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1 1 KRIGAGEM UNIVERSAL (Metodologia geoestatística para dados não estacionários) Para a obtenção de um variograma é suposto que a variável regionalizada tenha um comportamento fracamente estacionário, onde os valores esperados, assim como sua covariância espacial, sejam os mesmos por uma determinada área. Assume-se, desse modo, que os valores dentro da área de interesse não apresentem tendência (trend ou drift) que possam afetar os resultados. 2 3 O variograma é utilizado para calcular os valores de variância, para uma dada distância, os quais são necessários para a organização do sistema de equações da krigagem. 4

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KRIGAGEM UNIVERSAL (Metodologia geoestatística para dados não estacionários)

Para a obtenção de um variograma é suposto que a variável regionalizada tenha um comportamento fracamente estacionário, onde os valores esperados, assim como sua covariância espacial, sejam os mesmos por uma determinada área.

Assume-se, desse modo, que os valores dentro da área de interesse não apresentem tendência (trend ou drift) que possam afetar os resultados.

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O variograma é utilizado para calcular os valores de variância, para uma dada distância, os quais são necessários para a organização do sistema de equações da krigagem.

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Efeito pepita puro. Não há covariância espacial entre os valores.

A Geoestatística não se aplica

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Variograma indica tendência nos valores

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A variável regionalizada não é estacionária mas apresentam uma tendência e seus resíduos contém a hipótese intrínseca.

Uma variável regionalizada não estacionária pode ser considerada como constituída por dois componentes: o trend que consiste no valor médio ou esperado dessa variável dentro de uma certa vizinhança e que varia sistematicamente, e o resíduo que é a diferença entre os valores reais e o trend.

Se o trend for removido os resíduos poderiam ser estacionários e a krigagem poderia ser aplicada. 7 8

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Krigagem universal Krigagem dos resíduos

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•Krigagem Universal •Define-se a tendência em função das coordenadas dos pontos de controle, adotando-se geralmente polinômios de baixo grau, ou seja, de primeira ou de segunda ordem. •Se xi e yi forem as coordenadas dos pontos de controle de uma certa vizinhança estabelecida pela análise variográfica, a tendência T em um certo ponto P desconhecido será: Tp1 = a1xi + a2yi, para uma tendência de 1ª ordem Tp2 = a1xi + a2yi + a3xi + a4xiyi + a5yi , para uma tendência de 2ª ordem •Os desconhecidos ponderadores λs, assim como o coeficiente de Lagrange () e os coeficientes a's, são encontrados pela solução de um sistema de equações lineares cujo resultado fornece o melhor estimador e a mínima variância associada.

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Sendo g(xi,xj) variâncias entre pontos estimadores; g(xi,x0) variâncias entre o ponto i estimador e o ponto a ser estimado; xi e yi as coordenadas dos pontos

A estimativa pontual (Z) em zi, na presença de tendência de grau 1 dos dados, requer para sua solução um conjunto de equações normais simultâneas para a determinação dos i ponderadores; do multiplicador de Lagrange, , introduzido para equilibrar a restrição no sistema; e dos coeficientes i da tendência.

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2

1

2

1

0,

0,2

0,1

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21

,,1,

22,22,21,2

11,12,11,1

1

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000

000

000111

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][

g

g

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n

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p

n

n

n

nnnnnnn

n

n

y

x

xx

xx

xx

yyy

xxx

yxxxxxxx

yxxxxxxx

yxxxxxxx

Ku

[] = [A]-1[B] 12

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Existem críticas com relação à aplicação da Krigagem Universal, pois embora seja matematicamente correta, surgem dificuldades para separar o fenômeno em duas componentes, ou seja, uma tendência determinística e uma flutuação casual baseada apenas na diferença entre distâncias Opção, então, é pela Krigagem dos Resíduos.

Krigagem dos Resíduos: a) estimação linear do trend e sua remoção; b) krigagem dos resíduos estacionários para a obtenção das estimativas necessárias; c) resíduos estimados são combinados com o trend para a obtenção da estimação da superfície real.

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• Existem algumas diferenças entre a Krigagem Universal e a Krigagem dos Resíduos.

• A KU apresenta estimativas tanto referente à tendência como aos resíduos ao mesmo tempo. Isso significa que se esta ajustando a tendência cada vez que a krigagem é efetuada num ponto e não ajustando uma superfície global ao conjunto de dados.

• A outra diferença é que a variância da krigagem universal inclui tanto a estimativa devida à tendência como aquela resultante dos resíduos.

• Por outro lado, a krigagem dos resíduos, com posterior correção pela adição da tendência, assume que não haveria erro nessa operação.

A Krigagem Ordinária é um caso especial quando não ocorre uma mudança constante na tendência.

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Exemplo Seja uma situação, apresentada por Davis (1986:394-402), em que se quer estimar a cota altimétrica de um determinado ponto “p” do nível estático de um aqüífero a partir de dados obtidos em 3 poços. Preliminarmente, supor que essa variável não apresenta deriva e desse modo o método a ser utilizado é o da krigagem pontual. A análise estrutural, previamente feita, produziu um semivariograma do tipo linear com uma inclinação de 4.0m/km dentro de uma vizinhança de 20 km

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3

2

1

1

0

0 2 3 4 5 6 7

1

2

3

120

142

115

p +

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As coordenadas espaciais dos poços são as seguintes:

Poços Xi Yi Zi

1 3,0 4,0 120

2 6,3 2,4 115

3 2,0 1,3 142

p 3,0 3,0 ?

Dispondo esses valores num sistema de equações normais com 4 incógnitas e resolvendo-o para os i e , obtém-se os valores: 1 = 0,595; 2 = 0,097; 3 = 0,307; = -0,730 A cota do aqüífero no ponto "p" é: Z(p)= 0,595(120)+0,097(103)+0,307(142) = 125,1m O desvio padrão associado a tal estimativa é: Sk = 2,3 m Assumindo uma distribuição gaussiana para esses dados, pode-se supor que o valor estimado é da ordem de 125,1 4,6 m, com uma chance de erro de 5%.

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Em seguida, uma outra situação na qual a hipótese é que os dados apresentam uma tendência e, portanto, o método a ser utilizado é o da krigagem universal; além disso, neste caso, para a determinação do mesmo ponto anterior são adicionados mais dois valores obtidos a partir dos poços 4 e 5:

Poços Xi Yi Zi

4 3,8 2,4 103

5 1,0 3,0 148

5

4

3

2

1

1

0

0 2 3 4 5 6 7

1

2

3

120

142

115

p +

5

4

148

103

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Deslocando a origem do sistema para o ponto a ser estimado e dispondo esses valores em matrizes para a solução dos i e dos i:

1 = 0,412; 2 = -0,014; 3 = 0,093; 4 = 0,413; 5 = 0,096 = -0,725; 1 = 0,066 2 = 0,023 O valor estimado em p é: Z(p)=0,412(120)-0,014(103)+0,093(142)+0,413(115)+0,096(148)=122,90m Sk = 2,85m 20

• A diferença entre o valor encontrado por KU, da ordem de 122,9m, e o obtido por KO, 125,3m, não é muito grande e isso é devido ao arranjo espacial dos poços em relação a “p”, o qual localiza-se numa posição interna aos pontos conhecidos de controle.

• A aplicação da krigagem universal torna-se evidente, porém, quando é necessário que a estimativa deva ser feita, por extrapolação, em uma situação externa e distante dos pontos de controle.

• No presente caso, o nível estático mergulha de oeste para leste, caindo por volta de 40m entre os poços 2 e 3 e se a superfície mantiver essa tendência, ou deriva, é de se esperar valores mais altos que 142m a oeste de "3" e valores menores que 103 a leste de "2".

• Seja, portanto, a estimativa de um valor situado na origem do sistema de coordenadas, isto é, z(0,0) .

Nesta situação obtém-se, por krigagem pontual: 1 = -0,122; 2 = 0,011; 3 = 0,752; 4 = -0,031; 5 = 0,389; = 7,911 Z(0,0) = -0,122(120)+0,011(103)+0,752(142)-0,031(115)+0,389(148) = 147m Sk

2 = 17,31m2 ; Sk = 4,16m

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Assumindo, em seguida, uma tendência de 1º grau, os coeficientes i, e i encontrados pela krigagem universal são: 1 = -0,5594; 2 = -0,3020; 3 = 1,3133; 4 = 0,1451; 5 = 0,4030 = 26,3832; 1 = -1,7940; 2 = -4,1795 Z(0,0) = 164,6m Sk

2 = 26,8m; Sk = 5,17m Neste caso as diferenças obtidas segundo os dois métodos é bem maior (147,4 e 164,6), pois para a estimativa foi levado em consideração a tendência do mergulho da superfície dentro dos pontos de controle, a qual foi projetada para o ponto z(0,0). Também o erro associado a tal estimativa é maior, pois o valor encontrado incorpora tanto a incerteza da estimativa como a própria estimativa da tendência.

Exemplo: 327 poços provenientes do aqüífero “High Plains”

no Estado norte-americano do Kansas.

Aqüífero constituído por areias aluviais e eólicas associadas a depósitos de preenchimento de vales de uma drenagem que se dirige de oeste para leste a partir das Montanhas Rochosas.

Nesses poços foram obtidas as coordenadas X e Y (milhas) e a variável WTE (water table elevation)/cota do nível piezométrico (pés)

(Olea, R.A. (1999) – Geostatistics for Engineers and Earth Scientists: Kluwer Academic Publishers)

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Cotas do nível piezométrico

Variograma indicando tendência

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20 40 60 80 100 120 140

160

180

200

Superfície de tendência linear

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20 40 60 80 100 120 140

160

180

200

-240

-220

-200

-180

-160

-140

-120

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

Resíduos positivos e negativos

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Histogramas

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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Distância h

0

500

1000

1500

2000

2500

Va

rio

gra

ma

Direction: 0.0 Tolerance: 90.0Resíduos

Variograma dos resíduos

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Variograma modelado

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Mapa dos resíduos obtido pela krigagem ordinária

20 40 60 80 100 120 140

160

180

200

-24

0

-22

0

-20

0

-18

0

-16

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-14

0

-12

0

-10

0

-80

-60

-40

-20

020

40

60

80

10

0

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Mapa dos desvios padrão da krigagem ordinária dos resíduos

20 40 60 80 100 120 140

160

180

200

04812

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36

40

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48

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Estes resultados dizem respeito aos valores residuais, havendo necessidade de uma correção.

Isso pode ser feito acrescentando ao mapa de krigagem o mapa de tendência linear anteriormente obtido.

Para a obtenção desse mapa corrigido utilizar o SURFER.

Deve-se entrar em Grid e, em seguida, em Math e atribuir ao input grid file A o arquivo que contém o mapa com os valores krigados e atribuir ao input grid file B o arquivo que contém o mapa de tendência.

Para a função C = f(A, B) estabelecer C = A + B, que origina o arquivo com o mapa corrigido.

As dimensões dos arquivos A e B devem ser exatamente as mesmas.

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Mapa da configuração do nível piezométrico obtido pela krigagem ordinária, após correção

20 40 60 80 100 120 140

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180

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00

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Indício de tendência nos dados

SURFER

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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60

Distancia h

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

140000

160000

180000

200000

220000

V a

r i o

g r a

m a

Direction: 0.0 Tolerance: 90.0 WTE

Krigagem universal

Tendência linear

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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60

Distancia h

0

500

1000

1500

2000

2500

V a

r i o

g r a

m a

Direction: 0.0 Tolerance: 90.0 WTE

Mapa: valores estimados por krigagem universal

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Desvios-padrão da krigagem universal

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EXERCÍCIO 04: Regressão polinomial Com o auxílio do SURFER© aplicar o algoritmo Polynomial Regression/Regressão polinomial aos dados do Exercício 01. Calcular superfície de tendência linear e respectivo mapa de resíduos para os tres metais pesados (cádmio, cobre, chumbo). Os mapas de resíduos deverão ser obtidos pelo algoritmos Inverse Distance to a Power/Inverso do Quadrado da Distância e Natural Neighbor/Vizinho Natural. Verificar as zonas de resíduos positivos de cada elemento e comparar com os respectivos mapas de localização das amostras, com valores proporcionais às magnitudes, obtidos no exercício 01.