Julho/2017 - DataSebrae · Apesar do crescimento de 1,0% do PIB no 1º trimestre do ano, ainda não...
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Julho/2017
PIB
Inflação
SUMÁRIO
Juros
Confiança
Inadimplência
Crédito
Empresas no Simples
Emprego Empreendedorismo
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10 12
14
Expediente
Núcleo de Inteligência Institucional da Unidade de
Gestão Estratégica do Sebrae Nacional
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Síntese
03
Cenário externo
• Com o quadro de incerteza elevada e desequilíbrio fiscal, as estimativas de crescimento da atividade econômica passaram a apontar para variações
mais modestas para os próximos trimestres.
• A recuperação mais lenta da indústria e do setor de serviços deve refletir negativamente no crescimento do PIB em 2017.
• O aumento de impostos sobre combustíveis que visa elevar a arrecadação do governo pode prejudicar o ritmo de recuperação da economia.
• A queda contínua da inflação favorece juros mais baixos, contudo a demanda por crédito pode demorar a se restabelecer.
SÍNTESE
03 Sumário | > < |
Apesar do crescimento de 1,0% do PIB no 1º trimestre do ano, ainda não é possível
observar recuperação disseminada entre os setores da economia. O setor de
serviços continua apresentando o pior desempenho.
Pelo lado da demanda, o investimento e o consumo também não esboçam ainda
sinais de superação da recessão.
Com o cenário político instável e a demanda interna ainda enfraquecida, as
projeções do Boletim Focus do Banco Central apontam retração da economia no 2º
trimestre (-0,1%), com recuperação nos dois últimos trimestres (0,5% e 1,4%). Esse
crescimento previsto para 2017 deve ser explicado predominantemente pelo setor
agropecuário.
A economia internacional mais favorável, o superávit comercial brasileiro e a rápida
desaceleração da inflação devem contribuir para que a situação econômica se
reestabeleça gradativamente, mesmo diante de um cenário político vulnerável.
Contudo a recuperação consistente da economia só deve ocorrer com o
reestabelecimento da indústria, dos serviços e com o equilíbrio das contas públicas.
PIB
04 Cenário macroeconômico Sumário | > < |
Fonte: Sistema de Contas Nacionais, IBGE. *Projeções do Boletim Focus (BCB), 14/07/2017.
Fonte: Sistema de Contas Nacionais, IBGE. *Projeções do Boletim Focus (BCB), 14/07/2017.
A rápida trajetória de queda da inflação continua sinalizando uma melhora da
economia. Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA
apresentou deflação de 0,23%, a primeira variação negativa em 11 anos, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos últimos 12 meses, o IPCA acumulou alta de 3,0%, permanecendo abaixo do centro
da meta (4,5%). A expectativa é que a inflação feche 2017 em 3,3% e 2018, em 4,2%,
segundo estimativas do Boletim Focus do Banco Central. Contudo, com o recente
aumento de impostos decretado pelo governo, estima-se que essa a previsão aumente.
As menores taxas de inflação observadas no mês foram nos grupos Habitação (-0,77),
Transportes (-0,52%) e Alimentação e bebidas (-0,50).
No recorte por região metropolitana, Curitiba registrou o menor índice acumulado em
12 meses (2,0%), enquanto Recife registrou a maior inflação (4,8%).
Somado ao recente desempenho positivo do IPCA, a revisão das metas de inflação pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN) contribui para o ajuste macroeconômico e
consequente retomada do crescimento. A meta passa a ser 4,25% em 2019 e 4,0% em
2020, ambas com 1,5 ponto percentual de tolerância.
INFLAÇÃO
IPCA acumulado em 12 meses (% a.a) - Brasil e Regiões Metropolitanas - jun/17
Nota: O IPCA tem abrangência geográfica apenas nas regiões metropolitanas dos estados
em destaque no mapa. Fonte: IBGE.
Fonte: IBGE e Boletim Focus (BCB), 14/07/2017.
05 Cenário macroeconômico Sumário | > < |
Brasil: 3,0%
JUROS
Com a inflação em rota descendente, o Banco Central tem acelerado o
ritmo de redução da Selic, taxa básica de juros da economia brasileira,
hoje em 10,25% ao ano.
Segundo as estimativas do Boletim Focus do Banco Central, a Selic deve
fechar 2017 e 2018 em 8,0%.
A redução das metas de inflação para 2019 e 2020 pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN) favorece a continuidade de redução da taxa
Selic.
Com os juros mais baixos, os empréstimos e financiamentos tornam-se
mais baratos, impulsionando o consumo e estimulando a atividade
produtiva. Além disso, os juros mais baixos tendem a aumentar a
confiança dos empresários e a busca pelo crédito, fundamentais para
revigorar o investimento.
Fonte: Banco Central do Brasil (BCB).
06 Cenário macroeconômico Sumário | > < |
10
,25
8,7
5
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,25
7,5
0
Taxa básica de juros - Selic (% a.a)
Mesmo oscilando entre altos e baixos, a confiança do empresário tem mantido a
trajetória de alta observada desde o início do ano, refletindo um contexto
macroeconômico mais favorável que no ano passado. No entanto, a crise política
continua gerando incerteza no cenário econômico e abalando a confiança dos
setores na retomada da economia.
As dúvidas com relação ao horizonte de recuperação da economia também
continuam afetando a confiança dos consumidores, que permanecem cautelosos
com relação ao consumo.
A retomada mais sólida da confiança só deve vir com a estabilização da crise política
e com a melhora do mercado de trabalho. Apesar disso, a inflação em patamares
mais baixos e a progressiva queda dos juros têm sido fundamentais para manter as
expectativas dos empresários e consumidores na volta do crescimento da economia.
CONFIANÇA
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Fonte: IBRE, FGV.
Cenário macroeconômico Sumário | > < |
INADIMPLÊNCIA
Fonte: Pnad Contínua, IBGE.
As altas taxas de desemprego, a contração nas vendas e a queda da
produção, resultantes do longo período recessivo da economia,
enfraqueceram a gestão financeira das empresas e continuam
interferindo na sua capacidade de pagamento.
O aumento da taxa de inadimplência das empresas tem sido mais
acentuado do que o registrado para pessoas físicas. A inadimplência das
empresas saiu de 2,7% no início de 2016 para 4,0% em maio de 2017, o
valor mais alto observado na série.
Com a confiança incerta em relação ao horizonte de recuperação da
economia e o custo do crédito ainda elevado, os empréstimos para
pagamento das dívidas e investimentos podem ser comprometidos,
assim como o consumo das famílias deve se recuperar em ritmo mais
lento.
Fonte: Banco Central do Brasil (BCB).
08 Cenário macroeconômico Sumário | > < |
CRÉDITO
Acompanhando o ritmo de desaceleração da economia nacional nos últimos dois
anos, o saldo total de crédito como percentual do PIB tem recuado desde 2016.
O saldo das operações de crédito também tem registrado queda. Quando
segmentado por tipo de cliente, nota-se comportamentos bem distintos entre eles.
O saldo das operações de crédito das empresas segue apresentando forte
contração, atingindo o nível de R$ 1.478 bilhões em maio.
Por outro lado, o saldo das operações com pessoas físicas demonstra estabilização
com algum sinal de recuperação, alcançando R$ 1.587 bilhões em maio.
Espera-se que a redução da taxa básica de juros reflita gradativamente no aumento
da demanda por crédito. No entanto, com a perspectiva de que o processo de
reconstrução da confiança dos empresários e de recuperação da economia sejam
mais lentos, o mercado de crédito pode demorar um pouco mais a reagir.
09 Cenário macroeconômico Sumário | > < |
Fonte: Banco Central do Brasil (BCB).
Fonte: Banco Central do Brasil (BCB).
Pelo terceiro mês consecutivo, o Brasil criou empregos com carteira assinada em junho
(9,8 mil novas vagas), segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged).
As micro e pequenas empresas (MPE) registraram saldo positivo de empregos (35,8 mil
novos postos de trabalho), enquanto as médias e grandes empresas (MGE) voltaram a
demitir mais que admitir (26,7 mil vagas fechadas).
A agropecuária foi o setor que impulsionou as contratações no mês. Tanto as MPE,
como as MGE registraram saldo positivo nesse setor.
EMPREGO
Nota: O saldo total compreende micro e pequenas empresas, média e grandes e administração pública.
10 Cenário macroeconômico Sumário | > < |
Criação de empregos formais – jun/16 a jun17 Criação de empregos formais por porte – jun/16 a jun/17
Fonte: Sebrae, a partir de dados do Caged/MTb.
Fonte: Sebrae, a partir de dados do Caged/MTb. Fonte: Sebrae, a partir de dados do Caged/MTb.
Criação de empregos formais por setor e porte – jun/17
A taxa de desemprego recuou de 13,6% para 13,3% no trimestre encerrado em maio,
de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto, na comparação com o
mesmo período de 2016, a taxa registrou acréscimo de 2,1 pontos percentuais
(11,2%).
O contingente de desempregados no período equivale a 13,8 milhões de pessoas. Em
um ano, houve o incremento de 2,3 milhões de pessoas desempregadas, um aumento
de 20,4% em relação ao mesmo período de 2016.
Os últimos resultados do desemprego parecem indicar que o mercado de trabalho
começa a se estabilizar. Apesar dos sinais positivos, a retomada do emprego depende
de uma recuperação sustentada da economia e tende a ser gradual.
Como o horizonte aguardado para a reversão da atual condição econômica ainda é
incerto e considerando que a taxa de desemprego é um dos últimos indicadores a se
recuperar depois de uma crise, o aumento das contratações e consequente queda do
desemprego podem demorar um pouco ainda a acontecer. Fonte: Pnad Contínua, IBGE.
Taxa de desemprego por UF (%) – 1ºTrim/17
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EMPREGO
Cenário macroeconômico Sumário | > < |
Taxa de desemprego (%) - 2015 a maio/2017
Nota: As estatísticas referentes ao recorte geográfico estadual da Pnad Contínua são
disponibilizadas trimestralmente.
Fonte: Pnad Contínua, IBGE.
EMPREENDEDORISMO
12 Pequenos Negócios Sumário | > < |
Com o agravamento da crise e o aumento expressivo do desemprego, grande parte
dos trabalhadores com carteira assinada migrou para empreendimentos por conta
própria.
Na comparação de maio de 2017 com o início do ano de 2014, houve retração de 8%
dos empregados com carteira assinada, ao passo que os empreendedores com
negócio (empregadores ou conta própria) cresceram 6%.
Ainda que no último ano o número de empregados sem carteira assinada tenha
aumentado, houve contração de 1% desse tipo de contratação quando comparado
com 2014. Caso a crise não tivesse interrompido a trajetória de queda das
contratações sem carteira, essa contração teria sido ainda maior.
Com o aumento das demissões, resultante da intensificação do ambiente econômico
e político adverso, a atividade empreendedora continua sendo a saída para muitos
indivíduos que buscam alternativa de renda.
Nota: Empreendedor com negócio = empregador + conta própria
Fonte: Pnad Contínua, IBGE.
EMPREENDEDORISMO
13 Pequenos Negócios Sumário | > < |
Após a contração da participação dos empreendedores com negócio (empregadores
ou conta própria) na força de trabalho ao longo de 2016, parece haver indícios de
estabilização da taxa no trimestre encerrado em maio. Os empreendedores com
negócio representam atualmente 25,6% da força de trabalho.
Outro aspecto importante é o rendimento médio recebido pelos empreendedores
com negócio. A partir de 2016, os dados de rendimento têm apresentado
recuperação e sinalizam uma perspectiva mais favorável da economia.
Quando desagregado por posição na ocupação, o rendimento médio real do
segmento e pregador expandiu 2,7% na comparação entre o trimestre encerrado
em maio de 2017 e o mesmo período do ano anterior.
O segmento co ta própria apresentou queda real do rendimento do trabalho no
período (-1%).
Com resultados mais favoráveis, o rendimento real tem impactado a recuperação da
massa salarial, importante por fortalecer o consumo e reestabelecer a atividade
econômica. Fonte: Pnad Contínua, IBGE.
Nota: O empreendedor com negócio compreende o empregador e o conta própria. A força de trabalho compreende as pessoas ocupadas e as desocupadas.
Fonte: Pnad Contínua, IBGE.
EMPRESAS NO SIMPLES
O número de empresas optantes pelo Simples atingiu 12,1 milhões em junho
de 2017, sendo 7,2 milhões de MEI e 4,9 milhões de ME e EPP.
O aumento do total de empresas tem sido puxado, principalmente, pelo
aumento de MEI, que cresceu 1,5% em relação a maio. O acréscimo de ME e
EPP foi de 0,4% em relação ao mês anterior.
No recorte estadual, o Rio de Janeiro registrou a maior taxa de crescimento em
12 meses de empresas no Simples (12,4%), seguido pelo Mato Grosso do Sul
(11,3%) e pelo Mato Grosso (10,8%).
14 Pequenos Negócios Sumário | > < |
Fonte: Sebrae a partir dos dados da Receita Federal do Brasil.
Brasil: 9,3%
Fonte: Sebrae a partir dos dados da Receita Federal do Brasil.
Fonte: Sebrae a partir dos dados da Receita Federal do Brasil.
Crescimento de empresas optantes pelo Simples em 12 meses (%)
(jun/17 em relação a jun/16)
Panorama Sebrae é um produto do Núcleo de Inteligência Institucional da
Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae
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