leituras_acompanhante

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1 LEITURAS [M/16] LEITURAS LEITURAS

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Cultura

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  • 1LEITURAS

    [m/16]

    LEITURASLEITURAS

  • 2ENCENAO GONALO AMORIM

    CENRIO E FIGURINOSCATARINA BARROS

    MSICAJOANA SLUS MARTINS

    SONOPLASTIASRGIO MILHANO

    DESENHO DE LUZJOS MANUEL RODRIGUES

    COMMNICA GARNEL

    INCIO DO ESPECTCULO21h30 [Quarta a Sbado] 16h00 [domingo matine]

    CLASSIFICAO[m/12]

    DURAO DO ESPECTCULO1h25 [Sem intervalo]

    ESTREIASala vermelha | junho 2014teatro aberto | liSboa

    ESTRUTURA FINANCIADA POR

  • 34 SobREoGRAndEPRmIodETEATRoPoRTUGUS

    6 dECLARAodoJRI doGRAndEPRmIo dETEATRoPoRTUGUS SPAutoreS / teAtro Aberto8 CECLIAFERREIRA biogrAfiA9 APRInCESAEAERVILHA entreviStA A CeCliA ferreirA13 SobREAEnCEnAo gonAlo Amorim15 bIoGRAFIAS

  • 4sobre o Grande Prmio de TeaTro PorTUGsEste Prmio comea em 1997, quando a Sociedade Portuguesa de Autores e o Teatro

    Aberto se associaram com o objectivo de criar um concurso destinado a incentivar e

    divulgar a criao dramatrgica portuguesa.

    Destacamos a abrangncia deste prmio que, para alm do valor pecunirio, do trofu

    e da edio da obra em livro, tem a vertente nica de levar o texto vencedor cena no

    Teatro Aberto, proporcionando ao seu autor a possibilidade de confrontar a sua prtica

    da escrita com a prova do palco.

    No ano da sua criao, em 1997, a pea vencedora do Grande Prmio foi s Vezes Neva em

    Abril, de Joo Santos Lopes, que estreou em Maio de 1998 no antigo Teatro Aberto, com

    encenao de Joo Loureno. Esta pea foi traduzida para vrias lnguas, nomeadamente

    para francs, alemo e polaco. Ainda no antigo Teatro Aberto foi levada cena a pea A

    ltima Batalha, de Fernando Augusto, vencedora do Grande Prmio em 1999 e estreada

    em Julho de 2000, com encenao de Fernando Heitor.

    J no novo Teatro Aberto, foram apresentadas as peas Rastos, de Antnio Ferreira,

    vencedora da edio de 2001 e estreada em Maio de 2002, com encenao de Paulo Fi-

    lipe; Encontro com Rita Hayworth, de Pedro Pinheiro, vencedora em 2000 e estreada em

    Setembro de 2002, com encenao de Fernando Heitor; Homem Branco, Homem Negro,

    de Jaime Rocha, vencedora em 2004 e estreada em Agosto de 2005, com encenao de

    Joo Loureno. Esta ltima foi tambm apresentada por duas vezes na Alemanha: em

    2005, no Festival de Mlheim, como leitura encenada, com traduo de Marianne Gareis,

    e em 2006, no Festival Neue Stcke aus Europa [Novas peas da Europa], em Wiesba-

    den, na encenao de Joo Loureno.

    Em 2010, o Teatro Aberto colocou a dramaturgia portuguesa no centro da sua progra-

    mao anual com a estreia de dois textos vencedores do Grande Prmio de Teatro Portu-

    gus SPAutores/Teatro Aberto: Uma Famlia Portuguesa, de Filomena Oliveira e Miguel

    Real, vencedora em 2008, que estreou em Maro, com encenao de Cristina Carvalhal,

    e A Casa dos Anjos, de Lus Mrio Lopes, premiada em 2009, que estreou em Maio de

    2010, com encenao de Ana Nave.

    Depois da carreira da pea na Sala Vermelha do Teatro Aberto, Uma Famlia Portuguesa

    foi apresentada tambm em Guimares (no mbito dos Festivais Gil Vicente), em Almada

    (no Festival Internacional de Teatro) e na Guarda (na abertura do Festival Acto Seguin-

    te). Refira-se ainda que esta pea ser apresentada em Maio de 2011, na Finlndia, no

    mbito da programao cultural da cidade de Turku Capital Europeia da Cultura, con-

    tribuindo deste modo para a divulgao internacional da dramaturgia e dos dramaturgos

    portugueses.

    Em 2011, estremos O lbum de Famlia, de Rui Herbon, com encenao de Tiago Torres

    da Silva, texto vencedor do Grande Prmio de Teatro de 2010 e em 2012 estreou na Sala

    Vermelha a pea Londres, de Cludia Clemente, com encenao de Joo Loureno.

    Continuamos a acreditar que a instituio do Grande Prmio de Teatro Portugus SPAu-

    tores/Teatro Aberto fundamental para o incentivo da criao dramtica e da dinamiza-

    o da cena teatral portuguesa, bem como da sua divulgao internacional.

    regulAmentoS Do Prmio

    1 DOSCONCORRENTES

    1.1. Os concorrentes devero possuir a nacionalidade portuguesa.

    1.2. No podero concorrer autores que mantenham um vnculo de natureza laboral

    ou cargo em qualquer das entidades promotoras do concurso (SPA e Teatro Aber-

    to).

    1.3. Os concorrentes podero candidatar-se com um ou mais textos da sua autoria,

    desde que annimos, originais e inditos.

  • 52 DOSTEXTOSEDATADASUAAPRESENTAO

    2.1. Considera-se indito o texto no editado, representado, submetido a leitura p-

    blica ou divulgado seja por que meio for, nem que tenha sido premiado ou por

    qualquer forma distinguido noutro concurso, ainda que sob ttulo diferente.

    2.2. Ser considerada como quebra de ineditismo a divulgao por qualquer meio de

    elementos que permitam a identificao do original e do seu autor.

    2.3. Os originais devero possuir extenso que permita um espectculo com uma du-

    rao mnima de sessenta minutos e ter em conta a viabilidade de produo do

    espectculo.

    2.4. Os originais devero ser assinados com pseudnimo, em seis exemplares, acom-

    panhados de envelope lacrado, com o pseudnimo do autor e o ttulo da obra no

    exterior, contendo no interior o nome e o contacto do autor.

    2.5. No caso de o concorrente se candidatar com vrias obras, a cada uma dever cor-

    responder um pseudnimo diferente.

    2.6. Ser passado recibo de todos os originais recebidos.

    2.7. Os originais devero ser entregues at ao dia 28 de Fevereiro de 2014 na Socieda-

    de Portuguesa de Autores (Av. Duque de Loul, 31, 1069-153 Lisboa) ou enviados

    pelo correio para esta morada em envelope registado. No sero admitidos a con-

    curso os originais cuja data do carimbo tenha ultrapassado aquela data.

    2.8. Os originais no reclamados no prazo de trinta dias aps data da divulgao pbli-

    ca do Grande Prmio de Teatro Portugus sero inutilizados a fim de se preser-

    var a caracterstica do ineditismo.

    2.9. Os envelopes contendo a identificao dos autores no premiados no sero aber-

    tos e, caso no sejam reclamados dentro daquele prazo, sero inutilizados, man-

    tendo-se, deste modo, o anonimato dos autores.

    3 DOJRI

    3.1. O jri composto por um Presidente do Jri e por seis elementos, sendo trs de-

    signados pela Sociedade Portuguesa de Autores e trs pelo Teatro Aberto.

    3.2. As decises do jri so insusceptveis de recurso.

    4 DOPRMIO

    4.1. Ao autor premiado ser atribudo o prmio monetrio de 5.000 euros, o qual inclui

    os direitos de representao da carreira de estreia da pea e da sua edio em

    livro, alm de um trofu simblico.

    4.2. No sero atribudos prmios ex-aequo, nem menes honrosas.

    4.3. O jri no obrigado a atribuir o prmio, se assim o entender.

    4.4. O ttulo da pea premiada e o nome do seu autor sero revelados no Dia do Autor

    Portugus (22 de Maio), procedendo-se nessa data entrega do prmio.

    4.5. A Sociedade Portuguesa de Autores compromete-se a editar a obra premiada.

    4.6. O Teatro Aberto proceder montagem da pea premiada, no prazo de dois anos,

    a partir da data da atribuio do prmio, disponibilizando-se o autor a colaborar

    nas eventuais alteraes necessrias dramaturgia do espectculo.

    4.7. Ser da exclusiva responsabilidade do Teatro Aberto a escolha do local de repre-

    sentao da pea, bem como a escolha das equipas artstica e tcnica do espec-

    tculo.

    5 DISPOSIESFINAIS

    5.1. A entrega dos originais concorrentes implica o conhecimento e a concordncia do

    seu autor com todas as clusulas constantes deste regulamento.

    5.2. Os casos omissos ou dvidas interpretativas sero resolvidos pela Sociedade

    Portuguesa de Autores e pelo Teatro Aberto, e da sua deciso no haver recurso.

  • 6declarao do Jri do Grande Prmio de TeaTro

    O jri do Grande Prmio de Teatro SPA / Teatro Aberto 2013, presidido por Joo Loureno,

    Vice-Presidente da SPA, e constiudo por Lus Filipe Costa, Rui Mendes e Tiago Torres da

    Silva, pela Sociedade Portuguesa de Autores, e por Francisco Pestana, Marta Dias e Vera

    San Payo de Lemos pelo Teatro Aberto, decidiu, por maioria, atribuir o Grande Prmio de

    Teatro de 2013 obra A Acompanhante de Ceclia Ferreira.

    De todas as obras a concurso, foi esta a que reuniu maior consenso entre os membros

    do jri, quanto s potencialidades que contm no s para a edio, mas principalmente

    para a sua transposio para a cena que, de acordo com o regulamento do prmio, ocor-

    rer no Teatro Aberto.

    A pea, ao focar a vida e as memrias de uma mulher que acompanha as pessoas ss na

    hora da morte, bem como as relaes que com elas consegue criar, levanta importan-

    tes questes sobre a vida, a morte, sobre a inevitabilidade da solido e sobre as formas

    como todos ns vamos tentando enganar esses fantasmas que nos assombram durante

    toda a vida. O apaziguamento da personagem principal em relao a estes temas surge

    como a paz que todos procuramos.

    O jri apresenta os seus parabns autora e congratula-se por, mais uma vez, este

    Prmio contribuir para o fortalecimento do Teatro Portugus, aproximando os autores e

    a cena, diminuindo a distncia entre a prtica da escrita e a prtica do palco, e fomentan-

    do tambm a internacionalizao da nova dramaturgia portuguesa.

  • 7

  • 8ceclia FerreiraLicenciada em Teatro/Interpretao pela Escola Superior de Msica e das Artes do Espec-

    tculo, em Lnguas e Literaturas Modernas e mestre em Literaturas Romnicas Modernas e

    Contemporneas, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

    De 2000 a 2005 integra a direco da Cenateca - Associao de Teatro e Cultura, onde tra-

    balha com o encenador Jorge Castro Guedes e com os actores Jorge Mota e Jos Martins.

    membro fundador e vice-presidente da Artmega - Academia das Artes de Marco de Ca-

    naveses. Actualmente, lecciona Teatro no Colgio de Nossa Senhora do Rosrio, no Porto,

    um espao que tem funcionado tambm como laboratrio privilegiado, uma vez que a autora

    tem criado, juntamente com os seus alunos, os textos levados a cena. Ceclia Ferreira um

    dos membros fundadores da Companhia Teatro a Quatro, onde j participou nos espetculos

    Corta!, de Ceclia Ferreira (2010); O Stio do No-se-sabe-onde, com textos de Manuel Ant-

    nio Pina (co-produo com Teatro Bandido, 2010); Credo, de Enzo Cormann (2011); A Chave

    Invisvel, de Lee Beagley (co-produo com P.S.-Produes Suplementares, ESMAE e Teatro

    Bandido, 2011); Arena, de Catarina Santos, Ceclia Ferreira, Joana Magalhes e Joana Vale

    (2012); Rua da Alegria um concerto para duas atrizes e dois msicos, de Ceclia Ferreira, en-

    cenao de Isabel Carvalho (2012); Lisstrata, de Lee Beagley (co-produo Teatro a Quatro e

    Produes Suplementares, 2013). A sua actividade na escrita abarca tanto o teatro (O que

    que a baiana tem?, 2009; O Submarino, 2011) como a poesia (publicada na colectnea O amor

    em visita, 2013, e no blogue http://pequenosanimaissemexpressao.blogspot.pt/, bem como

    letras para o grupo Fado em Trio). Ceclia Ferreira desenvolve um trabalho regular tambm

    nas reas de traduo e adaptao, destacando-se a adaptao de O Cavaleiro da Dinamarca,

    de Sophia de Mello Breyner Andresen, para a Companhia Propositrio Azul (2012), a adapta-

    o de Rei Lear, de William Shakespeare, para a pea Divididos espectculo de teatro na pai-

    sagem (co-produo Comdias do Minho, P.S.-Produes Suplementares e Teatro a Quatro)

    encenao de Lee Beagley (2013) e a traduo de Lisstrata (2013). Recebe o Grande Prmio

    de Teatro Portugus 2013, atribudo pela Sociedade Portuguesa de Autores e pelo Teatro

    Aberto, pela pea A Acompanhante (publicado em 2014, pela SPA/INCM).

  • 9a Princesa e a ervilhaCeCliA ferreirA

    Quandonasceoteuinteressepeloteatro?O Teatro esteve sempre presente na minha vida dizem que quando era pequena mobilizava

    quem conseguia para fazer teatrinhos. Aos 13 anos, fiz a minha primeira apresentao

    pblica, como actriz, ao representar no Lar da Santa Casa da Misericrdia, em Marco de

    Canaveses, um excerto do livro O Principezinho. S havia duas personagens: o principezinho

    e a raposa, que era eu. Desde ento, nunca mais deixei de estar ligada ao teatro. A contrariar

    o vazio cultural que havia na altura na nossa terra, tive a sorte, como outros adolescentes

    e jovens, de poder conviver de perto com um padre que nunca teve medo dos sonhos altos

    e que fez histria ao edificar numa pacata terra uma igreja com a assinatura de Siza Vieira.

    Graas a ele, padre Nuno Higino, lidei proximamente com muitas pessoas importantes da

    rea da cultura. Depois de anos de sensibilizao para as artes, havia condies para que

    fosse criada uma estrutura cultural. Nasceu, assim, a CENATECA Associao de Teatro e

    Cultura, em Marco de Canaveses, de cuja direco eu fazia parte. A nossa associao tinha

    muitos amigos artistas plsticos, por isso organizvamos uma exposio anual de pintura e

    escultura, cuja receita nos permitia fazer um grande espetculo teatral por ano, precedido

    de uma formao intensiva aos actores amadores participantes, conduzida por actores e

    encenadores profissionais. Foi assim durante 5 anos. Como entretanto fui viver para o Porto,

    resolvi inscrever-me num curso livre de teatro, com durao de um ano letivo. Depois de

    fazer esse curso, percebi que precisava de mais e que tinha de continuar ligada ao Teatro.

    Fiz as provas na ESMAE e entrei. Esta viragem na minha vida, no significou, contudo, um

    virar de costas a todo o meu percurso acadmico e profissional, antes abriu uma profcua

    complementaridade e fez com que os saberes se envolvessem e abrissem caminho para

    novas perspectivas e sinergias.

  • 10

    AtuaformaocomeoupelasLnguaseLiteraturasModernas.pelaescritaqueteenvolvesnaprticateatral?

    Eu fiz a licenciatura em Lnguas e Literaturas Modernas, mas foi o mestrado em Literaturas

    Romnicas Modernas e Contemporneas que determinou a minha forte ligao escrita. Fiz

    uma tese sobre a poesia de Gasto Cruz, um autor cuja obra tem um forte intertexto com o

    Teatro.

    Depois de terminar o mestrado, eu tinha dois caminhos possveis ou prosseguia os estudos

    de poesia e fazia o doutoramento, ou fazia a licenciatura em Teatro/Interpretao. Como, por

    essa ocasio, o meu enamoramento pelo teatro era enorme, eu achei que tinha, pelo menos,

    de tentar perceber que tipo de relao podia ter com ele. Como disse acima, fiz as provas de

    acesso ESMAE e, quando dei conta, estava a estudar Teatro.

    Anos depois, as minhas colegas da companhia, porque sabiam que eu escrevia e que

    tinha nisso um prazer principal, desafiaram-me para escrever a primeira pea do Teatro

    a Quatro. Eu j tinha escrito umas peas para os projectos escolares que orientava, mas

    no profissionalmente, por isso senti, nessa altura, o peso da responsabilidade de escrever

    a srio num gnero que eu no dominava. Foi uma experincia muito interessante e

    pedaggica, um work in progress colectivo, que foi fundamental para esta primeira incurso

    pela escrita para teatro.

    sco-fundadoradeumacompanhiadeteatro,aTeatroaQuatro.Fala-nosumpoucosobreaorigemdacompanhia.

    A companhia Teatro a Quatro nasceu em 2010, no Porto, graas cumplicidade pessoal,

    artstica e criativa de quatro colegas de curso da ESMAE. Acabmos o curso e no mesmo

    ms apresentmos a primeira pea. Estvamos a fazer a ltima produo na ESMAE e a

    ensaiar para a nossa estreia como companhia. Foi uma loucura!

    Em muito pouco tempo e com parcos recursos, fomos construindo um percurso consistente e

    hoje somos uma das companhias residentes da Fbrica da Rua da Alegria, com uma actividade

    regular. Ao longo destes quatro anos de existncia j fizemos oito espetculos (produes

    prprias, co-produes, com textos originais, mas tambm de outros autores), e temos um

    projecto de Teatro para Bebs desde Julho de 2011, que apresenta um espectculo novo

    todos os meses, no Teatro do Campo Alegre e no Constantino Nery. Durante o seu percurso,

    a companhia procurou sempre a explorao de novas linguagens e de novos horizontes

  • 11

    artsticos, nunca se dissociando do contexto sociocultural em que actua. No nos definimos

    por um estilo. Temos vindo a trilhar o nosso caminho, experimentando coisas diferentes para

    percebermos quem somos e para onde queremos ir a seguir.

    stambmprofessoradeteatro.Comotepreencheestaprofisso?Sim, verdade. um trabalho realizado em funo de projectos, que podem ser trimestrais,

    semestrais ou anuais, dependendo da especificidade de cada grupo, e que adoro fazer, pois

    para alm de me dar a estabilidade financeira que o Teatro a Quatro no me consegue dar,

    funciona para mim como uma espcie de laboratrio onde possvel experimentar, errar,

    acertar em cheio, inventar e contar histrias com a mxima liberdade criativa e em regime

    colaborativo a estreita parceria com a equipa de trabalho (os alunos) inicia-se logo a partir

    da concepo do texto. So eles que inventam as suas personagens e que do sugestes

    para a urdidura da histria. No h nada de mais gratificante do que ver a alegria, a entrega,

    a vibrao com que crianas e jovens pisam o palco e, sobretudo, um enorme orgulho

    perceber como evoluem ao longo do processo. Para alm disso, ser professora de teatro

    faz-me crescer transversalmente pela observao e ateno ao outro, pela necessidade

    de corrigir, de melhorar a actuao dos alunos, torno-me mais atenta e crtica em relao a

    determinados pormenores como actriz.

    Enquantoautora,jescrevesteouco-escrevestediversostextos.Comodescreveriasoprocessocriativodaescritaparateatro?

    A escrita para teatro uma escrita viva. Nasce no papel e fica a estrebuchar, inconformada,

    para que reparem nela e a ponham de p no palco.

    A escrita para teatro uma escrita rigorosa. Tem de passar no crivo da exigncia das

    sucessivas leituras e releituras feitas pelo encenador e pelos actores. Todo o texto lido e

    dissecado ao pormenor. Nada escapa, por isso a mxima ateno, o mximo rigor e a fuga ao

    erro tm de ser uma prioridade.

    O meu processo criativo no sempre igual. Depende das especificidades do trabalho em

    curso. Houve peas que foram escritas em conjunto com toda a equipa criativa e outras,

    como A Acompanhante, que foram escritas na absoluta solido. Mas o facto de estar por

    dentro dos mecanismos do teatro faz com que a minha escrita esteja mais atenta a todas as

    suas dimenses.

    Edequemaneirasearticulaatuaescritacomasoutrascomponentesnaelaboraodeumespectculo?

    Escrever para teatro ter um certo dom de ubiquidade, pois o dramaturgo o demiurgo

    primordial o primeiro a encenar, a cenografar, a escolher os figurinos, a ensaiar-se nuns

    laivos de luz e de som, e guarda tudo dentro de um livro que est pronto a explodir.

    A escrita para teatro uma escrita comprometida. O texto vai saltar para um palco, vai estar

    frente a frente com as pessoas que vivem neste aqui e neste agora, por isso tem de conseguir

    inquiet-las, provoc-las e no adormec-las. Quero acreditar no poder transformador

    das palavras no palco, na sua capacidade de tocar as pessoas, de lhes colocar pontos de

    interrogao na cabea, de atravs da aco provocar reaco.

    OtextovencedordoPrmioSPAutores/TeatroAberto,A Acompanhanteumtextoqueretrataumavivnciamuitoespecficadaprotagonista,aLuzia,e,aomesmotempo,muitointimista.Dondesurgiuainspiraoparaaescrita?

    A inspirao para este texto surgiu muito tempo antes de eu escrever A Acompanhante.

    Houve um dia em que ia a conduzir e ouvi uma reportagem na TSF sobre uma senhora que

    acompanhava mortos - Ana Campos Reis, 60 anos, enfermeira da Santa Casa da Misericrdia,

    que h dez anos acompanhava os funerais de quem no tinha ningum. J tinha assistido a

    perto de mil funerais. Fiquei to impressionada com a histria dela e com aquele altrusmo

    desmesurado, que soube naquele momento que haveria de escrever sobre o assunto. Ao

    longo de meses a histria ficou a pairar sobre mim, como um fantasma. Invisvel, mas sempre

    presente. O texto foi tantas coisas antes de se tornar naquilo que se fixou! s vezes anotava

    umas ideias num caderninho e depois outras. Tantas ideias deitadas fora, outras ainda esto

  • 12

    espera de serem integradas em histrias futuras. Havia uma estranheza, inerente prpria

    condio de se fazer o acompanhamento de mortos, que eu queria que perpassasse todo

    o texto. Eu no queria contar a histria da enfermeira Ana Campos Reis. Essa contou-a ela

    TSF e aos jornais. Queria, de certo modo, prestar-lhe homenagem, inventando algo de

    absolutamente novo, partindo dela e transfigurando-a em absoluto.

    Diriasqueumtextopessoal?Este , de facto, um texto pessoal na medida em que a morte um tema que me inquieta

    profundamente. H um poema do Gasto Cruz que diz: somos os vivos o menor nmero.

    Este enunciado sempre se me imps como uma verdade crua e cruel. de uma violncia

    tremenda, porque real. Chegar a uma altura da vida em que so mais os mortos do que

    os vivos devastador. Escrever A Acompanhante foi criar uma oportunidade para me rir

    da morte, proporcionar-me uma espcie de expiao. Encar-la de frente e dizer-lhe: ok,

    vais-me levar um dia destes, mas antes que me ponhas a mo em cima, deixa-me gozar um

    bocadinho contigo. Confesso que me sinto mais apaziguada com a morte desde que escrevi

    o texto.

    Sobreoquegostariasdeescrever,aseguir?Acho que escreverei sempre sobre temas que directa ou indirectamente tm que ver comigo

    e com as minhas inquietaes. A morte ser sempre um tema mais ou menos presente,

    pois, apesar de no poder fazer nada contra ela, no me conformo com ela, no a aceito. Mas

    h outros temas que poderia eleger num prximo texto como a solido, o medo, a subjugao,

    a relao me/filha, a culpa,

    Oquemaisimportanteparati,quandoescreves?Oquetemove?Quando escrevo, acompanha-me sempre a ateno linguagem, coerncia e correco

    gramatical e uma vontade enorme de comunicar com o pblico e de falar de temas que o

    toquem, que o espicacem, que provoquem questionamentos e, acima de tudo, o surpreendam.

    Agrada-me a ideia de conduzir o pblico para uma certa estranheza, faz-lo sentir-se pouco

    confortvel. No conto do Hans Christian Andersen a princesa no conseguia dormir porque

    tinha uma ervilha debaixo de dezenas de colches e cobertores. No estava confortvel, no

    dormia. Eu quero que os meus textos sejam a ervilha.

    Entrevista integral encontra-se publicada no programa do espectculo.

  • 13

    sobre a encenaogonAlo Amorim

    Recebi com grande entusiasmo o convite do Joo Loureno e do Teatro Aberto para

    encenar o texto vencedor do Grande Prmio de Teatro Portugus SPA/Teatro Aberto 2013.

    A Acompanhante, de Ceclia Ferreira, uma obra complexa que aborda temas difceis como

    o suicdio, a religio, o fanatismo, a solido e a condio feminina. um texto que examina

    o esquecimento em que muitos passam os anos finais das suas vidas, o amor, a morte ou,

    em suma, aquilo que comummente designamos como o sentido da vida. Apesar de tratar

    temas exigentes, o que acaba por distinguir este texto a sua inequvoca teatralidade e um

    sentido de humor apurado e desconcertante. No obstante a pulso trgica que caracteriza

    a personagem Luzia (que tanto nos faz lembrar Os Dias Felizes de Samuel Beckett, A Voz

    Humana de Jean Cocteau, 4.48 Psicose de Sarah Kane, como evoca Hamlet e as brumas

    por onde este se passeia), a pea no poder deixar de ser classificada como uma comdia.

    A Ceclia Ferreira aproveita de forma inteligente, mas tambm mrbida e invulgarmente, a

    tendncia natural que todos ns temos para rir da desgraa dos outros, propondo um jogo

    cnico de uma grande expressividade, no s pela fisicalidade das situaes que prope,

    como pela situao limite e exagerada em que coloca a personagem Luzia.

    O que a encenao prope, para alm de destacar e fortalecer as muitas qualidades do

    texto, que o espectador consiga olhar para a personagem Luzia atravs da sua mente,

    e que habite o seu mundo e o seu estado psicolgico. A cenografia de Catarina Barros

    agudiza o estado de recolhimento desta ex-enfermeira, sugerindo uma omisso doentia do

    passado e das suas memrias, ao mesmo tempo que, em conjuno com as luzes do Jos

    Manuel Rodrigues, nos aponta uma estrada para lado nenhum, um caminho tecido pela

    prpria protagonista onde se encontra o peso da cruz de Cristo. O desenho de luz define

    ainda o apartamento de Luzia como um qualquer espao no meio de uma qualquer cidade,

    uma priso onde a protagonista tece a sua teia de parania.

  • 14

    A msica da Joana S e do Lus Martins define trs temperaturas que, no fundo, so os trs

    andamentos que a encenao definiu para o espectculo. O primeiro ser o dia de chuva:

    a chuva da cabea de Luzia, a sua profunda solido e melancolia, a depresso; o segundo

    andamento ser a passadeira, ou seja, a zona disfrica, louca e desequilibrada, a euforia e

    a violncia. E, por fim, o ritual, a dana macabra, a expiao, o galope at ao descanso final.

    Este espectculo pretende ainda ser um elogio ao teatro e capacidade redentora que a arte

    ainda ter (ser que mesmo assim?). A proposta cnica assenta numa ideia energtica,

    ritualizante e catrtica. , portanto, um espectculo que fala de f, que interpela a realidade

    e o sofrimento dos novos solitrios, os excedentes de uma sociedade capitalista triturante.

    um espectculo que quer ter uma capacidade de nos fazer acreditar na vida, atravs da

    ritualizao da morte.

    Para isto contribui a prestao brilhante e generosa da Mnica Garnel, em sintonia esttica

    com o projecto que venho definindo neste ltimos anos. Um projecto de comprometimento

    poltico, de robustez fsica e vocal, de valorizao da cena como espao de libertao e

    inveno. Resta-me agradecer Marta Dias e Clia Caeiro por todo o apoio dirio, srio

    e continuado que deram a esta produo; Ceclia Ferreira pela disponibilidade para nos

    ajudar sempre que foi necessrio; a toda a equipa que ajudou na produo da fotografia

    do cartaz; equipa que elaborou o design grfico; ao Miguel Verdades e a toda a equipa de

    montagem; ao Teatro Aberto e aos seus directores; e um agradecimento muito especial

    ao Joo Loureno e Vera San Payo de Lemos por acompanharem desde sempre o meu

    trabalho e por me terem feito este convite. Ao pblico desejo um bom espectculo e um

    grande bem haja!

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    caTarina barros cenografia e Figurinos

    Nasceu em 1977, em Braga. Em 1996 conclui o 12 ano do curso Tecnolgico de Design, Marketing e Publicidade na Escola Secundria Almeida Garrett, em Gaia. Em 1999, finaliza o Curso de Artes e Tcnicas do Espectculo pela Academia Contempornea do Espectculo - ACE, Porto. No ano 2007/2008 licencia-se em Teatro, Variante de Produo e Design - Ramo Cenografia pela Escola Superior de Msica e das Artes do Espectculo ESMAE, Porto. Desde 1997 que trabalha com companhias e grupos musicais como: As Boas Raparigas; Metamortemfase; Teatro de Marionetas do Porto; Teatro Ferro; Jangada Teatro; Sociedade de Actores-Ensemble; Ideias Obscuras-Assdio; Teatro Noroeste; Companhia Nacional de Bailado - C.N.B; Teatro Oficina; Teatro do Bolho; Comdias do Minho; Teatro Experimental do Porto TEP; Mo Morta; Deolinda entre outros. Colabora como aderecista no Teatro Nacional So Joo - TNSJ entre 1997 e 2007. Participa em outras actividades dentro da rea do espectculo: peras, sries televisivas e cinema. Em 2004 inicia-se como docente da Escola Profissional Academia Contempornea do Espectculo - ACE, das disciplinas de Cenografia, Adereos de Actor e de Cena.

    Gonalo amorimencenao

    Porto, 1976. Director Artstico do Teatro Experimental do Porto, desde Janeiro 2013. Frequentou o curso de Antropologia da Universidade Nova de Lisboa e licenciado pela ESTC (Formao de Actores e Encenadores). cooperante e actor do Teatro O bando desde 1999 e foi membro do colectivo Primeiros Sintomas. Como actor, trabalhou tambm com a tero Associao Cultural, Companhia Olga Roriz, Co Solteiro, Truta, Teatro da Terra e Artistas Unidos. Em cinema trabalhou com Edgar Feldman, Raquel Freire, Tiago Guedes, Jos Filipe Costa e Edgar Medina. Leccionou na ESMAE e na ESTAL. Encenou Rumor clandestino de Fernando Dacosta (Teatro o Bando, 2007), Casas (Teatroparte, 2008) e Ins Negra de Miguel Castro Caldas (Comdias do Minho, 2009), A me de Bertolt Brecht (Culturgest, 2009), Cal de Jos Lus Peixoto (com Maria Joo Lus, Teatro da Terra, 2009), Guarda-sol amarelo (Teatroparte, 2009), Maria mata-os de Miguel Castro Caldas (com Bruno Bravo, Primeiros Sintomas/Teatro Maria Matos, 2010), Centro de dia (Alkantara, 2010), Meias-irms de Nuno Milagre (Teatro da Terra, 2010), O jogador, de Dostoievski (SLTM, 2011); co-encenou (com Ainhoa Vidal e Madalena Vitorino) Paris: Praia do Hawai (Movimenta-te, 2012) e dirigiu Um espectculo para os meus compatriotas, de Rui Pina Coelho (ZDB/Negcio, 2012). No TEP encenou A morte de um caixeiro viajante (2010)

    e Do alto da ponte (2011) de Arthur Miller; J passaram quantos anos, perguntou ele, de Rui Pina Coelho (2011); O dia do santo, de John Whiting (2012); Chove em Barcelona, de Pau Mir (2012); Dois pontos Os Maias, a partir do romance de Ea de Queirs (2013); Os negcios do senhor Jlio Csar, de Bertolt Brecht (2013); Ping Pong Pau, de Ricardo Alves (2014) e Ns somos os Rolling Stones, de Rui Pina Coelho (2014). Em 2007 recebeu o Prmio da Crtica (APCT) pela encenao do espectculo Foder e ir s compras, de Mark Ravenhill, e em 2012 recebeu uma Meno Especial da APCT pelo seu trabalho como encenador em 2011.

    clia caeirodireco de Produo e montagem

    Licenciada em Cincias da Comunicao pela Universidade Nova de Lisboa (FCSH), conclui o Mestrado em Comunicao e Gesto Cultural na Universidade Catlica Portuguesa (UCP). Na rea do teatro, estreia-se com o encenador Paulo Filipe para quem faz assistncia de encenao e produo do espectculo Abaixo da Cintura (CCB Lisboa, Teatro Viriato Viseu e Teatro Acadmico Gil Vicente Coimbra 2001). Para o mesmo encenador, faz assistncia de encenao e direco de cena da pea Rastos (Teatro Aberto Lisboa 2002). Em 2003 e 2004, colabora com o Teatro Aberto onde assiste a encenao e faz a direco de cena da pera Le Vin Herb, encenada por Lus Miguel Cintra, e faz a assistncia de palco da pea A Forma das Coisas, encenada por Joo Loureno. Em 2002 colabora com a NBP no ano de arranque da escola de actores desta produtora a Oficinactores. Em 2003 entra para a LAgence Agncia de Modelos e Produo, com o objectivo de criar e coordenar um departamento de agenciamento de actores, LAgence Talents, projecto ao qual fica ligada at 2006. Em 2006 integra a equipa da Scriptmakers, empresa de produo de contedos, onde desempenha funes de marketing, comunicao, contabilidade e gesto at 2008. Desde 2008 que faz parte da equipa permanente do Teatro Aberto.

    Joana scomposio e execuo musical

    Pianista, compositora e improvisadora, desenvolve o seu trabalho na rea da msica nova/msica contempornea. Tem especial interesse na incorporao de outros meios e de outras reas artsticas nos seus trabalhos. O seu primeiro trabalho a solo through this looking glass, filmado pelo realizador e director de fotografia Daniel Costa Neves, foi editado em dvd+cd pela alem 'blinker - Marke fr Rezentes' em 2011. ELOGIO DA DESORDEM, o seu mais recente trabalho a solo, teve edio em Outubro de 2013 pela Shhpuma, editora subsidiria da Clean Feed. Tem-se apresentado em concerto no mbito de diversos festivais e em importantes salas nacionais e internacionais. membro dos grupos Almost a Song (com Lus Jos Martins), POWERTRIO (com Eduardo Raon e Lus Jos Martins) e colabora regularmente com os artistas Rita S, Daniel CostaNeves e Pedro Diniz Reis. Fez msica para cinema, destacando-se a msica para o filme Tab de Miguel Gomes. Encontra-se actualmente a fazer um doutoramento em msica (variante Performance) na Universidade de Aveiro. Tem a licenciatura em piano com os professores e pianistas Caio Pagano e Paulo lvares, tendo estudado em Lisboa, Paris, Castelo Branco e Colnia.

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    Jos manUel dos sanTos rodriGUesdesenho de luz

    Em 1997, iniciou a sua atividade profissional no Frum Romeu Correia, como responsvel de iluminao. Como trabalhador independente colaborou com vrias companhias de teatro tais como: O Teatro Meridional, Os Artistas Unidos, O Co Solteiro, Os Primeiros Sintomas, bem como realizou vrias peas de teatro, encenadas por diversos encenadores, tais como, Diogo Infante, Natlia Lusa, Lus Esparteiro. Em 2004, integrou na equipa de iluminao do Centro Cultural Olga de Cadaval, e mais tarde foi convidado para fazer parte da equipa de iluminao do Teatro Maria Matos. Ao logo da sua carreira profissional projectou vrios desenhos de luz de diversas peas que a seguir se destacam, Para Alm do Tejo, com encenao de Miguel Seabra, End Game, Nunca Terra, Macbeth, encenado por Bruno Bravo, Shopping and Faking, A Me, O Jogador encenado por Gonalo Amorim, Mona Lisa Show com encenao dePedro Gil. Actualmente faz parte da equipa na Culturgest, onde vem desempenhando diversas funes como Assistente de Direo Cenotcnica. Em 2009, criou o desenho de luz A Orelha de Deus, encenado por Cristina Carvalhal, entre outras.

    lUs Jos marTinscomposio e execuo musical

    Msico. Intrprete, criador, arranjador e improvisador. Desenvolve o seu trabalho entre a msica popular e a msica contempornea. Membro dos projectos Deolinda, Almost a Song (com Joana S) e POWERTRIO (com Eduardo Raon e Joana S). Tem-se apresentado frequentemente em prestigiadas programaes e gravado para inmeras rdios e televises de referncia, tanto a nvel nacional como internacional. Os trabalhos discogrficos editados com os seus projectos tm recebido as melhores crticas na imprensa musical e importantes distines. Destacam-se os prmios atribudos ao projecto Deolinda: Premio Jos Afonso 2011, Prmio Amlia msica popular 2011, Best newcomer Songlines Music Awards 2010, Globo de Ouro melhor banda 2011, 2013, entre outros. Estudou guitarra clssica em Lisboa, Paris, rleans e Castelo Branco.

    marTa diasassistncia de encenao e de Palco

    Licenciada em Artes do Espectculo pela Faculdade de Letras de Lisboa em 2007, completa o estgio curricular no Teatro Municipal de Almada. Nesse mesmo ano, comea a trabalhar no Teatro Aberto, como assistente de encenao, dramaturgia e de palco em Sweeney Todd. Seguem-se RocknRoll, Imaculados, O Deus da Matana, Hannah e Martin, O Senhor Puntila e o Seu Criado Matti, Purga, Vermelho, Londres, H Muitas Razes Para Uma Pessoa Querer Ser Bonita e O Preo, encenadas por Joo Loureno e Agora a Srio, com encenao de Pedro Mexia. Estreia-se na encenao com o espectculo Pelo Prazer de a Voltar a Ver, em 2012, ao qual se segue Vnus de Vison, em 2013.

    mnica Garnelinterpretao

    Fez o curso de formao de actores da E.S.T.C. Estreou-se como actriz na pea As Frias de Augustina Bessa Lus com encenao de Filipe La Fria no Teatro Nacional D.Maria II., e desde ento tem sido dirigida por diversos encenadores:Carlos Avillez, Nuno Carinhas, Joo Mota, Joo Brites, Miguel Seabra, Andr e. Teodsio, Lus Fonseca, Bruno Bravo, Gonalo Amorim, Nelson Boggio, Pedro Gil, Gonalo Waddington, Jorge Andrade, entre outros. Desde 1999 trabalha regularmente com Mnica Calle na Casa Conveniente. No cinema, trabalhou com os realizadores Lus Fonseca, Raquel Freire, Jorge Cramez e Paulo Belm e na televiso participou nas sries "Alves dos Reis", "Conta-me como foi", entre outras. Em 2006 co-criouEntretantona Casa Conveniente, com Ana Ribeiro. Em 2012 encenou e interpretou, em estreia absoluta na Casa Conveniente, o monlogo [sem ttulo] carvo sobre tela,um texto original de Miguel Castro Caldas. O espectculo foi seleccionado para a Plataforma Portuguesa de Artes Performativas 13, em Montemor-o-Novo. Em 2012 encenou aindaBang Bang, a partir de O Amante de Marguerite Duras, estreado no Festival Curtas dos Primeiros Sintomas, e depois apresentado na Casa Conveniente. Em 2013, a convite do CCB, criou juntamente c Carla Maciel e Rita Redshoes o espectculo infantil Frgil. Desde 2010 que coordena, juntamente com Mnica Calle, um trabalho de formao de actores no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre.

    srGio milhanodesenho de som

    Nasceu em Lisboa em 1979. Estudou na Escola Superior de Msica e Artes do Espectculo do Porto. Tem trabalhado em diversos projectos ligados ao teatro, dana, msica e ao cinema. Em msica destaca-se o trabalho comLura, Tcheka, Melech Mechaya, Mafalda Arnauth, Deolinda, Ana Moura, entre outros. Foi coordenador de audiovisuais do Maria Matos Teatro Municipal at Outubro de 2007. Trabalha regularmente com o Teatroo bando desde 1999 e com a Companhia Olga Rorizdesde 2002na rea da sonoplastia. Em 2009 fundou a PONTOZURCA criando uma editora discogrfica, um estdio de gravao, uma estrutura de produo e direco tcnica nas vrias reas do espectculo.

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