Lendas Do Folclore Paraibano

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LENDAS DO FOLCLORE PARAIBANO: COMADRE FULOZINHA Ilustração: Eduardo Moreira Comadre Fulozinha, também conhecida como Mãe da Mata, é uma entidade de longos cabelos escuros, rígidos e cortantes como vinhas. Sua existência gira em torno de protejer as matas. Ela surge sempre que alguém desrespeita a natureza com atos e/ou palavras, dando-lhes surras de cipó e urtiga. Na verdade, as vítimas não a vêem, mas as cipoadas são tão fortes e certeiras que ninguém se preocupa muito com isso e se colocam em fuga, imediatamente. Segundo relatos, antes do ataque, ouve-se um galope distante que vai se aproximando velozmente. Quando a surra começa, só resta aos ofensores correr ou desmaiar, acordando mais tarde marcado, desorientado e com mais respeito pela natureza. Locais da Aparição: Cabedelo e outras regiões com matas preservadas. PAI DO MANGUE Ilustração: Eduardo Moreira O Pai do Mangue é um espírito que cuida dos mangues e dos rios. Crê-se que antes da pesca e até mesmo durante, ao realizar certos ritos, o pescador recebe ajuda e seu trabalho se torna mais farto e seguro. Presentea-lo com fumo é um deles. Em caso de desrespeito aos "mandamentos" do Pai do Mangue, o infrator pode sofrer diversas punições como ataques de animais (que alguns acreditam ser o próprio Pai do Mangue transfigurado), avarias na canoa, pesca ruim ou perda do que já havia pescado. Uma outra punição comum é a perda da orientação dentro do mangue ou do rio. As atitudes mais rechaçados pela entidade seriam proferir palavrões, a violência contra a natureza e o desrespeito pela vida. Locais da Aparição: Cabedelo (Margens do Rio Paraíba), João Pessoa e Bayeux (Rio Paroeira) COTALUNA É o fantasma do rio Gramame, em João Pessoa, que pelo inverno é uma sereia, meio mulher, meio peixe, sem cantar, mas arrebatando os descuidados banhistas e mutilando- os. No verão é vista como uma mulher inteira, branca, bonita, branca, cabelos negros, olhos sedutores. Com aparições raras no dorso da água clara e fina do Gramame. Seu encanto é imediato, físico. Embriaga os sentidos e o desejo da posse explica a loucura que fere seus namorados. Há quem volte dos braços frios dessa aparição, mas volta sem memória e sem vontade, deixando a própria alma nos lábios criatura. Seu preço é a inteira vida mental do namorado. Fonte: www.terrabrasileira.net

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LENDAS DO FOLCLORE PARAIBANO:

COMADRE FULOZINHAIlustração: Eduardo Moreira

Comadre Fulozinha, também conhecida como Mãe da Mata, é uma entidade de longos cabelos escuros, rígidos e cortantes como vinhas. Sua existência gira em torno de protejer as matas. Ela surge sempre que alguém desrespeita a natureza com atos e/ou palavras, dando-lhes surras de cipó e urtiga. Na verdade, as vítimas não a vêem, mas as cipoadas são tão fortes e certeiras que ninguém se preocupa muito com isso e se colocam em fuga, imediatamente.Segundo relatos, antes do ataque, ouve-se um galope distante que vai se aproximando velozmente. Quando a surra começa, só resta aos ofensores correr ou desmaiar, acordando mais tarde marcado, desorientado e com mais respeito pela natureza.

Locais da Aparição: Cabedelo e outras regiões com matas preservadas.

PAI DO MANGUEIlustração: Eduardo Moreira

O Pai do Mangue é um espírito que cuida dos mangues e dos rios. Crê-se que antes da pesca e até mesmo durante, ao realizar certos ritos, o pescador recebe ajuda e seu trabalho se torna mais farto e seguro. Presentea-lo com fumo é um deles. Em caso de desrespeito aos "mandamentos" do Pai do Mangue, o infrator pode sofrer diversas punições como ataques de animais (que alguns acreditam ser o próprio Pai do Mangue transfigurado), avarias na canoa, pesca ruim ou perda do que já havia pescado. Uma outra punição comum é a perda da orientação dentro do mangue ou do rio. As atitudes mais rechaçados pela entidade seriam proferir palavrões, a violência contra a natureza e o desrespeito pela vida.

Locais da Aparição: Cabedelo (Margens do Rio Paraíba), João Pessoa e Bayeux (Rio Paroeira)

COTALUNAÉ o fantasma do rio Gramame, em João Pessoa, que pelo inverno é uma sereia, meio mulher, meio peixe, sem cantar, mas arrebatando os descuidados banhistas e mutilando-os. No verão é vista como uma mulher inteira, branca, bonita, branca, cabelos negros, olhos sedutores. Com aparições raras no dorso da água clara e fina do Gramame. Seu encanto é imediato, físico. Embriaga os sentidos e o desejo da posse explica a loucura que fere seus namorados. Há quem volte dos braços frios dessa aparição, mas volta sem memória e sem vontade, deixando a própria alma nos lábios criatura. Seu preço é a inteira vida mental do namorado. Fonte: www.terrabrasileira.netLocais da Aparição: João Pessoa (Rio Gramame)

MINGUSOTO

No folclore da Paraíba é um fantasma aterrador, habitando a capital do Estado e regiões circunvizinhas.Mingusoto é informe e aterrador. É uma espécie crescida do alma-de-gato, que amedronta as crianças. Mingusoto não assombra lugar em lugar fixo e é tido como o senhor dos elementos, águas vivas dos rios, águas mortas das lagoas e barreiros. Fantasma poderoso, que domina os lençóis subterrâneos, gemendo no silêncio das noites, dá-se ao sestro de abrir as igrejas, organizando mudas, enormes e lentas procissões noturnas, que se desenrolam com o cerimonial terrível das aparições coletivas. Mingusoto, além desses hábitos de assombração cristã e litúrgica, materializa-se no leão de bronze ou

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no galo de ferro, que coroam as torres de São Bento e de São Francisco em João Pessoa, igrejas apontadas como residenciais. Também o descrevem vivendo nas praias da Camboinha ou de Tambaú. Curiosamente, não tendo escolhido corpo definitivo para suas visitas. Não há, contudo, registro de atividade característica do Mingusoto. Ele nada exige, mas amedronta.Fonte: Geografia dos Mitos Brasileiros.Locais da Aparição: João Pessoa (Centro Histórico e Tambaú) e Cabedelo (Camboinha)

FONTE TAMBIÁ

Conta a lenda que o valente guerreiro Tambiá, do povo Cariri, desceu a Serra da Copaoba (Borborema) rumo ao litoral paraibano disposto a guerrear os Tabajaras. Após um combate violento, digno dos grandes guerreiros, Tambía foi ferido e levado prisioneiro para a aldeia inimiga. O chefe Tabajara ordenou-lhe a morte, mas Aipé, a filha do Cacique que havia se apaixonado pelo belo indígena forasteiro, pediu-lhe repetidamente que a deixasse cuidar das feridas de Tambiá. Apesar da permissão e do desvelo da jovem índia, o guerreiro cariri morreu e a virgem chorou desconsoladamente por nove luas, formando-se de suas lágrimas a fonte que recebeu o nome do valente guerreiro, Tambiá. O lamento de Aipé ainda pode ser ouvido no local por aqueles mais atentos.

Locais da Aparição: João Pessoa.

BATATÃOIlustração: Eduardo Moreira

O Batatão é uma bola de fogo que é evocada ao pronunciar o seu nome três vezes a beira mar ou em um rio. Às vezes, sua aparição é expontânea. Uma das várias versões paraibanas conta que trata-se da alma de um pescador que morreu subtamente enquanto caminhava fumando na praia. Uma de suas variantes conta que ele morreu em sua canoa, pescando sozinho, e acabou queimado pelo fogo do candieiro.Uma versão mais romântica conta que esta assombração é a alma de uma moça que foi condenada pelo clero a encontrar o feto de seu filho que ela havia abortado e jogado ao mar. Esta jovem, que

atendia pelo nome de Batinha, saiu pelo mar em sua canoa com uma lamparina em busca de seu filho e nunca mais foi vista.A verdade é que o Batatão é a versão nordestina do Boi-Tatá. É uma lenda de origem indígena e vem da expressão "Mbaê-Tata" que significa "Coisa de Fogo".

Locais da Aparição: Cabedelo, Lucena (praias de Costinha e Fagundes) e Rio Paraíba.