LICENCIATURA EM GESTÃO 2006/2007 MACROECONOMIA II … n1_MT.pdf · LICENCIATURA EM GESTÃO...
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Macroeconomia II
© Aurora Teixeira [Março 2007]
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ÍNDICE DE CONTEÚDOS
NOTA INTRODUTÓRIA .................................................................................................................................... 2 1. A DISCIPLINA DE MACROECONOMIA II 2006/2007............................................................................ 2
1.1. APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................................... 2 1.2. OBJECTIVOS ............................................................................................................................................. 2 1.3. EQUIPA DOCENTE .................................................................................................................................... 3 1.4. PROGRAMA .............................................................................................................................................. 4 1.5. BIBLIOGRAFIA ADOPTADA ........................................................................................................................ 4 1.6. SISTEMA E CALENDÁRIO DE AVALIAÇÃO .................................................................................................. 5
2. MERCADO DE TRABALHO E DESEMPREGO....................................................................................... 6 2.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 6 2.2. PROCURA E OFERTA NO MERCADO DE TRABALHO .................................................................................... 6
2.2.1. OFERTA DE TRABALHO E TRADE-OFF CONSUMO LAZER ......................................................................................................... 6 2.2.2. PROCURA TRABALHO, PRODUTIVIDADE, E SALÁRIO REAL ................................................................................................... 10 2.2.3. EQUILÍBRIO MERCADO TRABALHO ..................................................................................................................................... 12 2.2.4. A INTERPRETAÇÃO DO DESEMPREGO .................................................................................................................................. 13
2.3. UMA INTERPRETAÇÃO ESTÁTICA DO DESEMPREGO................................................................................. 14 2.3.1. DESEMPREGO INVOLUNTÁRIO E AJUSTAMENTO DO SALÁRIO REAL...................................................................................... 14 2.3.2. CONCERTAÇÃO COLECTIVA E RIGIDEZ DO SALÁRIO REAL.................................................................................................... 15 2.3.3. MÍNIMO SOCIAL E RIGIDEZ NO SALÁRIO REAL ..................................................................................................................... 18 2.3.4. SALÁRIOS DE EFICIÊNCIA E RIGIDEZ DOS SALÁRIOS REAIS ................................................................................................... 19
2.4. UMA INTERPRETAÇÃO DINÂMICA DO DESEMPREGO................................................................................ 20 2.4.1. ESTADOS E TRANSIÇÕES NO MERCADO DE TRABALHO......................................................................................................... 20 2.4.2. STOCKS, FLUXOS E DESEMPREGO FRICCIONAL .................................................................................................................... 21 2.4.3. INGRESSO NO EMPREGO E DURAÇÃO DO DESEMPREGO ........................................................................................................ 23
2.5. A TAXA DE DESEMPREGO DE EQUILÍBRIO................................................................................................ 24 2.5.1. O CONCEITO........................................................................................................................................................................ 24 2.5.2. A EXPERIÊNCIA EUROPEIA................................................................................................................................................... 24 2.5.3. DESEMPREGO EFECTIVO (DE CURTO PRAZO) E DE EQUILÍBRIO (DE LONGO PRAZO).............................................................. 26
3. TESTES E EXAMES DOS ANOS ANTERIORES...................................................................................... 27 4. SOLUÇÕES DOS TESTES E EXAMES ANOS ANTERIORES ............................................................... 45
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Nota introdutória
Com o presente documento pretende-se: 1) apresentar a disciplina de Macroeconomia II, 2º
ano da licenciatura em Gestão, do ano lectivo 2006/2007, respectivos objectivos e docentes;
2) detalhar o programa das aulas teóricas-práticas e bibliografia de apoio; 3) informar sobre o
sistema de avaliação de conhecimentos; 4) fornecer um guião de apoio às aulas relativos às
matérias de mercado de trabalho. Note-se que este guião não dispensa a frequência das aulas e
a consulta atenta do livro adoptado.
Bom estudo!
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1. A disciplina de Macroeconomia II 2006/2007
1.1. Apresentação
Economia consiste no estudo de como os indivíduos satisfazem os seus ilimitados desejos
com os seus escassos recursos. Existem dois grandes ramos da economia: 1) Microeconomia e
2) Macroeconomia. A Microeconomia estuda os comportamentos individuais das famílias e
das empresas enquanto a Macroeconomia respeita à economia da nação como um todo, que é
o objecto da presente disciplina.
Na Macroeconomia estudam-se importantes indicadores económicos, como por exemplo o
produto interno bruto (PIB), o desemprego e a inflação. Analisa-se como é que os
economistas determinam o produto (output) e os níveis de preços de uma economia e como
são analisadas as alterações nessa mesma economia utilizando o modelo designado de procura
e oferta agregadas. Também são analisados, o comércio e as finanças internacionais, o papel
das políticas monetárias e fiscais na estabilização económica. Ao longo das aulas é atribuída
especial ênfase às questões relacionadas com o desemprego, investimento, mercados
monetário e financeiro.
1.2. Objectivos
O objectivo global da disciplina de Macroeconomia II é o de que o aluno desenvolva a
capacidade de entender e analisar fenómenos macroeconómicos (desemprego, investimento,
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etc.). Mais concretamente, significa que o aluno deverá adquirir o entendimento de
importantes assuntos e conceitos na área macroeconómica desenvolvendo uma capacidade
para analisar diferentes situações macroeconómicas sob diferentes hipóteses acerca de como a
economia funciona em diferentes enquadramentos institucionais.
Assim, o objectivo é que ao longo das aulas o aluno desenvolva a capacidade para:
� explicar o que determina os factores macroeconómicos mais importantes e sua
interdependência;
� descrever o desenvolvimento agregado das economias em geral e da economia portuguesa
em particular;
� analisar os problemas de uma pequena economia aberta, a importância das transacções
externas e da taxa de câmbio;
� discutir sucintamente o funcionamento dos mercados monetário e financeiro.
1.3. Equipa Docente
Horários
Docente Turmas Dias Horas Aurora Teixeira Sandra Silva Aurora Teixeira
TP1 TP2 TP3
Terças e Quintas 15:00h-16:30h 13:30h-15:00h 16:30h-18:00h
Contactos
Nome E-mail Gab. Ext. Aurora Teixeira Sandra Silva
[email protected] [email protected]
145C D625
214 546
Horário Atendimento
Nome Dia Gab. Horas Aurora Teixeira Sandra Silva
Quarta-feira Terça-feira
145C D625
11h00-12h30 18h00-19h00
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1.4. Programa
Capítulo 1 – Apresentação da disciplina
Capítulo 2 – Mercado de trabalho e desemprego
1. Procura e oferta no mercado de trabalho 2. Interpretação estática do desemprego 3. Interpretação dinâmica do desemprego 4. Taxa de desemprego de equilíbrio
Capítulo 3 – Restrição orçamental intertemporal das empresas e função investimento
1. Aspectos conceptuais - antecipação do futuro, informação e expectativas racionais 2. A restrição orçamental intertemporal das empresas 3. A função investimento
Capítulo 4 – Taxa de câmbio real (TCR)
1. Taxa de câmbio real e balança corrente 2. A TCR como preço relativo dos bens transaccionáveis 3. A TCR de equilíbrio e a restrição orçamental da Nação
Capítulo 5 – Mercados monetário
1. Moeda e procura de moeda 2. Oferta de moeda
1.5. Bibliografia adoptada
Livro Adoptado
Burda, Michael e Wyplosz, Charles
Macroeconomics - a European Text
3ª ed., Oxford University Press, New York, 2005
[Biblioteca FEP: E/a/819]
[http://www.oup.co.uk/best.textbooks/economics/burda3/]
Outros livros de consulta facultativa
Mankiw, N. Gregory
Macroeconomics
5ª ed., Worth Publishers, New York, 2003
[Biblioteca FEP: E/a/860]
Barro, Robert J.
Macroeconomics
5ª ed., The MIT Press, Cambridge, Massachusetts,
1997
[Biblioteca FEP: E/a/549]
Blanchard, Olivier
Macroeconomics
Prentice-Hall International, lnc., New Jersey, 1997
[Biblioteca FEP: E/a/841]
Amaral, João Ferreira e
Louçã, Francisco
Introdução à Macroeconomia
Escolar Editora, 2002
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1.6. Sistema e calendário de avaliação
O regime de avaliação proposto para a disciplina assenta nas seguintes componentes:
I. Componente de avaliação contínua
Realização de três frequências correspondentes a três partes diferenciadas e exclusivas da
matéria coberta pelo plano de estudos, a que corresponderá o coeficiente de ponderação de
33.3(3)% cada.
II. Componente de avaliação final
Realização de um exame final, com incidência na totalidade da matéria do plano de estudos.
Existem duas épocas de exame final.
III. Aspectos complementares
Vigoram, complementarmente, todas as condições estabelecidas no Regulamento Geral de
Avaliação de Conhecimentos (RAC) da Faculdade de Economia do Porto.
Calendário Escolar e de Exames
II SEMESTRE Início Fim
Período Lectivo 2007-02-22 2007-06-08
1º Teste 22 Março 2007, na sala de aula
Férias da Páscoa 2007-04-04 2007-04-10
2º Teste 24 Abril 2007, na sala de aula
3º Teste/Exame 2 de Julho 2007
Exame de Recurso 19 de Julho 2007
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2. Mercado de trabalho e desemprego
2.1. Introdução
Relativamente ao capítulo de crescimento económico (Macroeconomia I), neste capítulo
relaxa-se a hipótese de uma taxa de crescimento da oferta de trabalho exógena.
Numa primeira fase, analisa-se o mercado de trabalho como um mercado competitivo,
utilizando a análise tradicional de Alfred Marshall. (A história da procura de trabalho
mantém-se)
Posteriormente, a análise estática é alargada para permitir a análise do impacto das
instituições do mercado de trabalho e respectivas peculiaridades (comparativamente, por
exemplo, ao mercado de activos).
Finalmente, é utilizada uma abordagem dinâmica para considerar o significado do equilíbrio
de mercado num mercado caracterizado por significativo turnover (i.e., transições entre os
diferentes estados do mercado de trabalho).
2.2. Procura e oferta no mercado de trabalho
2.2.1. Oferta de trabalho e trade-off consumo lazer
Revisão do caso especial da escolha das famílias entre consumo e lazer (ver gráfico), onde o
custo de oportunidade do lazer é o salário real em termos dos bens de consumo.
A inclinação de cada CI em cada ponto evidencia a prontidão com que o indivíduo substitui
consumo por lazer, mantendo constante o seu nível de satisfação. Quanto mais consumo ele(a)
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estiver disposto(a) a sacrificar por uma unidade adicional de lazer, maior é a taxa marginal
de substituição do consumo por lazer.
A linha orçamental do tempo é a linha negativamente inclinada AB. A distância horizontal OA
é igual à dotação de tempo do indivíduo, ou número fixo de horas ao seu dispor. A distância
OB mede o valor daquela dotação em termos de bens de consumo; é o montante total de
consumo atingido quando o lazer é zero – quando o indivíduo trabalha o tempo inteiro. A
inclinação negativa da linha orçamental (−w) mede o trade-off do consumo por lazer oferecido
pelo mercado. Esta é a razão pela qual o salário real é frequentemente referido como preço
relativo do lazer em termos do consumo.
O indivíduo maximiza a sua utilidade escolhendo a CI mais elevada possível sem violar a sua
linha orçamental. Tal é alcançado no ponto R, onde a CI é tangente à restrição orçamental.
Neste ponto, a taxa marginal de substituição de consumo por lazer é igual ao salário de
mercado w.
Os efeitos substituição e rendimento funcionam em sentidos opostos devido ao pressuposto
de que o lazer e o consumo são bens normais.
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Para qualquer nível de lazer e oferta de trabalho oferecida, uma taxa de salário mais elevada
aumenta o montante de consumo que pode ser auferido (i.e., OB aumenta) e a linha
orçamental roda no sentido dos ponteiros do relógio. Esta alteração tem dois efeitos. Primeiro,
a atractividade relativa do lazer declina, pois o seu preço relativo subiu (efeito substituição).
Ao mesmo tempo, a reacção do indivíduo a este aumento no rendimento deveria ser trabalhar
um pouco menos e usufruir de mais consumo e mais lazer. Este incentivo a trabalhar menos é
designado efeito rendimento.
Será que o indivíduo irá trabalhar mais (domínio do efeito substituição) ou menos (efeito
rendimento)? No gráfico acima o efeito substituição domina, donde o efeito líquido é
positivo: um aumento no salário origina um declínio no lazer e um aumento na oferta de
trabalho. Isto é traçado acima como uma modesta inclinação positiva na curva de oferta de
trabalho do indivíduo.
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O quadro acima mostra que, ao longo dos últimos 100 anos, os salários reais aumentaram 5 a
15 vezes, enquanto as horas trabalhadas declinaram em metade. No longo prazo, a oferta de
trabalho diminui já que o efeito rendimento domina.
A oferta agregada de trabalho é a soma horizontal das curvas individuais de oferta de
trabalho. A oferta agregada de trabalho é mais elástica que a curva individual de oferta de
trabalho porque uma variação no salário afecta, quer as horas escolhidas por aqueles que estão
já a trabalhar, quer o número de pessoas que escolhem participar na força de trabalho.
A oferta agregada de trabalho é a soma das decisões individuais (trabalhar ou não trabalhar,
quantas horas trabalhar). Quando os salários sobem, mesmo que os que estão já a trabalhar
não alterem a sua oferta de trabalho (o caso típico), outros que preferiram não trabalhar
podem decidir agora juntar-se à força de trabalho. Assim, é possível para uma curva de oferta
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individual de trabalho muito inclinada ou mesmo vertical (inelástica) coexistir com uma curva
de oferta agregada pouco inclinada.
Nota: mais à frente, a curva de oferta ‘colectiva’ de trabalho que será introduzida é distinta da
curva oferta de trabalho atrás mencionada.
2.2.2. Procura trabalho, produtividade, e salário real
A curva de procura de trabalho, num mercado competitivo, corresponde à curva da
produtividade marginal do trabalho.
A ligação entre produto Y e emprego L mantendo o capital constante é captada pela função
produção. A inclinação da função produção mede a produtividade marginal do trabalho
(PMgL). A curvatura da função produção é vista na inclinação da curva da PMgL. Uma
inclinação negativa de PMgL reflecte o princípio da produtividade marginal decrescente: tudo
o resto constante, a PMgL numa empresa representativa diminui à medida que o montante de
trabalho utilizado aumenta.
O lucro atinge o máximo no ponto A, onde a função produção é paralela a OR. Neste ponto, a
inclinação da função produção é igual à taxa de salário real, a inclinação de OR. Porque é
óptimo fixar o trabalho tal que PMgL = w, a curva da PMgL é também a curva de procura de
trabalho da empresa.
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A curva da PMgL localiza-se acima do eixo das abcissas porque o trabalho é um input,
adicionando trabalho aumenta o produto. A inclinação negativa da PMgL reflecte a hipótese
de que existem rendimentos decrescentes no adicionar trabalho quando os outros inputs são
mantidos constantes.
A curva da PMgL desloca-se (da mesma forma que a função produção) quando os outros
inputs se alteram e/ou ocorre progresso tecnológico.
O progresso tecnológico, apesar dos receios que tenderia a destruir postos de trabalho, em
geral, não é tão destruidor de trabalho como se supõe.
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2.2.3. Equilíbrio Mercado Trabalho
Três blocos fundamentais: 1) Oferta de trabalho individual, preferências lazer/trabalho, 2)
Procura trabalho, curva PMgL; 3) Salário real flexível que se ajusta para equilibrar o mercado
de trabalho.
Não obstante, o enquadramento competitivo permite-nos estudar as implicações de alterações
exógenas que têm impacto sobre a oferta ou procura (estática comparada).
Um aumento na produtividade do trabalho resultante da acumulação do capital ou avanços
tecnológicos desloca a curva da procura para cima; a oferta permanece inalterada. O resultado
é um aumento nos salários reais.
Se a curva da oferta fosse negativamente inclinada (não é o caso no gráfico atrás apresentado),
o emprego (trabalhador-horas) poderia até diminuir, como o quadro no ponto 2.2.1 sugere que
aconteceu ao longo do último século.
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Um aumento exógeno na oferta de trabalho (e.g. imigração) origina um aumento no emprego
no curto prazo e também uma redução no salário real.
2.2.4. A interpretação do desemprego [ ‘não empregado’ não significa necessariamente ‘desempregado’ ]
A diferença entre o número potencial de horas de trabalho para a população activa e o número
de horas efectivas de emprego constitui “desemprego voluntário”. Inclui os ‘ricos’, para quem
o lazer que perderiam vale mais do que o salário usufruído, mas também (e sobretudo) aqueles
para quem os rendimentos líquidos não valem a produção doméstica perdida, e.g. cuidar dos
filhos.
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2.3. Uma interpretação estática do desemprego
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento económico (OCDE) definem um indivíduo como desempregado se ele ou
ela não tiver um posto de trabalho durante o período de referência e estiver activamente a
procura um e pronto para trabalhar. Assim, desemprego voluntário não é a mesma coisa que o
que supostamente está a ser medido pelos indicadores convencionais de taxas de desemprego.
2.3.1. Desemprego involuntário e ajustamento do salário real [Congelando ou fixando salários não permite o equilíbrio do mercado]
Imagine-se que os salários reais são rígidos, acima do nível que equilibra o mercado
Este é um caso importante em que o salário real é fixado emw, que é mais elevado do que o
nível que igualaria a oferta e a procura, w. Aw, as empresas estão dispostas a contratarL
mão-de-obra, enquanto os trabalhadores oferecem LS. Como as empresas não podem ser
forçadas a contratar mais pessoas do que desejam, o emprego efectivo é L, e LS -L é o
trabalho oferecido mas não procurado pelo mercado.
Isto é desemprego involuntário. O desemprego involuntário ocorre quando um individuo
está disposto e capaz de trabalhar ao salário w mas não encontra trabalho, não importa o
esforço que efectue. No ponto B, o produto marginal do trabalho (PMgL) excede o valor do
tempo de lazer para as famílias que estão sem trabalho.
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2.3.2. Concertação colectiva e rigidez do salário real
As organizações sindicais variam consideravelmente de país para país. Os países
escandinavos têm uma tradição de sindicatos centralizados; os trabalhadores no RU estão
organizados de acordo com a sua actividade; França, Itália, e Espanha têm sindicatos com
ligações aos partidos políticos.
A existência de sindicatos constitui uma explicação para o facto dos salários reais
permanecerem rígidos, acima do nível que equilibra o mercado.
A restrição enfrentada pelos sindicatos é a procura do trabalho (o sindicato não pode obrigar
as empresas a contratar contra a sua vontade); i.e., quando w>PMgL, as empresas contratam
menos pessoas, ou não substituem as que saem, donde o emprego cai.
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Ligando os pontos de tangencia da procura de trabalho com as CI dos sindicatos, pode-se
derivar a curva que relaciona os salários e níveis de emprego para diferentes níveis de procura
de trabalho, a chamada curva de oferta colectiva de trabalho.
(Nota: não é curva de oferta no sentido de uma relação entre salários e emprego que é
independente da curva da procura!)
A procura de trabalho pode deslocar-se com o ciclo de negócios ou com o progresso
tecnológico e crescimento económico.
A acumulação de capital ou o progresso tecnológico desloca a curva da procura de trabalho
para cima, por exemplo, aumentando o salário que pode ser pago para cada nível de emprego.
Deslocações para baixo da curva da procura de trabalho também são possíveis, derivado da
obsolescência do stock de capital —e.g. devido guerras, falta de investimento ou invenções. À
medida que a curva da procura se desloca, os sucessivos pontos de tangencia traçam a curva
de oferta colectiva de trabalho.
Podemos presumir que, para o mesmo nível de emprego, os sindicatos podem conseguir um
salário real superior ao que os trabalhadores individualmente conseguiriam, i.e., a curva de
oferta colectiva de trabalho localiza-se acima da curva da oferta individual de trabalho. Isto
não origina necessariamente um nível de salário real rígido, mas é um salário real acima do
salário que eliminaria o desemprego involuntário numa perspectiva individual.
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Sem influência dos sindicatos na fixação dos salários, o equilíbrio ocorreria no ponto A: Os
indivíduos estariam dispostos a trabalhar até L ao salário w. Eles não podem, contudo, porque
o saláriow é fixado através de negociações entre empresas e sindicatos, e os indivíduos não
podem simplesmente propor salários inferiores aqueles que remuneram os seus colegas
empregados. O desemprego (LS −L ) é involuntário para os indivíduos, mas voluntário do
ponto de vista dos sindicatos.
Dois impactos negativos importantes na procura de trabalho ocorreram nos últimos 30 anos.
Ambos estão associados com o súbito aumento do preço de petróleo nos meados dos anos 70
e inícios de 80. Isto resultou em importantes retracções na procura de trabalho. Se os
sindicatos responderem a uma restrição no nº de associados/membros solicitando salários
constantes ou ainda mais elevados, a curva da oferta colectiva de trabalho desloca-se para
cima. Devido ao comportamento dos ‘insiders’ que têm emprego, os prospectos de emprego
dos ‘outsiders’ ficam reduzidos. Após os choques de petróleo serem absorvidos, o nível de
emprego fica permanentemente reduzido. Tal efeito—conotado ‘hysteresis effect’ ou ‘efeito
de inércia’—tem sido observado em vários países europeus como reflecte o aumento gradual
da taxa de desemprego seguido a cada choque do petróleo. Note-se, a diferença relativamente
aos EUA onde os sindicatos desempenham um papel muito menos relevante no mercado de
trabalho.
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2.3.3. Mínimo social e rigidez no salário real
Patamares mínimos para o rendimento e salários impostos pelo governo encontram-se
tipicamente sob a forma de salários mínimos legais.
Para constituir uma restrição efectiva sobre os empregadores, o salário mínimo wmin tem que
ser mais elevado que o salário,w, que seria fixado, e que, por sua vez, é mais elevado do que
aquele que os indivíduos aceitariam no equilíbrio de mercado (w). O resultado é desemprego
(LSmin −Lmin ), ainda maior que o nível implicado pelo salário estabelecido no processo de
concertação colectiva (LS − L).
O efeito económico principal dos salários mínimos é desencorajar as empresas na contratação
de trabalhadores com baixa PMgL.
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É surpreendente que os adolescentes nos EUA trabalhem com frequência no Verão quando os
seus homólogos Europeus vão para férias. Uma razão pode ser o facto dos salários que têm
que ser pagos aos jovens, pouco qualificados, serem muito elevados na Europa. O salário
mínimo nos EUA cifra-se me cerca de 30% do salário médio para a indústria, enquanto em
muitos países europeus excede os 50%. Esta é uma das razões pelas quais os assistentes de
supermercado quase desapareceram na maior parte dos países europeus.
Apesar do salário mínimo ter, em geral, um impacto negativo sobre o emprego jovem, pode
originar uma substituição de jovens por adultos, aumentando simultaneamente o emprego dos
primeiros.
2.3.4. Salários de eficiência e rigidez dos salários reais
A questão dos salários de eficiência é que os empregadores não estão necessariamente
forçados a pagar salários acima dos níveis que equilibram o mercado de trabalho quando a
qualidade, ou a intensidade de esforço, depende ela própria do salário. Não esperamos que as
“bananas melhorem só porque alguém está a pagar outrem pelas bananas”, mas “pagar mais”
comparativamente com as hipóteses de um trabalhador que se encontra sem emprego, faz com
que o “ferrão” do despedimento magoe mais severamente. Donde, o salário eficiência (salário
acima do nível de equilíbrio, atribuído pelo empregador) faz com que quem tem trabalho se
aplique ou se esforce mais e preze mais o emprego que tem.
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Assim, se os salários tiverem uma função suplementar importante de promover o esforço de
trabalho, eles não necessitam de ser estritamente reactivos a alterações no estado do mercado
de trabalho, i.e., não têm que ser necessariamente flexíveis.
2.4. Uma interpretação dinâmica do desemprego
2.4.1. Estados e transições no mercado de trabalho
Três estados possíveis: 1) Fora da população activa (inactivos), 2) Empregados, 3)
Desempregados.
A taxa de desemprego e a taxa de participação na população activa escondem todos os
diferentes fluxos de pessoas que transitam de um estado para outro no mercado de trabalho.
Um aspecto surpreendente nos mercados de trabalho das economias desenvolvidas é a
dimensão considerável destes fluxos. O fluxo de indivíduos que saem e entram no
desemprego por ano é um múltiplo do stock de desemprego num dado momento do tempo. Os
mercados de trabalho são surpreendentemente dinâmicos (i.e. os nomes dos desempregados
mudam, ainda que o desemprego esteja fixo em valores elevados).
O quadro seguinte ilustra empiricamente a ordem de grandeza envolvida nestes fluxos.
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Existe muito “mergulhar e emergir na piscina do desemprego” durante o ano comparado com
o número de indivíduos que efectivamente “nadam na piscina” num dado momento do tempo.
Alterações nas taxas de desemprego estão relacionadas com alterações na dimensão destes
fluxos para e do desemprego.
2.4.2. Stocks, fluxos e desemprego friccional
As pessoas e os postos de trabalho não são homogéneos e o processo de encontrar pessoas
para o posto de trabalho adequado é custoso (pensa no namorar e no encontrar o amor da tua
vida! �). Desemprego friccional diz respeito ao tempo de procura enquanto desempregado;
apesar de tecnicamente ser possível encontrares imediatamente um posto de trabalho no turno
nocturno de uma cafetaria, podes julgar ser mais proveitoso esperar e tentar encontrar o posto
de trabalho de investigador/economista para o qual tens as qualificações apropriadas.
Simplificando a um mundo do mercado trabalho que envolve apenas dois estados (onde ou
estás desempregado ou empregado), podemos escrever a variação no stock de desemprego
como
∆U=sL-fU
onde s é a taxa de separação do emprego (L) e onde f é a taxa de ingresso no emprego dos
indivíduos outrora desempregados (U)
O desemprego é estável ao seu nível friccional quando não existe alteração no stock de
desemprego.
∆U=0=sL-fU, i.e., sL=fU
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ULU
fUL
Ls
+=
+ dividindo ambos os lados pela população activa
(Ls=L+U)
( )1 f fs u f u⋅ − = ⋅ escrevendo em termos de taxa de desemprego
11
f su
s f f s= =
+ + resolvendo para uf
o que nos mostra que a taxa de desemprego friccional depende das taxas de separação e de
ingresso. A última expressão não necessita de cálculos para demonstrar que à medida que s
aumenta uf aumenta e à medida que f aumenta uf diminui.
As taxas de separação podem variar grandemente entre as características regionais dos
participantes no mercado de trabalho. Os grupos específicos da população activa que exibem
taxas de separação mais elevadas, tendem, em geral, a apresentar taxas de desemprego mais
elevadas. As taxas de separação podem também variar consideravelmente em face das
características de sexo e idade dos participantes no mercado de trabalho.
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2.4.3. Ingresso no emprego e duração do desemprego
O benefício/subsídio de desemprego varia consideravelmente de país para país, relativamente
ao critério de elegibilidade, substituição de rendimento, e o período ao longo do qual é pago.
Crer-se que estes sistemas têm impacto sobre a grandeza do parâmetro da taxa de ingresso f
que é relevante na determinação do desemprego friccional.
… no gráfico seguinte, não existe, no entanto, evidência muito forte para a crença referida
acima.
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Cada ponto é um país diferente. Para um período anterior a 1996, o gráfico evidenciava uma
associação positiva forte (no gráfico aqui apresentado, a associação é ligeiramente positiva
mas carece de significância estatística).
2.5. A taxa de desemprego de equilíbrio
2.5.1. O conceito
O desemprego de equilíbrio é a soma do desemprego friccional e estrutural.
Desemprego friccional ocorre porque demora tempo para que haja ajustamento entre um
trabalhador que procura um emprego e a existência de um posto de trabalho que necessita ser
preenchido. Depende da eficiência do mercado de trabalho, incluindo as diligências de ambas
as partes em encontrar um ‘match’ rapidamente.
Desemprego estrutural é devido ao facto da oferta de trabalho ser influenciada por um
número de instituições e regulamentações. A oferta colectiva de trabalho que no equilíbrio é
contrabalançada com a procura de trabalho, não iguala o comportamento da oferta individual.
O desemprego de equilíbrio é a soma do desemprego friccional e estrutural. O contraste entre
a Europa e os EUA é espantoso. O desemprego de equilíbrio era, em geral, muito baixo na
Europa nos anos 60. Depois disso subiu consideravelmente ao passo que nos EUA se manteve
estável.
2.5.2. A experiência europeia
Qual a razão da tendência positiva nas taxas de desemprego europeias no período pós choque
de petróleo dos anos 70? A existência de mecanismos de segurança social por si só não é
Macroeconomia II
© Aurora Teixeira [Março 2007]
25
suficiente para explicar o fenómeno. Necessitamos de analisar em maior detalhe os incentivos
concretos na procura activa de emprego e estes incentivos parecem variar bastante de país
para país. O outro candidato a explicação é o processo de negociação colectiva de salários e a
regulamentação laboral. Os gráficos seguintes evidenciam o grande contraste entre os
movimentos do emprego e dos salários reais na Europa e nos EUA.
Destes gráficos é difícil escapar à conclusão que a moderação do salário real promove o
crescimento do emprego, ou que na Europa “é bom trabalhar se se conseguir emprego”.
Macroeconomia II
© Aurora Teixeira [Março 2007]
26
Os casos extremos do governo de Thatcher de enfraquecimento dos sindicatos britânicos e o
Acordo Holandês de Wassenaar, um acordo histórico entre sindicatos e empregadores de
moderação salarial, demonstram as diferentes terapias de mercado trabalho tentadas na
Europa.
2.5.3. Desemprego efectivo (de curto prazo) e de equilíbrio (de longo prazo)
Ao longo do ciclo económico o desemprego efectivamente registado pode desviar-se da taxa
de desemprego de equilíbrio devido ao ajustamento relativamente lento dos salários reais a
alterações nos seus valores de longo prazo.
Pode levar anos antes que os salários reais efectivamente se ajustem aos seus valores de longo
prazo. No entretanto, o desemprego de curto prazo pode desviar-se do desemprego de
equilíbrio. Desvios, se de curto prazo, tendem a estar associadas a flutuações da economia
associadas com o ciclo de negócios.
Macroeconomia II
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27
3. Testes e Exames dos Anos Anteriores
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2º MiniTeste Ano Lectivo 2000/2001 19-Maio-2001
1. Imagine que a curva de oferta de trabalho do Dr. Fonseca é: L = (14 w + 5) / (5 w). Neste
contexto podemos concluir que:
a) o efeito substituição é mais forte que o efeito rendimento
b) o efeito rendimento é mais forte que o efeito substituição
c) a) estará correcta mas só se o salário for superior a 10
d) a) e b) podem estar correctas, mas não dispomos de todos os dados necessários para o confirmar
2. A Dra. Sousa, que tem 14 horas disponíveis por dia para aplicar em trabalho ou lazer, tem um
custo de oportunidade do lazer de 4. No entanto, se trabalhar horas extraordinárias terá direito a
um salário por hora superior, passando a apresentar a seguinte restrição orçamental:
Assim, o novo salário por hora extraordinária de trabalho e as horas de trabalho a partir das quais esse
salário entra em vigor serão, respectivamente:
a) 6 e 7
b) 10 e 6
c) 6 e 8
d) 5 e 8
C
32
11,3(3) 14 ����
Macroeconomia II
© Aurora Teixeira [Março 2007]
28
3. Seja s a taxa de separação de empregos e f a taxa de encontro de empregos. Se o mercado de
trabalho está num estado estacionário, a componente de natureza friccional da taxa natural de
desemprego é igual a:
a) 1 / s
b) 1 / (s+f)
c) s / (s+f)
d) f / (s+f)
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2º Teste Ano Lectivo 2000/2001 22-Junho-2001
4. De acordo com a teoria dos salários de eficiência, os salários mais elevados fazem com que os
trabalhadores sejam mais produtivos por todas as seguintes razões excepto que salários mais
elevados podem:
a) atrair trabalhadores de maior qualidade
b) incentivar o esforço por parte dos trabalhadores porque aumenta o custo de perder o seu emprego
c) levar a que mais pessoas passem para escalões de impostos mais altos, de tal modo que têm de
trabalhar mais para ter o rendimento desejado após impostos
d) nenhuma das alíneas anteriores é uma excepção
B) Explique a existência de desemprego friccional e indique em que medida tenderá a variar com a
situação conjuntural da economia.
GRUPO I
No País Monopolista, a Dois-Já-é-Demais é a única empresa a oferecer postos de trabalho. O seu
modo de produção foi estudado pela FEP (Federação das Empresas do País), tendo-se obtido a
seguinte função de produção, para um dado stock de capital actualmente em utilização:
Y = 208TL – 0,002(TL)2
com TL = total diário de horas de trabalho utilizado pela empresa.
Nesse mesmo estudo constam, ainda, os seguintes dados relativos ao mercado de trabalho do país
Monopolista:
- a força de trabalho ascende a 12 000 indivíduos, com idênticas curvas de oferta individual de
trabalho;
Macroeconomia II
© Aurora Teixeira [Março 2007]
29
- o tempo diário disponível de cada indivíduo, para afectar a trabalho e lazer, é de 16 horas;
- a curva de oferta de trabalho individual é a seguinte: L = w
w5
1020 −, sendo L o número de horas
de trabalho diárias que cada indivíduo está disposto a oferecer e w o salário real horário.
Neste contexto, a FEP solicita a sua colaboração no estudo em causa, satisfazendo os seguintes
pedidos:
1. Qual a função procura de trabalho da empresa Dois-Já-é-Demais?
2. Como podemos traduzir graficamente o nível de salário real horário de equilíbrio nesta economia?
(proceda a todos os cálculos necessários à correcta representação gráfica)
3. Sabe-se que actualmente, devido à imposição de um salário mínimo, o número de horas de trabalho
que estão involuntariamente desempregues é de 17 500 (horas/dia).
3.1. Qual o número (aproximado) de desempregados involuntários?
3.2. Qual a variação necessária no nível de salário real horário por forma a eliminar o desemprego
involuntário?
4. A empresa Dois-Já-é-Demais planeia definir as condições laborais e traduzi-las num contrato, ao
qual os trabalhadores “deverão” aderir… O período mínimo diário de trabalho é fixado em 8
horas, sendo a remuneração de 35 unidades por hora. No entanto, se os trabalhadores
pretenderem trabalhar mais do que as 8 horas por dia receberão:
- entre as 8 e as 10 horas de trabalho/dia um salário real horário de 60 unidades;
- por cada hora acima das 10 horas de trabalho/dia um salário real horário de 85 unidades e um
subsídio de 10 unidades por dia.
Neste novo contexto e considerando que a função de utilidade de um agente representativo é dada por:
U = C0,25�
0,75
4.1. Quantas horas de trabalho estaria cada trabalhador disposto a oferecer diariamente?
4.2. Represente graficamente a solução encontrada em 4.1.
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Exame Ano Lectivo 2000/2001 12-Setembro-2001
5. Tendo em atenção o ‘trade-off’ consumo lazer, se a taxa de salário real aumentar: a) se prevalecer o efeito rendimento, o nº de horas de lazer vai diminuir b) a curva de oferta individual é vertical c) se prevalecer o efeito substituição, o consumo vai diminuir d) nenhuma das anteriores
Macroeconomia II
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30
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2º MiniTeste Ano Lectivo 2001/2002 25-Maio-2002
6. Nini Caleças, agente representativa da economia JET-SEIS, possui um nível de preferências em
termos de consumo e lazer, que é descrito pela função U (C, l) = C 1,6 l 0,4.
Sabendo que, por cada hora adicional no ginásio, deixa de auferir de 6 unidades de consumo, e
que o consumo máximo que pode alcançar é de 120 unidades, a escolha que maximiza o seu nível
de bem-estar é:
a) C = 160; l = 13,3(3)
b) C = 96; l = 16
c) C = 96; l = 4
d) C = 160; l = 6,6(6)
7. O Sr. Tuga, maximizando a sua utilidade, trabalha actualmente 8 horas por dia a uma taxa de
salário de 5 unidades/hora. Recentemente, foi-lhe dada a possibilidade de assinar um contrato de
trabalho que tem inerente uma taxa de salário de 10 unidades/hora, mas que obriga o Sr. Tuga a
trabalhar pelo menos 8 horas por dia.
Assim, e tendo em conta que o objectivo do Sr. Tuga é obter um maior nível de utilidade:
a) o Sr. Tuga só deverá assinar o novo contrato de trabalho se o efeito substituição for superior ao
efeito rendimento
b) o Sr. Tuga irá assinar o novo contrato de trabalho independentemente do efeito substituição e do
efeito rendimento
c) se o efeito substituição compensar exactamente o efeito rendimento, será indiferente para o Sr.
Tuga assinar o contrato de trabalho ou manter a situação actual
d) as alíneas a) e c) estão correctas
8. Quando nos referimos à taxa de desemprego de equilíbrio estamos a falar:
a) de uma taxa de zero, pois em equilíbrio não existe desemprego involuntário
b) exclusivamente da taxa de desemprego friccional
c) de um desemprego que depende, essencialmente, das condições estruturais e institucionais do
mercado de trabalho
d) de um desemprego estatisticamente observado
Macroeconomia II
© Aurora Teixeira [Março 2007]
31
9. Tudo o resto constante, todas as seguintes situações podem reduzir a taxa de desemprego, tal como
é estatisticamente avaliada, excepto:
a) Redução do número de pessoas que estão no desemprego
b) Aumento do número de pessoas empregadas, totalmente por aumento da força de trabalho
c) Redução da força de trabalho não acompanhada por qualquer mudança no número de pessoas que
estão no desemprego
d) Aumento do número de pessoas que desistiram de procurar activamente trabalho
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2º Teste Ano Lectivo 2001/2002 26-Junho-2002
10. Tendo como referência o trade-off entre consumo e lazer, dada uma diminuição do salário real:
a) o valor absoluto (em módulo) da TMS no novo ponto óptimo é menor
b) se o efeito substituição for superior ao efeito rendimento a curva da oferta individual de trabalho
será positivamente inclinada
c) o consumo irá, necessariamente, diminuir
d) todas as anteriores
B)
a) Explique a existência de desemprego friccional e derive algebricamente a taxa de desemprego
friccional de equilíbrio;
b) Indique em que medida o desemprego friccional tenderá a variar com a situação conjuntural da
economia.
GRUPO II
A economia ARTHUR-LÂNDIA é caracterizada por um mercado laboral onde a empresa N-RON é a única
a oferecer postos de trabalho e em que as funções procura e oferta agregadas de trabalho podem ser
definidas, respectivamente, por:
DL = 15 000 – 800 w
SL = 700 w,
com w = salário real horário;
DL = total de horas de trabalho diárias utilizado pela empresa;
SL = total de horas de trabalho diárias oferecido pelas famílias.
Macroeconomia II
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32
Sabe-se, ainda, que cada habitante da ARTHUR-LÂNDIA tem disponíveis 16 horas por dia, para afectar
a trabalho e a lazer.
1. Determine, neste contexto, a taxa de salário real de equilíbrio relativa à economia ARTHUR-
LÂNDIA. A este salário, qual o número de horas diárias que a empresa N-RON está disposta a
empregar?
2. O governo da ARTHUR-LÂNDIA está a ponderar fixar o salário real horário em 5 unidades (w = 5) de
modo a aumentar o nível de emprego.
2.1. Tendo em mente este objectivo, diga se concorda com a medida do governo e calcule o volume de
emprego e de desemprego involuntário (medidos em horas de trabalho) desta economia, neste
novo contexto.
2.2. Compare graficamente a situação inerente à alínea 1 com a relativa à alínea 2.1.
2.3. Que impacto terá esta medida do governo sobre a utilidade máxima dos habitantes da ARTHUR-
LÂNDIA? Justifique, sucintamente, com o auxílio duma representação gráfica adequada.
3. Supondo que a medida referida na alínea 2 não foi levada a cabo, a empresa N-RON pretende
alterar as condições laborais da sua empresa com vista a aumentar a satisfação dos seus
trabalhadores.
Estando actualmente a remunerar os ditos trabalhadores a uma taxa de salário real por hora de 10
unidades a empresa propõe-se a implementar uma das seguintes 3 hipóteses:
- aumentar a taxa de salário real para 12 unidades/hora, obrigando cada indivíduo a trabalhar
pelo menos 8 horas por dia;
- manter a taxa de salário em 10 e oferecer 10 unidades de alimentos por dia a cada trabalhador,
desde que estes trabalhem pelo menos 8 horas por dia;
- manter a taxa de salário em 10 para as primeiras 8 horas de trabalho, remunerando cada hora
acima dessas 8 horas de trabalho/dia a um salário real horário de 15 unidades.
Neste novo contexto e considerando que a função de utilidade de um agente representativo é dada por
U = C0,625�
0,375
3.1. Se fosse trabalhador desta empresa, e supondo que tem como objectivo maximizar o seu bem-
estar, qual destas hipóteses preferiria?
3.2. Represente num só gráfico as restrições orçamentais inerentes a cada uma das hipóteses (não
esquecendo as respectivas ordenadas na origem), assim como a sua escolha na alínea anterior.
Macroeconomia II
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33
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Exame Ano Lectivo 2001/2002 13 – Setembro - 2002
11. No mercado de trabalho, mantendo-se constante o salário real, pode existir um aumento do nível
de emprego se:
a) a oferta de trabalho aumentar e a produtividade marginal do trabalho diminuir
b) a oferta de trabalho aumentar e a produtividade marginal do trabalho aumentar
c) a oferta de trabalho diminuir e a produtividade marginal do trabalho aumentar
d) a oferta de trabalho diminuir e a produtividade marginal do trabalho diminuir
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2º Mini-Teste Ano Lectivo 2002/2003 17-Maio-2003
12. A taxa de desemprego friccional:
a) é um dado estrutural, completamente insensível à conjuntura económica
b) aumenta quando as taxas de separação e de encontro aumentam
c) aumenta quando a taxa de encontro diminui
d) resulta de comportamentos optimizadores na pesquisa de empregos, não dependendo do
funcionamento dos sindicatos e da legislação de trabalho
13. A Taxa de Desemprego Natural é a taxa de desemprego à qual:
a) o desemprego friccional é nulo
b) o desemprego é completamente friccional
c) a economia se encontra em equilíbrio de preços flexíveis
d) a economia se encontra em equilíbrio de preços constantes
14. A Dra. Ribeiro tem a possibilidade de trabalhar horas extraordinárias, acima das 9 horas diárias a
que está contratualmente obrigada, recebendo um salário de 10 unidades por cada uma dessas
horas extraordinárias. Sabendo que a restrição orçamental da Dra. Ribeiro é representada pela
figura seguinte, podemos concluir que o seu número de horas diárias disponíveis para aplicar em
trabalho ou em lazer e o seu salário base são, respectivamente:
Macroeconomia II
© Aurora Teixeira [Março 2007]
34
a) 24 e 9,34
b) 16 e 7,75
c) 16 e 6
d) impossíveis de calcular com os dados
disponíveis
15. Suponha que as preferências de um indivíduo podem ser representadas pela seguinte função
utilidade CES (Constant Elasticity of Substitution): θθθ −−− += 11
11 )(),( lClCU , com 10 << θ .
Sendo w o salário real vigente, tal significa que o rácio de C e l que maximiza U (C, l)
corresponde a:
a) um valor superior a w
b) w
c) w)1( θ−
d) nenhuma das alíneas anteriores está correcta
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2º Teste Ano Lectivo 2002/2003 9-Junho-2003
16. A procura de factor trabalho pela empresa optimizadora é função decrescente do salário real
porque:
a) a salários reais mais elevados correspondem salários nominais mais elevados
b) geralmente, o efeito-rendimento é maior do que o efeito-substituição
c) se assume que a produtividade marginal do trabalho é decrescente
d) salários reais mais elevados reduzem necessariamente os lucros da empresa
B) Explique qual o efeito sobre a taxa de desemprego da existência de:
a) sindicatos;
b) rigidez nominal dos salários.
C
����7
124
Macroeconomia II
© Aurora Teixeira [Março 2007]
35
GRUPO III
Em dado país, chamado Homogeneolândia, sabe-se que a população activa é constituída por 10.000
habitantes todos iguais. As preferências de cada um deles são descritas pela seguinte função utilidade:
θθ
θθ
−+
−=
−−
11),(
11 lClCU , 10 << θ C = unidades de consumo diário.
l = lazer (horas/dia).
Sabe-se também, que cada indivíduo tem como o objectivo maximizar a sua utilidade e que dispõe de
15 horas por dia para afectar a trabalho e lazer.
1.Sabendo que 5,0=θ , determine a combinação óptima de consumo e lazer de cada indivíduo se, por
cada hora de lazer, ele deixar de usufruir o equivalente a 5 unidades de consumo.
2. A única empresa empregadora do país – U.N.I.C.A., SA – está a ponderar atribuir uma
componente fixa de 10 unidades, a título de subsídio de alimentação, como parte do salário real
total diário dos seus trabalhadores, mas sem alterar a actual escolha óptima de horas de trabalho de
cada indivíduo.
2.1 Determine qual deverá ser, neste caso, a componente variável (salário por hora).
2.2 Compare graficamente com a situação actual, assinalando os níveis de utilidade alcançados
em cada caso.
3. Suponha que a empresa não chegou a implementar a medida anterior. Determine, neste caso, a
curva de oferta individual de trabalho. Faça a sua representação gráfica e interprete-a.
4. Alguns estudos mostraram que a função procura de trabalho da U.N.I.C.A., SA é a seguinte:
DL = 155 000 – 5 000 w , DL – total diário de horas de trabalho utilizado pela empresa.
Qual será a combinação de salário real e horas de trabalho por trabalhador que, em simultâneo
permite que a empresa maximize o lucro e que os trabalhadores maximizem a utilidade? Explicite
todos os pressupostos que achar necessários.
(Nota: se não respondeu à alínea anterior, considere a curva de oferta individual de trabalho
115
+=
ww
LS ).
5. Surgiu recentemente na Homogeneolândia um sindicato (o primeiro da história do país), que
passou a representar todos os trabalhadores nas negociações laborais com a U.N.I.C.A., SA. A
oferta colectiva de trabalho passou a ser:
TL = 15 000 w , TL – total diário de horas de trabalho oferecido pelo sindicato.
Todavia, em caso algum, pode o salário real w ser inferior a 10 unidades.
5.1 Qual será, neste contexto, o nível de salário praticado no mercado?
Macroeconomia II
© Aurora Teixeira [Março 2007]
36
5.2 Faça uma ilustração gráfica completa da situação do mercado de trabalho da
Homogeneolândia.
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Exame Ano Lectivo 2002/2003 9-Junho-2003
17. A procura de factor trabalho pela empresa optimizadora é função decrescente do salário real
porque:
a) a salários reais mais elevados correspondem salários nominais mais elevados
b) geralmente, o efeito-rendimento é maior do que o efeito-substituição
c) se assume que a produtividade marginal do trabalho é decrescente
d) salários reais mais elevados reduzem necessariamente os lucros da empresa
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Exame Ano Lectivo 2002/2003 2-Setembro-2003
18. Seja s a taxa de separação de empregos e f a taxa de encontro de empregos. Se o mercado de trabalho
está num estado estacionário, a componente de natureza friccional da taxa natural de desemprego é
igual a:
a) 1 / s
b) 1 / (s+f)
c) s / (s+f)
d) f / (s+f)
GRUPO IV
O Sr. Arnaldo, habitante do País da Bola, procura afectar as 15 horas de que dispõe por dia a trabalho
e lazer de modo a maximizar o seu bem-estar. As suas preferências são descritas pela seguinte função
utilidade:
5,05,0),( lClCU = C = unidades de consumo diário.
l = lazer (horas/dia).
Sabe-se que, dado o actual nível de salário real por hora (20 unidades), o Sr. Arnaldo escolheu
trabalhar 7,5 horas por dia.
1. O patrão do Sr. Arnaldo pretende manter o nº de horas de trabalho e o nível de consumo actuais
do seu funcionário, mas alterar a sua forma de remuneração diária. Esta deverá passar a ter uma
Macroeconomia II
© Aurora Teixeira [Março 2007]
37
componente fixa (30 unidades), a título de subsídio de almoço, e uma componente variável
(salário por hora).
1.1 Calcule qual deverá passar a ser o salário por hora para que o patrão atinja os seus objectivos.
1.2 Será que, com o novo salário por hora, o nº de horas trabalhadas pelo Sr. Arnaldo continua a
maximizar o seu bem-estar? Responda utilizando adequada representação gráfica.
2. Devido a um imprevisto, o patrão do Sr. Arnaldo não chegou a implementar a medida descrita na
alínea 1. Em alternativa, ele pondera agora a possibilidade de o Sr. Arnaldo trabalhar mais umas
horas para além do seu horário normal (7,5 horas por dia). Estas horas serão remuneradas ao
salário de 14 unidades a partir das 8 horas de trabalho/dia, mas com direito a um subsídio de 45
unidades. Determine qual a escolha do Sr. Arnaldo que maximiza a sua utilidade e faça a
representação gráfica correspondente.
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3º Teste Ano Lectivo 2003/2004 3-Abril-2004
19. O conceito de taxa de desemprego de equilíbrio significa que:
a) O desemprego observado no mercado de trabalho é sempre desemprego voluntário.
b) O desemprego observado no mercado de trabalho resulta de factores estruturais e da eficiência
dos ajustamentos nesse mercado.
c) O desemprego observado no mercado de trabalho é apenas friccional.
d) O desemprego observado no mercado de trabalho resulta sempre apenas da presença de factores
institucionais que condicionam a oferta de trabalho.
20. A incidência de desemprego voluntário tende a ser mais acentuada:
a) Numa população activa com maior nível de qualificação.
b) Numa população activa com baixo nível de qualificação e salários médios elevados.
c) Numa população activa com baixo nível de qualificação e salários médios baixos.
d) Nenhuma das afirmações anteriores é verdadeira.
1. O relativamente elevado valor do subsídio de desemprego em alguns países da União Europeia
costuma ser apontado por alguns economistas como um dos factores explicativos da rigidez do
mercado de trabalho na Europa e dos elevados índices de desemprego aí observados.
Macroeconomia II
© Aurora Teixeira [Março 2007]
38
A este argumento, outros economistas contrapõem a observação de que tal subsídio foi sempre
generoso, não podendo por isso ser responsável pelo actualmente elevado desemprego no continente
europeu, que emergiu apenas a partir de meados da década de 70.
Comenta esta afirmação à luz das determinantes da rigidez no mercado de trabalho e do conceito de
desemprego estrutural.
Grupo V
Considere a economia MISER-ÁBIL, com um mercado de trabalho apresentando as seguintes funções
procura e oferta agregadas de trabalho, onde w representa o salário real horário, DL representa o total
de horas de trabalho diárias procuradas e SL representa o total de horas de trabalho diárias oferecidas:
DL = 18000 – 500w SL = 700w
Nesta economia, o governo implementou um salário real horário mínimo de 30 unidades.
1. Sabendo que, em média, cada trabalhador trabalha 8 horas por dia, diga qual o número de
empregados naquela economia.
2. Sabendo que a população activa é de 425 indivíduos, que durante o próximo ano 2% dos
empregados vai para desemprego e que a taxa de desemprego friccional no referido ano será 5%,
diga qual o número de desempregados que vai encontrar emprego durante o ano.
[Nota: Se não conseguiu resolver a alínea 1) considere, para a resolução da alínea 2), que o
número de empregados é 325]
3. O governo vai acabar com a imposição do salário mínimo.
O Sr. A dispõe de 15 horas por dia para afectar a trabalho e lazer e tem a seguinte função de
utilidade:
C – consume U = 4C2/3l1/2 l – lazer Discuta e quantifique as implicações que tal medida terá ao nível do lazer do Sr. A. Represente
graficamente a curva de oferta individual de trabalho do Sr. A.
[Nota: na sua resposta calcule os valores das escolhas óptimas do Sr. A, antes e após o fim do
salário mínimo.]
Macroeconomia II
© Aurora Teixeira [Março 2007]
39
GRUPO VI
Aquando da publicação da síntese de resultados do “Inquérito ao Emprego referente ao II Trimestre
de 1998, o INE divulgou o esquema anexo, representativo dos fluxos de mão-de-obra registados na
economia portuguesa entre Junho de 1997 e Junho de 1998.
Transição de estados no mercado de trabalho em Portugal,
entre Junho 1997 e Junho de 1998
(milhares de indivíduos)
Sabe-se que, em final de Junho de 1997, a população activa era de 4758,2 milhares de indivíduos e
que nessa mesma data a população desempregada se cifrava em 283,0 milhares de indivíduos.
i. Calcule a variação da população activa, inactiva, empregada e desempregada no período em causa.
Justifique, apresentando todos os cálculos.
ii. Com base nos dados fornecidos, estime o valor da taxa de separação de emprego (s) e da taxa de
ingresso em emprego (f). Justifique.
iii. Apresente a medida do desemprego friccional registado no período anual em causa. Justifique.
iv. Calcule a taxa de desemprego friccional para a economia portuguesa no mesmo período e discuta
o seu significado económico.
Desempregados
Empregados
Inactivos
70,1
30,7
26,0 50,6 62,1 21,8
Macroeconomia II
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40
Licenciatura em Gestão M A C R O E C O N O M I A
1º Teste Ano Lectivo 2004/2005 9-Abril-2005
21. Seja a taxa de separação de uma economia entre Junho de 2004 e Dezembro foi de 2004 de 2% e a
respectiva taxa de ingresso/encontro 12,5%. Admitindo que o mercado de trabalho se encontra, no
período em causa, num estado estacionário, a componente de natureza friccional da taxa de
desemprego da economia vem igual a:
a) 5,9%. b) 88,2%. c) 50%. d) 13,8%.
22. Para que tenha os efeitos desejados, o salário mínimo deverá ser:
a) superior ao salário que equilibra o mercado.
b) inferior ao salário que equilibra o mercado.
c) igual ao salário que equilibra o mercado.
d) nenhuma das anteriores alternativas.
23. Suponha que a legislação laboral portuguesa é alterada, tendo aumentado para o dobro a
indemnização a pagar pelas empresas aos trabalhadores em caso de despedimento. Tal medida:
a) seria um valioso contributo para a diminuição do desemprego.
b) iria reduzir a flexibilidade de ajustamento do mercado do trabalho, sendo perniciosa como
medida de luta contra o desemprego.
c) não ajudaria à diminuição do desemprego pois as empresas não podem pagar tais indemnizações.
d) seria favorável para o crescimento da procura de trabalho já que as indemnizações permitiriam
aos trabalhadores despedidos montarem as suas próprias empresas.
24. Assuma que para uma empresa cujo capital fixo é de 3 tem a seguinte tecnologia de produção,
Y=K0,3L0,7. A curva de procura de trabalho dessa empresa é dada por:
a) )3(3,3973,0
��
���
�=K
L b) )3(3,3
973,0 ���
����
�= wL c)
)3(3,3973,0��
���
�=w
L d) 3,0973,0
��
���
�=w
L
1. Definindo com exactidão todos os conceitos utilizados, comente, de forma fundamentada, a
seguinte afirmação: “Poderá parecer estranho que o desemprego possa resultar de uma decisão
voluntária e livre. Mais estranho ainda é o facto deste tipo de desemprego não afectar sobretudo os
mais ‘ricos’ ...”
Macroeconomia II
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41
Grupo VII
Na economia ‘Shock_Tecno’, Sótrocas, agente representativo, tem 16 horas/dia para despender em
actividades lúdicas ou remuneradas. O preço do lazer nesta economia é actualmente 6 u.m. (unidades
monetárias) de consumo.
As preferências de Sótrocas são traduzidas pela seguinte função 45,055,0),( lClCU = , onde C é o valor
do consumo e l é o lazer (horas/dia).
(1,5 valores) 1. Defina a expressão analítica da restrição orçamental e calcule o número de horas de
trabalho que maximiza a utilidade de Sótrocas.
(4,5 valores) 2. Derivado da recessão que a economia ‘Shock_Tecno’ atravessa, o custo real do lazer
foi fixado em 4 u.m..
Perspectivando os efeitos nefastos que a medida pode ter sobre a procura de bens e serviços, a única
empresa que labora na economia ‘Shock-Tecno’ propôs aos trabalhadores duas propostas alternativas:
A: um complemento fixo de 10 u.m. para 7 ou mais horas de trabalho.
B: um bónus de 5 u.m. por cada hora adicional (fixando o salário real hora em 9 u.m.) para 7 ou
mais horas de trabalho.
(3,5 valores) 2.1. Diga, apresentando todos os cálculos necessários, qual a alternativa preferível
para Sótrocas.
(1,0 valores) 2.2. Apresente, no mesmo gráfico, as duas alternativas e o ponto escolhido por Sótrocas.
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Exame Ano Lectivo 2004/2005 15-Junho-2005
25. A presença de sindicatos na economia:
a) induz maior flexibilidade no salário real que equilibra o mercado de trabalho.
b) visa, sobretudo, reivindicar junto do Governo mais postos de trabalho para os desempregados,
influenciando assim a dimensão da população activa da economia.
c) pretende, exclusivamente, evitar a compressão salarial por parte de empregadores com elevado
poder negocial.
d) pode explicar uma parcela relevante do nível de desemprego de equilíbrio.
Macroeconomia II
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1. “A principal componente do desemprego de equilíbrio de uma economia é o chamado desemprego
friccional, entre cujas causas avulta o desajustamento temporal que se verifica frequentemente entre
as oportunidades de emprego existentes e as características dos indivíduos desempregados”
Concorda com a afirmação acima? Justifique a sua resposta, apontando duas outras determinantes do
conceito sublinhado.
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Exame Ano Lectivo 2004/2005 12-Setembro-2005
26. Dado o trade-off entre consumo e lazer, uma alteração do salário real de 10 para 8 u.m. tende a
gerar para o agente representativo do sector privado:
a) uma rotação da restrição orçamental no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, pois é menor
a TMS em valor absoluto no ponto óptimo.
b) um decréscimo do número de horas que despenderá em actividade não remuneradas,
nomeadamente num horizonte temporal mais alargado, em que o efeito rendimento tende a
prevalecer sobre o efeito substituição.
c) um nível de consumo óptimo nunca superior ao inicial.
d) todos os efeitos anteriores.
1. “O efeito designado de histerese do desemprego traduziu-se num decréscimo do desemprego de
longo prazo nas principais economias europeias, observado na sequência dos choques petrolíferos
da década de 70 do século XX”.
Comente de forma objectiva e sucinta esta afirmação, explicitando na sua resposta o significado do
efeito referido e duas possíveis razões justificativas da sua evolução.
Grupo VIII
Admita que, na economia SLBITÓRIA, a empresa VIEIRINHA SAD é a única a oferecer postos de
trabalho, apresentando como função de produção para um stock de capital de 100 unidades, Y=208TL
– 0,002(TL)2 em que TL representa o número diário de horas de trabalho utilizado pela empresa.
Sabendo-se ainda que a população activa desta economia é de 24000 indivíduos, cada qual com uma
curva idêntica de oferta individual de trabalho, dada por w
wL
5510 −= :
(2,5 valores) 1. Determine a função procura de trabalho da empresa, explicitando sucintamente os
pressupostos em que assenta a respectiva derivação.
(2,5 valores) 2. Represente graficamente a situação de equilíbrio nesta economia, apresentando todos
os cálculos necessários à sua determinação.
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1º Teste Ano Lectivo 2005/2006 09-Abril-2006
27. Seja a taxa de desemprego friccional de uma economia entre Janeiro de 2005 e Junho de 2006 de
8% e a respectiva taxa de separação 5%. Admitindo que o mercado de trabalho se encontra, no
período em causa, num estado estacionário, a taxa de ingresso da economia vem igual a:
a) 95,4%. b) 4,6%. c) 57,5%. d) 42,5%.
28. Dado o trade-off entre consumo e lazer, uma alteração do salário real de 5 para 2 unidades tende a
gerar para o agente representativo do sector privado:
a) uma rotação da restrição orçamental no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, pois é menor
a TMS em valor absoluto no ponto óptimo.
b) um decréscimo do numero de horas que dispenderá em actividade não remuneradas, nomeadamente
num horizonte temporal mais alargado, em que o efeito rendimento tende a prevalecer sobre o efeito
substituição.
c) um nível de consumo óptimo nunca superior ao inicial.
d) todos os efeitos anteriores.
29. Assuma que para uma empresa cujo capital fixo é de 5 tem a seguinte tecnologia de produção,
Y=K0,55L0,45. A curva de procura de trabalho dessa empresa é dada por:
Licenciatura em Gestão
M A C R O E C O N O M I A Exame Ano Lectivo 2005/2006
18-Julho-2006
30. De acordo com a análise realizada do mercado de trabalho, o desemprego de equilíbrio:
a) Coincide com o conceito de desemprego friccional.
b) Coincide com o conceito de desemprego estrutural.
c) Coincide com o conceito de desemprego voluntário.
d) É essencialmente explicado por factores de natureza institucional e de regulação do mercado de
trabalho.
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Grupo III
Em dado país, chamado Quimeralândia, sabe-se que a população activa é constituída por 10.000
habitantes todos iguais. As preferências de cada um deles são descritas pela seguinte função utilidade:
C = unidades de consumo diário.
l = lazer (horas/dia).
Sabe-se também, que cada indivíduo tem como o objectivo maximizar a sua utilidade e que dispõe de
18 horas por dia para afectar a trabalho e lazer.
1. Sabendo que η=0,5, determine a combinação óptima de consumo e lazer de cada indivíduo se, por
cada hora de lazer, ele deixar de usufruir o equivalente a 10 unidades de consumo.
2. A única empresa empregadora do país está a ponderar atribuir uma componente fixa de 20
unidades, a título de subsídio de alimentação, como parte do salário real total diário dos seus
trabalhadores, mas sem alterar a actual escolha óptima de horas de trabalho de cada indivíduo.
2.1 Determine qual deverá ser, neste caso, a componente variável (salário por hora).
2.2 Compare graficamente com a situação actual, assinalando os níveis de utilidade alcançados em
cada caso.
3. Suponha que a empresa não chegou a implementar a medida anterior. Determine, neste caso, a
curva de oferta individual de trabalho. Faça a sua representação gráfica e interprete-a.
4. Alguns estudos mostraram que a função procura de trabalho da empresa é a seguinte:
DL = 155 000 – 5 000 w ,
DL – total diário de horas de trabalho utilizado pela empresa.
Qual será a combinação de salário real e horas de trabalho por trabalhador que, em simultâneo
permite que a empresa maximize o lucro e que os trabalhadores maximizem a utilidade? Explicite
todos os pressupostos que achar necessários.
Nota: se não respondeu à alínea anterior, considere a seguinte curva de oferta individual de trabalho
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4. Soluções dos Testes e Exames Anos Anteriores
1. Escolha múltipla
Solução 1 B 2 C 3 C 4 C 5 D 6 C 7 B 8 C 9 C 10 D 11 B 12 C 13 C 14 C 15 A 16 C 17 C 18 C 19 B 20 C 21 D 22 A 23 B 24 C 25 D 26 D 27 C 28 D 29 C 30 D
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2. Grupos práticos de testes e exames
GRUPO I
1. TL= 52 000 - 250 w
2. weqº = 20,649 unidades/hora; TL eqº = 46837,72 horas/dia.
3.1. 4 400 indivíduos desempregados.
3.2. ∆ w = -66,453
4.1. 8 horas de trabalho/dia.
GRUPO II
1. weqº = 10 unidades/hora; DL= 7 000 horas/dia.
2.1 Emprego = 3500 horas/dia; Desemprego involuntário = 0
3.1 O trabalhador preferiria a hipótese A: UmáxA = 39,02; UmáxB = 36,99; UmáxC = 37,38.
GRUPO III
1. C = 62,5 horas/dia; l = 2,5 horas/dia.
2.1. A componente variável deverá ser w = 5,7 unidades/hora.
3. Considerando max U(C,l) s.a. RO, para um w qualquer, temos o sistema:
wlC
TMS =��
���
�=5,0
|| 2wlC =
C = 15 w - w l ⇔ C = w L ⇔ ww
LwL
Lw S
+=⇔=
− 115
152 .
l = 15 - L _____ 4. Assumindo que os 10 000 trabalhadores têm a mesma curva de oferta individual de trabalho:
DL = SL ⇔ ⇔⋅��
���
�
+=− 10000
115
5000155000w
ww w = 5,57 unidades/hora; LS = 12,75 h/dia.
5.1. DL = TL ⇔ w = 7,75 unidades/hora. Todavia, como o sindicato não aceita salários inferiores
a 10, teremos w = 10 unidades/hora.
GRUPO IV
1.1. w = 16 unidades/hora
1.2. Não: Umáx (8,4; 135) = 33,67 > Usituação inicial (7,5; 150) = 33,54. Se o Sr. Arnaldo pudesse
escolher, trabalharia agora menos horas/dia (6,563 h/dia, em vez de 7,5 h/dia).
2. RO passa a ter um segundo ramo: )70(158 ≤≤≤≤ lL , C = 303 – 14 l.
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Max U(C,l) s.a. ROL ≥ 8, de onde resulta l = 10,8 h/dia (=> L = 4,2 h/dia). Solução não válida,
uma vez que L < 8.
No entanto, se o Sr. Arnaldo escolher l = 7 h/dia; C = 205 unidades/dia (solução de canto no
segundo ramo da RO), conseguirá obter U = 37,88 > Usituação inicial (7,5; 150) = 33,54.
GRUPO V:
w=30 � DL = 18000-500*30=3000
3000/8 = 375 empregados
a)
uf=s/(s+f)*100
uf=2/(2+f)*100=5% � f=38%
Desempregados = 425-375=50
f*desempregados=50*38%=19
No caso de utilizar o valor de empregados dado de 325:
uf=s/(s+f)*100
uf=2/(2+f)*100=5% � f=38%
Desempregados = 425-325=100
f*desempregados=100*38%=38
Para quem calcular o nível de desemprego friccional:
uf=Uf/N*100 ⇔ 5%=Uf/425*100 � Uf=21.25
Uf=s/f*L ⇔ 21.25=2/f*375 � f=35.294%
Desempregados = 425-375=50
f*desempregados=50*35.294%=17.647
No caso de utilizar o valor de empregados dado de 325:
uf=Uf/N*100 ⇔ 5%=Uf/425*100 � Uf=21.25
Uf=s/f*L ⇔ 21.25=2/f*325 � f=30.588%
Desempregados = 425-325=100
f*desempregados=100*30.588%=30.588
b)
DL = SL ⇔ 18000 - 500w = 700w ⇔ w=15
Maximização com w=30:
C = 15*30-30l ⇔ C = 450-30l e |TMS|=3C/4l=30 � l= 450/70 = 6.429
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Maximização com w=15:
C = 15*15-15l ⇔ C = 225-15l e |TMS|=3C/4l=15 � l= 225/35 = 6.429
Discussão: não há efeito sobre o lazer o que indica que o efeito rendimento é igual ao efeito
substituição.
Curva de oferta individual de trabalho:
L = 15 - 6.429 = 8.571
GRUPO VI:
A resolver na aula.
GRUPO VII:
1.
ROI: lClC 6966616 −=⇔+=×
Horas que maximizam a utilidade: 8,8 horas/dia
2. 2.1.
Hipótese A
927,19)325,8()7,40(
325,8*;7,40*
16946490474
45,055,0 ====
�
≤<−=≤≤−=
AU
lC
MaxU
lparalC
lparalC
8.571
w SL individual
0 L
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Hipótese B:
31,21)7,5()7,62(
7,5*;7,62*
169464909114
45,055,0 ==
==
�
≤<−=≤≤−=
BU
lC
MaxU
lparalC
lparalC
Como UB>UA, o agente prefere o bónus.
2.2.
GRUPO VIII:
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1.
A derivação da função procura de trabalho da empresa representativa assenta em 2 pressupostos:
- Em equilíbrio na produção, a empresa pretende alcançar a maximização do lucro, o que acontece
quando o salário real (w) iguala o nível de produtividade marginal do trabalho (MPL) resultante da
tecnologia utilizada.
- A função procura de trabalho só está perfeitamente definida para um dado valor constante do factor
capital.
Assim, MPL = dY/dL = 208 – 0,004 TL e MPL = w � w = 208 – 0,004 TL,
donde a Função Procura de Trabalho é tal que TL = 52000 – 250 w
2.
A função oferta de trabalho agregada é resultante da agregação de funções oferta de trabalho
individuais: w
wL
5510 −= x 24000 �
ww
L5
120000240000 −=
O equilíbrio no mercado de trabalho desta economia obtém-se quando DL = SL , ou seja, quando
52000 – 250 w w
w5
120000240000 −=
Resolvendo a equação acima, obtemos assim um salário real de equilíbrio w = 20,65, ao qual todas as
horas de trabalho disponibilizadas pela população activa são empregues pela empresa, como a
representação gráfica abaixo evidencia:
w
SL
20,65
DL Horas de trabalho totais
46837