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Setembro de 2017 Edição: 372 Ano: XXXII 1,25€ Director: Rui Rama da Silva Lousã Páginas 14 e 15 Lourosa Páginas 22 e 23 Murça Páginas 28 e 29 Novos PEM/ INEM Presidente da LBP defende necessidade de acertar passo Página 32 Página 7 Página 6 Página 9 Página 5 CONSELHO NACIONAL LBP Presidente honorário visita nova sede Consensos marcam encontro Conhecidas listas concorrentes Nova Casa dos Bombeiros Eleições na LBP ANTES DEPOIS DEPOIS ANTES

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S e t e m b r o   d e   2 0 1 7   Edição:  372  Ano:  XXXII  1,25€  Director:  Rui  Rama  da  Silva

Lousã Páginas 14 e 15

Lourosa Páginas 22 e 23

Murça Páginas 28 e 29

Novos PEM/ INEM

Presidente da LBP defende necessidade de acertar passoPágina 32

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CONSELHO NACIONALLBP

Presidente honorário visita nova sede

Consensosmarcam encontro

Conhecidas listas concorrentes

Nova Casa dos Bombeiros

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2 SETEMBRO 2017

Os francesismos da modaDaqui ou dali surgem ditos,

mexericos, nem se po-dem chamar notícias, que

fazem crer estar para cair uma hecatombe sobre os bombeiros. Não é a primeira vez que tal se “anuncia” nem será, por certo, a última.

Estamos integrados na socie-dade, nascemos dela, para ela trabalhamos e, por isso, tam-bém estamos sujeitos às latera-lidades próprias da mesma so-ciedade. Nelas incluem-se des-mandos, incongruências, ca-briolices até, que ora emergem, regurgitam, ou pura e simples-mente vão e vêm sem que de-las se conheça o suficiente ou valha dar muita importância. Bocas, como se diz em lingua-gem comum.

Haverá alguém que pense fa-zer crer que somos “presa” fá-cil, da nossa própria generosi-dade e apego à causa, do me-diatismo, da opinião pública, do diz que disse, dos mexericos, até dentro do nosso próprio uni-verso.

Essas atitudes, quais nódoas sociais, que, quando desmasca-radas, tentam desvanecer-se por aplicação de qualquer pro-duto milagroso, mesmo assim, persistem. Pretendem fazer mossa, pretendem causar da-nos, desacreditar as mulheres e homens e as suas instituições, mas conforta-nos a certeza de que, em resposta lapidar, o tra-balho de todos elas e eles de-monstra à evidência as suas qualidades e capacidades in-trínsecas à sua missão de pro-tecção e socorro.

Fazemos parte da sociedade, temos um papel a desempenhar nela, que assumimos, (também há na sociedade quem não sai-ba o que anda a fazer mas que se prodigaliza em meros palpi-tes) e é nesse sentido que a nossa postura e atitude se de-verá manter.

Fazemos parte da sociedade, participamos nela, interagimos com ela e mantemos a legitimi-

dade e a responsabilidade de quem tomou a iniciativa, de moto próprio, de salvaguardar a protecção e o socorro dos conci-dadãos. E, à partida, importa ressalvar que assumimos essas missões em função das nossas capacidades e potencialidades, que pomos ao serviço da socie-dade, mas também para cujo desempenho importa garantir os recursos, incluindo a neces-sária sustentabilidade, que cabe a ela garantir-nos.

Não desdenhamos a crítica nem o douto conselho mas não suportamos nem admitimos que queiram decidir por nós, seja na tentativa da desrespon-sabilização da sociedade e do Estado relativa aos recursos que lhes cabe garantir-nos, seja para que nos queiram tentar transformar em “borracha” para apagar os erros que os outros cometem.

Não estamos cá para os fre-tes de quaisquer interesses, grupos ou entidades alheias que por sistema optam por en-vergar a fatiota de cordeiro quando, de facto, cuidam ape-nas do que é seu ou do que apenas lhes interessa.

Dizem (quem?) que já não haverá mais dinheiro para os

bombeiros ou, dito de outra for-ma, que o dinheiro destinado aos bombeiros vai ser desviado para a prevenção.

Lembremo-nos que as asso-ciações de bombeiros são estru-turas pensadas e desenvolvidas à escala local. Foi assim que fo-ram pensadas e é nessa lógica que se mantém e desenvolvem.

Antes, só episodicamente os bombeiros eram chamados de forma solidária a intervir fora das suas zonas e regiões no combate a incêndios.

E, ao longo do tempo, todos sabemos, inclusive hoje, a ex-cepção quase passou a ser re-gra. Exemplo disso são os mui-tos milhares de bombeiras e bombeiros que este ano se têm prodigalizado ao longo do país, longe das suas terras de ori-gem, na defesa das pessoas, dos seus bens e do património natural de regiões distantes.

Essa inversão dos princípios e do próprio modelo subjacente, que tende a transformar a ex-cepção na regra, implica um conjunto de circunstâncias, in-cluindo crescentes custos eco-nómicos e sociais que importa analisar e sobre os quais tirar as devidas conclusões. Analisar e concluir se, de facto, o actual

quadro estabelecido para o combate aos incêndios flores-tais cobre todos esses custos, económicos e sociais, se cobre os impactos que causa, directa ou indirectamente, quer nas zo-nas de origem dos operacionais e nas suas associações, quer nas zonas para onde se deslo-cam solidariamente.

Se só nos confinarmos às nossas zonas de intervenção, às nossas áreas e localidades, de facto, não estamos a fazer nada que, na verdade, não es-teja consignado nas regras vi-gentes, nos princípios, na pró-pria lei ou até nos estatutos das respectivas associações. Isso quer dizer que o contrato social que as associações estabele-cem com as respectivas comu-nidades mantém-se activo e eficaz. Para além de tudo, por-que cumpre na íntegra os de-sígnios para que os bombeiros foram criados no seio das co-munidades locais.

Quando ultrapassamos essa escala é por que, a esse contra-to social local, cujo cumprimen-to continuamos a assegurar, entendemos também assumir outra fatia extra de responsabi-lidade perante a adversidade que atinge os outros. Esse des-

dobramento implica deslocar outros meios humanos e mate-riais para outras zonas ou re-giões.

E, por essa acção dupla, os bombeiros ficam credores de ainda maior reconhecimento social e as respectivas associa-ções, também, do devido e ver-dadeiro ressarcimento material.

Sobre o futuro, os ditos e mexericos que por ai pululam, querem-nos fazer crer que po-derá deixar de ser assim. Uns dizem que pretendem associar os bombeiros, não só ao com-bate mas também à prevenção. Outros, ainda, fazem constar que o combate vai ser “profis-sionalizado” e que os bombeiros voluntários virão a ter um papel secundário.

Nem estes, nem outros hipo-téticos cenários nos devem as-sustar. Em primeiro lugar, por que não será a primeira vez que ouvimos falar deles. Em segun-do lugar, por que a questão não estará nos próprios eventuais cenários mas na nossa postura, na nossa atitude e na coesão com que actuarmos perante eles e perante quem os apre-senta.

Em terceiro lugar, por que confio plenamente nos dirigen-tes dos bombeiros, nomeada-mente nos actuais, para a devi-da condução deste processo.

Um dos ditos postos a correr este ano, mais uma vez, diz respeito à falada “profissionali-zação” do combate. E é adian-tado que o modelo francês será o ideal.

No fundo, trata-se de fazer a destrinça entre a opção nacio-nal de ser voluntário e a opção francesa em encontrar voluntá-rios para supletivamente apoiar os profissionais.

Julgo que não cabe menori-zar ou desvalorizar o modelo francês, como tantos outros co-nhecidos. Mas neste juízo im-porta proceder à análise desses modelos como realmente são, com fragilidades e potencialida-

des próprias e não como tantas vezes alguns possam fazer crer de forma enganadora e ilusória.

Ao longo da história de Portu-gal é comum encontrarmos erupções de francesismos leva-dos ao máximo expoente, muito chique, muito à moda.

As soluções fáceis e rápidas partem sempre de quem, muito á moda, ou não conhece a rea-lidade ou, conhecendo-a, con-tudo, não tem o cuidado de avaliar nem acautelar os termos nem o alcance das mudanças que preconizam.

Reflictamos bem, sem reser-vas mentais nem tabus, sem te-mores nem pudores, sem se-bastianismos nem saudosis-mos, ou com as contas mal fei-tas do passado.

Façamo-lo, não a reboque de modas mas no respeito pelas origens, pelos princípios e pelas missões que queremos conti-nuar a cumprir em prol dos ou-tros. Esse é o ensinamento que eu próprio tiro como bombeiro que fui, há muitos anos, e diri-gente há mais de 25.

Não haverá modelos perfei-tos, essa é a única certeza que tenho. Mas também não acredi-to, como tantos outros, em so-luções milagrosas, inclusive quando renascem ou surgem em momentos particularmente sensíveis, qual encantamento alimentado apenas por ditos e mexericos.

Andar simplesmente à moda pode ser chique mas, definitiva-mente, não é o nosso caminho nem a nossa forma séria de pensar e de responder à reali-dade.

Por isso, não acredito em mensagens que, podendo apa-rentar ser modernas, de facto, são requentadas e retardadas mas que as modas propaladas por alguns nos querem fazer passar como o melhor, quais fogos-fátuos que também iludi-ram no passado os navegadores

Artigo escrito de acordocom a antiga ortografia

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) ma-nifesta a sua preocupação relativamente à

redução do número de meios, humanos e mate-riais, afectos ao combate aos incêndios flores-tais.

No processo de transferência da fase Charlie para a fase Delta, no âmbito do DECIF, decorreu uma redução de meios que nalguns distritos pode chegar a mais de 85 por cento

A LBP defende que essa redução não deverá

ser superior a 40 por cento de modo a garantir a quantidade e disponibilidade de meios funda-mentais para o combate.

As condições climatéricas, o alerta amarelo, com temperaturas que se mantém altas e níveis de risco significativo aconselham a isso.

A LBP entende e alerta que a ANPC tenha em conta essa preocupação para além de qualquer tipo de medida economicista incompatível com os riscos que se fazem sentir.

INCÊNDIOS FLORESTAIS

LBP preocupada com redução de meios

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3SETEMBRO 2017

A Liga dos Bombeiros Portugue-ses (LBP) tem estado a acom-panhar com toda a atenção, e

a maior responsabilidade que o caso requer, tudo o que se está a passar na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

A LBP, como fizemos questão de afirmar em comunicado recente, considera que a profunda instabilida-de que se vive nesta estrutura do Es-tado só não teve repercussões maio-res, porque os Bombeiros Portugue-ses, hoje como sempre, em todos os momentos e nos momento difíceis, em particular, mantém a necessária serenidade e coesão como garante principal da segurança das vidas e haveres de todos os Portugueses.

Perante esta situação lamentável, que considera preocupante, a LBP entendeu também solicitar à tutela que tome as necessárias e urgentes decisões para repor rapidamente a estabilidade que se impõe.

Não obstante a situação em cau-sa, a LBP reafirmou ainda aos Portu-gueses a garantia de que a proteção e o socorro que aos Bombeiros com-pete estão absoluta e permanente-mente garantidos.

Como é sabido, os bombeiros são os voluntários mais qualificados do país, seja pela formação que lhes é ministrada ao longo da carreira, pe-las competências que vão obtendo a título individual ou coletivo, seja pelo grau de apuro técnico que exi-gem a si próprios. No âmbito da pro-teção civil, como é bem sabido, são também qualitativa e quantitativa-mente os principais agentes. Tudo em prol dos nossos concidadãos, do nosso património económico, histó-rico e ambiental.

Esta grandiosa e valiosa estrutura há muito que exige um Comando Autónomo. Um Comando dimensio-nado às reais necessidades opera-cionais do nosso país.

Há muito, de facto, temos alerta-do sucessivos responsáveis gover-namentais e as próprias estruturas do Estado, para essa necessidade.

E entendemos, também, como te-

mos repetidamente dito, que esse Comando decorre da existência de uma Direção Nacional de Bombeiros (DNB), autónoma, independente e com orçamento próprio. DNB cujos responsáveis sejam nomeados pela tutela mas sob proposta da LBP, en-quanto legítima representante das estruturas dos Bombeiros.

Não nos cansaremos de repetir isso. Anima-nos a convicção da jus-teza e da lógica dessa medida, que mais não fará que corresponder à necessidade, à polivalência e à di-mensão da estrutura dos Bombeiros.

Como é sabido, e temos alertado para o efeito, por força da legislação em vigor, todos os agentes de prote-ção civil elencados na lei de bases, com exceção dos Bombeiros, pos-suem as suas estruturas de coman-do autónomo.

Por isso, lamentamos e reiterada-mente reclamamos para o facto da ANPC, entidade a quem deveria ca-ber apenas a coordenação, acabe por desempenhar o duplo papel da coordenação e também do comando operacional dos corpos de bombei-ros.

Ninguém se revê no modelo de comando operacional da sua estru-tura por parte de terceiros, estra-nhos à organização, como acontece entre os Bombeiros e a ANPC. E se quisermos fazer uma análise compa-rativa, também não encontramos na Europa nem no Mundo qualquer mo-delo deste tipo. Neste caso, a origi-nalidade não tem trazido nada de bom aos bombeiros portugueses e ao próprio país.

O modelo que preconizamos, de DNB autónoma, independente e com

orçamento próprio, assegurado pelo Estado, e respetivo Comando Autó-nomo, irá ainda, para além de maior eficácia, permitir também econo-mias e redução de custos significati-vos em relação ao atual.

Esse modelo está definido aos di-ferentes níveis, nacional, regional, distrital e municipal, e compaginado com as zonas operacionais. Será a forma de corrigir os erros do passa-do, nomeadamente, o facto do co-mando hierarquizado dos corpos de bombeiros ter sido amputado pela Lei Orgânica da ANPC e pelo próprio Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS).

Reivindicamos há muito uma DNB que não seja só de nome mas que seja de facto.

Exigimos um novo modelo, e con-sequentes novas abordagens sobre

a proteção e socorro. E, apesar de lamentarmos, a verdade não deixa de nos dar razão. Estamos cientes que, inclusive, muita da instabilida-de que hoje se verifica no seio da ANPC, porventura, teria sido evitada caso os Bombeiros dispusessem da sua DNB e do seu Comando Autóno-mo e tudo funcionasse nessa lógica.

Há muito que previmos esta tor-menta e alertámos para ela e para as suas consequências. Mas não fi-cámos só por aí. Também, há muito, apontámos o caminho.

Os Bombeiros nunca quiseram, nem querem fazer parte do proble-ma. Como sempre, e agora por es-pecial razão, repetem que só que-rem fazer parte da solução. Essa foi sempre a nossa posição e não ire-mos abdicar dela, por convicção e por direito.

Previmos a tormenta, alertámos e apresentámos a solução

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4 SETEMBRO 2017

Assume-se como rendida à causa e às coisas dos bom-

beiros, patenteada no serviço que presta á Associação Huma-nitária de Bombeiros de Parede – “Amadeu Duarte” é designer gráfico, nasceu no Monte Esto-ril, reside na Parede, tem 46 anos, chama-se Maria Dulce Lima e é a vencedora do con-curso promovido pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) para a criação do logótipo do 43.º Congresso da Liga dos Bombeiros Portugueses, que decorre em Fafe, entre 27 e 29 de outubro próximo.

Dulce começou pela fotogra-fia, mas nos últimos anos está muito mais dedicada ao design, que lhe ocupa grande parte do tempo. Nesta área faz “de tudo um pouco” até como faz ques-tão referir “nunca vira as costas a um desafio”. Casada e com duas filhas, ainda arranja tem-po para se dedicar ao artesana-

to urbano - “para as manualida-des” - que funcionam como ho-bby, mas que servem de com-plemento e estimulam e criatividade que é afinal a ma-téria-prima da profissional.

Num destes dias, o jornal Bombeiros de Portugal foi co-nhecer o rosto da imagem do mais importante encontro da confederação, que congrega di-rigentes e operacionais do con-tinente e ilhas na escolha do próximo presidente da LBP bem como de toda a equipa que será a voz do setor nos próximos quatro anos.

A designer, responsável pelo gabinete de comunicação dos Voluntários da Parede, não es-conde a surpresa da escolha, tendo em conta que este era um concurso nacional, da mes-ma forma que se manifesta muito satisfeita pelo reconheci-mento numa área que lhe é muito grata, com a qual tem a

“maior satisfação” em poder co-laborar.

“Tive que estudar o tema, re-correr á história da cidade mas, rapidamente elegi os elementos a usar, depois, obviamente fiz várias experiências até chegar ao trabalho que enviei. Construí tudo de raiz o que tornou o de-safio mais complexo”, explica a nossa interlocutora.

Com uma simpatia natural e humildade genuína refere que estava de férias quando o co-mandante Pedro Araújo lhe fez o desafio que aceitou de ime-diato colocando-se em campo e avançou com a pesquisa que lhe permitiria satisfazer todos os requisitos do concurso, que impunha a utilização da simbo-logia dos bombeiros mas, tam-bém, marcas da cidade de Fafe que acolhe o congresso eletivo e nesse aspeto não teve dúvi-das em procurar inspiração na arquitetura dos “brasileiros”

que constitui um dos traços marcantes no urbanismo da ci-dade de Fafe.

O capacete, o machado e, ainda que de forma descons-truída, a azulejaria multicolori-da do casario de um território marcado pela emigração para o Brasil, são pois a marca do tra-balho desenvolvido por Maria Dulce Lima que, entretanto, as-sina também o cartaz e restan-te material gráfico que perso-naliza e distingue esta reunião magna dos bombeiros de Portu-gal bem como da imagem da PROSEG, a feira/exposição de materiais e equipamentos de proteção, prevenção, seguran-ça, socorro e combate a incên-dios, certame também promo-vido pela LBP e que decorre em simultâneo com o congresso, também nesta cidade do distri-to de Braga.

43.º CONGRESSO DA LBP

Dulce Lima assina proposta vencedora

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O bombeiro é uma figura consen-sual, admirada reconhecida e

acarinhada pela sociedade, sobretudo no nosso País onde a esmagadora maioria das mulheres e homens que assumem esta missão o fazem de for-ma voluntária, sem auferirem um cêntimo, mas, ainda assim, cumprin-do uma série de exigências. Dão tem-po e saber à comunidade, arriscam a vida em prol do seu semelhante. Dei-xam a casa a família, vão mesmo sem saberem se voltam.

Rejeitam ser especiais, mas são, certamente, diferentes, tal como são as suas mães, pais, mulheres, mari-dos ou filhos, que acabam por ser, também, militantes da causa.

O presidente da Liga dos Bombei-ros Portugueses nas suas interven-ções um pouco por tudo o País, nunca esquece o que designa de “retaguar-da avançada”, porque na verdade é nela que os bombeiros encontram forças quando vão, quando lá estão e, certamente, um refugio no ansiado regresso a casa.

Cecília Tomé e Marina Rodrigues, as companheiras de dois dos bombei-ros de Castanheira de Pera, apanha-das pelas chamas de Pedrógão, são o exemplo dessa extraordinária cora-gem, que parece não esmorecer, até mesmo quando a tragédia lhes muda a vida.

Num destes dias, o comandante dos Voluntários de Maceira, na ceri-mónia comemorativa do 35.º aniver-sário da associação falou às famílias dos seus operacionais, colocando emoção nas palavras que ganham ainda mais peso e um outro sentido depois de um verão tão difícil para os

bombeiros de Portugal e, por conse-quência, para todos aqueles que se-manas a fio, com o coração nas mãos e o credo na boca, aguardaram o re-gresso da filha, do pai, da neta ou do marido.

Em jeito de tributo aos familiares dos nossos soldados paz, aqui repro-duzimos a mensagem do comandan-te dos Voluntários da Maceira:

“Suspeito que é difícil amar um Bombeiro. Seja este amor de uma esposa ou marido, de um namorado ou companheira, de um filho ou de um pai, de um irmão ou um amigo.

Ser bombeiro é sair sem olhar para trás. É ouvir a sirene e esquecer as idas à praia, os almoços de do-mingo, os fins de semana fora, as saídas à noite, os convívios e com-promissos.

Ser bombeiro é ir sem pensar nos que ficam, mas ainda assim levá-los no coração. Mesmo que não o digam nem o demonstrem, nunca é fácil ser-se ausente.

Ser bombeiro é regressar a casa,

esse regresso tão ansiado por vós, mesmo que este não traga paciência e atenção, mas sim cansaço e neces-sidade de sossego e compreensão.

Suspeito que seja difícil compreen-der tamanha entrega e compromisso a uma camisola. Camisola essa que não traz bens materiais para casa, mas decerto trará orgulho!

É por isso que me dirijo a vós, fa-miliares e amigos, tantas vezes pre-judicados por um bem maior, agra-decendo o apoio que dão aos nossos soldados da paz. Da roupa que apru-mam à pressa tão cuidadosamente para podermos regressar,

No fundo, vocês acabam por amar esta farda tanto como nós.

Obrigado também por saberem, que mesmo regressando do combate em localidades mais distantes, te-mos ainda os dias de piquete a cum-prir, não deixando que esta ausência vos marque”.

Obrigada comandante Luís Ferrei-ra.

Sofia Ribeiro

JORNAL@LBP

“Suspeito que é difícil amar um bombeiro”

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5SETEMBRO 2017

As federações distritais dos bombeiros estiveram reuni-

das, no passado dia 21 de se-tembro, na nova sede da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). Este encontro de traba-lho foi antecedido de uma visita ao requalificado Palácio de São Cristóvão, que teve como cice-rone, Jaime Marta Soares, pre-sidente da confederação.

A nova casa dos bombeiros dispõe de condições de excelên-cia para a acolher os serviços da LBP, mas também para receber os bombeiros de todo o Pais que

recorrentemente se deslocam à capital para tratar dos mais va-riados assuntos e até para a aquisição de fardamento. As sa-las amplas e com muita luz, os espaços exteriores, as áreas de receção são os pontos fortes da sede do Lumiar, que disponibili-zam, ainda, uma ampla área de parqueamento, em contraponto com o que acontece nas atuais instalações da Rua Eduardo de Noronha, onde o estacionamen-to constituiu um problema.

Os representantes das fede-rações puderam conhecer todos

os espaços que aguardam ape-nas a colocação dos equipa-mentos de mobiliário, preven-do-se que mudança para a nova casa esteja para breve, muito embora o LBP não avance com datas.

Depois de uma demorada vi-sita, devidamente, apoiada e comentada por Jaime Marta Soares, os responsáveis federa-tivos foram convidados, conjun-tamente com os elementos do conselho executivo da LBP, a “inaugurar” o auditório da nova sede, com uma reunião traba-

lho, que no essencial visou ali-nhar estratégias em matérias tão importantes como a lei do financiamento e o Cartão Social do Bombeiro, dois dossiers im-portantíssimos para o setor cuja aplicabilidade, mas, sobre-tudo, eficácia dependem dos contributos dos bombeiros de todo o País.

Às propostas da tutela ao quadro legislativo em vigor em matéria de financiamento, a LBP junta outras, nomeada-mente o valor do orçamento de referência e a dotação dos valo-

res a transferir para as entida-des detentoras de corpos de bombeiros, bem como a com-pensação das reduções decor-rentes da aplicação da fórmula de cálculo.

O Cartão Social do Bombeiro uma exigência antiga dos bom-beiros, que a tutela assumiu, entretanto, como bandeira, es-teve uma vez mais a discussão, motivou várias intervenções dos responsáveis das federa-ções que tiveram a oportunida-de de analisar um memorando de alteração a uma proposta do

Ministério de Administração In-terna e que visa “tornar mais favorável o exercício da ativida-de de bombeiro voluntário”. Esta é aliás uma questão funda-mental para muitas associações e corpos de bombeiros que, há muito, clamam por incentivos ao voluntariado que permitam fixar os efetivos nos quartéis, pois só assim é possível dar resposta ao crescente número de solicitações e enfrentar de forma eficaz aos crescentes de-safios do setor.

Sofia Ribeiro

LBP

Auditório do Palácio de S. Cristóvão recebe federações

O Presidente Honorário da Liga dos Bombeiros Portu-

gueses (LBP), Padre Vítor Melí-cias, visitou recentemente a Nova Casa dos Bombeiros, nova sede da confederação, no Palá-cio de S. Cristóvão, no Lumiar, em Lisboa.

Durante a visita, realizada a convite do presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soa-res, o Padre Vitor Melícias ma-nifestou-se agradado pelo tra-balho realizado na recuperação primorosa de um edifício histó-rico que se encontrava profun-damente degradado, pela sua

localização e boa acessibilidade para quem, nomeadamente, venha de fora de Lisboa, e pelas boas condições que a nova sede oferece ao funcionamento dos serviços e dos órgãos sociais.

A visita, que foi também acompanhada por muitos ele-mentos do conselho executivo, permitiu avaliar a polivalência que a nova sede vai garantir ao funcionamento da LBP, inclusi-ve, com a instalação do depar-tamento de fardamento no mesmo local.

Os diferentes espaços do edi-fício vão permitir inclusive reali-

zar muitas reuniões que antes, por exiguidade de espaço da atual sede, tinham que realizar--se noutros locais.

A Nova Casa dos Bombeiros será inaugurada em breve com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Essa presença foi garan-

tida pelo próprio pouco depois da sua tomada de posse e aquando da primeira reunião havida no Palácio de Belém com o conselho executivo da LBP.

O Presidente Honorário da LBP irá benzer então a nova sede, conforme confirmou du-rante a visita que realizou.

NOVA CASA DOS BOMBEIROS

Presidente honorário visitou o edifício restaurado

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6 SETEMBRO 2017

A Nova Casa dos Bombeiros, cuja inauguração se aguarda para breve, está pronta a ser utilizada depois de um aturadoe atento trabalho de restauro, recuperação e adaptação às novas funções do Palácio de S. Cristóvão, no Lumiar, em Lisboa,

onde passarão a funcionar todos os serviços da Liga dos Bombeiros Portugueses.Nesta página seremos lacónicos nas palavras mas concludentes nas imagens, que traduzem, à evidência, as profundas alterações

realizadas. Por isso, a nossa introdução fica por aqui e as imagens dizem tudo o resto.

NOVA CASA DOS BOMBEIROS

O antes e o depois identificam o trabalho feito

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7SETEMBRO 2017

O conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Por-tugueses esteve reunido

em Vila Nova de Famalicão ten-do como ordem de trabalhos a análise e votação dos regula-mentos do Ato eleitoral e do Funcionamento do 43.º Con-gresso Nacional da confedera-ção, bem como a aprovação da atribuição do colar de mérito à Simoldes, na pessoa do co-mendador António da Silva Ro-drigues e da Fénix de Honra ao comandante (QH) Matos Fer-nandes, dos Voluntários de Campo de Ourique. Este en-contro serviu ainda para a re-flexão e discussão de várias questões que, depois de um verão infernal, marcado pela tragédia e pela denúncia da fa-lha de um sistema e de uma estrutura que, há muito, os bombeiros exigem que sejam repensados.

Ainda antes do início dos tra-balhos uma imponente forma-tura dos Voluntários Famalicen-ses recebeu os conselheiros e os elementos dos vários órgão da confederação, bem como as entidades convidadas, nomea-damente o vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Ricardo Mendes, a 2.ª comandante distrital de Braga da Autoridade Nacional de proteção Civil, Marinha Isa-bel Esteves, para além de re-presentantes das forças vivas do concelho e das associações de bombeiros locais e distritais.

A abrir a sessão, o presiden-te da direção dos Famalicenses, anfitriões do encontro, come-çou por enaltecer a missão dos bombeiros, falou dos desafios das associações humanitárias,

centrados na escolha entre “su-cumbir à subsídio dependência ou lutar pela dignidade”, sendo que se impõe da tutela “respei-to institucional e efetivo”.

Dirigindo-se aos conselhei-ros em representação de todo o País, António Meireles conside-rou que “este é momento e nada nem ninguém tem o direi-to de comprometer o futuro dos bombeiros Portugueses”, alertando que “quem coordena meios que não detém, não tem legitimidade, nem sabe coman-da-los. Ficou provado e foi do-lorosamente comprovado”, su-blinhou o dirigente aludindo às graves ocorrências deste ve-rão, que apenas permitiriam demonstrar que “quem conhe-ce o terreno é quem diariamen-te o percorre” e assim sendo, sustentou, “são as estruturas de Bombeiros de Portugal que estão melhor capacitadas e for-madas para comandar os seus homens e mulheres”.

Também em tom crítico, Fer-nando Vilaça, presidente da Fe-deração dos Bombeiros do Dis-trito de Braga considerou que “o voluntariado não tem sido encarado, por muitos governos como uma forma superior de humanização da sociedade” e que essa dificuldade ou incapa-cidade para definir uma estra-tégia de incentivo e sustenta-ção “ameaçam a continuação da atividade exercida pelos corpos de bombeiros”.

“Metamos mãos à obra, não deixemos que se acabe com esta riqueza, não deixemos que morra o voluntariado portu-guês”, foi o repto deixado aos bombeiros de Portugal, por Fernando Vilaça.

VILA NOVA DE FAMALICÃO

Consensos marcam encontroO quartel dos Bombeiros Voluntários

Famalicenses recebeu, no passado dia 23 de setembro mais um Conselho Nacional da

Liga dos Bombeiros Portugueses, concílio marcado pelos consensos que permitem

fazer a força e preparar o futuro do setor.Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

Os consensos dominaram aos trabalhos ainda que ques-tões como o financiamento das associações, a relações com INEM e atual estado de coisas na ANPC a reboque de um ve-rão fértil em casos e marcado pela tragédia, tenham mereci-do intervenções de vários con-selheiros que neste encontro procuram colocar na agenda os pontos de convergência, ou-tras questões, visões, estraté-gias e diferenças ficaram, ao que tudo indica, adiadas para o congresso eletivo agendado para o final do mês de outubro em Fafe.

Durante os trabalhos Jaime Marta Soares enalteceu o rigor imposto no cumprimento das propostas aprovadas, depois de um enorme a amplo debate, na Figueira da Foz, que, recor-dou, visavam “tornar esta forte instituição numa estrutura ain-da mais dinâmica mais voltada para aquilo que importa para os bombeiros portugueses, agi-lizar o tratamento de questões, aligeirar processos e diminuir o número cargos na confedera-ção” .

Dirigindo-se aos “legítimos representantes dos bombeiros portugueses”, falou de “exigên-cia e rigor” mas também de “inovação e modernidade” plas-

mados na recente alteração dos estatutos, aprovados por uma maioria expressiva, no início do corrente ano em congresso ex-traordinário.

O presidente da confedera-ção permitiu-se a uma aturada reflexão para fazer um balanço positivo de um mandato mar-

cado por muito trabalho, que assegurou conquistas, e permi-tiu atender a muitas das reivin-dicações dos bombeiros.

António Carvalho, presidente da mesa dos congressos, já em jeito de despedida aproveitou o púlpito para deixar agradeci-mentos ao conselho executivo

e aos restantes órgãos da Liga dos Bombeiros, aos conselhei-ros e terminou reconhecendo que foi “uma honra ter desem-penhado esta função”.

Ainda este ano o conselho volta a reunir-se, mas já depois das eleições marcadas para 29 de outubro, em Fafe.

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8 SETEMBRO 2017

Este foi, sem dúvida, um Verão muito dificil para os bombeiros

portugueses, tivémos um empenha-mento enorme tanto de meios, como de homens. Muitos quilómetros foram percorridos, muitas horas sem des-canso, muito tempo fora das suas ca-sas e corpos de bombeiros.

Agora que finalmente terminou a época de fogos florestais, é tempo de avaliar o que correu bem e o que pode ser melhorado. Para isso, pode ser realizada uma reunião geral de bombeiros para de forma estruturada analisarem esta época crítica dos in-cêndios florestais e retirarem as devi-das lições aprendidas. Existem vários temas que podem ser analisados, no-meadamente, como decorreu a logis-tica, o modo como foram realizadas as rendições e gerido o tempo de descanso dos bombeiros, como se procedeu às revisões e manutenções dos veículos e materiais neste perío-do, entre muitos outros.

O CORPO DE BOMBEIROS, AO REUNIR AS EXPERIENCIAS ADQUIRI-DAS, OS MÉTODOS ANTIGOS, OS MÉTODOS NOVOS, CONSEGUE EN-

CONTRAR NOVAS SOLUÇÕES PARA ALGUNS DOS PROBLEMAS QUE IDENTIFICAREM.

Esta Divisão analisa todos os Rela-tórios Preliminares de Acidentes Pes-soais remetidos pelos Corpos de Bombeiros, onde é possível identifi-car o tipo de ferimentos que ocorre com maior frequência e com maior gravidade, durante um incêndio flo-restal. Esta análise poderá permitir identificar soluções, quer ao nível da correta utilização dos Equipamentos de Proteção Individual, quer da for-mação dos bombeiros (temas como tomada de decisão sob pressão, lide-rança, entre outros).

Neste artigo destacamos um tipo de ferimento, que consegue imobili-zar toda uma equipa, a condição vul-garmente conhecida como EXAUS-TÃO. Todos já prensenciamos ou co-nhecemos casos em que um bombei-ro de repente “caiu para o lado” e no impacto que isso provocou em toda a equipa e em quem visualiza as ima-gens que são captadas.

Infelizmente este ano, tal como em tantos outros, existiram vários casos

de exaustão, que não resultaram do cansaço expectável que possa existir no combate, mas essencialmente de-vido a golpes de calor e de se atingir uma condição clínica em que já foi ul-trapassado o limite fisico. É funda-mental saber identificar as causas que podem levar a esta condição, para que não se chegue a um estado limite. Apresentamos, apenas para recordar, alguns sinais e sintomas:

- Cãibras, vertigens, cefaleias (do-res de cabeça), astenia (falta de for-ças), pulso rápido e por vezes fraco/fino, pele húmida e habitualmente fria, palidez, pespiração rápida e su-perficial, apatia (indiferença pelo que o rodeia), hipotensão e inconsciência.

QUANDO SE INICIA ESTE QUA-DRO, SIGNIFICA QUE É A ALTURA DE PARAR E DESCANSAR!

Os bombeiros tentam sempre dar

mais de si, o que obviamente é de valorizar, mas também é necessário e prudente saber quando parar, e reali-zar uma adequada gestão de esforço. De salientar que o próprio bombeiro tem de ser o primeiro a avisar que este quadro clínico se está a instalar quando o deteta.

SER HEROI É TAMBÉM RECONHE-CER OS NOSSOS LIMITES.

O bombeiro, o chefe de viatura, o Comandante do Grupo, o Comandan-te do corpo de bombeiros têm, todos eles, um papel fundamental quer na deteção precoce desta condição clíni-ca, quer na sua resolução. O papel da equipa é muito importante, pois um dos sintomas consiste no próprio bombeiro exausto não reconhecer esta condição. Por isso, CADA BOM-BEIRO TEM O DEVER DE CUIDAR DA SUA EQUIPA.

Para mais informações ou esclare-cimentos, contacte a Divisão de Se-gurança, Saúde e Estatuto Social da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC), através do telefone 214 247 100 ou do endereço eletrónico [email protected].

Terminou a fase charlie, vamos recuperar!

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

No passado dia 28 de setembro, eram 06h50, um pouco antes do sol raiar, e “a Carmen dei-

xou-nos ouvir o seu primeiro choro”, conforme re-lato de um dos bombeiros dos Voluntários de Águas de Moura que a ajudaram a vir ao mundo.

A Cármen nasceu no interior duma ambulância de socorro daquele corpo de bombeiros, com o au-xilio de três bombeiros, à porta da sua casa na Lagoa do Calvo, Poceirão, Setúbal.

A mãe e a filha estão bem e foram transportadas para o Hospital de Setúbal onde receberam os cui-dados pós-parto.

Parabéns à mãe, à Cármen, e aos Bombeiros de Águas de Moura, cada vez mais solicitados a inter-venções do género.

ÁGUAS DE MOURA

Novo partona ambulância

Duas pessoas ficaram feridas, ambos do sexo masculino, e um

deles com gravidade, na sequência de uma explosão que ocorreu ao princípio da manhã de 26 de se-tembro último, na cozinha de uma habitação na localidade de Canicei-ra, Tocha. Os dois homens, um de 77 anos e o outro de 20 anos, fo-ram encaminhados para os Hospi-tais da Universidade de Coimbra.

A explosão causou ferimentos em várias partes do corpo do ho-mem de 77 anos, que se encontra-va no interior da cozinha quando se deu o incidente. O jovem, de 20 anos, terá acor-rido em auxílio do familiar, o que resultou em queimaduras ligeiras nas mãos.

Quando os Bombeiros Voluntários de Canta-nhede chegaram ao local, as chamas no interior da cozinha já se encontravam extintas.

As causas do incidente ainda estão por apurar, mas tudo indica que a explosão terá sido causada por uma fuga de gás.

No local estiveram, além dos Voluntários de Cantanhede, a SIV/INEM de Cantanhede, a VMER da Figueira da Foz e a GNR da Tocha.

CANTANHEDE

Intervenção em explosão na Tocha

Os Bombeiros Voluntários do Concelho de Espinho con-

centraram-se recentemente com 26 viaturas e cerca de 80 operacionais na zona pedonal da cidade, para esclarecer pu-blicamente a questão autárqui-ca que está a impedir o proces-so de construção do seu novo quartel.

Em causa está a decisão to-mada, em Assembleia Munici-pal, de chumbar a permuta que viabilizaria a troca dos dois atuais quartéis da corporação - imóveis que pertenciam às duas as-sociações do concelho que em 2015 protagoniza-ram uma fusão pioneira no país - por um terreno municipal na freguesia de Anta. A proposta in-cluía ainda o apoio financeiro à parte não paga pelos fundos comunitários de apoio à construção do novo quartel e ainda o financiamento do corpo de bombeiros nos próximos anos.

O chumbo da Assembleia Municipal resultou do voto contra dos deputados municipais do PS, CDU e BE à proposta apresentada pelo executivo mu-nicipal de maioria PSD.

“Não deixaremos passar este ato irresponsável que muito nos prejudica”, lê-se no facebook dos bombeiros a propósito da iniciativa de protesto e sensibilização da população desencadeada no centro da cidade.

Para o comandante do corpo de bombeiros, Pe-dro Louro, trata-se da “criação de um quartel novo, que sempre esteve subjacente à fusão, porque ter dois quarteis na mesma rua, à distân-cia de 400 metros um do outro, não faz qualquer sentido e é uma duplicação de meios desnecessá-ria”.

O presidente da direção, Conde Figueiredo, en-tendeu não se pronunciar sobre “questões parti-dárias ou motivações eleitorais”, mas sublinhou que “só envolvemos os dois quartéis nesta ques-

tão para assegurar que o novo cumpria com as regras do POSEUR [Programa Operacional Sus-tentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos]”.

Esse programa aprovou um financiamento de 980 mil euros para a obra, sendo que a Câmara Municipal de Espinho se comprometeu a suportar os restantes 173 mil necessários para a constru-ção.

Conde Figueiredo defendeu, por isso, que, mesmo fazendo as contas ao elevado valor imo-biliário dos quartéis, que ficarão na posse da au-tarquia caso a permuta se venha a concretizar, os bombeiros “não saem prejudicados”.

O mesmo dirigente adianta ainda que,” além do terreno e do resto do financiamento que é pre-ciso para pagar a obra, a Câmara ainda se com-prometeu a dar à corporação 330 mil euros anuais durante um período de 10 anos”, realçou.

ESPINHO

Bombeiros com quartel adiado

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9SETEMBRO 2017

Entregue na sede da LBP pelo mandatário da candidatura, Lourenço Batista, ao presidente da Mesa dos Congressos,

comandante António Carvalho no dia 25 de Setembro às 15 horas.

MESA DO CONGRESSOS

António Manuel Marques Nunes Presidente Oeiras Lisboa José da Silva Campos Vice-Presidente Lixa PortoAntónio Isidro Carrilho Paracana Vice-Presidente Montijo Setúbal Victor Manuel Machado Ferreira Secretário Vale de Cambra AveiroJosé Manuel Pereira Alves Secretário Paredes de Coura Viana do Castelo

Suplentes:

Domingos Manuel Ferreira Frias Lopes Vila Nova de Paiva Viseu Manuel Baeta de Castro Calheta Madeira

CONSELHO EXECUTIVO

Efetivos:

José Manuel Barreira Abrantes Presidente Torres Vedras LisboaNélio José dos Santos Gomes Vice-Presidente Pataias Leiria David Alexandre A. Lobato Vice-Presidente Cartaxo Santarém Bruno Manuel Soares Rodrigues Fonseca Vice-Presidente Valongo Porto Miguel Fernando Valença P. da Silva Vice-Presidente Cacilhas Setúbal Carlos Alberto Lopes de Carvalho Vice-Presidente Mangualde Viseu Augusto Jorge Chaves Rodrigues Secretário Borba Évora Normando Gomes da Costa Oliveira Secretário S. João da Madeira Aveiro António José de Sousa Vala Secretário Juncal Leiria João Miguel Mendeiros Ratinho Secretário Fronteira Portalegre Luciano José Rodrigues Reis Secretário Mondim de Basto Vila Real

Suplentes:

Vítor Manuel Granadeiro Rio Alves Lagoa Faro João Carlos Ventura Crespo Arronches PortalegreJorge Manuel Matos da Silva Côja Coimbra

CONSELHO FISCAL

Efetivos:

Carlos Alberto dos Santos Batista Presidente Ourém Santarém António Paulo Alexandre José Vice-Presidente Fanhões Lisboa Ricardo Miguel Duarte Cardoso Secretário Malveira Lisboa

Suplentes:

Maria João Pacheco Guerreiro Vila Nova de Milfontes Beja

CONSELHO JURISDICIONAL

Efetivos:

José António Bento Marques Presidente Sintra LisboaAires Joaquim Festas Aleixo Vice-Presidente Leixões Porto Ricardo João Duarte Rodrigues Avelâs Nunes Secretário Pinhel Guarda

Suplentes:

Nuno Alberto Teixeira Barbosa Ponta Delgada Açores

Entregue na sede da LBP pelo mandatário da candidatura, Álvaro Guerreiro, ao presidente da Mesa dos Congressos, comandante

António Carvalho, no dia 26 de Setembro, às 15 horas.

MESA DO CONGRESSO

Presidente – José António Amaro Nunes | AHBV de Tarouca | ViseuVice-Presidente – Cmdt. Carlos Jaime Fonseca Santos | AHBV do Dafundo | Lisboa

Secretário – António Lopes Marques | AHBV das Caldas da Rainha | LeiriaSecretário – Cmdt. Adelino Lourenço Gomes | AHBV de Constância | Santarém

Secretário – Paulo Jorge de Lemos Amaral | AHBV de Mêda | GuardaSuplentes

Joaquim António Matias | AHBV da Covilhã | Castelo BrancoJosé Miguel Mafra Iglésias | CBM do Funchal | RA da Madeira

CONSELHO EXECUTIVO

Presidente – Cmdt. QH Jaime Carlos Marta Soares | AHBV de Vila Nova de Poiares | CoimbraVice-Presidente – António João Rodeia Machado | AHBV de Beja | Beja

Vice-Presidente – Cmdt José Luís de Carvalho Morais | AHBV de Paredes | PortoVice-Presidente (para a área financeira) – Rui Sousa Dias Rama da Silva | AHBV de Cascais | Lisboa

Vice-Presidente – Paulo Marco de Matos Couceiro e Costa Braga | AHBV de Estarreja | AveiroVice-Presidente – Cmdt. Luís Manuel da Silva Almeida Lopes | AHBV de Leiria | Leiria

Secretário – Eduardo Osvaldo Louro da Silva Correia | AHBV do Sul e Sueste – Barreiro | SetúbalSecretário – Cmdt. José Sebastião Fernandes | AHBV de Bragança | Bragança

Secretário – Cmdt. José Alberto Lopes Requeijo | AHBV de Moimenta da Beira | ViseuSecretário – Álvaro Miguel Peixinho Alambre Bila | AHBV de Portimão | FaroSecretário – Cmdt. Bruno Miguel Oliveira Alves | AHBV Famalicenses | Braga

Suplentes

Carlos Manuel da Encarnação Nogueiro | AHBV de Portalegre | PortalegreCmdt. Hernâni Luís Pinheiro de Carvalho | AHBV de Salto | Vila RealJoão Filipe Teixeira Ludovico | AHBV de Cercal do Alentejo | Setúbal

CONSELHO FISCAL

Presidente – Lídio Manuel Coelho de Neto Lopes | AHBV da Figueira da Foz | CoimbraVice-Presidente – Fernando Eirão Queiroga | AHBV de Boticas | Vila Real

Secretário – Cmdt. QH Joaquim Mano Povoas | AHBV dos Carvalhos | Porto

Suplentes

João José Baptista de Sousa | AHBV de Trancoso | Guarda

CONSELHO JURISDICIONAL

Presidente – Cmdt. QH Carlos Ricardo Gaudêncio Bucha | AHBV de Montemor-o-Novo | ÉvoraVice-Presidente – João Pedro Leite Castro Frazão | AHBV de Fafe | Braga

Secretário – Luciano José Quintas Moure | AHBV de Viana do Castelo | Viana do Castelo

Suplentes

Norberto Oliveira Gaudêncio | AHBV da Ribeira Grande | RA Açores

2018/2021

Apresentação das candidaturas aos órgãos sociais da LBPLISTA A

José Barreira AbrantesLISTA B

“Pelos Bombeiros, por Portugal”

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10 SETEMBRO 2017

Dizia, com frequência e indisfarçável orgu-lho, que tinha mais anos de bombeiro do

que de militar.Na verdade, ingressou muito jovem nos

Bombeiros Voluntários Lisbonenses (BVL).José Francisco do Rio França de Sousa foi,

seguramente, até hoje, um dos militares mais bem-sucedidos ao serviço dos bombeiros por-tugueses.

No limiar dos anos 60 tornou-se Coman-dante dos BVL. Era, então, Tenente da Guarda Nacional Republicana, iniciando uma longa e prestigiante trajetória.

Muito cedo granjeou fama junto dos seus pares, sobressaindo-se pela sua dedicação e competência, na organização e no comanda-mento operacionais.

Empreendedor, procurou sempre atingir a melhoria e o progresso dos meios destinados ao socorro.

Referência incontornável dos Bombeiros Voluntários da cidade de Lisboa, pertenceu à Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa e à Liga dos Bombeiros Portugueses, tendo ainda colaborado, entre outras entidades, com o Serviço Nacional de Bombeiros e a Escola Nacional de Bombeiros, onde foi formador. Exerceu as funções de Assessor do Presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil, General Paiva Monteiro.

Possuidor de importantes condecorações e louvores, quer como militar quer como bom-beiro, sentia e vivia os bombeiros com uma desusada intensidade.

Igualmente conhecido pela sua postura dis-ciplinada e disciplinadora, teve acção de méri-to na reestruturação interna dos Corpos de Bombeiros que comandou, em períodos dis-tintos: Lisbonenses e Algés.

No plano da REVIVER MAIS foi seu cofunda-

dor e destacado Dirigente. A ela se dedicou com desvelado cuidado e atenção.

Perseguia incessantemente o sonho da construção da Casa do Bombeiro, acalentando oportunidades com contagiante otimismo.

No contexto atual da Associação, na relação entre Presidente e Vice-Presidente, nem sem-pre partilhámos dos mesmos pontos de vista. Porém, em todos os momentos, a amizade de muitos anos falou mais alto.

“Obrigado pelas tuas sempre tão amigas palavras”, escreveu poucos dias antes do seu falecimento, via sms, em resposta ao meu apelo e incentivo à vida, referindo, naquele que veio a ser o nosso último contacto: “Conto contigo.”

Porque hoje já não podemos trocar mensa-gens, resta-me garantir-lhe, onde quer que se encontre, em meu nome e de todos os colegas do Conselho de Administração Executivo, que zelaremos pelo seu legado moral e cívico.

O Comandante França de Sousa permane-cerá vivo - bem vivo - entre nós, numa clara e inequívoca afirmação coletiva da nossa voca-ção enquanto, também, ideólogos da memó-ria.

Lisboa, 13 de setembro de 2017O Presidente do Conselho de

Administração Executivo da Reviver MaisLuís Miguel Baptista

Em abril do ano passado, o jornal Bombeiros de Portu-gal teve a oportunidade de

entrevistar o comandante Fran-ça de Sousa, 50 anos depois do grande incêndio da Serra de Sintra, que combateu ao lado

de centenas de bombeiros e mi-litares. Na ocasião, o coman-dante do quadro de Honra dos Voluntários Lisbonenses, parti-lhou memórias de dias difíceis, mas com uma vivacidade notá-vel, denunciando paixão pela

JOSÉ FRANÇA DE SOUSA

Tributo a um bombeiro de Portugalcausa, que abraçou como vo-luntário.

A doença que o atormentava há anos, acabou por ser mais forte e agarrou José França de Sousa, não obstante a forma estoica com que a enfrentou. No dia 11 de setembro de 2017, os quartéis de Portugal perdem um dos seus históricos, uma fi-gura emblemática.

Em jeito de homenagem res-pigamos alguns excertos desse trabalho, que permitiu dar a co-nhecer o operacional mas, so-bretudo, o homem que os bom-beiros de Portugal, certamente, colocam na galeria dos maio-res:

“Meio século volvido ainda não se apagaram as memórias do trágico incêndio da Serra de Sintra, que, oficialmente, viti-mou 25 militares e envolveu milhares de operacionais no combate às chamas que lavra-ram durante uma semana.

O jornal Bombeiros de Portu-gal esteve com dois dos opera-cionais que viverem de perto a calamidade e que, tantos anos passados, não esquecem o fatí-dico mês de setembro de 1966.

Pereceu no dia 11 de setembro, depois de um duro combate contra a doença que o

atormentava há já algum tempo, José Francisco do Rio França de Sousa - o

Comandante França de Sousa, como era tratado por todos neste meio - atingiu por

mérito próprio o estatuto de referência, até para os mais novos que mesmo não o

conhecendo no ativo, aprenderam muito com os relatos de um bombeiro experiente, conhecedor, mas também com o afável ser humano, generoso, simpático e de sorriso

fácil e genuíno.Partiu um homem bom, porém pendurará o

exemplo.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

1935-2017

In memoriam

Os comandantes França de Sousa dos Voluntários Lisbo-nenses e José Alberto Caetano dos Bombeiros de Almoçageme, estiveram há 50 anos na pri-meira linha do combate ao grande incêndio da Serra de Sintra. Hoje, já no quadro de honra, mas ainda bombeiros de corpo e alma, os dois coman-dantes recordam ao pormenor cada um dos episódios vividos naquele que terá sido um dos mais marcantes momentos de uma vida dedicada à causa e às coisas dos bombeiros.

França de Sousa e José Al-berto Caetano reencontraram--se um destes dias no quartel dos Bombeiros de Almoçageme e, por alguns minutos, na pri-meira pessoa, relataram sete dias de horror e desespero, fa-laram do apoio dado aos bom-beiros pelos populares, em suma deram a real dimensão a uma tragédia que o regime de então tentou minimizar. França de Sousa recorda que “os cor-pos dos militares mortos foram levantados de noite com o má-ximo sigilo” e que só meia dúzia de pessoas estavam credencia-das para aceder ao comando geral das operações.

“Os bombeiros portugueses não estavam preparados, nem apetrechados para enfrentar uma calamidade com aquela di-mensão”, reconhece, hoje, José Alberto Caetano, ainda que neste gigantesco teatro de ope-rações tenham sido colocados os meios mais modernos que existiam no País, como as mo-tobombas rebocáveis de grande capacidade e os postos de so-corro móvel a funcionar perma-nentemente, estruturas então disponibilizadas pelos Lisbo-nenses e pelos Voluntários de Campo de Ourique, como assi-nala França de Sousa.

Os relatos da época dão con-ta que as chamas terão come-çado a lavrar a meio do dia 6 de setembro na zona da Lagoa Azul mas que, rapidamente progrediram devorando toda a área verde que encontravam

pela frente. O incêndio chegou a ser dado como extinto várias vezes mas as temperaturas ele-vadas e as constantes mudan-ças de vento não davam des-canso às forças de combate que integravam todos os corpos de bombeiros do distrito de Lisboa e de muitos outros pontos do País, forças militares e popula-res e muitos meios, ainda assim insuficientes para travar a força demoníaca do fogo. Mais de quatro mil homens estiveram no teatro de operações tentan-do evitar o pior, num esforço ti-tânico que permitiu preservar muitos bens, incluindo alguns dos mais emblemáticos monu-mentos da vila Sintra e prote-ger muitas povoações, mas que não foi suficiente para evitar a morte, no dia 7 de setembro, de 25 militares do Regimento de Artilharia Antiaérea Fixa de Queluz.

Nessa fatídica noite de 7 se-tembro, quando “a serra estava completamente tomada” França de Sousa comandava o setor na estrada Nacional N.º 9, junto ao Ramalhão e combatia a chamas com “um grupo de 150 presos da cadeia do Linhó”, confidencia que pensou que iriam fugir, mas na tragédia todos se uniram e fi-zeram e melhor que sabiam e podiam.

França de Sousa, militar de carreira, abraçou a causa como voluntário em 1955, comandou os Voluntários durante 29 anos. O percurso na Guarda Nacional Republicana, interrompeu-lhe o sonho durante alguns anos, mas após passar à reserva, em 1995, voltou a abraçar a causa no

quartel dos Bombeiros de Algés, reassumindo funções de coman-dante durante mais seis anos.

Como bombeiro foi, muitas vezes, posto à prova mas garan-te que a calamidade da Serra de Sintra o marcou para sempre a par com o fogo do Chiado e ou o incêndio na Penitenciária de Lis-boa, em 1967, com a tentativa de fuga dos reclusos só evitada com o recurso “a três agulhetas de 70 dos Lisbonenses, Voluntá-rios de Campo de Ourique e dos Sapadores Bombeiros”.

Neste rescaldo distanciado do incêndio de 1966, França de Sousa dá conta de uma ocorrên-cia “muito desgastante”, para depois salientar o apoio das po-pulações que “não deixaram fal-tar nada aos bombeiros que de-pois de tantos dias de combate estavam exaustos”.

Registe-se que o mar de cha-mas, agitado pelos ventos, aca-bou por se projetar a outras áreas, e nesses sete longos dias, as chamas lavraram, também, em Albarraque, Cacém, Colares, Gouveia, Magoito, Mucifal, Pi-nhal da Nazaré, Praia Grande e Praia das Maçãs, obrigando à dispersão dos meios de combate e tornando ainda mais penosa e complexa a missão.

Os dias 10, 11 e 12 de setem-bro foram de rescaldo ainda complicados, mas quando o can-saço parecia toldar a força, che-garam reforços do céu. A chuva abençoou Sintra no dia 12 e deu descanso aos operacionais.

“Se fosse hoje aquele incêndio estaria extinto em quatro horas, há 50 anos foram precisas 149”, assinala França de Sousa”.

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11SETEMBRO 2017

O Município de Marvão distin-guiu José Manuel Serra Bu-

galho com a medalha de mérito municipal, entregue no decor-rer das festas em honra de Nos-sa Senhora da Estrela.

Serra Bugalho tem um longo historial ligado ao associativis-mo, ao escutismo e aos bom-beiros. Foi dirigente do Corpo Nacional de Escutas de Portale-gre durante 27 anos, presidente das Associações de Bombeiros

de Portalegre, Niza e Marvão. Foi presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Porta-legre durante 15 anos, membro da mesa dos congressos, do conselho fiscal e vogal da Liga dos Bombeiros Portugueses em vários mandatos.

Serra Bugalho colabora no Fundo de Proteção Social do Bombeiro da LBP há mais de três décadas e é vice-presiden-te da direção da Reviver Mais.

MARVÃO

Dirigente homenageado

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) considera que a decisão da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) de reforçar a compensação diária facultada aos bombeiros na atual

Fase Charlie, no âmbito do combate aos incêndios florestais, vem ao encontro da reivindicação há muito apresentada, mas esse valor, contudo, fica aquém do defendido pela confederação.

A LBP defende o pagamento de uma compensação de 50 euros/24 horas enquanto a ANPC apenas acrescentou agora um euro ao valor pago, ou seja, passando de 45 para 46 euros/24 horas

INCÊNDIOS FLORESTAIS

LBP defende aumentoda compensação

mas valor está aquém

Os novos Estatutos da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) fo-

ram enviados recentemente a todos os presidentes de direção, aos presi-dentes de câmaras municipais com corpo de bombeiros, aos comandan-tes de corpos de bombeiros, presi-dentes de todas as federações e ór-gãos sociais da própria confederação.

Recorde-se que os novos Estatutos foram aprovados no Congresso Ex-traordinário da LBP, realizado na cida-de da Figueira da Foz em 28 de janei-ro último, e publicados no Portal da Justiça a 8 de setembro último, tendo entrado em vigor nessa data.

Os Estatutos podem também ser consultados no sitio da LBP na inter-net.

LBP

Novos estatutos em vigor

A Direção Geral de Saúde determi-nou a inclusão dos bombeiros nos

grupos da população que serão vaci-nados gratuitamente nas unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na sequência do exigi-do pela Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP)

Esta decisão, reivindicada pela LBP e veiculada pela ANPC, prende--se com o facto dos bombeiros apre-sentarem o risco ocupacional de con-trair e transmitir gripe particular-mente elevado, considerando as ati-vidades de socorro e de transporte de doentes.

A vacinação teve início em outubro e decorrerá durante os meses seguintes. As vacinas foram adquiridas pelas Administrações Regionais de Saúde e são administradas nos centros de saúde.

A operacionalização da vacinação deverá ser arti-culada a nível regional e local, através do contac-to com os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) ou as Unidades Locais de Saúde (ULS) a que pertence cada corpo de bombeiros.

GRIPE

Vacinação gratuita

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12 SETEMBRO 2017

A “Ilustração Portugueza” chamou-lhe “O desastre de Campo de Ourique”.

Um prédio em construção, na-quele bairro lisboeta, desabou parcialmente, ficando soterra-dos debaixo dos escombros vá-rios operários que trabalhavam na obra.

A tragédia deu-se no dia 14 de Outubro de 1921, na Rua Correia Teles. Eram 10,45 ho-ras, quando ecoou um “ruído formidável”.

Aparentemente sólida, a edi-ficação em causa transformou--se, como é visível, na sua es-magadora maioria, num “colos-sal monte de entulho”. Do inte-rior deste, ouviam-se gritos de socorro. Pouco tempo depois chegavam ao local, para presta-rem auxílio, meios dos Bombei-ros Municipais de Lisboa, actual Regimento de Sapadores Bom-beiros de Lisboa, que vieram a

ser apoiados pelos Bombeiros Voluntários de Campo de Ouri-que – Cruz Branca (aquartela-dos na própria Rua Correia Te-les, desde 3 de Julho de 1921) e dos extintos Bombeiros Voluntá-rios de Campolide (ambos os corpos de bombeiros integra-vam a Divisão Auxiliar dos Bom-beiros Voluntários de Lisboa).

As imagens que reproduzi-mos, então publicadas na “Ilus-tração Portugueza”, dão uma ideia precisa da dimensão do si-nistro, o qual exigiu ainda a in-tervenção do Batalhão de Sapa-dores de Caminhos de Ferro e da Cruz Vermelha Portuguesa, para além da Guarda Nacional Republica e, supomos, da então Polícia Civil de Lisboa, anteces-sora da Polícia de Segurança Pú-blica.

O “Diário de Lisboa” do pró-prio dia do desabamento salien-ta que todos revelaram “o maior espírito de sacrifício”, num con-texto absolutamente crítico, credor da máxima resistência física e emocional.

Uma hora mais tarde, após a dura remoção de escombros – com recurso, apenas, a pás, en-xadas e picaretas – foram reti-rados os primeiros operários, infelizmente, já cadáveres.

O balanço inicial saldou a existência de três mortos e ou-tros tantos feridos, que antes de transportados para o Hospital de S. José receberam tratamen-to no Posto de Socorros da Cruz Branca (localizado na Rua Fer-reira Borges). Porém, nos dias

Pesquisa/Texto:

Luís Miguel Baptista

LISBOA, CAMPO DE OURIQUE - 1921

Uma grande prova de esforço e solidariedadeseguintes, a contagem aumen-tou para cinco vítimas mortais, confirmando-se as suspeitas de que mais operários haviam pe-recido entre o turbilhão de des-troços.

Segundo informação veicula-da pelo “Diário de Lisboa”, por determinação do comandante

dos bombeiros, foi ordenada a demolição do que restou do edi-fício, para evitar a repetição de quaisquer acidentes.

Refere ainda aquele periódico que o desabamento resultou de deficiências de construção, mo-tivadas pela fraca qualidade dos materiais utilizados, tendo sido

tomadas diligências pelas auto-ridades policiais com vista ao apuramento de responsabilida-des junto de dois mestres de obra, proprietários do prédio.

O caso, polémico, gerou pro-testos de indignação em ruas de Lisboa, culpando os construto-res, ao tempo apelidados de

“gaioleiros”, por esta e outras derrocadas ocorridas nas áreas de Campo de Ourique e de S. Bento.

Artigo escrito de acordocom a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

Desde há longa data que a protecção individual do bombeiro é considerada

como sendo de primordial importância no contexto do socorro.

Em 1881, “O Bombeiro Portuguez” – folha quinzenal publicada no Porto – ocu-pava-se do assunto e recomendava o ca-pacete de sola, tipo inglês, para o serviço de incêndios, justificando que “resguarda perfeitamente a cabeça, cara e pescoço; é suficientemente leve reunindo ao mes-mo tempo a precisa solidez”.

Em contrapartida, desaconselhava o uso do capacete de metal, tipo francês, dando conta das respectivas desvanta-gens: “(…) tem o inconveniente de ser muito mais pesado e o de deteriorar-se mais promptamente, accrescendo ainda a circumstancia de ser mais difficil a lim-peza”.

Ao tempo, em Portugal, o capacete de metal merecia a preferência dos respon-sáveis pelos Corpos de Bombeiros. A este facto não ficou indiferente o mesmo jor-nal, que aproveitou as suas colunas para tecer duras críticas, em nome da protec-ção individual do bombeiro, da qual era acérrimo defensor.

“Nós, pela nossa parte, somos apolo-gistas do capacete de sola pelas razões

que já por mais do que uma vez temos apresentado n’este periodico e não pode-mos deixar de lastimar que agora se co-mece entre nós a dar preferência ao ca-pacete de metal, preferência esta que só podemos attribuir á fascinação que ne-cessariamente deve produzir nos espiri-tos fracos, o brilho do dourado metal, fazendo-lhes suppôr que ficam valendo mais aos olhos do publico que os admira, mas que, diga-se de passagem, não está

n’estes casos á altura de os comprehen-der. Não é o traje que faz o bombeiro – são os seus actos”, ventilou “O Bombeiro Portuguez”.

Curiosamente, passados 72 anos sobre a publicação de tão acutilante reparo, ou seja, em 1953, tudo parecia estar na mesma, pois o “Boletim da Liga dos Bom-beiros Portugueses” chamava a atenção para os perigos subjacentes ao capacete de metal, adoptado pela “maior parte dos bombeiros das Corporações de voluntá-rios”:

“Quando se começaram a usar estes capacetes o emprego da electricidade não estava tão generalizado como actual-mente. Julgamos, por isso, que se deverá pensar em substituir estes capacetes por outros de material que não seja condutor de electricidade e que possa resistir ao calor e suportar o choque de qualquer objecto pesado que lhe caia”.

Tanto o capacete de latão como o de sola (este último também chegou a ser fabricado em poliester), hoje apenas visí-veis por ocasiões festivas e solenes, fo-ram utilizados pelos Corpos de Bombei-ros até aos anos 80 do século passado, altura em que passou a generalizar-se o capacete com viseira, tipo americano.

“Não é o traje que faz o bombeiro - são os seus actos”

Decorreu no passado dia 7 de setembro, na livraria Leya

Solmar, em Ponta Delgada, São Miguel, Açores, a apresentação do livro “Alice quer ser bombei-ra”, da autoria de Gabriela Cal-deira.

O livro foi apresentado na oca-sião pelo professor doutor Vasco Garcia, ex-reitor da Universidade dos Açores e ex-presidente da direção da Associação Humanitá-ria de Bombeiros de Ponta Del-gada e por Duarte Caldeira, anti-go presidente da Liga dos Bom-beiros Portugueses e ali presente na qualidade de especialista do setor.

Além do atual presidente dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada, estiveram também pre-sentes outros representantes e vários elementos das escolas de infantes e cadetes das Associa-

ções de Ponta Delgada e Ribeira Grande, entre outros convida-dos.

Esta iniciativa teve como obje-tivo dar a conhecer a história da “Alice”, mas também projetar o magnífico trabalho que tem sido desenvolvido pelos corpos de bombeiros de S. Miguel na pro-

moção do voluntariado nos bom-beiros junto das crianças e jo-vens. A existência de lista de es-pera para ingressar nas duas es-colas de infantes e cadetes é bem demonstrativo da grande vitalidade das instituições e do trabalho realizado junto do públi-co infantojuvenil.

AÇORES

Alice quer ser bombeira apresenta-se

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13SETEMBRO 2017

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios de S. João da Madeira

foi agraciada em Dia Municipal do Bombeiro com o crachá de ouro, uma das mais importantes distinções da Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP).

Assinalada, habitualmente, no final do mês de junho, a efe-méride foi este ano adiada por-que os incêndios que lavraram em Portugal, durante o verão, exigiram um esforço redobrado, também dos bombeiros sanjoa-nenses envolvidos no combate às chamas um pouco por todo o País.

A praça fronteira ao Fórum Municipal foi o cenário escolhido para a receção às entidades convidadas, para a formatura e o desfile das forças em parada, mas também para um exercício promovido pela equipa de re-gaste em grande ângulo e a inauguração de um atrelado de abastecimento e escoamento, equipado com motobomba e ge-rador.

A sessão solene decorreu nos paços do concelho tendo como ponto alto a entrega do crachá de ouro aos Bombeiros de São João da Madeira que o presiden-te da LBP, Jaime Marte Soares convidou o presidente da autar-quia, Ricardo Oliveira Figueire-do, a colocar no estandarte da associação.

Na sua intervenção Jaime Marta Soares, em Dia Municipal do Bombeiro começou por pres-tar tributo às “mulheres e aos homens que fardam de soldados da paz, que, de forma solidária e humanista, se dedicam abne-

gadamente à defesa da causa”, sobretudo, sublinhou, “num dos poucos distritos do País onde não existem corpos profissio-nais de bombeiros em que toda a estrutura de proteção civil as-senta no associativismo e vo-luntariado”, conforme destacou, “algo extraordinário” num terri-tório “com significativa dimen-são social, industrial e comer-cial, com multiplicidade de peri-gos, com mar, rios, florestas, e autoestradas, que exigem dos operacionais muita preparação”.

“Os poderes públicos devem ter uma especial atenção a es-tas realidades”, considerou o presidente da confederação, re-lembrando que os bombeiros são o principal pilar da proteção civil, mas que ainda se eviden-ciam em muitas outras áreas, nomeadamente “substituindo--se não raras vezes - quase sempre - ao Estado social”, mas também aos níveis do cultural, histórico e ambiental, contri-buindo ainda para o desenvolvi-mento económico, dos territó-rios que servem.

Jaime Marta Soares falou do exemplo da autarquia sanjoa-nense sempre atenta às neces-sidades dos seus bombeiros, para depois referir que “infeliz-mente” esta não é uma estraté-gia seguida por todos os municí-pios que, por isso mesmo, a “Liga continua empenhadamen-te a alertar e a fazer propostas de reforma, auscultando as suas bases, para que de uma vez, se faça justiça em relação aos di-reitos das associações e os cor-pos de bombeiros, para que se-jam ressarcidos à dimensão da-

SÃO JOÃO DA MADEIRA

“Os bombeiros não vão deixar queas coisas continuem da mesma forma”

quilo que é o seu papel na socie-dade”, lamentando que nem sempre as reivindicações sejam entendidas ou atendidas com a necessária celeridade.

“O que se passou em Pedró-gão Grande, o que se passou depois e o que se está a passar neste momento”, não poderia passar em branco na interven-ção do porta-voz dos bombei-ros, que embora garanta que chegará a ocasião certa para fa-lar, perante uma vasta plateia, sempre foi adiantando que “nada mais poderá ser como dantes, as mortes têm que ser respeitadas”, assegurando que

“os bombeiros não vão deixar que as coisas continuem da mesma forma”.

A tragédia que enlutou o País e que colocou à prova a prepa-ração, a resistência e os meios dos bombeiros serviu de mote às alocuções do presidente da direção dos Voluntários de São João da Madeira, Carlos Coelho e do comandante Normando Oli-veira, que fizeram ainda ques-tão de salientar o empenho, a entrega e preparação dos ope-racionais que garantem o socor-ro às populações dentro e fora dos limites do concelho.

Presidente e comandante

enalteceram o trabalho da au-tarquia em matéria de proteção civil, o apoio concedido à asso-ciação que tem permitido aos voluntários sanjoanenses res-ponder com eficácia num terri-tório com muitas solicitações. A dias das autárquicas, às quais Ricardo de Oliveira Figueiredo não concorreu, Carlos Coelho e Normando Oliveira, deixaram agradecimentos e rasgados elo-gios ao autarca, com “quem nem sempre estiveram de acor-do”, mas de quem receberam a colaboração necessária para a prestação de um servido de qualidade às populações.

Associaram-se, também às comemorações do Dia Municipal do Bombeiro, entre outras enti-dades, representações de asso-ciações congéneres do distrito de Aveiro, bombeiros, familia-res e associados, dirigentes dos Voluntários de São João da Ma-deira, designadamente, o presi-dente da assembleia geral, Do-mingos Ferreira, o comandante distrital da Autoridade Nacional de Proteção Civil, António Ribei-ro e Nuno Canilho, em repre-sentação da Federação dos Bombeiros do Distrito de Avei-ro.

Sofia Ribeiro

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14 SETEMBRO 2017

O papel da autarquia é dar condições aos bombeiros.

Ricardo Fernandes,vereador da Câmara Municipal da Lousã

(Bombeiros e Proteção Civil)

palavra à AUTARQUIAO corpo de Bombeiros da Lousã

foi criado a 1 de maio de 1904, no seio de uma associação humanitária, contudo quatro dé-cadas após a fundação uma crise diretiva levou a Câmara da Lousã a “municipalizar” o quartel e a chamar a si a responsabilidade de gerir homens e meios. Contu-do, este novo modelo nunca tra-vou o ingresso de voluntários que são, atualmente, mais de uma centena, 30 por cento dos quais bombeiros no feminino.

Esta força de elite, apoiada por um grupo de 16 profissionais, in-tervém nas quatro freguesias do concelho, garantindo o socorro a cerca de 18 mil pessoas.

Cartão de visita

Ostentam a chancela de municipais, fardam de azul-escuro e usam boi-

na, mas, na verdade, no quartel dos Bombeiros da Lousã os vo-luntários são preponderantes na prontidão e na qualidade do socorro prestado aos cerca dos 18 mil habitantes deste conce-lho do Pinhal Interior.

Dos cerca de 100 operacio-nais que integram as fileiras dos Municipais da Lousã, ape-nas 16 são funcionários, sendo que a única diferença dos res-tantes corpos mistos do País é, por aqui, os voluntários aufe-rem uma “pequena compensa-ção” por cada serviço prestado, como começa por explicar o co-mandante João Melo, que, curiosamente, também é, assu-midamente e orgulhosamente, um bombeiro voluntário há mais de 35 anos.

“Grande parte do efetivo é voluntário e a Câmara tem al-guns funcionários aqui destaca-dos”, explica Ricardo Fernan-des, vereador com o pelouro dos Bombeiros e Proteção Civil, um modelo distinto, mas que a história da instituição explica. Conta o vereador que, também, este corpo de bombeiros nas-ceu da vontade e decisão do povo, contudo uma crise direti-va obrigou a autarquia, na dé-cada de 40 do século passado, a assumir a organização, mas a componente profissional não anulou a força do voluntariado.

A assinalar 113 anos de bons serviços à comunidade os Muni-

cipais da Lousã têm como voca-ção o socorro, delegando o ser-viço de transporte de doentes não urgentes noutros corpos de bombeiros vizinhos, nomeada-mente, nos Voluntários de Ser-pins, com os quais dividem ter-ritório.

O volume de serviço impunha um aumento do número de efe-tivos, mas essa aspiração es-barra na exiguidade do quartel.

“O nosso quadro é de 120 operacionais, mas o quartel não tem capacidade”, explica o co-mandante, lamentando que nem mesmo as obras de reno-vação, efetuadas em 2013, te-nham permitido colmatar as la-cunas de um complexo que “quando foi inaugurada, em 1985, já estava desadequado”.

Mas a solução para este pro-blema está à vista, estando a autarquia lousanense a analisar a disponibilização do terreno das oficinas camarárias contí-guo ao quartel e a aquisição de uma outra parcela, o que per-mitirá dar luz verde à almejada ampliação.

O comandante reconhece o esforço do executivo para ga-rantir os meios e os equipa-mentos para uma adequada prestação de serviço, mas as necessidades eram muitas tal como os constrangimentos de ordem financeira.

“Nos últimos três mandatos houve um trabalho de identifi-cação das debilidades a come-çar pelas instalações que se apresentavam desadequadas

tanque tático urbano (VTTU), que o comandante considera uma necessidade até porque o que atualmente serve o quartel já conta com mais de 30 anos de serviço.

O facto das autarquias, du-

rante anos, não terem podido recorrer a financiamento para reequipar os quartéis dos bom-beiros municipais, atrasou o projeto de modernização, con-tudo, a alteração do quadro le-

gislativo permitiu à câmara lou-sanense acelerar o processo.

“Nos últimos anos temos fei-to um esforço significativa em dar melhores condições aos bombeiros”, destaca Ricardo Fernandes, considerando que a

LOUSÃ

Voluntários dão dimensãoO contingente dos Municipais da Lousã

integra apenas 16 funcionários, manifestamente poucos para responder às

cerca de 3000 emergências mensais, contudo, e não obstante o “rótulo”, este

quartel conta com uma força musculada de cerca de uma centena de voluntários, que são o garante da prontidão e da qualidade

do serviço prestado por este centenário corpo de bombeiros.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

às exigências e careciam de in-tervenção. Na verdade, a única coisa que nesta casa não estava subdimensionada era o parque, porque não existiam viaturas”, lembra Ricardo Fernandes.

“Quando assumimos o co-mando não tínhamos meios de combate florestal e essa foi a prioridade”, revela o coman-dante para depois falar em vá-rios investimentos em viaturas florestais e urbanas, ambulân-cias, equipamento de proteção individual (EPI) e novo farda-mento, este último apresentado há escassos meses, por ocasião das comemorações do 113.º aniversário do corpo de bom-beiros.

Depois da recente aquisição da plataforma e de um veículo de socorro e assistência tático (VSAT), assinala-se a receção de uma ambulância de socorro ao abrigo do Orçamento Partici-pativo e de um veículo tanque tático Florestal (VTTF), fruto de uma candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR). O próximo investi-mento deverá ser um veículo

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15SETEMBRO 2017

Os Bombeiros Voluntários da Praia da Vi-tória conquistaram na Roménia, em

Târgu Mureș, o primeiro lugar no “World Rescue Challenge 2017 - Campeonato Mun-dial de Trauma e Desencarceramento”. O Regimento de Sapadores Bombeiros de Lis-boa conquistaram também o primeiro lugar na manobra rápida.

Este evento, que decorreu entre 30 de

agosto a 3 de setembro últimos, constituiu um teste internacional às equipas presen-tes, várias portuguesas, sobre os procedi-mentos de socorro a vítimas em cenários de trauma, com simulacros, o mais aproxi-mados possível da realidade, de vítimas de acidente.

O concurso contou com a participação de 33 equipas, num total de duas centenas de

bombeiros de países dos vários continen-tes.

“É um prestígio termos uma equipa dos Açores campeã ao mais alto nível, demons-trando a aptidão e a qualidade de formação dos bombeiros açorianos”, realçou Rui Luís, secretário Regional da Saúde do Governo dos Açores.

A equipa da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória, composta por 3 elementos, conquistou ain-da, nos resultados parciais, o primeiro lu-gar na prova “Standard” trauma e o tercei-ro lugar na prova complexa trauma.

Em 2019, os Açores recebem o Campeo-nato Nacional de Trauma e Desencarcera-mento, organizado em parceria com a As-sociação Nacional de Salvamento e Desen-carceramento.

WRC 2017

Bombeiros da Praia da Vitória campeões mundiais

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A função do comando não é fazer contas, é, antes, assegurar os meios suficientes para servir a população.

João Melo, comandante dos Bombeiros Municipais da Lousã

voz de COMANDO

“a gestão de prioridades seja difícil”, ainda reconhece que “é natural que o comando nunca esteja satisfeito”.

João Melo, embora sublinhe e enalteça o esforço da autar-quia, defende que “a função do

comando não é fazer contas, é, antes, assegurar os meios sufi-cientes para servir a popula-ção”, para depois admitir que a gestão de um corpo de bombei-ros municipal exige ponderação e muitos cálculos, nos quais se

incluem uma parcela elevada para a formação dos operacio-nais.

Este novo ciclo na vida dos Municipais da Lousã assenta também numa estratégia de proximidade da população, en-

Os Municipais da Lousã contam desde meados de setembro com nove novos bombeiros, que receberam as insígnias numa cerimónia que contou com a presença de representantes da

autarquia, comando, corpo ativo, familiares e amigos dos novos operacionais.Perante formatura geral, os recém-promovidos receberam dos oficiais, chefes e subchefes as

divisas de bombeiro de 3.ª e a boina.

Quartel recebe reforços

a corpo municipal

cetada há seis anos, que come-ça a dar frutos.

“Estávamos muito fechados à sociedade mas, hoje. este é um corpo de bombeiros plenamen-te inserido na comunidade, aliás essa é uma aposta tradu-zida no apoio da população e até na captação de voluntários” ganha por esta equipa há seis anos”, frisa o comandante, dan-do conta do muito trabalho de-senvolvido nas escolas que visa não apenas promover uma cul-tura de segurança e proteção civil, mas também “democrati-

zar e popularizar” o Suporte Básico de Vida. Paralelamente este corpo de bombeiros desen-volve um conjunto de ações vo-cacionadas para as empresas da região, o que tem permitido também capitalizar apoios.

O vereador revela que o mu-nicípio da Lousã apresenta es-pecificidades que o distingue dos outros concelhos do pinhal interior norte, tanto pelo cresci-mento populacional como pela crescente implantação de insti-tuições privadas de apoio social aos idosos de alguma dimensão

que estão na origem do um au-mento de solicitações, a que importa dar resposta.

“A autarquia enquanto res-ponsável máximo pela proteção civil no concelho tem que ter uma visão abrangente e ter em conta que para além deste cor-po de bombeiros também conta com os Voluntários de Serpins que têm que ser tratados – e são – de igual forma”, assinala o autarca, acentuando a prepa-ração dos bombeiros do conce-lho e a qualidade do socorro prestado às populações.

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16 SETEMBRO 2017

A foto identifica o grupo de operacionais dos Bombeiros

Voluntários de Fajões e do Insti-tuto Nacional de Emergência Médica (INEM) que cumpriram em conjunto mais uma missão de socorro particularmente complexa.

Nessa ação, estiveram envol-vidos: (CODU)TEPH Nuno Patrí-cio, Cristina Pinto, Andreia Ro-drigues, Inês Andrade, Andreia Pinho, Tânia Santos e Fernando Pinto, os médicos Cláudia Kief e Letícia Malta, os bombeiros Má-rio Pessoa, Carlos Teixeira, Jor-ge Miguel, Hugo Almeida, Daniel Oliveira, Ricardo Correia e Ra-

quel Sá, o TEPH da SIV de Arou-ca, Carlos Pinto e o enfermeiro João Pinto, da VMER, o enfer-meiro Pedro Silva e o médico Diogo Machado e, do helicópte-ro de Macedo de Cavaleiros, o enfermeiro Cláudio Barros e o médico António Barbosa.

A situação ocorreu no “Marco dos 4 Concelhos”, em Arouca, um marco geodésico que assi-nala o limite territorial de 4 con-celhos vizinhos (Arouca, Castelo de Paiva, Santa Maria da Feira e Gondomar) e que está situado num local com vistas magníficas sobre as serras do Douro. O acesso é feito por trilhos com

vários quilómetros muito utiliza-dos por praticantes de BTT, com vários graus de dificuldade e de difícil acesso, sendo por isso uma atração comum para os amantes daquela modalidade.

Era exatamente um desses trilhos que dois amigos percor-riam de bicicleta, quando o aci-dente aconteceu: uma queda aparatosa que provocou lesões graves num dos ciclistas, im-possibilitando-o de se mexer.

Coube ao amigo do sinistrado a tarefa de ligar 112 e ativar o Sistema Integrado de Emergên-cia Médica (SIEM). Sem a sua ajuda, conseguir perceber o que

se passava e onde se encontra-vam teria sido uma tarefa quase impossível para as equipas de emergência.

Dos profissionais dos Centro de Orientação de Doentes Ur-gentes (CODU) aos operacionais no terreno, a resposta foi ime-diata, dedicada e musculada.

O socorro exigiu a estabiliza-ção da vítima no local, a trans-ferência apeada em maca por vários quilómetros e o transpor-te de helicóptero para o Hospi-tal Pedro Hispano, onde uma equipa já aguardava o sinistra-do.

Este foi mais um exemplo da

conjugação plena e eficaz de operacionais que, em disciplinas específicas, asseguram o socor-

ro nas mais adversas e comple-xas circunstâncias.(Fonte: Newsletter INEM nº 62)

AROUCA

Socorro conjugado entre bombeiros e INEM

O jornal Bombeiros de Por-tugal encetou um périplo pelas áreas afetadas pe-

los mortíferos incêndios deste verão de 2017. Estivemos em Castanheira de Pera e em Pam-pilhosa da Serra, duas realida-des distintas, mas que o negru-me da paisagem aproxima.

O luto pela morte do bombei-ro Gonçalo Conceição, continua por fazer no quartel de Casta-nheira de Pera. A tristeza é enorme, mas a apreensão pro-vocada pelos outros quatro feri-dos no acidente de 17 de junho, não permitiu, ainda desarmar,

baixar os braços, chorar pelos que partiram.

Fernando Tomé (filho) e Filipa Rodrigues já tiveram alta hospi-talar e, embora a recuperação surja como um processo com-plexo e demorado, não escon-dem alívio, depois de dias muito sofrimento. Fernando teve alta, mas deixou no hospital seu pai, também vitima deste acidente, por isso ainda é grande a an-gústia vivida, diariamente, no seio desta família.

Visivelmente fragilizada Cecí-lia Tomé dá conta do tormento dos últimos meses quando che-

CASTANHEIRA DE PERA E PAMPILHOSA DA SERRA

Incêndios pintam de negro Pinhal InteriorA época mais crítica em incêndios florestais terminou deixando, contudo, um rasto de morte e destruição. As chamas ceifaram a vida a 64 pessoas, em Pedrógão Grande, entre as quais a de um

bombeiro, feriram muitos outros, e reduziram a cinza 230 mil hectares de floresta, a maior área ardida, da última década e a

terceira desde que há registos.Mas muito para além dos números, que mesmo crus impressionam,

ficam as histórias, as amarguras, as vidas em suspenso, mercê de um drama que não sara, pelo menos com a celeridade com que a

floresta se regenera.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

gou a ter em situação crítica o filho e o marido, mas corajosa arranja força, vá se lá saber onde, para apoiar o companhei-ro de uma vida para lhe dar alento num momento tão difícil, marcado por uma recuperação lenta, mas que ainda assim não esmorece o otimismo da famí-lia, ainda que consciente que este será um processo compli-cado.

Com o mesmo espírito, Mari-na Rodrigues, esposa de Rui Rosinha, não desanima, afir-mando-se preparada para en-frentar uma batalha dura e lon-

ga, que se torna mesmo peno-sa, cada vez que são notadas melhorias.

Filipa Rodrigues com apenas 24 anos continua a ser acompa-nhada, cumprindo sessões diá-rias de fisioterapia e, embora ainda com muitas lesões provo-cadas pelo acidente que lhe mudou a vida, garante que não deixará de cumprir a sua mis-são, como voluntária, nos Bom-beiros de Castanheira de Pera. Também Fernando se mostra expectante pelo regresso ao ativo, muito embora ambos se-jam parcos em palavras, que possam avivar memórias que, continuam a tentar esquecer.

Recorde-se que Fernando Tomé (pai), Fernando Tomé (fi-lho), Filipa Rodrigues e Rui Ro-sinha no fatídico 17 junho, quando se deslocavam de Fi-gueiró dos Vinhos para Casta-nheira de Pera, no regresso de mais uma missão, foram apa-nhados pelo fogo de Pedrógão na EN 236-1, quando tentavam socorrer uma família de três pessoa que seguia num veículo ligeiro que embateu na viatura de combate a incêndios.

O presidente da direção dos Voluntários de Castanheira de

Pera, Baltazar Lopes e coman-dante José Correia fazem rela-tos de dias de horror, do aban-dono a que o pequeno territó-rio, as dificuldades em respon-der a tantas solicitações, da falta ou da descoordenação dos meios, temendo que as mortes

e todas as outras perdas não tenham consequências.

Ainda muito abalados pela fatalidade que deixará feridas profundas na associação, presi-dente e comandante não es-quecem os apoios, a solidarie-dade vindos de muitos pontos

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17SETEMBRO 2017

O comandante operacional nacional (CO-NAC) da Autoridade Nacional de Proteção

Civil (ANPC), Rui Esteves, demitiu-se do car-go em circunstâncias e razões que no futuro, por certo, irão ficar totalmente esclarecidas através dos vários inquéritos em curso.

O papel da ANPC nos incêndios florestais de Pedrógão Grande e todos os que se segui-ram, incluindo o desfecho trágico de mortes ali ocorridas, uma licenciatura sustentada em equivalências e a acumulação do cargo de CONAC com o de diretor do aeródromo de

Castelo Branco, estarão na origem do mal--estar gerado e do consequente pedido de demissão, entretanto aceite pelo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.

Entretanto o lugar de CONAC foi assumido interinamente pelo segundo comandante operacional nacional, Albino Tavares.

Rui Esteves, ex-comandante distrital da ANPC de Castelo Branco e antigo comandante de bombeiros, tinha ocupado o cargo de CO-NAC em janeiro último.

ANPC

CONAC demite-se

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CASTANHEIRA DE PERA E PAMPILHOSA DA SERRA

Incêndios pintam de negro Pinhal Interior

do País, que Baltazar Lopes diz querer aplicar no tratamento dos bombeiros feridos, no apoio ao reinício destas vidas que so-freram um duro revés.

Gonçalo Conceição acabou por pagar com a morte o gesto heroico, de cumprir o lema Vida por Vida. Faleceu a 19 de junho. Foi o morto 63 da tragédia de Pedrógão Grande, um incêndio que para além de demasiadas vítimas, causou ainda a destrui-ção de casas, empresas e pro-priedades e de 30 mil hectares de floresta, de acordo com da-dos do Sistema Europeu de In-formação de Incêndios Flores-tais.

Registe-se que incêndio de Pedrógão Grande, provocou a morte de 64 pessoas e feri-mentos em 200, além de ter afetado cerca de 500 habita-ções, durou uma semana e alastrou aos concelhos vizinhos de Castanheira de Pera, Figuei-ró dos Vinhos e Góis.

Embora sem mortes a la-mentar a chamas voltaram a não poupar a Pampilhosa da Serra que, também, a 17 de ju-nho viu arder os 20 por centro de área verde que tinham esca-pado incólumes aos grandes in-cêndios de 2005.

João Matos Ramos, presiden-te da direção dos Voluntários de Pampilhosa da Serra dá con-

ta da enorme dimensão do fogo, que destruiu áreas agrí-colas, enquanto, salienta, que os danos só não foram maio-res, porque os bombeiros esti-veram à altura e conseguiram responder à situação com prontidão e coordenação de meios.

As chamas que começaram a lavrar em Alvares, Góis, chega-ram, muito rapidamente, ao concelho vizinho como explica o comandante Marco Alegre. Os meios empenhados em Pe-drógão Grande não permitiram garantir reforços que muita fal-ta fizeram em Pampilhosa que perdeu, com esta ocorrência que devorou mais de sete mil hectares em quatro dias, mas

que ocupou os bombeiros du-rante uma semana, nomeada-mente em ações de vigilância e rescaldo, que mobilizaram os cerca de 100 operacioanis que integram este efetivo.

Assinale-se que 2017 foi um ano em que a severidade me-teorológica registou o segundo valor mais elevado desde 2003 e os incêndios florestais consu-miram 239 mil hectares, segun-do o Sistema Europeu de Infor-mação sobre Fogos Florestais, O fogo que provocou maior área ardida registou-se no distrito de Castelo Branco, teve origem no concelho da Sertã e consumiu perto de 30 mil hectares de es-paços florestais.

Estatísticas do Instituto da

Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) dão conta que as chamas queimaram no total quase 210 mil hectares, o valor mais elevado dos últimos dez anos e o terceiro desde que há registo, sendo apenas ultrapas-sado por 2003 (425.839 hecta-res) e 2005 (339.089). Ainda segundo este instituto entre 1 de janeiro e 15 de setembro, registaram-se um total de 13346 ocorrências.

A fase ‘Charlie’ mobilizou 9740 operacionais e 2065 via-turas, apoiadas por 48 meios aéreos. Os meios de combate foram, entretanto reduzido com o início da fase ‘Delta’, que termina a 31 de outubro, não obstante as elevadas tempera-

tura que se faziam sentir, o que mereceu mesmo um veemente protesto da Liga dos Bombeiros Portugueses. Para esta fase es-tão recrutados 5518 elementos e até 1307 veículos e 22 meios aéreos, quem serão progressi-vamente reduzidos até ao final do mês.

Na sequência de um verão

horribilis, marcado por muitos “casos”, o comandante opera-cional nacional da ANPC, Rui Esteves, acabou por pedir a de-missão motivado por denúncias sobre a obtenção da sua licen-ciatura e pela acumulação de funções públicas. Mas ao que tudo indica muitas outras “me-xidas” se anunciam.

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18 SETEMBRO 2017

Os CTT doaram viaturas pesadas aos Voluntários de Alenquer, Celorico da Beira, Ajuda (Lisboa) e de Coimbrões (Vila Nova de Gaia), res-

pondendo assim a vários apelos recebidos.Em comunicado a empresa refere que os “veículos em bom estado

que iriam ser retirados da frota CTT irão cumprir diferentes usos nas várias corporações, incluindo o reforço de meios de combate a incêndios, incluindo o transporte de água em função das suas necessidades espe-cíficas”.

Os CTT entendem que este é “um modo de contribuírem para o bem--estar e a segurança da comunidade, confirmando deste modo a sua li-gação às populações”.

Neste desígnio de apoiar a missão dos bombeiros “durante todo o ano e não apenas nas épocas de incêndio”, a empresa associou-se também

à campanha nacional “Heróis sem Capa” desenvolvida pela empresa Alves Bandeira colocando à venda em 200 lojas o íman da mascote “Albi”.

A totalidade da margem de venda destes ímanes, com o valor de um euro, reverte a favor dos bombeiros portugueses, mais especificamente para as associações com protocolo nos concelhos onde estão inseridos os pontos de venda.

Segundo Miguel Salema Garção, diretor de Marca e Comunicação dos CTT, “Os CTT aderiram a esta iniciativa, conscientes do seu papel junto da comunidade”. “Somos, como empresa, co-responsáveis pela mobili-zação da solidariedade dos portugueses face a um cenário de destruição do nosso património florestal, que tem sido aliás um dos nossos eixos prioritários na política de sustentabilidade que defendemos”, assinala.

Depois de muitos anos e recuos parecem estar reunidas as condições para o arranque da

empreitada de construção do novo quartel sede dos Bombeiros do Faial. Deste modo, a breve tre-cho e com a imprescindível colaboração do Go-verno Regional do Açores e Câmara Municipal da Horta será possível dotar a ilha do Faial de um “equipamento de ponta, orientado para o futuro, que permitirá proporcionar melhores condições de trabalho aos bombeiros e bombeiras, elevar o grau de proteção, prontidão e eficiência dos meios de emergência e, por conseguinte, a pres-tação de um serviço cada vez melhor à popula-ção”.

Registe-se que este processo foi encetado em dezembro de 2001 quando a Associação Humani-tária dos Bombeiros do Faial tornou pública a ne-

cessidade operacional de deslocalizar o seu quar-tel situado no centro da cidade e, por essa razão, com acessos restritos e potencialmente sujeitos a bloqueios, que “não se coadunam com as diver-sas e exigentes funções desempenhadas pelo corpo de bombeiros”,

Em 2015 o Governo Regional dos Açores deci-diu avançar com o processo inscrevendo o proje-to no âmbito do Programa Operacional AÇORES 2020, sendo o financiamento da obra assegurado em 85 por cento por verbas comunitárias (FE-DER) e os restantes 15 por cento pelo plano e orçamento da Região.

O novo equipamento será implantado em ter-renos municipais localizados no Parque Empresa-rial e Tecnológico da Ilha do Faial, em Santa Bár-bara, numa área com 15212 m2.

FAIAL

Equipamento de ponta orientado para o futuro

SOLIDARIEDADE

CTT doam veículos e apoiam campanha

A Câmara de Portimão entregou aos Bombei-ros Voluntários de Portimão uma centena de

equipamentos de proteção individual para in-cêndios urbanos e industriais (EPI), num inves-timento que ultrapassou os 960 euros por fato, totalizando um valor próximo dos 100 mil euros.

Estes equipamentos foram personalizados e feitos à medida, em Inglaterra, contendo carac-terísticas únicas e fulcrais à mobilidade e prote-ção dos seus utilizadores face aos riscos que en-frentam.

O processo de aquisição dos EPI teve início em Março último e a entrega contou com a pre-sença de Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, e de Álvaro Bila, presidente da di-

reção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Portimão.

A atribuição da centena de EPI integra-se no plano estratégico de reequipamento da Proteção Civil Municipal em vigor até ao final do ano que totaliza um investimento de um milhão de eu-ros.

Em agosto passado a Câmara entregou aos Voluntários de Portimão 15 aparelhos respirató-rios No mesmo período, aquando da entrega de um novo veículo urbano de combate a incêndios aos Bombeiros Voluntários de Portimão, que im-plicou um investimento municipal que ultrapas-sou os 280 mil euros, procedeu-se também à entrega de EPI no valor global de 120 mil euros.

PORTIMÃO

Bombeiros recebem EPI da Autarquia

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19SETEMBRO 2017

CongressonaCional‘17

43º

27 | 28 | 29outubroFaFe

LIGA DOSBOMBEIROS PORTUGUESES

A P O I OC O L A B O R A Ç Ã O

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20 SETEMBRO 2017

Foi inaugurado no dia 17 de setembro, o Memorial de Ho-

menagem aos Bombeiros do Concelho de Valpaços, situado numa rotunda situada numa das áreas nobres da sede deste município.

A cerimónia que foi abrilhan-tada pela Fanfarra dos Escutei-ros de Valpaços, deu a conhecer um monumento que “tem por objetivo primeiro e último ho-menagear os Soldados da Paz na sua plenitude, em nome de Valpaços e dos valpacenses”.

O presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Val-paços, Amílcar Mesquita, abriu a sessão, agradecendo todo o apoio prestado pela autarquia à corporação local, que “tem sido

sempre sensível às suas neces-sidades”.

Também o presidente da As-sociação Humanitária dos Bom-beiros Voluntários de Carrazedo de Montenegro, Manuel Casta-nheira, se mostrou “lisonjeado pela homenagem feita aos sol-dados da paz do concelho, su-blinhando algumas dificuldades e solicitando apoios às entida-des distritais e nacionais.

Por sua vez, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugue-ses (LBP), Jaime Marta Soares, mostrou-se solidário com as reivindicações dos dirigentes, comprometendo-se a ser a sua voz nos órgãos competentes.

A terminar a sessão, o edil de Valpaços, Amílcar Almeida, re-feriu que “este monumento

abrange ainda uma enorme dis-tinção ao passado das institui-ções e seus dirigentes ora re-presentadas - mormente ao longo dos 79 anos de existência da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Val-paços e dos 84 anos da Associa-ção Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Carrazedo de

Montenegro - bem como uma profunda certeza e uma legíti-ma convicção no seu futuro”. Referiu ainda que este tributo se trata de “um ato da mais ele-mentar justiça para com todos os bombeiros que, inclusive, já peca por tardio. Esta sentida homenagem aos Soldados da Paz traduz quer o seu reconhe-

cimento público quer a eviden-ciação dos valores que propa-lam, espelhando a importância dos bombeiros”.

Enquanto simbologia, na peça escultória destaca-se a la-bareda, “sinónimo do percurso do fogo que urge combater e extinguir”, mas, também, a barra vertical, “a simbolizar o

corpo de bombeiros envolvido com elementos em combustão”, e ainda a “desmaterialização das insígnias como o capacete e o machado, o manto verde de relva, representando a espe-rança que reside em cada ação que os bombeiros do concelho, pela coragem e respeito pelas causas que defendem”.

VALPAÇOS

Inaugurado memorial de homenagem

Tomou posse, recentemente, o novo comando do Corpo de Bombeiros Voluntários do Entroncamento. Na

cerimónia que decorreu nas instalações da associação humanitária Rodrigo Ber-telo assumiu o cargo de comandante, João Pitacas 2.º comandante e Francisco Barbosa foi reconduzido no cargo de ad-junto.

Após a assinatura de posse, Rodrigo Bertelo usou da palavra começando a agradecer à família para depois se afir-mar como “um comandante empenhado na prestação e um serviço público” parti-lhando esta missão com o corpo de bom-beiros que designou como “amigos do peito”.

O passado não foi esquecido tendo os recém-empossados enaltecidos os seus antecessores, que deram um “contributo fundamental na formação de homens”, entre eles seu pai Vitor Bertelo, hoje co-mandante do Quadro de Honra. Na opor-tunidade, prestou igualmente tributo aos comandantes Manuel Rufino, Amílcar

Avó Dias e José Alberto Vitorino, presen-tes na sala, salientando a importância e o exemplo de todas estas figuras.

Curiosamente Rodrigo Bertelo comple-tou no dia da tomada de posse o 37.º ani-versário, 23 dos quais dedicados à causa.

Em dia de festa para os bombeiros foi ainda inaugurada a nova Rotunda dos

Bombeiros situada no centro da cidade do Entroncamento, onde foi colocado uma viatura, perpetuando assim os Bombeiros do Entroncamento naquele local.

Os restantes oradores, destacaram as qualidades do novo comandante, e da sua equipa das quais sobressaem “hu-

mildade e experiência”, da mesma forma que elogiaram o trabalho que tem vindo ser desenvolvido pela Associação Huma-nitária dos Bombeiros Voluntários do En-troncamento.

A cerimónia contou com as presenças do comandante José Guilherme 2.º CO-DIS de Santarém; comandante Adelino

Gomes vice-presidente da Liga dos Bom-beiros Portugueses; comandante Carlos Gonçalves, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Santarém, ve-reador Carlos Amaro representante da Câmara Municipal do Entroncamento, para além de outras entidades militares, civis e religiosas.

ENTRONCAMENTO

Bombeiros têm novo comando

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21SETEMBRO 2017

O quartel dos Voluntários de Torres Vedras acolheu no dia 21 de setembro

mais uma sessão de entrega de equipamentos de proteção indi-vidual aos bombeiros, que des-ta feita beneficiou 75 quartéis de todo o país nas áreas onde as insígnias Intermarché, Brico-marché e Roady, estão implan-tadas.

Refira-se que, só este ano, o Grupo Os Mosqueteiros, já en-tregou mil equipamentos de proteção individual (EPI) de combate a incêndios florestais a corporações de bombeiros de norte a sul do país, sendo que 500 foram doados à Liga dos Bombeiros Portugueses em agosto que os sorteou pelos bombeiros que nunca haviam sido beneficiados com a oferta e os restantes distribuídos direta-mente pelo grupo, fruto do va-lor angariado com o livro infan-til “Bombeiro dos Pés à Cabe-ça”, que esteve à venda nas 313 lojas do grupo durante cer-ca de um mês.

“Hoje mais uma vez - e já lá vão 12 anos de parceria com Os Mosqueteiros - a Liga dos Bom-beiros Portugueses é, mais uma

vez, surpreendida por um apoio que ultrapassa todas as expec-tativas”, frisou na sua interven-ção Jaime Marta Soares. O pre-sidente da confederação agra-deceu o apoio, falou do exem-plo e da generosidade do grupo, que defendeu deveria ser se-guido por outras empresas e re-plicado a nível nacional

“Os Bombeiros são um pilar fundamental no apoio às comu-nidades onde estamos inseri-dos. Podermos retribuir a estes heróis o que fazem por nós é algo que nos enche de orgulho”, disse na sessão de entrega João Magalhães, administrador de Os Mosqueteiros, assinalando que com “equipamento de se-gurança adequado é possível minorar os acidentes e dar mais segurança aos bombeiros por-tugueses”,.

Isabel Silva, apresentadora da TVI e madrinha da campa-nha esteve presente no quartel de Torres Vedras para agrade-cer a entrega dos operacionais nos vários teatros de operações e respondendo a um repto dos voluntários torrienses ainda participou no exercício de re-gaste em grande ângulo, que

encerrou esta campanha anual. Manuel Luís Goucha, padrinho e grande apoiante da causa, por motivos de saúde, faltou ao evento, tendo, contudo endere-çado uma mensagem de grati-dão e estímulo aos Bombeiros de Portugal.

Os conjuntos distribuídos são

compostos por bota florestal, luvas, cógula, calças e dólman, capacete e sweatshirt.

Desta feita foram beneficia-dos os corpos de bombeiros de Lagos, Torrejanos, São Marti-nho do Porto, Serpa, Vialonga, Alcobaça (2), Sobral de Monte Agraço, Sines, Pataias, Porti-

mão (2), Castro Verde, Vieira de Leiria, Moita, Monchique, Mortágua, Arrifana (2), Condei-xa-a-Nova, Fundão, Paredes de Coura, Baião, Felgueiras, Sá-tão, Nelas, Belmonte, Seia, Vila Verde, Vila Praia de Âncora, Tá-bua, Albergaria-a-Velha, Mon-dim de Basto, Malveira (2), Car-valhos (2), Peso da Régua, El-vas (2), Setúbal (2), Portalegre (2), Ourém (2), Oliveira de Aze-méis (2), Fafe, Valongo (2), Es-toril (2), Valença, Miranda do Douro, Covilhã (2), Viseu (2), Guimarães (2), Paredes (2), Benavente (2), Viana do Caste-lo (2), Alcochete, Aljustrel, Al-mada (2), Arcos de Valdevez, Batalha, Estremoz, Lourinhã, Mação, Minde, Oliveira de Fra-

des, Oliveira do Bairro, Penafiel (2), Pombal (2), Redondo, Ser-tã, Tondela, Trofa, Torres Ve-dras, Vila das Aves, Vila Nova de Poiares, Vila Viçosa, Saca-vém, Ericeira, Vila do Conde (2),Coimbra e Vila Verde.

Registe-se que este apoio tem vários anos, desde logo com a colaboração direta aos quartéis das áreas onde funcio-nam as lojas, estendeu-se á en-trega de cerca de meia centena de viaturas de combate a incên-dios florestais e desde 2014, formalizada a parceria com a LBP, está centrado na seguran-ça dos operacionais, na qual o grupo Os Mosqueteiros já in-vestiu mais de um milhão de euros.

LBP/INTERMARCHÊ

Parceria garante mil EPIDepois de no passado mês de agosto ter ofertado 501 equipamentos de proteção individual (EPI) de combate a incêndios florestais a 101 corpos de bombeiros de

todos os distritos do território continental, o Grupo Os Mosqueteiros, beneficiou mais 75 associações do país, no âmbito de uma

parceria com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). A entrega dos

equipamentos teve lugar no quartel dos Voluntários de Torres Vedras.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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22 SETEMBRO 2017

Os Bombeiros Mistos de Santiago do Cacém procederam recentemente à inauguração e

bênção de uma nova ambulância e uma viatura de comando para apoio à sua missão. A cerimó-nia realizou-se no Parque de Feiras e Exposições de Santiago do Cacém.

A obtenção destas viaturas é o resultado de uma campanha de angariação de fundos promo-vidos por um grupo de bombeiros junto da popu-lação com cujos resultados foi possível a aquisi-ção da viatura de comando.

Segundo o comandante Carlos Agostinho, “este grupo conseguiu arranjar um segundo veí-culo de comando para responder às necessidades e com esta ajuda a associação não gastou um cêntimo, a viatura não é nova mas está em muito bom estado, conseguimos um bom preço no mer-cado e com os donativos vamos conseguir equi-par mais este meio operacional”.

A campanha conseguiu reunir cerca de seis mil euros que serviu para adquirir a segunda viatura de comando, que foi batizada com o nome de ‘Mário Violante’, em memória do subchefe que fa-leceu no passado mês de julho, vitima de aciden-te com uma ambulância no IC33. Na cerimónia, esteve presente Márcia Violante, filha do bombei-ro falecido e madrinha da viatura.

Os bombeiros aproveitaram também para bati-zar uma nova ambulância, cujo padrinho foi o presidente da União de Freguesias de Santiago, Santa Cruz e S. Bartolomeu, resultado de uma

parceria com as Juntas de Freguesia de Santiago do Cacém, Abela e São Francisco da Serra.

Visivelmente emocionado, o comandante dos Bombeiros Mistos de Santiago do Cacém adian-tou que, na sequência do acidente do passado mês de julho, a corporação ficou sem uma das viaturas que “tanta falta faz à corporação”.

A ambulância, também adquirida em segunda mão, vai custar cerca de 70 mil euros, depois de toda equipada, adiantou Carlos Agostinho. “Pre-cisamos de ambulâncias e depois da fatalidade do passado mês de julho com a perda de um homem e de uma ambulância, e foi a muito custo que conseguimos adquirir esta graças ao apoio destas juntas de freguesia e aos resultados do restau-rante durante a Feira Agrícola”, acrescentou.

As duas viaturas entraram de imediato ao ser-viço dos Bombeiros Mistos de Santiago do Ca-cém.

(Agradecemos a colaboração da jornalista Hel-ga Nobre e do jornal “Diário da Região”)

SANTIAGO DO CACÉM

Novas viaturas apresentadas

A Associação Humanitária de Bombeiros Volun-tários da Ilha do Corvo, Açores, comemorou

recentemente o seu 30.º aniversário em verda-deiro ambiente familiar, com 13 voluntários no quatro ativo, conforme nos referiu a presidente da direção, Vera Câmara.

A festa, realizada em 29 de Setembro último, começou com o toque de sirene e hastear das ban-deiras, uma demonstração de desencarceramento e jogos e outras actividades para as crianças a meio da tarde e, à noite, no salão da sede, o tradi-cional apagar das velas do bolo de aniversário.

A Associação Humanitária de Bombeiros Volun-tários da Ilha do Corvo, fundada a 29 de Setem-bro de 1987, teve como presidentes, João Cardi-gos, o padre João Carlos, Manuel Rita, Aida An-drade, Iasalde Nunes e atualmente Vera Câmara.

Inicialmente estava sediada em edifícios pre-cários cedidos pela Câmara Municipal e Governo Regional. Actualmente está sediada na Avenida Nova, num edifício oferecido pela Câmara e que foi alvo de várias obras de requalificação, e con-servação. A associação conta neste momento com 130 sócios.

O quartel está sediado no Caminho dos Moi-nhos, tendo sido inaugurado em 14 de fevereiro de 1996 e funciona no piso -1 da aerogare cedido pelo Governo Regional.

A Associação conta com um corpo de bombei-ros de 12 membros do sexo masculino e um do sexo feminino, e teve como comandantes, Gui-lherme Nunes, Óscar Rocha e atualmente Marco Silva.

A primeira formação para bombeiros aconte-ceu em Março de 1988 em Ponta Delgada e Ribei-ra Grande.

Foi a primeira Associação dos Açores a efetuar serviços de prevenção à aerogare.

A primeira viatura foi adquirida em janeiro de 1990. Neste momento conta com duas viaturas de combate a incêndios, 2 de socorro pré-hospi-talar e 1 de apoio.

A associação efetua serviços de prevenção ao aeródromo, combate a incêndios, transporte de doentes, apoio à população, nomeadamente, em caso de catástrofe.

Os Bombeiros do Corvo já estiveram envolvi-dos no combate a vários incêndios, mas as situa-ções que os marcaram mais foram, o resgate com vida de 15 tripulantes do pesqueiro Landana, em local de difícil acesso e perigoso e com poucos meios, tendo sido imprescindível a ajuda da po-pulação, e o acidente de viação que vitimou uma turista portuguesa e causou mais seis feridos, em 2015, após cinco anos consecutivos sem aciden-tes do género.

CORVO

Bombeiros comemoram30 anos em família

Nem sempre é fácil cumprir e honrar tantos deveres e obrigações

Joaquim Sá Cardoso,presidente da Associação Humanitáriados Bombeiros Voluntários de Lourosa

palavra de PRESIDENTE

Nos Voluntários da Lourosa assumem o papel de anfi-triões o presidente da di-

reção da associação, Joaquim Sá Cardoso, o tesoureiro, Do-mingos Cristino e o comandan-te do corpo de bombeiros José Carlos Pinto que dão a conhecer aos jornalistas uma organiza-ção onde se vive “uma harmo-nia e uma satisfação muito grande por todo o trabalho de-senvolvido”, fruto da “união de dirigentes e bombeiros”.

O comandante dá conta um ano operacionalmente intenso, num território, por si só, desa-fiante, com perigos vários que exige não só “prontidão”, mas também preparação ao efetivo que conta, atualmente, com 94 elementos.

Embora seja elevado o nú-mero de bombeiros alocados a esta área do concelho de Santa Maria da Feira, o responsável operacional não se mostra oti-mista em relação ao futuro, pois como alerta “o modelo, as-sente no voluntariado, começa a estar esgotado”, sustentando ser urgente encontrar “alterna-tivas para responder a uma nova realidade que exige que a primeira intervenção seja asse-gurada por profissionais”.

José Carlos Pinto, reconhece que a “disponibilidade dos vo-luntários é cada vez menor”, salientando que noutros tem-pos o quartel podia contar sem-pre com uma espécie de “reser-va tática” de efetivos que, dia-riamente, passavam pelo quar-tel, mas que hoje apenas lá vão para cumprirem os serviços es-tipulados.

O presidente Joaquim Sá Cardoso diz ser necessário in-

LOUROSA

Associação exigeA viverem um ciclo de estabilidade financeira e paz social, os

Bombeiros de Lourosa podem, ainda que com passos curtos mas seguros, trilhar os caminhos de futuro.

A propalada crise do voluntariado é uma questão latente no setor, mas que comando e direção fazem questão de trazer a praça

pública para exigir à tutela os incentivos que permitam garantir a fixação dos bombeiros nos quartéis.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

vestir muito mais no voluntaria-do.

“Qual é a moral e o incenti-vo, dado aos bombeiros para que se mantenham ligados à causa?”, indaga corroborado pelo comandante que defende, entre outras medidas “a criação do cartão social do bombeiro”.

“A Liga dos Bombeiros Portu-gueses, a federação distrital e o governo deveriam, por exem-plo, estudar um mecanismo que permitisse premiar os bombei-ros que se destacam no serviço que prestam”, alvitra o presi-dente.

Com o intuito de assegurar o futuro e incutir nos mais novos o gosto pela causa a associação decidiu apostar na criação de uma escola de infantes e cade-tes, que já cumpre a função as-segurando “alguns” reforços ao corpo de bombeiros. Atualmen-te, frequentam este polo cerca de duas dezenas de crianças e jovens com idade superior a 11 anos, que se reúnem no quartel ao sábado de manhã, de 15 em 15 dias, para participarem em atividades várias e experiencia-rem dinâmicas de união.

Nesta, como noutras congé-neres de todo o País, são mui-

tas e grandes as responsabili-dade de uma estrutura que as-sente no voluntariado, a come-çar pelo compromisso assumido com os 27 funcionários que ga-rantem a qualidade do serviço prestado às populações.

“Nem sempre é fácil cumprir e honrar tantos deveres e obri-gações”, confidencia Joaquim Sá Cardoso, reconhecendo, contudo, que as dificuldades são superadas em equipa. Diri-gentes, comando e corpo ativo unem-se não apenas nos mo-mentos bons, mas, também, na adversidade.

“Eu tenho uma equipa mara-vilhosa”, assinala orgulhoso o presidente.

Porque importa garantir to-das as condições operacionais e também algum conforto a todos os que trocam a comodidade do lar por um quartel de bombei-ros, com o nobre propósito de servir o próximo, Joaquim Sá Cardoso reconhece ser imperio-so avançar com obras nas ins-talações inauguradas em 1984 que, na verdade, foram proje-tadas para acolher meia cente-na de operacionais e, embora tenham recebido uma amplia-ção em 1992, presentemente,

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23SETEMBRO 2017

Fundada a 8 de abril de 1968, a Associação Humanitária dos

Bombeiros Voluntários de Louro-sa é hoje uma instituição de re-ferência no concelho de Santa Maria da Feira, distrito de Avei-ro.

Presentemente, são 94 os operacionais colocados ao servi-ço dos cerca dos 60 mil habitan-tes de 10 das 31 freguesias do município que é servido ainda pelos corpos de Bombeiros da Arrifana e da Feira.

Para apoiar e complementar o esforço do voluntariado, a asso-ciação conta com 27 assalariados incluindo os cinco elementos da Equipa de Intervenção Permanente (EIP) suportada em partes iguais pela Câmara Municipal de Santa Maria da Fei-ra e a Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Porque importa acautelar a renovação deste

contingente da paz a instituição não só aposta na promoção em ações de sensibilização junto da comunidade onde procura recrutar novos efetivos como dinamiza uma escola de infan-tes e cadetes que conta, atualmente, com 16 bombeiros de palmo-e-meio.

Cartão de visita

O modelo, assente no voluntariado, começa a estar esgotado

José Carlos Pinto, comandantedos Corpo de Bombeiros da Lourosa

voz de COMANDO

incentivos ao voluntariado

não respondem às necessida-des, mas este é, por agora, um investimento protelado, porque carece de apoios financeiros que não estão assegurados.

“Precisamos de 120 mil euros com urgência para substituir a cobertura de amianto. São visí-veis as infiltrações em várias áreas, nomeadamente, nas ca-maratas., importa assim avan-çar não só com um rearranjo funcional, mas também com ampliação das áreas de pernoi-ta dos bombeiros”, declara o co-mandante.

Direção e comando falam da parceria com a Câmara Munici-pal de Santa Maria da Feira, que mantem protocolos idênticos com os três corpos dos bombei-ros do concelho, revelando, contudo, que os subsídios já fo-ram mais elevados, um corte

justificado com os encargos sa-lariais das Equipas de Interven-ção Permanente (EIP) que re-forçam os quartéis.

Os porta-vozes da instituição falam ainda da estreita colabo-ração com algumas das 10 jun-tas de freguesias da área de in-tervenção deste corpo de bom-beiros, nomeadamente Louro-sa, São Paio de Oleiros e Canede, da mesma forma que destacam o apoio da Fundação Albertina Ferreira de Amorim, bem como de diversas indús-trias de um território que já foi apelidado de capital da cortiça, mas à qual sucessivas crises roubaram notoriedade e pujan-ça.

“Os apoios já foram mais substanciais, mas não nos po-demos queixar, pois, na verda-de há sempre entidades que co-

laboram com os bombeiros de Lourosa”, assinala o dirigente, salientando ainda que, também “a população é incansável”.

Só este ano a Associação Hu-manitária dos Bombeiros Volun-tários de Lourosa já investiu cerca de 150 mil euros na reno-vação do parque de viaturas, que recebeu um novo veículo dedicado ao transporte de

doentes (VDTD) e um tanque com capacidade para o trans-porte de 25 mil litros de água.

“Gostava de ter um veículo especial de combate a incêndios (VECI), mas este é um investi-mento incomportável para a as-sociação”, revela José Carlos Pinto que fala ainda do desgas-te tanto da viatura urbana como da de desencarceramen-to, lamentando que os fundos comunitários apenas permitam aquisição de viaturas florestais. A renovação da frota pesada não passa, contudo, de um so-nho até porque existem outras prioridades:

“Não compramos mais car-ros, enquanto não procedermos à substituição do telhado do

quartel que, de facto, é uma necessidade urgente”, clarifica o comandante

A formação dos operacionais é uma preocupação constante, que obriga a recorrer a empre-sas privadas, pois, como de-nuncia, o responsável operacio-nal “a Escola Nacional de Bom-beiros não dá resposta às solici-tações, nomeadamente ao nível de cursos para Tripulantes de Ambulância de Socorro”. Por outro lado, a associação tem in-vestido na formação de forma-dores que, nas mais diversas áreas, asseguram a preparação dos efetivos.

Depois de terem enfrentado alguma agitação interna, de-

pois de em 2010 terem perdido um operacional em serviço e de dois anos mais tarde serem abalados por um novo golpe com um acidente que deixou sequelas graves e definitivas em dois outros bombeiros, os Voluntários de Lourosa vivem no presente momentos de se-renidade e prosperidade propí-cios ao desenvolvimento que permite ampliar e melhorar o serviço prestado às populações da Santa Maria da Feira, mas também de todo o País de to-das as vezes que integram as colunas nacionais de proteção e socorro, que especialmente no verão, percorrem Portugal de lés-a-lés.

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24 SETEMBRO 2017

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Egi-

tanienses (AHBVE) celebrou o 141.º aniversário com uma pro-va de vitalidade traduzida no in-gresso de mais elementos no corpo ativo.

As comemorações iniciaram--se na véspera, com um simula-cro de incêndio, na Praça do Município. Depois realizou-se a tradicional romagem ao cemité-rio, onde se lembraram os bom-beiros falecidos, seguida de uma missa. Logo após decorreu a bênção de novas viaturas.

A sessão solene teve lugar no domingo, pela manhã, após o hastear das bandeiras, da for-

matura do corpo dos bombeiros e da receção às entidades ofi-ciais e convidados.

O presidente da assembleia-

-geral, Álvaro Guerreiro, abriu a sessão, cumprimentando e agradecendo a presença de to-dos. De seguida, o comandante

Paulo Sequeira explicou as pro-moções e condecorações que se iriam realizar, iniciando com os mais jovens que, após comple-tar o respetivo curso de forma-ção, receberam a insígnia e o capacete de bombeiro.

Foram depois condecorados com medalhas de assiduidade diversos elementos do corpo de bombeiros.

O presidente da direção, Luís Borges, usou depois da palavra para salientar o trabalho reali-zado, apesar das dificuldades, em particular, no âmbito do fi-nanciamento.

O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito da Guar-

da, Paulo Amaral, por seu tur-no, deu os parabéns à Associa-ção, e referindo-se aos proble-mas sentidos em todas as asso-ciações enalteceu o trabalho ali realizado.

O vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Gil Barreiros, mostrou a sua satis-fação por estar presente, em representação e por impossibili-dade do presidente.

A sessão foi encerrada pelo presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro.

Este mostrou-se sensibiliza-do pelo agradecimento da Asso-ciação aos seus benfeitores que, por diversas formas apoia-

ram o labor da Associação: como aconteceu na Castanhei-ra, onde toda a população foi incansável no apoio aos solda-dos da paz, durante o grande incêndio florestal que lavrou na própria povoação e nas povoa-ções vizinhas.

A Junta de Freguesia da Guarda foi agraciada como ma-drinha de uma ambulância de socorro pré-hospitalar, adquiri-da recentemente pela Associa-ção. O presidente da Junta re-cebeu o diploma das mãos da vice-presidente, Maria José Costa, agradecendo a honra com que a Freguesia foi distin-guida.

GUARDA

Reforços chegam ao quartel

A distinção com o Crachá de ouro dos chefes João Fresco (QH) e Mário Peralta, e dos bom-

beiros de 1.ª Joaquim Martins e João António Moura, constituíram um dos momentos altos das comemorações do 89.º aniversário da Associa-ção Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vagos.

O exemplo e a entrega à causa destes vetera-nos só podem servir de inspiração aos nove jo-vens que, em dia de festa, foram apresentados como reforços deste efetivo. Paulo Passos, Elder Pato. Vitor Silva, Valter Santos, Yuriy Stel-mashchuk, André Silvestre, Ana Rita da Nave, Alexandre Rosa e Marco Costa estão agora ao serviço da comunidade.

O salão dos Bombeiros de Vagos encheu-se para a sessão solene que permitiu o reconheci-mento das mulheres e dos homens que assumem uma missão complexa mais ainda num verão marcado pela tragédia ainda que conforme subli-nhou o comandante Miguel Sá os incêndios flo-restais constituíam apenas 10 por cento da ativi-dade dos bombeiros. Ainda que com um discurso voltado para os seus, o responsável operacional não deixou de abordar temas mais genéricos como o “comandamento próprio dos bombeiros”.

“Só assim teremos a dignidade que merece-mos e que devemos ter, porque neste momento não há bombeiros de Portugal, mas apenas bom-beiros em Portugal”, disse Miguel Sá, apelando ao espírito combativo do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) a quem pediu que não abandone esta que é uma luta justa, uma exigência legítima do setor.

Cumpridas duas comissões ao serviço dos Bombeiros de Vagos Miguel Sá anuncia a sua saí-da, que ao jornal Bombeiros de Portugal justifi-

cou com a necessidade de promover a mudança na estrutura, quando, na realidade, o acordo as-sumido pela sua equipa expira em janeiro, asse-gurando, contudo, que a transição está a ser, de-vidamente, preparada.

Em resposta ao repto lançado por Miguel Sá, Jaime Marta Soares reforçou que “os bombeiros são o principal agente de proteção civil em Por-tugal, são eles que têm que comandar a sua pró-pria estrutura, tem que ter autonomia de co-mando”.

Com os microfones abertos para o exterior de-fendeu que no rescaldo de um “verão terrível o amanhã nunca mais volte a ser igual ao hoje” assegurando que a Liga dos Bombeiros Portu-gueses, não o vai permitir. Jaime Marta Soares reclama por “uma estratégia bem definida e pela reestruturação da estrutura da proteção civil em Portugal”.

Congratulou-se com a tenacidade dos bombei-ros do distrito de Aveiro - os “BVA” – e aludindo a contestações passadas, frisou que esteve e es-tará “denodadamente” na frente de combate em todas as lutas travadas pela dignificação e afir-mação do setor.

Falou ainda da “solidariedade e do humanis-

mo” que norteia as mulheres e os homens que fardam de soldados da paz, só diferentes pela forma como estão na vida, para depois enaltecer o serviço que prestam ao país.

O presidente da direção falou da premência em garantir as condições que os bombeiros ne-cessitam e merecem assegurando estarem, ago-ra, garantidas as condições para o arranque das obras de requalificação, conforme anunciou, “ainda este ano”, dando conta do apoio da autar-quia, que frisou tem estado sempre ao lado da associação, tendo, até, em preparação um paco-te de incentivos aos bombeiros e ao voluntaria-do. Agradeceu ainda à comunidade e ás empre-sas vaguenses, mas as palavras mais sentidas - “esperança alento, conforto, amizade, gratidão e reconhecimento” - foram dedicadas aos soldados da paz.

Na ocasião foram ainda entregues as insígnias de subchefe a Fernando Cheganças e de bombei-ro de 2.ª a Cláudia Ferreira, Humberto Santos, Bruno Rumor, Rui Julião, Inês Peralta, Rafael Santos, Ana Isabel Ferreira, Ricardo da Rocha e Filipa Peralta.

Receberem medalhas de assiduidade grau ouro aos subchefes Sérgio de Pinho (25 anos) e Flávio Pinho (20 anos), aos bombeiros de 1.ª Sandrina Lau, Sandra Brites Hélder Gafanha e Paulo Neto, aos bombeiros de 2.ª Tiago Oliveira e Paula Fresco e ao bombeiro de 3.ª Francisco Lopes (15 anos). Foram ainda atribuídas meda-lhas de Prata (10 anos) aos bombeiros de 2.ª Licínia Pequeno, Paula Simões, Luis Silva e João Fresco e ao bombeiro de 3.ª Cláudia Ferreira. Receberam a medalha de bronze (5 anos) os bombeiros de 3.ª Inês Peralta, Ana Ferreira, Ri-cardo da Rocha e Filipa Peralta.

Marcaram ainda presença nesta sessão, para além de dirigentes, nomeadamente os presidente da assembleia geral, Óscar Gaspar, bombeiros e seus familiares, associados, representantes das forças vivas do concelho e das congéneres do dis-trito, o presidente da Câmara Municipal de Vagos Silvério Rodrigues Regalado, o presidente da Fe-deração dos Bombeiros do Distrito de Aveiro, Marco Braga e o comandante distrital de Autori-dade Nacional de Proteção civil, António Ribeiro.

Sofia Ribeiro

VAGOS

Bombeiros exigem “comandamento próprio”

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25SETEMBRO 2017

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntá-rios de Maceira, Leiria, assinalou o seu 35º ani-

versário com um programa que incluiu uma missa solene, um desfile do corpo de bombeiros por va-lências, a sessão solene, o desfile de viaturas e a inauguração de novas viaturas.

A sessão solene foi assinalada com a entrega de distinções várias a empresas apoiantes e bombei-ros. Neste caso, tratou-se da entrega de medalhas de assiduidade e dedicação da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) a um conjunto significativo de operacionais.

A cerimónia incluiu também a promoção a chefe dos bombeiros, Regina Morgado Ruivo, Carlos Bor-ges e Henrique Coelho.

Na sessão foram também atribuídas outras dis-tinções da LBP. Com o crachá de ouro da confede-ração foi distinguido António Francisco Febra, en-quanto dirigente da instituição, ex-autarca e em-presário, sempre empenhado em apoiar a Associa-ção.

A medalha de serviços distintos, grau ouro, da LBP foi atribuída ao Município de Leiria, recebida pelo presidente da Câmara Municipal, Raul Castro,

e ao comendador Carlos de Matos, e de grau cobre, aos bombeiros de 2.ª, Fábio João Febra Silva e Da-niel Alexandre Fernandes Costa, por terem atingido as notações máximas no processo de avaliação contínua.

Com a medalha de dedicação, 25 anos, da LBP, foram distinguidos, o chefe Henrique Coelho, o subchefe Helder Ascenso, o bombeiro de 2.ª Paulo Jorge Neto Filipe e o subchefe do QH e dirigente Ilídio de Sousa. A medalha de assiduidade, 20 anos da LBP, foi atribuída à chefe Regina Morgado Ruivo, ao bombeiro de 1.ª Márcio Silva, e aos bombeiros de 2.ª João Ferreira e Francisco Santos, a de 10,

entregue aos bombeiros de 2ª Marcos Silva, Danie-la Santana e Daniel Costa, e a de 5 anos, à bombei-ra de 3.ª Carina Matos.

Na oportunidade, o comandante Luis Ferreira, fez o balanço pormenorizado do esforço desenvol-vido pelo corpo de bombeiros no socorro, na fase Charlie, por 29 operacionais em rotação de rendi-ções, uma força mínima de 10 bombeiros perma-nente, para o DECIF uma brigada de 14 bombeiros mais 1 ECIN traduzido como o segundo maior dis-positivo do distrito de Leiria e um dos maiores do país.

Não obstante não dispor de PEM, facto que o co-

mandante lamentou, os Bombeiros de Maceira, no corrente ano e até 21 de Setembro intervieram em 1496 episódios de pré-hospitalar accionados atra-vés do CODU/INEM.

“Lembro que a prestação de socorro com ou sem PEM para nós é igual, a diferença está apenas no apoio logístico, e com esse apoio a sustentabilidade do corpo de bombeiros será muito diferente para melhor , e por essa razão, irei continuar a lutar por esse objectivo pois a população que servimos mere-ce-o”, sublinhou Luis Ferreira

A sessão solene, presidida pelo presidente da Câ-mara Municipal, contou com as presenças, do repre-sentante da LBP, Rama da Silva, do representante da Federação de Bombeiros do Distrito de Leiria, co-mandante António Paulo, do segundo comandante distrital de socorro de Leiria da ANPC, Mário Cerol, do presidente da Junta de Freguesia de Maceira, Vi-tor Santos, e do presidente da União de Freguesias de Parceiro e Azóia, José Carlos Matias, acolhidos, pelo presidente da assembleia-geral, Pedro Costa, o presidente da direção, Helder Fonseca de Sousa, do comandante Luis Ferreira, e dos restante membros dos órgãos sociais e do comando.

MACEIRA

Distinções e promoções no aniversário

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“Somos a grande força da proteção civil”, sublinhou

o presidente da Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP), adiantando que “temos que re-formar o sistema e juntar todos nesse sentido” e desafiou o pre-sidente da Associação Humani-tária dos Bombeiros de Carna-xide, Fernando Curto, “para juntarmos forças e vontades com esse objetivo”.

O comandante Jaime Marta Soares, que falava durante a sessão solene comemorativa do 105º aniversário daquela Asso-ciação, lembrou que essa mu-dança passa também pela cria-ção do comando autónomo, in-dependente e com orçamento próprio para os bombeiros, pela revisão da lei do financiamento das associações a caminho da Assembleia da República, o al-mejado acordo coletivo de tra-balho para os colaboradores das associações e o também tão reivindicado cartão social do bombeiro.

As comemorações incluíram a inauguração de duas viaturas de transporte de doentes (VDTD e ABTM) adquiridas a expensas da instituição e das obras de melhoramento do quartel, no-

meadamente na área dos bal-neários. Estas custaram cerca de 70 mil euros e contaram com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras.

Seguiu-se a sessão solene durante a qual se procedeu à entrega de várias distinções e medalhas. No primeiro caso, fo-ram distinguidas as empresas, Sumol/Compal, “Sabores ao Contrário”, “Neusa”, “Esteves & Esteves” e ainda Ana Maria Tei-xeira Morais.

No domínio dos bombeiros foi contemplada com diploma e medalha de ouro a Equipa E, representada pelo bombeiro de 3.ª Fernando Galvão, por ter sido a equipa mais assídua aos piquetes em 2016, e a mesma distinção para a Brigada A, também a mesma mais assídua nos piquetes de 2016, recebida pelo subchefe António Branco. Foram ainda distinguidos pela Associação, com diploma e me-

dalha de ouro, a Secção Char-lie, enquanto a secção mais as-sídua aos piquetes, representa-da pelo subchefe Francisco Paias, e o bombeiro de 2.ª Apa-rício Marques, pela prontidão, assiduidade e espírito de cama-radagem demonstrados.

Com medalhas de assiduida-de da LBP foram contemplados, por 5 anos, os bombeiros de 3.ª, António Santos e Carlos Brito, por 10 anos, os bombei-

ros de 3.ª, Fernando Amado, Joana Moreira, Adelino Jesus e José Sabino, com 15 anos, o subchefe Hélder Figueiredo, o bombeiro de 2.ª António Silva Reis e a de 3.ª Maria Cristina Soares, e com 20 anos, os bombeiros de 2.ª, Pedro Perei-ra Bento e Jorge Santos Cunha.

A Câmara Municipal de Oei-ras condecorou, como a meda-lha de serviços distintos-cobre, os bombeiros de 3.ª, Fernando

Galvão, Adelino Costa Jesus, Joana Moreira e José Gonçal-ves Sabino.

A sessão solene foi presidida pelo presidente da Câmara Mu-nicipal de Oeiras, Paulo Vista, e contou com as presenças, do presidente da LBP, comandan-te Jaime Soares, do Diretor Nacional de Bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, do vice--presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Lis-

boa, comandante Pedro Araú-jo, do comandante distrital da ANPC, André Fernandes, e do presidente da Junta de Fregue-sia de Queijas e Carnaxide, Jorge Vilhena, acolhidos, pelo presidente da assembleia-ge-ral, Rui Pereira, pelo presiden-te da direção, Fernando Curto, pelo comandante Armando Manuel Fonseca, e restantes órgãos sociais e membros do comando.

CARNAXIDE

Reformar o sistema implica todosFo

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26 SETEMBRO 2017

O subchefe dos Bombeiros Voluntários de Almada,

João Fernando Cardoso Cunha, foi distinguido pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) com o crachá de ouro por pro-posta daquela associação.

A condecoração decorreu du-rante a sessão solene comemo-rativa do 104.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Al-mada.

Na mesma ocasião, a insti-tuição distinguiu também qua-tro bombeiros com a medalha de mérito pelo salvamento rea-lizado a uma criança presa num elevador, ao subchefe Paulo Oliveira, aos bombeiros de 2.ª

Elson Rodrigues e Hugo Matos, e ao bombeiro de 3.ª Marco Isi-doro.

Antes da sessão, decorreu na parada a inauguração de qua-tro viaturas, todas elas obtidas e adaptadas com o apoio da Câmara Municipal de Almada. Foram inauguradas, uma am-bulância ABTD “A Especial”, apadrinhada pelo presidente do conselho fiscal João Osório, uma VDTD “A Imprescindível”, apadrinhada pelas mulheres bombeiras, outra VDTD “A Via-jante” apadrinhada pelo vice--presidente da direção José Carlos Teodoro, e uma VSGE, adaptada ao transporte de ca-dáveres, denominada “O Ja-

pão” em homenagem ao cão mascote da Associação já fale-cido.

O programa incluiu ainda a inauguração do salão nobre e o descerramento de uma lápide alusiva à geminação com a As-

sociação Humanitária dos Bom-beiros Voluntários de Alvaiáze-re.

A sessão foi presidida pelo presidente da Câmara, Joa-quim Judas, na presença, do vice-presidente da LBP, Rodeia

Machado, do vereador Rui Jor-ge, do vice-presidente da Fede-ração de Bombeiros do Distrito de Setúbal, João Ludovico, do comandante distrital da ANPC, Elísio Oliveira, do presidente da Assembleia Municipal, Manuel

Maia, acolhidos, pela presiden-te da assembleia-geral da as-sociação, Alexandra Caetano, da presidente da direção, Ana Neves, do comandante José Santos e dos restantes órgãos sociais e comando

ALMADA

Subchefe João Cunha recebe crachá

O executivo municipal de Via-na do Castelo cumpriu, re-

centemente, uma deliberação camarária de 21 de fevereiro de 1989, apresentada pelo en-

tão vereador Ilídio Brázio, e inaugurou o Monumento ao Bombeiro, situado junto à igre-ja da Sagrada Família. Trata-se de uma escultura evocativa aos

VIANA DO CASTELO

Inaugurado monumento ao Bombeiro“Homens da Paz” e a sua inau-guração integrou as comemo-rações do XXX aniversário dos Bombeiros Voluntários de Via-na do Castelo.

O programa comemorativo iniciou-se com o hastear da bandeira com guarda de honra, uma sessão solene no salão no-bre da Associação e a inaugu-ração do monumento, que con-tou com a presença do presi-dente da Câmara Municipal, do presidente da Liga dos Bombei-ros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares, dos pri-meiro e segundo comandantes distritais da ANPC, do presiden-te da Federação Distrital de Bombeiros de Viana do Castelo, da direção e comandantes do corpo de bombeiros aniversa-riante e dos Bombeiros Munici-pais do concelho, bem como representantes das autorida-des militares, PSP e outras as-sociações e bombeiros do dis-trito.

O monumento ao Bombeiro é

da autoria do jovem artista via-nense Renato Batista e repre-senta uma escada e uma antiga bomba dos bombeiros, sendo que a corporação era então co-nhecida como Companhia da Bomba.

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27SETEMBRO 2017

O comandante dos Bombei-ros Voluntários de Sintra,

Francisco Rosa, anunciou o fim da sua carreira de meio século de bombeiro e a sua passagem ao Quadro de Honra ao atingir o limite de idade do cargo que ocupa até novembro próximo.

O anúncio foi feito durante a sessão solene comemorativa do 127.º aniversário daquela associação humanitária, a par da atribuição de distinções da instituição a diversas persona-lidades e entrega de medalhas de assiduidade a bombeiros.

Foi ainda realizado um mi-nuto de silêncio em memória do comandante do QH dos Bombeiros Voluntários Lisbo-nenses e tenente-coronel da GNR, França de Sousa, pre-sença assídua naquela festa.

O programa comemorativo iniciou-se com a apresentação da tenda oferecida à institui-ção pela União de Freguesias de S. João das Lampas e Ter-rugem, seguiu-se a sessão so-lene com a atribuição de me-dalhas de ouro, a Eduardo Ca-sinhas, Hermínio Santos, Gui-lherme Ponce, José Morais, António Carvalho, Rama da Silva e Isaura Bannberg.

A Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP) por proposta da direção condecorou seis diri-gentes com medalhas de ser-viços distintos, Ana Carriço, Dinis Martins, José Manuel Ri-

beiro e Maria José Ruivo (grau ouro) e Henrique Duarte e José Pereira Barata (prata), “pela forma atenta, empenha-da e dedicada como vivem a causa dos Bombeiros em geral e desta Associação em parti-cular, bem como pela impor-tância e elevação com que exerceram esta forma de vo-luntariado que é o dirigismo associativo”.

Na sua intervenção, o presi-dente da direção, José Bento Marques, anunciou a aquisição de um espaço contíguo do quartel com três mil metros quadrados que serão destina-dos à criação de um centro de dia para bombeiros, uma uni-dade de cuidados continuados e um espaço de ampliação do atual quartel.

Durante a sessão solene, que antecedeu um simulacro multivítimas realizado na pa-

SINTRA

Comandante anuncia passagem ao QH

rada do quartel, foram anun-ciadas diversas medalhas de assiduidade da LBP, Câmara Municipal de Sintra e Associa-ção, não tendo sido possível entregar todas elas face ao envolvimento de muitos bom-beiros, quer na preparação do

simulacro, quer na logística do convívio que se seguiu.

As medalhas de assiduidade anunciadas dizem respeito a, 5 anos, bombeira 3.ª Mafalda Mo-reno, 10 anos, bombeiro de 1.ª Armindo Jorge, bombeiros de 2.ª João Carlos Silva e Paulo

Carreira, e bombeiros de 3.ª, Pedro Costa, Catarina Barroso, Carlos Nunes, Maria do Céu Lei-tão, Bruno Feixeira, Carla Car-valho e Mário Coelho, e de 15 anos, subchefes, Hugo Raposo, Rui Feixeira e Nuno Saraiva, bombeiros de 2.ª, João Paulo Saias e Paulo Vieira e bombei-ros de 3.ª, Florbela Fernandes, José António Ferreira e Carla Carvalho.

Por 20 anos de serviço foram anunciadas medalhas atribuí-das, aos subchefes Ricardo Sil-vestre, Nuno Saraiva e Luis Mi-guel Narciso, e aos bombeiros, de 1.ª, António Luís Pereira, de 2.ª, Paulo Santos e Carlos Tei-xeira e, de 3.ª, João Manuel Ja-cinto.

Com a medalha de 25 anos da Associação foram distingui-dos, o bombeiro de 2.ª Paulo Santos, e os bombeiros de 3.ª, José Augusto Monteiro e Joa-

quim Canoa, e com a medalha de 30 anos da Câmara Munici-pal o chefe João Paulo Cerca.

A sessão solene foi presidida pelo presidente da Câmara Mu-nicipal de Sintra, Basílio Horta, na presença, do presidente da Assembleia Municipal, Domin-gos Quintas, do vereador Marco Almeida, dos presidentes de juntas de freguesia, do vogal do conselho executivo da LBP, Rui Rama da Silva, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa, comandante António Carvalho, do coman-dante distrital da ANPC, André Fernandes, do presidente da Reviver Mais, Luis Miguel Bap-tista, do presidente da NABUL, comandante Manuel Correia, acolhidos pelo presidente da assembleia-geral, Hermínio Santos, dos restantes órgãos sociais e elementos de coman-do da Associação.

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28 SETEMBRO 2017

A estabilidade financeira destas casas impõe uma gestão muito cuidada, rigorosa, que não permite aventuras.

José Pinheiro,presidente da Associação Humanitária

dos Bombeiros Voluntários de Murça

palavra de PRESIDENTE Prestes a completar 89 anos de história, a Associa-ção Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Murça, pode não só orgulhar-se do trabalho desenvol-vido neste concelho de Vila Real, mas também em muitos outros pontos do País, em variadas missões de socorro.

São 45 os voluntários que servem neste quartel ga-rantem a prestação de socorro aos cerca de seis mil habitantes das sete freguesias do concelho.

A instituição tem no seu quadro de pessoal, 24 pes-soas profissionais que permitem assegurar a pronti-dão ao serviço prestado à comunidade.

Cartão de visita

Um quartel amplo, bem equipado e com todas as condições para acolher os

45 elementos que integram o corpo dos Bombeiros de Murça, é o cartão-de-visita de uma ins-tituição com quase 89 anos existência e outros tantos de relevantes serviços prestados ao concelho.

O presidente direção da insti-tuição, José Pinheiro, e o co-

mandante do corpo de bombei-ros, Ricardo Inácio, fazem as honras da casa, mostrando com natural orgulho as instalações renovadas em 2014 com fundos do Quadro de Referência Estra-tégica Nacional (QREN) e da as-sociação que assegurou, numa primeira fase, os cerca de 15 por cento da designada compo-nente nacional, mas que no âmbito de um acordo firmado

com a autarquia está a ser res-sarcida. Este foi um investi-mento na ordem dos 400 mil euros para ampliar e para re-modelar todo o espaço, que ga-nhou uma nova oficina e novos balneários para mulheres e ho-mens.

Os bombeiros de Murça têm contado no esforço de cresci-mento com a colaboração da câmara municipal, entidade com a qual “felizmente, até à presente data, têm mantido uma ótima relação institucio-nal”, segundo relava José Pi-nheiro, especificando que nun-ca viram recusado um qualquer apoio, muito embora, a associa-ção apenas “solicite o estrita-mente necessário”.

Os voluntários murcenses desenvolvem de forma pioneira uma parceria com a maioria das sete juntas de freguesia, que por proposta do comandante se uniram para disponibilizar uma verba destinada à formação e que tem permitido dotar o efe-tivo de Tripulantes de Ambulân-cia de Socorro (TAS). O custo de um curso é elevado, mas di-vidido por várias entidades tor-na-se perfeitamente sustentá-vel e liberta as verbas da asso-ciação para outros investimen-tos, para fazer face aos vários encargos nomeadamente ao nível dos equipamentos e da re-novação do parque de viaturas.

O esforço da direção é reco-nhecido pelo comandante que

MURÇA

Futuro impõeBem instalados com quartel remodelado há pouco mais de três anos, os Voluntários de Murça dispõem não só das condições, como

dos meios e de operacionais bem preparados para responder às solicitações

dos quase seis mil residentes neste pequeno concelho do distrito de Vila Real.

Ainda assim, o futuro constitui uma preocupação, pois o voluntariado deixou de responder com a disponibilidade de outros

tempos, ainda que as exigências sejam crescentes.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

quando questionado sobre pos-síveis faltas ou necessidades responde prontamente:

“Tenho tudo, mas mais im-portante que isso é poder con-tar com uma direção com muito boa vontade, Só não dá mais porque não pode”, Não há nada que lhe peça que me seja negado”adiantando existir, con-tudo, uma espécie de “sonho” acalentado por dirigentes e bombeiros a aquisição de Veí-culo de Socorro e Assistência Especial (VSAE), que “não esta-rá ao alcance da associação por se tratar de um equipamento muito caro”.

“Ainda agora comprámos 28 nomex e 60 pares de botas, é muito investimento”, assinala o comandante.

Os nossos interlocutores fa-lam de uma ligação estreita às populações, o que não implica “andar de mão estendida”, por-que na verdade “quem quer co-laborar, colabora”.

“Não queremos ser os coita-dinhos. Temos sabido conquis-tar respeito e granjeado reco-nhecimento com o nosso traba-lho”, salienta Ricardo Inácio.

De resto esta é uma associa-ção muito dinâmica, plenamen-te inserida na comunidade e com amplo trabalho desenvolvi-do nas escolas e nas restantes

instituições concelhias, uma es-tratégia que visa não só estrei-tar laços de proximidade, mas também recrutar novos volun-tários para a causa, reforços para as fileiras dos bombeiros.

“É um desafio muito grande fixar os jovens no quartel, num o concelho pequeno mas onde existem muitas outras solicita-ções para os mais novos”, de-clara Ricardo Inácio.

Temendo pelo futuro destas instituições, o comandante pede “uma reforma que permita apoiar a causa designadamente no interior do Pais, onde os re-cursos humanos são mais es-cassos”, alertando para que “se não se fizer nada dentro de cin-

co anos será difícil manter um corpo ativo com base no volun-tariado”, dando como exemplo a sua associação que “já tem 24 funcionários”, sendo uma das principais entidades emprega-doras do concelho, logo a seguir à câmara e à Misericórdia”, ain-da que sejam escassas as recei-tas.

“A estabilidade financeira destas casas impõe uma gestão muito cuidada, rigorosa, que não permite aventuras. Os pla-nos anuais de receitas e despe-sas que tem que ser respeita-dos à risca e mesmo assim, em-bora não tenhamos registado saldos negativos, nunca temos

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29SETEMBRO 2017

As comemorações do 35.º aniversário da Associação

Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Castro Verde ficaram marcadas pela atri-buição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP) ao presidente da direção Aníbal José Nobre da Conceição e, a título pós-tumo, ao antigo presidente da mesa da assembleia-ge-ral, Francisco José Faleiro Baltazar Romano Colaço.

Foi também distinguido pela LBP, com a medalha de serviços distintos, grau ouro, o bombeiro de 1ª QH, Ma-nuel dos Santos Afilhado.

A própria Associação agra-ciou com a sua medalha de honra - grau ouro, a Câmara Municipal de Castro Verde, a União de Freguesias de Cas-tro verde e Casével, a Junta de Freguesia de Santa Bar-bara de Padrões, a Associa-ção de Agricultores de Cas-tro Verde, a empresa Somin-cor SA, Júlio Vargas Chaves, José Francisco Contente, José António Conceição, Ma-nuel de Brito Camacho, José João Pinto Rodrigues, o co-mandante do QH Juvenal Chichorro, o bombeiro de 1.ª Manuel dos Santos Afilhado, Maraia Augusta Colaço e, a título póstumo, José Francis-co Faleiro Romano Colaço e Aurélio Colaço Martins.

Foram igualmente atribuí-das medalhas de dedicação e assiduidade da LBP. Assim, a medalha de dedicação, 25 anos, foi atribuída, ao adjun-to de comando Fernando Nascimento, aos subchefes, Manuel Matos e Jorge Frago-so, ao bombeiro de 2.ª Luís

Matos e ao bombeiro de 3.ª QH José Contente.

As medalhas de assiduida-de, por 20 anos, foram en-tregues, ao comandante Vic-tor Marques da Silva, ao che-fe Francisco Candeias, ao subchefe Paulo Capela, aos bombeiros de 2.ª, Luís Matos e Sérgio Romão, a de 15 anos, entregue, ao chefe Francisco Candeias, ao sub-chefe Paulo Capela, aos bombeiros de 2.ª, Vitor Sil-va, Fernanda Vilhena, Fran-cisco Pinto, Luis Matos e Benta Covas, aos bombeiros de 3ª Lúcia Guerreiro e Rita Colaço, a de 10 anos, ao chefe Francisco Candeias, ao subchefe Paulo Capela, aos bombeiros de 2.ª Luís Matos, Tiago Silva e Filipe Estêvão, e a medalha de 5 anos, ao chefe Francisco Candeias, ao subchefe Paulo Capela, aos bombeiros de 2.ª, Cláudia Coelho e Ricardo Romão, e

de 3.ª, Dora Matos e Ana Isabel Palma.

As cerimónias incluíram ainda a apresentação de duas novas ambulâncias abençoa-das pelo padre Luis Miguel Fernandes, pároco de Castro Verde.

A sessão solene foi presidi-da pelo presidente da Câma-ra, Francisco Duarte, com as presenças, do representante da LBP e da Federação Distri-tal de Beja, comandante QH Domingos Romba, do coman-dante distrital da ANPC, te-nente-coronel Vitor Cabrita, do presidente da União de Freguesias de Castro Verde e Casével, José Brito Silva Mar-tins, acolhidos pelo presidente da assembleia-geral da insti-tuição, José António Nobre da Conceição, pelo presidente da direção, Aníbal José Nobre da Conceição, pelo comandante Vitor Antunes e restante ór-gãos sociais e comando.

CASTRO VERDE

Homenagem póstumaa antigo dirigente

Se não se fizer nada dentro de cinco anos será difícil manter um corpo ativo com base no voluntariado.

Ricardo Inácio, comandantedo Corpo de Bombeiros de Murça

voz de COMANDO

muito dinheiro”, confidencia José Pinheiro.

“Não temos muito dinheiro, mas não devemos nada a nin-guém”, faz questão de assinalar o comandante, alertando para os enormes desafios a que es-tão sujeitos os dirigentes mas também os novos responsáveis operacionais, forçados a “esta-rem sempre a colocar combus-tível para a máquina funcionar”, porque os jovens de hoje são, obviamente, muito diferentes, dos que há uns anos ingressa-vam na carreira de bombeiro

voluntário, desde logo mais preparados, mas também mais exigentes. Ainda assim, Ricardo Inácio faz questão de elogiar a disponibilidade e entrega dos seus operacionais, que só la-menta serem tão poucos, algo que, ainda, assim, considera como uma inevitabilidade dos territórios do interior, onde es-casseiam oportunidades e, so-bretudo, emprego para os mais jovens.

“Cada concelho devia ter uma Equipa de Intervenção Permanente, (EIP), um elemen-

to de comando e até um diri-gente remunerado, só desta forma era possível melhorar de-sempenhos, garantir o profis-sionalismo e salvaguardar o vo-luntariado”, advoga o coman-dante, manifestamente preocu-pado com o futuro, mas ainda assim determinado em, conjun-tamente com a direção e opera-cionais, contribuir para o de-senvolvimento e engrandeci-mento da instituição que serve e cooperar na superação dos desafios que se colocam aos bombeiros de Portugal.

reformas

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30 SETEMBRO 2017

ANIVERSÁRIOS1 de outubroBombeiros Voluntários de Póvoa de Varzim . . . . . . . . . . . . . . . . 140Bombeiros Municipais do Sardoal . . . . . . . . 64Bombeiros Privativos Vista Alegre . . . . . . . 372 de outubroBombeiros Voluntários de Queluz . . . . . . . . 96Bombeiros Voluntários de Velas . . . . . . . . . 393 de outubroBombeiros Voluntários de Valbom . . . . . . . 90Bombeiros Voluntários de Ribeira de Pena. . 395 de outubroBombeiros Voluntários Torrejanos . . . . . . . 866 de outubroBombeiros Voluntários de Salto . . . . . . . . . 307 de outubroBombeiros Voluntários de Oleiros. . . . . . . . 69Bombeiros Voluntários de Nespereira . . . . . 448 de outubroBombeiros Voluntários de Baião. . . . . . . . . 56Bombeiros Voluntários de Juncal . . . . . . . . 339 de outubroBombeiros Municipais de Machico. . . . . . . . 57Bombeiros Voluntários de Castelo de Paiva . . . . . . . . . . . . . . . . . 4211 de outubroBombeiros Voluntários de Torres Vedras . . 114Bombeiros Voluntáriosde Praia da Vitória . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3312 de outubroBombeiros Voluntários de Armamar . . . . . . 8614 de outubroBombeiros Voluntários de Penedono . . . . . . 4615 de outubroBombeiros Voluntários de Odemira. . . . . . . 82Bombeiros Voluntários de Moura . . . . . . . . 70Bombeiros Voluntáriosde Sever do Vouga . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57Bombeiros Voluntários de Lagoa . . . . . . . . 3918 de outubroBombeiros Voluntários de Lisboa . . . . . . . 149Bombeiros Voluntários de Espinho . . . . . . 12219 de outubroBombeiros Voluntários de Setúbal . . . . . . 134

20 de outubroBombeiros Voluntários de Santiago do Cacém . . . . . . . . . . . . . . 104Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades . . . . . . . . . . . . . . . . 88Bombeiros Voluntários de Mourão . . . . . . . 39Bombeiros Voluntários de Santa Marinha do Zêzere . . . . . . . . . . . 2922 de outubroBombeiros Voluntários de Évora. . . . . . . . 135Bombeiros Voluntários de Campo Maior . . . 68Bombeiros Voluntários de Sátão. . . . . . . . . 3924 de outubroBombeiros Voluntários de Vinhais. . . . . . . . 82Bombeiros Voluntários de Almodôvar . . . . . 4025 de outubroBombeiros Voluntários de Alcácer do Sal. . 106Bombeiros Municipais de Coruche . . . . . . . 8926 de outubroBombeiros Voluntários da Marinha Grande. . . . . . . . . . . . . . . . . 118Bombeiros Voluntários do Redondo . . . . . . 67Bombeiros Voluntários de Alcanede . . . . . . 23Bombeiros Municipais de Faro . . . . . . . . . . 9627 de outubroBombeiros Voluntários de Mortágua . . . . . 10128 de outubroBombeiros Voluntários Pinhelenses. . . . . . 111Bombeiros Voluntários de Borba . . . . . . . . 70Bombeiros Voluntários do Seixal . . . . . . . . 40Bombeiros Voluntários da Marinha Grande. . . . . . . . . . . . . . . . . 11829 de outubroBombeiros Voluntários de Santarém. . . . . 146Bombeiros Municipais de Olhão . . . . . . . . . 86Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos. . . . . . . . . . . . . . . . . 6830 de outubroBombeiros Voluntários de Paço de Arcos . . 12431 de outubroBombeiros Voluntários de Alcochete . . . . . . 69Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra . . . . . . . . . . . . . . . 10

Fonte: Base de Dados LBP

SEIXAL

Infantes e cadetes em convívio

Em Lamego revivem-se as tradições da “Roma-ria de Portugal” com as festas da Nossa Se-

nhora dos Remédios. Com “características únicas no mundo”, o início da romaria remonta ao sécu-lo XIV, com a construção de uma pequena capela dedicada a Santo Estêvão, no local onde hoje se ergue o santuário dedicado à padroeira da cida-

de. Pelo primeiro ano os Bombeiros de Lamego associaram aos festejos participando na Marcha Luminosa e Batalha das Flores com um carro ale-górico e com as jovens promessas da nova esco-la de infantes e cadetes que dentro e fora do quartel já espalham juventude, animação e boa disposição.

LAMEGO

Juventudeabrilhanta festejos

Por mais um ano se festeja na cidade de Lamego a Sª dos

Remédios, a Romaria de Lame-go, uma das maiores de Portu-gal, cerimónia de grande devo-ção que atrai à cidade milhares de fiéis de todos os cantos do país e do mundo. Festa secular envolta em muitas tradições, onde um dos momentos altos da celebração é a grandiosa Procis-são do Triunfo, realizada a 8 de setembro, percorrendo as Ruas da Cidade, como é tradição.

Com devoção e respeito, to-dos os anos os Bombeiros Vo-luntários de Lamego, honram a padroeira da cidade, participan-do massivamente na procissão, em continência, com os macha-dos ao alto e olhos postos na imagem da Senhora dos Remé-dios, que “os protege e os guias em todas as missões”.

A solenidade e emoção im-postas ao momento comove-ram todos os que assistiam à procissão que aplaudiram sem cessar os soldados da paz que se afirmam muito tocados pelo

gesto e o afetos que partilham com todos os bombeiros de Por-tugal, numa ano particularmen-

te difícil para os homens e mu-lheres que escolherem servir o próximo.

LAMEGO

Bombeirosaos pés da padroeira

A Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal, com o especial empe-nho do núcleo desportivo da instituição, promoveu, recentemente um encontro, que reuniu,

no Splash Seixal, infantes e cadetes e os filhos dos bombeiros.Os convivas puderam participar em inúmeras atividades, a convite da administração daquele

complexo, um gesto que a direção da associação agradece sublinhando que “as crianças vive-ram momentos inesquecíveis”.

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31SETEMBRO 2017

em setembro de 1997

Há atualmente, em Portugal, uma enorme assimetria na

organização das forças de emergência médica e combate a incêndios. Se não olharmos apenas para as grandes cida-des, facilmente constatamos que o fosso entre o interior e o litoral foi acentuado, existindo, hoje, uma disparidade, como nunca existiu no nosso país, na profissionalização da resposta aos pedidos de socorro.

Diariamente, um número significativo de bombeiros e tri-pulantes de ambulância, volun-tários, fazem turnos de oito, doze ou vinte e quatro horas, sem que a isso possam chamar profissão. Por sua vez, nos grandes núcleos urbanos, os municípios e o INEM têm uma frota de veículos de socorro, tripulados por elementos do quadro, devidamente providos nas respetivas carreiras profis-sionais.

É importante explicar à po-pulação portuguesa que entre os cerca de 30.000 bombeiros do nosso país, aproximada-mente 12.000 são falsos volun-tários, pois possuem um con-trato de trabalho, por vezes precário, com a Associação Hu-manitária que os obriga à pres-tação de trabalho como bom-beiro voluntário. Por um salário aleatório, pelas mais diversas alegadas funções, homens e mulheres são voluntários à for-ça, em troca de um salário fixo, na Associação responsável pela dotação da sua Corporação.

Estamos por isso a tratar com uma enorme injustiça quem desempenha de forma altruísta as mesmas funções que os bombeiros municipais, sapadores ou os técnicos de emergência médica pré-hospi-talar, ao não garantir a existên-cia, em todo o país, dessas car-reiras profissionais. Trata-se de uma questão de justiça social e laboral, que daria o merecido reconhecimento a quem ape-nas é lembrado nas situações de aflição.

Não pretendo abordar a questão da eventual diferença de proficiência entre profissio-nais versus voluntários, pois já muito foi dito sobre o assunto, e porque acredito que devemos

deixar aos estudos científicos demonstrar a mais valia de uma ou outra opção. Assim, irei centrar-me exclusivamente nas questões organizativas.

Existem duas grandes vanta-gens para o país em assegurar uma carreira profissional a to-dos os bombeiros assalariados. A primeira, é a mais valia social de dar o merecido reconheci-mento a quem faz do socorro ao próximo um modo de vida, permitindo a entrada para uma carreira estável e progressiva. A outra é incentivar elementos mais novos a seguir essa pro-fissão.

É bem mais fácil do que pa-rece, até porque os instrumen-tos legais já estão criados. Fal-ta apenas a vontade política de tornar obrigatória a sua imple-mentação. Temos bons exem-plos do que é possível fazer nas maiores cidades do país. Falta, todavia, decidir que em vez de ser uma opção de cada município ou um protocolo for-çado para a constituição de equipas de intervenção perma-nente, passe a ser uma das competências obrigatórias da gestão autárquica.

Todos os municípios, do maior ao mais pequeno, de-vem ter um corpo de bombei-ros profissionais. O socorro às populações assim o exige. É inclusive uma óbvia competên-cia a atribuir às câmaras muni-cipais, no sentido de concreti-zar o muitas vezes, pouco visí-vel, princípio da descentraliza-ção.

A maior dificuldade na imple-mentação deste modelo seria a disrupção com a atual rede de Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários. Porque é importante não apagar um legado com anos de história e bons serviços ao país, os bom-beiros municipais, seriam com-plementados pelos bombeiros voluntários das Associações Humanitárias. No entanto, ao contrário do modelo atual, es-tariam sob o mesmo comando, nos mesmos quarteis, sendo o grupo de profissionais respon-sável por integrar e dar forma-ção aos voluntários.

No modelo proposto, apenas seria voluntário quem quer, e

fá-lo-ia em total espírito de ab-negação pessoal em prol da sociedade, sem qualquer re-compensa financeira por parte da Associação Humanitária. Mas, ao fazê-lo, teria que cum-prir, com o mesmo rigor, de quem o faz de forma profissio-nal. Quem é profissional ficaria obrigado a manter as condi-ções físicas, técnicas e teóricas que a carreira exige e a organi-zar o dispositivo misto de pro-fissionais e voluntários.

A manutenção dos quarteis passaria a ser da responsabili-dade dos municípios, que tam-bém se responsabilizariam pelo conjunto dos equipamen-tos e viaturas de socorro. As autarquias onde o voluntariado fosse mais expressivo, teriam uma menor necessidade de profissionais para garantir as equipas mínimas de interven-ção; no entanto, o número mí-nimo de equipas, para cada época do ano, teria de ser indi-vidualmente respeitado e pla-neado de acordo com as ne-cessidades nacionais.

As Associações Humanitá-rias de Bombeiros Voluntários passariam a desempenhar a função para a qual foram cria-das, mantendo toda a sua ver-tente social de dinamização e apoio às comunidades. Conti-nuariam a ser um imprescindí-vel recurso no transporte não urgente de doentes, apoio à proteção civil e a fonte de

OPINIÃO

Combate a incêndios e emergência médica – uma profissão?

bombeiros voluntários para as corporações municipais.

O INEM seria obrigado a ter uma rede de ambulâncias pró-prias em todo o país, de forma a que nenhum cidadão fosse prejudicado no acesso à saúde

por escolher viver num ponto geográfico mais recôndito do território nacional. Essa rede teria uma gestão nacional uni-forme e não poderiam ser efe-tuadas subcontratações ou de-legações de competências para

a sua operacionalização. Os técnicos de emergência pré--hospitalar seriam todos for-mados pelo Instituto e segui-riam os mesmos critérios de recertificação profissional.

Como incentivo ao volunta-riado jovem, seria dada priori-dade aos elementos das dife-rentes Associações Humanitá-rias do país que mais anos ti-vessem de voluntário, quer na área do combate a incêndios, quer no transporte não urgente de doentes, nos cursos de acesso a ambas as carreiras profissionais.

Metade já está feito. Falta passar das palavras aos atos e garantir um desenvolvimento harmonioso do nosso país, principalmente agora que tanto se discute os princípios da des-centralização. Haja somente coragem política!

Luis Mendes CabralMédico AnestesiologistaEx-Secretário Regional

da Saúdedo Governo dos Açores

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A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários

de Colares promoveu, no pri-meiro fim de semana do mês, uma festa em honra de São Marçal, o padroeiro dos bom-beiros.

O programa desta primeira

edição dos festejos com forte pendor religioso incluiu, entre outras iniciativas, missa em honra do santo padroeiro, no parque de viaturas, seguida de procissão, numa cerimónia pre-sidida pelo pároco José Antó-nio. Os elementos do Quadro

de Honra da associação trans-portaram o andor de São Mar-çal que tantas vezes os prote-geu nas mais difíceis missões, num testemunho de fé acom-panhado pela comunidade lo-cal, que se associou em núme-ro expressivo á iniciativa.

COLARES

Bombeiros em festa

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32 SETEMBRO 2017

FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore – Praceta das Ordenações Afonsinas, 3-A – 2615-022 ALVERCA – Telef.: 21 145 1300 – web: http://www.quarkcore.pt – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal.

A Crónicado bombeiro Manel

Anda para aí muita confusão à vol-ta dos canudos, uma história de

doutores, que uns dizem que são e que outros dizem que não são e acho que a missa ainda vai a santos. Os canudos mais parecem ser passado-res com a confusão que passa pelos buracos.

Aqui no quartel temos falado muito dos doutores que apareceram por aí de um momento para o outro. Pare-ciam couves a medrar de um dia para a noite. Cada um lá sabe da sua vida mas que faz espécie, faz.

Depois, há também a história dos próprios canudos lá da Autoridade. Mas vejamos: as pessoas em causa

são incompetentes ou não? Ainda nin-guém disse nada sobre isso pois não? Os ditos canudos são legais ou não? Na altura, mesmo que a gente discor-de, cumpriram ou não como a lei per-mitia? Se são incompetentes porque razão não explicam em que é que o são ou foram? Se os canudos são le-gais apesar de podermos não concor-dar não será bom averiguar também quem permitiu que assim acontecesse ou esta coisa não tem pai nem mãe? Terão querido fazer doutores à pres-são, sabe-se lá porquê?

A ver vamos como isto vai acabar mas para já continua a cheirar mal.

Outra coisa curiosa. Outro dia mos-

traram-me um artigo de um tal se-nhor José Ferreira Machado num jor-nal onde pergunta no fundo se os bombeiros voluntários, por serem vo-luntários, estarão à altura do desafio dos incêndios florestais. Questiona--se até se as estruturas organizativas baseadas no voluntariado são as mais adequadas. Gostava de o conhecer para lhe explicar o que se passa ou não passa. Depois de falar do que sa-bemos sobre a desorganização da flo-resta e da falta de prevenção que percebe que quando resolvida irá di-minuir os incêndios, acaba por afinal questionar-se sobre a eficácia no seu combate.

Isto faz lembrar os hospitais. O facto de não conseguirem responder muitas vezes a tudo o que aparece será por termos bons ou maus médi-cos, enfermeiros ou auxiliares? Nun-ca ouvi questionar os médicos só por terem muitos doentes por tratar. As pessoas queixam-se é dos hospitais e do Estado que não resolve a situação. E no caso dos bombeiros, eles é que têm a culpa dos incêndios serem difí-ceis de apagar porque antes ninguém organizou a floresta e não fez preven-ção contra os fogos? Só faltava esta.

[email protected]

Então a história dos canudos

“O caminho faz-se ca-minhando mas im-porta acertar o rit-

mo do passo” lembrou o presi-dente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), em Arruda dos Vinhos, na cerimónia de as-sinatura de protocolos de cons-tituição de mais três novos pos-tos de emergência médica (PEM/INEM) em associações de bombeiros e de renovação de 37 viaturas existentes em ou-tras associações e corpos de bombeiros. Doze destas viatu-ras teriam já mais de 12 anos de utilização intensiva.

Os novos PEM passam a fun-cionar nos Bombeiros Voluntá-rios de Carcavelos e S. Domin-gos de Rana, Lordelo e Trafaria.

O secretário de Estado, por seu turno, reconheceu o mérito do trabalho diário dos bombei-ros no pré-hospitalar, apontan-do que “são a parte fundamen-tal do SIEM” e defendeu a valo-rização do diálogo entre INEM e LBP.

A cerimónia decorreu nos Bombeiros Voluntários de Arru-da dos Vinhos, foi presidida

pelo secretário de Estado Ad-junto e da Saúde, Fernando Araújo, e, além do presidente da LBP, contou ainda com as presenças do presidente do INEM, Luis Meira, e do presi-dente da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, André Rijo.

O comandante Jaime Marta Soares saudou o patamar de entendimento que foi possível alcançar recentemente com o INEM e que está na base da concretização do plano de ins-talação de pelo menos um PEM em cada concelho, a criação de novos PEM e o arranque efetivo da renovação das ambulâncias instaladas nas associações e corpos de bombeiros. A neces-sidade de reforçar a formação efectiva de tripulantes de am-bulâncias de socorro dos bom-beiros também não passou em branco nas chamadas de aten-ção do mesmo dirigente.

O presidente da LBP lem-brou, entretanto, “estamos no início de uma nova caminhada, que regista progressos mas que apresenta outros objectivos que queremos atingir”, sublinhando

“estar a sentir também vontade do INEM para isso”.

O comandante Jaime Soares lamentou que o memorando de entendimento LBP/INEM tenha sido “mal interpretado por al-guns, como se estivesse a ser imposta alguma coisa quando o que se pretende e se atingiu foi criar as melhores condições possíveis para que cada asso-ciação possa decidir por si”.

O presidente da LBP subli-nhou ainda que, não obstante o bom clima de entendimento existente com o INEM, o alcan-ce da prestação qualitativa e quantitativa dos bombeiros no Sistema Integrado de Emergên-cia Médica (SIEM) ainda não obteve o devido ressarcimento.

A lista inicial da assinatura de protocolos para a renovação de viaturas PEM incluiu os Bombei-ros Voluntários de Águeda, Avei-ro Velhos, Oliveira de Azeméis, Celorico de Basto, Moncorvo, Belmonte, Fundão, Cantanhede, Penela, Monchique, Celorico da Beira, Ansião, Batalha, Caldas da Rainha, Alcoentre, Alverca, Arru-da dos Vinhos, Barcarena, Belas,

NOVOS PEM/INEM

Presidente da LBP defende acerto do passo

Cadaval, Sintra, Vila Franca de Xira, Avintes, Leça do Balio, Mo-reira da Maia, Paços de Ferreira,

Porto, Rebordosa, Rio Maior, Bar-reiro, Pinhal Novo, Monção, Pon-te da Barca, Vila Pouca de Aguiar,

São João da Pesqueira, Satão, Tondela, Municipais do Sardoal e Sapadores de Gaia.

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