Laboratório de Medicina Nuclear - Relatório 4 - I Física Médica - Unesp (2006)

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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por Imagem Curso de Bacharelado em Física Médica Laboratório de Medicina Nuclear Relatório de aulas práticas n.º 4 Docente Responsável: Prof.ª Dr.ª Beatriz Lotufo Griva Alunos: Anderson Akira Arima Danielle Pereira Wiecek 1

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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Faculdade de Medicina de Botucatu

Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por Imagem

Curso de Bacharelado em Física Médica

Laboratório de Medicina Nuclear

Relatório de aulas práticas n.º 4

Docente Responsável:

Prof.ª Dr.ª Beatriz Lotufo Griva

Alunos:

Anderson Akira Arima

Danielle Pereira Wiecek

Luciana Cardoso Matsushima

Paulo Roberto da Fonseca Filho

Botucatu, novembro de 2006.

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Visita ao Serviço de Medicina Nuclear

Como parte final da disciplina “Laboratório de Medicina Nuclear”, os alunos

fomos convidados a visitar o Serviço de Medicina Nuclear do HCFMB (Hospital das

Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu) durante a rotina clínica a fim de

reconhecer a importância de aspectos práticos de radioproteção e “perceber” a

aplicação de aspectos teóricos de formação e reconstrução de imagens de medicina

nuclear.

Primeiramente foi acompanhado um estudo de sangramento intestinal, para o

qual foram utilizadas hemácias marcadas com tecnécio-99m, isótopo que possui

comportamento fisiológico semelhante ao iodo, o que permite que a qualidade da

marcação seja verificada conforme a atividade registrada na região das glândulas

tireóides. A experiência indica que para esses casos é necessário adquirir uma imagem

a cada hora de estudo até que se tenha certeza de que o sangramento não ocorreu ou, se

ocorreu sangramento, precisar sua origem no trato gastrintestinal. A cada intervalo de

tempo são produzidas então duas imagens, uma anterior e outra lateral.

Em seguida o grupo foi até a sala quente, local de armazenamento de isótopos e

preparação dos radiofármacos. Na sala quente puderam ser vistos componentes básicos

de um sistema de gerenciamento de rejeitos, com cofres de decaimento separados por

isótopo (energia e meia-vida) para rejeitos, cofres para decaimento de lixo (a fim de

descartá-los como lixo hospitalar assim que atingirem nível seguro de atividade),

“castelinhos” para armazenamentos de fontes como iodo e gálio, geradores de tecnécio-

99m devidamente blindados e equipamentos para preparação das doses, como

curiômetro, por exemplo.

Assim que possível, os alunos fomos para a sala de exames para analisar

imagens de SPECT cardíaco. Exames desse tipo são realizados com duas etapas:

repouso e sob estresse, que pode ser “obtido” com exercício físico, geralmente esteira,

ou com um fármaco que cause taquicardia. Os cortes tomográficos das mesmas regiões

são comparados sob as duas condições a fim de determinar regiões com falhas na

circulação sangüínea, imagens que são filtradas por um filtro tipo butterworth passa-

baixas.

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Definidas as regiões de interesse em cada um dos três eixos cardíacos, via

software é feita a reconstrução tridimensional do coração e, via segmentação de bordas,

é estimado o volume cardíaco, podendo ser levado à estudos cardíacos dinâmicos,

denominados GSPECT (gated SPECT).

Em uma outra sala do Serviço, os alunos tiveram acesso a livros de registro de

doses e rejeitos, bem como a relatórios de monitoração de contaminação exigidos pela

CNEN. Nos livros de registro de doses, deve constar nome do paciente, data, fármaco,

dose do fármaco, atividade, local anatômico de administração, principalmente.

Enquanto isso, nos livros de registro de rejeito deve constar detalhes sobre o isótopo,

data do rejeito, tempo de armazenamento, medidas de descarte tomadas (como foi feito

o descarte e qual o destino se o rejeito foi enviado a alguma instituição). Já relatórios de

monitoração constam as medidas de atividade em pontos críticos do serviço, como sala

quente, portas, sanitários e mãos de funcionários e têm a função de diagnosticar

contaminações e prever acidentes com materiais radioativos.

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