Jornalismo Entre a Informação e a Comunicação- Como as Assessorias de Imprensa Agendam a Mídia

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O jornalismo entre a informação e a comunicação: como as assessorias de imprensa agendam a mídia Zélia Leal Adghirni 1 Os campos da comunicação e da infor- mação são vistos, de um ponto de vista europeu, como duas esferas distintas. O primeiro se situa num contexto de comuni- cação social, enquanto o segundo poderia ser generalizado no contexto do jornalismo. Ou seja, na produção e distrbuição de notícias no campo das mídias. Recentemente, alguns pesquisadores brasileiros, como Ciro Marcondes Filho 2 , apontam para uma interpretação de afastamento dos dois cam- pos como se eles fossem duas realidades dicotômicas. Na referida obra, Marcondes Filho, se- guindo a melhor tradição francesa na área da sociologia da imprensa, apresenta um quadro no qual compara como os campos da comunicação e da informação encaram o que é notícia. Para isto, enumera e qualifica sete fatores: quanto à origem; as fontes; à notícia; às formas de divulgação; à concepção de jornalismo; à visão de mundo implícita; e quanto à tendência atual. Em relação ao primeiro deles, quanto à origem”, no campo da comunicação “O jornalista a recebe gra- tuitamente a ‘notícia” [sic], enquanto que no campo da informação “O jornalista tem de buscar a notícia, ela lhe custa trabalho”. Quanto à concepção de jornalismo, por exemplo, o autor considera que, do ponto de vista da comunicação, “jornalismo é uma forma de (se fazer) publicidade disfarçada”, enquanto que, do ponto de vista da infor- mação, “Jornalismo é acima de tudo denún- cia e desmascaramento de escândalos, nego- ciatas, imoralidades públicas”. Ou seja, o verdadeiro jornalismo é aquele investiga e denuncia, que aponta os males da sociedade, que cobra justiça. E o jornalista é aquele que sofre do síndrome de Clark Kent, o repórter do Planeta Diário, que, em caso de perigo para a humanidade, veste sua capa esvoaçante e se tranforma em Super Homem. É esta a imagem que ainda povoa o imaginário dos alunos matriculados nos primeiros anos da faculdade de Comunicação. Segundo Luis Martins 3 pertenceriam ao campo da comunicação os esforços organizacionais, institucionais e mercadoló- gicos com vistas a um agendamento interes- sado, ao passo que competiria aos agentes da informação (jornalismo investigativo) resgatar para o espaço público os ‘fatos’ jornalísticos verdadeiros, mas, jamais ofertados à luz dos protocolos rotineiros as assessorias e dos “marqueteiros” da informa- ção. Jean-Michel Utard 4 parte do pressuposto de que existem formações discursivas sepa- radas, tais como: o jornalismo, a publicidade e o entretenimento, com os seus agentes (atores) das práticas discursivas identificadas (jornalista, anunciante, apresentador etc). O embaralhamento nos gêneros midiáticos, responsável pelas transformações da informa- ção midiática, corresponderia à constituição e institucionalização de uma “nova formação “discursiva” que poderia ser aquela dos produtores e conteúdo ou dos mediadores. Utard trabalha com a hipótese de uma sín- tese discursiva capaz de se erigir em novo gênero discursivo, resultante do embaralhamento dos gêneros tradicionais. No Brasil, os dois campos se confundem. Jornalismo e comunicação funcionam quase como sinônimos e os protagonistas destes cenários atuam ora num campo ora noutro. Mas todos se auto-definem como jornalistas uma vez que a profisssão é determinada pelo diploma obtido nas faculdades de Comuni- cação, Habilitação Jornalismo, registrado no Ministério do Trabalho e exigido pelas empresas para o exercício profissional. Mas nos últimos anos, por uma série de razões que ainda estamos investigando, o campo do jornalismo propriamente dito vem encolhen- do em detrimento do campo da comunicação (leia-se assessorias de comunicação, de empresas privadas ou instituições pública). O pesquisador francês Erik Neveu 5 de- bruçou-se sobre a questão das transforma-

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O jornalismo entre a informação e a comunicação:como as assessorias de imprensa agendam a mídia

Zélia Leal Adghirni1

Os campos da comunicação e da infor-mação são vistos, de um ponto de vistaeuropeu, como duas esferas distintas. Oprimeiro se situa num contexto de comuni-cação social, enquanto o segundo poderia sergeneralizado no contexto do jornalismo. Ouseja, na produção e distrbuição de notíciasno campo das mídias. Recentemente, algunspesquisadores brasileiros, como CiroMarcondes Filho 2 , apontam para umainterpretação de afastamento dos dois cam-pos como se eles fossem duas realidadesdicotômicas.

Na referida obra, Marcondes Filho, se-guindo a melhor tradição francesa na áreada sociologia da imprensa, apresenta umquadro no qual compara como os campos dacomunicação e da informação encaram o queé notícia. Para isto, enumera e qualifica setefatores: quanto à origem; as fontes; à notícia;às formas de divulgação; à concepção dejornalismo; à visão de mundo implícita; equanto à tendência atual. Em relação aoprimeiro deles, quanto à origem”, no campoda comunicação “O jornalista a recebe gra-tuitamente a ‘notícia” [sic], enquanto que nocampo da informação “O jornalista tem debuscar a notícia, ela lhe custa trabalho”.

Quanto à concepção de jornalismo, porexemplo, o autor considera que, do ponto devista da comunicação, “jornalismo é umaforma de (se fazer) publicidade disfarçada”,enquanto que, do ponto de vista da infor-mação, “Jornalismo é acima de tudo denún-cia e desmascaramento de escândalos, nego-ciatas, imoralidades públicas”. Ou seja, overdadeiro jornalismo é aquele investiga edenuncia, que aponta os males da sociedade,que cobra justiça. E o jornalista é aquele quesofre do síndrome de Clark Kent, o repórterdo Planeta Diário, que, em caso de perigopara a humanidade, veste sua capa esvoaçantee se tranforma em Super Homem. É esta aimagem que ainda povoa o imaginário dosalunos matriculados nos primeiros anos dafaculdade de Comunicação.

Segundo Luis Martins3 pertenceriam aocampo da comunicação os esforçosorganizacionais, institucionais e mercadoló-gicos com vistas a um agendamento interes-sado, ao passo que competiria aos agentesda informação (jornalismo investigativo)resgatar para o espaço público os ‘fatos’jornalísticos verdadeiros, mas, jamaisofertados à luz dos protocolos rotineiros asassessorias e dos “marqueteiros” da informa-ção.

Jean-Michel Utard4 parte do pressupostode que existem formações discursivas sepa-radas, tais como: o jornalismo, a publicidadee o entretenimento, com os seus agentes(atores) das práticas discursivas identificadas(jornalista, anunciante, apresentador etc). Oembaralhamento nos gêneros midiáticos,responsável pelas transformações da informa-ção midiática, corresponderia à constituiçãoe institucionalização de uma “nova formação“discursiva” que poderia ser aquela dosprodutores e conteúdo ou dos mediadores.Utard trabalha com a hipótese de uma sín-tese discursiva capaz de se erigir em novogênero discursivo, resultante doembaralhamento dos gêneros tradicionais.

No Brasil, os dois campos se confundem.Jornalismo e comunicação funcionam quasecomo sinônimos e os protagonistas destescenários atuam ora num campo ora noutro.Mas todos se auto-definem como jornalistasuma vez que a profisssão é determinada pelodiploma obtido nas faculdades de Comuni-cação, Habilitação Jornalismo, registrado noMinistério do Trabalho e exigido pelasempresas para o exercício profissional. Masnos últimos anos, por uma série de razõesque ainda estamos investigando, o campo dojornalismo propriamente dito vem encolhen-do em detrimento do campo da comunicação(leia-se assessorias de comunicação, deempresas privadas ou instituições pública).

O pesquisador francês Erik Neveu5 de-bruçou-se sobre a questão das transforma-

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ções no jornalismo nos últimos 25 anos. Suaintenção declarada é oferecer uma contribui-ção que possa ser usada por pesquisadorese jornalistas que desejam avançar nos jor-nalismos nacionais. Para ele, a consequênciapossível de um jornalismo de mercado nadamais é que a disssolução da profissão jor-nalística em um amplo amálgama de profis-sões na área de comunicação, ilustrado peloneologismo americano media-worker. Osíndices de tal evolução são perceptíveis nodesaparecimento crescente das fronteiras entreprofissões ligadas à produção da notícias. Ainfomatização das redações contribuiu paraque os jornalistas asssumissem tarefas antesreservadas a técnicos. A emergência de um“jornalismo sentado” (trabalho limitado aotratamento de notícias de agências e”releasesdistibuídos pelas assessorias de imprensa), ouso do fax , do telefone e da internet, semprecisar sair da redação, segundo Neveu, foideterminante para reduzir a autonomia dosjornalistas diantes das fontes. Diluem-se asfronteiras clássicas entre as funções de fontee redator, como veremos na pesquisa deFrancisco Sant’Anna sobre as “mídias dasfontes”. O desenvolvimento de uma impren-sa institucional (empresas, administrações,órgãos públicos, ministérios, etc) tem pro-vocado debates sobre a identidade profissi-onal do jornalista.

Segundo os pesquisadores canadensesCharon e Bonville (1996) estamos diante deum fenômeno de emergência de uma novageração de “jornalistas de comunicação”. Elesurge das lógicas comerciais e de umahiperconcorrência entre publicações, supor-tes e mensagens. Este novo profissional nãolida necessariamente com a “notícia quente”,mas com matérias requentadas, informações-serviço, conselhos e dicas de auto-ajuda. Nãohá compromisso com os fatos. Este jornalistaé apenas um intermediário, conselheiro aserviço dos mais dieversos públicos. Nãoestamos aqui falando de reportagem ou dejornalimso investigativo.

Trabalhamos com a hipótese doembaralhamento do campo do jornalismo(Bourdieu, 1983, 1997) que se fundamentasobre um conjunto de observações, mais oumenos compartilhados pelos profissionais ecertos estudiosos (Utard, 2003:66) sobre osfenômenos de porosidade e de contaminação

entre práticas historicamente separadas den-tro da comunicação.

Nosso cenário de estudo é a capital doBrasil e nossos personagens são os jornalis-tas e suas relações com o poder. O objetivoé desvendar como se operam estas relaçõesnas rotinas produtivas do jornalismo a partirdo conceito de “mídia das fontes6”. Ou seja,como os órgãos institucionais dos TrêsPoderes interferem (ou tentam interferir) napauta das mídias convencionais para influ-enciar o”agenda-setting. Chamamos demídias convencionais aquelas de carátercomercial, tradicionais veículos de empresase redes de comunicação instaladas no mer-cado para distinguir de mídia das fontes.

As instituições criaram seus própriosserviços de comunicação para falar comjornais, rádio, televisão, Internet. SegundoSant’Anna7

novos veículos informativos sãoofertados ao público por organizaçõesprofissionais, sociais e inclusive dosegmento público. São mídiasmantidas e administradas por atoressociais que até então desempenhavamapenas o papel de fontes de informa-ção

De acordo com Sant’Anna, a imprensatradicionalmente vista como um espectadorexterno aos fatos começa a perder a totali-dade do domínio da cena informativa e aopinião pública passa a contar com informa-ções coletadas, selecionadas, tratadas edito-rialmente e difundidas por entidades oumovimentos sociais. Ou seja, corporações quepossuem interesses corporativos. Para opesquisador, essa mídia também poderia sechamar “mídia corporativa”, um meio infor-mativo preocupado não apenas em transmitirinformações mas principalmente em ocupara agenda mediática com o ponto de vistasetorial referente aos fatos gerais

Capital da República, Brasília é tambéma capital do jornalismo pois tem a maiorconcentração de jornalistas per capita: 6500jornalistas para uma população de doismilhões de habitantes, ou seja, um jornalistapara cada 350 habitantes.8

Nosso objetivo é estudar as relações dosatores nas rotinas produtivas do jornalismo

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em Brasília no limite das fronteiras híbridasdos campos e territórios: jornalista/assessorde imprensa /jornalista funcionário público,junto às esferas midiáticas governamentais(Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário).Também pretendemos observar o jornalistacomo ator profissional cuja identidade pa-rece menos estratificada e estável que nopassado, através de produtos cujos códigosestão mais turvos, mais movediços e semcontornos definidos.

Na construção conceitual usamos a no-ção de campo de Bourdieu9 para analisar asinterferências e hibridização verificada nocampo do jornalismo que nos parece minadode interferências estranhas. As empresasjornalísticas perderam o monopólio da pro-dução de notícias. As fontes criaram suaspróprias mídias e tentam interferir nas pautasda mídia convencional. E quando estas fontesjorram do poder político estruturado quegoverna o país, os gêneros se embaralham,as funções se subvertem, os desafios e jogosde interesse tornam-se opacos eindistinguíveis para a sociedade. Não estáclaro a quem pertence o capital simbólicodos diferentes campos em atuação. Se paraBourdieu o capital simbólico é superior aosdemais por dar sentido ao mundo e transitarpor todos os campos, a quem pertence o“poder de fazer crer” ? As mídias das fontesou aos jornalistas da mídia convencional? Ese o poder de “fazer crer” do jornalismo estádiluído em diferentes formas de atividades,do repórter de agência ao assessor de im-prensa, do jornalista de setor ao jornalista/funcionário aprovado em concurso públicoque trabalha para o Estado, em quem acre-ditar?

O poder de “fazer crer” está ligado aimagem de credibilidade do jornalismo. E esteseria ainda o capital maior do campo dojornalismo. Aparentemente todos os segmen-tos dos jornalismos praticados na esfera dopoder ou das empresas privadas reivindicama credibilidade mas será que todos têmlegitimidade para isso? Embora a Câmara eo Senado empreguem mais de 200 jornalis-tas, oficialmente eles não recebem e deno-minação de “jornalistas”. Segundo o Depar-tamento de Pessoal eles são “analistaslegislativos/ comunicação social”.

O campo jornalístico é importante nomundo social porque detém um monopólioreal sobre os instrumentos de produção e dedifusão em grande escala dos acontecimen-tos suscetíveis de influenciar os demaiscampos. O campo do jornalismo é umuniverso estruturado sobre oposições que sãoao mesmo tempo objetivas e subjetivas, cadajornal e cada jornalista ocupa um lugar numarede de estratégias

No caso brasileiro, o campo do jornalis-mo é institucionalizado e legitimado atravésde enquadramentos jurídicos (legislação tra-balhista sobre o exercício do jornalismo,diploma universitário, lutas sindicais) e deregras pragmáticas, fruto das convençõesestabelecidas nas rotinas produtivas. EmBrasília, onde um universo rico de centenasde profissionais de alto nível, confundidosem diversas categorias que se enlaçam e secruzam em fronteiras tênues na malha daprodução jornalística diária, podemos afirmarque eles partilham o mesmo campo.

Para Bourdieu (1997; 30) o jornalista éuma entidade abstrata que não existe; o queexiste são jornalistas diferentes segundo osexo, a idade, o nível de instrução, o jornalo meio de informação. O mundo dos jorna-listas é um mundo dividido em que háconflitos, concorrências, hostilidades, maspara o pesquisador francês, na verdade, osprodutos jornalísticos são muito maishomogêneos do que se acredita.

Bourdieu se refere às diferenças maisevidentes no mercado, ligadas sobretudo àcoloração política dos jornais que ocultamsemelhanças profundas, ligadas em especialàs restrições impostas pelas fontes e por todauma série de mecanismos, dos quais o maisimportante é a lógica da concorrência (omonopólio uniformiza, a concorrência diver-sifica).

Daí a preocupação dos editores-chefes dassucursais em relação as mídias das fontes.Como complemento e subsídio, “sim” elassão aceitas, negociadas e até veiculadas pelasmídias comerciais. Mas se elas pretendemsubstituir a pauta e o trabalho dos jornalistasnas rotinas produtivas do poder, os jornaisdizem “não” embora admitam que utilizemas notícias geradas pelas mídias das fontespara elaborar pautas e fazer matérias.

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É através dos jornalistas que os políticosatingem a notoriedade pública . Ou seja, semas mídias, não há visibilidade possível. E oque buscam as mídias das fontes, de insti-tuições públicas ou empresas privadas a nãoser dar visibilidade a seus atos nem semprepercebidos de maneira espontânea pelosgatekeepers? Evidente que quanto maior aaudiência das mídias, maior o efeito davisibilidade desejada. Sabemos que o campodo jornalismo está sob a pressão do campoeconômico por intermédio dos índices deaudiência. Mas este campo exerce tambémforte pressão sobre outros campos, principal-mente o campo político, onde nada se fazsem interesses e onde o oculto não existe.A não ser que o oculto signifique prevari-cação.

Estamos falando de jornais e nos concen-tramos nas sucursais dos grandes títulos do Rioe São Paulo atuando em Brasília10. Mas nossasentrevistas e a observação dos telejornais assimque dos sites de notícias confirmam esta hi-pótese do alcance social dos atores em cena.Pesquisadores do jornalismo on-line já demons-traram diversas vezes o quanto às ações dasfontes políticas são determinadas edeterminantes em função do “tempo real”.Deputados podem mudar o voto nas comissõesconforme o impacto de suas declaraçõesmedidas na repercussão em tempo real.

O universo judiciário serve-se da mídiapara fazer denúncias e provocar mudançasna relação de forças no interior de seu campo(campo jurídico) e mexer nas hierarquiasinternas. Procuradores tornaram-se capas derevista devido à denúncias de corrupçãoatravés da mídia”11.

O campo político se insinua no campodo jornalismo particularmente pelo poder dasinstâncias governamentais que tem o mono-pólio da informação legítima (fontes ofici-ais). Venício Lima (1993: 15) parte da hi-pótese que existe uma particularidade naprática do jornalismo no Distrito Federal(DF), que tem “rotinas e subculturas própri-as” e um jornalismo que ele chama de“oficial” conseqüência do fato singular deBrasília sediar os três poderes da Repúblicae de não ter tido representação política própriaaté a Constituição de 1988. O jornalismo deBrasília nasce com a cidade que, por sua vez

nasce com a transferência da capital federaldo Rio de Janeiro.

Conforme Venício Lima, a concentraçãode jornalistas nas capitais, sede da burocra-cia governamental, reforça a tendência geral,tanto profissional como administrativa dojornalismo, de se privilegiar as fontes ins-titucionais e estáveis, isto é, as fontes ofi-ciais. No Brasil esta tendência foi ainda maisreforçada durante os 21 anos de regimemilitar, pois a centralização do poder e acensura direta ou indireta não deixava alter-nativa para os jornalistas.

Em Brasilia sempre se fez um jornalismonacional pois no Distrito Federal concentram-se as sucursais dos mais importantes jornaisdo país que funcionam como um vetor dedisseminação de fatos políticos diretamenteligados às decisões do poder. Ainda que asredações das sucursais tenham “encolhido” nosúltimos dez anos, os profissionais das sucur-sais estão entre os mais bem pagos do país.

A legitimidade do jornalismo como cam-po do saber dotado de reconhecimento paraatuar socialmente no sistema operacional noqual está envolvido tende a se deslocar parao campo do hibridismo comunicacional semcontornos nítidos. A extensão das competên-cias jornalísticas para a área da comunicaçãoinstitucional pretende substituir o trabalhodo jornalista convencional nas rotinas pro-dutivas da notícia. É neste espaço que selegitimam formas de atuação e de influênciasobre o fazer jornalístico, confiada a umsistema de mediação instituciona-lizado.

Segundo Martins,12

a organização de aparatos de mídiapara agendar a imprensa, coagi-la ouaté substituí-la não é um fenômenonovo, embora fosse típico de momen-tos históricos específicos. O que aquitemos em foco é a organização degrandes aparatos de mediação,agendamento e advocacy num contex-to democrático e para fazer face amudanças conjunturais.Os poderespolítico, econômico e público passa-ram a necessitar de esquemas própri-os e profissionalizados para ‘oferecer’conteúdos às empresas privadas einterferir diretamente na agenda-setting.

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As atividades profissionais de comunica-ção no Brasil, devido a um número elevadode regulamentações, sofrem, do ponto de vistalegal, de limitações severas. Estas limitaçõesprofissionais emanam de um modelo deorganização legal do mercado de trabalhobrasileiro que, no caso da ComunicaçãoSocial, deu origem a quatro carreiras distin-tas: jornalismo, publicidade, radialismo erelações públicas.13

A condição profissional portanto é deter-minada pela formação acadêmica e não peloperfil do emprego. Desta forma, uma pessoadiplomada em Jornalismo pela universidadeserá sempre jornalista ainda que exerça outraprofissão. Esta característica, conjugada àsfunções específicas de cada uma das áreasda comunicação social, faz com que umagrande parte da oferta de trabalho nos setorespúblicos (governos, administração, empresaspúblicas ou privadas) seja reservada aosjornalistas

O desenvolvimento das tecnologias decomunicação e o fortalecimento da ação dasassessorias de imprensa impõem arecontextualização do espaço de competên-cias profissionais. O jornalismo é um destesespaços, constituído como uma competênciaespecializada no campo das narrativas soci-ais (Bourdieu e Rodrigues). Produzido den-tro de um sistema fortemente instituciona-lizado, definido por uma legislação trabalhistaespecífica e por uma formação acadêmicaespecializada, o jornalismo está migrandopara um ambiente de mixagem de compe-tências partilhado por diversos profissionais.

As mídias das fontes

O setor da comunicação institucionalrepresenta hoje mais de 40% do mercado dojornalismo, estimado em 60 mil jornalistascom registro profissional.14 Apenas na Câ-mara e no Senado estão mais de 200 jor-nalistas. Sem contar os profissionais depublicidade e relações públicas que trabalhampara a Secretaria de Comunicação dos ór-gãos (SECOM) e que, de certa forma, temimpacto na produção das pautas assimiladaspelas mídias.

Recentemente, as Forças Armadas entra-ram no ramo da Comunicação Social, inaugu-

rando um canal de rádio FM (educativo),enquanto que o Poder Judiciário já tem o seupróprio canal de televisão. É preciso ressal-tar que o programa radiofônico diário. A Vozdo Brasil (uma hora por dia, entre 19h e 20h)é dividido em três partes, uma para cadaPoder (Executivo, Legislativo e Judiciário).

A Rádio Senado é transmitida nasfreqüências FM e Ondas Curtas e atinge doismilhões de ouvintes num raio de 150 km.Potencialmente, o seu público ouvinte estáestimado em 70 milhões de pessoas em todasas regiões. O sinal da TV Senado encontra-se disponível em duas bandas do satéliteBrasilsat, cobrindo todo o território nacionale pode ser captada por três milhões deassinantes das operadoras de TV via caboe por oito milhões de parabólicas espalhadaspor todo o Brasil. O Jornal do Senado temuma tiragem de 58 mil exemplares e édistribuído pelos Correios em 5.539 muni-cípios brasileiros. A Agência Senado deNotícias cobre as atividades da Casa, dis-tribuindo o material para a Imprensa escrita,principalmente através da Internet. Além doconteúdo jornalístico, a Agência oferecegratuitamente as fotos. No ano de 2002 foramproduzidas e distribuídas 5 375 notícias.

Radiobrás

Com 1.150 funcionários, ao custo de R$90 milhões por ano na Radiobrás, mais 75profissionais no Palácio do Planalto e umsistema de pronta resposta e de correção dasnotícias “equivocadas”, na Secretaria deComunicação, o governo do PT adotou umanova estrutura de comunicação com preten-sões que vão além do mero aperfeiçoamentoda máquina de divulgação oficial. Trata-sede um projeto montado para alcançar - comnoticiário oficial e gratuito - um públicoestimado em cem milhões de pessoas em todoo País. Esse noticiário chega a uma rede quehistoricamente edita seus noticiários com basena cobertura das agências de notícias priva-das, e é composta por mais de mil emissorasde rádio e retransmissoras de TV e mais demil jornais. Nos 60 municípios com mais de200 mil habitantes, esses distribuidores deinformação já começaram a receber dogoverno, gratuitamente, receptores de notí-cias via satélite.

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Segundo o presidente da Radiobrás,Eugênio Bucci, a intenção da estatal não édisputar mercado com as agências privadasnem assumir o controle da comunicação noPaís. “A Radiobrás pode desempenhar papelimportante, pelas rádios, pela agência, efornecendo material jornalístico gratuitamentepara os veículos comerciais”.

Nas redacões das sucursais

Segundo João Bosco, diretor da sucursaldo jornal O Estado de S. Paulo em Brasília,a produção das mídias das fontes não tem umarelação direta de causa e efeito com a pro-dução jornalística convencional das redações.“As grandes estruturas jornalísticas tem seusquadros próprios e utilizam matérias próprias.As mídias das fontes apenas potencializamas pautas governamentais”. Bosco afirma queé uma tentativa recorrente de todos os gover-nos de utilizar os veículos oficiais, principal-mente a Radiobrás para interferir na pauta damídia convencional. Ele considera isso nor-mal desde que o governo não tente ultrapassara fronteira do proibido para querer funcionarcomo concorrente das mídias. Porque, na suaopinião, o governo quer fazer jornalismo como dinheiro público. E usar o dinheiro docontribuinte para isso é ilegal. Bosco se referea política editorial da Radiobrás dirigida porEugênio Bucci desde o inicio do governo doPartido dos Trabalhadores (PT), que pretendecobrir todas as áreas dos acontecimentosmidiáticos, da política ao esporte.

Não é normal que a Radiobrás cubrao treino do Flamengo aos domingos,

ela deveria se ater às notícias dogoverno. Sua missão é divulgar ogoverno fornecendo matéria gratuitapara todos os interessados. O que aRadiobrás faz é dumping de Estado.A Radiobrás faz concorrência deslealprincipalmente na área de produçãode imagens.

Embora Bosco critique o sistema daRadiobrás e agências oficiais ele admite queo Grupo Estado mantém parceria com elas.Atualmente a agência Estado, que atende74% do mercado de informação no Brasil,distribui notícias produzidas pelas mídias dasfontes mediante contrato remunerado. Ouseja, as agências oficiais pagam para seremveiculadas pela maior agência de notíciascomercial. Uma ressalva: os clientes sãoadvertidos que estão lendo notícias de agên-cias institucionais. O importante é não con-fundir, salienta Bosco deixando claro, em-bora indiretamente, que a mídia comercialnão questiona o direito à existência das mídiasdas fontes. O que está em questão é aconcorrência.

Pelas entrevistas realizadas e ainda nãocomputadas metodologicamente, as mídiasconvencionais temem pela disputa no es-paço comercial, ou seja, pela busca do cli-ente. A partir do momento em que a Radiobrásinstala satélites e equipamentos em todosos municípios com mais de 200 mil habi-tantes para divulgar notícias gratuitamenteestá tomando o lugar dos grupos privados.Um consenso nas redações aponta para umaênfase excessiva no poder. Ricardo Setti15 falade uma centena de itens de pauta por dia.

Fonte: O Estado de S. Paulo - 14/09/2003

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Quando era editor-chefe do “Estadão” entre1990-1992, ele contabilizou, durante trêsmeses, as pautas que de alguma forma tinhamorigem no poder ou se destinavam a cobriralguma de suas múltiplas manifestações econcluiu que 67% das pautas eram assuntosoficiais: Presidência da República, Minis-térios, Congresso Nacional, Banco Central,Tribunais, etc.

A transição e a hibridação

A migração de jornalistas para o setor dasassessorias e a atração pelos concursospúblicos pode ser explicada, em parte, pelacrise das empresas, quase todas endividadase pela precariedade das condições de traba-lho oferecidas nas redações.

Diante de jornadas produtivas que seestendem até doze horas, do achatamento dossalários, das falta de contratos estáveis comcarteira assinada ( as empresas estão prefe-rindo contratar pessoas jurídicas em vez depessoas físicas) os jornalistas profissionais,dos jovens recém formados aos veteranoscansados, todos correm para as funçõespúblicas. Neste momento de transição emigração, torna-se necessária uma investiga-ção no campo acadêmico sobre ostangenciamentos que atingem o jornalismoenquanto profissão historicamente construídaem conseqüência das transformações que vemse produzindo no campo do jornalismo e quevem afetando o status e a identidade dojornalista.

O novo jornalista é um profissionalhíbrido com perfil de camaleão, ora identi-ficado com as rotinas da redação, ora comoassessor de imprensa, ora como jornalista/funcionário. Também pode estar “produzin-do conteúdos” para um”site na Internet, numaempresa privada, numa ONG ou atuando nocontexto da “advocacia” de causas públicase/ou sócio-humanitárias.

Talvez nem exerça mais funções típicasdo jornalismo (cobertura, redação, edição eeditoração), mas tenha-se tornado um pro-fissional de alto nível e bem remunerado, cujaespecialidade é a de ser um ‘articulador’ juntoà imprensa.

O jornalista Ricardo Noblat16, voltou aalimentar polêmica ao afirmar assessor deimprensa não é jornalista porque não possui

a autonomia necessária para praticar o jor-nalismo. Assim entende ainda um julgado doTST [“Assessor de imprensa não exerceatividades típicas de jornalismo...” (Acórdãonº 261412 de 15/05/1998, 3ª Turma; relator:Ministro Antônio Fábio Ribeiro)] que já vemorientando a atuação de advogados trabalhis-tas.

Deixando de lados as inúmeras definiçõesde jornalismo consagradas, vamos simplifi-car e dizer que jornalismo é investigativoe produz notícias para o público consumidordos veículos comerciais enquanto que oassessor de imprensa produz pautas, na formade press releases ou não, decorrentes de umaatividade muito complexa mas pode serresumida como um trabalho que consiste emajudar o cliente a discernir o que é notíciaou não e a se relacionar com a imprensa.

Segundo Barbara Hartz17, vem daí boaparte da confusão. A tradição cultural advindada formação e alimentada pela continuidadeda convivência no meio traduz-se, em algunscasos, em um orgulho de pertencer à cate-goria. Em outros, a origem pode servir comobarganha para valorizar-se junto ao cliente.E, talvez em alguns, as duas hipóteses es-tejam misturadas. Fora o subjetivismo, elaacredita que os sindicatos de jornalistasaumentam a confusão ao querer manter entreseus associados os dois tipos de profissio-nais.

Mas devemos a Philip Schlesinger (1992)o questionamento da idéia do“midiacentrismo” dos estudos centralizadossobre visão do jornalista como único prota-gonista ativo da produção de informações.Schlesinger convida a refletir sobre aprofissionalização das fontes e a capacidadedestas em desenvolver uma racionalidadeestratégica baseada sobre a antecipação dasrotinas e das práticas jornalísticas para for-necer material “pronto-a-publicar”.

Sant’Anna acredita que a atual situaçãopode ser explicada pelo critério de “mutaçãosocial, uma transformação de perfis e espa-ços profissionais provocadas por conjunturassócio, econômicas e culturais.”

Esta mutação, segundo Sant’Anna, deveser apreciada a partir do conceito de fron-teiras, importado por Ruellan ( 2000; 95) daGeografia e aplicado na análise do processode ocupação agrícola e urbana na Amazônia

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brasileira. Num espaço profissional saturado,seria normal que os profissionais afetadosprocurassem terras virgens e expandissem oterritório de suas fronteiras ocupacionais. Afronteira, explica o autor, não é um limiteformal de um território de um grupo social,mas sim um espaço novo a ser ocupado econquistado. “ O nascimento de uma profis-são e seu reconhecimento pela coletividadedeve-se, em primeiro lugar, à sua capacidadede definir um território.”.

As considerações tecidas neste artigonão esgotam o assunto. A pesquisa está emdesenvolvimento e não podemos avançarconclusões. Mas insistimos na hipótese dahibridização das categorias profissionais

dentro do campo do jornalismo e das re-lações turvas com o campo político orques-tradas pelas mídias das fontes. Para garan-tir o capital da credibilidade, o bem maiordo jornalismo, há que se questionar oprincípio da legitimidade dos geradores denotícias dos Três Poderes. Afinal, o jor-nalista é o mediador do espaço públicorevisitado por Wolton ( 1997: 380) pois eletem circulação privilegiada em todos osespaços: o espaço comum (circulação eexpressão); espaço público (discussão) eespaço político (decisão). O jornalista está,portanto, na passagem do espaço comumao espaço público e do espaço público aoespaço político.

Page 9: Jornalismo Entre a Informação e a Comunicação- Como as Assessorias de Imprensa Agendam a Mídia

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Bibliografia

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Utard , Jean Michel. O embaralhamentonos gêneros midiáticos. Gênero de discursocomo conceito interdisciplinar para o estudodas transformações da informação midiática.In Comunicação e Espaço Público. Ano VIBrasilia: UnB,2003

_______________________________1 UnB.2 MARCONDES FILHO, Ciro. A saga dos

cães perdidos. São Paulo, Hacker-Editores, 2000,col. Comunicação & Jornalismo. Martins da Silva,Luis -Texto distribuído em aula como parte dapesquisa geral sobre « Jornalismo Híbrido ».

4 UTARD, Jean Michel. O embaralhamentonos gêneros midiáticos. Gênero de discurso comoconceito interdisciplinar para o estudo das trans-formações da informação midiática. - Comuni-cação e Espaço Público. Ano VI Brasilia:UnB,2003

5 NEVEU, Erik. Sociologie du Journalisme.Paris, 2001. Ed. La Découverte

6 Termo cunhado pelo pesquisador FranciscoSant’Anna que realiza tese de doutorado sob aorientação de Denis Ruellan ( Rennes 1, França)e da autora deste trabalho.

7 «Mídias das Fontes» - O difusor do jorna-lismo corporativo (texto de tese em elaboração),2004

8 É quase impossivel informar com exatidãoquantos jornalistas estão em efetivo funcionamen-to. Pelos números do Sindicato,de Jornalistas em25/03/04 foram emitidos no Distrito Federal:3.500 registros para jornalista profissional (registroplenipotenciário) 476 para jornalista -repórter-fotográfico, 241 para jornalista repórter-cinema-tográfico, 224 para jornalistas diagramadores e 80para jornalistas ilustradores. Total 4.521 registrosemitidos no DF. Pelos menos uns 2 mil a 2,5 milprofissionais com registro de fora estão no DF.O que dá um total de 6 500 jornalistasregistrados.Calcula-se que é o elevado número dejornalistas que passam a atuar no mercado semqualquer vinculo com o sindicato: free-lancer,cooperativa, pessoa jurídica etc, metade da ca-tegoria trabalha para o setor extra-redação.

9 Segundo Bourdieu com a noção de campoobtem-se o meio de apreender a particularidadena generalidade, a generalidade na particularida-de.

10 Sucursais dos jornais: O Estado de S. Paulo;Folha de S.Paulo n; O Globo; Jornal do Brasil

11 Revista Época, 25/03/2002, edição 201, trazna capa as fotos dos procuradores Mário Lúciode Avelar, José Roberto Santoro, Luis Franciscode Sousa e Guilherme Schelb. Título: Caçacorruptos.

12 Martins da Silva, Luis -Texto distribuídoem aula como parte da pesquisa geral sobre« Jornalismo Híbrido».

13 Foi aprovado recentemente, por unanimi-dade, pela Comissão de Trabalho e Ação Socialda Câmara dos Deputados, o projeto de lei queatualiza a regulamentação dos jornalistas. O projetoé uma iniciativa Federação Nacional de Jornalis-tas (Fenaj) e estava tramitando na Câmara desde1995. No início de 2003, foi reapresentado. Oprojeto de lei 708/03 segue agora para a Comis-são de Constituição e Justiça e, se for aprovado,para o Senado Federal. O projeto atualiza váriasfunções jornalísticas não incluídas na legislaçãoem vigor, como a função do assessor de imprensa

14 Dados do Sindicato de Jornalistas Profis-sionais do Distrito Federal em 2000.

15 www.observatoriodaimprensa.org.br (2/10/2004)

16 Artigo publicado pela revista ComunicaçãoEmpresarial, da Aberje, e pelo portal Comunique-se,

17 Jornalista e diretora da Hartz –– artigo«Comunicação Corporativa» publicado no site doObservatório da Imprensa em 2/07/2003.www.observatoriodaimprensa.org.br