LAUANA BLENDA SILVA - UFV

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LAUANA BLENDA SILVA SISTEMA PARA CÁLCULO DO BALANÇO DE CARBONO E VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA NA PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, para obtenção do título de Magister Scientiae. Orientador: Laércio Antônio Gonçalves Jacovine Coorientadora: Angélica de Cássia Oliveira Carneiro VIÇOSA - MINAS GERAIS 2019

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LAUANA BLENDA SILVA

SISTEMA PARA CÁLCULO DO BALANÇO DE CARBONO E VIABILIDADE

TÉCNICA E ECONÔMICA NA PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL

Dissertação apresentada à Universidade Federal de

Viçosa, como parte das exigências do

Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal,

para obtenção do título de Magister Scientiae.

Orientador: Laércio Antônio Gonçalves Jacovine

Coorientadora: Angélica de Cássia Oliveira

Carneiro

VIÇOSA - MINAS GERAIS

2019

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LAUANA BLENDA SILVA

SISTEMA PARA CÁLCULO DO BALANÇO DE CARBONO E VIABILIDADE

TÉCNICA E ECONÔMICA NA PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL

Dissertação apresentada à Universidade Federal de

Viçosa, como parte das exigências do

Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal,

para obtenção do título de Magister Scientiae.

APROVADA: 16 de julho de 2019.

Assentimento:

Lauana Blenda Silva

Autora

Laércio Antônio Gonçalves Jacovine

Orientador

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AGRADECIMENTOS

“Não sou capaz por mim mesma de pensar alguma coisa boa, de construir algo de

próprio, mas sois Vós, Senhor, quem me torna capaz”. Ao meu Querido Pai, Princípio e Fim de

todas as coisas, pelo Seu amor incondicional, proteção, infinita bondade e misericórdia. Por ser

minha fortaleza, sustento e por me conduzir em Seus planos. Agradeço, ainda, por todos que

Ele permitiu participar dessa trajetória.

Aos meus pais, Geralda Sônia e José Pedro, com os quais aprendo tanto! Por todo amor,

incentivo e confiança. Apesar da distância, vocês estão comigo em todos os momentos, em

pensamentos e em meu coração.

Aos meus irmãos, Luana e Igor, pelo amor e torcida. Mesmo com tamanha distância e

poucos encontros ao longo dos últimos anos, foram fonte de carinho e incentivo.

À minha avó Eliza, pelo carinho, orações, exemplo e torcida. Aos tios, primos e toda

minha família pelo carinho e apoio.

Ao orientador e amigo, Professor Laércio Antônio Gonçalves Jacovine, exemplo de

solicitude, atenção e justiça. Agradeço pelas oportunidades oferecidas, apoio, confiança e por

suscitar novas ideias e desafios.

À coorientadora, Professora Angélica de Cássia Oliveira Carneiro, pelas valiosas

contribuições para o trabalho, por toda gentileza, atenção e solicitude.

Ao Artur Lana Queiroz pela solicitude e prontidão ao participar da banca.

À Universidade Federal de Viçosa (UFV), ao Departamento de Engenharia Florestal

(DEF) e ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal pelo suporte. A todos os

professores e demais funcionários do DEF, que contribuíram preciosamente para minha

formação profissional e pessoal.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo

aporte financeiro e fomento à pesquisa científica.

Ao Grupo de Estudos em Economia Ambiental e Manejo Florestal (GEEA), pelas

oportunidades oferecidas e conhecimentos passados. A todos os membros, especialmente os

colegas da pós-graduação, com os quais pude aprender tanto, pelo apoio, motivação e por tornar

nosso ambiente de trabalho mais aconchegante. Agradeço também pela grande amizade, por

todo carinho, companheirismo e paciência. Vocês fizeram diferença!

Aos amigos que Viçosa e a UFV me proporcionaram conhecer. Obrigada por

compartilharem os momentos de felicidade, serem apoio nos momentos difíceis e prazerosa

companhia. Agradeço por serem minha família aqui.

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À Fraternidade Pequena Via, responsável por me aproximar cada vez mais de Deus, por

meio do carisma e espiritualidade de Santa Teresinha do Menino Jesus. Aos irmãos de

Comunidade, que são exemplos de fé e confiança, pelas orações, amizade e apoio.

De certa forma, todos são responsáveis pela realização do presente trabalho e pela

conclusão, com êxito, dessa etapa.

Sou eternamente grata!

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“Deixando para as grandes almas, os grandes pensadores, os belos livros que não

consigo entender, menos ainda praticar, alegro-me por ser pequena, ...”.

Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face

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RESUMO

SILVA, Lauana Blenda, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, julho de 2019. Sistema para

cálculo do balanço de carbono e viabilidade técnica e econômica na produção de carvão

vegetal. Orientador: Laércio Antônio Gonçalves Jacovine. Coorientadora: Angélica de Cássia

Oliveira Carneiro.

As indústrias siderúrgicas, em sua maioria, utilizam o carvão mineral como termo redutor no

alto forno e, com isso, contribuem, significativamente, para as emissões de Gases de Efeito

Estufa (GEE). O uso do carvão vegetal em substituição ao carvão mineral é uma alternativa

para diminuir essas emissões. No Brasil, a maioria do carvão vegetal é produzido por pequenos

e médios produtores em fornos rudimentares, envolvendo questões ambientais, sociais e

econômicas. Essa realidade pode ser devido à falta de informações e recursos dos produtores e

limita a maior utilização do carvão vegetal na siderurgia. Há necessidade de desenvolvimento

de ferramentas que disponibilizem informações técnicas e econômicas e auxiliem no

planejamento e tomadas de decisões. O objetivo foi desenvolver um sistema para calcular o

balanço de carbono e a viabilidade técnica e econômica em diferentes cenários da produção de

carvão vegetal. A exploração do tema para definição do escopo do sistema foi realizada por

meio de levantamento bibliográfico e entrevistas exploratórias. O sistema foi desenvolvido no

software Microsoft Excel. O limite organizacional foi o forno de carbonização. As fontes de

emissão pertencem ao escopo 1 e as metodologias de cálculo foram fundamentadas no tier 2. O

sistema incluiu as emissões dos principais GEE da carbonização (CO2 e CH4). Os indicadores

econômicos considerados foram o VPL, VPE, TIR e B/C. O sistema foi subdividido em quatro

etapas (Cadastros, Balanço de carbono, Emissões da siderurgia pela carbonização e Viabilidade

econômica) e é entendido como um sistema integrado, composto por cinco subsistemas. Estes

subsistemas funcionam de forma independente, permitindo que o usuário utilize apenas

aquele(s) de seu interesse. Alguns aspectos técnicos considerados para o balanço de carbono

foram: tipo e tamanho dos fornos; monitoramento da temperatura de carbonização; densidade

básica e teor de umidade da madeira; densidade à granel e teor de carbono fixo do carvão;

rendimentos volumétrico e gravimétrico. As emissões de GEE na siderurgia pela carbonização

foram expressas por um indicador que relaciona a emissão de GEE por tonelada de ferro-gusa.

A análise de viabilidade econômica foi realizada separadamente para obtenção de madeira e

produção de carvão. Cada variável considerada no sistema influencia nas emissões e/ou na

viabilidade econômica da produção de carvão vegetal. Entre as aplicações do sistema, tem-se o

uso por: i) órgãos públicos, para estabelecer limites máximos de emissão de GEE na

carbonização e auxiliar no monitoramento das emissões; ii) produtores de carvão vegetal, na

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tomada de decisões, pois permite identificar quais variáveis mais influenciam na produção, nas

emissões e na viabilidade econômica. O sistema possui potencial para calcular o balanço de

carbono, de acordo com aspectos técnicos relacionados à madeira e à carbonização, e permite a

análise de viabilidade econômica em diferentes cenários da produção de carvão vegetal. Além

disso, possui caráter inovador e grande relevância no auxílio à tomada de decisões quanto às

formas de produção mais limpas.

Palavras-chave: Carbonização, Mudanças climáticas, Siderurgia sustentável.

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ABSTRACT

SILVA, Lauana Blenda, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, July, 2019. System for

calculation of the carbon balance and technical and economic feasibility in the charcoal

production. Advisor: Laércio Antônio Gonçalves Jacovine. Co-advisor: Angélica de Cássia

Oliveira Carneiro.

The majority of steel industry use coal as a reducing term in the blast furnace and thus contribute

significantly to Greenhouse Gas (GHG) emissions. The use of charcoal as a substitute for coal

is an alternative to reduce these emissions. In Brazil, most charcoal is produced by small and

medium producers in rudimentary kilns, involving environmental, social and economic

concerns. This may be due to the lack of information and resources from producers and limits

the greater use of charcoal in the steel industry. There is a need to develop tools that provide

technical and economic information and assist in planning and decision making. The objective

is to develop a system to calculate carbon balance and technical and economic viability in

different scenarios of charcoal production. The exploration of the theme to define the system

scope was accomplished through bibliographic survey and exploratory interviews. The system

was developed using Microsoft Excel software. The organizational limit was the carbonization

kiln. The emission sources belong to scope 1 and the calculation methodologies were based on

tier 2. The system included emissions from the main carbonization GHG (CO2 and CH4). The

economic indicators considered were NPV, EVP, IRR and B/C. The system was subdivided

into four stages (Cadastres, Carbon Balance, Carbonization Steel Emissions and Economic

Viability) and is understood as an integrated system, composed of five subsystems. These

subsystems work independently, allowing the user to use only those of interest. Some technical

aspects considered for carbon balance were: kiln type and size; carbonization temperature

monitoring; basic density and wood moisture content; bulk density and fixed carbon content of

charcoal; volumetric and gravimetric yields. The GHG emissions in the steel industry from

carbonization were expressed by an indicator that relates the GHG emissions per ton of pig iron.

The economic viability analysis was performed separately to obtain wood and charcoal

production. Each variable considered in the system influences the emissions and/or economic

viability of charcoal production. Among the applications of the system, it can be used by: i)

public agencies, to establish maximum GHG emission limits and to assist in the monitoring of

emissions; ii) charcoal producers, in decision making, once it allows identifying which variables

most influence production, emissions and economic viability. The system has the potential to

calculate carbon balance, according to technical aspects related to wood and carbonization, and

allows the analysis of economic viability in different scenarios of charcoal production.

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Moreover, it has an innovative aspect and great relevance in helping to make decisions about

cleaner forms of production.

Keywords: Carbonization, Climate changes, Sustainable steel industry.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13

2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 16

2.1 Definição do escopo do sistema .......................................................................................... 16

2.2 Desenvolvimento do sistema ............................................................................................... 16

3 RESULTADOS ...................................................................................................................... 18

3.1 Cadastros ............................................................................................................................. 22

3.1.1 Cadastro pessoal ............................................................................................................... 22

3.1.2 Cadastro da propriedade ................................................................................................... 22

3.1.3 Registro do projeto ........................................................................................................... 23

3.2 Aspectos técnicos no balanço de carbono da carbonização ................................................ 24

3.2.1 Emissões de gases de efeito estufa (GEE) ....................................................................... 24

3.2.1.1 Aspectos técnicos .......................................................................................................... 24

3.2.1.1.1 Madeira ....................................................................................................................... 25

3.2.1.1.2 Carvão vegetal ............................................................................................................ 28

3.2.1.2 Cálculo das emissões de GEE ....................................................................................... 34

3.2.1.2.1 Emissões de metano (CH4) ......................................................................................... 34

3.2.1.2.2 Emissões de dióxido de carbono (CO2) ...................................................................... 35

3.2.1.2.2 Emissão total .............................................................................................................. 36

3.2.2 Remoções de carbono ....................................................................................................... 36

3.2.2.1 Florestas plantadas ........................................................................................................ 37

3.2.2.2 Florestas nativas ............................................................................................................ 38

3.2.3 Relatório 1 – Balanço de carbono .................................................................................... 39

3.3 Relatório 2 – Emissões da siderurgia pela carbonização .................................................... 42

3.4 Viabilidade econômica ........................................................................................................ 43

3.4.1 Obtenção de madeira ........................................................................................................ 44

3.4.1.1 Compra .......................................................................................................................... 44

3.4.1.2 Plantio próprio ............................................................................................................... 45

3.4.1.2.1 Valor fixo único ......................................................................................................... 47

3.4.1.2.2 Valor fixo por etapa .................................................................................................... 48

3.4.1.2.3 Valores discriminados ................................................................................................ 50

3.4.1.3 Compra e plantio próprio .............................................................................................. 55

3.4.1.4 Relatório 3 – Obtenção de madeira ............................................................................... 55

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3.4.1.5 Determinação do custo máximo da madeira e do preço mínimo do carvão.................. 56

3.4.2 Produção de carvão vegetal .............................................................................................. 57

3.4.2.1 Valor fixo por etapa ....................................................................................................... 59

3.4.2.2 Valores discriminados ................................................................................................... 61

3.4.2.2.1 Custos ......................................................................................................................... 61

3.4.2.2.2 Receitas ...................................................................................................................... 64

3.4.2.2.3 Relatório 4 – Produção de carvão vegetal .................................................................. 65

4 DISCUSSÕES ........................................................................................................................ 65

4.1 Aspectos técnicos ................................................................................................................ 66

4.2 Aplicabilidade do sistema ................................................................................................... 68

5 CONCLUSÕES ...................................................................................................................... 69

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 70

APÊNDICES ............................................................................................................................. 77

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1 INTRODUÇÃO

As indústrias siderúrgicas contribuem, significativamente, para as emissões de Gases de

Efeito Estufa (GEE) no Brasil e no mundo, fazendo necessário buscar alternativas para mitigar

as emissões desse setor (KARAKAYA et al., 2018, MANDOVA et al., 2018, SILVA et al.,

2018). Mais de 80% das emissões de GEE na siderurgia são pelo consumo de insumos

energéticos (CARVALHO et al., 2015). O uso do carvão vegetal, em substituição ao coque de

carvão mineral, é uma alternativa para diminuir as emissões totais da produção de aço, utilizada

principalmente no Brasil, destacando o país na busca pela minimização do uso de combustíveis

fósseis (MCTIC, 2016).

No Brasil, 61% da produção de carvão vegetal destinada à siderurgia é realizada por

pequenos e médios produtores (SINDIFER, 2018) em fornos rudimentares, que não possuem

controle da temperatura de carbonização e apresentam baixos rendimentos gravimétricos e

elevadas emissões de GEE (CARNEIRO et al., 2012). Estas são algumas limitações à utilização

do carvão vegetal como agente termo redutor nos altos fornos, fazendo com que apenas 19% da

produção total de ferro-gusa no Brasil utilize essa matéria-prima (SINDIFER, 2018).

Além disso, geralmente, a obtenção do coque ainda é mais viável economicamente,

desestimulando a utilização do carvão vegetal (NORGATE e LANGBERG, 2009). Porém,

acredita-se que com a crescente preocupação mundial com as mudanças do clima e constante

busca por alternativas mais limpas de produção, o uso do coque seja desincentivado. Desta

forma, os processos de carbonização precisam ser melhorados, para diminuir os custos de

produção e aumentar a eficiência do processo. Assim, busca-se aumentar a utilização de

combustíveis de fontes renováveis, diminuir os impactos ambientais negativos da atividade e

aumentar a competitividade do carvão vegetal perante o coque.

Algumas diretrizes para reduzir as emissões de GEE na siderurgia estão sendo criadas.

O Plano Setorial de Redução de Emissões da Siderurgia, chamado Plano Siderurgia, está sendo

elaborado para efetivar o proposto com a Política Nacional de Mudanças do Clima (PNMC)

(BRASIL, 2009, BRASIL, 2010) e auxiliar no cumprimento das metas da Contribuição

Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil (BRASIL, 2015). Um dos seus pilares

fundamentais é a melhoria da eficiência e qualidade ambiental da produção de carvão vegetal,

tendo como ação prevista o controle de emissões de GEE, especialmente o metano (CH4), no

processo de carbonização (MMA, 2010).

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O governo do Estado de Minas Gerais também tomou iniciativas nesse sentido,

aprovando a Deliberação Normativa COPAM nº 227, de 2018, que estabelece procedimentos

para a redução das emissões atmosféricas dos fornos de produção de carvão vegetal de floresta

plantada (MINAS GERAIS, 2018). Outra iniciativa, o Projeto Siderurgia Sustentável,

implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), destacase

na busca para a redução das emissões de GEE geradas pelo setor siderúrgico no Estado de Minas

Gerais. O projeto objetiva superar as barreiras que atualmente impedem a produção limpa e

eficiente de carvão vegetal e promover a disponibilidade desse insumo a um custo competitivo

com o do coque mineral (PNUD, 2019).

Essas diretrizes tem incentivado a efetivação de técnicas mais limpas de produção do

carvão vegetal e, consequentemente, de ferro-gusa. Logo, a modernização da produção do

carvão vegetal, vem de encontro ao desenvolvimento da indústria de baixo carbono, que pode

ser um diferencial de competitividade para os produtos siderúrgicos brasileiros (CGEE, 2015).

Os objetivos propostos por essas diretrizes vão de encontro aos principais aspectos que

influenciam nas emissões de GEE na produção de carvão vegetal: a origem (legal ou ilegal) e

as características da madeira (CANAL et al., 2016) e a tecnologia de carbonização (SANTOS

et al., 2017). O desmatamento ilegal de florestas nativas é uma importante fonte emissora, por

isso, o carvão vegetal produzido por essa matéria prima emite maiores quantidades de GEE. O

carvão vegetal produzido com baixo nível tecnológico também acarreta em maior emissão de

GEE e é mais preocupante quanto aos impactos ambientais negativos (BAILIS et al., 2013,

CHIDUMAYO e GUMBO, 2013).

A atividade de carbonização também envolve preocupações sociais e econômicas. A

produção, principalmente nas pequenas propriedades, exige um esforço físico do trabalhador

acima do limite recomendado (MINETTE et al., 2007) e é caracterizada pela informalidade e

baixa qualificação da mão de obra (LINS et al., 2017). A baixa tecnologia utilizada também

influencia diretamente os ganhos econômicos, que poderiam ser melhorados com mudanças no

processo de carbonização (OLIVEIRA et al., 2017).

Essa realidade pode ser devido à falta de informações e recursos dos pequenos e médios

produtores, fazendo com que, ainda hoje, a maior parte da produção seja feita sem mecanização

e com tecnologias rudimentares (RUEDA et al., 2015). Logo, há necessidade de

desenvolvimento de ferramentas, incluindo sistemas informatizados, que disponibilizem

informações técnicas e econômicas e que auxiliem no planejamento e nas tomadas de decisões.

Assim, possibilitar-se-ia melhorias nos processos de produção de carvão vegetal e efetivar-se-

ia a promoção de avanços em nível ambiental, econômico e social. Visto isso, o objetivo é

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desenvolver um sistema para calcular o balanço de carbono e a viabilidade técnica e econômica

em diferentes cenários da produção de carvão vegetal.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Definição do escopo do sistema

Os dados e informações relevantes, que deveriam compor o escopo do sistema, foram

definidos após intensa exploração do tema. A exploração do tema consiste em realizar, entre

outros métodos, leituras e entrevistas exploratórias (GERHARDT e SILVEIRA, 2009). O

trabalho exploratório foi realizado por meio de amplo levantamento bibliográfico e diversas

entrevistas e, ao longo disso, mapeou-se as necessidades e demandas do setor estudado, a fim

de que o escopo do sistema contemplasse as variáveis fundamentais.

O levantamento bibliográfico compreendeu diversos documentos, entre trabalhos

científicos, documentos oficiais, livros, cartilhas e notas técnicas. As entrevistas exploratórias

foram realizadas com especialistas científicos – professora da cadeira de energia, pesquisadores

do Projeto Siderurgia Sustentável e outras pessoas diretamente envolvidas – gestor florestal da

produção de carvão vegetal e produtores de carvão vegetal.

2.2 Desenvolvimento do sistema

O sistema de cálculo do balanço de carbono e viabilidade técnica e econômica da

produção de carvão vegetal foi completamente desenvolvido empregando o software Microsoft

Excel. A primeira fase para o seu desenvolvimento foi a definição da abrangência do sistema.

Essa fase foi iniciada pela escolha dos limites organizacional e operacional.

O limite organizacional definido foi o forno de carbonização, que corresponde à unidade

da qual são quantificadas as emissões de GEE. Portanto, as emissões quantificadas no sistema

foram aquelas do processo de carbonização, ou seja, do processo que ocorre dentro dos fornos

(transformação da madeira em carvão vegetal). O escopo do sistema não abrangeu as emissões

oriundas das atividades relacionadas à produção de madeira, do transporte de madeira, consumo

de combustível por atividades mecanizadas dentro do pátio de carbonização, deslocamento de

funcionários, transporte do carvão até a siderurgia, entre outras.

O limite operacional são as fontes, sumidouros e reservatórios de emissões de GEE e é

composto por três níveis de categorização: Escopo 1, Escopo 2 e Escopo 3. O Escopo 1

contempla as emissões diretas, que são originadas pelas fontes existentes dentro dos limites

organizacionais e são de domínio ou controladas pelo responsável do estabelecimento

inventariado. O Escopo 2 se refere às emissões de GEE na geração da eletricidade consumida

dentro dos limites organizacionais, chamadas emissões indiretas pelo uso de energia. O Escopo

3 corresponde às emissões consequentes das atividades inseridas dentro dos limites

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organizacionais, mas por fontes externas (ABNT, 2015). Todas as fontes de emissão de GEE

consideradas no sistema são pertencentes ao Escopo 1.

Os tiers representam o nível de detalhamento das informações sobre os dados de

atividade, fatores de emissão e outros parâmetros que são utilizados na estimativa das emissões.

A precisão das estimativas melhora do tier 1 para o tier 3, sendo que o tier 1 assume informações

default, estabelecidas internacionalmente, e o tier 3 é o método mais detalhado (IPCC, 2006a).

As metodologias de cálculo das emissões de GEE e remoções de carbono no sistema foram

fundamentadas no tier 2.

O sistema incluiu as emissões dos principais GEE presentes na carbonização: dióxido

de carbono (CO2) e metano (CH4), que foram, posteriormente, convertidas à unidade padrão

CO2e (dióxido de carbono equivalente). As emissões dos GEE foram calculadas pela

combinação de informações sobre o grau de realização de uma atividade, chamado dado de

atividade, e seu fator de emissão específico (IPCC, 2006b). O dado de atividade é uma medida

quantitativa que expressa a intensidade de uma fonte emissora e o fator de emissão é o

coeficiente que corresponde à emissão por cada unidade do dado de atividade (BRASIL et al.,

2008).

As remoções de carbono por florestas nativas foram calculadas pelo produto de um dado

de atividade e um incremento de carbono (coeficiente que expressa a quantidade de biomassa

estocada nas áreas florestadas no intervalo de um ano). Os estoques de carbono para criação

desses coeficientes foram obtidos por meio de dados secundários, obtidos em revisão

bibliográfica. Esses dados, quando obtidos em termos de estoque de biomassa, foram

transformados em estoques de carbono pela multiplicação do fator 0,47 (IPCC, 2006c). Já as

remoções de carbono pelas florestas plantadas foram estimadas em função da demanda de

madeira para a produção anual de carvão.

As emissões de GEE na siderurgia diz respeito à efetividade da produção de ferro-gusa

com menor emissão de GEE a partir da utilização de carvão vegetal. Para isso, criou-se um

indicador que expressa a emissão de GEE por unidade de ferro-gusa produzida.

A etapa de viabilidade econômica levou em consideração os custos e receitas desde a

obtenção de madeira até a venda do carvão. Os indicadores econômicos considerados foram o

Valor Presente Líquido (VPL), Valor Periódico Equivalente (VPE), Taxa Interna de Retorno

(TIR) e Razão Benefício Custo (B/C).

O VPL é a diferença do valor presente das receitas e o valor presente dos custos, sendo

o projeto economicamente viável quando o VPL apresenta valores positivos e quanto maior o

VPL, mais atrativo o projeto (SILVA et al., 2005).

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O VPE transforma o valor atual do projeto ou o VPL em fluxo de receitas ou custos

periódicos e contínuos, equivalente ao valor atual, durante a vida útil do projeto (SILVA et al.,

2005). Este critério tem a vantagem de considerar o tamanho dos projetos, podendo ser utilizado

para comparar projetos de diferentes horizontes de planejamento (SILVA et al., 2005).

A TIR é a taxa de desconto que iguala o VPL a zero, ou seja, o valor presente das receitas

é igual ao valor presente dos custos. O projeto será viável quando a TIR for maior que a Taxa

Mínima de Atratividade (TMA) e o projeto mais viável economicamente é o que apresentar

maior TIR (SILVA et al., 2005).

A B/C é o cálculo da razão entre o valor atual das receitas e o valor atual dos custos,

sendo o projeto economicamente viável quando B/C for maior que um e quanto maior for esse

valor (SILVA et al., 2005).

3 RESULTADOS

O sistema desenvolvido permite quantificar as emissões de GEE, as remoções de

carbono e a viabilidade técnica e econômica de projetos na produção de carvão vegetal. O

sistema foi subdividido em quatro etapas: Cadastros, Balanço de carbono, Emissões da

siderurgia pela carbonização e Viabilidade econômica (Figura 1).

Considerando essas etapas (exceto “Cadastros”), o sistema é entendido como um sistema

integrado, composto por cinco subsistemas independentes:

I. Aspectos técnicos no balanço de carbono da carbonização (item 3.2) +

Emissões da siderurgia pela carbonização (item 3.3)

II. Compra de madeira (item 3.4.1.1)

III. Viabilidade econômica do plantio próprio (item 3.4.1.2)

IV. Determinação do custo máximo da madeira e do preço mínimo do carvão

(item

3.4.1.5)

V. Viabilidade econômica da produção de carvão (item 3.4.2)

Estes subsistemas funcionam de forma independente, ou seja, os dados inseridos e os

cálculos feitos em cada um não influenciam nos demais. Desta forma, o usuário do sistema pode

utilizar apenas o(s) subsistema(s) de seu interesse. Para isso, basta preencher apenas as planilhas

respectivas a cada subsistema, que foram previamente nomeadas de acordo com a descrição do

sistema apresentada nesse trabalho.

Alguns dados solicitados pelo sistema podem ser obtidos de dois modos: “Fornecido”

ou “Estimado”. Nas etapas de coletas de dados em que o usuário deve selecionar a “Forma de

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obtenção dos dados”, quando escolhe pela opção “Fornecido”, ele deverá fornecer o valor

correspondente à variável solicitada. Ao escolher a opção “Estimado” o próprio sistema

estimará o valor da variável solicitada, por meio de outro dado já informado pelo usuário.

As células de informações obrigatórias na etapa dos cadastros são destacadas pela adição

de asteriscos e, nas demais etapas, todas as células coloridas (Figura 2) devem ser preenchidas.

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SISTEMA

Cadastros Balanço de carbono Emissões da siderurgia

pela carbonização Viabilidade

econômica

Projetos CH4 Florestas nativas

Figura 1 – Subdivisão do sistema, evidenciando e detalhando as quatro etapas.

Pessoal

Propriedade

Emissões de GEE

CO 2

Remoções de carbono

Florestas plantadas

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Figura 2 – Ilustração dos campos que devem ser preenchidos pelo usuário do sistema.

3.1 Cadastros

O cadastramento é feito em três níveis: Cadastro pessoal, Cadastro da propriedade e

Registro do projeto. Os cadastros são necessários para permitir que os dados fiquem salvos no

sistema para posterior consulta e alguns desses influenciam diretamente os cálculos. Além

disso, os dados fornecidos permitem que, posteriormente, uma correlação entre o balanço de

carbono e características pessoais, da propriedade e do projeto seja feita, permitindo a

comparação dos resultados entre diferentes cadastros.

3.1.1 Cadastro pessoal

O cadastro pessoal (Figura 3) solicita informações da pessoa física responsável pelo

preenchimento dos dados. Caso o usuário do sistema seja o próprio produtor, não há a

necessidade de preenchimento dessa etapa, uma vez que apenas ele terá responsabilidade sobre

os dados inseridos. Nos casos em que o usuário do sistema são gestores ou pesquisadores, esses

campos devem ser preenchidos com os dados do usuário.

Figura 3 – Tela para cadastro pessoal, com destaque (*) às informações de preenchimento obrigatório.

3.1.2 Cadastro da propriedade

O cadastro da propriedade (Figura 4) faz-se necessário para permitir que um único

cadastro pessoal inclua mais de uma propriedade, onde estão ou serão implantados os possíveis

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projetos de produção de carvão vegetal. As informações necessárias também permitem um

mapeamento das propriedades.

Figura 4 – Tela para cadastro da propriedade.

3.1.3 Registro do projeto

O registro do projeto (Figura 5) solicita informações mais específicas quanto às

características da carbonização e dos fornos, conforme descrito a seguir.

- Tipo de fornos: circular, fornos de encosta, “rabo-quente”, retangular e outro

(especificar). No caso dos fornos dos tipos circular e retangular é necessário informar as

dimensões dos fornos (diâmetro e altura da parede, em metros, no caso de fornos circulares, e

comprimento, altura da parede e largura, em metros, para os fornos retangulares).

- Monitoramento da temperatura de carbonização: com ferramenta (com auxílio de algum

instrumento para medição da temperatura) e sem ferramenta (método empírico).

No caso do monitoramento da temperatura de carbonização com ferramenta, o sistema inclui os

tipos de ferramenta “Pirometria” e “Sistema supervisório”.

- Queimador de gases: com queimador de gases e sem queimador de gases.

Quando há o uso de queimadores de gases é necessário informar o “tipo de queimador”

(contínuo ou não-contínuo).

- Tipo de queimador: contínuo e não-contínuo.

A diferença entre os tipos de queimadores de gases se refere à quantidade, em percentual, do

CH4 que sofre combustão, de acordo com a disponibilidade contínua ou não desse gás para a

queima. Essa informação é necessária para o cálculo do balanço de carbono no processo

produtivo e pode ser obtida de modo fornecido ou estimado. A opção “Fornecido” permite

inserir a eficiência do queimador, ou seja, o percentual do CH4 que é queimado com a utilização

da fornalha. A eficiência dos queimadores considerada na opção “Estimado” foi 80% em

Page 24: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

24

queimadores contínuos e 50% em queimadores não-contínuos, valores baseados na metodologia

ACM0001 do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

Figura 5 – Tela para registro do projeto.

3.2 Aspectos técnicos no balanço de carbono da carbonização

O cálculo do balanço de carbono é subdividido em “Emissões de gases de efeito estufa

(GEE)” e “Remoções de carbono”. Nestas etapas são solicitadas informações específicas de

cada projeto.

3.2.1 Emissões de gases de efeito estufa (GEE)

3.2.1.1 Aspectos técnicos

A coleta de dados relacionados aos aspectos técnicos para o cálculo das emissões de

GEE é subdividida em “Madeira” e “Carvão”. Em cada uma dessas subdivisões são solicitadas

informações sobre qualidade e quantidade da matéria-prima (madeira) e produto final (carvão

vegetal), além de especificações quanto ao ciclo de produção.

Page 25: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

25

3.2.1.1.1 Madeira

As primeiras informações requeridas são em relação à qualidade da madeira: material

genético, teor de umidade base seca (U%) e densidade básica (Figura 6). O campo “Material

genético” é preenchido por meio de seleção em lista, que abrange diversas espécies, híbridos,

clones (Tabela 1) e a opção “Outro”, caso o material genético utilizado não conste na lista.

Figura 6 – Tela para coleta de dados relacionados à madeira.

A densidade básica da madeira, em kg m-3, pode ser obtida de modo “Fornecido” ou

“Estimado”, caso o material genético utilizado no processo de carbonização esteja contemplado

na lista de seleção (campo “Material genético”). A densidade básica da madeira, pré-definida

para cada material genético, foi obtida por levantamento bibliográfico, considerando a idade

entre 6 e 8 anos (Tabela 1). Nos casos em que o material genético utilizado não estiver

contemplado na lista de seleção do campo “Material genético”, a densidade básica da madeira

deverá, obrigatoriamente, ser fornecida pelo usuário do sistema.

Page 26: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

26

Tabela 1 – Densidade básica, em kg m-3, por material genético

Material genético Densidade básica

(kg m-3) Fonte

Clone 3336 (E. urophylla) 494,7 Reis et al., 2012a

Clone A08 (E. grandis x E. urophylla) 530,0 Arruda et al., 2011

Clone GG 100 (E. grandis x E. urophylla) 520,0 Castro et al., 2013

Clone GG 157 (E. urophylla) 540,0 Castro et al., 2013

Clone GG 3119 (E. camaldulensis) 570,0 Castro et al., 2013

Clone GG 3192 (E. urophylla) 550,0 Castro et al., 2013

Clone GG 3370 (E. grandis) 570,0 Castro et al., 2013

Clone GG 3403 (E. urophylla) 550,0 Castro et al., 2013

Clone GG 3520 (E. urophylla) 590,0 Castro et al., 2013

Clone GG 3616 (E. camaldulensis) 530,0 Castro et al., 2013

Clone GG 680 (E. grandis x E. urophylla) 560,0 Castro et al., 2013

E. camaldulensis 600,6 Pereira, 2012;

Teixeira, 2018

E. camaldulensis x E. grandis x E. urophylla x

E. sp. 560,0 Fialho, 2018

E. cloeziana 560,0 Fialho, 2018

E. grandis 559,4 Teixeira, 2018

E. grandis x E. camaldulensis 558,7 Teixeira, 2018

E. grandis x E. spp. 596,1 Teixeira, 2018

E. grandis x E. urophylla 560,0 Fialho, 2018

E. grandis x E. urophylla x E. tereticornis 566,2 Teixeira, 2018

E. pellita x E. grandis 591,6 Teixeira, 2018

E. resinifera x E. grandis 570,2 Teixeira, 2018

E. urophylla 573,1 Pereira, 2012;

Teixeira, 2018

E. urophylla x E. camaldulensis x E. grandis x

E. globulus 560,0 Fialho, 2018

E. urophylla x E. camaldulensis x E. grandis x

E. maidenii 560,0 Fialho, 2018

E. urophylla x E. camaldulensis x E. grandis x

E. sp. 560,0 Fialho, 2018

E. urophylla x E. grandis 577,0 Teixeira, 2018

E. urophylla x E. maidenii 560,0 Fialho, 2018

E. urophylla x E. pellita x E. sp. 560,0 Fialho, 2018

E. urophylla x E. sp. 560,0 Fialho, 2018

E. urophylla x E. sp. x E. globulus 560,0 Fialho, 2018

E. urophylla x E. spp. 557,2 Teixeira, 2018

Híbrido de E. grandis 577,0 Pereira, 2012

Híbrido de E. urophylla 546,5 Pereira, 2012

Page 27: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

27

A umidade base seca da madeira também é selecionada em lista e abrange quatro faixas,

definidas de acordo com as recomendações da DN 227/2018. O cálculo das emissões de CO2

necessita de um valor único de umidade e, para isso, utiliza-se o centro de classe do teor de

umidade (Tabela 2).

Tabela 2 – Faixas do teor de umidade base seca (U%), em %, e centro de classe do teor de

umidade base seca da madeira (Centro de classe), em %, considerados no sistema

U% Centro de classe

< 30 28,0

31 – 35 33,0

36 – 40 38,0

> 41 43,0

A quantidade de madeira utilizada na produção de carvão vegetal deve ser informada

pelo usuário do sistema, em m3 forno-1 ou st forno-1. Quando o dado for informado em metro

estéreo de madeira por forno (st forno-1) será transformado em m3 forno-1 (Equação 1). Para isto

o usuário do sistema também deverá informar o fator de empilhamento da madeira

(relação m3 st-1).

𝑀𝐸𝑚³ = 𝑀𝐸𝑠𝑡 × 𝑓𝑒 (1)

Em que:

MEm³: quantidade de madeira enfornada por ciclo, em m3 fornos-1

MEst: quantidade de madeira enfornada por ciclo, em st fornos-1 fe:

fator de empilhamento da madeira, relação m3 st-1

Adicionalmente aos dados de entrada, o sistema fornece alguns resultados preliminares

em relação à quantidade total de madeira enfornada por ciclo, por forno e por ano, em termos

de metros cúbicos (m3), metro estéreo (st) e Megagramas (Mg), que equivale à tonelada (t)

(Equação 2) (Figura 6).

𝑀𝑡 = 𝑀𝑚³ × 𝑑𝑚𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎 (2)

1000

Em que:

Page 28: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

28

Mt: quantidade de madeira, em toneladas Mm3:

quantidade de madeira, em m3 dmadeira:

densidade básica da madeira, em kg m-3

3.2.1.1.2 Carvão vegetal

As informações solicitadas que são relacionadas à carbonização e ao carvão vegetal são

subdivididas em: qualidade, produção, rendimento volumétrico (RV), rendimento gravimétrico

(RG) e coprodutos.

3.2.1.1.2.1 Qualidade

A densidade à granel e o teor de carbono fixo são os parâmetros de qualidade do carvão

considerados no sistema (Figura 7). Ambas informações podem ser obtidas de modo fornecido

ou estimado. A densidade à granel do carvão estimada, em quilo por metro de carvão (kg mdc-

1), foi considerada igual a 39,9% da densidade básica da madeira que lhe deu origem (em kg m-

3) (Apêndice A). O teor de carbono fixo estimado (%) foi considerado 75,3% (Apêndice B). As

informações de densidade à granel e teor de carbono fixo para o carvão vegetal, foram obtidas

pela média de dados secundários, obtidos em literatura especializada.

Figura 7 – Tela para coleta de dados relacionados à qualidade do carvão.

3.2.1.1.2.2 Produção

O ciclo de carbonização compreende as etapas de enchimento dos fornos, carbonização,

resfriamento e descarga dos fornos. A quantidade de ciclos de carbonização por mês é calculada

Page 29: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

29

de acordo com a duração média do ciclo de carbonização e o período de inatividade dos fornos

(Equação 3). O período de inatividade corresponde ao tempo em que os fornos não estão em

funcionamento, como, por exemplo, os períodos de manutenção dos fornos; o intervalo de

tempo entre o fim do descarregamento e o início do próximo enchimento; e os períodos inativos

devido às chuvas.

30 − 𝑁𝐷𝐼

𝑁𝐶 = (3)

𝐶𝐶𝑎𝑟𝑏

Em que:

NC: número de ciclos de carbonização, em ciclos mês-1

30: dias por mês

NDI: número de dias inativos do forno

CCarb: duração média do ciclo de carbonização, em dias

A produção total anual de carvão considerou a diferença de produção nas diferentes

estações do ano (seca e chuvosa) e a produção, em mdc forno-1, na estação seca. Portanto, é

necessário informar o período útil de utilização dos fornos, em meses por ano, em cada estação

(Figura 8).

A produção por ciclo, em mdc forno-1, na estação seca é outra informação que deve ser

fornecida. A produção por ciclo, em mdc forno-1, na estação chuvosa é considerada como 75%

(informação pessoal1) da produção na estação seca.

A partir dessas informações, estima-se a produção de carvão vegetal por ano nas

estações seca e chuvosa (Equação 4) e a produção total anual de carvão (Equação 5), ambas em

mdc ano-1. Além disso, no sistema há a conversão de todos os valores em termos de mdc para

Megagramas (Mg), que equivale à tonelada (t) (Equação 6).

𝑃𝑎𝑛𝑜𝑖 = 𝑃𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑖 × 𝑁𝐶 × 𝑃𝑈𝑓𝑜𝑟𝑛𝑜𝑖 × 𝑁 (4) Em que:

Panoi: produção de carvão vegetal na estação i, sendo i = chuvosa, seca, em mdc ano-1

Pcicloi: produção por ciclo na estação i, sendo i = chuvosa, seca, em mdc forno-1

NC: número de ciclos de carbonização, em ciclos mês-1

PUfornoi: período útil de utilização do forno na estação i, sendo i = chuvosa, seca, em meses ano-

1

1 Dado fornecido por João Cancio de Andrade Araújo, durante entrevista exploratória.

Page 30: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

30

N: quantidade de fornos

𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑚𝑑𝑐 = ∑ 𝑃𝑎𝑛𝑜𝑖 (5)

Em que:

Ptotalmdc: produção total de carvão vegetal, em mdc ano-1

Panoi: produção de carvão vegetal na estação i, sendo i = chuvosa, seca, em mdc ano-1

𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑡 = 𝑚𝑑𝑐 × 𝑑𝑐𝑎𝑟𝑣ã𝑜 (6)

1000

Em que:

Ptotalt: produção total de carvão vegetal, em Mg ano-1

mdc: quantidade de carvão vegetal, em mdc dcarvão:

densidade à granel do carvão vegetal, em kg mdc-1

Figura 8 – Tela para coleta de dados relacionados à produção do carvão.

Page 31: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

31

3.2.1.1.2.3 Rendimento volumétrico (RV)

O rendimento volumétrico (RV) (Figura 9) pode ser fornecido pelo usuário do sistema

ou estimado. Neste caso, considera-se o volume total de madeira enfornada por ano, em m3 ano-

1 ou st ano-1, e o produção total de carvão vegetal, em mdc ano-1 (Equação 7). A unidade em

que o rendimento volumétrico será estimado, m3 mdc-1 ou st mdc-1, também deve ser informado

pelo usuário do sistema.

𝑀𝐸

𝑅𝑉 = (7)

𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑚𝑑𝑐

Em que:

RV: rendimento volumétrico, em m3 mdc-1 ou st mdc-1

ME: quantidade total de madeira enfornada por ano, em m3 ano-1 ou st ano-1 Ptotalmdc:

produção total de carvão vegetal, em mdc ano-1

Figura 9 – Tela para coleta de dados relacionados ao rendimento volumétrico.

3.2.1.1.2.4 Rendimento gravimétrico (RG)

O rendimento gravimétrico (RG) (Figura 10) também pode ser fornecido ou estimado.

Há duas possibilidades para estimar o RG: pela produção total de carvão, em Mg ano-1, e a

quantidade de madeira enfornada, em Mg ano-1 (Equação 8), ou pelas características da

carbonização e o teor de umidade base seca (U%) da madeira. Neste caso, considera-se o tipo

de forno (circular, retangular ou de encosta), se há ou não a utilização de ferramentas para o

monitoramento da temperatura de carbonização e o teor de umidade base seca (U%) da madeira

(Tabela 3).

𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑡

𝑅𝐺 = × 100 (8)

𝑀𝐸

Em que:

Page 32: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

32

RG: rendimento gravimétrico, em %

Ptotalt: produção total de carvão vegetal, em Mg ano-1

ME: quantidade total de madeira enfornada por ano, em Mg ano-1

Figura 10 – Tela para coleta de dados relacionados ao rendimento gravimétrico.

Tabela 3 – Rendimento gravimétrico (RG), em %, por tipo de forno, forma do monitoramento

da temperatura de carbonização (MTC) e faixa do teor de umidade da madeira (TU)

Tipo de forno MTC TU RG

Circular

Sem ferramenta

< 30

31 - 35

36 - 40

> 41

34,0

32,0

30,0

28,0

Com ferramenta

< 30

31 - 35

36 - 40

36,0

34,0

32,0

> 41 30,0

Retangular

Sem ferramenta

< 30

31 - 35

36 - 40

> 41

34,0

32,0

30,0

28,0

Com ferramenta

< 30

31 - 35

36 - 40

36,0

34,0

32,0

> 41 30,0

Encosta Sem ferramenta

< 30

31 - 35

36 - 40

34,0

32,0

30,0

> 41 28,0

Fonte: adaptado de CGEE, 2015; informação pessoal2

2 Dado fornecido por Angélica de Cássia Oliveira Carneiro, durante entrevista exploratória.

Page 33: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

33

3.2.1.1.2.5 Coprodutos

Os atiços (madeira parcialmente carbonizada) e os finos (carvão com granulometria

inferior a 12,7 mm) (OLIVEIRA et al., 2013) são os coprodutos da carbonização considerados

no sistema e suas produções podem ser fornecidas ou estimadas (Figura 11). A produção de

atiços, quando estimada, será considerada 4,05% da quantidade total de madeira enfornada,

valor adaptado (Cardoso et al., 2010) a partir da relação da produção de atiços e o peso da

madeira seca, ambos em kg.

A produção de finos é estimada para as operações: na Unidade de Produção de Carvão

(UPC), que são os fornos de carbonização; carregamento e transporte; e peneiramento. A

geração de finos em cada uma das etapas foi estimada em relação à quantidade total de madeira

enfornada (Tabela 4).

Tabela 4 – Geração de finos em relação à quantidade total de madeira enfornada, em %, por

operação na produção de carvão vegetal

Operações Geração de finos

Unidade de produção de carvão (UPC) - forno 3,7

Carregamento e transporte 5,3

Peneiramento 9,7

Fonte: Oliveira (1977)

Page 34: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

34

Figura 11 – Tela para coleta de dados relacionados aos coprodutos da produção de carvão vegetal.

3.2.1.2 Cálculo das emissões de GEE

3.2.1.2.1 Emissões de metano (CH4)

O fator de emissão de CH4 para o processo de carbonização foi estimado por meio de

uma equação de regressão (Equação 9). Os parâmetros da equação foram obtidos por meio da

metodologia “AM0041 - Mitigation of Methane Emissions in the Wood Carbonization Activity

for Charcoal Production”, parte integrante do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL),

e apresentados no Formulário do Documento de Concepção de Projeto (MDL DCP) pelo Grupo

Queiroz Galvão (ONU, 2010).

As emissões de CH4 foram quantificadas pelo produto do fator de emissão estimado e a

produção total de carvão, descontando-se o percentual da queima dos gases, quando há

utilização de fornalha (Equação 10).

217,12 − (534,76 × 𝑅𝐺)

𝐹𝐸𝐶𝐻4 = (9)

Page 35: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

35

1000

Em que:

FECH4: fator de emissão de CH4 para carbonização, em MgCH4 MgCarvão-1

RG: rendimento gravimétrico, em %

217,12; 534,76: parâmetros da equação de regressão que expressa a relação entre a emissão de

CH4 e o rendimento gravimétrico da carbonização

𝐸𝐶𝐻4 = 𝐹𝐸𝐶𝐻4 × 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 × (1 − 𝑄) (10)

Em que:

ECH4: emissão de CH4 pela carbonização, em MgCH4 ano-1

FECH4: fator de emissão para carbonização, em MgCH4 MgCarvão-1

Ptotal: produção total de carvão, em Mg ano-1 Q:

percentual de queima dos gases

3.2.1.2.2 Emissões de dióxido de carbono (CO2)

O fator de emissão de CO2 foi estimado por meio de equação de regressão que expressa

a relação entre a emissão do gás e o teor de umidade da madeira enfornada (Canal et al., 2016)

(Equação 11).

𝐹𝐸𝐶𝑂2 = 114,165574 − (0,025565 × 𝑇𝑈) + (0,027518 × 𝑇𝑈2) (11) Em que:

FECO2: fator de emissão de CO2 para carbonização, em kgCO2 MgMadeira-1

TU: centro de classe do teor de umidade da madeira enfornada, em % (Tabela 2)

114,165574; 0,025565; 0,027518: parâmetros da equação de regressão que expressa a relação

entre a emissão de CO2 e o teor de umidade da madeira enfornada (Canal et al., 2016)

A emissão de CO2 sofre influência da combustão dos gases da carbonização

(CARDOSO, 2010, COELHO, 2013, DONATO, 2017). Por exemplo, a queima do CH4 causa

a dissociação de sua molécula, que se oxida, liberando CO2 e água. Portanto, quando há a

combustão dos gases da carbonização, a equação que quantifica a emissão de CO2 sem a

combustão dos gases (Equação 12) é acrescida da variação da quantidade de CO2 emitida entre

a carbonização sem e com a queima dos gases (Coelho, 2013) (Equação 13).

𝐸𝐶𝑂2sc = 𝐹𝐸𝐶𝑂2 × 𝑀 (12)

1000

Em que:

Page 36: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

36

ECO2sc: emissão de CO2 pela carbonização sem combustão dos gases, em MgCO2e ano-1

FECO2: fator de emissão de CO2 para carbonização, em kgCO2 MgMadeira-1 M:

total de madeira enfornada, em Mg ano-1

𝐸𝐶𝑂2cc = (𝐹𝐸 𝐶𝑂2 × 𝑀) × (1 + 0,8993) (13)

1000

Em que:

ECO2cc: emissão de CO2 pela carbonização com combustão dos gases, em MgCO2e ano-1

FECO2: fator de emissão de CO2 para carbonização, em kgCO2 MgMadeira-1

M: massa total de madeira enfornada, em Mg ano-1

0,8993: variação da quantidade de CO2 emitida entre a carbonização sem e com a queima dos

gases (Coelho, 2013)

3.2.1.2.2 Emissão total

A emissão total de GEE pela carbonização será calculada em termos de CO2e (Equação

14). A conversão dos gases para esta unidade padrão será obtida pelo produto do valor bruto da

emissão de cada gás pelo seu Potencial de Aquecimento Global (PAG). O CO2 possui PAG

igual a 1 e o CH4 igual a 25 (IPCC, 2007).

𝐸𝐶𝑂2𝑒 = (𝐸𝐶𝐻4 × 25) + 𝐸𝐶𝑂2 (14)

Em que:

ECO2e: emissão total de GEE pela carbonização, em MgCO2e ano-1

ECH4: emissão de CH4 pela carbonização, em MgCH4 ano-1 (Equação 10)

25: potencial de aquecimento global do CH4

ECO2: emissão de CO2 pela carbonização sem ou com combustão dos gases, em MgCO2e ano-1

(Equações 14 ou 15)

3.2.2 Remoções de carbono

As remoções de carbono dentro do limite operacional podem ocorrer em florestas

plantadas e/ou florestas nativas. Por isso, a coleta de dados e os cálculos foram subdivididos

nesses dois tópicos: Florestas plantadas e Florestas nativas (Figura 12).

Page 37: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

37

Figura 12 – Tela para coleta de dados quanto à remoção de carbono pelas florestas plantadas e

nativas.

3.2.2.1 Florestas plantadas

A área de florestas plantadas considerada para estimar a remoção de carbono foi

calculada de acordo com a demanda de madeira e a produtividade média dos plantios

(Equação 15). A demanda de madeira para a produção anual de carvão é o equivalente ao item

“Total de madeira enfornada”, informação gerada em m³ ano-1, st ano-1 e Mg ano-1 (Figura 6).

A produtividade média dos plantios, em m³ ano-1 ou st ano-1 ou Mg ano-1, deve ser informada

pelo usuário do sistema. A partir da área demandada, calcula-se a remoção de carbono,

transformando-a também para a unidade padrão CO2e (Equação 16).

𝐷𝑀

𝐴𝐹𝑃 = (15)

𝑃

Em que:

AFP: área de floresta plantada que deve ser colhida para atender à demanda anual de madeira,

em ha ano-1

DM: demanda anual de madeira, em m3 ano-1, st ano-1 ou Mg ano-1 P:

produtividade média esperada, em m3 ha-1, st ha-1 ou Mg ha-1

𝑅𝐹𝑃 = 𝐴𝐹𝑃 × 𝑃 × 0,47 × ( ) (16)

Em que:

RFP: remoção de carbono pelas florestas plantadas, em MgCO2 ano-1

AFP: área que deve ser colhida para atender à demanda anual de madeira, em ha ano-1

P: produtividade média esperada, em Mg ha-1

Page 38: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

38

0,47: conteúdo de carbono na biomassa (IPCC, 2006c) 44/12:

fator de conversão de C para CO2

3.2.2.2 Florestas nativas

Toda propriedade rural deve atender às exigências do Código Florestal. As propriedades

com plantios de florestas comerciais devem ter suas áreas de Reserva Legal (RL) e Área de

Preservação Permanente (APP) de acordo com o Código. O percentual de RL presente na

propriedade depende da localização da propriedade, da situação do imóvel (em caso de

propriedades localizadas na Amazônia Legal) e do bioma em que a propriedade está inserida

(BRASIL, 2012). As áreas de florestas nativas (RL e APP) (Equação 17) foram estabelecidas

proporcionalmente às áreas de florestas plantadas e não em relação à área total da propriedade.

𝐴𝐹𝑁 = (𝐴𝐹𝑃 × 𝑅𝐿) + (𝐴𝑃𝑃 × 𝐴𝐹𝑃) (17)

𝐴𝑃

Em que:

AFN: área de floresta nativa proporcional à área de florestas plantadas, em ha

AFP: área que deve ser colhida por ano para atender à demanda anual de madeira, em ha ano-1

RL: percentual exigido de área de reserva legal na propriedade, em %

APP: Área de Preservação Permanente presente na propriedade, em ha AP:

área total da propriedade, em ha

A remoção de carbono será quantificada por meio da área de floresta nativa (Equação

17), pelo incremento de carbono e transformada para a unidade padrão CO2e (Equação 18). O

incremento de carbono varia em função do bioma e da idade da floresta (Tabela 5), informação

que também deve ser fornecida pelo usuário do sistema.

𝑅𝐹𝑁 = 𝐴𝐹𝑁 × 𝐼𝐹𝑁 × ( ) (18)

Em que:

RFN: remoção de carbono pelas florestas nativa, em MgCO2e ano-1

AFN: área de floresta nativa, em ha

IFN: incremento médio de carbono para a área de floresta nativa, em MgC ha-1 ano-1 (Tabela 5)

44/12: fator de conversão de C para CO2

Page 39: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

39

Tabela 5 – Incremento médio de carbono (IMC), em MgC ha-1 ano-1, para áreas de florestas

nativas em diferentes biomas e idades, em anos

≤ 2 12,014 Alves et al., 1997

2 < idade ≤ 5

Alves et al., 1997; Rodrigues et al., 2000; Salomão,

5,780

1994; Salomão et al., 1998 apud Lopes, 2011

Alves et al., 1997; Salomão, 1994; Salomão et al.,

5 < idade ≤ 10 3,830

1998 apud Lopes, 2011

Amazônia

15 < idade

≤ 20 5,657

1998 apud Lopes, 2011

Primária recém

manejada 1,945 Silva, 2007

Primária 1,299 Adaptado de Souza et al., 2012; Grace et al., 1995;

Higuchi et al., 2004; Phillips et al., 1998

≤ 10 3,052 Sampaio et al., 1998

Apesar da remoção de carbono pelas florestas ser estimada e inclusa no balanço de

carbono, as emissões relacionadas ao manejo dessas florestas e ao transporte da madeira até o

pátio de carbonização não foram consideradas, pois estão fora do limite organizacional definido.

3.2.3 Relatório 1 – Balanço de carbono

O relatório do balanço de carbono (Figura 13) apresenta informações sobre os cadastros,

a produção de carvão vegetal, as emissões de GEE, as remoções de carbono e o balanço de

carbono total.

A produção de carvão vegetal é apresentada de duas formas: produção líquida de carvão

e quantidade de coprodutos (atiços e finos).

Caatinga > 10 0,458 Adaptado de Costa, 2013

Cerrado - 1,033 Melo e Durigan, 2006

Mata

Atlântica

≤ 10 4,753 Azevedo, 2012; Ferez et al., 2015; Melo e Durigan,

2006

10 < idade ≤ 20 3,680 Faria, 2012; Melo e Durigan, 2006

20 30 < idade ≤ 2,320 Melo e Durigan, 2006; Ribeiro, 2007

> 30 1,741

Adaptado de Tanizaki, 2000 apud Santos et al.,

; Coutinho, 2009; Cunha et al., 2009; Ribeiro, 2009

2007 ; Santos et al., 2009

Pampa - 1,279 Adaptado de Brun, 2004

Pantanal - 1,756 Schöngart et al., 2011; Stape, 2011

< idade ≤ 10 15 4,283 Adaptado de Silva, 2007; Alves et al., 1997

Alves et al., 1997; Salomão, 1994; Salomão et al.,

> 20 2,422 Adaptado de Silva, 2007

Page 40: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

40

As emissões de GEE da produção de carvão são apresentadas para cada um dos gases e,

também, a emissão total, em termos de emissão anual, por ciclo de carbonização, por tonelada

de carvão e por mdc. As remoções de carbono também são apresentadas para cada uma das

fontes e a total. Por fim, tem-se o balanço de carbono total, sendo a diferença entre a remoção

total e a emissão total.

O balanço de carbono apresentado inclui somente as emissões de GEE do processo de

carbonização. Outras fontes emissoras, como as emissões das atividades relacionadas à

produção de madeira, não foram consideradas (vide item 2).

Page 41: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

41

Figura 13 – Relatório do balanço de carbono

Page 42: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

42

3.3 Relatório 2 – Emissões da siderurgia pela carbonização

Nesta etapa, o sistema apresenta um indicador de expressa a quantidade de GEE que é

emitida para a produção de uma tonelada de ferro-gusa. Este resultado considera as emissões

do processo de carbonização, ou seja, da transformação da madeira em carvão vegetal. As

emissões de outras fontes, como, por exemplo, pelo transporte do carvão do pátio de

carbonização até a siderurgia, não foram consideradas (vide item 2).

Os dados utilizados para o cálculo do indicador das emissões de GEE na siderurgia

foram obtidos na etapa anterior (Aspectos técnicos no balanço de carbono da carbonização).

Por isso, esta etapa consta apenas de um relatório (Figura 14) e é apresentado juntamente ao

subsistema “Aspectos técnicos no balanço de carbono da carbonização”.

O indicador é dado em MgCO2e MgGusa-1. A partir do teor de carbono fixo e da

produção líquida de carvão vegetal, tem-se a quantidade total de carbono fixo que será utilizada

no processo produtivo dentro da siderurgia (Equação 19).

𝐶𝐹 = 𝑃𝐸𝑐𝑎𝑟𝑣ã𝑜 × 𝑇𝐶𝐹 (19)

Em que:

CF: carbono fixo presente na produção líquida de carvão, em MgCarbono fixo ano-1

PEcarvão: produção líquida de carvão vegetal, em Mg ano-1 TCF:

teor de carbono fixo, em %

Em média, a demanda para a produção de uma tonelada de ferro-gusa é 430 quilos de

carbono (FERREIRA, 2000). Sendo assim, é possível estimar a emissão por cada unidade de

ferro-gusa produzida (Equação 20) em cada uma das simulações feitas utilizando o sistema.

𝐵𝐶

𝐸𝑔𝑢𝑠𝑎 = × 0,43 (20)

𝐶𝐹

Em que:

Egusa: emissão de GEE por unidade de ferro-gusa produzida, em MgCO2e MgGusa-1

BC: balanço de carbono da carbonização, em MgCO2e ano-1

CF: carbono fixo presente na produção líquida de carvão, em MgCarbono fixo ano-1 0,43:

demanda de carbono fixo para produzir uma tonelada de ferro-gusa, em MgCarbono fixo

MgGusa-1

Page 43: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

43

= 𝑗

∑ 𝐶 𝑗 ( 1 + 𝑖 ) −

Figura 14 – Relatório das emissões de gases de efeito estufa na siderurgia pela carbonização.

3.4 Viabilidade econômica

A etapa de viabilidade econômica foi subdividida em “Obtenção de madeira” e

“Produção de carvão” (Figura 15). Os indicadores econômicos calculados foram VPL (Equação

21), VPE (Equação 22), TIR (Equação 23) e B/C (Equação 24) (SILVA et al., 2005) em ambas

subetapas.

𝑉𝑃𝐿 = ∑ 𝑅𝑗(1 + 𝑖)−𝑗 − ∑ 𝐶𝑗(1 + 𝑖)−𝑗 (21)

𝑉𝑃𝐿 × [(1 + 𝑖)𝑡 − 1]

𝑉𝑃𝐸 = 1 − (1 + 𝑖)−𝑛𝑡 (22)

∑ 𝑅𝑗(1 + 𝑇𝐼𝑅)−𝑗 = ∑ 𝐶𝑗(1 + 𝑇𝐼𝑅)−𝑗 (23)

∑ 𝑅 (1 + 𝑖)−𝑗

𝐵/𝐶𝑗 (24)

Em que:

VPL: Valor Presente Líquido

VPE: Valor Periódico Equivalente

TIR: Taxa Interna de Retorno

B/C: Razão Benefício-Custo

Rj: valor atual das receitas, sendo j o período em que as receitas ocorrem

Page 44: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

44

Cj: valor atual dos custos, sendo j o período em que os custos ocorrem

i: taxa de juros mensal, bimestral, trimestral, semestral ou anual

t: número de períodos de capitalização n: número máximo de

períodos, em anos

Figura 15 – Detalhamento da etapa de viabilidade econômica.

3.4.1 Obtenção de madeira

O sistema apresenta três possibilidades quanto à forma de obtenção de madeira:

“Compra”, “Plantio próprio” ou “Compra e plantio próprio”.

3.4.1.1 Compra

Os cálculos dos indicadores de viabilidade econômica não estão inclusos na opção

“Compra”, quanto à obtenção de madeira, por não envolver receitas. Nessa etapa considera-se

a compra de madeira em pé ou no pátio. Os dados coletados são o ano de compra de madeira

Viabilidade econômica

Obtenção de madeira

Compra Plantio próprio

Custos

Insumos

Mão de obra

Máquinas e equipamentos

Terra

Receitas

Compra e plantio próprio

Produção de carvão vegetal

Custos

Insumos

Mão de obra

Máquinas e equipamentos

Terra

Receitas

Page 45: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

45

dentro do horizonte de planejamento (ano 0, ano 1, ano 2, ..., ano i), a quantidade (em m³, st ou

tonelada), o preço médio pago por unidade (em reais) e os custos de colheita e de transporte/frete

(em reais) (Figura 16), sendo os dois últimos considerados quando compra-se a madeira em pé.

Figura 16 – Tela para coleta de dados relacionados à compra de madeira.

3.4.1.2 Plantio próprio

O plantio próprio é a atividade em que, efetivamente, calcula-se a viabilidade econômica

dentro da etapa de obtenção de madeira. A primeira etapa desse tópico, a coleta de dados, pede

informações quanto ao regime de corte do qual se deseja realizar a análise de viabilidade

econômica, ao horizonte de planejamento, às taxas e à forma de obtenção dos custos e receitas

(Figura 17).

As opções do item “Regime de corte” são: Primeiro corte (alto fuste), Talhadia, Primeiro

e segundo cortes (alto fuste e talhadia) e Reforma (novo plantio). O horizonte de planejamento

máximo permitido é 15 anos. As taxas consideradas para a análise são a taxa de juros, que pode

ser dada em termos de mensal, bimestral, trimestral, semestral ou anual, a taxa de administração

e a Taxa Mínima de Atratividade (TMA).

Os custos e receitas dessa etapa podem ser obtidos de três formas: Valor fixo único,

Valor fixo por etapa ou Valores discriminados (Figura 18). Estas três formas distinguem-se

entre si pelo nível de detalhamento dos dados coletados em cada uma delas. O usuário do

sistema não poderá incluir nenhum dado em outra opção além da selecionada.

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46

Figura 17 – Tela para coleta de dados relacionados ao plantio próprio.

Figura 18 – Detalhamento quanto às formas de obtenção dos custos e receitas das subetapas de

viabilidade econômica.

Viabilidade econômica

Obtenção de madeira

Compra Plantio próprio

Valor fixo único

Valor fixo por etapa

Valores discriminados

Compra e plantio próprio

Produção de carvão

Custos

Valor fixo por etapa

Valores discriminados

Receitas

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47

3.4.1.2.1 Valor fixo único

A etapa de valor fixo único para coleta dos custos e receitas (Figura 19) considera a

demanda de madeira (dado obtido na etapa de emissão de GEE) e a produtividade média dos

plantios informada pelo usuário do sistema, em m3 ha, st ha-1 ou t ha-1, para estimar a área de

plantio próprio que o produtor deveria ter para atender tal demanda de madeira.

Logo em seguida, são solicitados: a “Área plantada”, que pode ou não ser a área estimada

anteriormente, a idade de corte, o custo médio por unidade produzida (a unidade para a produção

de madeira será equivalente àquela informada na produtividade média dos plantios) e o preço

médio de venda da madeira. A partir disso, estima-se a produção total por ciclo de plantio, o

custo total de produção e o custo médio de produção, em R$ ano-1.

O preço médio de venda da madeira é obtido a fim de estimar a receita pela produção da

madeira, ou seja, o que poderia ser obtido pela sua venda, caso essa matéria prima não fosse

utilizada no processo de carbonização. Assim, considerando essa receita e todos os custos

envolvidos na produção de madeira, é possível realizar a análise de viabilidade econômica.

Figura 19 – Tela para coleta dos custos e receitas relacionados ao plantio próprio pela forma

de obtenção “Valor fixo único”.

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48

Nesta etapa, os custos serão divididos igualmente entre todos os anos de plantio,

manutenção e colheita, de acordo com o regime de corte selecionado anteriormente. Por

exemplo, consideram-se os dados:

- Regime de corte: primeiro e segundo cortes (alto fuste e talhadia)

- Idade de corte: 7 anos

O custo médio de produção será considerado do ano 0 ao ano 14. A produção total por

ciclo de plantio e, consequentemente, as receitas pela produção da madeira serão consideradas

nos anos 7 e 14 (Figura 20).

Figura 20 – Fluxo de caixa para obtenção de madeira por meio de plantio próprio, com forma

de obtenção dos dados “Valor fixo único”. CMP: custo médio de produção.

3.4.1.2.2 Valor fixo por etapa

A coleta de dados pelo valor fixo por etapa conta com duas opções para o tipo de mão

de obra operacional: Operações primarizadas e Operações terceirizadas.

Essa etapa se diferencia da anterior pelo fato de que o usuário do sistema deverá informar

os custos por cada etapa: Plantio, em R$ ha-1, Manutenção, em R$ ha-1, Colheita, em R$ ha-1, e

Transporte, em R$ unidade de madeira produzida-1 (Figura 21). Desta forma, os custos não

serão os mesmos ao longo de todo o horizonte de planejamento. O custo de implantação do

plantio será considerado no ano 0, os custos de manutenção serão inclusos do ano 1 ao último

ano do horizonte de planejamento e os custos de colheita e transporte serão considerados no(s)

ano(s) correspondente(s) à idade de corte (Figura 22).

Page 49: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

49

Figura 21 – Tela para coleta dos custos e receitas relacionados ao plantio próprio pela forma

de obtenção “Valor fixo por etapa”, tanto para operações primarizadas como para operações

terceirizadas.

Figura 22 – Fluxo de caixa para obtenção de madeira por meio de plantio próprio, considerando

o regime de corte “Primeiro e segundo cortes (alto fuste e talhadia)” e idade de corte de 7 anos,

com forma de obtenção dos dados “Valor fixo por etapa”. CI: custo de implantação do plantio;

CM: custo de manutenção do plantio; CC: custo de colheita; CT:

custo de transporte.

Page 50: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

50

3.4.1.2.3 Valores discriminados

A opção de coleta de dados por meio dos valores discriminados é a de maior nível de

detalhamento e é subdividida em: Custos (Insumos, Mão de obra, Máquinas e equipamentos e

Terra) e Receitas. Além desses custos, considera-se o valor referente à taxa administrativa,

calculado em relação à soma dos outros custos.

3.4.1.2.3.1 Custos

3.4.1.2.3.1.1 Insumos

Nessa primeira etapa, o usuário do sistema deve indicar quais os insumos utilizados em

cada uma das fases de manejo do plantio (implantação, manutenção, colheita e transporte)

(Figura 23). Os dados solicitados em cada uma das fases são:

- Item: corresponde ao item adquirido. O sistema apresenta uma lista com possíveis

insumos que devem ser utilizados em cada uma das fases. Por exemplo: mudas na etapa de

implantação e formicida na etapa de manutenção do plantio.

- Ano: ano, dentro do horizonte de planejamento, em que o item foi adquirido (ano 0, ano

1, ano 2, ..., ano i);

- Unidade: unidade do item adquirido;

- Quantidade;

- Valor (R$ unidade-1): valor pago pelo item.

Figura 23 – Tela para coleta dos custos com insumos utilizados no plantio próprio.

3.4.1.2.3.1.2 Mão de obra

O sistema considera dois tipos de contratação da mão de obra: Trabalhador eventual e

Page 51: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

51

Trabalhador fixo; sendo possível a contratação de “Ambos”.

Os trabalhadores eventuais foram considerados como aqueles contratados por curtos

períodos de tempo. As informações solicitadas nesses casos são o ano de contratação, a jornada

de trabalho (em horas, dias ou semanas) e o pagamento (em reais por hora, dia ou semana), que

devem ser informadas para cada trabalhador (Figura 24). A partir disso, é calculado o custo total

com cada trabalhador no ano de sua contratação.

No caso de trabalhadores fixos, que são aqueles contratados com carteira assinada, são

necessárias informações quanto ao salário, encargos e equipamentos de proteção individual

(EPI) relacionados a cada funcionário (Figura 25). Estas informações serão os inputs para o

cálculo do custo total de cada funcionário fixo, que será considerado em todo o horizonte de

planejamento do projeto (Equação 25). Caso haja os dois tipos de contratação, o usuário do

sistema poderá preencher os dois campos de coleta de dados.

𝐶𝑇𝑡𝑟𝑎𝑏.𝑓𝑖𝑥𝑜𝑖 𝐸𝑃𝐼𝑖 (25)

Em que:

CTtrab.fixoi: custo total com um trabalhador fixo no ano i, sendo i = 0, 1, 2, ..., i

Sal.: salário de um trabalhador fixo, em R$ mês-1

Enc.: encargos relacionados a um trabalhador fixo, em %

EPIi: gastos com EPI para um trabalhador fixo no ano i, sendo i = 0, 1, 2, ..., i

Figura 24 – Tela para coleta dos dados relacionados à contratação de trabalhadores eventuais

para atividades relacionadas ao plantio próprio.

Page 52: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

52

Figura 25 – Tela para coleta dos dados relacionados à contratação de trabalhadores fixos para

atividades relacionadas ao plantio próprio.

3.4.1.2.3.1.3 Máquinas e equipamentos

A etapa de máquinas e equipamentos considera a depreciação anual (Equação 26)

(SILVA et al., 2005) para estimar o custo anual de utilização (Equação 27) (adaptado de SILVA

et al., 2005) de cada máquina e equipamento usados nas atividades de implantação, condução e

colheita do plantio e transporte da madeira. O usuário do sistema deve fornecer o ano de uso da

máquina e/ou equipamento, o valor de aquisição (em reais), o valor no final da vida útil (em

reais) e a vida útil (em anos) (Figura 26).

𝑉𝐴𝑗 − 𝑉𝐹𝑗

𝐷𝑗 = (26)

𝑉𝑈𝑗

Em que:

Dj: depreciação anual da máquina ou equipamento j

VAj.: valor de aquisição da máquina ou equipamento j, em reais

VFj: valor no final da vida útil da máquina ou equipamento j, em reais

VUj: vida útil da máquina ou equipamento j, em anos

Page 53: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

53

𝐶𝑇𝑗 = (𝑉𝐴𝑗 × 𝑖) + 𝐷𝑗 (27)

Em que:

CTj: custo anual total de utilização da máquina ou equipamento j, em reais

VAj.: valor de aquisição da máquina ou equipamento j, em reais i: taxa de

juros, em %

Dj: depreciação anual da máquina ou equipamento j

Figura 26 – Tela para coleta dos dados relacionados aos custos com máquinas e equipamentos

utilizados no plantio próprio.

3.4.1.2.3.1.4 Terra

Os custos de utilização da terra (Equação 28) também são considerados no escopo do

sistema (Figura 27). A área total, cujo custo de sua utilização é considerado, é a soma das áreas

do plantio, de florestas nativas (obtida na etapa de remoção de carbono) e áreas de infraestrutura.

A área do plantio é estimada por meio da demanda de madeira (dado obtido na etapa de

emissão de GEE) e a produtividade média dos plantios (dado informado pelo usuário do

sistema). Portanto, para o preenchimento do campo “Área plantada”, o usuário pode optar por

inserir o dado estimado ou outra área. Para inserir o dado estimado é indispensável que o usuário

do sistema tenha preenchido, também, as etapas relacionadas ao balanço de carbono.

As áreas de infraestrutura dizem respeito à área destinada às estradas, pátios de

estocagem, entre outras necessárias em plantios florestais.

Page 54: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

54

𝐶𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 = 𝐴𝑇 × 𝑃𝑀𝑇 × 𝑖 (28)

Em que:

Cterra: custo anual de utilização da terra, em reais

AT: área total, em hectares (ha)

PMT: preço médio da terra na região, em R$ ha-1 i:

taxa de juros, em %

Figura 27 – Tela para coleta dos dados relacionados ao custo de utilização da terra destinada

ao plantio próprio.

3.4.1.2.3.2 Receitas

A produção total de madeira considerada é estimada na etapa anterior (item

3.4.1.2.3.1.4) por meio da demanda anual de madeira e a produtividade média esperada.

Portanto, nesta etapa, o único dado coletado é o preço médio de venda da madeira (Figura 28),

para estimar a receita pela produção de madeira. As receitas serão consideradas no(s) ano(s)

correspondente(s) à idade de corte, assim como nos itens 3.4.1.2.1 e 3.4.1.2.2.

Page 55: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

55

Figura 28 – Tela para coleta dos dados relacionados à receita obtida pela produção de madeira.

3.4.1.3 Compra e plantio próprio

No caso de a obtenção de madeira ocorrer por compra e plantio próprio, o usuário do

sistema deverá preencher as planilhas de ambos os casos e, da mesma forma, a viabilidade

econômica será analisada apenas para o plantio próprio. A diferença dessa etapa está no

indicador de custo médio de produção apresentado no relatório.

3.4.1.4 Relatório 3 – Obtenção de madeira

O relatório da etapa de obtenção de madeira (Figura 29) apresenta informações sobre os

cadastros, assim como o relatório do balanço de carbono, e indicadores relacionados à compra

de madeira e viabilidade econômica do plantio próprio. Quanto à compra de madeira, o relatório

apresenta a quantidade total de madeira comprada em todo o horizonte de planejamento do

projeto, em m3, e o custo médio de compra, em R$ m-3.

Em relação ao plantio próprio, no relatório constam informações gerais sobre o projeto,

os indicadores de viabilidade econômica calculados (VPL, VPE, TIR e B/C), total e por hectare,

a situação do projeto (viável ou inviável) de acordo com cada indicador e, também, a quantidade

total de madeira produzida durante o horizonte de planejamento, em m3, e o custo médio de

produção, em R$ m-3.

Além disso, tem-se indicadores totais sobre a quantidade de madeira (m3) e o custo

médio de obtenção (R$ m-3). Este indicador será diferente dependendo da escolha quanto à

forma de obtenção de madeira (compra, plantio próprio ou compra e plantio próprio). No caso

de obtenção de madeira apenas por compra ou apenas por plantio próprio, esses indicadores

totais serão iguais àqueles já apresentados anteriormente no relatório. Caso a obtenção de

madeira tenha ocorrido por compra e plantio próprio, o indicador “Quantidade total” será a

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56

soma de toda a madeira comprada e produzida e o “Custo médio de produção” será a soma dos

custos pela compra de madeira e os custos do plantio próprio, dividida pela “Quantidade total”.

Figura 29 – Relatório da etapa de obtenção de madeira.

3.4.1.5 Determinação do custo máximo da madeira e do preço mínimo do carvão

Após o relatório final da obtenção de madeira, o sistema apresenta uma etapa

simplificada (Figura 30), que simula qual deveria ser o custo máximo de produção da madeira,

do plantio até o transporte, para que o projeto de produção de madeira para carbonização seja

viável. Esta etapa não está relacionada às demais e não influencia nenhum outro cálculo.

Portanto, não é uma etapa de preenchimento obrigatório.

Os dados solicitados para a simulação são o custo de produção, custo do frete e o preço

do carvão, em R$ mdc-1. A partir disso, o indicador de custo máximo de produção da madeira

é calculado e comparado com o custo detalhado de obtenção da madeira, apresentado no

relatório de obtenção de madeira. Além desse indicador, o sistema apresenta qual deveria ser o

preço mínimo de venda do carvão para que o projeto seja viável considerando as demais

informações.

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57

Figura 30 – Tela da etapa simplificada de determinação do custo máximo da madeira e do preço

mínimo do carvão.

3.4.2 Produção de carvão vegetal

A primeira etapa (Figura 31) solicita dados gerais do projeto (horizonte de planejamento

e taxas) e a forma de obtenção dos dados (custos e receitas relacionados à produção de carvão

vegetal). A análise de viabilidade econômica da produção de carvão vegetal envolve os custos

de produção, associados à obtenção de madeira, à construção e manutenção dos fornos, fornalha

e demais infraestruturas, ao frete para transporte do carvão; e às receitas pela venda do carvão.

Os custos de obtenção da madeira e a quantidade de madeira comprada (se houver) serão

obtidos das etapas anteriores. A quantidade de madeira demandada para a carbonização (obtida

na etapa de emissões de GEE) será o valor base para calcular a quantidade de madeira obtida

por plantio próprio, em todo o horizonte de planejamento do projeto de produção de carvão. Por

exemplo:

- Horizonte de planejamento do projeto de produção de carvão vegetal: 15 anos;

- Demanda de madeira para carbonização: 1000 m3 ano-1;

- Forma de obtenção de madeira: compra e plantio próprio;

- Quantidade de madeira comprada (ano): 100 m3 (ano 1) e 300 m3 (ano 2).

A partir desses dados, e considerando que a demanda de madeira para carbonização deve

ser totalmente suprida durante o horizonte de planejamento, tem-se que no ano 1 a quantidade

de madeira obtida por plantio próprio será 900 m3 (1000 - 100), no ano 2 será 700 m3 (1000 -

300) e nos demais anos (até ano 15) será 1000 m3. O custo médio de obtenção, tanto pela compra

quanto pelo plantio próprio, são os indicados no relatório de obtenção de madeira. A partir disso,

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58

calcula-se o custo total pela obtenção de madeira em todos os anos do horizonte de planejamento

(Figura 32).

Os demais custos poderão ser obtidos de duas formas: “Valor fixo por etapa” ou

“Valores discriminados”.

Figura 31 – Tela para coleta de dados relacionados à produção de carvão vegetal.

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59

Figura 32 – Tela de resumo do custo total pela obtenção de madeira, considerado em cada ano

do horizonte de planejamento do projeto de produção de carvão vegetal.

3.4.2.1 Valor fixo por etapa

O valor fixo por etapa inclui duas opções para o tipo de mão de obra operacional, assim

como na etapa de plantio próprio: Operações primarizadas e Operações terceirizadas. Os dados

solicitados em ambas opções são subdivididos em quatro subtópicos: Fornos, Infraestrutura,

Frete e Fornalha (Figura 33).

No primeiro subtópico os dados requeridos são o custo médio de construção e o custo

médio anual de manutenção dos fornos, em R$ forno-1. O custo total de construção dos fornos

(produto do custo médio de construção e a quantidade de fornos) será considerado no ano 0 do

horizonte de planejamento. O custo total anual de manutenção (produto do custo médio de

manutenção e a quantidade de fornos) será considerado do ano 1 ao final do horizonte de

planejamento. Além desses custos, a depreciação dos fornos (Equação 29) também será

considerada do ano 1 ao final do horizonte de planejamento.

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60

Figura 33 – Tela para coleta dos custos relacionados à produção de carvão pela forma de

obtenção “Valor fixo por etapa”, tanto para operações primarizadas como para operações

terceirizadas.

𝐶𝐶

𝐷 = (29)

𝑉𝑈

Em que:

D: depreciação anual dos fornos, em reais

CC: custo total de construção dos fornos, em reais

VU: vida útil dos fornos, considerada igual ao horizonte de planejamento do projeto, em anos

Os custos para construção e manutenção das demais infraestruturas, além dos fornos e fornalha,

podem ser fornecidos ou estimados (Figura 33). Em ambos os casos os custos são relativos aos

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61

custos de construção e manutenção dos fornos. Para a opção “Estimado”, o custo de construção

das demais infraestruturas é considerado 70% do custo de construção dos fornos, assim como o

custo de manutenção das demais infraestruturas é considerado 70% do custo de manutenção dos

fornos (informação pessoal3). A depreciação da infraestrutura também é inclusa no seu custo

total e considerada durante todo o horizonte de planejamento do projeto. Por isso, o usuário do

sistema deve fornecer, também, a vida útil estimada para as construções.

Usualmente, o custo do frete do carvão até o consumidor também é responsabilidade do

produtor. Neste caso, o usuário do sistema deve fornecer o custo médio, em R$ mdc-1 ou R$ t-

1. O custo total do frete será estimado pelo produto do custo médio e a quantidade de carvão

vendida em cada ano (dado obtido posteriormente).

Caso a produção seja feita com a queima dos gases da carbonização, os custos para

construção e manutenção da(s) fornalha(s) também serão considerados. Para isso, o usuário do

sistema deve fornecer a vida útil e a quantidade de fornalhas, o custo médio para construção,

em R$ fornalha-1, e o custo médio anual para manutenção, em R$ fornalha-1.

3.4.2.2 Valores discriminados

A coleta de dados por valores discriminados na produção de carvão também é

subdividida em Custos (Insumos, Mão de obra, Máquinas e equipamentos, Terra e Frete) e

Receitas. Assim como para a obtenção de madeira, considera-se um custo adicional referente à

taxa administrativa, calculado em relação à soma dos outros custos.

As etapas de Insumos, Mão de obra e Máquinas e equipamentos são semelhantes àquelas

da fase de viabilidade econômica do plantio próprio.

3.4.2.2.1 Custos

A etapa de Insumos na fase de produção de carvão se diferencia por ser subdividida em

“Construção” e “Manutenção” (Figura 34). Nesta se consideram os insumos utilizados para

construção e manutenção dos fornos, fornalha e demais infraestruturas. As etapas de Mão de

obra (Figuras 35 e 36) e Máquinas e equipamentos (Figura 37) são equivalentes àquelas

apresentadas na obtenção de madeira.

A etapa de custos de utilização da terra (Figura 38) considera a área da Unidade de

Produção de Carvão Vegetal (UPC), em hectares, e o preço médio da terra na região, em R$ ha-

3 Dado fornecido por João Cancio de Andrade Araújo, durante entrevista exploratória.

Page 62: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

62

1 e é calculada conforme Equação 28. Esse custo será considerado durante a vida útil dos fornos,

que é igual ao horizonte de planejamento do projeto.

Assim como na coleta de dados por “Valor fixo por etapa” o custo total com o frete do

carvão será calculado pelo produto entre o valor médio pago, em R$ mdc-1 ou R$ t-1 (Figura

39), que deve ser informado pelo usuário do sistema, e a quantidade de carvão vendida em cada

ano, que será obtida posteriormente.

Figura 34 – Tela para coleta dos custos com insumos utilizados na construção e manutenção

dos fornos, fornalhas, dutos e demais infraestruturas.

Figura 35 – Tela para coleta dos dados relacionados à contratação de trabalhadores eventuais

para a produção de carvão vegetal.

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63

Figura 36 – Tela para coleta dos dados relacionados à contratação de trabalhadores fixos para

a produção de carvão vegetal.

Figura 37 – Tela para coleta dos dados relacionados aos custos com máquinas e equipamentos

utilizados na produção de carvão vegetal.

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64

Figura 38 – Tela para coleta dos dados relacionados ao custo de utilização da terra destinada à

Unidade de Produção de Carvão Vegetal (UPC).

Figura 39 – Tela para coleta do valor médio pago pelo frete, em R$ mdc-1 ou R$ t-1.

3.4.2.2.2 Receitas

As receitas pela venda do carvão vegetal são obtidas na última etapa de coleta de dados.

Os dados solicitados são o ano de venda, a quantidade e o preço médio, em R$ unidade de

carvão vendido-1 (Figura 40). A quantidade de carvão vegetal vendido pode ou não ser igual à

quantidade de carvão vegetal produzido, estimada na etapa de “Aspectos técnicos no balanço

de carbono da carbonização”.

A página de coleta de dados em relação às receitas pela venda do carvão é única.

Independente da forma de obtenção dos dados (valor fixo por etapa ou valores discriminados)

relacionados aos custos, os dados de receitas serão obtidos nessa etapa.

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65

Figura 40 – Tela para coleta dos dados relacionados à receita obtida pela venda do carvão.

3.4.2.2.3 Relatório 4 – Produção de carvão vegetal

O relatório final da fase de produção de carvão (Figura 41) apresenta informações dos

cadastros, os indicadores de viabilidade econômica calculados (VPL, VPE, TIR e B/C), a

situação do projeto (viável ou inviável) de acordo com cada indicador, a quantidade total de

carvão vendido durante o horizonte de planejamento, em mdc, e o custo médio de produção, em

R$ mdc-1.

Figura 41 – Relatório da etapa de produção de carvão vegetal.

4 DISCUSSÕES

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66

4.1 Aspectos técnicos

O sistema desenvolvido abrange os principais aspectos da atividade de carbonização,

que influenciam nas emissões de GEE e/ou nos custos e receitas da produção de carvão vegetal.

A primeira variável relativa ao processo produtivo é o tipo de forno. As emissões de

GEE na carbonização variam com o tipo de forno e a tecnologia adotada no processo (BAILIS

et al., 2013, SANTOS et al., 2017). O tipo de forno também influencia nos custos e riscos,

tornando o investimento mais ou menos viável economicamente (SILVA et al., 2014,

OLIVEIRA et al., 2017). Os fornos mais utilizados para a produção de carvão vegetal no Brasil

ainda são rudimentares e com baixo nível tecnológico (CARNEIRO et al., 2012), como os

fornos de encosta e tipo “rabo-quente” (BAILIS et al., 2013).

Os fornos tipo “rabo-quente” já se mostraram menos viáveis economicamente e com

maiores emissões de GEE, quando comparados a outros sistemas produtivos (BAILIS et al.,

2013, SILVA et al., 2014, OLIVEIRA et al., 2017). O primeiro ponto se justifica pelo menor

rendimento gravimétrico, menor vida útil dos fornos, maior demanda de madeira e quantidade

de fornos, para uma mesma produção de carvão (OLIVEIRA et al., 2017). As maiores emissões

de GEE se devem ao menor rendimento gravimétrico e à falta de controle das técnicas de

carbonização (BAILIS et al., 2013). Ainda assim, este é o sistema mais utilizado para produção

de carvão vegetal no Brasil (BAILIS et al., 2013).

Os impactos ambientais negativos causados por fornos com baixo nível tecnológico se

devem ao fato de que esses não são passíveis da efetivação de alternativas mais limpas, como a

instalação de fornalha para queima dos gases ou a utilização de equipamentos para controle da

temperatura. Além disso, comumente, as condições de trabalho são mais precárias, devido à

maior exposição dos trabalhadores à fumaça e elevadas temperaturas.

O sistema também inclui no seu escopo aspectos relacionados à temperatura de

carbonização. Esta variável influencia nas características do carvão vegetal produzido, nos

teores de materiais voláteis, na produção de finos, no rendimento gravimétrico, dentre outros

parâmetros (CARDOSO, 2010, OLIVEIRA et al., 2013, DAMÁSIO et al., 2015). O

monitoramento da temperatura é essencial para otimizar o processo produtivo e obter um

produto com maior qualidade (OLIVEIRA et al., 2013). Desta forma, as informações sobre a

existência, ou não, e o tipo de monitoramento da temperatura de carbonização foram

consideradas no sistema.

As características da madeira, como teor de umidade, densidade básica e teor de lignina,

influenciam no rendimento gravimétrico, qualidade do carvão vegetal e, consequentemente, nas

emissões de GEE, principalmente CO2 e CH4, durante a carbonização (CANAL et al., 2016). O

teor de umidade da madeira influencia diretamente nas emissões de CO2, sendo a característica

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67

da madeira mais importante para o monitoramento das emissões desse gás. Já as emissões de

CH4 são dependentes do rendimento gravimétrico (RG), conforme relação entre essa variável e

o fator de emissão de CH4 (Equação 9).

Tecnologias para reduzir as emissões de GEE na produção de carvão vegetal devem ser

de baixo custo aquisitivo e não podem interferir no processo de carbonização e na qualidade do

produto final (CARDOSO et al., 2010). A queima dos gases da carbonização é um mecanismo

interessante para mitigar as emissões de GEE, pois, de modo geral, não influencia no

rendimento gravimétrico e pode reduzir a produção de atiços (CARDOSO et al., 2010). O

sistema forno-fornalha, tecnologia para produção de carvão vegetal com a queima dos gases da

carbonização, tem potencial para reduzir as emissões de CH4 entre 70 (DONATO, 2017) e mais

de 90% (CARDOSO, 2010, COELHO, 2013).

O sistema desenvolvido nesse estudo considera no seu escopo, além das emissões de

CH4, que é o principal gás poluente desse processo, as emissões de CO2. Usualmente, as

emissões de CO2 pela combustão de biomassa não proveniente de desmatamento ilegal são

consideradas “carbono neutro”. Estas emissões consideram que o CO2 emitido foi,

anteriormente, absorvido no processo de fotossíntese para o crescimento da espécie vegetal.

Assim, nesses casos, a emissão desse gás dever ser reportada separadamente, enquanto as

emissões de CH4 e N2O não são consideradas neutras, pois esses gases não são absorvidos

durante o crescimento vegetal (GHG PROTOCOL, 2010).

Porém, além das emissões de GEE pela combustão da biomassa, o sistema também

considera a remoção de carbono pelas florestas plantadas, ou seja, pelas árvores que serão

utilizadas para carbonização. Desta forma, para que o balanço de carbono na atividade de

produção de carvão vegetal não superestime as remoções de carbono pelas florestas plantadas,

o sistema desenvolvido não adotou o conceito de “carbono neutro”.

A utilização de carvão vegetal na indústria de ferro e aço é um importante diferencial

brasileiro para a mitigação das emissões de GEE nesse setor (MMA, 2010, PAULA, 2014).

Usinas siderúrgicas integradas a carvão vegetal, oriundo de florestas plantadas, podem alcançar

o equivalente a 10% da emissão total de CO2 de usinas integradas a coque mineral (PAULA,

2014). Um estudo mostrou que a produção de aço utilizando coque mineral liberou

1,650 toneladas de CO2 e fixou 1,536 toneladas de O2 por tonelada de aço. Já essa mesma

produção, utilizando carvão vegetal removeu 16,336 toneladas de CO2 e regenerou 1,536

toneladas de O2 (FERREIRA, 2000).

Além da menor emissão de GEE, o carvão vegetal possui outras vantagens em relação

ao carvão mineral, como o menor teor de enxofre (FERREIRA, 2000); menor desgaste do alto-

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forno; menor temperatura de operação do alto-forno, acarretando menor perda térmica; e menor

consumo de energia (CGEE, 2010, PAULA, 2014). Esses aspectos afirmam o ganho ambiental

da substituição de coque mineral pelo carvão vegetal no setor siderúrgico.

Em relação às etapas de viabilidade econômica, os custos envolvidos na obtenção da

matéria prima para produção de carvão vegetal influenciam na tomada de decisão quanto ao

tipo de obtenção (compra ou plantio próprio). O sistema permite comparar o custo médio de

obtenção da madeira pela compra e pela sua produção, auxiliando na tomada de decisão pela

opção mais viável.

A demanda por mão de obra e, consequentemente, os custos envolvidos com essa

variável dependem dos processos e tecnologias utilizados para a carbonização, podendo tornar

um projeto mais ou menos viável economicamente (SILVA et al., 2014). O sistema considera a

contratação de trabalhadores eventuais e fixos, com a possibilidade de n trabalhadores,

buscando abranger diversas situações relacionadas à mão de obra no processo de carbonização.

O preço da terra, junto à implantação do projeto, pode representar mais de 60% dos

custos para a produção de madeira, não podendo ser desprezado no custo final (ALVES et al.,

2015). Por isso, no sistema considera-se o custo de utilização da terra, em todos os anos do

horizonte de planejamento, tanto na etapa de plantio próprio, quanto para a produção de carvão

vegetal.

4.2 Aplicabilidade do sistema

O sistema desenvolvido possui caráter inovador e grande relevância no auxílio à tomada

de decisões quanto às formas de produção mais limpas e mais eficientes, em relação às

características do processo produtivo.

Uma crescente preocupação mundial com as mudanças climáticas é notória em diversos

setores, inclusive no siderúrgico. Isso incentivou a busca por alternativas mais limpas de

produção (PINTO et al., 2018) e a elaboração de diretrizes que orientam às alternativas de

produção com baixa emissão de carbono. Um exemplo já citado é a Deliberação Normativa

COPAM nº 227, de 2018 (DN 227/2018) (MINAS GERAIS, 2018), aprovada pelo Estado de

Minas Gerais.

A DN 227/2018 estabelece, entre outras providências, os limites máximos de emissão

de poluentes atmosféricos. As UPCs deverão realizar estudos de dispersão das emissões

atmosféricas e, com base nos resultados, poderão ser solicitados às UPCs o monitoramento da

qualidade do ar e a adoção de outras práticas e procedimentos para melhoria do processo

produtivo, além do que já é estabelecido pela própria DN.

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69

O sistema desenvolvido, por englobar diversas variáveis que influenciam nas emissões

de GEE, pode ser aplicado por órgãos públicos, a fim de estabelecer limites máximos de

emissões atmosféricas. Além disso, o sistema pode auxiliar os gestores de UPCs no

monitoramento das emissões e demais aspectos exigidos pela DN 227/2018, e auxiliará,

também, na tomada de decisões quanto à implementação ou não de tecnologias para a redução

das emissões de GEE, uma vez que fornece uma estimativa desses valores.

Além disso, o sistema apresenta grande potencial no auxílio à tomada de decisões,

quanto às formas de produção, por produtores de carvão vegetal, pois permite identificar quais

variáveis que mais influenciam na produção, nas emissões e na viabilidade econômica,

permitindo a alteração de cada uma delas, a fim de promover melhorias nos processos de

produção, tornando-o mais sustentável.

5 CONCLUSÕES

O sistema desenvolvido possui potencial para calcular o balanço de carbono de acordo

com vários aspectos técnicos relacionados à madeira e à carbonização, além de permitir a

análise de viabilidade econômica em diferentes cenários da produção de carvão vegetal, pois:

- Considera as principais variáveis que influenciam nas emissões de GEE;

- Fornece um indicador que relaciona a emissão de GEE de cada simulação à produção

de ferro-gusa;

- Calcula os principais indicadores de viabilidade econômica e fornece a situação do

projeto

(viável ou inviável) de acordo com cada indicador;

- Não tem restrições quanto ao número de simulações que podem ser feitas.

O sistema possui caráter inovador e pode ser utilizado por órgão gestores, para auxiliar

a criação de novas diretrizes para a produção de carvão vegetal com baixa emissão de carbono

e o monitoramento das emissões. Além disso, o sistema auxilia na tomada de decisões quanto

às opções de produção mais limpas e viáveis economicamente, tendo grande relevância em sua

utilização pelos produtores de carvão vegetal no país.

As emissões de GEE consideradas no sistema foram aquelas provenientes apenas do

processo de carbonização (transformação da madeira em carvão vegetal). Sugere-se, para

futuros aprimoramentos do sistema, a inclusão das emissões de outras fontes, como, por

exemplo, aquelas oriundas de:

- Atividades relacionadas à produção de madeira;

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70

- Transporte de madeira até a UPC;

- Transporte do carvão vegetal da UPC até a siderurgia.

Além dessas novas fontes emissoras, sugere-se realizar o balanço dos gases

condensáveis, considerando as emissões e a remoção, que pode ocorrer pela recuperação desses

gases.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – Relação entre densidade à granel do carvão vegetal, em kg mdc-1, e densidade

básica da madeira, em kg m-3

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78

Densidade básica da

madeira (kg m-3)

Densidade à granel

do carvão (kg mdc-1) % Fonte

570,0 218,1 38,3 Cardoso, 2010

570,0 218,1 38,3 Cardoso, 2010

570,0 220,8 38,7 Cardoso, 2010

570,0 220,8 38,7 Cardoso, 2010

420,0 179,0 42,6 Oliveira, 2012

420,0 178,0 42,4 Oliveira, 2012

420,0 181,0 43,1 Oliveira, 2012

420,0 184,0 43,8 Oliveira, 2012

420,0 179,0 42,6 Damásio et al., 2015

420,0 181,0 43,1 Damásio et al., 2015

460,0 156,4 34,0 Donato, 2017

470,0 156,4 33,3 Donato, 2017

Média 39,9

APÊNDICE B – Teores de carbono fixo (TCF), em %

TCF (%) Fonte

82,6 Cardoso, 2010

82,6 Cardoso, 2010

75,5 Cardoso, 2010

75,5 Cardoso, 2010

83,1 Oliveira, 2012

81,7 Oliveira, 2012

82,2 Oliveira, 2012

81,9 Oliveira, 2012

76,7 Arruda et al., 2011

76,7 Arruda et al., 2011

72,7 Costa, 2012

75,5 Costa, 2012

67,7 Costa, 2012

84,3 Costa, 2012

Page 79: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

79

88,6 Costa, 2012

83,1 Damásio et al., 2015

81,9 Damásio et al., 2015

73,0 Reis et al., 2012a

71,8 Reis et al., 2012a

74,0 Reis et al., 2012a

74,4 Reis et al., 2012a

80,2 Neves et al., 2011

81,0 Neves et al., 2011

79,7 Neves et al., 2011

79,2 Neves et al., 2011

81,3 Neves et al., 2011

79,3 Neves et al., 2011

74,0 Reis et al., 2012b

73,0 Reis et al., 2012b

74,5 Reis et al., 2012b

79,9 Assis et al., 2012

79,2 Assis et al., 2012

79,2 Assis et al., 2012

78,9 Assis et al., 2012

79,5 Assis et al., 2012

77,4 Castro et al., 2013

77,6 Castro et al., 2013

75,8 Castro et al., 2013

76,5 Castro et al., 2013

76,6 Castro et al., 2013

75,1 Castro et al., 2013

74,3 Castro et al., 2013

Continua... Continuação...

Page 80: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

80

76,4 Castro et al., 2013

75,5 Castro et al., 2013

74,7 Castro et al., 2013

75,8 Castro et al., 2013

72,9 Castro et al., 2013

74,9 Castro et al., 2013

73,9 Castro et al., 2013

73,9 Castro et al., 2013

73,6 Castro et al., 2013

74,4 Castro et al., 2013

76,0 Brito e Barrichelo, 1977

77,0 Brito e Barrichelo, 1977

74,3 Brito e Barrichelo, 1977

76,4 Brito e Barrichelo, 1977

77,8 Brito e Barrichelo, 1977

74,0 Brito e Barrichelo, 1977

78,2 Brito e Barrichelo, 1977

73,5 Brito e Barrichelo, 1977

74,0 Brito e Barrichelo, 1977

75,0 Brito e Barrichelo, 1977

69,3 Trugilho et al., 2005

70,3 Trugilho et al., 2005

64,8 Trugilho et al., 2005

69,5 Trugilho et al., 2005

70,1 Trugilho et al., 2005

72,5 Trugilho et al., 2005

71,6 Trugilho et al., 2005

70,4 Trugilho et al., 2005

67,0 Trugilho et al., 2005

70,0 Trugilho et al., 2005

67,8 Trugilho et al., 2005

66,2 Trugilho et al., 2005

71,3 Trugilho et al., 2005

68,4 Trugilho et al., 2005

69,7 Trugilho et al., 2005

66,7 Trugilho et al., 2005

71,2 Trugilho et al., 2005

66,1 Trugilho et al., 2005

77,6 Trugilho et al., 2001

79,9 Trugilho et al., 2001

80,5 Trugilho et al., 2001

81,6 Trugilho et al., 2001

78,2 Trugilho et al., 2001

80,7 Trugilho et al., 2001

Page 81: LAUANA BLENDA SILVA - UFV

81

78,7 Trugilho et al., 2001 Continua... Continuação...

79,7 Trugilho et al., 2001

76,2 Trugilho et al., 2001

78,5 Trugilho et al., 2001

74,8 Brito et al., 1983

74,3 Brito et al., 1983

71,2 Brito et al., 1983

72,6 Brito et al., 1983

73,3 Brito et al., 1983

74,0 Brito et al., 1983

72,2 Brito et al., 1983

71,2 Brito et al., 1983

72,2 Brito et al., 1983

71,7 Botrel et al., 2007

73,6 Botrel et al., 2007

74,1 Botrel et al., 2007

74,1 Botrel et al., 2007

73,4 Botrel et al., 2007

76,3 Botrel et al., 2007

76,9 Botrel et al., 2007

74,9 Botrel et al., 2007

73,2 Botrel et al., 2007

75,2 Vital et al., 1989

77,4 Vital et al., 1989

77,9 Vital et al., 1989

78,2 Vital et al., 1989

77,3 Vital et al., 1989

69,4 Barcellos, 2007

70,8 Barcellos, 2007

69,3 Barcellos, 2007

72,8 Barcellos, 2007

71,9 Barcellos, 2007

79,2 Donato, 2017

79,1 Donato, 2017

75,3 Média