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CUIABÁ 2018 JÉSSICA CRISTINA DAMBROS CASSIN USO INDISCRIMINADO DA SIBUTRAMINA COMO ANOREXÍGENO

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CUIABÁ 2018

JÉSSICA CRISTINA DAMBROS CASSIN

USO INDISCRIMINADO DA SIBUTRAMINA COMO

ANOREXÍGENO

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CUIABÁ 2018

USO INDISCRIMINADO DA SIBUTRAMINA COMO ANOREXÍGENO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Cuiabá, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia.

Orientador: Prof (ª). Ivana Violante

JÉSSICA CRISTINA DAMBROS CASSIN

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JÉSSICA CRISTINA DAMBROS CASSIN

USO INDISCRIMINADO DA SIBUTRAMINA COMO ANOREXÍGENO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Cuiabá, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Cuiabá, 18 de Junho de 2018

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CASSIN, Jéssica Cristina Dambros. Uso Indiscriminado da Sibutramina como anorexígeno. 2018. 38 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – Universidade de Cuiabá, Cuiabá, 2018.

RESUMO

A obesidade é uma doença crônica mundial, sendo um dos problemas para a saúde publica tendo em vista que o padrão principalmente veiculado pela mídia e redes sociais é o corpo magro, a população tem buscado cada vez mais formas para estar dentro deste padrão. A maneira ideal para a perda de peso é através de exercício físico e reeducação alimentar, porém o resultado é lento e é comum ver pessoas que não respeitam os seus próprios limites tentando alcançar, a qualquer custo, esse corpo magro e esbelto, o que faz a busca por métodos de resultado rápido como o uso de remédios, como a sibutramina. O uso destes medicamentos sem a correta orientação de um profissional de saúde pode ocasionar diversos efeitos adversos e indesejáveis para o paciente, como por exemplo taquicardia, palpitações, delírios podendo chegar até a morte buscou-se entender se há possibilidade de se controlar a sua venda e uso de forma indiscriminadamente. Foi feito revisão bibliográfica de artigos científicos e pesquisa em livros como o tema proposto e utilizados palavras-chaves como Sibutramina, obesidade, anorexígenos.

Palavras-chave: Sibutramina; Anorexígenos; Perda de peso; Obesidade.

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CASSIN, Jéssica Cristina Dambros. Indiscriminate use of Sibutramine as anorexic. 2018. 38 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – Universidade de Cuiabá, Cuiabá, 2018.

ABSTRACT

Obesity is a chronic disease worldwide, being one of the problems for public health since the pattern mainly conveyed by the media and social networks is the lean body, the population has increasingly sought ways to be within this pattern. The ideal way to lose weight is through physical exercise and food re-education, but the result is slow and it is common to see people who do not respect their own limits trying to achieve, at any cost, this lean and slender body, which makes the search for fast-acting methods such as the use of medicines, such as sibutramine. The use of these medications without the correct guidance of a health professional can cause several adverse and undesirable effects for the patient, such as tachycardia, palpitations, delusions reaching to death, and an attempt to understand whether there is a possibility of controlling their sale and use it indiscriminately. It was done a bibliographical review of scientific articles and research in books as the proposed theme and used keywords such as Sibutramine, obesity, anorexigenics.

Key-words: Sibutramine; Anorexigenics; Weight loss; Obesity.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Capas de revistas Corpo a Corpo .......................................................... 22

Figura 2 – Medicamento de referência Reductil ...................................................... 27

Figura 3 – Mecanismo de ação da Sibutramina ...................................................... 28

Figura 4 – Efeitos colaterais e contraindicações da Sibutramina ............................ 29

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AMBULIM Ambulatório de Bulimia e transtornos alimentares do Instituto de

Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo

IMAO Inibidores de Monoaminoxidase

IMC Índice de Massa Corporal

OMS Organização Mundial da Saúde

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

SNGPC Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13

2. USO IRRACIONAL DA SIBUTRAMINA ............................................................ 15

2.1 OBESIDADE E O USO DE MEDICAMENTOS PARA CONTÊ-LA ..................................................................................... 15

2.2 DISPENSAÇÃO DA SIBUTRAMINA NA ATUALIDADE ................................................................................................ 17

2.3 USO INDISCRIMINADO ................................................................................................................................... 18

3. O USO DE ANOREXÍGENOS INFLUENCIADO PELOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO ....................................................................................................... 21

4. O USO DE SIBUTRAMINA ................................................................................ 26

4.1 SIBUTRAMINA .......................................................................................................................................... 27

4.1.1 Mecanismo de ação da Sibutramina ............................................................................................. 28 4.1.2 Efeitos Colaterais ........................................................................................................................... 29 4.1.3 Interações Farmacológicas ............................................................................................................ 30 4.1.4 Farmacocinética e Farmacodinâmica ............................................................................................ 31

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 32

6. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 33

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INTRODUÇÃO 1.

A Sibutramina, foi utilizada primeiramente como antidepressivo, pois age no

Sistema Nervoso Central sobre os neurotransmissores Serotonina e Noradrenalina.

Age ainda no controle da fome, diminuindo o apetite e dando uma sensação de

saciedade, mesmo não ingerindo alimentos. Hoje ela é usada na perda de peso e

tratamento da obesidade, vendida somente com prescrição médica, sendo a mais

utilizada no processo de emagrecimento.

Visto que o consumo desregrado de medicamentos para emagrecer, tem sido

uma alternativa muito procurada na atualidade por pessoas que querem perder

peso, mas que não possuem o entendimento da funcionalidade do medicamento e

de seus riscos. Com o padrão de beleza sendo o magro, esbelto, as pessoas

procuram de todas as formas fazerem parte desse círculo. O modo escolhido para

se conquistar esse objetivo, pode ser o regime, os exercícios ou até mesmo usando

remédios sem prescrição médica. Em relação a este último ponto, foi observado o

aumento no uso da Sibutramina como anorexígeno, influenciado em parte pela

mídia, que divulga e incentiva a busca pelo corpo ideal, o corpo magro. O que tem-

se visto como resultado são pessoas magras, que nem sempre estão preocupadas

com a saúde do corpo, mas sim o tamanho da roupa que estão vestindo.

Com isso, lança-se o questionamento desta pesquisa: é possível controlar o

uso indiscriminado da Sibutramina como anorexígeno? Entendendo que a venda de

Sibutramina só pode ser feita com prescrição médica, juntamente com um termo de

responsabilidade que deve ser assinado pelo médico e paciente, seria preciso a

consciência da população, que viola essa regra e consegue comprar o anorexígeno

sem orientação nenhuma, havendo inclusive, casos confirmados de seu uso e ação

prejudicial à saúde, podendo levar até a morte.

Assim sendo, o objetivo geral desse trabalho foi mostrar que tratamento com

a Sibutramina, especificamente, não pode ser feito sem um acompanhamento

médico, pois existe muitas reações adversas, como o aumento da pressão arterial,

arritmias, insônias, dor de cabeça, delírio, constipação e outros, para isso utilizou-se

como objetivos específicos: apresentar as causas e efeitos do uso indiscriminado da

Sibutramina como inibidor de apetite, destacar o uso indiscriminado de anorexígenos

e, entender o apelo das mídias no uso de remédios para emagrecer, bem como

discutir os efeitos da Sibutramina na saúde.

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A natureza desta pesquisa foi descritiva e explicativa, no sentido de que foi

descrito sobre a Sibutramina relacionando-a com seus efeitos e contraindicações em

caso de uso indiscriminado. Para isto, foi feita pesquisa prévia em sites, materiais

disponíveis online, pesquisas realizadas por outros estudiosos, matérias de jornais,

estudos de caso, entre outros. Além disso, sempre correlacionando com os estudos

de sala de aula, principalmente quando se trata de utilizar um medicamento sem

prescrição e acompanhamento profissional, mostrando seus efeitos negativos à

saúde. Por fim, esta pesquisa se enquadra como qualitativa, visto que objetiva

explanar, desenvolver estudos de caso, analisando-os e ponderando-os.

A metodologia utilizada no presente trabalho baseou-se em revisão e estudos

de bibliografias relacionadas ao tema proposto, no período dos últimos 25 anos.

Para tal, foram realizadas pesquisas em livros e artigos referentes ao assunto,

encontrados em base de dados eletrônicos como Scielo e LILACS. Para a pesquisa

de artigos foram utilizadas palavras-chaves que apresentassem relação com o tema

pesquisado, como: obesidade, Sibutramina, uso indiscriminado de anorexígenos,

risco ao uso de inibidores de apetite.

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USO IRRACIONAL DA SIBUTRAMINA 2.

2.1 Obesidade e o uso de medicamentos para contê-la

A obesidade é uma doença genética crônica mundial, caracterizada pelo

acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. É ainda fator de risco para uma

série de doenças, causando mais propensão, por exemplo, a desenvolver problemas

como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, entre outras (SEGAL;

FANDIÑO, 2002).

A obesidade hoje é considerada uma doença crônica e um dos maiores

problemas de saúde pública, afeta qualquer nível socioeconômico sem distinção de

região, país ou grupo étnico. Normalmente associada a hiperfagia de alimentos

pouco nutritivos e hipercalóricos. (SOARES, Verônica; et al. 2011, pg. 45)

As causas para a obesidade são muitas, desde o patrimônio genético

da pessoa até os maus hábitos alimentares. Para o diagnóstico de obesidade, é

parâmetro mais comumente utilizado é o Índice de Massa Corporal (IMC), que é

calculado dividindo-se o peso do paciente pela sua altura elevada ao quadrado.

Esse é o padrão que é utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que

enquadra como o resultado deste, entre 18,5 e 24,9 (em adultos) (SEGAL;

FANDIÑO, 2002).

Em 2017 o Ministério da Saúde divulgou uma pesquisa onde revelava que 1

em cada 5 brasileiros é considerado obeso. Em dez anos, a população obesa no

país passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O aumento tem alcançado

dimensões epidêmicas e elevado o custo de cuidados, tratamentos e

acompanhamentos para o sistema de saúde. “No Brasil, o custo anual da obesidade

e doenças ligadas a ela é de quase R$1,5 bilhão, valor que inclui internações,

consultas e medicamentos” (LAMOUNIER, PARIZZI. 2012).

A preocupação com a obesidade está muito além dos números. Hoje, o

principal fator de risco da doença está associado ao que a sociedade prega como

“padrão”, que está totalmente ligado ao corpo magro. Com isso as pessoas acima do

peso acabam se submetendo a procedimentos agressivos e até mesmo ao uso de

medicamentos sem prescrição e /ou acompanhamento médico profissional

(ANDRADE; BOSI, 2003).

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Em uma sociedade que se valoriza a magreza, o excesso de peso pode

causar problemas emocionais, além de problemas físicos. Em alguns casos,

pessoas acima do peso, podem se sentir excluídos dos padrões “exigidos” pela

sociedade, e isso pode causar até mesmo ansiedade e depressão entre eles

(BERNARD; CICHERELO; VITOLO 2011).

Mediante esta situação, a procura por medicamentos mais rápidos e

“milagrosos”, na percepção da pessoa, é algo fundamental e necessário para se ter

o corpo magro. “[...] é normal que as pessoas queiram atingir esse ideal de beleza,

pois a rejeição da sociedade pelos obesos é bastante observada” (ALVES; et al.,

2009). Na busca por resultados imediatos, a melhor opção no senso comum, é o uso

de medicamentos inibidores de apetite. O perigo mora justamente quando isso não é

feito mediante acompanhamento profissional e segue prescrição própria de forma

indiscriminada.

Segundo Mancini e Halpern (2006) é só após o diagnóstico médico que pode

ser iniciado o tratamento farmacológico, buscando a adequação ao perfil do

paciente, ao seu tipo de obesidade, a probabilidade de causar efeitos adversos, a

presença de outras doenças e/ou distúrbios alimentares. Com o uso irracional de

anorexígenos criou-se uma regulamentação para que o seu controle seja feito na já

na comercialização. Isso se deve aos riscos que o uso desses medicamentos pode

gerar, podendo levar a mesmo a morte. A própria Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA) reconhece a dificuldade no controle da venda irregular dos

anorexígenos, visto que são medicamentos aprovados.

Casos comprovados estão disponíveis na internet, em sites jornalísticos e até

mesmo em grupos nas redes sociais. Um exemplo é o caso da jovem de 17 anos,

que residia em Araraquara (SP). Carolina Martins Moura fez uso da sibutramina sem

acompanhamento ou prescrição médica. A família que convivia de perto, relatou na

reportagem que a jovem passou a ter mudanças de humor e alucinações antes de

se jogar de um prédio. Como consequência final, ela veio a óbito (PIOVEZAN, 2015).

Na mesma reportagem outros relatos são contados por outras pessoas que

fizeram uso do medicamento, mas que, diferente de Carolina, não chegaram às

últimas consequências. Ali é possível observar, assim como já alertado na bula, o

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remédio pode causar alucinação, nervosismo, pânico, entre outros. Seguem trechos

de relatos1:

Você vê os resultados, quer tomar mais para emagrecer e fica louca. Eu devia tomar de manhã e à tarde, mas tomava mais do que isso. Você fica dependente. Entrei em depressão depois de parar de tomar. É horrível, não desejo para ninguém. Você fica magrinha, gostosa, bonitona e vai perdendo sua família (Andrea Silva Gomes, cozinheira, 42 anos).

Sentia tontura, calafrio, batedeira, boca seca e resolvi parar uns 20 dias depois de começar a tomar. Depois disso, comecei a ter sintomas de síndrome do pânico e não voltei mais à médica. Tinha medo de tudo, de tomar banho, de sair de casa. (Lucimeire Neves, autônoma, 39 anos). (PIOVEZAN, 2015)

É por conta de casos como esses que a dispensação do medicamento

necessitou de mudanças nas regras, a fim de dificultar a compra, prescrição ou

acompanhamento.

2.2 Dispensação da sibutramina na atualidade

Conforme a RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 52/2011:

Art. 2º Fica vedada a prescrição, a dispensação e o aviamento de medicamentos ou fórmulas medicamentosas que contenham a substância sibutramina, seus sais e isômeros, bem como intermediários acima da Dose Diária Recomendada de 15 mg/dia (quinze miligramas por dia). Parágrafo único. A prescrição, a dispensação e o aviamento de medicamentos ou fórmulas medicamentosas que contenham a sibutramina, respeitada a dosagem máxima estabelecida no caput, deverão ser realizados por meio da Notificação de Receita "B2", de acordo com a Resolução de Diretoria Colegiada - RDC No- 58, de 05 de setembro de 2007, ou a que vier a substituí-la, ficando condicionados às medidas de controle definidas nesta Resolução.

A dispensação da Sibutramina deve ser feita pela notificação de receita B2

(exemplo anexo A) e é necessário o Termo de Responsabilidade (exemplo anexo B)

assinado pelo prescritor e pelo paciente (ANVISA, 2011).

1 Acessado em 21/03/2018 às 23:10 <http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-

regiao/noticia/2015/10/mulheres-relatam-experiencias-com-sibutramina-apos-desabafo-de-mae.html>

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Conforme a RDC 133, de 16 de dezembro de 2016, a Notificação de receita

“B2” possuindo a Sibutramina poderá ser dispensada com dose máxima

recomendada de 15mg/dia, e poderá fazer o tratamento para no máximo

60(sessenta) dias (ANVISA, 2016).

Para que se possa fazer a gerência da venda e uso de medicamentos

controlados foi criada o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos

Controlados (SNGPC), pela RDC 27 de 30 de março de 2007 que tem como objetivo

fazer ação de vigilância sanitária, obtendo dados e otimizar as ações de controle

sobre medicamentos sujeitos a controle especial (ANVISA, 2007).

A ANVISA emitiu um relatório onde mostra que em 2009 houve um total de

2.950.177 prescrições de Sibutramina, sendo estas manipuladas e industrializadas.

Já no ano de 2010, houve uma pequena diminuição chegando ao total de 1.995.790

prescrições. Dentre as especialidades médicas que mais indicaram a Sibutramina

em 2009, constam a Endocrinologia, Nutrologia e Medicina do tráfico, já em 2010 foi

a Obstetrícia e Endocrinologia (ANVISA, 2011).

Uso de medicamentos como adjuvante na manutenção de peso é indicado

pelas diretrizes clínicas, quando o paciente possuir o Índice de Massa Corpórea

(IMC) maior que 30 kg/m² e não há perda de peso com exercícios e dieta alimentar

(COUTINHO 2009).

2.3 Uso indiscriminado

Percebe-se que na atualidade o consumo de medicamentos sem prescrição

médica tem se tornado uma prática cada vez mais comum. A automedicação, por

exemplo, não é uma prática exercida somente no Brasil, mas também em vários

outros países do mundo. A maioria dos medicamentos utilizados pela população é

sem receita médica, pois a farmácia acaba sendo a primeira porta procurada por

essas pessoas, por não possuírem um sistema de saúde apropriado (BRASIL,

2001).

A Sibutramina é um dos anorexígenos mais utilizados no Brasil. O tratamento

com este tipo de medicamentos se encaixa no perfil dos medicamentos utilizados de

forma irracional e excessiva. Não podendo deixar de ser citado também o fato de

que é prescrito, por vezes, de maneira desnecessária ou até mesmo inadequada. Há

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profissionais que menosprezam outros métodos de tratamento, como a dieta

alimentar e exercícios físicos, fazendo mal uso do recurso medicamentoso

(MANCINI, HALPERN, 2002).

O Brasil tem se sobressaído ao consumo de Anfetamínicos, chegando ao total

de 23,6 toneladas anuais (MELO, OLIVEIRA, 2011). Conforme relatório da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), apresentado em 2009, o consumo de

anorexígenos no Brasil tem aumentado, principalmente no mês de Outubro, pela

preparação para Dezembro onde começa o verão (ANVISA, 2017). O reflexo disso

são pessoas descontentes com o próprio corpo, tentando se encaixar em um padrão

que muitas vezes não condiz com sua genética fazendo uso desse recurso que

poderia ser evitado.

Vale ressaltar ainda que o uso dos anorexígenos em longo prazo tem

efeito comprovado como “modesto”. “Até hoje, nenhum estudo clinico controlado e

randomizado, envolvendo um número grande de pacientes, demonstrou que eles

produzem benefícios à saúde por um longo período” (MANCINI, HALPERN, 2002). A

sibutramina, por exemplo, só terá uma evolução expressiva se aliada à uma dieta,

tudo isto sendo orientado concomitantemente por um profissional.

Sem atividade física guiada e/ou dieta, a perda de peso alcançada

pelos inibidores pode facilmente revertida. “[...] em quase todos os casos, a perda de

peso alcançada com inibidores de apetite é revertida, quando o tratamento é

interrompido e não são mantidas as mudanças nos hábitos alimentares e atividade

física” (MANCINI, HALPERN, 2002).

Prova disso, mais uma vez, são os casos, presentes ba internet

mesmo. Casos comprovados de pacientes que não tiveram a melhora esperada ou

até mesmo regrediram em questão de perda de peso. Segue relato a baixo:

Há alguns anos, eu estava bem acima do peso. Depois de conversar com uma amiga que tomava sibutramina há muito tempo e não tinha efeitos colaterais, procurei um endócrino e disse que meu objetivo era emagrecer. Comei a tomar a sibutramina e o efeito foi imediato. Em um mês perdi 5 kg. Não sentia fome, só dor de cabeça, porque ficava muito tempo sem comer. Também tinha um gosto de metal na boca. No segundo mês, perdi 3 kg. Depois, a perda foi ficando mais lenta, e desisti. Aí começou o efeito sanfona. Em menos de uma semana, estava com a boca solta e engordei bastante. Você recupera o peso

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com a mesma facilidade com que perde2. (Jade Dias, advogada, 25 anos) (VERSOLATO,2013).

Conclui-se então que, a sibutramina, assim como outros inibidores de

fome, atua de modo diferente em cada organismo. Deve ser receitada somente em

casos de extrema necessidade onde haja avaliação médica de responsabilidade,

visando não somente a estética. Além disso, é necessário trabalho concomitante de

reeducação alimentar e atividade física. O corpo alheio, jamais deve ser parâmetro

para o próprio corpo. Medicamentos não devem ser utilizados à bel prazer. As

consequências para quem os faz podem ser muito graves, assim como nos

exemplos já citados acima.

2Acessado em 21/03/18 às 23:12 <http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/03/1253067-

voce-recupera-o-peso-com-a-mesma-facilidade-com-que-perde-diz-advogada-que-usou-sibutramina.shtml>

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O USO DE ANOREXÍGENOS INFLUENCIADO PELOS MEIOS DE 3.

COMUNICAÇÃO

A sociedade impõe o padrão do corpo magro sendo o belo, e devem ser

seguidos por todos e obedecidos. É necessário que as pessoas tenham uma

preocupação com sua saúde e seu corpo, mas há quem exagere com essa

preocupação (ALVES et al., 2009).

A mídia vem criando modelos ideais a serem espelhados. Muitos desses

ideais são vistos pelas pessoas, que vem o corpo magro além de saudável, como

um prazer, um prestígio perante as outras pessoas. Porém, quem não segue esses

padrões podem sofrer preconceitos, por não estar no padrão. Podendo prejudicar no

meio profissional e social, o que poderá ocasionar problemas psicológicos (ALVES

et al., 2009).

Os anorexígenos estão entre as buscas para se conquistar o corpo ideal, pois

os mesmos dão resultados rápidos. Não se nega que o corpo saudável é importante.

Mas o que está sendo colocado pela mídia nem sempre é o certo. Uma vez que as

pessoas usam de forma errada, pois não procuram orientação médica (MELO,

OLIVEIRA, 2011).

Propagandas, novelas prometem de forma milagrosa essa redução de peso.

Deve ser levado em conta até quando é necessário o uso deste medicamento e até

quando não põe em risco a saúde pelo corpo perfeito (MELO, OLIVEIRA, 2011).

Conforme Moreno (2008) é incomparável a influência da mídia na formação

dos nossos gostos pessoais. “E que o mundo e as imagens que nos cercam são

parâmetros que selecionamos, observamos, rejeitamos ou adotamos para formá-la”

(MORENO 2008).

Há inúmeras exibições que podem ser visivelmente observadas nas novelas,

publicidade, programas de televisão e nas revistas. Segundo Maio (2004), nos

diferentes meios de comunicação onde pôde constatar um verdadeiro leque de

propostas de modificação do corpo. E esse impacto faz com que na atualidade, as

pessoas busquem atingir o padrão de beleza exigido pela sociedade.

Segundo uma pesquisa realizada pela Etcoff (2004) revelou que as mulheres

não pensam que a beleza leva a felicidade, como também pensam que a própria

felicidade é a beleza. A pesquisa mostra que apenas 2% das mulheres se definem

como belas. O índice entre as brasileiras é ainda mais considerável, onde apenas

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1% definem-se por ser bonitas, 54% pretendem fazer cirurgia plástica e 7% já

fizeram. Além disso, 13% atribuem a beleza ao das modelos profissionais. Outra

parte da pesquisa revelou que o Brasil é o país onde as mulheres estão mais

preocupadas em ter um corpo bonito, um rosto perfeito, pele cuidada e uma imagem

sexy (ETCOFF UNILEVER, 2004).

O padrão transmitido pelos meios midiáticos exerce uma pressão social que

afeta a noção do corpo natural, faz com que a identidade e a particularidade se

percam e o corpo torne-se um objeto de ambição. Maldonado (2006) reforça que o

texto das capas e das matérias divulga um padrão estético e reforça a ideia de

transformação corporal que por meio deles propõem-se à leitora transformar, mudar,

moldar ou esculpir seu corpo: “Curvas sexy já” “Emagrecer, definir ou ganhar fôlego”

“Barriga chapada”.

Figura 1: Capas de revistas Corpo a Corpo.

Fonte: Google imagens (2018).

Ainda conforme Maldonado, os textos têm uma função apelativa, em uma

ação verbal se colocando no modo imperativo, apresentando um frequente uso de

verbos que tem por objetivo representar uma ordem ou convite: “Entre em forma”

“Fique magra” “Mude seu corpo”. “Podemos perceber que o texto publicitário

constitui um imperativo revestido de roupagens que camuflam as intenções do texto”

(CARVALHO, p. 45, 2002).

Transtornos psicológicos e alimentares são outro tema interessante

relacionado à influência da mídia, na busca e transformação corporal, que por muitas

vezes são conduzidos através da publicidade.

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Conforme estudos realizados pelo Ambulatório de Bulimia e transtornos

alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo

(Ambulim) a anorexia nervosa e bulimia nervosa, ambas têm a preocupação com o

peso, e o medo exagerado de engordar. Estima-se que ao longo do tempo, entre 0,5

e 4% das mulheres terão anorexia nervosa, e de 1 a 4,2% terão bulimia nervosa.

Quadros esses que mostram uma intensa insatisfação com o corpo e sua imagem.

Além disso, alguns fatores psicológicos, que se caracterizam como baixa

autoestima, como também fatores socioculturais como: a obsessão em ter um corpo

magro e perfeito é reforçada todos os dias pela sociedade pelas mídias.

Silva (2000) demonstrou que à medida que a beleza possui importância para

as pessoas, ela pode gerar sequelas como a insatisfação com seu corpo, além de

gerar um abalo negativo sobre a sua autoestima. E essa importância além de

valorizar a magreza, pode também provocar algumas patologias como é o caso da

anorexia e bulimia. Os transtornos alimentares são decorrência absurdas de uma

sociedade que busca uma beleza exterior. Mais até que ponto essa perfeição pode

influenciar o sentimento de tristeza, fracasso e de sofrimento? Qual o sacrifício que

se paga para ter um corpo perfeito?

Azevedo (2007, p. 01) por meio de pesquisa compreendeu que na expectativa

de atingir resultados positivos e em curto prazo, sem a necessidade de tempo e

esforço físico na modelagem do corpo, percebe-se o grande crescimento na venda

de remédios para o emagrecer, o aumento das cirurgias plásticas, o aumento da

busca por clínicas estéticas, a realização de dietas severas, muitas vezes

prejudiciais à saúde.

Nesse mesmo contexto Melo e Oliveira (2011) através de pesquisa sobre a

utilização de inibidores de apetite por mulheres foi possível concluir que na atual

sociedade a beleza se tornou uma espécie de ditadura, onde a “felicidade” passa

pela “perfeição” do corpo, mesmo que seja colocada em risco a saúde. Nesse

contexto, o medicamento assumiu sendo um "benefício" e apareceu entre as

mulheres como resposta para um estado indesejado. O medicamento foi

apresentado como um produto obrigatório na busca pelo corpo ideal, no caso, sendo

o corpo magro. O corpo foi interpretado como algo a ser modelado, como um objeto

indispensável à conquista da "felicidade".

A dependência de inibidores de apetite é muito grave, mulheres que estão em

busca do corpo ideal, protocolado pela mídia, tomam esses medicamentos

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descontroladamente e em muitas desses remédios, contém substâncias que podem

causar dependência. A pessoa dependente pode relatar sintomas da síndrome de

abstinência e pressiona o médico para receitar mais remédios e não mais sintomas

da doença em si (SANTOS; CARRAPATO, 2002, p.06).

Cury (2005) ressaltou que o padrão de beleza ideal para uma pessoa é

diferente para outra. Muitas mulheres desconsideram a sua particularidade e

buscam atingir objetivos fora de suas capacidades, o que pode muitas vezes gerar

decepções. Assim, é necessário que cada uma conheça seu próprio corpo e que o

padrão de beleza a ser atingido é aquele que lhe fica bem. Todos temos muito a

celebrar com relação os avanços da área da estética e da saúde. Os recursos

disponíveis possibilitam realizar as técnicas modernas de embelezamento e

promoção de saúde, com técnicas mais seguras e menos invasivas, possibilitando

resultados eficientes e satisfatórios.

A beleza física está excessivamente valorizada na sociedade atual, e está

diretamente ligada a um ideal de corpo magro, firme e esbelto. Como decorrência, o

obeso sofre uma intimidação social por estar fora dos padrões impostos pela

sociedade a mídia, proporcionando mal-estar e gerando discriminações sociais, que

trarão dificuldades de relacionamento, e possivelmente o suicídio (SILVA, 2000).

Conforme Moreno (2008) os valores culturais são fortemente associados a

percepção do tamanho corporal. Em certos períodos, os corpos grandes e fartos

foram estereotipados como sinais de poder, mas atualmente, ele é condenado por

estar fora do padrão imposto pela sociedade.

Atualmente, cada vez mais as pessoas investem no seu corpo, com o intuito

de obter dele poder de incentivação social, fazendo parte de um mercado de compra

produtos e serviços. A mídia veicula modelo de corpos que são um padrão estético

inacessível para grande maioria das pessoas. Modelos corporais são declarados

como indicativo de beleza. Difunde-se a representação da beleza associada a

determinados ideais de magreza e saúde. Esta lógica atua nas nossas carências

mais profundas, como o medo de morrer ou de se tornar velho, que poderão ser

suavizados com produtos e técnicas estéticas (BARBOSA, 2011).

Costa (2004) afirmou que nas academias, clubes e calçadões são alguns

lugares onde está sendo exposto e onde está o corpo padrão presente na mídia:

saudável, magro e belo. Essa realidade é um espelhamento do que é mostrado em

programas de televisão, revistas, internet que formam a cada dia um modelo do

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“corpo em forma”. Corpo que reproduz um padrão de “saúde” e beleza mostra que é

possível atingi-lo através de atividade física, cirurgias plásticas, dieta, lipoaspiração,

lipoescultura e implante de silicone. Surge então a procura cada vez mais de

academias, produtos sem gordura, produtos dietéticos, cirurgias plásticas de todas

as formas.

Conforme Sant´Anna (2002) o aperfeiçoamento do corpo conta com o

crescimento da indústria da estética, que engloba saúde, embelezamento e moda.

Diante disso, há o risco da não valorização de seu próprio corpo e de ficar refém da

ditadura das modas, portanto não conseguir demonstrar os próprios desejos, e tendo

a necessidade de uso de medicamentos sem nenhum conhecimento prévio dos

mesmos.

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O USO DE SIBUTRAMINA 4.

O uso de remédios para emagrecer sem a devida orientação de um

profissional da área de saúde pode ocasionar vários efeitos adversos para o usuário.

Entre alguns efeitos relatados pela literatura observa-se o mascaramento de graves

sintomas pertencentes a outras doenças, sendo ainda possível em certos casos o

agravamento do quadro clínico (SANTOS, 2002).

Segundo a pesquisa realizada por Silva; Souza e Santos Neto (2008)

observou-se que o Brasil é o quinto país do mundo em consumo de medicamentos,

estando em primeiro lugar na América Latina. Esses dados estão diretamente

interligados com questão da automedicação, que também são apontados pela

pesquisa como fator que pode estar relacionado a mais de 24 mil mortes causadas

por intoxicação medicamentosa.

Atualmente tem-se observado uma grande dificuldade das pessoas,

sobretudo em países em desenvolvimento como o Brasil, em ter acesso aos

consultórios médicos, e isso seria um dos fatores que contribuem de forma negativa

para que estas passem a seguir recomendações de pessoas não capacitadas, e até

mesmo fontes como internet e televisão para tratar o que consideram ser “pequenos

problemas de saúde” (SILVA, 2000).

Diante desse contexto, se vê a importância de uma profissional capacitada

em todas as farmácias, para orientar os pacientes quanto às dúvidas sobre os

medicamentos. Sendo regulamentada pela legislação brasileira através da Lei nº

5.991 de 17 de dezembro de 1973, em seu artigo 15, como sendo obrigatória a

presença do técnico responsável inscrito no Conselho Regional de Farmácia durante

todo o horário de funcionamento para que drogarias e farmácias possam realizar a

venda de medicamentos (ANVISA, 2017).

Em relação à importância da orientação fornecida pelo farmacêutico ao

paciente como prevenção ao uso abusivo de medicamentos Silva; Souza e Santos

Neto (2008, p. 70) relatam que as instruções sobre como e quando tomar os

medicamentos, a duração do tratamento e o objetivo da medicação devem ser

explicados pelo médico e pelo farmacêutico a cada paciente. Além disso, o nome do

medicamento, a indicação para a qual foi prescrito e a duração da terapia devem ser

registrados em cada rótulo, de modo que o medicamento possa ser facilmente

identificado em caso de superdose.

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Uma instrução para “uso conforme recomendado” pode economizar o tempo

gasto para redigir as prescrições, mas quase sempre leva a uma falta de aderência,

confusão para o paciente e erro de medicação (SANTOS 2002).

Diante dos textos apresentados é possível observar que determinado fármaco

pode produzir um efeito benéfico para um usuário, o que não implica em dizer que

necessariamente produzirá o mesmo efeito em todos os usuários, podendo este,

dependendo das circunstâncias, produzir inclusive um efeito maléfico. Tais variações

evidenciam a necessidade de que haja um profissional especializado, capaz de

conscientizar o consumidor sobre os verdadeiros riscos da automedicação, pois

conforme apregoado por Paracelso já no século XVI “A diferença entre um remédio e

um veneno está só na dosagem” (SILVA, 2000).

4.1 SIBUTRAMINA

Seu medicamento de referência é o Reductil®, demonstrado na figura 2. Sua

fórmula molecular é C17H29Cl2NO. A nomenclatura IUPAC é a (±)-dimethyl-1-[1-(4-

chlorophenyl) cyclobutyl]-N,N,3-trimethylbutan-1-amine. É o medicamento

emagrecedor com registro válido mais antigo no Brasil. Foi registrado em março de

1998 (ANVISA, 2017).

Figura 2: Medicamento de referência Reductil.

Fonte: http://reductil-online.net/c/Weight+Loss/Generic+Reductil+10mg.

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4.1.1 Mecanismo de ação da Sibutramina

A Sibutramina inibe a receptação da noradrenalina, dopamina e serotonina.

Segundo a Abbott Laboratórios do Brasil (2013, p. 04) o mecanismo de ação da

sibutramina se processa da seguinte forma (figura 3):

A sibutramina exerce suas ações farmacológicas predominantemente pelos seus metabólitos amino secundário (M1) e primário (M2), que são inibidores da recaptação de noradrenalina, serotonina (5- 206 206 hidroxitriptamina, 5-HT) e dopamina. O composto de origem, a sibutramina, é um potente inibidor da recaptação de serotonina. Em tecido cerebral humano, M1 e M2 inibem também a recaptação de dopamina in vitro, mas com uma potência três vezes mais baixa do que a inibição da recaptação de serotonina ou noradrenalina. Amostras plasmáticas obtidas de voluntários tratados com sibutramina causaram inibição significativa tanto da recaptação de noradrenalina (73%) quanto da recaptação de serotonina (54%), mas sem inibição significativa da recaptação da dopamina (16%).

Conforme Machado (2011) a sibutramina não controla o apetite, mas somente

promove mais rapidamente a saciedade. Desta maneira, os usuários desse fármaco

comem menos por se sentir saciado mais rápido e não por não ter fome. Ainda

destaca que a sibutramina por aumentar a saciedade, funciona melhor para

pacientes compulsivos (MACHADO, 2011, p. 01).

Figura 3: Mecanismo de ação da Sibutramina.

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Fonte: Ana Cristina Fulini, especialista em dependência química Marta Jezierski, médica psiquiatrica

(2018).

4.1.2 Efeitos Colaterais

As reações adversas mais comuns do uso da Sibutramina são a constipação,

boca seca e insônia. Mas é comum ter taquicardia, palpitações, náuseas, delírios,

dor de cabeça, crise de ansiedade, sudorese e até alteração de paladar (MANCINI,

HALPERN, 2006).

Entre os efeitos colaterais observados através do uso irracional incluem

incidência de palpitações, aumento da pressão arterial. Em geral este fármaco é

utilizado inicialmente nos tratamentos de emagrecimento, quando não há resposta

satisfatória ao tratamento o mesmo é substituído por anfetaminas, lembrando que

estes medicamentos não podem ser utilizados simultaneamente (MANCINI,

HALPERN, 2006).

Nessa circunstância, diante as proibições estabelecias pela resolução

52/2011 da Anvisa, “Os pacientes não terão outra opção sem as anfetaminas no

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mercado, a resposta e eficácia depende somente do indivíduo. Poucas pessoas

reagem bem à sibutramina, outros não” (MACHADO, 2011, p. 01).

Figura 4: Efeitos colaterais e contraindicações da Sibutramina.

Fonte: Centro de vigilância sanitária – Setor de Farmacovigilância (2018).

4.1.3 Interações Farmacológicas

A Sibutramina há interações com outros medicamentos que tem ação sobre o

SNC, no seu uso concomitante, para seu uso para a redução de peso ou para

distúrbios psiquiátricos. Inibidores de Monoaminoxidase (IMAO) usado concomitante

com Sibutramina não é indicado, devendo haver pelo menos intervalo de 2 (duas)

semanas após a interrupção do uso de IMAO, antes de usar a Sibutramina. A

administração concomitante com álcool pode causar reações psicomotoras. Os usos

de descongestionantes nasais, antialérgicos e antigripais que possua epinefrina ou

pseudoefedrina podem aumentar a pressão arterial (ANVISA, 2017).

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4.1.4 Farmacocinética e Farmacodinâmica

A Sibutramina é absorvida rapidamente pelo trato Gastrointestinal, após ser

administrada por via oral. Sofre metabolização de primeira passagem, pelo

citocromo P450 no fígado. A concentração máxima é obtiva em 3 a 4 horas e seu

tempo de meia vida de 14 a 16 horas. A sua principal via de eliminação é renal

(MANCINI, HALPERN, 2006).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS 5.

A obesidade atinge pessoas do mundo inteiro independente da sua classe

social, etnia, cor e idade e traz muito risco a saúde. A primeira medida para o

controle da obesidade é a melhoria dos hábitos alimentares e a prática de exercícios

físicos regulares. Somente após o não emagrecimento deve se buscar

acompanhamento profissional para que se adeque a obesidade com o tratamento

farmacológico, para que se tenha menos efeitos colaterais.

Os meios de comunicação e as mídias sócias nos pressiona a ter o corpo

ideal que é o corpo magro. Tem sido evidenciado isso cada vez mais nas revistas,

televisão e internet. No Brasil a beleza é sinônimo de felicidade, por isso cada vez

mais as mulheres buscam entrar no padrão, além também de estar relacionado a

auto estima.

O uso de remédio sem prescrição médica é uma pratica muito comum, mas

deve ser evitado tendo em vista os malefícios que alguns destes podem nos

proporcionar. A Sibutramina é um destes medicamentos tendo em vista a sua rápida

ação em pouco tempo. Mas possui muita reação adversa como a taquicardia, fadiga

e delírios podem fazer a pessoa ter um surto psicótico e levar ao suicídio.

Por conta de alguns casos a Anvisa decidiu controlar a sua venda, só pode

ser comprada com receituário B2 e com o termo de responsabilidade assinado. Pois

nem todo medicamento pode causar efeitos adversos em todos os seus usuários.

Pois o que diferencia medicamento de veneno é somente a dose.

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ANVISA. Agência de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada nº133, de 15 de dezembro de 2016. Altera a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº

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50, de 25 de setembro de 2014, que dispõe sobre as medidas de controle de comercialização, prescrição e dispensação de medicamentos que contenham as substâncias anfepramona, femproporex, mazindol e sibutramina, seus sais e isômeros, bem como intermediários e dá outras providências. Diário Oficial da União de 16 de dezembro de 2016. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/documents /10181/3136242/RDC_133_2016_.pdf/4f8401f3-b081-4b3e-ad38-bbf37d44f16f>. Acesso em: 16 out 2017. ANVISA. Agência de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada nº5991, de 17 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e Correlatos, e dá outras Providências. Diário Oficial da União de 26 de dezembro de 1973. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5991.htm>. Acesso em: 16 out 2017. AZEVEDO, Shirlaine Nascimento de. Em busca do corpo perfeito: um estudo do narcisismo. Curitiba: Centro Reichiano, 2007. Disponível em: . Acesso em: 28 de abr de 2013.

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ANEXOS

ANEXO A

Notificação de receita B2

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ANEXO B

Termo de responsabilidade do prescritor