Jornalesas Junho 2010

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J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I 1º lugar no Innovation Challenge Página 5 Noite de Teatro Página 9 O que é uma república ? 0,50 À conversa com Olga Moutinho ―Aurélia‖ 50 Entre as 20 melhores ideias Carlos Costa na ESAS Visitas de estudo Entrevistas Livros Moda Passatempos 2º Prémio Ecológico Página 16

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Edição de Junho de JornalESAS, jornal da Escola Secundária Aurélia de Sousa, Porto

Transcript of Jornalesas Junho 2010

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J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

1º lugar no Innovation Challenge

Página 5

Noite de Teatro

Página 9

O que é uma república

?

€ 0,50

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2º Prémio Ecológico

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À conversa com Olga Moutinho Presidente do Conselho Geral Entrevistada por de Vanessa d’Orey (10ºF) e Diana Castro (10ºG)

J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I Página 2 •

O Conselho Geral (C.G.) é um

órgão de direcção que foi criado

pelo Decreto-Lei 75/2008, vindo

substituir a Assembleia, com o

objectivo de reforçar a participação das

famílias e da comunidade na direcção estra-

tégica dos estabelecimentos de ensino.

De acordo com as necessidades identifica-

das pela tutela, tornava-se necessário

garantir os direitos da participação não

apenas aos responsáveis pelo processo edu-

cativo — o pessoal docente — mas também

alargar o poder de intervenção de todos

quantos mantêm um interesse legítimo na

vida e nas actividades da escola, asseguran-

do simultaneamente, a integração da escola

na comunidade que serve.

Para a consecução desta finalidade, têm

obrigatoriamente assento no Conselho Geral

o pessoal docente e não docente, os alunos

do ensino secundário, os pais e encarrega-

dos de educação, a autarquia e a comunida-

de local. Na nossa escola, dando cumpri-

mento ao determinado no Regulamento

Interno, a cooptação dos membros da comu-

nidade obedeceu a critérios que se prendem

com o nosso projecto educativo e com as

linhas de força do Plano Anual de Activida-

des. Essa representação está a cargo da

FEUP, da AMA e do IPATIMUP— instituições

com as quais mantemos já há algum tempo

parcerias e cuja inclusão no C.G. se afigurou

vantajosa.

O C.G é portanto um órgão colegial—com

poderes alargados relativamente ao órgão

que veio substituir — a quem compete a

aprovação das regras essenciais do funciona-

mento da escola, decisões estratégicas e de

planeamento e a avaliação e acompanha-

mento da sua concretização. É, por exem-

plo, neste órgão que são definidas as linhas

orientadoras para a elaboração da proposta

anual do orçamento, ou seja, que estabele-

cem critérios quanto às despesas prioritá-

rias—depois de garantido o pagamento de

gastos correntes—assegurando-se que crité-

rios de natureza pedagógica se sobrepo-

nham aos demais. Cabe ainda ao C.G. ava-

liar as candidaturas ao cargo de director,

proceder à sua eleição e conferir-lhe posse.

O director, esse primeiro responsável da

escola dotado dos poderes necessários para

executar localmente as medidas da política

educativa e para implementar o projecto

educativo da escola, tem dever de ―prestar

contas‖ perante o C.G., que dará o aval à

sua acção educativa, podendo dirigir-lhe

recomendações que visem a melhoria do

serviço prestado, ou que, em casos extre-

mos, presumo, o poderá demitir.

Em que medida o Conselho Geral pode

melhorar a vida da Escola?

Sendo o C.G. um órgão colegial constituído

por pessoas de diferentes áreas académicas

e profissionais é óbvio que essa perspectiva

transversal mais ampla do saber se traduz

no enriquecimento próprio da partilha de

experiências. Penso não dever considerar-

se presunção assumir que todos os membros

do Conselho Geral tenham «aprendido»

alguma coisa pelo facto de fazerem parte

deste órgão.

Há que sublinhar que, sendo as linhas de

acção, as práticas da Escola amplamente

expostas e exaustivamente debatidas, há

sempre questões e problemas para os quais

encontramos ajuda no C.G.. É nítido e com-

pensador poder verificar a cumplicidade de

todos na busca de soluções para os proble-

mas detectados.

A título de exemplo, refiro que a Escola

aderiu a um programa de auto-avaliação

por sugestão do representante da FEUP,

que, ao dar-nos a conhecer essa ferramen-

ta, impediu que tivéssemos aderido a um

outro serviço que teria ficado extremamen-

te dispendioso.

Também o Regulamento Interno vigente

este ano lectivo apresentou um novo rosto,

um novo formato. Tal ficou a dever-se à

sugestão de uma representante da APESAS,

que, devido à sua formação na área de

Direito, considerou que o documento deve-

ria organizar-se por secções e artigos a

exemplo do que acontece com as leis. Esta

ideia foi acolhida pela equipa redactora e

dela resultou, inequivocamente, um RI mais

organizado e de mais fácil leitura.

E estes são apenas dois exemplos.

A cooperação entre os diversos sectores

presentes no C. G. é pois frutífera. Como a

nossa Directora costuma dizer «a Escola

não se fecha em si mesmo». A Escola está,

efectivamente, aberta ao exterior, está

atenta às vozes que se fazem ouvir no sen-

tido de introduzir melhorias no nosso rumo

educativo.

E o C. G. é o espaço privilegiado para a

partilha e o saber ouvir.

Até agora, qual considera ser o momento

mais marcante do seu mandato?

Apesar de outros momentos particularmen-

te gratificantes, destacaria como o momen-

to mais marcante desta minha experiência

como Presidente do Conselho Geral o facto

de ter participado, ainda como Presidente

do Conselho Geral Transitório no processo

de recrutamento do Director. Aquando da

alteração legislativa que pôs fim aos Conse-

lhos Executivos e a uma eleição deste órgão

de gestão em que participavam todos os

docentes, foi para mim motivo de grande

regozijo fazer parte da comissão especiali-

zada que avalizou a candidatura da Profes-

sora Delfina Rodrigues por se tratar de

alguém que, enquanto Presidente do Con-

selho Executivo, dera já provas de dedica-

ção e competência e que, paralelamente,

era o garante da manutenção de um clima

de escola afável sem, no entanto, perder

de vista a necessidade de dar continuidade

a um serviço público de qualidade e de

rigor que tinha (e tem) caracterizado a

nossa prática educativa, e que torna a

Aurélia de Sousa uma escola de referência

na cidade.

Numa altura em que, por força de lei, o

Director é investido de novos e mais alarga-

dos poderes foi reconfortante e tranquiliza-

dor «entregar» essa responsabilidade à

Professora Delfina Rodrigues. Presidir à sua

tomada de posse foi mais um motivo de

orgulho pessoal.

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―Aurélia‖ – de Escola Industrial a Secundária

Texto de Fernanda Melo e Elsa Rocha - Professoras Grupo Aurélia 50

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A Escola Secundária Aurélia de Sousa é assim

denominada a partir da publicação da Porta-

ria 608/79 de 22 de Novembro, data em que

se uniformiza a designação das antigas esco-

las industriais, comerciais e liceus para escolas secun-

dárias. Esta alteração reflecte as preocupações demo-

cratizantes do poder político que resulta da Revolução

de 25 de Abril de 1974, crente que, até então, a sepa-

ração dos dois tipos de ensino acarretava a estigmati-

zação social dos alunos que frequentavam as escolas

técnicas.

A primeira Escola Aurélia de Sousa foi criada em

1948, através do Decreto-Lei 37028, de 25 de Agosto,

no âmbito da Reforma do Ensino Técnico levada a

cabo pelo Estado Novo no pós – guerra, com a dupla

finalidade de desenvolver uma alternativa ao ensino

liceal e de preparar operários e técnicos para os pro-

jectos de industrialização em curso.

Surge, assim, a Escola Industrial Aurélia de Sousa,

para frequência exclusivamente feminina, na qual se

vão ministrar, após um Ciclo preparatório de dois

anos, o Curso Geral de Formação Feminina, quatro

anos, e as especializações em Bordadeira / Rendeira,

Modista de Vestidos e Roupa Branca, dois anos.

É, no entanto, durante a vigência da 1ª República que

se encontram os primórdios deste ensino técnico

feminino na cidade do Porto. Em 1925, na Escola

Industrial Faria Guimarães, até então destinada ao

ensino de rapazes, é criado, para estudantes do sexo

feminino, o curso de Lavores Femininos.

Os governos da República davam sinal da vontade de

alterar o estado de atraso económico e social em que

se encontrava o país, marcado pela enorme percenta-

gem de analfabetos que ascendia aos 69,6 % em 1911.

Apesar dessa vontade, os problemas de ordem política

e financeira que a marcaram impediram a criação de

condições minimamente dignas para o funcionamento

deste incipiente ensino técnico feminino.

A Escola Industrial Faria Guimarães é extinta pelo já

citado Decreto – Lei 37028, criando – se, em sua subs-

tituição, a Escola de Artes Decorativas Soares dos

Reis, uma Escola Técnica Elementar na zona oriental

da cidade e a Escola Industrial Aurélia de Sousa, a

«nossa» actual ESAS.

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―A nossa empresa foi seleccionada entre as 20 empresas apuradas a nível nacional!‖

Por Maria Manuel do 12ºE

J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I Página 4 •

A o longo do ano, as turmas do

Curso de Ciências Socioeconó-

micas desenvolveram um pro-

jecto denominado ―A Empre-

sa‖ da JuniorAchievement. Deste modo,

surgiu o desafio de nos juntarmos em

grupo e criar a nossa Mini-Empresa com

um ciclo empresarial comum às empre-

sas ditas reais. A JuniorHart, AE é uma

jovem empresa criada no âmbito deste

projecto por quatro alunos do 12ºE.

Durante o ano vimos a nossa empresa

crescer e, para isso, tivemos que reali-

zar um conjunto de actividades que nos

permitiram ter sucesso como, por exem-

plo, a elaboração do plano de negócios,

de estudos de mercado etc. No decorrer

do projecto surgiu a oportunidade de

nos candidatarmos à competição nacio-

nal que é celebrada anualmente pela

Junior Achievement Portugal . Neste

evento, as Mini-Empresas seleccionadas

apresentam, orgulhosamente, os resul-

tados do seu negócio e dos conhecimen-

tos adquiridos. Esta apresentação é fei-

ta perante um painel de júris que irá

avaliar de que forma cada equipa vai ao

encontro dos critérios estabelecidos. A

JuniorHart, AE concorreu e ficou selec-

cionada entre as 20 empresas apuradas

a nível nacional! Por conseguinte, pre-

parámos bem a apresentação e o nosso

relatório final de actividades e fomos a

Lisboa, no passado dia 2 de Junho,

expor a nossa ideia de negócio. Infeliz-

mente, não ficámos no pódio mas a

experiência de estar presente e parti-

cipar num evento desta dimensão já

foi muito gratificante para nós, jovens

gestores.

Os alunos na apresentação da sua ideia de negócio — Lisboa

―(…) estar presente

e participar num

evento desta

dimensão já foi

muito gratificante

para nós‖

Mª Manuel, João, Daniel e Nuno

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

A convite do grupo de Economia recebemos, em Maio, na ESAS, um conferencista muito

especial, o economista Carlos Costa que deixa a vice-presidência do Banco Europeu de

Investimento para suceder a Vítor Constâncio no cargo de governador do Banco de Por-

tugal.

Numa linguagem acessível, pautada por exemplos práticos, consciencializou para os

desafios da União Europeia e deixou alertas muito importantes para o nosso futuro.

Foi uma conferência memorável em que não foi esquecida a preocupação com os gastos

excessivos dos estados europeus numa economia que não produz o suficiente para garan-

tir a sustentabilidade do sistema e a valorização do papel da escola na construção de um

País mais competitivo.

Carlos Costa Governador do Banco de Portugal na ESAS Alunos do 10ºF

Page 5: Jornalesas Junho 2010

Concurso da Junior Achievement

1º lugar no Innovation Challenge Por José Soares Director do Curso Profissional de Técnico de Marketing

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A Patrícia ganhou um concurso de Empreendedorismo

organizado pela Junior Achievement

Patrícia Cerejo

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Alunas do Curso Profissional Técnico de Marketing

Inês Montenegro

N o passado dia 1 de

Junho de 2010, na

ESAS, no período da

tarde, os alunos do 12º

ano deram a conhecer à comuni-

dade os projectos que desenvol-

veram durante este ano lectivo.

A apresentação dos projectos

iniciou-se no auditório com uma

pequena sessão de divulgação

dos vários trabalhos realizados,

seguindo-se a exposição dos pro-

dutos elaborados no corredor de

acesso ao bar. Este espaço foi

muito concorrido e animado,

demonstrando que o entusiasmo

de um trabalho (bem) cumprido

ainda impulsiona os alunos.

Apresentação dos projectos do 12ºano

Por Clementina Silva (profª) - Fotografia de António Carvalhal (prof.)

A aluna Patrícia Cerejo do Curso Profissio-

nal de Técnico de Marketing da ESAS,

integrada num grupo composto por mais

quatro elementos de outras escolas, obte-

ve, no passado dia 7 de Maio, o primeiro lugar no

Innovation Challenge. Este concurso consiste na

resolução de um problema proposto por uma

empresa, nesta edição a SONAE, num curto período

de tempo. O desafio foca-se em processos inovado-

res e criativos baseados em desafios de negócios

reais com os quais as empresas têm que lidar no

seu dia-a-dia.

Na sequência deste evento a aluna Patrícia Cerejo

participou na Competição Europeia anual organiza-

da pela Junior Achievement – Young Enterprise

(Junior Achievement Europa), realizada em Bruxe-

las, nos dias 25 e 26 de Maio de 2010, onde obteve

um excelente terceiro lugar. Nesta edição partici-

param, além de Portugal, representantes da Bulgá-

ria, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Grécia, Itália,

Roménia, Turquia.

A Competição Europeia consistia na resolução de

um problema social que implicasse a angariação de

fundos, tendo o grupo da Patrícia apostado nas

problemáticas da reciclagem e da poluição.

Page 6: Jornalesas Junho 2010

―JRA em Acção‖ por Equipa JRA

ESAS representa

Portugal na Alemanha Por Tatiana Correia, Marta Alves e Jorge Santos, do 11ºB Fotografia de Sirje Kivil

U ma babel de línguas diferentes, pessoas de vários

pontos da Europa, estudantes e professores, um

objectivo comum: proteger um ovo cru de uma

queda de 2 andares. Nenhum partiu. Mas isto foi só

o começo. O nosso verdadeiro desafio é, no mesmo contexto,

desenvolver uma declaração para proteger a água do nosso

planeta.

Como devem ter lido na última edição do Jornalesas, a nossa

escola esteve representada no Parlamento Europeu da Ciência

em Aachen, Alemanha, que se realizou de 21 a 25 de Março, e

cujo tema era a Água. Fomos acolhidos pela Câmara Municipal

de Aachen, pela Universidade local e pela Associação Mosaica

na pousada da juventude. Os dois primeiros dias foram uma

preparação para o debate que levou à finalização da Declara-

ção de Aachen, que vinha sendo elaborada desde Julho em

debates num fórum online. Esses dois dias iniciais foram mui-

to importantes para nos apercebermos de que, mesmo sendo

tão diferentes, é possível trabalharmos conjuntamente em

prol do mesmo sonho: o respeito pela água por parte de

todos. Já no Parlamento, o nosso trabalho foi um pouco dife-

rente: fomos divididos em grupos temáticos onde debatemos

assuntos mais específicos como a economia, a tecnologia, a

política, a sociedade e a responsabilidade associadas à água;

no final, houve debate geral em plenário e consequente apro-

vação da declaração. Também no Parlamento deparámo-nos

com diferentes realidades, mas nem por isso o nosso trabalho

foi afectado, antes foi enriquecido.

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N o final do ano lectivo de 2009-2010,

damos conta da conclusão do projecto

―Um pouco mais de Azul‖. Estivemos

atentos durante todo o ano a seguir um

processo de pesquisa, de informação no terreno e

divulgação. Os resultados são muito positivos. Tive-

mos informação de fonte limpa que, neste verão de

2010, todas as praias da orla costeira da nossa cida-

de são candidatas à Bandeira Azul da Europa com a

excepção, compreensível, da praia do Edifício

Transparente. Segundo informação dada em entre-

vista pela directora da ETAR das Sobreiras, Enge-

nheira Elsa Ferraz, a ETAR trata as águas residuais

da zona da Foz e lança-a com um grau de qualidade

muito aceitável no Rio Douro. Os riachos que

banham a área do novo Parque Oriental, recente-

mente inaugurado, foram limpos conforme os

objectivos explícitos no projecto base do parque.

Foi essa a informação que recolhemos do arquitecto

paisagista Sidónio Pardal aquando da visita que

guiou com a associação ambiental Campo Aberto

em que se incluiu um grupo de interessados da

ESAS. A cor das águas da nossa cidade é, sem dúvi-

da, muito mais Azul.

Como conclusão do nosso projecto, faremos uma

festa no Parque Oriental da cidade a celebrar o Dia

Internacional do Ambiente, dia 5 de Junho. E para o

ano haverá mais!

Procure a solução na sala do

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Page 7: Jornalesas Junho 2010

Página 7 •

N o passado dia 11 de Mar-

ço, a equipa dos JRA e os

elementos do 11ºB selec-

cionados para representar

Portugal em Aachen, na Alemanha,

realizaram uma visita de estudo à

ETAR das Sobreiras. Esta era uma das

visitas que mais ansiávamos, mas

receávamos não poder recolher uma

história de fim feliz.

Recebeu-nos a Engenheira Elsa Fer-

raz, com grande alegria e entusias-

mo. Forneceu-nos informações acerca

do tratamento das águas residuais,

nomeadamente os três processos

principais: um primário, onde se

separam os sólidos grosseiros, areias

e gorduras; um secundário, onde se

utilizam bactérias em reactores bio-

lógicos; e, por fim, um terciário,

onde realizam a desinfecção da água

e a remoção de nutrientes, evitando

assim a formação de algas à superfí-

cie que inibiriam a entrada de luz

(eutrofização).

A água que será lançada novamente

para o rio não é potável; mas pode

ser utilizada para fins industriais,

limpezas ou como água de rega, por

exemplo.

Destacamos um extracto da entrevis-

ta que fizemos à Directora da ETAR:

JRA: Muitos cursos de água do Por-

to confluem para este local. Foi um

risco a construção desta ETAR, ten-

do em conta a densidade populacio-

nal à sua volta?

Direcção da ETAR: A construção da

ETAR nesta zona foi favorável. Os

problemas só começaram depois de

ter entrado em actividade. Uma ETAR

precisa de estar sempre a trabalhar,

as 24h e, se houver maus cheiros, a

população local queixa-se logo. (…)

Os camiões que fazem a recolha das

lamas, que têm um cheiro diferente,

só carregam entre as 00horas e as 05

da manhã. Mesmo assim, ao mínimo

sinal de mau cheiro, há sempre pes-

soas a reclamar. (…)

JRA: Que tipo de resíduos devemos

evitar lançar nas águas residuais?

Direcção da ETAR: Os resíduos

industriais e alguns óleos e hidrocar-

bonetos são muito nocivos (…). Mas

os resíduos domésticos com que

temos tido mais problemas recente-

mente são, estranhamente, as coto-

netes. Deveriam ir para o lixo nor-

mal, em vez de ir pela sanita abaixo.

Esse pequeno gesto simplificaria mui-

to a vida da ETAR (…). Os medica-

mentos também provocam efeitos

graves, como o hermafroditismo nos

peixes que se encontram no destino

final das águas.

JRA: Que tipo de projectos estão a

ser desenvolvidos?

Direcção da ETAR: (…) A reabilita-

ção das Águas de Gaia é um exemplo

de sucesso; estamos a tentar avançar

com o projecto da despoluição do rio

Tinto, tal como o da Ribeira da Gran-

ja. Outro projecto já apresentado

para financiamento é a construção de

uma unidade industrial transformado-

ra dos resíduos sólidos em fertilizan-

te.

Prosseguimos com uma visita guiada

a quase toda a ETAR: observámos,

por exemplo, a separação das lamas

dos resíduos, assim como a lavagem

destes. Foi quase insuportável o facto

de, em algumas ocasiões, se sentir o

mau cheiro invadir as nossas narinas.

No entanto, foi uma visita bem pro-

dutiva, na medida em que pudemos

ver o interior de uma ETAR e o modo

como funciona. Para além disso, tive-

mos a oportunidade de nos informar-

mos sobre alguns aspectos ambien-

tais, muito relevantes na nossa comu-

nidade e verificar que as ETARes do

Porto estão a fazer o seu trabalho de

limpar as nossas águas. Como hoje

em dia se diz: ―Pensar Globalmente,

Agir Localmente.‖

Visitem o website: http://aguasdoporto.pt ou

http://ambiporto.pt

J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

ESAS na ETAR das Sobreiras por Equipa JRA Fotografia de Maria Rosa Costa ( Prof.ª )

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Sabias que a energia solar pode ser transformada em ener-

gia eléctrica e que, além de ser uma fonte praticamente

inesgotável, não deixa resíduos no meio ambiente ? ?

Page 8: Jornalesas Junho 2010

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N o passado dia 10 de Maio, vestimos a camisola. Reali-

zou-se, na nossa escola, a Celebração do Dia da Euro-

pa. As actividades foram organizadas pelo Clube

Europeu e integraram os trabalhos dos alunos partici-

pantes no Clube.

As actividades principais foram uma exposição e uma sessão de

trabalhos no Auditório. Os visitantes da exposição puderam

apreciar literatura diversa e cartazes e sobre a Europa em geral

e guardar alguma da informação sobre os projectos Europeus,

sendo particularmente útil um mapa dos países da União nas

Línguas Nacionais. A sessão de trabalho realizou-se às 15h e 20m

e teve como público convidado as turmas dos alunos participan-

tes no Clube Europeu, 10ºB, 10ºI, 11ºB e os seus professores.

Iniciou-se a sessão com uma breve história do Clube Europeu

na ESAS que está a fazer 10 anos. Seguiu-se a participação de

uma antiga aluna, muito premiada por trabalhos do Clube, Cata-

rina Bastos, representando agora a AEGEE e projectos para

jovens estudantes europeus; os JRA, apresentaram as activida-

des que desenvolveram durante este ano lectivo. Terminámos

com os jovens do Parlamento Europeu da Ciência, que nos

deram conta da participação da nossa escola e do nosso país na

Alemanha.

Os pontos altos desta sessão foram a constante participação da

professora Maria da Luz Carvalheira nos projectos europeus ao

longo da sua história e a recompensa gulosa do conhecimento

por parte do público convidado, sobre a Europa. A cada resposta

correcta fomos sendo contemplados com um saboroso chupa-

- chupa.

Gostámos de ter feito parte desta celebração porque nos dá

uma sensação de identidade europeia e podemo-nos congratu-

lar com a nossa história e história da Europa, bem como com os

projectos de âmbito internacional e global desenvolvidos pela

União Europeia.

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Celebração do Dia da Europa Fotografia de Mª José Rodrigues (profª)

por Equipa JRA

H á sete anos iniciei na Escola Secundária/3

Aurélia de Sousa, aquele que viria a ser o

propulsor do meu percurso de vida actual, o

Secundário. Por este motivo foi com orgulho

acrescido que este ano entrei na ―nova‖ ESAS com uma

nova tarefa, a de realizar estágio, sob orientação da

Dr.ª Manuela Rios, no Serviço de Psicologia e Orientação

no âmbito do Mestrado de Psicologia Clínica e da Saúde.

O meu estágio resume-se a seis meses extraordinários

de aprendizagem, experiência e muito trabalho, mas

também de muita satisfação e alegria. Tive o prazer de

abraçar as actividades desempenhadas por este serviço

que abarcam a prática clínica figurada pela avaliação e

intervenção; a Orientação Escolar e Profissional desen-

volvida nas turmas de 9º ano de escolaridade e indivi-

dualizada quando solicitada, o apoio à inscrição de exa-

mes, a promoção de (in)formação relativa ao acesso ao

ensino superior e a outras áreas de interesse; o acompa-

nhamento aos alunos no processo de aprendizagem e

socialização na comunidade visando o sucesso escolar; a

cooperação e desenvolvimento de projectos em parceria

com Docentes, Pais/Encarregados de Educação e Auxi-

liares de Acção Educativa no sentido de dar respostas às

solicitações da comunidade; e a integração no NIPES.

Como se pode calcular todas as actividades supra cita-

das exigem empenho e envolvimento que nem sempre

são visíveis para quem está de fora, mas que se traduzi-

ram para mim em meio ano e cerca de 700 horas de

conhecimentos, entrega e certezas das minhas escolhas

académicas.

Foi uma excelente experiência voltar às origens mas

agora do outro lado do panorama!

Um Estágio no Serviço de Psicologia e Orientação Fotografia de António Carvalhal (prof.) Por Patrícia Fernandes

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Na Feira dos Malandrecos (José Vaz)

e História Breve da Lua

(António Gedeão)

O Clube de Teatro da ESAS levou à cena na noite de 11

de Junho do corrente ano duas peças de teatro, interpre-

tadas por 22 alunos, no espaço da Cantina da escola,

pelas 21 horas e 30 minutos:

Na Feira dos Malandrecos (José Vaz) integra alunos do

7.º D (na sua maioria) e do 8.ºB, num total de treze,

sendo todos alunos que optaram pela disciplina de

Expressão Dramática. A peça reúne algumas persona-

gens, colhidas de uma galeria que retrata alguns dos

quadros mais vivos da sociedade nacional.

História Breve da Lua (António Gedeão) reúne oito

alunos do 9.ºB e uma aluna do 11.º ano. O texto é uma

lição de ciência de um grande mestre e de um não

menos grande vulto das letras portuguesas.

A noite de teatro foi ainda o momento oportuno para a

entrega de lembranças aos alunos que participaram a

nível de escola no Concurso Nacional de Leitura.

O Teatro agradece a todos os que tornaram possível a

realização deste projecto.

Noite de Teatro ESAS 2010

José Fernando Ribeiro Professor responsável pelo Clube de Teatro da ESAS

TUI, do Centro de Aconselhamento e Orientação de

Jovens do Porto realiza a sua intervenção no quadro

do Projecto Nacional de Educação Pelos Pares que a

Fundação Portuguesa "A Comunidade Contra a SIDA"

desenvolve em Escolas Básicas e Secundárias com 3º

Ciclo, numa parceria com o Ministério da Educação.

Teatro Universitário de Intervenção (TUI)

do Porto actua na ESAS Por António Almeida, Beatriz Cruz, Inês Manaú e Sofia Morais do 7ºA - Fotografia de Pedro Gomes do 10ºG

N o dia 20 de Maio, a turma A do 7º ano assistiu

uma actuação de Teatro-debate , com o

objectivo de sensibilizar os jovens para com-

portamentos de risco. Nesta dramatização

abordaram-se os temas: a problemática do bullying, a

discriminação associada à S.I.D.A. e a violência no

namoro.

As jovens actrizes eram muito simpáticas e interagiam

bem com o público conseguindo fazer passar a mensa-

gem e mantendo a turma sempre interessada e partici-

pativa durante a sua actuação. Foi um momento educa-

tivo e descontraído, por isso esperamos repetir a expe-

riência.

TUI, teatro universitário de intervenção Por Francisca Ferreira da AMA

As peças - que foram criadas por voluntários e Psicólo-

ga do CAOJ Porto - abordam a problemática dos com-

portamentos de risco em forma de Teatro-debate.

No presente ano lectivo na ESAS tivemos sete actua-

ções para diversas turmas do 3º ciclo a convite do

NIPES e da AMA .

Os voluntários são os estudantes universitá-

rios, Francisca Ferreira (ex-aluna ESAS), Inês Oliveira

(ex-aluna ESAS), João Cardoso, estudantes universitá-

rios e a Psicóloga Raquel Oliveira.

Bernardo e Adriana da turma A do 7ªano

O professor José Fernando com alunos do Clube de Teatro

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Página 10 • Página 10 • J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

Centenário da República Entrevista à professora Mª João Cerqueira

O que significa ser republicano?

Antes de pensar o termo ―republicano‖

é necessário falar de ―república‖.

República, res publica, ou seja, um

bem comum, um regime que é feito

para estar ao serviço de todos. Ser

republicano é respeitar a diferença, a

educação, a cultura, a cidadania…

Ainda faz sentido ser republicano nos

dias de hoje?

Faz sentido, claro, se tivermos uma

República que seja uma democracia

autêntica, que respeite as diversas

opiniões. Nem sempre se pode asso-

ciar, como normalmente se faz, repú-

blica com democracia e monarquia com

ditadura. Há repúblicas que são ditadu-

ras e nós temos um bom exemplo: o

Estado Novo; e monarquias que são

democracias exemplares. O importante

não é a república e a monarquia, mas

sim a democracia.

Concorda com a forma como é abor-

dado o tema no Ensino Básico e

Secundário?

Seria impensável que os programas de

História não abordassem o tema

―república‖. Penso que no que diz res-

peito à Primeira República Portuguesa,

aquilo que perdura mais na memória

dos alunos são os aspectos negativos,

aquilo que afinal explica a sua curta

duração. E muitas vezes é colocado

num plano perfeitamente secundário o

papel que ela desempenhou, por exem-

plo, na educação. Esta foi um dos prin-

cipais objectivos dos republicanos,

embora não tenha sido concretizado

como quereriam, devido ao fraco esta-

do das finanças. Mas conseguiram redu-

zir o analfabetismo - o que tem lógica

visto que defendiam o Sufrágio Univer-

sal - e criar duas novas Universidades:

a do Porto e a de Lisboa, criando ainda

o ensino para adultos e bibliotecas

itinerantes. É também preciso chamar

a atenção dos alunos para os valores

republicanos: o laicismo, a igualdade

de direitos e de oportunidades, os

direitos naturais, o dever de respeito

pela cultura e pelas ciências e ainda a

defesa de uma educação para a cidada-

nia - aliás o tema do nosso Projecto

Educativo há já vários anos.

Quais as actividades mais significati-

vas levadas a cabo pela ESAS, nas

Comemorações do Centenário da

República?

O grupo de História resolveu, desde o

início do ano, realizar algumas activi-

dades comemorativas do Centenário da

implantação da I República. Comemo-

rou-se a revolução republicana de 31

de Janeiro de 1891 com uma exposição

de trabalhos dos alunos do 9º ano e a

passagem de imagens no ―open space‖,

ao longo do dia, sobre o Porto e a revo-

lução falhada; têm sido publicados num

blogue (http://

centenariorepublicae-

sas2010.blogspot.com/) os trabalhos

que têm estado a ser realizados pelos

alunos do Básico e Secundário. Em

colaboração com o clube de dança e

com a Biblioteca foi realizado um

sarau. Foi um encontro com a Dança, a

Poesia e a História, no dia 30 de Abril.

Tem havido a preocupação de divulgar

as diversas efemérides que, pelo país

inteiro, mas sobretudo no Porto, têm

sido realizadas – colóquios, exposições,

conferências… E pensamos ainda iniciar

o próximo ano lectivo, nas proximida-

des do dia 5 de Outubro, com mais

algumas actividades…

Ser republi-

cano é res-

peitar a

diferença,

a educação,

a cultura, a

cidadania… Entrevistada por Pedro Gomes

e Patrícia Costa do 10ºG

No ano das comemorações do Centenário da República, o JORNALESAS encontrou-se com a professora de História e Coordenadora do Departamento das Ciências Sociais e Huma-nas que gentilmente nos deu uma entrevista. O seu enorme interesse histórico e cultural é inquestionável.

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Página 11 J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

―Em Torno do Trono‖

Coreografia ―Em Torno do Trono‖

pelo Grupo de Dança Contemporânea.

Recordamos Guerra Junqueiro: poeta, portuense e repu-

blicano que defendia uma república ampla e participati-

va e que afirmava que ―o que não tem música não tem

jeito‖. Em ―Em Torno do Trono‖ as cadeiras são símbolo

do poder e pretendemos gritar bem alto a nossa vonta-

de em participar activamente nas tomadas de decisão!

Nós somos … o futuro da República!!!

Banda Sonora: O cavaleiro Andante, Lágrima e In Pace –

Finis in: A Música de Junqueiro – Som e Imagem, Uni-

versidade Católica Portuguesa (Porto).

Sinopse do espectáculo:

Tendo como pano de fundo o centenário da implan-

tação da República e pretendendo comemorar datas

marcantes de Abril como o dia do livro, o dia da liber-

dade e o dia mundial da dança, tentámos ao realizar

"Encontros..." lançar um olhar cruzado sobre a Dança,

a Poesia e a História tendo como fio condutor os

temas da cultura e da liberdade.

Em Torno do Trono!

Por Mariana Barros do 9ºC

Do alto do nosso trono,

Vimos quanto é pequeno o mundo

E grande a miséria humana

Somos a República – vento furibundo

Somos o poder e a mudança

Pára. Vê. Escuta:

Movemos o mundo com esta dança.

Sopram Ventos de Mudança!!!... Por Mariana Barros do 9ºC

Sopram ventos de mudança no início do Século XX …

Voam a arte, a literatura, a política e a dança.

Em Portugal dá-se a implantação da República e os ven-

tos do modernismo encontram território fértil para se

instalar.

A Dança também inicia a sua viagem para o moderno.

Apanha os ventos que soltam o movimento no espaço,

liberta-se da rigidez do Ballet Clássico dando azo à livre

expressividade do corpo. Em Paris, nascem os ―Ballets

Russes‖.

Sopram os ventos … trazem a mudança.

Renova-se a mentalidade e constrói-se o futuro século

XXI, onde, algures no Mundo, um Grupo de Dança se

entregará ao conforto da liberdade, expressa em movi-

mento, evocando Parade: um bailado da Companhia

―Ballets Russes‖ com cenários de Picasso e música de

Eric Satie.

Page 12: Jornalesas Junho 2010

Página 12 • J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

Regina Quintanilha Por Marina Mamede do 11ºE

R egina da Gló-

ria Pinto de

Magalhães

Quintanilha

nasceu a 9 de Maio de

1893 em Miranda do

Douro, e foi a primeira

advogada portuguesa da

1º República.

A 6 de Setembro de

1910, apenas com 17

anos, Regina Quintani-

lha requer a sua matrí-

cula na Faculdade de

Direito de Coimbra,

onde a 24 de Outubro

do mesmo ano dá entra-

da.

De referir que em ter-

mos de Educação, a

escolaridade obrigatória em 1910 era dos 7 aos 11 anos, pois

para as mulheres apenas se desejava que fossem esposas obe-

dientes e boas mães.

Regina Quintanilha foi uma excepção, pois recebeu autoriza-

ção para exercer advocacia, quando este exercício ainda era

vedado às mulheres, de acordo com o Código Civil de 1867.

Com licença certificada pelo Presidente do Supremo Tribunal

de Justiça, veste a toga no Tribunal da Boa-Hora, em Lisboa,

a 14 de Novembro de 1913.

Regina Quintanilha vai também exercer funções como Conser-

vadora do Registo Predial e Notária.

Sob a névoa de mentalidades que ainda não se encontravam

preparadas para aceitar a afirmação feminina, são várias as

vozes portuguesas que não hesitam em denegrir a imagem das

mulheres que exercem uma profissão liberal, o que leva Regi-

na a partir para o Brasil, onde vai colaborar na Reforma da

Lei Brasileira. Estabelece escritórios tanto no Rio de Janeiro

como em Nova Iorque e é advogada de várias empresas fran-

cesas. Anos mais tarde volta para Portugal onde virá a falecer

a 19 de Março de 1967, em Lisboa.

Esta mulher que se tornou a primeira advogada portuguesa,

abriu o caminho, deu a lição, autonomizou-se e mostrou que

era possível fazer a diferença, sendo considerada um exemplo

de feminista da 1º República.

Maria Veleda Por António Mota do 11ºE

M aria Veleda foi uma mulher pioneira na luta pela

educação das crianças, feminista e republicana

que se destacou como dirigente do 1º movimen-

to feminista português.

Foi escritora de poesia, contos e novelas tendo sido as suas

obras dedicadas às ideologias pelas quais lutou. Fundou a

―Obra Maternal‖, instituição em prole do acolhimento de

crianças abandonadas ou em perigo moral, por intermédio

da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas em 1909.

Em 1912, foi nomeada pelo governo Delegada de Vigilância

da Tutoria Central da Infância de Lisboa, instituição desti-

nada a crianças abandonadas, pedintes ou delinquentes.

Como feminista, criou cursos nocturnos femininos, em prole

de uma educação feminina diferente daquilo que era o pres-

suposto aos olhos dos valores tradicionais.

Como dirigente da Liga Republicana das Mulheres Portugue-

sas e das revistas ―A mulher e a criança‖ e ―A Madrugada‖

escreveu, discursou, editou petições e chefiando delegações

aos órgãos de soberania. Assim lutou contra a prostituição

(sobretudo de menores), pela igualdade entre sexos perante

a lei em termos jurídicos, cívicos e políticos. Lutou contra

as superstições e fanatismo religioso que afectava as mulhe-

res e que as prendia a preconceitos sociais e religiosos for-

mando o ―Grupo das Treze‖.

Foi republicana por influência da maçonaria onde se iniciou

em 1907 e, em 1909, foi condenada à prisão, sendo acusada

de abuso de liberdade de imprensa e, para além disso, foi

vítima de ameaças e perseguições por parte dos sectores

mais conservadores (católicos e monárquicos). Foi a favor

da entrada de Portugal na

1ª Guerra Mundial e con-

tra o regime ditatorial do

general Pimenta de Cas-

tro, fazendo parte dos

conspiradores que o der-

rubaram.

Em 1921, Maria Veleda

abandonou a politica acti-

va e fez-se jornalista,

continuando assim a

defender os ideais que a

tornaram famosa.

http://centenariorepublicaesas2010.blogspot.com/2010_02_01_archive.html

Mulheres Republicanas

Page 13: Jornalesas Junho 2010

Página 13

• Página 13 J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

O que é uma

república ?

Assim, uma república é um sistema político, que visa

defender, proteger e cuidar dos seus cidadãos garantindo -

- lhes a plenitude dos seus direitos.

Filipa Ferreira, 11ºG

A origem da república está na Roma clássica, quando pri-

meiro surgiram instituições como o Senado. A República é

um governo que procura atender aos interesses gerais de

todo o cidadão.

Vera, 11º G

Uma República é uma forma de governo na qual um repre-

sentante é escolhido pelo povo para ser o chefe do país,

detendo o poder executivo.

Cristina Casimiro, 11ºG

Na manhã do dia 5 de Outubro de 1910 foi proclamada a

República, pondo assim fim à Monarquia que, em Portugal,

durou quase oito séculos.

Susana Vilas-Boas, 11ºG

A república é baseada na dignidade da pessoa humana e na

vontade popular e empenhada na construção de uma socie-

dade livre, justa e solidária.

André Carvalho, 11ºE

Para o futuro fica a esperança de que a República se

desenvolva e seja mais um contributo para o desenvolvi-

mento de Portugal a todos os níveis, principalmente, que-

num futuro próximo seja o criador da estabilidade.

António, 11º E

A República é um governo que procura atender aos interes-

ses gerais de todo o cidadão. É o povo que elege o seu

Chefe de Estado, que exercerá um mandato temporário.

Marisa Moutinho, 11ºG

A república é um governo que procura atender aos interes-

ses gerais de todo o cidadão.

Henrique Mano, 11ºG

É na república que são tomadas decisões com vista a

melhorar o bem-estar de todos e surge uma maior preocu-

pação com o bem comum.

Joana Nicola, 11ºE

A proveitando o tema de Direitos Humanos e

Globalização, foram colocadas algumas

questões à Dra. Cláudia Cordeiro de

Almeida, Advogada – Estagiária, Mestran-

da em Ciências Jurídico - Administrativas, colabora-

dora e monitora em campos de trabalho da Amnis-

tia Internacional.

Dra. Cláudia, acha que os Direitos Humanos são

totalmente aplicados em Portugal?

R: No geral penso que sim, no entanto surgem

alguns casos, que apesar de pontuais não deixam de

ser realmente preocupantes.

Por vezes, as nossas prisões não respeitam os Direi-

tos Humanos, por isso, temos que estar atentos. E

quando constatamos que há violações tem que se

agir, porque só assim podemos repor e reafirmar a

validade dos nossos Direitos. (…)

Sente que a nível laboral há discriminação em

razão de sexo, religião, cor, etc?

Infelizmente, na prática, existe alguma. Mas não

deveria existir, se todos cumpríssemos os preceitos

constitucionais, nomeadamente o nº 2 do artigo 13º

da CRP que refere: ninguém pode ser prejudicado

em razão do sexo, raça, língua, território de ori-

gem, religião, condição social ou orientação sexual.

Por isso, cabe a cada um de nós lutar contra essa

discriminação.

Para isso, basta fazer uma coisa muito simples lutar

pelos nossos direitos. Quando violados, invocá-los

em juízo; só assim poderemos reafirmar a validade

das normas legais e constitucionais que consagram

o direito à não discriminação.

(…)

P: Qualquer estudante pode colaborar com a

Amnistia Internacional? E qual o meio mais ade-

quado?

R: Sim. A ajuda de todos é sempre pouca. O meio

mais adequado é inscreverem-se nas acções urgen-

tes juniores, que podem fazer no site da Amnistia

Internacional – Secção Portuguesa.

Recebem em casa mensalmente um caso de viola-

ção dos Direitos Humanos onde é necessário intervir

e a AI disponibiliza um modelo de carta. Com esta

carta podemos salvar uma vida.

Os Direitos Humanos e a Amnistia Internacional Por Ana Sofia do 10ºH

Ilust

ração d

e A

C (

pro

f.)

Page 14: Jornalesas Junho 2010

Página 14 • J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

A revolução de 4 de

Outubro de 1910 e a

consequente Proclama-

ção da República no dia

seguinte, encontraram a arte por-

tuguesa num estado que reflectia

a situação do país, que se manti-

nha pobre e afastado do desen-

volvimento técnico, cultural e

social dos restantes países euro-

peus. Na primeira metade do

século XX o conceito básico da

arte contemporânea e o conceito

de vanguardismo estavam quase

automaticamente ligados à ideo-

logia do progresso, característica

da moderna sociedade industrial

que resultou da industrialização

iniciada no séc. XIX na Europa e

E.U.A. e da qual Portugal esteve à

margem, por razões sobejamente

conhecidas.

Enquanto a arte em termos europeus

sofria uma ruptura, com o Fauvismo e

o Expressionismo, movimentos vindos

ainda de finais do séc. XIX, e particu-

larmente com o Cubismo, movimento

iniciado em 1907 com o quadro ―Les

Demoiselles d´Avignon‖ de Picasso,

Portugal era dominado por uma classe

burguesa de base rural - que no fundo

era quem controlava os meios artísti-

cos e culturais - classe essa avessa à

mudança estética, mantendo o gosto

pela tradição e a pintura de

―costumes‖ do séc. XIX protagonizadas

por Columbano Bordalo Pinheiro e José

Malhoa, e ainda com nomes como

António Carneiro, Aurélia de Sousa,

Veloso Salgado, entre outros.

Daí a continuação dos valores naturalis-

tas nas artes plásticas e dos valores

revivalistas na arquitectura na transição

do séc. XIX para o XX e nos primórdios

do séc. XX, com a consequente pene-

tração polémica e tardia do Cubismo e

do Futurismo na arte nacional a partir

de 1915 (até mais acentuada no campo

literário - Pessoa/Álvaro de Campos,

Raul Leal e Almada Negreiros, do que

no artístico onde Santa-Rita Pintor fun-

cionava bastante isolado) e do nosso

Surrealismo tardio em contraponto ao

Neo-realismo.

Os primeiros pintores a manifestarem o

seu vanguardismo, em sintonia com

Paris e Berlim foram Santa-Rita Pintor

(1889-1918) e Amadeo de Souza-

Cardoso (1887-1918), que estavam em

Paris por altura da eclosão do Cubis-

mo. Foram eles os autores de obras e

atitudes futuristas que deram uma rara

animação à vanguarda artística portu-

guesa, entre 1915 e 1917, no entanto

mal acompanhados pela maioria dos

outros artistas e ainda hostilizados

pelos naturalistas e pelo público, numa

época dominada pelo conservadorismo

cultural e pela agitação política do

início da República.

O primeiro sinal de ruptura que se

seguiu à Proclamação da República de

1910 foi uma exposição de “Arte

Livre‖, que tinha a intenção de

―denunciar os métodos retrógrados do

ensino oficial‖, realizada em 1911 em

Lisboa e organizada por Manuel Bentes

que reunia companheiros de Paris,

como Francisco Smith, Eduardo Viana,

Emmerico Nunes entre outros. Estes

jovens artistas contestatários da arte

vigente apregoavam o culto da nature-

za, o que se nota nas obras expostas,

naturalmente ainda influenciadas pelo

Impressionismo francês.

A esta contestação dos pintores seguiu-

se a dos desenhadores e caricaturistas,

com destaque para Leal da Câmara,

celebrizado pelos seus ataques à

monarquia, ao clero e à polícia ainda

antes de 1910, ataques esses feitos

As artes plásticas por altura da Proclamação da República em Portugal Por António Carvalhal (prof.)

Portugal era domi-

nado por uma classe

burguesa de base

rural (…) classe

essa avessa à

mudança estética,

mantendo o gosto

pela tradição e a

pintura de

―costumes‖ do séc.

XIX protagonizadas

por Columbano Bor-

dalo Pinheiro e José

Malhoa, e ainda

com nomes como

António Carneiro,

Aurélia de Sousa,

Veloso Salgado(…).

Page 15: Jornalesas Junho 2010

Página 15 J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

com lápis e tinta e em forma de carica-

tura. Leal da Câmara, pintor e ilustrador

que estava refugiado em Paris, expôs

individualmente em Lisboa em 1912, a

que se seguiu no mesmo ano a exposição,

inaugurada pelo Presidente da Repúbli-

ca, Manuel de Arriaga, dita ―Salão dos

Humoristas‖, grupo de que Almada

Negreiros fez parte, assim como Cristia-

no Cruz, António Soares e Jorge Barradas

(que a partir da década de 40 se tornou o

nosso ceramista mais importante). À

mesma geração pertenceram Stuart Car-

valhais, que veio a ser o caricaturista e

ilustrador mais popular das décadas

seguintes, e Fernando Correia Dias o

primeiro a tornar-se profissional colabo-

rando com três publicações, com desta-

que para a ―Ilustração Portuguesa‖.

Em 1913, o poeta Fernando Pessoa,

aproveitou a primeira exposição indivi-

dual de Almada Negreiros para redigir

um texto sobre a arte satírica. Escre-

veu o poeta que a ―arte satírica pode

provocar o ódio, o riso ou o mero sorri-

so; e em cada um destes aspectos, o

artista pode ter génio, talento ou ape-

nas habilidade‖, querendo com isto

Pessoa dizer que Almada não era um

génio, mas certamente mais do que

um habilidoso.

Esta não deixa de ser uma

―classificação‖ interessante para um

dos mais profícuos artistas portugueses

da primeira metade do século XX, que,

juntamente com os infelizmente desa-

parecidos demasiado cedo, Santa-Rita

Pintor e Amadeo de Souza-Cardoso (a

figura mais brilhante e mais represen-

tativa da participação portuguesa na

renovação artística europeia) se

podem considerar os introdutores do

modernismo em Portugal, com os dois

últimos a terem a particularidade de

introduzirem o Geometrismo e o

Cubismo e de algum modo colocarem

Portugal no mapa da arte internacio-

nal.

Outros artistas importantes que surgi-

ram por altura da Proclamação da

República, ligados à ―1ª Geração

Modernista‖ e que desenvolveram o

seu trabalho nas décadas seguintes

foram o casal francês refugiado em

Portugal, Robert e Sonia Delaunay,

que foram os mentores do Orfismo,

movimento inspirado no Cubismo, José

Pacheko, Cristiano Cruz e Eduardo

Viana (1881-1967), que com uma pin-

tura fortemente estruturada e de

grandes preocupações colorísticas,

influenciada pelo Orfismo, é um dos

mais interessante pintores da primeira

metade do século XX.

Esta geração lançou as bases para o

trabalho dos grandes nomes das artes

plásticas portuguesas do séc. XX, como

Francisco Franco, Leopoldo de Almei-

da e Canto da Maia, artistas bastante

ligados ao regime Salazarista, princi-

palmente em termos de estatuária

iconográfica.

Dos outros artistas, destaque para Antó-

nio Dacosta (um dos nossos pintores Sur-

realistas juntamente com António Pedro,

Vespeira, Fernando Lemos, Cruzeiro Sei-

xas e Mário Cesariny), João Hogan, Abel

Manta, Dórdio Gomes, Carlos Botelho,

Mário Eloy, Dominguez Alvarez, Sarah

Afonso, Vieira da Silva, Júlio Pomar,

Júlio Resende, Fernando Lanhas, Fernan-

do de Azevedo, Eurico Gonçalves,

Menez, António Areal, Joaquim Rodrigo,

Paula Rego, René Bertholo, Lurdes Cas-

tro, Joaquim Rodrigo,

Eduardo Luís, Carlos Calvet, Barto-

lomeu Cid dos Santos (exímio gra-

vador), Nadir Afonso, Alberto Car-

neiro, Jorge Martins, Noronha da

Costa e Rolando Sá Nogueira (bom

pintor e excelente professor), isto

para citar apenas alguns nomes das

artes plásticas portuguesas até ao

25 de Abril de 1974.

Continua na página 26

Page 16: Jornalesas Junho 2010

Página 16 • Página 16 • J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

Foi no início do ano lectivo que o desafio da Câmara Municipal do Porto chegou: construir um carrinho solar! O desafio foi aceite e no dia 29 de Maio, na Praça D. João I, foi hora de prestar provas… Por Tiago Peixoto do 7ºC

E m Outubro de 2009, os alunos da turma C do

7º ano da ESAS souberam que a Câmara

Municipal do Porto iria promover uma série

de actividades no âmbito da ―Semana da

Energia e do Ambiente‖, entre as quais uma corrida

de carrinhos solares. Logo, um grupo de alunos se

juntou para meter mãos à obra: o André Almeida, o

Diogo Múrias, o Henrique Lobo, o Rodrigo Wandsch-

neider e o Tiago Peixoto.

Era necessário ajuda e a professora de Físico-

Química, Maria da Luz, prontificou-se para fazê-lo.

Foi um trabalho árduo e nem sempre fácil, mas em

Maio de 2010 um carrinho capaz de se mover apenas

com a energia do sol estava finalmente pronto.

No dia 29 de Maio pelas 10 horas, na Praça D. João I,

chegava finalmente a hora da corrida ―À Velocidade

do Sol‖. O entusiasmo era grande e as expectativas

também. Eram vinte e dois os carrinhos a concurso e

algumas das claques bem numerosas.

No entanto, nem tudo correu como o previsto e o sol

resolveu não comparecer ao encontro… Ora, sem sol ,

não houve energia para os carros prestarem provas,

pelo que o júri se viu obrigado a atribuir apenas o

prémio pela concepção do carrinho.

Quando o segundo prémio foi anunciado, o grupo de

alunos da ESAS nem queria acreditar: ― O segundo

prémio vai para o carrinho número vinte e dois, da

Escola Secundária Aurélia de Sousa!‖. O Fire Blade

ficou em segundo lugar e cada um dos alunos recebeu

um cheque da FNAC, além de algumas lembranças da

CM do Porto.

Fire Blade: o carrinho solar

Forno Solar José T. Soares, Mª Miguel Vaz e Rita Castro do 8ºA

D esde o fim do 1º período do ano lectivo

2009/2010, nós, três alunos do 8ºA, com a

ajuda da professora de Física e Química

Manuela Montenegro, começámos a cons-

truir um forno solar. Após várias semanas de trabalho

exaustivo mas divertido, acabámos o forno. Encon-

trámos obstáculos, mas ultrapassámo-los! Foi diverti-

do viver esta pequena experiência em que soltámos

gargalhadas e, partindo dum pequeno pensamento,

construímos algo amigo do ambiente.

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

À velocidade do sol!

2º Prémio ecológico para o 7ºC

Page 17: Jornalesas Junho 2010

Página 17

Página 17 J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

Põe-te a andar robô Por Carlos Morais (Prof. Coordenador do Lugar da Ciência)

Durante o ano lectivo, o Lugar da Ciência desenvolveu

actividades ligadas à robótica que envolveram mais de

uma dúzia de estudantes, rapazes e raparigas do 9º,

do 10º e do 12º ano, que construíram, com peças

Lego, criaturas móveis que tiveram de ser programa-

das para poderem fazer algumas habilidades como

seguir uma linha, reagir ao toque, reagir à distância

de alguns obstáculos, emitir sons, distinguir cores,

etc.

O ciclo de trabalho foi (e será) construir-programar-

testar: movimentos, sensores, programas. Trabalho de

equipa, trabalho de observação dos resultados, discus-

são de soluções para se melhorar o programa ou para

a construção tarefas que exigiram sempre o envolvi-

mento constante de cada um e de todos.

No próximo ano, vamos poder começar mais cedo,

para nos prepararmos para a participação no Festival

Nacional de Robótica, contando desde já com todos os

que nos acompanharam durante estes meses, mesmo

com todos aqueles que nos vão deixar por terminarem

o ciclo de estudos do ensino secundário.

Jogos Matemáticos Por Carlos Morais (Prof. Coordenador do Lugar da Ciência)

A partir do próximo ano, o Lugar da Ciência vai pro-

mover a divulgação de alguns jogos matemáticos como

o Ouri, o Hex, o Rastros e o Avanço, destinados ao 3º

ciclo e ao ensino secundário. Para se poder jogar

estes jogos, que não envolvem o factor sorte, basta

conhecer um número reduzido de regras simples, apli-

cá-las e pensar nas melhores jogadas, nas melhores

defesas, nos melhores ataques, na análise de casos

particulares, nas generalizações, nas comparações de

uns jogos com outros, etc.

Vamos organizar torneios e preparar uma delegação

da ESAS para participar no 7º campeonato nacional de

jogos matemáticos a realizar no próximo ano lectivo.

Vamos jogar.

HEX

? Sabias que, apenas numa hora, o Sol

despeja sobre a Terra uma quantida-

de de energia maior que o consumo

do mundo num ano inteiro?

• • • • • • • • • • • • • • • • • • •

• • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Procure a solução na sala do

Ilust

ração d

e T

ere

sa V

iegas

(pro

fª)

para

LdC

Page 18: Jornalesas Junho 2010

TURISMO TOTAL! Jogos Electrónicos, Visitas de Estudo, muita aprendizagem e et cetera e tal!

Página 18 • Página 18 • J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

10º Ano

Turma numerosa e buliçosa torna imperativo o desenvolvimento de

actividades de carácter instrumental, que apelem à criatividade e

espírito de iniciativa dos alunos que a compõem. Através do con-

texto de colaboração de várias disciplinas com a Porto Vivo, Socie-

dade de Reabilitação Urbana (SRU) da cidade do Porto, sociedade

essa que ―apela à participação de múltiplos parceiros da Cidade,

numa óptica de cumprimento de objectivos sociais, culturais, turís-

ticos e económicos…‖, os alunos do 10º J realizaram duas Visitas de

Estudo a zonas do Centro Histórico do Porto, a partir das quais,

conceberam e construíram jogos didácticos para computador, alu-

sivos às áreas já visitadas: Ribeira, Sé, Clérigos e Cordoaria.

A mostra destes trabalhos à comunidade escolar teve lugar dia 15

de Junho no auditório da ESAS. Do programa que se iniciou com um

almoço na escola, constou uma apresentação do jogo electrónico

no Auditório da escola e uma sessão de entretenimento para os

alunos do 7º e 10º anos, nos laboratórios de informática.

O 11º Ano

Portefólios, panfletos, desdobráveis, apresentações em Powerpoint,

trabalhos bem formatados, fazem dos alunos da turma verdadeiros

técnicos especializados. No âmbito das disciplinas de Turismo –

Informação e Animação Turística, de Área de Integração, de Portu-

guês, está claro, e até de Comunicar em Alemão (!) estes alunos

mostraram a sua verdadeira mestria. Estão a fazer-se Técnicos e

Campeões de Cidadania!

O 12º Ano

No último ano do Curso e com a ansiedade natural que isso implica,

os alunos voltaram-se para Espanha e a experiência foi rica:

Novembro, em Santiago de Compostela, ―estudaram‖ o Centro His-

tórico e só‖à laia de guisa‖, incluíram nos objectivos o enquadra-

mento turístico do Eixo Porto-Galiza. Em Janeiro, visitaram a cida-

de de Madrid, por alturas da Feira de Turismo (FITUR), a maior da

Europa. Formaram-se grupos, partiu-se à aventura. A Feira agra-

dou, assim como ―la movida” – tanto no plano turístico como no

das experiências para a vida. E outra vida os espera fora da nossa

ESAS: trabalho ou faculdade, conforme a opção. Mas antes ainda,

em Julho, as Provas de Aptidão! Que desta escola levem, a par de

conhecimentos, modelos de actuação e a verticalidade que, no que

é essencial, distingue ―o mau do bom‖. Os estágios que a Escola

diligentemente lhes ofereceu será um bom início dessa vida que

queremos que aproveitem.

O empreendedorismo e criatividade do 10ºJ; a mestria na realização de trabalhos prá-

ticos do 11º I; as aventuras ibéricas do 12º J. As turmas do Curso Profissional de Técni-

co de Turismo da ESAS rapidamente passadas em revista.

Por Rosa Lídia Mota (coordenadora dos Cursos Profissionais)

Fotografias de António Carvalhal (prof.)

Jogo didáctico para computador

Page 19: Jornalesas Junho 2010

Saber alemão … É útil! É divertido! É bom!

Página 19

Página 19 J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

O Espaço

Alemão no Coração da

Europa

DACH − Sigla

Usada para

Representar os Estados

Dominantes da Língua Alemã

Factos e Números — Sabias que…

mais de 100 milhões de pessoas falam alemão como

língua materna? o alemão é a língua materna mais falada na Europa

(cerca de 1/3 da população)? o alemão é a segunda língua estrangeira mais estu-

dada? o alemão é a segunda língua mais usada no mundo

da ciência e na Internet? um em cada dez livros é impresso em língua alemã? a Alemanha é a terceira maior economia do mundo?

Vantagens — Sabias que…?

o alemão é uma língua importante a nível académico

e profissional? juristas, médicos, engenheiros, economistas, músicos

e filósofos com conhecimentos de alemão têm priori-dade no mercado de trabalho?

o alemão é uma porta aberta para o mundo da cultu-ra, da ciência e do lazer?

Einstein, Goethe, Beethoven, Mozart, Kant, mas tam-bém os Rammstein, os Tokio Hotel, Schuhmacher e Kahn representam, entre muitos outros, a diversidade cultural alemã de ontem e de hoje?

Por isso, se optares por estudar alemão, seguramente ficarás

a saber que:

esta língua é uma mais-valia para a vida e uma expe-riência inesquecível e a sua aprendizagem contribui para enriquecer o diálogo intercultural,

e poderás concluir que:

em qualquer altura, o monolinguismo tem cura! ☺

Por Olga Moutinho e Rosa Lídia Sousa (profªs)

D

E ntre 26 e 30 de Abril, os alunos desta escola res-

ponderam afirmativamente a estas perguntas.

Alguns dos trabalhos por eles executados ao longo

do ano, para e nas diversas línguas, estiveram

expostos, abrangendo uma diversidade de tópicos e compe-

tências que reflectem o trabalho de qualidade desenvolvido

nas aulas de Línguas.

Paralelamente à exposição, contámos com a presença de

professoras do Instituto Encounter English, que desenvolve-

ram actividades no âmbito da importância de aprender Lín-

guas no mundo global em que vivemos e a quem agradece-

mos pela disponibilidade demonstrada. A gastronomia teve

também um papel de relevo, quer nas refeições servidas na

cantina da escola – e gostaríamos de aqui deixar registado o

nosso ‗muito obrigado‘ a todas as funcionárias da cozinha,

que, mais uma vez, prontamente aderiram a esta actividade

que representa acréscimo de trabalho, bem como a outros

funcionários sempre prontos para nos ajudar - quer nos

‗docinhos‘ característicos das diversas culturas gastronómi-

cas, com que os alunos (e não só…) foram brindados no

intervalo entre aulas.

A dinâmica verificada permite-nos acreditar que, para o

ano, faremos ainda melhor. Contamos com todos vós!

Por Maria Paula Magalhães Professora de Inglês e Coordenadora do Dep. de Línguas

Os dias das línguas em dife-rentes cores e sabores

Falas português? Hablas Espanhol? Parlez-vous Français? Sprechen Sie Deutsch? Do you speak English?

Page 20: Jornalesas Junho 2010

Os Dias da Geografia Nos dias 2, 3, 4 e 5 de Março estiveram na ESAS Carlos Azevedo, Alexandra Inácio, Ana Monteiro e Álvaro Domingues por alunos das turmas F, G e H do 10ºano

Página 20 • Página 20 • J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

O s ―Dias da Geografia‖ foram o pretexto para estimular a

curiosidade geográfica e dar a conhecer diferentes lugares de

Portugal e do Mundo. Assim, a ESAS assistiu durante quatro

dias à apresentação de trabalhos de Geografia elaborados por

alunos do 7ºano ao 12ºano.

Os alunos do ensino secundário tiveram ainda oportunidade de ouvir

palestras proferidas por especialistas convidados. Assim:

Os gestores, Carlos Azevedo (mestrado em Economia Social) e Ale-

xandra Inácio da

UDIPSS - União

Distrital das

Instituições Par-

ticulares de Soli-

dariedade Social

do Porto, alerta-

ram para a

necessidade de

sermos pró-

activos em ter-

mos solidários.

Ficámos a saber

que é possível

garantir a sus-

tentabilidade

económica e

simultaneamen-

te contribuir

para o equilíbrio

geracional .

A geógrafa cate-

drática da FLUP,

Ana Monteiro, falou-nos da «Impulsividade do sistema climático –

ameaça ou oportunidade?», levantando questões de grande actuali-

dade, tais como: ‗Aquecimento Global, um fenómeno natural ou

provocado?‘,‘ Como conciliar o desenvolvimento com o equilíbrio

ambiental?‘ e demonstrou que as respostas não são simples porque,

havendo riscos, há também novas oportunidades que surgem destes

novos cenários. Só uma sociedade bem estruturada e consolidada

pode atenuar a vulnerabilidade das populações.

O geógrafo Álvaro Domingues, investigador na Universidade de Arqui-

tectura do Porto, falou-nos das ―Cidades em mudança‖ de uma for-

ma quase poética, escalpelizando a organização urbana e a dificulda-

de de, nos dias de hoje, encontrarmos uma definição consensual

para o conceito de cidade, pois todas as infra-estruturas que eram

apontadas na caracterização e diferenciação do espaço urbano estão

hoje disseminadas por toda a paisagem.

Carta

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O ano terminou em beleza com o

jantar/baile de Finalistas da

ESAS, organizado pela aluna do

12ºE, Maria Manuel, na fundação

Cupertino de Miranda, no passado dia 9 de

Junho.

Esta iniciativa reuniu alunos dos diferentes

cursos e professores, num ambiente de

confraternização onde não faltou a magia e

o glamour dos grandes momentos.

Festa de finalistas Por Maria Manuel do 12ºE

Page 21: Jornalesas Junho 2010

A História e a Geografia em plena acção

Em Conímbriga e Mira de Aire com as turmas G e H do 10º ano

Página 21

Página 21 J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

N o dia 29 de Abril, os décimos G e H visitaram

Conímbriga, lugar de povoado pré-romano de

finais do II Milénio a.C., e percorremos, ao ar

livre, os inúmeros caminhos entre as ruínas

onde pudemos observar desde o fórum, até às muralhas,

passando por duas domus fantásticas e requintadas, que

possuíam mosaicos, frescos e aquários. Vimos também os

jardins interiores que embelezavam o ambiente aprimo-

rado em que viviam as famílias mais ricas e as mais

modestas insulae onde viviam os cidadãos mais pobres ou

mais remediados. Por fim, observámos as estruturas incrí-

veis das termas, que possuíam uma palestra onde se

faziam discursos e números de circo e possuíam um frigi-

darium, um tepidarium e um caldarium conforme o tan-

que fosse de água fria, morna ou quente. Houve ainda a

oportunidade de apreciarmos as quatro salas do Museu

Monográfico de Conímbriga, sendo fascinante descobrir o

modo de viver dos nossos ascendentes a partir do estudo

dos resquícios históricos que vamos encontrando.

A tarde foi dedicada às Grutas de Mira de Aire situadas

na região conhecida por Maciço Calcário Estremenho,

onde a paisagem envolvente é dominada pela morfologia

cársica. Ficámos todos boquiabertos tal era a magnifi-

cência do que vislumbrámos. Estas são as maiores grutas

turísticas do nosso país com 11 kms, mas apenas 600

metros podem ser visitados turisticamente. Lá dentro,

serpenteámos ao longo de 640 escadas e admirámos

variadíssimas formações calcárias como as estalactites e

as estalagmites.

Esta foi uma visita de estudo de carácter interdisciplinar,

em que os conhecimentos de História e de Geografia aju-

daram a desvendar aspectos que passariam certamente

despercebidos ao olhar distraído de muitos de nós. Para

além do que aprendemos, também nos divertimos, por-

que a boa disposição fez-nos permanentemente compa-

nhia.

H

E ste ano lectivo, a disciplina

de Educação Moral e Reli-

giosa Católica incidiu as

suas actividades no âmbito

da diversidade motivada pela temá-

tica internacional para o ano 2010.

No final do primeiro período, explo-

rámos a diversidade religiosa e mul-

ticultural do nosso país: fomos a

Lisboa conhecer a Sinagoga e a

Comunidade Islâmica. Nas férias da

Páscoa, percorremos, em dois dias,

parte do nosso litoral aproveitando uma

ida ao Badoca Parque (sempre a biodi-

versidade!) e a riqueza cultural e patri-

monial do nosso país, visitando o Con-

vento de Mafra e o Castelo de Óbidos.

Já no final do ano lectivo, participámos

no Encontro de Alunos de EMRC onde

deu para experimentar uma verdadeira

paleta de escolas, cores, pessoas, acti-

vidades, emoções, tendo sido um dia

para não esquecer! E para o ano há

mais… Boas férias para todos…

EMRC na onda da diversidade por Nuno Lima (prof.)

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Por Helder Costa do 10ºH e Inês Bem-Haja do 10ºG

Page 22: Jornalesas Junho 2010

O Douro, Tormes e S. Leonardo da Galafúra na disciplina de Literatura Portuguesa

Por Ana Rita Fonseca e Juliana Almeida do 10ºG

Página 22 • J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

N o âmbito da disciplina de

Literatura Portuguesa, a

turma do 10ºG, em conjun-

to com o 11ºA e o 11ºB,

realizou uma visita de estudo até ao

Douro vinhateiro.

Depois de duas horas de viagem che-

gámos ao nosso primeiro destino: a

casa de Eça de Queirós, em Tormes.

Aí, foram contadas, pela guia, várias

histórias relacionadas com o estilo de

vida do escritor. Vimos alguns objec-

tos pessoais de Eça e da sua família.

Mais tarde, dirigimo-nos à Régua para

almoçar e comprar os famosos rebu-

çados da Régua, mas o nosso principal

objectivo era a visita ao Museu do

Douro, onde observámos pinturas de

Joaquim Lopes relacionadas com o rio

Douro e as produções vinícolas da

região. De seguida, vimos uma expo-

sição sobre as várias etapas da produ-

ção do vinho e os instrumentos utili-

zados para tal.

Para finalizar esta viagem, rumámos

a S. Leonardo da Galafúra, uma das

paisagens mais belas de Portugal, que

é também património mundial. Esta

paisagem foi motivo de inspiração

para Torga, que escreveu um poema,

que se encontra na parede da capeli-

nha.

Esta visita de estudo foi muito enri-

quecedora e uma experiência agradá-

vel e divertida.

E

m Abril, Maria José Viegas

veio à ESAS e com a simpatia exclusiva

das octogenárias, desdobrou-se em

explicações para ensinar, aos alunos da

turma I do 12ºano, a arte de repuxar o

couro. Foi um ateliê surpreendente,

até porque poucas pessoas dominam

esta técnica que, dada a sua especifici-

dade, é rara nos dias de hoje.

Esta forma de trabalho ancestral per-

mite encadernar livros e fazer quadros.

Foi uma experiência única a que toda a

turma aderiu com entusiasmo. Todos

quiseram experimentar a técnica,

embora conscientes de que a perícia

dos gestos permite veleidades a que os

aprendizes não ousam, mas nem por

isso o tempo se deu por mal empregue,

muito pelo contrário, valeu bem a

pena.

Repuxar

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Page 23: Jornalesas Junho 2010

J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

Desde quando estás a prestar provas

de alta competição?

Desde há 4 anos.

Que medalhas já conquistaste até

hoje?

Conquistei muitas medalhas a nível

regional, algumas de torneios e, mais

importantes que essas, quatro a nível

nacional, duas delas de campeão nacio-

nal de estafeta.

Qual o prémio que mais valorizas?

Uma medalha nacional individual.

De quantos anos é feita a vida de um

nadador?

Não sei ao certo, mas para se ser bom

nadador precisamos pelo menos de 10

anos. Um nadador pode ir até aos 26/28

anos, mas isso varia muito.

A natação ao nível da alta competição

exige muitos sacrifícios, nomeadamen-

te levantar muito cedo (6:00 da manhã

em tempo de aulas). O que te motiva?

Vale a pena?

As vitórias que tenho vindo a conseguir.

Tudo vale a pena, desde que nos empe-

nhemos. Sem esforço não vamos a lado

nenhum.

Que benefícios te tem trazido a práti-

ca da natação?

Os benefícios são físicos, mas também

psicológicos. Ajuda-me a ser mais sau-

dável e auto-confiante.

Por que razão os resultados nos Jogos

olímpicos por parte da equipa portu-

guesa ficam sempre aquém dos objec-

tivos traçados? Falta de apoios?

Os apoios nunca são muitos, mas talvez

ainda não tenha surgido um grande

nadador capaz de lutar por medalhas

nos Jogos Olímpicos. Esta situação pode

mudar, pois vem aí uma geração de

grandes nadadores.

O nadador recebe remuneração?

O nadador não recebe renumeração do

clube, mas quando ganha uma prova

importante, como é o caso de um mee-

ting internacional, é compensado mone-

tariamente. Além disso, existem sempre

aqueles nadadores que ganham imenso

com os patrocínios.

Que curso queres tirar?

O curso de Direito.

F rancisco

Mangas tem 16 anos

e é aluno da turma G

do 10ºano do curso

de Ciências Sociais e

Humanas. Nadador e

atleta do FCP, treina

7/8 vezes por sema-

na, cerca de 3 horas

à tarde e, às vezes,

também de manhã.

Da família recebe

todo o apoio.

No próximo ano lecti-

vo, irá para os EUA

(Napoleon, Ohio).

Entrevistado por Patrícia

Costa do 10ºG

―Vem aí uma geração de grandes nadadores‖

Página 23

Page 24: Jornalesas Junho 2010

Página 24 • J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

A linguagem e o amor Por João do 10ºB

O amor começa a manifestar-se muito cedo. Por muito

estranho que pareça, começa logo no infantário. Nes-

ta altura, é bastante simples: é caracterizado por uma

linguagem verbal e corporal simples e por uma troca

de olhares, seguida de um beijo na cara do rapaz pela

rapariga, ao qual se segue a corrida de ambos para

direcções contrárias a gritar – ―Ai que nojo!‖. Real-

mente muito simples.

A partir daí, começam as complicações. Na adolescên-

cia, o amor é como um programa do National Geogra-

phic. O macho usa uma acentuada linguagem corpo-

ral, pavoneia-se em frente da fêmea e espera a sua

aceitação. Quando outro macho se aproxima, ficam

ambos a combater, enquanto vociferam elogios em

construções frásicas indecifráveis.

Uns anos depois, as relações ficam ainda mais interes-

santes. Salta-se de caso em caso e de noite em noite.

Normalmente tudo começa em bares ou discotecas. O

homem aproxima-se de uma mulher e corteja-a usan-

do uma série de piadas foleiras e copos carregados de

álcool. No dia seguinte, a ressaca acompanha-o sem-

pre e a mulher, às vezes, também. No fim, isto acaba

por ser muito parecido com o tipo de casos que se

encontra em algumas tristes esquinas da baixa do Por-

to.

Quando se arranja uma namorada a sério, a linguagem

amorosa envolve cartões amorosos, frases tão compli-

cadas que raramente fazem sentido e inúmeras sur-

presas, sendo que, se tudo correr bem, a última é o

anel de noivado! O dia mais feliz das nossas vidas!

Chegamos ao desejado casamento. Começam os inde-

sejados desleixos e vai diminuindo a comunicação. O

homem começa a esquecer-se dos aniversários e a

mulher começa a fazê-lo dormir no sofá. Às vezes,

contudo, qual milagres, também há surpresas, envol-

vendo uma linguagem extremamente carinhosa. Rara-

mente, claro! Para, quando acontecer, nunca deixar

de ser surpresa!

Quando se chega à terceira idade, a vida amorosa

regride radicalmente e a única verbalização sobre o

Amor resume-se ao comentário feito da varanda para

os jovens que passeiam romanticamente: ―Pouca ver-

gonha! Vão mas é trabalhar!‖

Realmente o amor é muito complicado! Mas por que

será que ele continua a suscitar nos corações humanos

amizade, se tão contrário a si é o mesmo amor?

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Fotografias de António Carvalhal (prof.) - Alunos do 11ºH

Pedro Huet

Catarina

Francisco

Bárbara

Page 25: Jornalesas Junho 2010

A Cidade Dos Deuses Selvagens, de Isabel Allende

Por Rita Araújo do 7ºB

I sabel Allende nasceu em Lima, no Peru,

em 1942, tendo, no entanto, nacionalida-

de chilena. Trabalhou como jornalista

desde os 17 anos. Publicou o seu primei-

ro livro, ―A casa dos Espíritos‖, em 1982. Des-

de aí os seus livros tem sido um grande suces-

so. Actualmente reside nos Estados Unidos,

onde casou e vive com os seus filhos e netos.

Alexander Cold, o protagonista, reside na

Califórnia com os seus pais e irmãs. Devido à

doença de Lisa Cold, cancro, ela e o marido,

John Cold, têm de ausentar-se para que os

tratamentos decorram. Assim, Alex e as suas

irmãs são separados, indo viver para casa das

suas avós. Contrariado e com receio, de dei-

xar a sua família, Alex parte rumo a Nova Ior-

que ao encontro de Kate. Alex e Kate partem

numa expedição, da International Geographic,

para o perigoso Amazonas, com o propósito de

encontrar uma lendária criatura a que os indí-

genas chamam de ―besta‖. A equipa da expe-

dição é constituída por Alexander, Kate, dois

fotógrafos, o famoso e arrogante (Ludovic

Leblanc),

Mário Carias,

Ariosto, um

guia brasilei-

ro (César

Santos), a sua

filha (Nádia

Santos) e

mais tarde

junta-se a

eles uma

médica

(Omayra Tor-

res), com a

missão de

vacinar uma

tribo de

índios. Depois de vários acontecimentos que

nos prendem à leitura, Kate Cold e Ludovic

Leblanc juntaram-se para fazerem um docu-

mentário, não sobre a ―Besta‖ mas sim sobre

a preservação dos índios e da floresta amazó-

nica.

J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I Página 25

O que é uma

república ? (continuação)

Uma república protege os direitos do povo e favorece-o sempre

que pode, pelo menos na teoria.

Chandni, 11º G

Comparemos a República com a Monarquia (e falando já numa

Monarquia Constitucional, que limitaria os poderes do Rei)…. A

República trouxe duas vantagens essenciais: todos nascem

iguais, e é o povo que escolhe directamente o Chefe de Estado

(que tem um poder limitado). No entanto, também a monar-

quia tem as suas vantagens, que se prendem essencialmente

com a liberdade do Rei em relação a partidos.

Inês Trigo, 11ºG

Acho que a República foi um dos muitos instrumentos utiliza-

dos ao longo dos séculos, pelo SER HUMANO, para tentar alcan-

çar o objectivo que nunca conseguiu: a igualdade...

João Brandão, 11º E

Se optarmos por uma explicação elementar, afirmaremos: é

um regime político inclusivo que procura atender aos interes-

ses de todo e qualquer cidadão, garantindo uma sociedade com

valores: ―justa, solidária e humanitária‖ (Art. 1º Constituição

República Portuguesa). Mas... Será assim tão linear o seu

papel?

Liliana, 11ºG

Entre os romanos, Cícero, ao dizer que a "república é coisa do

povo‖, esclarecendo que ― povo não é um mero ajuntamento

de pessoas postas lado a lado, mas uma convivência consciente

de pessoas que se torna uma sociedade pelo reconhecimento

de um direito e de objectivos comuns", delimitou, com preci-

são, o sentido mais autêntico de República, ao mesmo tempo

em que não a contrapõe à monarquia, mas aos Governos injus-

tos.

Maria Sinde, 11ºG

República é o segredo mais mal guardado da injustiça e falta

de igualdade.

André Drummond, 11º G

A República pode ser entendida como o reconhecimento dos

direitos e deveres dos cidadãos que convivem numa sociedade

pluralista e possuem objectivos comuns.

Rita Magalhães, 11º E

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Page 26: Jornalesas Junho 2010

Procure a solução na sala do

―Catarina Malye- O espelho de duas faces‖, de Margarida Góis

Por Joana Sofia Ferreira do 7ºB

N a Oriety, a celebração dos onze anos da

princesa herdeira, Catarina Aimani-Malye,

termina com um atentado sangrento, em

que ela vê a mãe e o tio, o rei Otão IV,

gravemente atingidos pelas balas e o seu guarda-

costas morrer para a salvar. Este incidente faz mergu-

lhar Catarina na realidade do mundo que a rodeia: a

política autocrática do tio, a violência das contesta-

ções internas e da repressão…

Começa, então, a

chamada

―educação ofi-

cial‖. A princesa

orietyana deixará

de estar a cargo

de uma só pre-

ceptora, como

até ali, e passará

a ser entregue a

três professores –

Kormiov, Sch-

ramps e Deïk

Ricar – de varia-

das tendências,

para que se

debruce sobre

áreas tão dife-

rentes como a

política e cultura

orietyanas, polí-

tica externa, línguas diversas, e as ciências puras. O

livro baseia-se no crescimento de Catarina ao longo

dos anos e a sua evolução como princesa do reino. Ela

vai ganhando uma opinião própria e percebe que as

atitudes do seu tio nem sempre são as mais acerta-

das.

Penso que o livro nos ajuda a descobrir a nossa pró-

pria personalidade e a fundamentar opiniões sobre

questões que até agora apenas ouvimos adultos a

comentar.

J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I Página 26 •

Por João Magalhães do 7ºC

Pintura a três dimensões Julian Beever — pintor de rua

“ As artes plásticas por altura da Procla-mação da República em Portugal”

Continuação da página 15

Estes artistas podem-se situar em vários ―ismos‖, desde o

Abstraccionismo, passando pelo Neo-Realismo, Surrealis-

mo, Expressionismo Onírico, Dimensionismo, indo até às

Artes POP e OP, Nova Figuração, Nova Abstracção e Con-

ceptualismo.

Mas isto já é outra história, dentro das artes plásticas

portuguesas…

Bibliografia consultada:

GONÇALVES, R. M. – A arte portuguesa do século XX – Temas e Debates

FRANÇA, J. A. – A arte em Portugal no séc. XX – Bertrand

VASCONCELOS F. - A arte em Portugal – Verbo

Vários - Museu do Chiado, Arte Portuguesa 1850-1950 - Museu do Chiado

NUNES, P. S. – História da Cultura e das Artes, 12º ano – Lisboa Editora

Legendas das imagens:

Stuart Carvalhais - Cartaz para o jornal “República” – década de 1910 - a cubo-futurista-1912. Amadeo de Souza-Cardoso - Pintura-colagem, c. 1917 Eduardo Viana – Nu-1925 Almada Negreiros – Retrato de Fernando Pessoa - 1954

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Page 27: Jornalesas Junho 2010

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Página 27

A influência oriental, o folclore e a história na moda de 1910 é eviden-te. Os tecidos eram finos e delicados (seda e cetim). As cores da

alta-costura eram, essencialmente, vermelho e cor-de-rosa brilhante,

verde e amarelo, isto numa época em que as senhoras de classes infe-

riores se costumavam vestir em tons discretos com a cor de malva, o cinzento e o azul.

Estavam na moda os vestidos que marcaram a nova silhueta da mulher,

não tão apertada como quando espremida pelo espartilho.

O homem da primeira década do século XX era caracterizado pelas cores escuras. A moda tornou-se cada vez mais simples e prática.

Mantinha um certo aspecto de uniformização. Todos vestiam calça

comprida, paletó, colete e gravata. Nas classes superiores o chapéu

era usado frequentemente.

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http://www.hm.com/pt

Por Patrícia Costa e Pedro Gomes 10ºG

Page 28: Jornalesas Junho 2010

J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I

A escolha de Olga Moutinho (Presidente do Conselho Geral)

COM FÚRIA E RAIVA Com fúria e raiva acuso o demagogo E o seu capitalismo das palavras Pois é preciso saber que a palavra é sagrada Que de longe muito longe um povo a trouxe E nela pôs sua alma confiada De longe muito longe desde o início O homem soube de si pela palavra E nomeou a pedra a flor a água E tudo emergiu porque ele disse Com fúria e raiva acuso o demagogo Que se promove à sombra da palavra E da palavra faz poder e jogo E transforma as palavras em moeda Como se fez com o trigo e com a terra

Sofia de Melo Breyner Andresen in O Nome das Coisas

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C ostuma dizer-se que as instituições são como as pessoas.

Têm vida, ritmos e leis próprias. Mas, ao dizer-se isto,

esquece-se o essencial: que estas são feitas por mulheres e

homens com todo o seu cortejo de coisas boas e más. Con-

tudo, o que define uma instituição é esse pairar por cima de qual-

quer conjuntura e tender a afirmar-se, negativa ou positivamente,

ao longo do tempo. É o caso da Escola Secundária Aurélia de Sousa

cujos 50 anos são registados numa época de êxitos assinaláveis. Não

estaremos só a falar de resultados – a nós interessam-nos, principal-

mente, os processos desenvolvidos até chegar a esse fim e, nessa

evolução, conseguimos ver honestidade, espírito de equipa, iniciati-

va e solidariedade. O pulsar desta forma de trabalhar muito própria

vê-se no Jornalesas que, nestas três edições, vos apresentámos com

o gosto de quem vê este projecto ser procurado e participado por

cada vez mais alunos e professores. Portanto, se o Jornalesas acom-

panha o bater de coração da Instituição Aurélia de Sousa estamos

bem. Agradecemos o empenho que todos demonstraram ao longo do

ano.

O mérito, esse, vai em grande parte para os nossos alunos que, des-

de muito cedo, se confrontam com as leis, normas e regras que os

mais velhos vão transmitindo aos mais novos e que vão moldando a

vida e o trabalho desenvolvido na Escola. Esta Instituição merecerá

passar os seus 50 anos como as pessoas merecerão viver: com a dig-

nidade, a paz e o saber estar que serão características de sociedades

em constante evolução.

Neste contexto, a celebração dos 100 anos da República a que

damos destaque neste número, adquire uma nova perspectiva que só

a História poderá oferecer-nos em toda a sua plenitude: a conquista

que só um regime que saberá renovar-se continuamente na moderni-

dade poderá atingir – a da liberdade plenamente partilhada. Cremos,

porque somos educadores e sabemos a importância de o ser, que só

as novas gerações poderão fazê-lo melhor.

Editorial

FICHA TÉCNICA

Coordenadores:

Prof. António Catarino

Profª Julieta Viegas Redacção e

Tratamento da Informação:

Prof. António Catarino Paginação e Maquetagem:

Profª Julieta Viegas

Equipa de alunos:

Pedro Gomes 10ºG Patrícia Costa 10ºG

Vanessa d‘Orey 10ºF

Diana Castro 10ºG Apoio e financiamento :

AMA—Associação Mais Aurélia

Repr.: Francisca Ferreira www.amaurelia.com

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Escola Sec/3 Aurélia de Sousa

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[email protected]