Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015
-
Upload
dilarcascas -
Category
Documents
-
view
158 -
download
0
description
Transcript of Jornal "Público" de 23 de Outubro de 2015
269e4c10-67af-4367-b303-ec0e11cae31e
ANGOLAESFORÇOS DIPLOMÁTICOS NÃO TRAVAM DEGRADAÇÃO DA SAÚDE DE LUATY BEIRÃOMundo, 24/25
Resolução aprovada ontem quer garantir que, em caso de reversão do negócio, o Estado não fi ca com a empresa em pior situação p20
Pessoas presas até 90 dias ainda pagam dez dólares por dia. ONU critica “violação sistemática dos direitos humanos” p26
Fernanda Câncio diz que jornal divulgou conversa falsa e que aproveita informações que os jornalistas obtêm por serem assistentes p10
Governo e banca vão controlar contas da TAP todos os meses
Rep. Checa fecha refugiados em locais sem condições
Ex-namorada de Sócrates processa Correio da Manhã
Cavaco indigita Passos e exclui PCP e BE do poderPresidente coloca nos deputados, que hoje tomam posse no Parlamento, a decisão de garantir a estabilidade, sugerindo que chumbem a moção de rejeição prometida pela esquerda. PS, PCP e BE perto de fecharem acordo parlamentar Destaque, 2 a 8
PEDRO NUNES
Ano XXVI | n.º 9322 | 1,65€ | Directora: Bárbara Reis | Adjuntos: Nuno Pacheco, Pedro Sousa Carvalho, Áurea Sampaio | Directora Internacional e de Parcerias: Simone Duarte | Directora Criativa: Sónia Matos
ISNN:0872-1548
PRÉMIOS 2014JORNAL EUROPEU DO ANOJORNAL MAIS BEM DESENHADO ESPANHA&PORTUGAL
O SR. SILVA VAI PODER VER EM GRANDE A SUA MORTEDOCLISBOA
CINCO SURPRESAS QUE O PS DESCOBRIU NAS CONTAS PÚBLICAS!O INIMIGO PÚBLICO
SEX 23 OUT 2015EDIÇÃO LISBOA HOJE Taxi, de Jafar Panahi Vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim Por + 5€Po de
DVD inédito
PRÉMIOS 2014JORNAL EUROPEUDO ANOJORNAL MAIS BEMDESENHADO ESPANHA&PORTUGG LAALGALAAAALALALALALLALLLGALGGGGAAALAALALAAALALALLALLLLALALALGGAAAAAALALALAALLGALAGGGGAAALGAALALLALLGGGGAAALALLALLGGGGAAAAAALAALLALALALGGAAALAAAALALLGGGGGAAAAAAALALLGGGGAAAAAAAAALLALALLLGGGGAAALALGGGGGAAAAAALLAGGGGGGAAAGAAAALALLLLLGGGGGAAAAAAALLGGGGGGGAAAAAAAALLGGGGGGAAAAALLLGGGGGGAALGGGGGAAAAALLLLL
São muito mais graves as consequências (...) de uma alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas
Mundo, 24/25
2 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
NOVA LEGISLATURA
Presidente indigita Passos Coelho e apela à dissidência dos deputados do PS
O Presidente da República,
Cavaco Silva, indigitou on-
tem como primeiro-minis-
tro o presidente do PSD e
líder da coligação Portugal à
Frente, Pedro Passos Coelho
e, num claro apelo à dissidência, in-
centivou os deputados a que exerçam
a liberdade dos seus mandatos ao
votarem as moções de rejeição de
um programa de Governo anunciadas
pelo BE e pelo PCP.
O apelo do Presidente dirigia-se
aos deputados do PS e foi a forma
de Cavaco Silva, demostrando fron-
tal oposição à hipótese de vir a ser
constituído um Governo com apoio
de partidos antieuro, anti-integração
europeia e anti-NATO. O Presiden-
te não hesitou em declarar: “É aos
deputados que compete decidir, em
consciência e tendo em conta os su-
periores interesses de Portugal, se
o Governo deve ou não assumir em
plenitude as funções que lhe cabem.
Como Presidente da República, as-
sumo as minhas responsabilidades
constitucionais. Compete agora aos
deputados assumir as suas.”
Dramatizando a situação política,
Cavaco recuperou a linha de fronteira
que tinha já estabelecido a 6 de Outu-
bro, para afi rmar que, “fora da União
Europeia e do euro, o futuro de Por-
tugal seria catastrófi co”. Salientou,
aliás, que então pediu que fosse ne-
gociada uma “solução governativa”
que desse “garantias fi rmes de que
respeitará os compromissos inter-
nacionais historicamente assumidos
pelo Estado português e as grandes
opções estratégicas adoptadas des-
de a instauração do regime demo-
crático”, frisando que essas opções
“foram sufragadas pela esmagadora
maioria dos cidadãos nas eleições de
dia 4 de Outubro”.
Cavaco estranhou que “os con-
tactos efectuados entre os partidos
políticos que apoiam e se revêem no
projecto da União Europeia e da zo-
na euro não [tenham produzido] os
resultados necessários para alcançar
uma solução governativa estável e
duradoura”. Uma situação que vê
como “tanto mais singular quanto
as orientações políticas e os progra-
mas eleitorais desses partidos não se
mostram incompatíveis, sendo, pelo
contrário, praticamente convergen-
tes quanto aos objectivos estratégicos
de Portugal”. E lamentou “profun-
damente que, num tempo em que
importa consolidar a trajectória de
crescimento e criação de emprego e
em que o diálogo e o compromisso
são mais necessários do que nunca,
interesses conjunturais se tenham
sobreposto à salvaguarda do supe-
rior interesse nacional”.
Sinalizando para o futuro que não
aceitará dar posse a um Governo do
PS, liderado por António Costa e
apoiado pelo BE e pelo PCP, o Pre-
sidente frisou mesmo que, “em 40
anos de democracia, nunca os go-
vernos de Portugal dependeram do
apoio de forças políticas antieurope-
ístas” que “defendem a revogação do
Tratado de Lisboa, do Tratado Orça-
mental, da União Bancária e do Pacto
de Estabilidade e Crescimento, assim
como o desmantelamento da União
Económica e Monetária e a saída de
Portugal do euro, para além da disso-
lução da NATO, organização de que
Portugal é membro fundador”.
E argumentou com o momento
que Portugal vive, depois da saída
da troika, afi rmando: “É o pior mo-
mento para alterar radicalmente os
fundamentos do nosso regime de-
mocrático, de uma forma que não
corresponde sequer à vontade demo-
crática expressa pelos portugueses
nas eleições” de 4 de Outubro.
Lembrando que o Presidente tem
o poder discricionário de nomear
o Governo, afi rma que é seu dever,
forças políticas, garantias de uma so-
lução alternativa estável, duradoura
e credível”. O Presidente fez questão
de referir ainda que se escudava no
passado para justifi car a decisão,
explicando que seguiu “a regra que
sempre vigorou” em Portugal em 40
anos de democracia: “Quem ganha
as eleições é convidado a formar
Governo pelo Presidente da Repú-
blica”. Lembrando mesmo que o fez
também quando, em 2009, o PS teve
maioria relativa.
“Passos vai cair”, diz PSA esquerda reagiu a uma só voz: a
opção de Cavaco não é pela estabi-
lidade, como tem defendido, mas
pela “instabilidade” e não teve em
consideração as negociações que os
Cavaco acusa partidos de obedecerem a “interesses conjunturais” e considera mais graves as consequências de uma alternativa “claramente inconsistente sugerida por outras forças”, aludindo ao eventual acordo entre PS, BE e PCP
São José Almeida “É aos deputados que compete decidir, em consciência (...) se o Governo deve ou não assumir em plenitude as suas funções”
“tudo fazer para impedir que sejam
transmitidos sinais errados às insti-
tuições fi nanceiras, aos investidores
e aos mercados, pondo em causa a
confi ança e a credibilidade externa
do país que, com grande esforço, te-
mos vindo a conquistar.” E alerta:
“Devo, em consciência, dizer aos
portugueses que receio muito uma
quebra de confi ança das instituições
internacionais nossas credoras, dos
investidores e dos mercados fi nancei-
ros externos. A confi ança e a credi-
bilidade do país são essenciais para
que haja investimento e criação de
emprego.”
Não fugindo ao problema que se
colocará se for aprovada uma moção
de rejeição ao programa de Governo
no Parlamento, o Presidente afi rmou
que “o Governo formado pela coliga-
ção vencedora pode não assegurar
inteiramente a estabilidade política
de que o país precisa”, consideran-
do, no entanto, “serem muito mais
graves as consequências fi nanceiras,
económicas e sociais de uma alterna-
tiva claramente inconsistente sugeri-
da por outras forças políticas”.
Referindo-se assim ao anunciado
acordo que está a ser negociado pelo
PS, o BE e o PCP, Cavaco sustentou
que, “aliás, é signifi cativo que não
tenham sido apresentadas, por essas
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | DESTAQUE | 3
partidos à esquerda têm feito com
vista a uma solução governativa al-
ternativa.
O socialista João Soares antecipou
a votação do PS numa futura moção
de rejeição ao programa do Gover-
no: “Inevitavelmente, Passos Coelho
vai cair”. Isto depois de classifi car
o anúncio presidencial como uma
“contradição com tudo o que dis-
se”, lembrando que Cavaco tinha
avisado que não daria posse a um
Governo que não apresentasse uma
solução estável e duradoura. Soa-
res afi rmou lamentar e estranhar
a decisão: “Introduz um factor de
complexidade numa situação que
já era complexa”.
Pelo Bloco de Esquerda, Pedro Fi-
lipe Soares defendeu que Portugal
precisava de um Presidente “res-
ponsável” que “não fi zesse o país
perder tempo”. Para o bloquista, a
decisão de Cavaco põe à vista a sua
preferência político-partidária, a sua
“costela de direita”, e de defesa dos
partidos (PSD e CDS) que “perderam
a maioria” nas eleições legislativas e
“perderam a legitimidade para conti-
nuar a governar”. Pedro Filipe Soares
reiterou o que o Bloco vem dizendo:
que rejeitarão um Governo de direi-
ta que acabará por ter pouco tem-
po “de vida”. A mesma garantia foi
PEDRO NUNESCavaco Silva deixou subentendido que não está disposto a dar posse a um Governo apoiado pelo PCP e pelo BE
sublinhada pelos comunistas, com
João Oliveira a garantir uma moção
de rejeição ao programa de Gover-
no no Parlamento. Na sua opinião,
a decisão de Cavaco Silva é “inacei-
tável” e não respeita a “vontade dos
portugueses”. E acusou Cavaco de
ter uma “postura de confronto” e de
“desrespeito” pela Constituição da
República Portuguesa.
No pólo oposto, Marco António
Costa, porta-voz do PSD, apelou ao
“sentido de responsabilidade” do PS
na Assembleia da República. Para a
“manutenção das condições de esta-
bilidade do Governo e a manutenção
da confi ança” é “indispensável que
seja possível contar com o sentido
de responsabilidade daqueles que,
no arco parlamentar, sempre esti-
veram coincidentes com as grandes
causas nacionais”, defendeu. E lem-
brou que, se não há uma solução de
Governo “estável”, a culpa é do PS,
que não a quis oferecer.
Pelo CDS, Nuno Melo congratulou-
se com a decisão de Cavaco Silva:
“Indigitar quem venceu é um acto
normal em democracia e optar por
quem perdeu é que seria estranho”,
disse. E, tal como o Presidente e o
PSD, apelou também aos deputados
que garantam a “estabilidade” ao pa-
ís. com N.S.L., S.R. e M.J.L.
O QUE ELES DIZEM
“Inevitavelmente, Passos Coelho vai cair”João SoaresPS
“O país precisava de um Presidente responsável que não fizesse o país perder tempo e não se comportasse como se estivesse dependente da sua costela de direita, particularmente de apoio a PSD/CDS”Pedro Filipe SoaresBE
“[A decisão do Presidente] traduz uma postura de confronto e de desrespeito pela Constituição”
João OliveiraPCP
“Se até agora não foi possível encontrar essa disponibilidade do PS, que no âmbito da responsabilidade parlamentar seja possível encontrar a estabilidade que não foi até aqui encontrada nas negociações”Marco António CostaPSD
“Indigitar quem venceu é um acto normal em democracia e optar por quem perdeu é que seria estranho”Nuno MeloCDS
Depois de um dia sem reu-
niões, ontem houve dose
dupla no Parlamento. O PS
reuniu-se com o PCP e com
o BE. Com os comunistas, a
reunião serviu para alguns
“avanços” negociais. Com o BE já se
discutiu um documento escrito. E é
esse documento, que ainda sofreu
alguns acertos, que tanto o PS como
o BE vão continuar a discutir, mas já
sem recurso a novos encontros de
negociação. Segundo fontes dos dois
partidos, tudo pode fi car fechado
“muito rapidamente”.
Com o PCP ainda há matérias em
debate. Por isso os dois partidos
acordaram marcar uma nova reu-
nião negocial.
O cenário mais provável, nesta al-
tura, é o de um acordo de incidên-
cia parlamentar, assinado a três. Isso
mesmo terá sido adiantado aos depu-
tados do PS por António Costa, numa
reunião do grupo parlamentar que
teve lugar à tarde. O que corrobora
as indicações que existiam até ago-
ra: essa era a solução preferida pe-
las fontes do PCP e do BE ouvidas
pelo PÚBLICO ao longo dos últimos
dias; mas havia ainda outro facto
que apontava nesse sentido, que
era a inexistência de qualquer outro
cenário. Nunca esteve em cima da
mesa das negociações qualquer pro-
posta de um Governo de coligação.
Por isso, os três partidos acorda-
Acordo parlamentar entre PS, PCP e BE mais próximo
ram estabelecer formas de ligação
permanente e a criação de grupos
de trabalho tripartidos para acompa-
nhar os principais sectores da gover-
nação. E devem assinar um documen-
to sobre as condições em que a viabi-
lização do Governo do PS é, ou não,
possível. Se o Governo, em algum
momento, inverter a lógica de repo-
sição dos salários e pensões, e im-
puser medidas de austeridade sobre
os rendimentos, o acordo termina.
Os partidos à esquerda do PS com-
prometem-se, por seu lado, a não
questionar os compromissos inter-
nacionais. Sobretudo a manterem
presente que a margem orçamental
do Governo é aquela que resulta dos
tratados da UE.
A plataforma comum aos três par-
tidos, como o PÚBLICO já adiantou,
é a manutenção de pensões e salá-
rios. Este “programa mínimo” deve
garantir condições de “duração” ao
executivo, o que permite a António
Costa argumentar que dispõe de uma
maioria “estável” no Parlamento.
Mas depois da intervenção do
Presidente da República, é natural
que os três partidos venham agora
a acordar, também, uma estratégia
comum para o debate do programa
do Governo liderado por Pedro Pas-
sos Coelho. PCP e BE têm defendido
que a oposição de esquerda se deve
juntar numa moção única que rejeite
o programa, provocando com isso
a queda do Governo que ontem à
noite Cavaco Silva indigitou Passos
para formar.
Paulo Pena
DANIEL ROCHA
Negociações entre PS e BE estão adiantadas, dizem fontes partidárias
4 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
NOVA LEGISLATURA
Costa apresenta César como “n.º 2 do Governo” no Parlamento
Ferro Rodrigues para Presidente
da Assembleia da República e
Carlos César para líder parla-
mentar. A reunião da bancada
socialista com o secretário-
geral, António Costa, serviu
ontem para que este apresentasse
aos seus deputados as suas escolhas
para a legislatura que hoje inicia os
seus trabalhos. Ambas as propostas
foram recebidas com aplausos pela
bancada.
A opção por Carlos César foi justi-
fi cada pelo secretário-geral, durante
o encontro realizado no Parlamento,
com a visão que apresentou sobre
os próximos quatro anos. Costa ex-
plicou que via o líder parlamentar
como o “nº 2 do Governo”, devido
à “forte incidência parlamentar” que
um eventual executivo por si lidera-
do teria de assumir. Nesse ambiente,
concretizou Costa, o líder da banca-
da teria de ter uma “função comple-
tamente diferente” da dos mandatos
anteriores, muito mais focado em ne-
gociações com as outras forças políti-
cas representadas no Parlamento.
Na reunião que antecedeu a comis-
são política do PS, António Costa fez
o balanço das negociações para as
quais o seu partido o mandatou. Ao
que o PÚBLICO apurou os deputados
questionaram o líder sobre o proces-
so, sem que o tom fosse de afronta.
O secretário-geral foi, por exemplo,
questionado sobre a possibilidade
da inclusão de comunistas ou blo-
quistas no executivo. Ao que Costa
respondeu que o processo estava
ainda no âmbito das questões polí-
ticas e que, assim, ainda não se tinha
ainda sequer debatido a concretiza-
ção institucional do possível acordo
entre o PS e os outros dois partidos
da esquerda.
De acordo com relatos vindos
da sala, o líder socialista deu conta
do “vazio total” que foram os en-
Nuno Sá Lourenço
PEDRO NUNES
Ouviram-se pedidos de referendo interno na comissão política do PS
Na reunião com a sua bancada, o secretário-geral do PS pouco adiantou sobre as negociações à esquerda
contros com a coligação, enquan-
to as reuniões com os partidos da
esquerda“estavam a correr bem”.
Durante a reunião com os deputa-
dos, Costa não estabeleceu sequer
um prazo para o fi m das reuniões em
curso com o PCP e o BE.
Entretanto, no arranque da comis-
são política do PS, o representante
da corrente sindical socialista na CG-
TP, Carlos Trindade, fez questão de
manifestar o apoio “completo e total”
do seu conselho nacional em relação
a um Governo de esquerda. Trindade
classifi cou a procura do acordo com
PCP e BE como a manifestação da
“posição autónoma e estratégica” do
PS e que “uma outra solução levaria a
convulsões internas dentro do PS”.
Mas o ex-membro do secretaria-
do de Seguro, António Galamba, as-
sumiu à mesma hora uma posição
diametralmente oposta. “Tenho de-
fendido há muito que quem ganha
eleições deve governar”, disse o so-
cialista antes de adiantar que estava
à espera de “informações em con-
creto” do líder do seu partido sobre
as negociações à esquerda.
Antecipava-se por isso que a reu-
nião da comissão política viesse a ser
debatida a forma como o PS deveria
decidir os próximos passos a tomar.
O ex-deputado e ex-líder distrital
Vítor Ramalho defendeu que uma
“alteração política” do nível da que
estava em cima da mesa tornava “in-
dispensável ouvirem-se os militan-
tes”. Na mesma linha, Álvaro Beleza
sustentou que o PS devia convocar
uma comissão nacional e até mesmo
convocar um referendo.
Em uníssono, todos se mostraram
interessados em ouvir o que Costa
tinha para dizer sobre a sua “solu-
ção de Governo estável”. Aí, Álvaro
Beleza — ex-membro do secretariado
de Seguro que defendeu logo após as
eleições que o PS devia manter-se na
oposição — admitiu encarar a possi-
bilidade de um Governo de esquer-
da, na eventualidade do “PCP e BE
aceitarem o essencial do programa
do PS”.
Mas antes disso, o PS tem outras
batalhas pela frente. A eleição do lí-
der parlamentar deverá realizar-se
para a próxima semana. César deve-
rá aproveitar esse intervalo de tempo
para convidar os vices que o acompa-
nharão no comando da bancada.
Já hoje, o nome de Ferro Rodrigues
irá a votos na eleição para Presiden-
te do Parlamento (ver pág.6). O ex-
secretário-geral do PS disse esperar
um “consenso alargado” em torno
do seu nome para ser eleito para
depois poder “prestigiar a demo-
cracia”. “Espero poder contribuir
para o prestígio do parlamento, pa-
ra o prestígio da democracia, num
quadro de tendência de valorização
do trabalho de todos os deputados,
independentemente dos partidos
que representam”, disse o último
líder parlamentar do PS.
Portugal esteve, por estes dias,
no centro das atenções dos
grandes partidos europeus
e com algum azedume à
mistura. Com o congresso
do Partido Popular Europeu
(PPE) a decorrer em Madrid, a direita
europeia teve palco para replicar, em
várias línguas, os argumentos pelos
quais Passos Coelho devia assumir
o Governo.
Na quarta-feira, o presidente do
PPE, Joseph Daul, comparou mesmo
Portugal à Grécia e acenou com a
ameaça de um novo resgate. A res-
posta do Partido Socialista Europeu
(PSE) veio ontem à tarde por comu-
nicado: as “palavras” de Daul são
“irresponsáveis, não respeitam os
princípios básicos da democracia e
são uma tentativa de causar medo
e de manipular a opinião pública”.
Isto tudo ainda antes de se saber que
o Presidente da República indigita-
ria Passos Coelho como primeiro-
ministro.
Em Madrid, a mensagem não mu-
dou. “O povo português tem feito um
esforço muito grande... seria uma pe-
na retroceder agora,” disse logo de
manhã o primeiro-ministro espanhol,
Mariano Rajoy, que enfrenta eleições
em Dezembro e teme que algo seme-
lhante aconteça no seu país. “Seria
a primeira vez na história da demo-
cracia de Portugal que o partido que
ganhou as eleições não governará”,
disse Rajoy sobre a possibilidade de
uma coligação de esquerda vir a go-
vernar em Portugal.
À tarde, a chanceler alemã Angela
Merkel disse esperar que Pedro Pas-
sos Coelho consiga formar Governo,
“tendo em conta os resultados elei-
torais” em Portugal, e elogiou o tra-
balho do atual primeiro-ministro ao
longo da legislatura. “Enfrentamos
situações difíceis na Irlanda, Espa-
nha e Portugal. O nosso companhei-
ro Pedro [Passos Coelho] não pode
estar hoje aqui presente, mas tendo
em conta o que foram os resultados
eleitorais, espero que consiga ter êxi-
to a formar Governo”, disse.
Várias vozes defenderam o mesmo
e uma delas foi a do ex-presidente
da Comissão Europeia Durão Bar-
roso, para quem Portugal não pode
“brincar com o fogo”, nem colocar
“em risco” os “sacrifícios que foram
feitos”.
Por seu lado, o PES “condena” as
declarações dos dirigentes do PPE
sobre o processo de formação de Go-
verno em Portugal. “A família socia-
lista mantém-se unida com António
Costa e o PS português e apoia plena-
mente os seus esforços para formar
um governo estável em Portugal que
permita ao país entrar num novo ru-
mo no que respeita ao emprego e ao
crescimento económico”, lê-se no
comunicado.
Para o PES, “os eleitores portugue-
ses foram muito claros” no sufrágio
de 4 de Outubro, tendo resultado
uma “forte maioria (62 %) contra as
políticas de austeridade dos últimos
quatro anos”. Por isso, entendem, “é
agora tarefa do parlamento portu-
guês criar as condições necessárias
para um governo estável apoiado por
uma forte maioria no parlamento”.
O PES entende ser “evidente” que a
coligação de direita (PSD e CDS) não
está em condições de alcançar esta
maioria e que António Costa e o PS
são “a única força política que pode
obter” o apoio político de outros par-
tidos no parlamento português.
Populares e Socialistas europeus trocam argumentos por causa de Lisboa
Maria João Lopes e Sílvia Amaro, em Madrid
Merkel disse em Madrid desejar que Passos forme Governo
10é o número de dias de que o executivo dispõe, após tomar posse, para apresentar o programa de Governo na AR
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 5
Prova dos factos
Fomos verificar uma afirmação feita por António Barreto na RTPA perguntaÉ verdade que nunca um partido comunista governou em democracia?
A frase“Em 100 anos, nunca vi um partido comunista no poder que governasse com eleições livres, com partidos políticos, com liberdade de expressão, sem exilados, sem presos políticos”António Barreto, RTP3
O contextoAntónio Barreto argumenta, neste trecho, que nunca, no último século, um partido comunista chegou ao poder através de eleições democráticas ou, tendo-o feito, que dessa ascensão ao poder não tenha resultado uma limitação da democracia. António Barreto, sociólogo, ex-presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, enumera as características de uma democracia (eleições, partidos políticos, liberdade de expressão) e as limitações às liberdades que resultariam da presença no governo de forças comunistas (exilados, presos políticos). Barreto pensava, possivelmente, nas características dos governos comunistas que, na segunda metade do século XX, instauraram regimes repressivos das liberdades no Leste da Europa, na então URSS (Rússia e restantes países da Ásia Central) e na China.
Mas não foi exactamente isso que afirmou. E contra essa sua afirmação há outras evidências.
Os factosNo regime presidencialista de Chipre, um dos membros da União Europeia (UE, por si, só uma caução de valores democráticos), o AKEL, Partido
Comunista de Chipre, venceu as eleições presidenciais de 2008, fazendo de Dimitris Christofias o Presidente até 2013, com assento no Conselho Europeu e tendo mesmo assumido, na segunda metade de 2012, a presidência rotativa da UE.
Mas não é caso único na UE. O Partido Comunista de França esteve várias vezes no Governo. A última das quais entre 1997 e 2002, indicando dois ministros no executivo liderado pelo socialista Lionel Jospin, durante a presidência do conservador Jacques Chirac. Já o fizera em governos de François Mitterrand (1981-1986). E mais atrás: 1936, 1945 e 1946, dando início, aliás, ao conceito de “frente popular” aplicado às alianças entre socialistas e comunistas. O mesmo se passou em Espanha, onde uma coligação deste tipo governou até à vitória das forças de Francisco Franco na Guerra Civil em 1939, há 76 anos.
Voltando ao passado muito recente e à UE, o Partido Comunista da Dinamarca integra a Aliança Verde Vermelha que apoiou o primeiro Governo da social-democrata Helle Thorning-Schmidt entre 2011 e 2014. E na Grécia, onde os comunistas são refractários a entendimentos até com a esquerda radical (Syriza), há uma experiência governativa
que os incluiu em 1989.Na Áustria, no Luxemburgo
e na Finlândia, os comunistas chegaram ao Governo logo após a II Guerra Mundial, através de eleições. Em Helsínquia, o comunista Mauno Pekkala (1946-48) foi Presidente.
Fora da Europa, basta lembrar dois exemplos: o PC do Brasil tem 57 prefeitos (presidentes de câmara) eleitos e faz parte da coligação que elegeu Lula e Dilma para o Planalto. Há 40 anos, o PC do Chile, que hoje tem cinco governadores estaduais, fez parte do Governo da Unidade Popular (1970-1973) liderado por Salvador Allende.
E um último exemplo, que junta duas curiosidades: o estado alemão da Turíngia tem um ministro-presidente comunista. Bodo Ramelow, do partido Die Linke (que junta o antigo partido comunista da Alemanha de Leste, o PDS, com outros sectores de esquerda), ficou em segundo lugar nas eleições estaduais de 2014, atrás da candidata conservadora da CDU, o partido de Merkel. Através de uma aliança com o SPD (socialista) e os Verdes Ramelow formou um Governo de coligação maioritário do Parlamento estadual.
Em nenhum destes exemplos há suspeitas da supressão de liberdades individuais, direitos políticos ou repressão.
Em resumoAo contrário do que afirma António Barreto, a verdade é que há vários exemplos de partidos comunistas no poder que governaram “com eleições, com partidos políticos, com liberdade de expressão, sem exilados, sem presos políticos”.Paulo Pena
SIM TALVEZ NÃO
6 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
NOVA LEGISLATURA
Asessão plenária de estreia
desta legislatura vai ser
palco da primeira disputa
entre esquerda e direita,
com a eleição do novo
presidente da Assembleia da
República (AR) esta tarde. Fernando
Negrão, com o apoio do PSD/CDS, e
Eduardo Ferro Rodrigues, defendido
pela esquerda, são os candidatos.
Mas admite-se que nenhum passe
à primeira volta e que seja preciso
uma segunda votação.
Fernando Negrão, que presidiu
à comissão de Assuntos Constitu-
cionais e à comissão de inquérito
ao BES/GES na legislatura que ter-
minou, é o nome que a coligação
PSD/CDS considera mais forte — foi
ontem à noite apreciado pela comis-
são política dos sociais-democratas
— para tentar ir buscar alguns votos
à esquerda e assim ultrapassar a mi-
noria de deputados que PSD e CDS
somam. As duas bancadas da direita
somam 107 votos, faltando nove pa-
ra os 116 exigidos para a eleição.
Já à esquerda, PS, PCP, PEV e BE
vão tentar assegurar a vitória de
Ferro Rodrigues, que até agora era
líder parlamentar dos socialistas. Só
que a eleição é feita por voto secre-
to e várias fontes contactadas pelo
PÚBLICO admitiam ontem que o
antigo ministro e secretário-geral
socialista podia não ser eleito. Caso
haja uma segunda volta, a coligação
PSD/CDS deverá manter o mesmo
candidato.
À saída da reunião de ontem do
grupo parlamentar com Costa, Ferro
disse contar ter “um apoio alarga-
do” para ser eleito, porque pretende
contribuir, nestes “momentos com-
plexos que a democracia nunca ti-
nha vivido”, para o “prestígio” do
Parlamento.
O nome do presidente da AR que
vai a votos é habitualmente propos-
to pela força política mais votada —
PEDRO NUNES
Ferro Rodrigues e Fernando Negrão disputam presidência da Assembleia da RepúblicaDeputados eleitos a 4 de Outubro iniciam hoje funções. Mais de um terço são estreantes na política parlamentar. Vão apresentar-se aos cidadãos através de um vídeo, gravado para o site da Assembleia
que foi a coligação PSD/CDS, embora
sem maioria absoluta de deputados
—, mas o PS considera que o candida-
to deve, desta vez, sair da esquerda
parlamentar, por esta somar mais
deputados. O argumentário é idên-
tico ao usado para a formação de
Governo. Nas conversações entre o
PS e a coligação, a questão da elei-
ção dos órgãos internos e externos
da Assembleia da República constava
da proposta que a direita colocou em
cima da mesa, mas, tal como acon-
teceu com todos os outros pontos,
nada foi acordado.
Um terço de estreantesA sessão desta manhã marca tam-
bém o arranque de uma nova fase
na vida de um terço dos deputados
— são estreantes no Parlamento e boa
parte deles é-o até na política. Luís
Ribeiro, o mais novo deputado desta
legislatura, ainda anda a descobrir os
corredores. Para si, a enorme esca-
daria exterior não tem segredos — ali
organizou várias manifestações de
estudantes nos últimos anos. Agora
que, com apenas 22 anos, passou pa-
ra o lado de dentro, quer fazer por
não esquecer o que o levou a integrar
as listas (pela segunda vez) do Blo-
co pelo Porto. Franzino, de sotaque
cerrado, barba, piercing na narina
e cabelos longos, Luís diz esperar
“representar os que não têm voz,
que perderam o emprego, não têm
dinheiro para as propinas ou o meio
milhão que emigrou”. A dividir casa
com outro bloquista (Moisés Ferrei-
ra), vai dividir-se entre o Parlamento,
nos dias úteis, o activismo, ao fi m-de-
semana, e a dissertação em Museo-
logia, quando puder.
Ontem à tarde a maior parte dos
deputados tratou das burocracias.
Há muita papelada para preencher,
fotos para tirar e até a novidade de
uma videobiografi a que fi cará dis-
ponível no site do Parlamento. No
vídeo, os deputados apresentam-
se, falam sobre os seus interesses
pessoais, dizem como vêem a vida
política ou o que quiserem, porque
não há guião. No saco de papel que
lhes entregaram na altura do registo,
todos os deputados receberam uma
Constituição da República Portugue-
sa, uma colectânea parlamentar, o
regimento da Assembleia e um Tra-
tado de Lisboa, a que se soma pape-
lada sobre os serviços internos do
Parlamento.
Ana Rita Bessa, estreante pelo CDS
e especialista na área da educação,
tem uma “expectativa muito aber-
ta” sobre o trabalho dos deputados
— vem “tão preparada como impre-
parada”, admite. Mas tem a certeza
de que os “tempos politicamente in-
teressantes que se adivinham” vão
exigir de si uma “aprendizagem mais
rápida e muito mais trabalho”.
Tempos que, diz também Paulo
Trigo Pereira, o economista e fi sca-
lista eleito nas listas do PS, exigirão
“muito mais trabalho parlamentar
qualquer que seja a solução governa-
tiva — mesmo no caso que se afi gura
mais provável, com o PS no executi-
vo e o apoio do PCP e Bloco” na AR.
Por isso, “tem que haver uma grande
coesão das bancadas destes três par-
tidos — porque se as coisas não corre-
rem bem, a alternativa é muito pior”.
Embora admita que “não vai ser fá-
cil”, defende que a receita tem que
assentar em três pilares: “abertura;
transparência; e informação” — uma
fi losofi a que o tornou conhecido nos
comentários televisivos.
Até o edifício precisou desta vez
de se adaptar aos novos deputados.
Para o eleito do Bloco que se desloca
em cadeira de rodas foram coloca-
das mais rampas em várias escadas;
para o deputado do PAN foi preciso
arranjar um novo gabinete; e foi ne-
cessário mudar o gabinete de um dos
vice-presidentes da Assembleia, que
pertencia ao PCP e que agora passa
para o Bloco.
Maria Lopes e Sofia Rodrigues
Os 230 deputados, sem distinção, receberam exemplares da Constituição e do Tratado de Lisboa
O nome do novo presidente da AR é habitualmente proposto pela força política mais votada, que foi a coligação PSD/CDS, mas sem maioria absoluta. Por isso, também aqui o PS considera que o candidato, desta vez, deve sair da esquerda
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | DESTAQUE | 7
Socialistas da CGTP: PS com direita traria “problemas”
Numa resolução em que dá
“total apoio” ao secretário-
geral do PS, António Costa,
na “procura de uma solução
governativa das esquerdas”,
a corrente sindical socialista
da CGTP-IN argumenta que “qualquer
solução política que levasse o PS a
apoiar um governo assumidamente
de direita que realizou e pretende
continuar a realizar uma política
de direita, não só seria contra-
natura” ideologicamente, “como
demonstraria que o PS tinha perdido
a sua autonomia estratégica na
sociedade, o que, a prazo mais
ou menos curto, criaria graves
problemas internos na coesão do
próprio partido”.
Sabem que uma solução à esquer-
da “não é fácil, nem simples”, mas
“é o único caminho coerente para
concretizar os valores de esquerda
do PS” e “criar as condições políticas
sufi cientes para que Portugal reto-
me o desenvolvimento económico
e o progresso social”. Por isso, dis-
ponibilizam-se “para continuar, no
âmbito das suas funções enquanto
Maria João Lopessindicalistas e mantendo a sua auto-
nomia, a apoiar fi rmemente as po-
sições políticas do PS e do secretá-
rio-geral em direcção a um governo
estável” que una as esquerdas.
Para o conselho nacional de co-
ordenação da corrente sindical
socialista da CGTP-IN, “a perda da
maioria absoluta pela direita [nas
eleições legislativas] signifi ca que
o povo, especialmente os trabalha-
Empresários defendem solução que garanta “estabilidade” e mandato para uma legislatura
dores e trabalhadoras, rejeita fron-
talmente a política de austeridade
e de empobrecimento geral prati-
cada pelo PSD-CDS durante o seu
governo”.
CIP insiste na “estabilidade”Também ontem, o presidente da
Confederação Empresarial de Portu-
gal (CIP), António Saraiva, defendeu
uma solução que garanta “estabili-
dade” para os empresários, “previ-
sibilidade, para que seja promovi-
do o investimento e respeito pelos
compromissos internacionais, para
que seja mantida a confi ança”. An-
tónio Saraiva escusou dizer se prefe-
re um governo liderado pela coliga-
ção ou de esquerda, argumentando
que a opção dos empresários é que,
“num quadro de estabilidade parla-
mentar”, o “futuro governo tenha
condições” para que o país possa
ter “quatro anos de reforço da me-
lhoria que temos vindo a sentir”. E
acrescentou: “Sabemos que o PS,
nestes 40 anos de democracia que
levamos, já deu provas de que é um
partido europeísta, responsável, por
isso saberá, nas várias composições
que eventualmente se possam vir a
desenhar, acautelar estes princípios.
(...) Não estamos amedrontados.”
Questionado sobre se há condi-
ções para que haja um aumento do
salário mínimo nacional, afi rmou
que “os salários não se devem au-
mentar por decreto”. com Lusa
Os empresários não estão “amedrontados” com o cenário de um Governo de esquerda, diz António Saraiva
O PS já deu provas de que é um partido europeísta, responsávelAntónio SaraivaPresidente da CIP
no letivo inscrições abertas
8 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
NOVA LEGISLATURA
O candidato à Presidência da
República António Sampaio
da Nóvoa declarou ontem
— horas antes de conhecer
a decisão de Cavaco Silva —
que seria “absolutamente
impensável” que o Presidente
não desse posse a um Governo de
maioria no Parlamento, fosse “de
esquerda, de direita ou de centro”.
E elogiou todos os partidos que ao
longo destes dias “têm procurado
formas de entendimento, formas
de diálogo”.
“Não vejo que haja nenhuma pos-
sibilidade no nosso regime consti-
tucional de não dar posse a um Go-
verno que tenha uma maioria par-
lamentar. Uma maioria parlamentar
representa uma maioria de decisões
e de votos dos portugueses, repre-
senta uma maioria da vontade dos
portugueses e seria absolutamente
impensável que um Governo desses
não fosse empossado”, sublinhou
Sampaio da Nóvoa, no Porto, em
declarações aos jornalistas pouco
antes de o Presidente da República
comunicar ao país a sua decisão re-
lativamente ao novo Governo.
À entrada da Faculdade de Arqui-
tectura da Universidade do Porto,
onde participou na conferência Co-
nhecimento, Cidadania e Desenvolvi-
mento, o ex-reitor da Universidade
de Lisboa disse estar a “acompanhar
com muita atenção estes dias”, que
considerou “muito interessantes”
para a democracia e para a política
em Portugal”. E aproveitou para dei-
xar uma palavra de “muito estímulo
e de muito reconhecimento a todos
os partidos que ao longo destes dias
têm procurado formas de entendi-
mento, formas de diálogo”. “Este é
disse-o, muitas vezes, o tempo dos
partidos, é o tempo da democracia,
é o tempo da política”.
“Temos que registar esse esforço Sampaio da Nóvoa reuniu apoiantes em conferência no Porto
FERNANDO VELUDO/NFACTOS
Margarida Gomes
“Absolutamente impensável não empossar um Governo com maioria na AR”, diz Nóvoa
Horas antes de conhecer a decisão de Cavaco, o candidato advertiu que “em democracia não se pode excluir nenhuma possibilidade e que devemos estar preparados para responder às exigências do momento”
tura que não tinha tido nos últimos
anos, nas últimas décadas”, afi r-
mou, reafi rmando que daria “sem-
pre posse a um Governo que tivesse
maioria parlamentar”. “E nem me
parece que possa ser de outra ma-
neira, seja um Governo de esquerda,
um Governo de direita, um Governo
de centro”, acrescentou.
Questionado sobre as negociações
que têm estado a decorrer à esquer-
da, o ex-reitor revelou que tem olha-
do “com muito interesse no sentido
em que tudo o que sejam aberturas
da democracia são positivas”. “O
pior que nos pode acontecer sem-
pre em democracia é o fechamen-
to, é fecharmos as nossas opções
ou em lógicas de inevitabilidade,
ou em lógicas sempre das mesmas
políticas, ou em lógicas em que não
há verdadeiras alternativas”, frisou.
Para concluir que, “sempre que se
abre uma nova possibilidade, sem-
pre que se abre uma alternativa,
sempre que se abre a democracia,
sempre que se abre o leque de pos-
sibilidades, isso é bom para a de-
mocracia e os partidos estarão lá
para representar os portugueses e
para escolher o que é melhor para
o futuro de Portugal”.
O candidato Sampaio da Nóvoa
recebeu o apoio do Movimento In-
tervenção e Cidadania/Porto. Al-
gumas das fi guras que integram o
MIC/Porto, como Rui Feijó, antigo
vereador do PS na Câmara do Por-
to, participaram na conferência.
No auditório estavam muitas caras
conhecidas que foram à Faculdade
de Arquitectura apoiar o candidato
presidencial. O geógrafo Álvaro Do-
mingues, o arquitecto Alexandre Al-
ves da Costa, o professor da Univer-
sidade do Minho António Cândido
Oliveira, Ricardo Magalhães, que foi
secretário de Estado dos Recursos
Naturais, quando Elisa Ferreira era
ministra do Ambiente. A eurode-
putada também esteve na sala e fez
uma intervenção.
que os partidos têm feito no sentido
de conseguir soluções para o Gover-
no, para a estabilidade política em
Portugal”, destacou, sublinhando
que “a democracia tem um tempo
e isso é uma das coisas mais impor-
tantes que nós devemos perceber”.
Frisando que “a política não se faz
instantaneamente, necessita de di-
álogo, necessita de conversa, ne-
cessita de ponderação”, Sampaio
da Nóvoa pediu serenidade e uma
enorme confi ança nos partidos. É
totalmente compreensível que haja
esse tempo da ponderação, e esse
tempo da decisão”.
Aguardado por algumas dezenas
de pessoas, o candidato evitou tra-
çar cenários relativamente a um
futuro executivo e recordou que
deve ter sido a “única pessoa” que,
mês após mês, desde a candidatu-
ra, “disse sempre, quando o senhor
Presidente da República falou de
maiorias absolutas e depois quan-
do falou de maiorias parlamentares,
que admitia todas as possibilidades.
Em democracia, não se pode excluir
nenhuma possibilidade e devemos
estar preparados para, na altura cer-
ta, responder ao que são as exigên-
cias do momento”.
“Está-se a verifi car agora que era
preciso abrir o leque das nossas pos-
sibilidades, que era preciso pensar a
nossa democracia numa outra aber-
“Sempre que se abre o leque de possibilidades, isso é bom para a democracia, e os partidos estarão lá para representar os portugueses”
A VIA VERDEANDA CONSIGO
A Via Verde está cada vez mais ligada à vida dos portuguesese vai andar consigo em todo o lado. É um novo mundo de mobilidade em que cada quilómetro de autoestrada se vai transformar em quilómetros de ofertas e vantagens para si e para a sua família. Registe-se já em viaverde.pt e aceda aos novos serviços e parceiros que fazem parte do novo mundo Via Verde.
FAÇA DOWNLOAD DA APP VIA VERDE
Available on theApp Store
viaverde.ptENTRE NO MUNDO
10 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
Ex-namorada de Sócrates processa jornal por divulgar conversas falsas
Fernanda Câncio, jornalista do Diário de Notícias, diz que a informação é falsa e acusa o jornal Correio da Manhã de aproveitar informações que os jornalistas conseguem por serem assistentes no processo
NUNO FERREIRA SANTOS
Advogados de Sócrates admitem apresentar providência cautelar para impedir divulgação de notícias sob segredo de justiça
A jornalista Fernanda Câncio, do
Diário de Notícias, decidiu proces-
sar o Correio da Manhã pela divul-
gação de conversas gravadas no
âmbito da Operação Marquês e que
envolvem a própria jornalista, que
foi namorada de José Sócrates, e a
mulher de Carlos Santos Silva, ami-
go do ex-primeiro-ministro e tam-
bém arguido no mesmo processo.
Segundo Fernanda Câncio, além de
as notícias violarem o segredo de
justiça, são também falsas e repre-
sentam uma imputação “difamató-
ria e ultrajante”.
“É falso que em conversas man-
tidas telefonicamente com Inês do
Rosário, na sequência da detenção
de José Sócrates e Carlos Santos Sil-
va, e que teriam sido escutadas no
âmbito do processo, esta me tenha
comunicado que determinado mon-
tante existente nas contas de Carlos
Santos Silva pertencia na verdade
a José Sócrates”, garante Fernan-
da Câncio, numa carta enviada ao
PÚBLICO, em que acrescenta ainda
que “esta imputação só pode resul-
tar da imaginação doentia e envie-
sada de quem ocupa no processo
a posição de acusador, público ou
privado”.
Na mesma nota, a jornalista infor-
ma que, além de processar o Correio
da Manhã e a CMTV, vai também
exigir o acesso às gravações das
conversas em causa. Depois, reite-
ra que a divulgação de “elementos
do processo” em notícias “constitui
a prática manifesta, e confessada,
do crime de violação do segredo
de justiça, pelo que se espera que
o detentor da acção penal aja em
conformidade, nomeadamente de-
terminando de imediato injunções
com vista a evitar a repetição da
prática do crime, uma vez que é evi-
dente que tal conduta se repetirá”.
Fernanda Câncio vai mais longe
e garante que os “funcionários” do
Correio da Manhã só conseguiram
informações porque se constituí-
ram assistentes no processo, acu-
sando-os de “terem usado essa po-
sição processual para acederem aos
elementos do processo que depois
divulgam nos órgãos de comunica-
ção de que fazem parte”.
“O facto de as peças serem da au-
toria de quem tem no processo a
posição de assistente signifi ca que
é o assistente que, embora na veste
de ‘jornalista’, dá a notícia. Ora, tal
conduta é atentatória dos deveres
deontológicos mais elementares,
nomeadamente o de informar com
rigor e isenção, não se valendo da
sua condição para noticiar assuntos
em que tenha interesse”, sublinha
a jornalista.
Fernanda Câncio apela também
à intervenção da Comissão da Car-
teira de Jornalista e do conselho de-
ontológico do Sindicato de Jornalis-
tas para evitar que o jornalismo se
torne uma “profi ssão sem regras e
sem qualquer tipo de ética”.
Numa reacção ao anúncio da ex-
namorada de José Sócrates, a direc-
ção editorial do Correio da Manhã
diz que o jornal não se intimida
“com manobras desesperadas de
pessoas que nem conseguiram ler
com objectividade as notícias que
foram escritas”. Para os directores
da publicação, o que degrada o Es-
tado de direito “não é o jornalismo
livre mas sim a falta de transparên-
cia na gestão do dinheiro público,
a ocultação de confl itos de inte-
resses entre jornalismo e amiza-
des políticas, a obediência acéfala
a verdades cozinhadas e prontas a
consumir”.
A direcção explica que o jornal
se constituiu como assistente por
considerar essencial escrutinar o
exercício do poder político e a for-
ma como são geridos os dinheiros
públicos. Ao mesmo tempo, assegu-
ra que o interesse público e o direi-
to/dever de informar são os únicos
critérios que norteiam a sua acti-
vidade. “As escutas e os factos que
o Correio da Manhã tem noticiado
JustiçaRomana Borja-Santos
foram validadas pelo juiz de instru-
ção por serem determinantes na
produção de prova no processo”,
recorda um dos directores, Eduar-
do Dâmaso. “Não noticiámos nada
relacionado com a vida íntima dos
sujeitos processuais.”
Na quarta-feira, também os ad-
vogados de José Sócrates tinham
informado que estão a ponderar a
interposição de uma providência
cautelar para impedir que os órgãos
de comunicação social divulguem
informações sob segredo de justiça
que resultem do acesso ao processo
de jornalistas que são parte nele já
que se constituíram assistentes.
As partes podem agora aceder ao
processo, já que o segredo de jus-
tiça interno cessou e alguns advo-
gados, entre eles os representantes
de alguns jornais e os defensores de
Sócrates, receberam na segunda-
feira CD com as cópias de 56 vo-
lumes do processo que envolve o
ex-primeiro-ministro, que esteve
detido durante quase 11 meses mas
que foi libertado na passada sexta-
feira.
Regresso ao palco políticoJosé Sócrates volta amanhã ao palco
político. Vai participar numa confe-
rência na Casa da Arte e da Cultu-
ra de Vila Velha de Ródão, Castelo
Branco, intitulada Política e Justiça.
Quem fez a revelação no Facebook
foi o amigo de Sócrates André Fi-
gueiredo, escrevendo que o antigo
líder do PS estará “entre os seus!” e
que esta conferência “será apenas
o início”. Castelo Branco foi o distri-
to pelo qual Sócrates foi sucessiva-
mente eleito deputado do PS e onde
iniciou a sua vida política. com Ana Henriques
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 11
O juiz do Tribunal Central de Instru-
ção Criminal Carlos Alexandre deci-
diu obrigar o ex-presidente executivo
do Banco Espírito Santo (BES), Ricar-
do Salgado, a prestar mais uma cau-
ção de três milhões de euros como
condição para sair da prisão domici-
liária em que se encontra. Não era is-
to, porém, que o Ministério Público,
titular da investigação, pretendia. Os
cinco procuradores que estão no pro-
cesso em que se investiga o colapso
do BES e do GES promoveram ape-
nas que a medida de coacção fosse
atenuada mediante a afectação da
caução também de três milhões que
Salgado já apresentou no processo
Monte Branco em que também é ar-
guido, confi rmou ao PÚBLICO a Pro-
curadoria-Geral da República (PGR).
Isto é, o MP queria a mesma cau-
ção para dois processos, Carlos Ale-
xandre não. O custo da liberdade pa-
ra Ricardo Salgado corresponderá
assim a uma soma de seis milhões,
apurou o PÚBLICO. A PGR não con-
fi rma, explica apenas a posição do
Ministério Público (MP) e dá conta de
que este ainda não foi “notifi cado de
qualquer decisão que se pronuncie
sobre a caução prestada por Ricardo
Salgado no âmbito do processo Mon-
te Branco”. A defesa do ex-banqueiro
recorreu dessa caução para o Tribu-
nal da Relação de Lisboa e o recurso
ainda está pendente.
Juiz Carlos Alexandre obriga Ricardo Salgado a pagar mais três milhões que o MP não queria
A juíza presidente da comarca de
Lisboa, Amélia Almeida, explicou ao
PÚBLICO que o despacho de Carlos
Alexandre não refere tão-pouco a
caução prestada no Monte Branco,
apesar da promoção feita pelo MP
nesse sentido. “Só refere uma cau-
ção de três milhões”, disse. Caução
que o PÚBLICO apurou ser um novo
montante a acrescentar à anterior de
três milhões. Ricardo Salgado está
ainda sujeito à proibição de contac-
tar outros arguidos no processo e de
se ausentar do país.
Neste processo, já o MP tinha de-
fendido em Julho que bastaria apli-
car a Salgado a caução já prestada no
Monte Branco. Nessa altura, contudo,
o juiz considerou que tal não era su-
fi ciente para acautelar o perigo de
fuga e decretou a sua prisão domici-
liária. Desta vez, três meses depois,
impunha-se a revisão da medida de
coacção como obriga a lei. Até que o
juiz considere válida a apresentação
da caução de três milhões de euros,
Ricardo Salgado manter-se-á obriga-
do a permanecer na habitação.
A defesa do ex-presidente do BES
admitiu ontem contestar a alteração
das medidas de coacção de Ricardo
Salgado que incluem o pagamento de
uma nova caução de três milhões de
euros para fi car em liberdade.
Em declarações à entrada para o
julgamento do caso das secretas, em
que é advogado de Nuno Vasconce-
los, presidente da Ongoing, Francis-
co Proença de Carvalho disse que
Ricardo Salgado, a quem tinha sido
decretada a prisão domiciliária, vai
reagir muito em breve à decisão do
juiz de alterar esta medida de coac-
ção impondo o pagamento de três
milhões de euros. O advogado acres-
centou que a reacção da defesa será
conhecida muito em breve, depois de
comunicada ao juiz. Neste processo
estão em causa crimes de falsifi cação,
falsifi cação informática, burla quali-
fi cada, abuso de confi ança, fraude
fi scal, corrupção no sector privado
e branqueamento de capitais.
Até Julho, eram seis os arguidos
constituídos neste processo, de acor-
do com a PGR. Dois deles são antigos
directores do BES que foram consti-
tuídos arguidos em Novembro passa-
do, durante uma megaoperação de
buscas que incluiu uma visita à sede
do Novo Banco e às actuais instala-
ções do BES. São eles Isabel Almeida,
ex-directora fi nanceira do BES, e An-
tónio Soares, ligado à administração
do BES Vida. O ex-braço direito de
Salgado, Amílcar Morais Pires, é ou-
tro dos arguidos, não se conhecen-
do a identidade dos restantes dois.
JustiçaPedro Sales Dias
Ministério Público dizia que bastava aproveitar a mesma caução de três milhões já paga no processo Monte Branco
Ricardo Salgado vai recorrer
SENVOLVI MEN
TON
[ B2
Des
ign
]
EDUCAÇÃO
escola e sociedade
EDE
PARTICIPAÇÃO
Eric HanushekAna Nunes Almeida Ângela FerreiraArtur Santos Silva Bárbara WongDavid JustinoDelfina RodriguesJoaquim AzevedoManuel Carmelo RosaManuela Ferreira LeiteMaria de SousaMaria do Carmo SeabraMaria Manuel VieiraMariana Gaio AlvesMário de CarvalhoMiguel St. AubynPedro Teixeira
Educação e Desenvolvimento | Escola e Sociedade26 OUT'15
Auditório 2 ConferênciaInternacional
Av. de Berna, 45 A 1067-001 Lisboawww.gulbenkian.pt
FUNDACAOCALOUSTE GULBENKIAN
Entrada Livre
12 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
Consumo de alheiras de Mirandela e de fumeiro caiu entre 75 e 80%
Caso da marca Origem Transmontana foi “episódico” e está “perfeitamente encerrado”, garante secretário de Estado da Alimentação. Director-geral da Saúde fez prova cega de alheiras
ADRIANO MIRANDA
Francisco George aproveitou para voltar a defender que o risco de contrair botulismo através da ingestão de alheiras “é zero”
A crise que afectou as alheiras de Mi-
randela e o fumeiro regional trans-
montano, depois da divulgação de
vários casos de botulismo alimentar,
provocou quebras no consumo “da
ordem dos 75 a 80%”, lamenta o se-
cretário de Estado da Alimentação e
Investigação Agro-alimentar, Nuno
Vieira e Brito, que hoje vai aprovei-
tar o primeiro dia da Feira da Cas-
tanha de Vinhais (Bragança) para
“tranquilizar” os consumidores, em
conjunto com o secretário de Estado
adjunto do ministro da Saúde.
Ontem, foi a vez do director-geral
da Saúde ir a Mirandela participar
numa espécie de prova cega de alhei-
ras, como forma de mostrar publi-
camente que o problema de botu-
lismo já foi ultrapassado. Francisco
George aproveitou para voltar a de-
fender que o risco de contrair botu-
lismo através da ingestão de alheiras
transmontanas “é zero”. “Todas as
acções que promovam o consumo
dos produtos tradicionais portugue-
ses são importantes”, admite Vieira
e Brito, que fez, porém, questão de
frisar que “não há risco zero”.
Levando em conta apenas as
alheiras de Mirandela, a perspectiva
de negócio “ronda os 30 milhões de
euros” anuais e o número de empre-
gos ascende a cerca de seis centenas
de postos de trabalho, especifi cou
o governante. O caso do produtor
da marca Origem Transmontana — a
cujos produtos estão associados os
cinco casos de botulismo detecta-
dos — foi “episódico, circunscrito e
já está perfeitamente encerrado”,
garante. Em causa está apenas uma
empresa que vendeu produtos com
a marca comercial Origem Trans-
montana, nome que “confundiu
profundamente os consumidores”,
afi rmou.
“É preciso distinguir situações
que são diferentes. O problema
que surgiu na Volkswagen não sur-
giu nos Peugeot nem nos Renault.
Não podemos estar a confundir um
problema grave que foi identifi cado
numa só marca com os produtos na
região, de outras marcas, que têm a
sua origem distinta na preparação,
no fabrico, na comercialização”,
sublinhou, a propósito, o director-
que,“eventualmente, poder-se-ia ter
sido mais preciso no sentido de ser
mais notório” que estava apenas em
causa uma empresa.
Na semana passada, a Comunida-
de Intermunicipal Terras de Trás-
os-Montes, que abarca nove mu-
nicípios do distrito de Bragança,
emitiu um comunicado apelando
precisamente a um esclarecimento
público por parte de entidades ofi -
ciais. E foi isso que Francisco George
fez. “Neste momento, estamos em
crer que não há mais risco, no que
respeita ao consumo de produtos
desta natureza e daquela marca, a
não ser que alguém os tenha conser-
vado no congelador. O consumo de
alimentos típicos desta região tem
risco zero. Não tem nenhum risco”,
garantiu.
Para o presidente da Câmara Mu-
nicipal de Mirandela, esta afi rma-
ção era importante para separar as
águas e ajudar a repor a confi ança
num produto que foi considerado
uma das sete maravilhas da gastro-
nomia portuguesa. “Aquilo que nós
solicitámos era esta afi rmação, que
não há risco no consumo dos pro-
dutos regionais. É importante que
haja um encerramento desta ques-
tão”, disse.
As alheiras são produzidas um
pouco por todo o Nordeste Trans-
montano, mas é em Mirandela que
estão instaladas as maiores unida-
des industriais (sete). Desde que
apareceram os casos de botulismo,
as encomendas caíram drasticamen-
te. “Uma fábrica que produzia dez
toneladas, numa semana chegou a
vender duas. Houve uma redução
que parou a actividade”, lamentou
o autarca, que aponta ainda outro
problema: a “reposição das enco-
mendas no ponto em que estavam
antes” desta crise.
Saúde públicaAlexandra Campos e António G. Rodrigues
geral da Saúde, sob o olhar atento do
presidente da Câmara de Mirande-
la, António Branco, que endereçou
o convite para um almoço ontem,
num restaurante de Mirandela. O
repasto juntou cerca de meia cen-
tena de pessoas, entre autarcas do
distrito de Bragança e agentes do
sector. À mesa, alheira com grelos
e batata cozida.
Formação dos produtores Depois de as entidades com compe-
tência para o efeito — a Autoridade
de Segurança Alimentar e Econó-
mica (ASAE) e a Direcção-Geral da
Alimentação e Veterinária (DGAV)
— terem promovido “intensas ac-
ções de fi scalização e controlo” e
procedido à “rastreabilidade” de
todos os produtores onde a Origem
Transmontana disse ter comprado
produtos, Nuno Vieira e Brito defen-
de que “hoje é mais seguro comer
alheiras do que era anteriormente
a este processo”.
De resto, acredita, a confi ança dos
consumidores irá sendo retomada
“gradualmente”, à semelhança do
que aconteceu noutras crises idên-
ticas. A estratégia, agora, passa pela
promoção da formação dos produ-
tores artesanais em boas práticas de
higiene, porque o grau de segurança
dos produtores industriais já é mui-
to elevado, acentuou o secretário de
Estado da Alimentação.
Quanto à forma como a informa-
ção foi veiculada — através de um
comunicado conjunto emitido em
Setembro pelas direcções-gerais
da Saúde e da Alimentação e Ve-
terinária, da Autoridade de Segu-
rança Alimentar e Económica e do
Instituto de Saúde Ricardo Jorge,
dando conta dos casos de botulis-
mo associados a produtos desta
marca —, Vieira e Brito considerou
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | PORTUGAL | 13
Só há um registo recente da “doença das vacas loucas”
Em quase três anos, apenas há regis-
to de um caso de BSE (encefalopatia
espongiforme bovina), conhecida co-
mo a “doença das vacas loucas”, em
Portugal. Pela primeira vez em qua-
se duas décadas, em 2013 Portugal
não registou casos de BSE, no ano
seguinte foi notifi cado um caso de
“um animal velho”, e este ano não
há qualquer situação confi rmada até
retomar as importações de carne de
bovino de Portugal e de outros 18 Es-
tados-membros da União Europeia,
incluindo Espanha, França e Grécia,
que estavam proibidas desde 1996
por causa da BSE.
Portugal vai voltar, assim, a poder
“exportar carne de vaca” para o Ca-
nadá, um sinal de confi ança nas me-
didas adoptadas na União Europeia
para erradicar a “doença das vacas
loucas”. O levantar da interdição pro-
Alexandra Camposva que o país já está nos níveis de
segurança preconizados pela Orga-
nização Internacional para a Saúde
Animal (OIE), diz o secretário de Es-
tado. Segundo a OIE, um país entra
na zona de risco quando a taxa de
incidência ultrapassa os cem casos
de doença por milhão de animais.
Foi o elevado número de casos de
BSE registados em Portugal que moti-
vou um embargo das exportações de
carne de vaca nacional entre 1998 e
2004, altura em que a Comissão Eu-
ropeia levantou a interdição por con-
siderar que o risco estava controlado.
Na sequência da crise das “vacas
loucas”, Portugal adoptou uma série
de medidas de excepção e, ao longo
dos anos, foi-se observando uma re-
gressão da incidência da doença. A
Canadá retoma esta semana importações de carne bovina portuguesa, que estavam proibidas desde 1996
à data, destaca o secretário de Es-
tado da Alimentação e Investigação
Agro-Alimentar, Nuno Vieira e Brito,
para quem Portugal é hoje “um dos
países mais seguros do ponto de vista
alimentar”.
O último caso de BSE foi confi rma-
do há um ano (Novembro de 2014)
num bovino macho de raça minhota,
já com 16 anos. Desde então, e até à
data, não há por enquanto registo de
mais casos desta doença que provo-
cou uma crise sanitária nos anos 90
do século passado.
Foi neste contexto, enfatizou o
governante, que Portugal conseguiu
baixar o estatuto de risco de BSE, que
desde 2014 é considerado “insignifi -
cante”. Graças à evolução verifi cada,
frisou, o Canadá decidiu esta semana
Comissão Europeia decretou medi-
das de emergência antes da entrada
em funcionamento do sistema de des-
pistagem rápida da BSE e, em 1998,
proibiu-se em Portugal a introdução
das farinhas animais nas rações de
engorda, produto que constituía o
mais provável agente de contamina-
ção, e foi posto em marcha um pro-
grama de abate de bovinos com mais
de 30 meses de idade.
Relativamente à variante huma-
na da BSE, a doença de Creutzfeldt-
Jakob, uma patologia rara de tipo
neurodegenerativo que pode ser ori-
ginada pelo consumo de carne con-
taminada, entre 2010 e 2013 houve
26 casos confi rmados, incluindo-se
neste número, porém, as três varian-
tes da doença.
Portugal vai voltar a poder exportar carne de vaca para o Canadá quase duas décadas depois
15-24O doente mais jovem com a variante humana da BSE, a doença de Creutzfeldt-Jakob, estava na faixa etária dos 15 aos 24 anos
NUNCA A 1.A LIGAFOI TÃO EMOCIONANTE
FUTEBOL TÉNIS BASquETEBOLMais informações em www.jogossantacasa.pt | App PLACARD Linha Direta Jogos 808 203 377 (das 8h às 24h)É proibida a venda de jogo a menores de 18 anos
14 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
PAULO PIMENTA
DGS atribui surto de bactéria em Gaia ao uso indevido de antibióticos
Para o director-geral da Saúde, o
surto da bactéria multirresistente
que está, desde Agosto, a afectar o
hospital de Gaia tem uma explica-
ção: o “uso indevido e inadequado
de antibióticos”. Apesar disso, Fran-
cisco George garantiu ontem que crê
“que o problema, que é grave, está
controlado”, o que foi possível com
as medidas tomadas por aquela uni-
dade hospitalar em articulação com
a Direcção-Geral da Saúde (DGS).
George, que falava em Mirandela,
à margem de uma prova pública de
alheira (ver página 12), começou por
dizer que “esses antibióticos, uma
vez indevidamente utilizados, podem
dar origem a resistências das bacté-
rias”. O responsável da DGS explicou
que “há bactérias que são resistentes
e não são inactivadas pelo antibióti-
co, exactamente por uso indevido”,
como, por exemplo, “o excesso de
dias de antibioterapia”, a utilização
“para tratar erradamente infecções
de origem viral, uma vez que os vírus
não são sensíveis e não devem ser
tratados com antibióticos”.
O director-geral da Saúde lembrou
que “há muitos problemas que não
dizem só respeito à saúde pública
humana mas, também, à veteriná-
ria e ao tratamento dos animais”, até
porque “as bactérias, uma vez em
contacto com os antibióticos, po-
dem desenvolver essas resistências,
e foi isso que aconteceu em Gaia”.
“Há doentes que foram infectados,
outros foram colonizados, tidos co-
mo portadores de uma bactéria que
é especialmente preocupante porque
adquiriu resistências. A sua compo-
sição genética adquiriu resistências,
que são propagadas de geração em
geração de bactérias”, explicou o
mesmo responsável.
George considerou, ainda, que “é
preciso distinguir a infecção provo-
cada pela bactéria resistente de uma
outra condição que é a identifi cação
da bactéria em pacientes que não
estão doentes devido a esta bacté-
ria”. Depois, assegurou que “foram
tomadas medidas de isolamento,
pisos evacuados, no sentido de não
possibilitarem mais riscos”, porque
“quem está no hospital não pode ser
exposto a riscos evitáveis”.
Desde 7 de Agosto foram identifi -
cados no Hospital de Gaia mais de
30 doentes portadores de Klebsiella
pneumoniae, uma bactéria multir-
resistente que terá surgido em con-
sequência do uso de grandes doses
de antibióticos. A bactéria é de rápi-
da disseminação, transmite-se pelo
toque, sobrevive na pele e no meio
ambiente e desconhece-se a sua du-
rabilidade. Até ao momento foram
contabilizadas três mortes devido a
este problema.
Antes de Francisco George, o pre-
sidente do conselho de administra-
ção do Centro Hospitalar Vila Nova
de Gaia/Espinho, Silvério Cordeiro,
já tinha garantido à Lusa que a infec-
ção está controlada.
Na quarta-feira, em comunicado, a
unidade tinha avançado que suspei-
ta de que o surto tenha tido origem
numa doente que fez vários ciclos de
antibiótico e que partilhou, no dia 29
de Julho, a mesma unidade de pós-
operatório com o primeiro paciente
infectado. Adiantou também que fo-
ram já criados sete quartos de isola-
mento individual, três enfermarias
na área médica e três enfermarias na
área cirúrgica. O centro hospitalar
respondia desta forma à tomada de
posição do presidente do Sindicato
dos Enfermeiros, José Azevedo, que
na quarta-feira defendeu o encerra-
mento do pavilhão central do hospi-
tal, de forma a impedir a dissemina-
ção da bactéria.
O coordenador do Programa de
Prevenção e Controlo de Infecção e
de Resistência aos Antimicrobianos
da Direcção-Geral da Saúde subli-
nhou ao PÚBLICO que esta resistên-
cia da Klebsiella pneumoniae ainda é
“rara” em Portugal (1,8%), que está
mesmo um pouco abaixo da média
europeia e muito longe daquilo que
se verifi ca noutros países, como a
Grécia (50%) e a Itália (mais de 30%).
Mas José Artur Paiva admite alguma
apreensão: “O que nos preocupa é
o facto de estarmos a assistir a uma
progressão signifi cativa: passamos de
0,3% há três anos, para 0,7% no ano
seguinte e 1,8%, no ano passado.”
Recordando que este tipo de resis-
tência já está descrito em Portugal
desde 2009, José Artur Paiva subli-
nha que é necessário usar os antibió-
ticos “com parcimónia”, mas lembra
que, “mesmo usando bem” este tipo
de medicamentos, surgem resistên-
cias. com Alexandra Campos e Ro-mana Borja-Santos
Hospital criou sete quartos de isolamento individual, três enfermarias na área médica e três na cirúrgica
Bactéria que afecta desde Agosto hospital de Gaia identifi cada em 30 doentes. Até ao momento foram contabilizadas três mortes devido a este problema. Francisco George garante que situação está controlada
Saúde António G. Rodrigues
Campanha alerta para abuso de antibióticos nas crianças
Ainda antes de completarem o primeiro ano de vida, mais de 50% das crianças portuguesas já tomaram um
antibiótico pelo menos uma vez — apesar de 90% das infecções nesta idade serem de origem viral e, por isso, não necessitarem deste tipo de medicamentos. O abuso dos antibióticos está a contribuir para que as bactérias sejam cada vez mais resistentes. Para inverter este cenário, ontem foi lançada uma campanha de sensibilização nas farmácias nacionais que quer deixar uma mensagem clara: “Antibióticos em crianças: use, mas não abuse.”
O presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica considera que esta campanha, promovida pela Cooprofar Farmácia — Cooperativa dos Proprietários de Farmácia, chega numa altura especialmente importante: no Inverno surgem mais problemas
respiratórios e tende a aumentar o consumo desnecessário de antibióticos. “Há uma utilização abusiva dos antibióticos e isso passa-se mais ao nível das crianças do que dos adultos. Nas crianças, cerca de 90% das infecções são de origem viral e no adulto esta relação é inferior”, explicou ao PÚBLICO Libério Ribeiro.
Questionado sobre as razões do abuso, uma vez que os antibióticos são medicamentos cuja venda depende de receita médica, o especialista defendeu que há várias causas, que envolvem farmacêuticos, médicos e pais. A campanha, que terá cartazes em farmácias, visa precisamente alertar pais e educadores, assim como os próprios profissionais de saúde.
Libério Ribeiro admite que, por vezes, ainda há farmácias a dispensarem os medicamentos a clientes que conhecem, mas também atribui o problema a
algum desconhecimento dos pais e à falta de tempo dos médicos. “O número de crianças nos serviços de urgência chega a triplicar no Inverno. Acredito que com um exame mais cuidado e com mais tempo para acompanhar o doente se poderiam evitar muitas das prescrições”, sublinha.
O pediatra e imunoalergologista cita valores que fazem parte do International Study of Asthma and Allergies in Childhood, sobre a prevalência de asma e de doenças como a rinite na infância. O trabalho estimou que, “em Portugal, 54% das crianças no primeiro ano de vida já tinham tomado antibióticos”. O médico alertou que nenhum medicamento é inócuo e que o uso inadequado de antibióticos, sobretudo nestas idades, altera a flora intestinal das crianças e pode influenciar o desenvolvimento de patologias do foro alérgico. R.B.S.
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | PORTUGAL | 15
PUBLICIDADE
A falta de aparelhos para medir a
taxa de álcool no sangue dos auto-
mobilistas é, a par da escassez de
viaturas de serviço em condições
operacionais, um dos principais
problemas dos agentes da PSP e
dos militares da GNR quando estão
ao serviço.
O mais recente relatório divulga-
do pela Inspecção-Geral da Admi-
nistração Interna (IGAI) enumera
uma série de questões com que se
confrontam os agentes da autorida-
de. “Uma das contingências mais re-
PSP e GNR têm falta de carros operacionais e de aparelhos para apanhar condutores alcoolizados
feridas aponta no sentido da escas-
sez de veículos policiais disponíveis,
surgindo, em seguida, a menção ao
facto de uma boa parte das viaturas
se encontrar obsoleta e de exigir sis-
tematicamente reparações, o que se
traduz em longos períodos de ino-
peracionalidade”, refere o relatório
das inspecções sem aviso prévio a
postos da GNR e a esquadras da PSP,
que no ano de 2014 se debruçou so-
bre as condições das instalações po-
liciais situadas na Guarda, em Faro,
na Madeira e em Lisboa.
Outra das carências mais repor-
tadas prende-se com a falta de apa-
relhos de medição da taxa de alco-
olemia, bem como de terminais de
pagamento automático, “realidades
que, alegadamente, afectam a efi -
cácia e condicionam a operaciona-
lidade dos dispositivos policiais”,
pode ler-se no documento. Quanto
às instalações propriamente ditas, a
IGAI recomenda à GNR que resolva
Administração internaAna Henriques
Relatório da IGAI diz que agentes da autoridade se queixam de terem de trabalhar com viaturas obsoletas
gem dos quartéis não tem condições
nenhumas”, assegura José Alho. “A
maioria do mobiliário das esquadras
de Lisboa e do Porto está degrada-
do”, diz, por seu turno, o represen-
tante dos polícias.
José Alho lamenta que o papel
que exerceu a IGAI há duas décadas,
quando surgiu, na denúncia da falta
de condições de trabalho se tenha
atenuado. “Não existe uma entidade
com competência para fi scalizar as
condições de trabalho dos polícias,
e já fi zemos uma queixa à Organiza-
ção Internacional do Trabalho por
causa disso”, recorda Paulo Rodri-
gues.
A criação de rampas de acesso às
instalações policiais para as pessoas
com mobilidade reduzida é outra
das recomendações dos inspecto-
res, que querem ainda que sejam
criadas condições de privacidade
no atendimento ao público nas es-
quadras e postos da GNR.
os problemas que identifi cou no co-
mando territorial de Faro. O PÚBLI-
CO questionou este organismo sobre
a natureza destes problemas, uma
vez que o relatório divulgado não
os identifi ca em concreto, mas não
recebeu qualquer tipo de resposta.
Certo é que o documento fala em in-
fi ltrações de água e em inadequação
das instalações para os militares do
sexo feminino, sem especifi car em
que postos se verifi cam estas disfun-
cionalidades.
“Há reclusos do estabelecimento
prisional a trabalhar na pintura dos
quartéis da GNR da zona”, critica
José Alho, da Associação Sócio-Pro-
fi ssional Independente da Guarda.
Tanto este dirigente como Paulo Ro-
drigues, da Associação Sindical dos
Profi ssionais de Polícia, mostram-se
indignados com o facto de a inspec-
ção considerar boas as condições de
trabalho da maioria das esquadras e
postos visitados. “Grande percenta-
Breve
Crise humanitária
Portugal preparado para receber já três mil refugiadosPortugal já está em condições de receber três mil refugiados, garantiu ontem o alto-comissário para as Migrações, Pedro Calado, segundo o qual há 63 municípios, dos 18 distritos e ilhas, disponíveis e preparados para os acolher. “Se chegassem a curto prazo três mil indivíduos, acreditamos que, com estas respostas que recebemos, tínhamos capacidade para os acolher”. O número foi calculado depois de se contarem as respostas oferecidas.
16 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
Inglês
Aprendem desde o berço para serem cidadãos do mundo
O inglês aprende-se cada vez mais cedo. Ensina-se com o auxílio de músicas, danças, casas de brincar e animais-marionetas a bebés de fraldas que ainda nem falam. A procura de centros de ensino privados está aumentar
O Eduardo é pequeni-
no, tem 20 meses,
olhitos atentos. Já
sabe contar até dez
em inglês, associa
nomes aos objec-
tos, pronuncia al-
gumas palavras,
diz outras de forma
espontânea, ainda
não constrói frases na língua que
começou a escutar aos dez meses.
Vai lá chegar. Começou a falar nas
duas línguas. Os pais usam regu-
larmente o inglês no trabalho. Por
vezes, conversam em inglês lá em
casa para tornar normal novas so-
noridades. O Santiago tem 18 meses,
repete uma palavra aqui, outra ali,
que a professora Cátia vai dizendo
ou cantando. O inglês faz parte da
sua vida desde os nove meses. Disse
cat antes de dizer gato. A mãe fala
inglês, o pai, com dupla nacionali-
dade, portuguesa e alemã, também
e chega a contar-lhe histórias em
alemão. A Inês tem dois anos e quatro
meses. Há palavras que lhe são mais
fáceis de dizer em inglês, responde a
perguntas simples e aponta as cores
que lhe são ditas nesta nova língua.
É hora de mais uma sessão. No
chão, há almofadas, as paredes estão
despidas, há um leitor de CD numa
mesa baixa e alguns objectos numa
caixa. Cátia, a professora, mostra pa-
lavras escritas e repete-as. Elas hão-
de aparecer mais à frente. Canta-se
e dança-se. Constrói-se uma casa
com janelas, porta, chaminé, tec-
to, chão. Os animais-marionetas são
usados para tocar em várias partes
do corpo. Reproduzem-se estados
de espírito com gestos. Mostram-
se alimentos, uma banana, uma la-
ranja, uma maçã. Divide-se o corpo
humano e colam-se orelhas, olhos,
braços, pernas, barriga, costas, num
painel. Cátia tinha avisado que esti-
mular sentidos fazia parte do alinha-
mento da aula. Eduardo e Santiago
divertem-se, não estão nada aborre-
cidos, escutam palavras e indicações
em inglês. Não se fala noutra língua.
“Ring the bell, ring the bell Eduardo.”
espontaneamente e dentro do con-
texto. “Ele vai absorvendo tudo”,
garante. “Quisemos que o primeiro
contacto com uma segunda língua
fosse feito cedo, para mais tarde não
ser um choque.” Esta foi uma das
razões para inscrever o Eduardo na
aula dos mais pequenos. O que os
estudos dizem sobre o desenvolvi-
mento das capacidades cognitivas
das crianças que falam duas ou mais
línguas também contribuiu. As pre-
ocupações com o futuro tiveram o
seu peso. Mas é mais do que isso.
“Queremos que o Eduardo seja uma
pessoa do mundo, tem a língua ma-
terna e o inglês que queremos que,
desde cedo, seja confortável pa-
ra ele, o que acaba por dar uma
tranquilidade grande no futuro.”
Vera Araújo Lima é a mãe da Inês.
É médica, o marido engenheiro me-
cânico, falam inglês, já viveram na
Costa do Marfi m, é muito provável
que emigrem dentro de um ano. Inês
levará uma bagagem de inglês, a ex-
periência da mãe foi fundamental
para a inscrição. Vera aprendeu in-
glês num colégio quando essa língua
no ensino público só era ensinada a
partir do 2.º ciclo. Notou uma dife-
rença abismal com os colegas quan-
do saiu do colégio e essa aprendiza-
gem, na altura precoce, fez toda a
diferença. Uma língua estrangeira
“não era um monstro estranho”.
Por isso, inscreveu a Inês no inglês
quando ela tinha um ano. “Quero
o mesmo ou mais para a minha fi -
lha”. Ou seja, que a Inês se sinta
confortável com outra língua que
não a materna. “Quisemos expô-la
a uma língua estrangeira e o inglês é
a língua mais natural.” Uma decisão
com vários pesos na balança: além
da experiência de Vera, a literatura
que aborda a plasticidade cerebral
das crianças que falam mais do que
uma língua, os benefícios que lhe
são associados, melhores oportuni-
dades de futuro e sobretudo que o
inglês não seja uma coisa estranha.
“O que eles aprendem está bom para
cada um deles.”
Cristina Silva, responsável pelo
centro Helen Doron da Foz, mostra
os materiais criados de raiz e im-
portados do Reino Unido do Helen
Sara Dias OliveiraE o Eduardo faz o que lhe é dito.
Cristina Coelho é mãe de Santiago
e respeita as regras, só fala inglês na
aula que durará cerca de 45 minutos
no centro Helen Doron, na Foz, no
Porto. “As coisas vão fi cando, é uma
língua que se vai interiorizando.” O
Santiago é despachado a falar e há
palavras que se entranham. As mú-
sicas das aulas estão gravadas em CD
que se ouvem em casa e no carro. É,
no fundo, uma aprendizagem des-
preocupada. “Não é como um teste
em que se tem de tirar boa nota, é
uma experiência positiva que facili-
ta a aprendizagem.” O convite para
uma aula de demonstração conven-
ceu os pais do Santiago. “Ficámos
muito surpreendidos, não tínhamos
muitas expectativas, estávamos cép-
ticos em relação à aprendizagem tão
precoce de uma língua”, recorda
Cristina Coelho. E não há pressas.
“Não é uma ambição que o meu fi -
lho fale inglês direitinho, é mais uma
experiência positiva”, reforça.
Manuel Ferreira é o pai do Edu-
ardo e conta que o fi lho retém pa-
lavras em inglês que, por vezes, diz
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | PORTUGAL | 17
Doron English, método inovador
de ensino da língua inglesa a be-
bés, crianças e adolescentes, dos
três meses aos 19 anos, presente
em mais de 30 países. Há livros de
histórias, manuais que não descu-
ram os conteúdos dos exames de
Cambridge, bonecos em papel que
ganham vida num tablet, CD com
músicas para várias idades, perso-
nagens que acabam por fazer parte
do quotidiano das famílias. O centro
da Foz abriu há um ano, tem 60 alu-
nos e mensalidades que vão dos 41
aos 92 euros. Faz sentido começar
bem cedo. “Não falam, mas ouvem.
Não é uma audição aleatória, temos
músicas para crianças com gestos
para que criem uma ligação positiva
ao que ouvem.” “É um investimento
silencioso”, acrescenta. O método
Helen Doron, inspirado na linguista
e educadora britânica com o mesmo
nome, está há dez anos em Portugal.
Tem 2850 alunos em 22 centros no
país onde, até ao fi nal do ano, abrirá
mais três espaços.
A procura tem vindo a aumentar,
mais de mil alunos inscritos em rela-
ção ao ano lectivo 2013/2014 que regis-
tava cerca de 1750 estudantes, maiori-
tariamente fi lhos de pais portugueses
—cerca de 15% dos pais são estran-
geiros ou têm dupla nacionalidade.
Dulce Pereira, linguista, investi-
gadora no Instituto de Linguística
Teórica e Computacional (ILTEC),
actualmente CELGA — Centro de Es-
tudos de Linguística Geral e Aplica-
da/ILTEC, garante que quanto mais
precoce melhor e que há sempre be-
nefícios, e a vários níveis, nessa aqui-
sição de uma segunda ou mais lín-
guas. O fi lho primogénito de Shakira
e Piqué tem dois anos e está a apren-
der sete línguas — espanhol, catalão,
inglês, francês, alemão, russo e chi-
nês — num colégio em Barcelona.
Mal não lhe faz. “Não há um perigo,
não há nenhuma maldade”, comen-
ta. “As crianças vêm equipadas com
um bioprograma para a linguagem
que lhes permite fi ltrar os dados
que lhes apresentam.” O fi lho de
Shakira, como outros nos mesmos
contextos, acabará por escolher as
línguas que lhes são mais funcionais.
O uso das línguas que se aprendem
cutivo ganha agilidade. “A criança
adquire mecanismos de controlar a
passagem de uma tarefa a outra de
forma mais rápida e mais consisten-
te.” Cognitivamente, a capacidade
metalinguística, a refl exão sobre a
própria linguagem, aumenta. Perce-
be-se que a língua representa a rea-
lidade e, além disso, desenvolve-se
uma grande capacidade de abstrac-
ção. “O uso da língua atinge um pa-
tamar mais elevado de representati-
vidade e não de mera funcionalida-
de”, refere Dulce Pereira. Todos os
benefícios cognitivos, linguísticos,
sociais e afectivos verifi cam-se em
todas as línguas, “não apenas nas
bem cotadas no mercado”.
Dulce Pereira não tem estatísti-
cas que mostrem que há mais ou
menos procura do ensino precoce
de línguas. As possibilidades eco-
nómicas, as referências, as infor-
mações contam. Mas de uma coisa
tem a certeza: “O bilinguismo é cada
vez mais benéfi co não só em idades
mais jovens mas também nas mais
velhas, pode atrasar o aparecimen-
to de Alzheimer em quatro, seis
anos pelo facto de ser bilingue.”
Mónica Lourenço, professora e
investigadora da Universidade de
Aveiro, doutorada em Didáctica e
Formação, tem-se debruçado na
introdução de outras línguas no
ensino pré-escolar. No privado,
há várias ofertas. No público, pou-
cos projectos. O cenário mudou,
o inglês deixou de ser uma oferta
facultativa das actividades de en-
riquecimento extracurricular do
1.º ciclo, passou a ser obrigatório a
partir do 3.º ano de escolaridade, e
os alunos do 9.º ano têm agora um
teste de Cambridge para fazer. Mas
as coisas ainda não encaixam bem.
Falta um fi o condutor. Os alunos
que agora começam a aprender
inglês poderão apanhar aulas re-
petidas no 2.º ciclo. “Tem de haver
uma progressão a nível dos pró-
prios programas”, defende. Uma
continuidade com pés e cabeça.
“Uma progressão para que mais fa-
cilmente os alunos possam ter uma
aprendizagem futura e que não se-
ja desmotivadora”, sublinha.
Para Mónica Lourenço, esta von-
tade de ensinar inglês cedo aos fi -
lhos tem na base “objectivos mais
instrumentais, mais académicos,
mais profi ssionais” . Na sua opi-
nião, nem sempre é verdade que
quanto mais cedo melhor. “Acredi-
tam que quanto mais cedo os fi lhos
aprenderem a língua mais cedo a
vão dominar, o que nem sempre
acontece”, diz. Mas em termos de
pronúncia e de fl uência, ressalva,
ser precoce ajuda a falar como se
fosse uma língua natural.
Maria Alfredo Moreira, profes-
sora no Instituto de Educação da
Universidade do Minho, em Braga,
no departamento de Estudos In-
tegrados de Literacia, Didáctica e
Supervisão, percebe esta procura
pelo ensino do inglês. “A cultura
dos jovens é a cultura do inglês. A
cultura da Internet, da televisão,
dos jogos. E as línguas aprendem-
se assim.” Em seu entender, já não
é tanto por uma vantagem compe-
titiva em termos profi ssionais. “Ho-
je em dia, quase toda a gente fala
inglês com mais ou menos apoio
das escolas particulares”. De qual-
quer forma, continua a ser olha-
do com uma porta que pode abrir
oportunidades de emprego.
Maria Alfredo Moreira olha tam-
bém para o que acontece com as
crianças que falam duas ou mais
línguas em casa com os pais de na-
cionalidades diferentes. “É uma
questão de identidade que não é
de descartar e que as escolas têm
de proteger e valorizar”, avisa. A
professora admite que há vanta-
gens em aprender inglês em idades
precoces, tal como outras activida-
des como artes, música, desporto.
O que é importante, na opinião de
quem trabalha directamente com
professores, é que as “crianças não
fi quem fechadas na sala de aula o
dia inteiro”.
FERNANDO VELUDO/NFACTOS
Na escola pública, o inglês é obrigatório desde o 3.º ano do 1.º ciclo e os alunos do 9.º ano têm agora um teste de Cambridge para fazer
é crucial para os benefícios. Até por-
que há a aquisição, mas também há
a erosão de uma língua que se pode-
rá perder se deixar de ser usada. “Os
benefícios do bilinguismo existem
sempre e são mais sólidos quando
as crianças adquirem uma língua e
a usam em simultâneo.” Em idades
precoces, a aquisição é mais natural,
utilizam-se os mesmos mecanismos
do que a língua materna.
Falar mais do que uma língua de-
senvolve o cérebro. O controlo exe-
18 | LOCAL | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
A Assembleia Municipal de Sines
aprovou o Regulamento Municipal
para o Licenciamento da Actividade
de Acampamentos Ocasionais, que
entrou em vigor a 16 de Outubro,
para “ordenar” práticas que repre-
sentam “riscos para o ambiente e a
paisagem”, justifi ca o preâmbulo do
documento.
Em relação ao campismo, a Câma-
ra de Sines admite que o problema
se encontra “controlado”. O mesmo
não se pode dizer relativamente ao
autocaravanismo, uma prática que é
visível ao longo de toda a costa portu-
guesa e também em Sines. A elevada
concentração de viaturas “tem gera-
do situações de confl ito, de que será
exemplo paradigmático o núcleo ur-
bano de Porto Covo”, acentua.
Com o novo regulamento, a autar-
quia pretende licenciar o autocarava-
nismo “fora dos locais adequados à
sua prática”, mediante “parecer fa-
vorável da autoridade de saúde e da
autoridade policial”, mas assumindo
não pretender “eliminar a presença
de turistas que se desloquem em au-
tocaravanas no município de Sines”.
Apenas pretende “disciplinar” a sua
prática, assume. Os acampamentos
de ciganos nómadas não estão abran-
gidos, desde que não ultrapassem as
24 horas de duração.
O teor do regulamento suscitou, de
imediato, um comunicado da Federa-
O autocaravanismo descontrolado tem os dias contados nas falésias de Sines
ção Portuguesa de Autocaravanismo
(FPA) a contestar a procedimento da
autarquia, acusando-a de “confusão
abusiva e oportunista” ao “impor li-
mitações” à prática de uma activi-
dade que tem refl exos positivos na
economia portuguesa.
Todos os anos, milhares de carava-
nistas deixam por ano no comércio
e na restauração do país “mais de
uma centena de milhões de euros”,
assinala a FPA, que não deixa de re-
conhecer a necessidade de existirem
“regras para o autocaravanismo itine-
rante”, mas critica as condições que
o regulamento exige para a obtenção
das respectivas licenças.
Pedir uma licença camarária, pros-
segue o comunicado, exige a “apro-
vação da autoridade policial e do
delegado de saúde”, imposição que
“é incompatível com o autocarava-
nismo que, pelas suas características
itinerantes, não tem, na generalidade
dos casos, um planeamento com an-
tecedência que permita tempo para
o requerer”. A federação presume
que “o espírito do legislador estaria
a pensar em eventos com duração e
planeamento diferentes de um me-
ro estacionamento com eventual
pernoita, para um descanso, uma
refeição ou uma visita à localidade,
sempre de curta duração”, não ul-
trapassando as 72 horas.
A concelhia de Sines do CDS-PP
também se insurge contra o novo
regulamento aprovado pela Câmara
de Sines. Em comunicado, conside-
ra o seu articulado “inútil na sua es-
sência”, assinalando que “os poucos
espaços existentes fazem com que
haja a continuidade da quebra das
regras, com especial incidência da
zona de Porto Covo”. O CDS-PP an-
tecipa ainda um cenário de fracasso
na aplicação do regulamento.
CampismoCarlos Dias
A excessiva concentração de autocaravanas na costa alentejana impôs que a autarquia regulamentasse a sua presença
NUNO FERREIRA SANTOS
É comum a presença de autocaravanas em Porto Covo
TIAGO MACHADO
Além de roupa, haverá também serviços de cabeleireiro
É uma loja de rua onde a necessida-
de é a moeda de troca de quem lá
vai. The Street Store, um conceito que
surgiu na África do Sul, é uma loja
que pretende dar aos sem-abrigo e às
pessoas carenciadas a possibilidade
de “comprarem” e escolherem roupa
com toda a dignidade. O evento vai
decorrer amanhã, em simultâneo em
quatro cidades portuguesas: Lisboa,
Porto, Coimbra e Braga, das 9h às 19h.
“Há muita gente que precisa da nos-
sa ajuda”, refere a mentora do pro-
jecto em Portugal, Mafalda Lobato.
Esta iniciativa dá às pessoas ca-
renciadas “uma opção de escolha,
similar ao que acontece nas lojas”,
diz André Rebelo, responsável pela
iniciativa na cidade de Braga. Mafal-
da Lobato explica como funciona a
Street Store: as pessoas chegam, é
feita uma triagem daquelas que pre-
cisam de ajuda das que estão ali só
por curiosidade. Depois, aquelas que
realmente necessitam e são carencia-
das poderão andar pela loja e esco-
lher as suas próprias roupas, sendo
que podem levar até 10 peças.
“As peças estarão dispostas em ca-
bides e mesas e a Junta do Areeiro
disponibilizou-nos tendas, já que se
prevê que chova”, refere a estudante,
acrescentando que pretendem expor
tudo aquilo que foi doado. Haverá
mantas, calças, casacos, produtos
de higiene, sapatos, livros, roupa de
bebé, vestidos, e tentarão dar prefe-
rência à roupa de Inverno. Para além
disto, em Lisboa, haverá também ser-
viços complementares de cabeleirei-
ro, sendo que pretendem ter serviços
de saúde nas próximas edições e nas
outras cidades. Estes serviços com-
plementares são uma novidade em
relação às edições da The Street Store
no estrangeiro. A Comunidade Vida
e Paz, em Lisboa, juntou-se à causa e
ajuda em questões de logística, sen-
do que andou a distribuir panfl etos
ontem e hoje com informações sobre
o evento.
The Street Store foi fundada em
Janeiro de 2014, na África do Sul,
em colaboração com a Associação
Napier Haven Night Shelter. Como
consideraram que a questão dos
sem-abrigo não é um problema uni-
Uma loja de rua para pessoas carenciadas onde não há dinheiro, só boa-vontade
género anteriormente”, afi rma a or-
ganizadora do evento no Porto, Cátia
Brandão. Os voluntários da cidade
de Mafra juntar-se-ão ao evento em
Lisboa, já que um projecto na cidade,
apesar de ter sido combinado, acaba-
ria por não compensar, revela Paula
Mendes, responsável pelas doações
em Mafra. “Seria um evento com
pouca adesão por parte dos sem-abri-
go, não por parte das ofertas”, refe-
re, explicando que todas as doações
foram encaminhadas para Lisboa.
Esta é a primeira edição da The
Street Store em Portugal, mas a or-
ganização espera poder replicá-la
no futuro. “Tencionamos repetir a
actividade no primeiro trimestre de
2016 e aumentar esta rede de volun-
tariado”, refere Mafalda Lobato, ob-
servando que gostariam de criar uma
base de dados, de modo a poderem
falar directamente com as pessoas
carenciadas e entregar em mão aqui-
lo de que precisam. Paula Mendes,
de Mafra, sublinha a necessidade de
serem criados “núcleos específi cos,
como um gabinete de comunicação
e uma área de logística”, tendo em
vista facilitar o contacto com as en-
tidades ou com os meios de comuni-
cação social. “Somos só pessoas que
têm boa-vontade mas que também
têm outras ocupações e têm de con-
seguir conciliar tudo”, acrescenta.
Esta iniciativa de voluntariado de-
correrá em simultâneo em quatro
cidades portuguesas, mas esperam
conseguir alargar a sua área de in-
tervenção nas próximas edições. Em
Lisboa, a Street Store estará na Praça
de Londres, no Porto na Praça da
Alegria, em Coimbra no Largo do
Romal e em Braga na Praça Conde
de Agrolongo, em frente à Igreja do
Pópulo. Texto editado por Ana Fernandes
camente sul-africano, os mentores
decidiram partilhá-lo com o mundo
e já se realizaram mais de 300 lojas
de rua por países como as Honduras,
o Brasil, o Canadá, Israel, Austrália,
EUA, Noruega e Índia, entre outros,
aos quais se junta agora Portugal. Em
Maio, Mafalda Lobato, estudante de
Medicina Veterinária de 22 anos, viu
um vídeo da The Street Store e decidiu
aplicar o conceito em Portugal, mais
motivada ainda por não ter obtido
resposta de instituições de solidarie-
dade nas quais queria fazer volunta-
riado. “Entrei nisto sozinha”, refere
a estudante, mas conta agora com
uma equipa fi xa e espera conseguir
“aumentar a rede”. “Inicialmente, o
projecto era só para os sem-abrigo,
mas decidimos abri-lo a todas as pes-
soas carenciadas”, refere, explicando
que haverá roupas de bebé e criança
e até artigos para animais.
Mafalda Lobato afi rma que em Lis-
boa já têm mais de 40 voluntários
dispostos a participar no evento de
sábado. As candidaturas foram fei-
tas online e também houve quem a
contactasse directamente de modo a
poder integrar o projecto. “Estamos
todos a começar do zero, nenhum
de nós participou em actividades do
SolidariedadeCláudia Carvalho Silva
The Street Store vai realizar-se pela primeira vez em Portugal. O evento acontecerá em quatro cidades ao mesmo tempo
Estará na Praça de Londres em Lisboa, na Praça da Alegria no Porto, no Largo do Romal em Coimbra e na Praça Conde de Agrolongo em Braga
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 19
No local, foi descoberto um muro com características históricas
O CDS quer saber se “estão a ser to-
madas todas as necessárias e devidas
medidas no sentido de preservar as
memórias históricas e o valor simbó-
lico dos elementos urbanos, arquitec-
tónicos e monumentais” que tenham
já sido encontrados ou que venham
a sê-lo no decurso das obras que a
Câmara de Lisboa está a realizar no
Campo das Cebolas. Segundo o parti-
do, no local foi descoberto “um muro
com características históricas e valor
patrimonial tais que determinam o
seu estudo e preservação”.
Ao presidente da câmara foi envia-
do um pedido de informação escrita
sobre este assunto. Nele o vereador
centrista João Gonçalves Pereira diz
ter sido informado da descoberta do
referido muro, “na zona da antiga Ri-
beira Velha ou do antigo Cais de Ver-
o-Peso”, e acrescenta que “é expec-
tável que venham a ser encontrados
vestígios arqueológicos com grande
importância histórica” no decurso da
execução do projecto do Campo das
Cebolas/Doca da Marinha.
Face a isso, o autarca pergunta
se “estão a ser tomadas todas as ne-
cessárias e devidas medidas” para
preservar os vestígios arqueológicos.
João Gonçalves Pereira quer também
saber se a Direcção-Geral do Patrimó-
nio Cultural (DGPC) foi “chamada a
intervir no atinente ao citado muro”
e, em caso afi rmativo, qual foi o seu
parecer.
O PÚBLICO dirigiu à DGPC pergun-
tas sobre este assunto, nomeadamen-
te sobre que estruturas foram encon-
tradas até ao momento no Campo
das Cebolas e qual a sua importância
histórica e estado de preservação.
Em resposta, a responsável pela
comunicação dessa entidade infor-
mou que foram identifi cados no local
“inúmeros vestígios arqueológicos,
a muitos dos quais está a ser aplica-
do o princípio da conservação pelo
registo científi co, previsto na Lei de
Bases do Património Cultural”. Atra-
vés desses vestígios, acrescenta-se,
“tem sido possível contribuir para
um melhor conhecimento de evolu-
ção da cidade de Lisboa nesta área,
entre os fi nais do século XVII e os
dias de hoje”.
CDS preocupado com defesa dos achados arqueológicos no Campo das Cebolas
do-se que “a escavação arqueológica
em curso, e aprovada por esta direc-
ção-geral, é da responsabilidade da
CML/EMEL, enquanto promotores
da intervenção”.
A entidade responsável pela ges-
tão do património cultural faz ainda
saber que, “no momento, encontra-
se terminada a fase de diagnóstico
arqueológico, visando a caracteri-
zação do local no que diz respeito
a eventuais vestígios soterrados”.
“Assim, esta direcção-geral aguar-
da o envio do relatório preliminar
dos trabalhos arqueológicos reali-
zados, através do qual terá conhe-
cimento dos vestígios identifi cados
até ao momento, de modo a poder
avaliar os eventuais impactes que
a implementação do projecto em
referência possa vir a ter sobre o
mesmo”, conclui-se.
No seu plano de actividades e or-
çamento para 2016, a Emel detalha
que a obra para a construção de um
parque de estacionamento subterrâ-
neo no Campo das Cebolas “abrange
a requalifi cação do Largo do Campo
das Cebolas que se estende desde
da Rua do Cais de Santarém até à
Rua dos Arameiros, e desde a Rua
da Alfândega até à Av. do Infante D.
Henrique”. Está em causa a concre-
tização de um projecto do arquitec-
to Carrilho da Graça.
O PÚBLICO aguarda resposta a
um pedido de esclarecimentos en-
viado à Câmara de Lisboa.
Além disso, a DGPC lembra que
“está prevista a integração no par-
que de estacionamento subterrâneo
[que está a ser construído pela Em-
presa Municipal de Mobilidade e Es-
tacionamento de Lisboa (Emel)] da
estrutura portuária setecentista do
Cais de Santarém ou Cais da Ribeira
Velha, documentada na cartografi a
e fontes históricas”. Em respostas
escritas, diz-se ainda que a DGPC,
“no âmbito das suas competências,
encontra-se a acompanhar desde
meados de 2014 o Projecto Ribeira
das Portas do Mar, Campo das Cebo-
las e Doca da Marinha”, acrescentan-
CulturaInês Boaventura
A DGPC confirma que neste local, na frente ribeirinha de Lisboa, foram identificados “inúmeros vestígios arqueológicos”
PUBLICIDADE
20 | ECONOMIA | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
PAULO WHITAKER/REUTERS
Governo tenta proteger venda da TAP com maior vigilância das contas
Fecho da operação de venda ainda está por concretizar
Mesmo no fi m da legislatura, o Go-
verno aprovou em Conselho de Mi-
nistros uma resolução (a única de on-
tem) que obriga a Atlantic Gateway,
quando for dona da TAP, a fazer
reportes mensais sobre a situação
fi nanceira da companhia.
Foi uma alteração a um anexo
do acordo de venda directa da TAP
realizada num momento crítico de
renegociação da dívida da transpor-
tadora com os bancos credores, que
recusam desistir da garantia da Par-
pública e têm inviabilizado o alonga-
mento das maturidades dos créditos
requerido pela Gateway.
Para o secretário de Estado dos
Transportes, esta é uma alteração
que visa “reforçar os mecanismos
de controlo” da situação fi nanceira
da empresa e que “indirectamente
reforça as garantias dos bancos”, se-
gundo afi rmou ao PÚBLICO Sérgio
Monteiro.
Foram introduzidos no anexo exi-
gências sobre os níveis de capital pró-
prio e da dívida da empresa de modo
a que, através da nova monitorização
mensal, a Parpública possa garan-
tir que, se “a empresa voltar a fi car
em mãos do Estado, estará sempre
melhor do que aquilo que estava no
momento da venda”.
Se houver reversão, a Gateway tem
“uma perda efectiva”. Já o Estado re-
cebe de volta os activos e passivos da
TAP, “mas esses passivos não serão
superiores aos passivos que nós te-
mos agora na altura em que estamos
a vender”, explicou o secretário de
Estado. O objectivo, disse, é que nem
os capitais próprios sejam piores do
que no momento da venda, nem a dí-
vida fi nanceira líquida seja superior.
Já havia condições que implicavam
que o Estado pudesse reverter o ne-
gócio se houvesse incumprimento do
consórcio (como a não manutenção
do hub e da sede da TAP em Portu-
gal), mas “o grau de exigência des-
sas condições sai [agora] reforçado”,
afi rmou o governante na conferência
de imprensa após o último Conselho
de Ministros da legislatura.
“Se algum dos eventos que já no
passado implicavam a reversão se
confi rmar, a deterioração da situação
fi nanceira da TAP levou-nos a julgar
que em defesa do interesse público
vida”, revelou a secretária de Estado
do Tesouro, Isabel Castelo Branco.
Ao PÚBLICO, Sérgio Monteiro
adiantou que a negociação com os
bancos credores da TAP prossegue.
Embora “não tenham sido parte na
negociação que houve entre o Gover-
no e o agrupamento” e não tenham
“imposto nada”, “indirectamente
reforça-se a garantia dos bancos”
com a resolução, disse ainda.
Não fi cou totalmente claro, no en-
tanto, se esta nova monitorização
das contas da TAP é sufi ciente para
tranquilizar os bancos. Até aqui, as
instituições fi nanceiras têm recusa-
do substituir as garantias do Estado
pelas dos accionistas privados, ame-
açando executar a dívida antes da
venda (que no fi nal do ano passado
estava nos 650 milhões).
Fonte ofi cial da Atlantic Gateway
mostrou-se “confi ante” no sucesso
da privatização, afi rmando que con-
tinuam “a trabalhar intensamente
em várias frentes, entre as quais, na
renegociação da dívida fi nanceira do
grupo, no sentido que permita a via-
bilidade e sustentabilidade do nosso
projecto para a TAP”.
Outra das frentes em que a Ga-
teway tem de trabalhar é no cum-
primento das recomendações que
a ANAC fez no parecer prévio ao ne-
gócio. Até à data, o consórcio não
enviou ao regulador da aviação civil
as alterações necessárias para que a
ANAC entenda que está assegurada a
legalidade, nomeadamente demons-
trando “inequivocamente que a ges-
tão corrente [da TAP] é efectivamen-
te controlada pela HPGB”, a holding
de Humberto Pedrosa.
Frisando que o “parecer emitido
não é positivo nem negativo”, mas
“enumera as matérias em que se con-
sidera que a operação cumpre a legis-
lação comunitária e as matérias que
obrigatoriamente têm que ser altera-
das para que a operação se conforme
com essa mesma legislação”, fonte
ofi cial da ANAC explicou que “não
estabeleceu uma redacção concreta
para as alterações que recomendou,
deixando liberdade às partes para
encontrarem aquela que considerem
mais apropriada”.
No entanto, a ANAC “terá sempre
que validar se o consórcio foi sufi -
cientemente longe nas alterações que
propõe para cumprir as recomenda-
ções formuladas”, sublinhou a mes-
ma fonte. com Luís Villalobos
Consórcio Atlantic Gateway vai ter de reportar mensalmente as contas da TAP à Parpública e aos bancos credores. Para o Governo, sem resolver as questões com a banca não há solução para a empresa
PrivatizaçõesAna Brito
era necessário reforçar os mecanis-
mos de controlo”, sublinhou. O PÚ-
BLICO questionou a TAP sobre as
suas contas actuais, mas a empresa
não forneceu esses dados.
Sobre o facto de a privatização não
ter ainda sido concluída, e se isso teve
impactos negativos, fonte ofi cial afi r-
mou que este é “um processo que es-
tá a decorrer de acordo com os passos
previstos e dentro do calendário pre-
visto”. No fi nal do primeiro semestre,
as contas da companhia tinham-se
agravado, com os prejuízos a subirem
para 110 milhões de euros e o pas-
sivo a aumentar para 2100 milhões.
A questão que se coloca é por que
é que o Governo tomou agora esta
medida. Primeiro era necessário que
o regulador da aviação civil (ANAC)
desse o seu parecer, sublinhou Sér-
gio Monteiro. E quando o fez, numa
terça-feira, dia 13, deixou apenas uma
margem de dois dias, para a quinta-
feira seguinte (dia em que o CM se
reúne). Portanto o momento teria de
ser esta quinta-feira, frisou.
Ainda assim, nem o ministro da
Presidência do Conselho de Minis-
tros, Luís Marques Guedes, deixou
de ligar a resolução à negociação
com os bancos: “Não se resolvendo
este problema da dívida fi nanceira,
como a comunicação social tem di-
to ao longo das últimas semanas, o
problema da TAP não se resolve pura
e simplesmente”, afi rmou na confe-
rência de imprensa.
E, no entender do ministro, o
nó da venda da TAP está desatado:
“Agora cabe à Parpública aprovar os
instrumentos jurídicos necessários
para a concretização do negócio e ce-
lebrar a venda defi nitiva de 61% das
acções”, garantiu Marques Guedes
(fi cando 5% com trabalhadores e o
resto ainda com o Estado).
A partir desse momento, a TAP vai
ter um auditor em permanência (es-
colhido pelo Estado e pago pelo con-
sórcio) que vai validar as contas todos
os meses e entregá-las à Parpública.
E haverá também “um banco agente
que fará o controlo do serviço da dí-
Resolução foi a Conselho de Ministros mesmo no fi nal da legislatura
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | ECONOMIA | 21
Empresa quer superar fasquia dos 500 milhões de euros em receitas
A agência de viagens GeoStar, que
era integralmente detida pela Sonae
Investment Management (após ter
comprado recentemente a participa-
ção detida pelo Grupo RAR), vai ser
vendida à Springwater Travel Group,
o grupo que entrou em Portugal com
a compra da ES Viagens.
Através de um comunicado, a So-
nae Investment Management afi rma
ter aceitado a proposta da Springwa-
ter Tourism para adquirir 100% do
capital da GeoStar, sem revelar os
valores do negócio. A aquisição, por
parte da Sonae, dos 50% de capital
que eram detidos pelo Grupo RAR foi
efectuada no passado mês de Maio.
Na altura, a Sonae (grupo dono do
PÚBLICO) afi rmou que a GeoStar es-
tava “numa posição privilegiada para
explorar oportunidades de consoli-
dação do sector”.
Com um volume de negócios anual
de cerca de 150 milhões de euros, a
GeoStar conta com uma rede de 37
lojas, uma operação na Internet e
três business travel centers em Lisboa,
Porto e Madrid. Segundo o comuni-
cado, a agência integra os operado-
res Sporski, Takeoff e Megaviagens
e actua em várias áreas de negócio,
nomeadamente o empresarial (Cor-
porate Travel Management e MICE),
o de lazer, o turismo religioso e cul-
tural e o segmento private (Viagens
Vip).
Com esta operação, o Grupo Sprin-
Publicado acórdão que abre a porta às 35 horas nas autarquias
gwater Capital, que detém a Sprin-
gwater Tourism, posiciona-se como
uma das mais importantes empre-
sas do mercado ibérico das viagens.
A Springwater Tourism Portugal já
detém as marcas Top Atlântico, Carl-
son Wagonlit e Solférias, que integra-
vam o portfolio da ES Viagens, do
Grupo Espírito Santo.
A Springwater Capital é, também,
o accionista de referência de um dos
maiores grupos de turismo da Penín-
sula Ibérica, já que integra empre-
sas como a Nautalia (uma agência de
viagens com cerca de 200 lojas em
Espanha) e o Grupo Wamos — Wamos
Air, Wamos Circuito e Wamos Tour.
Depois destas compras efectuadas
no mercado português, a expectativa
do grupo é ultrapassar a fasquia dos
500 milhões de euros no seu volume
de negócios.
Por altura em que o negócio de
compra da ES Viagens foi concre-
tizado, em Novembro de 2014, um
dos fundadores da SpringWater Ca-
pital, Martin Gruschka, dava conta
da intenção de adquirir mais duas
empresas em Portugal, mas avançava
que as operações seriam feitas fora
do sector do turismo.
Em Portugal, a Springwater Tou-
rism é liderada por Francisco Calhei-
ros, que mencionou, no comunicado
divulgado ontem, que esta operação
se enquadra no plano de expansão
do grupo e que vai reforçar a actua-
ção e o posicionamento no sector.
PAULO PIMENTA
EmpresasLuísa Pinto
Grupo entrou em Portugal através da aquisição dos activos da Espírito Santo Viagens
A legalização da semana de 35 horas
numa parte signifi cativa das autar-
quias portuguesas está cada vez mais
próxima com a publicação, ontem,
do acórdão que declarou inconstitu-
cional a intervenção dos membros
do Governo nos acordos colectivos
de entidade empregadora pública
(ACEP) assinados entre os sindicatos
e as entidades do poder local.
Agora que a decisão do Tribunal
Constitucional (TC) foi publicada em
Diário da República, estão reunidas
as condições para que a Direcção-Ge-
Springwater compra GeoStar ao Grupo Sonae e reforça-se no mercado das agências de viagens
ral da Administração e do Emprego
Público (DGAEP) possa publicar os
acordos colectivos bloqueados desde
fi nal de 2013. De acordo com uma
nota técnica da DGAEP, as autarquias
ou os sindicatos terão de lhe reenviar
os acordos que foram recusados ao
longo dos últimos dois anos, para
que os possa mandar publicar em
Diário da República.
Perante a “impossibilidade prática
de depositar os acordos colectivos
de empregador público recusados
que, por força das disposições legais
aplicáveis, foram devolvidos, há que
aguardar novo impulso das partes
com a remessa dos originais dos
ACEP”. Quando isso acontecer, e se
estiveram reunidos todos os requi-
sitos formais, “proceder-se-á ao seu
depósito e subsequente publicação”,
garante a direcção-geral que é tutela-
da pelo Ministério das Finanças.
Embora os ACEP estivessem blo-
queados, muitas autarquias nunca
TrabalhoRaquel Martins
Constitucional diz que intervenção do Governo nos acordos assinados entre sindicatos e autarquias viola autonomia do poder local
chegaram a aplicar as 40 horas sema-
nais, impostas por lei desde Setem-
bro de 2013, e mantiveram os seus
trabalhadores a fazer 35 horas. É o
caso de Lisboa, por exemplo. Outras,
como Sintra, assinaram recentemen-
te acordos com a participação do Go-
verno. A 7 de Outubro, o TC decla-
rou “a inconstitucionalidade, com
força obrigatória geral, das normas
que conferem aos membros do Go-
verno responsáveis pelas áreas das
Finanças e da Administração Pública
legitimidade para celebrar e assinar
acordos colectivos de empregador
público, no âmbito da administração
autárquica”. Os juízes conselheiros
concluíram, por unanimidade, que
as normas das normas da Lei Geral
do Trabalho em Funções Públicas,
que permitiam a intervenção dos
membros do Governo nos acordos
da administração local, “violam de
modo frontal o princípio da autono-
mia do poder local”.
PUBLICIDADE
150A facturação da GeoStar ronda os 150 milhões de euros em termos anuais
por apenas
Compra Antecipada40% DESCONTO
LISBOA - PORTO
* Preço para viagem de ida em Intercidades, 2ª Classe. Compras com um mínimo de 5 dias de antecedência.
Preço limitado aos lugares disponíveis à promoção.
15€*
Alfa Pendular | Intercidades
cp.pt | CP - Comboios de Portugal
Conforto para trabalhar.Comodidade paradescontrair.
22 | ECONOMIA | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
Bolsas
PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2015
PSI 20 0,41 5368,87 508372768 5314,69 5394,10 5302,56 1,12 11,87ALTRI 1,39 4,24 764929 4,18 4,36 4,17 8,92 70,60BANIF 0 0,00 163592645 0,00 0,00 0,00 -16,67 -47,37BPI 5,73 1,14 4329692 1,08 1,17 1,07 0,28 11,50BCP -5,12 0,05 315234486 0,05 0,05 0,05 -0,91 -21,00CTT -0,17 9,98 391708 10,00 10,02 9,89 1,81 24,52EDP 1,05 3,38 6830094 3,35 3,38 3,30 0,87 5,16EDP RENOVÁVEIS 0,24 6,15 291044 6,08 6,15 6,02 1,26 13,71GALP ENERGIA 1,45 9,77 1146476 9,63 9,80 9,59 0,24 15,88IMPRESA -2,89 0,64 47971 0,66 0,66 0,64 -5,19 -18,91J. MARTINS 1,18 12,84 924903 12,64 12,95 12,64 3,47 54,05MOTA-ENGIL -2,05 2,06 772014 2,08 2,10 2,02 -2,10 -22,70NOS 0,64 7,22 710598 7,16 7,25 7,11 0,70 37,97PHAROL 1,81 0,34 9645753 0,33 0,34 0,33 -5,14 -60,88PORTUCEL 2,04 3,61 777349 3,52 3,63 3,51 4,12 16,89REN -0,92 2,79 622422 2,82 2,82 2,79 3,41 16,08SEMAPA 1,81 12,11 72526 12,10 12,20 12,03 2,19 20,80TEIXEIRA DUARTE 0,45 0,45 9289 0,45 0,45 0,45 0,45 -36,85SONAE -0,09 1,10 2208869 1,10 1,11 1,09 -0,54 7,81
O DIA NOS MERCADOS
Acções
Divisas Valor por euro
Diário de bolsa
Dinheiro, activos e dívida
Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares
MercadoriasPetróleoOuro
ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos
Taxas de juroEuribor 3 mesesEuribor 6 meses
Euribor 6 meses
Portugal PSI20
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Obrigações 10 anos
Mais Transaccionadas Volume
Variação
Variação
Melhores
Piores
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Europa Euro Stoxx 50
BCP 315.234.486BANIF 163.592.645PHAROL 9.645.753EDP 6.830.094BPI 4.329.692
PORTUCEL 2,04%PHAROL 1,81%SEMAPA 1,81%
IMPRESA -2,89%MOTA-ENGIL -2,05%REN -0,92%
Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço
2,000
2,375
2,750
3,125
1,11220,7224134,14
4,36391,0824
-0,053%0,019%
46,081165,41
0,25%2,33%
PSI20Euro Stoxx 50Dow Jones
Variação dos índices face à sessão anterior
3000
3200
3400
3600
3800
4700
4950
5200
5450
5700
0,0100
0,0225
0,0350
0,0475
0,0600
0,41%2,47%
n.d.
António Ferreira Gomes, presidente da Autoridade da Concorrência
O regime de clemência, que consiste
na garantia de dispensa ou redução
de coima para as empresas que de-
nunciem os cartéis em que se envol-
veram, “tem vindo a ganhar expres-
são na jurisdição portuguesa”.
Quer a reformulação do programa,
em 2012, quer “uma actuação mais
vigorosa da Autoridade da Concor-
rência (AdC)” têm levado as empre-
sas a “colaborarem cada vez mais e a
apresentarem esses pedidos”, disse
ao PÚBLICO o presidente da entidade
reguladora. António Ferreira Gomes,
à margem da conferência anual da
AdC, referiu-se mesmo a um “núme-
ro recorde do número de pedidos”,
porque nos últimos dois anos houve
dez pedidos de clemência, mais do
que os oito registados desde a criação
do programa, em 2006.
A AdC “não vai descurar” o progra-
ma de clemência, mas está a “tentar
desenvolver uma série de métodos
proactivos na detecção de infrac-
ções”, que não se limitem a esperar
por denúncias, assegurou. A Comis-
são Europeia e o Departamento de
Justiça dos EUA há muito que usam os
programas de clemência para “obter
informação valiosa para poderem de-
pois investigar um cartel”, mas “têm
descurado outro tipo de métodos
proactivos, com os screens”, exem-
plifi cou Ferreira Gomes. Os screens
são métodos de análise estatística de
AdC regista mais pedidos de perdão de empresas
informações como preços, margens,
volumes ou spreads, que permitem
detectar padrões anormais num da-
do mercado.
A AdC “entende que deve haver
uma abordagem holística à lei da con-
corrência”, o que passa não só por
usar “outras ferramentas”, além da
clemência, mas também promover
“um diálogo franco e aberto com as
entidades adjudicantes na contrata-
ção pública”, disse ainda.
A contratação pública é precisa-
mente um dos sectores com condi-
ções mais férteis para que surjam os
cartéis, disse ao PÚBLICO a directora
do departamento de regulação fi nan-
ceira e antitrust do Global Economics
Group, Rosa M. Abrantes-Metz, exem-
plifi cando com os casos da constru-
ção e das refeições escolares. Secto-
res como o fi nanceiro, automóvel e
aviação, são também vulneráveis.
A economista, que foi uma das res-
ponsáveis pelas investigações que
permitiram sinalizar as irregularida-
des na fi xação da Libor, mostrou-se
particularmente crítica de uma polí-
tica antitrust baseada no regime de
clemência. “Em que outras áreas fi -
camos à espera de que os criminosos
confessem?” Por esta altura, o papel
dos screens (que foram usados para
detectar situações como a Libor, mas
também a da manipulação de preços
do ouro e da prata) já devia “ser in-
questionável”.
É que, apesar de serem considera-
dos instrumentos demasiado caros
ou que exigem muitos recursos hu-
manos, foram estes alertas que per-
mitiram, até à data, identifi car alguns
dos cartéis com “efeitos mais signifi -
cativos no mercado” e gerar acordos
de clemência que totalizaram mais de
dez mil milhões de dólares em todo o
mundo, frisou a especialista.
ENRIC VIVES-RUBIO
CartéisAna Brito
Os dez pedidos de 2014 e 2015 superam os oito registados desde 2006, quando o regime de clemência entrou em vigor
O Google está a investir num sec-
tor com o qual nem sempre teve as
melhores relações. A multinacional
abriu ontem as candidaturas a um
fundo que, ao longo dos próximos
três anos, vai disponibilizar um total
de 150 milhões de euros para fi nan-
ciar projectos europeus de inovação
no jornalismo.
Os montantes e o grau de partici-
pação fi nanceira de cada um em cada
projecto variam consoante a dimen-
são. Nos casos dos projectos mais
pequenos e ainda em fase inicial, o
fundo subsidiará o custo total, até um
máximo de 50 mil euros. Estes pro-
jectos poderão ser apresentados por
organizações e indivíduos, e serão
avaliados mais rapidamente.
Já nos projectos considerados de
média e de grande dimensão — os que
requerem fi nanciamento até 300 mil
euros e um milhão de euros, respec-
tivamente —, o fundo fi nanciará, no
máximo, 70% do custo total. As can-
didaturas a estes montantes terão de
ser feitas por organizações. O fundo
aceitará excepções ao limite de um
milhão de euros no caso de projectos
que envolvam várias organizações —
por exemplo, iniciativas de âmbito
internacional ou que sejam transver-
sais a um sector.
A primeira fase de candidaturas
terminará a 4 de Dezembro, abrin-
do-se uma nova fase na Primavera
de 2016. Haverá dois períodos anu-
ais de candidaturas. A avaliação dos
processos será inicialmente feita por
uma equipa de pessoas do Google e
do sector, que decidem sobre os pro-
jectos de pequena dimensão e fazem
recomendações sobre os restantes a
um conselho do fundo, actualmente
com 11 membros, que é responsável
por determinar os fi nanciamentos de
montantes mais elevados. O conse-
lho é encabeçado pelo presidente da
Associação Portuguesa de Imprensa,
João Palmeiro.
O fundo, que faz parte da Digital
News Initiative, uma parceria da em-
presa com os media na Europa, tinha
sido anunciado já em Abril, depois de
experiências de apoio aos órgãos de
comunicação de países como Bélgica
e França.
Google tem 150 milhões para jornalismo
Financiamento João Pedro Pereira
Fundo de inovação é encabeçado pelo presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | ECONOMIA | 23
BCE prepara novas medidas de estímulo já para Dezembro
DARRIN ZAMMIT LUPI/REUTERS
Este é o momento de “trabalhar e avaliar”, referiu em Malta o presidente do BCE, Mario Draghi
O clima de incerteza que rodeia a
economia mundial, a recuperação
modesta da economia europeia e
a manutenção da infl ação a níveis
muitos baixos deverão mesmo for-
çar o Banco Central Europeu (BCE)
a subir a parada nas suas medidas de
estímulo à economia, possivelmente
já em Dezembro.
Para Portugal, esta é mais uma
ajuda para que o Estado continue a
obter fi nanciamento a taxas de ju-
ro baixas e os particulares vejam as
suas prestações da casa atingirem
novos mínimos.
Superando as expectativas dos
mercados, Mario Draghi deixou on-
tem sinais claros de que o BCE se está
a preparar para, na próxima reunião
da instituição, avançar com mais me-
didas de apoio à actividade econó-
mica e de combate aos riscos de de-
fl ação. Na conferência de imprensa
que se seguiu à reunião do conselho
de governadores realizada em Malta,
o presidente do BCE surpreendeu
aqueles que esperavam que voltas-
se apenas a reafi rmar que o banco
central estava disponível para actu-
ar, “caso seja necessário”. Draghi foi
bem mais longe do que isso.
Começou logo por dizer, na sua
declaração inicial aos jornalistas, que
“o grau de acomodação da política
monetária terá de ser reexaminado
na reunião de Dezembro”. O que
quis dizer com isto é que a espera-
da decisão de aumentar as medidas
de estímulo que estão a ser aplicadas
ou de lançar novas medidas poderá
acontecer já no próximo encontro
dos governadores do BCE.
Draghi explicou que na reunião
houve “uma discussão muito comple-
ta sobre todos os instrumentos dis-
poníveis” e que a conclusão foi que o
banco central está “pronto a actuar”.
“Na próxima reunião, vamos avaliar
os indicadores e estamos abertos à
utilização de diversos instrumentos”,
afi rmou. Resumindo aquela que é a
agora a atitude do BCE, Draghi disse
que “não é de ‘esperar para ver’, mas
sim de ‘trabalhar e avaliar’”.
Mario Draghi não quis ir muito lon-
ge na explicação de quais as medidas
com que os responsáveis da autorida-
de monetária estão a ponderar avan-
çar. A aposta unânime dos analistas
gência que se sente dentro do BCE,
Draghi revelou que “alguns membros
do conselho deram sinais de que
defendiam que se poderia actuar já
hoje, embora esse não tenha sido o
ponto central das discussões”.
Ajuda a PortugalA reacção mais imediata dos mer-
cados a este discurso foi a deprecia-
ção do euro, que perdeu logo nos
minutos seguintes cerca de 1% face
ao dólar e à libra. As bolsas euro-
peias reagiram em alta.
A introdução de mais políticas de
expansionismo monetário, como a
compra de activos nos mercados,
tem como resultado uma deprecia-
ção da divisa, uma vez que aquilo
que o banco central faz é injectar
mais euros na economia. Depois, a
própria depreciação do euro pode
ajudar o BCE a atingir os seus objec-
tivos, uma vez que reforça a compe-
titividade das empresas europeias e
traz mais infl ação proveniente dos
produtos importados.
Para países como Portugal, com
elevados níveis endividamento, pú-
blico e privado, esta acção do BCE
revela-se particularmente importan-
te. As taxas de juro da dívida pública
são empurradas para baixo, já que
o BCE pode reforçar a sua posição
como comprador dos títulos portu-
gueses. E as prestações dos emprés-
timos que as empresas e especial-
mente os particulares contraíram
a taxa de juro variável podem cair
ainda mais, já que a Euribor pode
testar novos mínimos.
O presidente do BCE fez, no en-
tanto, questão de passar a ideia de
que não pode ser só o BCE a ajudar
a economia da zona euro a crescer
mais e a fugir da defl ação. “A política
monetária não pode ser a única a
actuar”, num recado explícito aos
governos da zona euro. Draghi de-
fendeu que, perante uma situação
de “desemprego estrutural muito
elevado”, é preciso ter em conta que
aquilo que o BCE pode fazer é apoiar
uma recuperação cíclica, não con-
seguindo garantir uma recuperação
estrutural.
Reforço do programa de compra de dívida pública pelo Banco Central Europeu pode prolongar fi nanciamento do Estado a taxas baixas e reduzir ainda mais prestações dos empréstimos dos portugueses
Política monetáriaSérgio Aníbal
política orçamental menos restrita
ou a melhoria na concessão de cré-
dito. Está, isso sim, na componente
externa, na qual se tem vindo a re-
gistar uma fraqueza ”por causa dos
mercados emergentes e em especial
da China”.
Isto faz com que o objectivo de
estabilidade de preços, que con-
siste em colocar a infl ação “abaixo
mas próxima de 2%”, continue sob
ameaça. Para além do efeito negati-
vo sobre os preços que uma retoma
fraca pode ter, há ainda o impacto
do baixo preço do petróleo, que Dra-
ghi diz estar a ter um efeito sobre
as expectativas dos agentes econó-
micos mais forte do que se poderia
inicialmente pensar. “Continuamos
a observar um elevado nível de cor-
relação entre a taxa de infl ação no-
minal e as expectativas de infl ação
de médio prazo”, afi rmou.
Agora, as próximas previsões do
BCE para o PIB e a infl ação na zona
euro são os dados que faltam para a
decisão fi nal ser tomada. Mas para
deixar claro qual o sentimento de ur-
vai para um prolongamento e talvez
fortalecimento do programa de com-
pra de activos que o BCE tem vindo
a aplicar desde Março. O banco tem
comprado 60 mil milhões de euros
de activos nos mercados, especial-
mente títulos de dívida pública dos
países da zona euro e planeia fazê-lo,
pelo menos, até Setembro de 2016.
No entanto, os últimos indicado-
res económicos fazem com que Ma-
rio Draghi e os seus pares comecem
a reconhecer que é preciso ir mais
longe, não só neste programa, mas
também com outras medidas, como
uma nova redução das taxas de juro
dos depósitos, o único exemplo con-
creto de medida discutida fornecido
por Draghi.
O presidente do BCE explicou o
que o faz estar menos optimista em
relação ao impacto fi nal das medi-
das que têm vindo a ser aplicadas. O
problema não está tanto na compo-
nente interna da retoma económica,
que Draghi considera que tem vin-
do a correr bem por factores como
a descida do preço do petróleo, a
24 | MUNDO | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
Esforços diplomáticos não travam deterioração da saúde de Luaty Beirão
Embaixador português visitou o activista em greve de fome e delegação da UE visitou os outros 14 detidos em Luanda. Amnistia Internacional acredita que Portugal está ao nível do desafi o e expectativas
NUNO FERREIRA SANTOS
As vigílias em Portugal sucedem-se para pressionar a diplomacia portuguesa e o regime angolano
“A partir de agora já entraste numa
fase de perigoso namoro com a linha
que marca a fronteira entre estabili-
dade aparente e o ponto de não re-
torno. Posso sair daqui e assim que
fechar a porta atrás de mim, entra-
res em crise de falência de algum
órgão”. Foram estas as palavras,
segundo a página de Facebook de
Luaty Beirão, do médico responsá-
vel pela situação clínica do activista
luso-angolano na Clínica Girassol de
Luanda, durante a visita de rotina
efectuada ontem. No mesmo dia em
que Luaty cumpriu o 32.º dia de gre-
ve de fome e manteve um encontro
com o embaixador português João
da Câmara.
Sobre esta reunião em Luan-
da, que durou menos de uma
hora, o Ministério dos Negócios
Estrangeiros (MNE) emitiu ao
meio da tarde um comunicado.
“O embaixador pôde testemu-
nhar que Luaty Beirão estava lú-
cido e a discorrer com clareza
e, tanto quanto possível aferir
numa visita, a ser bem acompanhado
em termos médicos”, destaca
o texto.
O comunicado não é extenso.
Nele, o Governo português prome-
te que continuará a acompanhar a
situação de Luaty e dos 14 detidos
desde 20 de Junho acusados de re-
belião e de tentativa de assassina-
to do Presidente José Eduardo dos
Santos através de contactos junto
das autoridades angolanas, quer a
nível bilateral quer em coordena-
ção com os seus parceiros da União
Europeia (UE).
A propósito, o texto destaca tam-
bém o encontro, no Hospital-Prisão
de São Paulo, da delegação da UE
com os outros 14 detidos. Esta reu-
nião durou cerca de cinco horas e
os companheiros do activista luso-
angolano manifestaram o desejo que
ele ponha fi m à greve de fome, uma
vez que o julgamento está marcado
para 16 de Novembro.
No Palácio das Necessidades, em
Lisboa, os diplomatas portugueses
evitam comentários. Existe, contu-
do, a percepção de que todo o pro-
cesso que envolve estes detidos está
a evoluir favoravelmente. Não só, na
passada segunda-feira foi marcado
falado que o Papa”, considerou o
embaixador: “este grupo de jovens
está detido em Angola por razões de
Estado e não se pode ver a árvore
sem verifi carmos a fl oresta não indo
ao fundo do problema.” No mesmo
sentido é o editorial do Jornal de An-
gola, intitulado “As lições da demo-
cracia em Angola”. Naquele texto, é
referido que “o caso Luaty Beirão é
um refl exo da política daqueles que
fi zeram a guerra e a propaganda de
Savimbi [antigo líder da UNITA mor-
to em combate em Moxico, em 22 de
Fevereiro de 2002].
Também ontem, uma delegação
da Amnistia Internacional (AI) reu-
niu com o ministro Rui Machete.
“Acreditamos que Portugal esteja à
altura dos desafi os e expectativas
que criou, mas há tempos e tempos,
e o urgente é a questão humanitária
[de Luaty Beirão], vamos aguardar o
que se vai passar”, disse, ao PÚBLI-
CO, Teresa Pina, directora-executiva
da AI de Portugal.
Aquela responsável destacou
que nos três encontros em menos
de dois anos mantidos com o actual
Governo português — com o primei-
ro-ministro, a subdirectora-geral de
Política Externa e agora com o mi-
nistro dos Negócios Estrangeiros —,
a situação em Angola esteve sempre
presente. “Houve abertura para ou-
vir a Amnistia”, assinalou.
Estes contactos, explicou Teresa
Pina, tornaram-se mais assíduos
desde o início do mandato, este ano,
de Portugal na Comissão de Direitos
Humanos da ONU. “Em Dezembro
passado, Angola aceitou receber
um relator especial da ONU para a
liberdade de expressão, mas a visi-
ta não se concretizou e, entretanto,
houve uma degradação da situação
em Angola, houve uma escalada re-
pressiva”, lamenta.
AngolaNuno Ribeiro
tal-Prisão de São Paulo. Contudo,
esta percepção não ofusca outras
realidades.
“Diabolizar Angola”Segundo a ofi cial Agência Angola
Press (ANGOP), nesta quarta-feira
o embaixador angolano em Lisboa,
José Marcos Barrica, referiu-se a es-
te caso de forma dura. “O problema
do activista Luaty Beirão apenas é
um pretexto para se fazer ressur-
gir aquilo que em Portugal sempre
se pretendeu: diabolizar Angola”,
disse o diplomata durante a ceri-
mónia de comemoração do 10.º
aniversário do Mwangolé, jornal
da responsabilidade daquela dele-
gação diplomática.
Há “uma campanha de denegrir a
imagem de Angola e abafar as con-
quistas alcançadas ao longo dos 40
anos de independência por causa de
um jovem que em Portugal é mais
O embaixador português encontrou Luaty Beirão lúcido e a discorrer com clareza
o julgamento, como não foram pos-
tos entraves às visitas da delegação
de países da UE, e ao encontro de
ontem de Luaty Beirão com o em-
baixador de Portugal, que consagra
o princípio da bilateralidade consi-
derado necessário pela diplomacia
portuguesa.
No mesmo sentido de evolução
é interpretado no MNE o encontro,
nesta quarta-feira, do jornalista e
escritor Rafael Marques, uma das
vozes mais críticas do regime ango-
lano, com os 14 detidos no Hospi-
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | MUNDO | 25
Seis candidatos a Belém manifestaram a sua preocupação pela situação do activista
angolano em greve de fome. “Continuo a acompanhar com preocupação a situação vivida há longos meses e que espera por apreciação jurisdicional, essencial em matéria de direitos fundamentais”, escreveu ontem Marcelo Rebelo de Sousa num comentário solicitado pelo PÚBLICO.
“Estamos perante uma greve de fome justificada, considero que a posição do Presidente da República e do Governo português está aquém do que deviam ser as suas obrigações mínimas”, disse ao PÚBLICO Marisa Marias, candidata do Bloco de Esquerda. “Luaty Beirão é um cidadão luso-angolano que, como os outros activistas, sofre uma situação de detenção arbitrária.”
António Sampaio da Nóvoa, Maria de Belém Roseira e Edgar Silva também se manifestaram preocupados. “Estou ao lado de Luaty Beirão e de todos os homens e mulheres que lutam pela liberdade”, comentou o ex-reitor da Universidade Clássica de Lisboa.
“A minha esperança, com todo o respeito pelas autoridades angolanas, é que estas não deixem de ter em conta a dimensão de humanidade e protecção de uma vida, que é o que está em questão, independentemente dos aspectos jurídicos ou políticos”, disse Maria de Belém.
Edgar Silva, candidato do PCP, destacando o respeito pela soberania de Angola e a separação dos poderes, foi claro: “Quero apelar às autoridades angolanas que atendam à situação humanitária de Luaty Beirão”.
Quarta-feira, Henrique Neto vincou que nenhuma conveniência política ou interesse económico devem ser mais valorizados que uma vida humana. N.R.
Candidatos a Belém preocupados
Os 14 jovens activistas angolanos
detidos pedem a Luaty Beirão para
terminar a greve de fome porque
“precisam dele vivo” para “conti-
nuarem a luta”, disse quarta-feira
à agência Lusa o jornalista Rafael
Marques, que os visitou a todos.
Luaty Beirão, músico luso-ango-
lano de 33 anos, cumpre hoje o 33.º
dia de greve de fome em protesto
contra a prisão a que o grupo de
activistas está sujeito desde Junho,
depois de acusados de tentativa de
golpe de Estado.
“Eles pedem que o Luaty regresse
para o seu meio, como líder moral,
como indivíduo a quem olham com
bastante respeito, que volte com
saúde e que volte com vida”, rela-
tou Rafael Marques, que visitou os
14 presos na cadeia de São Paulo, em
Luanda, tendo depois transmitido
as mensagens a Luaty Beirão, que
se encontra internado numa clínica
da capital angolana.
Rafael Marques disse que reco-
lheu mensagens dos 14 jovens e
que as levou a Luaty, “para que ele,
sem pressão, ouça a voz dos seus
companheiros de causa, dos seus
companheiros de prisão, aquilo que
eles pensam que devem de ser os
próximos passos”.
Rafael Marques conseguiu uma
autorização para visitar os deti-
dos, “por questões humanitárias”.
“Coube-me apenas, na minha qua-
lidade de defensor dos direitos hu-
manos, ouvir os detidos, o que eles
pensam da greve de fome. O Luaty
quer voltar para junto deles e man-
ter a greve. Eu ouvi-os, tirei notas e
eles próprios escreveram pelo seu
punho qual é o seu posicionamento
e fui transmitir as opiniões de cada
um ao Luaty”, relata o autor do livro
Diamantes de Sangue, em contacto
telefónico a partir de Lisboa.
Rafael Marques adiantou que, ex-
cepto Nelson Dibango, que escreveu
na nota que “se o Luaty continuar
com a greve de fome ele entrará no-
vamente em greve de fome”, depois
de já ter cumprido dez dias, “todos
os outros são unânimes e até diziam
que se tivessem essa permissão
iriam à clínica ‘pedir de joelhos’”
para Luaty desistir, “porque preci-
Activistas presos pedem a companheiro que cesse a greve de fome
sam dele vivo e com saúde e de gizar
estratégias” todos juntos.
“Nós não estamos aqui a falar de
pessoas que estão a fazer pressão
para que ele cesse a greve de fome.
Estamos a falar daqueles com quem
ele compartilha ideias e por quem
ele está a sofrer e por quem ele quer
continuar a sofrer — que são estes
bravos jovens que continuam deti-
dos”, frisou Rafael Marques, tam-
bém alvo de um processo judicial
em Angola.
O jornalista e activista recebeu au-
torização por parte das autoridades
angolanas para falar com todos os
detidos, incluindo Luaty Beirão,
que se encontra internado na Clíni-
ca Girassol, em Luanda, e que ma-
nifestou na quarta-feira vontade
em continuar a greve de fome no
Hospital-Prisão de São Paulo, onde
se encontram os 14 companheiros,
considerados como “prisioneiros
de consciência” pela Amnistia In-
ternacional.
“Por uma questão humanitária, ti-
ve a permissão para falar com todos
os detidos e também para abordar
algumas questões relacionadas com
a segurança e com as condições car-
cerárias destes. Penso que é impor-
tante reconhecer este gesto e conti-
nuar a trabalhar, para que, apesar
de termos posições diferentes e na
maioria das vezes antagónicas, pos-
samos compreender que estamos
a falar do direito à vida”, concluiu
Rafael Marques. Lusa
Luaty Beirão numa foto de Agosto de 2012
Já ouviu falar do Prémio Confúcio?
É atribuído pela China a uma pessoa
que tenha tido um papel relevante
para o mundo e acaba de ser anun-
ciado que o vencedor deste ano é Ro-
bert Mugabe. Segundo a explicação
do júri, o Presidente do Zimbabwe
injectou uma “energia renovada” na
harmonia global.
No Zimbabwe, a oposição fi cou ira-
da e as organizações de defesa dos
direitos humanos perplexas. Afi nal,
Robert Mugabe é classifi cado como
um ditador — está no cargo desde
1980 — e é acusado de usar a violên-
cia, a tortura e a intimidação para se
manter no poder.
“A presidência de Mugabe está
pavimentada de sangue, violência
e crueldade”, disse Gorden Moyo,
secretário-geral do Partido Demo-
crático do Povo (oposição), no site
de notícias Bulawayo 24. Disse que
Mugabe é um “sádico que se delicia
com a miséria do povo”.
O próprio comité de 76 elemen-
tos que atribui o prémio fi cou divi-
dido sobre a escolha — ganhou com
36 votos a favor. Um dos elementos,
Liu Zhiqin, disse ao jornal The Guar-
dian que fi cou com grandes reser-
vas sobre a escolha do Presidente do
Zimbabwe, uma pessoa que “está há
tanto tempo no poder que pode ser
rotulada de ditador”.
Mas o presidente do júri, Qiao Da-
mo, não teve dúvidas em dar-lhe o
seu voto. “Se o Zimbabwe não tivesse
Robert Mugabe ganha “Nobel da Paz chinês”
Robert Mugabe como Presidente, o
país enfrentaria grandes difi culdades
— até a segurança pública poderia es-
tar em perigo”. “Todos os países têm
altos e baixos nas economias. Apesar
de a economia [do Zimbabwe] não
ser a melhor, é um país que goza de
uma preciosidade no continente afri-
cano, a estabilidade”.
O prémio, tido como o “Nobel da
Paz chinês”, diz o comunicado do co-
mité citado pelo jornal de Pequim
Global Times, reconhece “o seu tra-
balho em prol da ordem política e
económica no país e pela melhoria
da qualidade de vida da população”.
O texto também elogia o político por
ter sido eleito, este ano, presidente
da União Africana, uma organização
de cooperação que junta 54 estados
do continente.
É este jornal que avança alguns
dos nomes fi nalistas, batidos por
Mugabe: o fundador da Microsoft
Bill Gates, a Presidente sul-coreana
Park Geun-hye, o antigo Presidente
dos EUA Jimmy Carter.
O Prémio Confúcio é recente. Foi
criado em 2010, para se tornar um
concorrente aos prémios Nobel, de-
pois de o comité sueco ter iritado
Pequim ao atribuir o da Paz ao es-
critor dissidente Liu Xiaobo — este
está detido há anos por ter co-assi-
nado o manifesto pró-democracia
Carta 08.
Na primeira edição, o troféu e o
cheque no valor de 69 mil euros cou-
beram a Lien Chan, antigo Presidente
de Taiwan, premiado pela política de
reaproximação da ilha à República
Popular. Seguiram-se o Presidente da
Rússia Vladimir Putin, Kofi Annan e
Yuan Longping (ex aequo entre o ex-
secretário-geral das Nações Unidas
e o cientista e pedagogo chinês) e o
antigo líder cubano Fidel Castro.
Zimbabwe
No Zimbabwe, a oposição e as organizações de defesa dos direitos humanos ficaram perplexas
Robert Mugabe está no poder desde 1980
ALEXANDER JOE/AFP
26 | MUNDO | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
Refugiados são detidos em centros piores que prisões na República Checa
As “violações dos direitos humanos são sistemáticas” neste país da Europa Central, onde o Presidente, Milos Zeman, se destaca pelos constantes discursos contra o Islão, dizem as Nações Unidas
MARKO DJURICA/REUTERS
Milhares de refugiados e migrantes continuam a chegar todos os dias às fronteiras da Europa
O alto-comissário das Nações Uni-
das para os Direitos Humanos, Zeid
Ra’ad Al Hussein, “criticou vigorosa-
mente” a detenção de refugiados e
migrantes que têm estado a chegar
à República Checa desde o Verão,
obrigando-os até a pagar pela sua de-
tenção. Manifestou-se também preo-
cupado com o discurso público cada
vez mais marcado pela xenofobia,
incluindo “as repetidas declarações
islamofóbicas do Presidente, Milos
Zeman”.
A República Checa não é o único
país da Europa Central a rejeitar re-
ceber refugiados da guerra na Síria.
Mas, segundo a agência da ONU pa-
ra os Direitos Humanos, destaca-se
negativamente: “O que torna única
a República Checa entre outros pa-
íses de trânsito é estar a submeter
de forma rotineira estes migrantes
e refugiados a períodos de detenção
de 40 dias e por vezes até mais — 90
dias — em condições descritas como
degradantes”, diz o alto-comissário
Zeid Ra’ad Al Hussein, num comuni-
cado divulgado em Genebra.
A ONU diz que “as violações dos
direitos humanos dos migrantes
não são actos isolados, nem meras
coincidências, mas sim sistemáticas.
Parecem ser parte integral de uma
política do Governo checo concebida
para travar a entrada de migrantes
e refugiados no país, ou para que
permaneçam lá”, diz Zeid, citando
o que diz serem “relatos credíveis
de várias fontes”.
Nada pode justificar que haja
crianças detidas, sublinha: “A deten-
ção de crianças com o único argu-
mento do seu estatuto de migrantes,
ou dos seus pais, é uma violação.” A
provedora de Justiça checa criticou
a detenção dos imigrantes e frisou
também que manter as crianças de-
tidas viola a Convenção dos Direitos
das Crianças, diz Zeid.
A maior parte destas pessoas não
consegue contestar a sua detenção
em tribunal, pois não recebe infor-
mação sobre como obter apoio ju-
dicial gratuito. As organizações da
sociedade civil também não estão
a conseguir ter acesso a centros de
detenção como Bìlá-Jezová, a 80km
a norte de Praga — que o próprio
ministro da Justiça checo descre-
veu como “pior que uma prisão”.
Cada migrante é forçado a pagar
um valor equivalente a dez dólares
diários para permanecer neste cen-
tro de detenção, sem qualquer base
legal, o que está a deixar as pessoas
sem dinheiro. Além disso, foram-
lhes confi scados os telemóveis. “O
facto de serem obrigados a pagar
pela sua própria detenção é parti-
cularmente repreensível”, sublinhou
o alto-comissário.
O responsável das Nações Unidas
critica ainda o Presidente, Milos Ze-
man, pelos discursos em que revela
a vontade de fechar a porta aos re-
fugiados e a sua desconfi ança por
serem muçulmanos. “Vamos perder
a beleza das mulheres, porque vão
obrigá-las a cobrirem-se da cabe-
ça aos pés com burqas”, afi rmou,
espalhando o receio de que os mi-
grantes irão impor a lei da sharia na
Europa.
Zeman apoia ainda a petição pú-
blica “anti-imigração” lançada pelo
anterior Presidente Václav Klaus,
que apela ao Governo para garantir
a inviolabilidade da fronteira “por
todos os meios”, e critica o Governo
por estar a ser demasiado passivo
face à crise da migração.
O Presidente diz ser, tal como o
primeiro-ministro húngaro, Viktor
Orbán, um defensor dos “valores
da Europa cristã” — e não são deste
Verão as suas posições anti-Islão. Já
em 2011 foi processado por afi rma-
ções polémicas relativas aos muçul-
manos.
Confrontado com as críticas da
ONU, um porta-voz de Milos Zeman
não se perturbou. “O Presidente já
há muito que alerta para a ameaça
do fundamentalismo islâmico. Con-
tinua fi rme na sua opinião e não a
alterará face a pressões vindas do
estrangeiro.”
Crise HumanitáriaClara Barata
12.600 refugiados num só dia na Eslovénia
Orbán diz que “há que mandá-los de volta”
Mais de 12.600 refugiados entraram na Eslovénia em 24 horas, anunciou a polícia. É um recorde,
mais do que os que entraram na Hungria, em Setembro. Desde sábado, 34.131 pessoas passaram a fronteira eslovena, com o objectivo de ir para outros países, sobretudo a Alemanha. A Suécia é a segunda preferência, e reviu em alta a sua previsão para este ano: deve receber 190 mil refugiados, 30 mil dos quais crianças sozinhas. Terá de reforçar os fundos para os refugiados, disse o responsável
pela Agência de Migração, Anders Danielsson. “É uma situação sem precedentes tanto na Europa como na Suécia”, disse à Reuters. Viktor Orbán, o primeiro-ministro húngaro, afirmou no congresso do Partido Popular Europeu, em Madrid, que os líderes europeus têm de mudar a política de imigração e envolver os eleitores num debate sobre o futuro da Europa, diz a Reuters. Se não, a crise política ameaçará a democracia. “Há que mandá-los de volta para os campos de refugiados de onde vêm”, declarou.
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | MUNDO | 27
Protesto anti-Israel em Gaza
O fosso que separa israelitas e pales-
tinianos cresceu de tal forma que o
reinício das negociações de paz não
é agora mais do que uma miragem, e
a diplomacia concentra-se tão-só em
impedir que o actual surto de violên-
cia se transforme numa guerra aber-
ta. “É absolutamente crucial pôr fi m
a todo o incitamento, a toda a violên-
cia e encontrar uma via que permita
criar a possibilidade, que não existe
hoje, de um processo [de paz] mais
abrangente”, pediu o secretário de
Estado americano, John Kerry.
A violência em Israel e na Cisjor-
dânia não dá sinais de abrandar.
Ontem, dois palestinianos tentaram
entrar num autocarro que transpor-
tava crianças numa cidade a oeste de
Jerusalém. Não conseguiram, mas
esfaquearam um jovem israelita que
estava na paragem e foram alvejados
pela polícia. Eram oriundos da Cisjor-
dânia e um morreu.
Desde o início do mês, oito israeli-
tas morreram e dezenas fi caram feri-
dos em ataques com armas brancas,
protagonizados sobretudo por jovens
e adolescentes palestinianos — 24
foram mortos pelas forças de segu-
rança. Em simultâneo, multiplicam-
se os confrontos entre o Exército e
grupos de palestinianos, sobretudo
na Cisjordânia e Jerusalém Oriental,
que fi zeram já 25 mortos, entre eles
crianças.
O Governo israelita culpa os líderes
palestinianos pela violência, acusan-
do-os de propagarem mentiras sobre
a alegada intenção de Israel em alte-
rar o estatuto do Pátio das Mesquitas,
lugar sagrado para as três religiões
monoteístas em Jerusalém Oriental,
sob custódia da Jordânia, e onde só
os muçulmanos podem rezar. A Auto-
ridade Palestiniana diz que os jovens
pegam em facas enfurecidos pela re-
cusa israelita em travar a expansão
dos colonatos e com as restrições no
acesso ao Pátio das Mesquitas, repu-
diando as “execuções extrajudiciais”
dos atacantes.
“É preciso deixar para trás as con-
denações, a retórica”, insistiu Kerry,
falando aos jornalistas mas dirigindo-
se quer ao primeiro-ministro israeli-
ta, Benjamin Netanyahu, com quem
Kerry tenta acalmar retórica de israelitas e palestinianos
esteve ontem em Berlim, quer ao
presidente palestiniano, Mahmoud
Abbas, com quem falará sábado em
Amã.
Acalmar o fogo da retórica é a prio-
ridade mais urgente da ronda diplo-
mática em curso, num momento em
que quer o Departamento de Esta-
do dos EUA quer as Nações Unidas
admitem que são quase nulas as hi-
póteses de reatar as negociações de
paz, interrompidas no início de 2014.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-
moon, encontrou-se nos últimos dias
com os dois líderes e, no relato que
apresentou na quarta-feira ao Con-
selho de Segurança, “surpreendeu
todos pelo tom pessimista”, contou
o embaixador britânico na ONU.
Kerry disse que a conversa com o
primeiro-ministro israelita o deixou
“prudentemente optimista” quanto
às hipóteses de um desanuviamento.
Mas depois de ter deitado lenha na
fogueira — ao afi rmar que o grande
mufti de Jerusalém da época teria su-
gerido a Hitler o extermínio dos ju-
deus (ver texto ao lado) —, Netanyahu
chegou ao encontro repetindo as
acusações à Autoridade Palestinia-
na. “Não há dúvidas de que esta onda
de ataques é resultado directo do in-
citamento. Incitamento da parte do
Hamas, dos movimentos islamistas
em Israel e, lamento dizê-lo, do pre-
sidente Abbas.”
Do outro lado, não há também si-
nais de compromisso. “Nem Abbas
nem ninguém pode controlar a situa-
ção enquanto Netanyahu continuar a
dar aos seus soldados autorização pa-
ra matar e para intervir no Pátio das
Mesquitas”, disse ao jornal israelita
Yedioth Ahronoth Adnan Gaith, che-
fe do braço armado da Fatah. “Nin-
guém consegue controlar o que está
a acontecer e só vai piorar”, avisou.
DiplomaciaAna Fonseca Pereira
Kerry encontrou-se com Netanyahu e diz ter ficado “prudentemente optimista” sobre hipótese de desanuviamento da tensão
A perguntaFoi o mufti de Jerusalém que sugeriu a “solução final” a Hitler?
A frase“Naquela altura, Hitler não queria exterminar os judeus, mas sim expulsá-los. Mas Haj Amin al-Husseini foi encontrar-se com ele e disse-lhe: ‘Se os expulsar, eles vão todos para a Palestina.’ ‘E o que é que devo fazer?’, perguntou Hitler. [O mufti] disse: ‘Queime-os.’”Benjamin Netanyahu
O contexto Historiadores e analistas defendem que Netanyahu fez regressar o mufti de Jerusalém e a tese de que foi ele o grande inspirador do Holocausto, por motivos políticos, num momento de nova tensão entre israelitas e palestinianos, com ataques e retaliações. Uma espiral de violência começou em Jerusalém Ocidental a 1 de Novembro, quando o Governo de Telavive bloqueou o acesso de palestinianos à Cidade Velha, onde estão dois lugares sagrados do islão, o Pátio das Mesquitas e a Mesquita de Al-Aqsa.
Os factosA tese não é nova e circula em Israel desde a criação do Estado Judeu, em 1948. Também não foi a primeira vez que Netanyahu se referiu à aliança entre o mufti de Jerusalém, Haj Amin al-Husseini, que foi a mais alta autoridade religiosa e política da Palestina, e a Alemanha nazi. Porém, desta vez, o primeiro-ministro de Israel fez o que nunca fora feito — descreveu ao pormenor a conversa que Husseini e Hitler tiveram em Novembro de 1941, na Alemanha. Apesar de não haver uma gravação áudio do encontro (só há imagens).
“Inimigo do meu inimigo meu
amigo é” — era no que o mufti acreditava e, por isso, procurou Hitler, na ânsia de se livrar de judeus e de britânicos, e de criar, na Palestina livre dos indesejados e dos ocupantes, um Estado.
Haj Amin al-Husseini era membro de uma das mais influentes famílias palestinianas e chegou ao topo da hierarquia religiosa pelas mãos dos britânicos, que o nomearam Grande Mufti (um mufti é um intelectual a quem é reconhecida a superior capacidade de interpretar a lei islâmica) em 1921. Mas também era um violento opositor ao protectorado britânico, a que queria pôr fim de qualquer maneira, assim como acabar com o risco de ser criado no território o Lar Nacional Judeu (o embrião de um futuro Estado).
Em 1937, perseguido pelos britânicos pelo seu papel na revolta árabe de 1936-1939, fugiu da Palestina, refugiando-se no Líbano, no Iraque, em Itália e na Alemanha. A sua cooperação com Hitler é inequívoca. Há documentos que provam que ajudou a recrutar muçulmanos bósnios para criar uma unidade regional das SS nas Balcãs. Tal como há provas em como foi a sua intervenção que travou a troca de quatro mil crianças e 500 adultos judeus por 20 mil prisioneiros alemães nas mãos dos britânicos na Palestina.
Netanyahu, explica Sheri Oz no The Times of Israel — num artigo em que explica os motivos de Netanyahu para dizer o que disse e em que sublinha que não está provado mas também não está excluído que o mufti tivesse dito aquilo a Hitler —, cresceu a ouvir estas histórias e também a tese de que foi o mufti quem sugeriu a Hitler que queimasse os judeus. O pai, o historiador Benzion Netanyahu, acreditava nesta teoria e propagava-a em casa.
É consensual entre historiadores de várias correntes, ocidentais e judaicas, que o mufti colaborou com Hitler e que deveria ter-se sentado no banco dos réus em Nuremberga, onde foram julgados os crimes
e os criminosos nazis e onde se ouviram gravações de discursos do mufti.
O mufti, que fugiu da Alemanha para o Cairo, morreu em 1974 em Beirute, no Líbano. Ao longo da vida, continuou a inspirar a guerra pelo desaparecimento do Estado de Israel e pela criação do Estado Palestiniano — um dos seus familiares e protegidos, Yasser Arafat, iria dar continuidade a essa luta armada através da Organização de Libertação da Palestina (OLP).
Em resumoApesar da certeza de Netanyahu, a pergunta “Quem foi o primeiro a ter a ideia do extermínio dos judeus?” continua como estava — sem resposta exacta. Há académicos que defendem que a origem do crime que viria ser conhecido como Holocausto está apenas dentro da Alemanha nazi.
Certo é que a figura de Haj Amin al-Husseini e a sua ligação aos nazis têm estado ao longo de décadas no debate académico-político. No jornal The Guardian, escreveu Tom Segev, historiador judeu e autor de The Seventh Million: The Israelis and the Holocaust: “Todos os governos de Israel usaram o Holocausto como argumento político. Todos os líderes árabes desde 1948 foram comparados, pelo menos uma vez, a Hitler. Todos os países árabes compararam Israel aos nazis. Os árabes sempre recusaram reconhecer o Holocausto como elemento central da identidade israelita. (...) Envolver o Holocausto mais uma vez só pode piorar as coisas. A última coisa que a actual situação precisa é de um conto de fadas sobre Hitler e um mufti.” Ana Gomes Ferreira
Os historiadores dizem que a origem do Holocausto está dentro da Alemanha. Onde entra aqui um líder religioso palestiniano?
Prova dos factos
SIM TALVEZ NÃO
28 | CULTURA | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
Celebrar um bom ano para a BD portuguesa e as crianças na Amadora
MIGUEL MADEIRA
No Fórum Luís de Camões, mas por outros espaços da Amadora e da Área Metropolitana de Lisboa, o festival decorre até 8 de Novembro
Labirintos à altura dos mais peque-
nos leitores, passagens “secretas”,
escorregas e até uma escada-palhaço.
O Festival Internacional de Banda De-
senhada da Amadora tem como tema
central as crianças na BD, da cente-
nária e portuguesa Quim e Manecas
até aos miúdos “que mais revelam o
que é ser criança” nas últimas déca-
das — por lá andam Mafalda, Calvin e
Hobbes e os Peanuts. A luz do estira-
dor foca ainda Portugal, cujo último
ano editorial na BD foi de boas novas.
“Diversidade e quantidade”, diz o di-
rector do festival, Nélson Dona.
Na 26.ª edição do Amadora BD,
que é inaugurada hoje e que traz
convidados internacionais como os
franceses Jacques Tardi ou Mathieu
Sapin, celebram-se Stuart Carvalhais
e as suas personagens Quim e Ma-
necas, “a génese da BD portuguesa”
que este ano cumprem o seu cente-
nário. Apareceram pela primeira vez
no jornal O Século e são um marco
temporal e artístico. É “a série por-
tuguesa mais famosa de sempre”, diz
João Paulo Boléo, comissário da ex-
posição central do evento nos textos
distribuídos à imprensa — Stuart foi
mesmo, lê-se, o primeiro autor euro-
peu a utilizar os balões de BD. E des-
se momento de pujança portuguesa
com duas crianças aventureiras ao
centro nos idos de 1915, damos um
salto para o presente na Amadora.
“Houve um aumento grande do
número de publicações de BD em
Portugal” desde Setembro de 2014
e Agosto deste ano, diz Sara Figuei-
redo Costa, que com Luís Salvado co-
missaria a exposição Ano Editorial
2014-15. Uma das apostas desta edi-
ção deste festival “generalista”, como
diz Nélson Dona, e que quer perce-
ber as tendências e as lógicas do que
é publicado no sector em Portugal.
Os dois jornalistas e especialistas
em BD falam de “doze meses de pu-
blicação intensa” e, no parque sub-
terrâneo do Fórum Luís de Camões —
o fórum e o seu parque são o espaço
central do festival —, Sara Figueiredo
Costa acrescenta ao PÚBLICO alguns
motivos que explicam essa tendên-
cia: a democratização dos meios de
produção e os novos canais de distri-
buição — entre os quais os jornais.
Em contraciclo em relação à edi-
Tardi e a sua Foi assim a Guerra nas
Trincheiras sobre a I Guerra e os
homens que a travaram. “Um fôle-
go imenso à publicação de BD em
Portugal”, insufl ado também pelo
incremento nas publicações infan-
tis da Disney ou outros títulos liga-
dos ao cinema ou à TV nas bancas
e quiosques.
Raridades e concertoAs crianças, novamente, os primei-
ros leitores de uma vida que pode ser
sempre aos quadradinhos e que estão
na BD à vista dos visitantes em núcle-
os com Tropelias, Heróis e Aventura,
Turmas ou os incontornáveis Calvin
(Bill Waterson), Mafalda (Quino) e os
Peanuts (Charles Schulz). Há dese-
nhos para ver, originais e até exem-
plares únicos de Hergé, Franquin ou
da personagem Little Nemo (de Win-
sor McCay) de museus e colecções
de todo o mundo. Por entre os dois
pisos do Fórum, as tais passagens e
labirintos criados pelo atelier Vírgula
i são para os visitantes mais jovens
— mas os graúdos também têm per-
cursos a fazer.
O Amadora BD espraia-se até 8 de
Novembro para espaços como a Be-
deteca da Amadora, onde já está a ex-
posição Putain de Guerre! — A Guerra
das Trincheiras, e para outros locais
em Lisboa, Almada ou Cacém. Ama-
nhã à noite, nos Recreios da Amado-
ra, Tardi, a cantora Dominique Gran-
ge e o grupo Accordzéâm declamam,
cantam, musicam e mostram ilustra-
ções de Putain de Guerre!. As receitas
revertem para o Conselho Português
para os Refugiados.
A programação inclui ainda mos-
tras sobre Jim del Monaco, O Pugilista
de Reinhard Kleist, os premiados do
ano passado e os nomeados de 2015,
desfi les de cosplay ou workshops.
Com orçamento de cerca de 500
mil euros, recebeu, em 2014, 30 mil
visitantes.
Mafalda, Calvin, os Peanuts e os portugueses Quim e Manecas, de Stuart Carvalhais, Jacques Tardi ou Mathieu Sapin a partir de hoje no festival Amadora BD. Foi um ano de “publicação intensa” em Portugal
Banda DesenhadaJoana Amaral Cardoso
projectos editoriais que nasceram
de grupos de amigos que começa-
ram a fazer não o fanzine fotocopia-
do” mas produtos com acabamento
mais profi ssional. A impressão digi-
tal permite fazer pequenas edições,
reeditar facilmente e ganhar não só
a simples existência, mas também
visibilidade. E, depois, chegar às li-
vrarias independentes e dar força
às poucas pequenas editoras que já
têm uma distribuição comercial que
lhes permite chegar às grandes lojas.
Continua a ser “um meio muito pe-
queno”, o português, mas “a ideia da
BD para um público fechado é muito
errada”, defende a jornalista.
No espaço central de um dos dois
pisos da casa-mãe do Amadora BD
estarão também colecções como as
editadas pelo PÚBLICO, que lançou
com a editora Levoir no mercado
português novelas gráfi cas de Ro-
bert Crumb, Will Eisner ou do con-
vidado do festival deste ano, Jacques
ção de literatura generalista, diz, a
publicação de BD entre a última e a
actual edição do festival, e “nos últi-
mos dois, três anos”, registou maior
“número de títulos publicados”.
São edições de “média e pequena
dimensão”, salvo algumas grandes
tiragens, mais pontuais, explica a es-
pecialista. A exposição quer cristali-
zar esse momento com mais de 200
títulos — livros, fanzines, revistas e
publicações digitais — e mais de cem
autores portugueses que publicaram
no seu país em exposição manuse-
ável. “Sempre tivemos muita gente
a desenhar e a escrever”, confi rma
a comissária. Mas “a renovação dos
canais de distribuição” com a Inter-
net, os encontros ou a impressão di-
gital “e dos próprios meios de edi-
ção fez com que as pessoas tivessem
onde mostrar e publicar”, diz Sara
Figueiredo Costa.
“Nos últimos anos tivemos muitas
feiras de edição alternativa, muitos
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | CULTURA | 29
PUBLICIDADE
Neste Ano Internacional da Luz, a 2.ª
edição do Fórum do Futuro vai abrir,
ofi cialmente, com uma conferência
do astrofísico norte-americano John
C. Mather, Nobel da Física em 2006,
que vai falar no Teatro Rivoli, na noi-
te de 4 de Novembro, sobre Felicida-
de, Luz e os Segredos do Universo.
Membro da agência espacial NASA,
Mather tem investigado a origem do
cosmos, e vai falar no Porto da luz
como ponto de partida para a vida
no universo, partilhando a mesa com
os professores Carlos Fiolhais e Orfeu
Bertolami.
Depois do sucesso da edição inau-
gural, em Novembro passado, em
que contou cerca de 7000 especta-
dores, este festival — que o vereador
da Cultura Paulo Cunha e Silva am-
biciona “transformar no fórum de
Davos do pensamento” — vai este
ano ter apenas cinco dias, mas mais
sessões (vinte) e participantes (59,
vinte dos quais estrangeiros). E vai
estender-se a três outras instituições
da cidade: o Museu de Serralves, a
Casa da Música e o Teatro São João,
além de contar com a parceria da
Universidade do Porto.
Da lista dos participantes estran-
geiros consta também o filósofo
francês Gilles Lipovetsky (dia 7), que
regressa a Portugal, desta vez para
falar sobre Os Desafi os da Felicidade
O designer belga Raf Simons abandonou a Dior
na Sociedade do Hiperconsumo — a
felicidade sendo, de resto, o deno-
minador comum do fórum.
Num cruzamento permanente en-
tre convidados estrangeiros e portu-
gueses, o programa do fórum terá
uma pré-abertura, na tarde de 4 de
Novembro, em Serralves, com a di-
rectora do museu, Suzanne Cotter, a
apresentar o fotógrafo alemão Wolf-
gang Tillmans como “um dos gran-
des artistas do nosso tempo” — e que,
em Janeiro, fará em Serralves a sua
primeira exposição em Portugal.
A arquitectura vai começar por ser
debatida, este ano, num encontro de
Eduardo Souto de Moura com o in-
diano Bijoy Jain (dia 5), o fundador,
há três décadas, do Studio Mumbai,
onde tem defendido e praticado uma
arquitectura sustentável. Do Centro
Canadiano da Arquitectura (CCA),
em Montréal, vêm o director Mirko
Zardini e a fundadora Phyllis Lam-
bert, para se encontrarem, respecti-
vamente, com Roberto Cremascoli e
Inês Moreira e falar dos arquivos (dia
6), e com António Mexia e Gomes de
Pinho (dia 7) e discutir a responsabi-
lidade social das instituições.
Outro arquitecto convidado é
Santiago Cirugeda (dia 7), espa-
nhol, conhecido como “o arquitecto-
guerrilheiro” pelo modo como vem
defendendo o direito de as popula-
ções acederem aos espaços públicos
abandonados.
A sessão da noite de 5 de Novem-
bro vai reunir Julião Sarmento com
a norte-americana Sasha Grey, ex-
actriz de fi lmes pornográfi cos que
entretanto deu uma volta à sua car-
reira, desde que fez o fi lme Confi ssões
de Uma Namorada de Serviço (2009),
de Steven Soderbergh; e que o artista
português também citou no seu pro-
jecto Quelques Jeux Interdits (2012).
Dos estrangeiros, assinalem-se
ainda as presenças do investigador
norte-americano Aaron Ahuvia,
professor de marketing e criador
da chamada brand love (dia 5); a
conferência-performance do artista
argentino Rirkrit Tiravanija; ou a
instalação do artista alemão Florian
Hecker (dia 7).
A ciência e a sociologia, a religião e
a política vão também estar em deba-
te num encontro do cientista (e agora
também deputado na AR) Alexan-
dre Quintanilha com o eurodeputado
Paulo Rangel e o padre Anselmo Bor-
ges (dia 7); e na sessão do sociólogo
belga Nico Carpentier (dia 8). O pro-
grama completo do Fórum do Futuro
pode ser consultado num novo site
que está a ser montado para o efeito:
www.forumofthefuture.com.
PensamentoSérgio C. Andrade
Festival do pensamento comissariado por Paulo Cunha e Silva decorre no Porto de 4 a 8 de Novembro, com 59 participantes
O designer belga Raf Simons aban-
dona a Dior, anunciou ontem a casa
de moda parisiense, depois de três
anos e meio em Paris. Uma das re-
ferências actuais da criação de mo-
da, Simons deixa os seus cargos de
director artístico da alta-costura, do
pronto-a-vestir e das colecções de
acessórios da maison que integra um
dos maiores grupos de luxo do mun-
do, o Louis Vuitton Moët Hennessy,
por “motivos pessoais”.
Fundada em 1946 por Christian
Dior, a casa teve nos últimos anos
Nobel da Física John C. Mather abre Fórum do Futuro 2015
O jornal especializado Women’s Wear
Daily escreve que a Dior, segundo
fontes do sector, não tem ainda um
nome e estará prestes a encetar es-
se processo de busca. As mesmas
fontes, não identifi cadas, referem
que, apesar de se tratar de um afas-
tamento “amigável”, decorriam ne-
gociações contratuais com Simons
que terminaram sem acordo.
Simons, que tem 47 anos, refere
na nota enviada à imprensa que a
sua decisão “se baseia inteira e igual-
mente” no seu “desejo de se focar
noutros interesses”, nomeadamente
a sua própria marca, deixando elo-
gios à empresa que é uma importan-
te accionista do grupo LVMH e que
é dirigida pelo milionário Bernard
Arnault, bem como à sua equipa.
Creditado pela modernização da
Dior depois do marcado e exuberante
estilo operático de Galliano, Simons
foi o sexto designer a dirigir a Dior
nos seus quase 70 anos de história.
ModaJoana Amaral Cardoso
Apenas três anos e meio numa das mais importantes casas de moda do mundo e uma saída inesperada por “motivos pessoais”
Simons ao leme depois da saída tem-
pestuosa de John Galliano (que foi
afastado da marca depois da polé-
mica de 2011 que envolveu insultos
anti-semitas proferidos em público
pelo designer britânico e que fez
com que a Dior entregasse a direc-
ção interina a Bill Gaytten). A apre-
sentação da colecção de Primavera/
Verão 2016, que decorreu no Lou-
vre, em Paris, há três semanas, foi a
última assinada pelo conceptual bel-
ga para a maison. A Dior informou
por comunicado que a saída de Si-
mons se deve a “motivos pessoais”,
não adiantando mais detalhes nem
revelando ainda quem lhe sucederá.
Raf Simons trabalhara não só na sua própria marca mas também como director criativo da Jil Sander
Astrofísico americano foi Nobel da Física em 2006
70º ANIVERSÁRIO DA ONU - 24 DE OUTUBRO DE 2015CONVITE AOS PORTUGUESES PARA ENVIAREM UM POSTAL
www.unric.org/pt
30 | CULTURA | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
“O futebol é uma chatice. É um
pretexto para as pessoas estarem
juntas, para os pais e os fi lhos não
terem que enfrentar o grande silên-
cio.” Sérgio Oksman, de 45 anos, diz
isto apesar de o futebol ser, ao mes-
mo tempo, pano de fundo e título da
sua primeira longa-metragem, de-
pois de uma série de curtas premia-
das pelo mundo fora (inclusive no
Curtas Vila do Conde, que A Story
for the Modlins venceu em 2012).
Mas não se deixem enganar: em-
bora tudo se passe durante o Mun-
dial do Brasil de 2014, não se vê fu-
tebol de espécie nenhuma nos 70
minutos de O Futebol, um dos títulos
mais fortes da competição interna-
cional do Doclisboa (Culturgest,
hoje, 22h, e São Jorge, domingo 25,
16h45). “O único futebol que apare-
ce realmente são vinte segundos do
hino brasileiro ou um álbum de fi gu-
rinhas de 1974,” explica Oksman ao
PÚBLICO em Locarno, onde o fi lme
teve estreia mundial na competição
ofi cial. Mais importante, contudo,
é reparar como um brasileiro radi-
cado há duas décadas em Espanha,
que admite conhecer mal o que se
faz hoje no país irmão, assina com
O Futebol um fi lme perfeitamente
integrado na nova vaga do cinema
brasileiro contemporâneo.
“Não sou capaz de ter um dis-
curso sobre o cinema brasileiro,”
assume Oksman, que não visitava
o Brasil havia 20 anos e cujo conhe-
cimento da produção actual se li-
mita ao que vai vendo nos festivais
(como O Som ao Redor, de Kleber
Mendonça Filho, e Branco Sai, Preto
Fica, de Adirley Queirós, que o im-
pressionaram imenso) ou que che-
ga às salas espanholas. Talvez por
isso, o cineasta ache que O Futebol
“não podia ser um fi lme brasileiro”
e prefi ra aproximá-lo da nova vaga
romena. “Por que é que o cinema
romeno é tão maravilhoso?”, per-
gunta retoricamente. “Porque dá
espaço para que a realidade entre,
porque os planos não têm necessa-
riamente uma função narrativa...
Os alunos na faculdade acham que
você liga uma câmara e captura a re-
alidade, mas a realidade não existe.
Fazer fi lmes documentais signifi ca
inventar uma situação, estratégias
com uma estrutura, para que a re-
alidade possa entrar e acontecer lá
dentro.”
É aqui que voltamos ao “jogo bo-
nito”, que é o dispositivo central à
volta do qual o fi lme gira, criado em
estreita cumplicidade entre Oksman
e o espanhol Carlos Muguiro (co-
argumentista e co-montador, pre-
sente também em Locarno e atento
ao desenrolar da conversa). O que
pode haver em comum entre dois
familiares que não se vêem há 20
anos? Exacto. “Depois de 20 anos
sem ver o meu pai, durante um ano
telefonava-lhe todos os 15 dias e só
falávamos de futebol,” explica o bra-
sileiro. “Percebi que os parentes, os
familiares que tínhamos eram mais
jogadores de futebol do que verda-
deiros familiares. O futebol inven-
tou-se para que, quando existe um
grande silêncio entre duas pessoas
e elas querem estar juntas, possa
haver algo a que elas se agarrem...”
E é o futebol a que se agarram Sér-
gio Oksman, cineasta radicado em
Espanha, e o pai, Simão Oksman,
que gere uma pequena empresa de
electrónica em São Paulo.
Ficcionais e reaisSó que este Sérgio e este Simão
não são exactamente os verdadei-
ros Sérgio e Simão; são variações,
invenções de Oksman e Muguiro a
partir do verdadeiro reencontro
entre pai e fi lho, que teve lugar em
2013 — “um encontro muito breve,
passámos um dia juntos, conversá-
mos” — e é mostrado em “prólogo”
do fi lme. A ideia de ambos experi-
mentarem construir uma relação
passando um mês juntos em São
Paulo durante o Mundial de 2014
foi lançada por Sérgio como pon-
to de partida para a construção do
fi lme — “pensado nos mínimos de-
talhes antes da viagem,” explica. “A
proposta era dar um passo a mais,
tentar conviver como pai e fi lho. E
o fi lme é um pretexto para que o pai
e o fi lho estejam juntos. O pai e o
fi lho eram personagens fi ccionais,
embora fossem reais. O pai faria o
papel de pai, o fi lho faria o papel de
fi lho. E o Simão aceitou esse jogo.
Mas estávamos trabalhando com
elementos reais, e a realidade, a
certo momento, irrompe no fi lme
além do nosso controlo ou da nossa
intenção de a controlar.”
Uma das “provas” disso reside
num momento particularmente
tocante em que Simão Oksman diz
que não quer que o neto passe pelo
mesmo que o fi lho passou quando
se separou da esposa. “Só descobri
isso na montagem em Madrid!”, diz
Sérgio. “Não o ouvi no momento em
que ele o disse. A verdade é que ten-
tei nos primeiros dias que o meu
pai interpretasse para a câmara um
texto que nós próprios escrevemos
em conjunto, no momento, mas não
funcionou. O meu pai tinha algo de
selvagem. Fez-me perceber que eu
podia controlar o plano, mas não a
personagem. Isso foi a grande sorte
do fi lme. Ele impunha as regras até
certo ponto.” E percebe-se rapida-
mente que, por muito manipulado
que o dispositivo fosse, existe em O
Futebol uma dimensão verdadeira-
mente espontânea, documental.
Sérgio diz que a estrutura de O
Futebol estava perfeitamente pré-
defi nida, “a todos os níveis — de
uma maneira muito estrita e rígida,
como fi lmar, como colocar a câma-
ra, mesmo o fi nal estava escrito”.
Como explica, “não queríamos que
a realidade estragasse o nosso fi lme,
mas essa estrutura permitia-nos es-
tar abertos a tudo o que pudesse
acontecer. Não queríamos rodar na-
da de excepcional senão agarrar a
rotina, registar o tempo em que não
O Futebol é um filme que, nas palavras do seu realizador, “precisa de deixar o tempo passar”
Este pai não sabe como ser pai e este fi lho não sabe como ser fi lho
O cineasta brasileiro Sérgio Oksman regista a sua relação com o pai, que não vê há 20 anos, no fi lme O Futebol exibido no Doclisboa. Mas é verdade ou invenção?
CinemaJorge Mourinha, em Locarno
O brasileiro Sérgio Oksman vive em Espanha
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | CULTURA | 31
acontece nada entre duas persona-
gens, enquanto se celebrava o gran-
de evento futebolístico. O bonito de
deixar o tempo e o tédio num fi lme
é porque o espectador acaba por
entender as razões das coisas sem
ter de as explicar, sem precisar de
falar do passado, de fazer autobio-
grafi a... Basta dar tempo.”
O Futebol é um fi lme que, nas pa-
lavras do seu realizador, “precisa
de deixar o tempo passar. Não é um
fi lme autobiográfi co, não é terapia,
não é psicologia, não é o fi lme de um
reencontro...” É sobretudo sobre a
ausência, sobre o vazio — sobre uma
relação que não existe entre um pai
e um fi lho, sobre futebol que nunca
se vê. “É o desejo que o fi lme seja
um sítio para o espectador, que te-
nha espaço para todos, ecos e espe-
lhos para que o espectador entre e
se instale lá dentro”, nas palavras
de Carlos Muguiro. Um documentá-
rio que não é registo de nada, uma
fi cção que não é inventada. Porque
“vamos todos ser esquecidos com o
tempo. Mas o futebol continua.”
DR
FOTOS: DR
Homeland (Iraq Year Zero)
A convite do DocLisboa, o projecto especial do PÚBLICO Um Dia Normal está em
“exibição” em Lisboa em duas novas versões: em formato instalação na Culturgest — onde as 24 horas passarão em contínuo — e numa sessão no Pequeno Auditório da Culturgest no dia 1 de Novembro, às 14h, onde será apresentada uma nova montagem com 60 minutos, versão que foi também seleccionada para a 29.ª edição do Festival de Cinema Cineuropa em Santiago de Compostela.
Em Março deste ano o PÚBLICO comemorou 25 anos e, numa edição especial cujo tema foi o “Tempo”, quis registar o quotidiano de Portugal, captar algo que se aproximasse de um dia normal. A cada minuto, a cada hora, a cada dia, há um país em movimento.
Um Dia Normal é um registo feito minuto a minuto, com vídeos captados (quase sempre) através de planos fixos e sem cortes, numa viagem do Norte ao Sul do país, do interior ao litoral, do continente às ilhas dos Açores e Madeira.
À partida, o objectivo estava traçado: se os jornalistas estão habituados a relatar acontecimentos extraordinários, era tempo de documentar acontecimentos banais. O resultado foram 1440 minutos, tantos quantos cabem em 24 horas, de um Portugal presente. Vera Moutinho
Um Dia Normal no Doclisboa
“Não é um fi lme autobiográfi co, não é terapia, não é psicologia, não é o fi lme de um reencontro...”Sérgio OksmanCineasta
A câmara estava lá quando o futuro desapareceu
Como é que se explica a um espec-
tador que algum do melhor cinema
que está no Doclisboa este ano fala
das guerras, da violência e da pobre-
za que nos entram pela casa todos
os dias através dos noticiários, da
televisão, da Internet? Como é que
se explica que é importante ver este
cinema “de urgência”?
O objecto desta longa introdução
são três dos cinco fi lmes exibidos no
programa DocAlliance — uma “alian-
ça”, como o nome indica, de sete fes-
tivais documentais europeus (entre
os quais o Doc) acompanhada por
uma plataforma legal de streaming
(no site dafi lms.com) de documen-
tários, que atribui anualmente um
prémio. O Doc exibe este ano o ven-
cedor, Homeland (Iraq Year Zero) de
Abbas Fahdel (City Campo Pequeno,
amanhã 24 às 16h45), e quatro dos
outros seis nomeados.
São fi lmes que não podem, nem
devem, ser vistos apenas como teste-
munhos do quotidiano de países em
guerra ou em crise. Procuram, acima
de tudo, usar o cinema documental
para encontrar outros modos de co-
municar as vivências de quem está,
hoje, no olho do furacão, apanhado
entre o fi m do mundo que conhecia e
um outro que se está a construir.
Nenhum deles o faz com mais
candura e aperto no coração do
que Homeland, diário da vida dos
Fahdel antes e depois da invasão de
Março de 2003, registo das coisas à
medida que vão acontecendo, sem
preocupações formais, sem uma
narrativa coerente ou consistente.
É essa dimensão vérité, sem facha-
das, que dá a vida e a energia a um
fi lme literalmente “em bruto”, com
o coração nas mãos. E, sim, é uma
experiência de endurance: estamos
a falar de seis horas de fi lme, mas a
recepção que Homeland tem obtido
por onde tem sido exibido explica
cortando testemunhos e entrevistas
de sírios sobre a sensação de perda
de um país e de uma identidade, co-
mo se tivessem soltado amarras sem
nunca poderem regressar ao porto de
onde zarparam. Liwaa Yazji articula
com elegância e poesia o modo como
a tecnologia permite fi ngir uma rés-
tia de contacto com um mundo que
nunca vai voltar. Mas é a sensação de
perda — comum a todos aqueles que
passaram por uma experiência de
guerra e deslocamento — que torna
Haunted um olhar sobre um futuro
interrompido e difuso.
No oposto está Je suis le peuple
(City Campo Pequeno, quarta 28 às
22h15), onde a franco-libanesa Anna
Roussillon vê os eventos da Prima-
vera Árabe e da Praça Tahrir à dis-
tância que vai do Cairo a Luxor. Ao
longo de três anos, Roussillon fi lmou
o dia-a-dia de uma família de Luxor
e acompanhou a sua aprendizagem
da política no Egipto rural — é, de
algum modo, equivalente a assistir
à chegada do 25 de Abril ao Portugal
profundo, uma espécie de “curso rá-
pido intensivo” de democracia onde
os Jalal sentem na pele a transição de
regimes sem que nada pareça mudar
ou, sequer, melhorar. “A única coi-
sa que acontece aqui é a pobreza”,
como diz alguém às tantas, “e nós
somos apenas pobres tontos.” Co-
mo se o futuro, na verdade, nunca
passasse de uma ilusão.
O crítico fez parte do júri do prémio DocAlliance 2015
Jorge Mourinha
Testemunhos a quente de um mundo em mudança no programa DocAlliance do festival e cinema Doclisboa
claramente que este fi lme chega às
pessoas de um modo que poucos ou-
tros conseguem.
Num primeiro tempo que termina
em fi nais de 2002 vemos o dia-a-dia
nervoso, ansioso, dos últimos dias do
Iraque de Saddam, fechados na casa
de Bagdad com uma tensão surda no
ar, mas onde tudo continua como se
nada acontecesse. Ao olhar dos adul-
tos numa metrópole fervilhante, o
segundo tempo — que arranca em
Abril de 2003, poucas semanas de-
pois da invasão americana — respon-
de com o olhar dos sobrinhos adoles-
centes de Fahdel sobre uma cidade
estranha, sinistramente silenciosa e
vazia, onde acompanhamos a bus-
ca de uma normalidade impossível,
tornada pungente pela morte do so-
brinho de Fahdel, Haidar, de 12 anos.
Foi, aliás, a consciência dessa mor-
te que levou o cineasta a deixar pas-
sar dez anos antes de fi nalmente o
terminar — com enorme pudor, sem
forçar a nota, mas sem escamotear o
“buraco negro” no seu centro. O miú-
do representava o futuro do Iraque, e
a sua morte levanta uma enorme in-
terrogação sobre o que virá a seguir.
Que essa interrogação continue sem
resposta, é sinal da urgência que o
projecto de Abbas Fahdel não perdeu
no tempo que passou.
À endurance do realizador iraquia-
no, a dramaturga e argumentista síria
Liwaa Yazji responde com Haunted
(City Campo Pequeno, hoje às 19h).
É uma meditação intimista sobre o
desenraizamento, alinhando e entre-
32 | CIÊNCIA | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
Novo navio do país para investigação científi ca já chegou a Portugal
BRUNO LISITA
O nome antigo do navio Kommandor Calum a ser apagado ontem à tarde, para hoje poder pintar-se no casco o novo nome: Mar Portugal
O anúncio de que Portugal teria um
novo navio de investigação científi ca
é de 2011: destinar-se-ia a substituir
o Noruega, mais dedicado ao estu-
do das pescas, e que está a chegar
ao fi m da vida depois de mais de 35
anos ao serviço de um dos labora-
tórios científi cos do Estado. O novo
navio, comprado em segunda mão a
uma empresa escocesa, chegou an-
teontem a Portugal e hoje há uma
cerimónia de recepção em Lisboa,
com a ministra da Agricultura e do
Mar, Assunção Cristas, e o secretá-
rio de Estado do Mar, Manuel Pinto
de Abreu. Seguir-se-á o processo de
remodelação do navio e instalação
de mais equipamentos científi cos
— um projecto que, no fi nal, fi cará
em cerca de 13 milhões de euros, 11
milhões dos quais pagos sobretudo
pela Noruega, ao abrigo de um pro-
grama de ajuda.
Na sua vida anterior chamava-se
Kommandor Calum e pertencia à em-
presa escocesa Hays Ships, que opera
uma frota de navios para trabalhos
de investigação científi ca, de levanta-
mentos e de patrulha para uma série
de clientes. A partir de agora chama-
se Mar Portugal e fi ca sob a alçada
do Instituto Português do Mar e da
Atmosfera (IPMA), resultante da fu-
são de dois laboratórios do Estado, o
Instituto de Investigação das Pescas e
do Mar e o Instituto de Meteorologia.
É hoje, na doca onde está atracado
em Lisboa, que se dará a passagem
da bandeira do Reino Unido para a
bandeira portuguesa e se pintará no
casco o seu novo nome.
Tem 75 metros de comprimento, 15
de largura e lugar para 30 cientistas
e técnicos, além de 16 tripulantes e
autonomia para 40 dias no mar.
Construído em 1986, era inicial-
mente um navio de defesa e salva-
mento submarino, depois foi con-
vertido em navio de investigação e
levantamentos técnico-científi cos
em águas profundas. Já tinha sofri-
do uma grande transformação em
2013 para melhorar os alojamentos
e a capacidade de levantamentos, es-
tando hoje já preparado para fazer
geotecnia marinha, oceanografi a, le-
vantamentos geofísicos e operação
de robôs submarinos (ROV), refere
um comunicado do Ministério da
dos cofres noruegueses, explica ain-
da Nuno Lourenço.
O Kommandor Calum, ou Mar Por-
tugal, vem substituir o Noruega, que
nem sempre tem estado operacio-
nal e exigia reparações de fundo. Ao
serviço do país há mais de 35 anos,
o Noruega tem 47,5 metros de com-
primento e alberga 12 cientistas e téc-
nicos. Tem sido usado em estudos
de biologia, avaliação de recursos,
pesca experimental e investigação
oceanográfi ca. Mas os trabalhos de
alargamento da plataforma conti-
nental portuguesa, agora à espera
de apreciação na ONU, tiveram de
ser feitos por navios com outras ca-
pacidades, nomeadamente os navios
oceanográfi cos da Marinha, o Almi-
rante Gago Coutinho (onde operou o
ROV Luso) e o D. Carlos I.
O Noruega já tinha feito parte de
um programa de ajuda da Noruega a
Portugal, daí o seu nome. Quando a
compra do novo navio foi anunciada
em 2011, falou-se então que seria aba-
tido; agora Pinto de Abreu diz que
“ainda não está decidido o que vai
fazer-se com o Noruega”.
“O IPMA fi ca com maior capaci-
dade para operar no mar aberto”,
frisa Nuno Lourenço. “Este projecto
cumpriu-se e agora espero que seja
aproveitado como grande platafor-
ma para dar continuidade ao traba-
lho que tem sido feito”, diz Pinto de
Abreu. “Portugal vai deixar de estar
dependente de quem quer que seja
para fazer investigação no mar.”
De cariz civil, o Mar Portugal será
então usado em que tipo de investi-
gação? “Para tudo”, responde Pinto
de Abreu. Além das pescas, em cam-
panhas de avaliação da distribuição
e abundância de peixes, servirá, por
exemplo, para investigar a biodiver-
sidade e os recursos não vivos, como
os minérios no fundo do mar.
Comprado em segunda mão, o navio vai agora sofrer transformações e ser apetrechado com mais equipamentos científi cos. É propriedade do Instituto Português do Mar e da Atmosfera
OceanografiaTeresa Firmino
de euros é para os equipamentos
científi cos, refere Nuno Lourenço,
da direcção do IPMA.
A aquisição deste novo navio fez-se
através do Mecanismo Financeiro do
Espaço Económico Europeu (MFE-
EE), que tem a Noruega, a Islândia
e o Liechtenstein como doadores
de dinheiro a uma série de países,
incluindo Portugal, para corrigir as-
simetrias e fomentar a coesão. Cria-
do em 2004, este fundo, no qual a
Noruega é o principal fi nanciador,
já tinha disponibilizado a Portugal
31 milhões de euros até 2009, altura
em que o Governo socialista de José
Sócrates tinha iniciado negociações
para novo ciclo de ajuda, terminadas
pelo Governo ainda em funções.
Como o MFEEE tem de ter tam-
bém uma comparticipação nacional,
Portugal pagará 1,9 milhões de euros
dos quase 13 milhões do projecto do
navio, e os restantes 11 milhões saem
Agricultura e do Mar. Portugal dis-
põe de um ROV — o Luso, comprado
em 2008 por um total de três milhões
de euros —, que mergulha a grandes
profundidades (até aos 6000 metros)
e que será operado no novo navio.
Desde a sua conversão, o Komman-
dor Calum tem trabalhado a uma es-
cala global: por exemplo, em 2014,
refere ainda o comunicado, navegou
no Árctico russo, no mar do Norte,
no Atlântico e Mediterrâneo.
O passo que se segue é a abertura
de concursos internacionais, tanto
para a transformação do navio, pre-
parando-o agora para a investigação
das pescas, como para a compra de
equipamentos científi cos. “Durante
o próximo ano, vai estar pronto”, es-
pera Pinto de Abreu.
O Kommandor Calum custou 7,9
milhões de euros, a sua transforma-
ção fi cará entre um e dois milhões e o
restante montante até aos 13 milhões
EXISTE UM LIVRO QUE OS RESUME.Vol. 7: A Nova Equação Energética.Celebre os 50 anos das publicações D. Quixote com uma edição inéditade 8 livros com os mais marcantes temas da actualidade internacional.Descubra as mudanças que vieram impactar o mercado energético mundial,criando novas oportunidades para a Europa Ocidental poder recuperarautonomia estratégica, desenvolvendo uma política energética comum.Um tema analisado ao pormenor para lhe dar o essencial.
Existembiliões de websites
que falam sobrea nova Equação Energética.
Col
eção
de
8 Li
vros
. PV
P u
nit
ário
: 4,9
5€. P
reço
tota
l da
cole
ção:
39,
60€
. Per
iod
icid
ade
sem
anal
ao
sáb
ado.
De
12 d
e Se
tem
bro
a 3
1 d
e O
utu
bro
de
2015
. Lim
itad
o ao
sto
ck e
xist
ente
. A c
omp
ra d
o p
rod
uto
imp
lica
a aq
uis
ição
do
jorn
al.
cadernos d. quixoteo essencial sobre a actualidade internacional
SÁBADO, 24 OUTCOM O PÚBLICO
+4,95€
Col
ecçã
o d
e 8
Livr
os. P
VP
un
itár
io: 4
,95€
. Pre
ço to
tal d
a co
lecç
ão: 3
9,60
€. P
erio
dic
idad
e se
man
al a
o sá
bad
o. D
e 12
de
Sete
mb
ro a
31
de
Ou
tub
ro d
e 20
15. L
imit
ado
ao s
tock
exi
sten
te. A
com
pra
do
pro
du
to im
plic
a a
aqu
isiç
ão d
o jo
rnal
.
34 PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015CLASSIFICADOS Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19HSábado 11H às 17H
Edif. Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte,1350-352 Lisboa
MensagensANA JOVEMMASSGTA - Dipl.,bonita, simpática,elegante. Terap.Orientais & Sensuais.Telm.: 912 788 312
ANNE THERAPYConsultório demassagens terapêuticasde relaxamento.Tema “Get in the futureand find you”.Telm: 91 804 74 46
ENTRECAMPOSMASSAGISTALEONOR, maisinformações emwww.somassagens.comTelm.: 961 050 412
TÂNIA RUSSINHA -Benf. Meiga e carente.Louca por oral, completa,nas calminhas.Telm: 929 309 449
TRINTONAPORTUGUESA, LX - Peitão XXXXL bom,espanholada. Bumbumgrande. O. kente.Telm.: 968 261 717
VENDA JUDICIAL MEDIANTE PROPOSTA EM CARTA FECHADA
Comarca de Lisboa - BarreiroInstância Central - 2.ª Secção do Comércio - J1Processo de Insolvência n.º 1954/13.2TBMTJ
Insolvente: António Manuel Barros Luís e M.ª Odete Jesus dos Santos Barros
Administrador Judicial: Dr. Rúben Jardim de Freitas
Nos Autos acima identifi cados foi designado o dia 06 de Novembro de 2015, pelas 11:00 horas, na Rua Dr. Ma-nuel Pacheco Nobre n.º 102-A, 2830-080 Barreiro, na presença dos membros da Comissão de Credores, para a abertura de propostas que sejam entregues até esse momento, no domicílio profi ssional do Administrador Judicial acima referido, pelos interessados na compra do seguinte bem:Verba 2 - Prédio Urbano destinado a armazém e ativida-de Industrial, do tipo T1, situado no Rego da Amoreira, freguesia e concelho de Alcochete. O prédio encontra-se inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 5975.º, da freguesia de Alcochete, com o valor patrimonial de 135.528,63 €, e descrito na Conservatória do Registo Pre-dial do Montijo, sob o n.º 2345/1990730.Valor-Base de Venda: 760.000,00 € (Setecentos e sessenta mil euros).Valor Mínimo de Venda: 646.000,00 € (Seiscentos e qua-renta e seis mil euros).Condições:Nota 1: As propostas deverão ser sempre iguais ou supe-riores ao valor mínimo de venda que corresponde a 85% do valor-base.Nota 2: Os proponentes devem juntar obrigatoriamente com a sua proposta, como caução, um cheque visado ou um cheque bancário, à ordem da Massa Insolvente de António Manuel Barros Luís e Maria Odete Jesus dos Santos Barros, no montante correspondente a 20% do valor da proposta para aquisição do bem ou garantia ban-cária no mesmo valor (n.º 1 do artigo 824.º do CPC).Nota 3: As propostas deverão ser entregues em carta fechada, no local e até à hora marcada para a sua aber-tura.Nota 4: O bem é vendido no estado físico e jurídico em que se encontra.O bem encontra-se na posse do Administrador Judicial, Dr. Rúben Jardim de Freitas, com domicílio profi ssional na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre, n.º 102-A, 2830-080 Barreiro - e-mail: [email protected]úblico, 23/10/2015 - 1.ª Pub.
COMARCA DESETÚBAL
Sesimbra - Inst. Local- Sec. Comp. Gen. - J2
Processo: 523/15.7T8SSB
ANÚNCIOProcesso Comum (Tribunal Singular)A Mm.ª Juíza de Direito Dr.ª Marisa Mala-gueira, da Inst. Local de Sesimbra - Sec. Comp. Gen. - J2 - Comarca de Setúbal:Faz saber que no Processo Comum (Tribunal Singular), n.º 523/15.7T8SSB, pendente neste Tribunal contra o argui-do Nelson Filipe Ferreira Costa Loureiro Garcia, fi lho de Francisco José Loureiro Garcia e de Maria Adelina Ferreira Cota Lourenço Garcia, natural de Lisboa - São Sebastião da Pedreira, nacional de Portu-gal, nascido em 04-10-1989, estado civil: solteiro, BI - 13915499, domicílio: Rua Quinta do Conde, N.º 37, R/c Esquerdo, 2855-055 Corroios, por se encontrar acu-sado da prática de 1 crime de Roubo, em co-autoria p.p. pelos art.º 26.º e 210.º, n.º 1 do C. Penal, praticado em 17-09-2009; foi o mesmo declarado contumaz, em 12-10-2015, nos termos do art.º 335.º do C. P. Penal.A declaração de contumácia, que cadu-cará com a apresentação do arguido em juízo ou com a sua detenção, tem os se-guintes efeitos:a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do arguido, sem prejuízo da realização de actos urgentes nos termos do art.º 320.º do C. P. Penal; b) Anulabilidade dos ne-gócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados pelo arguido, após esta de-claração; c) Proibição de obter quaisquer documentos, certidões ou registos junto de autoridades públicas; d) O arresto da totalidade ou em parte dos seus bens, nos termos do disposto no art.º 337.º, n.º 3 do referido diploma legal.N/ Referência: 79628455Sesimbra, 13-10-2015.
A Juíza de DireitoDr.ª Marisa Malagueira
O Escrivão-Adjunto - Luís SalvadoPúblico, 23/10/2015 - 2.ª Pub.
Direção de Finanças de Faro
Serviço de Finançasde Portimão-1112
Urbanização Poço do Fojo - Quinta do Morais, Lote 11, 8500-774 PortimãoTel.: (+351) 282 490 320 - Fax: (+351) 282 490 358
Email: [email protected] - www.portaldasfi nancas.gov.ptCentro de Atendimento Telefónico: 707 206 707
ÉDITOS DE 30 DIASProcesso de Execução Fiscal n.º 1112200501031694 e ApensosMARIA DO CARMO CUSTÓDIO, Chefe do Serviço de Finanças de Portimão, faz público que por este Serviço de Finanças correm éditos de trinta dias, citando o executado por reversão DAVID MITCHELL, NIF 261839195, que teve o seu domicílio fi scal em 21 NORBURY DRI-VE MARPLE STOCKPORT SK6 6LL ENGLAND e actualmente au-sente em parte incerta, por dívidas da sociedade DAVID MITCHEL DORSET, NIPC 000105252, na qualidade de responsável subsidiário, no Processo de Execução Fiscal n.º 1112200501031694 e Apensos, des-te Serviço de Finanças, por dívidas à Fazenda Nacional, provenientes de IMI dos anos de 2006 a 2011 no montante de € 1.500,38, para, no prazo de 30 dias a contar da última publicação e, imediatamente após os 30 dias do presente édito, pagar a quantia exequenda referida, fi -cando ciente de que nos termos do n.º 5 do artigo 23.º da Lei Geral Tributária (LGT), se o pagamento se verifi car no prazo referido não lhe serão exigidos juros de mora nem custas. No mesmo prazo poderá requerer OPOSIÇÃO JUDICIAL com base nos fundamentos prescri-tos no artigo 204.º do CPPT, apresentar RECLAMAÇÃO GRACIOSA, nos termos do n.º 4.º do artigo 22.º da LGT, ou deduzir IMPUGNA-ÇÃO JUDICIAL, com base nos fundamentos previstos no artigo 99.º do CPPT, e os prazos estabelecidos nos artigos 70.º e 102.º do CPPT. Findo este prazo, acrescem os juros de mora e custas a contar nos ter-mos da Lei. Mais fi ca citado que, para garantir o pagamento da dívida em questão, foi penhorado ao executado “DAVID MITCHELL”, acima identifi cado, o bem que se identifi ca em seguida e que se não pagar a referida dívida dentro daquele prazo ou deduzir oposição, procederá este Serviço de Finanças à sua venda judicial por leilão electrónico, nos termos do artigo 250.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, para o que já se encontra designado o dia 26 de Fevereiro de 2016, pelas 11.00 horas, neste Serviço de Finanças.BEM PENHORADO:Fracção autónoma designada pelas letras DV, tipologia T2, destinada a habitação, que corresponde ao 6.º andar - apartamento 0, composto de sala com pequena cozinha, dois quartos, vestíbulo, casa de banho e despensa. É parte comum da fracção, piscina de adultos e crianças, respectivos acessos da casa das máquinas e 2 balneários, são ainda par-tes comuns do prédio: rés-do-chão (porteira), composto por 2 divisões, cozinha, casa de banho e vestíbulo, destinado habitação; acessos de elevadores e casa das máquinas, estacionamento; jardins; depósito de água e respectivo equipamento e conduta de lixo, sito em V3 - Av. Co-munidades Lusíadas - Edifício Casa do Arcos, n.º 184 - Praia da Rocha, freguesia e concelho de Portimão, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 7006, com a área bruta privativa de 73.0000 m2 e área bru-ta dependente de 11.0000 m2, com o valor patrimonial de € 67.380,00 atribuído nos termos do CIMI, descrito na Conservatória do Registo Predial de Portimão sob o n.º 184/19850204 - DV - PORTIMÃO.
Serviço de Finanças de Portimão aos 19 de Outubro de 2015
A Chefe do Serviço de FinançasMaria do Carmo Custódio
Público, 23/10/2015 - 2.ª Pub.
PILAR, 40A - Prove ocalor do meu corpo c/requinte e sedução.Apt. Luxo. Cp. Peq.Telm.: 961 621 034
COMARCA DESETÚBAL
Sesimbra - Inst. Local- Sec. Comp. Gen. - J2
Processo: 286/12.8GBSSB
ANÚNCIOProcesso Comum (Tribunal Singular)A Mm.ª Juíza de Direito Dr.ª Marisa Mala-gueira, da Inst. Local de Sesimbra - Sec. Comp. Gen. - J2 - Comarca de Setúbal:Faz saber que no Processo Comum (Tribunal Singular), n.º 286/12.8GBS-SB, pendente neste Tribunal contra o arguido Razvan Caldararu, natural da Roménia, nacional da Roménia, nascido em 05-04-1982, passaporte - 11636298, BI estrangeiro - Gz208807, domicílio: Rua Gama Pinto, Lote 189, Quinta do Conde, 2975-274 Quinta do Conde, por se encontrar acusado da prática de 1 cri-me de condução sem habilitação legal, P.P. pelo art.º 3.º do Dec.-Lei 2/98 de 3 de Janeiro, praticado em 14-12-2011; foi o mesmo declarado contumaz, em 12-10-2015, nos termos do art.º 335.º do C.P. Penal.A declaração de contumácia, que ca-ducará com a apresentação do arguido em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos:a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do arguido, sem prejuízo da realização de actos urgentes nos termos do art.º 320.º do C. P. Penal; b) Anulabili-dade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados pelo arguido, após esta declaração; c) Proibição de obter quaisquer documentos, certidões ou registos junto de autoridades públi-cas; d) O arresto da totalidade ou em parte dos seus bens, nos termos do disposto no art.º 337.º, n.º 3 do referido diploma legal.N/ Referência: 79630952Sesimbra, 13-10-2015.
A Juíza de DireitoDr.ª Marisa Malagueira
O Escrivão-AdjuntoLuís Salvado
Público, 23/10/2015 - 1.ª Pub.
REPÚBLICAFEDERATIVA DO BRASIL
Consulado-Geral do Brasil em Lisboa
EDITAL DE CASAMENTORosa Maria de Vassimon Brandão, Vice-Cônsul do Brasil em Lisboa, usando das atribuições que lhe confere o Art.º 18.º da Lei de Introdução ao Código Civil, faz saber que pretendem casar Moisés Deodato Neves, natural de Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil, nascido a 11/03/1989, residente e domiciliado na Rua João Abernaz Quintinhas, n.º 20-A, Charneca de Caparica, Portugal, Código Postal: 2820-354, nesta jurisdição consu-lar, fi lho de Moizés Neves de Carvalho e de Ruth Deodato Neves e Gleyciane Ma-ria Soares Souza, natural de Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil, nascida a 10/01/1995, residente e domiciliada na Rua João Abernaz Quintinhas, n.º 20-A, Charneca de Caparica, Portugal, Código Postal: 2820-354, nesta jurisdição con-sular, fi lha de Geraldo Soares Silva e de Eliana Aparecida de Souza Silva.Apresentaram os documentos exigidos pelo Art.º 1.525 do Código Civil.Se alguém souber de algum impedimen-to, oponha-o na forma da Lei. Lavrado o presente para ser afi xado em lugar visível da Chancelaria deste Consulado-Geral.
Marisa Vieira MartinsOfi cial de Registro Civil “ad-hoc”
PARA DESVENDARO MISTÉRIO DOTANTRA...www.tantricmoments.ptTelfs: 924 425 094 213 545 249
EDIFÍCIO DIOGO CÃODOCA DE ALCÂNTARA NORTE, LISBOA(JUNTO AO MUSEU DO ORIENTE)HORÁRIO: 2.ª – 6.ª FEIRA: 9H – 19H SÁBADO: 11H – 17H
CENTRO COMERCIAL COLOMBOAVENIDA DAS ÍNDIAS (PISO 0, JUNTO À PRAÇA CENTRAL)HORÁRIO: 2.ª FEIRA – DOMINGO: 10H – 24H
INFO: 210 111 010
OFEREÇA LITERATURA
MAIS INFORMAÇÕES: loja.publico.pt | 210 111 010
A ALZHEIMER PORTUGAL é uma Instituição Particular de Solidariedade Social fundada em 1988. É a única organização em Portugal especifi camente constituída para promover a qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus familiares e cuidadores.A ALZHEIMER PORTUGAL apoia as Pessoas com Demência e as suas Famílias através de uma equipa multidisciplinar de profi ssionais, com experiência na Doença de Alzheimer.Os serviços prestados pela ALZHEIMER PORTUGAL incluem Informação sobre a doença, Formação para cuidadores formais e informais, Apoio Domiciliário, Centros de Dia, Apoio Social e Psicológico e Consultas Médicas de Especialidade.
ContactosSede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3, Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8 - E-mail: [email protected]
Centro de Dia Prof. Dr. Carlos Garcia: Av. de Ceuta Norte, Lote 1, Loja 1 e 2 - Quinta do Loureiro, 1350-410 Lisboa - Tel.: 21 360 93 00Lar e Centro de Dia “Casa do Alecrim”: Rua Joaquim Miguel Serra Moura, n.º 256 - Alapraia, 2765-029 Estoril - Tel. 214 525 145 - E-mail: [email protected]
Delegação Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do Farol Nascente n.º 47A R/C, 4455-301 LavraTel. 229 260 912 | 226 066 863 - E-mail: [email protected]
Delegação Centro: Urb. Casal Galego - Rua Raul Testa Fortunato n.º 17, 3100-523 Pombal - Tel. 236 219 469 - E-mail: [email protected]ção da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHAL
Tel. 291 772 021 - E-mail: [email protected]úcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira n.º 31-A, 2080-114 Almeirim - Tel. 24 300 00 87 - E-mail: [email protected]
Núcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro - Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha, 3810 AveiroTel. 23 494 04 80 - E-mail: [email protected]
www.alzheimerportugal.org
MAIS INFORMAÇÕES: loja.publico.pt | 210 111 010
CENTRO COMERCIAL COLOMBOAVENIDA DAS ÍNDIAS (PISO 0, JUNTO À PRAÇA CENTRAL)HORÁRIO: 2.ª FEIRA – DOMINGO: 10H – 24H
EDIFÍCIO DIOGO CÃODOCA DE ALCÂNTARA NORTE, LISBOA(JUNTO AO MUSEU DO ORIENTE)HORÁRIO: 2.ª – 6.ª FEIRA: 9H – 19H SÁBADO: 11H – 17H
CONHEÇA A NOSSA SELECÇÃO DE ACESSÓRIOS
35PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 CLASSIFICADOS
VENDA JUDICIAL MEDIANTE PROPOSTA EM CARTA FECHADA
Tribunal da Comarca de Lisboa NorteVila Franca de Xira
Instância Central - Secção de Comércio - J4Processo de Insolvência n.º 1507/14.8T8VFX
Insolvente: Hugo Ricardo Cartaxo PalmaAdministrador Judicial: Dr. Rúben Jardim de FreitasNos Autos acima identifi cados foi designado o dia 06 de Novembro de 2015, pelas 11:30 horas, na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre n.º 102-A, 2830-080 Barreiro, na presença dos membros da Comissão de Credores, para a abertura de propostas que sejam entregues até esse momento, no domi-cílio profi ssional do Administrador Judicial acima indicado, pelos interessados na compra do seguinte bem:Verba 1 - Fração autónoma, destinada à habitação, do tipo T3, situada na Rua António Aleixo, n.º 6, freguesia de Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira. A fração en-contra-se inscrita na matriz predial urbana sob o artigo 628.º-A, da freguesia de Póvoa de Santa Iria, com o valor patrimo-nial de 57.392,93 €, e descrita na Conservatória do Registo Predial de Vila Franca de Xira, sob o n.º 1058/20030110-A.Valor-base de Venda: 64.433,41 € (Sessenta e quatro mil qua-trocentos e trinta e três euros e quarenta e um cêntimos).Valor mínimo de Venda (85% do Valor-Base): 54.768,40 € (Cinquenta e quatro mil setecentos e sessenta e oito euros e quarenta cêntimos).Condições:Nota 1: As propostas deverão ser sempre iguais ou superiores ao respetivo valor mínimo de venda, que corresponde a 85% do seu valor-base.Nota 2: Os proponentes devem juntar obrigatoriamente com a sua proposta, como caução, um cheque visado ou um che-que bancário, à ordem da Massa Insolvente de Hugo Ricar-do Cartaxo Palma, no montante correspondente a 20% do valor-base de venda do bem ou garantia bancária no mesmo valor (n.º 1 do artigo 824.º do CPC).Nota 3: As propostas deverão ser entregues em carta fecha-da com a identifi cação da insolvente e respetivo número de processo de insolvência, no local e até à hora marcada para a sua abertura.Nota 4: O bem é vendido no estado físico e jurídico em que se encontra.O bem encontra-se na posse do Administrador Judicial, Dr. Rúben Jardim de Freitas, com domicílio profi ssional na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre n.º 102-A, 2830-080 Barreiro, Telef: 216.076.493 - Fax: 216.077.134 - e-mail: [email protected]
Público, 23/10/2015 - 1.ª Pub.
VENDA JUDICIAL MEDIANTE PROPOSTA EM CARTA FECHADA
Tribunal da Comarca de SantarémInstância Central
Secção do Comércio - J1Processo de Insolvência n.º 746.13.3TBVNO
Insolvente: Gomes & Carreira, LdaAdministrador Judicial: Dr. Rúben Jardim de FreitasNos Autos acima identifi cados foi designado o dia 06 de Novembro de 2015, pelas 12:00 horas, na Rua Doutor Manuel Pacheco Nobre, n.º 102-A, 2830-080 Barreiro, na presença dos membros da Comissão de Credores, para a abertura de propostas que sejam entregues até esse momento, no domicílio profi ssional do Adminis-trador Judicial acima referido, pelos interessados na compra do seguinte bem:Verba 1 - Fração autónoma destinada à habitação, do tipo T3, sito na Rua do Povo de Timor, n.º 8, freguesia da Nossa Senhora da Piedade, concelho de Ourém. A fração encontra-se inscrita na matriz predial urbana sob o artigo 3112.º-I da freguesia da Nossa Senhora da Pie-dade, com o valor patrimonial de 59.940,00 €, e descrita na Conservatória do Registo Predial de Ourém, sob o n.º 1305/19930607-I.Valor-Base: 70.517,64 € (Setenta mil quinhentos e de-zassete euros e sessenta e quatro cêntimos).Valor mínimo de venda: 59.940,00 € (Cinquenta e nove mil e novecentos e quarenta euros).Condições:Nota 1: As propostas deverão ser sempre iguais ou su-periores ao valor mínimo de venda que corresponde a 85% do valor-base.Nota 2: Os proponentes devem juntar obrigatoriamente com a sua proposta, como caução, um cheque visado ou um cheque bancário, à ordem da Massa Insolvente da sociedade Gomes & Carreira, Lda., no montante cor-respondente a 20% do valor da proposta para aquisição do bem ou garantia bancária no mesmo valor (n.º 1 do artigo 824.º do CPC).Nota 3: As propostas deverão ser entregues em carta fechada, no local e até à hora marcada para a sua aber-tura.Nota 4: O bem é vendido no estado físico e jurídico em que se encontra.O bem encontra-se na posse do Administrador Judicial, Dr. Rúben Jardim de Freitas, com domicílio profi ssional na Rua Doutor Manuel Pacheco Nobre, n.º 102 A, 2830-080 Barreiro - e-mail: [email protected]úblico, 23/10/2015 - 1.ª Pub.
VENDA JUDICIAL MEDIANTE PROPOSTA EM CARTA FECHADA
Comarca de PortalegreInstância Central - Secção Cível e Criminal - J1
Processo de Insolvência n.º 469/14.6TBPTGInsolvente: A Divinal -Tintas e Vernizes, Lda.
Administrador Judicial: Dr. Rúben Jardim de FreitasNos Autos acima identifi cados foi designado o dia 06 de Novembro de 2015, pelas 10:00 horas, na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre n.º 102-A, 2830-080 Barreiro, na presença dos membros da Comissão de Credores, para a abertura de pro-postas que sejam entregues até esse momento, no domicílio profi ssional do Administrador Judicial acima referido, pelos interessados na compra dos seguintes bens:Verba 1 - Prédio Urbano, destinado à habitação, do tipo T2, sito na Rua da Capela, n.º 35, freguesia da Sé e São Louren-ço, concelho de Portalegre. O prédio encontra-se inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 139.º, da freguesia da Sé e São Lourenço, com o valor patrimonial de 11.070,00 €, e descrito na Conservatória do Registo Predial de Portalegre, sob o n.º 1012/19981117.Valor-Base de Venda: 10.000,00 € (Dez mil euros).Valor Mínimo de Venda: 8.500,00 € (Oito mil e quinhentos euros).Verba 2 - Prédio urbano, terreno para construção, situado no Loteamento Municipal da Zona Industrial de Portalegre, Lotes 357/358, concelho de Portalegre. O prédio encontra-se inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 4504.º, da fre-guesia da Sé, com valor patrimonial de 96.778,00 € e descrito na Conservatória do Registo Predial de Portalegre, sob o n.º 2795/20100129.Valor-Base de Venda: 90.000,00 € (Noventa mil euros).Valor Mínimo de Venda: 76.500,00 € € (Setenta e seis mil e quinhentos euros).Condições:Nota 1: As propostas deverão ser sempre iguais ou superiores ao valor mínimo de venda que corresponde a 85% do valor-base.Nota 2: Os proponentes devem juntar obrigatoriamente com a sua proposta, como caução, um cheque visado ou um che-que bancário, à ordem da Massa Insolvente da Sociedade A Divinal, Tintas e Vernizes, Lda., no montante correspondente a 20% do valor da proposta para aquisição do bem ou garan-tia bancária no mesmo valor (n.º 1 do artigo 824.º do CPC).Nota 3: As propostas deverão ser entregues em carta fechada, no local e até à hora marcada para a sua abertura.Nota 4: O bem é vendido no estado físico e jurídico em que se encontra.O bem encontra-se na posse do Administrador Judicial, Dr. Rúben Jardim de Freitas, com domicílio profi ssional na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre, n.º 102-A, 2830-080 Barreiro - e-mail: [email protected]
Público, 23/10/2015 - 1.ª Pub.
VENDA JUDICIAL MEDIANTE PROPOSTA EM CARTA FECHADA
Tribunal da Comarca de Leiria - AlcobaçaInstância Central
2.ª Secção do Comércio - J2Processo de Insolvência n.º 1838/14.7TBCLDInsolvente: Somacol - Sociedade de Madeiras
e Cozinhas, Unipessoal Lda.Administrador Judicial: Dr. Rúben Jardim de FreitasNos Autos acima identifi cados foi designado o dia 06 Novembro de 2015, pelas 10:30 horas, na Rua Dr. Ma-nuel Pacheco Nobre n.º 102-A, 2830-080 Barreiro, na presença dos membros da Comissão de Credores, para a abertura de propostas que sejam entregues até esse momento, no domicílio profi ssional do Administrador Judicial acima referido, pelos interessados na compra do seguinte bem:Verba 1 - Prédio Urbano, destinado a armazém e ativi-dade industrial, situado em Arneiros - Estrada Nacional, 360, n.º 80 - Zona Industrial, freguesia de Santa Catari-na, concelho de Caldas da Rainha. O prédio encontra-se inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 2143.º, da freguesia de Santa Catarina, com o valor patrimonial de 335.110,00 €, e descrito na Conservatória do Registo Predial de Caldas da Rainha, sob o n.º 1613/19970225.Valor-Base de Venda: 730.000,00 € (Setecentos e trinta mil euros).Valor Mínimo de Venda: 620.500,00 € (Seiscentos e vin-te mil e quinhentos euros).Condições:Nota 1: As propostas deverão ser sempre iguais ou su-periores ao valor mínimo de venda que corresponde a 85% do valor-base.Nota 2: Os proponentes devem juntar obrigatoriamente com a sua proposta, como caução, um cheque visado ou um cheque bancário, à ordem da Massa Insolvente da sociedade Somacol - Sociedade de Madeiras e Cozi-nhas, Unipessoal Lda., no montante correspondente a 20% do valor-base de venda do bem ou garantia bancá-ria no mesmo valor (n.º 1 do artigo 824.º do CPC).Nota 3: As propostas deverão ser entregues em carta fechada, no local e até à hora marcada para a sua aber-tura.Nota 4: O bem é vendido no estado físico e jurídico em que se encontra.O bem encontra-se na posse do Administrador Judicial, Dr. Rúben Jardim de Freitas, com domicílio profi ssional na Rua Dr. Manuel Pacheco Nobre n.º102-A, 2830-080 Barreiro - e-mail: [email protected]úblico, 23/10/2015 - 1.ª Pub.
CONVOCATÓRIAASSEMBLEIA-GERAL ORDINÁRIA
Nos termos consignados nos Estatutos, tenho a honra de convocar todos os Senhores Associados de “O Lar do Comércio”, para reuni-rem em Assembleia-Geral Ordinária, no próximo dia 07 de novembro, sábado, pelas 14.00 horas, no Salão Nobre da Casa de Repouso desta Instituição, sita em Catassol - Matosinhos, com a seguinte
ORDEM DE TRABALHOS1. Trinta minutos para tratar, sem votação nem deliberação, assuntos
de reconhecido interesse para “O Lar do Comércio”;2. Discutir e votar o Orçamento Previsional e Programa de Ação para
o ano 2016.
No caso de à hora marcada para a reunião, não estar presente a maioria legal de Sócios, a mesma terá lugar, uma hora mais tarde, com qualquer número de presenças, conforme o disposto no pará-grafo primeiro, do Artigo 50.º dos Estatutos.
Matosinhos e Casa de Repouso de “O Lar do Comércio”, em 23 de outubro de 2015.
O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA-GERALArtur Rodrigues Pereira dos Penedos, Dr.
Nota: Os Senhores Associados deverão fazer-se acompanhar da sua identifi cação e do recibo da última quota paga, nunca anterior à do mês de maio de 2015.
CONVOCATÓRIAASSEMBLEIA-GERAL EXTRAORDINÁRIANos termos consignados nos Estatutos, tenho a honra de con-vocar todos os Senhores Associados de “O Lar do Comércio”, para reunirem em Assembleia-Geral Extraordinária, no próximo dia 07 de novembro, sábado, pelas 15.00 horas, no Salão Nobre da Casa de Repouso desta Instituição, sita em Catassol - Matosi-nhos, com a seguinte
ORDEM DE TRABALHOSPonto Único - Discutir e votar o Orçamento Suplementar de 2015
e respetivo Parecer do Conselho Fiscal.
No caso de à hora marcada para a reunião, não estar presente a maioria legal dos Membros, a mesma terá lugar uma hora mais tarde, com qualquer número de presenças, conforme o disposto no parágrafo primeiro, do Artigo 50.º dos Estatutos.
Matosinhos e Casa de Repouso de “O Lar do Comércio”, em 23 de outubro de 2015.
O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA-GERALArtur Rodrigues Pereira dos Penedos, Dr.
Nota: Os Senhores Associados deverão fazer-se acompanhar da sua identifi cação e do recibo da última quota paga, nunca anterior à do mês de maio de 2015.
AVISO (EXTRATO) N.º 55/PRES/2015Foi publicitado no Diário da República n.º 206, 2.ª Série, de 21/10/2015, Aviso n.º 12150/2015, relativo a procedimento concursal comum para preenchimento de 2 postos de trabalho na carreira/categoria de Téc-nico Superior, na modalidade de relação jurídica de emprego público, a constituir por contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado, para exercer funções consultivas, de estudo, planea-mento, programação, avaliação e aplicação de métodos e processos de natureza técnica e ou científi ca, que fundamentam e preparam a decisão. Elaboração, autonomamente ou em grupo, de pareceres e projetos, com diversos graus de complexidade, e execução de outras atividades de apoio geral ou especializado nas áreas de atuação co-muns, instrumentais e operativas dos órgãos e serviços. Funções exer-cidas com responsabilidade e autonomia técnica, ainda que com en-quadramento superior qualifi cado. Representação do órgão ou serviço em assuntos da sua especialidade, tomando opções de índole técnica, enquadradas por diretivas ou orientações superiores, grau de comple-xidade funcional 3, na área de atribuição do Centro de Documentação e Biblioteca, sendo exigido como nível habilitacional Licenciatura.As candidaturas encontram-se abertas pelo prazo de 10 dias úteis a contar da data da publicação do aviso de abertura no Diário da Repú-blica e deverão ser formalizadas utilizando o formulário de candidatura disponível nas funcionalidades “Serviços”, “Secretaria”, “Serviço de Recursos Humanos” da página eletrónica da ESEL em www.esel.pt, que deverá ser dirigido à Presidente da Escola Superior de Enferma-gem de Lisboa.Todas as informações necessárias serão prestadas no local, sito na Avenida do Brasil, 53-B, 1700-063 Lisboa, através do telefone n.º 217924100 ou do e-mail [email protected]
A Presidente da ESEL,Professora Doutora Maria Filomena Mendes Gaspar
COMARCA DE LISBOA OESTEAmadora - Inst. Local
- Secção Cível - J1Processo: 680/15.2T8MTJ
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Alda da Concei-ção Correia DiasFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerida Alda da Conceição Correia Dias, com residência em domicí-lio: Centro de Dia da Quinta de São Miguel, Falagueira - Venda Nova, Amadora, para efeito de ser decretada a sua interdição.
N/ Referência: 93422954
Amadora, 16-10-2015.
O Juiz de DireitoDr. Fernando Vitalino
Marques BastosO Ofi cial de Justiça
Nelson Alexandre Joaquim
Público, 23/10/2015
COMARCA DE SETÚBAL
Setúbal - Inst. Local- Secção Cível - J2
Processo: 8332/15.7T8STB
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerido: Tiago Miguel Ra-mos da SilvaFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido Tiago Miguel Ramos da Silva, com residência em domicílio: Avenida D. Manuel I, 35 - R/c Esq.º, 2910-000 Setúbal, para efeito de ser decretada a sua interdição por anoma-lia psíquica.
N/ Referência: 79675624
Setúbal, 19-10-2015.
A Juíza de DireitoDr.ª Valéria Barros Gomes
O Ofi cial de JustiçaHelena Camalhão
Público, 23/10/2015
PESQUISE EMPREGO AQUIEMPREGO
EM PARCERIA COMINSCREVA-SE EMEMPREGO.PUBLICO.PT
36 | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
FICAR
CINEMAÀ Noite no Museu: O Segredo do FaraóTítulo original: Night at the Museum: Secret of the TombDe: Shawn LevyCom: Robin Williams, Ben Stiller, Dan Stevens, Ben Kingsley, Owen Wilson, Dick Van Dyke, Steve Coogan, Ricky GervaisGB/EUA, 2014, 97 min.TVC1, 21h30A tábua egípcia que faz com
que estátuas do museu ganhem
vida quando o sol se põe está a
perder a magia. Numa tentativa
desesperada de recuperar os
seus poderes e salvar os amigos
da imobilidade perpétua, o
segurança Larry Daley decide
seguir viagem até Londres,
Inglaterra. O objectivo é encontrar
um restaurador de arte capaz
de perceber o que se passa e
encontrar uma solução para o
problema. A acompanhá-lo está,
naturalmente, a sua troupe de
“velhos” amigos: o presidente
Roosevelt, o faraó Ahkmenrah,
Átila e também o imperador
Octávio Augusto. Mas o que
Larry não poderia prever era
as difi culdades que teria em
controlar cada uma das estranhas
personalidades que seguiam
consigo… Uma comédia assinada
por Shawn Levy que continua as
aventuras de Larry Daley iniciadas
em 2006.
Duas Amas de Gravata [Old Dogs]Hollywood, 21h30Dan (Robin Williams) e Charlie
( John Travolta) são dois velhos
camaradas, na vida e nos
negócios. Dan é divorciado e
não tem o mínimo jeito para
crianças; Charlie é um sedutor
nato, muito divertido e sempre
pronto para mais uma aventura.
No dia em que estão ambos a
fechar o negócio das suas vidas
com uma grande empresa
japonesa, Dan descobre que terá
outro trabalho a tempo inteiro
durante duas longas semanas:
cuidar de Zach (Conner
Rayburn) e Emily (Ella Bleu
Travolta, fi lha de John Travolta),
os seus fi lhos gémeos. Agora, ele
e o amigo vão ser literalmente
empurrados para a difícil tarefa
de ama-seca de dois diabretes
de 7 anos. As coisas tendem
a complicar-se e eles terão de
encontrar uma solução para
cada problema.
Walesa [Walesa. Czlowiek Z Nadziei]TVC2, 22h00Lech Walesa fi ca na História como
um dos maiores ícones da luta
política do século XX, enquanto
fi gura de proa do combate
anticomunista na sua Polónia
natal. Electricista de profi ssão,
tornou-se activista nos anos 1970,
incentivando greves e protestos,
e fundando, em 1980, o sindicato
Solidariedade. O carismático
revolucionário, perseguido pelo
regime e detido várias vezes pelas
autoridades, esteve envolvido
nas grandes movimentações e
negociações que conduziriam
à libertação da Polónia e foi
Presidente do país durante a sua
democratização, na primeira
metade da década de 1990. Anos
antes, em 1983, foi-lhe atribuído
o Nobel da Paz. Este fi lme narra
a história da sua luta política,
procurando oferecer uma nova
luz sobre o líder.
Um Golpe em Itália [The Italian Job]FOX Movies, 21h15O plano não tinha qualquer falha,
o golpe era genial, foi executado
na perfeição e a fuga estava
bem delineada. Mas então o que
pode ter falhado? Um grupo de
ladrões, liderado por Charlie
Croker (Mark Wahlberg), dá um
golpe de mestre num palácio
em Veneza. Mas, apesar de tudo
correr às mil maravilhas, um
dos membros do gang resolve
traí-los e fugir com o resultado do
roubo. Charlie vai com o resto do
bando atrás do traidor e planeia
apanhá-lo em Los Angeles (EUA),
criando o maior engarrafamento
dos últimos anos. Ao grupo
junta-se Stella, uma belíssima
arrombadora de cofres com
nervos à prova de aço.
Mulheres Perfeitas [The Stepford Wives]FOX Life, 22h20Depois de ser despedida e de ter
um esgotamento, Joanna (Nicole
Kidman) muda-se, com o marido,
de Manhattan para Stepford,
no Connecticut, uma cidade
que pode ser considerada um
paraíso terrestre. Aí, encontram
uma comunidade em que as
mulheres extravasam perfeição
— têm tempo para fazer bolinhos
e brincar com as crianças, estar
sempre bonitas e prontas a
agradar — e os homens parecem
ser os seres mais felizes à face
da Terra. Porque será tudo tão
perfeito? Será que Joanna irá
descobrir a tempo?
Transcendence: A Nova Inteligência [Transcendence]TVC1, 23h10Thriller de fi cção científi ca
realizado por Wally Pfi ster.
Will Caster ( Johnny Depp) é
um importante investigador no
campo da inteligência artifi cial
que dedicou toda a sua vida a
criar uma máquina capaz de
pensar e sentir por si mesma.
As suas experiências e criações
controversas tornaram-no famoso
na sua área de estudo, mas
transformaram-no também num
dos principais alvos dos grupos
extremistas antitecnologia. Com
o projecto quase concluído, Will é
atacado por um grupo terrorista e
deixado gravemente ferido. Antes
que ele morra, Evelyn (Rebecca
Hall), a sua mulher, insere no seu
cérebro um protótipo que lhe
retira a consciência e a transfere
para um supercomputador.
As Bandeiras dos Nossos Pais [Flags Of Our Fathers]Cinemundo, 23h10Fevereiro, 1945. A guerra na
Europa estava ganha, mas no
Pacífi co continuava acesa. Uma
das mais sangrentas batalhas
foi a luta pela ilha de Iwo Jima,
traduzida por uma das mais
icónicas imagens da História: o
momento em que cinco marines
erguem a bandeira dos EUA no
monte Suribachi. Esta é a história
desses soldados. Essa fotografi a
tornou-se num símbolo da vitória
e transformou esses homens
em heróis. Alguns morreriam
pouco depois, sem saber que a
História os imortalizaria. Mas
À Noite no Museu: O Segredo do Faraó
Os mais vistos da TVQuarta-feira, 21
FONTE: CAEM
TVISICTVISICTVI
14,914,911,8
10,610,3
Aud.% Share
29,630,226,122,922,5
RTP1
RTP2
SICTVI
Cabo
14,3%%
2,0
19,9
22,0
31,5
A Única MulherCoração d’OuroSanta BárbaraJornal da NoiteJornal das 8
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 37
RTP16.30 Bom Dia Portugal 10.00 A Praça - Directo 13.00 Jornal da Tarde - Directo 14.23 Os Nossos Dias 15.54 Agora Nós - Directo 18.00 Portugal em Directo 19.07 O Preço Certo 20.00 Telejornal 21.00 Sexta às 9 21.51 Nelo & Idália 22.33 Quem Quer Ser Milionário - Alta Pressão 23.33 5 Para a Meia-Noite 00.45 O Último Apaga a Luz 1.38 Os Nossos Dias 2.28 Agora Nós
RTP 27.00 Zig Zag 11.01 Desalinhado 13.02 Lusitânia Expresso 14.00 Sociedade Civil 15.05 A Fé dos Homens 15.37 Euronews 15.58 Zig Zag 20.15 Pais Desesperados 21.00 Jornal 2 - Directo 21.48 Página 2 - Directo 22.03 Mad Men 22.55 City Folk - Gente da Cidade 23.25 Carmen na Arena de Verona 2.10 Sociedade Civil 3.13 Euronews
SIC6.15 Violetta 7.00 Edição da Manhã 8.30 A Vida nas Cartas - O Dilema 10.15 Queridas Manhãs 13.00 Primeiro Jornal 14.40 Dancin Days 15.20 Duas Caras 16.00 Grande Tarde 19.15 Babilónia 20.00 Jornal da Noite 21.30 Coração d´Ouro 22.30 Poderosas 23.55 A Regra do Jogo 00.55 Investigação Criminal 1.35 Investigação Criminal: Los Angeles 2.45 Podia Acabar o Mundo
TVI6.30 Diário da Manhã 10.10 Você na TV! 13.00 Jornal da Uma 14.45 Mundo Meu 16.00 A Tarde É Sua 19.13 A Quinta - Diário 20.00 Jornal das 8 21.30 A Única Mulher 22.22 Santa Bárbara 23.35 A Quinta - Extra 1.00 Filme: Romance Perigoso 3.20 Ora Acerta 4.25 Fascínios 5.03 Dr. House 5.47 Sonhos Traídos
TVC19.10 O Desaparecimento de Eleanor Rigby: Ele 10.45 Se Eu Tivesse Asas 12.20 Citizenfour 14.15 Transcendence: A Nova Inteligência 16.15 Swelter - A Vingança 18.00 The Giver - O Dador de Memórias 19.40 À Noite, no Museu 2 21.30 À Noite No Museu: O Segredo do Faraó 23.10 Transcendence: A Nova Inteligência 1.10 A Quietude da Água 3.10 O Quarto Azul 4.25 À Noite, no Museu 2
FOX MOVIES9.16 Fanaticamente Apaixonados 10.57 Contrabando 12.41 Em Queda Livre 14.20 Amor e Outras Cenas 15.56 Academia de Polícia 3 - De Volta aos Treinos 17.18 O Que As Mulheres Querem 19.18 21 Gramas 21.15 Um Golpe em Itália 23.03 O Pacificador 1.08 O Caminho do Guerreiro 2.40 Os Três Amigos 4.36 Sentença de Morte
HOLLYWOOD10.05 Metro (1997) 12.00 Pai, Jogas? 13.50 Tartarugas Ninja: Uma Nova Aventura 15.20 O Terceiro Passo 17.30 Guarda-Costas de Segunda 19.15 A Saga Twilight: Lua Nova 21.30 2 Amas de Gravata 23.05 Enterrado 00.45 RocknRolla - A Quadrilha 2.40 Império - Um Choque entre dois Mundos 4.20 Eduardo Mãos de Tesoura
AXN14.18 Inesquecível 15.48 Castle 17.22 Mentes Criminosas 19.00 Inesquecível 20.34 Castle 23.08 Filme: Desafio Total 1.12 Filme: Green Hornet 3.10 Inesquecível 3.51 Perception 5.17 Filme: Desafio Total
AXN BLACK14.27 De Paris com Amor 15.43 Capitão Alatriste 18.05 Control 20.06 Basta 22.00 Street Racer - Velocidade Marginal 23.19 A Super Máquina Russa 0.58 Control 2.57 Basta 4.49 Street Racer - Velocidade Marginal
AXN WHITE14.23 Trocadas à Nascença 15.08 Criadas e Malvadas 15.53 Filme: O Novo Namorado da Minha Mãe 17.30 Gossip Girl 19.04 Mágoas de Grandeza 20.40 Infiéis 21.30 Filme: O Novo Namorado da Minha Mãe 23.07 Filme: O Padrasto 00.45 Infiéis 1.32 Traição 2.19 Pequenas Mentirosas 3.51 Trocadas à Nascença 5.23 Mágoas de Grandeza
FOX13.00 Os Simpsons 13.45 Hawai Força Especial 15.21 Investigação Criminal: Los Angeles 16.56 Sob Suspeita 18.38 Hawai Força Especial 20.27 Investigação Criminal: Los Angeles 22.15 Filme: Detenção de Risco 00.22 Filme: O Senhor dos Anéis - As Duas Torres 3.22 Spartacus, Sangue e Arena 4.16 Spartacus, Sangue e Arena 5.11 Casos Arquivados
FOX LIFE13.47 Filme: Her Husband’s Betrayal 15.18 A Patologista 16.57 Filme: In the Dark 18.35 Rizzoli & Isles 19.24 A Patologista 21.16 Rizzoli & Isles 22.20 Filme: Mulheres Perfeitas 00.09 Filme: The Perfect Boss 1.46 Masterchef USA 2.32 Em Contacto 4.11 Ossos 5.02 Twisted
DISNEY15.00 Aladdin 15.50 Galáxia Wander 16.05 Gravity Falls 16.30 Phineas e Ferb 16.55 Os 7A 17.31 K.C. Agente Secreta 17.54 Nail Art Os Descendentes - Mal 18.00 Jessie 18.25 Riley e o Mundo 18.50 Liv e Maddie 19.15 O Meu Cão Tem Um Blog 19.40 Os Descendentes - Wicked World 19.45 O Regresso de Jafar 20.55 Os Descendentes - Wicked World 21.00 Jessie 21.25 Riley e o Mundo 21.50 A Minha Babysitter É Um Vampiro 22.13 Sabrina: Segredos de Uma Bruxa 22.35 Randy Cunningham: Ninja Total 22.57 Rekkit Rabbit 23.20 Casper - O Fantasminha
DISCOVERY17.20 Pesca Radical 19.10 A Febre do Ouro - América do Sul 21.00 O Canibal na Selva 22.55 A Invasão dos Ursos Polares 23.50 Monstros do Rio 00.40 Caça ao Tesouro 2.20 Desmontando a Cidade 3.50 Os Caçadores de Mitos 4.35 Caçadores de Leilões 5.00 Mestres do Restauro 5.45 Top Gear
HISTÓRIA17.01 Caça-Tesouros 17.46 Alienígenas 18.30 Hangar 1, Ficheiros Extraterrestres 19.11 O Preço da História - Louisiana 21.17 O Preço da História 22.00 Camp X 23.27 O Universo 2.25 Loucos por Carros 3.49 Mistérios Enterrados 5.14 Aldeias Históricas 5.41 Alienígenas
ODISSEIA17.39 As Serpentes Mais Mortíferas 18.23 De Noite 19.16 Medicina do Mundo 20.10 A CIA a nu 20.59 A Origem das Coisas 21.44 Rude Tube 22.32 Cruzeiro Afundado: Salvando o Concordia 23.23 Years of Living Dangerously 00.15 Sex Mundi, a Aventura do Sexo 1.00 Cruzeiro Afundado: Salvando o Concordia 1.52 A Origem das Coisas 2.37 Rude Tube 3.28 Years of Living Dangerously 4.24 A Vingança do Automóvel Eléctrico 5.18 A CIA a Nu
Televisã[email protected]
21 Gramas
para aqueles que fi caram, o
heroísmo não era a sua maior
preocupação, mas sim os
companheiros que não tinham
sobrevivido. Filme de Clint
Eastwood baseado no best-seller
de James Bradley e Ron Powers
sobre a Batalha de Iwo Jima.
INFORMAÇÃO
Sexta às 9RTP1, 21h00O jornalismo de investigação
marca este programa de
informação apresentado
por Sandra Felgueiras. As
reportagens debruçam-se
habitualmente sobre casos
polémicos da sociedade
portuguesa. Esta semana, a
equipa andou em torno do
tema da Segurança Social, para
averiguar se os portugueses são
todos tratados da mesma forma.
SÉRIE
ReignTV Series, 21h30Estreia da terceira temporada.
Depois de duas séries a seguir
o destino atribulado de Mary
Stuart, rainha da Escócia, e os
seus desafi os no trono, fazendo
ao mesmo tempo um retrato da
corte francesa do século XVI, eis
que a série de fi cção histórica
se vira para a rainha Elizabeth
(Rachel Skarsten), revelando-a
nos primeiros passos do reinado,
na sua corte inglesa. Traição,
romance e poder continuam a
ser os pontos
fortes
da série
que tem
mostrado
os
reinados no
feminino.
INFANTILPanda e os AmigosCanal Panda, 12h00 e 18h30
Depois do sucesso do Bairro do
Panda, o canal dedicado aos
mais pequenos voltou à mesma
fórmula, apostando na produção
nacional. Panda e os Amigos é um
spin-off da série anterior, passada
no mesmo ambiente, novamente
a conciliar o entretenimento
— com os artistas favoritos da
pequenada como convidados —
com a abordagem de conceitos
importantes para crianças entre
os 3 e os 8 anos. Ao Panda,
Joana, Tomé, Juba, Riscas,
Panças, Crocas, Kinkas, Cascas,
Pintas e Micas vêm agora juntar-
se o Professor Rúben (Rúben
Madureira) e a Dra. Marta (Cláudia
Semedo). De segunda a sexta.
MÚSICA
Carmen na Arena de VeronaRTP2, 23h25A história da cigana mais famosa
da ópera é contada na Arena de
Verona (Itália), com direcção
musical de Henrik Nánási.
Baseada no romance homónimo
de Prosper Mérimée, Carmen
é uma das mais célebres obras
de Georges Bizet e goza de uma
extraordinária popularidade. A
ópera divide-se em quatro actos,
tem libreto de Henri Meilhac e
Ludovic Halévy e foi estreada em
1875, no Opéra Comique de Paris
(França).
DESPORTO
Futebol: I LigaSPTV1, 20h30 | Nacional x
Boavista
Ténis: Torneio WTA (Quartos-de-final)Eurosport1, 11h00 e 18h00 | Luxembourg-Ville (Luxemburgo)
Ciclismo: 6 Days of LondonEurosport1, 21h00 | Londres
(Reino Unido)
ortes
a série
ue tem
mostrado
s
einados no
eminino.
38 | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
SAIR
CINEMALisboa @CinemaAv. Fontes Pereira de Melo - Edifício Saldanha Residence. T. 210995752Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 15h30, 18h20, 21h30; Cinema City AlvaladeAv. de Roma, nº 100. T. 218413040Homem Irracional M12. 13h25, 15h20, 17h15 20h, 00h25; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 17h30; A Hora do Lobo M12. 13h30, 16h, 18h30, 21h20, 23h50; Um Momento de Perdição 13h20, 15h25, 21h55; Perdido em Marte M12. 21h35, 24h; Praia do Futuro M12. 19h45; O Prodígio M12. 13h, 15h15, 17h30, 21h50, 00h15; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 19h10; Cinema IdealRua do Loreto, 15/17. T. 210998295Johnny Guitar M12. 16h; Doclisboa 2015 18h, 22h15; As Mil e Uma Noites: Volume 1, O Inquieto M12. 13h45; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 20h CinemaCity Campo PequenoCentro de Lazer do Campo Pequeno. T. 217981420Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 13h25, 15h25, 17h25 (V.Port.); Black Mass - Jogo Sujo M16. 15h30, 17h50, 21h45, 00h20; Sicario - Infiltrado M12. 13h10, 19h40, 22h, 00h30; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 13h40, 16h10, 18h50, 21h20, 23h50; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h35, 15h10, 17h30 (V.Port.), 19h25, 00h15 (V.Orig.); Um Momento de Perdição 13h10, 20h10, 22h10; Perdido em Marte M12. 15h45, 21h25, 00h15 (2D), 18h35 (3D); A Ovelha Choné - O Filme M6. 15h35, 17h30 (V.Port.); Evereste M12. 13h15, 21h50; À Procura de Uma Estrela M12. 13h50, 15h50, 17h50, 19h50, 21h55, 00h05; The Walk - O Desafio M12. 19h30, 00h10 Cinemas Nos Alvaláxia Estádio José Alvalade, Cp Grande. T. 16996O Estagiário M12. 15h30, 18h20, 21h10, 23h50; Black Mass - Jogo Sujo M16. 16h, 18h45, 21h30, 00h15; Evereste M12. 16h05, 18h45, 21h25, 00h10; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 15h50, 18h30, 21h20, 24h; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 16h20 (V.Port./2D), 18h55 (V.Port./3D), 21h40, 00h25 (V.Orig./2D); Sicario - Infiltrado M12. 15h55, 18h35, 21h15, 23h55; Perdido em Marte M12. 16h50, 21h, 00h05; À Procura de Uma Estrela M12. 16h30, 19h10, 21h45, 00h20; Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 15h40, 18h (V.Port.); The Walk - O Desafio M12. 20h50, 23h35; Sem Compromissos M16. 16h40, 19h, 21h50, 00h10; A Ovelha Choné - O Filme M6. 16h10 (V.Port.); A Visita M16. 18h25, 22h, 00h30; Maze Runner: Provas de Fogo 17h, 21h35, 00h25 Cinemas Nos AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996À Procura de Uma Estrela M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h20, 24h; Sicario - Infiltrado M12. 13h20, 16h, 18h40, 21h40, 00h20; O Estagiário M12. 12h40, 15h20, 18h, 21h, 23h40; Um Momento de Perdição 16h30, 19h, 21h50, 00h25; Adama M12. 13h50; Homem Irracional M12. Sala VIP3 ? 18h30; A Hora do Lobo M12. 13h30, 16h10, 18h50, 21h30, 00h15; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 12h50, 15h30, 18h10 (V.Port.), 20h50, 23h50 (V.Orig.); O Prodígio M12. 13h10, 15h50, 21h10, 24h
Cinemas Nos ColomboAv. Lusíada. T. 16996A Hora do Lobo M12. 12h50, 15h25, 18h10, 21h15, 00h05; O Prodígio M12. 13h, 15h35, 18h20, 21h10, 23h55; Perdido em Marte M12. 12h40, 15h45, 21h25, 00h30; Um Momento de Perdição 18h50; Sicario - Infiltrado M12. 12h55, 15h40, 18h25, 21h30, 00h15; O Estagiário M12. 21h, 23h45; Black Mass - Jogo Sujo M16. 13h25, 16h10, 21h35, 00h20; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. Sala IMAX ? 13h15, 16h, 18h45 21h40, 00h25; Sem Compromissos M16. 18h55; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h20, 15h55, 18h30 (V.Port.); À Procura de Uma Estrela M12. 13h10, 15h50, 18h35, 21h20, 24h Cinemas Nos Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Sicario - Infiltrado M12. 12h50, 15h20, 18h10, 21h, 23h50; O Estagiário M12. 21h20, 00h10; Perdido em Marte M12. 12h40, 15h30, 18h30, 21h30, 00h40; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h30, 16h10, 18h50 (V.Port.); À Procura de Uma Estrela M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h10, 24h; Black Mass - Jogo Sujo M16. 13h10, 15h50, 19h, 21h50, 00h30; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 13h20, 16h, 18h40, 21h40, 00h20 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200Alemanha no Outono 19h; Pirika Na Filmu / Pirika On Film + Tito Po Drugi Put Medju Srbima / Tito Among The Serbs For The Second Time 18h30; Druga Generacija / The Second Generation 15h30; Destinacija Serbistan / Logbook Serbistan 22h; O Dragão Invencível Ataca 24h; Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 12h40, 14h55, 17h10, 19h25, 21h40, 24h; O Bom Soldado M16. 13h; A Uma Hora Incerta + Coro dos Amantes 15h, 17h, 19h, 21h30, 23h30; Sicario - Infiltrado M12. 12h10, 14h30, 16h50, 21h50, 00h10; Perdido em Marte M12. 19h10; Johnny Guitar M12. 17h35; João Bénard da Costa: Outros Amarão as Coisas Que Eu Amei M12. 16h05; Homem Irracional M12. 12h15, 14h10; Black Mass - Jogo Sujo M16. 19h40, 22h, 00h20 NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362As Mil e Uma Noites: Volume 1, O InquietoM12. 16h30; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 19h; As Mil e Uma Noites: Volume 3, O Encantado M12. 14h, 21h30 UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221A Família Bélier M12. 18h50; A Uma Hora Incerta + Coro dos Amantes 14h05; Sem Compromissos M16. 16h35, 21h35, 23h55; ‘71 M12. 19h15; Por Aqui e Por Ali M12. 14h20, 16h50, 21h35, 24h; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 14h, 16h40 (V.Port.), 19h15, 21h45 (V.Orig.), 00h15 (V.Orig./3D); As Mil e Uma Noites: Volume 1, O Inquieto M12. 13h50; As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado M12. 16h25; Evereste M12. 21h45; The Walk - O Desafio M12. 19h15; Perdido em Marte M12. 15h, 21h20 (3D), 18h, 00h20 (2D); O Estagiário M12. 13h40, 16h20, 19h, 21h50, 00h30; Um Momento de Perdição 14h10, 16h50, 19h20, 21h40, 24h; Homem Irracional M12. 14h10, 16h40, 18h55, 21h30; As Mil e Uma Noites: Volume 3, O Encantado M12. 23h45; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 13h50, 16h35, 19h10, 21h50, 00h25; A Hora do Lobo M12. 13h45, 16h20, 18h55, 21h30, 00h05; O Prodígio M12. 13h55, 16h25, 19h, 21h35,
A Hora do LoboDe Jean-Jacques Annaud. Com Shaofeng Feng, Shawn Dou, Ankhnyam Ragchaa. FRA/China. 2015. 121m. Aventura. M12. Ano de 1967. Chen Zhen é um
jovem estudante de Pequim
(China) que é enviado para uma
zona rural da Mongólia para
educar uma tribo de pastores
nómadas. Ali vai descobrir uma
ligação antiga entre os pastores,
o seu gado e os lobos selvagens
que vagueiam pelas estepes.
Para os mongóis, o lobo é uma
criatura quase mítica que é parte
integrante da sua comunidade
e os liga à natureza. Quando o
Governo cria uma nova lei que
obriga a população a eliminar os
lobos da região, o equilíbrio entre
todos é ameaçado...
À Procura de Uma EstrelaDe John Wells. Com Bradley Cooper, Sienna Miller, Omar Sy. EUA. 2015. 100m. Comédia Dramática. M12. O “chef“ Adam Jones
conheceu a fama, a fortuna e o
reconhecimento internacional.
Mas a sua carreira colapsou
quando, por fraqueza e excesso
de vaidade, se deixou levar pelo
consumo de drogas. Agora,
para refazer a sua vida pessoal
e profi ssional, decide começar
do zero em Londres (Inglaterra),
na esperança de abrir um
restaurante que arrebate os
clientes e o faça ser merecedor de
mais uma estrela Michelin. Mas,
para que isso se torne realidade,
precisa de uma equipa de sonho...
AdamaDe Simon Rouby. Com Pascal N’Zonzi (Voz), Oxmo Puccino (Voz), Azize Diabaté (Voz). FRA. 2015. 95m. Drama, Animação. M12. Adama, de 12 anos, vive numa
aldeia remota na África Ocidental.
Quando o seu irmão mais velho
desaparece sem deixar rasto,
ele decide partir em sua busca.
Movido pelo amor, enceta assim
uma corajosa viagem de iniciação
à idade adulta, enquanto percorre
um longo caminho que o levará
até Verdun (França), cenário da
batalha mais longa - e uma das
mais devastadoras - da I Guerra
Mundial.
Crimson Peak: A Colina VermelhaDe Guillermo del Toro. Com Charlie Hunnam, Jessica Chastain, Tom Hiddleston. EUA. 2015. 119m. Drama, Terror, Fantasia. M12. Inglaterra, séc. XIX. A jovem
Edith Cushing apaixona-se por
Sir Thomas Sharpe, um homem
misterioso que, tal como ela,
se interessa pelo sobrenatural.
Apesar dos avisos de alguns
amigos, que temem aquela união,
Edith e Thomas casam-se. Ela
muda-se para a casa de família
do marido, uma mansão em
ruínas numa região montanhosa
no Norte do país. E depressa
descobre que a sua nova família
guarda segredos aterradores...
O ProdígioDe Edward Zwick. Com Tobey Maguire, Liev Schreiber, Peter Sarsgaard. EUA. 2014. 114m. Drama, Biografia. M12. Bobby Fischer nasceu em Chicago
(EUA) a 9 de Março de 1943 e
atraiu a atenção do público norte-
americano para o xadrez quando,
com apenas 15 anos de idade,
se tornou o mais jovem Grande
Mestre internacional da história da
modalidade. Considerado um dos
melhores jogadores de sempre,
Fischer ganhou fama mundial
quando, em 1972, derrotou o
russo Boris Spassky, na altura
campeão mundial, num confronto
memorável em Reiquejavique
(Islândia), em plena Guerra Fria.
Com realização de Edward Zwick,
esta é a sua história.
Em [email protected]@publico.pt
00h10; À Procura de Uma Estrela M12. 13h40, 16h20, 19h, 21h40, 00h15; Black Mass - Jogo Sujo M16. 13h45, 16h30, 19h10, 21h50, 00h30; Sicario - Infiltrado M12. 13h40, 16h25, 19h15, 21h50, 00h30
Almada Cinemas Nos Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011. T. 16996Perdido em Marte M12. 13h25, 17h, 20h55, 24h; À Procura de Uma Estrela M12. 12h55, 15h30, 18h10, 21h05, 00h15; Sicario - Infiltrado M12. 13h, 15h45, 18h30, 21h20, 00h10; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 12h50, 15h35, 18h20, 21h40, 00h25; O Estagiário M12. 13h10, 16h, 18h45, 21h30, 00h15; A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h25, 16h, 18h10 (V.Port.); Evereste M12. 12h45, 15h30, 18h15, 21h05, 23h55; The Walk - O DesafioM12. 21h, 23h50; Black Mass - Jogo SujoM16. 12h40, 15h25, 18h15, 21h05, 23h55;Sem Compromissos M16. 13h05, 15h35,21h, 23h30; Um Momento de Perdição18h15; Lendas de Oz: O Regresso deDorothy M6. 13h15, 15h40, 17h55 (V.Port.);Por Aqui e Por Ali M12. 21h45, 00h15; A Hora do Lobo M12. 12h55, 15h45, 18h30,21h20, 00h10; Maze Runner: Provas deFogo 12h45, 15h40, 21h05, 00h10; A UmaHora Incerta + Coro dos Amantes 18h45;Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h40,16h20, 19h (V.Port.), 21h40, 00h20 (V.Orig.);O Prodígio M12. 13h, 15h50, 18h35, 21h15, 24h
Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 13h30, 16h, 18h30, 21h20, 23h50; À Procura de Uma Estrela M12. 13h35, 15h40, 17h50, 19h50, 21h50 24h; Mínimos M6. 15h55 (V.Port.); O Estagiário M12. 13h50, 16h20, 19h10, 21h40, 00h10; Evereste M12. 13h20, 18h50, 23h55; Black Mass - Jogo Sujo M16. 13h40, 19h, 21h35, 00h10; The Walk - O Desafio M12. 19h20, 21h25; Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 13h30, 15h20, 17h20 (V.Port.); Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h40, 15h15, 17h35 (V.Port.), 13h05, 16h10, 19h45, 21h55, 00h15 (V.Orig.); A Ovelha Choné - O Filme M6. 17h40 (V.Port.); Maze Runner: Provas de Fogo 21h45, 00h25; O Prodígio M12. 13h10, 15h25, 19h35, 21h55, 00h20; Perdido em Marte M12. 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; Sininho e a Lenda do Monstro da Terra do Nunca M6. 17h50 (V.Port.); Sicario - Infiltrado M12. 13h10, 15h30, 19h40, 22h, 00h30 UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, EN 249/1. T. 707232221Missão Impossível: Nação Secreta M12. 19h05; Maze Runner: Provas de Fogo 13h35, 16h20, 21h45, 00h25; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 14h, 16h35, 19h (V.Port./2D), 21h35 (V.Orig./2D), 00h05 (V.Orig./3D); Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 14h05, 16h35, 19h10, 21h55, 00h20; O Pátio das Cantigas M12. 18h45; A Ovelha Choné - O Filme M6. 13h50, 16h10 (V.Port.); Evereste M12. 21h25, 24h; ‘71 M12. 18h55; Sem Compromissos M16. 13h55, 16h15, 21h30, 23h55; Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 14h, 16h20 (V.Port.); Sicario - Infiltrado M12. 13h50, 16h25, 19h10, 21h45, 00h20; The Walk - O Desafio M12. 18h30, 21h25 (2D), 24h (3D); O Estagiário M12. 13h45, 16h30, 19h05, 21h45, 00h20; Perdido em Marte M12. 14h15, 21h15 (2D), 17h35, 00h10 (3D); À Procura de Uma
A Hora do Lobo
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 39
O Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC), em Lisboa, apresenta uma selecção de fotografias do filme A Hora do Lobo, que chega esta semana às salas de cinema. Com assinatura do realizador francês Jean-Jacques Annaud, o drama de aventura é baseado no best-seller semiautobiográfico com o mesmo nome escrito, em 2004, por Jiang Rong
(pseudónimo de Lü Jiamin). Para o filme, Annaud, que já antes trabalhara com animais, adquiriu uma dúzia de crias de lobo amestradas durante vários anos por um treinador canadiano. A exposição pode ser vista na Sala da Baleia do MUHNAC de terça a sexta, das 10h às 17h; sábado e domingo, das 11h às 18h, até 29 de Novembro. O bilhete custa 5€.
A Hora do LoboDR
A s AS ESTRELAS DO PÚBLICO
JorgeMourinha
Luís M. Oliveira
Vasco Câmara
a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
A Hora do Lobo mmmmm – –Johnny Guitar mmmmm mmmmm mmmmm
Crimson Peak mmmmm – –Praia do Futuro mmmmm – mmmmm
Perdido em Marte mmmmm – mmmmm
O Prodígio mmmmm mmmmm –Sicario- Infiltrado mmmmm mmmmm –‘71 mmmmm mmmmm –A Uma Hora Incerta A – –The Walk-O Desafio mmmmm mmmmm mmmmm
Estrela M12. 13h55, 16h30, 19h, 21h40, 00h10; Black Mass - Jogo Sujo M16. 14h05, 16h40, 19h15, 21h55, 00h25
Cascais Cinemas Nos CascaiShoppingEN 9, Alcabideche. T. 16996Sicario - Infiltrado M12. 13h, 15h40, 20h50, 23h30; Sem Compromissos M16. 18h30; Perdido em Marte M12. 12h25, 15h25, 18h25, 21h20, 00h20; A Hora do Lobo M12. 12h50, 15h30, 18h10, 21h10, 23h50; Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 13h (V.Port.); O Estagiário M12. 15h05, 17h50, 21h15, 23h55; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 12h30, 15h20, 18h, 21h, 24h; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h20, 15h50, 18h20 (V.Port.), 21h05, 23h40 (V.Orig.); À Procura de Uma Estrela M12. 12h40, 15h10, 17h40, 21h30, 00h10 O Cinema da Villa - CascaisAvenida Dom Pedro I, Lote 1/2. T. 215887311Sicario - Infiltrado M12. 14h, 16h20, 18h45, 21h30; Black Mass - Jogo Sujo M16. 19h10, 21h30; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 14h, 16h15 (V.Port.); O Prodígio M12. 15h, 17h20, 19h45, 22h
Carcavelos Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga, Centro Comercial Carcavelos (Junto à Estação de CP). T. 214565653Homem Irracional M12. 15h30, 21h30; O Estagiário M12. 15h30, 21h30
Sintra Cinema City BelouraQuinta da Beloura II, Linhó. T. 219247643Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 15h20,17h45 (V.Port.), 15h30, 19h45, 21h55 (V.Orig.); Evereste M12. 22h; Por Aqui e Por Ali M12. 19h55, 00h30; Homem Irracional M12. 19h40; Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 15h40, 17h40 (V.Port.); O Prodígio M12. 15h55, 18h40, 21h30, 23h55; O Estagiário M12. 15h45, 21h35, 00h05; A Hora do Lobo M12. 16h, 18h50, 21h40, 00h15; Um Momento de Perdição 15h25, 17h30, 21h55, 00h10; A Família Bélier M12. 17h40; Perdido em Marte M12. 18h30, 21h20, 00h10; The Walk - O Desafio M12. 19h35, 00h20; À Procura de Uma Estrela M12. 15h35, 17h50, 19h50, 21h50, 24h Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789Sicario - Infiltrado M12. 18h50, 21h40, 00h10; Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 15h, 17h (V.Port.); Perdido em Marte M12. 15h40, 21h10 (2D), 18h30, 24h (3D); Maze Runner: Provas de Fogo 15h30, 18h10, 21h15, 23h55; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 16h, 18h40, 21h30, 00h05; Black Mass - Jogo Sujo M16. 15h45, 21h20, 23h50; The Walk - O Desafio M12. 18h15; O Estagiário M12. 18h20; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 15h50 (V.Port.), 21h20, 23h45 (V.Orig.); À Procura de Uma Estrela M12. 15h15, 17h20, 19h30, 21h40, 00h15
Odivelas Cinemas Nos Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Perdido em Marte M12. 15h, 18h, 20h50,23h50; Crimson Peak: A Colina VermelhaM12. 15h30, 18h10, 21h30, 24h; A Ovelha Choné - O Filme M6. 15h10, 17h50 (V.Port.);Pan: Viagem à Terra do Nunca M12.
15h50, 18h30 (V.Port.), 21h10, 23h40 (V.Orig.); Evereste M12. 21h20, 23h50; Black Mass - Jogo Sujo M16. 15h40, 18h20, 21h, 23h40
Oeiras Cinemas Nos Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996Sicario - Infiltrado M12. 13h, 15h50, 21h20, 00h10; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h30, 00h20; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 12h35, 15h10, 18h (V.Port.); Um Momento de Perdição 18h35; Um Momento de Perdição 21h10, 23h50; À Procura de Uma Estrela M12. 12h40, 15h20, 18h10, 21h15, 24h; O Prodígio M12. 12h30, 15h15, 18h05, 21h05, 23h55; O Estagiário M12. 12h45, 15h30, 21h25; Perdido em Marte M12. 18h15, 00h15; A Hora do Lobo M12. 13h10, 15h55, 18h40, 21h40, 00h25
Miraflores Cinemas Nos Dolce Vita MirafloresAv. das Túlipas. T. 707 CINEMASininho e a Lenda do Monstro da Terra do Nunca M6. 15h10 (V.Port.); Homem Irracional M12. 17h50, 20h50, 23h50; À Procura de Uma Estrela M12. 15h30, 18h30, 21h30, 23h50; O Estagiário M12. 15h20, 18h20, 21h20, 23h40; Black Mass - Jogo Sujo M16. 18h, 21h, 23h30; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 15h (V.Port.)
Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789The Walk - O Desafio M12. 18h10; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 15h40 (V.Port.), 21h, 23h40 (V.Orig.); Lendas de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 14h45, 16h50 (V.Port.); Black Mass - Jogo Sujo M16. 18h50, 21h20, 00h05; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 15h50, 18h40, 21h30, 00h10; Perdido em Marte M12. 15h30, 21h10 (2D), 18h20, 24h (3D); O Estagiário M12. 15h45, 18h30, 21h25, 00h15; À Procura de Uma Estrela M12. 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50
Faro Cinemas Nos Fórum AlgarveC. C. Fórum Algarve. T. 289887212
Black Mass - Jogo Sujo M16. 21h, 23h40; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 13h20, 15h50, 18h20 (V.Port.); Sicario - Infiltrado M12. 12h40, 15h30, 21h10, 23h50; Um Momento de Perdição 18h10; Perdido em Marte M12. 12h25, 15h25, 18h25, 21h20, 00h15; À Procura de Uma Estrela M12. 13h10, 15h55, 18h40, 21h35, 24h; Crimson Peak: A Colina Vermelha M12. 13h, 15h40, 18h30, 21h25, 00h05
TEATROLisboaA BarracaLargo de Santos, 2. T. 213965360 O Absurdo Mora Aqui De Samuel Beckett. Comp.: Companhia de Teatro Independente. De 15/10 a 25/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 18h. Auditório Carlos ParedesAvenida Gomes Pereira, 17 . T. 217123000 Diz que me amas! Um estado de urgência Comp.: Suspeitos do Costume. Enc. Durval Lucena. Até 24/10. 5ª a Sáb às 21h30. M/16. Casino LisboaParque das Nações. T. 218929000 Nome Próprio Enc. Fernando Gomes. De Até 1/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 18h. M/12. Clube EstefâniaRua Alexandre Braga, 24A. T. 217780987 Breviário para Um Extermínio Silencioso Comp.: Escola de Mulheres. Enc. Rui Neto. De 22/10 a 15/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30. M/12. Estrela HallRua da Estrela, 10. T. 213961946 Black Comedy De Peter Schaffer. Comp.: The Lisbon Players. Enc. Barbara Monteiro. De 8/10 a 24/10. 5ª a Sáb às 21h. Hospital Júlio de MatosAv. Brasil, 53. T. 217917000 E Morreram Felizes para Sempre De Nuno Moreira. Enc. Ana Padrão. De 11/9 a 14/11. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 22h. Dia 1/11 às 20h. M/18. Duração: 90m. Sociedade de Instrução Guilherme CossoulAvenida Dom Carlos I, 61 - 1º. T. 213973471 Sete De José Dias. Grupo: AltaCena Grupo de Teatro. Enc. Vicente Morais.Hoje às 21h30. Teatro Armando CortezEstrada da Pontinha, 7. T. 217110890
Cinderela De Charles Perrault. Comp.: TIL - Teatro Infantil de Lisboa. Enc. Fernando Gomes. Coreog. Vítor Linhares. A partir de 17/10. Sáb e Dom às 15h. 3ª a 6ª às 11h e 14h30 (para escolas). M/3. Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Jogadores De Pau Miró. Comp.: Artistas Unidos. Enc. Jorge Silva Melo. De 23/9 a 24/10. 3ª e 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. M/12. Teatro da TrindadeLargo da Trindade, 7A. T. 213420000 A Cantora Careca De Eugene Ionesco. Enc. Encenação colectiva. Até 1/11. 5ª a Sáb às 21h45. Dom às 17h. M/12. Don Giovanni ou O Imorigerado Imortal Enc. Paulo Sousa Costa. De 1/10 a 25/10. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 18h. Teatro do BairroR. Luz Soriano, 63 (Bairro Alto). T. 213473358 Tempestade De William Shakespeare (a partir de). Comp.: Teatro Griot. Enc. Bruno Bravo. Até 1/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Teatro MeridionalR. do Açúcar, 64 (Pç do Bispo). T. 218689245 A Colectividade Enc. Natália Luíza. Até 6/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Teatro Nacional D. Maria IIPraça Dom Pedro IV. T. 800213250 Entraria nesta Sala... Enc. Sandra Faleiro. Até 8/11. 4ª às 19h30. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30. Ricardo III De William Shakespeare. Até 1/11. 4ª às 19h. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 16h (na Sala Garrett). M/12. Teatro PoliteamaR. Portas de Santo Antão, 109. T. 213405700 A República das Bananas De Filipe La Féria. Maestro Mário Rui, Telmo Lopes. Coreog. Marco Mercier. A partir de 30/9. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 17h e 21h30. Dom às 17h. Teatro TabordaRua da Costa do Castelo, 75. T. 218854190 Graça: suite teatral em três movimentos Comp.: Teatro da Garagem. Enc. Carlos J. Pessoa. De 15/10 a 8/11. 5ª a Dom às 21h30. M/12. Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Plaza Suite Enc. Adriano Luz. De 24/9 a 25/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12. Teatro TurimEstrada de Benfica, 723A. T. 217606666 Meu Rico Tio Simplício Enc. Rui Luís Brás. De 8/10 a 25/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira de Melo, 30. T. 213538586 Commedia à la Carte De Carlos M. Cunha, César Mourão, Ricardo Peres. De 10/9 a 29/11. 5ª a Dom às 21h30. M/16.
AbrantesCine-Teatro de São PedroLargo de São Pedro. T. 241366321 P’ró Diabo Kus Carregue! Enc. Natalina José. Hoje às 21h30. M/12.
AlmadaTeatro Municipal Joaquim BeniteAvenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 Hamlet De William Shakespeare. Enc. Luis Miguel Cintra. Mús. Teatro da Cornucópia. De 23/10 a 15/11. 4ª e 5ª às 20h. 6ª e Sáb às 21h. Dom às 16h (na Sala Principal). M/12. Duração: 240m. Teatro-Estúdio António AssunçãoRua Conde Ferreira. T. 212723660 Guerra É Guerra De Horácio Manuel. Comp.: Teatro Extremo. De 16/10 a 24/10. 6ª e Sáb às 21h30.
Cascais
Auditório Fernando Lopes-GraçaAv.Marginal (Parque Palmela). T. 214825447 O Protagonista De Luís Lobão. Comp.: Palco 13. Enc. Marco Medeiros. De 16/10 a 28/11. 4ª a Sáb às 21h30. M/16. Reservas: 934495034 ou [email protected]. Centro Cultural de CascaisAv. Rei Humberto II de Itália. T. 214848900 O Curandeiro Com Duncan Fox (piano). Enc. Valerie Braddell. De 15/10 a 13/12. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Duração: 120m.
EstorilCasino EstorilAvenida Dr. Stlanley Ho. T. 214667700 A Noite das Mil Estrelas De Filipe La Féria. Maestro Telmo Lopes. Enc. Filipe La Féria. Com Alexandra, Vanessa, Rui Andrade, David Ripado entre outos. Coreog. Marco Mercier. De 9/4 a 31/10. 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 17h e 21h30. Dom às 17h (no Salão Preto e Prata). M/12. Esta Vida é uma Cantiga De Henrique Feist, Vítor Pavão dos Santos. Enc. Henrique Feist. Com FF, Henrique Feist, Yola Dinis, Susana Félix. De 1/10 a 25/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (no Auditório). M/12.
PUBLICIDADE
E S T R E I A M U N D I A L
R E C O M E N D A D O A FA M Í L I A S
40 | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
As Faces de Pessoa, pelo Intervalo Grupo de Teatro
DR
SAIRLagos
Centro Cultural de LagosR. Lançarote de Freitas, 7. T. 282770450 Haverás de Ir à Guerra Que Começa Hoje Enc. Pablo Fidalgo Lareo. Hoje às 21h30 (Festival Verão Azul). M/12. Duração: 60m. Modular De Vera Mota e Pedro Augusto. Hoje às 21h30 (Festival Verão Azul). M/12. Duração: 45m.
Linda a VelhaAuditório Municipal Lourdes NorbertoLargo da Piramide, 3N. T. 214141739 As Faces de Pessoa Comp.: Intervalo Grupo de Teatro. Enc. Armando Caldas. De 23/10 a 31/10. 6ª e Sáb às 21h30. M/12. Palácio dos AciprestesAv. Tomás Ribeiro, 18. T. 214158160 Colaboracionistas De John Hodge. Comp.: Fatias de Cá. Enc. Carlos Carvalheiro. De 16/10 a 23/10. 6ª às 20h20.
Montemor-o-NovoO Espaço do TempoConvento da Saudação. T. 266899856 Sonatina Comp.: Projecto Ruínas Associação. Até 24/10. 4ª a Sáb às 21h30.
ÓbidosÓbidos Uma Noite na Lua De João Falcão. Enc. João Falcão. Com Gregório Duvivier. Hoje às 21h30. M/12.
Olival BastoCentro Cultural da MalapostaRua Angola. T. 219383100 Anne Sullivan e Helen Keller Comp.: Arte Livre. Enc. Roberto Cordovani. De 22/10 a 1/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (no Auditório). M/16. Duração: 75m. Marias Cheias de Graça! De 22/10 a 31/10. 5ª a Sáb às 21h45 (no Café-teatro). Stand up. M/16.
PalmelaTeatro O BandoEstrada do Vale dos Barris. T. 212336850 Abstenção Comp.: Teatro O Bando. Enc. João Brites. De 8/10 a 25/10. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 17h. M/12.
SetúbalTeatro de Bolso de SetúbalR. Dr. Aníbal Alvares da Silva. T. 265532402 Auto da Índia De Gil Vicente. Comp.: Teatro Animação de Setúbal. Enc. Carlos Curto. De 22/10 a 24/10. 5ª a Sáb às 21h30. M/12.
SintraCasa de TeatroRua Veiga da Cunha,20. T. 219233719 As Criadas De Jean Genet. Comp.: Companhia de Teatro de Sintra/Chão de Oliva. Enc. Paula Pedregal. De 23/10 a 8/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h.
Vila Franca de XiraVila Franca de Xira Coisas Estúpidas para Gente InteligenteDe Alexandre Lyra Leite, Rita Leite. Comp.: Inestética Companhia Teatral. Enc. Alexandre Lyra Leite. Até 25/10. 5ª a Dom às 21h30 (no Palácio do Sobralinho). M/12.
Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Colecção Berardo De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William Wegman, entre outros. A partir de 9/11. 3ª a Dom das 10h às 19h. Pintura, Outros. Stan Douglas. Interregnum De Stan Douglas. De 21/10 a 14/2. 3ª a Dom das 10h às 19h (Última entrada 18h30). Filme, Outros. Your Body Is My Body. O Teu Corpo É o Meu Corpo. Colecção de Cartazes de Ernesto de Sousa De 17/4 a 3/4. 3ª a Dom das 10h às 19h. Obra Gráfica, Design, Outros. Museu da CervejaTerreiro do Paço. T. 210987656 Contos Murais De Júlio Pomar. A partir de 3/4. Todos os dias das 12h às 23h. Azulejo. Museu da ElectricidadeEdifício Central Tejo. T. 210028190 Afinidades Electivas. Julião Sarmento Coleccionador De Andy Warhol, Cristina Iglesias, Nan Goldin, Eduardo Batarda, Fernando Calhau, entre outros. De 16/10 a 3/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura, Desenho, Escultura, Fotografia, Vídeo, Instalação. One’s Own Arena De José Pedro Cortes. De 16/10 a 13/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Fotografia. Suite Rivolta: O Feminismo Radical de Carla Lonzi e A Arte da Revolta De 16/10 a 6/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Outros. Museu de Lisboa – Santo AntónioLg de Santo António da Sé, 22. T. 808203232 Núcleo de Santo António do Museu de Lisboa A partir de 18/7. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h (Encerra feriados, excepto 13 de Junho). Objectos, Outros. Museu do OrienteDoca de Alcântara Norte. T. 213585200 So Far, So Close De Cindy Ng. De 25/9 a 23/10. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Pintura, Fotografia, Outros. Sombras da Ásia A partir de 28/6. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Encerra 1 de Janeiro e 25 de Dezembro. Objectos, Outros. Museu Nacional de História Natural e da CiênciaR. da Escola Politécnica, 58. T. 213921800 A Aventura da Terra: um Planeta em Evolução A partir de 19/11. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Ciência, Outros. A Hora do Lobo De 9/10 a 29/11. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Outros. Cuidar e Curar De 14/9 a 30/6. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Ciência, Objectos. De Raiz, A Radice De Margarida Jardim. De 25/9 a 31/10. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Outros. Francisco Arruda Furtado (1854-1887), Discípulo de Darwin De 6/3 a 28/2. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Documental, Objectos, Desenho. Imaginar a Cidade 1995-2015 De João Santa-Rita. De 8/10 a 1/11. 3ª a 6ª das 10h às 17h Na Sala do Veado. Sáb e Dom das 11h às 18h. Desenho, Arquitectura. Jóias da Terra - O Minério da Panasqueira A partir de 1/8. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Ciência. Memórias da Politécnica - Quatro séculos de Educação, Ciência e Cultura De 16/2 a 31/12. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Documental, Outros. Palácio da Memória De João Ó. De 23/10 a 31/1. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Instalação, Outros. Por vezes, Certas Vezes, Outras vezes De Bruno Castro Santos. De 8/10 a 8/11. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Desenho, Pintura.
Museu Nacional do AzulejoRua Madre de Deus, 4. T. 218100340 A Arte Interior. Siza Vieira e o Desenho de Objectos De 17/7 a 15/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Objectos, Design, Arquitectura. Exposição Permanente A partir de 1/1. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h30). Azulejo, Documental. Museu Nacional dos CochesPraça Afonso de Albuquerque. T. 213610850 Exposição Permanente de Coches Reais A partir de 1/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Objectos, Documental. Museu Rafael Bordalo PinheiroCampo Grande, 382. T. 218170667 Bordalo à Mesa De Bordalo Pinheiro. De 18/5 a 18/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Desenho, Ilustração. Luís Filipe e a Farsa da Vida De 19/9 a 30/12. 3ª a Dom das 10h às 18h Na Galeria. Documental, Desenho. Núcleo Museológico do Castelo S. JorgeCastelo de São Jorge. T. 218800620 Núcleo Museológico do Castelo de São Jorge A partir de 18/12. Todos os dias das 09h às 18h (Horário de Inverno; última admissão às 17h30), das 09h às 21h (Horário de Verão; última admissão às 20h30). Arqueologia. Exposição Permanente. Palácio Nacional da AjudaLargo da Ajuda. T. 213637095 Ricordo di Venezia. Vidros de Murano da Casa Real Portuguesa De vários autores. De 21/7 a 29/11. 2ª, 3ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. Objectos. Tirée par... a Rainha D. Amélia e a Fotografia De 30/9 a 20/1. 2ª, 3ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última entrada às 17h30). Fotografia, Documental. Perve Galeria de AlfamaR. das Escolas Gerais, 17/19/23. T. 218822607 Antologia de Martins Correia De 17/9 a 24/10. 2ª a Sáb das 14h às 20h. Escultura. Praça do Comércio (Terreiro do Paço)A Luz de Lisboa De Nuno Cera, Maria do Rosário Pedreira, Jorge Martins. De 16/7 a 20/12. 3ª a Dom das 10h às 20h Até 25/10, das 10h às 18h A partir de 27/10. Fotografia, Pintura, Outros. São Roque TooRua de São Bento, 269. T. 213970197 Costa Pinheiro, O Pintor Ele-Mesmo De 24/9 a 31/12. 2ª a Sáb das 10h30 às 19h30. Pintura. Sociedade Nacional de Belas ArtesR. Barata Salgueiro, 36. T. 213138510 Índios e Outras Gentes De Ema Berta. De 6/10 a 27/10. 2ª a 6ª das 12h às 19h. Pintura. Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Que Grande Pouca-Vergonha (Morde com Todos os Dentes Que Tens na Língua) De Sofia Areal. De 23/9 a 24/10. 3ª a 6ª às 17h até ao final do espectáculo. Sáb às 15h até ao final do espectáculo. Pintura. Teatro Nacional D. Maria IIPraça Dom Pedro IV. T. 800213250 Música no D. Maria II - A Colecção de Partituras De 11/9 a 30/12. 3ª a Sáb das 15h às 18h 4ª e Dom. 30 min antes do início dos espectáculos da Sala Garrett. Documental. Vera Cortês - Agência de ArteAvenida 24 de Julho, 54 - 1ºE. T. 213950177 Die Wiederherstellung des Geistes De André Guedes. De 25/9 a 7/11. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação, Performance, Desenho. Performances aos Sábados, às 15h e às 17h (dias 3, 10 e 24 de Outubro e 7 de Novembro). Zaratan - Arte ContemporâneaRua de São Bento, 432. T. 965218382 Capital Uber Alles De Vasco Costa. De 8/10 a 31/10. 5ª das 19h às 22h. 6ª, Sáb e Dom das 16h às 20h. Escultura.
SAIR
EXPOSIÇÕESLisboa22AtelierRua de Arroios, 22A. Habitar Seus (Teus) Olhos De Rachel Korman. Até 23/10. 5ª e 6ª das 18h às 20h. Appleton SquareRua Acácio Paiva, 27 - r/c. T. 210993660 O Peso das Coisas. Leveza e Claridade. De Carlos Nogueira. Até 29/10. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. Sonata para Viola d’arco e Cubo Vazio De José Valente. A partir de 4/4. 6ª às 10h. Performance. Empty Cube. Arquivo Nacional da Torre do TomboAlameda da Universidade. T. 217811500 Anões às Costas dos Grandes Gigantes do Passado. Poder, Mitos, Memórias na Sociedade Medieval: Contributos de Luís Krus De 1/10 a 31/10. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 12h30. Biblioteca Nacional de PortugalCampo Grande, 83. T. 217982000 Aldo Manuzio (ca 1450-1515): o inventor do itálico De 22/9 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental, Outros. Arte de ser português De 1/10 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental, Objectos. Da Inquietude à Transgressão: eis Bocage... De 17/9 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental, Objectos. Imprensa Empresarial em Portugal: 145 Anos de Jornais de Empresa (1869-2014) De 6/10 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental, Objectos. Ramalho Ortigão. Um publicista em fim de século De 25/9 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental, Objectos. Casa dos BicosRua dos Bacalhoeiros. T. 218802040 Núcleo Arqueológico da Casa dos Bicos A partir de 14/7. 2ª a Sáb das 10h às 18h. Objectos, Documental. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Carrilho da Graça: Lisboa De 22/9 a 14/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Arquitectura. Centro de Arte ModernaR. Doutor Nicolau Bettencourt. T. 217823474 Tensão e Liberdade De Bruce Nauman, Antoni Muntadas, Asier Mendizabal, Roni Horn, Ana Hatherly, Ângela Ferreira, entre outros. De 19/6 a 26/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Escultura, Fotografia, Vídeo. X de Charrua De António Charrua. De 19/6 a 26/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Pintura. Chiado 8 - Arte ContemporâneaLargo do Chiado, 8 - Edifício Sede da Mundial-Confiança. T. 213237335 Ângela Ferreira e Fernanda Fragateiro De 24/7 a 30/10. 2ª a 6ª das 12h às 20h. Escultura. Edifício TransBoavistaRua da Boavista, 84. T. 213433259 Academias De João Jacinto. De 18/9 a 7/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Pintura, Desenho. Héstia De Domingos Rego. De 18/9 a 7/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. ISSO In One Way or Another De vários artistas. De 18/9 a 7/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação, Outros. Mahala Blood De Olídio Candja Candja. De 18/9 a 7/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. Twist the Real De Ana Jotta, Inês Botelho, entre outros. De 18/9 a 7/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Desenho, Pintura, Outros.
Ermida de Nossa Senhora da ConceiçãoTravessa do Marta Pinto, 12. T. 213637700 Vicente 15. Sagrado, Corpo e Imagem De Alessandro Lupi, Gabriele Seifert, Rochus Aust. De 5/9 a 25/10. 3ª a 6ª das 11h às 13h e das 14h às 17h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Instalação, Escultura. Estufa Fria de LisboaParque Eduardo VII. T. 213882278 Percurso(s) De António Vasconcelos Lapa, Bárbara Assis Pacheco. De 5/7 a 25/10. Todos os dias das 10h às 19h. Cerâmica. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Lourdes Castro. Todos os Livros De 9/7 a 26/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Objectos, Documental. Meeting Point: Fantin-Latour/Manuel Botelho De 25/6 a 26/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 17h45. Fotografia, Pintura. Galeria 111Campo Grande, 113. T. 217977418 Do Fundo De Pedro A.H. Paixão. De 19/9 a 31/10. 3ª a Sáb das 10h às 19h. Desenho. Galeria Graça BrandãoR. dos Caetanos, 26A (B. Alto). T. 213469183 Entre o Boné e os Ténis De Tiago Alexandre. Até 31/10. 3ª a Sáb das 11h às 19h. Escultura, Instalação, Outros. Sonhos De Luiza Fortes. De 17/9 a 31/10. 3ª a Sáb das 11h às 19h. Fotografia. Galeria MillenniumRua Augusta, nº84. Within Light. Inside Glass De vários autores. De 16/9 a 9/1. 2ª a Sáb das 10h às 18h. Objectos, Instalação. Hangar - Centro de Investigação ArtísticaRua Damasceno Monteiro, 12. T. 218870490 Ghosts De vários autores. De 22/10 a 27/11. 4ª a Sáb das 15h às 19h. Fotografia. Jardim Botânico Tropical Largo dos Jerónimos - Belém . T. 213637023 Pato Mudo A partir de 25/10. Todos os dias 24h. Instalação, Azulejo. Largo do IntendenteLargo do Intendente. Kit Garden De Joana Vasconcelos. A partir de 5/10. Todos os dias. Escultura, Instalação. Miguel Justino Contemporary ArtR. Rodrigues Sampaio, 31 - 1.º. T. 961042199 Les Voyeurs De Mário Rita. Até 24/10. 5ª e 6ª das 13h às 19h30. Sáb das 15h às 19h. Pintura. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Narrativa de uma Colecção - Arte Portuguesa na Colecção da Secretaria de Estado da Cultura (1960-1990) De vários autores. De 15/7 a 12/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Progresso De Ana Cardoso. De 23/10 a 29/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Sousa Lopes 1879-1944. Efeitos de Luz De Adriano Sousa Lopes. De 18/7 a 8/11. 3ª a Dom das 10h às 18h (Última entrada 17h30). Pintura. Temps D’Images Loops. Lisboa De vários autores. De 15/10 a 24/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Vídeo. Mosteiro dos JerónimosPç. Império. T. 213620034 Alexandre Herculano - Guardar a Memória - Viver a História A partir de 17/12. 3ª a Dom das 10h às 17h (encerra 25/12, 1/1, 1/5 e Dom de Páscoa). Biográfico, Documental, Outros. Um Lugar no Tempo A partir de 16/12. 3ª a Dom das 10h às 17h. Documental.
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 41
Half Free é o pretexto para o regresso a Portugal de Meghan Remy, a norte--americanaque responde por U.S. Girls
DR
SAIRSyntaxRua Feio Terenas, 23. T. 912325052 Nocturnal Measurements and The Invisible State of Shine De Katarína Poliaciková, Nikolai Nekh. De 18/9 a 24/10. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação.
MÚSICALisboaCasino LisboaParque das Nações. T. 218929000 Bossa Morna De 23/10 a 25/10. 6ª, Sáb e Dom às 22h (no Arena Lounge). Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Orquestra Gulbenkian Maestro Benjamin Shwartz. De 22/10 a 23/10. 5ª às 21h. 6ª às 19h (no Grande Auditório). Trio Aeternus Hoje às 21h30 (no Grande Auditório). Hot Clube de PortugalPraça da Alegria, 48. T. 213619740 Roda Viva De 22/10 a 23/10. 5ª e 6ª às 22h30 e 24h. Igreja de São RoqueLg. Trindade Coelho. T. 213235383 Ensemble MPMP Hoje às 21h (Música em São Roque. Visita guiada à exposição “De Roma para Lisboa: Um Álbum para o Rei Magnânimo” às 19h). LoungeR. Moeda, 1. T. 213953204 10 000 Russos Hoje às 23h. Lux FrágilAv. Infante D. Henrique - Armazém A (Cais da Pedra a Santa Apolónia). T. 218820890 Black Balloon XXIV: U.S. Girls + Iguanas + Rui Maia + Evil Ramos & The Barbarians Hoje às 23h. Ministerium ClubAla Nascente 72. T. 218888454 Jameson Backroom: Francesco Tristano + Sebo K Hoje às 23h50. MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 Jameson Urban Routes 15 - Dia 23 Hoje às 22h30. Com Holy Nothing, Telepathe, El Guincho, Nicola Cruz, Babaz Fox, Nunex & Famifox.
Amadora
Cineteatro D. João VLargo da Igreja. O Lago dos Cisnes Comp.: Quorum Ballet. Coreog. Daniel Cardoso. De 22/10 a 24/10. 5ª a Sáb às 21h30. M/3. Duração: 90m.
SintraQuinta da RegaleiraRua Barbosa du Bocage. T. 219106650 Narrativa Interior De Clara Marchana. Com Ángela Diaz Quintela, Clara Marchana, António Torres e Tiago Correia. De 8/5 a 31/10. 6ª e Sáb às 19h (no Portal dos Guardiães). Duração: 50 min (s/ intervalo). M/6
Torres NovasTeatro VirgíniaLargo José Lopes dos Santos. T. 249839300 As Linhas de Newton Com Yola Pinto. Coreog. Aldara Bizarro. Hoje às 14h30 (para escolas). Dia 24/10 às 11h. M/10. Duração: 60m.
FESTIVAISLisboaCentro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Big Bang 2015 - Festival de Música e Aventura para Crianças De 23/10 a 24/10. 6ª e Sáb das 10h30 às 17h. CulturgestRua Arco do Cego . T. 217905155 Nenhuma Entrada Entrem Comp.: Projecto Teatral. De 22/10 a 23/12. 3ª a 6ª às 11h e 18h. Sáb e Dom às 11h e 19h (apresentação de: “Nenhuma Entrada Entrem). Espaço AlkantaraCç Marquês de Abrantes, 99 - Santos. T. 309978184 Nenhuma Entrada Entrem Comp.: Projecto Teatral. De 23/10 a 24/10. 6ª às 23h. Sáb às 21h (apresentação da peça “Empédocles”). De 6/11 a 7/11. 6ª e Sáb às 23h.
Lisboa Festival Temps d’Images 2015 A partir de 14/10. Todos os dias (vários horários). Em vários locais da cidade. Informações: [email protected] ou 213465117. Maria Matos Teatro MunicipalAv. Frei Miguel Contreiras, 52. T. 218438801 Nenhuma Entrada Entrem Comp.: Projecto Teatral. De 22/10 a 27/10. 2ª, 3ª, 5ª, Sáb e Dom às 21h30 (apresentação da peça “Ditado”, na Sala Principal). 6ª às 19h. De 24/10 a 27/10. 2ª, 3ª, Sáb e Dom às 19h (apresentação da peça “Teatro”, na Sala Principal). De 19/11 a 21/11. 5ª a Sáb às 21h30 (apresentação da peça “Coro”, na Sala Principal). De 17/12 a 19/12. 5ª a Sáb às 21h30 (apresentação da peça “Transiberiano”, na Sala Principal). MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 Jameson Urban Routes 15 De 22/10 a 31/10. 5ª a Sáb. 9.ª edição.
LagosLagosLagos. Festival Verão Azul 2015 De 15/10 a 25/10. Todos os dias (vários horários). Informações: 282770450, 924009234 ou 968749367. Em vários locais da cidade de Lagos e Portimão.
ÓbidosÓbidos Folio - Festival Literário Internacional de Óbidos 2015 Até 25/10. Todos os dias.
PortimãoPortimão Festival Verão Azul 2015 De 15/10 a 25/10. Todos os dias (vários horários). Informações: 282770450, 924009234 ou 968749367. Em vários locais da cidade de Lagos e Portimão.
SeixalFórum Cultural do SeixalQuinta dos Franceses. T. 210976100 Seixal Jazz 2015 De 16/10 a 24/10. 5ª a Sáb.
SAIRPalácio FozPç. dos Restauradores. T. 213221200 Trio In Tempore Hoje às 18h. Sabotage ClubRua de São Paulo, 16. T. 213470235 Country Playground + DJ A Boy Named Sue Hoje às 22h30. Teatro Nacional de São CarlosLargo de São Carlos, 17. T. 213253045 Madama Butterfly Com Coro do Teatro Nacional de São Carlos. Orq.: Orquestra Sinfónica Portuguesa. Enc. Tim Albery. Mús. Giacomo Puccini. De 20/10 a 1/11. Todos os dias às 20h (dias 24, 26 e 28 Outubro). Dom às 16h (dia 1 Novembro). Tragédia japonesa em 2 actos. Universidade Nova de LisboaCampus de Campolide. T. 213715600 Charlene Farrugia e Orquestra Académica Metropolitana Com Charlene Farrugia (piano). Hoje às 21h. Rameau, Ravel.
AlgésTeatro Municipal Amélia Rey ColaçoR. Eduardo Augusto Pedroso. T. 214176255 Elis Regina - Tributo aos 70 Anos Com Sílvia Nazário (voz), Cláudio Kumar (guitarra). De 22/10 a 24/10. 5ª a Sáb às 21h30.
EstorilCasino EstorilAvenida Dr. Stlanley Ho. T. 214667700 Lenga Lenga Hoje às 22h30 (no Lounge D).
LeiriaTeatro José Lúcio da SilvaAvenida Heróis de Angola. T. 244834117 Páginas de Música Com Miriam Sharoni (soprano). Orq.: Orquestra do Norte. Hoje às 21h30 (M/3). Encantamentos - Temas de Filmes.
LouléCine-Teatro LouletanoAvenida José da Costa Mealha. T. 289414604 João Bettencourt da Câmara e Orquestra Clássica do Sul Com João Bettencourt da Câmara (piano). Hoje às 21h30 (Ciclo Loulé Clássico).
Óbidos
Óbidos Moreno Veloso & Tomás Cunha FerreiraHoje às 22h30 (Folio - Festival Literário Internacional de Óbidos 2015).
QueluzPalácio Nacional de QueluzLargo do Palácio. T. 219237300 Quarteto Mosaïques Com David Sinclair, María Hinojosa Montenegro. Hoje às 21h30 (Noites de Queluz – Tempestade e Galanterie). Um Stabat Mater de Câmara.
SeixalFórum Cultural do SeixalQuinta dos Franceses. T. 210976100 Rodrigo Amado Motion Trio & Rodrigo Pinheiro Com Rodrigo Amado (saxofone), Miguel Mira (violoncelo), Gabriel Ferrandini (bateria), Rodrigo Pinheiro (piano). Hoje às 22h (Seixal Jazz 2015).
SetúbalCasa da Cultura de SetúbalRua Detrás da Guarda, 26/34. T. 265236168 Tiago Gomes & Flak Hoje às 21h30 (na Sala José Afonso). Desencontros.
DANÇALisboaTeatro CamõesParque das Nações. T. 218923470 Pedro e Inês Comp.: Companhia Nacional de Bailado. Coreog. Olga Roriz. Até 24/10. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 16h. M/6.
FARMÁCIAS
LisboaServiço PermanenteAlgarve (Praça de Londres) - Av. de Roma, 7 - B - Tel. 218401478 Gouveia (Benfica - Bairro Pedralvas) - R. Augusto Costa (Costinha), 6 - Tel. 217607500 Líbia (Alvalade) - Avenida da Igreja, 4 B - C - Tel. 218491681 Madre de Deus (Madre de Deus) - Rua da Margem, 15 - B - Tel. 218682470 Porfírio (Campo de Ourique) - Rua Francisco Metrass, 59 - B - Tel. 213963349 Vasco da Gama (Santa Maria dos Olivais) - Alameda dos Oceanos, Lote 1.07.01, Loja G - Tel. 213478932
Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Duarte Ferreira (Rossio ao Sul do Tejo) Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Santos Pinto Alcácer do Sal - Misericórdia Alcanena - Correia Pinto Alcobaça - Magalhães Alcochete - Nunes, Póvoas (Samouco) Alenquer - Catarino Aljustrel - Dias Almada - Reis , Torre das Argolas (Costa da Caparica) Almeirim - Barreto do Carmo Almodôvar
- Aurea Alpiarça - Leitão Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama , Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Nunes , Remédios Ansião - Teixeira Botelho , Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Misericórdia Arronches - Batista , Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva, Miranda, Peralta (Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do Intendente) Barrancos - Barranquense Barreiro - Santo André (Santo André) Batalha - Moreira Padrão , Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Fonseca Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente - Batista, Central (Samora Correia) Bombarral - Miguel Borba - Central Cadaval - Central, Luso (Fev,Abr,Jun) (Vilar Cadaval (Fev,Abr,Jun)) Caldas da Rainha - Rosa Campo Maior - Central Cartaxo - Central do Cartaxo Cascais - do Alto da Castelhana (Alcabideche) , Alcoitão (Alcoitão), Grincho (Parede) Castanheira
de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Nuno Alvares Castelo de Vide - Freixedas Castro Verde - Alentejana Chamusca - S. José , Joaquim Maria Cabeça Constância - Baptista , Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Almeida Covilhã - Pedroso Crato - Saramago Pais Cuba - Da Misericórdia Elvas - Rosado e Silva Entroncamento - Carvalho Estremoz - Godinho Évora - Gusmão Faro - Palma Batista Ferreira do Alentejo - Salgado Ferreira do Zêzere - Graciosa, Soeiro, Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda) , Vidigal Fronteira - Costa Coelho Fundão - Avenida Gavião - Gavião , Pimentel Golegã - Oliveira Freire Grândola - Pablo Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova) , Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Monsantina (Monsanto/Beira Baixa), Freitas (Zebreira) Lagoa - Vieira Santos (Estombar) Lagos - Silva Leiria - Sanches Loulé - Nobre Passos (Almancil) , Chagas, Algarve (Quarteira) Loures - Matos (Prior Velho) Lourinhã - Correia Mendes (Moita dos Ferreiros), Leal (Rio Tinto) Mação -
Saldanha Mafra - Ericeirense (Ericeira) , Medeiros (Fânzeres) Marinha Grande - Sta. Isabel Marvão - Roque Pinto Mértola - Nova de Mértola Moita - Silva Rocha Monchique - Moderna Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Freitas (Lavre/Montemor-O-Novo) Montijo - União Mutualista Mora - Canelas Pais (Cabeção) , Falcão, Central (Pavia) Moura - Ferreira da Costa Mourão - Central Nazaré - Ascenso , Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Seabra Óbidos - Vital (Amoreira/Óbidos) , Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Anamar , Central Odivelas Oeiras - Estação de Algés (Algés) Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros) , Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - da Ria Ourém - Fonseca (Atouguia) Ourique - Nova (Garvão) , Ouriquense Palmela - Central do Pinhal Novo Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Cunha Gil Peniche - Proença Pombal - Paiva Ponte de Sor - Cruz Bucho Portel - Fialho Portimão - Central Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda , Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Reguengos de
Monsaraz - Moderna Rio Maior - Candido Barbosa Salvaterra de Magos - Carvalho Santarém - Helena (Vale de Figueira) Santiago do Cacém - Corte Real São Brás de Alportel - S. Brás Sardoal - Passarinho Seixal - São Bento Serpa - Central Sertã - Patricio, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - Leão Setúbal - Costa, Fuzeta Silves - Cruz de Portugal Sines - Atlântico , Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Araújo e Sá (Cacém de Cima) , Gil (Queluz), Valentim Sobral Monte Agraço - Moderna Sousel - Mendes Dordio (Cano) , Andrade Tavira - Central Tomar - Alfa (Porto da Laje) Torres Novas - Palmeira Torres Vedras - São Gonçalo Vendas Novas - Ribeiro Viana do Alentejo - Viana Vidigueira - Costa Vila de Rei - Silva Domingos V. Franca de Xira - Raposo , Higiénica (Póvoa de Santa Iria), Moderna V. Nova da Barquinha - Tente (Atalaia), Carvalho (Praia do Ribatejo), Oliveira V. Real de Sto António - Carrilho V. Velha de Rodão - Pinto V. Viçosa - Torrinha Alvito - Baronia Oeiras - Laveiras (Paço de Arcos) , Talaíde (Talaíde) Ourém - Avenida
42 | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
JOGOSCRUZADAS 9322
BRIDGE SUDOKU
TEMPO PARA HOJE
A M A N H Ã
Açores
Madeira
Lua
NascentePoente
Marés
Preia-mar
Leixões Cascais Faro
Baixa-mar
Fonte: www.AccuWeather.com
PontaDelgada
Funchal
Sol
20º
Viana do Castelo
Braga11º 24º
Porto14º 22º
Vila Real10º 20º
11º 21º
Bragança7º 20º
Guarda9º 17º
Penhas Douradas7º 15º
Viseu11º 20º
Aveiro13º 24º
Coimbra12º 24º
Leiria10º 25º
Santarém11º 23º
Portalegre13º 22º
Lisboa13º 22º
Setúbal10º 25º Évora
11º 25º
Beja12º 25º
Castelo Branco11º 22º
Sines14º 23º
Sagres15º 21º
Faro15º 22º
Corvo
Graciosa
FaialPico
S. Jorge
S. Miguel
Porto Santo
Sta Maria
15º 20º
15º 20º
Flores
Terceira15º 20º
20º 24º
20º 25º
15º 20º
20º
21º
07h54
Cheia
18h48
12h0527 Out.
1m
2-3m
21º
3m
23º1m
22º1-2m
12h06 3,000h46* 3,0
18h29 0,906h52* 0,9
11h42 3,100h21* 3,1
18h05 1,006h27* 1,1
11h49 3,000h24* 3,0
18h02 0,906h24* 0,9
1,5-2,5m
1,5-2,5m
2-3m
18º
19º
*de amanhã
Horizontais: 1. Charrua. Em menor quantidade. 2. Desune. Grupo de pes-soas que cantam ao mesmo tempo. 3. Planície sobre montes. Bromo (s.q.). 4. Autores (abrev.). Impulso. Observar. 5. Possuir. Impertinência. 6. Óxido de cálcio. Tornar igual. 7. Érbio (s.q.). Que amam. 8. Argola. Entremez. 9. Saco de pele para transporte de líquidos. Matemática (abrev.). A minha pessoa. 10. Determinar a lotação de. Dirigir-se. 11. Pessoa desajeitada (fig.). Capital do Gana.
Verticais: 1. Vela de moinho. Planta bul-bosa hortense. 2. Narrar. Disk Operating System. 3. Bolo chato e circular de fa-rinha de arroz e azeite de coco, usado na Ásia. Artigo antigo. Ofício. 4. Causar raiva. Lugar de muita areia. 5. Verbal. O âmago. Sigla de Rhesus (aglutinogénio que existe no sangue de algumas pes-soas). 6. Tubo fusiforme de vidro, grés ou porcelana que se adapta ao colo de uma retorta ou de um balão. 7. Vencer. 8. Repetição. Ave do grupo dos papa-gaios que habita na Ásia. 9. Redução das formas linguísticas “em” e “o” numa só. Significar. Mil e cem em numeração romana. 10. Globo. Tornar limpo. 11. Rir sem fazer ruído. Vento brando e aprazí-vel.
Depois do problema resolvido en-contre o título de um filme de Tiago Guedes (3 palavras).
Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Adeus. Prior. 2. Júri. MEE. LA. 3. Uva. NINGUÉM. 4. DI. Me. Des. 5. Adro. Podoa. 6. AO. Urro. TE. 7. Raso. Raer. 8. UE. Rama. Rum. 9. Estore. De. 10. Mel. Traje. 11. Tomate. Romã.Verticais: 1. AJUDA. QUE. 2. DÚVIDA. Esmo. 3. Era. Ror. Tem. 4. Ui. Mo. Arola. 5. NE. Usar. 6. Mi. PROMETE. 7. Pendor. 8. Regedor. DAR. 9. Uso. Arejo. 10. Olé. Ateu. EM. 11. Ramo. Ermo.Provérbio: Promete em dúvida, que ao dar ninguém te ajuda.
Oeste Norte Este Sul 1STpasso 3ST Todos passam
Leilão: Equipas ou partida livre.
Carteio: Saída: 6♠. Começou por jogar corretamente o Valete do morto, sobre o qual Este forneceu o 4. É um começo encorajante, mas como continuaria?
Solução: Agora que o Valete fez vaza, tem à cabeça seis vazas. Será necessá-rio realizar três vazas a paus para cum-prir este contrato. Sabendo que pode conceder dois paus para além de duas vazas a ouros, não se-rá tanto a colocação do Ás de paus mas a distribuição do naipe que importa. Se tal for o caso, vir à mão numa copa pa-ra jogar um pau para o Rei conduzirá ao cabide; Este deixará fazer jogando o 9 e arruinará o seu plano de exploração do naipe. Para assegurar que irá apurar o naipe de paus, jogue um pau em branco logo na segunda vaza do jogo!Prenda o provável retorno a espadas e jogue agora pau para o Rei. A defesa na-
Dador: SulVul: Ninguém
Problema 6418 Dificuldade: fácil
Problema 6419 Dificuldade: muito difícil
Solução do problema 6416
Solução do problema 6417
NORTE♠ J3♥ K75♦ J4♣ KQ7542
SUL♠ AK5♥ AQ8♦ Q9532♣ 83
OESTE♠ Q10862♥ 1043♦ A106♣ 106
ESTE♠ 974♥ J962♦ K87♣ AJ9
João Fanha/Pedro Morbey ([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
da poderá fazer; os paus ficarão firmes e haverá uma entrada garantida para os alcançar: o Rei de copas.
Considere o seguinte leilão:Oeste Norte Este Sul 1♦ 1♠ ?
O que marca em Sul, com cada uma das seguintes mãos?1. ♠73 ♥AQJ983 ♦Q3 ♣862 2. ♠2 ♥KJ108742 ♦J94 ♣623. ♠Q1052 ♥84 ♦J105 ♣K852 4. ♠AJ1086 ♥732 ♦4 ♣A972
Respostas: 1. 2♥ – Não tem 11 pontos de honra, mas esta mão vale isso. Por outro lado, sobre um dobre, os adversários poderiam bar-rar em 3 ou 4 espadas e essa barragem colocaria um problema sério.2. 3♥ – Uma barragem com sete cartas; é a definição desta voz.3. Passe – É preciso passar, a voz de 1ST faz-se com pelo menos 8 pontos de hon-ra após uma intervenção.4. Passe – Este passe “com pezinhos de lã) deve ser utilizado quando é expectá-vel um dobre do parceiro, dobre sobre o qual irá passar sem “pestanejar”!
MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt/tempo
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | DESPORTO | 43
Matheus, Montero e Tobias Figueiredo, todos eles marcaram ontem, em Alvalade
CARLOS COSTA/AFP
Sporting cumpriu o duplo objectivo, ganhar e poupar
No futebol, o discurso mais comum
é “pensar jogo a jogo”. Jorge Jesus, já
se sabe, não é bem assim. Ele assu-
me as suas estratégias a médio pra-
zo. “Vou formar duas equipas”, dis-
se na antevisão do confronto com o
Skenderbeu, não a pensar apenas no
compromisso da Liga Europa, mas,
também, no importantíssimo derby
de domingo com o Benfi ca. Com
um “onze” alternativo frente a um
fraco adversário albanês, o Sporting
conseguiu em Alvalade, e de forma
expressiva, a sua primeira vitória na
Liga Europa (5-1), reentrou na luta
pelo apuramento no Grupo H e vai
à Luz com as suas primeiras opções
poupadas ao desgaste europeu.
Com esta goleada (que iguala o
triunfo mais expressivo da época,
5-1 ao V. Guimarães), o objectivo eu-
ropeu do Sporting continua intacto.
Os “leões” mantêm o terceiro lugar
do agrupamento, agora com quatro
pontos, encurtando distâncias para
os dois primeiros, que empataram
(1-1) em Moscovo. Daqui a duas se-
manas, a 5 de Novembro, será a vez
de o Sporting ir à Albânia.
Desde que caiu do play-off da Liga
dos Campeões para a Liga Europa,
Jesus tem assumido sem constrangi-
mentos que a prova europeia é um
objectivo secundário. Para tentar
ganhar, mas secundário. Com esse
discurso, vem uma estratégia, a de
mudar muito a equipa. Nas duas pri-
meiras jornadas, não resultou, com
uma derrota caseira com o Lokomo-
tiv (3-1) e um empate (1-1) com o Besi-
ktas, em Istambul. À terceira tentati-
va, e a poucos dias de um regresso à
Luz que não será pacífi co, Jesus deu-
se bem com a rotação, com alguns
pontos brilhantes, mas também com
a contribuição involuntária de um
adversário muito fraquinho.
33’. Aos 38’, Montero sofre falta na
área do Skenderbeu e Aquilani, na
conversão do penálti, inaugurou o
marcador. Dois minutos depois, nova
falta sobre Montero na área, mas des-
ta vez foi o colombiano a converter
para o 2-0 e a garantir que o Sporting
iria tranquilo para o intervalo.
Os albaneses ainda ameaçaram no
início da segunda parte, com Progni
a desperdiçar um golo à boca da bali-
za, mas esta foi apenas uma pequena
brecha no domínio “leonino”, que
seria pouco depois concretizado em
mais golos. Aos 64’, Jonathan Silva fez
o cruzamento e Matheus Pereira, de
cabeça, fez o terceiro do Sporting.
Aos 69’, o Sporting deu mais ex-
pressão à goleada. Na cobrança de
um livre, Montero colocou a bola na
área e Tobias Figueiredo, de cabeça,
fez o 4-0. Mas os “leões” ainda iriam
marcar mais um. Matheus fez o seu
segundo do jogo aos 77’, num remate
sem hipóteses para Shehi.
Os albaneses ainda chegaram ao
seu golo de honra perto do fi m. Aos
87’, na sequência de um livre, Jasha-
nica fez, de cabeça, o 5-1. Não tinham
adeptos em Alvalade, mas ainda ou-
viram aplausos de sportinguistas,
seguramente já a pensarem no que
vai acontecer no domingo.
Crónica de jogoMarco Vaza
“Leões” derrotaram os albaneses do Skenderbeu em Alvalade, por 5-1, naquela que foi a sua primeira vitória da época na Liga Europa. Dos habituais titulares, Rui Patrício foi o único a alinhar de início
Desta segunda equipa, talvez ape-
nas um elemento seja um indiscutí-
vel da primeira, o guarda-redes Rui
Patrício, que regressou à competição
após uma lesão contraída na selec-
ção. Depois, a acreditar nas pala-
vras de Jesus — as tais duas equipas
— muito poucos (ou nenhum) serão
opções iniciais no derby: Esgaio, To-
bias, Ewerton, Jonathan, Aquilani,
Paulista, Matheus, André Martins,
Mané e Montero.
Frente ao campeão albanês, esta
espécie de Sporting B foi o que se es-
perava. Dominador, sem ser sufocan-
te. Em vez de classe, havia esforço.
O Skenderbeu era apenas defensivo
e mais assim fi cou quando viu um
dos seus jogadores mais experientes
ser expulso, aos 24’. Hamdi Salihi, o
único avançado da equipa, jogou a
bola com a mão na área do Sporting
e viu o segundo amarelo. Se difi cil-
mente iria estar na luta pela vitória,
ainda menos fi cou. E o Sporting só
tinha de aproveitar.
Sem ser brilhante, e quando já se
ensaiavam alguns assobios nas ban-
cadas pouco compostas de Alvalade,
os “leões” conseguiram chegar à van-
tagem ainda na primeira parte, não
sem antes Rui Patrício ter brilhado a
desviar um livre directo de Lilaj, aos
Sporting 5Aquilani 38’ (g.p.), Montero 41’ (g.p.), Matheus Pereira (64’ e 77’), Tobias Figueiredo (69’)
Skenderbeu 1Bajram Jashanica 89’
Positivo/Negativo
Estádio de Alvalade, em LisboaEspectadores 20.567
Sporting Rui Patrício, Ricardo Esgaio a32’, Ewerton, Jonathan Silva, Tobias Figueiredo, Aquilani (William Carvalho, 72’ a88’), Bruno Paulista, André Martins (Slimani, 59’), Carlos Mané (Gelson Martins, 65’), Matheus Pereira, Montero. Treinador Jorge Jesus
Skenderbeu Shehi, Vangjeli a17’, Jashanica, Osmani, Renato Arapi, Lilaj, Nimaga (Shkembi, 67’), Gerhard Progni a51’ (Latifi, 67’), Bernard Berisha, Esquerdinha (Abazi, 75’), Hamdi Salihi a13’aa24’. Treinador Mirel Josa
Árbitro Clayton Pisani (Malta)
MonteroSofreu dois penáltis, converteu um deles e ainda marcou o livre que deu o 4-0. A goleada passou muito pelo colombiano.
MatheusNos jogos das segundas opções, o da Taça e este, o jovem brasileiro tem sido figura de destaque. Ontem marcou mais dois golos e mostrou que merece ser levado a sério.
AquilaniUma presença serena e experiente no meio-campo do Sporting. O italiano sabe sempre o que está a fazer, quer em termos de colocação, quer no passe.
SkenderbeuAs únicas coisas positivas que se podem dizer desta equipa albanesa é que tem um bom guarda-redes e que conseguiu marcar o primeiro golo na prova.
Carlos ManéNão estava nos seus dias. Sem influência na goleada.
CLASSIFICAÇÃO
GRUPO H
3.ª JornadaLokomotiv Moscovo - Besiktas 1-1SPORTING - Skenderbeu 5-1
J V E D G PLokomotiv Moscovo 3 2 1 0 6-2 7Besiktas 3 1 2 0 3-2 5SPORTING 3 1 1 1 7-5 4Skenderbeu 3 0 0 3 1-8 0
Próxima jornada (5 Nov.)Besiktas-Lokomotiv, Skenderbeu-Sporting
REACÇÕES
“A equipa surpreendeu-me pela positiva com jogadas muito interessantes. A expulsão condicionou e também nos ajudou. A vitória lançou-nos para o apuramento”
“Enquanto jogámos 11 contra 11, estivemos bem e tivemos algumas hipóteses. O Sporting manteve o seu nível”
Jorge JesusSporting
Mirel JosaSkenderbeu
o apuramentoooooooooooooooooooooo
esussssng
44 | DESPORTO | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
FRANCISCO LEONG/AFP
Mandanda manchou a boa exibição em Braga com uma saída
Sp. Braga derrota Marselha e tem o apuramento na mão
O Sporting de Braga tem praticamen-
te na mão o apuramento para a fase
de eliminatórias da Liga Europa, se-
guindo isolado na liderança do seu
grupo, depois de ter batido, ontem,
os franceses do Olympique de Mar-
selha, em casa, por 3-2. O jogo teve
um fi nal verdadeiramente louco,
com três golos nos últimos dez mi-
nutos. Valeu o sentido de oportuni-
dade de Alan a resgatar um triunfo
que chegou a parecer perdido para
a formação portuguesa.
O Sp. Braga esteve a vencer por
2-0 e, face à fraca resposta que, até
então, o adversário tinha dado, che-
gou a sentir que tinha os três pontos
garantidos. Só que o Marselha acor-
dou e, em quatro minutos, empatou
o jogo e gelou o Estádio Municipal de
Braga. Por pouco tempo, porém.
O primeiro grande momento da
partida foi rubricado por Ahmed
Hassan, aos 61’. O ponta-de-lança
egípcio, que na véspera tinha perdi-
do o pai, aproveitou um bom passe
de Rafa, fi cando solto perante Man-
danda. À saída do guarda-redes, o
número 20 do Sp. Braga fez um cha-
péu perfeito, que só terminou no
fundo das redes do Marselha.
O primeiro golo bracarense apa-
(57’) e a seguir por Rui Fonte.
Em desvantagem, o Marselha de-
cidiu mostrar alguma iniciativa ofen-
siva. Batshuayi (69’) deu o primeiro
aviso, num lance em que passa sobre
Ricardo Ferreira e remata ligeiramen-
te ao lado da baliza de Matheus. A se-
guir, foi Alessandrini (71’) a atirar um
pouco por cima do travessão.
O Sp. Braga não se intimidou e,
pouco tempo depois, ampliou a van-
tagem. Aos 77’, Crislan rematou com
força e Mandanda reagiu com qua-
lidade, só que um oportuno Wilson
Eduardo apareceu à boca da baliza
a fazer a recarga vitoriosa. O jogo pa-
recia encaminhar-se para um triunfo
tranquilo da formação da casa.
O treinador dos franceses, Michel,
percebeu a letargia da equipa e lan-
çou Cabella. Mas seria Alessandrini
a relançar a partida, com um bom
remate colocado, na cobrança de
um livre directo. A defesa do Sp.
Braga deu mostras de intranquilida-
de e acabou por permitir novo golo,
pouco mais de três minutos volvidos.
Na sequência de uma falha de mar-
cação inicial de Marcelo Goiano, foi
o avançado belga Batshuayi a bater
o guarda-redes.
A decepção parecia prestes a to-
mar conta das hostes bracarenses,
até que Alan aproveitou uma saída
mal medida de Mandanda para des-
fazer o empate e fazer saltar o públi-
co no estádio.
Fruto deste triunfo, o Sp. Braga li-
dera o grupo F da Liga Europa, com
vitórias em todos os encontros dis-
putados, e tem cinco pontos de van-
tagem sobre o segundo classifi cado,
que é agora o Slovan Liberec.
Crónica de jogoSamuel Silva
Crónica de jogoTiago Pimentel
Sp. Braga 3Hassan 61’, Wilson Eduardo 77’,
Alan 88’
Marselha 2Alessandrini 84’, Batshuayi 87’
Estádio Municipal de BragaEspectadores cerca de 8.000
Sp. Braga Matheus, Marcelo Goiano a70’, Boly, Ricardo Ferreira a90+4’, Djavan a83’, Mauro, Vukcevic, Alan, Rafa (Luiz Carlos, 85’), Rui Fonte (Wilson Eduardo, 65’), Hassan (Crislan, 75’). Treinador Paulo Fonseca
Marselha Mandanda, Dja Djedjé (Cabella, 65’ a70’), Rekik, Sparagna a27’, Mendy, Diarra (Ocampos, 83’), Isla, Lucas Silva, Alessandrini, Barrada a56’ (K’Koudou, 75’), Batshuayi. Treinador Michel
Basileia 1Lang 15’
Belenenses 2Luís Leal 27’, Kuca 45+1’
Estádio St. Jakob-Park, em BasileiaEspectadores 17.275
Basileia Vailati, Lang, Suchy a73’, Walter Samuel, Safari, Kuzmanovic (Ajeti, 77’), Xhaka, Embolo (Bjarnason, 58’), Matías Delgado (Zuff i, 67’), Gashi e Marc Janko. Treinador Urs Fischer
Belenenses Ventura, João Amorim, João Afonso, Gonçalo Brandão, Filipe Ferreira a34’, Rúben Pinto, André Sousa (Ricardo Dias, 84’ a90+1’), Tiago Silva (Gonçalo Silva, 90+3’), Fábio Sturgeon, Kuca e Luís Leal (Tiago Caeiro, 87’ a90’). Treinador Ricardo Sá Pinto
Árbitro Lee Evans (País de Gales)
CLASSIFICAÇÃOGRUPO F3.ª JornadaSP. BRAGA - Marselha 3-2Slovan Liberec - Groningen 1-1
J V E D G PSP. BRAGA 3 3 0 0 5-2 9Slovan Liberec 3 1 1 1 2-2 4Marselha 3 1 0 2 5-4 3Groningen 3 0 1 2 1-5 1
CLASSIFICAÇÃOGRUPO I3.ª JornadaBasileia-Belenenses 1-2Fiorentina-Lech Poznan 1-2
J V E D G PBasileia 3 2 0 1 5-3 6Lech Poznan 3 1 1 1 2-3 4Belenenses 3 1 1 1 2-5 4Fiorentina 3 1 0 2 6-4 3
receu a culminar a melhor fase da
equipa da casa na partida. Antes de
abrir o marcador, Steve Mandanda
tinha sido obrigado a duas boas in-
tervenções, primeiro por Vukcevic
Ventura foi importante para segurar a vantagem no final
A noite acabou em festa e com uma
página de história escrita para o Be-
lenenses. Os “azuis” foram à Suíça
contrariar o favoritismo do Basileia,
obtendo uma surpreendente vitória
por 1-2 — a primeira na fase de gru-
pos da Liga Europa, o que garante
ao emblema do Restelo um cheque
de 360 mil euros em prémio mone-
tário da UEFA.
A missão do Belenenses, já se sa-
bia, era muito complicada. O Basileia
não só esteve duas vezes nos oita-
vos-de-fi nal da Liga dos Campeões
nas últimas quatro épocas, como é
campeão suíço e parece disposto a
revalidar o título, porque já lidera
o campeonato com sete pontos de
vantagem. A equipa de Urs Fischer
tem um registo caseiro 100% vitorio-
so na Liga suíça, com 16 golos mar-
cados (média 2,7/jogo) e quatro so-
fridos (média 0,7/jogo). E ainda não
tinha perdido nas provas europeias
em 2015-16. Mas isso terminou com
a visita do Belenenses.
Ricardo Sá Pinto não podia contar
com jogadores importantes como
Tonel, Carlos Martins e Miguel Rosa.
O Belenenses quis suster o ímpeto
inicial do Basileia, que se apresen-
tou com alguns jogadores menos
utilizados, mas depois de um par
de ameaças os suíços chegaram à
vantagem. Lang, após pontapé de
canto de Matías Delgado, aproveitou
as facilidades da defesa “azul” e ca-
beceou sem oposição para o 1-0.
O golo teve um duplo efeito: o Ba-
sileia acomodou-se e o Belenenses
fi cou espicaçado. Começou a mos-
trar velocidade no ataque e chegou
ao empate com uma “bomba” de
Luís Leal: após um corte de Suchy,
o avançado são-tomense não pediu
licença e disparou para o 1-1. Estava
feito o primeiro golo na fase de gru-
pos da Liga Europa, com o primeiro
remate à baliza em Basileia. Mas a
pressão não baixou e a reviravolta
no marcador fi cou completa ainda
antes do intervalo. Luís Leal surgiu
em velocidade pela direita, entrou
na área e colocou a bola em Kuca,
que só teve de encostar.
O Basileia teve ocasiões para res-
tabelecer a igualdade no segundo
tempo, mas Ventura e os ferros da
Belenenses surpreende Basileia e estreia-se a ganhar na fase de grupos
baliza estiveram no caminho da
equipa suíça. Xhaka acertou na tra-
ve (65’), enquanto Lang e Zuffi viram
Ventura brilhar para negar-lhes o
golo (78’ e 86’, respectivamente).
A vitória teve ainda mais sabor da-
do o triunfo do Lech Poznan sobre a
Fiorentina (1-2), que deixou o Grupo
I ainda mais equilibrado.
Equipa comandada por Sá Pinto fez história ao obter o primeiro triunfo na fase de grupos da Liga Europa
Triunfo pela margem mínima (3-2) permitiu aos minhotos alargarem a vantagem sobre a concorrência no Grupo F
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 45
Breves
Automobilismo
Fórmula 1
Ogier foi o mais rápido no primeiro dia do Rali da Catalunha
Penalização a Vettel deixa Hamilton mais perto do título
O francês Sébastien Ogier (Volkswagen) terminou o primeiro dia do Rali da Catalunha, penúltima etapa da época de 2015, como líder, depois de ser o mais rápido na especial urbana no parque de Montjuic, em Barcelona. O tricampeão mundial concluiu o percurso de 3,2 km em 3m37,8s, 2,1 segundos mais rápido do que o belga Thierry Neuville (Hyundai), segundo. O finlandês Andreas Mikkelsen (Volkswagen) foi o terceiro, gastando mais oito décimas do que Mikkelsen. Com o título de campeão do mundo já na posse de Ogier e o de construtores já garantido para a Volskwagen, o rali catalão tem como grande atrativo definir o segundo da geral, com Jari-Matti Latvala (Volskwagen) a ser o principal candidato ao lugar.
Sebastian Vettel ficou ontem mais longe de impedir o título de Lewis Hamilton no Mundial de Fórmula 1, depois de a Ferrari sofrer uma penalização de dez lugares na grelha de partida do Grande Prémio dos Estados Unidos. Em causa está a troca de motores já prevista pela escuderia italiana, para as últimas quatro provas do calendário. “Vamos perder dez lugares, mas sempre esteve nos planos. Se olharem só para esta corrida parece que não são boas notícias, mas temos de olhar para todo o projecto, para a temporada toda. O que procuramos é um motor fresco com vista ao resto da época”, disse o tetracampeão mundial, que precisa de ser segundo, no domingo, caso Hamilton vença o GP dos Estados Unidos, para impedir a conquista imediata do título.
O Mónaco, treinado por Leonardo
Jardim, e o Fenerbahçe, comandado
por Vítor Pereira, somaram a pri-
meira vitória na fase de grupos da
Liga Europa e assumiram posições
de apuramento. O Nápoles e o Ra-
pid Viena são, a par do Sp. Braga, as
únicas equipas 100% vitoriosas no
fi nal da 3.ª jornada.
Com Ricardo Carvalho, João Mou-
tinho e Bernardo Silva no “onze”
titular, o Mónaco sentiu muitas di-
fi culdades para ultrapassar no Está-
dio Louis II o Karabakh, campeão do
Azerbaijão. Os monegascos, que ti-
nham empatado nas duas primeiras
jornadas, esbarraram durante mais
de uma hora na barreira defensiva
azerbaijana, mas o ponta-de-lança
Lacina Traore, aos 70’, resolveu o
problema a Leonardo Jardim. No ou-
tro jogo do Grupo G, o Anderlecht
bateu o Tottenham, por 2-1.
Na Turquia, com Nani na equipa
titular, o Fenerbahçe teve de esperar
até ao minuto 89 para poder festejar
a primeira vitória. Contra o Ajax, o
empate persistiu até perto do fi m,
mas o avançado brasileiro Fernan-
dão garantiu a vitória aos turcos. A
equipa turca é agora segunda classi-
fi cada, atrás do Molde, que derrotou
o Celtic (3-1).
Invictos continuam Nápoles e
Rapid Viena. Os italianos viajaram
até Herning, na Dinamarca, e não
tiveram problemas para despachar
o Midtjylland, por 4-1, com um bis
do avançado Manolo Gabbiadini. O
Rapid Viena teve uma missão mais
difícil, mas derrotou em casa o Pl-
zen, por 3-2, e lidera o Grupo E.
Mónaco e Fenerbahçe ganham pela primeira vez
FutebolDavid Andradde
RESULTADOSGrupo A Molde-Celtic 3-1 Fenerbahçe-Ajax 1-0Grupo B Liverpool-Rubin Kazan 1-1 Bordéus-Sion 0-1Grupo C Qäbälä-Bor. Dortmund 1-3 PAOK-FC Krasnodar 0-0Grupo D Legia Varsóvia-Club Brugge 1-1 Midtjylland-Nápoles 1-4Grupo E Villarreal-Dínamo Minsk 4-0 Rapid Viena-Viktoria Plzen 3-2Grupo F Sp. Braga-Marselha 3-2 Slovan Liberec-Groningen 1-1Grupo G Lazio-Rosenborg 3-1 Dnipro-Saint-Étienne 0-1Grupo H Lok. Moscovo-Besiktas 1-1 Sporting-Skënderbeu 5-1Grupo I Basileia-Belenenses 1-2 Fiorentina-Lech Poznan 1-1Grupo J Mónaco-Qarabag 1-0 Anderlecht-Tottenham 2-1Grupo K Schalke 04-Sparta Praga 2-2 APOEL-Asteras Tripolis 2-1Grupo L AZ Alkmaar-Augsburgo 0-1 Partizan-Athletic Bilbau 0-2
46 | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
ESPAÇOPÚBLICO
EDITORIAL
CARTAS À DIRECTORA 23/10
Os nervos da direita europeia
Cavaco ameaçador
A direita europeia, que durante dois dias
se reuniu em Madrid sob o chapéu do
Partido Popular Europeu, está muito
nervosa e tem razões para isso. Os
resultados eleitorais em Portugal e a
situação política daí decorrente têm estado
debaixo de fogo, mas o que verdadeiramente
preocupa os partidos conservadores da
União são as eleições gerais em Espanha,
marcadas para Dezembro. O que temem
é a infl uência que o exemplo português
possa vir a ter no contexto das negociações
que naturalmente ocorrerão, caso nenhum
partido obtenha a maioria absoluta nesse
sufrágio — como, de resto, indicam as
sondagens que têm vindo a ser publicadas
no país vizinho. Diga-se, aliás, que lá,
como cá o futuro governo deverá resultar
de uma coligação entre vários partidos,
e também em Espanha é o PP, partido da
O que se passa em Lisboa e o perigo de chegar a Madrid
direita actualmente no poder, a sentir mais
difi culdades em encontrar aliados, dada
a indisponibilidade dos seus parceiros
tradicionais ligados às autonomias.
Ora a hipótese de formação de um governo
de esquerda em Portugal cria condições
objectivas para uma contaminação política
tendente ao enfraquecimento da infl uência
do PPE, o que também explica o radicalismo
de alguns dos seus dirigentes. O que não
é aceitável é a notória intromissão desses
dirigentes em assuntos que apenas dizem
respeito aos portugueses e ao seu direito
inalienável de encontrarem eles próprios
as soluções que entenderem de acordo
com a sua Constituição e as leis em vigor.
Sobretudo quando tais interferências
usam e abusam de argumentos primários
baseados em ameaças e com o objectivo
de espalhar o medo, como fi zeram Joseph
Daul, presidente do PPE, ou António Lopez-
Isturiz, secretário-geral do mesmo partido. O
recurso a este argumentário também é, por si
só, sinal da fragilidade do actual discurso do
establishment europeu, que já não consegue
disfarçar a sua falta de soluções e é incapaz
de mobilizar e seduzir os cidadãos da União
em torno de projectos e causas comuns.
A indigitação de Passos Coelho
como primeiro-ministro não foi
propriamente uma surpresa. Seria
difícil que Cavaco Silva não testasse
a remota hipótese de um governo
da coligação passar na Assembleia da
República, tanto mais quanto a PaF foi
a força mais votada nas eleições. O que
surpreendeu no discurso que ontem à noite
Cavaco fez aos portugueses foi acompanhar
a sua decisão de um autêntico apelo à
rebelião dos parlamentares PS, lembrando
que “é aos deputados que cabe decidir, em
consciência e tendo em conta os superiores
interesses de Portugal”. Numa intervenção
profundamente ideológica e com momentos
alarmistas, como quando invoca a quebra
de confi ança dos credores e dos mercados,
se for nomeado um governo de esquerda,
Cavaco deixa no ar um cenário de recusa
de uma solução liderada por António
Costa, ainda que ela resulte de uma maioria
sufragada no Parlamento. Um cenário muito
complicado e contraditório com o poder dos
deputados que antes invocara.
O novo governo
Escrevo este artigo de opinião
sem saber como o Presidente da
República deu cumprimento ao
seu poder constitucional para
nomear o primeiro-ministro,
depois de ouvir os partidos
representados na Assembleia da
República, face aos resultados
eleitorais. Qualquer cidadão
comum já se apercebeu que
Cavaco Silva tem medo —
cauteloso em exagero, como tem
sido — de indigitar o dr. António
Costa a formar um governo de
coligação com o PCP e o BE,
esta é a verdade. Outra grande
verdade é que Passos Coelho,
que de certeza será indigitado
para formar governo, corre o
risco de ver o seu programa
chumbado, no prazo de 10 dias.
A memória é muito curta, Senhor
Presidente da República. O nosso
povo andou os quatro anos
As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
não solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: [email protected]
Contactos do provedor do Leitor
Email: [email protected]
Telefone: 210 111 000
do Governo de Passos Coelho
a passar mal, [a sofrer com]
desemprego, cortes de pensões e
salários, impostos aumentados,
empobrecimento, e milhares de
pessoas tiveram que emigrar para
poderem sobreviver. Aqui lhe
faço um pedido: está no fi nal do
seu mandato — que, como deve
concordar, foi o pior de todos os
ex-presidentes da República —,
mas não tenha medo de viabilizar
um Governo de esquerda. [Se
se provar que não funciona,] o
nosso povo, sábio como é, elegerá
outro. Os governos de direita têm
que aprender a serem oposição,
faz-lhes bem. Na vida, ninguém
está imune de cometer falhas
e erros. Por mais metódicos,
disciplinados, cuidadosos,
equilibrados ou por mais
qualidades que possamos ter,
corremos o risco de cometermos
deslizes.
Tomaz Albuquerque, Lisboa
A aliança à esquerda
É difícil acreditar na boa-fé de
grande parte dos comentadores
políticos, que se desdobram em
argumentação susceptível de
destruir as bases da tentativa, em
curso, de formação de um governo
PS apoiado por PC e BE. Desde a
NATO (?!) às divergências, mais
do que legítimas e partilhadas por
tantos, sobre a evolução da Europa
e o seu afastamento dos ideais que
se propôs, tudo é escalpelizado
pela direita (e considerado
pecado original da esquerda),
com o declarado objectivo de
descredibilizar e diabolizar o
esforço de conciliação em curso,
como se tais princípios, aliás
legítimos, devessem, para todo o
sempre, impedir aqueles partidos
da participação nas soluções de
que o país urgentemente reclama.
Meus senhores, trata-se de
encontrar soluções, exequíveis mas
Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores
urgentes, para a sustentabilidade
da Segurança Social, a reposição
de pensões e salários compatíveis
com uma vida digna, o combate
à pobreza e ao desemprego
(aliás enunciados como núcleo
essencial de entendimento durante
a campanha eleitoral pelo BE)
num quadro de promoção do
crescimento económico, requisitos
essenciais à nossa sobrevivência.
Mal andariam os partidos de
esquerda se sobrepusessem à
tentativa de contribuição para
este desígnio prioritário questões
que, embora de importância e de
gravidade inegáveis, não devem
obstaculizar um acordo que pode
signifi car uma mudança radical no
nosso quadro político decisório.
Podemos estar num momento de
viragem histórica que é legítimo
considerar como merecedor de
todo o esforço e imaginação de que
formos capazes.
Ana Maria Mota, Porto
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 47
BARTOON LUÍS AFONSO
Depois das eleições, há que pensar no que aí vem
Ninguém duvida de que
o tema da actualidade
são as eleições e os seus
resultados. O problema não
é constitucional, mas sim
político. A união da direita e a
dispersão da esquerda irão ter
as consequências previsíveis?
Do lado da direita, a
desistência de Alberto
João Jardim e de Rui Rio não só abrem
o caminho a uma caminhada triunfal
de Marcelo Rebelo de Sousa — salvo
surpresas —, como sobretudo mostram
a actual inviabilidade de candidaturas
autoproclamadas regeneradoras e anti-
sistema.
No primeiro caso, o líder madeirense
declarou prescindir do apoio das direcções
partidárias da sua área e optou por
procurar arranjar forças numa onda de
apoio popular. Confrontou-se com uma
total falta de resposta dos comités de
bairro ou de freguesia que pretendia
ver levantarem-se pelo país fora num
movimento cívico e desinteressado. Terão
também faltado os apoios económicos. Os
portugueses parecem estar instalados —
bem ou mal — neste regime e ou não têm
dinheiro ou já têm onde o aplicar.
No caso do ex-presidente da Câmara
do Porto, que, embora de uma forma
mais moderada, igualmente defende
uma regeneração do sistema político,
a sua candidatura não desprezava
o apoio dos líderes e das direcções
partidárias. Pelo contrário, uma das
principais razões por que Rui Rio não
levou a sua candidatura presidencial
para a frente, como explicitamente o
afi rmou no Jornal de Notícias do passado
dia 13 no artigo Presidenciais: a decisão
sustentada e coerente. Aí refere que a sua
candidatura poderia ter sentido — apesar
da candidatura de Marcelo Rebelo de
Sousa —, porque, pelo seu perfi l pessoal e
percurso de vida, “ela poderia ser a que
melhores condições tinha de, no quadro
do espaço ideológico moderado, conseguir
garantir a indispensável estabilidade e
sobriedade na política nacional”. Entenda-
se, contra o espalhafato marcelista...
Mas acrescenta Rui Rio — e certamente
lamenta — esta convicção sobre a utilidade
da sua candidatura “não é partilhada
pelos que, em primeira linha, também
têm de fazer esta mesma avaliação,
e, ao decidirem dar liberdade de voto
nas próximas eleições presidenciais, as
direcções dos dois partidos que compõem
a coligação vencedora das últimas
legislativas não partilham desta [sua]
opinião”. Rui Rio constatou, assim, que
estava sozinho.
Na verdade, Rui Rio foi mesmo
maltratado: primeiro, foram-lhe dadas
todas as esperanças de apoio quando
o líder do PSD, em Janeiro de 2014,
descreveu em congresso partidário,
pela negativa, o perfi l do candidato
presidencial — o futuro Presidente não
podia ser um “protagonista catalisador
de qualquer conjunto de contrapoderes
ou um catavento de opiniões erráticas em
função da mera mediatização gerada em
torno do fenómeno político”; nem devia
“buscar a popularidade fácil” e, claro,
também não podia “colocar-se contra os
partidos ou os governos como se fosse
apenas mais um protagonista político na
disputa política geral”. Marcelo Rebelo de
Sousa afi rmou então que a sua candidatura
era “indesejada”. Parecia estar aberto o
caminho para o sóbrio Rui Rio...
Mas, durante 2015, as direcções
partidárias não o deixaram avançar antes
das eleições legislativas, por sugestão do
próprio Marcelo Rebelo de Sousa, quando
Rui Rio poderia ter tentado, ao longo do
ano, construir uma dinâmica de vitória
a partir do Norte. Permitiram, assim, as
direcções do PSD e do CDS uma exímia
pré-campanha eleitoral a partir do púlpito
dominical da TVI.
E, agora, logo a seguir à divulgação
dos resultados das eleições legislativas,
Marcelo Rebelo de Sousa apresentou
a sua candidatura e as direcções
partidárias do PSD e CDS lavaram daí as
suas mãos, rompendo com a tradição
de apoio partidário às candidaturas
presidenciais.
Claro que Marcelo Rebelo de Sousa
seria sempre um candidato muito difícil
de bater à direita, mesmo que Rui Rio
tivesse o apoio do PSD e CDS. Já faz parte
da mobília da casa de muitos milhões de
portugueses que
consideram que
a sua eleição será
como ter um amigo
ou, pelo menos,
um conhecido no
Palácio de Belém.
Restam as
candidaturas
da esquerda:
a inexistência
de Sampaio da
Nóvoa na arena
política e nos ecrãs
televisivos antes
do anúncio da sua
candidatura e a
falta de carisma,
independentemente
das suas qualidades
e dos apoios que colheu no início, não lhe
auguram grandes voos. Maria de Belém,
embora conhecida politicamente, parece
ainda titubeante. Marisa Matias, pelo seu
lado, tem a vantagem de ser mais uma
mulher do Bloco de Esquerda, mas será
uma revelação na campanha eleitoral
como Catarina Martins? Já o padre Edgar
Martins, apesar do seu valor humano, não
trará, seguramente, um milagre eleitoral.
No fundo, para a esquerda, a grande
questão coloca-se da seguinte maneira:
conseguirá António Costa formar Governo?
Advogado. Escreve à [email protected]
As candidaturas anti-sistema ficaram pelo caminho
A dúvida do benefício
Estou, como outros portugueses
desconfi ados, no primeiro mês
grátis da Netfl ix. É generoso e
realista: um mês chega e sobra
para sabermos pagar 7, 10 ou
12 euros por um serviço de
streaming.
Consigo ver tudo nos
computadores, iPads e iPhones,
mas nada no nosso televisor
esperto que é um LG 4K Ultra HD.
O iPad bem detecta o televisor (que está a
quarenta centímetros dele) e oferece-se para
transmitir as séries e os fi lmes para o dito
cujo, muito maior e mais apixelado.
Só que nada acontece. O que acontece é
que o televisor, estando ligado à Internet,
é identifi cado, erradamente, como um
computador. A Netfl ix pergunta, muito
confusa, se queremos que façamos o
download do Mozilla ou do Chrome para o
telefone, tablet ou computador em causa.
Não lhe passa pela cabeça, por agora,
que é o televisor o alvo (maior, mais barato
e mais nítido) que a grande maioria de
clientes quer atingir e fruir. Mas, pronto,
se calhar tem uma razão ultrapassada:
obriga-me a comprar, mais uma vez, um
dispositivo Apple TV. Está bem, está. É
uma asneira em que já caí e em que jamais,
outra vez, cairei.
Vi, sem prazer mas sem me arrepender, o
fi lme Beasts of no Nation, de Cary Fukunaga,
com os igualmente magnífi cos actores Idris
Elba e (o principiante) Abraham Attah.
Se é, como se diz, o primeiro fi lme
produzido pela Netfl ix, temos de lhe tirar o
chapéu. Nenhuma das séries da Netfl ix têm
sido, até aqui, más ou mesmo medíocres.
Este é dolorosamente impressionante.
Francisco Teixeira da MotaEscrever direito
Miguel Esteves CardosoAinda ontem
48 | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
O terror também está na ponta de uma faca
Pentágono de medidas educativas
Marike Veldman, holandesa
e cristã, abriu há 32 anos
um lar de acolhimento
de crianças árabes em
Jerusalém Oriental, onde
criou mais de 20 crianças
de religião muçulmana e
cristã. Na passada semana o
autocarro em que viajava foi
alvo de um ataque por parte
de dois homens que aos gritos de Allahu
Akbar se precipitaram sobre os passageiros.
Dois desses passageiros, Haviv Haim e
Alon Goberberg, foram mortos e Marike
várias vezes esfaqueada por um dos dois
terroristas. Segundo ela própria conta num
depoimento dado no hospital à YNET News,
parado o autocarro, e embora sangrando
abundantemente, ainda conseguiu sair,
tendo sido socorrida por um automobilista
“com uma kipá e [percebeu] que era judeu”.
“Expliquei-lhe a situação e ele levou-me no
seu carro. Aí senti-me em segurança.”
Marike deu entrada no Hospital Hadassah
em Jerusalém onde foi tratada. No seu
depoimento, que se pode ver na YNET News,
ela afi rma compreender a frustração dos
palestinianos: “Há muitas injustiças neste
país e vejo muita gente a sofrer. Mas a forma
como reagiram, como fi zeram comigo... é
puro demónio, é absolutamente demoníaco o
que eles fi zeram.” Marike afi rma que, apesar
de ter muitos amigos árabes, neste momento
tem medo deles: “Vai-me levar algum tempo
até poder voltar a confi ar neles.”
Este atentado cego é apenas um entre
os inúmeros que têm sido perpetrados
diariamente por palestinianos, alguns
muito jovens, quase crianças, que na sua
grande maioria acabam não só por matar,
mas também inevitavelmente por morrer.
O que leva estes jovens a correr para uma
morte anunciada? Será, como escreveu neste
jornal o senhor embaixador da Palestina,
“uma contribuição palestiniana no combate
ao terrorismo”? Será, como afi rma, que,
contrariamente às nações que combatem “a
cauda do terror” na região, os palestinianos
estão a alvejar “a cabeça desse mesmo
terror”, dando assim a entender que “a
cabeça”, ou seja, a raiz do chamado Estado
Islâmico, da desintegração do Iraque, da
Síria e da Líbia, reside na “ocupação militar
israelita do Estado da Palestina”?
O senhor embaixador é um homem
eloquente, mas erra completamente o
alvo. Porque esta “intifada das facas”
ou “guerra dos punhais”, como se
queira chamar, diz tanto ou mais sobre
a Autoridade Palestiniana e sobre as
lideranças palestinianas do que sobre
Israel. Elas exprimem a frustração uma
juventude palestiniana sem horizontes
perante uma liderança corrupta, impotente
O próximo Ministério da
Educação deverá ter em conta
as mudanças permanentes e
estonteantes de que o setor tem
sido alvo, quantas vezes com
resultados negativos, outras
vezes pela inação, a maior
parte das vezes por negligência
derivada do desconhecimento
real do terreno — a escola.
Como tal, apresento sumariamente cinco
medidas que, entre tantas outras, deveriam
ser consideradas pelo futuro ocupante da 5
de Outubro.
1.ª Celebrar um pacto. É uma tentação
de todos os governos e governantes alterar
aquilo que os anteriores — sobretudo se
forem de outra força partidária — fi zeram,
independentemente da respetiva avaliação.
O sistema educativo português carece de
estabilidade que permita às medidas de
política educativa germinarem, crescerem
e fortalecerem, processo complexo e que
demora anos. Alterar o que está bem não
é solução e lança instabilidade e confusão
nas escolas e nos profi ssionais do ensino.
A celebração de um pacto na Educação
— defi nindo linhas mestras das reformas
necessárias ao sistema de ensino — seria
um bom princípio que agradaria muito às
escolas.
2.ª Estabilizar a legislação. A legislação
educativa é constante e profusa, complexa
e cheia de ratoeiras, elaborada por técnicos,
mas desconhecedores da realidade para
que legislam, exigindo clarifi cações atrás
de clarifi cações que, muitas vezes, tornam
as dúvidas ainda mais... duvidosas! A
estabilidade na legislação educativa impõe-
se! Legislar só o estritamente necessário.
Não é possível exigir mais a uma classe
profi ssional altamente qualifi cada, sem
assegurar continuidade legislativa, sem
interferências constantes, muitas vezes a
despropósito, e que lançam incertezas nas
escolas.
3.ª Descer à terra. Os nossos governantes
devem conhecer a realidade que trabalham.
Ir frequentemente às escolas, ouvir os
e sem coragem; exprimem o ódio, a raiva
e a intolerância inclusive religiosa que
lhes são ensinados desde a nascença, que
bebem em casa, na escola, na propaganda
televisiva, na Internet, nas redes sociais.
Exprimem a manipulação vergonhosa
por parte de organizações, instituições e
mesquitas que exaltam o martírio em nome
de Allah. Exprimem fi nalmente aquilo que
lhes é repetido e martelado até à exaustão:
que só o terror, só a violência poderá
destruir Israel. E nesse sentido esta série de
atentados levados a cabo por estes jovens ou
menos jovens, apunhalando, esfaqueando e
assassinando quem encontram pela frente
tem apenas um nome: terrorismo. É esse o
contributo desta “intifada das facas”.
As medidas de segurança e defesa por
parte de Israel são necessárias para proteger
os seus cidadãos, mas não resolvem o
problema a médio e a longo prazo. O
prolongamento do statu quo também não:
a radicalização,
incluindo a religiosa,
sem dúvida a mais
perigosa, não pára
de crescer — a
recente queima do
túmulo de José em
Nablus; a tentativa
palestiniana, por
intermédio da
Argélia, Kuwait,
Marrocos, Tunísia
e Emiratos
Árabes Unidos,
países-membros
da UNESCO, de
aprovação por
esta organização
de uma resolução
estabelecendo a
integração do Muro
das Lamentações,
local sagrado
por excelência
dos judeus, na
Mesquita al Aqsa,
são exemplos
disso. Felizmente esta tentativa, destinada
exclusivamente a apagar a relação milenária
do povo judeu com o Templo de Jerusalém,
foi frustrada por uma réstia de bom senso de
Irina Bokova, directora da UNESCO. Ela é, no
entanto, a demonstração de uma escalada
que pode ter um desfecho trágico.
A solução todos sabem qual é: dois
Estados para dois povos. Uma solução que
data da partilha das Nações Unidas em
1947 e cujo historial até hoje é sobejamente
conhecido. Uma solução que exige
reconhecimento mútuo, compromissos
territoriais e abandono da violência e
da educação para o ódio. Mas ao que
tudo indica uma solução cada vez mais
improvável.
Especialista em assuntos judaicos
alunos, os professores, os diretores, etc.,
será excelente exercício demonstrativo
de interesse e a certeza de que acertariam
mais do que errariam. O conforto dos
gabinetes, onde se realizam inúmeras tarefas
quantitativas muitas vezes desperdiçadas,
deve ser complementado com idas ao
terreno, numa abordagem qualitativa que
fundamentará as decisões políticas e as
prioridades de quem tem poder de agir:
quem tem poder deve conhecer o chão que
pisa.
4.ª Aposta no 1.º ciclo. É muito
necessário apostar defi nitivamente, sem
medo, no 1.º ciclo. Todos reconhecem
que um ensino
primário (como se
dizia antigamente)
bem feito é meio
caminho andado
para o sucesso
escolar e para
a diminuição
dos valores do
abandono escolar.
O Ministério das
Finanças tarda em
perceber que todos
os anos esbanja
600.000.000 euros
na reprovação de
150.000 alunos.
Por que não fazem
as contas? Este
desperdício de
dinheiro devia ser usado, por exemplo,
na diminuição de alunos por turma,
benefi ciando-se este nível de ensino de uma
educação o mais personalizada possível
e, ao mesmo tempo, dotar as escolas de
um maior número, sempre que possível e
necessário, de professores de apoio. Esta
última medida é muitas vezes aplicada pelas
escolas já relativamente tarde, no 2.º ou
3.º ciclos, para recuperar aprendizagens
não realizadas. Muitas vezes é tarde de
mais, pois o insucesso do aluno conduz
frequentemente, à sua desmotivação,
porta aberta para o insucesso e abandono
escolares.
5.ª Encarar a Educação como investimento. E não como uma despesa.
É fundamental! Claro que esta visão
depende muito mais do Ministério
das Finanças do que do Ministério da
Educação, mas os nossos governantes têm
de perceber a importância estratégica
para o desenvolvimento do país na área da
Educação e tratá-la com medidas assertivas
e atempadas, e não em cima do joelho...
O investimento na Educação terá retorno
bem positivo anos mais tarde, quando o
país for capaz de colocar, nas mais diversas
áreas, cidadãos muito bem preparados e que
tiveram iguais oportunidades no acesso à
profi ssão que escolheram.
A celebração de um pacto na Educação seria um bom princípio
A solução todos sabem qual é: dois Estados para dois povos. Uma solução que data da partilha das Nações Unidas em 1947
Professor/director
ANA BANHA
Debate Nova legislaturaDebate Israel e PalestinaFilinto LimaEsther Mucznik
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | 49
FRANCISCO LEONG/AFP
Entre a força da razão e a razão da força
Contadas as últimas quatro
décadas de regime
democrático, este momento
que estamos a passar é um dos
mais marcantes e exigentes
da história recente do sistema
político nacional. Estará o PS
consciente da situação que está
a construir?! Não nos iludamos
com retóricas do dia-a-dia: este
momento histórico na política portuguesa é
construído na base de uma falsa realidade,
desde logo porque os portugueses não
a legitimaram.
Não a legitimaram os que votaram
maioritariamente na coligação Portugal
à Frente, como, estou certo, não a
legitimaram boa parte dos que votaram
no PS. Razão para dizer, perspectivando o
futuro próximo, que este será um eleitorado
que o PSD tenderá a captar.
Como nota prévia, quero referir que,
pese embora discorde profundamente
da actuação do dr. António Costa, a qual
me deixa verdadeiramente surpreendido,
sublinho que, no plano pessoal, tenho por
ele uma forte estima, desde logo porque
sempre lhe encontrei uma atitude de
proximidade e de afabilidade. Devemos
evitar, por isso, que na disputa política
exista a tendência para nela misturar o
plano pessoal.
Mas a verdade é que não poderia, em
consciência, deixar de expressar a minha
mais profunda consternação ao ver o PS, um
dos partidos com maior responsabilidade
e peso histórico na consolidação do nosso
regime democrático, numa inacreditável
tentativa de transformar Portugal num
parque de aventuras políticas, ao rejeitar a
segurança da estabilidade, para que podia
contribuir pelo risco do aventureirismo que
devia evitar.
Há que começar por perceber como
tudo começou, pois tal poderá ajudar-nos a
antever como tudo vai acabar.
Esta sequência de episódios a que o PS
nos vem dando o desprazer de assistir
começa a construir-se na base de dois
factos:
1. o primeiro, o facto de António Costa
ter apresentado um programa eleitoral
que, apesar de recheado de promessas
fáceis, foi chumbado pelos portugueses,
ao que acresce nunca lhes ter colocado a
possibilidade de efectuar uma coligação à
esquerda, tendo antes optado por esconder
o que estava em preparação para o pós-
eleições. Num caso, jogou no facilitismo e
perdeu; no outro, jogou na ambiguidade e
irá perder.
2. o segundo, o facto de a coligação
Portugal à Frente ter percebido tarde
demais que tinha condições objectivas para
vencer as eleições com maioria absoluta.
Como resultado da conjugação deste
dois factos, tivemos uma vitória eleitoral
minoritária da direita e uma derrota
eleitoral maioritária da esquerda.
Até aqui, nada de estranho! Este
tipo de resultado já se verifi cou em
outras circunstâncias da nossa história
parlamentar. E, com naturalidade, sempre
foi assumido pelos diversos quadrantes
institucionais com a devida normalidade
democrática de quem coloca o respeito pela
vontade manifestada pelos portugueses à
frente de tudo o resto.
A estranheza começa a desenhar-
se quando, de súbito, esse resultado é
colocado em causa por via de uma manobra
de sobrevivência política que o líder
socialista decide empreender, ao aplicar
um golpe de esquerda baixa com a intenção
de expropriar de forma ilegítima a vitória
obtida pela coligação Portugal à Frente e
transformar a sua própria derrota e do seu
partido numa ilusão de vitória.
Perante o que se está a passar só há
uma leitura para a actuação do líder do
PS: António Costa está obcecado em tomar
o poder e ser primeiro-ministro, custe
o que custar. Mesmo que essa obsessão
e essa tomada de poder seja feita com
prejuízo para os portugueses! Em suma,
António Costa está empenhado em não
aceitar a derrota nas eleições e considera
que quem deve escolher o governo não são
os portugueses,
mas ele próprio.
Põe os interesses
de Portugal atrás
dos interesses da
facção que lidera no
PS e coloca à frente
de todos nós uma
verdadeira
distorção política.
Enquanto a
coligação tem a
força da razão, o PS
parece ter a razão da
força.
Cabe questionar,
com fundada
preocupação,
como poderá estar
preparado para
governar quem
assim está a actuar?
E eis-nos,
agora, face a
uma derrogação
absoluta do que
tem sido o sentido
de Estado e
de respeito
institucional levado
a cabo ao longo de
muitos anos pelos
maiores partidos
portugueses, tantas
Já percebemos que em nome da tomada do poder o PS está disposto a enterrar o essencial da sua identidade histórica, o BE o essencial da sua matriz existencial e o PCP o volume da sua cassete programática
Dirigente do PSD
vezes viabilizando governos minoritários,
como foi o caso do PSD com os dois
governos de António Guterres e um
governo liderado por José Sócrates, tendo
mesmo viabilizado os PEC 1, 2 e 3.
Pela natureza das atitudes recentes,
não se estranhe toda a sequência de actos
que têm vindo a ser praticados pela actual
liderança socialista. Actos marcados pela
opacidade, pela falta de transparência e de
objectividade. Fundados numa manifesta
irresponsabilidade quanto à forma, mas
acima de tudo quanto à substância do tal
acordo que alegadamente trará à luz um
governo de esquerda para Portugal.
Pela natureza das atitudes recentes, não
se estranhe as cambalhotas ideológicas
a que temos vindo a assistir por parte de
partidos que se diziam contra sistema e
que agora, como que por artes mágicas,
decidiram enterrar a sua ideologia e
servir-nos, sem qualquer espécie de
pudor “intelectual”, um cardápio de
boas intenções em tudo contraditório
face ao que sempre argumentaram. Falo,
por exemplo, da defesa da saída da zona
euro, da NATO e até da UE, que no espaço
de dias passaram de histriónicos “sins”
a tímidos “nins”. Bem como no que diz
respeito ao relacionamento do país com as
principais instituições internacionais, quais
sejam FMI, Banco Mundial, BCE e tantas
outras, que de inaceitável passou a ser
considerado.
Já percebemos que em nome da tomada
do poder, o PS está disposto a enterrar o
essencial da sua identidade histórica, o BE o
essencial da sua matriz existencial e o PCP o
volume da sua cassete programática.
Na verdade, eis que se nos torna clara a
esquerda que temos, oportunista e plástica,
que matiza o seu suposto pensamento
ideológico de acordo com as necessidades
do caminho que julga a levará ao exercício
do poder...
Debate Nova legislaturaMiguel Miranda Relvas
Ponto é que esta esquerda que se diz
preparada para governar não apresenta:
i) Sustentabilidade, porque se
desconhece que espécie de acordo está
em curso, quem o subscreve, quem
integra o governo ou quem o sustenta
parlamentarmente;
ii) Durabilidade, porque se desconhece se
o tal acordo é de investidura, de curto prazo
ou de legislatura;
iii) Previsibilidade programática, pois
estamos perante três forças partidárias
cujos alicerces assentam em princípios
não só comprovadamente moldáveis
às circunstâncias, mas também dicotómicos
entre si.
Sendo este o ponto de partida, dá-nos
bem a ideia de como será o ponto de
chegada.
Por mais que tente não encontro razões
de despreocupação face ao que se perfi la.
Com um argumento de tão inconsistente
nível e actores de tão fraca estrutura de
convicções, não será preciso muito para
antever o pior dos dramas, ou seja, aquele
a que se acrescenta a baixa qualidade dos
protagonistas.
E confesso que me angustia ver que os
progressos alcançados nos últimos quatro
anos a nível macro e microeconómico
ameaçam esvair-se na ambição
desmesurada de quem vê no exercício
do poder uma forma de sobrevivência
partidária, ao invés de um serviço dedicado
ao interesse e ao bem comum.
Nos últimos anos, o país seguiu uma
rota. Uma rota difícil, é certo, mas uma rota
que nos tirou do abismo, que nos ajudou a
reerguer, a readquirir credibilidade junto das
instâncias e dos mercados niternacionais,
que nos permitiu ser uma voz a ter em
conta no quadro da União Europeia, que
criou condições para um novo pulsar nos
dados macroeconómicos e, sobretudo, na
actuação do nosso tecido empresarial,
que se reinventou, que encontrou novos
mercados e, com isso, razões para todos
acreditarmos ser possível criar condições
de empregabilidade e dar a Portugal uma
luz que há muito teimava em estar apagada.
Mas ainda acredito. Acredito fi rmemente
no sentido de Estado de muitos
dirigentes do PS. Acredito na fi rmeza das
convicções de muita militância socialista
que não se revê numa convivência
governativa com quem mantém uma
considerável distância ideológica. Acredito
no registo histórico do PS e na manutenção
do seu inigualável contributo para o reforço
da democracia nacional pelo respeito pelas
instituições, desde logo, uma das que mais
contribuiu para conquistarmos: o voto.
Por tudo isto, acredito que há ainda
tempo para que a força da razão prevaleça
sobre a razão da força. a bem de Portugal e
dos portugueses!
50 | INICIATIVAS | PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015
que, em 1474, quando terminou o
seu contrato, os seus navegadores
tinham passado a conhecer o golfo
da Guiné e haviam ultrapassado o
Equador.
Em 1474, o príncipe D. João, futu-
ro D. João II, então com 19 anos, foi
encarregado de retomar os Desco-
brimentos tendo em vista alcançar
“as Índias”, colocando-se-lhe duas
alternativas: prosseguir a explora-
ção da costa de África ou avançar
para ocidente. A guerra que entre-
tanto eclodiu entre Portugal e Cas-
tela não lhe permitiu então retomar
os Descobrimentos. Só o conseguiu
fazer depois de subir ao trono, em
1481, tendo logo no ano seguinte or-
denado a Diogo Cão que navegasse
até onde pudesse ir ao longo do li-
toral africano de modo a encontrar
a terra das especiarias. “Na década
que vai de 1482 a 1492 viveu-se um
Depois de um abrandamento na
expansão durante o reinado de D.
Afonso V, D. João II quis recuperar
o tempo perdido. Diogo Cão e Bar-
tolomeu Dias foram os homens que
tudo fi zeram pelo monarca.
Celebram-se este ano 600 anos so-
bre a conquista de Ceuta, em Agosto
de 1415, data que assinala o início
da expansão marítima portuguesa.
Portugal e os bravos navegadores
que, sem medo de perderem as suas
vidas, se aventuraram no desconhe-
cido, dispostos a “dar novos mundos
ao mundo”, tornaram-se assim pio-
neiros na exploração, navegação e
inovação marítimas.
Em conjunto com a editora Verso
da História, o PÚBLICO lançou a co-
lecção Descobrimentos — 600 anos
do Início da Expansão Portuguesa,
da autoria de José Manuel Garcia,
um dos maiores especialistas e in-
vestigadores da matéria que inte-
grou a Comissão Nacional para as
Comemorações dos Descobrimen-
tos Portugueses.
No segundo volume desta colec-
ção inédita e exclusiva, que inclui
Descoberta de África no caminho para a Índia
A dependência das reservas de
petróleo do Médio Oriente condi-
cionou a política internacional nas
últimas décadas. Mas esta premissa
está cada vez mais a ser alterada: as
tecnologias de extracção do gás de
xisto tornaram possível restaurar
a autonomia energética dos Esta-
dos Unidos. Por seu turno, a China
quer alterar o seu perfi l energético
para desenvolver a utilização do gás
natural e a nova acessibilidade das
reservas naturais do Árctico pode
transformar o mapa da energia.
Estas mudanças têm um impacto
crescente no mercado energético
mundial e abrem novas oportunida-
des para a Europa Ocidental poder
recuperar autonomia estratégica,
desenvolvendo uma política ener-
Energia em revolução, no sétimo volume dos Cadernos D. Quixote
O Progresso dos Descobrimentos no Tempo de D. Afonso V e D. João II, volume 2Terça-feira, 27 de OutubroPor + 6,90 euros
AGENDA
período decisivo na História dos
Descobrimentos em que se tentou
chegar às Índias, quer pela via orien-
tal, defendida por D. João II, quer
pela via ocidental, preconizada por
Colombo e Behaim. Esta via acabou
por lograr um aparente sucesso em
1492, mas que afi nal se veio a veri-
fi car ser falso, pois ir-se-ia reconhe-
cer estar perante um Mundo Novo
e não as velhas Índias”, refere José
Manuel Garcia.
Ainda que Diogo Cão não tenha
sido bem-sucedido nas tentativas de
percorrer todo o litoral africano, D.
João II não desistiu de descobrir o
que estava para lá do extremo sul
de África. “A vontade de abertura
de um mundo novo de possibilida-
des no relacionamento directo de
Portugal com o Preste João e as Ín-
dias era então muito forte, pelo que
em 1487 o rei nomeou Bartolomeu
Dias para o comando de uma nova
expedição descobridora”, conta o
investigador.
Efectivamente, em 1488, Bartolo-
meu Dias ultrapassava o limite sul
do continente africano, um cabo,
outrora tenebroso, que foi então
baptizado de Boa Esperança. En-
trava-se assim pelo oceano Índico
e renovava-se a esperança de chegar
“às Índias”, algo que não se concre-
tizou no seu tempo porque D. João
II não deu continuidade aos Desco-
brimentos até ao ano da sua morte
em 1495.Sábado, 24A Nova Equação Energética7.º vol. colecção Cadernos D. QuixoteUma edição inédita, comemorativa dos 50 anos das Publicações D. Quixote, composta por oito livros que reúnem os mais marcantes temas da actualidade internacional, das guerras do islão à Grécia na Europa.
Terça, 27O Progresso dos Descobrimentos no Tempo de D. Afonso V e D. João II2.º vol. colecção Descobrimentos — 600 Anos do início da Expansão PortuguesaNove volumes inéditos e exclusivos da autoria de José Manuel Garcia que reúne o essencial da epopeia portuguesa além-mar, revelando factos nunca antes editados.
Quinta, 29Marvels: Através da Objectiva15.º vol. colecção Poderosos Heróis Marvel Uma colecção de 15 títulos inéditos em português, numa edição de capa dura, que assinala o regresso de heróis já conhecidos e a estreia de novos heróis como a Viúva Negra, Homem-Formiga, entre outros.
Actualidade
A Nova Equação EnergéticaVolume 7Sábado, 24 de OutubroPor + 4,95 euros
História
Primeiro, apesar de a China ter feito
um grande investimento em ener-
gia renovável e nuclear, em 2015
os combustíveis não fósseis ainda
representam apenas cerca de 11%
do total consumo de energia primá-
ria, com base nos objectivos actuais.
Isto faz do gás natural um
‘combustível-ponte’ — isto
é, um combustível menos
saturado de carbono do
que o carvão e o petróleo
— para facilitar a transi-
ção do país para fontes
mais limpas de energia.
Segundo, o gás é barato
e abundante, pelo me-
nos por enquanto. Ter-
ceiro, aparentemente,
há numerosos fornece-
dores disponíveis para
vender”, refere ainda
o autor.
Já Christian Le Mière e Jeff rey Ma-
zo propõem um olhar mais atento
a uma das regiões do globo mais
ricas em recursos energéticos em
“Exploração do Árctico: Oportuni-
uma assinatura digital semanal PÚ-
BLICO — basta estar atento ao código
impresso na etiqueta e válido até 31
de Janeiro de 2016, e às instruções
de activação —, são abordadas as
descobertas feitas durante os rei-
nados de D. Afonso V e D. João II.
Segundo José Manuel Garcia, de-
pois da morte do infante D. Henri-
que em 1460 houve uma pausa no
processo dos Descobrimentos que
só foi retomado em 1469, quando
D. Afonso V fez um contrato com
Fernão Gomes através do qual este
“cidadão de Lisboa” fi cou obrigado
a mandar descobrir cem léguas do
litoral africano todos os anos. Na
verdade, o monarca não se mostra-
va muito interessado em prosseguir
com a expansão marítima, estando
mais empenhado em fazer conquis-
tas em Marrocos, pelo que foi com
algum alívio que entregou a Fernão
Gomes, mediante um leilão, o direi-
to à exclusividade do comércio nas
regiões da costa africana que por ele
fossem mandadas descobrir além da
Serra Leoa. “Ao permitir o retomar
da continuação dos Descobrimentos
através deste recurso a uma pessoa
interessada em realizar negócios nas
regiões da Guiné, o rei limitou-se,
neste processo, a salvaguardar os di-
reitos do Estado e a recolher provei-
tos económicos da concessão, tendo
sido por isso que os leiloou”, explica
o autor. Fernão Gomes fez questão
de cumprir o acordado, de tal forma
dades Económicas”. Ainda que as
estimativas apontem para que 6% a
23% do petróleo por descobrir e 54%
do gás se encontrem ali, difi culda-
des ligadas aos custos de produção
e condições de operação, bem como
ao isolamento dos recursos e a uma
regulamentação ambiental rigorosa,
podem fazer com que o Árctico não
seja tão importante como fonte de
energia a nível global quanto se po-
deria esperar.
Por fi m, em “A Nova Revolução
Energética e o Golfo”, Carolyn Bar-
nett refl ecte sobre o impacto que a
“revolução na produção de energia
nos Estados Unidos” pode ter a ní-
vel global e, em particular, para os
países que compõem o Conselho de
Cooperação do Golfo. “O crescimen-
to da procura nos Estados Unidos
está a abrandar e, depois de décadas
em baixa, a produção está a aumen-
tar. (...) Este crescimento rápido e
drástico na produção de energia não
convencional nos EUA mudou com-
pletamente o debate sobre energia”,
conclui.
Isto fa
‘comb
é, um
satur
que
— pa
ção
ma
Seg
e a
no
ce
h
d
v
o autor
gética comum. Os desafi os que a no-
va ordem energética criou estão em
destaque no penúltimo volume da
colecção Cadernos D. Quixote.
No primeiro artigo do volume, Da-
mien Ma questiona: “A Década do
Gás Natural na China está a chegar?”
“Até 2020, a China tenciona
efectuar mudanças
profundas no seu
perfil energético.
Esta transformação
implicará necessaria-
mente a recalibragem
de uma economia de
produção intensiva pa-
ra uma economia mais
virada para o consumo”,
explica o investigador,
que considera que o gás
natural terá um papel de-
cisivo neste processo. “O
gás natural posiciona-se
para ganhar uma parcela crescen-
te no cabaz energético chinês. Este
recurso é atraente para a China por
muitas das mesmas razões por que
é atraente para os Estados Unidos.
PÚBLICO, SEX 23 OUT 2015 | INICIATIVAS | 51
Poderosos Heróis Marvel, vol. 15Marvels: Através da ObjectivaArgumento — Kurt BusiekDesenhos — Jay AnacletoQuinta, 29 de Outubro Por + 8,90 euros
Chega ao fi m na quinta-feira mais
uma colecção que o PÚBLICO e a
Levoir dedicaram à Casa das Ideias
e, com a publicação de Marvels:
Através da Objectiva, pode dizer-
se que fecha com chave de ouro.
Continuação de Marvels, um
clássico incontornável, já publi-
cado em Portugal na colecção
Universo Marvel, que conquis-
tou três Prémios Eisner e afi rmou
o desenhador Alex Ross como um
dos maiores nomes da BD america-
na, Através da Objectiva prossegue
com a história do Universo Marvel
vista na perspectiva de um homem
comum, o fotógrafo Phil Sheldon.
Uma continuação tão lógica co-
mo natural, pois face ao sucesso do
primeiro Marvels era inevitável que
Kurt Busiek regressa a Marvels, no volume final da colecção
a editora pensasse numa sequela,
e que Phil Sheldon, o herói invo-
luntário do livro, que vai assistir ao
nascimento do Universo Marvel e
das suas primeiras três décadas de
existência, acabasse por regressar
às páginas dos comics. Logo em
1995 foi lançado Ruins, uma visão
alternativa de Marvels, escrita por
Warren Ellis, com arte de Therese e
Cliff Nielsen, em que Phil Sheldon é
um jornalista que investiga os múl-
tiplos eventos e acidentes que cria-
ram os super-heróis da Marvel, mas
que neste universo resultaram em
deformações e mortes, contrapon-
do a sensação de deslumbramen-
to de Marvels a um negrume quase
total. Mas anos mais tarde, seria o
próprio Kurt Busiek a regressar ao
universo de Marvels, na sequência
de um convite do editor Tom Bre-
voort, que não quis deixar passar
em claro o décimo aniversário do
livro que se tinha tornado um best-
seller e uma obra de culto.
Naturalmente, Busiek não quis
perder a oportunidade de voltar
a escrever a vida de Phil Sheldon,
personagem que lhe é bem caro. Co-
mo refere o escritor: “Gosto imen-
so do Phil como personagem que
permite mostrar um ponto de vista;
ele é completamente normal, tão
pouco super-heróico que se torna
a lente perfeita através da qual po-
demos observar o Universo Marvel
— um velhote judeu, que conhece
os super-heróis desde as suas ori-
gens, e que, por causa disso, me
Banda desenhadaJoão Miguel Lameiras
lembra um pouco o Stan Lee ou o
Julius Schwartz. Ele é uma ligação
aos inícios, mas no meio daqueles
acontecimentos todos, a história
dele continua a ser profundamen-
te humana.”
Nascia assim Marvels: Através da
Objectiva, em que o passado glorio-
so da Silver Age dá lugar a um pre-
sente bem mais sombrio, em que
personagens amorais e violentas
como o Justiceiro, Wolverine, ou o
Motoqueiro Fantasma tornam cada
vez mais ténue a fronteira entre os
heróis e os vilões.
A ingrata tarefa de substituir
Alex Ross fi cou (e bem) nas mãos
de Jay Anacleto, um talentoso ar-
tista de origem fi lipina, que os lei-
tores portugueses conhecem da
série Aria, uma série de fantasia
escrita por Brian Holguin que ob-
teve um êxito imenso e colocou o
nome de Anacleto no mapa. Con-
tando com as cores sombrias de
Brian Haberlin, Anacleto cria um
registo gráfi co que, não sendo tão
espectacular como o de Alex Ross,
se revela perfeitamente adequado
para uma história sombria sobre
uma era sombria.
s
a
s
ou
PUBLICIDADE
ESTÁ AQUI,ESTÁ A COMER O MELHORSUSHI DA SUA VIDA.Quem entra no site achado.pt, está a dois passos de teras melhores experiências e oportunidades. O primeiro passoé fazer o registo, o segundo é escolher uma das nossas promoçõesque seleccionámos para si, como espectáculos, restaurantes,spas, escapadinhas e muito mais.registe-se já:
achado.pt
269e4c10-67af-4367-b303-ec0e11cae31e
PUBLICIDADE
ESCRITO NA PEDRA
“A mais honrosa das ocupações é servir o público e ser útil ao maior número de pessoas”Montaigne (1533-1592), ensaísta e escritor francês
SEX 23 OUT 2015
Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de 100% de capital: Sonaecom, SGPS, S.A. Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Urbanos Press – Rua 1.º de Maio, Centro Empresarial da Granja, Junqueira, 2625-717 Vialonga, Telef.: 211544200 Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Setembro 33.895 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem
Comprado em segunda mão, navio sofrerá transformações e será equipado p32
Belenenses e Sp. Braga também ganharam na Liga Europa p43/44
Mafalda, Calvin, Peanuts ou Quim e Manecas a partir de hoje no Amadora BD p28
O director-geral da Saúde crê que situação no hospital de Gaia está “controlada” p14
Novo navio do país para investigação científica já chegou
Sporting cumpriu o duplo objectivo, ganhar e poupar
Celebrar um bom ano para a BD e as crianças na Amadora
Uso indevido de antibióticos explica surto de bactéria
Amanhã, dia 24, a Organização das
Nações Unidas (ONU) faz 70 anos.
Para assinalar a data, numa parce-
ria com os CTT e este jornal, é dis-
tribuído um postal com o PÚBLICO
desafi ando os leitores a escreverem
à organização.
O postal (que virá, solto, dentro
da Fugas) tem espaço para uma
mensagem livre e, ao lado, uma lis-
ta de áreas em que a ONU tem inter-
venção, pedindo-se a quem enviar o
postal que as “ordene” (numerando-
as de 1 a 10) pela importância que
lhes atribui. A ONU, como é do do-
mínio público e ela própria recor-
da em comunicado a propósito dos
seus 70 anos, intervém em muitas
áreas da sociedade, com actividades
e programas “tais como a vacinação
de crianças, a distribuição de ajuda
alimentar, a assistência aos refugia-
dos, a promoção do trabalho dig-
no, os esforços diplomáticos para
resolução de confl itos, entre muitas
outras”. O desafi o feito aos leitores
é para que estabeleçam, na lista, o
que deve ser prioritário.
O postal, que é distribuído com a
edição do PÚBLICO de amanhã, foi
impresso pelos CTT e tem um dese-
nho exclusivo criado pela secção de
Portugal do Centro de Informação
Regional das Nações Unidas para a
Europa Ocidental. O seu envio não
tem custos (tem porte pago). Basta
Amanhã, os leitores do PÚBLICO estão convidados a escrever um postal à ONU
preenchê-lo e pô-lo no correio. De-
pois de analisadas pelas três entida-
des parceiras, as melhores mensa-
gens serão publicadas no PÚBLICO,
com a resposta do secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon.
O postal e mais pormenores so-
bre a fi losofi a desta campanha vão
ser apresentados hoje numa sessão
de lançamento, às 11h30, pelos três
parceiros da iniciativa: a secção de
Portugal do Centro de Informação
Regional da ONU para a Europa Oci-
dental, os CTT Correios de Portugal
e o jornal PÚBLICO. A sessão decor-
rerá no Palácio Sousa Leal, na Rua
de São José, n.º 20, em Lisboa.
Em comunicado, a ONU apela a
que não deixem de participar nesta
iniciativa, porque “está empenhada
em fazer uma refl exão sobre as li-
ções aprendidas em sete décadas e
em receber contributos para defi nir
a sua acção futura.”
Iniciativas
OPINIÃO
A loucura estabelecida
O dr. Passos Coelho pediu
“celeridade” a Cavaco.
O dr. António Costa
também pediu a Cavaco
“celeridade”. Cavaco não
deu sinais de ter percebido
esta extravagante coincidência.
Perceber nunca foi o forte dele.
Mas, para uma pessoa normal, a
coisa é fácil. Passos Coelho quer
ser indigitado primeiro, para
obrigar o PS e o seu séquito ao
odioso de correr com ele em plena
Assembleia da República. Costa
quer que o odioso de humilhar a
direita fi que para o Presidente.
Se Cavaco acordar a tempo,
Vasco Pulido Valente
indigita Passos Coelho. Se por
acaso se embrulhar na intriga da
“esquerda”, indigita Costa. Para
fazer coro, Catarina Martins vai
dizendo pelos cantos que não
se deve perder tempo com os
deputados e prefere designar
directamente Costa. Ninguém
a ouve, coitada, e, se ela não se
achasse tão importante, era capaz
de chorar.
Na tese de Costa e de Catarina
há um minúsculo defeito: a
escolha de Costa ignora com
entusiasmo a Assembleia da
República. Os deputados são um
rol de roupa suja que os chefes
trazem na carteira. Ganha o rol
maior e o Presidente com toda a
humildade põe o carimbo. Pior
ainda: o Presidente nem sequer
pode examinar o rol e apreciar
o que lhe servem. Nem ele,
nem nós. As negociações do PS
com o PC e o Bloco decorrem à
revelia dos respectivos partidos,
dos deputados, de Cavaco e do
público. A “esquerda” sempre
gostou muito de conversas
secretas, em que se combina o
que se combina, sem interferência
da ralé e sem espécie alguma de
responsabilidade. Felizmente,
a proverbial mansidão do povo
português permite esta política de
corte como no século XVII ou no
século XVIII.
Convém, por isso, que a
“opinião” não se inquiete.
Estamos nas mãos de António,
Catarina e Jerónimo e mais duas
dúzias de ajudantes? Estamos
com certeza em boas mãos. E,
quando chegar o dia miraculoso
da revelação, na Assembleia
da República e já com Costa
a primeiro-ministro, o país
responderá sem dúvida com
cantos de alegria. Claro que, ao
princípio, muito pouca gente
perceberá o que se prepara. Não
interessa: em Bruxelas vivem uns
senhores com uns papéis, a quem
não escapa nada; e são eles que
dispensam o caldo do convento.
Os peritos deste indispensável
ingrediente não concordam com
a data em que ele irá acabar. Seis
meses? Provavelmente um ano?
Com sorte um ano e meio? Essas
contas não deixam de ser muito
divertidas. E seriam mais, se não
acabassem por nos sair do pêlo.
N.R: Este artigo foi escrito antes
da comunicação do Presidente da
República, ontem à noite.
NUNO FERREIRA SANTOS
5
15 livros. PVP unitário: 8,90€. Preço total Portugal Continental: 133,50€. Data início: 23 de Julho a 29 de Outubro. Dia da semana: Quinta-feira. A aquisição do produto implica a compra do jornal. Limitado ao stock existente.
SE OS SUPER-HERÓIS TE CORREM NAS VEIAS, CORRE ATÉ ÀS BANCASVOLUME 15 MARVELS: ATRAVÉS DA OBJECTIVA Kurt Busiek e Jay Anacleto
QUINTA, 29 OUTCOM O PÚBLICO
+8,9€
15 livros. PVP unitário:Data início: 23 de
SE OS SUVOLUME 15 M
269E4C10-67AF-4367-B303-EC0E11CAE31E