O método dialético e suas possibilidades reflexivas

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Célia Regina Diniz Iolanda Barbosa da Silva Metodologia Científica DISCIPLINA O método dialético e suas possibilidades reflexivas Autoras aula 05

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Célia Regina Diniz

Iolanda Barbosa da Silva

Metodologia Científica D I S C I P L I N A

O método dialético e suas possibilidades reflexivas

Autoras

aula

05

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Aula 05  Metodologia CientíficaCopyright © 2008 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPEEliane de Moura Silva

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

Projeto GráficoIvana Lima (UFRN)

Revisora TipográficaNouraide Queiroz (UFRN)

IlustradoraCarolina Costa (UFRN)

Editoração de ImagensAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

DiagramadoresBruno de Souza Melo (UFRN)

Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)Ivana Lima (UFRN)

Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN) Mariana Araújo (UFRN)

Revisora de Estrutura e LinguagemRossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)

Revisora de Língua PortuguesaMaria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

D585 Diniz, Célia Regina.

Metodologia científica / Célia Regina Diniz; Iolanda Barbosa da Silva. – Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN - EDUEP, 2008.

ISBN: 978-85-87108-98-2

1. Metodologia científica I. Título.

21. ed. CDD 001.4

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

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Aula 05  Metodologia Científica �

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Copyright © 2008 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPEEliane de Moura Silva

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

Projeto GráficoIvana Lima (UFRN)

Revisora TipográficaNouraide Queiroz (UFRN)

IlustradoraCarolina Costa (UFRN)

Editoração de ImagensAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

DiagramadoresBruno de Souza Melo (UFRN)

Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)Ivana Lima (UFRN)

Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN) Mariana Araújo (UFRN)

Revisora de Estrutura e LinguagemRossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)

Revisora de Língua PortuguesaMaria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

D585 Diniz, Célia Regina.

Metodologia científica / Célia Regina Diniz; Iolanda Barbosa da Silva. – Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN - EDUEP, 2008.

ISBN: 978-85-87108-98-2

1. Metodologia científica I. Título.

21. ed. CDD 001.4

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

Apresentação

O método dialético é uma possibilidade de caminho na construção do saber científico no campo das ciências humanas. Ele torna-se a trajetória percorrida pelo sujeito (pesquisador) na busca de conhecer e perceber-se na construção desse conhecimento

do objeto (fenômeno/fato investigado) que se constrói e (des) constrói nas interações entre o sujeito e o objeto.

Nesse modo de conhecer o homem se constrói enquanto homem na produção de sua vida material. Ao estabelecer uma relação com a natureza na qual ele a humaniza, tranformando-a em natureza morta pela negação de sua condição, o homem a torna um fenômeno social pela significação que ele dá a essa interação; no entanto, ao modificá-la ele também se transforma, mudando a sua percepção sobre a natureza e ao retornar sobre si se percebe como sujeito criado nessa interação.

O exercício dialético nos permite compreender que o homem enquanto ser histórico na produção de uma vida material estabelece relações de negação com o mundo e com ele próprio, criando contradições e gerando conflitos nas relações que se tornam a base da organização de sua vida social.

Desse modo:

n elabore as atividades, exercitando o raciocínio dialético na produção das atividades desta aula;

n busque ampliar seu conhecimento sobre o método dialético, tirando as dúvidas quando ocorrerem, em leituras que virão indicadas;

n realize sua auto-avaliação na aula, utilizando-se do espaço disponibilizado.

ObjetivosPretende-se, ao final desta aula, que você tenha compreendido e interpretado:

que o homem é um ser dialético;

que o método dialético possibilita a compreensão e explicação dos problemas e das contradições que envolvem a produção de explicações sobre os fenômenos sociais;

a dialética torna-se uma possibilidade à reflexão da prática educativa.

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Atividade 1

Verificar o exemplo de procedimento para a inserção de nota de

rodapé, de acordo com as normas da ABNT.

Reflita sobre os problemas sociais, analisando e comentando a letra da música Cidadão de Zé Geraldo1. Procure explicitar nos seus comentários as contradições e os conflitos que aparecem na letra.

Tá vendo aquele edificio moco, ajudei a levantar. Foi um tempo de aflição, era quatro condução, duas pra ir , duas pra voltar.

Hoje depois dele pronto, olho pra cima e fico tonto, mas me chega um cidadão, e me diz disconfiado: tu tá aí admirado ou tá querendo roubar? Meu domingo está perdido, vou pra casa entristecido, dá vontade de beber, e prá aumentar o meu tédio eu nem posso olhar pro prédio que eu ajudei a fazer.

Tá vendo aquele colégio moço, eu também trabalhei lá, Lá eu quase me arrebento, pus a massa fiz cimento, ajudei a rebocar. Minha filha inocente, vem pra mim toda contente: pai vou me matricular,

1 Disponível em < http: www.webletras.com.br/letra.asp/musica >. Acesso em: 21 set. 2007.

Pense nisto!!!

Os conflitos sociais criam possibilidades reflexivas sobre a forma como o homem se organiza para viver em sociedade. Esses conflitos podem ser pensados pela dialética das contradições de uma vida organizada, a partir dos conflitos de classe.

Desafiando o pensar sobre o homem, os conflitos sociais criam novas possibilidades interpretativas...

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Mas me chega um cidadão: criança de pé no chão, aqui não pode estudar. Essa dor doeu mais forte, por que que eu deixei o norte, eu me pus a me dizer, lá a seca castigava, mas do pouco que eu plantava, tinha direito a comer. Tá vendo aquela igreja moço, onde o padre diz amém. Pus o sino e o badalo, enchi minha mão de calo, lá eu trabalhei também. Lá sim valeu a pena tem quermese tem novena e o padre me deixa entrar, foi lá que Cristo me disse: rapaz deixe de tolice, não se deixe amendrotar. (Refrao) 2 vezes Fui eu que criou a terra, enchi o rio, fiz a serra, não deixei nada faltar, Hoje o homem criou asa e na maioria das casas eu também não posso entrar.

Pense nisto!!!

As desigualdades observadas no acesso aos bens materiais como negação do trabalho, dá-se pela apropriação do resultado de uma produção coletiva pelos proprietários dos meios e instrumentos de produção. Essa contradição capitalista de uma produção coletiva e uma apropriação privada marca a dinâmica na organização social no mundo capitalista.

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Reflita!!!

Questiona-se agora o lixo que existe escondido nos porões da sociedade. O que existe por trás das aparências dessa nova, maravilhosa e terrível realidade parida a fórceps pela moderna ordem industrial capitalista? Novos modos de viver organizados por um modelo desigual, estabelecido com o antagonismo entre duas classes sociais: os proprietários e os não proprietários dos meios e dos instrumentos de produção de uma vida material emergidas no processo histórico de formação do capitalismo industrial. Essa sociedade organizada em classes que tem interesses divergentes irá organizar as instituições presentes, tornando-as instrumentos de reprodução desse modo de organizar a sociedade. Nesse sentido, a produção de saberes tanto apresentará essa luta de classes quanto as ideologias crias para explicá-las. Nesse caso, pergunta-se se a ciência poderá contribuir para a emancipação do homem, livrando-o de toda a opressão que o esmaga?

O que é o Método Dialético?

O método dialético e o contexto históricoAs contradições sociais, verificadas no século XIX, trouxeram de volta uma crítica

a concepção metafísica do mundo. O mundo novo das relações capitalista de produção trouxe a necessidade de uma interpretação dialética dos fenômenos sociais vigentes, cujas contradições e conflitos sociais eram patentes.

A dialética enquanto método não interessa às Ciências Exatas que procuram ler as composições biofísicas e fisicoquímicas dos seres materiais e mais ligadas aos fatos. No caso das Ciências Humanas que estão atentas a Como os fatos se apresentam, o Por Quê e o Para Quê tornam-se questões interessantes para compreensão e explicação de fenômenos que se relacionam com os destinos dos seres humanos na vida em coletividade.

O método dialético reconhece a dificuldade de se apreender o real, em sua determinação objetiva, por isso a realidade se constrói diante do pesquisador por meio das noções de totalidade, mudança e contradição. A noção de totalidade refere-se ao entendimento de que a realidade está totalmente interdependente, interrelacionada entre os fatos e fenômenos que a constitui. Já a noção de mudança compreende que a natureza e a sociedade estão em constante mudança e que elas tanto são quantitativas quanto qualitativas. Enquanto isso a noção de contradição torna-se o motor da mudança. As contradições são constantes e

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Atividade 2

Verificar o exemplo de procedimento para a inserção de nota de

rodapé, de acordo com as normas da ABNT.

intrínsecas à realidade. As relações entre os fenômenos ocorrem num processo de conflitos que geram novas situações na sociedade.

Karl Marx, conforme visto na aula anterior, tornou-se o expoente do método dialético na ciência moderna. O método dialético marxista consiste em analisar o todo feito de pedaços, cuja autonomia e individualidade condicionam uma contradição e um conflito, que, por sua vez, estão na base da dinâmica da vida material e da evolução da ciência e da História. A ciência para Karl Marx não é uma coisa feita, ela tem uma história que se perpetua, mas também é um devir. Nesse caso, para se compreender a ciência necessita-se de buscar o estudo do passado científico como suporte e base do novo, a ser descoberto.

O pensador Karl Marx acreditava que o papel político do cientista era comprometer-se com a produção de um conhecimento que retornasse à realidade como instrumento de reflexão à luta dos trabalhadores (proletários). Esse saber estaria voltado à reflexão dialógica das condições de vida dos trabalhados na sociedade capitalista e contribuiria na leitura de mundo dos explorados (proletários) e na organização da luta e da proposição de uma revolução social com a tomada de poder por parte desses trabalhadores (proletários) e com a instituição de um novo modelo de sociedade pela extinção da propriedade privada dos meios e dos instrumentos de produção.

A lógica dialética permite ao cientista social uma cosmovisão de totalidade, por isso que o método tornou-se lógica, teoria da ciência e base da prática revolucionária no século XX.

A partir das discussões em torno do método dialético procure estabelecer uma correlação entre as informações que irá obter com os gêneros textuais: notícia e música, usando a lógica do raciocínio dialético para se posicionar diante do debate, em curso, sobre a transposição do rio São Francisco, registrando-o no espaço indicado. Leia e interprete:

a) as notícias publicadas2, nos dias 02 e 10.07.07, no site do Paraíba Online. A primeira notícia é sobre a criação de um comitê formado pelos governadores do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte em defesa da transposição do rio São Francisco, já a segunda notícia diz respeito à elaboração de um documento, na III Conferência Nacional de Segurança Alimentar, contrário a transposição do rio São Francisco.

b) o fragmento da letra da música Riacho Novo de Luiz Gonzaga�.

2 Disponíveis em <http://www.paraiba.com.br/notícias>. Acesso em 20 out. 2007.� Ver nota 1.

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a) Governadores da PB, PE, CE e RN se unem pela Transposição

Em uma reunião na manhã desta segunda-feira (02/07/07), no Palácio Campo das Princesas, em Recife, os governadores Cássio Cunha Lima (PB), Eduardo Campos (PE), Wilma Faria (RN) e Cid Gomes (CE) acertaram uma reação conjunta em relação às mobilizações contrárias à transposição de parte das águas do Rio São Francisco.

“O objetivo é desmistificar e acabar com o terrorismo sobre o assunto, contribuindo para a boa informação”, sintetizou Cássio, articulador do encontro.

A reunião na sede oficial do Governo de Pernambuco, sugerida pelo governador paraibano, durou pouco mais de uma hora. Na oportunidade, Cássio Cunha Lima, Eduardo Campos, Wilma Faria e Cid Gomes avaliaram os efeitos negativos provocados por sistemáticas campanha de desinformação sobre o assunto e acertaram uma estratégia conjunta em prol da transposição.

Em termos objetivos, os governadores definiram que, no próximo dia 9, haverá uma grande mobilização simultânea na Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, através da abertura do Comitê pela Transposição, que reunirá entes institucionais e representantes da sociedade civil.

O ponto alto do movimento será o lançamento, no mesmo dia, de uma campanha informativa, destacando as informações sobre o que representa o projeto para o Nordeste, corrigindo e esclarecendo muitos pontos polêmicos baseados na desinformação de muitos segmentos.

Segundo o governador Eduardo Campos, a campanha informativa priorizará uma linguagem acessível e também procurará derrubar por terra muitos mitos levantados pelos que são contrários à transposição com base em informações distorcidas. Cid Gomes, por sua vez, assegura que só a comunicação de qualidade e transparente permitirá que se reverta um processo de antipatia a um projeto que, acima de tudo, pretende assegurar água de beber para 12 milhões de nordestinos na região do semi-árido.

Em Brasília

Um segundo passo na estratégia dos quatro governadores nordestinos será o de consolidar uma grande mobilização, em Brasília, na segunda quinzena de agosto. Articulando suas bancadas no Congresso Nacional, pretendem realizar uma reunião com o ministro Geddel Quadros Vieira Lima, da Integração Nacional, e com o próprio Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Um documento, subscrito pelos governadores dos quatro estados, além dos integrantes das bancadas e de representantes dos mais diversos segmentos representativos da sociedade, será entregue ao ministro e ao Presidente, reafirmando o apoio ao projeto nacional de recursos hídricos para a região do semi-árido.

Boa informação contra a desinformação

Em linhas gerais, os governadores da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará definiram o combate à desinformação como o principal ponto da campanha informativa a ser lançada, em 9 de julho.

Basicamente, seguem abaixo algumas informações que serão evidenciadas:

n Em três anos e meio, deve-se levar água às cidades do semi-árido, onde vivem

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70% da população da região, e retirando menos de 2% da água do rio que segue para o oceano.

n A integração do rio São Francisco às bacias dos rios temporários do semi-árido será possível por meio de ações relevantes e pontuais, como a retirada contínua de 26,4 m�/s de água, o que equivale a 1,4% da vazão garantida pela barragem de Sobradinho (1850m�/s) no trecho do rio onde ocorrerá a captação.

n A população urbana de �90 municípios do Agreste e do Sertão dos quatro Estados do Nordeste Setentrional será beneficiada com o montante hídrico obtido por esta grande ação.

n O Projeto estabelece a interligação da bacia hidrográfica do rio São Francisco, que apresenta relativa abundância de água (1850 m�/s de vazão garantida pelo reservatório de Sobradinho), com bacias inseridas no Nordeste Setentrional, com quantidades de água limitada para o desenvolvimento sócio-econômico da região.

n O projeto do rio São Francisco prevê a construção de dois canais: o Eixo Norte, que levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte; e o Eixo Leste que beneficiará parte do sertão e as regiões agreste de

Pernambuco e da Paraíba.

Consea quer parar transposição do São Francisco.

Os participantes da III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional aprovaram nesta terça-feira, 10 de julho de 2007, um pedido ao governo federal para que interrompa imediatamente as obras do Programa de Revitalização do rio São Francisco, aprovada por maioria expressiva dos delegados. O Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) tem caráter “consultivo e assessora o presidente da República na formulação e na definição de orientações para que o país garanta o direito humano a alimentação”.

Segundo a definição do Consea, ele é um instrumento de articulação entre governo e sociedade civil na proposição de diretrizes para as ações na área da alimentação e nutrição e foi instalado no dia �0 de janeiro de 200�.

A decisão que contraria a transposição do São Francisco, adotada por 1.800 pessoas, foi recebida com surpresa por políticos que apóiam o Governo, que é favorável a transposição e revitalização do São Francisco.

Na defesa do documento contrário a transposição do São Francisco, o representante do Consea Nacional, Naidison Baptista salienta que ele reflete o que a sociedade e os movimentos sociais avaliam sobre o projeto: “Ele é apressado, é mais dirigido ao agronegócio, não busca ao desenvolvimento sustentável do semi-árido”.

Para o conselheiro Adriano Martins, a decisão revela o desejo da sociedade de que seja adotado um projeto que se destine a melhorar a situação daqueles que sofrem mais com a falta de água. “A afirmação da água como direito fundamental, como um bem comum é fundamental para se pensar a segurança alimentar e nutricional”, defendeu.

Ele prosseguiu em suas alegações contra o projeto de revitalização do São Francisco, ao dizer que “olhando o projeto atentamente percebemos que apenas 4% da água que seria retirada do rio chegaria a esses que passam sede”. A maior parte da água no

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projeto atual, segundo Martins, destina-se a atividades, como a produção agrícola de exportação, a criação de camarão e empreendimentos industriais.

Martins defendeu alternativas ao projeto cujas obras tiveram início no mês passado, como as ações desenvolvidas pela Articulação do Semi-Árido (ASA), que atende a população que vive em locais distantes na região, e as propostas pelo Atlas do Nordeste, da Agência Nacional de Águas (ANA). “A Atlas do Nordeste garantiria água a �4 milhões de pessoas no semi-árido a um custo muito menor.”

b) Riacho Novo

Riacho do navio corre pro Pajeúe o rio Pajeú vai despejar no São Franciscoe o rio São Francisco vai bater no meio do mar (bis)Ah! Se eu fosse um peixe ao contrário do rionadava contra as águas e nesse desafiosaia lá do mar pro Riacho do NavioEu ia diretinho pro Riacho do Naviopra ver o meu brejinho fazer umas caçadasver as pegas do boi, andar na vaquejadadormir ao som do chucalho e acordar na passaradasem rádio e sem notícias da terra civilizada

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O método dialético cria possibilidades de mudanças?

Pense nisto!!!

Como método, a dialética representa a realidade em movimento indo para além das aparências. A mudança torna-se uma possibilidade no modo de pensar dialético por meio da superação da desigualdade na produção e distribuição dos resultados do trabalho coletivo.

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Atividade 3

Verificar o exemplo de procedimento para a inserção de nota de

rodapé, de acordo com as normas da ABNT.

Analise e comente a letra da música Punk da Periferia de Gilberto Gil4, identificando as contradições presentes neste gênero textual.

Das feridas que a pobreza cria Sou o pus

Sou o que de resto restaria Aos urubus

Pus por isso mesmo este blusão carniça Fiz no rosto este make-up pó caliça

Quis trazer assim nossa desgraça à luz

Sou um punk da periferia Sou da Freguesia do Ó

Ó Ó, aqui pra vocês! Sou da Freguesia

Ter cabelo tipo índio moicano Me apraz

Saber que entraremos pelo cano Satisfaz

Vós tereis um padre pra rezar a missa Dez minutos antes de virar fumaça Nós ocuparemos a Praça da Paz

Sou um punk da periferia Sou da Freguesia do Ó

Ó Ó, aqui pra vocês! Sou da Freguesia

Transo lixo, curto porcaria Tenho dó

Da esperança vã da minha tia Da vovó

Esgotados os poderes da ciência Esgotada toda a nossa paciência

Eis que esta cidade é um esgoto só

Sou um punk da periferia Sou da Freguesia do Ó

Ó Ó, aqui pra vocês! Sou da Freguesia

4 Ver nota 1.

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Como a dialética pode orientar uma reflexão científica?

A dialética pode orientar a reflexão crítica do mundo quando o pesquisador começa a interrogar-se sobre o que está por trás da aparência dos fenômenos. A verdade não aparece, ela está escondida nos não ditos nos interditos das relações sociais.

Exercitar o raciocínio dialético é procurar respostas em situações que aparecem como dadas, como naturais quando de fato foram naturalizadas por uma visão de mundo que atende aos interesses de quem domina (classe social), procurando por meio dos canais (escola, meios de comunicação, família e outros) disponibilizados na vida social imprimindo sua visão como sendo a visão do coletivo, isto se chama ideologia de classe.

Desenvolver ciência usando o método dialético é assumir que o saber está contaminado por ideologias e que cabe ao cientista social desvendar o que está escondido na aparência dos fenômenos sociais, particularmente na experiência cotidiana da vida em sociedade.

O conhecimento encontra caminhos para percorrer o caminho dialético, permite ao homem ver o mundo por outra lente. Perceba, Como o raciocínio desenvolvido por Alves (1994, p. 64-6) contando histórias para educadores e motivando a reflexão sobre o homem, o mundo e a sociedade (FREIRE, 1975) constrói um saber sobre a educação.

[...] Pensei nisso ao ver as crianças, alegres, indo para as escolas, para aprender os mundos que lhes foram destinados, e para não aprender os mundos que lhes foram interditados. Tudo escondido na inocência de palavras que se repetem, como mandam os currículos ... Ao lado de cada mundo que se aprende há mundos sem conta que se perdem, no esquecimento, por não terem sido criados, nas trevas do silêncio. Cada currículo é uma decisão sobre coisas que se deverá fazer silêncio, mundos não ditos, mal-ditos, inter/ditados, condenados a não ser. Decisão, conspiração de uns, projetos de corpos futuros, o que farão, como viverão, como amarão, como chorarão, como morrerão... Lá vão elas, alegres, crianças ao caminho dos mundos e não mundos, decididos por outros e escolhidos no feitiço das palavras. E as salas de aula ficam muito próximas das lições de psicolingüística ensinadas em lugares distantes [...]. (grifo nosso)

Reflita!!!

As transformações tornam-se possíveis porque o homem é um ser dialético e pensa de forma dialógica, estabelecendo com os fenômenos que conhece um movimento de reflexão e crítica. Como dirá Mello (apud SOUSA FILHO, 199�, p. 64) “Quem sabe aonde quer chegar, escolhe certo o caminho e o jeito de caminhar!!!”

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Atividade 4su

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Analisando o exercício dialético de Rubem Alves pode-se levantar algumas questões, responda-as.

a) Quais são os mundos ensinados e o que é interditado as crianças?

b) Por que a educação aprendida na escola constrói uma visão de mundo na qual se esconde informações sobre o mundo vivido?

c) Os mundos e os não mundos são contradições da educação letrada aprendida na escola? Justifique.

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Atividade 5

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Verificar o exemplo de procedimento para a inserção de nota de

rodapé, de acordo com as normas da ABNT.

Comente a letra da música Acauã de Zé Dantas5 assumindo uma postura crítica diante do fenômeno da Seca refletido nesse gênero textual.

Acauã, acauã Vive cantando

Durante o tempo do verão No silêncio das tarde agoirando

Chamando a seca pro sertão Chamando a seca pro sertão

Acauã, acauã Teu canto é penoso e faz medo

Te cala acauã Que é pra chuva voltar cedo Que é pra chuva voltar cedo

Toda noite no sertão Canta o joão corta-pau A coruja, mãe da lua O peitica e o bacurau Na alegria do inverno Canta sapo, gia e rã

Mas na tristeza da seca Só se ouve acauã

Acauã, acauã...

5 Ver nota 1.

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Atividade 6su

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Verificar o exemplo de procedimento para a inserção de nota de

rodapé, de acordo com as normas da ABNT.

Buscando compreender e explicar os acontecimentos sociais do nosso cotidiano por trás de suas aparências, analise e comente a charge6 a seguir, observando:

a) O que são as aparências?

b) Por que a vida não é o horário eleitoral?

6 Jornal da Ciência. Disponível em < http://www.jornaldaciencia.org.br/charges.jsp>. Acesso em: 02 set. 2007.

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Atividade 7

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Por que a dialética se torna uma possibilidade à reflexão dos problemas sociais?

Pense nisto!!!

O uso da dialética como método de raciocínio permite ao pesquisador identificar problemas por meio do Por Quê. As respostas serão buscadas nas contradições e nos conflitos que estão na estrutura da vida social e que só estão sendo explicados em suas manifestações externas.

Assista ao filme Bicho de Sete Cabeças de Laís Bodanzki, comente a dialética humana, presente no roteiro e explique por que os conflitos da juventude são tratados como problemas psiquiátricos?

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Atividade 8

Reflita!!!

O homem na sociedade capitalista vive conflitos que emergem das relações de opressão criadas por um modelo excludente e castrador das vontades e desejos de criação e expressão livre. Nesse sentido, vários problemas diagnosticados como desajustes de conduta social são classificados desse modo para criar modelos de comportamento aceitáveis socialmente, A opção de fuga cria estereótipos, preconceitos e instituições que vêm domesticar os corpos desajustados socialmente.

Para que o conhecimento dialético na educação?

Pense nisto!!!

Os conflitos vividos pelo homem em sociedade na produção de sua vida material apresentam-se em outros espaços de convivência coletiva; entre eles, desta-se a escola. A escola torna-se um dos lugares que refletem o modo como a sociedade está organizada, seus conflitos e desigualdades.

Relate o modo como sua escola está organizada, os problemas que ela enfrenta com a desigualdade entre os papéis desempenhados pelos administradores (direção, supervisão e coordenação), professores e alunos.

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Verificar o exemplo de procedimento para a inserção de nota de

rodapé, de acordo com as normas da ABNT.

Reflita!!!

A relação de poder que se estabelece entre os sujeitos no ambiente da escola reproduz a organização social e hierárquica da sociedade industrial. Por isso que os horários, a orientação das condutas, a disciplina, o uso da burocracia, a delimitação dos espaços de atuação de cada sujeito e a rotina são ensinados na escola. Lá o aluno irá aprender a como se comportar em grupo, particularmente quando for trabalhar terá que seguir uma rotina disciplinar.

A discussão sobre o método dialético e sua aplicação no campo da educação remete aos estudos sobre o paradigma do conflito em educação. No Brasil destaca-se os estudos de Paulo Freire7. Para esse educador o homem é um sujeito da história, e na sociedade capitalista os opressores transformam os oprimidos em objetos. Por isso, a educação “bancária” que percebe o aluno como um “sujeito” desprovido de informações e o professor como o sujeito capaz de depositar conhecimentos e formá-lo, conduz a opressão porque nela os estudantes são objetos e não sujeitos na produção de um saber letrado. Ele propõe a educação libertadora como caminho a superação da opressão, possibilitando a experiência de liberdade nos sujeitos envolvidos na prática educativa.

A educação libertadora é, fundamentalmente, uma situação na qual tanto os professores quanto os alunos devem ser os que aprendem; devem ser os sujeitos cognitivos, apesar de serem diferentes. Nesse caso, tanto os professores como os alunos são agentes críticos do ato de conhecer. Desse modo, pode-se considerar que a educação libertadora para Freire (1975) é um processo:

7 Cf. discussão com FREIRE, Paulo. Educação como Prática de Liberdade. 1971 e ______. Pedagogia do Oprimido. 1975.

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Aula 05  Metodologia Científica�� Aula 05  Metodologia Científica

n dialógico;

n problematizador;

n crítico;

n voltado à responsabilidade social e política; e

n focado nas relações entre reflexão e ação, na práxis educativa.

A perspectiva libertária de Paulo Freire ao focar numa produção de conhecimento que se dá numa relação entre a reflexão do mundo e ação transformadora do homem, traz o conceito de Práxis para o campo educacional. Esse conceito permite a compreensão da prática educativa como um processo que é pensado e refletido pelos sujeitos que nele interagem.

Buscando em Rubem Alves (199�, p. 18-21) elementos à discussão sobre o método dialético e seu uso nas reflexões sobre a educação, encontra-se:

[...] É a ciência pouco ortodoxa da psicanálise que nos informa que o discurso sobre as ausências, discursos dos sonhos, das esperanças, têm o seu lugar na interioridade de nós mesmos, explodindo, emergindo, inrrompendo sem permissão, para invadir e embaraçar o mundo tranqüilo, racional e estabelecido de nossas rotinas institucionais. Seria possível, então, compreender que a polaridade entre educadores e professores não instaura uma dicotomia entre duas classes de pessoas, umas inexistentes e heróicas, outras existentes e vulgares, mas antes uma dialética que nos racha a todos, pelo meio, porque todos somos educadores e professores, águias e carneiros, profetas e sacerdotes, reprimidos e repressores. Não é por acidente, então que os professores sejam aqueles que sonham com os educadores e os funcionários tenham visões de liberdade, e os animais domésticos façam poemas e tenham loucuras sobre o selvagem que habita cada um deles. Não se trata de formar o educador, como se ele não existisse. Como se houvesse escolas capazes de gerá-lo, ou programas que pudessem trazê-lo à luz. Eucaliptos não se transformam em jequitibás, a menos que em cada eucalipto haja um jequitibá adormecido. O que está em jogo não é uma técnica, um currículo, uma graduação ou pós-graduação. Nenhuma instituição gera aqueles que tocarão as trombetas para que seus muros caiam. O que está em jogo não é uma administração da vocação como se os poetas, profetas, educadores, pudessem ser administrados. Necessitamos de um ato mágico de exorcismo. Nas estórias de fadas é um ato de amor, um beijo, que acorda a Bela Adormecida de seu sono letárgico, ou o príncipe transformado em sapo. [...] São atos de amor e paixão que se encontram nos momentos fundadores de mundos, momentos em que se encontram os revolucionários, os poetas, os profetas, os videntes. È depois, quando se esvai o ímpeto criador, quando as águas correntes se transformam primeiro em lagoas, depois em charcos, que se estabelece a gerência, a administração, a burocracia, a rotina, a racionalização, a racionalidade. A questão não é gerenciar o educador. E necessário acorda-lo. E, para acordá-lo, uma experiência de amor é necessária. Já sei a pergunta que me aguarda: ‘­_ E qual é a receita para a experiência de amor, de paixão? Como se administram tais coisas? Que programas se constroem? E aí eu tenho de ficar em silêncio, porque não tenho resposta alguma [...]. (grifo nosso)

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Atividade 9

Analisando o fragmento de Rubem Alves, estabeleça uma relação, entre a citação direta, com a rotina que se instaura em sua sala de aula. Explique para que fins a rotina é incentivada no cotidiano escolar, registrando seu ponto de vista no espaço a seguir:

Reflita!!!

A compreensão da rotina na escola enquanto uma estratégia educacional de treinamento do indivíduo para o mundo do trabalho é fundamental para o desenvolvimento de estudos críticos que tragam propostas para superação de práticas que não contribuem com a construção de um sujeito crítico e reflexivo.

Concluindo a aula!!!!!

A aplicação do método dialético nas pesquisas sobre educação permite a desconstrução de verdades postas, contribuindo com a quebra de explicações que tem como foco apenas as aparências dos fenômenos. A educação brasileira por muito tempo insistiu

em tratar a formação letrada na escola como um ato e uma prática de aprendizagem distante da realidade do aluno. Diante disso, muitos estudos influenciados pelo método dialético começaram a desenvolver reflexões críticas sobre a relação entre a vida na escola e a escola da vida, em uma obra com este título, os autores Ceccon; Oliveira; Oliveira (199�) buscam, por meio do método dialético analisar as contradições presentes nos mecanismos internos da escola e como, por quê e para quê ela não serve à maioria numa sociedade capitalista. Logo, se espera que você ao final dessa tenha identificado e aprendido como usar o Método Dialético em suas reflexões e na produção do seu conhecimento.

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Resumo

Sugestões de LeituraOrienta-se como leitura complementar às discussões apresentadas nesta aula:

KONDER, Leandro. O que é dialética. São Paulo: Brasiliense, 1997. Coleção Primeiros Passos, nº 2�.

Neste livro o autor contextualiza historicamente a dialética, apresentando as mudanças de concepção entre os filósofos e estudiosos da sociedade e como a dialética se torna um método de apreensão da realidade social. No texto aparecem exemplificações da operacionalização do método em pesquisas na área de Ciências Humanas.

Nesta aula, estudou-se as aplicações do método dialético. Viu-se que por meio dele pode-se ter uma leitura dos fenômenos para além de suas aparências e que ele permite a compreensão e explicação das contradições e conflitos presentes nas relações humanas em sociedade. Estudou-se também, como se procede metodologicamente nas ciências humanas o uso do método dialético, questionando-se Como os fatos se apresentam?, Por Quê? e Para Quê? O método dialético enquanto caminho para o conhecimento questiona a aparência dos fenômenos e busca conhecer o que está por trás, por meio de correlações entre situações de conflito geradas nas contradições de relações desiguais e de exploração, buscando apreender a realidade como uma totalidade histórico-social. Essas contradições funcionam como articuladores de mudanças que promovem novas situações de conflito num movimento de negação de um estágio para outro da experiência do homem no exercício de produção de uma vida material. Esse exercício produz mudanças de quantidade e qualidade que possibilitam a transformação da vida social desses indivíduos, contribuindo no modo como eles pensam, sentem e agem na organização e articulação de lutas que promovem mudanças sociais.

Auto-avaliaçãoNa sua compreensão você pode usar o método dialético para estudar os problemas cotidianos da sua escola? Como? Por Quê e Para Quê? Responda as questões no espaço a seguir:

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Convite às próximas aulas de Metodologia Científica

Estudou-se ao longo dessas cinco aulas a dimensão epistemológica da metodologia científica como uma forma de sistematizar o pensamento e o saber produzido pela ciência. A partir de então, você vai iniciar um novo percurso, agora pela Metodologia do Estudo. Na sexta aula, você vai aprender a estudar, documentar e sistematizar seus estudos. Boa sorte nesta nova caminhada!!!!

ReferênciasALVES, R. Conversas com quem gosta de ensinar. 27. ed. São Paulo: Cortez, 199�.

______. Estórias de quem gosta de ensinar. 17. ed. São Paulo: Cortez, 1994.

CECCON, C.; OLIVEIRA, M. D. de; OLIVEIRA, R. D. de. A vida na escola e a escola da vida. 27. ed. Petrópolis: Vozes/IDAC,199�.

FREIRE, P. Educação como Prática de Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971.

______. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.

KONDER, Leandro. O que é dialética. São Paulo: Brasiliense, 1997. Coleção Primeiros Passos, nº 2�.

LAKATOS, E. M; MARCONI, M. de A. Metodologia Científica. �. ed. rev. ampl. São Paulo: Atlas, 2000.

SOUSA FILHO, S. G. de. Prática e Teoria do Conhecimento. Campina Grande: GRAFSET, 199�.

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Anotações

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Anotações

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EMENTA

Conhecimento e Saber; O Conhecimento Científico e Outros Tipos de Conhecimento; Principais Abordagens Metodológicas;

Contextualização da Ciência Contemporânea; Documentação Científica; Tipos de Trabalhos Acadêmico-Científicos; Tipos

de Pesquisa; Aplicações Práticas.

AUTORAS

AULAS

01 O saber humano e sua diversidade

02 Ciência e Conhecimento

03 O caminho da ciência: o método científico

04 Os tipos de métodos e sua aplicação

05 O método dialético e suas possibilidades reflexivas

06 Leitura: análise e interpretação

07 Como organizar e documentar a leitura: esquemas, fichamentos, resumos e resenhas

08 Normalização na redação de trabalhos científicos – parte I

09 Normalização na redação de trabalhos científicos – parte II

10 Normalização na redação de trabalhos científicos – parte III

11 A pesquisa e a iniciação científica na universidade

12 Redação do projeto de pesquisa

n Célia Regina Diniz

n Iolanda Barbosa da Silva

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Metodologia Científica – GEOGRAFIA

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