Karl Marx

1818-1883

Materialismo Histórico-Dialético

• Hegel:- A idéia é o sujeito da história- “A história se desenvolve como realização da

ideia absoluta, da consciência crítica, dos conceitos de liberdade e justiça”.

- Estado X sociedade civil- Estado: perspectiva pública, o Estado funda a

racionalidade, Reino do Universal, Realização da razão na história.

Materialismo Histórico-Dialético

• Hegel:- A idéia é o sujeito da história- “A história se desenvolve como realização da

ideia absoluta, da consciência crítica, dos conceitos de liberdade e justiça”.

- Estado X sociedade civil- Estado: perspectiva pública, o Estado funda a

racionalidade, Reino do Universal, Realização da razão na história.

• Sociedade Civil: dimensão privada, reino do privatismo e da miséria moral.

• Só se transcende a miséria moral da sociedade civil pelo Estado

• Marx• Não se faz a história com o desenvolvimento de

conceitos/ideias;• Nem tampouco deve-se compreender a história

como uma essência imutável do homem.• Para Marx, a essência do homem é o conjunto de

relações sociais.• A humanização do homem se dá pelo trabalho

e dentro da sociedade

• Premissa histórica: os homens devem ter condições de viver para poder fazer a história (comer, beber, morar, vestir).

• 1º fato histórico: produção dos meios que permitem fazer estas necessidades – produção da própria vida;

• 1º ato histórico: a satisfação das primeiras necessidades levam a novas necessidades.;

• - Os homens que renovam a cada dia sua própria vida passam a criar outros homens.

• O que os homens são coincide com sua produção (o que e como produzem) – A produção depende do intercâmbio

• Produção material + formas de intercâmbio = modo de produção.

• Qualquer expansão das forças produtivas traz aperfeiçoamento da Divisão do Trabalho.

• Modo de produção = sociedade civil esfera das necessidades materiais, esfera dos interesses particulares

• A história não é a história do Estado, mas a história da sociedade civil.

• A história portanto é uma successão de formas de intercâmbio e desenvolvimento das forças produtivas.

• FP – DT – propriedade• Patamar superior da DT: separação entre

Trabalho Manual e Trabalho Intelectual.

• Trabalho intelectual ‘emancipado’ do mundo: teorias puras --- Falsa consciência da realidade.

• A socieadade civil é que cria o Estado.• O Estado não representa os interesses gerais e

comuns da sociedade, mas vincula-se aos interesses de classe.

• “toda classe que aspira a implantar a dominação deve começar pela conquista do poder do Estado a fim de apresentar seu interesse particular com o aspecto de interesse geral – Hegemonia.

• “São os homens que produzem suas representações, suas ideias, mas os homens reais, atuantes, tais como são condicionados por um determinado desenvolvimento de suas forças produtivas e das relações que a elas correspondem (…) A consciência nunca pode ser mais que o ser consciente; e o ser dos homens é o seu processo de vida real”

• Ao contrário da filosofia alemã, que desce do céu para a terra, aqui é da terra que se sobe ao céu”.

• A consciência somente está em condições de se emancipar do mundo e de passar a formação de uma teoria pura quando a divisão do trabalho se concretizar numa divisão entre trabalho material e trabalho intelectual.

• A força produtiva, o estado social e a consciência podem e devem entrar em conflito entre si, pois, pela divisão do trabalho acontece que a atividade intelectual e a atividade material, o gozo e o trabalho, a produção e o consumo acabam sendo destinados a indivíduos diferentes.

• Divisão do Trabalho= propriedade• DT: contradição entre interesses individuais e

interesses coletivos

• Divisão do Trabalho• Atividades exclusivas e determinadas;• Criação de produtos que dominam o próprio

homem.• Diferentemente numa sociedade comunista, os

homens recuperam o controle do comércio e da produção.

• A riqueza intelectual do indivíduo depende da riqueza das suas relações reais.

Teoria da revolução

• Sociedade Capitalista e revolução burguesa• A burguesia “despedaçou sem piedade todos os

complexos e variados laços que prendiam o homem feudal a seus superiores naturais”

• “Tudo o que era sólido e estável evapora-se, tudo o que era sagrado é profanado”.

• “o produtor passa a ser um simples apêndice da máquina e só se requer dele a operação mais simples”

• Manufaturas (ramos da produção que escapam do sistema corporativo) –Tornaram-se um refúgio contra as corporações que excluíam os trabalhadores ou lhes pagavam mal.

• Com as manufaturas iniciam a concorrência entre nações.

• Grande industria torna a concorrência universal.

• Surgimento das grandes cidades modernas;• O Desenvolvimento das forças produtivas tem

um enorme ônus sobre o proletariado.• Consequência das contradições da sociedade

capitalista: eminência da revolução comunista

• “A transformação do modo de produção não pode ser abolida pela extirpação do cérebro das representações, mas sim se os indivíduos subjugarem as forças produtivas e abolirem a divisão do trabalho”.

• Falsa consciência X Reconstrução Científica da Realidade (expressão dos interesses de classe do proletariado).

• A burguesia e o proletariado são as únicas classes puras da sociedade (nascidas no processo moderno de produção). Somente suas condições de existência permitem imaginar um plano para a organização da sociedade.(156)

• As demais classes (pequena burguesia, campesinato) são classes transitórias . Ex. Camponeses (18 Brumário) – Ausência de laços com a sociedade como uma totalidade. Atuam na história com uma forma ideológica emprestada. (158)

• Para a consciência de classe do proletariado, teoria e práxis coincidem. Isso permite ao proletariado poder lançar-se conscientemente sua ação na balança do desenvolvimento social como um fator decisivo.

• Classe em si e classe para si• Proletários de todos os países, uní-vos!

Teoria Valor-Trabalho

• Trabalho como elemento universal de socialização e formação humana.

• Esta concepção de trabalho permite fazer crítica à economia política, que igualava o trabalho a qualquer outra mercadoria.

• Propriedade privada contém em si uma contradição interna, o que permite a descoberta do estranhamento do trabalho:

• Estranhamento do produto do trabalho, da atividade produtiva e da identidade do próprio trabalhador consigo mesmo (estramento do ser genérico).

• Para a economia política, o trabalhador existe somente como trabalhador, não como ser humano.

• “A economia política pode por isso, estabelecer a proposição de que o trabalhador, tal como o cavalo, tem de receber o suficiente para poder trabalhar. Ela não o considera um homem no seu tempo livre de trabalho, mas deixa, antes, essa consideração para a justiça criminal, os médicos, a religião, as tabelas estatíticas, a política e o curador da miséria social”

• A Economia política parte da propriedade privada como um axioma:

• Propriedade privada – ganância – concorrência – dinheiro – desvalorização do homem.

• Crítica à economia política:• A) o trabalhador se torna tanto mais pobre

quanto mais riquezas produz;

• B) O trabalhador se torna uma mercadoria tão mais barata quanto mais mercadorias produz;

• C) o trabalhador não produz somente mercadorias, produz a si mesmos como uma mercadoria

• “A riqueza das sociedades em que domina o modo de produção capitalista aparece como uma imensa coleção de mercadorias”

• Mercadoria – forma mais geral da riqueza capitalista. É objeto de investigação porque é o mais característico da sociedade capitalista. É a forma social imposta a todos os produtos, inclusive à força de trabalho.

• Duplo valor da mercadoria:• VU – as mercadorias são de diferente qualidade;• VT – as mercadorias são de quantidade diferentes

• O VT é algum casual e puramente relativo. Um VT imanente, intrínseco à mercadoria é uma contradictio in adjecto (46)

•

• Na sociedade capitalista, interessa o valor de troca, que corresponde ao trabalho abstrato.

• Como medir a grandeza de valor?• Por meio do quantum nele contido da

‘substância constituidora do valor’, o trabalho. A própria quantidade de trabalho é medida pelo seu tempo de duração

• Trabalho Simples e Trabalho Complexo• • “Assim como numa sociedade burguesa um

general ou banqueiro desempenham um grande papel, enquanto o homem simples, ao contrário, desempenha um papel ordinário, assim é também aqui com o trabalho humano”(51).

•

• “As mercadorias possuem uma forma comum de valor, que contrasta de maneira muito marcante com a heterogeneidade das formas naturais, que apresentam seus valores de uso – a forma dinheiro”(54)

• Mudança Social que permite a generalização da forma equivalente (em última instância, o dinheiro): Trabalho livre e Igualdade social

• Redução de todos trabalhos reais à sua característica comum: dispêndio da força de trabalho humano

O caráter fetichista da Mercadoria e seu segredo:

• Se tudo é definido pelo dinheiro... tudo é coisificado

• Os seres vivos não aparecem.• As trocas não se apresentam como relações

sociais entre pessoas, senão como relações entre coisas.

• O caráter místico da mercadoria não provém de seu valor de uso”(70)

• Valor primordial de uma mercadoria é o seu valor de uso. Sendo, inclusive, seu valor variável, dependendo da utilidade social.

• Diferentemente, o valor de troca depende das trocas. Portanto, é circunstancial. É um valor derivado.

• A forma dinheiro – forma acabada do mundo da mercadoria – encobre/esconde o caráter social dos trabalhos privados.

• O VT é uma aparência/ reflexo do VU.• “O misterioso da forma mercadoria consiste,

portanto, simplesmente no fato de que ela reflete aos homens as características sociais do seu próprio trabalho como características objetivas dos próprios produtos do trabalho, como propriedade naturais sociais dessas coisas, e por isso, também reflete a relação social dos produtores como uma relação social existente fora deles, entre objetos”

• Analogia com a Religião:• “Não é mais nada que determinada relação social entre

os próprios homens que para eles aqui assume a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. Por isso, para encontrar uma analogia, temos de nos deslocar à região nebulosa do mundo da religião. Aqui, os produtos do cérebro humano parecem dotados de vida própria, figuras autônomas, que mantêm relações entre si e com os homens. Assim, no mundo das mercadorias, acontece com os produtos da mão humana. Isso eu chamo o fetichismo (71)

• A tardia descoberta científica de que os produtos de trabalhos, enquanto valores, são apenas expressões materiais do trabalho humano despendido em sua produção, faz época na história do desenvolvimento da humanidade (72)

• A determinação da grandeza de valor pelo tempo de trabalho é, por isso, um segredo oculto sob os movimentos manifestos dos valores relativos das mercadorias (73).

• O fetichismo constitui-se como traço característico da sociedade produtora de mercadorias. Não encontramos esta marca em outras formações sociais.

• “A figura do processo social da vida, isto é, do processo de produção material, apenas se desprenderá do seu místico véu nebuloso quando, como produto de homens livres socializados, ele ficar sob seu controle consciente e planejado. Para tanto, porém, se requer uma base natural da sociedade ou uma série de condições materiais de existência, que são o produto natural de uma evolução histórica longa e penosa”(76)