Jornal SibapaNet #8

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julho de 2011 nº 8 Palmas - Tocantins www.sibapa.net siga-nos > twitter.com/sibapa A liberação do consumo da maconha no Brasil está em pauta. Nesta edição, destacamos alguns aspectos dessa discussão e relatamos o testemunho de 4 internos da Fazenda da Esperança sobre a luta contra o vício e o que pensam a respeito do tema. PÁGINAS 2, 3, 4, 5 E 8. FAMÍLIA A INFLUêNCIA DOS íDOLOS NA FORMAçãO DA PERSONALIDADE DOS JOVENS PÁGINA 3

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Jornal produzido pelo ministério de Comunicação da Sibapa www.sibapa.net. Editorais: Mídia, Especial, Família, Mais

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julho de 2011 nº 8Palmas - Tocantinswww.sibapa.net

siga-nos > twitter.com/sibapa

A liberação do consumo

da maconha no Brasil está

em pauta. Nesta edição,

destacamos alguns aspectos

dessa discussão e relatamos

o testemunho de 4 internos

da Fazenda da Esperança

sobre a luta contra o vício

e o que pensam a respeito

do tema. páginas 2, 3, 4, 5 e 8.

família A iNFluêNciA dos ídolos NA FormAção dA PErsoNAlidAdE dos jovENs página 3

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Jornal SibapaNet - informativo mensal da segunda igreja Batista em Palmas208 sul, Alameda 17, nº 74, Palmas - Tocantins- cep 77020-570 secretaria (63) 3228-0500 / Administração (63) 3228-0501 / 8405-5490Fundada em 1 de maio de 1993 / pastor emérito: Alcides de Oliveira Souza

Pr. Walmir de Andrade Santos pastor presidente [email protected]. Thomás Franco Teixeira Dias pastor auxiliar [email protected] Rodrigues da Silva gestor de comunhão [email protected] Souza Martins gestor de ensino [email protected] Oliveira gestor de música [email protected] Rodrigues da Silva administradora [email protected]

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NOSS

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s nossa visão: ser uma comunidade de amor, multiplicadora de discípulos de jesus.

nossa missão: Trazer pessoas a jesus, edificar os cristãos, adorar a deus e servir a cristo em ministérios frutíferos.

nossos valores: Fé, Amor e serviço

culto / ensino

domingo (manhã) 9h

domingo (noite) 19h

Quarta-feira 20hJornal SibapaNet nº 8 - desenvolvido pelo ministério de comunicação sibapa. Esta edição: Editora: Hamistelie soares. textos: jaciara França, jéssica iane, Hamistelie soares, raquel sousa, joeber martim, vanessa mitt, Pr. Walmir Andrade e Pr. Thomás dias. Projeto Gráfico e Diagramação: marcelo da silva. Email: [email protected]

Para atendimentos consultar [email protected] ou (63) 3228-0500 segunda a sexta (horário comercial)

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palavra

Quero iniciar essa reflexão me va-lendo da visão do Prof. Dr. Ronal-do Laranjeira, coordenador da

Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo, a respeito do debate surgido acerca da le-galização do uso de maconha no país. No artigo “Legalização de drogas no Brasil: em busca da racionalidade perdida”, o professor chama a atenção para o fato das pessoas se posicionarem contra ou a favor da legalização sem estarem devidamente esclarecidas a res-peito do assunto.

Na verdade o teor ideológico da discus-são sobressaiu aos questionamentos que deveriam nortear nosso posicionamen-to. O artigo do Dr. Laranjeira nos leva a avaliar a racionalidade e a oportunidade desse debate. E mais ainda, ele desafia o leitor a tentar estabelecer pontes com outras drogas de abuso (causas e efeitos sociais). Ao considerarmos o que propõe o autor do artigo citado, ficamos, talvez, menos imparciais aos dados sobre o efei-to da legalização de uma droga - sobre-tudo propor uma alternativa de política de drogas que seja baseada em objetivos claros, com vista para caminhos menos nocivos para uma sociedade que ainda não descobriu coerência legislativa e ju-diciária.

Com base em estudos realizados, o Dr. Laranjeira apresenta pontos que devem permear a nossa reflexão. Ele identifica

três modelos teóricos de pensamento em relação ao problema. Vamos denominá-los aqui de modelos A, B e C:

O modelo A defende a proibição total do uso de drogas. Entretanto, esse mode-lo de pensamento tende a aumentar o crime que estaria associado ao uso ilegal de uma substância, a maior corrupção social, ao nível mais impuro da droga no mercado negro e à dificuldade das pes-soas buscarem ajuda em relação a um comportamento ilegal. O modelo B, por outro lado, que defende completamente a legalização da maconha, aumentaria o consumo entre os mais jovens - a exem-plo do álcool e cigarro -, gerando compli-cações escolares e com possibilidades de aumento de crimes menos violentos para conseguir pouco dinheiro para consumir drogas. O modelo C defende uma ideia alternativa, baseada em resultados, e flexível, levando-se em conta o momen-to histórico que vive a sociedade, onde o foco é sempre diminuir o consumo glo-bal de qualquer tipo de droga.

O mais importante nas considerações aqui apresentadas é que as evidências mostram que a abolição das leis teria um efeito maior nas pessoas que comumen-te não consomem drogas, levando um maior número de pessoas a experimen-tarem e a se tornarem usuários regulares ou esporádicos.

Corremos o risco de que esse debate oculte as reais questões relacionadas

com uma política de drogas racional e balanceada. Podemos passar anos num debate ideológico improdutivo onde as pessoas defenderão, a favor ou contra, a legalização de uma droga específica com grande paixão e pouca informação.

O desafio do debate das drogas no Brasil não é se devemos afrouxar as leis da maconha, mas como fazer um deba-te informado e com dados. E em como produzir uma política de drogas que pos-sa ser avaliada constantemente. A im-plementação desta política não ocorre espontâneamente, mas com uma ação determinada do governo. Ações essas que poderiam fazer uma grande diferen-ça, principalmente se envolvesse o poder público, seguimentos sociais e comuni-tários que promovessem o debate livre das paixões ideológicas, buscando uma política de resultados em que a priorida-de seja manter vivos os usuários e os não usuários, levando em conta o princípio da liberdade do indivíduo. Concordo com o posicionamento do Dr. Laranjeira que a sociedade civil já está bastante mobiliza-da com o assunto álcool e drogas, se faz necessário agora que o governo mostre a capacidade de organizar uma resposta racional a um problema que afeta mi-lhões de brasileiros e gera um custo enor-me para o país.

leia o artigo do Prof. dr. ronaldo laranjeira: bit.ly/debatemaconha

P a s t o r w a l m i r a n d r a d e

Legalização de drogas no Brasil: um debate marcado pela desinformação

Walmir Andrade é pastor sênior da sibapa - [email protected]

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a cruz azul, que tem como lema “prevenir, reabilitar e apoiar” dependentes químicos, listou mais de 70 atitudes para pais ajudarem a precaver o uso de drogas. bit.ly/orientacoescruz

r e f e r ê n c i a s

Paixão por famosos tem relação com busca de identidade

HAMISTElIE SOARES, PorTo AlEgrE (rs)

com bastante frequência, os jovens ficam fascinados por figuras pú-blicas e sentem a necessidade de

seguir suas ideologias e estilo de vida. Há aqueles que se dispõem a fazer sacrifícios para estar ao lado do ídolo, como percor-rer longas distâncias, enfrentar multidões para conseguir um autógrafo ou foto ao lado do famoso. outros fazem homena-gens permanentes como usar o nome da celebridade favorita em tatuagens ou no nome dos filhos.

Quem não presenciou adolescentes eufóricos para ver o ator robert Pattin-son e a atriz Kristen stewart nos filmes “crepúsculo”, “lua Nova” e “Eclipse”? ou não viu muitos repetindo as canções das atuais “febres” luan santana, restart ou justin Bieber?

Aos olhos da psicologia esse com-portamento pode significar desde uma simples atração pela beleza do famoso à projeção em algo que o jovem gostaria de ser ou de ter. mas, esse encantamen-to, que normalmente é temporário, pode se tornar permanente. Foi assim com o produtor cultural e empresário, josé je-sus souza. conhecido como Zé lennon, conheceu a banda The Beatles em 1962, quando tinha 19 anos. “Eu costumava ouvir a rádio BBc de londres e em uma das transmissões eles noticiaram a grava-ção da canção ‘my Bonnie’ da banda The Beatles. gostei da música e passei a pro-curá-la em todas as lojas. Tempos depois

consegui o compacto simples com um marujo de um navio mercante. daquele momento em diante passei a ser um fã dos Beatles”, relata.

A paixão do fã foi tão intensa que mes-mo depois de quase cinco décadas, os Beatles ainda marca sua vida. Além de co-lecionar cds, dvds, livros e vinis, Zé len-non mantém o site do fã clube oficial dos The Beatles no Brasil, com sede em Porto Alegre (rs), e é o empresário de uma ban-da cover do grupo. Essa história ainda traz outra curiosidade: o beatlemaníaco regis-trou a filha com o nome de seane len-non, outra homenagem a john lennon, que tem um filho chamado sean.

Em algum nível, a admiração por pes-soas famosas influencia a vida dos jovens. o ídolo se torna uma referência para o fã, no entanto, é preciso ter cautela com os excessos. Zé lennon, conta: “os Bea-tles não influenciaram só a mim, mas, ao mundo todo. desde que a banda surgiu influenciou a juventude da época, no seu modo de vestir, nos cabelos, nas músicas e até nos movimentos políticos e sociais”.

e eu com isso

Ter equilíbrio nas suas atitudes vai beneficiar sua vida em todos os aspectos. Cuidado, se tornar fanático pode trazer sérios problemas como absorver a personalidade ou se autoafirmar com características do ídolo! Venerar uma pessoa a ponto de acreditar em sua perfeição ou superioridade humana é um outro risco que você corre. O carinho que você sente pela sua personalidade favorita, se chegar a esse nível, pode se transformar em frustação.

família – por Hamistelie soares l [email protected]

Cada vez mais as pes-soas estão usando drogas. Embora tanto se tenha fei-to para a prevenção, mui-to mais se faz em prol do

consumo destas substâncias. De acordo com a Secretária Nacional de Políticas Sobre Drogas, os jovens entre 18 e 24 anos são hoje os que mais consomem álcool no país. E o pior é que estudos apontam que o início do consumo de álcool no Brasil acontece entre 11 e 13 anos, dentro de casa.

Nenhum jovem pode ser considerado fora de risco! As drogas estão disponíveis e a adolescência é uma fase de desco-bertas e experimentações. Nessa fase os jovens estão em busca de definir seus próprios valores. A influência dos amigos pode ser determinante! Quando ado-lescentes, os amigos se tornam o nosso mundo. Além da pressão “dos iguais”, outro fator que pode influenciar são os bombardeios da mídia, cada vez mais sedutores.

O porquê mais simples da atração pe-las drogas é a curiosidade. O mistério dos efeitos, a adrenalina do proibido, o ato de rebeldia, tudo pode ser atraente para o adolescente. Muitos resolvem avançar e ver até onde conseguem chegar. Ain-da mais se houver uma combinação de pressão de amigos e problemas pessoais e/ou familiares, pois a fuga da realidade é outra coisa que a droga oferece.

Passamos de uma era de pais infle-xíveis, para uma era de pais que têm medo de serem visto como repressores e ultrapassados. Para evitar esse temor, muitos mudaram de postura e já consi-deram que reprimir, definir regras, impor limites são atitudes desnecessárias para educar. Mas, não há dúvida que nada é mais determinante que o papel da famí-lia na vida de alguém. A família é como um mapa, que nos guia pelos caminhos certos até que tenhamos a maturidade suficiente para identificarmos, sozinhos, as melhores escolhas.

Gisele Cecílio é psicóloga, casada e mãe de 2 adolescentes

g i s e l e c e c í l i o

Álcool e drogas: prevenção começa

na família

As notáveis “febres” por personalidades do cinema, música, literatura ou esporte contagiam principalmente adolescentes e podem influenciar o comportamento dos fãs de forma temporária ou defintiva

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especial

“Comecei com um cigarrinho, me tornei um dependente!”

Jéssica iane, PAlmAs (To)

“Eu pensava que era boa, que ia me deixar calmo, alegre. mas depois vi-nha uma tristeza profunda de saber

que eu não preciso disso para ser feliz”. Essas são palavras de Alexandre gimenes omedo, 39 anos, ex-dependente quími-co e voluntário na Fazenda da Esperança (projeto da igreja católica para recupera-

ção de viciados).Assim como grande parte dos internos

da Fazenda, Alexandre conheceu as dro-gas no início de sua adolescência, aos 14 anos, começando com um cigarro de ma-conha em um ciclo de amigos. logo foi apresentado a entorpecentes pesados e esteve dependente por mais de 20 anos. A droga considerada “inocente” por mui-tos, cuja legalização tem sido amplamente

discutida, foi a porta de entrada para uma vida de vícios e isolamento social.

“Parei de estudar, me afastei dos familia-res. com 15 anos já usava cocaína e injeta-va também. Pensava que não ia acontecer nada, mas passei a usar todo tipo de dro-ga. comecei a roubar para ter como com-prar droga e acabei sendo preso. chegou um momento que eu queria morrer para parar de ver minha família sofrer”, lembra

Entrevista com pessoas que começaram fumando maconha, tiveram suas vidas arrasadas e agora estão vencendo as drogas

Legalização da maconha: você é a favor ou contra?

Painelcontra Eu vou sempre ser contra, porque a primeira droga que eu usei foi a maconha e sei a tristeza que ela causou na minha vida. A maconha é vendida em uma boca de drogas, onde tem crack, cocaína, pessoas armadas. A liberação não vai melhorar essa situação, até porque, um país que não dá conta de cuidar das suas fronteiras, que não consegue criar políticas públicas para fazer prevenção, tratamento e repressão às drogas não está preparado para ser comparado a países como os Estados Unidos, Suíça, Alemanha, Holanda, que tiveram outras conquistas para chegar na liberação e ainda estão fazendo uma experiência. Muitas pessoas dizem que conhecem até 10 pessoas que tiveram sucesso fumando maconha. Eu mostro 600 que perderam suas vidas. A maconha é a porta para outras drogas. É automático. A pessoa começa na maconha, vem a cocaína, o crack, ai é só esperar a cadeia, a morte ou Deus para mudar a vida dessa pessoa.

RIcARDO RIBEIRINHA autor do projeto Viver de Cara Limpa

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Alexandre. Enquanto a aceitação social foi o in-

centivo de Alexandre, o que atraiu carlos Henrique Almeida de Araújo, 26 anos, foi a curiosidade. “conheci a maconha aos 15 anos. um vizinho fumava maconha e eu sabia, mas nunca tinha me interessado. certa ocasião, ia ter uma festa na cidade e ele disse que ia fumar. Pedi para experi-mentar, ele buscou e a gente fumou. Foi o primeiro ‘tapa’ que eu dei nela”, recorda.

o uso esporádico passou a ser diário e, em uma compra na “boca de fumo”, carlos conheceu o crack. “Fui pegar maconha e o cara disse que tinha umas pedras boas. Fumei e deu vontade de fumar mais. Pen-sei: não quero mais maconha, porque eu já conheço. Ai fiquei só no crack”, conta.

depois de gastar tudo e perder a con-fiança de familiares e amigos, ele passou a roubar para sustentar o vício. “meu pen-samento estava só no crack, em fazer per-versidade; virou um hábito. cheguei no ponto de assaltar banco e recentemente foi uma legião de policiais correndo atrás e eu escutava: é para matar”, relata. carlos

foi preso há dois meses, condenado a regi-me semi-aberto e liberado para tratamen-to, mas deve voltar para pagar sua pena.

iniciado no mundo das drogas ainda criança, com apenas nove anos, george luiz de lima Nonato, 24 anos, foi vítima da irresponsabilidade de um amigo da família, do alcoolismo do pai e das ilu-sões proporcionadas por sua condição social abastada. “A gente foi tomar banho no córrego e meu pai saiu, vacilou, e um amigo do meu pai me deu. Experimentei e gostei. Quando meu pai descobriu, por ser auditor fiscal, ficou com vergonha e resolveu ir embora da cidade. Fiquei dos 10 aos 14 anos uma pessoa normal. mas fui estudar em uma escola particular, onde só tinha burguesinhos e os adolescentes fumavam maconha. Aí eu voltei”, descreve george, acrescentando ainda que se refu-giava nas drogas porque o pai, alcoolizado, batia nele e na mãe.

“com 15 anos conheci o crack e com 16 eu fui internado em uma clínica, onde me deparei com um monte de loucos. lá era tratamento químico, fui para camisa de força, sedativo, fiquei na enfermaria em isolamento, aquilo me revoltou mais ain-da. saí da clínica e não usei mais crack, mas voltei a usar maconha, porque eu achava que ela não fazia mal. Hoje estou na Fazen-da por causa do crack, mas tenho certeza que é por causa da maconha, porque co-mecei tudo de novo quando deveria ter parado”, reconhece.

Antônio monteiro da silva, 26 anos, co-meçou a se drogar com 12 anos e conta como ocorreram os estágios de vício em sua vida. “ouvia sempre falar, então resolvi ir atrás. conhecia pessoas que usavam e comecei a pedir a eles. A gente vai usan-do e sempre aparece alguém com uma diferente. A principio dá medo, mas vem a curiosidade também e a gente acaba usando. Quando a química bate na pes-soa já repele a maconha. você não quer mais sentir o cheiro, o gosto, só quer saber da química”, relata.

depois que conheceu o crack, aos 18 anos, Antônio perdeu o interesse pelo tra-balho e em pouco tempo foi abandonado pela esposa. “Quem está em volta é quem mais sofre. A droga tira o melhor da gente, só fica o pai ruim, o irmão ruim, o vizinho ruim. será se tem sentido a pessoa viver tirando o próprio raciocínio?”, questiona.

Perguntados pelo sibapaNet, se são a favor ou contra a legalização da maconha, todos foram unânimes ao declarar que são contra. Para eles, que começaram com a maconha, independente da forma como se começa, a droga leva a outras mais pe-sadas e destrutivas. Além disso, a legalida-de pode causar ainda maior curiosidade nos jovens, que vão querer experimentar e podem tornarem-se dependentes.

a favor A legalização da maconha é facilmente confundida com apologia às drogas. Essa medida não visa aumentar ou diminuir o número de usuários e sim tirar do crime um de seus principais combustíveis. A legalização traria inúmeros benefícios à sociedade hipócrita que fecha os olhos para a solução desse problema a fim de preservar seu falso moralismo. Cigarro e álcool são drogas horríveis e nem por isso deixam de ser comercializadas e seus impostos devidamente coletados, nem por isso todas as crianças são propensas a usarem tais drogas, como muito dos defensores da proibição alegam. Sinceramente o pensamento contra a legalização da maconha é arcaico e infundado, proibir um produto que poderia gerar lucro oficial para o governo e acima de tudo quebrar a principal fonte de renda de muitos criminosos para preservar um capricho moral de grande parte da sociedade, é um claro exemplo de que conceitos e princípios comuns deveriam ser repensados.

EDuARDO GAMA coordenador de comunicação

dePoimentos em vídeo

Você pode conferir na íntegra as histórias dos persona-gens dessa reportagem e saber a opinião de quem vi-venciou os problemas da depedência das drogas. Acesse: www.sibapa.net/fazendadepoimentos

Quero ajuda

Fazenda da Esperança Senhor Bonfim

� Telefone: (63) 3519-1005 � Escritório: Rua 110 Norte Al 9, 2, Palmas (TO) � Site: www.fazenda.org.br � Público: Homens

Casa de Recuperação Leão de Judá

� Telefone: 8451-6008/9282-8173 (Pastor Manuel Albuquerque)

� Endereço: 712 Sul, Alameda 02, Lote 36 � Site: www.leaodejudapalmas.org.br � Público: Homens

Casa de Recuperação Crer

� Telefones: 8426-9895 (Pastora Karla Barros) e 8402 4480 (Flaviane Cruz)

� Público: Mulheres

Bruno Macedo dos Santos, de 20 anos, é um ex-dependente químico que ficou internado no Centro de Recuperação Es-quadrão Resgate, em Anápolis (GO) por nove meses, trabalhou mais três meses no local como voluntário e resolveu con-tinuar como obreiro. O tratamento foi pago com ofertas dos Pequenos Grupos de Gláucia Evangelista e Maria da Paixão e de outras pessoas da Sibapa.Ele visi-tou a Sibapa em junho para agradecer e contar a sua história. Você pode ler a entrevista dele ao SibapaNet no link: www.sibapa.net/bmacedo

rona

ldo

mitt

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� Mano Menezes vetou presença de pastor na concentração da seleção Brasileira. bit.ly/pastorselecao

sibapanet

A pesquisa produzida pela Agência Box 1824 ouviu 1.784 jovens em todo o país com idade entre 18 e 24

anos. A pesquisa partia do questionamen-to “qual o seu maior sonho?” e se desdo-brava em questões sobre economia, polí-tica, educação, família, trabalho e religião.

As respostas apontaram que 55% dos jovens têm sonhos relacionados à formação profissional e emprego, 15% esperam ter a casa própria, 6% desejam formar uma família, 9% querem ter di-nheiro e 3% sonham com o carro pró-prio. com esses resultados os pesquisa-dores constataram que 88% tem outras

prioridades antes de formar uma família.Na área de religião os pesquisadores

concluíram que 43% tem uma religião e são praticante, 36% tem religião e não são praticantes, 17% tem uma espiritu-alidade e acreditam em algo superior e 4% são ateus. Apesar de quase metade ser praticante de alguma religião, o sin-cretismo religioso prevalece, pois 77% dos jovens dizem se sentir livres para experimentar diversas religiões, 68% de-fendem que as igrejas deveriam ser mais flexíveis e 31% misturam elementos de diferentes religiões para construir a sua própria crença. bit.ly/jovemfamilia

Família não é prioridade entre jovens brasileiros

– por Jaciara frança l [email protected]

mídia o proJeto Brasil: nunca mais, o maior registro histórico sobre a repressão e tortura na ditadura militar desvenda histórias de cristãos evangélicos que sofreram tortura no país. o assunto divulgado pela revista istoé fala da relação de alguns líderes evangélicos com os militares que delatavam membros das igrejas engajados na luta contra a ditadura. bit.ly/ditaduraevang

um estudo entitulado “o sonho brasileiro” – um dos mais completos já realizado no país – divulgado no mês de junho revelou o perfil do jovem brasileiro relacionado à religião e família. o levantamento mostra que formar a própria família não é prioridade e que jovens são flexíveis com as práticas religiosas.

sociEdAdE

m e i o a m B i e n t e

Fiéis plantam árvores como penitência

Em Pires do rio (go), os fiéis da igreja católica sagrado coração de jesus es-tão plantando árvores como penitên-

cia para absolvição dos pecados confes-sados. Para cada pecado, os fiéis plantam uma semente de árvore nativa da região.

A ideia foi do Frei sebastião, que dessa forma está envolvendo sua Paróquia na campanha da Fraternidade – iniciativa da igreja católica Apostólica romana no

Brasil, que em 2011 tem como tema Fra-ternidade e a vida no Planeta.

Em outubro, a Paróquia realizará uma procissão para que todas as mudas cul-tivadas pelos fiéis sejam plantadas em uma área devastada da cidade. segundo o religioso, a expectativa é de que a ini-ciativa renda mais de mil novas árvores para o município de Pires do rio. bit.ly/penitenciaplantar

e va n g é l i co s

Crescimento no Brasil preocupa vaticano

documento obtido pelo site Wikileaks e divulgado na última semana de junho

mostra que, na época da visita do papa Bento 16 ao Brasil, em 2007, o vaticano estava preocupado com o crescimento dos evangélicos no país e que uma das principais tare-fas de Bento 16 era despertar a co-munidade católica para o combate aos evangélicos.

o telegrama enviado à Washing-ton (usA) em 6 de maio de 2007 relata conversas entre diversos membros do vaticano e o ex-em-baixador americano Francis roo-ney. o diplomata faz um compa-rativo entre a primeira viagem de joão Paulo 2º ao Brasil, em 1980, quando os católicos representa-vam 89% da população e o censo de 2000, quando o número de ca-tólicos era de 74%.

sem revelar fontes, o documen-to ainda diz que o papa joão Paulo 2º descreveu as atividades evangé-licas como “sinistras” e que uma das principais tarefas de Bento 16 seria despertar a comunidade católica ao que o antigo papa chamou de “caçada por seitas”. o documento com a conversa pode ser visto no link. bit.ly/telegramapapa

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de acordo com o estudo realizado pelo Fórum Pew research center com 2.200 líderes evangélicos de 166 países, a cultura pop ameaça o cristianismo mais do que o crescimento do islã. Na opinião dos líderes, apesar da propagação do evengelho ter aumentado nos últimos anos, os valores da sociedade contemporânea dificultam os resultados. veja dados da pesquisa: bit.ly/cultpopcristao

Quando resolvi escrever so-bre esse tema, em primeiro lugar, achei que não conse-guiria em poucas palavras expressar tudo o que penso

sobre o assunto. Após refletir um pouco descobri que, na verdade, dizer como Deus pode me ajudar a não ser preconceituoso é tão simples e óbvio que agora preciso me esforçar para não ser exageradamente sucinto.

Para explicar em poucas palavras o que é preconceito, no contexto em que a pala-vra tem sido mais usada atualmente, vou utilizar um sinônimo. Preconceito é sinôni-mo de intolerância. Intolerância à outras raças, credos, religiões, etc. O problema, me parece, é que intolerância e preconcei-to têm sido confundido com divergência de opinião. Vejo que alguns temas de nos-sa sociedade não podem mais ser discuti-dos respeitosamente por diferentes raças, credos, religiões, etc, sem que haja intole-rância de ambos os lados. Precisamos en-contrar uma forma de sermos respeitosos em nossas diferenças sem precisarmos abrir mão daquilo que somos, sentimos, vivemos, falamos ou cremos, pois, de ou-tra forma, como acabar com a intolerân-cia e o preconceito? Tem como isso ser mais simples e óbvio?

Como Deus pode me ajudar a não ser preconceituoso? É simples, basta incor-porar os valores de Cristo em sua vida. Jesus nunca abriu mão de suas verdades, mas também nunca foi intolerante com aqueles que eram diferentes Dele, pelo contrário, foi Ele que disse “quem não tem pecados que atire a primeira pedra” para a multidão que queria apedrejar aquela prostituta. Foi ele que passou a noite na casa de um cobrador de impostos odiado por todos naquele contexto social. Foi ele quem se aproximou da mulher samarita-na e começou um diálogo tão inconce-bível naquele contexto que fez com que a mulher se espantasse e dissesse: “como pode você sendo um judeu, falando co-migo, uma samaritana”, afinal, judeus e samaritanos não se toleravam.

É simples assim, cristianismo e precon-ceito em hipótese alguma andam juntos. Quem é preconceituoso não pode ser cris-tão.

Thomás Dias é pastor auxiliar na Sibapa

P a s t o r t h o m á s d i a s

Pode me ajudar a...

...não ser preconceituoso

como deus

f i m d o m u n d o

Instituição pode ter licença revogada

depois que o mundo não acabou no dia 21 de maio - conforme anun-ciou o ministério Family radio Ne-

twork - a comissão Federal de comuni-cações (Fcc) dos Estados unidos recebeu sete queixas exigindo que as licenças de funcionamento das estações de rádio Am e Fm do ministério, fossem revogadas.

As reclamações alegam que a Family radio criou um pânico público e, além

disso, enganou ouvintes que enviaram dinheiro ao ministério. um exemplo dos prejuízos do anúncio foi registrado na califórnia, quando a lyn Benedetto cor-tou a garganta de suas duas filhas, e de-pois a sua própria para que, sengundo a mulher, não sofressem no juízo final imi-nente. As meninas sobreviveram e lyn, após se recuperar foi presa e aguarda julgamento. bit.ly/danosfimdomundo

encontrado ossuário de família de sacerdote bíblico

Arqueólogos israelenses con-firmaram a autenticidade de um ossuário pertencente à família do sacerdote que teria conduzido o julgamento de jesus. A peça, feita em pedra e decorada com motivos florais estilizados, data provavel-mente do primeiro século da Era cristã e tem, portanto, uns 2.000 anos. o governo israelense diz que o ossuário estava com traficantes de antiguidades, impedindo o uso de seu estudo original.

A inscrição no ossuário, em aramaico (língua do cotidiano na região durante a época de cristo), diz: “miriam, filha de Yeshua, filho de

caifás, sacerdote de maazias de Beth imri”. Para os arqueólogos Boaz Zis-su, da universidade Bar-ilan, e Yuval goren, da universidade de Tel-Aviv, que estudaram a peça, o nome “cai-fás” é a pista crucial, pois josé caifás é o nome do sumo sacerdote do Templo de jerusalém que, segundo os Evangelhos, participou do inter-rogatório que levaria à morte de jesus. Não se sabe se miriam seria neta do próprio caifás bíblico ou de algum outro membro da família sacerdotal, mas de qualquer forma o ossuário a coloca na casta de ma-azias, um dos 24 grupos sacerdotais que serviam no Templo.

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a diretoria - A adaptação teatral alcançou 120 mil dvds vendidos no Brasil. A história retrata os seis componentes da alma – mente, coração, emoção, memória, vontade e consciência – abrindo mão dos diferentes interesses e escolhendo qual direção seguir. bit.ly/adiretoriagraca

A melhor forma de viver a vida é investir em algo que ultrapasse sua própria duração. Willian James

m e m ó r i a

Simbolismo e história no Museu do Lixo

Enxergar o tema drogas desde os con-flitos psicológicos dos usuários, passando pelo drama das famílias ao negócio em que o tráfico se tornou é objetivo da sele-ção listada abaixo. É importante observar a classificação etária indicada.

� MaRia ChEia dE GRaça uma garota colombiana, pobre, grávida e desempregada, desesperada em conseguir dinheiro para sua família, aceita trabalhar como mula, levando cocaína para os Estados Unidos em seu estômago.

ClassifiCação: 14 anoS. Drama/2004. Trailer: Bit.Ly/MaRiaChEiadEGRaCa

� BiCho dE SEtE CaBEçaS baseado numa história real de um pai que envia seu filho para um manicômio por tê-lo pego fumando maconha. O filme mostra o despreparo da família em lidar com o assunto.

ClassifiCação: 14 anoS. Drama/2001Trailer: Bit.Ly/7CaBECaS

� Eu, ChRiStianE F ,13 anoS, dRoGada, pRoStituída... uma adolescente alemã conta sua história do álcool às drogas pesadas e à prostituição em Berlim. Uma história real em um filme que causou polêmica em todo mundo.

ClassifiCação: 18 anoS. Drama/1981.Trailer: Bit.Ly/ChRiStianEF

� RéquiEM paRa uM Sonho um jovem casal não consegue estruturar seus sonhos por conta do vício em heroína. A mãe do rapaz vicia-se em remédios para emagrecer.

ClassifiCação: 18 anoS. Drama/2000. Trailer: Bit.Ly/REquiEMSonho

� MEu noME não é Johnny carismático e popular, João viveu intensamente os anos 80 e 90. Neste período ele conheceu o universo das drogas, mesmo sem jamais pisar numa favela. Logo se tornou o maior vendedor de drogas do Rio de Janeiro o que levou à prisão em 1995.

ClassifiCação: 14 anoS. Drama/2008. Trailer: Bit.Ly/MEunoMEnao

luIz HENRIquE MAcHADO, PAlmAs (To)

contar histórias e evidenciar curiosidades sobre objetos que foram descartados é a ideia do museu do lixo. desde 2009, os

funcionários do Aterro sanitário de Palmas criou um espaço para separar as peças que chamam a atenção. Tarefa difícil entre os 230 mil quilos de lixo produzidos no dia a dia da capital!

No acervo tem monitores antigos de com-putadores, máquinas de impressão, telefones celulares, disco de vinil, máquina fotográfica e até algumas fotografias. o engenheiro joão marques, responsável pelo Aterro sanitário, conta que algumas imagens de santos cató-licos estão entre as primeiras peças que in-tegram o museu. Para ele, esse fato reflete a mudança de decisão religiosa, sobretudo entre católicos, que decidiram optar pelas igrejas evangélicas. Também consta no acervo a pri-meira foto oficial do governador do Tocantins, josé Wilson siqueira campos. o retrato teria sido encontrado em 2008.

vISITASo museu do lixo faz agendamento de visita-

ção para escolas, basta entrar em contato com a secretaria municipal de meio Ambiente e ser-viços Públicos pelo no telefone (63) 2111-0602.

filmes

julho é mês de férias escolares! Que tal aproveitar esse tempo e fazer uma atividade criativa, saudá-

vel e divertida com as crianças? uma boa ideia é reunir os pequeninos para construir juntos uma pequena horta no quintal! Além de ter alimentos frescos, cultivar uma horta será relaxante e pode garantir momentos inesquecíveis para a garotada! veja como montar sua horta: bit.ly/hortanoquintal

Horta no quintal

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mais...– por raquel sousa l [email protected]

faça você mesmo