Jornalesas marco 2015 cores

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Publicação trimestral l março 2015 l número X L I

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Jornal oficial da Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa, Porto

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Publicação trimestral l março 2015 l número X L I

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entrevista

O presidente e AE eleita

Que motivação te levou a candidatares-te a presidente da

A.E. da ESAS? O que podem esperar os teus colegas?

Sinceramente não sei bem mas, quando andava no básico, a

semana das campanhas das listas era algo de que eu gosta-

va imenso e, no 9º ano, tive a oportunidade de ser um dos

representantes do básico na lista S, que ganhou nesse ano.

Apesar de eu ser do básico, estava por dentro de algumas

coisas que lá eram feitas e ganhei o gosto. O que os alunos

podem esperar é esforço máximo por parte desta associa-

ção para que possamos ter um ano letivo animado e com o

objetivo de conseguir melhorar certos aspetos na escola.

No cumprimento do programa apresentado às eleições,

quais as atividades que a AE já concretizou? Quais os princi-

pais obstáculos? Qual o desafio que gostavam de conseguir

superar?

As propostas que a associação tem em mente são todas

viáveis, tendo sido algumas já realizadas. Estamos a preparar

algumas palestras que irão transmitir conhecimentos impor-

tantes para os alunos, para serem aplicados nas suas vidas

individuais e profissionais. A AE vai proceder à criação de

uma rádio escolar, que terá como principal objetivo passar

algumas músicas nos intervalos, para os alunos relaxarem

um pouco das aulas. Tomamos a iniciativa de criar um tor-

neio inter-turmas de futebol no qual todos os alunos da

escola puderam inscrever-se e não revelamos mais, pois os

eventos próximos ainda são surpresa.

Como funciona a distribuição de funções dentro da AE?

A associação de estudantes divide-se em vários órgãos, a

direção, a assembleia geral, o conselho fiscal e algumas

comissões, tanto do ensino básico como do ensino secun-

dário. A direção assume o controlo da maioria dos assuntos,

a assembleia geral é a “nossa voz”, e o conselho fiscal trata

de assuntos do âmbito financeiro; as várias comissões de-

sempenham a sua função quando necessário, como a orga-

nização de festas, reuniões, etc… Mas quando há tarefas a

realizar, acho que todos nós remamos para o mesmo lado e

apoiamo-nos uns aos outros para finalizar as tarefas com

sucesso.

“ (…) a associação existe para ouvir e defender toda a comunidade escolar” - presidente Gonçalo Mota

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Desconto de 15% em todos os trabalhos

técnicos para professores, funcionários e

alunos do Agrupamento de Escolas Aurélia

de Sousa.

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Como é que é financiada a A.E?

Quando vencemos as eleições e tivemos acesso à sala da

associação de estudantes começamos do zero, e fomos cres-

cendo, conseguindo mantermo-nos numa situação financeira

razoável graças aos matrecos, fonte de onde obtemos o capi-

tal para podermos avançar com certas atividades. No Carna-

val queríamos proporcionar uma festa aos alunos e não con-

seguimos, porque não tínhamos condições financeiras, conse-

quentemente o evento foi cancelado. No início do ano, para a

realização de atividades, todos os elementos contribuíram

monetariamente. Para que situações como estas não se repi-

tam, a AE está a procurar soluções para resolver o problema

da melhor maneira.

Como é a vossa relação com as estruturas da escola? Dire-

ção? Conselho geral? Outras?

Como representantes dos alunos, achamos que uma boa

ligação entre a AE, a direção da escola, funcionários, profes-

sores e alunos é benéfico. Uma boa relação entre todos os

órgãos que constituem a comunidade escolar ajuda-nos a

trabalhar com mais vontade, pois todos se mostram disponí-

veis para nos ajudar. Disso não nos queixamos, pois existe um

ambiente tranquilo na escola, na direção, secretaria, conselho

geral, funcionários, professores, etc… Desde já sublinhamos a

maneira como a direção da escola nos acolheu, mostrando-

se disposta a apoiar a associação em todos os sentidos. Isso

motivou a AE na execução do seu projeto rumo à mudança!

Deixa uma mensagem para os teus colegas.

Aos alunos, gostaríamos de pedir que continuem a fazer des-

ta escola o que ela já é ou ainda melhor. É uma escola com

bom ambiente, boas iniciativas e bons resultados a nível naci-

onal, e sentimos orgulho ao representá-la. Também gostaría-

mos de pedir que, se algo estiver mal, nos transmitam, pois a

associação existe para ouvir e defender toda a comunidade

escolar.

Logótipo usado na campanha

Gonçalo Mota , presidente AE , 11ºF

Entrevistado por Pedro Santos, 11ºH

A Lista W é diferente. Queremos trazer melhorias e mu-

dar positivamente muitos aspetos que não têm sido

tratados. Chega de pedidos. Agradecemos a todos os

que votaram em nós e a confiança que depositaram no

nosso grupo!

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opinião

A nossa escola aos nossos olhos

Para os que não conhecem esta secção do

JornalEsas, esclarecemos que se baseia em

breves questionários aos estudantes, procuran-

do assim perceber o que pensa a escola da

escola. Considerando o quão interessante são

as respostas encontradas, decidimos fazer disto

um artigo indispensável a ser publicado com

regularidade.

Assim, no questionário desta edição, aborda-

mos o tema relacionado com a Associação de

Estudantes, dada a sua importância na vida de

qualquer aluno.

Ao interrogarmos os nossos colegas sobre a

importância que atribuem à AE (Associação de

Estudantes), percebemos que 46% considera-

ram de “muita” importância, 35% de“alguma”,

10% “pouca” e 9% nenhuma de todo.

Estes valores deram-nos que pensar. A AE exis-

te pelo puro propósito de representar-nos,

como grupo e comunidade. Que força pode

ter se mais de metade dá “alguma”, “pouca” ou

até nenhuma importância à organização que

os representa?!

Parece-nos que se alguém é capaz de modifi-

car algo aqui somos nós, não só a AE, mas a

escola como potência!

Uma lista deve espelhar e apoiar as tuas causas

e princípios mas, no entanto, ainda existe uma

grande quantidade de gente que vota pelas

“festas”! Não são as festas que demonstram o

espírito e objeivo de uma lista. O que aconte-

ceu ao verdadeiro propósito destas??

A organização de eventos desportivos é algo

importante na dinâmica da associação, assim

como as festas, viagens e bailes, mas não de-

vem ser estas as suas principais preocupações.

Uma boa AE deve pôr a opinião e força da

palavra de todos e qualquer estudante acima

das festas e bailes.

Como poderemos nós marcar a mudança e ter

mão-de-obra para a escola que queremos

construir, se não votamos? O voto é a nossa

única ferramenta, há que aproveitá-la.

Trabalho de Miguel Pereira (9ºF) e

João Gonçalves (9ºE).

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opinião

“ Pensar que um aluno por ter NEE só pode conviver com

pessoas com o mesmo tipo de problemas é algo que se

nos assemelharia impossível se estivéssemos na mesma situa-

ção”, afirma a Professora Catarina Cachapuz. Mas a importân-

cia da inclusão vai muito para além de dar a estas pessoas

diferentes a oportunidade de viverem no mundo da mesma

forma que nós: “ Nós temos muito a tendência a pensar que

estar integrado numa turma é muito benéfico para estes alu-

nos em questão e esquecemo-nos do quão enriquecedor isso

é para todos os outros”. Só ao ver como, mesmo com certas

limitações, estes alunos conseguem fazer tanto ou mais do

que nós é que podemos realmente começar a dar valor às

nossas vidas e a perceber que tudo é possível. Basta ter força

de vontade.

A mudança é algo que está apenas nas nossas mãos, e a dis-

tância para coisas tão simples,mas tão significativas. Como me

disse o diretor do CIAD (Centro Integrado de Apoio à Deficiên-

cia, da Santa Casa da Misericórdia), João Belchior, numa visita

que lá fiz “A integração passa muito pela mobilidade e pela

cidadania … Não faz sentido haver uma rampa perfeita de um

lado do passeio, se não existir outra no passeio para o qual se

pretende atravessar (…) É necessário despertar/sensibilizar as

pessoas para estas questões”. É imperativo aprendermos a

respeitar e a apoiar estas pessoas tão iguais a todos nós, que

também têm vontades, sonhos e o direito a serem amadas.

Integrar é aceitar o outro como ele é, com as suas aptidões e

limitações, mas também termos a coragem de nos pormos no

lugar do outro e tratá-lo como gostaríamos que nos tratassem

a nós.

Texto de Miriam Costa , 12ºano

Na foto, a Miriam com a Alexandra (11ºI)

Nós e as diferenças vistas de fora para dentro

Embora já muito tenha sido feito no sentido de integrar as pessoas com

necessidades educativas especiais, ainda há um longo caminho pela

frente. E este caminho consiste principalmente na formação cívica e no

convívio com a diferença.

Rua Santos Pousada , 1222

4000-483 Porto Rua Santos Pousada, 1204—4000 –483 Porto

Tel/Fax.: 225 024 938 / Tlm.: 911 710 979

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economia

Bitcoin: A moeda do futuro?

Os Bitcoins apresentam várias vantagens em relação às

outras formas conhecidas de moeda. Em primeiro lugar, o

facto de serem guardados num smartphone ou noutro

dispositivo eletrónico torna prático o seu transporte, para

além de que as transferências são muito rápidas e com a

generalização da moeda poder-se-á tornar o sistema mais

prático de todos. Em segundo lugar, sendo descentralizado,

podem ser transferidos de uma pessoa para outra sem

passar por qualquer banco ou instituição de câmbio, o que

diminui consideravelmente as taxas. Sendo uma moeda

online universal não é necessário cambiar, podendo ser

usada em qualquer país. Para além disso, as contas não

podem ser congeladas e não existem quaisquer pré-

requisitos ou limites para obter os Bitcoins. Por último, a

ausência de uma entidade administradora torna impossível

a manipulação do valor real da moeda ou a indução de

inflação pela emissão de mais moeda, uma vez que os

Bitcoins pararão de ser gerados quando atingirem o limite

arbitrário de 21 milhões de Bitcoins em circulação, o que

acontecerá no ano de 2140. No entanto, um grande au-

mento da procura faz com que o valor real da moeda au-

mente no mercado de câmbio.

Por outro lado, os Bitcoins ainda apresentam algumas bar-

reiras. Primeiro, permitem fazer transações sem revelar a

identidade do comprador ou do vendedor o que também

dificulta o combate ao cibercrime. Segundo, sendo uma

moeda online está naturalmente sujeita aos ataques infor-

máticos. Em terceiro lugar, não estando dependente de

uma entidade central, leva a que o seu valor aquisitivo seja

bastante volátil (a unidade já atingiu valores entre 0,1$ e

1100$). Para além disso, por não ser uma moeda oficial e as

moedas virtuais ainda serem novidade, não existe muita

legislação sobre a mesma, o que significa que não existe

proteção contra perdas ou fraudes. Por último, a sua fraca

de divulgação resume a utilização dos Bitcoins às compras

pela internet, sendo que esta forma de pagamento ainda é

muito pouco conhecida e utilizada pela maioria dos vende-

dores e fornecedores de serviços.

Para se iniciar no uso e investimento de Bitcoins é necessá-

rio uma prévia e exaustiva investigação. Sendo uma moeda

relativamente recente e sem qualquer regulamento ou con-

trole, é preciso conhecer muito bem a mesma e, como a

própria Fundação Bitcoin avisa, os investidores não devem

investir mais no Bitcoin do que estão dispostos a perder".

Quando se decidir a usá–los, o primeiro passo é adquirir

uma Wallet (carteira) , programa onde se guardam os

Bitcoins. Existem vários géneros entre online, offline, móveis

(para smartphones) e de hardware (as mais seguras). A

seguir, obviamente, há que adquirir os Bitcoins. Existem três

maneiras de os obter. Uma é comprar os Bitcoins a outra

pessoa. Outra forma é aceitá-los como pagamentos pelos

seus produtos ou serviços. Por último, existe o chamado

Mining (exploração). Cada transação de Bitcoins é verificada

e por fim publicada no site oficial Blockchain (https://

blockchain.info/pt/). Os utilizadores podem verificar estas

transações e serão recompensados com Bitcoins, sendo

esta a forma de o sistema introduzir mais moeda em circu-

lação. Naturalmente que este último método inclui um in-

vestimento inicial em hardwares especializados, e é um

meio altamente competitivo e muito difícil de ter elevados

rendimentos. Quando tiver os seus Bitcoins na sua Wallet,

pode começar a usá-los para adquirir bens e serviços. Exis-

tem vários sites e cada vez mais lojas a aceitar Bitcoins.

Os Bitcoins possuem várias vantagens, inúmeros atores

internacionais influentes a apoiar e uma crescente vulgari-

zação. Apesar disso, são notórios os obstáculos que ainda é

necessário superar por forma a singrar como meio genera-

lizado de trocas. Resta saber se poderemos estar na pre-

sença da moeda do futuro. E se sim, quanto tempo resta

até o dinheiro deixar por completo o seu suporte físico?

Texto de Jorge Ferreira, 12ºE

Bitcoin é a primeira moeda digital descentralizada. Foi lan-

çada em 2008 num sistema eletrónico peer to peer (parceiro

para parceiro). São moedas enviadas pela internet de um

indivíduo para outro sem passar por qualquer entidade fi-

nanceira. Cada Bitcoin é divisível até à oitava casa decimal

(0,00000001 ou 10⁻⁸), sendo esta subunidade conhecida por

satoshi que é o pseudónimo do criador do sistema.

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Nas fotos, da esquerda para a direita: Joana Babo (10ºG), Sara Ribeiro (10ºG), Ana Francisca Machado (10ºF), Andreia Morei-

ra (10ºF), Tomás Barreto (10ºF) e Gonçalo Silva (10ºG), Inês Santos, Diana Gonçalves, Rodrigo Albuquerque e Inês Silva., do

11ºF.

A Junior Achievement Portugal, em parceria com a

Câmara Municipal do Porto, organizou, no dia 13

de fevereiro, a 3ª edição do Creativity & Innovation Chal-

lenge - Porto de Futuro, uma iniciativa desafiante que reu-

niu 110 estudantes de escolas do grande Porto, no Instituto

Superior de Engenharia do Porto. Este desafio tinha como

objetivo relacionar as escolas e o território envolvente

(cidade do Porto). A nossa escola foi uma das participantes,

no âmbito da disciplina de Economia, tendo os alunos sido

acompanhados pela professora Clara Falcão.

Predestinados a ficar 9 horas numa sala, juntamente com

voluntários ligados a vários setores empresariais, teríamos

de elaborar propostas que visassem a criação de "Pontes

para o Mundo" e desenvolvessem as nossas capacidades

de empreendedorismo, de cumprimento de prazos e de

expressar os nossos projetos e ideias perante um júri com-

posto por elementos de grande influência na cidade invic-

ta.

De salientar as excelentes classificações alcançadas pela

nossa escola, ocupando três dos quatro lugares premiados.

Inês Silva do 11ºF fez parte da equipa que obteve o 4º

lugar e irá passar um dia Câmara Municipal do Porto; Inês

Santos, da mesma turma, cuja equipa obteve a 2ª posição,

foi premiada com três dias na Cerealis. Destaque para o

topo do pódio, onde se classificou a equipa integrada por

Tomás Barreto do 10ºF. Juntamente com os membros da

equipa “Eureka”, idealizou um evento anual semelhante ao

“Shark Tank” (programa norte-americano ligado ao empre-

endedorismo), destinado aos jovens portuenses pertencen-

tes ao ensino público e com idades compreendidas entre

os 14 e 18 anos que tivessem ideias para desenvolver a

capital do Norte, realçando também que o “O Futuro do

Porto está no Porto” (frase criada e adotada pela equipa).

O prémio compreende a possibilidade de passar 4 dias na

Sonae e de usufruir de um curso de verão na Porto Busi-

ness School.

Esta inédita oportunidade, nunca antes experimentada

pelos alunos foi, portanto, enriquecedora, gratificante e

educativa, o que tornou esta experiência memorável.

Ana Francisca Machado, 10ºF

Andreia Moreira , 10ºF

Tomás Barreto , 10ºF

Projeto Innovation Challenge

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Jovens Repórteres para o Ambiente

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Como salvar uma espécie ameaçada

O Órix-de-cimitarra é uma espécie altamente ame-

açada, que já só existe em Jardins Zoológicos.

Durante a Missão JRA 2015 – conservação ex-situ, desco-

brimos a importância de conservar as espécies e qual o

papel de todos nós nessa ação.

Ao contrário da maioria das espécies, o Órix-de-cimitarra

não se encontra em perigo de extinção pelos motivos nor-

malmente apontados, como a desflorestação, a caça des-

portiva ou a destruição dos habitats. No sítio de onde são

endémicos, o Norte de África, estes animais são entendidos

como símbolo de poder, isto é, o senhor mais poderoso é o

que tem a maior manada privada de órix; há também, na

medicina tradicional dos indígenas, lendas que dizem que

alguns órgãos destes animais têm poderes terapêuticos.

Desde o seu resgate para os jardins zoológicos que se tra-

balha com o objetivo de o reintroduzir no habitat. Contudo,

a dificuldade de mudar as mentalidades no local tem atra-

sado o processo. Tem-se apostado fortemente na educa-

ção ambiental das populações e no enriquecimento ambi-

ental com os animais no jardim, para que estes se encon-

trem preparados para a reintrodução.

Não nos devemos esquecer que a reintrodução deve sem-

pre ser utilizada em último recurso, dado que se deve co-

meçar pela prevenção: proteção in-situ e sensibilização das

populações.

A biodiversidade é fundamental para manter o equilíbrio do

nosso planeta tal como o conhecemos. Todas as espécies

têm a sua função específica e são insubstituíveis. O Homem,

como principal ameaça, é também o principal responsável

pela preservação.

A extinção é para sempre.

Texto de Miriam Costa , 12ºano

A s mudanças climáticas são a

maior ameaça ambiental do

século XXI, com consequências pro-

fundas e transversais a várias áreas da

sociedade: económica, social e ambi-

ental. Todos nós, sem exceção, esta-

mos a ser afetados por esta questão:

cidadãos comuns, empresas, gover-

nos, economias e, a mais importante

de todos, a natureza.

Mudanças climáticas sempre foram

registadas ao longo dos milhares de

anos que o planeta Terra tem. O pro-

blema prende-se com o facto de, no

último século, o ritmo entre estas mu-

danças climáticas ter sofrido uma forte

aceleração e a tendência é que tome

proporções ainda mais caóticas se não

forem tomadas medidas. A ocorrência

de ondas de calor e secas são fenó-

menos cada vez mais frequentes, e as

consequentes perdas agrícolas repre-

sentam uma ameaça real para as eco-

nomias mundiais.

No centro destas mudanças estão os

chamados gases de efeito estufa, cujas

emissões têm sofrido um aumento

acentuado. O CO2 (dióxido de carbo-

no) é o principal gás negativo desses

designados de efeito estufa, e são

consequência directa do uso/queima

de combustíveis fósseis como o carbo-

no, o petróleo e o gás com fins ener-

géticos A atividade humana foi apon-

tada, em 2007, como a principal causa

destas mudanças do clima.

É, por isso, imprescindível reduzir as

emissões deste tipo de gases. Como?

Eliminando, progressivamente, o uso

constante dos combustíveis fósseis,

substituindo-os pelas energias renová-

veis, desenvolvendo a poupança de

energia e eficiência energética.

Ao mantermos uma atitude inativa e

indiferente perante esta questão, cor-

remos o risco de sermos expostos a

eventos climáticos extremos e imprevi-

síveis (como os que têm vindo a ser

noticiados nos últimos tempos) e com

efeitos trágicos para todo o mundo!

Texto de Rui Branco, 11ºG

Alterações climáticas

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Lá e Cá

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A minha família de acolhimento foi a família mais desejável

e penso que tive muita sorte. Foi uma gran-

de mudança porque, na Alemanha, tenho apenas um irmão

e, em Portugal, de repente, tinha 4! Eu adorava ter uma

família grande e passei momentos muito giros com eles.

Escolhi Portugal para fazer o intercâmbio porque gosto

imenso da língua portuguesa, sempre a achei muito interes-

sante e queria aprendê-la. Embora eu já soubesse falar um

pouco, quando cheguei, conseguia expressar-me bem, mas

quase não entendia nada do que as pessoas me diziam.

Mas rapidamente melhorei o meu conhecimento da língua

e comecei a perceber o que falavam.

Andei no Curso Profissional de Turismo e tive muitas disci-

plinas e aulas. Acho que foi uma vantagem, porque assim

ficava muito tempo junto com os meus colegas, pu-

de conhecê-los e estava pouco tempo sozinho em casa.

Gostei também de ter disciplinas diferentes das que tinha na

Alemanha, podendo assim aprender coisas

que não aprendia lá. Na escola, tanto os professores como

os alunos foram sempre muito abertos e interessados em

mim.

Além da escola, ia quatro vezes por semana com dois dos

meus ” irmãos” ao taekwondo. Antes nunca tinha praticado

uma arte marcial, mas gostei imenso e continuo aqui, na

Alemanha, a fazer Taekwondo. Gostei muito do espírito do

taekwondo que ensina a ter respeito ao professor e aos

outros alunos e a ter disciplina. O grupo era uma família na

qual me sentia sempre muito bem recebido.

Nos fins de semana, combinava com os meus colegas e

íamos almoçar juntos, passear pela Baixa, a um shopping

ou ao cinema. Gostei muito de conhecer diferentes partes e

monumentos da cidade, mas também de outras cidades

que visitei com a minha família e a minha conselheira AFS.

Outro aspeto muito giro foi o contacto com os outros ex-

changees AFS que estavam no Porto e com os quais passei

muito tempo nos fins de semana. Nós dávamo-nos todos

muito bem porque tínhamos interesses mas também pro-

blemas parecidos, vivendo todos um ano fora do nosso

país. É muito interessante ver estes jovens de diferentes

culturas e países encontrarem-se e criarem assim um "grupo

internacional”. Na minha opinião, isso é que é o espírito

AFS.

O Clube Europeu da minha escola organizou um Dia da

Alemanha, com diferentes projetos, como um workshop de

fazer bolachas alemãs, um quiz sobre o país,

uma apresentação minha sobre o meu intercâmbio e até a

comida da cantina, nesse dia, foi uma especialidade da mi-

nha região. Muito obrigado Clube Europeu e Professora

Paula Magalhães por tudo!

No último dia de escola em Portugal, a minha diretora de

turma perguntou-me o que ia levar de Portugal para a Ale-

manha. Eu respondi que ia levar uma nova língua, o saber

que tenho, amigos e uma família em Portugal, muitas expe-

riências, uma outra cultura, outras cidades, um outro des-

porto e amigos novos. Além disso, disse que aprendi muitas

coisas novas seja na escola (por exemplo aprendi dançar

cha-cha-cha) ou seja coisas da vida ou de mim próprio. Já

estou com muita vontade de visitar Portugal que, agora, já é

uma parte de mim.

Obrigado a todos que fizeram parte da minha experiência

AFS (a minha família de acolhimento, a minha conselheira

AFS e a família dela, os meus amigos e professores

da escola, a família do taekwondo e os AFSers que encon-

trei em Portugal, mas também já na Alemanha e, claro, à

AFS).

Eu chamo-me Nils e sou do sudoeste da Alemanha. Fiz um intercâm-

bio semestral com AFS em Portugal este ano lectivo, 2014/2015. Vivi

no Porto e frequentei a Escola Secundária Aurélia de Sousa.

Tübingen é uma das clássicas cidades universitárias alemãs

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O legado de Darwin 10 l Jo

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Fotos do trabalho (tela) que os alunos de Desenho A do 10º J da Escola Secundária Aurélia de Sousa, conceberam e

realizaram para a exposição Darwin, 2015, Tela em Madeira , Tinta Acrílica e Pastel de óleo, 140 cm x 86 cm

N esta produção a tinta acrílica e a pastel de óleo, a

turma de Desenho A da Escola Secundária Aurélia

de Sousa, no Porto, tentou fazer uma composição original e

criativa da Teoria da Evolução apresentada por Charles

Darwin, no âmbito da celebração daquilo que seria o seu

204º aniversário. Na obra, ao invés da típica representação

da evolução da espécie humana, partiu-se de uma fotografia

de alguns dos alunos da turma, tornando o trabalho mais

personalizado, envolvendo os estudantes de uma forma en-

tusiasmante no projeto, já que eles próprios estão represen-

tados na sua obra.

Os alunos desta turma, bem como de outra turma de Ciên-

cias - onde a Professora Xana Sá Pinto da Faculdade de

Ciências fez a sua apresentação sobre Darwin no final do 1º

período, foram ao Palácio de Cristal, no dia 12 de fevereiro,

assistir a uma palestra e à inauguração da Exposição sobre

Darwin, onde também participaram.

Alunos do 10ºJ - prof. António Carvalhal

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1Adaptado de Ribeiro, Lincoln Almir Amarante. "Um tratamento

quantitativo para a classificação das línguas Indo-Européias." DELTA

22.2 (2006): 329-344.

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Desde a época de Darwin (1871) que se acredita que a evolu-

ção das línguas e das espécies ocorre de maneira paralela e

que esse processo se desenvolve de modo gradual. De facto,

processos biológicos fundamentais da evolução como, por

exemplo, a cladogénese, a seleção, a flutuação aleatória e a

mutação têm análogos linguísticos. Isto é, assim como as es-

pécies estão sujeitas à seleção natural, as línguas estão sujei-

tas à seleção social. Os processos de flutuação aleatória e de

mutação atuam nas unidades lexicais da mesma maneira que

nos genes. E, o que é ainda mais importante, tal como as

linhagens biológicas, também as línguas se separam e diver-

gem em árvores de famílias.

Assim, acredita-se que as línguas possam ser descritas por

uma estrutura evolucionária hierárquica na forma de uma

árvore, ou seja uma representação gráfica da evolução do

grupo de línguas a partir do ancestral comum mais próximo1.

Este trabalho tem por objetivo tornar mais claro a relação de

parentesco entre as línguas indo-europeias, dando especial

atenção ao ramo Itálico (no qual se encontra o Português) e

ao ramo Germânico (ao qual pertence o Inglês, uma das lín-

guas francas do século XXI). Através de um modelo tridimen-

sional que documenta de uma forma simplificada e apelativa

a história da palavra, esperamos mostrar que os contributos

de Darwin, a quem esta exposição é dedicada, se estendem

muito para além do domínio das ciências naturais.

Alunos do 11ºC - profª Ana Amaro

A cladogénese corres-

ponde a um processo

evolutivo que gera

ramificações nas linha-

gens de organismos ao

longo da

sua história evolutiva.

As novas espécies for-

mam-se por irradiação

adaptativa, isto é, a

partir de grupos que se

isolam da população

original e se adaptam a

diferentes regiões. De-

pois de longo tempo

de isolamento, estas

populações originam

novas espécies.

O legado de Darwin

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A turma é o 11º C e os alunos presentes na fotografia são: Ana Rita Barros, Cláudia Mamede,

João Paulo Nunes, João Paulo Martins.

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Projeto “Aulas fora de portas...”

conferências

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desporto

Nos últimos anos, várias instituições da

cidade têm colaborado gratuitamente,

ou a um preço especial, com o grupo de

educação. física da ESAS, proporcionan-

do aos nossos alunos experiências des-

portivas que têm contribuído para enri-

quecer o seu alfabeto motor e, não me-

nos importante, para passar momentos

de convívio que ficarão guardados na

memória de todos.

Não poderíamos deixar de realçar a

fantástica colaboração do Clube de Judo

do Porto, em particular do Mestre Rui

Teixeira, pela sempre pronta disponibili-

dade para nos receber ou para se deslo-

car à nossa escola.

Para além do registo fotográfico, fica a

lista de todos os que nos têm aberto as

suas portas, a maior parte gratuitamente.

A todos, o nosso muito obrigado!

JUDO: Clube de Judo do Porto – Rua

Alves da Veiga; ESGRIMA: Sport Club do

Porto (Rua de St Catarina); NATAÇÃO:

Faculdade de Desporto da Universidade

do Porto (Rua Roberto Frias); ESCALA-

DA: Gabinete de apoio ao desporto uni-

versitário da Universidade do Porto –

escalada na parede da Faculdade de

Desporto da Universidade do Porto;

EQUITAÇÃO: Escola de Equitação do

Quartel do Carmo; SURF: Escola de Surf

Onda Pura (pagamento especial para

grupos escolares).

Texto de Catarina Cachapuz

(profª educação física)

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Em outubro de 2014, ficamos entusiasmados com a obra

gráfica e escultórica de Monir Shahroudy Farmanfarmaian

que visitamos no Museu de Arte Contemporânea de Serral-

ves. Monir é árabe: nasceu no Irão em 1924, viveu entre este

país e os Estados Unidos e só aos 80 anos foi internacional-

mente reconhecida como artista plástica. A sua obra alia as

tradições estéticas da arquitetura e da decoração islâmicas à

arte ocidental. Foi nela que nos inspiramos para realizar este

trabalho coreográfico.

Escolhemos Monir porque quisemos ouvir notícias sobre o

mundo árabe que não tivessem como pano de fundo o hor-

ror. Porque nos recusamos a embarcar na islamofobia. Por-

que queremos conhecer o desconhecido. Porque gostamos

da diferença. Porque os cinco sentidos, representados nos

pentágonos de Monir, devem ser usados para absorver o

mundo e não para o derrubar.

Em janeiro de 2015, um brutal atentado em Paris revelou o

horror à Liberdade de um grupo de fanáticos. Foram vários

os muçulmanos que gritaram “EM NOSSO NOME NÃO”,

pedindo para que não se misture islão e extremismo. Acredi-

tamos que a promoção do pluralismo, da tolerância e dos

direitos humanos têm de incluir a oposição a todas as formas

de discriminação e de racismo. Acreditamos que a arte da

sátira foi desde sempre uma força da liberdade contra a

tirania, a desonestidade e a estupidez. Damos voz às pala-

vras de Nelson Mandela quando afirmava que a liberdade é

indivisível!

A 27 de janeiro último, na cerimónia que assinalou o septua-

gésimo aniversário da libertação do campo de concentração

de Auschwitz, um dos poucos sobreviventes declarou que é

indispensável “educar as novas gerações para o respeito e a

tolerância; ensinar que o ódio nunca está certo e o amor

nunca está errado”.

Grupo de Dança Contemporânea da Aurélia de Sousa

dança contemporânea

Inspiração para o trabalho coreográfico

Arte Cultura Islão Tolerância Diferença Multiculturalismo Liberdade

Fotos: em cima - Construção de adereços; em baixo - Atuação do grupo na Esc. Sec. do Campo - Valongo

Page 14: Jornalesas marco 2015 cores

Basquetebol

No passado dia 17 de janeiro, uma comitiva da Escola

Secundária Aurélia de Sousa deslocou-se até à EBS Cerco

do Porto para participar no Campeonato Escolar 3x3 de

Basquetebol.

Presentes em 3 escalões masculinos (Iniciados, Juvenis e

Juniores), os nossos alunos tiveram uma manhã intensa,

realizando 4 jogos com equipas de outras escolas da

zona do Grande Porto.

Destaque para a equipa de Juniores Masculinos, compos-

ta pelo Diogo Andrade, Joaquim Leite e Serafim Moura,

que venceram a competição, tendo ficado apurados para

disputar a Fase Regional.

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desporto escolar

Grupo de alunos que pratica “Tiro com arco”, com a professora, Fátima Sarmento

Texto de Francisca Paixão, 8ºC

Foto: grupo de alunas que praticam acrobática com a profª

responsável, Luísa Paula e o profº convidado, Lourenço Fran-

ça . Em cima: Francisca Paixão, Sofia Paixão e Luísa. Em bai-

xo, Alexandra, Margarida, Inês, e Ana Catarina.

AcroEsas

No dia 7 de fevereiro, realizou-se na escola Almeida Garrett

mais um encontro de ginástica acrobática.

As alunas da escola Aurélia de Sousa participaram na com-

petição e alcançaram o pódio. A escola concorreu nas se-

guintes categorias: par feminino nível 3, par feminino nível 2

e trio feminino nível 2.

Este ano realizar-se-ão ainda dois encontros, em março e

abril, que ditarão as pontuações finais mas, de qualquer for-

ma, a ESAS está de parabéns.

Texto do prof. Eurico, educação física

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visita de estudo

Porto Liberal

N o dia 28 de janeiro, as turmas E e G, do 11.º ano,

tiveram a oportunidade de contactar com as vi-

vências históricas da cidade do Porto, através de uma visita

de estudo dinamizada pelos professores de história e de

português. A propósito do estudo das Invasões Francesas,

das Lutas Liberais e do Romantismo, os alunos passearam

pelas ruas da Invicta, verificando os vestígios toponímicos

que o Cerco do Porto deixou como herança, para que não

esqueçamos os sacrifícios impostos aos nossos antepassados

portuenses pela defesa dos ideais liberais. Para além da Igre-

ja da Lapa, onde se encontra o coração de D. Pedro IV, o

Rei Soldado, como legado romântico de um Imperador eter-

namente grato à resiliência e ao espírito de sacrifício de uma

cidade capaz de rejeitar o absolutismo de D. Miguel, os alu-

nos visitaram outros locais icónicos, contactando com a his-

tória e a cultura vivas num espaço familiar, por onde, quoti-

dianamente, se movimentam alheios à sua riqueza cultural,

patrimonial e histórica. Foi ainda possível relembrar os no-

mes dos Bravos do Mindelo, entre os quais se destacou Al-

meida Garrett, cuja casa de nascimento foi também observa-

da neste percurso urbano. A caminhada levou-os ao Mira-

douro da Bataria da Vitória, local estratégico das linhas de-

fensivas liberais, onde foi possível conferir os vestígios ar-

queológicos dos ferozes ataques miguelistas vindos de Vila

Nova de Gaia, usufruindo, em simultâneo, de uma das vistas

mais privilegiadas da cidade. A caminhada terminou junto da

estátua equestre de D. Pedro IV, na Praça da Liberdade.

Para além do contacto com a memória histórica da cidade,

alunos e professores partilharam conhecimentos, num sau-

dável ambiente de convívio e informalidade a repetir em

futuras visitas.

Texto e fotos de Carmo Oliveira (profª de português)

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V oltamos a marcar encontro com Álvaro Domingues,

geógrafo, professor da faculdade de arquitetura e

investigador, mas, desta vez, tivemos uma aula no exterior.

Começamos por olhar a paisagem envolvente do estádio do

Dragão, nas Antas, e surpreendemo-nos ao descobrir o efei-

to que este projeto urbano está a ter sobre a organização

do espaço geográfico da zona oriental da cidade. Este terri-

tório funcionou como uma espécie de back office da cida-

de, dado que foi sendo ocupado ao longo dos tempos pelas

atividades “indesejáveis”, o matadouro, o mercado abastece-

dor, e sobre ele recai um certo estigma. Desde sempre, foi a

zona ocidental da cidade a mais bafejada pelos investimen-

tos. Tudo que se fazia de bom, acontecia em direção à foz

do rio Douro e ao mar.

Ora, este novo projeto de urbanização que procura contrari-

ar essa tendência, pelos valores que simboliza e pela sua

excecional qualidade arquitetónica e de ordenamento espa-

cial, tornou-se, ele mesmo, um polo de atração turística. A

partir do mirante pode-se disfrutar uma paisagem “híbrida”,

onde não falta uma complexa rede de “próteses”.

Álvaro Domingues utiliza esta terminologia para aludir a um

espaço onde a cidade se contaminou de campo e o campo

de cidade e as “próteses” são as infraestruturas que supor-

tam a vida urbana tais como as redes viárias, de distribuição

de energia, água, saneamento. A parafernália tecnológica e

os sistemas em rede, sejam aéreos, subterrâneos ou virtuais,

explodem pelo território rumo à “urbaneidade”.

Ficamos a saber que a intermodalidade foi contemplada nas

funcionalidades do projeto, pois o estádio dispõe do sistema

“park and ride” onde o visitante pode estacionar o seu auto-

móvel e seguir de metro.

Há muitos que utilizam o espaço público exterior do estádio

como “pista” onde, principalmente com tempo quente, os

portuenses aproveitam para caminhar ou fazer jogging e

desfrutar de uma vista panorâmica.

Assumindo o papel de nosso cicerone, o Dr. Álvaro levou-

nos até ao Jardim do Morro em Vila Nova de Gaia e, a partir

da belíssima perspetiva que daí temos sobre a cidade do

Porto, falou-nos do turismo e apelidou-o de “máquina de

fazer cidade”.

Do passado até ao presente, percorremos memórias e acon-

tecimentos dos lugares, desde a valorização do rio Douro,

como o porto do Porto, até à deslocalização para Leixões, a

cidade mercantil, a cidade industrial, a importância do cami-

nho-de-ferro e das pontes.

No Jardim do Morro, em Vila Nova de Gaia, os alunos das turmas, F, G

e I do 11ºano, com Álvaro Domingues, na 1ºlinha e os professores:

Mariana Batouxas (geo), Isabel Trigo,(geo) Julieta Viegas (geo), António

Catarino (história) e Carmo Oliveira (português).

O Porto do futuro?

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visita de estudo

Hoje está em curso um processo de estetização da cidade

que aos poucos a transforma numa espécie de Disneylândia,

rumo à cidade espectáculo, em que a requalificação tem lu-

gar em larga escala. Esta orientação teve a ver com inúmeras

decisões autárquicas, a partir do Porto 2001, em que fomos

Capital Europeia da Cultura e cativamos financiamentos, pro-

jetos grandiosos e a atenção do país. Claro que a renovação

do aeroporto de Sá Carneiro com a valência das viagens low-

cost tem contribuído para a projeção e visibilidade da nossa

cidade.

Somos, de acordo com os padrões europeus, também uma

cidade low-cost.

Alguém disse um dia ”aprender é um dos maiores prazeres

da vida”.

Esta atividade foi dinamizada pelas professoras de Geografia

A, que lecionam o 11ºano e insere-se na temática relativa

aos espaços urbanos.

Na foto : Álvaro Domingues, descrevendo a paisagem a partir do Estádio do Dragão l foto de profª Carmo Oliveira

Alunos das turmas G, F e I de 11ºano e profªs de Geografia

[email protected]

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visita de estudo

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O nome da rua está associado à

construção da igreja de São

Martinho, cuja fundação se pensa re-

montar ao século VI e porque teria sido

“cedo feita”, derivando em Cedofeita..

A abertura da rua de Cedofeita aconte-

ce em 1762, integrada num vasto plano

de renovação urbanística posto em

prática por João de Almada e Melo. O

plano teria como objetivo ligar a zona

portuária ribeirinha com a alta da cida-

de, através da "regularização e criação

de eixos de escoamento”. Entre as vias

mais importantes encontrava-se a então

denominada "rua da Estrada", que se-

guia para Vila do Conde, hoje rua de

Cedofeita.

A urbanização da rua, durante os sécu-

los XVIII e XIX, foi trabalho do arquiteto

e urbanista portuense Teodoro Maldo-

nado e contou também com o envolvi-

mento de outros burgueses da época,

entre os quais Francisco António Ribei-

ro, cujas iniciais FAR ainda se podem

encontrar em ferro forjado, nas bandei-

ras das janelas e varandas dos edifícios

que resistiram até aos dias de hoje.

Ao longo do percurso, entre o topo da

rua a este (E) fechado por uma enorme

Araucária no horizonte e a Torre dos

Clérigos a oeste (W), observamos uma

certa homogeneidade arquitetónica dos

edifícios, com varandas de sacada, algu-

mas marquises do séc XIX, janelas em

guilhotina, os batentes de porta e uma

enorme variedade de azulejos biselados

nas fachadas dos edifícios.

Num dos prédios, com loja comercial

no rés-do-chão, pudemos apreciar a

beleza do mosaico hidráulico do “hall”

de entrada.

Na rua de Cedofeita há diversos edifí-

cios classificados pelo IGESPAR, entre os

quais tivemos oportunidade de reco-

nhecer aquele em que teria vivido Caro-

lina Michaëlis e o que acolheu D. Pedro,

durante o Cerco do Porto.

Já na praça Carlos Alberto visitamos o

espólio do Banco de Materiais, onde é

possível encontrar elementos artísticos

dos revestimentos exteriores dos imo-

veis “em vias de extinção”, como azule-

jos, estuques interiores, batentes de

porta, algumas fotos de clarabóias anti-

gas. Por fim, tivemos ocasião de apreci-

ar o quiosque desenhado pelo arquiteto

Siza Vieira, instalado entre o edifício do

Banco de Materiais e o Palácio dos Vis-

condes de Balsemão.

A partir deste passeio ao longo da rua

de Cedofeita, já nada nos é indiferente

na sua arquitetura, tudo passou a ter

significado.

A conversa prolongou-se e houve quem

questionasse a importância de associa-

ções voluntárias que defendam o patri-

mónio da cidade e se envolvam na re-

cuperação urbana com base no interes-

se coletivo.

O futuro da nossa cidade passará por

muitas das escolhas que hoje tomar-

mos.

Esta visita foi orientada pelo responsável

do Concurso Descobre Outra Cidade,

Dr. Luís Pisco e pelo Arqº Sousa Rio, no

âmbito do Departamento de Educação

da Câmara Municipal do Porto, destina-

da a alunos da turma F do 11ºano, a

partir da divulgação feita pela professo-

ra de geografia, Mariana Batouxas.

Alunos do 11ºF

ESAS, 24 de fevereiro

Fotos de Catarina (11ºF) e de Julieta Viegas

(profª de geografia)

“Cedofeita à Janela”

Page 19: Jornalesas marco 2015 cores

viagem

Os alunos da ESAS em Londres

N o âmbito da disciplina de Inglês, alguns alunos do

ensino básico e secundário da nossa escola viajaram

até Londres, durante a interrupção letiva do Carnaval, para

conhecer os locais mais emblemáticos e importantes dessa

cidade.

Visitamos Covent Garden, London Eye, Big Ben, Houses of

Parliament, London Dungeon, Buckingham Palace, Hyde Park,

Piccadilly Circus, Hamley’s, M&M's store, Hard Rock Cafe,

Tower Bridge. Para nos deslocarmos utilizamos, essencialmen-

te, o autocarro e metro. O alojamento foi razoável, assim

como as respetivas refeições. Do meu ponto de vista, foi uma

viagem muito bem estruturada e planeada pelas professoras

acompanhantes e pela agência de viagens.

Foi, de facto, uma experiência a repetir, pois a alegria, a di-

versão, a responsabilidade e o bom humor das professoras foi

contagiante. Pode-se dizer que a viagem superou as minhas

expectativas, aliás as de todos os que estiveram comigo nesta

visita de estudo. Londres é uma cidade maravilhosa. Cada

local, cada espaço, cada monumento e cada pessoa transmi-

tem o que esta realmente é, majestosa. Recomendo que visi-

tem esta cidade e, se tiveram oportunidade, vão com a ESAS,

pois não há melhor do que se ir com pessoas que realmente

se gosta e conhece.

Texto de João Gonçalves, 9ºE

Foto de Miguel Leão, 9ºF

Na foto os alunos (9ºE, 9ºF, 10º I, 11ºA e 11ºG.) com as profes-

soras de ingles: Fátima Van Zeller, Graça Martins e Paula

Magalhães.

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Bombardea-

mento

alemão a

Estalinegra-

do em agos-

to de 1942

Ver texto pág.23

Imagem retirada

do filme Dr.

Strangelove, de

Stanley Kubrik.

realizado em

1964 e protago-

nizado por Peter

Sellers

Ver texto pág.23

Page 20: Jornalesas marco 2015 cores

conferência

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Um jovem enólogo que trabalha com os

vinhos da região do Douro, o Dr. José

Luís Moreira da Silva, veio à ESAS, a con-

vite das professoras de geografia, falar

das particularidades da região vinícola

mais importante do nosso país, a região

Duriense.

A importância dos fatores naturais tais

como o relevo acidentado, com verten-

tes expostas ao sol, um solo xistoso e um

microclima com alguma aridez, molda-

ram e moldam as uvas e as vinhas. Por

outro lado, a determinação de Marquês

de Pombal, com a regulamentação e

controlo da produção do vinho no Dou-

ro, foi fundamental na defesa da quali-

dade do vinho do Porto, pois ele fez a

demarcação mais antiga do mundo de

uma região de vinhos.

Na história do Douro e do vinho, há

também uma personagem feminina, a

mítica D. Antónia Adelaide Ferreira, a

“Ferreirinha”, um importante símbolo de

empreendedorismo, mas também de

altruísmo e de generosidade. Na época,

para uma mulher, assumir os negócios

de uma empresa não era fácil, mas o

destino dotou-a de uma energia exceci-

onal e de um raro talento comercial,

tendo conseguido dar um grande impul-

so à viticultura no Douro e desenvolver

uma notória atividade de assistência

social na região.

Na atualidade, o trabalho é garantido

por máquinas que cuidam do solo e a

maturação das uvas é acompanhada por

técnicos especializados. Nada é ao aca-

so. Os lagares da nossa memória, em

que eram os homens a pisar as uvas, já

não existem. Ocupam o seu lugar apare-

lhos sofisticados que monitorizam por-

menorizadamente cada etapa da trans-

formação da uva em vinho.

E, assim, somando pontos através dos

tempos, chegamos à atualidade onde a

aliança entre a tecnologia, a ciência e o

profissionalismo garantem a excelência

dos vinhos do Douro e o crescimento do

enoturismo.

Claro que, na promoção dos vinhos e da

região Duriense, tem um papel impor-

tante a melhoria das acessibilidades que

permitem valorizar esta paisagem única

reconhecida pela sua beleza – classifica-

da pela Unesco - Douro Património

Mundial.

O solo no Douro

não existe. Encon-

tramos um amon-

toado de calhaus,

dominantemente

de xisto, que po-

demos partir para

obter o solo. Anti-

gamente fazia-se

esse trabalho com

pá e picareta.

O Douro e o Vinho

Douro – região demarcada de vinhos mais antiga do mundo

Auditório da ESAS, 15 de dezembro

Alunos das turmas 10º K , 11º H e 11º I

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A população em movimento

A população mundial está espalhada pelo mundo de forma irregular e

existem, por isso, locais muito povoados e outros quase desertos.

geografia

As grandes metrópoles estão principalmente localizadas no

hemisfério norte, sendo que o local com a maior densidade

populacional é Macau, na China.

A população mundial está, no entanto, em constante movi-

mento e as migrações são uma realidade bem presente no

mundo atual. Estas movimentações podem ter diversos mo-

tivos e têm um grande impacto nas cidades.

Existem territórios, como por exemplo Andorra (Europa) ou

Catar (Ásia Oriental), cuja população nacional é formada

maioritariamente por imigrantes. O Vaticano é outro desses

casos, uma vez que possui uma percentagem de imigrantes,

em relação à população nacional, de 100%. Ou seja, todos

os habitantes do Vaticano são imigrantes.

Os países com grande percentagem de emigrantes têm

problemas como falta de mão-de-obra e envelhecimento

da população, mas os países com um elevado número de

imigrantes também os têm, como o excesso de população e

a formação de bairros de lata na periferia das cidades.

Claro que as migrações não têm apenas um impacto negati-

vo, também aumentam as receitas dos Estados, as taxas de

natalidade , a difusão de culturas.

Concluindo, as migrações fazem parte do nosso dia-a-dia e

têm um papel importante na dinâmica das populações, de-

monstrando a incessante busca do ser humano por melho-

res condições de vida.

Texto de Francisca Paixão, 8ºC

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Page 22: Jornalesas marco 2015 cores

Artigos de Papelaria e escritório

conferência

Redes sociais

na era da comunicação

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Kabula’s 2

Confeitaria e Pastelaria Lda.

Rua Aurélia de Sousa, nº 61

4000-099 Bonfim - Porto

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Esta conferência realizada no passado dia 24 de fevereiro,

no Auditório da Escola secundária/3 Aurélia de Sousa, inse-

re-se num Ciclo de conferências subordinado à temática

das redes sociais. O convidado foi o Dr. Amílcar Correia,

diretor do P3, que se debruçou sob a necessidade imediata

das empresas evoluírem de acordo com os novos moldes

da sociedade e do público mais jovem, dominando a circu-

lação da informação a nível digital e instantâneo.

Assim, numa era em que a própria televisão começa a ser

destronada pelas mais recentes tecnologias da informação

e comunicação, a necessidade de se adotar novos padrões

de marketing torna-se crucial para que qualquer empresa

sobreviva no mundo de negócios, podendo mesmo come-

çar a surgir novas profissões, tais como a de "gestor de

redes sociais.

Texto de Hélder Cardinalli, 12ºF

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O princípio do pesadelo

O ano de 2014 assinala os 75 anos do início da

2ª Guerra Mundial, a maior catástrofe alguma

vez vista na história da humanidade. Envolveu

72 países direta ou indiretamente , matou cerca

de 60 milhões de pessoas, dizimou cidades,

teve custos materiais difíceis de calcular, deixou

milhares de mutilados e incapacitados e deixará

marcas na Humanidade para sempre.

Muitos historiadores dizem que a 2ª Guerra

Mundial foi a continuação da 1ª e que, por

consequência, houve uma Guerra Civil europeia

entre 1914-1945. É verdade que uma das cau-

sas para a invasão da Polónia pela Alemanha,

invasão essa que marca o início da Guerra,

foram as restrições do Tratado de Versalhes,

assinado em 1919, que impedia a Alemanha de

reforçar o seu exército e obrigava o governo a

devolver territórios que outrora tinham perten-

cido a outros países, como a Alsácia-Lorena

para a França, Hlučínsko para a Checoslováquia

e Danzig para a Polónia. Ora, é exatamente por

causa de Danzig que a Alemanha invadiu a

Polónia, no dia 1 de Setembro de 1939, que

deu início a uma guerra que só acabaria 6 anos

depois.

O estalar do conflito

A guerra opôs as chamadas Potências do Eixo,

que tinham assinado o pacto tripartido de ide-

ais fascistas e de extrema direita, que era Itália

(ocupada e derrotada pelos americanos em

1943), liderada por Benito Mussolini, a Alema-

nha comandada por Adolf Hitler e o Japão

governado pelo Imperador Hirohito; e os Alia-

dos onde predominavam as potências ociden-

tais, como a França, Reino Unido, União Soviéti-

ca e Estados Unidos que, como se pode notar,

os seus governos tinham opções políticas muito

díspares. Nos primeiros anos de guerra as Po-

tências do Eixo começaram por ganhar vanta-

gem com os avanços da Alemanha (a Blitzkrieg)

para leste e norte, observa-se a supremacia do

Japão na guerra da Indochina e ganhos da Itália

contra os etíopes. Na manhã de 7 de Dezem-

bro de 1941, a Marinha Imperial Japonesa ata-

cou a base de Pearl Harbor com o intuito de

enfraquecer a marinha e a força aérea america-

nas. Poucas horas depois, os japoneses come-

çaram a atacar Hong Kong e as Filipinas. A 8 de

Dezembro de 1941, o congresso norte-

americano declarou guerra ao Japão e, quatro

dias depois, Hitler respondeu fazendo o mesmo

aos Estados Unidos. Assim, os Estados Unidos

reforçaram os Aliados, que já haviam pedido

reforços.

O virar da guerra

Na frente leste, os nazis tomavam a iniciativa e

conquistavam cada vez mais território soviético

mas, com a batalha de Estalinegrado, o cenário

mudou e foi o início da reviravolta dos países

Aliados. Este cerco simbólico ainda hoje para o

povo russo teve início a 17 de Julho de 1942,

constituiu a maior derrota alemã na 2ª grande

guerra, onde morreram mais de 1 milhão de

soldados nazis. A vitória da União Soviética

nesta batalha deu novo fôlego às tropas aliadas

que começaram a reconquistar território do

império nazi. No ano de 1943, Benito Mussolini

foi deposto pelo Grande Conselho do Fascismo,

motivado pela invasão aliada. Logo depois de

preso, Mussolini foi resgatado da prisão no

Gran Sasso por forças especiais alemãs.

Após o resgate, Mussolini chefiou a República

Social Italiana, a moribunda República de Saló,

no norte de Itália, zona que não tinha sido

ocupada pelas forças aliadas.

O dia 6 de Junho de 1944 ficou conhecido

como o Dia D. Neste dia as tropas aliadas de-

sembarcaram na Normandia para libertar a

França, ocupada pelos alemães, e o fim da

guerra e a vitória dos Aliados pareciam estar

próximas. As forças aliadas conquistavam cada

vez mais território ao Império Nazi. Em Julho de

1944 a União Soviética libertou Minsk.

No dia 20 de Julho desse ano, ocorreu o maior

atentado contra Hitler: um general alemão

descontente com o andamento da guerra colo-

cou uma bomba debaixo da mesa do chefe

nazi. Apesar de terem morrido quatro oficiais e

do Führer ter sofrido apenas alguns ferimentos,

este não morreu e convenceu-se que não tinha

morrido porque a sua missão na Terra era ga-

nhar a guerra.

O mês de Agosto foi um mês de conquistas

para as tropas Aliadas. A 4 de Agosto de 1944,

os Aliados libertaram Florença, a Operação

Bagration destruiu quase todo o exército vital

nazi. A 25 de Agosto, a cidade de Paris é liber-

tada e, no dia 28, as cidades de Marselha e

Toulon. No dia 30 desse mês a Alemanha aban-

donou a Bulgária.

A 14 de Outubro de 1944 os Aliados libertaram

Atenas. Em Novembro de 1944 Heirich Himm-

ler, Ministro do Interior do Terceiro Reich e

supervisor de vários campos de concentração,

ordenou a destruição dos crematórios de Aus-

chwitz e de Stutthof. Este foi um claro sinal de

que o Império Nazi estava em queda.

Purple Rain: a «aurora» atómica

Entretanto, no Pacífico os japoneses abandona-

ram a costa chinesa e iniciou-se a Batalha de

Iwo Jima entre os Estados Unidos da América e

o Japão, que acabou com uma vitória do lado

americano que assim recuperava os campos

aéreos da ilha de Iwo Jima. Em abril, as tropas

americanas invadem Okinawa , no Japão.Em

março os Aliados começam a atacar Berlim, o

Exército Vermelho entra na Áustria e forças

soviéticas capturaram Danzig. As tropas aliadas

começaram a libertar campos de concentração

espalhados pela Europa. No mês de Abril os

Aliados capturam Nuremberga e os soviéticos

entram em Berlim.

O fim de Hitler

Adolf Hitler, vendo que a derrota se aproxima-

va, suicida-se, juntamente com a sua mulher

Eva Braun. Karl Dönitz é, segundo o testamento

do Führer, o seu sucessor. No dia seguinte a

morte de Hitler é anunciada pela rádio de Ham-

burgo e em Berlim o Ministro de Propaganda

do Reich, Joseph Goebbels, suicida-se depois

de matar mulher e os quatro filhos. A 7 de Maio

de 1945 Alfred Jodl, chefe do Alto Comando da

Wehrmacht, assinou a rendição incondicional

da Alemanha, levando à libertação dos poucos

campos de concentração que ainda permaneci-

am ativos. No dia 20 de Junho, Schiermonniko-

og, uma ilha holandesa é a última zona da

Europa libertada pelos Aliados e a 26 desse

mês é assinada, por mais de 50 países, a Carta

das Nações Unidas.

Hiroxima e Nagasáqui

No entanto a guerra ainda não havia terminado

no Pacífico e, no dia 6 de Agosto de 1945, os

Estados Unidos lançaram a primeira bomba

atómica em Hiroxima e três dias depois lança-

ram outra em Nagasáqui. Estas duas bombas

atómicas causaram cerca de 250 000 mortos

diretos. A rendição do Japão que foi assinada a

2 de Setembro de 1945 e marca o fim da 2ª

Guerra Mundial.

Nuremberga

O partido nazi foi declarado ilegal e os generais

e ministros alemães foram julgados por crimes

de guerra no Julgamento de Nuremberga,

cidade símbolo do nazismo, visto que foi aí que

se deu o I Congresso do NDASP.

Qualquer balanço torna-se impossível de fazer

face ao horror

A 2ª Guerra foi o maior e mais violento con-

fronto que o ser jamais viu. Marcou uma gera-

ção e marcará para sempre todo o Mundo

pelos crimes que se cometeram nos campos de

concentração onde foram mortos mais de 6

milhões de judeus e outros milhões de várias

etnias e opositores políticos, pelas bombas

atómicas lançadas, por cidades destruídas, pela

fome que os nossos avós e bisavós passaram,

pelas perseguições a judeus, ciganos e negros.

Cremos que não voltará a acontecer outra

guerra tão violenta como esta, que serviu para

mostrar ao Mundo o que o ser humano conse-

gue fazer a si próprio. Vamos acabar com todas

as guerras e viver em paz porque nunca se

sabe o que pode vir a acontecer.

Texto de Bernardo Sarmento, 11ºG

75 anos do início da II Guerra Mundial:

o horror programado

história

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livros

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Texto de Jéssica Leite, 9ºD.

Conta as aventuras hilariantes de Ajatashatru Larash Patel, um faquir de

profissão, de nacionalidade indiana que viajou para Paris com o pretexto de

comprar uma cama de pregos que se encontrava em promoção na loja

IKEA. Terá de se esconder num armário da loja, acabando, assim, sem se dar

conta, por embarcar numa aventura hilariante e surpreendente ao redor do

mundo. Será um percurso cheio de perigos e perseguições, peripécias e

situações caricatas dos quais, por mais surpreendentes que sejam, quase

sempre, de alguma forma, se acaba por desenvencilhar.

Para além disso, são também as reviravoltas da viagem, as situações inespe-

radas e as personagens que vai conhecendo e com quem vai conviver pos-

teriormente, que tornam a leitura cada vez mais interessante e que transfor-

marão o faquir num homem mais consciente, honesto e mais próximo afeti-

vamente, e agora com um novo objetivo de vida.

A incrível viagem do faquir que ficou fechado num armário Ikea é um livro

leve e de fácil leitura, acompanhado pelo próprio humor do autor, que brin-

ca ao longo da história com os mais diversos assuntos e com o próprio no-

me do protagonista, por este ser um pouco complexo e de difícil pronúncia.

Ao mesmo tempo, também nos ajuda a refletir sobre alguns problemas e

realidades cada vez mais presentes na sociedade atual, como o tratamento

recebido pelos emigrantes clandestinos, e como estes são encarados nos

países europeus e mais desenvolvidos e o grande impacto que provocam

quer a nível económico quer a nível cultural ou social, entre os países de-

senvolvidos e em desenvolvimento.

A Incrível viagem do faquir que ficou fechado num armário IKEA de Romain Puértolas

Na minha opinião, é um livro que apela a todos os nossos senti-

mentos e os analisa, e não perde actualidade, embora remonte

a uma época passada, em que a mentalidade coletiva era pro-

fundamente retrógrada.

O romance coloca, em grande parte, o problema da condição

feminina. A protagonista, Kitty, é uma jovem fútil que se vê na

obrigação de casar para ocupar um lugar na sociedade e por

pressões da família. Contrariamente ao marido, o bacteriologis-

ta Dr. Fane, que é perdidamente apaixonado por ela e também

pela sua atividade profissional, Kitty vive entediada e é incapaz

de corresponder aos seus sentimentos. Confrontado com a

traição da esposa, Walter Fane leva Kitty para um cenário exóti-

co, mas é afetado por uma epidemia, o que assume os contor-

nos de uma punição e pode pôr em risco a vida de ambos.

Kitty vai sendo moldada ao longo da história pelas situações

que se lhe apresentam, mas conseguirá ela aprender a amar o

homem com quem se casou? Ou melhor, conseguirão eles so-

breviver?

Texto de Ana Filipa Ramalho, 9ºC

O véu pintado de Somerset Maugham

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livros

Miguel Miranda, autor de Todas as Cores do Vento, nasceu no Porto, em 1956.

Venceu o Grande Prémio do Conto da APE em 1996, com o livro Contos à Mo-

da do Porto. Em 2002, recebeu a medalha de ouro de mérito cultural e científico

do município de Vila Nova de Gaia.

Todas as Cores do Vento centra-se na vida quotidiana de Herberto Brum, des-

cendente ilegítimo de Brás Cubas, que era um homem muito rico e possuidor de

grandes propriedades, mas que o sujeitava a grandes constrangimentos para se

dispor a prover ao seu sustento.

A ação decorre num prédio habitado por um judeu ortodoxo, uma mulher ag-

nóstica, um palestiniano, uma testemunha de Jeová e um gato (curiosamente, o

ser mais racional e esclarecido de todos quantos ali moravam). Logo aqui, por

esta mistura explosiva de crenças religiosas e pela superioridade do felino em

relação aos humanos, revela uma certa ironia. Toda a gente vive isolada na sua

“masmorra”, exceto o gato, que circula de casa em casa, recebendo mimos e

petiscos e ouvindo confidências. Por vezes, é ele próprio que arranja sarilhos,

provocando a confusão característica daquele prédio e desentendimentos entre

os vizinhos, incapazes como eram de se compreender uns aos outros e de des-

cobrir a origem dos incidentes.

A obra revela a genialidade crítica do autor que, de uma forma propositada-

mente irónica, denuncia pontos fracos da sociedade em que vivemos mas em

que cada vez menos nos conhecemos.

Todas as Cores do Vento de Miguel Miranda

Catherine era uma rapariga que, tal como o seu pai, usava óculos e, tal como a

sua mãe, gostaria de vir a ser uma grande bailarina. Então, ela dizia que vivia

em dois mundos: o mundo real, assim como ela o via quando tinha os óculos, e

um mundo pleno de doçura, vago e suave, quando os tirava. Ela vivia com o

seu pai, com o qual tinha uma forte relação de cumplicidade, em cima de um

armazém, em França, enquanto que a sua mãe vivia na América. Quase todos

os dias, eles recebiam o Sr. Casterade na sua casa. Era um senhor muito abor-

recido, que só provocava desânimo e tédio em seu redor. Esta história é conta-

da pela própria Catherine, quando ela já é mais velha.

O que esta história nos quer transmitir é que nós devemos aproveitar todas as

circunstâncias da vida, como Catherine fez, ou seja, quando ela estava com os

óculos, via o mundo como ele era e, quando ela não estava, dizia que estava

num mundo pleno de doçura, o que acabava por ser uma crítica ao mundo

real e uma forma de tirar partido de um problema de visão.

Texto de Rui Andrade, 7º C

Pedro Laranjeira, 9ºD

A História de Catherine de Patrick Modiano

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dia dos namorados

Oh, meu amor…

Como vivemos tão cegamente

Como pensamos saber tanto de nós próprios

E como sabemos tão pouco dos que nos rodeiam

Mas densa é a névoa que nos separa.

Oh, lua…

Música dos apaixonados,

Paris dos sonhadores,

Pena dos amantes.

Debaixo da mesma lua, olhamos a noite

E a brisa…

Essa leva consigo os sonhos e os medos…

E a lua ri…

Ri dos sonhadores que choram a realidade

Sem saber que esta iluminará os seus sonhos.

Ri dos apaixonados que a olham, escrevendo nela todas as esperanças e desejos

Sem saber que um amor maior virá um dia.

E ri de ti e de mim…

Enquanto todos dormem, tu olhas a lua da tua janela

E falas com ela…

Falas-lhe da forma mais sincera…

Sem dizer nada…

E choras…

Choras a estrela que te iluminava toda a noite

E te fazia esquecer da lua,

Te aconchegava na cama,

Deixando o seu rasto de luz.

Mas a mesma lua que ilumina as tuas lágrimas,

No silêncio da noite revela também a minha pena…

E a noite passa… E ela senta-se no parapeito da minha janela, e olha…

Nas linhas mais rebuscadas, lê a saudade e a dor,

Nas mais prolongadas e cuidadosamente desenhadas o sonho de te reencontrar um dia.

Por isso, meu amor, não chores…

Que a lua lá do alto vê para além da névoa...

E sabe que, mesmo longe,

A tua estrela te ilumina.

Porque a tinta com que escreve a minha pena

É feita da mesma tristeza que as tuas lágrimas.

Por isso, deixemos que a brisa da noite nos embale

E que a sábia lua nos ilumine.

Pois, no silêncio da noite, através da névoa,

Ela ilumina as tuas lágrimas e a minha pena…

E, esboçando um sorriso, espera até de manhã.

O momento de se esconder

Para poder rir durante o dia…

Bárbara Meireis, 11º I

O sorriso da Lua

Jornalesas

Nipes

Nipes

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poesia

O presidente e a AE eleita 2

A nossa escola aos nossos olhos 4

Nós e as diferenças 5

Bitcoins: a moeda do futuro? 6

Projeto Innovation Challenger 7

Jovens Repórteres do Ambiente 8

Lá e Cá — NILS — AFS 9

O legado de Darwin 10

Aulas fora de Portas 12

Desporto 14

Visitas de estudo 15

Viagem a Londres 18

O Douro e o vinho 20

Geografia 21

Redes sociais na era da

comunicação 22

II Guerra Mundial:

o horror programado 23

Livros 24

Poesia 26

índice

No Oriente, passa-me essa droga

Que cura a dor de viver esta jornada.

Sentirei tudo de todas as maneiras,

Saúdo Walt, mas não sou nada.

Tal como o crepúsculo entristece,

Com tantos "eus" dói pensar tanto.

Se ao menos fosse aquela criança

Que não sofre deste desencanto.

E eu amo a natureza porque a amo

E penso que não penso mas penso

E porque nunca guardei rebanhos

E pagão vivo e no tempo não penso.

Por isso, Mestre, joguemos xadrez,

Pois vamos morrer ao chegar ao mar.

Lídia deixou-me por ciúmes de Ofélia.

As rosas já murcham de tanto regar.

Jorge Ferreira do 12ºE

"Contrafação apedeuta de Pessoa"

Oh, meu amor…

Como vivemos tão cegamente

Como pensamos saber tanto de nós próprios

E como sabemos tão pouco dos que nos rodeiam

Mas densa é a névoa que nos separa.

Oh, lua…

Música dos apaixonados,

Paris dos sonhadores,

Pena dos amantes.

Debaixo da mesma lua, olhamos a noite

E a brisa…

Essa leva consigo os sonhos e os medos…

E a lua ri…

Ri dos sonhadores que choram a realidade

Sem saber que esta iluminará os seus sonhos.

Ri dos apaixonados que a olham, escrevendo nela todas as esperanças e desejos

Sem saber que um amor maior virá um dia.

E ri de ti e de mim…

Enquanto todos dormem, tu olhas a lua da tua janela

E falas com ela…

Falas-lhe da forma mais sincera…

Sem dizer nada…

E choras…

Choras a estrela que te iluminava toda a noite

E te fazia esquecer da lua,

Te aconchegava na cama,

Deixando o seu rasto de luz.

Mas a mesma lua que ilumina as tuas lágrimas,

No silêncio da noite revela também a minha pena…

E a noite passa… E ela senta-se no parapeito da minha janela, e olha…

Nas linhas mais rebuscadas, lê a saudade e a dor,

Nas mais prolongadas e cuidadosamente desenhadas o sonho de te reencontrar um dia.

Por isso, meu amor, não chores…

Que a lua lá do alto vê para além da névoa...

E sabe que, mesmo longe,

A tua estrela te ilumina.

Porque a tinta com que escreve a minha pena

É feita da mesma tristeza que as tuas lágrimas.

Por isso, deixemos que a brisa da noite nos embale

E que a sábia lua nos ilumine.

Pois, no silêncio da noite, através da névoa,

Ela ilumina as tuas lágrimas e a minha pena…

E, esboçando um sorriso, espera até de manhã.

O momento de se esconder

Para poder rir durante o dia…

Bárbara Meireis, 11º I

Page 28: Jornalesas marco 2015 cores

FICHA TÉCNICA

Coordenadores: António Catarino (prof.),

Carmo Rola (profª), Julieta Viegas (profª) e Maria

João Cerqueira (profª)

Equipa redatorial e revisão de textos: Antó-

nio Catarino (prof.) e Maria João Cerqueira

(profª)

Consultoria gráfica: António Carvalhal (prof.)

Fotografia: António Carvalhal (prof.)

Capa: Maria da Paz (11ºG)

Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas

(profª)

Outros colaboradores: Ana Amaro (profª), Ana

Claúdia (9ºD), Ana Francisco Machado (10ºF),

Andreia Moreira (10ºF), Angelina Mota (profª),

António Carvalhal (prof.), Bárbara Meireis (11º I),

Bernardo Sarmento (11ºG), Catarina Cachapuz

(profª), Carmo Oliveira (profª), Clara Falcão

(profª), Eurico (prof.) Fátima Alves (profª), Fátima

Sarmento (profª), Fátima Van Zeller (profª), Fran-

cisca Paixão (8ºC), Helder Cardinalli (12ºF), Gon-

çalo Mota (11ºF), Hugo Coelho (9ºE), João Luís

Carvalhal (9ºE), João Gonçalves (9º E), Jorge

Ferreira (12ºE), José Soares (prof.), Maria da Paz

(11ºG), Mariana Batouxas (profª), Marta Vedor

(11ºG), Miguel Pereira (9ºF), Miriam Costa

(12ºano), Nils (aluno AFS), NIPES, Paula Maga-

lhães (profª), Pedro Santos (11ºH), Pedro Laran-

jeiro (9ºD), Rui Andrade (7ºC), Rui Branco (11ºG),

Tomás Barreto (10ºF) e Zaida Braga (profª).

Financiamento: Estrela Branca l Pão quente,

pastelaria; Não + Pêlo l Estética ; Deriva

Editores l livros , Olmar l materiais de escri-

tório; Oporto essência | cabeleireiro low

cost; METAS | Medicina e Segurança no

Trabalho; Susana Abreu | cabeleireiros,

estética e cosmética; Kabula’s 2 | confeitaria

e pastelaria; Oxigénio | Fitness Club e Escola

Secundária/3 Aurélia de Sousa.

março. 2015 http:// www.issuu.com

(pesquisa: jornalesas)

1,00 €

Os textos para a edição X L l do Jornalesas foram redigidos segundo as novas normas do acordo ortográfico

Editorial Je Suis Voltaire

E m França, o Tratado sobre a Tolerância, de Voltaire, foi continuamente reedi-

tado, após os atentados de Paris sobre a equipa do Charlie Hebdo e que

levou a um estúpido massacre de doze pessoas, perpetrado por autodenominados

jihadistas. Mais do que «compreender» o porquê do ataque a uma cidade que se

quer ainda ver como ícone da liberdade, tentamos perceber o que leva as pessoas a

esgotar um livro que foi publicado em 1763 em plena expansão do Iluminismo. Esta

obra nasce no culminar de um processo que levou a várias revoluções europeias

pelo liberalismo e contra o absolutismo que dominava maioritariamente a Europa.

Voltaire uma figura ímpar da liberdade de expressão foi levado a escrevê-la quando

se indignou perante uma condenação à morte de uma família por motivos religiosos

e nunca verdadeiramente esclarecidos ou provados. Este grito contra o fanatismo

religioso fez com que se tornasse um representante único da procura da liberdade

individual e colectiva, da justiça, da igualdade e da fraternidade universal. Compre-

ende-se, pois, que exista uma grande procura pelos fundamentos destes valores que

devemos cuidar e que estão inscritos na Carta Universal dos Direitos do Homem, de

1948.

Vários atentados, hoje, ameaçam a sociedade livre. São os atentados à liberdade de

expressão com vários matizes e cores: não são só os chamados fanáticos islâmicos

ou de um qualquer Estado Islâmico, mas também na Rússia de Putin são assassina-

dos opositores, presos artistas, e perseguidos jornalistas; na China, a internet é con-

trolada e restrita só a um pequeno número de utilizadores, enquanto que os oposi-

tores são oprimidos; na Venezuela ou em Cuba continuam os desaparecimentos e

prisões por se expressarem opiniões; nos países ocidentais e democráticos, em que

Portugal se inclui desde 1974, a própria liberdade de expressão encontra-se fragiliza-

da através de práticas policiais cada vez mais musculadas, por uma produção legisla-

tiva que coloca em causa a capacidade de dizer o que se pensa, pela vigilância elec-

trónica e pelo controlo económico e político das grandes potências mediáticas. Hoje,

é difícil saber o que é ou não verdade.

A luta pela liberdade de expressão, tão bem defendida pelos filósofos iluministas do

século XVIII, deve continuar com a atenção que merece, não só pelos acontecimen-

tos últimos de Paris, mas pela atenção contínua que os atentados diários à liberdade

individual nos obrigam a ter. E isto significa que nos desleixámos ou distraímos, den-

tro de uma comodidade muito ocidental, que tomava a liberdade como garantida.

Não está.

António Catarino (prof.)

Bernardo Sarmento (11ºG)

Maria da Paz (11ºG)

ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA

Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto

Telf. 225021773

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