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  • i

    Copyright Rui Miguel Pinheiro Leal, FCT/UNL e UNL

    A Faculdade de Cincias e Tecnologia e a Universidade Nova de Lisboa tm o direito, perptuo

    e sem limites geogrficos de arquivar e publicar esta dissertao atravs de exemplares

    impressos reproduzidos em papel ou de forma digital, ou por qualquer outro meio conhecido

    ou que venha a ser inventado, e de a divulgar atravs de repositrios cientficos e de admitir a

    sua cpia e distribuio com objectivos educacionais ou de investigao, no comerciais, desde

    que seja dado crdito ao autor e editor.

  • ii

  • iii

    Agradecimentos

    Orientadora da presente dissertao, Doutora Ana Paula Confraria Varatojo, pela

    colaborao, disponibilidade, sabedoria e amizade com que acompanhou a elaborao desta

    dissertao desde o seu incio.

    coordenadora do Mestrado em Engenharia Geolgica-Geotecnia, Doutora Ana Paula

    Fernandes da Silva pela sua disponibilidade e conhecimentos transmitidos.

    minha namorada, pela ajuda na elaborao da dissertao, e pelo apoio, carinho e amizade,

    demonstrados.

    minha famlia, que sempre me apoiou durante a minha vida acadmica.

    Aos meus colegas de curso, que me acompanharam e ajudaram durante esta e outras etapas.

    A todos, obrigado.

  • iv

  • v

    Sumrio

    A norma europeia EN 1997-1 (2004) surge traduzida em Portugal em 2010 e adoptada como

    norma portuguesa (NP EN 1997-1), tendo sido acrescentado um Anexo Nacional (NA), onde

    foram includas algumas prescries deixadas em aberto no corpo do documento original, para

    escolha nacional.

    A leitura de ambos os documentos continua a deixar por resolver algumas questes que

    suscitam dvidas de aplicao.

    No mbito deste trabalho, que se debrua sobre verificaes de segurana envolvendo

    estruturas de suporte rgidas, analisa-se a forma como devem ser tratadas as presses

    hidrostticas da gua actuando no tardoz dos muros, como devem ser considerados os

    impulsos passivos (aco favorvel ou resistncia) e quais as consequncias, e como devem ser

    includas as sobrecargas (variveis ou permanentes) uniformemente distribudas, aplicadas na

    superfcies dos terrenos suportados.

    Palavras-chave: Eurocdigo 7, muros de suporte rgidos, presses da gua, impulsos passivos,

    sobrecargas uniformemente distribudas.

  • vi

  • vii

    Abstract

    The Eurocode 1997-1 (2004) appears translated in Portugal on 2010 and is accepted as a

    Portuguese regulation (NP EN1997-1). One National Appendix (NA) has been added, where

    some prescriptions were included and were left open, in the body of the original document,

    for national scrutiny.

    The reading of both documents still leaves some questions in their application to be solved.

    The scope of this work, witch focus on the security checks involved in rigid retaining structures,

    analyzes the way how water pressures, on the face of the wall, should be treated, how the

    passive actions (favorable or unfavorable) should be considered and how uniform surface

    stresses (variable or permanent) should be included, and its consequences, when applied to

    the supported ground.

    Key-words: Eurocode 7, rigid retaining walls, water pressures, passive pressures, uniform

    surface stresses.

  • viii

  • ix

    Simbologia

    A rea efectiva da base (A = B x L)

    presses horizontais

    dimenses de clculo da estrutura

    B largura da fundao

    B Largura efectiva da fundao

    b factor correctivos relativos inclinao da base da sapata, com os ndices c, q e

    dimenso mnima da sapata do muro para que seja possvel a aplicao do mtodo de

    Rankine

    dimenses relativas definio da geometria do muro

    brao do peso prprio do solo situado acima da sapata do muro relativamente ao

    centro de gravidade da base do muro

    brao do peso prprio do muro relativamente ao centro de gravidade da base

    do muro

    brao do impulso activo exercido relativamente ao centro de gravidade da base do

    muro

    brao do impulso passivo exercido pelas presses do solo no muro relativamente ao

    centro de gravidade da base do muro

    coeso do solo

    resistncia ao corte no drenada

    valor de clculo da resistncia ao corte no drenada

    D profundidade da base da sapata do muro relativamente superfcie do terreno

    valor de clculo do efeito das aces

    { } funo de parmetros referidos entre parntesis

    excentricidade de clculo da aco vertical

    valor de clculo de uma aco

    altura total do muro

    Aco horizontal de clculo

  • x

    aco horizontal no tardoz do muro devidas s presses do solo

    resistncia ao deslizamento

    factor correctivo para a inclinao da carga, com os ndices relativos coeso,

    c, sobrecarga, q, e peso volmico, , respectivamente

    impulso activo exercido pelas presses do solo no muro

    impulso passivo exercido pelas presses do solo no muro

    impulso activo de clculo exercido pelas presses do solo no muro

    impulso activo caracterstico exercido pelas presses do solo no muro

    impulso passivo de clculo

    impulso passivo caracterstico

    impulso das terras caracterstico devido sobrecarga q actuando no terreno

    altura da gua actuando no tardoz do muro

    alturas tomadas na altura H do muro

    coeficiente de impulso activo de Rankine

    coeficiente de impulso activo de clculo de Rankine

    coeficiente de impulso passivo de clculo de Rankine

    L comprimento da sapata

    L comprimento efectivo da sapata

    m expoente nas frmulas de clculo dos coeficientes de inclinao das cargas

    Momento flector de clculo relativo ao centro de gravidade da sapata do muro

    Momento desestabilizador de clculo

    Momento estabilizador de clculo

    N coeficientes de capacidade resistente do terreno ao carregamento, com os ndices c, q

    e

    q presso vertical ao nvel da base da sapata do muro, devida ao peso das terras

    sobrejacentes

    q presso vertical efectiva ao nvel da base da sapata do muro, devida ao peso das terras

    sobrejacentes

    carga vertical de clculo desfavorvel devida sobrecarga q

  • xi

    carga vertical caracterstica devido sobrecarga q

    valor de clculo da fora resistente passiva devido a presses de terras num lado de

    uma fundao

    valor de clculo da capacidade resistente horizontal

    valor caracterstico da capacidade resistente vertical

    valor caracterstico da capacidade resistente horizontal

    { } funo dos parmetros entre parntesis

    resistncia mobilizada na interface sapata do muro/terreno

    s coeficientes correctivos para atender forma da base da sapata do muro, com os

    ndices c, q e

    V carga vertical

    Carga vertical de clculo desfavorvel

    peso caracterstico do solo sobre a sapata do muro

    peso de clculo do solo sobre a sapata do muro

    valor de clculo desfavorvel da parcela relativa ao peso do muro

    valores caractersticos das parcelas 1, 2 e 3 relativas ao peso do muro

    valores de clculo favorveis das parcelas 1, 2 e 3

    relativas ao peso do muro e da parcela devida ao

    peso das terras sobre a sapata do muro

    valores de clculo desfavorveis das parcelas 1, 2 e 3

    relativas ao peso do muro e da parcela devida ao

    peso das terras sobre a sapata do muro

    propriedades de clculo do material

  • xii

    Letras gregas

    inclinao da base de uma fundao relativamente horizontal

    ngulo de atrito no contacto terreno-estrutura

    valor de clculo de

    peso volmico do solo

    peso volmico submerso do solo

    coeficiente de segurana parcial para a resistncia no drenada do solo

    coeficiente de segurana parcial para uma aco permanente

    coeficiente de segurana parcial para uma aco permanente desestabilizante

    coeficiente de segurana parcial para uma aco permanente estabilizante

    coeficiente de segurana parcial para uma aco permanente desfavorvel

    coeficiente de segurana parcial para uma aco permanente favorvel

    coeficiente de segurana parcial para uma aco varivel

    coeficiente de segurana parcial para a capacidade resistente passiva das terras

    coeficiente de segurana parcial para a capacidade resistente ao deslizamento

    coeficiente de segurana parcial para a capacidade resistente do terreno ao

    carregamento

    coeficiente de segurana parcial para uma aco varivel desestabilizante

    coeficiente de segurana parcial para uma aco varivel estabilizante

    coeficiente de segurana parcial para uma aco varivel desfavorvel

    coeficiente de segurana parcial para uma aco varivel favorvel

    peso volmico da gua

    coeficiente de segurana parcial para o ngulo de resistncia ao corte do solo

    ndice definido pelo quociente entre aces ou efeito das aces e resistncias de

    clculo

    ndice definido pelo quociente entre a resultante das aces horizontais de clculo e a

    capacidade resistente horizontal de clculo

  • xiii

    ndice definido pelo quociente entre o momento desestabilizador de clculo e o

    momento estabilizador de clculo

    ndice definido pelo quociente entre a resultante das aces verticais de clculo e a

    capacidade resistente de clculo do terreno subjacente base do muro

    ngulo que define a direco de H

    ngulo de resistncia ao corte do solo em tenses efectivas

    valor de clculo de

    Abreviaturas

    AC1Comb1 abordagem de clculo 1 combinao 1

    AC1Comb2 abordagem de clculo 1 combinao 2

    AC2 abordagem de clculo 2

    AC3 abordagem de clculo 3

    C.G. centro de gravidade

    EC7 eurocdigo 7

    EQU estado limite ltimo de equilbrio esttico

    EN Euronorma (norma europeia)

    GEO estado limite ltimo geotcnico

    HPWL highest possible water level, altura mxima que a gua pode atingir nas condies

    mais adversas, durante a vida til da obra

    HNWL highest normal water level, altura mxima que a gua pode atingir em condies

    normais de funcionamento, durante a vida til da obra

    NA Anexo nacional

    NP Norma Portuguesa

    STR estado limite ltimo estrutural

  • xiv

  • xv

    ndice de texto Captulo 1. Introduo .................................................................................................... 1

    1.1. Consideraes iniciais ................................................................................................... 1

    1.2. Objectivos ...................................................................................................................... 2

    1.3. Metodologia .................................................................................................................. 2

    1.4. Estrutura da dissertao ............................................................................................... 3

    Captulo 2. Muro de gravidade sob o efeito da gua......................................................... 5

    2.1. Introduo .......................................................................................................................... 5

    2.2. O que se estudou ............................................................................................................... 8

    2.3. Como se estudou .............................................................................................................. 10

    2.4. Resultados ........................................................................................................................ 17

    Captulo 3. Muro em L com impulso passivo ............................................................... 27

    3.1. Introduo ........................................................................................................................ 27

    3.2. O que se estudou ............................................................................................................. 32

    3.3. Como se estudou .............................................................................................................. 33

    3.4. Resultados ........................................................................................................................ 40

    Captulo 4. Muro em L com sobrecarga no terrapleno ................................................. 47

    4.1. Introduo ........................................................................................................................ 47

    4.2. O que se estudou ............................................................................................................. 49

    4.3. Como se estudou .............................................................................................................. 51

    4.4. Resultados ........................................................................................................................ 55

    Captulo 5. Consideraes finais e futuros desenvolvimentos ......................................... 63

    5.1. Consideraes finais ......................................................................................................... 63

    5.2. Desenvolvimentos futuros ............................................................................................... 68

    Referncias bibliogrficas .................................................................................................. 71

    Anexos

    Anexo A

    Transcrio parcial do Anexo D da EN 1997-1: Exemplo de um mtodo................................ 75

    Anexo B

    Transcrio parcial do Anexo A da EN 1997-1: Coeficientes parciais de

    segurana para estados limites ltimos e valores recomendados ......................................... 79

    Anexo C

    Grficos relativos ao Captulo 2 - Muro de gravidade sob o efeito da gua ........................... 85

    Anexo D

  • xvi

    Grficos referentes ao Captulo 3 - Muro em L sob efeito de impulso passivo ................... 99

    Anexo E

    Grficos referentes ao captulo 4 - Muro em L sob efeito de sobrecarga ......................... 105

  • xvii

    ndice de figuras

    Figura 2. 1 - Muro de gravidade, adaptado de Bond e Haris (2008) ............................................. 6

    Figura 2. 2 - Diagramas de presses de gua resultantes de diferentes interpretaes do

    pargrafo 2.4.6.1(8) da EN1997-1, adaptado de Bond e Harris (2008). ....................................... 6

    Figura 2. 3 - Proposta de Bond e Harris (2008), adaptado ............................................................ 7

    Figura 2. 4 - Dimenses do muro de gravidade tipo e nveis da gua .......................................... 9

    Figura 2. 5 - Presses das terras e da gua (com HNWL 3H/4) no muro de gravidade,

    hiptese b. ................................................................................................................................... 10

    Figura 2. 6 - Braos das componentes de peso prprio do muro relativamente ao centro de

    gravidade da base ....................................................................................................................... 13

    Figura 2. 7 - Braos das resultantes dos impulsos activos do terreno e da gua........................ 14

    Figura 2. 8 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 1

    ..................................................................................................................................................... 18

    Figura 2. 9 Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2 19

    Figura 2. 10 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 2 ................... 19

    Figura 2. 11 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 3 ................... 19

    Figura 2. 12 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 1

    ..................................................................................................................................................... 20

    Figura 2. 13 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2

    ..................................................................................................................................................... 20

    Figura 2. 14 - - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 2 ................... 21

    Figura 2. 15 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 3 ..................... 21

    Figura 2. 16 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 1

    ..................................................................................................................................................... 21

    Figura 2. 17 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2

    ..................................................................................................................................................... 22

    Figura 2. 18 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 2 ..................... 22

    Figura 2. 19 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 3 ..................... 22

    Figura 2. 20 - Valores de para ............................................. 25

    Figura 2. 21 - Valores de para ............................................. 25

    Figura 2. 22 - Valores de para ............................................ 25

    Figura 3. 1 Muro em L. Exemplos de: (a) aces; (b) efeitos das aces ................................. 28

    Figura 3. 2 - Resistncia ao deslizamento em muro em "L" ........................................................ 29

    Figura 3. 3 Definio da geometria dos muros em "L" usados nas anlises do Captulo 3 ...... 32

    Figura 3. 4 - Diagramas de tenses horizontais sobre o muro de suporte tipo resultantes dos

    impulsos activo e passivo devidos aco das terras................................................................. 33

    Figura 3. 5 - Ilustrao que justifica a utilizao do mtodo de Rankine para .......... 33

    Figura 3. 6 Definio das aces verticais e respectivos braos tomados em relao ao centro

    de gravidade da sapata do muro tipo ......................................................................................... 35

    Figura 3. 7 - Braos das foras horizontais em relao ao centro de gravidade da sapata do

    muro tipo ..................................................................................................................................... 36

    Figura 3. 8 - Braos das foras verticais relativamente ao ponto "O" ........................................ 39

  • xviii

    Figura 3. 9 - Valores de e obtidos com a abordagem de clculo 1 combinao 1 com

    ....................................................................................................................................... 41

    Figura 3. 10 - Valores de e obtidos com a abordagem de clculo 1 combinao 2 com

    ....................................................................................................................................... 41

    Figura 3. 11 - Valores de e obtidos com a abordagem de clculo 2 com .......... 42

    Figura 3. 12 - Valores de e obtidos com a abordagem de clculo 3 com .......... 42

    Figura 3. 13 - Variaes de com , para e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2 44

    Figura 3. 14 - Variaes de com , para e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2 44

    Figura 3. 15 - Variaes de com , para m e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2 45

    Figura 3. 16 - Variaes de com , para m e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2 45

    Figura 3. 17 - Variaes de com , para m e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2

    ..................................................................................................................................................... 45

    Figura 4. 1 - Diagramas dos impulsos activos devidos ao terreno e sobrecarga. .................... 50

    Figura 4. 2 Cargas verticais consideradas nos clculos (a vermelho) ....................................... 50

    Figura 4. 3- Valores de obtidos com a Abordagem de Clculo 1 Combinao 1 com m e

    varivel ..................................................................................................................................... 56

    Figura 4. 4 - Valores de obtidos com a Abordagem de Clculo 1 Combinao 2 com m e

    varivel ..................................................................................................................................... 56

    Figura 4. 5 - Valores de obtidos com a Abordagem de Clculo 2 com m e varivel .. 57

    Figura 4. 6 - Valores de obtidos com a Abordagem de Clculo 3 com m e varivel .. 57

    Figura 4. 7 - Valores de obtidos com a Abordagem de Clculo 1 Combinao 1 com m

    e permanente ........................................................................................................................... 58

    Figura 4. 8 - Valores de obtidos com a Abordagem de Clculo 1 Combinao 2 com m e

    permanente ............................................................................................................................. 59

    Figura 4. 9 - Valores de obtidos com a Abordagem de Clculo 2 com m e permanente

    ..................................................................................................................................................... 59

    Figura 4. 10 - Valores de obtidos com a Abordagem de Clculo 3 com m e

    permanente ................................................................................................................................. 59

    Figura 4. 11 - Variao de com , para m e varivel com a Abordagem de Clculo 1

    Combinao 2 .............................................................................................................................. 60

    Figura 4. 12 - Variao de com , para m e permanente com a Abordagem de

    Clculo 1 Combinao 2 .............................................................................................................. 60

    Figura 4. 13 Variao de com , para e varivel com a Abordagem de Clculo 1

    Combinao 2 .............................................................................................................................. 61

    Figura 4. 14 - Variao de com , para e permanente com a Abordagem de

    Clculo 1 Combinao 2 .............................................................................................................. 62

    Figura 4. 15 - Variao de com , para e varivel com a Abordagem de Clculo 1

    Combinao 2 .............................................................................................................................. 62

    Figura 4. 16 - Variao de com , para e permanente com a Abordagem de

    Clculo 1 Combinao 2 .............................................................................................................. 62

    Figura C 1 - Presses das terras e da gua (com HNWL= =3H/4) no muro de gravidade,

    hipteses (= condio 2) e .................................................................................................... 87

  • xix

    Figura C 2 - Presses das terras e da gua (com HNWL= =3H/4) no muro de gravidade,

    hipteses .................................................................................................................................. 87

    Figura C 3 - Presses das terras e da gua (com HNWL= =3H/4) no muro de gravidade,

    hipteses .................................................................................................................................. 88

    Figura C 4 - Presses das terras e da gua (com HNWL= =3H/4) no muro de gravidade,

    condio 1 ................................................................................................................................... 88

    Figura C 5 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 1

    ..................................................................................................................................................... 89

    Figura C 6 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2

    ..................................................................................................................................................... 89

    Figura C 7 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 2 ...................... 89

    Figura C 8 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 3 ...................... 90

    Figura C 9 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 1

    ..................................................................................................................................................... 90

    Figura C 10 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2

    ..................................................................................................................................................... 90

    Figura C 11 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 2 .................... 91

    Figura C 12 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 3 .................... 91

    Figura C 13 - Valores de para ................................................ 91

    Figura C 14 - Valores de para ................................................ 92

    Figura C 15 - Valores de para ............................................... 92

    Figura C 16 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 1

    ..................................................................................................................................................... 92

    Figura C 17 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2

    ..................................................................................................................................................... 93

    Figura C 18 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 2 ...................... 93

    Figura C 19 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 3 ...................... 93

    Figura C 20 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 1

    ..................................................................................................................................................... 94

    Figura C 21 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2

    ..................................................................................................................................................... 94

    Figura C 22 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 2 ...................... 94

    Figura C 23 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 3 ...................... 95

    Figura C 24 - Valores de para ................................................ 95

    Figura C 25 - Valores de para ................................................ 95

    Figura C 26 - Valores de para ............................................... 96

    Figura D 1 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 1 Combinao 1 com

    m ..................................................................................................................................... 101

    Figura D 2 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 1 Combinao 2 com

    m ..................................................................................................................................... 101

    Figura D 3 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 2 com m ......... 101

    Figura D 4 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 3 com m ......... 102

  • xx

    Figura D 5 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 1 Combinao 1 com

    m ................................................................................................................................... 102

    Figura D 6 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 1 Combinao 2 com

    m ................................................................................................................................... 102

    Figura D 7 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 2 com m ........ 103

    Figura D 8 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 3 com m ....... 103

    Figura E 1 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 1 Combinao 1 com

    m e varivel ................................................................................................................. 107

    Figura E 2 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 1 Combinao 2 com

    m e varivel ................................................................................................................. 107

    Figura E 3 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 2 com m e

    varivel ...................................................................................................................................... 107

    Figura E 4 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 3 com m e

    varivel ...................................................................................................................................... 108

    Figura E 5 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 1 Combinao 1 com

    m e varivel .............................................................................................................. 108

    Figura E 7 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 2 com m e

    varivel ...................................................................................................................................... 109

    Figura E 8 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 3 com m e

    varivel ...................................................................................................................................... 109

    Figura E 9 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 1 combinao 1 com

    m e permanente .......................................................................................................... 109

    Figura E 10 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 2 combinao 1 com

    m e permanente .......................................................................................................... 110

    Figura E 11 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 2 com m e

    permanente ............................................................................................................................... 110

    Figura E 12 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 3 com m e

    permanente ............................................................................................................................... 110

    Figura E 13 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 1 Combinao 1 com

    m e permanente ........................................................................................................ 111

    Figura E 14 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 1 Combinao 1 com

    m e permanente ........................................................................................................ 111

    Figura E 15 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 2 com m e

    permanente ............................................................................................................................... 111

    Figura E 16 - Valores de e obtidos com a Abordagem de Clculo 3 com m e

    permanente ............................................................................................................................... 112

  • xxi

    ndice de Tabelas

    Tabela 2. 1 - Proposta de Bond e Harris (2008) ............................................................................ 7

    Tabela 2. 2 - Resumo dos dados relativos s hipteses estudadas ............................................... 9

    Tabela 2. 3 - Tipificao das aces a considerar nas verificaes de segurana ....................... 10

    Tabela 2. 4 - Valores mximos de ( ou ) para m e

    .............................................................................................................................................. 24

    Tabela 3. 1 - Coeficientes parciais para aces permanentes favorveis e capacidade resistente

    ao deslizamento e passiva de terras ........................................................................................... 31

    Tabela 4. 1 - Aces favorveis e desfavorveis na anlise dos muros com sobrecarga no

    terrapleno.................................................................................................................................... 48

    Tabela B 1 - Coeficientes de segurana parciais para as aces, .81

    Tabela B 2 - Coeficientes de segurana parciais para parmetros do solo ( ).82

    Tabela B 3 - Coeficientes de segurana parciais nas aces ( ) ou efeitos das aces ( ) .. 82

    Tabela B 4 - Coeficientes de segurana parciais para os parmetros do solo, ..................... 83

    Tabela B 5 - Coeficientes de segurana parciais para as capacidades resistentes ( ) para

    estruturas de suporte .................................................................................................................. 83

  • xxii

  • 2012

    1

    Captulo 1. Introduo

    1.1. Consideraes iniciais

    A presente dissertao foi realizada no mbito do Mestrado em Engenharia

    Geolgica/Geotecnia.

    Os estudos desenvolvidos foram motivados por algumas dificuldades de aplicao da Norma

    Europeia EN 1997-1: 2004 (Eurocdigo 7 Projecto Geotcnico, Parte 1: Regras gerais), a qual

    surge em Portugal com a designao de Norma Portuguesa NP EN 1997-1:2010 e inclui, nesta

    data, um anexo nacional (NA).

    As dificuldades de aplicao foram estudadas no mbito das verificaes de segurana

    respeitantes a estruturas de suporte rgidas, isto , centrando as anlises nas verificaes

    relativas insuficincia de capacidade resistente do terreno de fundao subjacente base

    dos muros, ao deslizamento dos muros e ao derrubamento.

    Tendo em conta que nas verificaes de segurana referentes ao terreno de fundao, os

    estados limite ltimos geotcnicos (GEO) incluem trs abordagens de clculo, com recurso a

    diferentes combinaes de conjuntos de coeficientes de segurana parciais, consideram-se

    essas trs possibilidades, ainda que o NA portugus opte, no seu pargrafo NA.2.3. alnea h)

    pela abordagem de clculo 1.

    As dificuldades atrs referidas tm a ver com dvidas que surgem na definio/tipificao das

    aces a considerar nos clculos, sendo que o texto da norma d um nfase especial

    necessidade de uma distino clara entre aces favorveis e desfavorveis, aces e

    resistncias e, no que respeita aco das presses hidrostticas da gua existente nos

    macios terrosos, no esclarece em que medida e como se deve actuar perante a possibilidade

    de introduzir uma margem de segurana relativamente aos nveis de gua ou como at, em

    alternativa, se devem aplicar os coeficientes de segurana parciais aos diagramas de presso

    da gua para atender variao dos nveis para condies normais ou excepcionais, durante o

    perodo de vida til da obra.

    neste contexto que se desenvolvem as anlises que se apresentam nos captulos 2, 3 e 4

    desta dissertao.

  • 2012

    2

    1.2. Objectivos

    Tendo por base a NP EN 1997-1 (2010), dois tipos de estruturas de suporte rgidas (muros de

    gravidade e muros em L), as habituais verificaes de segurana no que se refere sua

    estabilidade externa, as trs abordagens de clculo previstas para a verificao de estados

    limites ltimos geotcnicos (GEO), no que se refere rotura do terreno de fundao (para

    carregamento vertical e para carregamento horizontal) e o estado limite ultimo de equilbrio

    (EQU), para o derrubamento, os objectivos desta dissertao so:

    avaliar o efeito de diferentes diagramas devidos a presso hidrosttica da gua, tendo

    em conta que a EN prev a possibilidade de se introduzir uma margem de segurana

    relativamente variao dos nveis da gua durante a vida til da obra ou afectar

    aqueles diagramas de coeficientes de segurana parciais, cuja ordem de grandeza varia

    consoante a aco da gua seja considerada permanente ou varivel;

    analisar as diferenas que se obtm nos resultados quando se considera que os

    impulsos passivos so aco permanente favorvel ou resistncia;

    estudar o efeito de sobrecargas uniformemente distribudas aplicadas na superfcie do

    terreno suportado, distinguindo entre sobrecargas permanentes e variveis;

    centrar as concluses finais, no que se refere rotura do terreno de fundao, na

    abordagem de clculo 1 (neste caso com a combinao 2, por ser a combinao mais

    desfavorvel para as verificaes de segurana em causa), por ser esta abordagem que

    adoptada no mbito da NP EN 1997-1.

    1.3. Metodologia

    Para atingir os objectivos pretendidos, a metodologia de trabalho envolveu genericamente:

    definio dos muros tipo quanto a geometria e peso volmico;

    definio das caractersticas mecnicas dos terrenos de fundao e dos terrenos

    suportados;

    hipteses simples e conservadoras relativamente quantificao dos impulsos das

    terras;

    omisso de outras variveis que no aquelas que directamente interessam ao

    problema que, em cada captulo, se pretende analisar;

    definio de um ndice para anlise dos resultados;

    implementao dos clculos em folha de clculo Excel;

    concluses finais centradas na abordagem de clculo 1 com combinao 2, no que se

    refere rotura do terreno de fundao.

  • 2012

    3

    1.4. Estrutura da dissertao

    Esta dissertao est organizada em 5 captulos e 5 anexos. Estes anexos incluem informao e

    resultados obtidos, que se considera no deverem fazer parte do texto principal do trabalho,

    por forma a facilitar a sua leitura.

    O presente captulo constitui o captulo 1 da dissertao. Este captulo inclui consideraes

    iniciais, define os objectivos, explica a metodologia geral seguida para desenvolvimento do

    trabalho e apresenta a organizao da dissertao.

    O captulo 2 trata do problema que tem a ver com a forma como devem ser tratadas as

    presses hidrostticas da gua actuando no tardoz das estruturas de suporte rgidas.

    O captulo 3 aborda o problema dos impulsos passivos, procurando analisar efeitos nos

    resultados quando os mesmos so considerados como aces permanentes favorveis ou

    como resistncia.

    No captulo 4 analisa-se o efeito da existncia de sobrecargas uniformemente distribudas

    aplicadas na superfcie do terreno suportado quando estas so permanentes ou variveis.

    O captulo 5 resume as concluses obtidas atravs dos estudos efectuados nos captulos

    anteriores e aponta sugestes de desenvolvimentos futuros a efectuar na sequncia do

    trabalho agora apresentado.

  • 2012

    4

  • 2012

    5

    Captulo 2. Muro de gravidade sob o efeito da gua

    2.1. Introduo

    De acordo com a EN 1997-12.4.6.1(6)P, os valores de clculo das presses da gua no terreno

    para estados de limites ltimos devem representar os valores mais desfavorveis que podem

    ocorrer durante o tempo de vida til da estrutura enquanto que, para estados limites de

    utilizao, aqueles valores devem ser os valores mais desfavorveis que podem ocorrer em

    circunstncias normais.

    No primeiro caso esto em causa as presses de gua mais adversas que podem fisicamente

    ocorrer durante a vida til da obra e, no segundo caso, as presses de gua mais adversas que

    provavelmente podero ocorrer, na ausncia de acontecimentos excepcionais.

    Note-se que no 2.4.1(7) se considera possvel tomar as presses de gua como aces

    acidentais.

    Aparentemente, a aplicao do pargrafo 2.4.6.1(6) no suscita dvidas, devendo notar-se que

    o mesmo classificado como P (princpio), isto , disposio/definio de carcter geral

    relativamente qual no so permitidas alternativas.

    Na prtica, as presses da gua so habitualmente calculadas a partir de um determinado nvel

    de gua, o qual deve corresponder ao nvel mais desfavorvel que pode ocorrer durante a vida

    til da obra.

    Contudo, a regra de aplicao (8) do mesmo pargrafo suscita dificuldades de aplicao

    quando diz que os valores de clculo das presses de gua do terreno podem ser obtidas quer

    por uma aplicao de coeficientes parciais aos valores caractersticos das presses da gua,

    quer por aplicao de uma margem de segurana ao valor caracterstico do nvel da gua, e

    isto, de acordo com o estabelecido nos pargrafos 2.4.4(1)P e 2.4.5.3(1)P, do documento

    referido. No primeiro caso, os nveis de gua devem ser considerados grandezas geomtricas

    e, no segundo, os valores caractersticos dos nveis da gua do terreno devem ser valores

    superiores, inferiores, medidos, nominais ou estimados.

    Bond e Harris (2008) discutem este assunto e, para o efeito, do o exemplo do muro de

    gravidade que se reproduz na Figura 2.1.

  • 2012

    6

    HPWL - nvel de gua mais adverso durante a vida til da obra HNWL - nvel de gua mais elevado em condies normais de funcionamento da obra

    Figura 2. 1 - Muro de gravidade, adaptado de Bond e Haris (2008)

    Dependendo da interpretao de 2.4.6.1(8), os autores apresentam, para o estado limite

    STR/GEO e abordagem de clculo 1, algumas hipteses de diagramas de presses da gua

    sobre o muro da Figura 2.1, os quais se reproduzem na Figura 2.2 e onde e representam

    os coeficientes de segurana parciais para as aces permanentes e variveis,

    respectivamente.

    (a) Muro tipo (b) Diagrama de presses de gua caractersticas para HNWL (c) Diagrama de presses de gua caractersticas para HPWL (d) A presso da gua tratada como aco permanente na altura total, que corresponde ao nvel mais adverso (e) A presso de gua devido subida de gua do nvel mais elevado em condies normais para o nvel mais adverso durante a vida til do muro, tratada como aco varivel e

    (f) A presso da gua tratada como aco varivel na altura total, que corresponde ao nvel mais adverso

    Figura 2. 2 - Diagramas de presses de gua resultantes de diferentes interpretaes do pargrafo 2.4.6.1(8) da EN1997-1, adaptado de Bond e Harris (2008).

    (nvel mais adverso durante a vida til

    da obra)

    (nvel mais adverso em condies

    normais de funcionamento da obra)

  • 2012

    7

    Tomando por referncia a Figura 2.2, pode considerar-se que adoptar o diagrama c em vez do

    digrama b permite a introduo de uma margem de segurana relativamente s presses de

    gua mais adversas que podem ocorrer durante a vida til da obra e os diagramas d, e e f

    traduzem, com diferenas significativas, formas de aplicar coeficientes de segurana parciais

    aos valores caractersticos das presses da gua.

    A forma como se devem aplicar coeficientes de segurana parciais aos diagramas de presses

    da gua no pacfica.

    De facto, no parece razovel aplicar um coeficiente de segurana parcial a uma quantidade

    cujo valor ltimo relativamente bem conhecido, particularmente quando o nvel de gua

    mais elevado e possvel coincide com a superfcie do terreno, nem parece aceitvel tratar as

    presses da gua de forma diferente relativamente a outros tipos de aco, especificamente

    presses das terras, as quais so habitualmente majoradas por .

    Bond e Harris (2008) consideram que este assunto deve ser mais bem estudado at se

    poderem estabelecer regras definitivas e propem que, at l, os clculos se desenvolvam de

    acordo com os critrios que definem como condies 1 e 2, e que, para melhor entendimento

    se reproduzem na Figura 2.3 e se sintetizam na Tabela 2.1.

    Figura 2. 3 - Proposta de Bond e Harris (2008), adaptado

    Estado limite Condies Coeficiente parcial

    Margem de segurana

    Resultante das presses da gua

    Caracterstico 1,00 0

    ltimo 1 1,35 0

    2 1,00 >0

    Tabela 2. 1 - Proposta de Bond e Harris (2008)

    A Figura 2.3 e a Tabela 2.1 permitem concluses sobre a proposta dos autores:

    Condio 1

    Quando se aplicam coeficientes parciais s presses efectivas das terras (AC1,

    combinao 1 e AC2), as presses da gua devem tambm ser multiplicadas por

  • 2012

    8

    , mas calculadas com o nvel de gua mais elevado em condies normais de

    funcionamento, isto , sem afectar o nvel da gua de uma margem de segurana.

    Condio 2

    Quando se aplicam coeficientes parciais s presses efectivas das terras (AC1,

    combinao 2 e AC3), as presses da gua devem tambm ser multiplicados por

    , mas calculados com o nvel de gua mais elevado e possvel durante a vida til

    da estrutura, isto , deve ser aplicada uma adequada margem de segurana ao nvel da

    gua.

    Nos pargrafos que se seguem vai efectuar-se um estudo destas questes, tendo por base um

    muro de gravidade suportando material granular, assente num macio argiloso impermevel.

    2.2. O que se estudou

    Para analisar os efeitos dos diferentes diagramas devidos s presses de gua nas verificaes

    de segurana, tal como especificamente indicado na EN 1997-19.2(2)P, para muros de

    gravidade (rotura por insuficincia de capacidade resistente ao carregamento do solo

    subjacente base, rotura por deslizamento pela base e rotura por derrubamento) foi escolhida

    uma geometria tipo de um muro gravidade, diferentes caractersticas mecnicas para os

    terrenos suportados e para o terreno de fundao, assim como diferentes alturas para os

    nveis de gua.

    O Tabela 2.2 e a Figura 2.4 resumem os dados de partida para as anlises subsequentes.

    Face geometria do problema (parede vertical e superfcie do terrapleno horizontal), a

    hiptese de atrito nulo entre a parede vertical e o solo suportado permite usar a teoria de

    Rankine para avaliar as presses das terras, tendo-se ainda desprezado a existncia de

    impulsos passivos.

  • 2012

    9

    Figura 2. 4 - Dimenses do muro de gravidade tipo e nveis da gua

    Geometria e caractersticas dos muros Caractersticas dos solos

    (m)

    (m) (m)

    (m)

    (m)

    Suportado De

    fundao

    2 0,5 1 1,5 2,2 0,5 0,5

    24 20 18 20 100

    1,5 1 0,5

    4 1 2 3 4,4 1 1 3 2 1

    6 1,5 3 4,5 6,6 1,5 1,5 4,5 3 1,5

    Tabela 2. 2 - Resumo dos dados relativos s hipteses estudadas

    Note-se que em todos os casos analisados o nvel HPWL coincide sempre com a superfcie do

    terrapleno e as anlises efectuadas relativamente rotura do terreno de fundao foram

    realizadas considerando as 3 abordagens de clculo previstas na EN 1997-1 para o estado

    limite ltimo STR/GEO.

    Tendo em conta a importncia da distribuio entre aces favorveis e desfavorveis, tal

    como sugere a leitura da EN 1997-1, apresenta-se na Tabela 2.3 uma sntese das aces em

    jogo no problema que se pretende estudar, tendo em vista as verificaes de segurana que a

    seguir se desenvolvem em folha de clculo Excel.

  • 2012

    10

    Aco Tipo Capacidade resistente

    vertical

    Capacidade resistente horizontal

    (deslizamento)

    Derrubamento

    Peso prprio do muro

    Permanente Desfavorvel Favorvel Favorvel

    Impulso das terras

    Permanente Desfavorvel Desfavorvel Desfavorvel

    Impulsos da gua *

    Permanente e/ou varivel

    Desfavorvel Desfavorvel Desfavorvel

    * vo analisar-se os efeitos de considerar diferentes coeficientes parciais nas aces (distinguindo, ou no, entre aco permanente e/ou varivel) ou introduzir margens de segurana nos nveis de gua. Tabela 2. 3 - Tipificao das aces a considerar nas verificaes de segurana

    2.3. Como se estudou

    Tendo por base as caractersticas geomtricas e mecnicas indicadas na Figura 2.4 e Tabela

    2.2, os estudos efectuados no mbito deste captulo seguem a orientao estabelecida nos

    Anexos A e D da EN 1997-1, respectivamente no que se refere aos coeficientes de segurana

    parciais para estados limites ltimos STR/GEO (capacidade resistente ao carregamento e ao

    deslizamento) e EQU (derrubamento) e ao formulrio necessrio. Nos anexos A e B deste

    trabalho reproduzem-se, a partir daqueles, a informao necessria aos clculos que se

    apresentam de seguida.

    A sequncia dos clculos desenvolvidos em folha de clculo Excel segue genericamente os

    procedimentos abaixo descritos, devendo tomar-se a Figura 2.5 para orientao, ainda que na

    mesma apenas se apresente o diagrama de impulsos da gua para o caso da hiptese b.

    Figura 2. 5 Presses das terras e da gua (com HNWL 3H/4) no muro de gravidade, hiptese b.

    De acordo com as caractersticas do muro e das variantes supracitadas, os diagramas de

    presses horizontais actuando no muro so os acima visualizados. No Anexo C, as Figuras C1 a

  • 2012

    11

    C4 mostram genericamente os dois diagramas de presses horizontais devidos s terras e

    gua para as restantes hipteses c (= condio 2), d, e, f e condio 1.

    Conhecidos os dados relativos resistncia no drenada, , do terreno de fundao, o ngulo

    de resistncia ao corte, , pesos volmicos hmido, , e saturado, , do tereno suportado,

    as dimenses do muro e o peso volmico do material que o constitui, , procedeu-se ao

    incio do clculo.

    Primeiramente, calcula-se a resistncia ao corte de clculo do solo, , suportado.

    (2. 01)

    Conhecido o valor de clculo de , pode calcular-se o coeficiente de impulso de terras activo

    de clculo, , atravs da teoria de Rankine:

    (2. 02)

    Segue-se, ento, o clculo dos impulsos das terras e da gua (ver Figura 2.5), onde:

    (2. 03)

    (2. 04)

    (2. 05)

    (2. 06)

    e o peso volmico da gua e e so, respectivamente, o peso volmico saturado e

    hmido do solo suportado.

    No desenvolvimento da folha de clculo foi necessrio decidir como tratar o diagrama dos

    impulsos das terras para a hiptese e, na medida em que acima de HNWL a presso

    hidrosttica da gua corresponde a uma aco varivel e, assim, tanto o impulso das terras

    poderia ser calculado com o peso volmico total, , ou o peso volmico submerso,

    . Optou-se pela primeira hiptese, sabendo-se que corresponde ao caso mais desfavorvel.

    Contudo, foi tambm necessrio decidir como tratar quanto a este aspecto, as hipteses c, d e

    f. Como basicamente se pretende analisar o impacto dos diferentes diagramas das presses de

    gua nos resultados relativos s diferentes verificaes de segurana, optou-se assim por usar

    sempre o mesmo tipo de diagrama para descrever os impulsos de terras sobre os muros, isto

    , utilizou-se em todas as hipteses estudadas, o critrio acima descrito para o caso da

    hiptese e.

  • 2012

    12

    As respectivas resultantes, majoradas pelos adequados coeficientes de segurana parciais, so

    obtidos atravs das expresses:

    (2. 07)

    (2. 08)

    (2. 09)

    onde representa o coeficiente de segurana parcial para as aces permanentes

    desfavorveis.

    O clculo de tem algumas variaes, dependendo da hiptese a analisar (note-se que a

    hiptese (c) coincide com a condio 2)1:

    Hiptese (b)

    (2. 10)

    Hiptese (c)

    Hiptese (d)

    Hiptese (e)

    Hiptese (f)

    Condio 1

    Condio 2

    1 Pode admitir-se que a hiptese (a) representada na Figura 2.2 diz tambm respeito a todos as

    restantes, na medida em que, por a parede do tardoz do muro ser vertical, no h componentes verticais de presso hidrosttica.

  • 2012

    13

    O passo seguinte corresponde ao clculo das componentes do peso do muro (ver Figura 2.6),

    devendo, partida, distinguir-se entre componentes afectadas por coeficientes de segurana

    parciais para aces permanentes desfavorveis e favorveis. Contudo, como as verificaes

    de segurana ao deslizamento correspondem a anlises no drenadas, no necessrio, no

    mbito dos estudos deste captulo, avaliar a resultante das aces verticais favorveis de

    clculo. Assim:

    Figura 2. 6 Braos das componentes de peso prprio do muro relativamente ao centro de gravidade da base

    (2. 11)

    [( )

    ]

    (2. 12)

    (2. 13)

    onde

    Tal como referido atrs, as anlises desenvolvidas englobaram as trs abordagens de clculo

    previstas para estados limite ltimos STR/GEO (capacidade resistente vertical e horizontal).

    Neste sentido, foi necessrio distinguir entre aces estruturais e geotcnicas para utilizar a

    abordagem de clculo 3.

  • 2012

    14

    Para o efeito, considera-se que o peso prprio dos muros corresponde a uma aco estrutural

    e que os impulsos das terras e da gua so aces geotcnicas, tal como est expresso no

    pargrafo 2.4.2(4) da EN 1997-1.

    Note-se que esta tipificao no muitas vezes fcil de estabelecer, podendo, como exemplo,

    darem-se os casos de trfego rodovirio no tardoz de um muro de suporte e na crista de um

    talude.

    So, ento, calculadas as resultantes das aces verticais desfavorveis de clculo e as aces

    horizontais de clculo, respectivamente:

    (2. 14)

    (2. 15)

    Para avaliar a capacidade resistente do terreno subjacente base do muro, necessrio

    calcular a excentricidade de , isto , necessrio calcular, a distncia entre o ponto de

    aplicao daquela resultante e o centro de gravidade da base do muro. Para tal, tem que se

    determinar o momento flector de clculo devido a todas as foras presentes, relativamente ao

    centro de gravidade da base do muro.

    Figura 2. 7 - Braos das resultantes dos impulsos activos do terreno e da gua

    Para o efeito, necessrio conhecer os braos destas foras relativamente ao ponto em

    questo. Tomando por referncia a informao dada nas Figuras 2.4 e 2.6 possvel escrever:

  • 2012

    15

    (

    )

    (2. 16)

    (2. 17)

    (2. 18)

    (2. 19)

    (2. 20)

    (

    ) (

    )

    (2. 21)

    (

    ) (

    )

    (2. 22)

    O momento flector de clculo na base da sapata do muro pode ento ser obtido por:

    (2. 23)

    Conhecidos estes valores, prossegue-se para o clculo da excentricidade de clculo:

    (2. 24)

    Com o valor da excentricidade pode recorrer-se ao mtodo de reduo da dimenso real da

    base da sapata do muro a uma base fictcia, para que a resultante das aces verticais seja

    aplicada no centro desta base e simplifique, desta forma, os clculos. Esta nova base

    tratada com dimenso B e vale:

    (2. 25)

    onde representa excentricidade de clculo da aco vertical. O clculo do factor correctivo

    para a inclinao da carga, , que referente inclinao do carregamento causado pela fora

    horizontal , calculado atravs da expresso:

    (

    )

    (2. 26)

    onde ,

    representa a resistncia no drenada do solo subjacente base

    do muro e o coeficiente de segurana parcial para a resistncia no drenada do terreno

    de fundao.

  • 2012

    16

    A capacidade resistente do terreno subjacente base do muro avaliada recorrendo

    expresso encontrada no Anexo D da EN 1997-1, para condies no drenadas:

    [ ]

    (2. 27)

    Onde o coeficiente de segurana parcial para a capacidade resistente ao carregamento

    do terreno de fundao e , representando a tenso vertical total ao nvel da base do

    muro para a situao mais desfavorvel (esquerda do muro em estudo).

    A segurana relativamente insuficiente capacidade resistente do terreno de fundao

    subjacente base do muro, est assegurada quando .

    No que se refere rotura do terreno de fundao por deslizamento, a capacidade resistente

    horizontal dada, em condies no drenadas, por:

    (2. 28)

    onde o coeficiente de segurana parcial para a capacidade resistente horizontal.

    A segurana rotura de fundao, no que se refere ao deslizamento, est assegurada quando

    .

    Quanto verificao de segurana relativamente ao derrubamento, o estado limite ltimo em

    causa o estado limite de equilbrio esttico (EQU), sendo necessrio verificar se que

    , onde representa o momento estabilizador de clculo e o

    momento instabilizador de clculo, tomados relativamente base do muro, mas no ponto

    situado mais esquerda da respectiva base.

    As expresses para calcular os referidos momentos so dados por:

    {[ (

    )] [

    ] [ ( (

    ))]}

    (2. 29)

    [( ) ( ) ( ) ( )]

    (2. 30)

    onde e so, respectivamente, o coeficiente de segurana parcial para uma aco

    permanente estabilizante e coeficiente de segurana parcial para uma aco permanente

    desestabilizante.

    Deve notar-se que, neste caso, as diferentes parcelas , referentes ao peso prprio do muro

    de gravidade, correspondem a valores caractersticos e que o clculo dos impulsos das terras,

    , foi realizado tomando um coeficiente de segurana parcial para o ngulo de resistncia ao

    corte do solo suportado igual a .

  • 2012

    17

    2.4. Resultados

    Os resultados obtidos neste captulo 2 so apresentados e analisados de seguida.

    Tendo em conta a proposta de Bond e Harris (2008), os resultados que dizem respeito

    condio 1 apenas tm significado quando se usa a abordagem de clculo 1 com a combinao

    1 ou a abordagem de clculo 2, assim como a condio 2 s deve ser aplicada com a

    abordagem de clculo 1 com a combinao 2 e com a abordagem de clculo 3.

    Pretendendo analisar-se o efeito de diferentes hipteses relativas aos diagramas de presso da

    gua, procurou-se, atravs da utilizao de critrios de pr-dimensionamento (Mineiro, 1978;

    Cernica, 2006) dar propores equilibradas entre si aos diferentes muros, em funo da sua

    altura total, H. Por outro lado, optou-se, em todos os casos, por considerar o mesmo tipo de

    diagrama de impulsos de terras, tal como justificado no pargrafo anterior.

    A apresentao grfica dos resultados ento feita a partir de um ndice , que representa genericamente o quociente entre aces ou efeito das aces de clculo sobre as resistncias de clculo. Assim:

    onde , e dizem respeito, respectivamente, capacidade resistente ao carregamento

    do terreno de fundao, ao deslizamento e ao derrubamento, estados limites associados s

    verificaes de estabilidade externa de muros de suporte. De um ponto de vista das

    verificaes de segurana, basta que qualquer dos ndices anteriores assuma o valor unitrio.

    Para efeito das anlises que a seguir se apresentam vai considerar-se que, do ponto de vista do

    dimensionamento, os resultados so mais desfavorveis quando se aproximam do valor

    unitrio, ainda que de um ponto de vista econmico, aquele valor represente o valor mais

    favorvel.

    No texto incluem-se apenas os grficos relativos situao em que

    , podendo

    encontrar-se no Anexo C a totalidade dos restantes grficos que serviram de base s

    concluses que a seguir se apresentam. Note-se que a totalidade das situaes estudadas se

    encontram resumidas na tabela 2.2.

    As Figuras 2.8 a 2.11 relativas ao muro com m e HNWL = = (com HPWL = H)

    correspondem situao mais desfavorvel relativamente aos trs nveis HNWL considerados.

    A observao destas figuras permite concluir:

    1. de acordo com o que foi implementado na folha de clculo, o valor do ndice

    igual em todos os grficos, para cada uma das hipteses consideradas, pois

    corresponde sempre a um nico conjunto de coeficientes de segurana parciais (EQU);

  • 2012

    18

    2. tal como seria de esperar, os resultados mais desfavorveis relativamente s

    verificaes GEO, no que se refere aos ndices e verificam-se, por ordem

    decrescente, nas hipteses e, f, d, c = cond2, cond1 e b;

    Daqui em diante no se utilizam para efeitos de concluses os resultados relativos hiptese

    b, por esta no corresponder a qualquer situao razovel em termos de verificaes de

    segurana, isto , a utilizao dos diagramas de presso hidrosttica da gua correspondentes

    no contabilizam qualquer introduo de margem de segurana em relao aos nveis de gua

    nem incluem qualquer majorao em termos de utilizao de factores de segurana parciais

    para a aco da gua:

    3. a hiptese e conduz sempre, como seria de esperar, a valores mais desfavorveis para

    a ordem de grandeza dos trs ndices sob anlise;

    4. o ndice condiciona o dimensionamento em todas as situaes relativas hiptese

    e e ainda na hiptese c e condio 1 para a AC1Comb1 e AC2, verificando-se ser o

    ndice que condiciona o dimensionamento em todas as restantes situaes;

    5. ainda que se considere habitualmente que a verificao ao deslizamento ( ) que

    condiciona o dimensionamento, verifica-se que, para as diferentes hipteses e

    condies estudadas, com as caractersticas geomtricas e mecnicas adoptadas, os

    resultados obtidos no mostram um padro de resultados nesse sentido. Isto significa

    que, dependendo da hiptese ou condio adoptada, assim poder ser a verificao ao

    deslizamento ou ao derrubamento que mais condiciona o dimensionamento;

    6. as condies 1 e 2 propostas por Bond e Harris (2008) correspondem genericamente a

    condies favorveis face aos resultados obtidos atravs das hipteses consideradas,

    para as trs abordagens de clculo.

    Figura 2. 8 Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 1

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    b c d e f cond1

    H=2m e h2=3H/4

    v

    h

    m

    AC1Comb1

  • 2012

    19

    Figura 2. 9 Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2

    Figura 2. 10 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 2

    Figura 2. 11 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 3

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    b c d e f

    H=2m e h2=3H/4

    v

    h

    m

    c=condio 2

    AC1Comb2 AC1Comb2

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    b c d e f cond1

    H=2m e h2=3H/4

    v

    h

    m

    AC2

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    b c d e f

    H=2m e h2=3H/4

    v

    h

    m

    c=condio 2

    AC3

  • 2012

    20

    As Figuras 2.12 a 2.19 dizem respeito ao muro com m e HPWL = , sendo HNPW = =

    nas Figuras 2.12 a 2.15 e HNPW = = nas Figuras 2.16 a 2.19. As concluses 1, 2, 3 e

    6 atrs enunciadas mantm-se para os dois valores de agora em causa, ainda que as

    concluses relativas ao ponto 4 e 5 sofram alteraes, que se resumem no item 7:

    1. quando diminui para metade ou um quarto da altura do muro, verifica-se que

    apenas com a condio 1 (AC1Comb1 e AC2) que a verificao ao derrubamento

    condiciona o dimensionamento geotcnico do muros, passando a ser, genericamente,

    a verificao do deslizamento que conduz aos resultados mais desfavorveis.

    Figura 2. 12 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 1

    Figura 2. 13 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    b c d e f cond1

    H=2m e h2=H/2

    v

    h

    m

    AC1Comb1

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    b c d e f

    H=2m e h2=H/2

    v

    h

    m

    c=condio 2

    AC1Comb2 AC1Comb2

  • 2012

    21

    Figura 2. 14 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 2

    Figura 2. 15 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 3

    Figura 2. 16 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 1

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    b c d e f cond1

    H=2m e h2=H/2

    v

    h

    m

    AC2

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    b c d e f

    H=2m e h2=H/2

    v

    h

    m

    c=condio 2

    AC3

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    b c d e f cond1

    H=2m e h2=H/4

    v

    h

    m

    AC1Comb1

  • 2012

    22

    Figura 2. 17 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 1 Combinao 2

    Figura 2. 18 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 2

    Figura 2. 19 - Valores de para m, e Abordagem de Clculo 3

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    b c d e f

    H=2m e h2=H/4

    v

    h

    m

    c=condio 2

    AC1Comb2 AC1Comb2

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    b c d e f cond1

    H=2m e h2=H/4

    v

    h

    m

    AC2

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    b c d e f

    H=2m e h2=H/4

    v

    h

    m

    c=condio 2

    AC3

  • 2012

    23

    No Anexo C apresentam-se resultados do mesmo tipo dos anteriores, para muros de gravidade

    de maior altura.

    As Figuras C5 a C8, do anexo C, e as Figuras C9 a C12 referem-se aos muros com m,

    respectivamente, com = . A anlise destas figuras mostra que se mantm vlidas as

    concluses dos itens 1, 2, 5, 6 e 7 e ainda que:

    2. tendo por referncia as Figuras 2.8 a 2.11 e C5 a C12 e os resultados relativos

    condio 1 e condio 2 ( = ), verifica-se que o ndice assume valores de

    ordem de 0,17; 0,34 e 0,50 para a AC1Comb1 e AC2 e de 0,23; 0,46 e 0,68 para o

    AC1Comb2 e AC3, quando m respectivamente;

    3. tendo por referncia as Figuras 2.12 a 2.15 e os resultados relativos condio 1 e

    condio 2 ( = ), verifica-se que o ndice toma valores de cerca de 0,14; 0,3 e

    0,45 para AC1Comb1 e AC2 e de 0,24; 0,5 e 0,75 para a AC1comb2 e AC3, quando

    m, respectivamente;

    4. para m, as Figuras 2.16 a 2.19 e os resultados relativos condio 1 e

    condio 2 mostram que o ndice vale cerca de 0,14; 0,28 e 0,41 para a AC1Comb1

    e AC2 e cerca de 0,25; 0,52 e 0,78 para a AC1Comb2 e AC3, respectivamente;

    5. dos itens 8 a 10 pode concluir-se que, com o aumento da altura dos muros, o ndice

    relativo verificao do deslizamento dos muros, aumenta de valor dois e trs vezes

    quando, respectivamente, se aumenta a altura dos muros de 2 e 3 vezes, o que parece

    sugerir uma provvel boa proporo s dimenses dos muros estudados, perante

    iguais caractersticas mecnicas dos terrenos suportados em todas as situaes

    estudadas;

    6. tomando por referncia, por exemplo, a hiptese e, pode verificar-se a partir da

    generalidade das figuras apresentadas e da Tabela 2.4, que o ndice mais

    condicionante para efeitos do clculo, ou , est, regra geral, associado

    AC1Comb2, com valores da mesma ordem de grandeza para as AC2 e AC3, quando

    m.

    Para m, os resultados passam a ser mais desfavorveis para AC1Comb1 e AC2, ainda

    para que = o ndice mais condicionante seja , e igual em todos os casos pois, como

    se sabe, controlado pelo estado limite EQU e, neste caso, no tem sentido em falar-se

    abordagens de clculo.

  • 2012

    24

    Hiptese e

    H (m)

    Abordagem de Clculo

    2

    AC1Comb1 0,30 0,32 0,33

    AC1Comb2 0,30 0,32 0,33

    AC2 0,30 0,32 0,33

    AC3 0,30 0,32 0,33

    4

    AC1Comb1 0,50 0,56 0,60

    AC1Comb2 0,58 0,67 0,73

    AC2 0,55 0,62 0,66

    AC3 0,52 0,60 0,64

    6

    AC1Comb1 0,75 0,84 0,90

    AC1Comb2 0,87 1,00 1,09

    AC2 0,82 0,93 0,99

    AC3 0,78 0,90 0,96 Tabela 2. 4 Valores mximos de ( ou ) para m e

    As Figuras 2.20 e 2.21 tm por base a proposta de Bond e Harris (2008) e dizem respeito aos

    resultados obtidos para os ndices , e quando m e = . A

    observao das figuras mostra que:

    7. o ndice adquire valores crescentes quando se aumenta a altura dos muros,

    crescendo tambm quando se consideram as abordagens AC1Comb1, AC1Comb2, AC2

    e AC3, respectivamente por esta ordem, pelo que os resultados relativos AC3 so

    sempre os mais desfavorveis e os relativos AC1 os mais favorveis;

    8. o ndice cresce tambm quando se aumenta a altura dos muros e, dada a sua

    ordem de grandeza, mais condicionante para o dimensionamento do que o ndice

    em todas as situaes analisadas. Verifica-se ainda que os valores de mais

    desfavorveis esto associados AC1Comb2, seguidos, por ordem decrescente, pelos

    valores obtidos atravs da AC3, AC2 e AC1Comb1, tornando-se assim a AC1Comb2 a

    abordagem de clculo e combinao o critrio mais desfavorvel para efeitos de

    dimensionamento;

    9. com o aumento da altura dos muros verifica-se que o ndice adquire valores quase

    iguais para ambas as condies analisadas, ainda que mais elevadas para a condio 2,

    e para os trs valores de considerados, o que tambm deve resultar das condies

    de proporcionalidade geomtrica usadas para definir a geometria dos trs muros

    estudados.

  • 2012

    25

    Figura 2. 20 - Valores de para

    Figura 2. 21 - Valores de para

    Figura 2. 22 - Valores de para

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    H=2 H=4 H=6

    Vd/Rd h2=3H/4

    AC1Comb1(Cond1)AC1Comb2(Cond2)AC2 (Cond1)

    AC3 (Cond2)

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    H=2 H=4 H=6

    Hd/Rd h2=3H/4

    AC1Comb1(Cond1)AC1Comb2(Cond2)AC2 (Cond1)

    AC3 (Cond2)

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    H=2 H=4 H=6

    Mdst/Mstb h2=3H/4

    Condio 1

    Condio 2

    EQU

  • 2012

    26

    No Anexo C apresentam-se nas Figuras C13 a C15 e C24 a C26 resultados do mesmo tipo, para

    = e = .

    A anlise das figuras anteriores permite concluir que:

    10. a avaliao dos trs ndices semelhante nos trs conjuntos de resultados relativos a

    , e para = , H/2 e H/4, pelo que se mantm genericamente vlidas as

    concluses anteriores relativas aos itens 13 e 15;

    11. com a reduo da altura do diagrama das presses da gua, isto , com a reduo de

    = HNWL, verifica-se que os resultados relativos a tendem a diminuir nos casos

    da AC1Comb1 e AC2 (onde se usou a condio 1) e a aumentar com a AC1Comb2 e

    AC3 (onde se usou a condio 2), sendo agora mais desfavorvel, e para m, o

    valor relativo AC3, contrariando a concluso final do item 14, onde se conclui que

    a AC1Comb2 era em todos os casos a abordagem mais desfavorvel.

  • 2012

    27

    Captulo 3. Muro em L com impulso passivo

    3.1. Introduo

    O pargrafo 9.7.3 (P) da EN 1997-1, que trata da rotura do terreno de fundao de muros de

    gravidade, indica que Quando tal seja apropriado devem ser aplicados os princpios da seco

    6 para demonstrar que a possibilidade de rotura no terreno de fundao suficientemente

    remota, o que significa que as verificaes relativas rotura por insuficincia de capacidade

    resistente ao carregamento do solo subjacente base e s cargas horizontais (deslizamento

    pela base) devem ser baseadas no estado limite GEO, tal como no caso das fundaes

    superficiais.

    Quanto ao derrubamento, o estado limite que interessa diz respeito ao estado limite de

    equilibro esttico (EQU).

    Neste contexto, a verificao da rotura no terreno de fundao subjacente base e a

    verificao relativa ao derrubamento tratam as presses passivas como aces

    favorveis/estabilizadoras2.

    Neste ltimo caso deve verificar-se que

    (3. 1)

    onde e representam, respectivamente, o valor de clculo do efeito de aces

    instabilibilizantes e estabilizantes.

    No caso dos estados limites associados rotura do terreno de fundao (estado limite GEO) e,

    de acordo com o pargrafo 2.4.7.3.1.(1)P, deve ser feita a verificao de que:

    (3. 2)

    onde representa o valor de clculo do efeito das aces e o valor de clculo da

    capacidade resistente em relao a uma aco.

    No caso das verificaes relativas ao carregamento do solo subjacente base, a expresso

    anterior assume no 6.5.2.1(1)P a forma

    (3. 3)

    No que se refere ao deslizamento do muro, isto , sempre que o carregamento no normal

    base da fundao, deve verificar-se, de acordo com o pargrafo 6.5.3.2(P), a seguinte

    expresso:

    (3. 4)

    2 No clculo de apenas includo o efeito das presses passivas quando, por efeito da existncia de

    atrito na interface, existam componentes verticais nas presses passivas

  • 2012

    28

    onde representa o valor de clculo da fora resistente causada por presses de terras num

    lado de uma fundao.

    No contexto da EN 1997-1 e em consonncia com Bond e Harris (2008), as equaes 3.3 e 3.4

    so formalmente idnticas equao 3.2.

    Para mostrar o que representa, do ponto de vista geotcnico, o denominado efeito das aces,

    reproduz-se na Figura 3.1 o exemplo dado pelos autores, considerando um muro em L

    instalado num macio terroso homogneo e uma anlise em tenses efectivas.

    Figura 3. 1 Muro em L. Exemplos de: (a) aces; (b) efeitos das aces

    As presses das terras no tardoz do muro originam uma aco horizontal (um dos efeitos

    das aces presentes) dada por:

    (

    ) (

    ) (

    )

    { }

    (3. 5)

    onde representa a altura do muro, e o peso volmico e o ngulo de resistncia ao corte

    do terreno, respectivamente, e o coeficiente de impulso activo de Rankine.

    A equao anterior pode ser reescrita, resultando:

    { }

    (3. 6)

    onde representa as aces de clculo aplicadas estrutura, as propriedades de clculo

    do material, as dimenses de clculo da estrutura e a notao { } representa uma

    funo das grandezas entre parntesis, envolvendo mltiplos parmetros de cada um dos

    tipos referidos.

  • 2012

    29

    Conclui-se assim que no projecto geotcnico os efeitos das aces so tipicamente funo das

    aces, das dimenses e da resistncia do terreno (propriedades do material).

    Quanto s resistncias, reproduz-se igualmente na Figura 3.2 o exemplo dos autores.

    Figura 3. 2 - Resistncia ao deslizamento em muro em "L"

    De acordo com a figura, a resistncia ao deslizamento dada por:

    (3. 7)

    onde funo das dimenses do muro e do peso volmico do solo e a resistncia

    mobilizada na interface (note-se que tambm funo do ngulo de resistncia ao corte, ,

    do solo).

    A expresso anterior pode assim ser reescrita genericamente como:

    { }

    (3. 8)

    em que representa um coeficiente parcial para a resistncia horizontal e { } uma

    funo dos parmetros entre parntesis.

    Verifica-se deste modo que, no projecto geotcnico, as resistncias so, tipicamente, funo

    das propriedades dos materiais, das dimenses e das aces, incluindo o peso prprio do solo.

    Pode concluir-se ento que, num projecto geotcnico tpico, o efeito das aces e das

    resistncias dependem em geral dos mesmos parmetros, isto , no so grandezas

    independentes entre si.

  • 2012

    30

    Esta questo suscita dvidas nas aplicaes das verificaes de segurana relativas ao

    deslizamento de muros de suporte, onde a existncia de presses passivas requer que se

    defina se estas so tratadas como aces favorveis ou resistncias.

    Tendo em conta o texto do Captulo 6 da EN 1997-1 relativo a fundaes superficiais, a

    apresentao dos coeficientes parciais para as capacidades resistentes feita no seu Anexo

    A.3.3.1 (Quadro A.5), onde apenas so apresentados coeficientes de segurana relativamente

    ao carregamento do terreno ( ) e ao deslizamento ( ).

    Isto significa que, de um ponto de vista prtico, e apesar de no ser habitual no

    dimensionamento de sapatas a considerao de impulsos passivos nas verificaes de

    segurana, os impulsos passivos tm de ser considerados como aces permanentes

    favorveis, sendo rigorosamente igual considerar a sua existncia atravs de uma quantidade

    que se soma direita ou se subtrai esquerda na inequao 3.4.

    Neste contexto, isto , no caso das fundaes superficiais, pode mesmo considerar-se que no

    mbito do Captulo 6 da EN 1997-1, o smbolo foi includo de forma pouco apropriada.

    J no contexto do Captulo 9 da EN 1997-1 relativo s estruturas de suporte, no se encontra

    no texto qualquer referncia ao Anexo A onde, no pargrafo A.3.3.5, so apresentados os

    coeficientes parciais para as capacidades resistentes em estruturas de suporte.

    O Quadro A.13 da norma inclui coeficientes parciais para a capacidade resistente ao

    carregamento do terreno de fundao ( ) capacidade resistente ao deslizamento ( ) e

    capacidade resistente passiva de terras ( ).

    Parece assim que, no que se refere aos muros de suporte, a expresso 3.4 ganha relevncia e

    significado, ou seja, os impulsos passivos devem ser tratados como resistncia.

    Tal como Bond e Harris (2008) referem, a EN 1997-1 no explicita claramente a forma de

    resolver a questo e parece que, de acordo com a transcrio do pargrafo 9.7.3(P) da EN

    apresentada no incio desta introduo, se remete ao leitor a deciso sobre as condies em

    que se consideram apropriadas os princpios da seco 6 da EN em causa, no caso dos muros

    de suporte e das verificaes de segurana ao deslizamento.

    Deve notar-se, contudo, que atravs anlise da Tabela 3.1 e de um ponto de vista prtico, o

    problema que se pretende estudar apenas ganha relevncia quando se usa a abordagem de

    clculo 2, por os coeficientes parciais para as resistncias envolvidos serem unitrios nos

    restantes casos. Ainda assim, vai estudar-se este problema, para tambm se analisar se os

    resultados obtidos atravs das trs abordagens conduzem a resultados dspares para os muros

    considerados, quando se inclui a existncia de presses passivas.

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    31

    Smbolo AC1

    AC2 AC3 Comb. 1 Comb. 2

    Aco permanente favorvel 1,0 1,0 1,0 1,0

    Capacidade resistente ao deslizamento

    1,0 1,0 1,1 1,0

    Capacidade resistente passiva das terras

    1,0 1,0 1,4 1,0

    Tabela 3. 1 - Coeficientes parciais para aces permanentes favorveis e capacidade resistente ao deslizamento e passiva de terras

    Vejamos quais as implicaes a nvel da formulao terica do problema, usando-se, tal como

    capitulo anterior, os ndices para identificar que as aces so permanentes e

    variveis, que as grandezas so caractersticas e de clculo, e que a fora horizontal,

    respectivamente.

    Apresenta-se de seguida uma sntese das diferentes expresses para tratar o impulso passivo

    enquanto aco favorvel ou resistncia, para as trs abordagens de clculo.

    aco favorvel,

    AC1 AC3

    (3. 9)

    AC2

    (3. 10)

    resistncia,

    AC1 AC3

    (3. 11)

    AC2

    (3. 12)

  • 2012

    32

    3.2. O que se estudou

    O muro tipo estudado neste captulo corresponde a um muro em L, com dimenses variveis,

    fundado num macio terroso homogneo, isto , quer o terreno de fundao quer o terreno

    suportado o mesmo.

    A geometria dos muros varia entre 6, 8 e 10 metros de altura, factor primordial para obteno

    das restantes dimenses dos mesmos, de acordo com os critrios adoptados e que se

    apresentam na Figura 3.3. Nos trs muros, o ngulo de resistncia ao corte do solo foi tomado

    igual a 30 e 40 e as anlises so drenadas.

    Para efeitos dos clculos, considerou-se ainda que o peso volmico do beto e do solo valem,

    respectivamente, 25 e 18 .

    H = 6; 8; 10m = 0,25; 0,35; 0,45m (consoante as dimenses dos muros: 6;8;10m respectivamente) = 3,50; 4,60; 5,80m (consoante as dimenses dos muros: 6;8;10m respectivamente) D = H/10 + 0,9 B = (H/10) 2 + b = H- = H/10 + 0,2

    Figura 3. 3 Definio da geometria dos muros em "L" usados nas anlises do Captulo 3

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    33

    Com este novo muro tipo, e com a questo que se pretende abordar, resultam os diagramas

    de presses de terras representados na Figura 3.4, tendo em conta as justificaes que se

    apresentam no incio do pargrafo 3.3 deste trabalho.

    Figura 3. 4 - Diagramas de tenses horizontais sobre o muro de suporte tipo resultantes dos impulsos activo e passivo devidos aco das terras

    3.3. Como se estudou

    Com o objectivo de simplificar os clculos admite-se (Terzaghi e Peck, 1967; Clayton et al.,

    1993) que as sapatas dos muros so suficientemente grandes para permitirem considerar que

    o plano virtual indicado na Figura 3.4 vertical e que, nesse plano, o atrito nulo. Isto permite

    considerar que, na hiptese de o terrapleno suportado ter inclinao nula, as presses activas

    das terras apenas tm componente horizontal.

    Figura 3. 5 - Ilustrao que justifica a utilizao do mtodo de Rankine para

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    34

    Assim, a dimenso indicada na Figura 3.5 deve ser seleccionada a partir da inequao

    (

    ) e os muros podem ento ser analisados utilizando o mtodo de

    Rankine.

    Quanto s presses passivas das terras, considera-se tambm a validade do mtodo de

    Rankine, no s por se saber que corresponde a uma soluo conservativa como tambm

    corresponde, geralmente, prtica mais habitual em projecto, devido sua simplicidade de

    aplicao. Por outro lado, vai desprezar-se tambm o peso das terras sobre a zona esquerda

    da sapata, o que corresponde tambm prtica corrente em projecto.

    A sequncia de clculo, implementada em folha de clculo Excel, segue os passos que a seguir

    se descrevem, tendo por base a Figura 3.6.

    A) Rotura do terreno de fundao (estado limite ltimo GEO)

    - ngulo de resistncia ao corte de clculo

    (3. 13)

    - Coeficiente de impulso activo de clculo

    (3. 14)

    - Coeficiente de impulso passivo de clculo

    (3. 15)

    - Presso horizontal activa na base do muro

    (3. 16)

    - Presso horizontal passiva na base do muro

    (3. 17)

    - Resultante dos impulsos activos

    (3. 18)

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    35

    De seguida, calculam-se as componentes do peso do muro, estando este dividido de acordo

    com a representao indicada na Figura 3.6

    Figura 3. 6 Definio das aces verticais e respectivos braos tomados em relao ao centro de gravidade da sapata do muro tipo

    A.1) Rotura do solo subjacente base ( aco favorvel)

    - Peso prprio do muro e do solo

    (3. 19)

    (3. 20)

    [

    (

    )]

    (3. 21)

    (3. 22)

    - Aco vertical de clculo

    (3. 23)

    - Resultante dos impulsos passivos

    (3. 24)

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    36

    - Aco horizontal de clculo

    (3. 25)

    -Braos das foras em relao ao centro de gravidade de sapata do muro

    (Figuras 3.6 e 3.7)

    Figura 3. 7 - Braos das foras horizontais em relao ao centro de gravidade da sapata do muro tipo

    (3. 26)

    (3. 27)

    (3. 28)

    (

    ) ((

    ) (

    ) (

    ))

    (3. 29)

    (

    ) {

    [

    ( )

    ]}

    (3. 30)

    (

    ) (

    )

    (3. 31)

    - Momento flector de clculo relativo ao centro de gravidade da sapata do

    muro

    (3. 32)

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    37

    - Excentricidade de clculo

    (3. 33)

    - Largura fictcia da sapata

    (3. 34)

    - Factores de capacidade resistente

    (3. 35)

    , onde (base rugosa) (3. 36)

    -Factores correctivos devido inclinao da carga resultante na base da sapata

    [ ] (3. 37)

    [ ] (3. 38)

    - Tenso efectiva devido ao peso das terras acima do plano da base da sapata

    do muro

    (3. 39)

    - Capacidade resistente vertical de clculo

    (3. 40)

    (3. 41)

    A.2) Deslizamento

    - Peso prprio do muro e do solo

    (3. 42)

    (3. 43)

    [

    (

    )]

    (3. 44)

    (3. 45