Lesoes de Ombro No Esporte

9

Click here to load reader

Transcript of Lesoes de Ombro No Esporte

Page 1: Lesoes de Ombro No Esporte

Universidade Metropolitana de Santos

Faculdade de Medicina

4o Ano

Lesões de Ombro no Esporte

2011

Page 2: Lesoes de Ombro No Esporte

Introdução

As lesões no ombro são muito comuns em atletas. Aproximadamente 1 em cada 10 lesões nos esportes acomete o ombro. Alguns esportes tem ainda uma incidência ainda maior. Na natação 1 em cada 2 nadadores tem lesão no ombro ao longo da carreira. A medida que envelhecemos também estamos sujeitos a dores no ombro. Essas lesões podem ser traumáticas agudas como por exemplo, contusão, luxações, entorses, etc.

Anatomia

A cintura escapular que compreende a escápula e clavícula agregado ao úmero e manúbrio do externo, constituem o “ombro”, uma articulação complexa constituída por 5 articulações separadas, sendo estas, a glenoumeral, a esternoclavicular, a acromioclavicular, a coracoclavicular, e a escapulotorácica. Cada uma das 5 articulações possui amplitudes e movimentos específicos, sendo limitados por suas estruturas ósseas, ligamentares, capsulares, tendões e músculos. Este complexo articular trabalhando sincronicamente, permite aos membros superiores grandes amplitudes de movimentos , sendo no corpo humano a articulação de maior mobilidade.

Na cintura escapular, a articulação glenoumeral também chamada de escapuloumeral é considerada como a principal deste complexo de 5 articulações, sendo classificada como articulação sinovial, tipo esferoidal, composta por duas estruturas ósseas que se articulam em suas faces articulares: a cavidade glenóidea da escápula, e a cabeça do úmero localizada na epífise proximal do úmero.

Acima da articulação glenoumeral, mais especificamente abaixo do músculo deltóide e do processo ósseo acrômio da escápula, localiza-se 2 bursas ou bolsas (cápsulas revestidas por membrana sinovial cheias de liquido sinovial): a subdeltóidea, e a subacromial, as quais possuem a função específica de evitar constantes atritos entre as estruturas ósseas e tecidos moles adjacentes.

O manguito rotador, um conjunto de 4 músculos (subescapular, supra-espinhal, infra-espinhal e redondo menor) oferecem estabilidade dinâmica a articulação do ombro, assim como realizam os movimentos de rotação e abdução associados a outros músculos. A inserção proximal destes localiza-se na escápula, sendo a inserção distal do subescapular no tubérculo menor do úmero e dos demais no tubérculo maior do úmero.

O músculo deltóide do ombro possui 3 porções (anterior, lateral e posterior) que revestem superiormente, anteriormente, lateralmente e posteriormente a articulação glenoumeral tendo a importante função de estabilizador desta importante articulação. Este músculo tem sua inserção proximal na face inferior

Page 3: Lesoes de Ombro No Esporte

da clavícula no terço lateral, acrômio e espinha da escápula, sendo sua inserção distal na tuberosidade do úmero.

ista Anterior das Estruturas Articulares do Ombro

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Vista Anterior das Estruturas Articulares do Ombro

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Page 4: Lesoes de Ombro No Esporte

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Principais Lesões de Ombro

Neste trabalho citaremos as principais lesões de ombro no esporte, lembrando sempre que lesões mais comuns podem ocorrer tanto no atleta de alta performance quanto no considerado grupo de “atletas de fim-de-semana”. O estudo das patologias do ombro teve grande impulso nos anos 90, e muitos dos problemas que eram rotulados como "bursites" eram, na verdade, enganos de diagnóstico. Os tipos de lesões mais frequentes são:

Luxações

A luxação é a separação das superfícies articulares, proporcionando, frouxidão dos tecidos circundantes e capsular, devido ao estiramento destes além de seus limites elásticos. Nestes casos, há grande probabilidade de reincidência. Esta é uma das mais comuns lesões desportivas traumático e ocorre com frequência em esportes de contato como o rúgbi ou de judô. O diagnóstico é clínico e a anamnese e o exame físico são fundamentais. A classificação é importante para planejar o tratamento. É importante determinar a etiologia (traumática ou atraumática), a direção (anterior, posterior, multidirecional), além de outras características da instabilidade. Para exame físico são usados alguns testes.

Page 5: Lesoes de Ombro No Esporte

Teste de Apreensão

O examinador, colocando-se por trás do paciente, faz, com uma das mãos, abdução, rotação externa e extensão passivas forçadas do braço do paciente, ao mesmo tempo que pressiona com o polegar da outra mão a face posterior da cabeça do úmero; quando há instabilidade anterior a sensação de luxação eminente provoca temor e apreensão do paciente.

Teste de Recolocação ( Jobe)

O teste de recolocação começa imediatamente ao final de um teste de apreensão positivo. Seguindo a figura acima, se o examinador posicionar a mão sobre a cabeça do úmero, aplicando uma força em direção ao solo, de modo a reposicioná-la, o paciente perde a apreensão, a dor diminui e é possível adicionar mais alguns graus de rotação externa antes que a sensação de apreensão retorne. O teste é considerado positivo se a dor diminuir durante a manobra, mesmo se não houver apreensão.

Teste do Subescapular de Gerber

O paciente coloca o dorso da mão ao nível de L5 e procura ativamente afastá-la das costas rodando internamente o braço, a incapacidade de faze-lo ou de manter o afastamento, se feito passivamente pelo examinador, indica grave lesão do subescapular.

Teste de Impacto (Neer)

Sua finalidade é avaliar a síndrome do impacto. O examinador estabilizará a escápula do paciente com a mão esquerda e elevará rapidamente o membro superior em rotação interna com a mão direita. O choque da grande tuberosidade e do acrômio provocará dor. Este teste também é positivo em capsulite adesiva, instabilidade multidirecional, lesões da articulações acromioclavicular etc., portanto não é específico.

O Tratamento da luxação consiste inicialmente em sua redução imediata, com finalidade de findar a algia, espasmos e contraturas musculares podendo ser necessário sua imobilização. Uso de AINEs e Analgésicos orais. Após este momento, inicia-se a capacitação de grandes amplitudes de movimento de forma indolor, evitando movimentos tendenciosos a reincidência da luxação, devendo ser desenvolvido um trabalho de força ao manguito rotador e músculos escapulotorácicos.

Síndrome do Impacto

Page 6: Lesoes de Ombro No Esporte

Pode ser definida por um impacto compressivo sofrido nas estruturas do manguito rotator , cuja magnitude poderá determinar desde pequenas tendinites do manguito dos rotatores até mesmo a ruptura de alguns dos seus tendões. É uma lesão comum no esporte e com certa frequência, por esforços repetitivos, ou grande impacto ,gerando instabilidade. Acomete normalmente nadadores de borboleta, tenistas, jogadores de volley, praticantes de musculação, praticantes de ginástica localizada entre outros. Como conseqüência desta lesão, ocorrerá um processo inflamatório que, no caso do tendão envolvido, será definido como tendinite do supra espinhoso, tendinite do sub escapular, tendinite do infra espinhoso, bursite subacromial - deltoidiana etc . O tendão mais acometido normalmente é o supra espinhoso. Existe uma relação entre a síndrome do impacto e a degeneração do manguito rotator. O diagnóstico é feito pela anamnese e exame físico mas exames complementares como RX simples, a artrografia e a ecografia são úteis na confirmação do diagnóstico e determinam a extensão da lesão. Em casos selecionados onde é fundamental maior informação pode-se realizar uma Ressonância Nuclear Magnética. Uma vez confirmado o diagnóstico desta alteração, a correção do movimento errado associado ao uso de anti-inflamatórios e às infiltrações com ácido hialurônico de baixo peso molecular, produzem excelentes resultados.

Capsulite Retrátil

Conhecida também com a denominação de “Ombro Congelado”, é esta doença um processo inflamatório da cápsula articular que, em virtude da não movimentação do ombro por alguma das doenças já abordadas, vai sofrendo, paulatinamente, um processo de retração, sendo esta uma evolução normal das doenças anteriores, quando não tratadas de maneira conveniente. Para o tratamento desta afecção, torna-se indispensável o reconhecimento do fator causal primário e a sua regularização, sendo que, sem estes, qualquer abordagem terapêutica utilizada não terá o efeito desejado. Uma vez tratado o fator causal primário, a instituição de um programa de reabilitação bem elaborado associado a medidas analgésicas, anti-inflamatórias e, por vezes, a dilatação da cápsula articular por injeção de substâncias expansivas, será de grande valia no processo de recuperação funcional.

Page 7: Lesoes de Ombro No Esporte

Bibliografia

MOORE, Keith L. e DALLEY, Arthur F. Anatomia Orientada para Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

COHEN, M.; ABDALA, R. J. Lesões nos esportes: diagnóstico, prevenção e tratamento. Rio de Janeiro:Revinter, 2003.

http://www.articulacoes.com.br/le_ombro.php

http://www.core.med.br/pag4h.cfm