para a casa de pedra, adquirindo o negócio já então existente. Apesar do estabelecimento se manter sem nome (coisas de outros tempos) depressa ficou conhecida como “a taberna do Pé-leve”. Pé-leve, pois ele estava sempre a correr. E como nunca se importou com tal epíteto, assim ficou. Na taberna do Pé-leve jogavam-se cartas no curral, assavam-se e/ou vendiam-se borregos, para comer no local ou para levar para fora, entre outras coisas. Era o meu avô quem matava e armazenava os borregos numa espécie de armário que ainda hoje existe na casa de pedra. Em abril do ano 1961, pouco depois da família Jorge se mudar, e em janeiro de 1967, a casa de pedra foi palco do nascimento das duas últimas filhas do casal – a Cidália e a Paula, respetivamente. Eram tempos diferentes, em que não havia hospitais e muitos outros serviços na região, pelo que era prática comum ter os filhos nas suas habitações, com a ajuda de uma “parteira” que vivesse ou estivesse por perto. No ano 1962 algo mudou drasticamente, quer na casinha de pedra, quer no resto da aldeia de Pínzio. Chegara a eletricidade, e com ela a lâmpada, o frigorífico e a televisão. Apesar dessa alteração, a pequena casa permanecia dividida em 3 partes: taberna, mercearia e habitação. A parte habitacional tinha uma cozinha, uma despensa, uma sala e dois quartos (um para os pais, outro para os filhos). O quarto dos filhos era dividido com uma parede de contraplacado onde, numa das partes dormiam as cinco raparigas (em duas camas, imagine-se!), e na outra dormia o único rapaz, o José, mais conhecido por Zé. Outra grande mudança que se deu na casinha foi o aparecimento do posto público, há pouco mais de 40 anos.

O telefone, que poucos tinham na altura, facilitava as comunicações e “encurtava” a distância entre os familiares e amigos que estavam longe, quer fosse dentro do país como no estrangeiro. Em 1980 a Srª Antónia (minha avó) adoeceu gravemente e ficou impossibilitada de trabalhar. Não tendo alternativa, pensou-se no trespasse do negócio, e consequentemente, sair da casa de pedra. Entretanto, convidou o seu filho Zé, que na altura já estava na Suíça. Porém ele recusou e adiantou que a pessoa indicada para esse cargo era a sua irmã Joaquina (a minha mãe), uma vez que passara tantos verões a trabalhar “atrás do balcão”. E assim foi. Nesse ano a “taberna do Pé-leve” vira “a Tasca”, após minha mãe ter adquirido o trespasse. Nessa altura, a minha mãe optou por fazer algumas alterações na casa de pedra, nomeadamente a inserção de uma casa de banho, que até à data não existia, e a transformação da parte da mercearia em taberna. Os dias de verão eram os mais movimentados e alegres da casa. Os emigrantes regressavam e reuniam-se com amigos e familiares, brindando, jogando cartas ou jogos de tabuleiro, degustando alguns petiscos e contando as suas aventuras ou histórias! Certo dia, no verão de 1993, apareceu o comandante de Posto, na tasca da Joaquina pedindo a licença. Constatando que se tratava de uma licença de taberna, frisou que a casa teria de encerrar às 22h. Ora tal restrição não era benéfica, uma vez que havia sempre gente até à meia-noite. Desta forma, alterou-se a licença e a taberna vira cervejaria. Com isso, construíram-se duas casas de banho anexas à casa de pedra, e conseguiu-se uma área muito mais ampla para cervejaria, constituída pelas áreas correspondentes à taberna, ao quarto dos filhos e à sala. Ainda hoje a casa de pedra apresenta as mesmas caraterísticas, embora com mais condições para clientes exigentes… E é conhecida por “Tasca da Joaquina”. Para uma bebida refrescante, um gelado, um bom café, uns aperitivos ou petiscos, apareça sempre…nem que seja para dois dedos de conversa e de boa disposição! Muitos a visitam, e podem acreditar que são e serão sempre bem-vindos. Com amizade….

Marta I. Jorge da Fonseca

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Jornal Nº8 – Agosto 2015

À CONVERSA COM… O RELATO DE UMA HISTÓRIA DE VIDA DIA20 – Olá, boa tarde. Obrigada por ter aceitado o nosso convite. Em primeiro lugar faça-nos a sua apresentação. O meu nome é José Miguel Paixão Gonçalves, nascido em 1938, já completei 77 anos; Nascido e criado em Pínzio. DIA20 – Quando foi a 1ª vez que saiu de

Pínzio? A 1ª vez que saí de Pínzio foi para ir a Fátima em 1950, tinha 12 anos. Em Fátima ainda nada era como é agora. A capela ainda não estava assim e o recinto ainda era de terra batida. Voltei a sair novamente, para ir para a tropa, claro, como toda a gente. DIA20 – Conte-nos um pouco da sua história. Ah! Já lá vai muito tempo … Fiz a minha recruta em Viseu. Quando estava a meio da recruta sofri um acidente numa perna e tive que ser hospitalizado. E assim sendo, já não se pode fazer o juramento de bandeiras. Ou seja, não completei a recruta e por isso, no ano seguinte lá fui eu, outra vez. Tive que repetir novamente a recruta em 1960. E em fevereiro de 1961 rebenta a Guerra em Angola. A minha especialidade era atirador e, atirador especial, e como seria de esperar, fui mobilizado; Parti em 3 de julho de 1961, com o coração apertadinho. Estava quase completada a recruta. Na altura tinha apenas 17 meses e eu terminava-a aos 18. DIA20 – De Pínzio, houve mais alguém que tenha embarcado consigo? Não… fui sozinho. Só mais tarde é que encontrei por lá o Joaquim Pereira dos Santos (irmão do Elias), e o pobre rapaz acabou por lá falecer. Não presenciei a sua morte, pois ele não fazia parte do meu pelotão, mas tinha estado com ele uns dias antes. Mais tarde soube que tinha rebentado uma mina, e ele seguia no camião que fez rebentar essa mesma mina, coisa que existia por todo lado. DIA20 – Quando recebeu ordem de embarque, partiu logo? Não. Quando fui mobilizado fui para Viana do Castelo, onde estive sensivelmente 1 mês, para formação. E daí arranquei para Angola. Vim a Pínzio 2 dias para fazer as despedidas, e lá parti… Cheguei a Luanda no dia 14 de Julho de 1961, foi uma viagem de navio que durou 10 dias. DIA20 – O que pensou quando chegou a Luanda? Encontrei uma das cidades mais bonitas que vi até hoje. Depois de chegarmos fomos para o mato; Mais ou menos a 30km de Luanda. Fomos guardar e proteger a barragem de “Mabubas”, onde estivemos 8 dias. Passados esses dias fomos atacados, mas como não conseguiram passar, recuaram e foram embora. Depois disso, tentaram atacar uma herdade muito grande, onde havia produção de cana-de-açúcar. Aí o resultado foi mais desastroso, houve muitos mortos e presos. Eram trabalhadores da herdade. Essas grandes herdades eram propriedades de brancos, portugueses. Daí fomos mais 8 dias para perto do rio “Lifune”; Era mais uma ponte para guardarmos e protegermos. DIA20 – E por que é que guardavam essas pontes? Porque as pontes davam acesso e passagem a diversas

localidades e herdades espalhadas pela zona. Além disso, os rebeldes rebentavam-nas e depois a nossa engenharia reconstruia uma substituta, que era preciso proteger a todo o custo. Outros batalhões, outras especialidades e outras tropas precisavam delas para avançar. Esta ponte dava acesso a “Quicabo”, onde tinha ocorrido, há pouco tempo, um ataque muito violento! Houve mais de 600 mortes e feridos eram às centenas. Quando atravessámos a ponte e avançámos foi impressionante, mas pela forma negativa; Havia corpos caídos por todo o lado e, recordo-me de ver vários soldados com as “tripas nas mãos”, cabeças partidas, todos cobertos de sangue … O cheiro era tão intenso que a 10kms de distância já o sentíamos. Foi de facto horrível! DIA20 – O que aconteceu depois deste episódio horrendo? Depois disso chegamos então a “Quicabo”, uma pequena localidade que servia de quartel, onde estivemos cerca de 15 dias. A nossa companhia tinha ido reforçar e substituir a companhia que tinha sido dizimada naquela batalha. “Quicabo” era o nosso centro de comando, para depois fazermos as patrulhas ao longo do mato e das várias fazendas que por lá existiam; Fazendas e/ou herdades pertencentes a brancos portugueses, e que eram atrativos para ataques e para a destruição. Depois de algum tempo fomos para “Nambuangongo”, onde existia um campo de aviação. Esta viagem demorou aproximadamente 3 dias, onde sofremos diversos ataques, mas felizmente não houve feridos da nossa parte. Em “Nambuangongo” estivemos só de passagem, foi mais para descansarmos. Fomos novamente guardar e proteger outra ponte, que também tinha sido destruída. Aí permanecemos cerca de 20 dias. Nesta zona o terrorismo era muito violento. A outra companhia teve que fazer limpeza de todo o mato, para lá podermos permanecer. Aí abriram buracos grandes na terra que servia de abrigo e de dormitório. Era de facto uma zona muito perigosa e, como tal, toda aquela zona era bombardeada com ponteiros, por nós, para afugentar os rebeldes. Os ataques eram efetuados 3 vezes por dia, todos os 3 dias, sem exceção. Nunca vimos nada mais, além de macacos e muitos outros animais. Mas os nossos ataques não deixavam que ninguém se aproximasse ou pensasse sequer em avançar. Estivemos aí até fins de setembro de 1961. DIA20 – E depois, qual foi o destino? A seguir fomos para “Malange”. Muito bonita!!! Nesta cidade, toda a companhia esteve 8 dias a descansar. Depois, o pelotão foi destacado para “Kacuso”, que ficava a mais ou menos 30 kms. Aí a nossa função era proteger a população, fosse ela branca ou negra. Permanecemos cerca de 6 meses, onde tudo foi calmo, e dávamo-nos bem com todos! Foi o melhor tempo que tive! DIA20 – E a partir daí, foi o regresso? Ainda não! Daí voltamos para o Norte, “Tôto”, onde também havia um campo de aviação. Estivemos nesta zona cerca de 1 ano e sofremos vários ataques, de onde resultou um morto e um ferido. Depois disso regressei a Luanda e, só depois é que aconteceu o tão desejado regresso a casa. Permanecemos em Luanda alguns dias, onde esperávamos pelo navio que nos levaria a casa. Embarquei no dia 4 de novembro de 1963 e chegamos a Lisboa no dia 14. Tudo isto se desenrolou desde julho de 1961 até novembro de 1963.

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À CONVERSA COM… DIA20 – Algum dia viu algum dos seus companheiros morrer? Não, nunca vi nenhum companheiro morrer, mas vi muitos feridos. DIA20 – Enquanto esteve em Luanda, o que fazia? Oh, nessa altura foi uma maravilha; Era só comer, beber e passear. Até a farda foi entregue! Depois comprámos roupa à civil e parecíamos uns turistas. DIA20 – Durante esse tempo encontrou alguém conhecido? Só encontrei o Joaquim Pereira dos Santos (irmão do Elias) que, infelizmente, lá faleceu num dos ataques; E quando estive em Luanda, encontrei o Ernesto Marta Rodrigues… eu estava em Luanda para regressar a casa e ele tinha acabado de chegar. DIA20 – Com que frequência tinha notícias dos seus familiares? Tinha notícias através dos “aerogramas”. Recebíamos correio mais ou menos de 8 em 8 dias, ou no máximo 15 dias. A correspondência chegava com regularidade e como estávamos perto de campos de aviação facilitava as coisas. DIA20 – Depois de regressar, viveu consigo estes momentos, cada dia, cada noite? Pois ainda hoje tenho pesadelos, mas naquela altura era todos os dias, todas as noites… foi muito difícil! Tinha pesadelos com tiros, com a fome, com a sede, com pretos, com o mato … A água que bebíamos era a da chuva, a que apanhávamos dos telhados das tendas.

Deitávamos-lhe um comprimido e só depois a podíamos beber. Bebíamos sempre com medo. E comer, só comíamos enlatados, sardinhas e atum, ou alguma carne de animais que apanhássemos no mato, búfalos, gazelas, porcos … foi um tempo muito difícil em todos os aspetos. DIA20 - Como se sentiu quando chegou a Pínzio? Nem me lembro muito bem … Lembro-me que havia muita gente à minha espera, mas não me lembro se houve ou não festa. Não importava, ESTAVA EM CASA!!!

Lisete Pina

RECEITA DA SOFIA – LULAS RECHEADAS COM ARROZ, CHOURIÇO E PRESUNTO Ingredientes: - Lulas - Arroz - Chouriço - Presunto - Azeite - Alho - Cebola - Tomate - Louro - Salsa - Sal q.b.

Preparação: Limpar e preparar as lulas cortando os tentáculos, com cuidado de modo a que o saco fica intacto. Para uma tigela, partir os tentáculos das lulas, o chouriço e o presunto em pedaços muito miudinhos e misturar um pouco de arroz. De seguida meter este preparado dentro das lulas. O saco não deverá ficar muito cheio. Depois fechar as lulas com um palito. Numa panela, deitar o azeite, com a cebola picada, o alho e deixar refogar um pouco. Deitar os restantes ingredientes (tomate, louro e salsa) e colocar as lulas. Deixar cozer bem mas em lume brando. O molho deverá ficar bem apurado. Pode servir acompanhado com batata cozida, arroz ou simplesmente com uma boa salada. BOM APETITE!

Sofia Vilar

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ASSOCIAÇÃO SOCIAL CULTURAL RECREATIVA E DESPORTIVA DE PÍNZIO Uma atividade realizada no dia 1 de agosto foi o peddy paper em Pínzio, onde contámos com a presença de muitos, para um dia diferente! Com o tema “Á descoberta da localidade”, toda a gente se pode divertir e descobriu o nosso meio local. O importante não é ganhar, mas sim participar, pois o convívio é muito saudável! No final, houve um lanche para

todos os participantes. É muito oportuno informar, que nos dias 16 e 17 de maio, a Banda Filarmónica de Pínzio deu continuidade à parceria com os grupos Coral Pedras Vivas e Coral Polifónico de Vilar Formoso. Já apresentámos em conjunto mais dois concertos polifónicos. Desta vez, foi na Igreja de São Luís em Pinhel, e em Vilar Formoso. Foi apresentado um repertório mais específico, essencialmente com obras de Jacob De Hann e Marco Frisina. Em meu nome e em nome de toda a Banda Filarmónica, quero agradecer às pessoas que aceitaram o nosso convite e assistiram aos nossos concertos. Depois de auscultadas, e foi muito o público, verificámos, com muito prazer nosso, que todas tinham ficado satisfeitas! É gratificante e muito importante para todos nós, principalmente para os músicos e seu maestro, sentir que toda a nossa atuação foi muito bem aceite! Informamos também, que estão abertas as inscrições para as aulas da Escola de Música para o ano 2015/2016.

Este ensino é gratuito. Por isso não perca tempo …inscreve-te já. A Banda Filarmónica de Pínzio tem, como vem sendo habitual um mês de agosto, uma agenda muito preenchida:

� 2 de Agosto - Sebadelhe do Douro � 7 e 8 de Agosto – Mesquitela � 9 e 10 de Agosto - Aldeia do Bispo � 13 de Agosto – Nave � 14 e 15 de Agosto - Vilar Formoso � 16 de Agosto - É na nossa aldeia de Pínzio. Iremos

abrilhantar a festa de S. Sebastião. Haverá arruada pela manhã, missa com a nossa Banda Filarmónica, e um concerto no pavilhão da aldeia. É com muito gosto que a Banda Filarmónica participa nas festividades da nossa Terra, principalmente porque este ano irá renascer a festa de S. Sebastião depois de uns tempos de interregno. Saídas e atividades para setembro e outubro há algumas já previstas, mas não confirmadas nem calendarizadas. Por isso aguardemos!

Saudações Musicais

Vítor Ferreira – Presidente da Associação Social Cultural, Recreativa e Desportiva de Pínzio

ASSOCIAÇÃO TERRAS DE SANTA BÁRBARA

Caminhada S. Joanina Logo, pelas oito a manhã já queimava. Os caminheiros iam chegando, cumprimentando e esperando pela partida. A caminhada seria longa, cerca de quinze quilómetros. Vontade e coragem já havia. A resistência haveria de se revelar. O grupo era heterogéneo. Havia homens e mulheres e as idades iam dos oito aos oitenta. Mas, todos partiram e todos chegaram. Uns mais cansados, outros nem tanto, evidentemente. Visitou-se a Senhora da Menina e a Ponte Romana. A Barragem de Vascoveiro era mesmo a meta para além do

porco no espeto que se apresentava como a primeira parte do prémio. A segunda parte seria o convívio que se estendeu até à sardinhada, fechando a atividade. A festa terminou, já noite escura. Após a caminhada virá o voo! No próximo dia vinte e sete de agosto acordaremos cedo. Viajaremos de autocarro até ao Porto onde apanharemos o avião para almoçar no Funchal. Ficaremos pela Ilha da Madeira quatro dias. Vão ser dias cheios. Quiçá cansativos mas, de certeza, agradáveis. Mas, dessa viagem, falaremos depois do regresso. Assim seguimos, apoiando e animando a nossa gente. As atividades da Associação Terras de santa Bárbara já integram a rotina das nossas vidas.

Fernando Capelo – Presidente da Direção

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BAÚ DE RECORDAÇÕES VERÃO ÉPOCA PROPÍCIA A CASAMENTOS!

Mais umas relíquias, saídas do Baú de D. Maria de Fátima Pereira e de D. Joaquina Jorge O casamento da D. Maria de Fátima Pereira e Sr. Ernesto Rodrigues em 1968

Os noivos: Maria de Fátima Pereira e Ernesto Marta Rodrigues. Alice Pires (menina das Alianças)

Alguns convidados: Manuel Afonso, Eduardo (ao colo) António Pereira Miguel, António Casalta, Laurinda Pereira, Serafim Lucas, Joaquim Lucas, José Gonçalves Lourenço, José Oliveira, Júlio Casalta, Inácia Pereira (irmã e madrinha da noiva) Joaquim Cardoso, Leopoldo Jerónimo, José Gonçalves, Leopoldo Lima Pereira, Ana Felizarda, Flávio

Bilro, Ildefonso Augusto, D. Ângela

… E o casamento da D. Joaquina Jorge e do Sr. José Dinis em 1978

Os noivos. Joaquina Jorge e José Dinis. Pedro (menino das alianças)

Alguns convidados: Messias Coelho, Conceição Dinis, Pacheco, António Mateus, Francisco Fernando, Albertina, Deolinda, Arminda Jorge, Ascensão Jorge, Ana Maria Jorge, Caroço, Jovelina, Paula Jorge, Antónia Dinis, Madalena, Lurdes Marques, Ana Maria Dinis, Manuel Jorge.

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ENVELHECER – SEMPRE JOVEM! AFETOS É o que desenvolvemos desde o momento, em que nascemos... Recebemos e retribuímos aos pais, aos amigos, aos conhecidos, com quem nos vamos cruzando. Sempre gratuitamente, sem esperar nada em troca, a não ser mais do mesmo. E que importância têm os afetos! O que seria do Ser Humano sem afetividade

no olhar, nos gestos, nas palavras, nos sonhos...Se refletirmos um pouco, percebemos que as memórias mais vincadas, nos reportam a momentos de grande afetividade. O colo dos avós, a proteção dos irmãos, as brincadeiras que partilhávamos na rua, as refeições na casa dos vizinhos, o sentimento de pertença à nossa terra, a partilha com as nossas gentes... É esta afetividade que contribui de forma muito significativa para a construção do nosso Eu. Vivemos num tempo, que costumo apelidar de “tempo das desculpas”. A desculpa de não ter tempo, de estar cheia de pressa, a desculpa do trabalho ou da falta do mesmo, a desculpa das doenças, a desculpa da crise. Gostamos de nos lamentar, de tratar as vicissitudes da vida como fatalidades... Talvez por isso sejamos o país do Fado. De facto, a melancolia e a tristeza deste estilo musical traduz bem o nosso jeito de estar na vida. Não fazemos um esforço para nos lembrarmos que todos os dias são um recomeço, uma nova oportunidade, um novo desabrochar. A verdadeira crise está na troca de afetos!

Porque, um Bom Dia, adoçado com um sorriso, uma palavra aquecida por um abraço, trazem leveza ao nosso dia e ao de quem connosco se cruza. Um gesto regado com afeto, faz florir a alma, no meio das maiores intempéries. São os afetos que formam os alicerces da vida, impercetíveis aos olhos. Lamentarmo-nos torna-se quase espontâneo, mas o importante é a estrada que temos diante de nós, e quem determina como a percorremos é da nossa responsabilidade. Somos responsáveis pela partilha do que de melhor temos. E haverá algo maior que os afetos? Não seremos lembrados pelo que temos, mas pelas marcas que deixámos no Outro. Tenho a certeza, que seremos presenteados com muito afeto, se também nós o soubermos oferecer. Valorizemos os dons e talentos do Outro. Deixemos de enxergar maldade, onde, por vezes, apenas há escolha e não tornemos obscuro o que muitas vezes desconhecemos. Use a espontaneidade para ser sensual, dispa-se de intolerâncias, preconceitos e desafetos. Encontre satisfação na realidade, não se refugie nas fantasias, deixe-se surpreender pelo acaso, partilhe afetos e descobrirá a grandiosidade da vida. Faça da sua vida uma troca de afetos com uma alegria constante, dê-se de forma genuína e gratuita... Perceberá que a alegria rejuvenesce mais que o botox! Já que vamos ter rugas que seja de tanto rir! Celina Terras – Diretora Técnica do Lar Mensagem de Fátima de

Pínzio.

UMA MÃE ORGULHOSA!

Como é do conhecimento geral, a música tem um papel muito importante no desenvolvimento cognitivo das crianças. Esta tem a sua própria linguagem, e o que nos transmite é o que diferencia o modo como será tocada. A cultura musical é também uma linguagem que expressa emoções, saberes e ideias. A importância

da existência da Banda Filarmónica de Pínzio na nossa comunidade enriquece várias gerações. É uma aposta na formação musical. Podemos, com orgulho, afirmar que a “nossa” Banda Filarmónica, é das poucas que é constituída por jovens elementos. Levam consigo, para as atuações, uma bagagem musical acima da verificada noutras escolas. É relevante salientar o facto, dos alunos disporem de professores qualificados, contarem ainda com o apoio da EPABI na Covilhã! Toda a orgânica criada, potencia jovens, no campo musical, cria hábitos, socializa, educa e que, sem este serviço especializado tão perto da comunidade, não seria possível. Sinto-me orgulhosa porque os meus filhos, o Hugo e a Alexandra, são fruto de todo este trabalho. Eles, como tantos outros jovens, pertencentes à Banda Filarmónica de Pínzio, tiveram e têm o privilégio de aprender com os melhores, aperfeiçoando-se musicalmente. Fazem parte desta família, desde muito jovens, tendo iniciado na escolinha de música. Posso afirmar que, por vezes não é muito fácil, conciliar os estudos e a vida pessoal, com a música…. as aulas, os ensaios e as saídas para atuações. Mas com um pouco de sacrifício e, muito amor à música, sempre se foi arranjando o espaço suficiente para

estar presente em (quase) todos os compromissos assumidos. Posso afirmar que sou muitas vezes questionada, pela “cidade” através de outros pais, quando digo que os meus filhos sabem música e aprenderam desde pequeninos. Eles tocam flauta, tuba, viola, bombardino… e perguntam…Têm aulas de música? Andam no conservatório? Então por norma sorrio e respondo… Não. Eles andam na Banda Filarmónica de Pínzio, têm escola de música, fazem intercâmbio com outras Bandas, frequentam estágios musicais, fazem convívio e imaginem, é gratuito! Sinto orgulho e gosto muito de ouvir os meus filhos tocarem, em qualquer circunstância! Como mãe, aconselho todos os pais a integrarem os seus filhos na escola de música e, apesar de alguns cortes nas saídas em família, vale a pena. Aproveito a oportunidade que o Jornal DIA20 me proporcionou, para deixar em meu nome pessoal como mãe e em nome dos meus filhos Hugo e Alexandra, um muito obrigada a todos aqueles que os fizeram crescer tanto no aspeto musical, pessoal e socialmente.

Maria de Lurdes Monteiro

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O NOSSO ESPAÇO UNIVERSIDADE SÉNIOR Nestes últimos meses, os alunos da Universidade Sénior desempenharam várias atividades, nas diferentes disciplinas. Em Artes Decorativas realizaram-se trabalhos em vidro como a pintura e a aplicação de massas modeladoras; trabalhos, com caixas de ovos, tendo como objetivo a modelagem de flores, para aplicação em vários objetos e de várias formas; trabalhos de pintura e uso de algumas técnicas, como a decoupage e o craquelado, por exemplo, em telhas e caixas de vinho e/ou ovos.

Na área da Informática deu-se continuidade à exploração do gmail e do word, bem como dos aplicativos do Google, como o Tradutor, o Google Drive, entre outros. Além disto, os nossos alunos não dispensam a visita ao seu Facebook. Em Inglês foram lecionadas as formas de saudação e apresentação pessoais, os números cardinais e os números ordinais. A Hidroginástica teve o seu normal funcionamento até ao final deste ano letivo, não sendo apenas uma mera disciplina, pois contribui para o melhoramento do desempenho cardiorrespiratório dos nossos alunos, fazendo-os adquirir resistência muscular, força e flexibilidade. Em maio, mediante um Workshop de “Riscos da Internet”, dirigiram-se até ao nosso Polo da Universidade alguns dos membros da Escola Segura da Guarda. A sua finalidade foi dar informações sobre este assunto aos alunos da Universidade Sénior e aos alunos da Escola do 1º Ciclo da nossa freguesia. Foram dados a conhecer chamadas de atenção para o perfil do Facebook, tendo em conta que as informações pessoais devem ser sempre privadas. Muito perigosas, as possíveis burlas ou falsas identidades de pessoas. Também se falou nos cuidados a ter, caso realizassem transferências ou pagamentos via internet. Embora o assunto fosse mais dirigido para os séniores, as crianças ficaram já com algumas noções de perigo que eventualmente possa existir, quando se utiliza a internet. Em junho, os alunos, colaboradores e alguns professores da Universidade Sénior de Pinhel e Pínzio viajaram até Ávila – Espanha, comemorando o término de mais um ano letivo. Esta viagem contou com cerca de 55 alunos e 7 colaboradores/professores da USP. Visitou-se a Catedral de Ávila, bem como os monumentos que se situavam nesta mesma cidade, rodeada por muralhas. De caminho, foi feita uma paragem por Salamanca onde puderam visitar entre outras coisas, a “Plaza Mayor”. No dia 25 de junho foi realizada uma cerimónia de encerramento das atividades deste ano letivo, da Universidade Sénior, no Cineteatro São Luís, em Pinhel. Nesta, foram feitas algumas reflexões em torno do presente ano letivo através de alguns dados recolhidos e analisados, tanto da Sede em Pinhel, como do nosso Polo em Pínzio. As reflexões foram bastante positivas pois este projeto, ainda recente, está com tendência a crescer de ano para ano. Feitas as reflexões, foram ainda entregues diplomas a todos os alunos, professores e respetivos colaborados da Universidade Sénior. Pondo fim às formalidades desta cerimónia, passámos para um lanche animado.

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O NOSSO ESPAÇO CAMINHADA 24.05.2015 Associação dos Amigos de Pínzio quer agradecer a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, contribuíram para este evento, quer com a sua participação, donativo ou auxílio. A caminhada foi mais uma atividade, já anual, organizada pela nossa Associação. Partimos da sede e foram percorridos cerca de 13Kms. Contou com cerca de 90 participantes, terminando com o tradicional almoço para todos os caminheiros ou não, que se quiseram juntar. Desta atividade resultou não só o “exercício matinal” mas também um convívio animado e saudável.

SARDINHADA 14.06.2015 Este evento foi o resultado da vontade e entreajuda entre as várias Associações da nossa freguesia, pois a Associação dos Amigos de Pínzio, a Associação Cultural Recreativa e Desportiva de Pínzio e a Associação dos Caçadores de Pínzio foram os organizadores desta sardinhada de S. António, que contou com mais de uma centena de pessoas. Inicialmente prevista para o dia 13 de Junho, mas tendo em conta a ordenação sacerdotal que ocorreu nesse dia, a sardinhada foi alterada para o dia seguinte. Também o S. Pedro não nos ajudou, dai termos alterado o local do largo da Igreja, para o pavilhão multiusos. Foram muitas as pessoas que participaram (mais do que as esperadas) apesar do mau tempo, mas ainda bem que foi assim. Para o ano reforçamos a dose de sardinhas. Este é um evento que as coletividades de Pínzio querem consolidar e realizar anualmente. Para o ano, para além das coletividades, também a comunidade religiosa será envolvida, neste que será doravante, o convívio das gentes de Pínzio em honra do nosso padroeiro Santo António. De referir que todos os custos com esta Sardinha foram suportados em partes iguais pelas três Associações da nossa aldeia, já mencionadas. Este é um bom exemplo que em Pínzio, as Associações estão unidas em prol de um bem comum e que elas merecem o apoio e participação de toda a população.

PAINTBALL 27.06.2015 Este ano, pela 1ª vez, tivemos Paintball em Pínzio. A animação foi muita e a sede também… mas devidamente colmatada! Foi uma tarde de diversão e também muita bola colorida à mistura. Gostaríamos de agradecer aos participantes, porque sem eles não faz sentido organizarmos as atividades, e também aos nossos amigos da Aldeia de S. Sebastião que nos ajudaram neste evento.

PARA RECORDAR … CENTRO EDUCATIVO RODOVIÁRIO 2006

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SEMPRE BELA! Cuidados a ter com o cabelo, no verão... Sol, calor, inevitáveis mergulhos no mar e na piscina, exigem cuidados extras com os cabelos, que enfrentarão muitos dias quentes no verão. Desde já é possível prevenir-se contra o enfraquecimento dos cabelos.

Para isso, veja algumas dicas importantes.

� Mantenha os cabelos e o couro cabeludo sempre limpos. No verão, o suor, o calor e a humidade podem facilitar problemas como seborreia e caspa.

� Enxague bem os cabelos após sair do mar e da piscina. Este cuidado evita os danos ao cabelo causados pela salinidade e por elementos usados para o tratamento da água da piscina.

� Proteja os seus cabelos das radiações solares. Estas radiações, além de causarem danos à nossa pele, também agridem de forma intensa os cabelos, deixando-os mais fracos, quebradiços e sem vida. Use bonés, chapéus e produtos sem enxaguar que tenham filtro de proteção solar.

� Evite abusar de máscaras capilares diariamente quando estiver na praia ou piscina. Estes produtos não protegem os cabelos. Ao contrário, podem facilitar os danos causados pela água do mar e piscina, deixando os cabelos mais fracos e suscetíveis às quebras.

� Evite manter os cabelos húmidos sempre amarrados ou presos. Cabelos húmidos ficam mais fragilizados e o hábito de prendê-los ou de amarrá-los poderá acarretar em danos à estrutura dos cabelos.

� Evite abusar de químicos nesta época do ano. No verão as agressões aos cabelos são maiores (vento, sol, água do mar, da piscina). Abusar de químicos coloca em risco a qualidade dos cabelos. Faça hidratações regulares. Apesar da maior humidade relativa do ar, da exposição à água do mar e da piscina, os cabelos no verão tendem a ressecar. Deve hidratá-los uma a duas vezes por semana.

� Escolha produtos que deixam os seus cabelos da maneira que você gosta. Champôs, condicionadores e hidratantes capilares devem deixar os seus cabelos bonitos e com aspeto saudável.

� Aproveite esta época do ano para relaxar. O stress promove a liberação de substâncias no nosso corpo que, por si só, são capazes de deixar a nossa pele e cabelos com sinais de fragilidade. Relaxe, pratique exercícios físicos e conviva com as pessoas que gosta e a fazem sentir bem... Estes hábitos deliciosos também contribuem para cabelos mais bonitos.

� Tenha uma boa alimentação. Todos os tecidos do nosso corpo são produzidos com matérias-primas que ingerimos. Logo, uma alimentação saudável fará os nossos cabelos mais saudáveis e bonitos.

Disfrute das coisas boas da vida e sinta se ainda mais BELA…

Sabrina de Aragão - Esteticista

HISTÓRIAS INGLÓRIA

CAMINHEI … O dia tinha nascido há pouco e eu já caminhava à beira do Monte. Experimentava o início da manhã com a coragem de quem consegue acordar cedo. O boné cercava-me a cabeça e a pala aparava-me um sol débil e recém-nascido. A camisa abria-se-me à brisa leve e as

sapatilhas, de rasto espesso, acomodavam-me o andar. Tudo estava calmo e o Monte selava a paisagem que me inebriava. Durante a noite o trovão não tinha apenas tocado….a chuva tinha caído e a trovoada havia feito soar um granizo grosso até provocar medo. Hoje Deus, tudo compôs. A ribeira acalmou-se e reconciliou-se com a chuva. A água da corrente cantava, agora, tão docemente como se procurasse o Paraíso. Por todo lado se estendia a sombra fresca das folhas das árvores sob a forma de uma renda subtil, soprada e bulida pela brandura do vento.

Entrei no estreito caminho, amarelado de terra e alongado entre pedras musgosas. Avancei passo a passo na acalmia verde e dourada que me convidava à meditação. Conclui: “depois da tempestade sempre vem a bonança”. O ditado encaixava-se à perfeição neste dia e nesta hora. O início do percurso desdobrava-se-me em imagens. O pensamento acontecia-me. Havia partido, de facto, e demoraria algum tempo a regressar a casa. Seguia caminhando na base do Monte pisando pedras de saudade, recordando velhos caminhos. O Monte é mais verde depois da chuva e mais belo quando o sol o doura e seca. Dispus-me a andar até ser longe deixando pegadas esquecidas, prosseguindo rumo ao passado. A natureza oferecia-me um caminho de cor e luz cavado entre recordações. Bastava-me, apenas, acender o olhar. Proporcionei-me, assim, uma alegria límpida enquanto a manhã avançava e o dia se fazia quente. Caminhei obstinadamente e fui imaginando o que o futuro poderia fazer dos vestígios do passado.

Fernando Capelo

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FREI JOSÉ LUÍS (FR.) DÁ UMA ENTREVISTA A UM AÇORIANO (AÇ.) Aç. - Boa tarde frei José Luís, vamos começar pelo princípio, onde nasceu e como foi a sua infância? Fr. - Boa tarde. Nasci na terra mais verde de Portugal, aliás, é conhecida também por Ilha Verde, refiro-me à ilha de São Miguel no arquipélago dos Açores. Isto há 50 anitos e alguns meses. A minha infância, tanto quanto me lembro, decorreu sem sobressaltos até aos 14 anos; sou o mais

velho de 6 irmãos mais a Dina, filha de um segundo casamento de meu pai, alguns anos após a morte de minha mãe em 1979 quando eu tinha 14 anos. Este acontecimento, que naturalmente faz parte da lei da vida, provocou em mim um terramoto nunca assimilado por mim até há alguns anos atrás. Se rezasse com fé aquelas palavras de S. Francisco “Louvado sejas, ó meu Senhor, pela minha morte corporal, pela qual nenhum homem pode escapar”, se rezasse, dizia eu, tinha ultrapassado há muito tempo este acontecimento. É que já sou fradinho há 30 anos! Aç. - Diz-se por aí que é muito habilidoso, de onde lhe vem tanta habilidade? Fr. - (Sorriso) Em Timor Leste, quando um catequista me disse: “fr. José Luís trabalha muito, sabe muito!” Eu respondi-lhe: “Sr. João, quem tem a culpa é meu pai, ele é que me tirou da escola aos 12 anos e me arranjou emprego. Só me ensinou a trabalhar!” Aç. - Então, quer dizer que começou a trabalhar aos 12 anos? Fr. - É verdade. Andei em obras, lá em casa e fora; fui também servente e aprendiz de mecânico numa das empresas de transportes públicos na ilha, isto durante 5 anos. Aç. - Como é que foi o salto, ou o voo até ao continente português? Fr. - O facto de ser sensível aos outros pesou muito. Ao conhecer o Fr. António Monteiro, Provincial dos Capuchinhos, que em 1985 estava a orientar um retiro a religiosas na minha terra, revelei-lhe que queria dar-me mais aos outros e de forma gratuita. De regresso, e depois de falar com os responsáveis pelas vocações dos Capuchinhos, disseram-me que podia ser integrado. Já tinha deixado o emprego, por isso, sem nenhum corte, nem mesmo com a família…apesar de meu pai só me dizer: “Só espero que sejas feliz”. Tinha eu 19 anos. O serviço militar, que na altura era obrigatório, foi adiado, por referirem que estava a estudar num seminário. Aç. - Explique que passos, se dão para se ser frade Franciscano Capuchinho. Fr. - Bom, de um modo geral há um “namoro” que comporta 3 fases: o aspirantado, o meu muito curto, aliás, eu fiz dois num, fiz o aspirantado e o postulantado. Este segundo passo, já exige um pedido escrito pelo candidato; a terceira etapa, esta sim, muito mais séria e com um tempo determinado, é o noviciado. Aç. - E porque não é também padre como os seus colegas? Fr. - Disseste bem ao dizeres “também”, porque todos fomos frades, todos professamos e procuramos viver o mesmo ideal de

vida. A diferença, e as pessoas, de um modo geral, têm dificuldade em entender, é que, ao ordenar-se sacerdote, é-se também ministro, administrador dos sacramentos. Os meus irmãos são a maior parte, também ministros ao serviço dos sacramentos. S. Francisco foi claro ao dizer que fundou uma fraternidade de irmãos e é este o principal testemunho que procuramos dar - viver em fraternidade, sendo ou não sacerdotes. Todos temos os mesmos direitos e deveres. O que é diferente é a missão, o serviço que cada um desempenha. Aç. - Gostei das suas palavras, mas ainda não respondeu à minha pergunta: Porque também não é padre? Fr. - Porque tive dificuldade no primeiro ano na Universidade Católica e os meus superiores acabaram por propor-me outra missão, dedicar-me à pastoral vocacional e juvenil. Foi o que fiz até à minha partida para Timor Leste, a 1 de outubro de 2003. Aç. - O que o levou a ir para tão longe? Afinal, Portugal também não é terra de missão? Fr. - (sorrisos) A culpa neste caso é de Nosso Senhor Jesus Cristo que diz no final do Evangelho: “Ide por todo o mundo…” Não disse: Não precisais de ir para tão longe… Aç. - Sei que Timor Leste e as suas gentes correm-lhe no sangue. Mas este espaço é limitado. Concede-me num futuro próximo outra entrevista para falarmos só de Timor? Fr. - Uma ou mais entrevistas! Aç. - Vamos então a Pínzio. Porque decidiu viver nesta terra? Fr. - Eu sempre gostei de aventuras. Vir para Pínzio é mais um desafio na minha vida, não totalmente novo, porque, ainda que de passagem, fiz parte há uns anos atrás, de uma equipa missionária, que em Pinhel orientou uma missão bíblica. O Fr. António Fonseca também esteve nessa missão. Por isso, tenho amigos e amigas de longa data por essas terras. Fundei mesmo um grupo de Jovens na cidade de Pinhel, o “Pinhel Jovem”. Aç. - Como se sente nesta nova aventura, iniciada em novembro passado? Fr. - Bem, os “pinzienses” como costumo dizer, são muito acolhedores e solidários. Temos uma horta no quintal e quando entro na residência, tenho outra à porta trazida por benfeitores. Há dias propôs na igreja que se transformasse o quintal num mini campo de golfe. Não sei se a comissão fabriqueira e o Fr. António Fonseca, gostam da ideia…mas ainda não lhes propôs! Aç. (Sorrisos) Obrigado Frei José Luís, sempre bem-disposto!

Fr. - Sempre não, quase sempre! Quando no fundo das costas a dor aperta, nem sempre consigo mostrar cara bonita. Só o andar a

pé e de bicicleta é que me cura.

Nota: Para quem andou distraído a ler o que acima consta, informa-se que o Açoriano é o Frei José Luís e o Frei José Luís é o Açoriano.

POEMA – É PRECISO TER ESPERANÇA

I As Associações de Pínzio Lutam com dificuldade

É preciso terem esperança Que a vida vai melhorar

II Sou de Pínzio, sou bairrista

Gosto que tudo vá por diante Se nos deixamos morrer Fica tudo como dantes

III A octogenária Fátima

Que tem muito gosto em contribuir Deseja às associações Um excelente provir

Maria de Fátima Pereira

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CORTEX…SALÃO DE CABELEIREIRO em Pínzio! O José Carlos, jovem empreendedor da nossa terra, além de ter tido a coragem de aprender uma nova profissão, investiu na sua terra natal, local onde reside. Quis dar a conhecer como tudo começou e dar a conhecer às pessoas, o seu salão, através do Jornal DIA20. Tendo em conta as dificuldades de emprego no nosso país especialmente na

minha região, mais propriamente em Pínzio, aldeia onde resido, decidi inscrever-me no curso de cabeleireiro no Centro Profissional da Guarda. Foi uma experiência completamente nova, pois comecei do zero! O curso teve a duração de cerca de um ano e meio. Ao inicio eramos ao todo dezanove aprendizes… e apenas terminámos onze. Homens, só eramos quatro e apenas eu concluí o curso. Havia testes teóricos/escritos e testes práticos. Aproveito para agradecer aos meus amigos, que se disponibilizaram e foram ao Centro de Emprego para serem meus modelos e assim poder realizar a prova prática. Posso dizer que logo que iniciei, fiquei apaixonado pela profissão e senti que era mesmo isto que eu queria! Fiz o estágio integrado em Belmonte, num dos mais conceituados salões de cabeleireiro. Após o estágio e o curso terminado, pensei em voltar para Pínzio e aqui investir. Terminei o curso em Março e logo comecei a tratar de abrir o meu próprio negócio em Pínzio. Surgiu a possibilidade de me instalar numa das salas da sede da Junta de Freguesia, e então decidi avançar. Abri o salão em Maio deste ano. Quero acrescentar que soube encontrar as pessoas certas, para poder transformar este espaço, num lugar com qualidade, requinte e decoração moderna de modo a que as pessoas que o frequentem se sintam bem, voltem e recomendem! No salão tenho um esterilizador para desinfetar o material (tesouras, pentes, escovas…), porque a higiene é uma prioridade, pois neste tipo de negócios é muito importante para a saúde do utente e para que tudo se faça na perfeição e em segurança.

Como todos os negócios, também o meu, tem fases de crescimento! Acredito que, aos poucos, o salão vai crescendo! As pessoas que já me visitaram, ficaram encantadas, com o espaço e com o serviço. Aqui as pessoas podem escolher um corte tradicional, ou mais jovem e arrojado, ou simplesmente fazer ou aparar a barba! Os shampoos de todos os tipos, assim como todos os artigos relacionados com o salão, encontram-se à venda no local. O meu salão já foi divulgado nas terras vizinhas através de panfletos e cartões. Já utilizaram este espaço pessoas vindas de aldeias vizinhas, entre elas do Freixo, Safurdão, Castanheira… Na minha mente há alguns projetos complementares pois o meu objetivo é expandir a minha empresa…. Mas aguardemos! Agradeço a oportunidade que me deu o Jornal DIA20 para divulgar o meu salão e aproveito para agradecer a todos que me ajudaram a dar os primeiros passos, assim como aos que já são meus clientes e que acreditaram no meu trabalho! Espero que todos juntos este novo projeto possa crescer, ano após ano. Aproveito também para dizer que estarei sempre disponível, no salão CORTEX no Edifício da Junta de Freguesia. Serão todos bem-vindos.

José Carlos Cardoso

PONTO DE ENCONTRO A história dos povos é feita de vivências, acontecimentos e esperanças que balançam no seu ritmo e dimensão de acordo com as oportunidades que favorecem ou contrariam a sua vida. O que se passou no dia treze de junho em Pínzio marcará a história desta gente. A população desta terra, espalhada por largos horizontes em busca de vida melhor ou em verdadeiro espírito de serviço, sabe o que é lutar para enfrentar a vida difícil e atingir os seus objetivos. Apesar de conhecer fases de desalento e mesmo de orgulho sofrido na sua dignidade de povo, nunca perdeu a energia que lhe permitiria recuperar a sua vitalidade logo que as circunstâncias o permitissem. Um tempo novo chegou, oportunidades novas aconteceram e logo as energias se soltaram, mostrando a têmpera destas gentes habituadas a conviver com o granito.

O inusitado e belo acontecimento do dia treze de junho foi a fase adiantada e a expressão clara da capacidade de um povo em lançar mãos a um projeto que lhe foi proposto, envolvendo sacrifício, doação, desprendimento e convergência de esforços. A ordenação do Pe. Miguel Grilo no seio da comunidade cristã de Pínzio, acompanhada por muitos outros que quiseram associar-se a este acontecimento, marcará a história deste povo que soube corresponder com orgulho ao dinamismo interpelativo da comunidade dos padres Franciscanos Capuchinhos em boa hora aqui residentes. A uma feliz ideia correspondeu generosamente a disponibilidade de um povo que soube unir-se em esforço e alegre celebração.

Pe. Domingos Pereira

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ASSOCIAÇÃO DOS CAÇADORES DA FREGUESIA DE PÍNZIO Assim vai a Associação de Caçadores!

Mais uma vez, embora em época de defeso e de férias, a Associação de Caçadores de Pínzio, faz questão de colaborar com O Jornal DIA20, aproveitando o ensejo para cumprimentar todos os associados e a população em geral que, tem marcado, de forma maciça, presença nos eventos realizados por esta coletividade. De facto, em 5 de julho no Toito. A 16 de abril, o interior da nossa sede foi pequena demais para reunir tantos convidados, tendo necessidade de colocar mesas no recinto exterior. A Associação conseguiu reunir cerca de uma centena de pessoas para conviverem e saborearem deliciosos ensopados de javali.

Sublinhamos ainda que estamos a preparar a nova época, que se iniciará a 16 de agosto com a caça às rolas. Procedemos, de momento, à recolocação de placas de limitação e à renovação de licenças. O verão passa rapidamente e queremos que tudo esteja preparado para o início da nova época. Damos, também, conta do alargamento do território da desta Associação e da integração de uma área envolvente da povoação de Toito, pertencente à freguesia de S. Miguel do Jarmelo. Queríamos, por último, deixar a garantia do nosso empenho e da nossa dinâmica na época que se avizinha e formular votos de descanso e de boas férias a todos os associados e leitores.

Manuel da Silva – Presidente da Direção

TEMPO DE VIVER

A vida é louca, ou somos nós que procuramos a loucura desenfreada do dia? Cada dia que passa é como se fosse um momento vivido sem descanso, desenxabido no frenesim do tempo que corre implacável e silencioso.

Quando se olha e pára, o tempo foge como o vento que sopra sem direção definida, levando consigo sonhos e projetos que ficaram pelo caminho, tais castelos desgastados pela erosão do tempo e pelo esquecimento do homem. Até onde consegue o corpo e a mente aguentar o desencanto da ilusão? Quando a vida nos desilude é porque se criaram ilusões. Ilusões de felicidade, ilusões de eterna juventude, ilusão harmoniosa criada na desarmonia do que nos rodeia. Será que a complicação somos nós que a parimos numa adolescência conturbada que fica estagnada nesta fase do percurso e nos puxa com o fio invisível da derrota humana? Se assim é, prefiro ser bicho sem consciência. Apesar da adversidade de alguns, como o rato, que pode cair na ratoeira bem montada, uma parte, como o cão, é protegido e tem uma função.

Guarda e faz companhia. Mesmo os vadios de quem se tem pena, são livres, como nunca o ser humano alguma vez será. Somos superiores, dizem os iluminados, mas eu questiono a sua sabedoria. Superiores no pensamento, mas é ele próprio que nos faz sofrer, que nos faz tomar consciência do cada um por si, da solidão desmedida, camuflada numa roupagem linda, numa maquilhagem perfeita, num egocentrismo doentio e podre. Numa alcateia, cada um assume o seu lugar na hierarquia, o homem esquece a hierarquia na falta de valores que nem sabe que existem, porque a sociedade não lhos pede, nem teve quem lhos transmitisse. Valores? A que se referem? É algo novo? Quanto vale? Tudo passou a ser mensurável na bitola do desdém e nos atropelos constantes à dignidade humana que alguém esqueceu, entretanto no percurso, dizem, da liberdade. Liberdade constrangedora, imperfeita e discriminatória porque direitos são para alguns, deveres, para os que interessa que tenham. O tempo esgota-se por entre as gotas de orvalho que se desfaz com o matinal sol que aquece os mais destemidos e audazes, num tempo de revolta interior, incapaz de verbalizar a tempo o sobressalto, cada vez que o coração pulsa dentro do peito.

Alice Martins Pires

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Jornal Nº8 – Agosto 2015

SEM PACHORRA PARA COISA NENHUMA! Olá meus amigos! Já lá vão uns tempitos desde que terminou a “guerra da bola”. É com enorme satisfação que anuncio, … ganhámos tudo o que havia para ganhar, à exceção do andebol e da taça. Há quem diga que esta modalidade, o andebol, é pouco viril comparada com o futebol, por exemplo. São ideias.

E digo a todos, porque os que não sabiam ficam a saber, e aos que já sabem nunca será demais relembrar. Tudo nos correu bem. E mesmo em relação àqueles que partiram, criando grande alarido, deixando a ideia que a seguir a eles só o “inferno”… ainda está por provar se foram eles a sair, ou se foram “empurrados”! Se repararmos bem a um, até se lhe andava a tentar “impingir”, o estrangeiro Arábia, Turquia, etc. Era um sinal em como não servia para a casa. Não aceitou por incapacidade e falta de autoconfiança. Quero crer que a sua saída foi mais um favor que nos fizeram! No outro clube até já dizem que a direção comprou quatro cadeiras de rodas, com motor claro, para os jogadores poderem acompanhar de perto as jogadas. Com tanta tecnologia, vamos a ver como as coisas correm… É que nestas “coisas” da bola, quando ao meio da época se mexe na equipa técnica, ou outra situação análoga, o que se espera é a reação, para melhor, nos atos imediatos. Pois pasme-se que, à primeira cavadela, só deu minhoca. Falo obviamente da final da taça de futsal. Dizia um amigo meu que perder é natural, mas a cara com que se fica não é nada para emoldurar. Claro é sempre agradável ver a atitude dos perdedores no primeiro embate a seguir à contenda. Esses, uma vez conscientes reconheceram a sua “sina” é o triste penar, de respeitar os princípios da agremiação, ou seja perder. Houve até um, que não respeitou isso, ganhou a taça e por tal prevaricação, foi despedido por justa causa. É justo. Princípios são princípios. Também na política há quem não precise de favores. É melhor estar preso que ficar em favor aos que o prenderam. O “Zezinho” é danado para a brincadeira! Lá terá os seus conselheiros. Sabe-se agora, ao fim de meio ano, que descobriram a assinatura dele num papel ligado a um empreendimento em Vale Lobo. Valha-nos ao mesmo isso… pois ainda haveríamos de chegar a ver o homem tanto tempo preso e sem provas para o acusarem. Sempre se disse que roubar não é vergonha. Vergonha é ser apanhado. Vá lá saber-se, se não é assim que ele pensa? Quanto ao resto é o que se vê. A “cambada” que nos governa está a pôr o país na feira. Estamos a saque e quase como as “P….” na quaresma ao desbarato. Agora foi a TAP, a seguir é o Metro de Lisboa, já tinha sido a EDP, os correios, as seguradoras, etc.etc. Os Portugueses cada vez vivem pior… médicos não há, empregos também não. Só nos falta uma ação de despejo, ou pior… sair do euro. Então teremos de atravessar o mediterrâneo para pedir asilo em Lampedusa. Não deixa de ser curioso refletir nas palavras de uma criança de quatro anos, minha conhecida, que quando qualquer adulto lhe perguntava o que queria ser quando fosse grande, ela prontamente respondesse: REFORMADA.

Facilmente percebia tratar-se de uma boa vida. Será que hoje as crianças pensam o mesmo? Essa criança, hoje mulher adulta, está desempregada e provavelmente, nem reforma terá. Mas como bons rapazes e raparigas cá vamos aguentando animados pela esperança de um futuro melhor. Pode ser que, após a tempestade, venha a bonança. Já me estão a fazer sinal que não há espaço… Sinceramente, nunca cheguei a perceber se o dizem mesmo por falta de espaço ou será que é para eu parar de escrever? Na parte que me toca e na minha idade, já nem tempo tenho para mudar de feitio, quanto mais para os ouvir. Não ligo e quero abusar ou pouco mais da vossa paciência, falando da nossa terra, pois claro, e principalmente das suas gentes. Pínzio está cada vez mais na moda. Quer nas novas tendências, leia-se (redes sociais), quer de outras formas mais personalizadas. O certo é dar mostras de uma enorme vitalidade principalmente no campo sociocultural. É bom ver que, as pessoas da nossa Terra, participam nas atividades programadas. Sejam almoços comunitários, piqueniques na ribeira, sardinhas nos santos populares, excursões, etc., as pessoas aderem, sentem-se bem e criam água na boca, aos naturais que tiveram de sair para tratar de vida noutros lugares. Ora, este é o grande incentivo para continuar. Parabéns aos organizadores dos eventos e a todos aqueles colaboradores anónimos sem os quais nada seria possível. Nunca será demais relembrar que S. Sebastião irá ter novamente honras de festa, com os tradicionais atos religiosos e culturais, que irão proporcionar alegria e convívio a toda a gente, durante vários dias. Sabemos que o seu dia é a 19 de janeiro, mas a festa no verão tem destinatários. Vamos ver se eles são merecedores do esforço, de abdicar da praia para os receber de braços abertos. E agora sim vamos terminar. Permitam-me fazer antes de mais, um apelo…sejam amigos uns dos outros, pois mesmo em situações complicadas ninguém fica a ganhar, com a raiva do vizinho que, normalmente, é o primeiro a acudir-nos numa aflição! Pois já nada é como antigamente, onde havia compreensão e uma forma diferente de encarar a vida e os problemas. Senão tomem nota das “preciosidades” que encontrei em revistas antigas. Por exemplo, na revista Cláudia de 1962 poderia ler-se: “Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar o seu carinho e provas de afeto”. Ou “a mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas e nada de o incomodar com serviços domésticos”. Ou no jornal das moças de 1957 “ Se o seu marido fuma, não arranje zanga pelo simples facto de cair cinza nos tapetes, tenha antes cinzeiros espalhados por toda a casa”. É bem certo que já não há “virtudes” e “moral” como antigamente.

Façam favor de ser brincalhões, mas acima de tudo felizes. Como diria o Sr. Malta: - Estou certo, ou estou errado?

Ernesto Gonçalves

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JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO

Jornal Nº8 – Agosto 2015

NÓS … OS MAIS PEQUENOS MARCHAS POPULARES EM PINHEL No dia 11 de junho de 2015, a cidade de Pinhel ficou repleta de tradição. As marchas populares saíram à rua e animaram a noite. Os alunos do 1º ciclo do concelho entregaram-se, de alma e coração, aos ensaios e coreografias, para que tudo corresse pelo melhor. A EB1 de Pínzio, não foi exceção, participando com os alunos de Alverca da Beira no desfile, tendo dado, é claro, o seu melhor na marcha, com raminhos de rosmaninho e fazendo fogueiras. O senhor presidente da Junta da nossa Freguesia acompanhou os alunos, vestido a rigor e empunhando a bandeira da Freguesia de Pínzio. Fomos assim, todos para a rua a cantar, pular e festejar os santos populares. Além da mostra fotográfica, vamos deixar-vos, duas quadras dedicadas à Freguesia de Pínzio:

A gente de Pínzio encanta As marchas de São João

Nesses dias o povo canta E esquece a solidão.

P’ra viver a alegria Vai lá p’rós bailaricos

Em Pínzio há folia Fogueiras e manjericos.

Os alunos da EB1 de Pínzio desejam a todos umas Boas Férias de

Verão.

Professora Manuela Fonseca PARA LÁ DA FRONTEIRA …

DA SUÍCA … COM SAUDADE!

“No teu coração encontram-se os teus belos sonhos! Na tua vida, aqueles que

tu achas possíveis!” PÍNZIO….SUÍÇA Parti um dia, da minha Terra Natal, com o meu conterrâneo e amigo José Jorge,

ao encontro desse País… a Suíça! Com residência fixa foi há 24 anos. Porquê? Segui o meu marido, que, por razões económicas teve que deixar Portugal…traz-me recordações amargas! Quando acordei, pensava que estava numa paisagem de carta postal….e adorei Verbier, cidade onde comecei a nova vida! Com o tempo, o meu sonho tornou-se realidade! A vida dá imensas voltas!!! Nada é adquirido! A integração, o encontrar trabalho, problemas com papéis de residência… Tudo foi uma complicação, mas tudo se resolveu e as dificuldades foram ultrapassadas! Mesmo assim, tive sorte com as minhas relações, pois o suíço mesmo reservado, tem coração e ajuda. Não sou racista, mas atualmente, se eu necessitar alguma ajuda …os meus amigos são suíços! Pínzio, sempre Pínzio no coração…Obrigada e felicito todas as pessoas, que colaboraram no seu desenvolvimento sociocultural. Pela sua localização, Pínzio poderia implantar indústria rural, que permitisse às pessoas trabalharem e assim se sentissem realizadas!

Em férias no nosso País e mesmo sendo as nossas raízes portuguesas, sentimo-nos estrangeiros…mesmo sabendo que a Suíça é o nosso País de adoção! A nostalgia é uma oportunidade a não deixar passar, faz bem e aí, estou em Pínzio…o meu coração está nessa Terra onde nasci, cresci, onde fui educada, onde viveram os meus pais, avós… e os meus amigos! Ao vê-los parece que o tempo não tem rugas!… A Guarda… tantas recordações ….a mais bela cidade onde estudei!!! Portugal? Há muito que deixei de ver notícias portuguesas… desemprego, troika, famílias sem o mínimo vital…fazia-me pesadelos! Como desejava que deixasse de ser o velho Continente, para deixar abertura aos jovens licenciados ou não, que empobrecem no seu país …e terem que emigrar!!…e assim os países que os acolhem, poderem usufruir de tudo o que eles poderiam dar de bom à nação que os viu nascer, crescer e educar! Para os jovens que tentam a sua sorte no estrangeiro direi… o mundo é cosmopolita e a nossa vida é onde nos sentimos bem. A ideia do emigrante que partia para economizar, já não existe… existe sim, e principalmente, ter uma vida feliz! E de novo na Suíça… Neste momento, a minha vida é na Suíça onde me sinto feliz, junto de quem gosto!... a minha pequena família, a minha filha… a minha neta…. são elas a minha razão de existir! Tenho trabalho, sou livre, tenho uma vida que não teria, se tivesse ficado acomodada no meu País… talvez! Em todo o caso, não faço perguntas!!!! Onde nos encontrarmos, devemos procurar ser nós mesmos e aproveitar todos os momentos para sermos felizes, guardando a nossa humildade… e orgulho de sermos portugueses!

Ivone Casalta da Silva – Sion, Suíça

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Jornal Nº8 – Agosto 2015

ERA UMA VEZ…. PÍNZIO EM TEMPO DE VERÃO E quantas histórias e estórias que todos nós conhecemos, desde a nossa infância, começam por “Era uma vez”! Também este pequeno artigo pode começar da mesma forma, pois, na verdade, não é mais que um relato ou uma simples constatação de factos reais que deixaram saudades, não só por terem sido realidades felizes. Foram passados cerca de 30 anos, ou talvez mais, e é bom recordar e reviver!

Era uma vez o verão de final dos anos 70 e início dos anos 80, estação do ano, tão aguardada durante os meses que decorriam entre setembro e junho do ano seguinte. Julho e agosto traziam com eles o “matar” de muitas saudades, pois as tão merecidas férias de todos estudantes e trabalhadores eram, por norma, desfrutadas nestes meses. As famílias que por uma ou outra razão, foram, por vontade própria ou por qualquer outro motivo que a vida lhes tenha exigido, trabalharem para uma cidade distante das tradicionais aldeias. Foram muitos aqueles que tiveram que se deslocar por essa Europa fora, ou mesmo por esses continentes mais distantes e voltavam sempre no verão de cada ano, à sua Terra natal. Nas típicas aldeias, como Pínzio, tinham ficado os pais, os tios, também por vezes ficaram os filhos, talvez por uma questão de proteção do mundo difícil e trabalhoso que estava do outro lado. Apesar das temperaturas de verão serem muito altas, o calor humano era muito mais forte e juntava todas as pessoas com uma alegria contagiante e que era notada e sentida nas ruas de Pínzio… muita gente, muitas saudações matinais... Os “bons dias” eram desejados e ouvidos naquelas ruas. Ninguém tinha vergonha de dizer e responder …“bom dia”. Até o São Sebastião ficava feliz com a festa em sua honra, por volta do dia 15 de agosto. Apesar de Santo António ser o padroeiro desta nossa aldeia, que também é minha e muito minha, pois tive a honra de aqui nascer, foi São Sebastião que sempre foi lembrado na festa do mês de agosto…era chamada a festa do emigrante! Tal como eu, que sempre gostei de festas e bailaricos, toda a gente de Pínzio se prontificava a ajudar nos preparativos da “festa grande”. Eram 3 ou 4 dias de muita alegria e animação. E quantas pessoas chegavam de todo o lado! As ruas de Pínzio e mesmo a estrada Nacional 16, eram palcos de muita agitação e diversão. Era eu uma criança e a IP5, atual A25, ainda não era uma realidade. Tínhamos apenas a perigosa N16. Por ela circulavam bicicletas, motas, carros, camiões e mesmo os simpáticos de carro de burros, que iam à velocidade possível e como se costuma dizer por cá “a toque caixa”. Para animar os passageiros de todos estes veículos, estava sempre pronto um menino, que tinha tanto de criança como de rebeldia. Os seus oito anos não lhe permitiam ter a noção do perigo que corria e fazia questão de todas as manhãs transportar a alegria interior para o exterior. Às escondidas dos pais, pegava no seu realejo e ia para a tão temida N16, dar música a quem passava. Alegrava toda a gente, mas entristecia a sua mãe, porque sabia todos os perigos que o filho podia enfrentar, que aflita corria para o centro da estrada!

A muito custo, lá vinha o simpático e divertido menino, envolvido em lágrimas porque não podia dar continuidade ao concerto que tinha ensaiado, com o objetivo de presentear os passageiros de tantos e tantos veículos que circulavam durante o verão naquela estrada. Todos os dias de agosto, esta criança pegava no pequeno instrumento musical, para levar a cabo a missão “alegria”. Até que um dia, e porque já não era possível aos pais, conseguirem conviver com o perigo, o realejo desapareceu e nunca mais o pequeno instrumento deu o ar da sua graça, pois continua, até hoje, em lugar incerto. Esta criança que hoje é um homem, não desistiu do seu sonho, e depois do realejo, das panelas e tachos que faziam de bateria, voos mais altos se levantaram. Hoje continua a dar e a ensinar a arte que é a música a todos aqueles que a queiram aprender e seguir. Pensando no hoje, ou melhor na atualidade, pode dizer-se que na N16 só já circula o trânsito local… pois os turistas e emigrantes já não param em Pínzio, para levarem as recordações. Quanto aos realejos já se ouve falar muito pouco deles. As crianças dos nossos dias já não podem e nem sabem brincar na rua. Encontrarmos as meninas e os meninos a saltar à corda e jogar à macaca durante a tarde inteira, é cada vez mais difícil, pois o medo de cair no chão e os joelhos sangrarem é penoso!… E os meus estão com marcas de tantas quedas. A realidade atual das crianças e jovens são os aparelhos eletrónicos, o TABLET, o IPAD, a PSP, a XBOX e tantos outros que, assumo a minha ignorância na matéria. Onde está a alegria e o convívio que eram evidentes nas ruas de Pínzio? Nas férias, já não se fica na aldeia, durante os trinta dias para “matar” saudades da família e amigos… agora estes dias são repartidos por mil e uma atividades fora da aldeia, e como já ouvi inúmeras vezes, eu própria digo, onde está Pínzio de alguns anos atrás?? Mas um acontecimento importante vai este ano ser uma realidade na nossa aldeia, a festa em honra de S. Sebastião …e está quase aí. Penso que 2015 será o primeiro, após alguns anos de pausa, de muitos outros anos de festa. Pínzio precisa de alegria, animação, enfeites nas ruas, pois está à vista de todos, que há pessoas simpáticas, que colaborem quando assim é necessário e que agitem a nossa aldeia de Pínzio. E vou terminar com umas simples palavras… Tenho orgulho em ser de Pínzio e, levo o nome da minha aldeia a todo o lado, por onde passo.

Edite Gonçalves

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PELA SUA SAÚDE Diabetes e o verão Sabia que pelo menos 20% dos indivíduos com mais de 65 anos tem diabetes? Que cerca de 14% tem tolerância reduzida à glicose? A diabetes afeta hoje 5% da População Portuguesa e a sua prevenção e diagnóstico é muito importante. O termo latino "diabetes" tem origem no

vocábulo grego διαβήτης, que significa «passar através». Também proveniente do latim, o termo mellitus significa «aquilo que contém mel; doce como o mel», numa referência ao excesso de glicose presente na urina do portador da doença. A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. A glicose é a principal fonte de energia do organismo, porém quando em excesso, pode trazer vários problemas para a saúde do adulto (Diabetes Tipo II) e das Crianças e Jovens (Diabetes Tipo I). A Diabetes Tipo II manifesta-se através dos seguintes sintomas: urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria); Sede constante e intensa (polidipsia); Fome constante e difícil de saciar (polifagia); Fadiga; Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais e visão turva. Nas crianças e jovens aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos. Entre eles encontram-se: Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama; Ter muita sede; Emagrecer rapidamente; Grande fadiga, associada a dores musculares intensas; Comer muito sem nada aproveitar; Dores de cabeça, náuseas e vómitos. Na Diabetes tipo I os doentes podem ter uma vida saudável, plena e sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico corretamente.

O objetivo do tratamento é manter o açúcar no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença. O diagnóstico da diabetes pode ser confirmado através de testes laboratoriais de glicemia (o jejum deve ser de 8 horas: Não deve ingerir nenhum alimento nas 8 h que antecedem a colheita de sangue. Pode beber água simples) e de hemoglobina glicada (A1C). Com o verão vem o sol, o bom tempo e o calor. Para usufruir desta estação em segurança, com saúde e bem-estar, é importante, adotar alguns cuidados no tratamento da diabetes, nomeadamente: uma alimentação equilibrada e fracionada, com refeições leves e variadas e ingerir diariamente 1,5 l a 2 l de água; pratique atividade física com moderação respeitando os cuidados a ter com o Sol e, por último, com as temperaturas mais elevadas podem ocorrer oscilações das glicemias, podendo ser necessário ajustar a medicação e aumentar a frequência da realização de análises ao sangue. Em caso de dúvidas consulte sempre uma equipa de saúde.

Adriana Rabaça – Técnica de Análises Clínicas e Saúde Pública

O CANTINHO DO GENINHO …

Segurança sempre! … Comércio Seguro Caros leitores, estamos na época de verão, tempo para férias, passear e fazer algumas compras para quem for viajar. Tendo em conta o policiamento de proximidade realizado pelas forças de segurança, houve a necessidade de criar um programa diário e permanentemente

disponível designado “Comércio Seguro”, que tem por objetivo incrementar condições acrescidas de proteção e segurança aos comerciantes e cidadãos que, em período de férias ou não, frequentem os estabelecimentos comerciais. Partindo do reforço do policiamento através de patrulhas apeadas e do estabelecimento, de regras e procedimentos de segurança de caráter geral, o desenvolvimento deste programa tem vindo a permitir, em estreita colaboração com as forças de segurança, a promoção de ações de sensibilização e a adoção das medidas, que melhor respondam às necessidades e condições específicas das diferentes comunidades locais, aos níveis tanto da prevenção dos ilícitos criminais de que são vítimas os cidadãos que circulam nas áreas comerciais, como

relativamente a furtos e assaltos a estabelecimentos. O Programa Comércio Seguro é uma iniciativa do Ministério da Administração Interna que visa:

� A prevenção dos ilícitos criminais de que são vítimas os cidadãos que circulam nas áreas comerciais;

� Os furtos/assaltos a estabelecimentos comerciais; � O desenvolvimento de ações de sensibilização junto dos

comerciantes. Bruno Martins Peraízal

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OS NOSSOS PATROCINADORES OFICIAIS

DEALPOINT – MOBILIÁRIO

CRÉDITO AGRÍCOLA - PÍNZIO

AM FORTUNATO

A AM Fortunato, mais conhecida por nós por “O Ti Amadeu” é uma empresa de comércio de materiais de construção, louças sanitárias, pavimentos e revestimentos, tintas e vernizes, eletrodomésticos, ferramentas elétricas e artigos de pesca. Na loja e armazém, poderá encontrar um leque infindável de produtos em stock, que tanto jeito, nos dão no nosso dia-a-dia. Na loja do “TI Amadeu” encontramos sempre soluções para as nossas necessidades, muitas vezes fora de horas e quando estamos “enrascados”, para além de sermos atendidos por pessoas simpáticas e profissionais.

O “Ti Amadeu” é mais que uma loja. É um parceiro que está sempre disponível para nos ajudar a encontrar soluções para as nossas dificuldades. Comprando no “Ti Amadeu”, também estamos a promover o desenvolvimento da nossa Freguesia e a contribuir para o emprego e economia local. FOR2NATO

A empresa for2nato é do nosso bem conhecido e conterrâneo Alberto Fortunato. Devido à evolução das necessidades dos clientes e de mercado, a empresa foi expandido a sua área de negócio bem como os produtos comercializados. Comercializa uma vasta gama de produtos, produtos esses, necessários desde a projeção ao acabamento final de todo o tipo de edifícios

públicos e privados. Neste momento, existe na For2nato, cerca de 30.000 produtos no seu circuito comercial, indicando de entre eles, uma forte aposta nas energias renováveis, tendo para isso investido fortemente em formação e desenvolvimento de conhecimento aos seus colaboradores, bem como na sensibilização constante de um melhor meio ambiente.

O objetivo da For2nato é desenvolver com os seus clientes uma parceria capaz de enfrentar com sucesso os desafios decorrentes da Politica dos mercados e contribuir desta forma para o desenvolvimento das empresas da região e indiretamente contribuir para o desenvolvimento da economia regional, com repercussões a nível nacional e internacional. Não hesitem em contactar sempre que necessitem de uma solução profissional. For2nato Rua da Veiga nº 48 – 1º 6300-876 Guarda Telefone: 271 212 216 Email: [email protected]