Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

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269e4c10-67af-4367-b303-ec0e11cae31e ANGOLA ESFORÇOS DIPLOMÁTICOS NÃO TRAVAM DEGRADAÇÃO DA SAÚDE DE LUATY BEIRÃO Mundo, 24/25 Resolução aprovada ontem quer garantir que, em caso de reversão do negócio, o Estado não fica com a empresa em pior situação p20 Pessoas presas até 90 dias ainda pagam dez dólares por dia. ONU critica “violação sistemática dos direitos humanos” p26 Fernanda Câncio diz que jornal divulgou conversa falsa e que aproveita informações que os jornalistas obtêm por serem assistentes p10 Governo e banca vão controlar contas da TAP todos os meses Rep. Checa fecha refugiados em locais sem condições Ex-namorada de Sócrates processa Correio da Manhã Cavaco indigita Passos e exclui PCP e BE do poder Presidente coloca nos deputados, que hoje tomam posse no Parlamento, a decisão de garantir a estabilidade, sugerindo que chumbem a moção de rejeição prometida pela esquerda. PS, PCP e BE perto de fecharem acordo parlamentar Destaque, 2 a 8 PEDRO NUNES Ano XXVI | n.º 9322 | 1,65€ | Directora: Bárbara Reis | Adjuntos: Nuno Pacheco, Pedro Sousa Carvalho, Áurea Sampaio | Directora Internacional e de Parcerias: Simone Duarte | Directora Criativa: Sónia Matos ISNN:0872-1548 PRÉMIOS 2014 JORNAL EUROPEU DO ANO JORNAL MAIS BEM DESENHADO ESPANHA&PORTUGAL O SR. SILVA VAI PODER VER EM GRANDE A SUA MORTE DOCLISBOA CINCO SURPRESAS QUE O PS DESCOBRIU NAS CONTAS PÚBLICAS! O INIMIGO PÚBLICO SEX 23 OUT 2015 EDIÇÃO LISBOA HOJE Taxi, de Jafar Panahi Vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim Por + 5€ P o de DVD inédito PRÉMIOS 2014 JORNAL EUROPEU DO ANO JORNAL MAIS BEM DESENHADO ESPANHA&PORTUG G L A AL GAL A A A AL AL AL AL AL L AL L L GAL G G G GA A AL A AL AL A A AL AL AL L AL L L L AL AL AL G GA A A A A AL AL AL A AL L GAL A G G G GA A AL GA AL AL L AL L G G G GA A AL AL L AL L G G G GA A A A A AL A AL L AL AL AL G GA A AL A A A AL AL L G G G G GA A A A A A AL AL L G G G GA A A A A A A A AL L AL AL L L G G G GA A AL AL G G G G GA A A A A AL L A G G G G G GA A A GA A A AL AL L L L L G G G G GA A A A A A AL L G G G G G G GA A A A A A A AL L G G G G G GA A A A AL L L G G G G G GA AL G G G G GA A A A AL L L L L São muito mais graves as consequências (...) de uma alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas Mundo, 24/25

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Publicação periódica portuguesa - jornal noticioso diário "Público", de 23 de Outubro de 2015.

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269e4c10-67af-4367-b303-ec0e11cae31e

ANGOLAESFORÇOS DIPLOMÁTICOS NÃO TRAVAM DEGRADAÇÃO DA SAÚDE DE LUATY BEIRÃOMundo, 24/25

Resolução aprovada ontem quer garantir que, em caso de reversão do negócio, o Estado não fi ca com a empresa em pior situação p20

Pessoas presas até 90 dias ainda pagam dez dólares por dia. ONU critica “violação sistemática dos direitos humanos” p26

Fernanda Câncio diz que jornal divulgou conversa falsa e que aproveita informações que os jornalistas obtêm por serem assistentes p10

Governo e banca vão controlar contas da TAP todos os meses

Rep. Checa fecha refugiados em locais sem condições

Ex-namorada de Sócrates processa Correio da Manhã

Cavaco indigita Passos e exclui PCP e BE do poderPresidente coloca nos deputados, que hoje tomam posse no Parlamento, a decisão de garantir a estabilidade, sugerindo que chumbem a moção de rejeição prometida pela esquerda. PS, PCP e BE perto de fecharem acordo parlamentar Destaque, 2 a 8

PEDRO NUNES

Ano XXVI | n.º 9322 | 1,65€ | Directora: Bárbara Reis | Adjuntos: Nuno Pacheco, Pedro Sousa Carvalho, Áurea Sampaio | Directora Internacional e de Parcerias: Simone Duarte | Directora Criativa: Sónia Matos

ISNN:0872-1548

PRÉMIOS 2014JORNAL EUROPEU DO ANOJORNAL MAIS BEM DESENHADO ESPANHA&PORTUGAL

O SR. SILVA VAI PODER VER EM GRANDE A SUA MORTEDOCLISBOA

CINCO SURPRESAS QUE O PS DESCOBRIU NAS CONTAS PÚBLICAS!O INIMIGO PÚBLICO

SEX 23 OUT 2015EDIÇÃO LISBOA HOJE Taxi, de Jafar Panahi Vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim Por + 5€Po de

DVD inédito

PRÉMIOS 2014JORNAL EUROPEUDO ANOJORNAL MAIS BEMDESENHADO ESPANHA&PORTUGG LAALGALAAAALALALALALLALLLGALGGGGAAALAALALAAALALALLALLLLALALALGGAAAAAALALALAALLGALAGGGGAAALGAALALLALLGGGGAAALALLALLGGGGAAAAAALAALLALALALGGAAALAAAALALLGGGGGAAAAAAALALLGGGGAAAAAAAAALLALALLLGGGGAAALALGGGGGAAAAAALLAGGGGGGAAAGAAAALALLLLLGGGGGAAAAAAALLGGGGGGGAAAAAAAALLGGGGGGAAAAALLLGGGGGGAALGGGGGAAAAALLLLL

São muito mais graves as consequências (...) de uma alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas

Mundo, 24/25

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2 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

NOVA LEGISLATURA

Presidente indigita Passos Coelho e apela à dissidência dos deputados do PS

O Presidente da República,

Cavaco Silva, indigitou on-

tem como primeiro-minis-

tro o presidente do PSD e

líder da coligação Portugal à

Frente, Pedro Passos Coelho

e, num claro apelo à dissidência, in-

centivou os deputados a que exerçam

a liberdade dos seus mandatos ao

votarem as moções de rejeição de

um programa de Governo anunciadas

pelo BE e pelo PCP.

O apelo do Presidente dirigia-se

aos deputados do PS e foi a forma

de Cavaco Silva, demostrando fron-

tal oposição à hipótese de vir a ser

constituído um Governo com apoio

de partidos antieuro, anti-integração

europeia e anti-NATO. O Presiden-

te não hesitou em declarar: “É aos

deputados que compete decidir, em

consciência e tendo em conta os su-

periores interesses de Portugal, se

o Governo deve ou não assumir em

plenitude as funções que lhe cabem.

Como Presidente da República, as-

sumo as minhas responsabilidades

constitucionais. Compete agora aos

deputados assumir as suas.”

Dramatizando a situação política,

Cavaco recuperou a linha de fronteira

que tinha já estabelecido a 6 de Outu-

bro, para afi rmar que, “fora da União

Europeia e do euro, o futuro de Por-

tugal seria catastrófi co”. Salientou,

aliás, que então pediu que fosse ne-

gociada uma “solução governativa”

que desse “garantias fi rmes de que

respeitará os compromissos inter-

nacionais historicamente assumidos

pelo Estado português e as grandes

opções estratégicas adoptadas des-

de a instauração do regime demo-

crático”, frisando que essas opções

“foram sufragadas pela esmagadora

maioria dos cidadãos nas eleições de

dia 4 de Outubro”.

Cavaco estranhou que “os con-

tactos efectuados entre os partidos

políticos que apoiam e se revêem no

projecto da União Europeia e da zo-

na euro não [tenham produzido] os

resultados necessários para alcançar

uma solução governativa estável e

duradoura”. Uma situação que vê

como “tanto mais singular quanto

as orientações políticas e os progra-

mas eleitorais desses partidos não se

mostram incompatíveis, sendo, pelo

contrário, praticamente convergen-

tes quanto aos objectivos estratégicos

de Portugal”. E lamentou “profun-

damente que, num tempo em que

importa consolidar a trajectória de

crescimento e criação de emprego e

em que o diálogo e o compromisso

são mais necessários do que nunca,

interesses conjunturais se tenham

sobreposto à salvaguarda do supe-

rior interesse nacional”.

Sinalizando para o futuro que não

aceitará dar posse a um Governo do

PS, liderado por António Costa e

apoiado pelo BE e pelo PCP, o Pre-

sidente frisou mesmo que, “em 40

anos de democracia, nunca os go-

vernos de Portugal dependeram do

apoio de forças políticas antieurope-

ístas” que “defendem a revogação do

Tratado de Lisboa, do Tratado Orça-

mental, da União Bancária e do Pacto

de Estabilidade e Crescimento, assim

como o desmantelamento da União

Económica e Monetária e a saída de

Portugal do euro, para além da disso-

lução da NATO, organização de que

Portugal é membro fundador”.

E argumentou com o momento

que Portugal vive, depois da saída

da troika, afi rmando: “É o pior mo-

mento para alterar radicalmente os

fundamentos do nosso regime de-

mocrático, de uma forma que não

corresponde sequer à vontade demo-

crática expressa pelos portugueses

nas eleições” de 4 de Outubro.

Lembrando que o Presidente tem

o poder discricionário de nomear

o Governo, afi rma que é seu dever,

forças políticas, garantias de uma so-

lução alternativa estável, duradoura

e credível”. O Presidente fez questão

de referir ainda que se escudava no

passado para justifi car a decisão,

explicando que seguiu “a regra que

sempre vigorou” em Portugal em 40

anos de democracia: “Quem ganha

as eleições é convidado a formar

Governo pelo Presidente da Repú-

blica”. Lembrando mesmo que o fez

também quando, em 2009, o PS teve

maioria relativa.

“Passos vai cair”, diz PSA esquerda reagiu a uma só voz: a

opção de Cavaco não é pela estabi-

lidade, como tem defendido, mas

pela “instabilidade” e não teve em

consideração as negociações que os

Cavaco acusa partidos de obedecerem a “interesses conjunturais” e considera mais graves as consequências de uma alternativa “claramente inconsistente sugerida por outras forças”, aludindo ao eventual acordo entre PS, BE e PCP

São José Almeida “É aos deputados que compete decidir, em consciência (...) se o Governo deve ou não assumir em plenitude as suas funções”

“tudo fazer para impedir que sejam

transmitidos sinais errados às insti-

tuições fi nanceiras, aos investidores

e aos mercados, pondo em causa a

confi ança e a credibilidade externa

do país que, com grande esforço, te-

mos vindo a conquistar.” E alerta:

“Devo, em consciência, dizer aos

portugueses que receio muito uma

quebra de confi ança das instituições

internacionais nossas credoras, dos

investidores e dos mercados fi nancei-

ros externos. A confi ança e a credi-

bilidade do país são essenciais para

que haja investimento e criação de

emprego.”

Não fugindo ao problema que se

colocará se for aprovada uma moção

de rejeição ao programa de Governo

no Parlamento, o Presidente afi rmou

que “o Governo formado pela coliga-

ção vencedora pode não assegurar

inteiramente a estabilidade política

de que o país precisa”, consideran-

do, no entanto, “serem muito mais

graves as consequências fi nanceiras,

económicas e sociais de uma alterna-

tiva claramente inconsistente sugeri-

da por outras forças políticas”.

Referindo-se assim ao anunciado

acordo que está a ser negociado pelo

PS, o BE e o PCP, Cavaco sustentou

que, “aliás, é signifi cativo que não

tenham sido apresentadas, por essas

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PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | DESTAQUE | 3

partidos à esquerda têm feito com

vista a uma solução governativa al-

ternativa.

O socialista João Soares antecipou

a votação do PS numa futura moção

de rejeição ao programa do Gover-

no: “Inevitavelmente, Passos Coelho

vai cair”. Isto depois de classifi car

o anúncio presidencial como uma

“contradição com tudo o que dis-

se”, lembrando que Cavaco tinha

avisado que não daria posse a um

Governo que não apresentasse uma

solução estável e duradoura. Soa-

res afi rmou lamentar e estranhar

a decisão: “Introduz um factor de

complexidade numa situação que

já era complexa”.

Pelo Bloco de Esquerda, Pedro Fi-

lipe Soares defendeu que Portugal

precisava de um Presidente “res-

ponsável” que “não fi zesse o país

perder tempo”. Para o bloquista, a

decisão de Cavaco põe à vista a sua

preferência político-partidária, a sua

“costela de direita”, e de defesa dos

partidos (PSD e CDS) que “perderam

a maioria” nas eleições legislativas e

“perderam a legitimidade para conti-

nuar a governar”. Pedro Filipe Soares

reiterou o que o Bloco vem dizendo:

que rejeitarão um Governo de direi-

ta que acabará por ter pouco tem-

po “de vida”. A mesma garantia foi

PEDRO NUNESCavaco Silva deixou subentendido que não está disposto a dar posse a um Governo apoiado pelo PCP e pelo BE

sublinhada pelos comunistas, com

João Oliveira a garantir uma moção

de rejeição ao programa de Gover-

no no Parlamento. Na sua opinião,

a decisão de Cavaco Silva é “inacei-

tável” e não respeita a “vontade dos

portugueses”. E acusou Cavaco de

ter uma “postura de confronto” e de

“desrespeito” pela Constituição da

República Portuguesa.

No pólo oposto, Marco António

Costa, porta-voz do PSD, apelou ao

“sentido de responsabilidade” do PS

na Assembleia da República. Para a

“manutenção das condições de esta-

bilidade do Governo e a manutenção

da confi ança” é “indispensável que

seja possível contar com o sentido

de responsabilidade daqueles que,

no arco parlamentar, sempre esti-

veram coincidentes com as grandes

causas nacionais”, defendeu. E lem-

brou que, se não há uma solução de

Governo “estável”, a culpa é do PS,

que não a quis oferecer.

Pelo CDS, Nuno Melo congratulou-

se com a decisão de Cavaco Silva:

“Indigitar quem venceu é um acto

normal em democracia e optar por

quem perdeu é que seria estranho”,

disse. E, tal como o Presidente e o

PSD, apelou também aos deputados

que garantam a “estabilidade” ao pa-

ís. com N.S.L., S.R. e M.J.L.

O QUE ELES DIZEM

“Inevitavelmente, Passos Coelho vai cair”João SoaresPS

“O país precisava de um Presidente responsável que não fizesse o país perder tempo e não se comportasse como se estivesse dependente da sua costela de direita, particularmente de apoio a PSD/CDS”Pedro Filipe SoaresBE

“[A decisão do Presidente] traduz uma postura de confronto e de desrespeito pela Constituição”

João OliveiraPCP

“Se até agora não foi possível encontrar essa disponibilidade do PS, que no âmbito da responsabilidade parlamentar seja possível encontrar a estabilidade que não foi até aqui encontrada nas negociações”Marco António CostaPSD

“Indigitar quem venceu é um acto normal em democracia e optar por quem perdeu é que seria estranho”Nuno MeloCDS

Depois de um dia sem reu-

niões, ontem houve dose

dupla no Parlamento. O PS

reuniu-se com o PCP e com

o BE. Com os comunistas, a

reunião serviu para alguns

“avanços” negociais. Com o BE já se

discutiu um documento escrito. E é

esse documento, que ainda sofreu

alguns acertos, que tanto o PS como

o BE vão continuar a discutir, mas já

sem recurso a novos encontros de

negociação. Segundo fontes dos dois

partidos, tudo pode fi car fechado

“muito rapidamente”.

Com o PCP ainda há matérias em

debate. Por isso os dois partidos

acordaram marcar uma nova reu-

nião negocial.

O cenário mais provável, nesta al-

tura, é o de um acordo de incidên-

cia parlamentar, assinado a três. Isso

mesmo terá sido adiantado aos depu-

tados do PS por António Costa, numa

reunião do grupo parlamentar que

teve lugar à tarde. O que corrobora

as indicações que existiam até ago-

ra: essa era a solução preferida pe-

las fontes do PCP e do BE ouvidas

pelo PÚBLICO ao longo dos últimos

dias; mas havia ainda outro facto

que apontava nesse sentido, que

era a inexistência de qualquer outro

cenário. Nunca esteve em cima da

mesa das negociações qualquer pro-

posta de um Governo de coligação.

Por isso, os três partidos acorda-

Acordo parlamentar entre PS, PCP e BE mais próximo

ram estabelecer formas de ligação

permanente e a criação de grupos

de trabalho tripartidos para acompa-

nhar os principais sectores da gover-

nação. E devem assinar um documen-

to sobre as condições em que a viabi-

lização do Governo do PS é, ou não,

possível. Se o Governo, em algum

momento, inverter a lógica de repo-

sição dos salários e pensões, e im-

puser medidas de austeridade sobre

os rendimentos, o acordo termina.

Os partidos à esquerda do PS com-

prometem-se, por seu lado, a não

questionar os compromissos inter-

nacionais. Sobretudo a manterem

presente que a margem orçamental

do Governo é aquela que resulta dos

tratados da UE.

A plataforma comum aos três par-

tidos, como o PÚBLICO já adiantou,

é a manutenção de pensões e salá-

rios. Este “programa mínimo” deve

garantir condições de “duração” ao

executivo, o que permite a António

Costa argumentar que dispõe de uma

maioria “estável” no Parlamento.

Mas depois da intervenção do

Presidente da República, é natural

que os três partidos venham agora

a acordar, também, uma estratégia

comum para o debate do programa

do Governo liderado por Pedro Pas-

sos Coelho. PCP e BE têm defendido

que a oposição de esquerda se deve

juntar numa moção única que rejeite

o programa, provocando com isso

a queda do Governo que ontem à

noite Cavaco Silva indigitou Passos

para formar.

Paulo Pena

DANIEL ROCHA

Negociações entre PS e BE estão adiantadas, dizem fontes partidárias

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4 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

NOVA LEGISLATURA

Costa apresenta César como “n.º 2 do Governo” no Parlamento

Ferro Rodrigues para Presidente

da Assembleia da República e

Carlos César para líder parla-

mentar. A reunião da bancada

socialista com o secretário-

geral, António Costa, serviu

ontem para que este apresentasse

aos seus deputados as suas escolhas

para a legislatura que hoje inicia os

seus trabalhos. Ambas as propostas

foram recebidas com aplausos pela

bancada.

A opção por Carlos César foi justi-

fi cada pelo secretário-geral, durante

o encontro realizado no Parlamento,

com a visão que apresentou sobre

os próximos quatro anos. Costa ex-

plicou que via o líder parlamentar

como o “nº 2 do Governo”, devido

à “forte incidência parlamentar” que

um eventual executivo por si lidera-

do teria de assumir. Nesse ambiente,

concretizou Costa, o líder da banca-

da teria de ter uma “função comple-

tamente diferente” da dos mandatos

anteriores, muito mais focado em ne-

gociações com as outras forças políti-

cas representadas no Parlamento.

Na reunião que antecedeu a comis-

são política do PS, António Costa fez

o balanço das negociações para as

quais o seu partido o mandatou. Ao

que o PÚBLICO apurou os deputados

questionaram o líder sobre o proces-

so, sem que o tom fosse de afronta.

O secretário-geral foi, por exemplo,

questionado sobre a possibilidade

da inclusão de comunistas ou blo-

quistas no executivo. Ao que Costa

respondeu que o processo estava

ainda no âmbito das questões polí-

ticas e que, assim, ainda não se tinha

ainda sequer debatido a concretiza-

ção institucional do possível acordo

entre o PS e os outros dois partidos

da esquerda.

De acordo com relatos vindos

da sala, o líder socialista deu conta

do “vazio total” que foram os en-

Nuno Sá Lourenço

PEDRO NUNES

Ouviram-se pedidos de referendo interno na comissão política do PS

Na reunião com a sua bancada, o secretário-geral do PS pouco adiantou sobre as negociações à esquerda

contros com a coligação, enquan-

to as reuniões com os partidos da

esquerda“estavam a correr bem”.

Durante a reunião com os deputa-

dos, Costa não estabeleceu sequer

um prazo para o fi m das reuniões em

curso com o PCP e o BE.

Entretanto, no arranque da comis-

são política do PS, o representante

da corrente sindical socialista na CG-

TP, Carlos Trindade, fez questão de

manifestar o apoio “completo e total”

do seu conselho nacional em relação

a um Governo de esquerda. Trindade

classifi cou a procura do acordo com

PCP e BE como a manifestação da

“posição autónoma e estratégica” do

PS e que “uma outra solução levaria a

convulsões internas dentro do PS”.

Mas o ex-membro do secretaria-

do de Seguro, António Galamba, as-

sumiu à mesma hora uma posição

diametralmente oposta. “Tenho de-

fendido há muito que quem ganha

eleições deve governar”, disse o so-

cialista antes de adiantar que estava

à espera de “informações em con-

creto” do líder do seu partido sobre

as negociações à esquerda.

Antecipava-se por isso que a reu-

nião da comissão política viesse a ser

debatida a forma como o PS deveria

decidir os próximos passos a tomar.

O ex-deputado e ex-líder distrital

Vítor Ramalho defendeu que uma

“alteração política” do nível da que

estava em cima da mesa tornava “in-

dispensável ouvirem-se os militan-

tes”. Na mesma linha, Álvaro Beleza

sustentou que o PS devia convocar

uma comissão nacional e até mesmo

convocar um referendo.

Em uníssono, todos se mostraram

interessados em ouvir o que Costa

tinha para dizer sobre a sua “solu-

ção de Governo estável”. Aí, Álvaro

Beleza — ex-membro do secretariado

de Seguro que defendeu logo após as

eleições que o PS devia manter-se na

oposição — admitiu encarar a possi-

bilidade de um Governo de esquer-

da, na eventualidade do “PCP e BE

aceitarem o essencial do programa

do PS”.

Mas antes disso, o PS tem outras

batalhas pela frente. A eleição do lí-

der parlamentar deverá realizar-se

para a próxima semana. César deve-

rá aproveitar esse intervalo de tempo

para convidar os vices que o acompa-

nharão no comando da bancada.

Já hoje, o nome de Ferro Rodrigues

irá a votos na eleição para Presiden-

te do Parlamento (ver pág.6). O ex-

secretário-geral do PS disse esperar

um “consenso alargado” em torno

do seu nome para ser eleito para

depois poder “prestigiar a demo-

cracia”. “Espero poder contribuir

para o prestígio do parlamento, pa-

ra o prestígio da democracia, num

quadro de tendência de valorização

do trabalho de todos os deputados,

independentemente dos partidos

que representam”, disse o último

líder parlamentar do PS.

Portugal esteve, por estes dias,

no centro das atenções dos

grandes partidos europeus

e com algum azedume à

mistura. Com o congresso

do Partido Popular Europeu

(PPE) a decorrer em Madrid, a direita

europeia teve palco para replicar, em

várias línguas, os argumentos pelos

quais Passos Coelho devia assumir

o Governo.

Na quarta-feira, o presidente do

PPE, Joseph Daul, comparou mesmo

Portugal à Grécia e acenou com a

ameaça de um novo resgate. A res-

posta do Partido Socialista Europeu

(PSE) veio ontem à tarde por comu-

nicado: as “palavras” de Daul são

“irresponsáveis, não respeitam os

princípios básicos da democracia e

são uma tentativa de causar medo

e de manipular a opinião pública”.

Isto tudo ainda antes de se saber que

o Presidente da República indigita-

ria Passos Coelho como primeiro-

ministro.

Em Madrid, a mensagem não mu-

dou. “O povo português tem feito um

esforço muito grande... seria uma pe-

na retroceder agora,” disse logo de

manhã o primeiro-ministro espanhol,

Mariano Rajoy, que enfrenta eleições

em Dezembro e teme que algo seme-

lhante aconteça no seu país. “Seria

a primeira vez na história da demo-

cracia de Portugal que o partido que

ganhou as eleições não governará”,

disse Rajoy sobre a possibilidade de

uma coligação de esquerda vir a go-

vernar em Portugal.

À tarde, a chanceler alemã Angela

Merkel disse esperar que Pedro Pas-

sos Coelho consiga formar Governo,

“tendo em conta os resultados elei-

torais” em Portugal, e elogiou o tra-

balho do atual primeiro-ministro ao

longo da legislatura. “Enfrentamos

situações difíceis na Irlanda, Espa-

nha e Portugal. O nosso companhei-

ro Pedro [Passos Coelho] não pode

estar hoje aqui presente, mas tendo

em conta o que foram os resultados

eleitorais, espero que consiga ter êxi-

to a formar Governo”, disse.

Várias vozes defenderam o mesmo

e uma delas foi a do ex-presidente

da Comissão Europeia Durão Bar-

roso, para quem Portugal não pode

“brincar com o fogo”, nem colocar

“em risco” os “sacrifícios que foram

feitos”.

Por seu lado, o PES “condena” as

declarações dos dirigentes do PPE

sobre o processo de formação de Go-

verno em Portugal. “A família socia-

lista mantém-se unida com António

Costa e o PS português e apoia plena-

mente os seus esforços para formar

um governo estável em Portugal que

permita ao país entrar num novo ru-

mo no que respeita ao emprego e ao

crescimento económico”, lê-se no

comunicado.

Para o PES, “os eleitores portugue-

ses foram muito claros” no sufrágio

de 4 de Outubro, tendo resultado

uma “forte maioria (62 %) contra as

políticas de austeridade dos últimos

quatro anos”. Por isso, entendem, “é

agora tarefa do parlamento portu-

guês criar as condições necessárias

para um governo estável apoiado por

uma forte maioria no parlamento”.

O PES entende ser “evidente” que a

coligação de direita (PSD e CDS) não

está em condições de alcançar esta

maioria e que António Costa e o PS

são “a única força política que pode

obter” o apoio político de outros par-

tidos no parlamento português.

Populares e Socialistas europeus trocam argumentos por causa de Lisboa

Maria João Lopes e Sílvia Amaro, em Madrid

Merkel disse em Madrid desejar que Passos forme Governo

10é o número de dias de que o executivo dispõe, após tomar posse, para apresentar o programa de Governo na AR

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PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 5

Prova dos factos

Fomos verificar uma afirmação feita por António Barreto na RTPA perguntaÉ verdade que nunca um partido comunista governou em democracia?

A frase“Em 100 anos, nunca vi um partido comunista no poder que governasse com eleições livres, com partidos políticos, com liberdade de expressão, sem exilados, sem presos políticos”António Barreto, RTP3

O contextoAntónio Barreto argumenta, neste trecho, que nunca, no último século, um partido comunista chegou ao poder através de eleições democráticas ou, tendo-o feito, que dessa ascensão ao poder não tenha resultado uma limitação da democracia. António Barreto, sociólogo, ex-presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, enumera as características de uma democracia (eleições, partidos políticos, liberdade de expressão) e as limitações às liberdades que resultariam da presença no governo de forças comunistas (exilados, presos políticos). Barreto pensava, possivelmente, nas características dos governos comunistas que, na segunda metade do século XX, instauraram regimes repressivos das liberdades no Leste da Europa, na então URSS (Rússia e restantes países da Ásia Central) e na China.

Mas não foi exactamente isso que afirmou. E contra essa sua afirmação há outras evidências.

Os factosNo regime presidencialista de Chipre, um dos membros da União Europeia (UE, por si, só uma caução de valores democráticos), o AKEL, Partido

Comunista de Chipre, venceu as eleições presidenciais de 2008, fazendo de Dimitris Christofias o Presidente até 2013, com assento no Conselho Europeu e tendo mesmo assumido, na segunda metade de 2012, a presidência rotativa da UE.

Mas não é caso único na UE. O Partido Comunista de França esteve várias vezes no Governo. A última das quais entre 1997 e 2002, indicando dois ministros no executivo liderado pelo socialista Lionel Jospin, durante a presidência do conservador Jacques Chirac. Já o fizera em governos de François Mitterrand (1981-1986). E mais atrás: 1936, 1945 e 1946, dando início, aliás, ao conceito de “frente popular” aplicado às alianças entre socialistas e comunistas. O mesmo se passou em Espanha, onde uma coligação deste tipo governou até à vitória das forças de Francisco Franco na Guerra Civil em 1939, há 76 anos.

Voltando ao passado muito recente e à UE, o Partido Comunista da Dinamarca integra a Aliança Verde Vermelha que apoiou o primeiro Governo da social-democrata Helle Thorning-Schmidt entre 2011 e 2014. E na Grécia, onde os comunistas são refractários a entendimentos até com a esquerda radical (Syriza), há uma experiência governativa

que os incluiu em 1989.Na Áustria, no Luxemburgo

e na Finlândia, os comunistas chegaram ao Governo logo após a II Guerra Mundial, através de eleições. Em Helsínquia, o comunista Mauno Pekkala (1946-48) foi Presidente.

Fora da Europa, basta lembrar dois exemplos: o PC do Brasil tem 57 prefeitos (presidentes de câmara) eleitos e faz parte da coligação que elegeu Lula e Dilma para o Planalto. Há 40 anos, o PC do Chile, que hoje tem cinco governadores estaduais, fez parte do Governo da Unidade Popular (1970-1973) liderado por Salvador Allende.

E um último exemplo, que junta duas curiosidades: o estado alemão da Turíngia tem um ministro-presidente comunista. Bodo Ramelow, do partido Die Linke (que junta o antigo partido comunista da Alemanha de Leste, o PDS, com outros sectores de esquerda), ficou em segundo lugar nas eleições estaduais de 2014, atrás da candidata conservadora da CDU, o partido de Merkel. Através de uma aliança com o SPD (socialista) e os Verdes Ramelow formou um Governo de coligação maioritário do Parlamento estadual.

Em nenhum destes exemplos há suspeitas da supressão de liberdades individuais, direitos políticos ou repressão.

Em resumoAo contrário do que afirma António Barreto, a verdade é que há vários exemplos de partidos comunistas no poder que governaram “com eleições, com partidos políticos, com liberdade de expressão, sem exilados, sem presos políticos”.Paulo Pena

SIM TALVEZ NÃO

Page 6: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

6 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

NOVA LEGISLATURA

Asessão plenária de estreia

desta legislatura vai ser

palco da primeira disputa

entre esquerda e direita,

com a eleição do novo

presidente da Assembleia da

República (AR) esta tarde. Fernando

Negrão, com o apoio do PSD/CDS, e

Eduardo Ferro Rodrigues, defendido

pela esquerda, são os candidatos.

Mas admite-se que nenhum passe

à primeira volta e que seja preciso

uma segunda votação.

Fernando Negrão, que presidiu

à comissão de Assuntos Constitu-

cionais e à comissão de inquérito

ao BES/GES na legislatura que ter-

minou, é o nome que a coligação

PSD/CDS considera mais forte — foi

ontem à noite apreciado pela comis-

são política dos sociais-democratas

— para tentar ir buscar alguns votos

à esquerda e assim ultrapassar a mi-

noria de deputados que PSD e CDS

somam. As duas bancadas da direita

somam 107 votos, faltando nove pa-

ra os 116 exigidos para a eleição.

Já à esquerda, PS, PCP, PEV e BE

vão tentar assegurar a vitória de

Ferro Rodrigues, que até agora era

líder parlamentar dos socialistas. Só

que a eleição é feita por voto secre-

to e várias fontes contactadas pelo

PÚBLICO admitiam ontem que o

antigo ministro e secretário-geral

socialista podia não ser eleito. Caso

haja uma segunda volta, a coligação

PSD/CDS deverá manter o mesmo

candidato.

À saída da reunião de ontem do

grupo parlamentar com Costa, Ferro

disse contar ter “um apoio alarga-

do” para ser eleito, porque pretende

contribuir, nestes “momentos com-

plexos que a democracia nunca ti-

nha vivido”, para o “prestígio” do

Parlamento.

O nome do presidente da AR que

vai a votos é habitualmente propos-

to pela força política mais votada —

PEDRO NUNES

Ferro Rodrigues e Fernando Negrão disputam presidência da Assembleia da RepúblicaDeputados eleitos a 4 de Outubro iniciam hoje funções. Mais de um terço são estreantes na política parlamentar. Vão apresentar-se aos cidadãos através de um vídeo, gravado para o site da Assembleia

que foi a coligação PSD/CDS, embora

sem maioria absoluta de deputados

—, mas o PS considera que o candida-

to deve, desta vez, sair da esquerda

parlamentar, por esta somar mais

deputados. O argumentário é idên-

tico ao usado para a formação de

Governo. Nas conversações entre o

PS e a coligação, a questão da elei-

ção dos órgãos internos e externos

da Assembleia da República constava

da proposta que a direita colocou em

cima da mesa, mas, tal como acon-

teceu com todos os outros pontos,

nada foi acordado.

Um terço de estreantesA sessão desta manhã marca tam-

bém o arranque de uma nova fase

na vida de um terço dos deputados

— são estreantes no Parlamento e boa

parte deles é-o até na política. Luís

Ribeiro, o mais novo deputado desta

legislatura, ainda anda a descobrir os

corredores. Para si, a enorme esca-

daria exterior não tem segredos — ali

organizou várias manifestações de

estudantes nos últimos anos. Agora

que, com apenas 22 anos, passou pa-

ra o lado de dentro, quer fazer por

não esquecer o que o levou a integrar

as listas (pela segunda vez) do Blo-

co pelo Porto. Franzino, de sotaque

cerrado, barba, piercing na narina

e cabelos longos, Luís diz esperar

“representar os que não têm voz,

que perderam o emprego, não têm

dinheiro para as propinas ou o meio

milhão que emigrou”. A dividir casa

com outro bloquista (Moisés Ferrei-

ra), vai dividir-se entre o Parlamento,

nos dias úteis, o activismo, ao fi m-de-

semana, e a dissertação em Museo-

logia, quando puder.

Ontem à tarde a maior parte dos

deputados tratou das burocracias.

Há muita papelada para preencher,

fotos para tirar e até a novidade de

uma videobiografi a que fi cará dis-

ponível no site do Parlamento. No

vídeo, os deputados apresentam-

se, falam sobre os seus interesses

pessoais, dizem como vêem a vida

política ou o que quiserem, porque

não há guião. No saco de papel que

lhes entregaram na altura do registo,

todos os deputados receberam uma

Constituição da República Portugue-

sa, uma colectânea parlamentar, o

regimento da Assembleia e um Tra-

tado de Lisboa, a que se soma pape-

lada sobre os serviços internos do

Parlamento.

Ana Rita Bessa, estreante pelo CDS

e especialista na área da educação,

tem uma “expectativa muito aber-

ta” sobre o trabalho dos deputados

— vem “tão preparada como impre-

parada”, admite. Mas tem a certeza

de que os “tempos politicamente in-

teressantes que se adivinham” vão

exigir de si uma “aprendizagem mais

rápida e muito mais trabalho”.

Tempos que, diz também Paulo

Trigo Pereira, o economista e fi sca-

lista eleito nas listas do PS, exigirão

“muito mais trabalho parlamentar

qualquer que seja a solução governa-

tiva — mesmo no caso que se afi gura

mais provável, com o PS no executi-

vo e o apoio do PCP e Bloco” na AR.

Por isso, “tem que haver uma grande

coesão das bancadas destes três par-

tidos — porque se as coisas não corre-

rem bem, a alternativa é muito pior”.

Embora admita que “não vai ser fá-

cil”, defende que a receita tem que

assentar em três pilares: “abertura;

transparência; e informação” — uma

fi losofi a que o tornou conhecido nos

comentários televisivos.

Até o edifício precisou desta vez

de se adaptar aos novos deputados.

Para o eleito do Bloco que se desloca

em cadeira de rodas foram coloca-

das mais rampas em várias escadas;

para o deputado do PAN foi preciso

arranjar um novo gabinete; e foi ne-

cessário mudar o gabinete de um dos

vice-presidentes da Assembleia, que

pertencia ao PCP e que agora passa

para o Bloco.

Maria Lopes e Sofia Rodrigues

Os 230 deputados, sem distinção, receberam exemplares da Constituição e do Tratado de Lisboa

O nome do novo presidente da AR é habitualmente proposto pela força política mais votada, que foi a coligação PSD/CDS, mas sem maioria absoluta. Por isso, também aqui o PS considera que o candidato, desta vez, deve sair da esquerda

Page 7: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | DESTAQUE | 7

Socialistas da CGTP: PS com direita traria “problemas”

Numa resolução em que dá

“total apoio” ao secretário-

geral do PS, António Costa,

na “procura de uma solução

governativa das esquerdas”,

a corrente sindical socialista

da CGTP-IN argumenta que “qualquer

solução política que levasse o PS a

apoiar um governo assumidamente

de direita que realizou e pretende

continuar a realizar uma política

de direita, não só seria contra-

natura” ideologicamente, “como

demonstraria que o PS tinha perdido

a sua autonomia estratégica na

sociedade, o que, a prazo mais

ou menos curto, criaria graves

problemas internos na coesão do

próprio partido”.

Sabem que uma solução à esquer-

da “não é fácil, nem simples”, mas

“é o único caminho coerente para

concretizar os valores de esquerda

do PS” e “criar as condições políticas

sufi cientes para que Portugal reto-

me o desenvolvimento económico

e o progresso social”. Por isso, dis-

ponibilizam-se “para continuar, no

âmbito das suas funções enquanto

Maria João Lopessindicalistas e mantendo a sua auto-

nomia, a apoiar fi rmemente as po-

sições políticas do PS e do secretá-

rio-geral em direcção a um governo

estável” que una as esquerdas.

Para o conselho nacional de co-

ordenação da corrente sindical

socialista da CGTP-IN, “a perda da

maioria absoluta pela direita [nas

eleições legislativas] signifi ca que

o povo, especialmente os trabalha-

Empresários defendem solução que garanta “estabilidade” e mandato para uma legislatura

dores e trabalhadoras, rejeita fron-

talmente a política de austeridade

e de empobrecimento geral prati-

cada pelo PSD-CDS durante o seu

governo”.

CIP insiste na “estabilidade”Também ontem, o presidente da

Confederação Empresarial de Portu-

gal (CIP), António Saraiva, defendeu

uma solução que garanta “estabili-

dade” para os empresários, “previ-

sibilidade, para que seja promovi-

do o investimento e respeito pelos

compromissos internacionais, para

que seja mantida a confi ança”. An-

tónio Saraiva escusou dizer se prefe-

re um governo liderado pela coliga-

ção ou de esquerda, argumentando

que a opção dos empresários é que,

“num quadro de estabilidade parla-

mentar”, o “futuro governo tenha

condições” para que o país possa

ter “quatro anos de reforço da me-

lhoria que temos vindo a sentir”. E

acrescentou: “Sabemos que o PS,

nestes 40 anos de democracia que

levamos, já deu provas de que é um

partido europeísta, responsável, por

isso saberá, nas várias composições

que eventualmente se possam vir a

desenhar, acautelar estes princípios.

(...) Não estamos amedrontados.”

Questionado sobre se há condi-

ções para que haja um aumento do

salário mínimo nacional, afi rmou

que “os salários não se devem au-

mentar por decreto”. com Lusa

Os empresários não estão “amedrontados” com o cenário de um Governo de esquerda, diz António Saraiva

O PS já deu provas de que é um partido europeísta, responsávelAntónio SaraivaPresidente da CIP

no letivo inscrições abertas

Page 8: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

8 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

NOVA LEGISLATURA

O candidato à Presidência da

República António Sampaio

da Nóvoa declarou ontem

— horas antes de conhecer

a decisão de Cavaco Silva —

que seria “absolutamente

impensável” que o Presidente

não desse posse a um Governo de

maioria no Parlamento, fosse “de

esquerda, de direita ou de centro”.

E elogiou todos os partidos que ao

longo destes dias “têm procurado

formas de entendimento, formas

de diálogo”.

“Não vejo que haja nenhuma pos-

sibilidade no nosso regime consti-

tucional de não dar posse a um Go-

verno que tenha uma maioria par-

lamentar. Uma maioria parlamentar

representa uma maioria de decisões

e de votos dos portugueses, repre-

senta uma maioria da vontade dos

portugueses e seria absolutamente

impensável que um Governo desses

não fosse empossado”, sublinhou

Sampaio da Nóvoa, no Porto, em

declarações aos jornalistas pouco

antes de o Presidente da República

comunicar ao país a sua decisão re-

lativamente ao novo Governo.

À entrada da Faculdade de Arqui-

tectura da Universidade do Porto,

onde participou na conferência Co-

nhecimento, Cidadania e Desenvolvi-

mento, o ex-reitor da Universidade

de Lisboa disse estar a “acompanhar

com muita atenção estes dias”, que

considerou “muito interessantes”

para a democracia e para a política

em Portugal”. E aproveitou para dei-

xar uma palavra de “muito estímulo

e de muito reconhecimento a todos

os partidos que ao longo destes dias

têm procurado formas de entendi-

mento, formas de diálogo”. “Este é

disse-o, muitas vezes, o tempo dos

partidos, é o tempo da democracia,

é o tempo da política”.

“Temos que registar esse esforço Sampaio da Nóvoa reuniu apoiantes em conferência no Porto

FERNANDO VELUDO/NFACTOS

Margarida Gomes

“Absolutamente impensável não empossar um Governo com maioria na AR”, diz Nóvoa

Horas antes de conhecer a decisão de Cavaco, o candidato advertiu que “em democracia não se pode excluir nenhuma possibilidade e que devemos estar preparados para responder às exigências do momento”

tura que não tinha tido nos últimos

anos, nas últimas décadas”, afi r-

mou, reafi rmando que daria “sem-

pre posse a um Governo que tivesse

maioria parlamentar”. “E nem me

parece que possa ser de outra ma-

neira, seja um Governo de esquerda,

um Governo de direita, um Governo

de centro”, acrescentou.

Questionado sobre as negociações

que têm estado a decorrer à esquer-

da, o ex-reitor revelou que tem olha-

do “com muito interesse no sentido

em que tudo o que sejam aberturas

da democracia são positivas”. “O

pior que nos pode acontecer sem-

pre em democracia é o fechamen-

to, é fecharmos as nossas opções

ou em lógicas de inevitabilidade,

ou em lógicas sempre das mesmas

políticas, ou em lógicas em que não

há verdadeiras alternativas”, frisou.

Para concluir que, “sempre que se

abre uma nova possibilidade, sem-

pre que se abre uma alternativa,

sempre que se abre a democracia,

sempre que se abre o leque de pos-

sibilidades, isso é bom para a de-

mocracia e os partidos estarão lá

para representar os portugueses e

para escolher o que é melhor para

o futuro de Portugal”.

O candidato Sampaio da Nóvoa

recebeu o apoio do Movimento In-

tervenção e Cidadania/Porto. Al-

gumas das fi guras que integram o

MIC/Porto, como Rui Feijó, antigo

vereador do PS na Câmara do Por-

to, participaram na conferência.

No auditório estavam muitas caras

conhecidas que foram à Faculdade

de Arquitectura apoiar o candidato

presidencial. O geógrafo Álvaro Do-

mingues, o arquitecto Alexandre Al-

ves da Costa, o professor da Univer-

sidade do Minho António Cândido

Oliveira, Ricardo Magalhães, que foi

secretário de Estado dos Recursos

Naturais, quando Elisa Ferreira era

ministra do Ambiente. A eurode-

putada também esteve na sala e fez

uma intervenção.

que os partidos têm feito no sentido

de conseguir soluções para o Gover-

no, para a estabilidade política em

Portugal”, destacou, sublinhando

que “a democracia tem um tempo

e isso é uma das coisas mais impor-

tantes que nós devemos perceber”.

Frisando que “a política não se faz

instantaneamente, necessita de di-

álogo, necessita de conversa, ne-

cessita de ponderação”, Sampaio

da Nóvoa pediu serenidade e uma

enorme confi ança nos partidos. É

totalmente compreensível que haja

esse tempo da ponderação, e esse

tempo da decisão”.

Aguardado por algumas dezenas

de pessoas, o candidato evitou tra-

çar cenários relativamente a um

futuro executivo e recordou que

deve ter sido a “única pessoa” que,

mês após mês, desde a candidatu-

ra, “disse sempre, quando o senhor

Presidente da República falou de

maiorias absolutas e depois quan-

do falou de maiorias parlamentares,

que admitia todas as possibilidades.

Em democracia, não se pode excluir

nenhuma possibilidade e devemos

estar preparados para, na altura cer-

ta, responder ao que são as exigên-

cias do momento”.

“Está-se a verifi car agora que era

preciso abrir o leque das nossas pos-

sibilidades, que era preciso pensar a

nossa democracia numa outra aber-

“Sempre que se abre o leque de possibilidades, isso é bom para a democracia, e os partidos estarão lá para representar os portugueses”

Page 9: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

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Page 10: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

10 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

Ex-namorada de Sócrates processa jornal por divulgar conversas falsas

Fernanda Câncio, jornalista do Diário de Notícias, diz que a informação é falsa e acusa o jornal Correio da Manhã de aproveitar informações que os jornalistas conseguem por serem assistentes no processo

NUNO FERREIRA SANTOS

Advogados de Sócrates admitem apresentar providência cautelar para impedir divulgação de notícias sob segredo de justiça

A jornalista Fernanda Câncio, do

Diário de Notícias, decidiu proces-

sar o Correio da Manhã pela divul-

gação de conversas gravadas no

âmbito da Operação Marquês e que

envolvem a própria jornalista, que

foi namorada de José Sócrates, e a

mulher de Carlos Santos Silva, ami-

go do ex-primeiro-ministro e tam-

bém arguido no mesmo processo.

Segundo Fernanda Câncio, além de

as notícias violarem o segredo de

justiça, são também falsas e repre-

sentam uma imputação “difamató-

ria e ultrajante”.

“É falso que em conversas man-

tidas telefonicamente com Inês do

Rosário, na sequência da detenção

de José Sócrates e Carlos Santos Sil-

va, e que teriam sido escutadas no

âmbito do processo, esta me tenha

comunicado que determinado mon-

tante existente nas contas de Carlos

Santos Silva pertencia na verdade

a José Sócrates”, garante Fernan-

da Câncio, numa carta enviada ao

PÚBLICO, em que acrescenta ainda

que “esta imputação só pode resul-

tar da imaginação doentia e envie-

sada de quem ocupa no processo

a posição de acusador, público ou

privado”.

Na mesma nota, a jornalista infor-

ma que, além de processar o Correio

da Manhã e a CMTV, vai também

exigir o acesso às gravações das

conversas em causa. Depois, reite-

ra que a divulgação de “elementos

do processo” em notícias “constitui

a prática manifesta, e confessada,

do crime de violação do segredo

de justiça, pelo que se espera que

o detentor da acção penal aja em

conformidade, nomeadamente de-

terminando de imediato injunções

com vista a evitar a repetição da

prática do crime, uma vez que é evi-

dente que tal conduta se repetirá”.

Fernanda Câncio vai mais longe

e garante que os “funcionários” do

Correio da Manhã só conseguiram

informações porque se constituí-

ram assistentes no processo, acu-

sando-os de “terem usado essa po-

sição processual para acederem aos

elementos do processo que depois

divulgam nos órgãos de comunica-

ção de que fazem parte”.

“O facto de as peças serem da au-

toria de quem tem no processo a

posição de assistente signifi ca que

é o assistente que, embora na veste

de ‘jornalista’, dá a notícia. Ora, tal

conduta é atentatória dos deveres

deontológicos mais elementares,

nomeadamente o de informar com

rigor e isenção, não se valendo da

sua condição para noticiar assuntos

em que tenha interesse”, sublinha

a jornalista.

Fernanda Câncio apela também

à intervenção da Comissão da Car-

teira de Jornalista e do conselho de-

ontológico do Sindicato de Jornalis-

tas para evitar que o jornalismo se

torne uma “profi ssão sem regras e

sem qualquer tipo de ética”.

Numa reacção ao anúncio da ex-

namorada de José Sócrates, a direc-

ção editorial do Correio da Manhã

diz que o jornal não se intimida

“com manobras desesperadas de

pessoas que nem conseguiram ler

com objectividade as notícias que

foram escritas”. Para os directores

da publicação, o que degrada o Es-

tado de direito “não é o jornalismo

livre mas sim a falta de transparên-

cia na gestão do dinheiro público,

a ocultação de confl itos de inte-

resses entre jornalismo e amiza-

des políticas, a obediência acéfala

a verdades cozinhadas e prontas a

consumir”.

A direcção explica que o jornal

se constituiu como assistente por

considerar essencial escrutinar o

exercício do poder político e a for-

ma como são geridos os dinheiros

públicos. Ao mesmo tempo, assegu-

ra que o interesse público e o direi-

to/dever de informar são os únicos

critérios que norteiam a sua acti-

vidade. “As escutas e os factos que

o Correio da Manhã tem noticiado

JustiçaRomana Borja-Santos

foram validadas pelo juiz de instru-

ção por serem determinantes na

produção de prova no processo”,

recorda um dos directores, Eduar-

do Dâmaso. “Não noticiámos nada

relacionado com a vida íntima dos

sujeitos processuais.”

Na quarta-feira, também os ad-

vogados de José Sócrates tinham

informado que estão a ponderar a

interposição de uma providência

cautelar para impedir que os órgãos

de comunicação social divulguem

informações sob segredo de justiça

que resultem do acesso ao processo

de jornalistas que são parte nele já

que se constituíram assistentes.

As partes podem agora aceder ao

processo, já que o segredo de jus-

tiça interno cessou e alguns advo-

gados, entre eles os representantes

de alguns jornais e os defensores de

Sócrates, receberam na segunda-

feira CD com as cópias de 56 vo-

lumes do processo que envolve o

ex-primeiro-ministro, que esteve

detido durante quase 11 meses mas

que foi libertado na passada sexta-

feira.

Regresso ao palco políticoJosé Sócrates volta amanhã ao palco

político. Vai participar numa confe-

rência na Casa da Arte e da Cultu-

ra de Vila Velha de Ródão, Castelo

Branco, intitulada Política e Justiça.

Quem fez a revelação no Facebook

foi o amigo de Sócrates André Fi-

gueiredo, escrevendo que o antigo

líder do PS estará “entre os seus!” e

que esta conferência “será apenas

o início”. Castelo Branco foi o distri-

to pelo qual Sócrates foi sucessiva-

mente eleito deputado do PS e onde

iniciou a sua vida política. com Ana Henriques

Page 11: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 11

O juiz do Tribunal Central de Instru-

ção Criminal Carlos Alexandre deci-

diu obrigar o ex-presidente executivo

do Banco Espírito Santo (BES), Ricar-

do Salgado, a prestar mais uma cau-

ção de três milhões de euros como

condição para sair da prisão domici-

liária em que se encontra. Não era is-

to, porém, que o Ministério Público,

titular da investigação, pretendia. Os

cinco procuradores que estão no pro-

cesso em que se investiga o colapso

do BES e do GES promoveram ape-

nas que a medida de coacção fosse

atenuada mediante a afectação da

caução também de três milhões que

Salgado já apresentou no processo

Monte Branco em que também é ar-

guido, confi rmou ao PÚBLICO a Pro-

curadoria-Geral da República (PGR).

Isto é, o MP queria a mesma cau-

ção para dois processos, Carlos Ale-

xandre não. O custo da liberdade pa-

ra Ricardo Salgado corresponderá

assim a uma soma de seis milhões,

apurou o PÚBLICO. A PGR não con-

fi rma, explica apenas a posição do

Ministério Público (MP) e dá conta de

que este ainda não foi “notifi cado de

qualquer decisão que se pronuncie

sobre a caução prestada por Ricardo

Salgado no âmbito do processo Mon-

te Branco”. A defesa do ex-banqueiro

recorreu dessa caução para o Tribu-

nal da Relação de Lisboa e o recurso

ainda está pendente.

Juiz Carlos Alexandre obriga Ricardo Salgado a pagar mais três milhões que o MP não queria

A juíza presidente da comarca de

Lisboa, Amélia Almeida, explicou ao

PÚBLICO que o despacho de Carlos

Alexandre não refere tão-pouco a

caução prestada no Monte Branco,

apesar da promoção feita pelo MP

nesse sentido. “Só refere uma cau-

ção de três milhões”, disse. Caução

que o PÚBLICO apurou ser um novo

montante a acrescentar à anterior de

três milhões. Ricardo Salgado está

ainda sujeito à proibição de contac-

tar outros arguidos no processo e de

se ausentar do país.

Neste processo, já o MP tinha de-

fendido em Julho que bastaria apli-

car a Salgado a caução já prestada no

Monte Branco. Nessa altura, contudo,

o juiz considerou que tal não era su-

fi ciente para acautelar o perigo de

fuga e decretou a sua prisão domici-

liária. Desta vez, três meses depois,

impunha-se a revisão da medida de

coacção como obriga a lei. Até que o

juiz considere válida a apresentação

da caução de três milhões de euros,

Ricardo Salgado manter-se-á obriga-

do a permanecer na habitação.

A defesa do ex-presidente do BES

admitiu ontem contestar a alteração

das medidas de coacção de Ricardo

Salgado que incluem o pagamento de

uma nova caução de três milhões de

euros para fi car em liberdade.

Em declarações à entrada para o

julgamento do caso das secretas, em

que é advogado de Nuno Vasconce-

los, presidente da Ongoing, Francis-

co Proença de Carvalho disse que

Ricardo Salgado, a quem tinha sido

decretada a prisão domiciliária, vai

reagir muito em breve à decisão do

juiz de alterar esta medida de coac-

ção impondo o pagamento de três

milhões de euros. O advogado acres-

centou que a reacção da defesa será

conhecida muito em breve, depois de

comunicada ao juiz. Neste processo

estão em causa crimes de falsifi cação,

falsifi cação informática, burla quali-

fi cada, abuso de confi ança, fraude

fi scal, corrupção no sector privado

e branqueamento de capitais.

Até Julho, eram seis os arguidos

constituídos neste processo, de acor-

do com a PGR. Dois deles são antigos

directores do BES que foram consti-

tuídos arguidos em Novembro passa-

do, durante uma megaoperação de

buscas que incluiu uma visita à sede

do Novo Banco e às actuais instala-

ções do BES. São eles Isabel Almeida,

ex-directora fi nanceira do BES, e An-

tónio Soares, ligado à administração

do BES Vida. O ex-braço direito de

Salgado, Amílcar Morais Pires, é ou-

tro dos arguidos, não se conhecen-

do a identidade dos restantes dois.

JustiçaPedro Sales Dias

Ministério Público dizia que bastava aproveitar a mesma caução de três milhões já paga no processo Monte Branco

Ricardo Salgado vai recorrer

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Page 12: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

12 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

Consumo de alheiras de Mirandela e de fumeiro caiu entre 75 e 80%

Caso da marca Origem Transmontana foi “episódico” e está “perfeitamente encerrado”, garante secretário de Estado da Alimentação. Director-geral da Saúde fez prova cega de alheiras

ADRIANO MIRANDA

Francisco George aproveitou para voltar a defender que o risco de contrair botulismo através da ingestão de alheiras “é zero”

A crise que afectou as alheiras de Mi-

randela e o fumeiro regional trans-

montano, depois da divulgação de

vários casos de botulismo alimentar,

provocou quebras no consumo “da

ordem dos 75 a 80%”, lamenta o se-

cretário de Estado da Alimentação e

Investigação Agro-alimentar, Nuno

Vieira e Brito, que hoje vai aprovei-

tar o primeiro dia da Feira da Cas-

tanha de Vinhais (Bragança) para

“tranquilizar” os consumidores, em

conjunto com o secretário de Estado

adjunto do ministro da Saúde.

Ontem, foi a vez do director-geral

da Saúde ir a Mirandela participar

numa espécie de prova cega de alhei-

ras, como forma de mostrar publi-

camente que o problema de botu-

lismo já foi ultrapassado. Francisco

George aproveitou para voltar a de-

fender que o risco de contrair botu-

lismo através da ingestão de alheiras

transmontanas “é zero”. “Todas as

acções que promovam o consumo

dos produtos tradicionais portugue-

ses são importantes”, admite Vieira

e Brito, que fez, porém, questão de

frisar que “não há risco zero”.

Levando em conta apenas as

alheiras de Mirandela, a perspectiva

de negócio “ronda os 30 milhões de

euros” anuais e o número de empre-

gos ascende a cerca de seis centenas

de postos de trabalho, especifi cou

o governante. O caso do produtor

da marca Origem Transmontana — a

cujos produtos estão associados os

cinco casos de botulismo detecta-

dos — foi “episódico, circunscrito e

já está perfeitamente encerrado”,

garante. Em causa está apenas uma

empresa que vendeu produtos com

a marca comercial Origem Trans-

montana, nome que “confundiu

profundamente os consumidores”,

afi rmou.

“É preciso distinguir situações

que são diferentes. O problema

que surgiu na Volkswagen não sur-

giu nos Peugeot nem nos Renault.

Não podemos estar a confundir um

problema grave que foi identifi cado

numa só marca com os produtos na

região, de outras marcas, que têm a

sua origem distinta na preparação,

no fabrico, na comercialização”,

sublinhou, a propósito, o director-

que,“eventualmente, poder-se-ia ter

sido mais preciso no sentido de ser

mais notório” que estava apenas em

causa uma empresa.

Na semana passada, a Comunida-

de Intermunicipal Terras de Trás-

os-Montes, que abarca nove mu-

nicípios do distrito de Bragança,

emitiu um comunicado apelando

precisamente a um esclarecimento

público por parte de entidades ofi -

ciais. E foi isso que Francisco George

fez. “Neste momento, estamos em

crer que não há mais risco, no que

respeita ao consumo de produtos

desta natureza e daquela marca, a

não ser que alguém os tenha conser-

vado no congelador. O consumo de

alimentos típicos desta região tem

risco zero. Não tem nenhum risco”,

garantiu.

Para o presidente da Câmara Mu-

nicipal de Mirandela, esta afi rma-

ção era importante para separar as

águas e ajudar a repor a confi ança

num produto que foi considerado

uma das sete maravilhas da gastro-

nomia portuguesa. “Aquilo que nós

solicitámos era esta afi rmação, que

não há risco no consumo dos pro-

dutos regionais. É importante que

haja um encerramento desta ques-

tão”, disse.

As alheiras são produzidas um

pouco por todo o Nordeste Trans-

montano, mas é em Mirandela que

estão instaladas as maiores unida-

des industriais (sete). Desde que

apareceram os casos de botulismo,

as encomendas caíram drasticamen-

te. “Uma fábrica que produzia dez

toneladas, numa semana chegou a

vender duas. Houve uma redução

que parou a actividade”, lamentou

o autarca, que aponta ainda outro

problema: a “reposição das enco-

mendas no ponto em que estavam

antes” desta crise.

Saúde públicaAlexandra Campos e António G. Rodrigues

geral da Saúde, sob o olhar atento do

presidente da Câmara de Mirande-

la, António Branco, que endereçou

o convite para um almoço ontem,

num restaurante de Mirandela. O

repasto juntou cerca de meia cen-

tena de pessoas, entre autarcas do

distrito de Bragança e agentes do

sector. À mesa, alheira com grelos

e batata cozida.

Formação dos produtores Depois de as entidades com compe-

tência para o efeito — a Autoridade

de Segurança Alimentar e Econó-

mica (ASAE) e a Direcção-Geral da

Alimentação e Veterinária (DGAV)

— terem promovido “intensas ac-

ções de fi scalização e controlo” e

procedido à “rastreabilidade” de

todos os produtores onde a Origem

Transmontana disse ter comprado

produtos, Nuno Vieira e Brito defen-

de que “hoje é mais seguro comer

alheiras do que era anteriormente

a este processo”.

De resto, acredita, a confi ança dos

consumidores irá sendo retomada

“gradualmente”, à semelhança do

que aconteceu noutras crises idên-

ticas. A estratégia, agora, passa pela

promoção da formação dos produ-

tores artesanais em boas práticas de

higiene, porque o grau de segurança

dos produtores industriais já é mui-

to elevado, acentuou o secretário de

Estado da Alimentação.

Quanto à forma como a informa-

ção foi veiculada — através de um

comunicado conjunto emitido em

Setembro pelas direcções-gerais

da Saúde e da Alimentação e Ve-

terinária, da Autoridade de Segu-

rança Alimentar e Económica e do

Instituto de Saúde Ricardo Jorge,

dando conta dos casos de botulis-

mo associados a produtos desta

marca —, Vieira e Brito considerou

Page 13: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | PORTUGAL | 13

Só há um registo recente da “doença das vacas loucas”

Em quase três anos, apenas há regis-

to de um caso de BSE (encefalopatia

espongiforme bovina), conhecida co-

mo a “doença das vacas loucas”, em

Portugal. Pela primeira vez em qua-

se duas décadas, em 2013 Portugal

não registou casos de BSE, no ano

seguinte foi notifi cado um caso de

“um animal velho”, e este ano não

há qualquer situação confi rmada até

retomar as importações de carne de

bovino de Portugal e de outros 18 Es-

tados-membros da União Europeia,

incluindo Espanha, França e Grécia,

que estavam proibidas desde 1996

por causa da BSE.

Portugal vai voltar, assim, a poder

“exportar carne de vaca” para o Ca-

nadá, um sinal de confi ança nas me-

didas adoptadas na União Europeia

para erradicar a “doença das vacas

loucas”. O levantar da interdição pro-

Alexandra Camposva que o país já está nos níveis de

segurança preconizados pela Orga-

nização Internacional para a Saúde

Animal (OIE), diz o secretário de Es-

tado. Segundo a OIE, um país entra

na zona de risco quando a taxa de

incidência ultrapassa os cem casos

de doença por milhão de animais.

Foi o elevado número de casos de

BSE registados em Portugal que moti-

vou um embargo das exportações de

carne de vaca nacional entre 1998 e

2004, altura em que a Comissão Eu-

ropeia levantou a interdição por con-

siderar que o risco estava controlado.

Na sequência da crise das “vacas

loucas”, Portugal adoptou uma série

de medidas de excepção e, ao longo

dos anos, foi-se observando uma re-

gressão da incidência da doença. A

Canadá retoma esta semana importações de carne bovina portuguesa, que estavam proibidas desde 1996

à data, destaca o secretário de Es-

tado da Alimentação e Investigação

Agro-Alimentar, Nuno Vieira e Brito,

para quem Portugal é hoje “um dos

países mais seguros do ponto de vista

alimentar”.

O último caso de BSE foi confi rma-

do há um ano (Novembro de 2014)

num bovino macho de raça minhota,

já com 16 anos. Desde então, e até à

data, não há por enquanto registo de

mais casos desta doença que provo-

cou uma crise sanitária nos anos 90

do século passado.

Foi neste contexto, enfatizou o

governante, que Portugal conseguiu

baixar o estatuto de risco de BSE, que

desde 2014 é considerado “insignifi -

cante”. Graças à evolução verifi cada,

frisou, o Canadá decidiu esta semana

Comissão Europeia decretou medi-

das de emergência antes da entrada

em funcionamento do sistema de des-

pistagem rápida da BSE e, em 1998,

proibiu-se em Portugal a introdução

das farinhas animais nas rações de

engorda, produto que constituía o

mais provável agente de contamina-

ção, e foi posto em marcha um pro-

grama de abate de bovinos com mais

de 30 meses de idade.

Relativamente à variante huma-

na da BSE, a doença de Creutzfeldt-

Jakob, uma patologia rara de tipo

neurodegenerativo que pode ser ori-

ginada pelo consumo de carne con-

taminada, entre 2010 e 2013 houve

26 casos confi rmados, incluindo-se

neste número, porém, as três varian-

tes da doença.

Portugal vai voltar a poder exportar carne de vaca para o Canadá quase duas décadas depois

15-24O doente mais jovem com a variante humana da BSE, a doença de Creutzfeldt-Jakob, estava na faixa etária dos 15 aos 24 anos

NUNCA A 1.A LIGAFOI TÃO EMOCIONANTE

FUTEBOL TÉNIS BASquETEBOLMais informações em www.jogossantacasa.pt | App PLACARD Linha Direta Jogos 808 203 377 (das 8h às 24h)É proibida a venda de jogo a menores de 18 anos

Page 14: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

14 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

PAULO PIMENTA

DGS atribui surto de bactéria em Gaia ao uso indevido de antibióticos

Para o director-geral da Saúde, o

surto da bactéria multirresistente

que está, desde Agosto, a afectar o

hospital de Gaia tem uma explica-

ção: o “uso indevido e inadequado

de antibióticos”. Apesar disso, Fran-

cisco George garantiu ontem que crê

“que o problema, que é grave, está

controlado”, o que foi possível com

as medidas tomadas por aquela uni-

dade hospitalar em articulação com

a Direcção-Geral da Saúde (DGS).

George, que falava em Mirandela,

à margem de uma prova pública de

alheira (ver página 12), começou por

dizer que “esses antibióticos, uma

vez indevidamente utilizados, podem

dar origem a resistências das bacté-

rias”. O responsável da DGS explicou

que “há bactérias que são resistentes

e não são inactivadas pelo antibióti-

co, exactamente por uso indevido”,

como, por exemplo, “o excesso de

dias de antibioterapia”, a utilização

“para tratar erradamente infecções

de origem viral, uma vez que os vírus

não são sensíveis e não devem ser

tratados com antibióticos”.

O director-geral da Saúde lembrou

que “há muitos problemas que não

dizem só respeito à saúde pública

humana mas, também, à veteriná-

ria e ao tratamento dos animais”, até

porque “as bactérias, uma vez em

contacto com os antibióticos, po-

dem desenvolver essas resistências,

e foi isso que aconteceu em Gaia”.

“Há doentes que foram infectados,

outros foram colonizados, tidos co-

mo portadores de uma bactéria que

é especialmente preocupante porque

adquiriu resistências. A sua compo-

sição genética adquiriu resistências,

que são propagadas de geração em

geração de bactérias”, explicou o

mesmo responsável.

George considerou, ainda, que “é

preciso distinguir a infecção provo-

cada pela bactéria resistente de uma

outra condição que é a identifi cação

da bactéria em pacientes que não

estão doentes devido a esta bacté-

ria”. Depois, assegurou que “foram

tomadas medidas de isolamento,

pisos evacuados, no sentido de não

possibilitarem mais riscos”, porque

“quem está no hospital não pode ser

exposto a riscos evitáveis”.

Desde 7 de Agosto foram identifi -

cados no Hospital de Gaia mais de

30 doentes portadores de Klebsiella

pneumoniae, uma bactéria multir-

resistente que terá surgido em con-

sequência do uso de grandes doses

de antibióticos. A bactéria é de rápi-

da disseminação, transmite-se pelo

toque, sobrevive na pele e no meio

ambiente e desconhece-se a sua du-

rabilidade. Até ao momento foram

contabilizadas três mortes devido a

este problema.

Antes de Francisco George, o pre-

sidente do conselho de administra-

ção do Centro Hospitalar Vila Nova

de Gaia/Espinho, Silvério Cordeiro,

já tinha garantido à Lusa que a infec-

ção está controlada.

Na quarta-feira, em comunicado, a

unidade tinha avançado que suspei-

ta de que o surto tenha tido origem

numa doente que fez vários ciclos de

antibiótico e que partilhou, no dia 29

de Julho, a mesma unidade de pós-

operatório com o primeiro paciente

infectado. Adiantou também que fo-

ram já criados sete quartos de isola-

mento individual, três enfermarias

na área médica e três enfermarias na

área cirúrgica. O centro hospitalar

respondia desta forma à tomada de

posição do presidente do Sindicato

dos Enfermeiros, José Azevedo, que

na quarta-feira defendeu o encerra-

mento do pavilhão central do hospi-

tal, de forma a impedir a dissemina-

ção da bactéria.

O coordenador do Programa de

Prevenção e Controlo de Infecção e

de Resistência aos Antimicrobianos

da Direcção-Geral da Saúde subli-

nhou ao PÚBLICO que esta resistên-

cia da Klebsiella pneumoniae ainda é

“rara” em Portugal (1,8%), que está

mesmo um pouco abaixo da média

europeia e muito longe daquilo que

se verifi ca noutros países, como a

Grécia (50%) e a Itália (mais de 30%).

Mas José Artur Paiva admite alguma

apreensão: “O que nos preocupa é

o facto de estarmos a assistir a uma

progressão signifi cativa: passamos de

0,3% há três anos, para 0,7% no ano

seguinte e 1,8%, no ano passado.”

Recordando que este tipo de resis-

tência já está descrito em Portugal

desde 2009, José Artur Paiva subli-

nha que é necessário usar os antibió-

ticos “com parcimónia”, mas lembra

que, “mesmo usando bem” este tipo

de medicamentos, surgem resistên-

cias. com Alexandra Campos e Ro-mana Borja-Santos

Hospital criou sete quartos de isolamento individual, três enfermarias na área médica e três na cirúrgica

Bactéria que afecta desde Agosto hospital de Gaia identifi cada em 30 doentes. Até ao momento foram contabilizadas três mortes devido a este problema. Francisco George garante que situação está controlada

Saúde António G. Rodrigues

Campanha alerta para abuso de antibióticos nas crianças

Ainda antes de completarem o primeiro ano de vida, mais de 50% das crianças portuguesas já tomaram um

antibiótico pelo menos uma vez — apesar de 90% das infecções nesta idade serem de origem viral e, por isso, não necessitarem deste tipo de medicamentos. O abuso dos antibióticos está a contribuir para que as bactérias sejam cada vez mais resistentes. Para inverter este cenário, ontem foi lançada uma campanha de sensibilização nas farmácias nacionais que quer deixar uma mensagem clara: “Antibióticos em crianças: use, mas não abuse.”

O presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica considera que esta campanha, promovida pela Cooprofar Farmácia — Cooperativa dos Proprietários de Farmácia, chega numa altura especialmente importante: no Inverno surgem mais problemas

respiratórios e tende a aumentar o consumo desnecessário de antibióticos. “Há uma utilização abusiva dos antibióticos e isso passa-se mais ao nível das crianças do que dos adultos. Nas crianças, cerca de 90% das infecções são de origem viral e no adulto esta relação é inferior”, explicou ao PÚBLICO Libério Ribeiro.

Questionado sobre as razões do abuso, uma vez que os antibióticos são medicamentos cuja venda depende de receita médica, o especialista defendeu que há várias causas, que envolvem farmacêuticos, médicos e pais. A campanha, que terá cartazes em farmácias, visa precisamente alertar pais e educadores, assim como os próprios profissionais de saúde.

Libério Ribeiro admite que, por vezes, ainda há farmácias a dispensarem os medicamentos a clientes que conhecem, mas também atribui o problema a

algum desconhecimento dos pais e à falta de tempo dos médicos. “O número de crianças nos serviços de urgência chega a triplicar no Inverno. Acredito que com um exame mais cuidado e com mais tempo para acompanhar o doente se poderiam evitar muitas das prescrições”, sublinha.

O pediatra e imunoalergologista cita valores que fazem parte do International Study of Asthma and Allergies in Childhood, sobre a prevalência de asma e de doenças como a rinite na infância. O trabalho estimou que, “em Portugal, 54% das crianças no primeiro ano de vida já tinham tomado antibióticos”. O médico alertou que nenhum medicamento é inócuo e que o uso inadequado de antibióticos, sobretudo nestas idades, altera a flora intestinal das crianças e pode influenciar o desenvolvimento de patologias do foro alérgico. R.B.S.

Page 15: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | PORTUGAL | 15

PUBLICIDADE

A falta de aparelhos para medir a

taxa de álcool no sangue dos auto-

mobilistas é, a par da escassez de

viaturas de serviço em condições

operacionais, um dos principais

problemas dos agentes da PSP e

dos militares da GNR quando estão

ao serviço.

O mais recente relatório divulga-

do pela Inspecção-Geral da Admi-

nistração Interna (IGAI) enumera

uma série de questões com que se

confrontam os agentes da autorida-

de. “Uma das contingências mais re-

PSP e GNR têm falta de carros operacionais e de aparelhos para apanhar condutores alcoolizados

feridas aponta no sentido da escas-

sez de veículos policiais disponíveis,

surgindo, em seguida, a menção ao

facto de uma boa parte das viaturas

se encontrar obsoleta e de exigir sis-

tematicamente reparações, o que se

traduz em longos períodos de ino-

peracionalidade”, refere o relatório

das inspecções sem aviso prévio a

postos da GNR e a esquadras da PSP,

que no ano de 2014 se debruçou so-

bre as condições das instalações po-

liciais situadas na Guarda, em Faro,

na Madeira e em Lisboa.

Outra das carências mais repor-

tadas prende-se com a falta de apa-

relhos de medição da taxa de alco-

olemia, bem como de terminais de

pagamento automático, “realidades

que, alegadamente, afectam a efi -

cácia e condicionam a operaciona-

lidade dos dispositivos policiais”,

pode ler-se no documento. Quanto

às instalações propriamente ditas, a

IGAI recomenda à GNR que resolva

Administração internaAna Henriques

Relatório da IGAI diz que agentes da autoridade se queixam de terem de trabalhar com viaturas obsoletas

gem dos quartéis não tem condições

nenhumas”, assegura José Alho. “A

maioria do mobiliário das esquadras

de Lisboa e do Porto está degrada-

do”, diz, por seu turno, o represen-

tante dos polícias.

José Alho lamenta que o papel

que exerceu a IGAI há duas décadas,

quando surgiu, na denúncia da falta

de condições de trabalho se tenha

atenuado. “Não existe uma entidade

com competência para fi scalizar as

condições de trabalho dos polícias,

e já fi zemos uma queixa à Organiza-

ção Internacional do Trabalho por

causa disso”, recorda Paulo Rodri-

gues.

A criação de rampas de acesso às

instalações policiais para as pessoas

com mobilidade reduzida é outra

das recomendações dos inspecto-

res, que querem ainda que sejam

criadas condições de privacidade

no atendimento ao público nas es-

quadras e postos da GNR.

os problemas que identifi cou no co-

mando territorial de Faro. O PÚBLI-

CO questionou este organismo sobre

a natureza destes problemas, uma

vez que o relatório divulgado não

os identifi ca em concreto, mas não

recebeu qualquer tipo de resposta.

Certo é que o documento fala em in-

fi ltrações de água e em inadequação

das instalações para os militares do

sexo feminino, sem especifi car em

que postos se verifi cam estas disfun-

cionalidades.

“Há reclusos do estabelecimento

prisional a trabalhar na pintura dos

quartéis da GNR da zona”, critica

José Alho, da Associação Sócio-Pro-

fi ssional Independente da Guarda.

Tanto este dirigente como Paulo Ro-

drigues, da Associação Sindical dos

Profi ssionais de Polícia, mostram-se

indignados com o facto de a inspec-

ção considerar boas as condições de

trabalho da maioria das esquadras e

postos visitados. “Grande percenta-

Breve

Crise humanitária

Portugal preparado para receber já três mil refugiadosPortugal já está em condições de receber três mil refugiados, garantiu ontem o alto-comissário para as Migrações, Pedro Calado, segundo o qual há 63 municípios, dos 18 distritos e ilhas, disponíveis e preparados para os acolher. “Se chegassem a curto prazo três mil indivíduos, acreditamos que, com estas respostas que recebemos, tínhamos capacidade para os acolher”. O número foi calculado depois de se contarem as respostas oferecidas.

Page 16: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

16 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

Inglês

Aprendem desde o berço para serem cidadãos do mundo

O inglês aprende-se cada vez mais cedo. Ensina-se com o auxílio de músicas, danças, casas de brincar e animais-marionetas a bebés de fraldas que ainda nem falam. A procura de centros de ensino privados está aumentar

O Eduardo é pequeni-

no, tem 20 meses,

olhitos atentos. Já

sabe contar até dez

em inglês, associa

nomes aos objec-

tos, pronuncia al-

gumas palavras,

diz outras de forma

espontânea, ainda

não constrói frases na língua que

começou a escutar aos dez meses.

Vai lá chegar. Começou a falar nas

duas línguas. Os pais usam regu-

larmente o inglês no trabalho. Por

vezes, conversam em inglês lá em

casa para tornar normal novas so-

noridades. O Santiago tem 18 meses,

repete uma palavra aqui, outra ali,

que a professora Cátia vai dizendo

ou cantando. O inglês faz parte da

sua vida desde os nove meses. Disse

cat antes de dizer gato. A mãe fala

inglês, o pai, com dupla nacionali-

dade, portuguesa e alemã, também

e chega a contar-lhe histórias em

alemão. A Inês tem dois anos e quatro

meses. Há palavras que lhe são mais

fáceis de dizer em inglês, responde a

perguntas simples e aponta as cores

que lhe são ditas nesta nova língua.

É hora de mais uma sessão. No

chão, há almofadas, as paredes estão

despidas, há um leitor de CD numa

mesa baixa e alguns objectos numa

caixa. Cátia, a professora, mostra pa-

lavras escritas e repete-as. Elas hão-

de aparecer mais à frente. Canta-se

e dança-se. Constrói-se uma casa

com janelas, porta, chaminé, tec-

to, chão. Os animais-marionetas são

usados para tocar em várias partes

do corpo. Reproduzem-se estados

de espírito com gestos. Mostram-

se alimentos, uma banana, uma la-

ranja, uma maçã. Divide-se o corpo

humano e colam-se orelhas, olhos,

braços, pernas, barriga, costas, num

painel. Cátia tinha avisado que esti-

mular sentidos fazia parte do alinha-

mento da aula. Eduardo e Santiago

divertem-se, não estão nada aborre-

cidos, escutam palavras e indicações

em inglês. Não se fala noutra língua.

“Ring the bell, ring the bell Eduardo.”

espontaneamente e dentro do con-

texto. “Ele vai absorvendo tudo”,

garante. “Quisemos que o primeiro

contacto com uma segunda língua

fosse feito cedo, para mais tarde não

ser um choque.” Esta foi uma das

razões para inscrever o Eduardo na

aula dos mais pequenos. O que os

estudos dizem sobre o desenvolvi-

mento das capacidades cognitivas

das crianças que falam duas ou mais

línguas também contribuiu. As pre-

ocupações com o futuro tiveram o

seu peso. Mas é mais do que isso.

“Queremos que o Eduardo seja uma

pessoa do mundo, tem a língua ma-

terna e o inglês que queremos que,

desde cedo, seja confortável pa-

ra ele, o que acaba por dar uma

tranquilidade grande no futuro.”

Vera Araújo Lima é a mãe da Inês.

É médica, o marido engenheiro me-

cânico, falam inglês, já viveram na

Costa do Marfi m, é muito provável

que emigrem dentro de um ano. Inês

levará uma bagagem de inglês, a ex-

periência da mãe foi fundamental

para a inscrição. Vera aprendeu in-

glês num colégio quando essa língua

no ensino público só era ensinada a

partir do 2.º ciclo. Notou uma dife-

rença abismal com os colegas quan-

do saiu do colégio e essa aprendiza-

gem, na altura precoce, fez toda a

diferença. Uma língua estrangeira

“não era um monstro estranho”.

Por isso, inscreveu a Inês no inglês

quando ela tinha um ano. “Quero

o mesmo ou mais para a minha fi -

lha”. Ou seja, que a Inês se sinta

confortável com outra língua que

não a materna. “Quisemos expô-la

a uma língua estrangeira e o inglês é

a língua mais natural.” Uma decisão

com vários pesos na balança: além

da experiência de Vera, a literatura

que aborda a plasticidade cerebral

das crianças que falam mais do que

uma língua, os benefícios que lhe

são associados, melhores oportuni-

dades de futuro e sobretudo que o

inglês não seja uma coisa estranha.

“O que eles aprendem está bom para

cada um deles.”

Cristina Silva, responsável pelo

centro Helen Doron da Foz, mostra

os materiais criados de raiz e im-

portados do Reino Unido do Helen

Sara Dias OliveiraE o Eduardo faz o que lhe é dito.

Cristina Coelho é mãe de Santiago

e respeita as regras, só fala inglês na

aula que durará cerca de 45 minutos

no centro Helen Doron, na Foz, no

Porto. “As coisas vão fi cando, é uma

língua que se vai interiorizando.” O

Santiago é despachado a falar e há

palavras que se entranham. As mú-

sicas das aulas estão gravadas em CD

que se ouvem em casa e no carro. É,

no fundo, uma aprendizagem des-

preocupada. “Não é como um teste

em que se tem de tirar boa nota, é

uma experiência positiva que facili-

ta a aprendizagem.” O convite para

uma aula de demonstração conven-

ceu os pais do Santiago. “Ficámos

muito surpreendidos, não tínhamos

muitas expectativas, estávamos cép-

ticos em relação à aprendizagem tão

precoce de uma língua”, recorda

Cristina Coelho. E não há pressas.

“Não é uma ambição que o meu fi -

lho fale inglês direitinho, é mais uma

experiência positiva”, reforça.

Manuel Ferreira é o pai do Edu-

ardo e conta que o fi lho retém pa-

lavras em inglês que, por vezes, diz

Page 17: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | PORTUGAL | 17

Doron English, método inovador

de ensino da língua inglesa a be-

bés, crianças e adolescentes, dos

três meses aos 19 anos, presente

em mais de 30 países. Há livros de

histórias, manuais que não descu-

ram os conteúdos dos exames de

Cambridge, bonecos em papel que

ganham vida num tablet, CD com

músicas para várias idades, perso-

nagens que acabam por fazer parte

do quotidiano das famílias. O centro

da Foz abriu há um ano, tem 60 alu-

nos e mensalidades que vão dos 41

aos 92 euros. Faz sentido começar

bem cedo. “Não falam, mas ouvem.

Não é uma audição aleatória, temos

músicas para crianças com gestos

para que criem uma ligação positiva

ao que ouvem.” “É um investimento

silencioso”, acrescenta. O método

Helen Doron, inspirado na linguista

e educadora britânica com o mesmo

nome, está há dez anos em Portugal.

Tem 2850 alunos em 22 centros no

país onde, até ao fi nal do ano, abrirá

mais três espaços.

A procura tem vindo a aumentar,

mais de mil alunos inscritos em rela-

ção ao ano lectivo 2013/2014 que regis-

tava cerca de 1750 estudantes, maiori-

tariamente fi lhos de pais portugueses

—cerca de 15% dos pais são estran-

geiros ou têm dupla nacionalidade.

Dulce Pereira, linguista, investi-

gadora no Instituto de Linguística

Teórica e Computacional (ILTEC),

actualmente CELGA — Centro de Es-

tudos de Linguística Geral e Aplica-

da/ILTEC, garante que quanto mais

precoce melhor e que há sempre be-

nefícios, e a vários níveis, nessa aqui-

sição de uma segunda ou mais lín-

guas. O fi lho primogénito de Shakira

e Piqué tem dois anos e está a apren-

der sete línguas — espanhol, catalão,

inglês, francês, alemão, russo e chi-

nês — num colégio em Barcelona.

Mal não lhe faz. “Não há um perigo,

não há nenhuma maldade”, comen-

ta. “As crianças vêm equipadas com

um bioprograma para a linguagem

que lhes permite fi ltrar os dados

que lhes apresentam.” O fi lho de

Shakira, como outros nos mesmos

contextos, acabará por escolher as

línguas que lhes são mais funcionais.

O uso das línguas que se aprendem

cutivo ganha agilidade. “A criança

adquire mecanismos de controlar a

passagem de uma tarefa a outra de

forma mais rápida e mais consisten-

te.” Cognitivamente, a capacidade

metalinguística, a refl exão sobre a

própria linguagem, aumenta. Perce-

be-se que a língua representa a rea-

lidade e, além disso, desenvolve-se

uma grande capacidade de abstrac-

ção. “O uso da língua atinge um pa-

tamar mais elevado de representati-

vidade e não de mera funcionalida-

de”, refere Dulce Pereira. Todos os

benefícios cognitivos, linguísticos,

sociais e afectivos verifi cam-se em

todas as línguas, “não apenas nas

bem cotadas no mercado”.

Dulce Pereira não tem estatísti-

cas que mostrem que há mais ou

menos procura do ensino precoce

de línguas. As possibilidades eco-

nómicas, as referências, as infor-

mações contam. Mas de uma coisa

tem a certeza: “O bilinguismo é cada

vez mais benéfi co não só em idades

mais jovens mas também nas mais

velhas, pode atrasar o aparecimen-

to de Alzheimer em quatro, seis

anos pelo facto de ser bilingue.”

Mónica Lourenço, professora e

investigadora da Universidade de

Aveiro, doutorada em Didáctica e

Formação, tem-se debruçado na

introdução de outras línguas no

ensino pré-escolar. No privado,

há várias ofertas. No público, pou-

cos projectos. O cenário mudou,

o inglês deixou de ser uma oferta

facultativa das actividades de en-

riquecimento extracurricular do

1.º ciclo, passou a ser obrigatório a

partir do 3.º ano de escolaridade, e

os alunos do 9.º ano têm agora um

teste de Cambridge para fazer. Mas

as coisas ainda não encaixam bem.

Falta um fi o condutor. Os alunos

que agora começam a aprender

inglês poderão apanhar aulas re-

petidas no 2.º ciclo. “Tem de haver

uma progressão a nível dos pró-

prios programas”, defende. Uma

continuidade com pés e cabeça.

“Uma progressão para que mais fa-

cilmente os alunos possam ter uma

aprendizagem futura e que não se-

ja desmotivadora”, sublinha.

Para Mónica Lourenço, esta von-

tade de ensinar inglês cedo aos fi -

lhos tem na base “objectivos mais

instrumentais, mais académicos,

mais profi ssionais” . Na sua opi-

nião, nem sempre é verdade que

quanto mais cedo melhor. “Acredi-

tam que quanto mais cedo os fi lhos

aprenderem a língua mais cedo a

vão dominar, o que nem sempre

acontece”, diz. Mas em termos de

pronúncia e de fl uência, ressalva,

ser precoce ajuda a falar como se

fosse uma língua natural.

Maria Alfredo Moreira, profes-

sora no Instituto de Educação da

Universidade do Minho, em Braga,

no departamento de Estudos In-

tegrados de Literacia, Didáctica e

Supervisão, percebe esta procura

pelo ensino do inglês. “A cultura

dos jovens é a cultura do inglês. A

cultura da Internet, da televisão,

dos jogos. E as línguas aprendem-

se assim.” Em seu entender, já não

é tanto por uma vantagem compe-

titiva em termos profi ssionais. “Ho-

je em dia, quase toda a gente fala

inglês com mais ou menos apoio

das escolas particulares”. De qual-

quer forma, continua a ser olha-

do com uma porta que pode abrir

oportunidades de emprego.

Maria Alfredo Moreira olha tam-

bém para o que acontece com as

crianças que falam duas ou mais

línguas em casa com os pais de na-

cionalidades diferentes. “É uma

questão de identidade que não é

de descartar e que as escolas têm

de proteger e valorizar”, avisa. A

professora admite que há vanta-

gens em aprender inglês em idades

precoces, tal como outras activida-

des como artes, música, desporto.

O que é importante, na opinião de

quem trabalha directamente com

professores, é que as “crianças não

fi quem fechadas na sala de aula o

dia inteiro”.

FERNANDO VELUDO/NFACTOS

Na escola pública, o inglês é obrigatório desde o 3.º ano do 1.º ciclo e os alunos do 9.º ano têm agora um teste de Cambridge para fazer

é crucial para os benefícios. Até por-

que há a aquisição, mas também há

a erosão de uma língua que se pode-

rá perder se deixar de ser usada. “Os

benefícios do bilinguismo existem

sempre e são mais sólidos quando

as crianças adquirem uma língua e

a usam em simultâneo.” Em idades

precoces, a aquisição é mais natural,

utilizam-se os mesmos mecanismos

do que a língua materna.

Falar mais do que uma língua de-

senvolve o cérebro. O controlo exe-

Page 18: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

18 | LOCAL | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

A Assembleia Municipal de Sines

aprovou o Regulamento Municipal

para o Licenciamento da Actividade

de Acampamentos Ocasionais, que

entrou em vigor a 16 de Outubro,

para “ordenar” práticas que repre-

sentam “riscos para o ambiente e a

paisagem”, justifi ca o preâmbulo do

documento.

Em relação ao campismo, a Câma-

ra de Sines admite que o problema

se encontra “controlado”. O mesmo

não se pode dizer relativamente ao

autocaravanismo, uma prática que é

visível ao longo de toda a costa portu-

guesa e também em Sines. A elevada

concentração de viaturas “tem gera-

do situações de confl ito, de que será

exemplo paradigmático o núcleo ur-

bano de Porto Covo”, acentua.

Com o novo regulamento, a autar-

quia pretende licenciar o autocarava-

nismo “fora dos locais adequados à

sua prática”, mediante “parecer fa-

vorável da autoridade de saúde e da

autoridade policial”, mas assumindo

não pretender “eliminar a presença

de turistas que se desloquem em au-

tocaravanas no município de Sines”.

Apenas pretende “disciplinar” a sua

prática, assume. Os acampamentos

de ciganos nómadas não estão abran-

gidos, desde que não ultrapassem as

24 horas de duração.

O teor do regulamento suscitou, de

imediato, um comunicado da Federa-

O autocaravanismo descontrolado tem os dias contados nas falésias de Sines

ção Portuguesa de Autocaravanismo

(FPA) a contestar a procedimento da

autarquia, acusando-a de “confusão

abusiva e oportunista” ao “impor li-

mitações” à prática de uma activi-

dade que tem refl exos positivos na

economia portuguesa.

Todos os anos, milhares de carava-

nistas deixam por ano no comércio

e na restauração do país “mais de

uma centena de milhões de euros”,

assinala a FPA, que não deixa de re-

conhecer a necessidade de existirem

“regras para o autocaravanismo itine-

rante”, mas critica as condições que

o regulamento exige para a obtenção

das respectivas licenças.

Pedir uma licença camarária, pros-

segue o comunicado, exige a “apro-

vação da autoridade policial e do

delegado de saúde”, imposição que

“é incompatível com o autocarava-

nismo que, pelas suas características

itinerantes, não tem, na generalidade

dos casos, um planeamento com an-

tecedência que permita tempo para

o requerer”. A federação presume

que “o espírito do legislador estaria

a pensar em eventos com duração e

planeamento diferentes de um me-

ro estacionamento com eventual

pernoita, para um descanso, uma

refeição ou uma visita à localidade,

sempre de curta duração”, não ul-

trapassando as 72 horas.

A concelhia de Sines do CDS-PP

também se insurge contra o novo

regulamento aprovado pela Câmara

de Sines. Em comunicado, conside-

ra o seu articulado “inútil na sua es-

sência”, assinalando que “os poucos

espaços existentes fazem com que

haja a continuidade da quebra das

regras, com especial incidência da

zona de Porto Covo”. O CDS-PP an-

tecipa ainda um cenário de fracasso

na aplicação do regulamento.

CampismoCarlos Dias

A excessiva concentração de autocaravanas na costa alentejana impôs que a autarquia regulamentasse a sua presença

NUNO FERREIRA SANTOS

É comum a presença de autocaravanas em Porto Covo

TIAGO MACHADO

Além de roupa, haverá também serviços de cabeleireiro

É uma loja de rua onde a necessida-

de é a moeda de troca de quem lá

vai. The Street Store, um conceito que

surgiu na África do Sul, é uma loja

que pretende dar aos sem-abrigo e às

pessoas carenciadas a possibilidade

de “comprarem” e escolherem roupa

com toda a dignidade. O evento vai

decorrer amanhã, em simultâneo em

quatro cidades portuguesas: Lisboa,

Porto, Coimbra e Braga, das 9h às 19h.

“Há muita gente que precisa da nos-

sa ajuda”, refere a mentora do pro-

jecto em Portugal, Mafalda Lobato.

Esta iniciativa dá às pessoas ca-

renciadas “uma opção de escolha,

similar ao que acontece nas lojas”,

diz André Rebelo, responsável pela

iniciativa na cidade de Braga. Mafal-

da Lobato explica como funciona a

Street Store: as pessoas chegam, é

feita uma triagem daquelas que pre-

cisam de ajuda das que estão ali só

por curiosidade. Depois, aquelas que

realmente necessitam e são carencia-

das poderão andar pela loja e esco-

lher as suas próprias roupas, sendo

que podem levar até 10 peças.

“As peças estarão dispostas em ca-

bides e mesas e a Junta do Areeiro

disponibilizou-nos tendas, já que se

prevê que chova”, refere a estudante,

acrescentando que pretendem expor

tudo aquilo que foi doado. Haverá

mantas, calças, casacos, produtos

de higiene, sapatos, livros, roupa de

bebé, vestidos, e tentarão dar prefe-

rência à roupa de Inverno. Para além

disto, em Lisboa, haverá também ser-

viços complementares de cabeleirei-

ro, sendo que pretendem ter serviços

de saúde nas próximas edições e nas

outras cidades. Estes serviços com-

plementares são uma novidade em

relação às edições da The Street Store

no estrangeiro. A Comunidade Vida

e Paz, em Lisboa, juntou-se à causa e

ajuda em questões de logística, sen-

do que andou a distribuir panfl etos

ontem e hoje com informações sobre

o evento.

The Street Store foi fundada em

Janeiro de 2014, na África do Sul,

em colaboração com a Associação

Napier Haven Night Shelter. Como

consideraram que a questão dos

sem-abrigo não é um problema uni-

Uma loja de rua para pessoas carenciadas onde não há dinheiro, só boa-vontade

género anteriormente”, afi rma a or-

ganizadora do evento no Porto, Cátia

Brandão. Os voluntários da cidade

de Mafra juntar-se-ão ao evento em

Lisboa, já que um projecto na cidade,

apesar de ter sido combinado, acaba-

ria por não compensar, revela Paula

Mendes, responsável pelas doações

em Mafra. “Seria um evento com

pouca adesão por parte dos sem-abri-

go, não por parte das ofertas”, refe-

re, explicando que todas as doações

foram encaminhadas para Lisboa.

Esta é a primeira edição da The

Street Store em Portugal, mas a or-

ganização espera poder replicá-la

no futuro. “Tencionamos repetir a

actividade no primeiro trimestre de

2016 e aumentar esta rede de volun-

tariado”, refere Mafalda Lobato, ob-

servando que gostariam de criar uma

base de dados, de modo a poderem

falar directamente com as pessoas

carenciadas e entregar em mão aqui-

lo de que precisam. Paula Mendes,

de Mafra, sublinha a necessidade de

serem criados “núcleos específi cos,

como um gabinete de comunicação

e uma área de logística”, tendo em

vista facilitar o contacto com as en-

tidades ou com os meios de comuni-

cação social. “Somos só pessoas que

têm boa-vontade mas que também

têm outras ocupações e têm de con-

seguir conciliar tudo”, acrescenta.

Esta iniciativa de voluntariado de-

correrá em simultâneo em quatro

cidades portuguesas, mas esperam

conseguir alargar a sua área de in-

tervenção nas próximas edições. Em

Lisboa, a Street Store estará na Praça

de Londres, no Porto na Praça da

Alegria, em Coimbra no Largo do

Romal e em Braga na Praça Conde

de Agrolongo, em frente à Igreja do

Pópulo. Texto editado por Ana Fernandes

camente sul-africano, os mentores

decidiram partilhá-lo com o mundo

e já se realizaram mais de 300 lojas

de rua por países como as Honduras,

o Brasil, o Canadá, Israel, Austrália,

EUA, Noruega e Índia, entre outros,

aos quais se junta agora Portugal. Em

Maio, Mafalda Lobato, estudante de

Medicina Veterinária de 22 anos, viu

um vídeo da The Street Store e decidiu

aplicar o conceito em Portugal, mais

motivada ainda por não ter obtido

resposta de instituições de solidarie-

dade nas quais queria fazer volunta-

riado. “Entrei nisto sozinha”, refere

a estudante, mas conta agora com

uma equipa fi xa e espera conseguir

“aumentar a rede”. “Inicialmente, o

projecto era só para os sem-abrigo,

mas decidimos abri-lo a todas as pes-

soas carenciadas”, refere, explicando

que haverá roupas de bebé e criança

e até artigos para animais.

Mafalda Lobato afi rma que em Lis-

boa já têm mais de 40 voluntários

dispostos a participar no evento de

sábado. As candidaturas foram fei-

tas online e também houve quem a

contactasse directamente de modo a

poder integrar o projecto. “Estamos

todos a começar do zero, nenhum

de nós participou em actividades do

SolidariedadeCláudia Carvalho Silva

The Street Store vai realizar-se pela primeira vez em Portugal. O evento acontecerá em quatro cidades ao mesmo tempo

Estará na Praça de Londres em Lisboa, na Praça da Alegria no Porto, no Largo do Romal em Coimbra e na Praça Conde de Agrolongo em Braga

Page 19: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 19

No local, foi descoberto um muro com características históricas

O CDS quer saber se “estão a ser to-

madas todas as necessárias e devidas

medidas no sentido de preservar as

memórias históricas e o valor simbó-

lico dos elementos urbanos, arquitec-

tónicos e monumentais” que tenham

já sido encontrados ou que venham

a sê-lo no decurso das obras que a

Câmara de Lisboa está a realizar no

Campo das Cebolas. Segundo o parti-

do, no local foi descoberto “um muro

com características históricas e valor

patrimonial tais que determinam o

seu estudo e preservação”.

Ao presidente da câmara foi envia-

do um pedido de informação escrita

sobre este assunto. Nele o vereador

centrista João Gonçalves Pereira diz

ter sido informado da descoberta do

referido muro, “na zona da antiga Ri-

beira Velha ou do antigo Cais de Ver-

o-Peso”, e acrescenta que “é expec-

tável que venham a ser encontrados

vestígios arqueológicos com grande

importância histórica” no decurso da

execução do projecto do Campo das

Cebolas/Doca da Marinha.

Face a isso, o autarca pergunta

se “estão a ser tomadas todas as ne-

cessárias e devidas medidas” para

preservar os vestígios arqueológicos.

João Gonçalves Pereira quer também

saber se a Direcção-Geral do Patrimó-

nio Cultural (DGPC) foi “chamada a

intervir no atinente ao citado muro”

e, em caso afi rmativo, qual foi o seu

parecer.

O PÚBLICO dirigiu à DGPC pergun-

tas sobre este assunto, nomeadamen-

te sobre que estruturas foram encon-

tradas até ao momento no Campo

das Cebolas e qual a sua importância

histórica e estado de preservação.

Em resposta, a responsável pela

comunicação dessa entidade infor-

mou que foram identifi cados no local

“inúmeros vestígios arqueológicos,

a muitos dos quais está a ser aplica-

do o princípio da conservação pelo

registo científi co, previsto na Lei de

Bases do Património Cultural”. Atra-

vés desses vestígios, acrescenta-se,

“tem sido possível contribuir para

um melhor conhecimento de evolu-

ção da cidade de Lisboa nesta área,

entre os fi nais do século XVII e os

dias de hoje”.

CDS preocupado com defesa dos achados arqueológicos no Campo das Cebolas

do-se que “a escavação arqueológica

em curso, e aprovada por esta direc-

ção-geral, é da responsabilidade da

CML/EMEL, enquanto promotores

da intervenção”.

A entidade responsável pela ges-

tão do património cultural faz ainda

saber que, “no momento, encontra-

se terminada a fase de diagnóstico

arqueológico, visando a caracteri-

zação do local no que diz respeito

a eventuais vestígios soterrados”.

“Assim, esta direcção-geral aguar-

da o envio do relatório preliminar

dos trabalhos arqueológicos reali-

zados, através do qual terá conhe-

cimento dos vestígios identifi cados

até ao momento, de modo a poder

avaliar os eventuais impactes que

a implementação do projecto em

referência possa vir a ter sobre o

mesmo”, conclui-se.

No seu plano de actividades e or-

çamento para 2016, a Emel detalha

que a obra para a construção de um

parque de estacionamento subterrâ-

neo no Campo das Cebolas “abrange

a requalifi cação do Largo do Campo

das Cebolas que se estende desde

da Rua do Cais de Santarém até à

Rua dos Arameiros, e desde a Rua

da Alfândega até à Av. do Infante D.

Henrique”. Está em causa a concre-

tização de um projecto do arquitec-

to Carrilho da Graça.

O PÚBLICO aguarda resposta a

um pedido de esclarecimentos en-

viado à Câmara de Lisboa.

Além disso, a DGPC lembra que

“está prevista a integração no par-

que de estacionamento subterrâneo

[que está a ser construído pela Em-

presa Municipal de Mobilidade e Es-

tacionamento de Lisboa (Emel)] da

estrutura portuária setecentista do

Cais de Santarém ou Cais da Ribeira

Velha, documentada na cartografi a

e fontes históricas”. Em respostas

escritas, diz-se ainda que a DGPC,

“no âmbito das suas competências,

encontra-se a acompanhar desde

meados de 2014 o Projecto Ribeira

das Portas do Mar, Campo das Cebo-

las e Doca da Marinha”, acrescentan-

CulturaInês Boaventura

A DGPC confirma que neste local, na frente ribeirinha de Lisboa, foram identificados “inúmeros vestígios arqueológicos”

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Page 20: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

20 | ECONOMIA | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

PAULO WHITAKER/REUTERS

Governo tenta proteger venda da TAP com maior vigilância das contas

Fecho da operação de venda ainda está por concretizar

Mesmo no fi m da legislatura, o Go-

verno aprovou em Conselho de Mi-

nistros uma resolução (a única de on-

tem) que obriga a Atlantic Gateway,

quando for dona da TAP, a fazer

reportes mensais sobre a situação

fi nanceira da companhia.

Foi uma alteração a um anexo

do acordo de venda directa da TAP

realizada num momento crítico de

renegociação da dívida da transpor-

tadora com os bancos credores, que

recusam desistir da garantia da Par-

pública e têm inviabilizado o alonga-

mento das maturidades dos créditos

requerido pela Gateway.

Para o secretário de Estado dos

Transportes, esta é uma alteração

que visa “reforçar os mecanismos

de controlo” da situação fi nanceira

da empresa e que “indirectamente

reforça as garantias dos bancos”, se-

gundo afi rmou ao PÚBLICO Sérgio

Monteiro.

Foram introduzidos no anexo exi-

gências sobre os níveis de capital pró-

prio e da dívida da empresa de modo

a que, através da nova monitorização

mensal, a Parpública possa garan-

tir que, se “a empresa voltar a fi car

em mãos do Estado, estará sempre

melhor do que aquilo que estava no

momento da venda”.

Se houver reversão, a Gateway tem

“uma perda efectiva”. Já o Estado re-

cebe de volta os activos e passivos da

TAP, “mas esses passivos não serão

superiores aos passivos que nós te-

mos agora na altura em que estamos

a vender”, explicou o secretário de

Estado. O objectivo, disse, é que nem

os capitais próprios sejam piores do

que no momento da venda, nem a dí-

vida fi nanceira líquida seja superior.

Já havia condições que implicavam

que o Estado pudesse reverter o ne-

gócio se houvesse incumprimento do

consórcio (como a não manutenção

do hub e da sede da TAP em Portu-

gal), mas “o grau de exigência des-

sas condições sai [agora] reforçado”,

afi rmou o governante na conferência

de imprensa após o último Conselho

de Ministros da legislatura.

“Se algum dos eventos que já no

passado implicavam a reversão se

confi rmar, a deterioração da situação

fi nanceira da TAP levou-nos a julgar

que em defesa do interesse público

vida”, revelou a secretária de Estado

do Tesouro, Isabel Castelo Branco.

Ao PÚBLICO, Sérgio Monteiro

adiantou que a negociação com os

bancos credores da TAP prossegue.

Embora “não tenham sido parte na

negociação que houve entre o Gover-

no e o agrupamento” e não tenham

“imposto nada”, “indirectamente

reforça-se a garantia dos bancos”

com a resolução, disse ainda.

Não fi cou totalmente claro, no en-

tanto, se esta nova monitorização

das contas da TAP é sufi ciente para

tranquilizar os bancos. Até aqui, as

instituições fi nanceiras têm recusa-

do substituir as garantias do Estado

pelas dos accionistas privados, ame-

açando executar a dívida antes da

venda (que no fi nal do ano passado

estava nos 650 milhões).

Fonte ofi cial da Atlantic Gateway

mostrou-se “confi ante” no sucesso

da privatização, afi rmando que con-

tinuam “a trabalhar intensamente

em várias frentes, entre as quais, na

renegociação da dívida fi nanceira do

grupo, no sentido que permita a via-

bilidade e sustentabilidade do nosso

projecto para a TAP”.

Outra das frentes em que a Ga-

teway tem de trabalhar é no cum-

primento das recomendações que

a ANAC fez no parecer prévio ao ne-

gócio. Até à data, o consórcio não

enviou ao regulador da aviação civil

as alterações necessárias para que a

ANAC entenda que está assegurada a

legalidade, nomeadamente demons-

trando “inequivocamente que a ges-

tão corrente [da TAP] é efectivamen-

te controlada pela HPGB”, a holding

de Humberto Pedrosa.

Frisando que o “parecer emitido

não é positivo nem negativo”, mas

“enumera as matérias em que se con-

sidera que a operação cumpre a legis-

lação comunitária e as matérias que

obrigatoriamente têm que ser altera-

das para que a operação se conforme

com essa mesma legislação”, fonte

ofi cial da ANAC explicou que “não

estabeleceu uma redacção concreta

para as alterações que recomendou,

deixando liberdade às partes para

encontrarem aquela que considerem

mais apropriada”.

No entanto, a ANAC “terá sempre

que validar se o consórcio foi sufi -

cientemente longe nas alterações que

propõe para cumprir as recomenda-

ções formuladas”, sublinhou a mes-

ma fonte. com Luís Villalobos

Consórcio Atlantic Gateway vai ter de reportar mensalmente as contas da TAP à Parpública e aos bancos credores. Para o Governo, sem resolver as questões com a banca não há solução para a empresa

PrivatizaçõesAna Brito

era necessário reforçar os mecanis-

mos de controlo”, sublinhou. O PÚ-

BLICO questionou a TAP sobre as

suas contas actuais, mas a empresa

não forneceu esses dados.

Sobre o facto de a privatização não

ter ainda sido concluída, e se isso teve

impactos negativos, fonte ofi cial afi r-

mou que este é “um processo que es-

tá a decorrer de acordo com os passos

previstos e dentro do calendário pre-

visto”. No fi nal do primeiro semestre,

as contas da companhia tinham-se

agravado, com os prejuízos a subirem

para 110 milhões de euros e o pas-

sivo a aumentar para 2100 milhões.

A questão que se coloca é por que

é que o Governo tomou agora esta

medida. Primeiro era necessário que

o regulador da aviação civil (ANAC)

desse o seu parecer, sublinhou Sér-

gio Monteiro. E quando o fez, numa

terça-feira, dia 13, deixou apenas uma

margem de dois dias, para a quinta-

feira seguinte (dia em que o CM se

reúne). Portanto o momento teria de

ser esta quinta-feira, frisou.

Ainda assim, nem o ministro da

Presidência do Conselho de Minis-

tros, Luís Marques Guedes, deixou

de ligar a resolução à negociação

com os bancos: “Não se resolvendo

este problema da dívida fi nanceira,

como a comunicação social tem di-

to ao longo das últimas semanas, o

problema da TAP não se resolve pura

e simplesmente”, afi rmou na confe-

rência de imprensa.

E, no entender do ministro, o

nó da venda da TAP está desatado:

“Agora cabe à Parpública aprovar os

instrumentos jurídicos necessários

para a concretização do negócio e ce-

lebrar a venda defi nitiva de 61% das

acções”, garantiu Marques Guedes

(fi cando 5% com trabalhadores e o

resto ainda com o Estado).

A partir desse momento, a TAP vai

ter um auditor em permanência (es-

colhido pelo Estado e pago pelo con-

sórcio) que vai validar as contas todos

os meses e entregá-las à Parpública.

E haverá também “um banco agente

que fará o controlo do serviço da dí-

Resolução foi a Conselho de Ministros mesmo no fi nal da legislatura

Page 21: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | ECONOMIA | 21

Empresa quer superar fasquia dos 500 milhões de euros em receitas

A agência de viagens GeoStar, que

era integralmente detida pela Sonae

Investment Management (após ter

comprado recentemente a participa-

ção detida pelo Grupo RAR), vai ser

vendida à Springwater Travel Group,

o grupo que entrou em Portugal com

a compra da ES Viagens.

Através de um comunicado, a So-

nae Investment Management afi rma

ter aceitado a proposta da Springwa-

ter Tourism para adquirir 100% do

capital da GeoStar, sem revelar os

valores do negócio. A aquisição, por

parte da Sonae, dos 50% de capital

que eram detidos pelo Grupo RAR foi

efectuada no passado mês de Maio.

Na altura, a Sonae (grupo dono do

PÚBLICO) afi rmou que a GeoStar es-

tava “numa posição privilegiada para

explorar oportunidades de consoli-

dação do sector”.

Com um volume de negócios anual

de cerca de 150 milhões de euros, a

GeoStar conta com uma rede de 37

lojas, uma operação na Internet e

três business travel centers em Lisboa,

Porto e Madrid. Segundo o comuni-

cado, a agência integra os operado-

res Sporski, Takeoff e Megaviagens

e actua em várias áreas de negócio,

nomeadamente o empresarial (Cor-

porate Travel Management e MICE),

o de lazer, o turismo religioso e cul-

tural e o segmento private (Viagens

Vip).

Com esta operação, o Grupo Sprin-

Publicado acórdão que abre a porta às 35 horas nas autarquias

gwater Capital, que detém a Sprin-

gwater Tourism, posiciona-se como

uma das mais importantes empre-

sas do mercado ibérico das viagens.

A Springwater Tourism Portugal já

detém as marcas Top Atlântico, Carl-

son Wagonlit e Solférias, que integra-

vam o portfolio da ES Viagens, do

Grupo Espírito Santo.

A Springwater Capital é, também,

o accionista de referência de um dos

maiores grupos de turismo da Penín-

sula Ibérica, já que integra empre-

sas como a Nautalia (uma agência de

viagens com cerca de 200 lojas em

Espanha) e o Grupo Wamos — Wamos

Air, Wamos Circuito e Wamos Tour.

Depois destas compras efectuadas

no mercado português, a expectativa

do grupo é ultrapassar a fasquia dos

500 milhões de euros no seu volume

de negócios.

Por altura em que o negócio de

compra da ES Viagens foi concre-

tizado, em Novembro de 2014, um

dos fundadores da SpringWater Ca-

pital, Martin Gruschka, dava conta

da intenção de adquirir mais duas

empresas em Portugal, mas avançava

que as operações seriam feitas fora

do sector do turismo.

Em Portugal, a Springwater Tou-

rism é liderada por Francisco Calhei-

ros, que mencionou, no comunicado

divulgado ontem, que esta operação

se enquadra no plano de expansão

do grupo e que vai reforçar a actua-

ção e o posicionamento no sector.

PAULO PIMENTA

EmpresasLuísa Pinto

Grupo entrou em Portugal através da aquisição dos activos da Espírito Santo Viagens

A legalização da semana de 35 horas

numa parte signifi cativa das autar-

quias portuguesas está cada vez mais

próxima com a publicação, ontem,

do acórdão que declarou inconstitu-

cional a intervenção dos membros

do Governo nos acordos colectivos

de entidade empregadora pública

(ACEP) assinados entre os sindicatos

e as entidades do poder local.

Agora que a decisão do Tribunal

Constitucional (TC) foi publicada em

Diário da República, estão reunidas

as condições para que a Direcção-Ge-

Springwater compra GeoStar ao Grupo Sonae e reforça-se no mercado das agências de viagens

ral da Administração e do Emprego

Público (DGAEP) possa publicar os

acordos colectivos bloqueados desde

fi nal de 2013. De acordo com uma

nota técnica da DGAEP, as autarquias

ou os sindicatos terão de lhe reenviar

os acordos que foram recusados ao

longo dos últimos dois anos, para

que os possa mandar publicar em

Diário da República.

Perante a “impossibilidade prática

de depositar os acordos colectivos

de empregador público recusados

que, por força das disposições legais

aplicáveis, foram devolvidos, há que

aguardar novo impulso das partes

com a remessa dos originais dos

ACEP”. Quando isso acontecer, e se

estiveram reunidos todos os requi-

sitos formais, “proceder-se-á ao seu

depósito e subsequente publicação”,

garante a direcção-geral que é tutela-

da pelo Ministério das Finanças.

Embora os ACEP estivessem blo-

queados, muitas autarquias nunca

TrabalhoRaquel Martins

Constitucional diz que intervenção do Governo nos acordos assinados entre sindicatos e autarquias viola autonomia do poder local

chegaram a aplicar as 40 horas sema-

nais, impostas por lei desde Setem-

bro de 2013, e mantiveram os seus

trabalhadores a fazer 35 horas. É o

caso de Lisboa, por exemplo. Outras,

como Sintra, assinaram recentemen-

te acordos com a participação do Go-

verno. A 7 de Outubro, o TC decla-

rou “a inconstitucionalidade, com

força obrigatória geral, das normas

que conferem aos membros do Go-

verno responsáveis pelas áreas das

Finanças e da Administração Pública

legitimidade para celebrar e assinar

acordos colectivos de empregador

público, no âmbito da administração

autárquica”. Os juízes conselheiros

concluíram, por unanimidade, que

as normas das normas da Lei Geral

do Trabalho em Funções Públicas,

que permitiam a intervenção dos

membros do Governo nos acordos

da administração local, “violam de

modo frontal o princípio da autono-

mia do poder local”.

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Page 22: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

22 | ECONOMIA | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

Bolsas

PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2015

PSI 20 0,41 5368,87 508372768 5314,69 5394,10 5302,56 1,12 11,87ALTRI 1,39 4,24 764929 4,18 4,36 4,17 8,92 70,60BANIF 0 0,00 163592645 0,00 0,00 0,00 -16,67 -47,37BPI 5,73 1,14 4329692 1,08 1,17 1,07 0,28 11,50BCP -5,12 0,05 315234486 0,05 0,05 0,05 -0,91 -21,00CTT -0,17 9,98 391708 10,00 10,02 9,89 1,81 24,52EDP 1,05 3,38 6830094 3,35 3,38 3,30 0,87 5,16EDP RENOVÁVEIS 0,24 6,15 291044 6,08 6,15 6,02 1,26 13,71GALP ENERGIA 1,45 9,77 1146476 9,63 9,80 9,59 0,24 15,88IMPRESA -2,89 0,64 47971 0,66 0,66 0,64 -5,19 -18,91J. MARTINS 1,18 12,84 924903 12,64 12,95 12,64 3,47 54,05MOTA-ENGIL -2,05 2,06 772014 2,08 2,10 2,02 -2,10 -22,70NOS 0,64 7,22 710598 7,16 7,25 7,11 0,70 37,97PHAROL 1,81 0,34 9645753 0,33 0,34 0,33 -5,14 -60,88PORTUCEL 2,04 3,61 777349 3,52 3,63 3,51 4,12 16,89REN -0,92 2,79 622422 2,82 2,82 2,79 3,41 16,08SEMAPA 1,81 12,11 72526 12,10 12,20 12,03 2,19 20,80TEIXEIRA DUARTE 0,45 0,45 9289 0,45 0,45 0,45 0,45 -36,85SONAE -0,09 1,10 2208869 1,10 1,11 1,09 -0,54 7,81

O DIA NOS MERCADOS

Acções

Divisas Valor por euro

Diário de bolsa

Dinheiro, activos e dívida

Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares

MercadoriasPetróleoOuro

ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos

Taxas de juroEuribor 3 mesesEuribor 6 meses

Euribor 6 meses

Portugal PSI20

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Obrigações 10 anos

Mais Transaccionadas Volume

Variação

Variação

Melhores

Piores

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Europa Euro Stoxx 50

BCP 315.234.486BANIF 163.592.645PHAROL 9.645.753EDP 6.830.094BPI 4.329.692

PORTUCEL 2,04%PHAROL 1,81%SEMAPA 1,81%

IMPRESA -2,89%MOTA-ENGIL -2,05%REN -0,92%

Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço

2,000

2,375

2,750

3,125

1,11220,7224134,14

4,36391,0824

-0,053%0,019%

46,081165,41

0,25%2,33%

PSI20Euro Stoxx 50Dow Jones

Variação dos índices face à sessão anterior

3000

3200

3400

3600

3800

4700

4950

5200

5450

5700

0,0100

0,0225

0,0350

0,0475

0,0600

0,41%2,47%

n.d.

António Ferreira Gomes, presidente da Autoridade da Concorrência

O regime de clemência, que consiste

na garantia de dispensa ou redução

de coima para as empresas que de-

nunciem os cartéis em que se envol-

veram, “tem vindo a ganhar expres-

são na jurisdição portuguesa”.

Quer a reformulação do programa,

em 2012, quer “uma actuação mais

vigorosa da Autoridade da Concor-

rência (AdC)” têm levado as empre-

sas a “colaborarem cada vez mais e a

apresentarem esses pedidos”, disse

ao PÚBLICO o presidente da entidade

reguladora. António Ferreira Gomes,

à margem da conferência anual da

AdC, referiu-se mesmo a um “núme-

ro recorde do número de pedidos”,

porque nos últimos dois anos houve

dez pedidos de clemência, mais do

que os oito registados desde a criação

do programa, em 2006.

A AdC “não vai descurar” o progra-

ma de clemência, mas está a “tentar

desenvolver uma série de métodos

proactivos na detecção de infrac-

ções”, que não se limitem a esperar

por denúncias, assegurou. A Comis-

são Europeia e o Departamento de

Justiça dos EUA há muito que usam os

programas de clemência para “obter

informação valiosa para poderem de-

pois investigar um cartel”, mas “têm

descurado outro tipo de métodos

proactivos, com os screens”, exem-

plifi cou Ferreira Gomes. Os screens

são métodos de análise estatística de

AdC regista mais pedidos de perdão de empresas

informações como preços, margens,

volumes ou spreads, que permitem

detectar padrões anormais num da-

do mercado.

A AdC “entende que deve haver

uma abordagem holística à lei da con-

corrência”, o que passa não só por

usar “outras ferramentas”, além da

clemência, mas também promover

“um diálogo franco e aberto com as

entidades adjudicantes na contrata-

ção pública”, disse ainda.

A contratação pública é precisa-

mente um dos sectores com condi-

ções mais férteis para que surjam os

cartéis, disse ao PÚBLICO a directora

do departamento de regulação fi nan-

ceira e antitrust do Global Economics

Group, Rosa M. Abrantes-Metz, exem-

plifi cando com os casos da constru-

ção e das refeições escolares. Secto-

res como o fi nanceiro, automóvel e

aviação, são também vulneráveis.

A economista, que foi uma das res-

ponsáveis pelas investigações que

permitiram sinalizar as irregularida-

des na fi xação da Libor, mostrou-se

particularmente crítica de uma polí-

tica antitrust baseada no regime de

clemência. “Em que outras áreas fi -

camos à espera de que os criminosos

confessem?” Por esta altura, o papel

dos screens (que foram usados para

detectar situações como a Libor, mas

também a da manipulação de preços

do ouro e da prata) já devia “ser in-

questionável”.

É que, apesar de serem considera-

dos instrumentos demasiado caros

ou que exigem muitos recursos hu-

manos, foram estes alertas que per-

mitiram, até à data, identifi car alguns

dos cartéis com “efeitos mais signifi -

cativos no mercado” e gerar acordos

de clemência que totalizaram mais de

dez mil milhões de dólares em todo o

mundo, frisou a especialista.

ENRIC VIVES-RUBIO

CartéisAna Brito

Os dez pedidos de 2014 e 2015 superam os oito registados desde 2006, quando o regime de clemência entrou em vigor

O Google está a investir num sec-

tor com o qual nem sempre teve as

melhores relações. A multinacional

abriu ontem as candidaturas a um

fundo que, ao longo dos próximos

três anos, vai disponibilizar um total

de 150 milhões de euros para fi nan-

ciar projectos europeus de inovação

no jornalismo.

Os montantes e o grau de partici-

pação fi nanceira de cada um em cada

projecto variam consoante a dimen-

são. Nos casos dos projectos mais

pequenos e ainda em fase inicial, o

fundo subsidiará o custo total, até um

máximo de 50 mil euros. Estes pro-

jectos poderão ser apresentados por

organizações e indivíduos, e serão

avaliados mais rapidamente.

Já nos projectos considerados de

média e de grande dimensão — os que

requerem fi nanciamento até 300 mil

euros e um milhão de euros, respec-

tivamente —, o fundo fi nanciará, no

máximo, 70% do custo total. As can-

didaturas a estes montantes terão de

ser feitas por organizações. O fundo

aceitará excepções ao limite de um

milhão de euros no caso de projectos

que envolvam várias organizações —

por exemplo, iniciativas de âmbito

internacional ou que sejam transver-

sais a um sector.

A primeira fase de candidaturas

terminará a 4 de Dezembro, abrin-

do-se uma nova fase na Primavera

de 2016. Haverá dois períodos anu-

ais de candidaturas. A avaliação dos

processos será inicialmente feita por

uma equipa de pessoas do Google e

do sector, que decidem sobre os pro-

jectos de pequena dimensão e fazem

recomendações sobre os restantes a

um conselho do fundo, actualmente

com 11 membros, que é responsável

por determinar os fi nanciamentos de

montantes mais elevados. O conse-

lho é encabeçado pelo presidente da

Associação Portuguesa de Imprensa,

João Palmeiro.

O fundo, que faz parte da Digital

News Initiative, uma parceria da em-

presa com os media na Europa, tinha

sido anunciado já em Abril, depois de

experiências de apoio aos órgãos de

comunicação de países como Bélgica

e França.

Google tem 150 milhões para jornalismo

Financiamento João Pedro Pereira

Fundo de inovação é encabeçado pelo presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro

Page 23: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | ECONOMIA | 23

BCE prepara novas medidas de estímulo já para Dezembro

DARRIN ZAMMIT LUPI/REUTERS

Este é o momento de “trabalhar e avaliar”, referiu em Malta o presidente do BCE, Mario Draghi

O clima de incerteza que rodeia a

economia mundial, a recuperação

modesta da economia europeia e

a manutenção da infl ação a níveis

muitos baixos deverão mesmo for-

çar o Banco Central Europeu (BCE)

a subir a parada nas suas medidas de

estímulo à economia, possivelmente

já em Dezembro.

Para Portugal, esta é mais uma

ajuda para que o Estado continue a

obter fi nanciamento a taxas de ju-

ro baixas e os particulares vejam as

suas prestações da casa atingirem

novos mínimos.

Superando as expectativas dos

mercados, Mario Draghi deixou on-

tem sinais claros de que o BCE se está

a preparar para, na próxima reunião

da instituição, avançar com mais me-

didas de apoio à actividade econó-

mica e de combate aos riscos de de-

fl ação. Na conferência de imprensa

que se seguiu à reunião do conselho

de governadores realizada em Malta,

o presidente do BCE surpreendeu

aqueles que esperavam que voltas-

se apenas a reafi rmar que o banco

central estava disponível para actu-

ar, “caso seja necessário”. Draghi foi

bem mais longe do que isso.

Começou logo por dizer, na sua

declaração inicial aos jornalistas, que

“o grau de acomodação da política

monetária terá de ser reexaminado

na reunião de Dezembro”. O que

quis dizer com isto é que a espera-

da decisão de aumentar as medidas

de estímulo que estão a ser aplicadas

ou de lançar novas medidas poderá

acontecer já no próximo encontro

dos governadores do BCE.

Draghi explicou que na reunião

houve “uma discussão muito comple-

ta sobre todos os instrumentos dis-

poníveis” e que a conclusão foi que o

banco central está “pronto a actuar”.

“Na próxima reunião, vamos avaliar

os indicadores e estamos abertos à

utilização de diversos instrumentos”,

afi rmou. Resumindo aquela que é a

agora a atitude do BCE, Draghi disse

que “não é de ‘esperar para ver’, mas

sim de ‘trabalhar e avaliar’”.

Mario Draghi não quis ir muito lon-

ge na explicação de quais as medidas

com que os responsáveis da autorida-

de monetária estão a ponderar avan-

çar. A aposta unânime dos analistas

gência que se sente dentro do BCE,

Draghi revelou que “alguns membros

do conselho deram sinais de que

defendiam que se poderia actuar já

hoje, embora esse não tenha sido o

ponto central das discussões”.

Ajuda a PortugalA reacção mais imediata dos mer-

cados a este discurso foi a deprecia-

ção do euro, que perdeu logo nos

minutos seguintes cerca de 1% face

ao dólar e à libra. As bolsas euro-

peias reagiram em alta.

A introdução de mais políticas de

expansionismo monetário, como a

compra de activos nos mercados,

tem como resultado uma deprecia-

ção da divisa, uma vez que aquilo

que o banco central faz é injectar

mais euros na economia. Depois, a

própria depreciação do euro pode

ajudar o BCE a atingir os seus objec-

tivos, uma vez que reforça a compe-

titividade das empresas europeias e

traz mais infl ação proveniente dos

produtos importados.

Para países como Portugal, com

elevados níveis endividamento, pú-

blico e privado, esta acção do BCE

revela-se particularmente importan-

te. As taxas de juro da dívida pública

são empurradas para baixo, já que

o BCE pode reforçar a sua posição

como comprador dos títulos portu-

gueses. E as prestações dos emprés-

timos que as empresas e especial-

mente os particulares contraíram

a taxa de juro variável podem cair

ainda mais, já que a Euribor pode

testar novos mínimos.

O presidente do BCE fez, no en-

tanto, questão de passar a ideia de

que não pode ser só o BCE a ajudar

a economia da zona euro a crescer

mais e a fugir da defl ação. “A política

monetária não pode ser a única a

actuar”, num recado explícito aos

governos da zona euro. Draghi de-

fendeu que, perante uma situação

de “desemprego estrutural muito

elevado”, é preciso ter em conta que

aquilo que o BCE pode fazer é apoiar

uma recuperação cíclica, não con-

seguindo garantir uma recuperação

estrutural.

Reforço do programa de compra de dívida pública pelo Banco Central Europeu pode prolongar fi nanciamento do Estado a taxas baixas e reduzir ainda mais prestações dos empréstimos dos portugueses

Política monetáriaSérgio Aníbal

política orçamental menos restrita

ou a melhoria na concessão de cré-

dito. Está, isso sim, na componente

externa, na qual se tem vindo a re-

gistar uma fraqueza ”por causa dos

mercados emergentes e em especial

da China”.

Isto faz com que o objectivo de

estabilidade de preços, que con-

siste em colocar a infl ação “abaixo

mas próxima de 2%”, continue sob

ameaça. Para além do efeito negati-

vo sobre os preços que uma retoma

fraca pode ter, há ainda o impacto

do baixo preço do petróleo, que Dra-

ghi diz estar a ter um efeito sobre

as expectativas dos agentes econó-

micos mais forte do que se poderia

inicialmente pensar. “Continuamos

a observar um elevado nível de cor-

relação entre a taxa de infl ação no-

minal e as expectativas de infl ação

de médio prazo”, afi rmou.

Agora, as próximas previsões do

BCE para o PIB e a infl ação na zona

euro são os dados que faltam para a

decisão fi nal ser tomada. Mas para

deixar claro qual o sentimento de ur-

vai para um prolongamento e talvez

fortalecimento do programa de com-

pra de activos que o BCE tem vindo

a aplicar desde Março. O banco tem

comprado 60 mil milhões de euros

de activos nos mercados, especial-

mente títulos de dívida pública dos

países da zona euro e planeia fazê-lo,

pelo menos, até Setembro de 2016.

No entanto, os últimos indicado-

res económicos fazem com que Ma-

rio Draghi e os seus pares comecem

a reconhecer que é preciso ir mais

longe, não só neste programa, mas

também com outras medidas, como

uma nova redução das taxas de juro

dos depósitos, o único exemplo con-

creto de medida discutida fornecido

por Draghi.

O presidente do BCE explicou o

que o faz estar menos optimista em

relação ao impacto fi nal das medi-

das que têm vindo a ser aplicadas. O

problema não está tanto na compo-

nente interna da retoma económica,

que Draghi considera que tem vin-

do a correr bem por factores como

a descida do preço do petróleo, a

Page 24: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

24 | MUNDO | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

Esforços diplomáticos não travam deterioração da saúde de Luaty Beirão

Embaixador português visitou o activista em greve de fome e delegação da UE visitou os outros 14 detidos em Luanda. Amnistia Internacional acredita que Portugal está ao nível do desafi o e expectativas

NUNO FERREIRA SANTOS

As vigílias em Portugal sucedem-se para pressionar a diplomacia portuguesa e o regime angolano

“A partir de agora já entraste numa

fase de perigoso namoro com a linha

que marca a fronteira entre estabili-

dade aparente e o ponto de não re-

torno. Posso sair daqui e assim que

fechar a porta atrás de mim, entra-

res em crise de falência de algum

órgão”. Foram estas as palavras,

segundo a página de Facebook de

Luaty Beirão, do médico responsá-

vel pela situação clínica do activista

luso-angolano na Clínica Girassol de

Luanda, durante a visita de rotina

efectuada ontem. No mesmo dia em

que Luaty cumpriu o 32.º dia de gre-

ve de fome e manteve um encontro

com o embaixador português João

da Câmara.

Sobre esta reunião em Luan-

da, que durou menos de uma

hora, o Ministério dos Negócios

Estrangeiros (MNE) emitiu ao

meio da tarde um comunicado.

“O embaixador pôde testemu-

nhar que Luaty Beirão estava lú-

cido e a discorrer com clareza

e, tanto quanto possível aferir

numa visita, a ser bem acompanhado

em termos médicos”, destaca

o texto.

O comunicado não é extenso.

Nele, o Governo português prome-

te que continuará a acompanhar a

situação de Luaty e dos 14 detidos

desde 20 de Junho acusados de re-

belião e de tentativa de assassina-

to do Presidente José Eduardo dos

Santos através de contactos junto

das autoridades angolanas, quer a

nível bilateral quer em coordena-

ção com os seus parceiros da União

Europeia (UE).

A propósito, o texto destaca tam-

bém o encontro, no Hospital-Prisão

de São Paulo, da delegação da UE

com os outros 14 detidos. Esta reu-

nião durou cerca de cinco horas e

os companheiros do activista luso-

angolano manifestaram o desejo que

ele ponha fi m à greve de fome, uma

vez que o julgamento está marcado

para 16 de Novembro.

No Palácio das Necessidades, em

Lisboa, os diplomatas portugueses

evitam comentários. Existe, contu-

do, a percepção de que todo o pro-

cesso que envolve estes detidos está

a evoluir favoravelmente. Não só, na

passada segunda-feira foi marcado

falado que o Papa”, considerou o

embaixador: “este grupo de jovens

está detido em Angola por razões de

Estado e não se pode ver a árvore

sem verifi carmos a fl oresta não indo

ao fundo do problema.” No mesmo

sentido é o editorial do Jornal de An-

gola, intitulado “As lições da demo-

cracia em Angola”. Naquele texto, é

referido que “o caso Luaty Beirão é

um refl exo da política daqueles que

fi zeram a guerra e a propaganda de

Savimbi [antigo líder da UNITA mor-

to em combate em Moxico, em 22 de

Fevereiro de 2002].

Também ontem, uma delegação

da Amnistia Internacional (AI) reu-

niu com o ministro Rui Machete.

“Acreditamos que Portugal esteja à

altura dos desafi os e expectativas

que criou, mas há tempos e tempos,

e o urgente é a questão humanitária

[de Luaty Beirão], vamos aguardar o

que se vai passar”, disse, ao PÚBLI-

CO, Teresa Pina, directora-executiva

da AI de Portugal.

Aquela responsável destacou

que nos três encontros em menos

de dois anos mantidos com o actual

Governo português — com o primei-

ro-ministro, a subdirectora-geral de

Política Externa e agora com o mi-

nistro dos Negócios Estrangeiros —,

a situação em Angola esteve sempre

presente. “Houve abertura para ou-

vir a Amnistia”, assinalou.

Estes contactos, explicou Teresa

Pina, tornaram-se mais assíduos

desde o início do mandato, este ano,

de Portugal na Comissão de Direitos

Humanos da ONU. “Em Dezembro

passado, Angola aceitou receber

um relator especial da ONU para a

liberdade de expressão, mas a visi-

ta não se concretizou e, entretanto,

houve uma degradação da situação

em Angola, houve uma escalada re-

pressiva”, lamenta.

AngolaNuno Ribeiro

tal-Prisão de São Paulo. Contudo,

esta percepção não ofusca outras

realidades.

“Diabolizar Angola”Segundo a ofi cial Agência Angola

Press (ANGOP), nesta quarta-feira

o embaixador angolano em Lisboa,

José Marcos Barrica, referiu-se a es-

te caso de forma dura. “O problema

do activista Luaty Beirão apenas é

um pretexto para se fazer ressur-

gir aquilo que em Portugal sempre

se pretendeu: diabolizar Angola”,

disse o diplomata durante a ceri-

mónia de comemoração do 10.º

aniversário do Mwangolé, jornal

da responsabilidade daquela dele-

gação diplomática.

Há “uma campanha de denegrir a

imagem de Angola e abafar as con-

quistas alcançadas ao longo dos 40

anos de independência por causa de

um jovem que em Portugal é mais

O embaixador português encontrou Luaty Beirão lúcido e a discorrer com clareza

o julgamento, como não foram pos-

tos entraves às visitas da delegação

de países da UE, e ao encontro de

ontem de Luaty Beirão com o em-

baixador de Portugal, que consagra

o princípio da bilateralidade consi-

derado necessário pela diplomacia

portuguesa.

No mesmo sentido de evolução

é interpretado no MNE o encontro,

nesta quarta-feira, do jornalista e

escritor Rafael Marques, uma das

vozes mais críticas do regime ango-

lano, com os 14 detidos no Hospi-

Page 25: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | MUNDO | 25

Seis candidatos a Belém manifestaram a sua preocupação pela situação do activista

angolano em greve de fome. “Continuo a acompanhar com preocupação a situação vivida há longos meses e que espera por apreciação jurisdicional, essencial em matéria de direitos fundamentais”, escreveu ontem Marcelo Rebelo de Sousa num comentário solicitado pelo PÚBLICO.

“Estamos perante uma greve de fome justificada, considero que a posição do Presidente da República e do Governo português está aquém do que deviam ser as suas obrigações mínimas”, disse ao PÚBLICO Marisa Marias, candidata do Bloco de Esquerda. “Luaty Beirão é um cidadão luso-angolano que, como os outros activistas, sofre uma situação de detenção arbitrária.”

António Sampaio da Nóvoa, Maria de Belém Roseira e Edgar Silva também se manifestaram preocupados. “Estou ao lado de Luaty Beirão e de todos os homens e mulheres que lutam pela liberdade”, comentou o ex-reitor da Universidade Clássica de Lisboa.

“A minha esperança, com todo o respeito pelas autoridades angolanas, é que estas não deixem de ter em conta a dimensão de humanidade e protecção de uma vida, que é o que está em questão, independentemente dos aspectos jurídicos ou políticos”, disse Maria de Belém.

Edgar Silva, candidato do PCP, destacando o respeito pela soberania de Angola e a separação dos poderes, foi claro: “Quero apelar às autoridades angolanas que atendam à situação humanitária de Luaty Beirão”.

Quarta-feira, Henrique Neto vincou que nenhuma conveniência política ou interesse económico devem ser mais valorizados que uma vida humana. N.R.

Candidatos a Belém preocupados

Os 14 jovens activistas angolanos

detidos pedem a Luaty Beirão para

terminar a greve de fome porque

“precisam dele vivo” para “conti-

nuarem a luta”, disse quarta-feira

à agência Lusa o jornalista Rafael

Marques, que os visitou a todos.

Luaty Beirão, músico luso-ango-

lano de 33 anos, cumpre hoje o 33.º

dia de greve de fome em protesto

contra a prisão a que o grupo de

activistas está sujeito desde Junho,

depois de acusados de tentativa de

golpe de Estado.

“Eles pedem que o Luaty regresse

para o seu meio, como líder moral,

como indivíduo a quem olham com

bastante respeito, que volte com

saúde e que volte com vida”, rela-

tou Rafael Marques, que visitou os

14 presos na cadeia de São Paulo, em

Luanda, tendo depois transmitido

as mensagens a Luaty Beirão, que

se encontra internado numa clínica

da capital angolana.

Rafael Marques disse que reco-

lheu mensagens dos 14 jovens e

que as levou a Luaty, “para que ele,

sem pressão, ouça a voz dos seus

companheiros de causa, dos seus

companheiros de prisão, aquilo que

eles pensam que devem de ser os

próximos passos”.

Rafael Marques conseguiu uma

autorização para visitar os deti-

dos, “por questões humanitárias”.

“Coube-me apenas, na minha qua-

lidade de defensor dos direitos hu-

manos, ouvir os detidos, o que eles

pensam da greve de fome. O Luaty

quer voltar para junto deles e man-

ter a greve. Eu ouvi-os, tirei notas e

eles próprios escreveram pelo seu

punho qual é o seu posicionamento

e fui transmitir as opiniões de cada

um ao Luaty”, relata o autor do livro

Diamantes de Sangue, em contacto

telefónico a partir de Lisboa.

Rafael Marques adiantou que, ex-

cepto Nelson Dibango, que escreveu

na nota que “se o Luaty continuar

com a greve de fome ele entrará no-

vamente em greve de fome”, depois

de já ter cumprido dez dias, “todos

os outros são unânimes e até diziam

que se tivessem essa permissão

iriam à clínica ‘pedir de joelhos’”

para Luaty desistir, “porque preci-

Activistas presos pedem a companheiro que cesse a greve de fome

sam dele vivo e com saúde e de gizar

estratégias” todos juntos.

“Nós não estamos aqui a falar de

pessoas que estão a fazer pressão

para que ele cesse a greve de fome.

Estamos a falar daqueles com quem

ele compartilha ideias e por quem

ele está a sofrer e por quem ele quer

continuar a sofrer — que são estes

bravos jovens que continuam deti-

dos”, frisou Rafael Marques, tam-

bém alvo de um processo judicial

em Angola.

O jornalista e activista recebeu au-

torização por parte das autoridades

angolanas para falar com todos os

detidos, incluindo Luaty Beirão,

que se encontra internado na Clíni-

ca Girassol, em Luanda, e que ma-

nifestou na quarta-feira vontade

em continuar a greve de fome no

Hospital-Prisão de São Paulo, onde

se encontram os 14 companheiros,

considerados como “prisioneiros

de consciência” pela Amnistia In-

ternacional.

“Por uma questão humanitária, ti-

ve a permissão para falar com todos

os detidos e também para abordar

algumas questões relacionadas com

a segurança e com as condições car-

cerárias destes. Penso que é impor-

tante reconhecer este gesto e conti-

nuar a trabalhar, para que, apesar

de termos posições diferentes e na

maioria das vezes antagónicas, pos-

samos compreender que estamos

a falar do direito à vida”, concluiu

Rafael Marques. Lusa

Luaty Beirão numa foto de Agosto de 2012

Já ouviu falar do Prémio Confúcio?

É atribuído pela China a uma pessoa

que tenha tido um papel relevante

para o mundo e acaba de ser anun-

ciado que o vencedor deste ano é Ro-

bert Mugabe. Segundo a explicação

do júri, o Presidente do Zimbabwe

injectou uma “energia renovada” na

harmonia global.

No Zimbabwe, a oposição fi cou ira-

da e as organizações de defesa dos

direitos humanos perplexas. Afi nal,

Robert Mugabe é classifi cado como

um ditador — está no cargo desde

1980 — e é acusado de usar a violên-

cia, a tortura e a intimidação para se

manter no poder.

“A presidência de Mugabe está

pavimentada de sangue, violência

e crueldade”, disse Gorden Moyo,

secretário-geral do Partido Demo-

crático do Povo (oposição), no site

de notícias Bulawayo 24. Disse que

Mugabe é um “sádico que se delicia

com a miséria do povo”.

O próprio comité de 76 elemen-

tos que atribui o prémio fi cou divi-

dido sobre a escolha — ganhou com

36 votos a favor. Um dos elementos,

Liu Zhiqin, disse ao jornal The Guar-

dian que fi cou com grandes reser-

vas sobre a escolha do Presidente do

Zimbabwe, uma pessoa que “está há

tanto tempo no poder que pode ser

rotulada de ditador”.

Mas o presidente do júri, Qiao Da-

mo, não teve dúvidas em dar-lhe o

seu voto. “Se o Zimbabwe não tivesse

Robert Mugabe ganha “Nobel da Paz chinês”

Robert Mugabe como Presidente, o

país enfrentaria grandes difi culdades

— até a segurança pública poderia es-

tar em perigo”. “Todos os países têm

altos e baixos nas economias. Apesar

de a economia [do Zimbabwe] não

ser a melhor, é um país que goza de

uma preciosidade no continente afri-

cano, a estabilidade”.

O prémio, tido como o “Nobel da

Paz chinês”, diz o comunicado do co-

mité citado pelo jornal de Pequim

Global Times, reconhece “o seu tra-

balho em prol da ordem política e

económica no país e pela melhoria

da qualidade de vida da população”.

O texto também elogia o político por

ter sido eleito, este ano, presidente

da União Africana, uma organização

de cooperação que junta 54 estados

do continente.

É este jornal que avança alguns

dos nomes fi nalistas, batidos por

Mugabe: o fundador da Microsoft

Bill Gates, a Presidente sul-coreana

Park Geun-hye, o antigo Presidente

dos EUA Jimmy Carter.

O Prémio Confúcio é recente. Foi

criado em 2010, para se tornar um

concorrente aos prémios Nobel, de-

pois de o comité sueco ter iritado

Pequim ao atribuir o da Paz ao es-

critor dissidente Liu Xiaobo — este

está detido há anos por ter co-assi-

nado o manifesto pró-democracia

Carta 08.

Na primeira edição, o troféu e o

cheque no valor de 69 mil euros cou-

beram a Lien Chan, antigo Presidente

de Taiwan, premiado pela política de

reaproximação da ilha à República

Popular. Seguiram-se o Presidente da

Rússia Vladimir Putin, Kofi Annan e

Yuan Longping (ex aequo entre o ex-

secretário-geral das Nações Unidas

e o cientista e pedagogo chinês) e o

antigo líder cubano Fidel Castro.

Zimbabwe

No Zimbabwe, a oposição e as organizações de defesa dos direitos humanos ficaram perplexas

Robert Mugabe está no poder desde 1980

ALEXANDER JOE/AFP

Page 26: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

26 | MUNDO | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

Refugiados são detidos em centros piores que prisões na República Checa

As “violações dos direitos humanos são sistemáticas” neste país da Europa Central, onde o Presidente, Milos Zeman, se destaca pelos constantes discursos contra o Islão, dizem as Nações Unidas

MARKO DJURICA/REUTERS

Milhares de refugiados e migrantes continuam a chegar todos os dias às fronteiras da Europa

O alto-comissário das Nações Uni-

das para os Direitos Humanos, Zeid

Ra’ad Al Hussein, “criticou vigorosa-

mente” a detenção de refugiados e

migrantes que têm estado a chegar

à República Checa desde o Verão,

obrigando-os até a pagar pela sua de-

tenção. Manifestou-se também preo-

cupado com o discurso público cada

vez mais marcado pela xenofobia,

incluindo “as repetidas declarações

islamofóbicas do Presidente, Milos

Zeman”.

A República Checa não é o único

país da Europa Central a rejeitar re-

ceber refugiados da guerra na Síria.

Mas, segundo a agência da ONU pa-

ra os Direitos Humanos, destaca-se

negativamente: “O que torna única

a República Checa entre outros pa-

íses de trânsito é estar a submeter

de forma rotineira estes migrantes

e refugiados a períodos de detenção

de 40 dias e por vezes até mais — 90

dias — em condições descritas como

degradantes”, diz o alto-comissário

Zeid Ra’ad Al Hussein, num comuni-

cado divulgado em Genebra.

A ONU diz que “as violações dos

direitos humanos dos migrantes

não são actos isolados, nem meras

coincidências, mas sim sistemáticas.

Parecem ser parte integral de uma

política do Governo checo concebida

para travar a entrada de migrantes

e refugiados no país, ou para que

permaneçam lá”, diz Zeid, citando

o que diz serem “relatos credíveis

de várias fontes”.

Nada pode justificar que haja

crianças detidas, sublinha: “A deten-

ção de crianças com o único argu-

mento do seu estatuto de migrantes,

ou dos seus pais, é uma violação.” A

provedora de Justiça checa criticou

a detenção dos imigrantes e frisou

também que manter as crianças de-

tidas viola a Convenção dos Direitos

das Crianças, diz Zeid.

A maior parte destas pessoas não

consegue contestar a sua detenção

em tribunal, pois não recebe infor-

mação sobre como obter apoio ju-

dicial gratuito. As organizações da

sociedade civil também não estão

a conseguir ter acesso a centros de

detenção como Bìlá-Jezová, a 80km

a norte de Praga — que o próprio

ministro da Justiça checo descre-

veu como “pior que uma prisão”.

Cada migrante é forçado a pagar

um valor equivalente a dez dólares

diários para permanecer neste cen-

tro de detenção, sem qualquer base

legal, o que está a deixar as pessoas

sem dinheiro. Além disso, foram-

lhes confi scados os telemóveis. “O

facto de serem obrigados a pagar

pela sua própria detenção é parti-

cularmente repreensível”, sublinhou

o alto-comissário.

O responsável das Nações Unidas

critica ainda o Presidente, Milos Ze-

man, pelos discursos em que revela

a vontade de fechar a porta aos re-

fugiados e a sua desconfi ança por

serem muçulmanos. “Vamos perder

a beleza das mulheres, porque vão

obrigá-las a cobrirem-se da cabe-

ça aos pés com burqas”, afi rmou,

espalhando o receio de que os mi-

grantes irão impor a lei da sharia na

Europa.

Zeman apoia ainda a petição pú-

blica “anti-imigração” lançada pelo

anterior Presidente Václav Klaus,

que apela ao Governo para garantir

a inviolabilidade da fronteira “por

todos os meios”, e critica o Governo

por estar a ser demasiado passivo

face à crise da migração.

O Presidente diz ser, tal como o

primeiro-ministro húngaro, Viktor

Orbán, um defensor dos “valores

da Europa cristã” — e não são deste

Verão as suas posições anti-Islão. Já

em 2011 foi processado por afi rma-

ções polémicas relativas aos muçul-

manos.

Confrontado com as críticas da

ONU, um porta-voz de Milos Zeman

não se perturbou. “O Presidente já

há muito que alerta para a ameaça

do fundamentalismo islâmico. Con-

tinua fi rme na sua opinião e não a

alterará face a pressões vindas do

estrangeiro.”

Crise HumanitáriaClara Barata

12.600 refugiados num só dia na Eslovénia

Orbán diz que “há que mandá-los de volta”

Mais de 12.600 refugiados entraram na Eslovénia em 24 horas, anunciou a polícia. É um recorde,

mais do que os que entraram na Hungria, em Setembro. Desde sábado, 34.131 pessoas passaram a fronteira eslovena, com o objectivo de ir para outros países, sobretudo a Alemanha. A Suécia é a segunda preferência, e reviu em alta a sua previsão para este ano: deve receber 190 mil refugiados, 30 mil dos quais crianças sozinhas. Terá de reforçar os fundos para os refugiados, disse o responsável

pela Agência de Migração, Anders Danielsson. “É uma situação sem precedentes tanto na Europa como na Suécia”, disse à Reuters. Viktor Orbán, o primeiro-ministro húngaro, afirmou no congresso do Partido Popular Europeu, em Madrid, que os líderes europeus têm de mudar a política de imigração e envolver os eleitores num debate sobre o futuro da Europa, diz a Reuters. Se não, a crise política ameaçará a democracia. “Há que mandá-los de volta para os campos de refugiados de onde vêm”, declarou.

Page 27: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | MUNDO | 27

Protesto anti-Israel em Gaza

O fosso que separa israelitas e pales-

tinianos cresceu de tal forma que o

reinício das negociações de paz não

é agora mais do que uma miragem, e

a diplomacia concentra-se tão-só em

impedir que o actual surto de violên-

cia se transforme numa guerra aber-

ta. “É absolutamente crucial pôr fi m

a todo o incitamento, a toda a violên-

cia e encontrar uma via que permita

criar a possibilidade, que não existe

hoje, de um processo [de paz] mais

abrangente”, pediu o secretário de

Estado americano, John Kerry.

A violência em Israel e na Cisjor-

dânia não dá sinais de abrandar.

Ontem, dois palestinianos tentaram

entrar num autocarro que transpor-

tava crianças numa cidade a oeste de

Jerusalém. Não conseguiram, mas

esfaquearam um jovem israelita que

estava na paragem e foram alvejados

pela polícia. Eram oriundos da Cisjor-

dânia e um morreu.

Desde o início do mês, oito israeli-

tas morreram e dezenas fi caram feri-

dos em ataques com armas brancas,

protagonizados sobretudo por jovens

e adolescentes palestinianos — 24

foram mortos pelas forças de segu-

rança. Em simultâneo, multiplicam-

se os confrontos entre o Exército e

grupos de palestinianos, sobretudo

na Cisjordânia e Jerusalém Oriental,

que fi zeram já 25 mortos, entre eles

crianças.

O Governo israelita culpa os líderes

palestinianos pela violência, acusan-

do-os de propagarem mentiras sobre

a alegada intenção de Israel em alte-

rar o estatuto do Pátio das Mesquitas,

lugar sagrado para as três religiões

monoteístas em Jerusalém Oriental,

sob custódia da Jordânia, e onde só

os muçulmanos podem rezar. A Auto-

ridade Palestiniana diz que os jovens

pegam em facas enfurecidos pela re-

cusa israelita em travar a expansão

dos colonatos e com as restrições no

acesso ao Pátio das Mesquitas, repu-

diando as “execuções extrajudiciais”

dos atacantes.

“É preciso deixar para trás as con-

denações, a retórica”, insistiu Kerry,

falando aos jornalistas mas dirigindo-

se quer ao primeiro-ministro israeli-

ta, Benjamin Netanyahu, com quem

Kerry tenta acalmar retórica de israelitas e palestinianos

esteve ontem em Berlim, quer ao

presidente palestiniano, Mahmoud

Abbas, com quem falará sábado em

Amã.

Acalmar o fogo da retórica é a prio-

ridade mais urgente da ronda diplo-

mática em curso, num momento em

que quer o Departamento de Esta-

do dos EUA quer as Nações Unidas

admitem que são quase nulas as hi-

póteses de reatar as negociações de

paz, interrompidas no início de 2014.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-

moon, encontrou-se nos últimos dias

com os dois líderes e, no relato que

apresentou na quarta-feira ao Con-

selho de Segurança, “surpreendeu

todos pelo tom pessimista”, contou

o embaixador britânico na ONU.

Kerry disse que a conversa com o

primeiro-ministro israelita o deixou

“prudentemente optimista” quanto

às hipóteses de um desanuviamento.

Mas depois de ter deitado lenha na

fogueira — ao afi rmar que o grande

mufti de Jerusalém da época teria su-

gerido a Hitler o extermínio dos ju-

deus (ver texto ao lado) —, Netanyahu

chegou ao encontro repetindo as

acusações à Autoridade Palestinia-

na. “Não há dúvidas de que esta onda

de ataques é resultado directo do in-

citamento. Incitamento da parte do

Hamas, dos movimentos islamistas

em Israel e, lamento dizê-lo, do pre-

sidente Abbas.”

Do outro lado, não há também si-

nais de compromisso. “Nem Abbas

nem ninguém pode controlar a situa-

ção enquanto Netanyahu continuar a

dar aos seus soldados autorização pa-

ra matar e para intervir no Pátio das

Mesquitas”, disse ao jornal israelita

Yedioth Ahronoth Adnan Gaith, che-

fe do braço armado da Fatah. “Nin-

guém consegue controlar o que está

a acontecer e só vai piorar”, avisou.

DiplomaciaAna Fonseca Pereira

Kerry encontrou-se com Netanyahu e diz ter ficado “prudentemente optimista” sobre hipótese de desanuviamento da tensão

A perguntaFoi o mufti de Jerusalém que sugeriu a “solução final” a Hitler?

A frase“Naquela altura, Hitler não queria exterminar os judeus, mas sim expulsá-los. Mas Haj Amin al-Husseini foi encontrar-se com ele e disse-lhe: ‘Se os expulsar, eles vão todos para a Palestina.’ ‘E o que é que devo fazer?’, perguntou Hitler. [O mufti] disse: ‘Queime-os.’”Benjamin Netanyahu

O contexto Historiadores e analistas defendem que Netanyahu fez regressar o mufti de Jerusalém e a tese de que foi ele o grande inspirador do Holocausto, por motivos políticos, num momento de nova tensão entre israelitas e palestinianos, com ataques e retaliações. Uma espiral de violência começou em Jerusalém Ocidental a 1 de Novembro, quando o Governo de Telavive bloqueou o acesso de palestinianos à Cidade Velha, onde estão dois lugares sagrados do islão, o Pátio das Mesquitas e a Mesquita de Al-Aqsa.

Os factosA tese não é nova e circula em Israel desde a criação do Estado Judeu, em 1948. Também não foi a primeira vez que Netanyahu se referiu à aliança entre o mufti de Jerusalém, Haj Amin al-Husseini, que foi a mais alta autoridade religiosa e política da Palestina, e a Alemanha nazi. Porém, desta vez, o primeiro-ministro de Israel fez o que nunca fora feito — descreveu ao pormenor a conversa que Husseini e Hitler tiveram em Novembro de 1941, na Alemanha. Apesar de não haver uma gravação áudio do encontro (só há imagens).

“Inimigo do meu inimigo meu

amigo é” — era no que o mufti acreditava e, por isso, procurou Hitler, na ânsia de se livrar de judeus e de britânicos, e de criar, na Palestina livre dos indesejados e dos ocupantes, um Estado.

Haj Amin al-Husseini era membro de uma das mais influentes famílias palestinianas e chegou ao topo da hierarquia religiosa pelas mãos dos britânicos, que o nomearam Grande Mufti (um mufti é um intelectual a quem é reconhecida a superior capacidade de interpretar a lei islâmica) em 1921. Mas também era um violento opositor ao protectorado britânico, a que queria pôr fim de qualquer maneira, assim como acabar com o risco de ser criado no território o Lar Nacional Judeu (o embrião de um futuro Estado).

Em 1937, perseguido pelos britânicos pelo seu papel na revolta árabe de 1936-1939, fugiu da Palestina, refugiando-se no Líbano, no Iraque, em Itália e na Alemanha. A sua cooperação com Hitler é inequívoca. Há documentos que provam que ajudou a recrutar muçulmanos bósnios para criar uma unidade regional das SS nas Balcãs. Tal como há provas em como foi a sua intervenção que travou a troca de quatro mil crianças e 500 adultos judeus por 20 mil prisioneiros alemães nas mãos dos britânicos na Palestina.

Netanyahu, explica Sheri Oz no The Times of Israel — num artigo em que explica os motivos de Netanyahu para dizer o que disse e em que sublinha que não está provado mas também não está excluído que o mufti tivesse dito aquilo a Hitler —, cresceu a ouvir estas histórias e também a tese de que foi o mufti quem sugeriu a Hitler que queimasse os judeus. O pai, o historiador Benzion Netanyahu, acreditava nesta teoria e propagava-a em casa.

É consensual entre historiadores de várias correntes, ocidentais e judaicas, que o mufti colaborou com Hitler e que deveria ter-se sentado no banco dos réus em Nuremberga, onde foram julgados os crimes

e os criminosos nazis e onde se ouviram gravações de discursos do mufti.

O mufti, que fugiu da Alemanha para o Cairo, morreu em 1974 em Beirute, no Líbano. Ao longo da vida, continuou a inspirar a guerra pelo desaparecimento do Estado de Israel e pela criação do Estado Palestiniano — um dos seus familiares e protegidos, Yasser Arafat, iria dar continuidade a essa luta armada através da Organização de Libertação da Palestina (OLP).

Em resumoApesar da certeza de Netanyahu, a pergunta “Quem foi o primeiro a ter a ideia do extermínio dos judeus?” continua como estava — sem resposta exacta. Há académicos que defendem que a origem do crime que viria ser conhecido como Holocausto está apenas dentro da Alemanha nazi.

Certo é que a figura de Haj Amin al-Husseini e a sua ligação aos nazis têm estado ao longo de décadas no debate académico-político. No jornal The Guardian, escreveu Tom Segev, historiador judeu e autor de The Seventh Million: The Israelis and the Holocaust: “Todos os governos de Israel usaram o Holocausto como argumento político. Todos os líderes árabes desde 1948 foram comparados, pelo menos uma vez, a Hitler. Todos os países árabes compararam Israel aos nazis. Os árabes sempre recusaram reconhecer o Holocausto como elemento central da identidade israelita. (...) Envolver o Holocausto mais uma vez só pode piorar as coisas. A última coisa que a actual situação precisa é de um conto de fadas sobre Hitler e um mufti.” Ana Gomes Ferreira

Os historiadores dizem que a origem do Holocausto está dentro da Alemanha. Onde entra aqui um líder religioso palestiniano?

Prova dos factos

SIM TALVEZ NÃO

Page 28: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

28 | CULTURA | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

Celebrar um bom ano para a BD portuguesa e as crianças na Amadora

MIGUEL MADEIRA

No Fórum Luís de Camões, mas por outros espaços da Amadora e da Área Metropolitana de Lisboa, o festival decorre até 8 de Novembro

Labirintos à altura dos mais peque-

nos leitores, passagens “secretas”,

escorregas e até uma escada-palhaço.

O Festival Internacional de Banda De-

senhada da Amadora tem como tema

central as crianças na BD, da cente-

nária e portuguesa Quim e Manecas

até aos miúdos “que mais revelam o

que é ser criança” nas últimas déca-

das — por lá andam Mafalda, Calvin e

Hobbes e os Peanuts. A luz do estira-

dor foca ainda Portugal, cujo último

ano editorial na BD foi de boas novas.

“Diversidade e quantidade”, diz o di-

rector do festival, Nélson Dona.

Na 26.ª edição do Amadora BD,

que é inaugurada hoje e que traz

convidados internacionais como os

franceses Jacques Tardi ou Mathieu

Sapin, celebram-se Stuart Carvalhais

e as suas personagens Quim e Ma-

necas, “a génese da BD portuguesa”

que este ano cumprem o seu cente-

nário. Apareceram pela primeira vez

no jornal O Século e são um marco

temporal e artístico. É “a série por-

tuguesa mais famosa de sempre”, diz

João Paulo Boléo, comissário da ex-

posição central do evento nos textos

distribuídos à imprensa — Stuart foi

mesmo, lê-se, o primeiro autor euro-

peu a utilizar os balões de BD. E des-

se momento de pujança portuguesa

com duas crianças aventureiras ao

centro nos idos de 1915, damos um

salto para o presente na Amadora.

“Houve um aumento grande do

número de publicações de BD em

Portugal” desde Setembro de 2014

e Agosto deste ano, diz Sara Figuei-

redo Costa, que com Luís Salvado co-

missaria a exposição Ano Editorial

2014-15. Uma das apostas desta edi-

ção deste festival “generalista”, como

diz Nélson Dona, e que quer perce-

ber as tendências e as lógicas do que

é publicado no sector em Portugal.

Os dois jornalistas e especialistas

em BD falam de “doze meses de pu-

blicação intensa” e, no parque sub-

terrâneo do Fórum Luís de Camões —

o fórum e o seu parque são o espaço

central do festival —, Sara Figueiredo

Costa acrescenta ao PÚBLICO alguns

motivos que explicam essa tendên-

cia: a democratização dos meios de

produção e os novos canais de distri-

buição — entre os quais os jornais.

Em contraciclo em relação à edi-

Tardi e a sua Foi assim a Guerra nas

Trincheiras sobre a I Guerra e os

homens que a travaram. “Um fôle-

go imenso à publicação de BD em

Portugal”, insufl ado também pelo

incremento nas publicações infan-

tis da Disney ou outros títulos liga-

dos ao cinema ou à TV nas bancas

e quiosques.

Raridades e concertoAs crianças, novamente, os primei-

ros leitores de uma vida que pode ser

sempre aos quadradinhos e que estão

na BD à vista dos visitantes em núcle-

os com Tropelias, Heróis e Aventura,

Turmas ou os incontornáveis Calvin

(Bill Waterson), Mafalda (Quino) e os

Peanuts (Charles Schulz). Há dese-

nhos para ver, originais e até exem-

plares únicos de Hergé, Franquin ou

da personagem Little Nemo (de Win-

sor McCay) de museus e colecções

de todo o mundo. Por entre os dois

pisos do Fórum, as tais passagens e

labirintos criados pelo atelier Vírgula

i são para os visitantes mais jovens

— mas os graúdos também têm per-

cursos a fazer.

O Amadora BD espraia-se até 8 de

Novembro para espaços como a Be-

deteca da Amadora, onde já está a ex-

posição Putain de Guerre! — A Guerra

das Trincheiras, e para outros locais

em Lisboa, Almada ou Cacém. Ama-

nhã à noite, nos Recreios da Amado-

ra, Tardi, a cantora Dominique Gran-

ge e o grupo Accordzéâm declamam,

cantam, musicam e mostram ilustra-

ções de Putain de Guerre!. As receitas

revertem para o Conselho Português

para os Refugiados.

A programação inclui ainda mos-

tras sobre Jim del Monaco, O Pugilista

de Reinhard Kleist, os premiados do

ano passado e os nomeados de 2015,

desfi les de cosplay ou workshops.

Com orçamento de cerca de 500

mil euros, recebeu, em 2014, 30 mil

visitantes.

Mafalda, Calvin, os Peanuts e os portugueses Quim e Manecas, de Stuart Carvalhais, Jacques Tardi ou Mathieu Sapin a partir de hoje no festival Amadora BD. Foi um ano de “publicação intensa” em Portugal

Banda DesenhadaJoana Amaral Cardoso

projectos editoriais que nasceram

de grupos de amigos que começa-

ram a fazer não o fanzine fotocopia-

do” mas produtos com acabamento

mais profi ssional. A impressão digi-

tal permite fazer pequenas edições,

reeditar facilmente e ganhar não só

a simples existência, mas também

visibilidade. E, depois, chegar às li-

vrarias independentes e dar força

às poucas pequenas editoras que já

têm uma distribuição comercial que

lhes permite chegar às grandes lojas.

Continua a ser “um meio muito pe-

queno”, o português, mas “a ideia da

BD para um público fechado é muito

errada”, defende a jornalista.

No espaço central de um dos dois

pisos da casa-mãe do Amadora BD

estarão também colecções como as

editadas pelo PÚBLICO, que lançou

com a editora Levoir no mercado

português novelas gráfi cas de Ro-

bert Crumb, Will Eisner ou do con-

vidado do festival deste ano, Jacques

ção de literatura generalista, diz, a

publicação de BD entre a última e a

actual edição do festival, e “nos últi-

mos dois, três anos”, registou maior

“número de títulos publicados”.

São edições de “média e pequena

dimensão”, salvo algumas grandes

tiragens, mais pontuais, explica a es-

pecialista. A exposição quer cristali-

zar esse momento com mais de 200

títulos — livros, fanzines, revistas e

publicações digitais — e mais de cem

autores portugueses que publicaram

no seu país em exposição manuse-

ável. “Sempre tivemos muita gente

a desenhar e a escrever”, confi rma

a comissária. Mas “a renovação dos

canais de distribuição” com a Inter-

net, os encontros ou a impressão di-

gital “e dos próprios meios de edi-

ção fez com que as pessoas tivessem

onde mostrar e publicar”, diz Sara

Figueiredo Costa.

“Nos últimos anos tivemos muitas

feiras de edição alternativa, muitos

Page 29: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | CULTURA | 29

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Neste Ano Internacional da Luz, a 2.ª

edição do Fórum do Futuro vai abrir,

ofi cialmente, com uma conferência

do astrofísico norte-americano John

C. Mather, Nobel da Física em 2006,

que vai falar no Teatro Rivoli, na noi-

te de 4 de Novembro, sobre Felicida-

de, Luz e os Segredos do Universo.

Membro da agência espacial NASA,

Mather tem investigado a origem do

cosmos, e vai falar no Porto da luz

como ponto de partida para a vida

no universo, partilhando a mesa com

os professores Carlos Fiolhais e Orfeu

Bertolami.

Depois do sucesso da edição inau-

gural, em Novembro passado, em

que contou cerca de 7000 especta-

dores, este festival — que o vereador

da Cultura Paulo Cunha e Silva am-

biciona “transformar no fórum de

Davos do pensamento” — vai este

ano ter apenas cinco dias, mas mais

sessões (vinte) e participantes (59,

vinte dos quais estrangeiros). E vai

estender-se a três outras instituições

da cidade: o Museu de Serralves, a

Casa da Música e o Teatro São João,

além de contar com a parceria da

Universidade do Porto.

Da lista dos participantes estran-

geiros consta também o filósofo

francês Gilles Lipovetsky (dia 7), que

regressa a Portugal, desta vez para

falar sobre Os Desafi os da Felicidade

O designer belga Raf Simons abandonou a Dior

na Sociedade do Hiperconsumo — a

felicidade sendo, de resto, o deno-

minador comum do fórum.

Num cruzamento permanente en-

tre convidados estrangeiros e portu-

gueses, o programa do fórum terá

uma pré-abertura, na tarde de 4 de

Novembro, em Serralves, com a di-

rectora do museu, Suzanne Cotter, a

apresentar o fotógrafo alemão Wolf-

gang Tillmans como “um dos gran-

des artistas do nosso tempo” — e que,

em Janeiro, fará em Serralves a sua

primeira exposição em Portugal.

A arquitectura vai começar por ser

debatida, este ano, num encontro de

Eduardo Souto de Moura com o in-

diano Bijoy Jain (dia 5), o fundador,

há três décadas, do Studio Mumbai,

onde tem defendido e praticado uma

arquitectura sustentável. Do Centro

Canadiano da Arquitectura (CCA),

em Montréal, vêm o director Mirko

Zardini e a fundadora Phyllis Lam-

bert, para se encontrarem, respecti-

vamente, com Roberto Cremascoli e

Inês Moreira e falar dos arquivos (dia

6), e com António Mexia e Gomes de

Pinho (dia 7) e discutir a responsabi-

lidade social das instituições.

Outro arquitecto convidado é

Santiago Cirugeda (dia 7), espa-

nhol, conhecido como “o arquitecto-

guerrilheiro” pelo modo como vem

defendendo o direito de as popula-

ções acederem aos espaços públicos

abandonados.

A sessão da noite de 5 de Novem-

bro vai reunir Julião Sarmento com

a norte-americana Sasha Grey, ex-

actriz de fi lmes pornográfi cos que

entretanto deu uma volta à sua car-

reira, desde que fez o fi lme Confi ssões

de Uma Namorada de Serviço (2009),

de Steven Soderbergh; e que o artista

português também citou no seu pro-

jecto Quelques Jeux Interdits (2012).

Dos estrangeiros, assinalem-se

ainda as presenças do investigador

norte-americano Aaron Ahuvia,

professor de marketing e criador

da chamada brand love (dia 5); a

conferência-performance do artista

argentino Rirkrit Tiravanija; ou a

instalação do artista alemão Florian

Hecker (dia 7).

A ciência e a sociologia, a religião e

a política vão também estar em deba-

te num encontro do cientista (e agora

também deputado na AR) Alexan-

dre Quintanilha com o eurodeputado

Paulo Rangel e o padre Anselmo Bor-

ges (dia 7); e na sessão do sociólogo

belga Nico Carpentier (dia 8). O pro-

grama completo do Fórum do Futuro

pode ser consultado num novo site

que está a ser montado para o efeito:

www.forumofthefuture.com.

PensamentoSérgio C. Andrade

Festival do pensamento comissariado por Paulo Cunha e Silva decorre no Porto de 4 a 8 de Novembro, com 59 participantes

O designer belga Raf Simons aban-

dona a Dior, anunciou ontem a casa

de moda parisiense, depois de três

anos e meio em Paris. Uma das re-

ferências actuais da criação de mo-

da, Simons deixa os seus cargos de

director artístico da alta-costura, do

pronto-a-vestir e das colecções de

acessórios da maison que integra um

dos maiores grupos de luxo do mun-

do, o Louis Vuitton Moët Hennessy,

por “motivos pessoais”.

Fundada em 1946 por Christian

Dior, a casa teve nos últimos anos

Nobel da Física John C. Mather abre Fórum do Futuro 2015

O jornal especializado Women’s Wear

Daily escreve que a Dior, segundo

fontes do sector, não tem ainda um

nome e estará prestes a encetar es-

se processo de busca. As mesmas

fontes, não identifi cadas, referem

que, apesar de se tratar de um afas-

tamento “amigável”, decorriam ne-

gociações contratuais com Simons

que terminaram sem acordo.

Simons, que tem 47 anos, refere

na nota enviada à imprensa que a

sua decisão “se baseia inteira e igual-

mente” no seu “desejo de se focar

noutros interesses”, nomeadamente

a sua própria marca, deixando elo-

gios à empresa que é uma importan-

te accionista do grupo LVMH e que

é dirigida pelo milionário Bernard

Arnault, bem como à sua equipa.

Creditado pela modernização da

Dior depois do marcado e exuberante

estilo operático de Galliano, Simons

foi o sexto designer a dirigir a Dior

nos seus quase 70 anos de história.

ModaJoana Amaral Cardoso

Apenas três anos e meio numa das mais importantes casas de moda do mundo e uma saída inesperada por “motivos pessoais”

Simons ao leme depois da saída tem-

pestuosa de John Galliano (que foi

afastado da marca depois da polé-

mica de 2011 que envolveu insultos

anti-semitas proferidos em público

pelo designer britânico e que fez

com que a Dior entregasse a direc-

ção interina a Bill Gaytten). A apre-

sentação da colecção de Primavera/

Verão 2016, que decorreu no Lou-

vre, em Paris, há três semanas, foi a

última assinada pelo conceptual bel-

ga para a maison. A Dior informou

por comunicado que a saída de Si-

mons se deve a “motivos pessoais”,

não adiantando mais detalhes nem

revelando ainda quem lhe sucederá.

Raf Simons trabalhara não só na sua própria marca mas também como director criativo da Jil Sander

Astrofísico americano foi Nobel da Física em 2006

70º ANIVERSÁRIO DA ONU - 24 DE OUTUBRO DE 2015CONVITE AOS PORTUGUESES PARA ENVIAREM UM POSTAL

www.unric.org/pt

Page 30: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

30 | CULTURA | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

“O futebol é uma chatice. É um

pretexto para as pessoas estarem

juntas, para os pais e os fi lhos não

terem que enfrentar o grande silên-

cio.” Sérgio Oksman, de 45 anos, diz

isto apesar de o futebol ser, ao mes-

mo tempo, pano de fundo e título da

sua primeira longa-metragem, de-

pois de uma série de curtas premia-

das pelo mundo fora (inclusive no

Curtas Vila do Conde, que A Story

for the Modlins venceu em 2012).

Mas não se deixem enganar: em-

bora tudo se passe durante o Mun-

dial do Brasil de 2014, não se vê fu-

tebol de espécie nenhuma nos 70

minutos de O Futebol, um dos títulos

mais fortes da competição interna-

cional do Doclisboa (Culturgest,

hoje, 22h, e São Jorge, domingo 25,

16h45). “O único futebol que apare-

ce realmente são vinte segundos do

hino brasileiro ou um álbum de fi gu-

rinhas de 1974,” explica Oksman ao

PÚBLICO em Locarno, onde o fi lme

teve estreia mundial na competição

ofi cial. Mais importante, contudo,

é reparar como um brasileiro radi-

cado há duas décadas em Espanha,

que admite conhecer mal o que se

faz hoje no país irmão, assina com

O Futebol um fi lme perfeitamente

integrado na nova vaga do cinema

brasileiro contemporâneo.

“Não sou capaz de ter um dis-

curso sobre o cinema brasileiro,”

assume Oksman, que não visitava

o Brasil havia 20 anos e cujo conhe-

cimento da produção actual se li-

mita ao que vai vendo nos festivais

(como O Som ao Redor, de Kleber

Mendonça Filho, e Branco Sai, Preto

Fica, de Adirley Queirós, que o im-

pressionaram imenso) ou que che-

ga às salas espanholas. Talvez por

isso, o cineasta ache que O Futebol

“não podia ser um fi lme brasileiro”

e prefi ra aproximá-lo da nova vaga

romena. “Por que é que o cinema

romeno é tão maravilhoso?”, per-

gunta retoricamente. “Porque dá

espaço para que a realidade entre,

porque os planos não têm necessa-

riamente uma função narrativa...

Os alunos na faculdade acham que

você liga uma câmara e captura a re-

alidade, mas a realidade não existe.

Fazer fi lmes documentais signifi ca

inventar uma situação, estratégias

com uma estrutura, para que a re-

alidade possa entrar e acontecer lá

dentro.”

É aqui que voltamos ao “jogo bo-

nito”, que é o dispositivo central à

volta do qual o fi lme gira, criado em

estreita cumplicidade entre Oksman

e o espanhol Carlos Muguiro (co-

argumentista e co-montador, pre-

sente também em Locarno e atento

ao desenrolar da conversa). O que

pode haver em comum entre dois

familiares que não se vêem há 20

anos? Exacto. “Depois de 20 anos

sem ver o meu pai, durante um ano

telefonava-lhe todos os 15 dias e só

falávamos de futebol,” explica o bra-

sileiro. “Percebi que os parentes, os

familiares que tínhamos eram mais

jogadores de futebol do que verda-

deiros familiares. O futebol inven-

tou-se para que, quando existe um

grande silêncio entre duas pessoas

e elas querem estar juntas, possa

haver algo a que elas se agarrem...”

E é o futebol a que se agarram Sér-

gio Oksman, cineasta radicado em

Espanha, e o pai, Simão Oksman,

que gere uma pequena empresa de

electrónica em São Paulo.

Ficcionais e reaisSó que este Sérgio e este Simão

não são exactamente os verdadei-

ros Sérgio e Simão; são variações,

invenções de Oksman e Muguiro a

partir do verdadeiro reencontro

entre pai e fi lho, que teve lugar em

2013 — “um encontro muito breve,

passámos um dia juntos, conversá-

mos” — e é mostrado em “prólogo”

do fi lme. A ideia de ambos experi-

mentarem construir uma relação

passando um mês juntos em São

Paulo durante o Mundial de 2014

foi lançada por Sérgio como pon-

to de partida para a construção do

fi lme — “pensado nos mínimos de-

talhes antes da viagem,” explica. “A

proposta era dar um passo a mais,

tentar conviver como pai e fi lho. E

o fi lme é um pretexto para que o pai

e o fi lho estejam juntos. O pai e o

fi lho eram personagens fi ccionais,

embora fossem reais. O pai faria o

papel de pai, o fi lho faria o papel de

fi lho. E o Simão aceitou esse jogo.

Mas estávamos trabalhando com

elementos reais, e a realidade, a

certo momento, irrompe no fi lme

além do nosso controlo ou da nossa

intenção de a controlar.”

Uma das “provas” disso reside

num momento particularmente

tocante em que Simão Oksman diz

que não quer que o neto passe pelo

mesmo que o fi lho passou quando

se separou da esposa. “Só descobri

isso na montagem em Madrid!”, diz

Sérgio. “Não o ouvi no momento em

que ele o disse. A verdade é que ten-

tei nos primeiros dias que o meu

pai interpretasse para a câmara um

texto que nós próprios escrevemos

em conjunto, no momento, mas não

funcionou. O meu pai tinha algo de

selvagem. Fez-me perceber que eu

podia controlar o plano, mas não a

personagem. Isso foi a grande sorte

do fi lme. Ele impunha as regras até

certo ponto.” E percebe-se rapida-

mente que, por muito manipulado

que o dispositivo fosse, existe em O

Futebol uma dimensão verdadeira-

mente espontânea, documental.

Sérgio diz que a estrutura de O

Futebol estava perfeitamente pré-

defi nida, “a todos os níveis — de

uma maneira muito estrita e rígida,

como fi lmar, como colocar a câma-

ra, mesmo o fi nal estava escrito”.

Como explica, “não queríamos que

a realidade estragasse o nosso fi lme,

mas essa estrutura permitia-nos es-

tar abertos a tudo o que pudesse

acontecer. Não queríamos rodar na-

da de excepcional senão agarrar a

rotina, registar o tempo em que não

O Futebol é um filme que, nas palavras do seu realizador, “precisa de deixar o tempo passar”

Este pai não sabe como ser pai e este fi lho não sabe como ser fi lho

O cineasta brasileiro Sérgio Oksman regista a sua relação com o pai, que não vê há 20 anos, no fi lme O Futebol exibido no Doclisboa. Mas é verdade ou invenção?

CinemaJorge Mourinha, em Locarno

O brasileiro Sérgio Oksman vive em Espanha

Page 31: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | CULTURA | 31

acontece nada entre duas persona-

gens, enquanto se celebrava o gran-

de evento futebolístico. O bonito de

deixar o tempo e o tédio num fi lme

é porque o espectador acaba por

entender as razões das coisas sem

ter de as explicar, sem precisar de

falar do passado, de fazer autobio-

grafi a... Basta dar tempo.”

O Futebol é um fi lme que, nas pa-

lavras do seu realizador, “precisa

de deixar o tempo passar. Não é um

fi lme autobiográfi co, não é terapia,

não é psicologia, não é o fi lme de um

reencontro...” É sobretudo sobre a

ausência, sobre o vazio — sobre uma

relação que não existe entre um pai

e um fi lho, sobre futebol que nunca

se vê. “É o desejo que o fi lme seja

um sítio para o espectador, que te-

nha espaço para todos, ecos e espe-

lhos para que o espectador entre e

se instale lá dentro”, nas palavras

de Carlos Muguiro. Um documentá-

rio que não é registo de nada, uma

fi cção que não é inventada. Porque

“vamos todos ser esquecidos com o

tempo. Mas o futebol continua.”

DR

FOTOS: DR

Homeland (Iraq Year Zero)

A convite do DocLisboa, o projecto especial do PÚBLICO Um Dia Normal está em

“exibição” em Lisboa em duas novas versões: em formato instalação na Culturgest — onde as 24 horas passarão em contínuo — e numa sessão no Pequeno Auditório da Culturgest no dia 1 de Novembro, às 14h, onde será apresentada uma nova montagem com 60 minutos, versão que foi também seleccionada para a 29.ª edição do Festival de Cinema Cineuropa em Santiago de Compostela.

Em Março deste ano o PÚBLICO comemorou 25 anos e, numa edição especial cujo tema foi o “Tempo”, quis registar o quotidiano de Portugal, captar algo que se aproximasse de um dia normal. A cada minuto, a cada hora, a cada dia, há um país em movimento.

Um Dia Normal é um registo feito minuto a minuto, com vídeos captados (quase sempre) através de planos fixos e sem cortes, numa viagem do Norte ao Sul do país, do interior ao litoral, do continente às ilhas dos Açores e Madeira.

À partida, o objectivo estava traçado: se os jornalistas estão habituados a relatar acontecimentos extraordinários, era tempo de documentar acontecimentos banais. O resultado foram 1440 minutos, tantos quantos cabem em 24 horas, de um Portugal presente. Vera Moutinho

Um Dia Normal no Doclisboa

“Não é um fi lme autobiográfi co, não é terapia, não é psicologia, não é o fi lme de um reencontro...”Sérgio OksmanCineasta

A câmara estava lá quando o futuro desapareceu

Como é que se explica a um espec-

tador que algum do melhor cinema

que está no Doclisboa este ano fala

das guerras, da violência e da pobre-

za que nos entram pela casa todos

os dias através dos noticiários, da

televisão, da Internet? Como é que

se explica que é importante ver este

cinema “de urgência”?

O objecto desta longa introdução

são três dos cinco fi lmes exibidos no

programa DocAlliance — uma “alian-

ça”, como o nome indica, de sete fes-

tivais documentais europeus (entre

os quais o Doc) acompanhada por

uma plataforma legal de streaming

(no site dafi lms.com) de documen-

tários, que atribui anualmente um

prémio. O Doc exibe este ano o ven-

cedor, Homeland (Iraq Year Zero) de

Abbas Fahdel (City Campo Pequeno,

amanhã 24 às 16h45), e quatro dos

outros seis nomeados.

São fi lmes que não podem, nem

devem, ser vistos apenas como teste-

munhos do quotidiano de países em

guerra ou em crise. Procuram, acima

de tudo, usar o cinema documental

para encontrar outros modos de co-

municar as vivências de quem está,

hoje, no olho do furacão, apanhado

entre o fi m do mundo que conhecia e

um outro que se está a construir.

Nenhum deles o faz com mais

candura e aperto no coração do

que Homeland, diário da vida dos

Fahdel antes e depois da invasão de

Março de 2003, registo das coisas à

medida que vão acontecendo, sem

preocupações formais, sem uma

narrativa coerente ou consistente.

É essa dimensão vérité, sem facha-

das, que dá a vida e a energia a um

fi lme literalmente “em bruto”, com

o coração nas mãos. E, sim, é uma

experiência de endurance: estamos

a falar de seis horas de fi lme, mas a

recepção que Homeland tem obtido

por onde tem sido exibido explica

cortando testemunhos e entrevistas

de sírios sobre a sensação de perda

de um país e de uma identidade, co-

mo se tivessem soltado amarras sem

nunca poderem regressar ao porto de

onde zarparam. Liwaa Yazji articula

com elegância e poesia o modo como

a tecnologia permite fi ngir uma rés-

tia de contacto com um mundo que

nunca vai voltar. Mas é a sensação de

perda — comum a todos aqueles que

passaram por uma experiência de

guerra e deslocamento — que torna

Haunted um olhar sobre um futuro

interrompido e difuso.

No oposto está Je suis le peuple

(City Campo Pequeno, quarta 28 às

22h15), onde a franco-libanesa Anna

Roussillon vê os eventos da Prima-

vera Árabe e da Praça Tahrir à dis-

tância que vai do Cairo a Luxor. Ao

longo de três anos, Roussillon fi lmou

o dia-a-dia de uma família de Luxor

e acompanhou a sua aprendizagem

da política no Egipto rural — é, de

algum modo, equivalente a assistir

à chegada do 25 de Abril ao Portugal

profundo, uma espécie de “curso rá-

pido intensivo” de democracia onde

os Jalal sentem na pele a transição de

regimes sem que nada pareça mudar

ou, sequer, melhorar. “A única coi-

sa que acontece aqui é a pobreza”,

como diz alguém às tantas, “e nós

somos apenas pobres tontos.” Co-

mo se o futuro, na verdade, nunca

passasse de uma ilusão.

O crítico fez parte do júri do prémio DocAlliance 2015

Jorge Mourinha

Testemunhos a quente de um mundo em mudança no programa DocAlliance do festival e cinema Doclisboa

claramente que este fi lme chega às

pessoas de um modo que poucos ou-

tros conseguem.

Num primeiro tempo que termina

em fi nais de 2002 vemos o dia-a-dia

nervoso, ansioso, dos últimos dias do

Iraque de Saddam, fechados na casa

de Bagdad com uma tensão surda no

ar, mas onde tudo continua como se

nada acontecesse. Ao olhar dos adul-

tos numa metrópole fervilhante, o

segundo tempo — que arranca em

Abril de 2003, poucas semanas de-

pois da invasão americana — respon-

de com o olhar dos sobrinhos adoles-

centes de Fahdel sobre uma cidade

estranha, sinistramente silenciosa e

vazia, onde acompanhamos a bus-

ca de uma normalidade impossível,

tornada pungente pela morte do so-

brinho de Fahdel, Haidar, de 12 anos.

Foi, aliás, a consciência dessa mor-

te que levou o cineasta a deixar pas-

sar dez anos antes de fi nalmente o

terminar — com enorme pudor, sem

forçar a nota, mas sem escamotear o

“buraco negro” no seu centro. O miú-

do representava o futuro do Iraque, e

a sua morte levanta uma enorme in-

terrogação sobre o que virá a seguir.

Que essa interrogação continue sem

resposta, é sinal da urgência que o

projecto de Abbas Fahdel não perdeu

no tempo que passou.

À endurance do realizador iraquia-

no, a dramaturga e argumentista síria

Liwaa Yazji responde com Haunted

(City Campo Pequeno, hoje às 19h).

É uma meditação intimista sobre o

desenraizamento, alinhando e entre-

Page 32: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

32 | CIÊNCIA | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

Novo navio do país para investigação científi ca já chegou a Portugal

BRUNO LISITA

O nome antigo do navio Kommandor Calum a ser apagado ontem à tarde, para hoje poder pintar-se no casco o novo nome: Mar Portugal

O anúncio de que Portugal teria um

novo navio de investigação científi ca

é de 2011: destinar-se-ia a substituir

o Noruega, mais dedicado ao estu-

do das pescas, e que está a chegar

ao fi m da vida depois de mais de 35

anos ao serviço de um dos labora-

tórios científi cos do Estado. O novo

navio, comprado em segunda mão a

uma empresa escocesa, chegou an-

teontem a Portugal e hoje há uma

cerimónia de recepção em Lisboa,

com a ministra da Agricultura e do

Mar, Assunção Cristas, e o secretá-

rio de Estado do Mar, Manuel Pinto

de Abreu. Seguir-se-á o processo de

remodelação do navio e instalação

de mais equipamentos científi cos

— um projecto que, no fi nal, fi cará

em cerca de 13 milhões de euros, 11

milhões dos quais pagos sobretudo

pela Noruega, ao abrigo de um pro-

grama de ajuda.

Na sua vida anterior chamava-se

Kommandor Calum e pertencia à em-

presa escocesa Hays Ships, que opera

uma frota de navios para trabalhos

de investigação científi ca, de levanta-

mentos e de patrulha para uma série

de clientes. A partir de agora chama-

se Mar Portugal e fi ca sob a alçada

do Instituto Português do Mar e da

Atmosfera (IPMA), resultante da fu-

são de dois laboratórios do Estado, o

Instituto de Investigação das Pescas e

do Mar e o Instituto de Meteorologia.

É hoje, na doca onde está atracado

em Lisboa, que se dará a passagem

da bandeira do Reino Unido para a

bandeira portuguesa e se pintará no

casco o seu novo nome.

Tem 75 metros de comprimento, 15

de largura e lugar para 30 cientistas

e técnicos, além de 16 tripulantes e

autonomia para 40 dias no mar.

Construído em 1986, era inicial-

mente um navio de defesa e salva-

mento submarino, depois foi con-

vertido em navio de investigação e

levantamentos técnico-científi cos

em águas profundas. Já tinha sofri-

do uma grande transformação em

2013 para melhorar os alojamentos

e a capacidade de levantamentos, es-

tando hoje já preparado para fazer

geotecnia marinha, oceanografi a, le-

vantamentos geofísicos e operação

de robôs submarinos (ROV), refere

um comunicado do Ministério da

dos cofres noruegueses, explica ain-

da Nuno Lourenço.

O Kommandor Calum, ou Mar Por-

tugal, vem substituir o Noruega, que

nem sempre tem estado operacio-

nal e exigia reparações de fundo. Ao

serviço do país há mais de 35 anos,

o Noruega tem 47,5 metros de com-

primento e alberga 12 cientistas e téc-

nicos. Tem sido usado em estudos

de biologia, avaliação de recursos,

pesca experimental e investigação

oceanográfi ca. Mas os trabalhos de

alargamento da plataforma conti-

nental portuguesa, agora à espera

de apreciação na ONU, tiveram de

ser feitos por navios com outras ca-

pacidades, nomeadamente os navios

oceanográfi cos da Marinha, o Almi-

rante Gago Coutinho (onde operou o

ROV Luso) e o D. Carlos I.

O Noruega já tinha feito parte de

um programa de ajuda da Noruega a

Portugal, daí o seu nome. Quando a

compra do novo navio foi anunciada

em 2011, falou-se então que seria aba-

tido; agora Pinto de Abreu diz que

“ainda não está decidido o que vai

fazer-se com o Noruega”.

“O IPMA fi ca com maior capaci-

dade para operar no mar aberto”,

frisa Nuno Lourenço. “Este projecto

cumpriu-se e agora espero que seja

aproveitado como grande platafor-

ma para dar continuidade ao traba-

lho que tem sido feito”, diz Pinto de

Abreu. “Portugal vai deixar de estar

dependente de quem quer que seja

para fazer investigação no mar.”

De cariz civil, o Mar Portugal será

então usado em que tipo de investi-

gação? “Para tudo”, responde Pinto

de Abreu. Além das pescas, em cam-

panhas de avaliação da distribuição

e abundância de peixes, servirá, por

exemplo, para investigar a biodiver-

sidade e os recursos não vivos, como

os minérios no fundo do mar.

Comprado em segunda mão, o navio vai agora sofrer transformações e ser apetrechado com mais equipamentos científi cos. É propriedade do Instituto Português do Mar e da Atmosfera

OceanografiaTeresa Firmino

de euros é para os equipamentos

científi cos, refere Nuno Lourenço,

da direcção do IPMA.

A aquisição deste novo navio fez-se

através do Mecanismo Financeiro do

Espaço Económico Europeu (MFE-

EE), que tem a Noruega, a Islândia

e o Liechtenstein como doadores

de dinheiro a uma série de países,

incluindo Portugal, para corrigir as-

simetrias e fomentar a coesão. Cria-

do em 2004, este fundo, no qual a

Noruega é o principal fi nanciador,

já tinha disponibilizado a Portugal

31 milhões de euros até 2009, altura

em que o Governo socialista de José

Sócrates tinha iniciado negociações

para novo ciclo de ajuda, terminadas

pelo Governo ainda em funções.

Como o MFEEE tem de ter tam-

bém uma comparticipação nacional,

Portugal pagará 1,9 milhões de euros

dos quase 13 milhões do projecto do

navio, e os restantes 11 milhões saem

Agricultura e do Mar. Portugal dis-

põe de um ROV — o Luso, comprado

em 2008 por um total de três milhões

de euros —, que mergulha a grandes

profundidades (até aos 6000 metros)

e que será operado no novo navio.

Desde a sua conversão, o Komman-

dor Calum tem trabalhado a uma es-

cala global: por exemplo, em 2014,

refere ainda o comunicado, navegou

no Árctico russo, no mar do Norte,

no Atlântico e Mediterrâneo.

O passo que se segue é a abertura

de concursos internacionais, tanto

para a transformação do navio, pre-

parando-o agora para a investigação

das pescas, como para a compra de

equipamentos científi cos. “Durante

o próximo ano, vai estar pronto”, es-

pera Pinto de Abreu.

O Kommandor Calum custou 7,9

milhões de euros, a sua transforma-

ção fi cará entre um e dois milhões e o

restante montante até aos 13 milhões

Page 33: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

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Page 34: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

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Insolvente: António Manuel Barros Luís e M.ª Odete Jesus dos Santos Barros

Administrador Judicial: Dr. Rúben Jardim de Freitas

Nos Autos acima identifi cados foi designado o dia 06 de Novembro de 2015, pelas 11:00 horas, na Rua Dr. Ma-nuel Pacheco Nobre n.º 102-A, 2830-080 Barreiro, na presença dos membros da Comissão de Credores, para a abertura de propostas que sejam entregues até esse momento, no domicílio profi ssional do Administrador Judicial acima referido, pelos interessados na compra do seguinte bem:Verba 2 - Prédio Urbano destinado a armazém e ativida-de Industrial, do tipo T1, situado no Rego da Amoreira, freguesia e concelho de Alcochete. O prédio encontra-se inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 5975.º, da freguesia de Alcochete, com o valor patrimonial de 135.528,63 €, e descrito na Conservatória do Registo Pre-dial do Montijo, sob o n.º 2345/1990730.Valor-Base de Venda: 760.000,00 € (Setecentos e sessenta mil euros).Valor Mínimo de Venda: 646.000,00 € (Seiscentos e qua-renta e seis mil euros).Condições:Nota 1: As propostas deverão ser sempre iguais ou supe-riores ao valor mínimo de venda que corresponde a 85% do valor-base.Nota 2: Os proponentes devem juntar obrigatoriamente com a sua proposta, como caução, um cheque visado ou um cheque bancário, à ordem da Massa Insolvente de António Manuel Barros Luís e Maria Odete Jesus dos Santos Barros, no montante correspondente a 20% do valor da proposta para aquisição do bem ou garantia ban-cária no mesmo valor (n.º 1 do artigo 824.º do CPC).Nota 3: As propostas deverão ser entregues em carta fechada, no local e até à hora marcada para a sua aber-tura.Nota 4: O bem é vendido no estado físico e jurídico em que se encontra.O bem encontra-se na posse do Administrador Judicial, Dr. Rúben Jardim de Freitas, com domicílio profi ssional na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre, n.º 102-A, 2830-080 Barreiro - e-mail: [email protected]úblico, 23/10/2015 - 1.ª Pub.

COMARCA DESETÚBAL

Sesimbra - Inst. Local- Sec. Comp. Gen. - J2

Processo: 523/15.7T8SSB

ANÚNCIOProcesso Comum (Tribunal Singular)A Mm.ª Juíza de Direito Dr.ª Marisa Mala-gueira, da Inst. Local de Sesimbra - Sec. Comp. Gen. - J2 - Comarca de Setúbal:Faz saber que no Processo Comum (Tribunal Singular), n.º 523/15.7T8SSB, pendente neste Tribunal contra o argui-do Nelson Filipe Ferreira Costa Loureiro Garcia, fi lho de Francisco José Loureiro Garcia e de Maria Adelina Ferreira Cota Lourenço Garcia, natural de Lisboa - São Sebastião da Pedreira, nacional de Portu-gal, nascido em 04-10-1989, estado civil: solteiro, BI - 13915499, domicílio: Rua Quinta do Conde, N.º 37, R/c Esquerdo, 2855-055 Corroios, por se encontrar acu-sado da prática de 1 crime de Roubo, em co-autoria p.p. pelos art.º 26.º e 210.º, n.º 1 do C. Penal, praticado em 17-09-2009; foi o mesmo declarado contumaz, em 12-10-2015, nos termos do art.º 335.º do C. P. Penal.A declaração de contumácia, que cadu-cará com a apresentação do arguido em juízo ou com a sua detenção, tem os se-guintes efeitos:a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do arguido, sem prejuízo da realização de actos urgentes nos termos do art.º 320.º do C. P. Penal; b) Anulabilidade dos ne-gócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados pelo arguido, após esta de-claração; c) Proibição de obter quaisquer documentos, certidões ou registos junto de autoridades públicas; d) O arresto da totalidade ou em parte dos seus bens, nos termos do disposto no art.º 337.º, n.º 3 do referido diploma legal.N/ Referência: 79628455Sesimbra, 13-10-2015.

A Juíza de DireitoDr.ª Marisa Malagueira

O Escrivão-Adjunto - Luís SalvadoPúblico, 23/10/2015 - 2.ª Pub.

Direção de Finanças de Faro

Serviço de Finançasde Portimão-1112

Urbanização Poço do Fojo - Quinta do Morais, Lote 11, 8500-774 PortimãoTel.: (+351) 282 490 320 - Fax: (+351) 282 490 358

Email: [email protected] - www.portaldasfi nancas.gov.ptCentro de Atendimento Telefónico: 707 206 707

ÉDITOS DE 30 DIASProcesso de Execução Fiscal n.º 1112200501031694 e ApensosMARIA DO CARMO CUSTÓDIO, Chefe do Serviço de Finanças de Portimão, faz público que por este Serviço de Finanças correm éditos de trinta dias, citando o executado por reversão DAVID MITCHELL, NIF 261839195, que teve o seu domicílio fi scal em 21 NORBURY DRI-VE MARPLE STOCKPORT SK6 6LL ENGLAND e actualmente au-sente em parte incerta, por dívidas da sociedade DAVID MITCHEL DORSET, NIPC 000105252, na qualidade de responsável subsidiário, no Processo de Execução Fiscal n.º 1112200501031694 e Apensos, des-te Serviço de Finanças, por dívidas à Fazenda Nacional, provenientes de IMI dos anos de 2006 a 2011 no montante de € 1.500,38, para, no prazo de 30 dias a contar da última publicação e, imediatamente após os 30 dias do presente édito, pagar a quantia exequenda referida, fi -cando ciente de que nos termos do n.º 5 do artigo 23.º da Lei Geral Tributária (LGT), se o pagamento se verifi car no prazo referido não lhe serão exigidos juros de mora nem custas. No mesmo prazo poderá requerer OPOSIÇÃO JUDICIAL com base nos fundamentos prescri-tos no artigo 204.º do CPPT, apresentar RECLAMAÇÃO GRACIOSA, nos termos do n.º 4.º do artigo 22.º da LGT, ou deduzir IMPUGNA-ÇÃO JUDICIAL, com base nos fundamentos previstos no artigo 99.º do CPPT, e os prazos estabelecidos nos artigos 70.º e 102.º do CPPT. Findo este prazo, acrescem os juros de mora e custas a contar nos ter-mos da Lei. Mais fi ca citado que, para garantir o pagamento da dívida em questão, foi penhorado ao executado “DAVID MITCHELL”, acima identifi cado, o bem que se identifi ca em seguida e que se não pagar a referida dívida dentro daquele prazo ou deduzir oposição, procederá este Serviço de Finanças à sua venda judicial por leilão electrónico, nos termos do artigo 250.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, para o que já se encontra designado o dia 26 de Fevereiro de 2016, pelas 11.00 horas, neste Serviço de Finanças.BEM PENHORADO:Fracção autónoma designada pelas letras DV, tipologia T2, destinada a habitação, que corresponde ao 6.º andar - apartamento 0, composto de sala com pequena cozinha, dois quartos, vestíbulo, casa de banho e despensa. É parte comum da fracção, piscina de adultos e crianças, respectivos acessos da casa das máquinas e 2 balneários, são ainda par-tes comuns do prédio: rés-do-chão (porteira), composto por 2 divisões, cozinha, casa de banho e vestíbulo, destinado habitação; acessos de elevadores e casa das máquinas, estacionamento; jardins; depósito de água e respectivo equipamento e conduta de lixo, sito em V3 - Av. Co-munidades Lusíadas - Edifício Casa do Arcos, n.º 184 - Praia da Rocha, freguesia e concelho de Portimão, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 7006, com a área bruta privativa de 73.0000 m2 e área bru-ta dependente de 11.0000 m2, com o valor patrimonial de € 67.380,00 atribuído nos termos do CIMI, descrito na Conservatória do Registo Predial de Portimão sob o n.º 184/19850204 - DV - PORTIMÃO.

Serviço de Finanças de Portimão aos 19 de Outubro de 2015

A Chefe do Serviço de FinançasMaria do Carmo Custódio

Público, 23/10/2015 - 2.ª Pub.

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COMARCA DESETÚBAL

Sesimbra - Inst. Local- Sec. Comp. Gen. - J2

Processo: 286/12.8GBSSB

ANÚNCIOProcesso Comum (Tribunal Singular)A Mm.ª Juíza de Direito Dr.ª Marisa Mala-gueira, da Inst. Local de Sesimbra - Sec. Comp. Gen. - J2 - Comarca de Setúbal:Faz saber que no Processo Comum (Tribunal Singular), n.º 286/12.8GBS-SB, pendente neste Tribunal contra o arguido Razvan Caldararu, natural da Roménia, nacional da Roménia, nascido em 05-04-1982, passaporte - 11636298, BI estrangeiro - Gz208807, domicílio: Rua Gama Pinto, Lote 189, Quinta do Conde, 2975-274 Quinta do Conde, por se encontrar acusado da prática de 1 cri-me de condução sem habilitação legal, P.P. pelo art.º 3.º do Dec.-Lei 2/98 de 3 de Janeiro, praticado em 14-12-2011; foi o mesmo declarado contumaz, em 12-10-2015, nos termos do art.º 335.º do C.P. Penal.A declaração de contumácia, que ca-ducará com a apresentação do arguido em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos:a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do arguido, sem prejuízo da realização de actos urgentes nos termos do art.º 320.º do C. P. Penal; b) Anulabili-dade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados pelo arguido, após esta declaração; c) Proibição de obter quaisquer documentos, certidões ou registos junto de autoridades públi-cas; d) O arresto da totalidade ou em parte dos seus bens, nos termos do disposto no art.º 337.º, n.º 3 do referido diploma legal.N/ Referência: 79630952Sesimbra, 13-10-2015.

A Juíza de DireitoDr.ª Marisa Malagueira

O Escrivão-AdjuntoLuís Salvado

Público, 23/10/2015 - 1.ª Pub.

REPÚBLICAFEDERATIVA DO BRASIL

Consulado-Geral do Brasil em Lisboa

EDITAL DE CASAMENTORosa Maria de Vassimon Brandão, Vice-Cônsul do Brasil em Lisboa, usando das atribuições que lhe confere o Art.º 18.º da Lei de Introdução ao Código Civil, faz saber que pretendem casar Moisés Deodato Neves, natural de Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil, nascido a 11/03/1989, residente e domiciliado na Rua João Abernaz Quintinhas, n.º 20-A, Charneca de Caparica, Portugal, Código Postal: 2820-354, nesta jurisdição consu-lar, fi lho de Moizés Neves de Carvalho e de Ruth Deodato Neves e Gleyciane Ma-ria Soares Souza, natural de Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil, nascida a 10/01/1995, residente e domiciliada na Rua João Abernaz Quintinhas, n.º 20-A, Charneca de Caparica, Portugal, Código Postal: 2820-354, nesta jurisdição con-sular, fi lha de Geraldo Soares Silva e de Eliana Aparecida de Souza Silva.Apresentaram os documentos exigidos pelo Art.º 1.525 do Código Civil.Se alguém souber de algum impedimen-to, oponha-o na forma da Lei. Lavrado o presente para ser afi xado em lugar visível da Chancelaria deste Consulado-Geral.

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Page 35: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

35PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 CLASSIFICADOS

VENDA JUDICIAL MEDIANTE PROPOSTA EM CARTA FECHADA

Tribunal da Comarca de Lisboa NorteVila Franca de Xira

Instância Central - Secção de Comércio - J4Processo de Insolvência n.º 1507/14.8T8VFX

Insolvente: Hugo Ricardo Cartaxo PalmaAdministrador Judicial: Dr. Rúben Jardim de FreitasNos Autos acima identifi cados foi designado o dia 06 de Novembro de 2015, pelas 11:30 horas, na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre n.º 102-A, 2830-080 Barreiro, na presença dos membros da Comissão de Credores, para a abertura de propostas que sejam entregues até esse momento, no domi-cílio profi ssional do Administrador Judicial acima indicado, pelos interessados na compra do seguinte bem:Verba 1 - Fração autónoma, destinada à habitação, do tipo T3, situada na Rua António Aleixo, n.º 6, freguesia de Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira. A fração en-contra-se inscrita na matriz predial urbana sob o artigo 628.º-A, da freguesia de Póvoa de Santa Iria, com o valor patrimo-nial de 57.392,93 €, e descrita na Conservatória do Registo Predial de Vila Franca de Xira, sob o n.º 1058/20030110-A.Valor-base de Venda: 64.433,41 € (Sessenta e quatro mil qua-trocentos e trinta e três euros e quarenta e um cêntimos).Valor mínimo de Venda (85% do Valor-Base): 54.768,40 € (Cinquenta e quatro mil setecentos e sessenta e oito euros e quarenta cêntimos).Condições:Nota 1: As propostas deverão ser sempre iguais ou superiores ao respetivo valor mínimo de venda, que corresponde a 85% do seu valor-base.Nota 2: Os proponentes devem juntar obrigatoriamente com a sua proposta, como caução, um cheque visado ou um che-que bancário, à ordem da Massa Insolvente de Hugo Ricar-do Cartaxo Palma, no montante correspondente a 20% do valor-base de venda do bem ou garantia bancária no mesmo valor (n.º 1 do artigo 824.º do CPC).Nota 3: As propostas deverão ser entregues em carta fecha-da com a identifi cação da insolvente e respetivo número de processo de insolvência, no local e até à hora marcada para a sua abertura.Nota 4: O bem é vendido no estado físico e jurídico em que se encontra.O bem encontra-se na posse do Administrador Judicial, Dr. Rúben Jardim de Freitas, com domicílio profi ssional na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre n.º 102-A, 2830-080 Barreiro, Telef: 216.076.493 - Fax: 216.077.134 - e-mail: [email protected]

Público, 23/10/2015 - 1.ª Pub.

VENDA JUDICIAL MEDIANTE PROPOSTA EM CARTA FECHADA

Tribunal da Comarca de SantarémInstância Central

Secção do Comércio - J1Processo de Insolvência n.º 746.13.3TBVNO

Insolvente: Gomes & Carreira, LdaAdministrador Judicial: Dr. Rúben Jardim de FreitasNos Autos acima identifi cados foi designado o dia 06 de Novembro de 2015, pelas 12:00 horas, na Rua Doutor Manuel Pacheco Nobre, n.º 102-A, 2830-080 Barreiro, na presença dos membros da Comissão de Credores, para a abertura de propostas que sejam entregues até esse momento, no domicílio profi ssional do Adminis-trador Judicial acima referido, pelos interessados na compra do seguinte bem:Verba 1 - Fração autónoma destinada à habitação, do tipo T3, sito na Rua do Povo de Timor, n.º 8, freguesia da Nossa Senhora da Piedade, concelho de Ourém. A fração encontra-se inscrita na matriz predial urbana sob o artigo 3112.º-I da freguesia da Nossa Senhora da Pie-dade, com o valor patrimonial de 59.940,00 €, e descrita na Conservatória do Registo Predial de Ourém, sob o n.º 1305/19930607-I.Valor-Base: 70.517,64 € (Setenta mil quinhentos e de-zassete euros e sessenta e quatro cêntimos).Valor mínimo de venda: 59.940,00 € (Cinquenta e nove mil e novecentos e quarenta euros).Condições:Nota 1: As propostas deverão ser sempre iguais ou su-periores ao valor mínimo de venda que corresponde a 85% do valor-base.Nota 2: Os proponentes devem juntar obrigatoriamente com a sua proposta, como caução, um cheque visado ou um cheque bancário, à ordem da Massa Insolvente da sociedade Gomes & Carreira, Lda., no montante cor-respondente a 20% do valor da proposta para aquisição do bem ou garantia bancária no mesmo valor (n.º 1 do artigo 824.º do CPC).Nota 3: As propostas deverão ser entregues em carta fechada, no local e até à hora marcada para a sua aber-tura.Nota 4: O bem é vendido no estado físico e jurídico em que se encontra.O bem encontra-se na posse do Administrador Judicial, Dr. Rúben Jardim de Freitas, com domicílio profi ssional na Rua Doutor Manuel Pacheco Nobre, n.º 102 A, 2830-080 Barreiro - e-mail: [email protected]úblico, 23/10/2015 - 1.ª Pub.

VENDA JUDICIAL MEDIANTE PROPOSTA EM CARTA FECHADA

Comarca de PortalegreInstância Central - Secção Cível e Criminal - J1

Processo de Insolvência n.º 469/14.6TBPTGInsolvente: A Divinal -Tintas e Vernizes, Lda.

Administrador Judicial: Dr. Rúben Jardim de FreitasNos Autos acima identifi cados foi designado o dia 06 de Novembro de 2015, pelas 10:00 horas, na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre n.º 102-A, 2830-080 Barreiro, na presença dos membros da Comissão de Credores, para a abertura de pro-postas que sejam entregues até esse momento, no domicílio profi ssional do Administrador Judicial acima referido, pelos interessados na compra dos seguintes bens:Verba 1 - Prédio Urbano, destinado à habitação, do tipo T2, sito na Rua da Capela, n.º 35, freguesia da Sé e São Louren-ço, concelho de Portalegre. O prédio encontra-se inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 139.º, da freguesia da Sé e São Lourenço, com o valor patrimonial de 11.070,00 €, e descrito na Conservatória do Registo Predial de Portalegre, sob o n.º 1012/19981117.Valor-Base de Venda: 10.000,00 € (Dez mil euros).Valor Mínimo de Venda: 8.500,00 € (Oito mil e quinhentos euros).Verba 2 - Prédio urbano, terreno para construção, situado no Loteamento Municipal da Zona Industrial de Portalegre, Lotes 357/358, concelho de Portalegre. O prédio encontra-se inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 4504.º, da fre-guesia da Sé, com valor patrimonial de 96.778,00 € e descrito na Conservatória do Registo Predial de Portalegre, sob o n.º 2795/20100129.Valor-Base de Venda: 90.000,00 € (Noventa mil euros).Valor Mínimo de Venda: 76.500,00 € € (Setenta e seis mil e quinhentos euros).Condições:Nota 1: As propostas deverão ser sempre iguais ou superiores ao valor mínimo de venda que corresponde a 85% do valor-base.Nota 2: Os proponentes devem juntar obrigatoriamente com a sua proposta, como caução, um cheque visado ou um che-que bancário, à ordem da Massa Insolvente da Sociedade A Divinal, Tintas e Vernizes, Lda., no montante correspondente a 20% do valor da proposta para aquisição do bem ou garan-tia bancária no mesmo valor (n.º 1 do artigo 824.º do CPC).Nota 3: As propostas deverão ser entregues em carta fechada, no local e até à hora marcada para a sua abertura.Nota 4: O bem é vendido no estado físico e jurídico em que se encontra.O bem encontra-se na posse do Administrador Judicial, Dr. Rúben Jardim de Freitas, com domicílio profi ssional na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre, n.º 102-A, 2830-080 Barreiro - e-mail: [email protected]

Público, 23/10/2015 - 1.ª Pub.

VENDA JUDICIAL MEDIANTE PROPOSTA EM CARTA FECHADA

Tribunal da Comarca de Leiria - AlcobaçaInstância Central

2.ª Secção do Comércio - J2Processo de Insolvência n.º 1838/14.7TBCLDInsolvente: Somacol - Sociedade de Madeiras

e Cozinhas, Unipessoal Lda.Administrador Judicial: Dr. Rúben Jardim de FreitasNos Autos acima identifi cados foi designado o dia 06 Novembro de 2015, pelas 10:30 horas, na Rua Dr. Ma-nuel Pacheco Nobre n.º 102-A, 2830-080 Barreiro, na presença dos membros da Comissão de Credores, para a abertura de propostas que sejam entregues até esse momento, no domicílio profi ssional do Administrador Judicial acima referido, pelos interessados na compra do seguinte bem:Verba 1 - Prédio Urbano, destinado a armazém e ativi-dade industrial, situado em Arneiros - Estrada Nacional, 360, n.º 80 - Zona Industrial, freguesia de Santa Catari-na, concelho de Caldas da Rainha. O prédio encontra-se inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 2143.º, da freguesia de Santa Catarina, com o valor patrimonial de 335.110,00 €, e descrito na Conservatória do Registo Predial de Caldas da Rainha, sob o n.º 1613/19970225.Valor-Base de Venda: 730.000,00 € (Setecentos e trinta mil euros).Valor Mínimo de Venda: 620.500,00 € (Seiscentos e vin-te mil e quinhentos euros).Condições:Nota 1: As propostas deverão ser sempre iguais ou su-periores ao valor mínimo de venda que corresponde a 85% do valor-base.Nota 2: Os proponentes devem juntar obrigatoriamente com a sua proposta, como caução, um cheque visado ou um cheque bancário, à ordem da Massa Insolvente da sociedade Somacol - Sociedade de Madeiras e Cozi-nhas, Unipessoal Lda., no montante correspondente a 20% do valor-base de venda do bem ou garantia bancá-ria no mesmo valor (n.º 1 do artigo 824.º do CPC).Nota 3: As propostas deverão ser entregues em carta fechada, no local e até à hora marcada para a sua aber-tura.Nota 4: O bem é vendido no estado físico e jurídico em que se encontra.O bem encontra-se na posse do Administrador Judicial, Dr. Rúben Jardim de Freitas, com domicílio profi ssional na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre n.º102-A, 2830-080 Barreiro - e-mail: [email protected]úblico, 23/10/2015 - 1.ª Pub.

CONVOCATÓRIAASSEMBLEIA-GERAL ORDINÁRIA

Nos termos consignados nos Estatutos, tenho a honra de convocar todos os Senhores Associados de “O Lar do Comércio”, para reuni-rem em Assembleia-Geral Ordinária, no próximo dia 07 de novembro, sábado, pelas 14.00 horas, no Salão Nobre da Casa de Repouso desta Instituição, sita em Catassol - Matosinhos, com a seguinte

ORDEM DE TRABALHOS1. Trinta minutos para tratar, sem votação nem deliberação, assuntos

de reconhecido interesse para “O Lar do Comércio”;2. Discutir e votar o Orçamento Previsional e Programa de Ação para

o ano 2016.

No caso de à hora marcada para a reunião, não estar presente a maioria legal de Sócios, a mesma terá lugar, uma hora mais tarde, com qualquer número de presenças, conforme o disposto no pará-grafo primeiro, do Artigo 50.º dos Estatutos.

Matosinhos e Casa de Repouso de “O Lar do Comércio”, em 23 de outubro de 2015.

O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA-GERALArtur Rodrigues Pereira dos Penedos, Dr.

Nota: Os Senhores Associados deverão fazer-se acompanhar da sua identifi cação e do recibo da última quota paga, nunca anterior à do mês de maio de 2015.

CONVOCATÓRIAASSEMBLEIA-GERAL EXTRAORDINÁRIANos termos consignados nos Estatutos, tenho a honra de con-vocar todos os Senhores Associados de “O Lar do Comércio”, para reunirem em Assembleia-Geral Extraordinária, no próximo dia 07 de novembro, sábado, pelas 15.00 horas, no Salão Nobre da Casa de Repouso desta Instituição, sita em Catassol - Matosi-nhos, com a seguinte

ORDEM DE TRABALHOSPonto Único - Discutir e votar o Orçamento Suplementar de 2015

e respetivo Parecer do Conselho Fiscal.

No caso de à hora marcada para a reunião, não estar presente a maioria legal dos Membros, a mesma terá lugar uma hora mais tarde, com qualquer número de presenças, conforme o disposto no parágrafo primeiro, do Artigo 50.º dos Estatutos.

Matosinhos e Casa de Repouso de “O Lar do Comércio”, em 23 de outubro de 2015.

O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA-GERALArtur Rodrigues Pereira dos Penedos, Dr.

Nota: Os Senhores Associados deverão fazer-se acompanhar da sua identifi cação e do recibo da última quota paga, nunca anterior à do mês de maio de 2015.

AVISO (EXTRATO) N.º 55/PRES/2015Foi publicitado no Diário da República n.º 206, 2.ª Série, de 21/10/2015, Aviso n.º 12150/2015, relativo a procedimento concursal comum para preenchimento de 2 postos de trabalho na carreira/categoria de Téc-nico Superior, na modalidade de relação jurídica de emprego público, a constituir por contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado, para exercer funções consultivas, de estudo, planea-mento, programação, avaliação e aplicação de métodos e processos de natureza técnica e ou científi ca, que fundamentam e preparam a decisão. Elaboração, autonomamente ou em grupo, de pareceres e projetos, com diversos graus de complexidade, e execução de outras atividades de apoio geral ou especializado nas áreas de atuação co-muns, instrumentais e operativas dos órgãos e serviços. Funções exer-cidas com responsabilidade e autonomia técnica, ainda que com en-quadramento superior qualifi cado. Representação do órgão ou serviço em assuntos da sua especialidade, tomando opções de índole técnica, enquadradas por diretivas ou orientações superiores, grau de comple-xidade funcional 3, na área de atribuição do Centro de Documentação e Biblioteca, sendo exigido como nível habilitacional Licenciatura.As candidaturas encontram-se abertas pelo prazo de 10 dias úteis a contar da data da publicação do aviso de abertura no Diário da Repú-blica e deverão ser formalizadas utilizando o formulário de candidatura disponível nas funcionalidades “Serviços”, “Secretaria”, “Serviço de Recursos Humanos” da página eletrónica da ESEL em www.esel.pt, que deverá ser dirigido à Presidente da Escola Superior de Enferma-gem de Lisboa.Todas as informações necessárias serão prestadas no local, sito na Avenida do Brasil, 53-B, 1700-063 Lisboa, através do telefone n.º 217924100 ou do e-mail [email protected]

A Presidente da ESEL,Professora Doutora Maria Filomena Mendes Gaspar

COMARCA DE LISBOA OESTEAmadora - Inst. Local

- Secção Cível - J1Processo: 680/15.2T8MTJ

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Alda da Concei-ção Correia DiasFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerida Alda da Conceição Correia Dias, com residência em domicí-lio: Centro de Dia da Quinta de São Miguel, Falagueira - Venda Nova, Amadora, para efeito de ser decretada a sua interdição.

N/ Referência: 93422954

Amadora, 16-10-2015.

O Juiz de DireitoDr. Fernando Vitalino

Marques BastosO Ofi cial de Justiça

Nelson Alexandre Joaquim

Público, 23/10/2015

COMARCA DE SETÚBAL

Setúbal - Inst. Local- Secção Cível - J2

Processo: 8332/15.7T8STB

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerido: Tiago Miguel Ra-mos da SilvaFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido Tiago Miguel Ramos da Silva, com residência em domicílio: Avenida D. Manuel I, 35 - R/c Esq.º, 2910-000 Setúbal, para efeito de ser decretada a sua interdição por anoma-lia psíquica.

N/ Referência: 79675624

Setúbal, 19-10-2015.

A Juíza de DireitoDr.ª Valéria Barros Gomes

O Ofi cial de JustiçaHelena Camalhão

Público, 23/10/2015

PESQUISE EMPREGO AQUIEMPREGO

EM PARCERIA COMINSCREVA-SE EMEMPREGO.PUBLICO.PT

Page 36: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

36 | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

FICAR

CINEMAÀ Noite no Museu: O Segredo do FaraóTítulo original: Night at the Museum: Secret of the TombDe: Shawn LevyCom: Robin Williams, Ben Stiller, Dan Stevens, Ben Kingsley, Owen Wilson, Dick Van Dyke, Steve Coogan, Ricky GervaisGB/EUA, 2014, 97 min.TVC1, 21h30A tábua egípcia que faz com

que estátuas do museu ganhem

vida quando o sol se põe está a

perder a magia. Numa tentativa

desesperada de recuperar os

seus poderes e salvar os amigos

da imobilidade perpétua, o

segurança Larry Daley decide

seguir viagem até Londres,

Inglaterra. O objectivo é encontrar

um restaurador de arte capaz

de perceber o que se passa e

encontrar uma solução para o

problema. A acompanhá-lo está,

naturalmente, a sua troupe de

“velhos” amigos: o presidente

Roosevelt, o faraó Ahkmenrah,

Átila e também o imperador

Octávio Augusto. Mas o que

Larry não poderia prever era

as difi culdades que teria em

controlar cada uma das estranhas

personalidades que seguiam

consigo… Uma comédia assinada

por Shawn Levy que continua as

aventuras de Larry Daley iniciadas

em 2006.

Duas Amas de Gravata [Old Dogs]Hollywood, 21h30Dan (Robin Williams) e Charlie

( John Travolta) são dois velhos

camaradas, na vida e nos

negócios. Dan é divorciado e

não tem o mínimo jeito para

crianças; Charlie é um sedutor

nato, muito divertido e sempre

pronto para mais uma aventura.

No dia em que estão ambos a

fechar o negócio das suas vidas

com uma grande empresa

japonesa, Dan descobre que terá

outro trabalho a tempo inteiro

durante duas longas semanas:

cuidar de Zach (Conner

Rayburn) e Emily (Ella Bleu

Travolta, fi lha de John Travolta),

os seus fi lhos gémeos. Agora, ele

e o amigo vão ser literalmente

empurrados para a difícil tarefa

de ama-seca de dois diabretes

de 7 anos. As coisas tendem

a complicar-se e eles terão de

encontrar uma solução para

cada problema.

Walesa [Walesa. Czlowiek Z Nadziei]TVC2, 22h00Lech Walesa fi ca na História como

um dos maiores ícones da luta

política do século XX, enquanto

fi gura de proa do combate

anticomunista na sua Polónia

natal. Electricista de profi ssão,

tornou-se activista nos anos 1970,

incentivando greves e protestos,

e fundando, em 1980, o sindicato

Solidariedade. O carismático

revolucionário, perseguido pelo

regime e detido várias vezes pelas

autoridades, esteve envolvido

nas grandes movimentações e

negociações que conduziriam

à libertação da Polónia e foi

Presidente do país durante a sua

democratização, na primeira

metade da década de 1990. Anos

antes, em 1983, foi-lhe atribuído

o Nobel da Paz. Este fi lme narra

a história da sua luta política,

procurando oferecer uma nova

luz sobre o líder.

Um Golpe em Itália [The Italian Job]FOX Movies, 21h15O plano não tinha qualquer falha,

o golpe era genial, foi executado

na perfeição e a fuga estava

bem delineada. Mas então o que

pode ter falhado? Um grupo de

ladrões, liderado por Charlie

Croker (Mark Wahlberg), dá um

golpe de mestre num palácio

em Veneza. Mas, apesar de tudo

correr às mil maravilhas, um

dos membros do gang resolve

traí-los e fugir com o resultado do

roubo. Charlie vai com o resto do

bando atrás do traidor e planeia

apanhá-lo em Los Angeles (EUA),

criando o maior engarrafamento

dos últimos anos. Ao grupo

junta-se Stella, uma belíssima

arrombadora de cofres com

nervos à prova de aço.

Mulheres Perfeitas [The Stepford Wives]FOX Life, 22h20Depois de ser despedida e de ter

um esgotamento, Joanna (Nicole

Kidman) muda-se, com o marido,

de Manhattan para Stepford,

no Connecticut, uma cidade

que pode ser considerada um

paraíso terrestre. Aí, encontram

uma comunidade em que as

mulheres extravasam perfeição

— têm tempo para fazer bolinhos

e brincar com as crianças, estar

sempre bonitas e prontas a

agradar — e os homens parecem

ser os seres mais felizes à face

da Terra. Porque será tudo tão

perfeito? Será que Joanna irá

descobrir a tempo?

Transcendence: A Nova Inteligência [Transcendence]TVC1, 23h10Thriller de fi cção científi ca

realizado por Wally Pfi ster.

Will Caster ( Johnny Depp) é

um importante investigador no

campo da inteligência artifi cial

que dedicou toda a sua vida a

criar uma máquina capaz de

pensar e sentir por si mesma.

As suas experiências e criações

controversas tornaram-no famoso

na sua área de estudo, mas

transformaram-no também num

dos principais alvos dos grupos

extremistas antitecnologia. Com

o projecto quase concluído, Will é

atacado por um grupo terrorista e

deixado gravemente ferido. Antes

que ele morra, Evelyn (Rebecca

Hall), a sua mulher, insere no seu

cérebro um protótipo que lhe

retira a consciência e a transfere

para um supercomputador.

As Bandeiras dos Nossos Pais [Flags Of Our Fathers]Cinemundo, 23h10Fevereiro, 1945. A guerra na

Europa estava ganha, mas no

Pacífi co continuava acesa. Uma

das mais sangrentas batalhas

foi a luta pela ilha de Iwo Jima,

traduzida por uma das mais

icónicas imagens da História: o

momento em que cinco marines

erguem a bandeira dos EUA no

monte Suribachi. Esta é a história

desses soldados. Essa fotografi a

tornou-se num símbolo da vitória

e transformou esses homens

em heróis. Alguns morreriam

pouco depois, sem saber que a

História os imortalizaria. Mas

À Noite no Museu: O Segredo do Faraó

Os mais vistos da TVQuarta-feira, 21

FONTE: CAEM

TVISICTVISICTVI

14,914,911,8

10,610,3

Aud.% Share

29,630,226,122,922,5

RTP1

RTP2

SICTVI

Cabo

14,3%%

2,0

19,9

22,0

31,5

A Única MulherCoração d’OuroSanta BárbaraJornal da NoiteJornal das 8

Page 37: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 37

RTP16.30 Bom Dia Portugal 10.00 A Praça - Directo 13.00 Jornal da Tarde - Directo 14.23 Os Nossos Dias 15.54 Agora Nós - Directo 18.00 Portugal em Directo 19.07 O Preço Certo 20.00 Telejornal 21.00 Sexta às 9 21.51 Nelo & Idália 22.33 Quem Quer Ser Milionário - Alta Pressão 23.33 5 Para a Meia-Noite 00.45 O Último Apaga a Luz 1.38 Os Nossos Dias 2.28 Agora Nós

RTP 27.00 Zig Zag 11.01 Desalinhado 13.02 Lusitânia Expresso 14.00 Sociedade Civil 15.05 A Fé dos Homens 15.37 Euronews 15.58 Zig Zag 20.15 Pais Desesperados 21.00 Jornal 2 - Directo 21.48 Página 2 - Directo 22.03 Mad Men 22.55 City Folk - Gente da Cidade 23.25 Carmen na Arena de Verona 2.10 Sociedade Civil 3.13 Euronews

SIC6.15 Violetta 7.00 Edição da Manhã 8.30 A Vida nas Cartas - O Dilema 10.15 Queridas Manhãs 13.00 Primeiro Jornal 14.40 Dancin Days 15.20 Duas Caras 16.00 Grande Tarde 19.15 Babilónia 20.00 Jornal da Noite 21.30 Coração d´Ouro 22.30 Poderosas 23.55 A Regra do Jogo 00.55 Investigação Criminal 1.35 Investigação Criminal: Los Angeles 2.45 Podia Acabar o Mundo

TVI6.30 Diário da Manhã 10.10 Você na TV! 13.00 Jornal da Uma 14.45 Mundo Meu 16.00 A Tarde É Sua 19.13 A Quinta - Diário 20.00 Jornal das 8 21.30 A Única Mulher 22.22 Santa Bárbara 23.35 A Quinta - Extra 1.00 Filme: Romance Perigoso 3.20 Ora Acerta 4.25 Fascínios 5.03 Dr. House 5.47 Sonhos Traídos

TVC19.10 O Desaparecimento de Eleanor Rigby: Ele 10.45 Se Eu Tivesse Asas 12.20 Citizenfour 14.15 Transcendence: A Nova Inteligência 16.15 Swelter - A Vingança 18.00 The Giver - O Dador de Memórias 19.40 À Noite, no Museu 2 21.30 À Noite No Museu: O Segredo do Faraó 23.10 Transcendence: A Nova Inteligência 1.10 A Quietude da Água 3.10 O Quarto Azul 4.25 À Noite, no Museu 2

FOX MOVIES9.16 Fanaticamente Apaixonados 10.57 Contrabando 12.41 Em Queda Livre 14.20 Amor e Outras Cenas 15.56 Academia de Polícia 3 - De Volta aos Treinos 17.18 O Que As Mulheres Querem 19.18 21 Gramas 21.15 Um Golpe em Itália 23.03 O Pacificador 1.08 O Caminho do Guerreiro 2.40 Os Três Amigos 4.36 Sentença de Morte

HOLLYWOOD10.05 Metro (1997) 12.00 Pai, Jogas? 13.50 Tartarugas Ninja: Uma Nova Aventura 15.20 O Terceiro Passo 17.30 Guarda-Costas de Segunda 19.15 A Saga Twilight: Lua Nova 21.30 2 Amas de Gravata 23.05 Enterrado 00.45 RocknRolla - A Quadrilha 2.40 Império - Um Choque entre dois Mundos 4.20 Eduardo Mãos de Tesoura

AXN14.18 Inesquecível 15.48 Castle 17.22 Mentes Criminosas 19.00 Inesquecível 20.34 Castle 23.08 Filme: Desafio Total 1.12 Filme: Green Hornet 3.10 Inesquecível 3.51 Perception 5.17 Filme: Desafio Total

AXN BLACK14.27 De Paris com Amor 15.43 Capitão Alatriste 18.05 Control 20.06 Basta 22.00 Street Racer - Velocidade Marginal 23.19 A Super Máquina Russa 0.58 Control 2.57 Basta 4.49 Street Racer - Velocidade Marginal

AXN WHITE14.23 Trocadas à Nascença 15.08 Criadas e Malvadas 15.53 Filme: O Novo Namorado da Minha Mãe 17.30 Gossip Girl 19.04 Mágoas de Grandeza 20.40 Infiéis 21.30 Filme: O Novo Namorado da Minha Mãe 23.07 Filme: O Padrasto 00.45 Infiéis 1.32 Traição 2.19 Pequenas Mentirosas 3.51 Trocadas à Nascença 5.23 Mágoas de Grandeza

FOX13.00 Os Simpsons 13.45 Hawai Força Especial 15.21 Investigação Criminal: Los Angeles 16.56 Sob Suspeita 18.38 Hawai Força Especial 20.27 Investigação Criminal: Los Angeles 22.15 Filme: Detenção de Risco 00.22 Filme: O Senhor dos Anéis - As Duas Torres 3.22 Spartacus, Sangue e Arena 4.16 Spartacus, Sangue e Arena 5.11 Casos Arquivados

FOX LIFE13.47 Filme: Her Husband’s Betrayal 15.18 A Patologista 16.57 Filme: In the Dark 18.35 Rizzoli & Isles 19.24 A Patologista 21.16 Rizzoli & Isles 22.20 Filme: Mulheres Perfeitas 00.09 Filme: The Perfect Boss 1.46 Masterchef USA 2.32 Em Contacto 4.11 Ossos 5.02 Twisted

DISNEY15.00 Aladdin 15.50 Galáxia Wander 16.05 Gravity Falls 16.30 Phineas e Ferb 16.55 Os 7A 17.31 K.C. Agente Secreta 17.54 Nail Art Os Descendentes - Mal 18.00 Jessie 18.25 Riley e o Mundo 18.50 Liv e Maddie 19.15 O Meu Cão Tem Um Blog 19.40 Os Descendentes - Wicked World 19.45 O Regresso de Jafar 20.55 Os Descendentes - Wicked World 21.00 Jessie 21.25 Riley e o Mundo 21.50 A Minha Babysitter É Um Vampiro 22.13 Sabrina: Segredos de Uma Bruxa 22.35 Randy Cunningham: Ninja Total 22.57 Rekkit Rabbit 23.20 Casper - O Fantasminha

DISCOVERY17.20 Pesca Radical 19.10 A Febre do Ouro - América do Sul 21.00 O Canibal na Selva 22.55 A Invasão dos Ursos Polares 23.50 Monstros do Rio 00.40 Caça ao Tesouro 2.20 Desmontando a Cidade 3.50 Os Caçadores de Mitos 4.35 Caçadores de Leilões 5.00 Mestres do Restauro 5.45 Top Gear

HISTÓRIA17.01 Caça-Tesouros 17.46 Alienígenas 18.30 Hangar 1, Ficheiros Extraterrestres 19.11 O Preço da História - Louisiana 21.17 O Preço da História 22.00 Camp X 23.27 O Universo 2.25 Loucos por Carros 3.49 Mistérios Enterrados 5.14 Aldeias Históricas 5.41 Alienígenas

ODISSEIA17.39 As Serpentes Mais Mortíferas 18.23 De Noite 19.16 Medicina do Mundo 20.10 A CIA a nu 20.59 A Origem das Coisas 21.44 Rude Tube 22.32 Cruzeiro Afundado: Salvando o Concordia 23.23 Years of Living Dangerously 00.15 Sex Mundi, a Aventura do Sexo 1.00 Cruzeiro Afundado: Salvando o Concordia 1.52 A Origem das Coisas 2.37 Rude Tube 3.28 Years of Living Dangerously 4.24 A Vingança do Automóvel Eléctrico 5.18 A CIA a Nu

Televisã[email protected]

21 Gramas

para aqueles que fi caram, o

heroísmo não era a sua maior

preocupação, mas sim os

companheiros que não tinham

sobrevivido. Filme de Clint

Eastwood baseado no best-seller

de James Bradley e Ron Powers

sobre a Batalha de Iwo Jima.

INFORMAÇÃO

Sexta às 9RTP1, 21h00O jornalismo de investigação

marca este programa de

informação apresentado

por Sandra Felgueiras. As

reportagens debruçam-se

habitualmente sobre casos

polémicos da sociedade

portuguesa. Esta semana, a

equipa andou em torno do

tema da Segurança Social, para

averiguar se os portugueses são

todos tratados da mesma forma.

SÉRIE

ReignTV Series, 21h30Estreia da terceira temporada.

Depois de duas séries a seguir

o destino atribulado de Mary

Stuart, rainha da Escócia, e os

seus desafi os no trono, fazendo

ao mesmo tempo um retrato da

corte francesa do século XVI, eis

que a série de fi cção histórica

se vira para a rainha Elizabeth

(Rachel Skarsten), revelando-a

nos primeiros passos do reinado,

na sua corte inglesa. Traição,

romance e poder continuam a

ser os pontos

fortes

da série

que tem

mostrado

os

reinados no

feminino.

INFANTILPanda e os AmigosCanal Panda, 12h00 e 18h30

Depois do sucesso do Bairro do

Panda, o canal dedicado aos

mais pequenos voltou à mesma

fórmula, apostando na produção

nacional. Panda e os Amigos é um

spin-off da série anterior, passada

no mesmo ambiente, novamente

a conciliar o entretenimento

— com os artistas favoritos da

pequenada como convidados —

com a abordagem de conceitos

importantes para crianças entre

os 3 e os 8 anos. Ao Panda,

Joana, Tomé, Juba, Riscas,

Panças, Crocas, Kinkas, Cascas,

Pintas e Micas vêm agora juntar-

se o Professor Rúben (Rúben

Madureira) e a Dra. Marta (Cláudia

Semedo). De segunda a sexta.

MÚSICA

Carmen na Arena de VeronaRTP2, 23h25A história da cigana mais famosa

da ópera é contada na Arena de

Verona (Itália), com direcção

musical de Henrik Nánási.

Baseada no romance homónimo

de Prosper Mérimée, Carmen

é uma das mais célebres obras

de Georges Bizet e goza de uma

extraordinária popularidade. A

ópera divide-se em quatro actos,

tem libreto de Henri Meilhac e

Ludovic Halévy e foi estreada em

1875, no Opéra Comique de Paris

(França).

DESPORTO

Futebol: I LigaSPTV1, 20h30 | Nacional x

Boavista

Ténis: Torneio WTA (Quartos-de-final)Eurosport1, 11h00 e 18h00 | Luxembourg-Ville (Luxemburgo)

Ciclismo: 6 Days of LondonEurosport1, 21h00 | Londres

(Reino Unido)

ortes

a série

ue tem

mostrado

s

einados no

eminino.

Page 38: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

38 | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

SAIR

CINEMALisboa @CinemaAv. Fontes Pereira de Melo - Edifício Saldanha Residence. T. 210995752Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 15h30, 18h20, 21h30; Cinema City AlvaladeAv. de Roma, nº 100. T. 218413040Homem Irracional M12. 13h25, 15h20, 17h15 20h, 00h25; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 17h30; A Hora do Lobo M12. 13h30, 16h, 18h30, 21h20, 23h50; Um Momento de Perdição 13h20, 15h25, 21h55; Perdido em Marte M12. 21h35, 24h; Praia do Futuro M12. 19h45; O Prodígio M12. 13h, 15h15, 17h30, 21h50, 00h15; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 19h10; Cinema IdealRua do Loreto, 15/17. T. 210998295Johnny Guitar M12. 16h; Doclisboa 2015 18h, 22h15; As Mil e Uma Noites: Volume 1, O Inquieto M12. 13h45; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 20h CinemaCity Campo PequenoCentro de Lazer do Campo Pequeno. T. 217981420Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 13h25, 15h25, 17h25 (V.Port.); Black Mass - Jogo Sujo M16. 15h30, 17h50, 21h45, 00h20; Sicario - Infiltrado M12. 13h10, 19h40, 22h, 00h30; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 13h40, 16h10, 18h50, 21h20, 23h50; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h35, 15h10, 17h30 (V.Port.), 19h25, 00h15 (V.Orig.); Um Momento de Perdição 13h10, 20h10, 22h10; Perdido em Marte M12. 15h45, 21h25, 00h15 (2D), 18h35 (3D); A Ovelha Choné - O Filme M6. 15h35, 17h30 (V.Port.); Evereste M12. 13h15, 21h50; À Procura de Uma Estrela M12. 13h50, 15h50, 17h50, 19h50, 21h55, 00h05; The Walk - O Desafio M12. 19h30, 00h10 Cinemas Nos Alvaláxia Estádio José Alvalade, Cp Grande. T. 16996O Estagiário M12. 15h30, 18h20, 21h10, 23h50; Black Mass - Jogo Sujo M16. 16h, 18h45, 21h30, 00h15; Evereste M12. 16h05, 18h45, 21h25, 00h10; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 15h50, 18h30, 21h20, 24h; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 16h20 (V.Port./2D), 18h55 (V.Port./3D), 21h40, 00h25 (V.Orig./2D); Sicario - Infiltrado M12. 15h55, 18h35, 21h15, 23h55; Perdido em Marte M12. 16h50, 21h, 00h05; À Procura de Uma Estrela M12. 16h30, 19h10, 21h45, 00h20; Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 15h40, 18h (V.Port.); The Walk - O Desafio M12. 20h50, 23h35; Sem Compromissos M16. 16h40, 19h, 21h50, 00h10; A Ovelha Choné - O Filme M6. 16h10 (V.Port.); A Visita M16. 18h25, 22h, 00h30; Maze Runner: Provas de Fogo 17h, 21h35, 00h25 Cinemas Nos AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996À Procura de Uma Estrela M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h20, 24h; Sicario - Infiltrado M12. 13h20, 16h, 18h40, 21h40, 00h20; O Estagiário M12. 12h40, 15h20, 18h, 21h, 23h40; Um Momento de Perdição 16h30, 19h, 21h50, 00h25; Adama M12. 13h50; Homem Irracional M12. Sala VIP3 ? 18h30; A Hora do Lobo M12. 13h30, 16h10, 18h50, 21h30, 00h15; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 12h50, 15h30, 18h10 (V.Port.), 20h50, 23h50 (V.Orig.); O Prodígio M12. 13h10, 15h50, 21h10, 24h

Cinemas Nos ColomboAv. Lusíada. T. 16996A Hora do Lobo M12. 12h50, 15h25, 18h10, 21h15, 00h05; O Prodígio M12. 13h, 15h35, 18h20, 21h10, 23h55; Perdido em Marte M12. 12h40, 15h45, 21h25, 00h30; Um Momento de Perdição 18h50; Sicario - Infiltrado M12. 12h55, 15h40, 18h25, 21h30, 00h15; O Estagiário M12. 21h, 23h45; Black Mass - Jogo Sujo M16. 13h25, 16h10, 21h35, 00h20; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. Sala IMAX ? 13h15, 16h, 18h45 21h40, 00h25; Sem Compromissos M16. 18h55; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h20, 15h55, 18h30 (V.Port.); À Procura de Uma Estrela M12. 13h10, 15h50, 18h35, 21h20, 24h Cinemas Nos Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Sicario - Infiltrado M12. 12h50, 15h20, 18h10, 21h, 23h50; O Estagiário M12. 21h20, 00h10; Perdido em Marte M12. 12h40, 15h30, 18h30, 21h30, 00h40; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h30, 16h10, 18h50 (V.Port.); À Procura de Uma Estrela M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h10, 24h; Black Mass - Jogo Sujo M16. 13h10, 15h50, 19h, 21h50, 00h30; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 13h20, 16h, 18h40, 21h40, 00h20 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200Alemanha no Outono 19h; Pirika Na Filmu / Pirika On Film + Tito Po Drugi Put Medju Srbima / Tito Among The Serbs For The Second Time 18h30; Druga Generacija / The Second Generation 15h30; Destinacija Serbistan / Logbook Serbistan 22h; O Dragão Invencível Ataca 24h; Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 12h40, 14h55, 17h10, 19h25, 21h40, 24h; O Bom Soldado M16. 13h; A Uma Hora Incerta + Coro dos Amantes 15h, 17h, 19h, 21h30, 23h30; Sicario - Infiltrado M12. 12h10, 14h30, 16h50, 21h50, 00h10; Perdido em Marte M12. 19h10; Johnny Guitar M12. 17h35; João Bénard da Costa: Outros Amarão as Coisas Que Eu Amei M12. 16h05; Homem Irracional M12. 12h15, 14h10; Black Mass - Jogo Sujo M16. 19h40, 22h, 00h20 NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362As Mil e Uma Noites: Volume 1, O InquietoM12. 16h30; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 19h; As Mil e Uma Noites: Volume 3, O Encantado M12. 14h, 21h30 UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221A Família Bélier M12. 18h50; A Uma Hora Incerta + Coro dos Amantes 14h05; Sem Compromissos M16. 16h35, 21h35, 23h55; ‘71 M12. 19h15; Por Aqui e Por Ali M12. 14h20, 16h50, 21h35, 24h; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 14h, 16h40 (V.Port.), 19h15, 21h45 (V.Orig.), 00h15 (V.Orig./3D); As Mil e Uma Noites: Volume 1, O Inquieto M12. 13h50; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 16h25; Evereste M12. 21h45; The Walk - O Desafio M12. 19h15; Perdido em Marte M12. 15h, 21h20 (3D), 18h, 00h20 (2D); O Estagiário M12. 13h40, 16h20, 19h, 21h50, 00h30; Um Momento de Perdição 14h10, 16h50, 19h20, 21h40, 24h; Homem Irracional M12. 14h10, 16h40, 18h55, 21h30; As Mil e Uma Noites: Volume 3, O Encantado M12. 23h45; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 13h50, 16h35, 19h10, 21h50, 00h25; A Hora do Lobo M12. 13h45, 16h20, 18h55, 21h30, 00h05; O Prodígio M12. 13h55, 16h25, 19h, 21h35,

A Hora do LoboDe Jean-Jacques Annaud. Com Shaofeng Feng, Shawn Dou, Ankhnyam Ragchaa. FRA/China. 2015. 121m. Aventura. M12. Ano de 1967. Chen Zhen é um

jovem estudante de Pequim

(China) que é enviado para uma

zona rural da Mongólia para

educar uma tribo de pastores

nómadas. Ali vai descobrir uma

ligação antiga entre os pastores,

o seu gado e os lobos selvagens

que vagueiam pelas estepes.

Para os mongóis, o lobo é uma

criatura quase mítica que é parte

integrante da sua comunidade

e os liga à natureza. Quando o

Governo cria uma nova lei que

obriga a população a eliminar os

lobos da região, o equilíbrio entre

todos é ameaçado...

À Procura de Uma EstrelaDe John Wells. Com Bradley Cooper, Sienna Miller, Omar Sy. EUA. 2015. 100m. Comédia Dramática. M12. O “chef“ Adam Jones

conheceu a fama, a fortuna e o

reconhecimento internacional.

Mas a sua carreira colapsou

quando, por fraqueza e excesso

de vaidade, se deixou levar pelo

consumo de drogas. Agora,

para refazer a sua vida pessoal

e profi ssional, decide começar

do zero em Londres (Inglaterra),

na esperança de abrir um

restaurante que arrebate os

clientes e o faça ser merecedor de

mais uma estrela Michelin. Mas,

para que isso se torne realidade,

precisa de uma equipa de sonho...

AdamaDe Simon Rouby. Com Pascal N’Zonzi (Voz), Oxmo Puccino (Voz), Azize Diabaté (Voz). FRA. 2015. 95m. Drama, Animação. M12. Adama, de 12 anos, vive numa

aldeia remota na África Ocidental.

Quando o seu irmão mais velho

desaparece sem deixar rasto,

ele decide partir em sua busca.

Movido pelo amor, enceta assim

uma corajosa viagem de iniciação

à idade adulta, enquanto percorre

um longo caminho que o levará

até Verdun (França), cenário da

batalha mais longa - e uma das

mais devastadoras - da I Guerra

Mundial.

Crimson Peak: A Colina VermelhaDe Guillermo del Toro. Com Charlie Hunnam, Jessica Chastain, Tom Hiddleston. EUA. 2015. 119m. Drama, Terror, Fantasia. M12. Inglaterra, séc. XIX. A jovem

Edith Cushing apaixona-se por

Sir Thomas Sharpe, um homem

misterioso que, tal como ela,

se interessa pelo sobrenatural.

Apesar dos avisos de alguns

amigos, que temem aquela união,

Edith e Thomas casam-se. Ela

muda-se para a casa de família

do marido, uma mansão em

ruínas numa região montanhosa

no Norte do país. E depressa

descobre que a sua nova família

guarda segredos aterradores...

O ProdígioDe Edward Zwick. Com Tobey Maguire, Liev Schreiber, Peter Sarsgaard. EUA. 2014. 114m. Drama, Biografia. M12. Bobby Fischer nasceu em Chicago

(EUA) a 9 de Março de 1943 e

atraiu a atenção do público norte-

americano para o xadrez quando,

com apenas 15 anos de idade,

se tornou o mais jovem Grande

Mestre internacional da história da

modalidade. Considerado um dos

melhores jogadores de sempre,

Fischer ganhou fama mundial

quando, em 1972, derrotou o

russo Boris Spassky, na altura

campeão mundial, num confronto

memorável em Reiquejavique

(Islândia), em plena Guerra Fria.

Com realização de Edward Zwick,

esta é a sua história.

Em [email protected]@publico.pt

00h10; À Procura de Uma Estrela M12. 13h40, 16h20, 19h, 21h40, 00h15; Black Mass - Jogo Sujo M16. 13h45, 16h30, 19h10, 21h50, 00h30; Sicario - Infiltrado M12. 13h40, 16h25, 19h15, 21h50, 00h30

Almada Cinemas Nos Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011. T. 16996Perdido em Marte M12. 13h25, 17h, 20h55, 24h; À Procura de Uma Estrela M12. 12h55, 15h30, 18h10, 21h05, 00h15; Sicario - Infiltrado M12. 13h, 15h45, 18h30, 21h20, 00h10; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 12h50, 15h35, 18h20, 21h40, 00h25; O Estagiário M12. 13h10, 16h, 18h45, 21h30, 00h15; A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h25, 16h, 18h10 (V.Port.); Evereste M12. 12h45, 15h30, 18h15, 21h05, 23h55; The Walk - O DesafioM12. 21h, 23h50; Black Mass - Jogo SujoM16. 12h40, 15h25, 18h15, 21h05, 23h55;Sem Compromissos M16. 13h05, 15h35,21h, 23h30; Um Momento de Perdição18h15; Lendas de Oz: O Regresso deDorothy M6. 13h15, 15h40, 17h55 (V.Port.);Por Aqui e Por Ali M12. 21h45, 00h15; A Hora do Lobo M12. 12h55, 15h45, 18h30,21h20, 00h10; Maze Runner: Provas deFogo 12h45, 15h40, 21h05, 00h10; A UmaHora Incerta + Coro dos Amantes 18h45;Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h40,16h20, 19h (V.Port.), 21h40, 00h20 (V.Orig.);O Prodígio M12. 13h, 15h50, 18h35, 21h15, 24h

Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 13h30, 16h, 18h30, 21h20, 23h50; À Procura de Uma Estrela M12. 13h35, 15h40, 17h50, 19h50, 21h50 24h; Mínimos M6. 15h55 (V.Port.); O Estagiário M12. 13h50, 16h20, 19h10, 21h40, 00h10; Evereste M12. 13h20, 18h50, 23h55; Black Mass - Jogo Sujo M16. 13h40, 19h, 21h35, 00h10; The Walk - O Desafio M12. 19h20, 21h25; Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 13h30, 15h20, 17h20 (V.Port.); Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h40, 15h15, 17h35 (V.Port.), 13h05, 16h10, 19h45, 21h55, 00h15 (V.Orig.); A Ovelha Choné - O Filme M6. 17h40 (V.Port.); Maze Runner: Provas de Fogo 21h45, 00h25; O Prodígio M12. 13h10, 15h25, 19h35, 21h55, 00h20; Perdido em Marte M12. 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; Sininho e a Lenda do Monstro da Terra do Nunca M6. 17h50 (V.Port.); Sicario - Infiltrado M12. 13h10, 15h30, 19h40, 22h, 00h30 UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, EN 249/1. T. 707232221Missão Impossível: Nação Secreta M12. 19h05; Maze Runner: Provas de Fogo 13h35, 16h20, 21h45, 00h25; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 14h, 16h35, 19h (V.Port./2D), 21h35 (V.Orig./2D), 00h05 (V.Orig./3D); Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 14h05, 16h35, 19h10, 21h55, 00h20; O Pátio das Cantigas M12. 18h45; A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h50, 16h10 (V.Port.); Evereste M12. 21h25, 24h; ‘71 M12. 18h55; Sem Compromissos M16. 13h55, 16h15, 21h30, 23h55; Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 14h, 16h20 (V.Port.); Sicario - Infiltrado M12. 13h50, 16h25, 19h10, 21h45, 00h20; The Walk - O Desafio M12. 18h30, 21h25 (2D), 24h (3D); O Estagiário M12. 13h45, 16h30, 19h05, 21h45, 00h20; Perdido em Marte M12. 14h15, 21h15 (2D), 17h35, 00h10 (3D); À Procura de Uma

A Hora do Lobo

Page 39: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 39

O Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC), em Lisboa, apresenta uma selecção de fotografias do filme A Hora do Lobo, que chega esta semana às salas de cinema. Com assinatura do realizador francês Jean-Jacques Annaud, o drama de aventura é baseado no best-seller semiautobiográfico com o mesmo nome escrito, em 2004, por Jiang Rong

(pseudónimo de Lü Jiamin). Para o filme, Annaud, que já antes trabalhara com animais, adquiriu uma dúzia de crias de lobo amestradas durante vários anos por um treinador canadiano. A exposição pode ser vista na Sala da Baleia do MUHNAC de terça a sexta, das 10h às 17h; sábado e domingo, das 11h às 18h, até 29 de Novembro. O bilhete custa 5€.

A Hora do LoboDR

A s AS ESTRELAS DO PÚBLICO

JorgeMourinha

Luís M. Oliveira

Vasco Câmara

a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente

A Hora do Lobo mmmmm – –Johnny Guitar mmmmm mmmmm mmmmm

Crimson Peak mmmmm – –Praia do Futuro mmmmm – mmmmm

Perdido em Marte mmmmm – mmmmm

O Prodígio mmmmm mmmmm –Sicario- Infiltrado mmmmm mmmmm –‘71 mmmmm mmmmm –A Uma Hora Incerta A – –The Walk-O Desafio mmmmm mmmmm mmmmm

Estrela M12. 13h55, 16h30, 19h, 21h40, 00h10; Black Mass - Jogo Sujo M16. 14h05, 16h40, 19h15, 21h55, 00h25

Cascais Cinemas Nos CascaiShoppingEN 9, Alcabideche. T. 16996Sicario - Infiltrado M12. 13h, 15h40, 20h50, 23h30; Sem Compromissos M16. 18h30; Perdido em Marte M12. 12h25, 15h25, 18h25, 21h20, 00h20; A Hora do Lobo M12. 12h50, 15h30, 18h10, 21h10, 23h50; Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 13h (V.Port.); O Estagiário M12. 15h05, 17h50, 21h15, 23h55; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 12h30, 15h20, 18h, 21h, 24h; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h20, 15h50, 18h20 (V.Port.), 21h05, 23h40 (V.Orig.); À Procura de Uma Estrela M12. 12h40, 15h10, 17h40, 21h30, 00h10 O Cinema da Villa - CascaisAvenida Dom Pedro I, Lote 1/2. T. 215887311Sicario - Infiltrado M12. 14h, 16h20, 18h45, 21h30; Black Mass - Jogo Sujo M16. 19h10, 21h30; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 14h, 16h15 (V.Port.); O Prodígio M12. 15h, 17h20, 19h45, 22h

Carcavelos Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga, Centro Comercial Carcavelos (Junto à Estação de CP). T. 214565653Homem Irracional M12. 15h30, 21h30; O Estagiário M12. 15h30, 21h30

Sintra Cinema City BelouraQuinta da Beloura II, Linhó. T. 219247643Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 15h20,17h45 (V.Port.), 15h30, 19h45, 21h55 (V.Orig.); Evereste M12. 22h; Por Aqui e Por Ali M12. 19h55, 00h30; Homem Irracional M12. 19h40; Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 15h40, 17h40 (V.Port.); O Prodígio M12. 15h55, 18h40, 21h30, 23h55; O Estagiário M12. 15h45, 21h35, 00h05; A Hora do Lobo M12. 16h, 18h50, 21h40, 00h15; Um Momento de Perdição 15h25, 17h30, 21h55, 00h10; A Família Bélier M12. 17h40; Perdido em Marte M12. 18h30, 21h20, 00h10; The Walk - O Desafio M12. 19h35, 00h20; À Procura de Uma Estrela M12. 15h35, 17h50, 19h50, 21h50, 24h Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789Sicario - Infiltrado M12. 18h50, 21h40, 00h10; Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 15h, 17h (V.Port.); Perdido em Marte M12. 15h40, 21h10 (2D), 18h30, 24h (3D); Maze Runner: Provas de Fogo 15h30, 18h10, 21h15, 23h55; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 16h, 18h40, 21h30, 00h05; Black Mass - Jogo Sujo M16. 15h45, 21h20, 23h50; The Walk - O Desafio M12. 18h15; O Estagiário M12. 18h20; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 15h50 (V.Port.), 21h20, 23h45 (V.Orig.); À Procura de Uma Estrela M12. 15h15, 17h20, 19h30, 21h40, 00h15

Odivelas Cinemas Nos Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Perdido em Marte M12. 15h, 18h, 20h50,23h50; Crimson Peak: A Colina VermelhaM12. 15h30, 18h10, 21h30, 24h; A Ovelha Choné - O Filme M6. 15h10, 17h50 (V.Port.);Pan: Viagem à Terra do Nunca M12.

15h50, 18h30 (V.Port.), 21h10, 23h40 (V.Orig.); Evereste M12. 21h20, 23h50; Black Mass - Jogo Sujo M16. 15h40, 18h20, 21h, 23h40

Oeiras Cinemas Nos Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996Sicario - Infiltrado M12. 13h, 15h50, 21h20, 00h10; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h30, 00h20; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 12h35, 15h10, 18h (V.Port.); Um Momento de Perdição 18h35; Um Momento de Perdição 21h10, 23h50; À Procura de Uma Estrela M12. 12h40, 15h20, 18h10, 21h15, 24h; O Prodígio M12. 12h30, 15h15, 18h05, 21h05, 23h55; O Estagiário M12. 12h45, 15h30, 21h25; Perdido em Marte M12. 18h15, 00h15; A Hora do Lobo M12. 13h10, 15h55, 18h40, 21h40, 00h25

Miraflores Cinemas Nos Dolce Vita MirafloresAv. das Túlipas. T. 707 CINEMASininho e a Lenda do Monstro da Terra do Nunca M6. 15h10 (V.Port.); Homem Irracional M12. 17h50, 20h50, 23h50; À Procura de Uma Estrela M12. 15h30, 18h30, 21h30, 23h50; O Estagiário M12. 15h20, 18h20, 21h20, 23h40; Black Mass - Jogo Sujo M16. 18h, 21h, 23h30; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 15h (V.Port.)

Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789The Walk - O Desafio M12. 18h10; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 15h40 (V.Port.), 21h, 23h40 (V.Orig.); Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 14h45, 16h50 (V.Port.); Black Mass - Jogo Sujo M16. 18h50, 21h20, 00h05; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 15h50, 18h40, 21h30, 00h10; Perdido em Marte M12. 15h30, 21h10 (2D), 18h20, 24h (3D); O Estagiário M12. 15h45, 18h30, 21h25, 00h15; À Procura de Uma Estrela M12. 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50

Faro Cinemas Nos Fórum AlgarveC. C. Fórum Algarve. T. 289887212

Black Mass - Jogo Sujo M16. 21h, 23h40; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h20, 15h50, 18h20 (V.Port.); Sicario - Infiltrado M12. 12h40, 15h30, 21h10, 23h50; Um Momento de Perdição 18h10; Perdido em Marte M12. 12h25, 15h25, 18h25, 21h20, 00h15; À Procura de Uma Estrela M12. 13h10, 15h55, 18h40, 21h35, 24h; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 13h, 15h40, 18h30, 21h25, 00h05

TEATROLisboaA BarracaLargo de Santos, 2. T. 213965360 O Absurdo Mora Aqui De Samuel Beckett. Comp.: Companhia de Teatro Independente. De 15/10 a 25/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 18h. Auditório Carlos ParedesAvenida Gomes Pereira, 17 . T. 217123000 Diz que me amas! Um estado de urgência Comp.: Suspeitos do Costume. Enc. Durval Lucena. Até 24/10. 5ª a Sáb às 21h30. M/16. Casino LisboaParque das Nações. T. 218929000 Nome Próprio Enc. Fernando Gomes. De Até 1/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 18h. M/12. Clube EstefâniaRua Alexandre Braga, 24A. T. 217780987 Breviário para Um Extermínio Silencioso Comp.: Escola de Mulheres. Enc. Rui Neto. De 22/10 a 15/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30. M/12. Estrela HallRua da Estrela, 10. T. 213961946 Black Comedy De Peter Schaffer. Comp.: The Lisbon Players. Enc. Barbara Monteiro. De 8/10 a 24/10. 5ª a Sáb às 21h. Hospital Júlio de MatosAv. Brasil, 53. T. 217917000 E Morreram Felizes para Sempre De Nuno Moreira. Enc. Ana Padrão. De 11/9 a 14/11. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 22h. Dia 1/11 às 20h. M/18. Duração: 90m. Sociedade de Instrução Guilherme CossoulAvenida Dom Carlos I, 61 - 1º. T. 213973471 Sete De José Dias. Grupo: AltaCena Grupo de Teatro. Enc. Vicente Morais.Hoje às 21h30. Teatro Armando CortezEstrada da Pontinha, 7. T. 217110890

Cinderela De Charles Perrault. Comp.: TIL - Teatro Infantil de Lisboa. Enc. Fernando Gomes. Coreog. Vítor Linhares. A partir de 17/10. Sáb e Dom às 15h. 3ª a 6ª às 11h e 14h30 (para escolas). M/3. Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Jogadores De Pau Miró. Comp.: Artistas Unidos. Enc. Jorge Silva Melo. De 23/9 a 24/10. 3ª e 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. M/12. Teatro da TrindadeLargo da Trindade, 7A. T. 213420000 A Cantora Careca De Eugene Ionesco. Enc. Encenação colectiva. Até 1/11. 5ª a Sáb às 21h45. Dom às 17h. M/12. Don Giovanni ou O Imorigerado Imortal Enc. Paulo Sousa Costa. De 1/10 a 25/10. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 18h. Teatro do BairroR. Luz Soriano, 63 (Bairro Alto). T. 213473358 Tempestade De William Shakespeare (a partir de). Comp.: Teatro Griot. Enc. Bruno Bravo. Até 1/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Teatro MeridionalR. do Açúcar, 64 (Pç do Bispo). T. 218689245 A Colectividade Enc. Natália Luíza. Até 6/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Teatro Nacional D. Maria IIPraça Dom Pedro IV. T. 800213250 Entraria nesta Sala... Enc. Sandra Faleiro. Até 8/11. 4ª às 19h30. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30. Ricardo III De William Shakespeare. Até 1/11. 4ª às 19h. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 16h (na Sala Garrett). M/12. Teatro PoliteamaR. Portas de Santo Antão, 109. T. 213405700 A República das Bananas De Filipe La Féria. Maestro Mário Rui, Telmo Lopes. Coreog. Marco Mercier. A partir de 30/9. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 17h e 21h30. Dom às 17h. Teatro TabordaRua da Costa do Castelo, 75. T. 218854190 Graça: suite teatral em três movimentos Comp.: Teatro da Garagem. Enc. Carlos J. Pessoa. De 15/10 a 8/11. 5ª a Dom às 21h30. M/12. Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Plaza Suite Enc. Adriano Luz. De 24/9 a 25/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12. Teatro TurimEstrada de Benfica, 723A. T. 217606666 Meu Rico Tio Simplício Enc. Rui Luís Brás. De 8/10 a 25/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira de Melo, 30. T. 213538586 Commedia à la Carte De Carlos M. Cunha, César Mourão, Ricardo Peres. De 10/9 a 29/11. 5ª a Dom às 21h30. M/16.

AbrantesCine-Teatro de São PedroLargo de São Pedro. T. 241366321 P’ró Diabo Kus Carregue! Enc. Natalina José. Hoje às 21h30. M/12.

AlmadaTeatro Municipal Joaquim BeniteAvenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 Hamlet De William Shakespeare. Enc. Luis Miguel Cintra. Mús. Teatro da Cornucópia. De 23/10 a 15/11. 4ª e 5ª às 20h. 6ª e Sáb às 21h. Dom às 16h (na Sala Principal). M/12. Duração: 240m. Teatro-Estúdio António AssunçãoRua Conde Ferreira. T. 212723660 Guerra É Guerra De Horácio Manuel. Comp.: Teatro Extremo. De 16/10 a 24/10. 6ª e Sáb às 21h30.

Cascais

Auditório Fernando Lopes-GraçaAv.Marginal (Parque Palmela). T. 214825447 O Protagonista De Luís Lobão. Comp.: Palco 13. Enc. Marco Medeiros. De 16/10 a 28/11. 4ª a Sáb às 21h30. M/16. Reservas: 934495034 ou [email protected]. Centro Cultural de CascaisAv. Rei Humberto II de Itália. T. 214848900 O Curandeiro Com Duncan Fox (piano). Enc. Valerie Braddell. De 15/10 a 13/12. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Duração: 120m.

EstorilCasino EstorilAvenida Dr. Stlanley Ho. T. 214667700 A Noite das Mil Estrelas De Filipe La Féria. Maestro Telmo Lopes. Enc. Filipe La Féria. Com Alexandra, Vanessa, Rui Andrade, David Ripado entre outos. Coreog. Marco Mercier. De 9/4 a 31/10. 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 17h e 21h30. Dom às 17h (no Salão Preto e Prata). M/12. Esta Vida é uma Cantiga De Henrique Feist, Vítor Pavão dos Santos. Enc. Henrique Feist. Com FF, Henrique Feist, Yola Dinis, Susana Félix. De 1/10 a 25/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (no Auditório). M/12.

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E S T R E I A M U N D I A L

R E C O M E N D A D O A FA M Í L I A S

Page 40: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

40 | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

As Faces de Pessoa, pelo Intervalo Grupo de Teatro

DR

SAIRLagos

Centro Cultural de LagosR. Lançarote de Freitas, 7. T. 282770450 Haverás de Ir à Guerra Que Começa Hoje Enc. Pablo Fidalgo Lareo. Hoje às 21h30 (Festival Verão Azul). M/12. Duração: 60m. Modular De Vera Mota e Pedro Augusto. Hoje às 21h30 (Festival Verão Azul). M/12. Duração: 45m.

Linda a VelhaAuditório Municipal Lourdes NorbertoLargo da Piramide, 3N. T. 214141739 As Faces de Pessoa Comp.: Intervalo Grupo de Teatro. Enc. Armando Caldas. De 23/10 a 31/10. 6ª e Sáb às 21h30. M/12. Palácio dos AciprestesAv. Tomás Ribeiro, 18. T. 214158160 Colaboracionistas De John Hodge. Comp.: Fatias de Cá. Enc. Carlos Carvalheiro. De 16/10 a 23/10. 6ª às 20h20.

Montemor-o-NovoO Espaço do TempoConvento da Saudação. T. 266899856 Sonatina Comp.: Projecto Ruínas Associação. Até 24/10. 4ª a Sáb às 21h30.

ÓbidosÓbidos Uma Noite na Lua De João Falcão. Enc. João Falcão. Com Gregório Duvivier. Hoje às 21h30. M/12.

Olival BastoCentro Cultural da MalapostaRua Angola. T. 219383100 Anne Sullivan e Helen Keller Comp.: Arte Livre. Enc. Roberto Cordovani. De 22/10 a 1/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (no Auditório). M/16. Duração: 75m. Marias Cheias de Graça! De 22/10 a 31/10. 5ª a Sáb às 21h45 (no Café-teatro). Stand up. M/16.

PalmelaTeatro O BandoEstrada do Vale dos Barris. T. 212336850 Abstenção Comp.: Teatro O Bando. Enc. João Brites. De 8/10 a 25/10. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 17h. M/12.

SetúbalTeatro de Bolso de SetúbalR. Dr. Aníbal Alvares da Silva. T. 265532402 Auto da Índia De Gil Vicente. Comp.: Teatro Animação de Setúbal. Enc. Carlos Curto. De 22/10 a 24/10. 5ª a Sáb às 21h30. M/12.

SintraCasa de TeatroRua Veiga da Cunha,20. T. 219233719 As Criadas De Jean Genet. Comp.: Companhia de Teatro de Sintra/Chão de Oliva. Enc. Paula Pedregal. De 23/10 a 8/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h.

Vila Franca de XiraVila Franca de Xira Coisas Estúpidas para Gente InteligenteDe Alexandre Lyra Leite, Rita Leite. Comp.: Inestética Companhia Teatral. Enc. Alexandre Lyra Leite. Até 25/10. 5ª a Dom às 21h30 (no Palácio do Sobralinho). M/12.

Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Colecção Berardo De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William Wegman, entre outros. A partir de 9/11. 3ª a Dom das 10h às 19h. Pintura, Outros. Stan Douglas. Interregnum De Stan Douglas. De 21/10 a 14/2. 3ª a Dom das 10h às 19h (Última entrada 18h30). Filme, Outros. Your Body Is My Body. O Teu Corpo É o Meu Corpo. Colecção de Cartazes de Ernesto de Sousa De 17/4 a 3/4. 3ª a Dom das 10h às 19h. Obra Gráfica, Design, Outros. Museu da CervejaTerreiro do Paço. T. 210987656 Contos Murais De Júlio Pomar. A partir de 3/4. Todos os dias das 12h às 23h. Azulejo. Museu da ElectricidadeEdifício Central Tejo. T. 210028190 Afinidades Electivas. Julião Sarmento Coleccionador De Andy Warhol, Cristina Iglesias, Nan Goldin, Eduardo Batarda, Fernando Calhau, entre outros. De 16/10 a 3/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura, Desenho, Escultura, Fotografia, Vídeo, Instalação. One’s Own Arena De José Pedro Cortes. De 16/10 a 13/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Fotografia. Suite Rivolta: O Feminismo Radical de Carla Lonzi e A Arte da Revolta De 16/10 a 6/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Outros. Museu de Lisboa – Santo AntónioLg de Santo António da Sé, 22. T. 808203232 Núcleo de Santo António do Museu de Lisboa A partir de 18/7. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h (Encerra feriados, excepto 13 de Junho). Objectos, Outros. Museu do OrienteDoca de Alcântara Norte. T. 213585200 So Far, So Close De Cindy Ng. De 25/9 a 23/10. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Pintura, Fotografia, Outros. Sombras da Ásia A partir de 28/6. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Encerra 1 de Janeiro e 25 de Dezembro. Objectos, Outros. Museu Nacional de História Natural e da CiênciaR. da Escola Politécnica, 58. T. 213921800 A Aventura da Terra: um Planeta em Evolução A partir de 19/11. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Ciência, Outros. A Hora do Lobo De 9/10 a 29/11. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Outros. Cuidar e Curar De 14/9 a 30/6. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Ciência, Objectos. De Raiz, A Radice De Margarida Jardim. De 25/9 a 31/10. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Outros. Francisco Arruda Furtado (1854-1887), Discípulo de Darwin De 6/3 a 28/2. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Documental, Objectos, Desenho. Imaginar a Cidade 1995-2015 De João Santa-Rita. De 8/10 a 1/11. 3ª a 6ª das 10h às 17h Na Sala do Veado. Sáb e Dom das 11h às 18h. Desenho, Arquitectura. Jóias da Terra - O Minério da Panasqueira A partir de 1/8. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Ciência. Memórias da Politécnica - Quatro séculos de Educação, Ciência e Cultura De 16/2 a 31/12. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Documental, Outros. Palácio da Memória De João Ó. De 23/10 a 31/1. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Instalação, Outros. Por vezes, Certas Vezes, Outras vezes De Bruno Castro Santos. De 8/10 a 8/11. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Desenho, Pintura.

Museu Nacional do AzulejoRua Madre de Deus, 4. T. 218100340 A Arte Interior. Siza Vieira e o Desenho de Objectos De 17/7 a 15/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Objectos, Design, Arquitectura. Exposição Permanente A partir de 1/1. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h30). Azulejo, Documental. Museu Nacional dos CochesPraça Afonso de Albuquerque. T. 213610850 Exposição Permanente de Coches Reais A partir de 1/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Objectos, Documental. Museu Rafael Bordalo PinheiroCampo Grande, 382. T. 218170667 Bordalo à Mesa De Bordalo Pinheiro. De 18/5 a 18/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Desenho, Ilustração. Luís Filipe e a Farsa da Vida De 19/9 a 30/12. 3ª a Dom das 10h às 18h Na Galeria. Documental, Desenho. Núcleo Museológico do Castelo S. JorgeCastelo de São Jorge. T. 218800620 Núcleo Museológico do Castelo de São Jorge A partir de 18/12. Todos os dias das 09h às 18h (Horário de Inverno; última admissão às 17h30), das 09h às 21h (Horário de Verão; última admissão às 20h30). Arqueologia. Exposição Permanente. Palácio Nacional da AjudaLargo da Ajuda. T. 213637095 Ricordo di Venezia. Vidros de Murano da Casa Real Portuguesa De vários autores. De 21/7 a 29/11. 2ª, 3ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. Objectos. Tirée par... a Rainha D. Amélia e a Fotografia De 30/9 a 20/1. 2ª, 3ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última entrada às 17h30). Fotografia, Documental. Perve Galeria de AlfamaR. das Escolas Gerais, 17/19/23. T. 218822607 Antologia de Martins Correia De 17/9 a 24/10. 2ª a Sáb das 14h às 20h. Escultura. Praça do Comércio (Terreiro do Paço)A Luz de Lisboa De Nuno Cera, Maria do Rosário Pedreira, Jorge Martins. De 16/7 a 20/12. 3ª a Dom das 10h às 20h Até 25/10, das 10h às 18h A partir de 27/10. Fotografia, Pintura, Outros. São Roque TooRua de São Bento, 269. T. 213970197 Costa Pinheiro, O Pintor Ele-Mesmo De 24/9 a 31/12. 2ª a Sáb das 10h30 às 19h30. Pintura. Sociedade Nacional de Belas ArtesR. Barata Salgueiro, 36. T. 213138510 Índios e Outras Gentes De Ema Berta. De 6/10 a 27/10. 2ª a 6ª das 12h às 19h. Pintura. Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Que Grande Pouca-Vergonha (Morde com Todos os Dentes Que Tens na Língua) De Sofia Areal. De 23/9 a 24/10. 3ª a 6ª às 17h até ao final do espectáculo. Sáb às 15h até ao final do espectáculo. Pintura. Teatro Nacional D. Maria IIPraça Dom Pedro IV. T. 800213250 Música no D. Maria II - A Colecção de Partituras De 11/9 a 30/12. 3ª a Sáb das 15h às 18h 4ª e Dom. 30 min antes do início dos espectáculos da Sala Garrett. Documental. Vera Cortês - Agência de ArteAvenida 24 de Julho, 54 - 1ºE. T. 213950177 Die Wiederherstellung des Geistes De André Guedes. De 25/9 a 7/11. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação, Performance, Desenho. Performances aos Sábados, às 15h e às 17h (dias 3, 10 e 24 de Outubro e 7 de Novembro). Zaratan - Arte ContemporâneaRua de São Bento, 432. T. 965218382 Capital Uber Alles De Vasco Costa. De 8/10 a 31/10. 5ª das 19h às 22h. 6ª, Sáb e Dom das 16h às 20h. Escultura.

SAIR

EXPOSIÇÕESLisboa22AtelierRua de Arroios, 22A. Habitar Seus (Teus) Olhos De Rachel Korman. Até 23/10. 5ª e 6ª das 18h às 20h. Appleton SquareRua Acácio Paiva, 27 - r/c. T. 210993660 O Peso das Coisas. Leveza e Claridade. De Carlos Nogueira. Até 29/10. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. Sonata para Viola d’arco e Cubo Vazio De José Valente. A partir de 4/4. 6ª às 10h. Performance. Empty Cube. Arquivo Nacional da Torre do TomboAlameda da Universidade. T. 217811500 Anões às Costas dos Grandes Gigantes do Passado. Poder, Mitos, Memórias na Sociedade Medieval: Contributos de Luís Krus De 1/10 a 31/10. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 12h30. Biblioteca Nacional de PortugalCampo Grande, 83. T. 217982000 Aldo Manuzio (ca 1450-1515): o inventor do itálico De 22/9 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental, Outros. Arte de ser português De 1/10 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental, Objectos. Da Inquietude à Transgressão: eis Bocage... De 17/9 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental, Objectos. Imprensa Empresarial em Portugal: 145 Anos de Jornais de Empresa (1869-2014) De 6/10 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental, Objectos. Ramalho Ortigão. Um publicista em fim de século De 25/9 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental, Objectos. Casa dos BicosRua dos Bacalhoeiros. T. 218802040 Núcleo Arqueológico da Casa dos Bicos A partir de 14/7. 2ª a Sáb das 10h às 18h. Objectos, Documental. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Carrilho da Graça: Lisboa De 22/9 a 14/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Arquitectura. Centro de Arte ModernaR. Doutor Nicolau Bettencourt. T. 217823474 Tensão e Liberdade De Bruce Nauman, Antoni Muntadas, Asier Mendizabal, Roni Horn, Ana Hatherly, Ângela Ferreira, entre outros. De 19/6 a 26/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Escultura, Fotografia, Vídeo. X de Charrua De António Charrua. De 19/6 a 26/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Pintura. Chiado 8 - Arte ContemporâneaLargo do Chiado, 8 - Edifício Sede da Mundial-Confiança. T. 213237335 Ângela Ferreira e Fernanda Fragateiro De 24/7 a 30/10. 2ª a 6ª das 12h às 20h. Escultura. Edifício TransBoavistaRua da Boavista, 84. T. 213433259 Academias De João Jacinto. De 18/9 a 7/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Pintura, Desenho. Héstia De Domingos Rego. De 18/9 a 7/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. ISSO In One Way or Another De vários artistas. De 18/9 a 7/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação, Outros. Mahala Blood De Olídio Candja Candja. De 18/9 a 7/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. Twist the Real De Ana Jotta, Inês Botelho, entre outros. De 18/9 a 7/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Desenho, Pintura, Outros.

Ermida de Nossa Senhora da ConceiçãoTravessa do Marta Pinto, 12. T. 213637700 Vicente 15. Sagrado, Corpo e Imagem De Alessandro Lupi, Gabriele Seifert, Rochus Aust. De 5/9 a 25/10. 3ª a 6ª das 11h às 13h e das 14h às 17h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Instalação, Escultura. Estufa Fria de LisboaParque Eduardo VII. T. 213882278 Percurso(s) De António Vasconcelos Lapa, Bárbara Assis Pacheco. De 5/7 a 25/10. Todos os dias das 10h às 19h. Cerâmica. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Lourdes Castro. Todos os Livros De 9/7 a 26/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Objectos, Documental. Meeting Point: Fantin-Latour/Manuel Botelho De 25/6 a 26/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Fotografia, Pintura. Galeria 111Campo Grande, 113. T. 217977418 Do Fundo De Pedro A.H. Paixão. De 19/9 a 31/10. 3ª a Sáb das 10h às 19h. Desenho. Galeria Graça BrandãoR. dos Caetanos, 26A (B. Alto). T. 213469183 Entre o Boné e os Ténis De Tiago Alexandre. Até 31/10. 3ª a Sáb das 11h às 19h. Escultura, Instalação, Outros. Sonhos De Luiza Fortes. De 17/9 a 31/10. 3ª a Sáb das 11h às 19h. Fotografia. Galeria MillenniumRua Augusta, nº84. Within Light. Inside Glass De vários autores. De 16/9 a 9/1. 2ª a Sáb das 10h às 18h. Objectos, Instalação. Hangar - Centro de Investigação ArtísticaRua Damasceno Monteiro, 12. T. 218870490 Ghosts De vários autores. De 22/10 a 27/11. 4ª a Sáb das 15h às 19h. Fotografia. Jardim Botânico Tropical Largo dos Jerónimos - Belém . T. 213637023 Pato Mudo A partir de 25/10. Todos os dias 24h. Instalação, Azulejo. Largo do IntendenteLargo do Intendente. Kit Garden De Joana Vasconcelos. A partir de 5/10. Todos os dias. Escultura, Instalação. Miguel Justino Contemporary ArtR. Rodrigues Sampaio, 31 - 1.º. T. 961042199 Les Voyeurs De Mário Rita. Até 24/10. 5ª e 6ª das 13h às 19h30. Sáb das 15h às 19h. Pintura. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Narrativa de uma Colecção - Arte Portuguesa na Colecção da Secretaria de Estado da Cultura (1960-1990) De vários autores. De 15/7 a 12/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Progresso De Ana Cardoso. De 23/10 a 29/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Sousa Lopes 1879-1944. Efeitos de Luz De Adriano Sousa Lopes. De 18/7 a 8/11. 3ª a Dom das 10h às 18h (Última entrada 17h30). Pintura. Temps D’Images Loops. Lisboa De vários autores. De 15/10 a 24/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Vídeo. Mosteiro dos JerónimosPç. Império. T. 213620034 Alexandre Herculano - Guardar a Memória - Viver a História A partir de 17/12. 3ª a Dom das 10h às 17h (encerra 25/12, 1/1, 1/5 e Dom de Páscoa). Biográfico, Documental, Outros. Um Lugar no Tempo A partir de 16/12. 3ª a Dom das 10h às 17h. Documental.

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PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 41

Half Free é o pretexto para o regresso a Portugal de Meghan Remy, a norte--americanaque responde por U.S. Girls

DR

SAIRSyntaxRua Feio Terenas, 23. T. 912325052 Nocturnal Measurements and The Invisible State of Shine De Katarína Poliaciková, Nikolai Nekh. De 18/9 a 24/10. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação.

MÚSICALisboaCasino LisboaParque das Nações. T. 218929000 Bossa Morna De 23/10 a 25/10. 6ª, Sáb e Dom às 22h (no Arena Lounge). Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Orquestra Gulbenkian Maestro Benjamin Shwartz. De 22/10 a 23/10. 5ª às 21h. 6ª às 19h (no Grande Auditório). Trio Aeternus Hoje às 21h30 (no Grande Auditório). Hot Clube de PortugalPraça da Alegria, 48. T. 213619740 Roda Viva De 22/10 a 23/10. 5ª e 6ª às 22h30 e 24h. Igreja de São RoqueLg. Trindade Coelho. T. 213235383 Ensemble MPMP Hoje às 21h (Música em São Roque. Visita guiada à exposição “De Roma para Lisboa: Um Álbum para o Rei Magnânimo” às 19h). LoungeR. Moeda, 1. T. 213953204 10 000 Russos Hoje às 23h. Lux FrágilAv. Infante D. Henrique - Armazém A (Cais da Pedra a Santa Apolónia). T. 218820890 Black Balloon XXIV: U.S. Girls + Iguanas + Rui Maia + Evil Ramos & The Barbarians Hoje às 23h. Ministerium ClubAla Nascente 72. T. 218888454 Jameson Backroom: Francesco Tristano + Sebo K Hoje às 23h50. MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 Jameson Urban Routes 15 - Dia 23 Hoje às 22h30. Com Holy Nothing, Telepathe, El Guincho, Nicola Cruz, Babaz Fox, Nunex & Famifox.

Amadora

Cineteatro D. João VLargo da Igreja. O Lago dos Cisnes Comp.: Quorum Ballet. Coreog. Daniel Cardoso. De 22/10 a 24/10. 5ª a Sáb às 21h30. M/3. Duração: 90m.

SintraQuinta da RegaleiraRua Barbosa du Bocage. T. 219106650 Narrativa Interior De Clara Marchana. Com Ángela Diaz Quintela, Clara Marchana, António Torres e Tiago Correia. De 8/5 a 31/10. 6ª e Sáb às 19h (no Portal dos Guardiães). Duração: 50 min (s/ intervalo). M/6

Torres NovasTeatro VirgíniaLargo José Lopes dos Santos. T. 249839300 As Linhas de Newton Com Yola Pinto. Coreog. Aldara Bizarro. Hoje às 14h30 (para escolas). Dia 24/10 às 11h. M/10. Duração: 60m.

FESTIVAISLisboaCentro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Big Bang 2015 - Festival de Música e Aventura para Crianças De 23/10 a 24/10. 6ª e Sáb das 10h30 às 17h. CulturgestRua Arco do Cego . T. 217905155 Nenhuma Entrada Entrem Comp.: Projecto Teatral. De 22/10 a 23/12. 3ª a 6ª às 11h e 18h. Sáb e Dom às 11h e 19h (apresentação de: “Nenhuma Entrada Entrem). Espaço AlkantaraCç Marquês de Abrantes, 99 - Santos. T. 309978184 Nenhuma Entrada Entrem Comp.: Projecto Teatral. De 23/10 a 24/10. 6ª às 23h. Sáb às 21h (apresentação da peça “Empédocles”). De 6/11 a 7/11. 6ª e Sáb às 23h.

Lisboa Festival Temps d’Images 2015 A partir de 14/10. Todos os dias (vários horários). Em vários locais da cidade. Informações: [email protected] ou 213465117. Maria Matos Teatro MunicipalAv. Frei Miguel Contreiras, 52. T. 218438801 Nenhuma Entrada Entrem Comp.: Projecto Teatral. De 22/10 a 27/10. 2ª, 3ª, 5ª, Sáb e Dom às 21h30 (apresentação da peça “Ditado”, na Sala Principal). 6ª às 19h. De 24/10 a 27/10. 2ª, 3ª, Sáb e Dom às 19h (apresentação da peça “Teatro”, na Sala Principal). De 19/11 a 21/11. 5ª a Sáb às 21h30 (apresentação da peça “Coro”, na Sala Principal). De 17/12 a 19/12. 5ª a Sáb às 21h30 (apresentação da peça “Transiberiano”, na Sala Principal). MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 Jameson Urban Routes 15 De 22/10 a 31/10. 5ª a Sáb. 9.ª edição.

LagosLagosLagos. Festival Verão Azul 2015 De 15/10 a 25/10. Todos os dias (vários horários). Informações: 282770450, 924009234 ou 968749367. Em vários locais da cidade de Lagos e Portimão.

ÓbidosÓbidos Folio - Festival Literário Internacional de Óbidos 2015 Até 25/10. Todos os dias.

PortimãoPortimão Festival Verão Azul 2015 De 15/10 a 25/10. Todos os dias (vários horários). Informações: 282770450, 924009234 ou 968749367. Em vários locais da cidade de Lagos e Portimão.

SeixalFórum Cultural do SeixalQuinta dos Franceses. T. 210976100 Seixal Jazz 2015 De 16/10 a 24/10. 5ª a Sáb.

SAIRPalácio FozPç. dos Restauradores. T. 213221200 Trio In Tempore Hoje às 18h. Sabotage ClubRua de São Paulo, 16. T. 213470235 Country Playground + DJ A Boy Named Sue Hoje às 22h30. Teatro Nacional de São CarlosLargo de São Carlos, 17. T. 213253045 Madama Butterfly Com Coro do Teatro Nacional de São Carlos. Orq.: Orquestra Sinfónica Portuguesa. Enc. Tim Albery. Mús. Giacomo Puccini. De 20/10 a 1/11. Todos os dias às 20h (dias 24, 26 e 28 Outubro). Dom às 16h (dia 1 Novembro). Tragédia japonesa em 2 actos. Universidade Nova de LisboaCampus de Campolide. T. 213715600 Charlene Farrugia e Orquestra Académica Metropolitana Com Charlene Farrugia (piano). Hoje às 21h. Rameau, Ravel.

AlgésTeatro Municipal Amélia Rey ColaçoR. Eduardo Augusto Pedroso. T. 214176255 Elis Regina - Tributo aos 70 Anos Com Sílvia Nazário (voz), Cláudio Kumar (guitarra). De 22/10 a 24/10. 5ª a Sáb às 21h30.

EstorilCasino EstorilAvenida Dr. Stlanley Ho. T. 214667700 Lenga Lenga Hoje às 22h30 (no Lounge D).

LeiriaTeatro José Lúcio da SilvaAvenida Heróis de Angola. T. 244834117 Páginas de Música Com Miriam Sharoni (soprano). Orq.: Orquestra do Norte. Hoje às 21h30 (M/3). Encantamentos - Temas de Filmes.

LouléCine-Teatro LouletanoAvenida José da Costa Mealha. T. 289414604 João Bettencourt da Câmara e Orquestra Clássica do Sul Com João Bettencourt da Câmara (piano). Hoje às 21h30 (Ciclo Loulé Clássico).

Óbidos

Óbidos Moreno Veloso & Tomás Cunha FerreiraHoje às 22h30 (Folio - Festival Literário Internacional de Óbidos 2015).

QueluzPalácio Nacional de QueluzLargo do Palácio. T. 219237300 Quarteto Mosaïques Com David Sinclair, María Hinojosa Montenegro. Hoje às 21h30 (Noites de Queluz – Tempestade e Galanterie). Um Stabat Mater de Câmara.

SeixalFórum Cultural do SeixalQuinta dos Franceses. T. 210976100 Rodrigo Amado Motion Trio & Rodrigo Pinheiro Com Rodrigo Amado (saxofone), Miguel Mira (violoncelo), Gabriel Ferrandini (bateria), Rodrigo Pinheiro (piano). Hoje às 22h (Seixal Jazz 2015).

SetúbalCasa da Cultura de SetúbalRua Detrás da Guarda, 26/34. T. 265236168 Tiago Gomes & Flak Hoje às 21h30 (na Sala José Afonso). Desencontros.

DANÇALisboaTeatro CamõesParque das Nações. T. 218923470 Pedro e Inês Comp.: Companhia Nacional de Bailado. Coreog. Olga Roriz. Até 24/10. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 16h. M/6.

FARMÁCIAS

LisboaServiço PermanenteAlgarve (Praça de Londres) - Av. de Roma, 7 - B - Tel. 218401478 Gouveia (Benfica - Bairro Pedralvas) - R. Augusto Costa (Costinha), 6 - Tel. 217607500 Líbia (Alvalade) - Avenida da Igreja, 4 B - C - Tel. 218491681 Madre de Deus (Madre de Deus) - Rua da Margem, 15 - B - Tel. 218682470 Porfírio (Campo de Ourique) - Rua Francisco Metrass, 59 - B - Tel. 213963349 Vasco da Gama (Santa Maria dos Olivais) - Alameda dos Oceanos, Lote 1.07.01, Loja G - Tel. 213478932

Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Duarte Ferreira (Rossio ao Sul do Tejo) Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Santos Pinto Alcácer do Sal - Misericórdia Alcanena - Correia Pinto Alcobaça - Magalhães Alcochete - Nunes, Póvoas (Samouco) Alenquer - Catarino Aljustrel - Dias Almada - Reis , Torre das Argolas (Costa da Caparica) Almeirim - Barreto do Carmo Almodôvar

- Aurea Alpiarça - Leitão Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama , Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Nunes , Remédios Ansião - Teixeira Botelho , Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Misericórdia Arronches - Batista , Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva, Miranda, Peralta (Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do Intendente) Barrancos - Barranquense Barreiro - Santo André (Santo André) Batalha - Moreira Padrão , Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Fonseca Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente - Batista, Central (Samora Correia) Bombarral - Miguel Borba - Central Cadaval - Central, Luso (Fev,Abr,Jun) (Vilar Cadaval (Fev,Abr,Jun)) Caldas da Rainha - Rosa Campo Maior - Central Cartaxo - Central do Cartaxo Cascais - do Alto da Castelhana (Alcabideche) , Alcoitão (Alcoitão), Grincho (Parede) Castanheira

de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Nuno Alvares Castelo de Vide - Freixedas Castro Verde - Alentejana Chamusca - S. José , Joaquim Maria Cabeça Constância - Baptista , Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Almeida Covilhã - Pedroso Crato - Saramago Pais Cuba - Da Misericórdia Elvas - Rosado e Silva Entroncamento - Carvalho Estremoz - Godinho Évora - Gusmão Faro - Palma Batista Ferreira do Alentejo - Salgado Ferreira do Zêzere - Graciosa, Soeiro, Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda) , Vidigal Fronteira - Costa Coelho Fundão - Avenida Gavião - Gavião , Pimentel Golegã - Oliveira Freire Grândola - Pablo Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova) , Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Monsantina (Monsanto/Beira Baixa), Freitas (Zebreira) Lagoa - Vieira Santos (Estombar) Lagos - Silva Leiria - Sanches Loulé - Nobre Passos (Almancil) , Chagas, Algarve (Quarteira) Loures - Matos (Prior Velho) Lourinhã - Correia Mendes (Moita dos Ferreiros), Leal (Rio Tinto) Mação -

Saldanha Mafra - Ericeirense (Ericeira) , Medeiros (Fânzeres) Marinha Grande - Sta. Isabel Marvão - Roque Pinto Mértola - Nova de Mértola Moita - Silva Rocha Monchique - Moderna Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Freitas (Lavre/Montemor-O-Novo) Montijo - União Mutualista Mora - Canelas Pais (Cabeção) , Falcão, Central (Pavia) Moura - Ferreira da Costa Mourão - Central Nazaré - Ascenso , Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Seabra Óbidos - Vital (Amoreira/Óbidos) , Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Anamar , Central Odivelas Oeiras - Estação de Algés (Algés) Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros) , Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - da Ria Ourém - Fonseca (Atouguia) Ourique - Nova (Garvão) , Ouriquense Palmela - Central do Pinhal Novo Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Cunha Gil Peniche - Proença Pombal - Paiva Ponte de Sor - Cruz Bucho Portel - Fialho Portimão - Central Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda , Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Reguengos de

Monsaraz - Moderna Rio Maior - Candido Barbosa Salvaterra de Magos - Carvalho Santarém - Helena (Vale de Figueira) Santiago do Cacém - Corte Real São Brás de Alportel - S. Brás Sardoal - Passarinho Seixal - São Bento Serpa - Central Sertã - Patricio, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - Leão Setúbal - Costa, Fuzeta Silves - Cruz de Portugal Sines - Atlântico , Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Araújo e Sá (Cacém de Cima) , Gil (Queluz), Valentim Sobral Monte Agraço - Moderna Sousel - Mendes Dordio (Cano) , Andrade Tavira - Central Tomar - Alfa (Porto da Laje) Torres Novas - Palmeira Torres Vedras - São Gonçalo Vendas Novas - Ribeiro Viana do Alentejo - Viana Vidigueira - Costa Vila de Rei - Silva Domingos V. Franca de Xira - Raposo , Higiénica (Póvoa de Santa Iria), Moderna V. Nova da Barquinha - Tente (Atalaia), Carvalho (Praia do Ribatejo), Oliveira V. Real de Sto António - Carrilho V. Velha de Rodão - Pinto V. Viçosa - Torrinha Alvito - Baronia Oeiras - Laveiras (Paço de Arcos) , Talaíde (Talaíde) Ourém - Avenida

Page 42: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

42 | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

JOGOSCRUZADAS 9322

BRIDGE SUDOKU

TEMPO PARA HOJE

A M A N H Ã

Açores

Madeira

Lua

NascentePoente

Marés

Preia-mar

Leixões Cascais Faro

Baixa-mar

Fonte: www.AccuWeather.com

PontaDelgada

Funchal

Sol

20º

Viana do Castelo

Braga11º 24º

Porto14º 22º

Vila Real10º 20º

11º 21º

Bragança7º 20º

Guarda9º 17º

Penhas Douradas7º 15º

Viseu11º 20º

Aveiro13º 24º

Coimbra12º 24º

Leiria10º 25º

Santarém11º 23º

Portalegre13º 22º

Lisboa13º 22º

Setúbal10º 25º Évora

11º 25º

Beja12º 25º

Castelo Branco11º 22º

Sines14º 23º

Sagres15º 21º

Faro15º 22º

Corvo

Graciosa

FaialPico

S. Jorge

S. Miguel

Porto Santo

Sta Maria

15º 20º

15º 20º

Flores

Terceira15º 20º

20º 24º

20º 25º

15º 20º

20º

21º

07h54

Cheia

18h48

12h0527 Out.

1m

2-3m

21º

3m

23º1m

22º1-2m

12h06 3,000h46* 3,0

18h29 0,906h52* 0,9

11h42 3,100h21* 3,1

18h05 1,006h27* 1,1

11h49 3,000h24* 3,0

18h02 0,906h24* 0,9

1,5-2,5m

1,5-2,5m

2-3m

18º

19º

*de amanhã

Horizontais: 1. Charrua. Em menor quantidade. 2. Desune. Grupo de pes-soas que cantam ao mesmo tempo. 3. Planície sobre montes. Bromo (s.q.). 4. Autores (abrev.). Impulso. Observar. 5. Possuir. Impertinência. 6. Óxido de cálcio. Tornar igual. 7. Érbio (s.q.). Que amam. 8. Argola. Entremez. 9. Saco de pele para transporte de líquidos. Matemática (abrev.). A minha pessoa. 10. Determinar a lotação de. Dirigir-se. 11. Pessoa desajeitada (fig.). Capital do Gana.

Verticais: 1. Vela de moinho. Planta bul-bosa hortense. 2. Narrar. Disk Operating System. 3. Bolo chato e circular de fa-rinha de arroz e azeite de coco, usado na Ásia. Artigo antigo. Ofício. 4. Causar raiva. Lugar de muita areia. 5. Verbal. O âmago. Sigla de Rhesus (aglutinogénio que existe no sangue de algumas pes-soas). 6. Tubo fusiforme de vidro, grés ou porcelana que se adapta ao colo de uma retorta ou de um balão. 7. Vencer. 8. Repetição. Ave do grupo dos papa-gaios que habita na Ásia. 9. Redução das formas linguísticas “em” e “o” numa só. Significar. Mil e cem em numeração romana. 10. Globo. Tornar limpo. 11. Rir sem fazer ruído. Vento brando e aprazí-vel.

Depois do problema resolvido en-contre o título de um filme de Tiago Guedes (3 palavras).

Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Adeus. Prior. 2. Júri. MEE. LA. 3. Uva. NINGUÉM. 4. DI. Me. Des. 5. Adro. Podoa. 6. AO. Urro. TE. 7. Raso. Raer. 8. UE. Rama. Rum. 9. Estore. De. 10. Mel. Traje. 11. Tomate. Romã.Verticais: 1. AJUDA. QUE. 2. DÚVIDA. Esmo. 3. Era. Ror. Tem. 4. Ui. Mo. Arola. 5. NE. Usar. 6. Mi. PROMETE. 7. Pendor. 8. Regedor. DAR. 9. Uso. Arejo. 10. Olé. Ateu. EM. 11. Ramo. Ermo.Provérbio: Promete em dúvida, que ao dar ninguém te ajuda.

Oeste Norte Este Sul 1STpasso 3ST Todos passam

Leilão: Equipas ou partida livre.

Carteio: Saída: 6♠. Começou por jogar corretamente o Valete do morto, sobre o qual Este forneceu o 4. É um começo encorajante, mas como continuaria?

Solução: Agora que o Valete fez vaza, tem à cabeça seis vazas. Será necessá-rio realizar três vazas a paus para cum-prir este contrato. Sabendo que pode conceder dois paus para além de duas vazas a ouros, não se-rá tanto a colocação do Ás de paus mas a distribuição do naipe que importa. Se tal for o caso, vir à mão numa copa pa-ra jogar um pau para o Rei conduzirá ao cabide; Este deixará fazer jogando o 9 e arruinará o seu plano de exploração do naipe. Para assegurar que irá apurar o naipe de paus, jogue um pau em branco logo na segunda vaza do jogo!Prenda o provável retorno a espadas e jogue agora pau para o Rei. A defesa na-

Dador: SulVul: Ninguém

Problema 6418 Dificuldade: fácil

Problema 6419 Dificuldade: muito difícil

Solução do problema 6416

Solução do problema 6417

NORTE♠ J3♥ K75♦ J4♣ KQ7542

SUL♠ AK5♥ AQ8♦ Q9532♣ 83

OESTE♠ Q10862♥ 1043♦ A106♣ 106

ESTE♠ 974♥ J962♦ K87♣ AJ9

João Fanha/Pedro Morbey ([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com

da poderá fazer; os paus ficarão firmes e haverá uma entrada garantida para os alcançar: o Rei de copas.

Considere o seguinte leilão:Oeste Norte Este Sul 1♦ 1♠ ?

O que marca em Sul, com cada uma das seguintes mãos?1. ♠73 ♥AQJ983 ♦Q3 ♣862 2. ♠2 ♥KJ108742 ♦J94 ♣623. ♠Q1052 ♥84 ♦J105 ♣K852 4. ♠AJ1086 ♥732 ♦4 ♣A972

Respostas: 1. 2♥ – Não tem 11 pontos de honra, mas esta mão vale isso. Por outro lado, sobre um dobre, os adversários poderiam bar-rar em 3 ou 4 espadas e essa barragem colocaria um problema sério.2. 3♥ – Uma barragem com sete cartas; é a definição desta voz.3. Passe – É preciso passar, a voz de 1ST faz-se com pelo menos 8 pontos de hon-ra após uma intervenção.4. Passe – Este passe “com pezinhos de lã) deve ser utilizado quando é expectá-vel um dobre do parceiro, dobre sobre o qual irá passar sem “pestanejar”!

MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt/tempo

Page 43: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | DESPORTO | 43

Matheus, Montero e Tobias Figueiredo, todos eles marcaram ontem, em Alvalade

CARLOS COSTA/AFP

Sporting cumpriu o duplo objectivo, ganhar e poupar

No futebol, o discurso mais comum

é “pensar jogo a jogo”. Jorge Jesus, já

se sabe, não é bem assim. Ele assu-

me as suas estratégias a médio pra-

zo. “Vou formar duas equipas”, dis-

se na antevisão do confronto com o

Skenderbeu, não a pensar apenas no

compromisso da Liga Europa, mas,

também, no importantíssimo derby

de domingo com o Benfi ca. Com

um “onze” alternativo frente a um

fraco adversário albanês, o Sporting

conseguiu em Alvalade, e de forma

expressiva, a sua primeira vitória na

Liga Europa (5-1), reentrou na luta

pelo apuramento no Grupo H e vai

à Luz com as suas primeiras opções

poupadas ao desgaste europeu.

Com esta goleada (que iguala o

triunfo mais expressivo da época,

5-1 ao V. Guimarães), o objectivo eu-

ropeu do Sporting continua intacto.

Os “leões” mantêm o terceiro lugar

do agrupamento, agora com quatro

pontos, encurtando distâncias para

os dois primeiros, que empataram

(1-1) em Moscovo. Daqui a duas se-

manas, a 5 de Novembro, será a vez

de o Sporting ir à Albânia.

Desde que caiu do play-off da Liga

dos Campeões para a Liga Europa,

Jesus tem assumido sem constrangi-

mentos que a prova europeia é um

objectivo secundário. Para tentar

ganhar, mas secundário. Com esse

discurso, vem uma estratégia, a de

mudar muito a equipa. Nas duas pri-

meiras jornadas, não resultou, com

uma derrota caseira com o Lokomo-

tiv (3-1) e um empate (1-1) com o Besi-

ktas, em Istambul. À terceira tentati-

va, e a poucos dias de um regresso à

Luz que não será pacífi co, Jesus deu-

se bem com a rotação, com alguns

pontos brilhantes, mas também com

a contribuição involuntária de um

adversário muito fraquinho.

33’. Aos 38’, Montero sofre falta na

área do Skenderbeu e Aquilani, na

conversão do penálti, inaugurou o

marcador. Dois minutos depois, nova

falta sobre Montero na área, mas des-

ta vez foi o colombiano a converter

para o 2-0 e a garantir que o Sporting

iria tranquilo para o intervalo.

Os albaneses ainda ameaçaram no

início da segunda parte, com Progni

a desperdiçar um golo à boca da bali-

za, mas esta foi apenas uma pequena

brecha no domínio “leonino”, que

seria pouco depois concretizado em

mais golos. Aos 64’, Jonathan Silva fez

o cruzamento e Matheus Pereira, de

cabeça, fez o terceiro do Sporting.

Aos 69’, o Sporting deu mais ex-

pressão à goleada. Na cobrança de

um livre, Montero colocou a bola na

área e Tobias Figueiredo, de cabeça,

fez o 4-0. Mas os “leões” ainda iriam

marcar mais um. Matheus fez o seu

segundo do jogo aos 77’, num remate

sem hipóteses para Shehi.

Os albaneses ainda chegaram ao

seu golo de honra perto do fi m. Aos

87’, na sequência de um livre, Jasha-

nica fez, de cabeça, o 5-1. Não tinham

adeptos em Alvalade, mas ainda ou-

viram aplausos de sportinguistas,

seguramente já a pensarem no que

vai acontecer no domingo.

Crónica de jogoMarco Vaza

“Leões” derrotaram os albaneses do Skenderbeu em Alvalade, por 5-1, naquela que foi a sua primeira vitória da época na Liga Europa. Dos habituais titulares, Rui Patrício foi o único a alinhar de início

Desta segunda equipa, talvez ape-

nas um elemento seja um indiscutí-

vel da primeira, o guarda-redes Rui

Patrício, que regressou à competição

após uma lesão contraída na selec-

ção. Depois, a acreditar nas pala-

vras de Jesus — as tais duas equipas

— muito poucos (ou nenhum) serão

opções iniciais no derby: Esgaio, To-

bias, Ewerton, Jonathan, Aquilani,

Paulista, Matheus, André Martins,

Mané e Montero.

Frente ao campeão albanês, esta

espécie de Sporting B foi o que se es-

perava. Dominador, sem ser sufocan-

te. Em vez de classe, havia esforço.

O Skenderbeu era apenas defensivo

e mais assim fi cou quando viu um

dos seus jogadores mais experientes

ser expulso, aos 24’. Hamdi Salihi, o

único avançado da equipa, jogou a

bola com a mão na área do Sporting

e viu o segundo amarelo. Se difi cil-

mente iria estar na luta pela vitória,

ainda menos fi cou. E o Sporting só

tinha de aproveitar.

Sem ser brilhante, e quando já se

ensaiavam alguns assobios nas ban-

cadas pouco compostas de Alvalade,

os “leões” conseguiram chegar à van-

tagem ainda na primeira parte, não

sem antes Rui Patrício ter brilhado a

desviar um livre directo de Lilaj, aos

Sporting 5Aquilani 38’ (g.p.), Montero 41’ (g.p.), Matheus Pereira (64’ e 77’), Tobias Figueiredo (69’)

Skenderbeu 1Bajram Jashanica 89’

Positivo/Negativo

Estádio de Alvalade, em LisboaEspectadores 20.567

Sporting Rui Patrício, Ricardo Esgaio a32’, Ewerton, Jonathan Silva, Tobias Figueiredo, Aquilani (William Carvalho, 72’ a88’), Bruno Paulista, André Martins (Slimani, 59’), Carlos Mané (Gelson Martins, 65’), Matheus Pereira, Montero. Treinador Jorge Jesus

Skenderbeu Shehi, Vangjeli a17’, Jashanica, Osmani, Renato Arapi, Lilaj, Nimaga (Shkembi, 67’), Gerhard Progni a51’ (Latifi, 67’), Bernard Berisha, Esquerdinha (Abazi, 75’), Hamdi Salihi a13’aa24’. Treinador Mirel Josa

Árbitro Clayton Pisani (Malta)

MonteroSofreu dois penáltis, converteu um deles e ainda marcou o livre que deu o 4-0. A goleada passou muito pelo colombiano.

MatheusNos jogos das segundas opções, o da Taça e este, o jovem brasileiro tem sido figura de destaque. Ontem marcou mais dois golos e mostrou que merece ser levado a sério.

AquilaniUma presença serena e experiente no meio-campo do Sporting. O italiano sabe sempre o que está a fazer, quer em termos de colocação, quer no passe.

SkenderbeuAs únicas coisas positivas que se podem dizer desta equipa albanesa é que tem um bom guarda-redes e que conseguiu marcar o primeiro golo na prova.

Carlos ManéNão estava nos seus dias. Sem influência na goleada.

CLASSIFICAÇÃO

GRUPO H

3.ª JornadaLokomotiv Moscovo - Besiktas 1-1SPORTING - Skenderbeu 5-1

J V E D G PLokomotiv Moscovo 3 2 1 0 6-2 7Besiktas 3 1 2 0 3-2 5SPORTING 3 1 1 1 7-5 4Skenderbeu 3 0 0 3 1-8 0

Próxima jornada (5 Nov.)Besiktas-Lokomotiv, Skenderbeu-Sporting

REACÇÕES

“A equipa surpreendeu-me pela positiva com jogadas muito interessantes. A expulsão condicionou e também nos ajudou. A vitória lançou-nos para o apuramento”

“Enquanto jogámos 11 contra 11, estivemos bem e tivemos algumas hipóteses. O Sporting manteve o seu nível”

Jorge JesusSporting

Mirel JosaSkenderbeu

o apuramentoooooooooooooooooooooo

esussssng

Page 44: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

44 | DESPORTO | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

FRANCISCO LEONG/AFP

Mandanda manchou a boa exibição em Braga com uma saída

Sp. Braga derrota Marselha e tem o apuramento na mão

O Sporting de Braga tem praticamen-

te na mão o apuramento para a fase

de eliminatórias da Liga Europa, se-

guindo isolado na liderança do seu

grupo, depois de ter batido, ontem,

os franceses do Olympique de Mar-

selha, em casa, por 3-2. O jogo teve

um fi nal verdadeiramente louco,

com três golos nos últimos dez mi-

nutos. Valeu o sentido de oportuni-

dade de Alan a resgatar um triunfo

que chegou a parecer perdido para

a formação portuguesa.

O Sp. Braga esteve a vencer por

2-0 e, face à fraca resposta que, até

então, o adversário tinha dado, che-

gou a sentir que tinha os três pontos

garantidos. Só que o Marselha acor-

dou e, em quatro minutos, empatou

o jogo e gelou o Estádio Municipal de

Braga. Por pouco tempo, porém.

O primeiro grande momento da

partida foi rubricado por Ahmed

Hassan, aos 61’. O ponta-de-lança

egípcio, que na véspera tinha perdi-

do o pai, aproveitou um bom passe

de Rafa, fi cando solto perante Man-

danda. À saída do guarda-redes, o

número 20 do Sp. Braga fez um cha-

péu perfeito, que só terminou no

fundo das redes do Marselha.

O primeiro golo bracarense apa-

(57’) e a seguir por Rui Fonte.

Em desvantagem, o Marselha de-

cidiu mostrar alguma iniciativa ofen-

siva. Batshuayi (69’) deu o primeiro

aviso, num lance em que passa sobre

Ricardo Ferreira e remata ligeiramen-

te ao lado da baliza de Matheus. A se-

guir, foi Alessandrini (71’) a atirar um

pouco por cima do travessão.

O Sp. Braga não se intimidou e,

pouco tempo depois, ampliou a van-

tagem. Aos 77’, Crislan rematou com

força e Mandanda reagiu com qua-

lidade, só que um oportuno Wilson

Eduardo apareceu à boca da baliza

a fazer a recarga vitoriosa. O jogo pa-

recia encaminhar-se para um triunfo

tranquilo da formação da casa.

O treinador dos franceses, Michel,

percebeu a letargia da equipa e lan-

çou Cabella. Mas seria Alessandrini

a relançar a partida, com um bom

remate colocado, na cobrança de

um livre directo. A defesa do Sp.

Braga deu mostras de intranquilida-

de e acabou por permitir novo golo,

pouco mais de três minutos volvidos.

Na sequência de uma falha de mar-

cação inicial de Marcelo Goiano, foi

o avançado belga Batshuayi a bater

o guarda-redes.

A decepção parecia prestes a to-

mar conta das hostes bracarenses,

até que Alan aproveitou uma saída

mal medida de Mandanda para des-

fazer o empate e fazer saltar o públi-

co no estádio.

Fruto deste triunfo, o Sp. Braga li-

dera o grupo F da Liga Europa, com

vitórias em todos os encontros dis-

putados, e tem cinco pontos de van-

tagem sobre o segundo classifi cado,

que é agora o Slovan Liberec.

Crónica de jogoSamuel Silva

Crónica de jogoTiago Pimentel

Sp. Braga 3Hassan 61’, Wilson Eduardo 77’,

Alan 88’

Marselha 2Alessandrini 84’, Batshuayi 87’

Estádio Municipal de BragaEspectadores cerca de 8.000

Sp. Braga Matheus, Marcelo Goiano a70’, Boly, Ricardo Ferreira a90+4’, Djavan a83’, Mauro, Vukcevic, Alan, Rafa (Luiz Carlos, 85’), Rui Fonte (Wilson Eduardo, 65’), Hassan (Crislan, 75’). Treinador Paulo Fonseca

Marselha Mandanda, Dja Djedjé (Cabella, 65’ a70’), Rekik, Sparagna a27’, Mendy, Diarra (Ocampos, 83’), Isla, Lucas Silva, Alessandrini, Barrada a56’ (K’Koudou, 75’), Batshuayi. Treinador Michel

Basileia 1Lang 15’

Belenenses 2Luís Leal 27’, Kuca 45+1’

Estádio St. Jakob-Park, em BasileiaEspectadores 17.275

Basileia Vailati, Lang, Suchy a73’, Walter Samuel, Safari, Kuzmanovic (Ajeti, 77’), Xhaka, Embolo (Bjarnason, 58’), Matías Delgado (Zuff i, 67’), Gashi e Marc Janko. Treinador Urs Fischer

Belenenses Ventura, João Amorim, João Afonso, Gonçalo Brandão, Filipe Ferreira a34’, Rúben Pinto, André Sousa (Ricardo Dias, 84’ a90+1’), Tiago Silva (Gonçalo Silva, 90+3’), Fábio Sturgeon, Kuca e Luís Leal (Tiago Caeiro, 87’ a90’). Treinador Ricardo Sá Pinto

Árbitro Lee Evans (País de Gales)

CLASSIFICAÇÃOGRUPO F3.ª JornadaSP. BRAGA - Marselha 3-2Slovan Liberec - Groningen 1-1

J V E D G PSP. BRAGA 3 3 0 0 5-2 9Slovan Liberec 3 1 1 1 2-2 4Marselha 3 1 0 2 5-4 3Groningen 3 0 1 2 1-5 1

CLASSIFICAÇÃOGRUPO I3.ª JornadaBasileia-Belenenses 1-2Fiorentina-Lech Poznan 1-2

J V E D G PBasileia 3 2 0 1 5-3 6Lech Poznan 3 1 1 1 2-3 4Belenenses 3 1 1 1 2-5 4Fiorentina 3 1 0 2 6-4 3

receu a culminar a melhor fase da

equipa da casa na partida. Antes de

abrir o marcador, Steve Mandanda

tinha sido obrigado a duas boas in-

tervenções, primeiro por Vukcevic

Ventura foi importante para segurar a vantagem no final

A noite acabou em festa e com uma

página de história escrita para o Be-

lenenses. Os “azuis” foram à Suíça

contrariar o favoritismo do Basileia,

obtendo uma surpreendente vitória

por 1-2 — a primeira na fase de gru-

pos da Liga Europa, o que garante

ao emblema do Restelo um cheque

de 360 mil euros em prémio mone-

tário da UEFA.

A missão do Belenenses, já se sa-

bia, era muito complicada. O Basileia

não só esteve duas vezes nos oita-

vos-de-fi nal da Liga dos Campeões

nas últimas quatro épocas, como é

campeão suíço e parece disposto a

revalidar o título, porque já lidera

o campeonato com sete pontos de

vantagem. A equipa de Urs Fischer

tem um registo caseiro 100% vitorio-

so na Liga suíça, com 16 golos mar-

cados (média 2,7/jogo) e quatro so-

fridos (média 0,7/jogo). E ainda não

tinha perdido nas provas europeias

em 2015-16. Mas isso terminou com

a visita do Belenenses.

Ricardo Sá Pinto não podia contar

com jogadores importantes como

Tonel, Carlos Martins e Miguel Rosa.

O Belenenses quis suster o ímpeto

inicial do Basileia, que se apresen-

tou com alguns jogadores menos

utilizados, mas depois de um par

de ameaças os suíços chegaram à

vantagem. Lang, após pontapé de

canto de Matías Delgado, aproveitou

as facilidades da defesa “azul” e ca-

beceou sem oposição para o 1-0.

O golo teve um duplo efeito: o Ba-

sileia acomodou-se e o Belenenses

fi cou espicaçado. Começou a mos-

trar velocidade no ataque e chegou

ao empate com uma “bomba” de

Luís Leal: após um corte de Suchy,

o avançado são-tomense não pediu

licença e disparou para o 1-1. Estava

feito o primeiro golo na fase de gru-

pos da Liga Europa, com o primeiro

remate à baliza em Basileia. Mas a

pressão não baixou e a reviravolta

no marcador fi cou completa ainda

antes do intervalo. Luís Leal surgiu

em velocidade pela direita, entrou

na área e colocou a bola em Kuca,

que só teve de encostar.

O Basileia teve ocasiões para res-

tabelecer a igualdade no segundo

tempo, mas Ventura e os ferros da

Belenenses surpreende Basileia e estreia-se a ganhar na fase de grupos

baliza estiveram no caminho da

equipa suíça. Xhaka acertou na tra-

ve (65’), enquanto Lang e Zuffi viram

Ventura brilhar para negar-lhes o

golo (78’ e 86’, respectivamente).

A vitória teve ainda mais sabor da-

do o triunfo do Lech Poznan sobre a

Fiorentina (1-2), que deixou o Grupo

I ainda mais equilibrado.

Equipa comandada por Sá Pinto fez história ao obter o primeiro triunfo na fase de grupos da Liga Europa

Triunfo pela margem mínima (3-2) permitiu aos minhotos alargarem a vantagem sobre a concorrência no Grupo F

Page 45: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 45

Breves

Automobilismo

Fórmula 1

Ogier foi o mais rápido no primeiro dia do Rali da Catalunha

Penalização a Vettel deixa Hamilton mais perto do título

O francês Sébastien Ogier (Volkswagen) terminou o primeiro dia do Rali da Catalunha, penúltima etapa da época de 2015, como líder, depois de ser o mais rápido na especial urbana no parque de Montjuic, em Barcelona. O tricampeão mundial concluiu o percurso de 3,2 km em 3m37,8s, 2,1 segundos mais rápido do que o belga Thierry Neuville (Hyundai), segundo. O finlandês Andreas Mikkelsen (Volkswagen) foi o terceiro, gastando mais oito décimas do que Mikkelsen. Com o título de campeão do mundo já na posse de Ogier e o de construtores já garantido para a Volskwagen, o rali catalão tem como grande atrativo definir o segundo da geral, com Jari-Matti Latvala (Volskwagen) a ser o principal candidato ao lugar.

Sebastian Vettel ficou ontem mais longe de impedir o título de Lewis Hamilton no Mundial de Fórmula 1, depois de a Ferrari sofrer uma penalização de dez lugares na grelha de partida do Grande Prémio dos Estados Unidos. Em causa está a troca de motores já prevista pela escuderia italiana, para as últimas quatro provas do calendário. “Vamos perder dez lugares, mas sempre esteve nos planos. Se olharem só para esta corrida parece que não são boas notícias, mas temos de olhar para todo o projecto, para a temporada toda. O que procuramos é um motor fresco com vista ao resto da época”, disse o tetracampeão mundial, que precisa de ser segundo, no domingo, caso Hamilton vença o GP dos Estados Unidos, para impedir a conquista imediata do título.

O Mónaco, treinado por Leonardo

Jardim, e o Fenerbahçe, comandado

por Vítor Pereira, somaram a pri-

meira vitória na fase de grupos da

Liga Europa e assumiram posições

de apuramento. O Nápoles e o Ra-

pid Viena são, a par do Sp. Braga, as

únicas equipas 100% vitoriosas no

fi nal da 3.ª jornada.

Com Ricardo Carvalho, João Mou-

tinho e Bernardo Silva no “onze”

titular, o Mónaco sentiu muitas di-

fi culdades para ultrapassar no Está-

dio Louis II o Karabakh, campeão do

Azerbaijão. Os monegascos, que ti-

nham empatado nas duas primeiras

jornadas, esbarraram durante mais

de uma hora na barreira defensiva

azerbaijana, mas o ponta-de-lança

Lacina Traore, aos 70’, resolveu o

problema a Leonardo Jardim. No ou-

tro jogo do Grupo G, o Anderlecht

bateu o Tottenham, por 2-1.

Na Turquia, com Nani na equipa

titular, o Fenerbahçe teve de esperar

até ao minuto 89 para poder festejar

a primeira vitória. Contra o Ajax, o

empate persistiu até perto do fi m,

mas o avançado brasileiro Fernan-

dão garantiu a vitória aos turcos. A

equipa turca é agora segunda classi-

fi cada, atrás do Molde, que derrotou

o Celtic (3-1).

Invictos continuam Nápoles e

Rapid Viena. Os italianos viajaram

até Herning, na Dinamarca, e não

tiveram problemas para despachar

o Midtjylland, por 4-1, com um bis

do avançado Manolo Gabbiadini. O

Rapid Viena teve uma missão mais

difícil, mas derrotou em casa o Pl-

zen, por 3-2, e lidera o Grupo E.

Mónaco e Fenerbahçe ganham pela primeira vez

FutebolDavid Andradde

RESULTADOSGrupo A Molde-Celtic 3-1 Fenerbahçe-Ajax 1-0Grupo B Liverpool-Rubin Kazan 1-1 Bordéus-Sion 0-1Grupo C Qäbälä-Bor. Dortmund 1-3 PAOK-FC Krasnodar 0-0Grupo D Legia Varsóvia-Club Brugge 1-1 Midtjylland-Nápoles 1-4Grupo E Villarreal-Dínamo Minsk 4-0 Rapid Viena-Viktoria Plzen 3-2Grupo F Sp. Braga-Marselha 3-2 Slovan Liberec-Groningen 1-1Grupo G Lazio-Rosenborg 3-1 Dnipro-Saint-Étienne 0-1Grupo H Lok. Moscovo-Besiktas 1-1 Sporting-Skënderbeu 5-1Grupo I Basileia-Belenenses 1-2 Fiorentina-Lech Poznan 1-1Grupo J Mónaco-Qarabag 1-0 Anderlecht-Tottenham 2-1Grupo K Schalke 04-Sparta Praga 2-2 APOEL-Asteras Tripolis 2-1Grupo L AZ Alkmaar-Augsburgo 0-1 Partizan-Athletic Bilbau 0-2

Page 46: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

46 | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

ESPAÇOPÚBLICO

EDITORIAL

CARTAS À DIRECTORA 23/10

Os nervos da direita europeia

Cavaco ameaçador

A direita europeia, que durante dois dias

se reuniu em Madrid sob o chapéu do

Partido Popular Europeu, está muito

nervosa e tem razões para isso. Os

resultados eleitorais em Portugal e a

situação política daí decorrente têm estado

debaixo de fogo, mas o que verdadeiramente

preocupa os partidos conservadores da

União são as eleições gerais em Espanha,

marcadas para Dezembro. O que temem

é a infl uência que o exemplo português

possa vir a ter no contexto das negociações

que naturalmente ocorrerão, caso nenhum

partido obtenha a maioria absoluta nesse

sufrágio — como, de resto, indicam as

sondagens que têm vindo a ser publicadas

no país vizinho. Diga-se, aliás, que lá,

como cá o futuro governo deverá resultar

de uma coligação entre vários partidos,

e também em Espanha é o PP, partido da

O que se passa em Lisboa e o perigo de chegar a Madrid

direita actualmente no poder, a sentir mais

difi culdades em encontrar aliados, dada

a indisponibilidade dos seus parceiros

tradicionais ligados às autonomias.

Ora a hipótese de formação de um governo

de esquerda em Portugal cria condições

objectivas para uma contaminação política

tendente ao enfraquecimento da infl uência

do PPE, o que também explica o radicalismo

de alguns dos seus dirigentes. O que não

é aceitável é a notória intromissão desses

dirigentes em assuntos que apenas dizem

respeito aos portugueses e ao seu direito

inalienável de encontrarem eles próprios

as soluções que entenderem de acordo

com a sua Constituição e as leis em vigor.

Sobretudo quando tais interferências

usam e abusam de argumentos primários

baseados em ameaças e com o objectivo

de espalhar o medo, como fi zeram Joseph

Daul, presidente do PPE, ou António Lopez-

Isturiz, secretário-geral do mesmo partido. O

recurso a este argumentário também é, por si

só, sinal da fragilidade do actual discurso do

establishment europeu, que já não consegue

disfarçar a sua falta de soluções e é incapaz

de mobilizar e seduzir os cidadãos da União

em torno de projectos e causas comuns.

A indigitação de Passos Coelho

como primeiro-ministro não foi

propriamente uma surpresa. Seria

difícil que Cavaco Silva não testasse

a remota hipótese de um governo

da coligação passar na Assembleia da

República, tanto mais quanto a PaF foi

a força mais votada nas eleições. O que

surpreendeu no discurso que ontem à noite

Cavaco fez aos portugueses foi acompanhar

a sua decisão de um autêntico apelo à

rebelião dos parlamentares PS, lembrando

que “é aos deputados que cabe decidir, em

consciência e tendo em conta os superiores

interesses de Portugal”. Numa intervenção

profundamente ideológica e com momentos

alarmistas, como quando invoca a quebra

de confi ança dos credores e dos mercados,

se for nomeado um governo de esquerda,

Cavaco deixa no ar um cenário de recusa

de uma solução liderada por António

Costa, ainda que ela resulte de uma maioria

sufragada no Parlamento. Um cenário muito

complicado e contraditório com o poder dos

deputados que antes invocara.

O novo governo

Escrevo este artigo de opinião

sem saber como o Presidente da

República deu cumprimento ao

seu poder constitucional para

nomear o primeiro-ministro,

depois de ouvir os partidos

representados na Assembleia da

República, face aos resultados

eleitorais. Qualquer cidadão

comum já se apercebeu que

Cavaco Silva tem medo —

cauteloso em exagero, como tem

sido — de indigitar o dr. António

Costa a formar um governo de

coligação com o PCP e o BE,

esta é a verdade. Outra grande

verdade é que Passos Coelho,

que de certeza será indigitado

para formar governo, corre o

risco de ver o seu programa

chumbado, no prazo de 10 dias.

A memória é muito curta, Senhor

Presidente da República. O nosso

povo andou os quatro anos

As cartas destinadas a esta secção

devem indicar o nome e a morada

do autor, bem como um número

telefónico de contacto. O PÚBLICO

reserva-se o direito de seleccionar

e eventualmente reduzir os textos

não solicitados e não prestará

informação postal sobre eles.

Email: [email protected]

Contactos do provedor do Leitor

Email: [email protected]

Telefone: 210 111 000

do Governo de Passos Coelho

a passar mal, [a sofrer com]

desemprego, cortes de pensões e

salários, impostos aumentados,

empobrecimento, e milhares de

pessoas tiveram que emigrar para

poderem sobreviver. Aqui lhe

faço um pedido: está no fi nal do

seu mandato — que, como deve

concordar, foi o pior de todos os

ex-presidentes da República —,

mas não tenha medo de viabilizar

um Governo de esquerda. [Se

se provar que não funciona,] o

nosso povo, sábio como é, elegerá

outro. Os governos de direita têm

que aprender a serem oposição,

faz-lhes bem. Na vida, ninguém

está imune de cometer falhas

e erros. Por mais metódicos,

disciplinados, cuidadosos,

equilibrados ou por mais

qualidades que possamos ter,

corremos o risco de cometermos

deslizes.

Tomaz Albuquerque, Lisboa

A aliança à esquerda

É difícil acreditar na boa-fé de

grande parte dos comentadores

políticos, que se desdobram em

argumentação susceptível de

destruir as bases da tentativa, em

curso, de formação de um governo

PS apoiado por PC e BE. Desde a

NATO (?!) às divergências, mais

do que legítimas e partilhadas por

tantos, sobre a evolução da Europa

e o seu afastamento dos ideais que

se propôs, tudo é escalpelizado

pela direita (e considerado

pecado original da esquerda),

com o declarado objectivo de

descredibilizar e diabolizar o

esforço de conciliação em curso,

como se tais princípios, aliás

legítimos, devessem, para todo o

sempre, impedir aqueles partidos

da participação nas soluções de

que o país urgentemente reclama.

Meus senhores, trata-se de

encontrar soluções, exequíveis mas

Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores

urgentes, para a sustentabilidade

da Segurança Social, a reposição

de pensões e salários compatíveis

com uma vida digna, o combate

à pobreza e ao desemprego

(aliás enunciados como núcleo

essencial de entendimento durante

a campanha eleitoral pelo BE)

num quadro de promoção do

crescimento económico, requisitos

essenciais à nossa sobrevivência.

Mal andariam os partidos de

esquerda se sobrepusessem à

tentativa de contribuição para

este desígnio prioritário questões

que, embora de importância e de

gravidade inegáveis, não devem

obstaculizar um acordo que pode

signifi car uma mudança radical no

nosso quadro político decisório.

Podemos estar num momento de

viragem histórica que é legítimo

considerar como merecedor de

todo o esforço e imaginação de que

formos capazes.

Ana Maria Mota, Porto

Page 47: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 47

BARTOON LUÍS AFONSO

Depois das eleições, há que pensar no que aí vem

Ninguém duvida de que

o tema da actualidade

são as eleições e os seus

resultados. O problema não

é constitucional, mas sim

político. A união da direita e a

dispersão da esquerda irão ter

as consequências previsíveis?

Do lado da direita, a

desistência de Alberto

João Jardim e de Rui Rio não só abrem

o caminho a uma caminhada triunfal

de Marcelo Rebelo de Sousa — salvo

surpresas —, como sobretudo mostram

a actual inviabilidade de candidaturas

autoproclamadas regeneradoras e anti-

sistema.

No primeiro caso, o líder madeirense

declarou prescindir do apoio das direcções

partidárias da sua área e optou por

procurar arranjar forças numa onda de

apoio popular. Confrontou-se com uma

total falta de resposta dos comités de

bairro ou de freguesia que pretendia

ver levantarem-se pelo país fora num

movimento cívico e desinteressado. Terão

também faltado os apoios económicos. Os

portugueses parecem estar instalados —

bem ou mal — neste regime e ou não têm

dinheiro ou já têm onde o aplicar.

No caso do ex-presidente da Câmara

do Porto, que, embora de uma forma

mais moderada, igualmente defende

uma regeneração do sistema político,

a sua candidatura não desprezava

o apoio dos líderes e das direcções

partidárias. Pelo contrário, uma das

principais razões por que Rui Rio não

levou a sua candidatura presidencial

para a frente, como explicitamente o

afi rmou no Jornal de Notícias do passado

dia 13 no artigo Presidenciais: a decisão

sustentada e coerente. Aí refere que a sua

candidatura poderia ter sentido — apesar

da candidatura de Marcelo Rebelo de

Sousa —, porque, pelo seu perfi l pessoal e

percurso de vida, “ela poderia ser a que

melhores condições tinha de, no quadro

do espaço ideológico moderado, conseguir

garantir a indispensável estabilidade e

sobriedade na política nacional”. Entenda-

se, contra o espalhafato marcelista...

Mas acrescenta Rui Rio — e certamente

lamenta — esta convicção sobre a utilidade

da sua candidatura “não é partilhada

pelos que, em primeira linha, também

têm de fazer esta mesma avaliação,

e, ao decidirem dar liberdade de voto

nas próximas eleições presidenciais, as

direcções dos dois partidos que compõem

a coligação vencedora das últimas

legislativas não partilham desta [sua]

opinião”. Rui Rio constatou, assim, que

estava sozinho.

Na verdade, Rui Rio foi mesmo

maltratado: primeiro, foram-lhe dadas

todas as esperanças de apoio quando

o líder do PSD, em Janeiro de 2014,

descreveu em congresso partidário,

pela negativa, o perfi l do candidato

presidencial — o futuro Presidente não

podia ser um “protagonista catalisador

de qualquer conjunto de contrapoderes

ou um catavento de opiniões erráticas em

função da mera mediatização gerada em

torno do fenómeno político”; nem devia

“buscar a popularidade fácil” e, claro,

também não podia “colocar-se contra os

partidos ou os governos como se fosse

apenas mais um protagonista político na

disputa política geral”. Marcelo Rebelo de

Sousa afi rmou então que a sua candidatura

era “indesejada”. Parecia estar aberto o

caminho para o sóbrio Rui Rio...

Mas, durante 2015, as direcções

partidárias não o deixaram avançar antes

das eleições legislativas, por sugestão do

próprio Marcelo Rebelo de Sousa, quando

Rui Rio poderia ter tentado, ao longo do

ano, construir uma dinâmica de vitória

a partir do Norte. Permitiram, assim, as

direcções do PSD e do CDS uma exímia

pré-campanha eleitoral a partir do púlpito

dominical da TVI.

E, agora, logo a seguir à divulgação

dos resultados das eleições legislativas,

Marcelo Rebelo de Sousa apresentou

a sua candidatura e as direcções

partidárias do PSD e CDS lavaram daí as

suas mãos, rompendo com a tradição

de apoio partidário às candidaturas

presidenciais.

Claro que Marcelo Rebelo de Sousa

seria sempre um candidato muito difícil

de bater à direita, mesmo que Rui Rio

tivesse o apoio do PSD e CDS. Já faz parte

da mobília da casa de muitos milhões de

portugueses que

consideram que

a sua eleição será

como ter um amigo

ou, pelo menos,

um conhecido no

Palácio de Belém.

Restam as

candidaturas

da esquerda:

a inexistência

de Sampaio da

Nóvoa na arena

política e nos ecrãs

televisivos antes

do anúncio da sua

candidatura e a

falta de carisma,

independentemente

das suas qualidades

e dos apoios que colheu no início, não lhe

auguram grandes voos. Maria de Belém,

embora conhecida politicamente, parece

ainda titubeante. Marisa Matias, pelo seu

lado, tem a vantagem de ser mais uma

mulher do Bloco de Esquerda, mas será

uma revelação na campanha eleitoral

como Catarina Martins? Já o padre Edgar

Martins, apesar do seu valor humano, não

trará, seguramente, um milagre eleitoral.

No fundo, para a esquerda, a grande

questão coloca-se da seguinte maneira:

conseguirá António Costa formar Governo?

Advogado. Escreve à [email protected]

As candidaturas anti-sistema ficaram pelo caminho

A dúvida do benefício

Estou, como outros portugueses

desconfi ados, no primeiro mês

grátis da Netfl ix. É generoso e

realista: um mês chega e sobra

para sabermos pagar 7, 10 ou

12 euros por um serviço de

streaming.

Consigo ver tudo nos

computadores, iPads e iPhones,

mas nada no nosso televisor

esperto que é um LG 4K Ultra HD.

O iPad bem detecta o televisor (que está a

quarenta centímetros dele) e oferece-se para

transmitir as séries e os fi lmes para o dito

cujo, muito maior e mais apixelado.

Só que nada acontece. O que acontece é

que o televisor, estando ligado à Internet,

é identifi cado, erradamente, como um

computador. A Netfl ix pergunta, muito

confusa, se queremos que façamos o

download do Mozilla ou do Chrome para o

telefone, tablet ou computador em causa.

Não lhe passa pela cabeça, por agora,

que é o televisor o alvo (maior, mais barato

e mais nítido) que a grande maioria de

clientes quer atingir e fruir. Mas, pronto,

se calhar tem uma razão ultrapassada:

obriga-me a comprar, mais uma vez, um

dispositivo Apple TV. Está bem, está. É

uma asneira em que já caí e em que jamais,

outra vez, cairei.

Vi, sem prazer mas sem me arrepender, o

fi lme Beasts of no Nation, de Cary Fukunaga,

com os igualmente magnífi cos actores Idris

Elba e (o principiante) Abraham Attah.

Se é, como se diz, o primeiro fi lme

produzido pela Netfl ix, temos de lhe tirar o

chapéu. Nenhuma das séries da Netfl ix têm

sido, até aqui, más ou mesmo medíocres.

Este é dolorosamente impressionante.

Francisco Teixeira da MotaEscrever direito

Miguel Esteves CardosoAinda ontem

Page 48: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

48 | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

O terror também está na ponta de uma faca

Pentágono de medidas educativas

Marike Veldman, holandesa

e cristã, abriu há 32 anos

um lar de acolhimento

de crianças árabes em

Jerusalém Oriental, onde

criou mais de 20 crianças

de religião muçulmana e

cristã. Na passada semana o

autocarro em que viajava foi

alvo de um ataque por parte

de dois homens que aos gritos de Allahu

Akbar se precipitaram sobre os passageiros.

Dois desses passageiros, Haviv Haim e

Alon Goberberg, foram mortos e Marike

várias vezes esfaqueada por um dos dois

terroristas. Segundo ela própria conta num

depoimento dado no hospital à YNET News,

parado o autocarro, e embora sangrando

abundantemente, ainda conseguiu sair,

tendo sido socorrida por um automobilista

“com uma kipá e [percebeu] que era judeu”.

“Expliquei-lhe a situação e ele levou-me no

seu carro. Aí senti-me em segurança.”

Marike deu entrada no Hospital Hadassah

em Jerusalém onde foi tratada. No seu

depoimento, que se pode ver na YNET News,

ela afi rma compreender a frustração dos

palestinianos: “Há muitas injustiças neste

país e vejo muita gente a sofrer. Mas a forma

como reagiram, como fi zeram comigo... é

puro demónio, é absolutamente demoníaco o

que eles fi zeram.” Marike afi rma que, apesar

de ter muitos amigos árabes, neste momento

tem medo deles: “Vai-me levar algum tempo

até poder voltar a confi ar neles.”

Este atentado cego é apenas um entre

os inúmeros que têm sido perpetrados

diariamente por palestinianos, alguns

muito jovens, quase crianças, que na sua

grande maioria acabam não só por matar,

mas também inevitavelmente por morrer.

O que leva estes jovens a correr para uma

morte anunciada? Será, como escreveu neste

jornal o senhor embaixador da Palestina,

“uma contribuição palestiniana no combate

ao terrorismo”? Será, como afi rma, que,

contrariamente às nações que combatem “a

cauda do terror” na região, os palestinianos

estão a alvejar “a cabeça desse mesmo

terror”, dando assim a entender que “a

cabeça”, ou seja, a raiz do chamado Estado

Islâmico, da desintegração do Iraque, da

Síria e da Líbia, reside na “ocupação militar

israelita do Estado da Palestina”?

O senhor embaixador é um homem

eloquente, mas erra completamente o

alvo. Porque esta “intifada das facas”

ou “guerra dos punhais”, como se

queira chamar, diz tanto ou mais sobre

a Autoridade Palestiniana e sobre as

lideranças palestinianas do que sobre

Israel. Elas exprimem a frustração uma

juventude palestiniana sem horizontes

perante uma liderança corrupta, impotente

O próximo Ministério da

Educação deverá ter em conta

as mudanças permanentes e

estonteantes de que o setor tem

sido alvo, quantas vezes com

resultados negativos, outras

vezes pela inação, a maior

parte das vezes por negligência

derivada do desconhecimento

real do terreno — a escola.

Como tal, apresento sumariamente cinco

medidas que, entre tantas outras, deveriam

ser consideradas pelo futuro ocupante da 5

de Outubro.

1.ª Celebrar um pacto. É uma tentação

de todos os governos e governantes alterar

aquilo que os anteriores — sobretudo se

forem de outra força partidária — fi zeram,

independentemente da respetiva avaliação.

O sistema educativo português carece de

estabilidade que permita às medidas de

política educativa germinarem, crescerem

e fortalecerem, processo complexo e que

demora anos. Alterar o que está bem não

é solução e lança instabilidade e confusão

nas escolas e nos profi ssionais do ensino.

A celebração de um pacto na Educação

— defi nindo linhas mestras das reformas

necessárias ao sistema de ensino — seria

um bom princípio que agradaria muito às

escolas.

2.ª Estabilizar a legislação. A legislação

educativa é constante e profusa, complexa

e cheia de ratoeiras, elaborada por técnicos,

mas desconhecedores da realidade para

que legislam, exigindo clarifi cações atrás

de clarifi cações que, muitas vezes, tornam

as dúvidas ainda mais... duvidosas! A

estabilidade na legislação educativa impõe-

se! Legislar só o estritamente necessário.

Não é possível exigir mais a uma classe

profi ssional altamente qualifi cada, sem

assegurar continuidade legislativa, sem

interferências constantes, muitas vezes a

despropósito, e que lançam incertezas nas

escolas.

3.ª Descer à terra. Os nossos governantes

devem conhecer a realidade que trabalham.

Ir frequentemente às escolas, ouvir os

e sem coragem; exprimem o ódio, a raiva

e a intolerância inclusive religiosa que

lhes são ensinados desde a nascença, que

bebem em casa, na escola, na propaganda

televisiva, na Internet, nas redes sociais.

Exprimem a manipulação vergonhosa

por parte de organizações, instituições e

mesquitas que exaltam o martírio em nome

de Allah. Exprimem fi nalmente aquilo que

lhes é repetido e martelado até à exaustão:

que só o terror, só a violência poderá

destruir Israel. E nesse sentido esta série de

atentados levados a cabo por estes jovens ou

menos jovens, apunhalando, esfaqueando e

assassinando quem encontram pela frente

tem apenas um nome: terrorismo. É esse o

contributo desta “intifada das facas”.

As medidas de segurança e defesa por

parte de Israel são necessárias para proteger

os seus cidadãos, mas não resolvem o

problema a médio e a longo prazo. O

prolongamento do statu quo também não:

a radicalização,

incluindo a religiosa,

sem dúvida a mais

perigosa, não pára

de crescer — a

recente queima do

túmulo de José em

Nablus; a tentativa

palestiniana, por

intermédio da

Argélia, Kuwait,

Marrocos, Tunísia

e Emiratos

Árabes Unidos,

países-membros

da UNESCO, de

aprovação por

esta organização

de uma resolução

estabelecendo a

integração do Muro

das Lamentações,

local sagrado

por excelência

dos judeus, na

Mesquita al Aqsa,

são exemplos

disso. Felizmente esta tentativa, destinada

exclusivamente a apagar a relação milenária

do povo judeu com o Templo de Jerusalém,

foi frustrada por uma réstia de bom senso de

Irina Bokova, directora da UNESCO. Ela é, no

entanto, a demonstração de uma escalada

que pode ter um desfecho trágico.

A solução todos sabem qual é: dois

Estados para dois povos. Uma solução que

data da partilha das Nações Unidas em

1947 e cujo historial até hoje é sobejamente

conhecido. Uma solução que exige

reconhecimento mútuo, compromissos

territoriais e abandono da violência e

da educação para o ódio. Mas ao que

tudo indica uma solução cada vez mais

improvável.

Especialista em assuntos judaicos

alunos, os professores, os diretores, etc.,

será excelente exercício demonstrativo

de interesse e a certeza de que acertariam

mais do que errariam. O conforto dos

gabinetes, onde se realizam inúmeras tarefas

quantitativas muitas vezes desperdiçadas,

deve ser complementado com idas ao

terreno, numa abordagem qualitativa que

fundamentará as decisões políticas e as

prioridades de quem tem poder de agir:

quem tem poder deve conhecer o chão que

pisa.

4.ª Aposta no 1.º ciclo. É muito

necessário apostar defi nitivamente, sem

medo, no 1.º ciclo. Todos reconhecem

que um ensino

primário (como se

dizia antigamente)

bem feito é meio

caminho andado

para o sucesso

escolar e para

a diminuição

dos valores do

abandono escolar.

O Ministério das

Finanças tarda em

perceber que todos

os anos esbanja

600.000.000 euros

na reprovação de

150.000 alunos.

Por que não fazem

as contas? Este

desperdício de

dinheiro devia ser usado, por exemplo,

na diminuição de alunos por turma,

benefi ciando-se este nível de ensino de uma

educação o mais personalizada possível

e, ao mesmo tempo, dotar as escolas de

um maior número, sempre que possível e

necessário, de professores de apoio. Esta

última medida é muitas vezes aplicada pelas

escolas já relativamente tarde, no 2.º ou

3.º ciclos, para recuperar aprendizagens

não realizadas. Muitas vezes é tarde de

mais, pois o insucesso do aluno conduz

frequentemente, à sua desmotivação,

porta aberta para o insucesso e abandono

escolares.

5.ª Encarar a Educação como investimento. E não como uma despesa.

É fundamental! Claro que esta visão

depende muito mais do Ministério

das Finanças do que do Ministério da

Educação, mas os nossos governantes têm

de perceber a importância estratégica

para o desenvolvimento do país na área da

Educação e tratá-la com medidas assertivas

e atempadas, e não em cima do joelho...

O investimento na Educação terá retorno

bem positivo anos mais tarde, quando o

país for capaz de colocar, nas mais diversas

áreas, cidadãos muito bem preparados e que

tiveram iguais oportunidades no acesso à

profi ssão que escolheram.

A celebração de um pacto na Educação seria um bom princípio

A solução todos sabem qual é: dois Estados para dois povos. Uma solução que data da partilha das Nações Unidas em 1947

Professor/director

ANA BANHA

Debate Nova legislaturaDebate Israel e PalestinaFilinto LimaEsther Mucznik

Page 49: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 49

FRANCISCO LEONG/AFP

Entre a força da razão e a razão da força

Contadas as últimas quatro

décadas de regime

democrático, este momento

que estamos a passar é um dos

mais marcantes e exigentes

da história recente do sistema

político nacional. Estará o PS

consciente da situação que está

a construir?! Não nos iludamos

com retóricas do dia-a-dia: este

momento histórico na política portuguesa é

construído na base de uma falsa realidade,

desde logo porque os portugueses não

a legitimaram.

Não a legitimaram os que votaram

maioritariamente na coligação Portugal

à Frente, como, estou certo, não a

legitimaram boa parte dos que votaram

no PS. Razão para dizer, perspectivando o

futuro próximo, que este será um eleitorado

que o PSD tenderá a captar.

Como nota prévia, quero referir que,

pese embora discorde profundamente

da actuação do dr. António Costa, a qual

me deixa verdadeiramente surpreendido,

sublinho que, no plano pessoal, tenho por

ele uma forte estima, desde logo porque

sempre lhe encontrei uma atitude de

proximidade e de afabilidade. Devemos

evitar, por isso, que na disputa política

exista a tendência para nela misturar o

plano pessoal.

Mas a verdade é que não poderia, em

consciência, deixar de expressar a minha

mais profunda consternação ao ver o PS, um

dos partidos com maior responsabilidade

e peso histórico na consolidação do nosso

regime democrático, numa inacreditável

tentativa de transformar Portugal num

parque de aventuras políticas, ao rejeitar a

segurança da estabilidade, para que podia

contribuir pelo risco do aventureirismo que

devia evitar.

Há que começar por perceber como

tudo começou, pois tal poderá ajudar-nos a

antever como tudo vai acabar.

Esta sequência de episódios a que o PS

nos vem dando o desprazer de assistir

começa a construir-se na base de dois

factos:

1. o primeiro, o facto de António Costa

ter apresentado um programa eleitoral

que, apesar de recheado de promessas

fáceis, foi chumbado pelos portugueses,

ao que acresce nunca lhes ter colocado a

possibilidade de efectuar uma coligação à

esquerda, tendo antes optado por esconder

o que estava em preparação para o pós-

eleições. Num caso, jogou no facilitismo e

perdeu; no outro, jogou na ambiguidade e

irá perder.

2. o segundo, o facto de a coligação

Portugal à Frente ter percebido tarde

demais que tinha condições objectivas para

vencer as eleições com maioria absoluta.

Como resultado da conjugação deste

dois factos, tivemos uma vitória eleitoral

minoritária da direita e uma derrota

eleitoral maioritária da esquerda.

Até aqui, nada de estranho! Este

tipo de resultado já se verifi cou em

outras circunstâncias da nossa história

parlamentar. E, com naturalidade, sempre

foi assumido pelos diversos quadrantes

institucionais com a devida normalidade

democrática de quem coloca o respeito pela

vontade manifestada pelos portugueses à

frente de tudo o resto.

A estranheza começa a desenhar-

se quando, de súbito, esse resultado é

colocado em causa por via de uma manobra

de sobrevivência política que o líder

socialista decide empreender, ao aplicar

um golpe de esquerda baixa com a intenção

de expropriar de forma ilegítima a vitória

obtida pela coligação Portugal à Frente e

transformar a sua própria derrota e do seu

partido numa ilusão de vitória.

Perante o que se está a passar só há

uma leitura para a actuação do líder do

PS: António Costa está obcecado em tomar

o poder e ser primeiro-ministro, custe

o que custar. Mesmo que essa obsessão

e essa tomada de poder seja feita com

prejuízo para os portugueses! Em suma,

António Costa está empenhado em não

aceitar a derrota nas eleições e considera

que quem deve escolher o governo não são

os portugueses,

mas ele próprio.

Põe os interesses

de Portugal atrás

dos interesses da

facção que lidera no

PS e coloca à frente

de todos nós uma

verdadeira

distorção política.

Enquanto a

coligação tem a

força da razão, o PS

parece ter a razão da

força.

Cabe questionar,

com fundada

preocupação,

como poderá estar

preparado para

governar quem

assim está a actuar?

E eis-nos,

agora, face a

uma derrogação

absoluta do que

tem sido o sentido

de Estado e

de respeito

institucional levado

a cabo ao longo de

muitos anos pelos

maiores partidos

portugueses, tantas

Já percebemos que em nome da tomada do poder o PS está disposto a enterrar o essencial da sua identidade histórica, o BE o essencial da sua matriz existencial e o PCP o volume da sua cassete programática

Dirigente do PSD

vezes viabilizando governos minoritários,

como foi o caso do PSD com os dois

governos de António Guterres e um

governo liderado por José Sócrates, tendo

mesmo viabilizado os PEC 1, 2 e 3.

Pela natureza das atitudes recentes,

não se estranhe toda a sequência de actos

que têm vindo a ser praticados pela actual

liderança socialista. Actos marcados pela

opacidade, pela falta de transparência e de

objectividade. Fundados numa manifesta

irresponsabilidade quanto à forma, mas

acima de tudo quanto à substância do tal

acordo que alegadamente trará à luz um

governo de esquerda para Portugal.

Pela natureza das atitudes recentes, não

se estranhe as cambalhotas ideológicas

a que temos vindo a assistir por parte de

partidos que se diziam contra sistema e

que agora, como que por artes mágicas,

decidiram enterrar a sua ideologia e

servir-nos, sem qualquer espécie de

pudor “intelectual”, um cardápio de

boas intenções em tudo contraditório

face ao que sempre argumentaram. Falo,

por exemplo, da defesa da saída da zona

euro, da NATO e até da UE, que no espaço

de dias passaram de histriónicos “sins”

a tímidos “nins”. Bem como no que diz

respeito ao relacionamento do país com as

principais instituições internacionais, quais

sejam FMI, Banco Mundial, BCE e tantas

outras, que de inaceitável passou a ser

considerado.

Já percebemos que em nome da tomada

do poder, o PS está disposto a enterrar o

essencial da sua identidade histórica, o BE o

essencial da sua matriz existencial e o PCP o

volume da sua cassete programática.

Na verdade, eis que se nos torna clara a

esquerda que temos, oportunista e plástica,

que matiza o seu suposto pensamento

ideológico de acordo com as necessidades

do caminho que julga a levará ao exercício

do poder...

Debate Nova legislaturaMiguel Miranda Relvas

Ponto é que esta esquerda que se diz

preparada para governar não apresenta:

i) Sustentabilidade, porque se

desconhece que espécie de acordo está

em curso, quem o subscreve, quem

integra o governo ou quem o sustenta

parlamentarmente;

ii) Durabilidade, porque se desconhece se

o tal acordo é de investidura, de curto prazo

ou de legislatura;

iii) Previsibilidade programática, pois

estamos perante três forças partidárias

cujos alicerces assentam em princípios

não só comprovadamente moldáveis

às circunstâncias, mas também dicotómicos

entre si.

Sendo este o ponto de partida, dá-nos

bem a ideia de como será o ponto de

chegada.

Por mais que tente não encontro razões

de despreocupação face ao que se perfi la.

Com um argumento de tão inconsistente

nível e actores de tão fraca estrutura de

convicções, não será preciso muito para

antever o pior dos dramas, ou seja, aquele

a que se acrescenta a baixa qualidade dos

protagonistas.

E confesso que me angustia ver que os

progressos alcançados nos últimos quatro

anos a nível macro e microeconómico

ameaçam esvair-se na ambição

desmesurada de quem vê no exercício

do poder uma forma de sobrevivência

partidária, ao invés de um serviço dedicado

ao interesse e ao bem comum.

Nos últimos anos, o país seguiu uma

rota. Uma rota difícil, é certo, mas uma rota

que nos tirou do abismo, que nos ajudou a

reerguer, a readquirir credibilidade junto das

instâncias e dos mercados niternacionais,

que nos permitiu ser uma voz a ter em

conta no quadro da União Europeia, que

criou condições para um novo pulsar nos

dados macroeconómicos e, sobretudo, na

actuação do nosso tecido empresarial,

que se reinventou, que encontrou novos

mercados e, com isso, razões para todos

acreditarmos ser possível criar condições

de empregabilidade e dar a Portugal uma

luz que há muito teimava em estar apagada.

Mas ainda acredito. Acredito fi rmemente

no sentido de Estado de muitos

dirigentes do PS. Acredito na fi rmeza das

convicções de muita militância socialista

que não se revê numa convivência

governativa com quem mantém uma

considerável distância ideológica. Acredito

no registo histórico do PS e na manutenção

do seu inigualável contributo para o reforço

da democracia nacional pelo respeito pelas

instituições, desde logo, uma das que mais

contribuiu para conquistarmos: o voto.

Por tudo isto, acredito que há ainda

tempo para que a força da razão prevaleça

sobre a razão da força. a bem de Portugal e

dos portugueses!

Page 50: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

50 | INICIATIVAS | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015

que, em 1474, quando terminou o

seu contrato, os seus navegadores

tinham passado a conhecer o golfo

da Guiné e haviam ultrapassado o

Equador.

Em 1474, o príncipe D. João, futu-

ro D. João II, então com 19 anos, foi

encarregado de retomar os Desco-

brimentos tendo em vista alcançar

“as Índias”, colocando-se-lhe duas

alternativas: prosseguir a explora-

ção da costa de África ou avançar

para ocidente. A guerra que entre-

tanto eclodiu entre Portugal e Cas-

tela não lhe permitiu então retomar

os Descobrimentos. Só o conseguiu

fazer depois de subir ao trono, em

1481, tendo logo no ano seguinte or-

denado a Diogo Cão que navegasse

até onde pudesse ir ao longo do li-

toral africano de modo a encontrar

a terra das especiarias. “Na década

que vai de 1482 a 1492 viveu-se um

Depois de um abrandamento na

expansão durante o reinado de D.

Afonso V, D. João II quis recuperar

o tempo perdido. Diogo Cão e Bar-

tolomeu Dias foram os homens que

tudo fi zeram pelo monarca.

Celebram-se este ano 600 anos so-

bre a conquista de Ceuta, em Agosto

de 1415, data que assinala o início

da expansão marítima portuguesa.

Portugal e os bravos navegadores

que, sem medo de perderem as suas

vidas, se aventuraram no desconhe-

cido, dispostos a “dar novos mundos

ao mundo”, tornaram-se assim pio-

neiros na exploração, navegação e

inovação marítimas.

Em conjunto com a editora Verso

da História, o PÚBLICO lançou a co-

lecção Descobrimentos — 600 anos

do Início da Expansão Portuguesa,

da autoria de José Manuel Garcia,

um dos maiores especialistas e in-

vestigadores da matéria que inte-

grou a Comissão Nacional para as

Comemorações dos Descobrimen-

tos Portugueses.

No segundo volume desta colec-

ção inédita e exclusiva, que inclui

Descoberta de África no caminho para a Índia

A dependência das reservas de

petróleo do Médio Oriente condi-

cionou a política internacional nas

últimas décadas. Mas esta premissa

está cada vez mais a ser alterada: as

tecnologias de extracção do gás de

xisto tornaram possível restaurar

a autonomia energética dos Esta-

dos Unidos. Por seu turno, a China

quer alterar o seu perfi l energético

para desenvolver a utilização do gás

natural e a nova acessibilidade das

reservas naturais do Árctico pode

transformar o mapa da energia.

Estas mudanças têm um impacto

crescente no mercado energético

mundial e abrem novas oportunida-

des para a Europa Ocidental poder

recuperar autonomia estratégica,

desenvolvendo uma política ener-

Energia em revolução, no sétimo volume dos Cadernos D. Quixote

O Progresso dos Descobrimentos no Tempo de D. Afonso V e D. João II, volume 2Terça-feira, 27 de OutubroPor + 6,90 euros

AGENDA

período decisivo na História dos

Descobrimentos em que se tentou

chegar às Índias, quer pela via orien-

tal, defendida por D. João II, quer

pela via ocidental, preconizada por

Colombo e Behaim. Esta via acabou

por lograr um aparente sucesso em

1492, mas que afi nal se veio a veri-

fi car ser falso, pois ir-se-ia reconhe-

cer estar perante um Mundo Novo

e não as velhas Índias”, refere José

Manuel Garcia.

Ainda que Diogo Cão não tenha

sido bem-sucedido nas tentativas de

percorrer todo o litoral africano, D.

João II não desistiu de descobrir o

que estava para lá do extremo sul

de África. “A vontade de abertura

de um mundo novo de possibilida-

des no relacionamento directo de

Portugal com o Preste João e as Ín-

dias era então muito forte, pelo que

em 1487 o rei nomeou Bartolomeu

Dias para o comando de uma nova

expedição descobridora”, conta o

investigador.

Efectivamente, em 1488, Bartolo-

meu Dias ultrapassava o limite sul

do continente africano, um cabo,

outrora tenebroso, que foi então

baptizado de Boa Esperança. En-

trava-se assim pelo oceano Índico

e renovava-se a esperança de chegar

“às Índias”, algo que não se concre-

tizou no seu tempo porque D. João

II não deu continuidade aos Desco-

brimentos até ao ano da sua morte

em 1495.Sábado, 24A Nova Equação Energética7.º vol. colecção Cadernos D. QuixoteUma edição inédita, comemorativa dos 50 anos das Publicações D. Quixote, composta por oito livros que reúnem os mais marcantes temas da actualidade internacional, das guerras do islão à Grécia na Europa.

Terça, 27O Progresso dos Descobrimentos no Tempo de D. Afonso V e D. João II2.º vol. colecção Descobrimentos — 600 Anos do início da Expansão PortuguesaNove volumes inéditos e exclusivos da autoria de José Manuel Garcia que reúne o essencial da epopeia portuguesa além-mar, revelando factos nunca antes editados.

Quinta, 29Marvels: Através da Objectiva15.º vol. colecção Poderosos Heróis Marvel Uma colecção de 15 títulos inéditos em português, numa edição de capa dura, que assinala o regresso de heróis já conhecidos e a estreia de novos heróis como a Viúva Negra, Homem-Formiga, entre outros.

Actualidade

A Nova Equação EnergéticaVolume 7Sábado, 24 de OutubroPor + 4,95 euros

História

Primeiro, apesar de a China ter feito

um grande investimento em ener-

gia renovável e nuclear, em 2015

os combustíveis não fósseis ainda

representam apenas cerca de 11%

do total consumo de energia primá-

ria, com base nos objectivos actuais.

Isto faz do gás natural um

‘combustível-ponte’ — isto

é, um combustível menos

saturado de carbono do

que o carvão e o petróleo

— para facilitar a transi-

ção do país para fontes

mais limpas de energia.

Segundo, o gás é barato

e abundante, pelo me-

nos por enquanto. Ter-

ceiro, aparentemente,

há numerosos fornece-

dores disponíveis para

vender”, refere ainda

o autor.

Já Christian Le Mière e Jeff rey Ma-

zo propõem um olhar mais atento

a uma das regiões do globo mais

ricas em recursos energéticos em

“Exploração do Árctico: Oportuni-

uma assinatura digital semanal PÚ-

BLICO — basta estar atento ao código

impresso na etiqueta e válido até 31

de Janeiro de 2016, e às instruções

de activação —, são abordadas as

descobertas feitas durante os rei-

nados de D. Afonso V e D. João II.

Segundo José Manuel Garcia, de-

pois da morte do infante D. Henri-

que em 1460 houve uma pausa no

processo dos Descobrimentos que

só foi retomado em 1469, quando

D. Afonso V fez um contrato com

Fernão Gomes através do qual este

“cidadão de Lisboa” fi cou obrigado

a mandar descobrir cem léguas do

litoral africano todos os anos. Na

verdade, o monarca não se mostra-

va muito interessado em prosseguir

com a expansão marítima, estando

mais empenhado em fazer conquis-

tas em Marrocos, pelo que foi com

algum alívio que entregou a Fernão

Gomes, mediante um leilão, o direi-

to à exclusividade do comércio nas

regiões da costa africana que por ele

fossem mandadas descobrir além da

Serra Leoa. “Ao permitir o retomar

da continuação dos Descobrimentos

através deste recurso a uma pessoa

interessada em realizar negócios nas

regiões da Guiné, o rei limitou-se,

neste processo, a salvaguardar os di-

reitos do Estado e a recolher provei-

tos económicos da concessão, tendo

sido por isso que os leiloou”, explica

o autor. Fernão Gomes fez questão

de cumprir o acordado, de tal forma

dades Económicas”. Ainda que as

estimativas apontem para que 6% a

23% do petróleo por descobrir e 54%

do gás se encontrem ali, difi culda-

des ligadas aos custos de produção

e condições de operação, bem como

ao isolamento dos recursos e a uma

regulamentação ambiental rigorosa,

podem fazer com que o Árctico não

seja tão importante como fonte de

energia a nível global quanto se po-

deria esperar.

Por fi m, em “A Nova Revolução

Energética e o Golfo”, Carolyn Bar-

nett refl ecte sobre o impacto que a

“revolução na produção de energia

nos Estados Unidos” pode ter a ní-

vel global e, em particular, para os

países que compõem o Conselho de

Cooperação do Golfo. “O crescimen-

to da procura nos Estados Unidos

está a abrandar e, depois de décadas

em baixa, a produção está a aumen-

tar. (...) Este crescimento rápido e

drástico na produção de energia não

convencional nos EUA mudou com-

pletamente o debate sobre energia”,

conclui.

Isto fa

‘comb

é, um

satur

que

— pa

ção

ma

Seg

e a

no

ce

h

d

v

o autor

gética comum. Os desafi os que a no-

va ordem energética criou estão em

destaque no penúltimo volume da

colecção Cadernos D. Quixote.

No primeiro artigo do volume, Da-

mien Ma questiona: “A Década do

Gás Natural na China está a chegar?”

“Até 2020, a China tenciona

efectuar mudanças

profundas no seu

perfil energético.

Esta transformação

implicará necessaria-

mente a recalibragem

de uma economia de

produção intensiva pa-

ra uma economia mais

virada para o consumo”,

explica o investigador,

que considera que o gás

natural terá um papel de-

cisivo neste processo. “O

gás natural posiciona-se

para ganhar uma parcela crescen-

te no cabaz energético chinês. Este

recurso é atraente para a China por

muitas das mesmas razões por que

é atraente para os Estados Unidos.

Page 51: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | INICIATIVAS | 51

Poderosos Heróis Marvel, vol. 15Marvels: Através da ObjectivaArgumento — Kurt BusiekDesenhos — Jay AnacletoQuinta, 29 de Outubro Por + 8,90 euros

Chega ao fi m na quinta-feira mais

uma colecção que o PÚBLICO e a

Levoir dedicaram à Casa das Ideias

e, com a publicação de Marvels:

Através da Objectiva, pode dizer-

se que fecha com chave de ouro.

Continuação de Marvels, um

clássico incontornável, já publi-

cado em Portugal na colecção

Universo Marvel, que conquis-

tou três Prémios Eisner e afi rmou

o desenhador Alex Ross como um

dos maiores nomes da BD america-

na, Através da Objectiva prossegue

com a história do Universo Marvel

vista na perspectiva de um homem

comum, o fotógrafo Phil Sheldon.

Uma continuação tão lógica co-

mo natural, pois face ao sucesso do

primeiro Marvels era inevitável que

Kurt Busiek regressa a Marvels, no volume final da colecção

a editora pensasse numa sequela,

e que Phil Sheldon, o herói invo-

luntário do livro, que vai assistir ao

nascimento do Universo Marvel e

das suas primeiras três décadas de

existência, acabasse por regressar

às páginas dos comics. Logo em

1995 foi lançado Ruins, uma visão

alternativa de Marvels, escrita por

Warren Ellis, com arte de Therese e

Cliff Nielsen, em que Phil Sheldon é

um jornalista que investiga os múl-

tiplos eventos e acidentes que cria-

ram os super-heróis da Marvel, mas

que neste universo resultaram em

deformações e mortes, contrapon-

do a sensação de deslumbramen-

to de Marvels a um negrume quase

total. Mas anos mais tarde, seria o

próprio Kurt Busiek a regressar ao

universo de Marvels, na sequência

de um convite do editor Tom Bre-

voort, que não quis deixar passar

em claro o décimo aniversário do

livro que se tinha tornado um best-

seller e uma obra de culto.

Naturalmente, Busiek não quis

perder a oportunidade de voltar

a escrever a vida de Phil Sheldon,

personagem que lhe é bem caro. Co-

mo refere o escritor: “Gosto imen-

so do Phil como personagem que

permite mostrar um ponto de vista;

ele é completamente normal, tão

pouco super-heróico que se torna

a lente perfeita através da qual po-

demos observar o Universo Marvel

— um velhote judeu, que conhece

os super-heróis desde as suas ori-

gens, e que, por causa disso, me

Banda desenhadaJoão Miguel Lameiras

lembra um pouco o Stan Lee ou o

Julius Schwartz. Ele é uma ligação

aos inícios, mas no meio daqueles

acontecimentos todos, a história

dele continua a ser profundamen-

te humana.”

Nascia assim Marvels: Através da

Objectiva, em que o passado glorio-

so da Silver Age dá lugar a um pre-

sente bem mais sombrio, em que

personagens amorais e violentas

como o Justiceiro, Wolverine, ou o

Motoqueiro Fantasma tornam cada

vez mais ténue a fronteira entre os

heróis e os vilões.

A ingrata tarefa de substituir

Alex Ross fi cou (e bem) nas mãos

de Jay Anacleto, um talentoso ar-

tista de origem fi lipina, que os lei-

tores portugueses conhecem da

série Aria, uma série de fantasia

escrita por Brian Holguin que ob-

teve um êxito imenso e colocou o

nome de Anacleto no mapa. Con-

tando com as cores sombrias de

Brian Haberlin, Anacleto cria um

registo gráfi co que, não sendo tão

espectacular como o de Alex Ross,

se revela perfeitamente adequado

para uma história sombria sobre

uma era sombria.

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Page 52: Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015

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ESCRITO NA PEDRA

“A mais honrosa das ocupações é servir o público e ser útil ao maior número de pessoas”Montaigne (1533-1592), ensaísta e escritor francês

SEX 23 OUT 2015

Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de 100% de capital: Sonaecom, SGPS, S.A. Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Urbanos Press – Rua 1.º de Maio, Centro Empresarial da Granja, Junqueira, 2625-717 Vialonga, Telef.: 211544200 Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Setembro 33.895 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem

Comprado em segunda mão, navio sofrerá transformações e será equipado p32

Belenenses e Sp. Braga também ganharam na Liga Europa p43/44

Mafalda, Calvin, Peanuts ou Quim e Manecas a partir de hoje no Amadora BD p28

O director-geral da Saúde crê que situação no hospital de Gaia está “controlada” p14

Novo navio do país para investigação científica já chegou

Sporting cumpriu o duplo objectivo, ganhar e poupar

Celebrar um bom ano para a BD e as crianças na Amadora

Uso indevido de antibióticos explica surto de bactéria

Amanhã, dia 24, a Organização das

Nações Unidas (ONU) faz 70 anos.

Para assinalar a data, numa parce-

ria com os CTT e este jornal, é dis-

tribuído um postal com o PÚBLICO

desafi ando os leitores a escreverem

à organização.

O postal (que virá, solto, dentro

da Fugas) tem espaço para uma

mensagem livre e, ao lado, uma lis-

ta de áreas em que a ONU tem inter-

venção, pedindo-se a quem enviar o

postal que as “ordene” (numerando-

as de 1 a 10) pela importância que

lhes atribui. A ONU, como é do do-

mínio público e ela própria recor-

da em comunicado a propósito dos

seus 70 anos, intervém em muitas

áreas da sociedade, com actividades

e programas “tais como a vacinação

de crianças, a distribuição de ajuda

alimentar, a assistência aos refugia-

dos, a promoção do trabalho dig-

no, os esforços diplomáticos para

resolução de confl itos, entre muitas

outras”. O desafi o feito aos leitores

é para que estabeleçam, na lista, o

que deve ser prioritário.

O postal, que é distribuído com a

edição do PÚBLICO de amanhã, foi

impresso pelos CTT e tem um dese-

nho exclusivo criado pela secção de

Portugal do Centro de Informação

Regional das Nações Unidas para a

Europa Ocidental. O seu envio não

tem custos (tem porte pago). Basta

Amanhã, os leitores do PÚBLICO estão convidados a escrever um postal à ONU

preenchê-lo e pô-lo no correio. De-

pois de analisadas pelas três entida-

des parceiras, as melhores mensa-

gens serão publicadas no PÚBLICO,

com a resposta do secretário-geral

da ONU, Ban Ki-moon.

O postal e mais pormenores so-

bre a fi losofi a desta campanha vão

ser apresentados hoje numa sessão

de lançamento, às 11h30, pelos três

parceiros da iniciativa: a secção de

Portugal do Centro de Informação

Regional da ONU para a Europa Oci-

dental, os CTT Correios de Portugal

e o jornal PÚBLICO. A sessão decor-

rerá no Palácio Sousa Leal, na Rua

de São José, n.º 20, em Lisboa.

Em comunicado, a ONU apela a

que não deixem de participar nesta

iniciativa, porque “está empenhada

em fazer uma refl exão sobre as li-

ções aprendidas em sete décadas e

em receber contributos para defi nir

a sua acção futura.”

Iniciativas

OPINIÃO

A loucura estabelecida

O dr. Passos Coelho pediu

“celeridade” a Cavaco.

O dr. António Costa

também pediu a Cavaco

“celeridade”. Cavaco não

deu sinais de ter percebido

esta extravagante coincidência.

Perceber nunca foi o forte dele.

Mas, para uma pessoa normal, a

coisa é fácil. Passos Coelho quer

ser indigitado primeiro, para

obrigar o PS e o seu séquito ao

odioso de correr com ele em plena

Assembleia da República. Costa

quer que o odioso de humilhar a

direita fi que para o Presidente.

Se Cavaco acordar a tempo,

Vasco Pulido Valente

indigita Passos Coelho. Se por

acaso se embrulhar na intriga da

“esquerda”, indigita Costa. Para

fazer coro, Catarina Martins vai

dizendo pelos cantos que não

se deve perder tempo com os

deputados e prefere designar

directamente Costa. Ninguém

a ouve, coitada, e, se ela não se

achasse tão importante, era capaz

de chorar.

Na tese de Costa e de Catarina

há um minúsculo defeito: a

escolha de Costa ignora com

entusiasmo a Assembleia da

República. Os deputados são um

rol de roupa suja que os chefes

trazem na carteira. Ganha o rol

maior e o Presidente com toda a

humildade põe o carimbo. Pior

ainda: o Presidente nem sequer

pode examinar o rol e apreciar

o que lhe servem. Nem ele,

nem nós. As negociações do PS

com o PC e o Bloco decorrem à

revelia dos respectivos partidos,

dos deputados, de Cavaco e do

público. A “esquerda” sempre

gostou muito de conversas

secretas, em que se combina o

que se combina, sem interferência

da ralé e sem espécie alguma de

responsabilidade. Felizmente,

a proverbial mansidão do povo

português permite esta política de

corte como no século XVII ou no

século XVIII.

Convém, por isso, que a

“opinião” não se inquiete.

Estamos nas mãos de António,

Catarina e Jerónimo e mais duas

dúzias de ajudantes? Estamos

com certeza em boas mãos. E,

quando chegar o dia miraculoso

da revelação, na Assembleia

da República e já com Costa

a primeiro-ministro, o país

responderá sem dúvida com

cantos de alegria. Claro que, ao

princípio, muito pouca gente

perceberá o que se prepara. Não

interessa: em Bruxelas vivem uns

senhores com uns papéis, a quem

não escapa nada; e são eles que

dispensam o caldo do convento.

Os peritos deste indispensável

ingrediente não concordam com

a data em que ele irá acabar. Seis

meses? Provavelmente um ano?

Com sorte um ano e meio? Essas

contas não deixam de ser muito

divertidas. E seriam mais, se não

acabassem por nos sair do pêlo.

N.R: Este artigo foi escrito antes

da comunicação do Presidente da

República, ontem à noite.

NUNO FERREIRA SANTOS

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