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SÃO PAULO ::: AGOSTO 2007 ::: ANO I ::: 2ª EDIÇÃO

26 ABORTOTema de muita discussão

no Brasil, o assunto divide

opiniões de especialistas

27 ECONOMIACom o tempo, o salário

mínimo perdeu seu poder

de garantir o sustento da

família

28 OPINIÃOO assessor sindical João

Guilherme fala sobre o

movimento sindical no

Brasil

29 PAN RIO 2007Personalidades do esporte

debatem sobre o que fica

para o país depois dos

jogos

Polêmica

Olho da rua

25 NOVOS RUMOSConheça as novas

coordenadoras da

Secretaria da Mulher e suas

principais propostas

Mulher

05 TELEATENDIMENTOFuso horário

privilegiado, boa

localização geográfica e

mão-de-obra barata

fazem do Brasil um forte

concorrente no setor de

serviços

Potencial

Literatura

08 SINTETEL 65 ANOSSão mais de seis décadas em defesa do trabalhador. Conheça um

pouco da história do seu sindicato

Especial

O escritor Paulo

Rodrigues conta mais

uma história do amigo

Zanganor

34

22 APOSENTADOSAs estatísticas mostram que

a expectativa de vida do

brasileiro cresce a cada ano.

Conscientização e cuidados

com alimentação são

cruciais para este aumento

24 FIQUE POR DENTROTelefônica entra na briga

pela TV por assinatura

enquanto operadoras de

canais pagos ampliam sua

participação no segmento

de banda larga

Para ouvir

Emmerson Nogueira é um

brasileiro com repertório seleto

que tem se destacado na

interpretação de músicas

internacionais. PG 32

O Pai Goriot é um clássico da

literatura, indispensável para a

formação intelectual. Confira a

resenha na PG 32

NEST

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A ED

IÇÃO

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IÇÃO

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IÇÃO

A ED

IÇÃO

Subsede

Conheça um pouco mais

sobre seu sindicato. Por

ordem de sorteio, a

região de Campinas larga

na frente

10

06 CARLOS LUPPIO ministro conta quais

são suas expectativas

para o mercado de

trabalho no Brasil

Entrevista

Aconteceu

Trabalhadores das

prestadoras aprovam

acordo coletivo após longa

negociação entre sindicato

e empresas

12

14 1º DE MAIOEste ano a festa reuniu

lideranças políticas e artistas

em prol da preservação do

meio ambiente

Comemoração

16 GLOBALIZAÇÃOLinha Direta em Revista

acompanhou o dia-a-dia de

um IRLA na aldeia Krukutu

Capa

SAÚDE

Teleatendimento: um setor

em franca expansão que

esconde grandes

problemas

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4 Linha Direta | Agosto 2007

PPPP P ALAALA

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CATTTT T OOOO O

DIRETORIA DO SINTETELPresidente: Almir Munhoz

Vice-Presidente: José Carlos Guicho

Diretoria Executiva: Gilber to Rodrigues Doura-

do, Alcides Marin Salles, Elísio Rodrigues de Sousa,

Mauro Cava de Britto e Joseval Barbosa da Silva

Diretores Secretários: Cenise Monteiro de Moraes,

Reynaldo Cardarelli Filho, José Clarismunde de Oliveira

Aguiar, Eudes José Marques, Amândio Bispo Cruz,

Bráulio Moura da Silva e Germar Pereira da Silva

Diretores Regionais: Jorge Luiz Xavier, Welton

José de Araújo, José Rober to da Silva, Ismar José

Antonio e Genivaldo Aparecido Barrichello

Administração: Sérgio Marfil [email protected]

Jurídico: Humber to Viviani [email protected]

OSLT: Paulo Rodrigues [email protected]

Recursos Humanos: Sergio Roberto [email protected]

COORDENAÇÃO EDITORIALDiretor Responsável: Almir Munhoz

Jornalista Responsável: Marco Tirelli MTb 23.187

Repor tagem e Revisão: Amanda Santoro, Danielle

Borges e Marco Tirelli

Estagiária: Renata Nogueira

Diagramação: Danielle Borges MTb 46.993 e

Ronaldo Soares

Fotos: J. Amaro e Rafael Rezende

Colaboradores: João Guilherme Vargas Netto,

Tatiana Carlotti, Paulo Rodrigues e Theodora Venckus

Impressão: Unisind Graf. Ltda.

Distribuição: Sintetel

Tiragem: 50.000 exemplares

Periodicidade: Semestral

Linha Direta em Revista é uma publicação do Sindicado

dos Trabalhadores em Telecomunicações no estado

de São Paulo | Rua Bento Freitas, 64 | Vila Buarque

| 01220-000 | São Paulo SP | 11 3351-8899

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S U B S E D E S

ABC: 11 4123-8975 [email protected]

Bauru: 14 3231-1616 [email protected]

Campinas: 19 3236-1080 [email protected]

R.Preto: 16 3610-3015 [email protected]

Santos: 13 3225-2422 [email protected]

S.J.Rio Preto: 17 3232-5560 [email protected]

V. Paraíba: 12 3939-1620 [email protected]

O Sintetel é filiado à Fenattel (Federação Nacional dos

Trabalhadores em Telecomunicações), à UNI (Rede Sin-

dical Internacional) e à Força Sindical. Os ar tigos

publicados nesta revista expressam exclusivamente a

opinião de seus autores.

CONCRETIZANossa revista já é uma realidade. Su-peramos as dificuldades e vencemosmais um desafio. Caro leitor, você acabade receber a segunda edição do LinhaDireta em Revista. Graças ao incentivo dadiretoria do Sindicato, a dedicação de todaa equipe de comunicação e a aposta denossos parceiros, conseguimos transpormais este obstáculo.

Com muito otimismo, já pensamos empromover este veículo para uma periodi-

cidade trimestral, tamanha a aceitação e aprovação de nossos sócios.Buscaremos ampliar as parcerias para viabilizar esta nova idéia. Comodisse um dia o cantor e poeta Raul Seixas "sonho que se sonha junto érealidade".

Nesta segunda edição procuramos, como sempre, valorizar o trabalha-dor. Para isso, publicamos uma entrevista com o atual ministro do Tra-balho, Carlos Luppi, e matéria retratando o dia-a-dia de um típico tra-balhador de rede, profissional fundamental em nossa categoria.

Quero destacar também o aniversário do Sintetel, que completou 65anos de história no mês de abril. Você terá a oportunidade de conhecerum pouco da história deste que é o maior sindicato em telecomunica-ções da América Latina. Além disso, esta revista traz muito conteúdopara sua informação e entretenimento.

Tenho a ousadia de afirmar que o Sintetel oferece mais um canal alter-nativo de comunicação, que terá mais valor com a sua contribuição epar ticipação. Se tiver alguma sugestão, crítica ou comentário, faleconosco. Envie-nos e-mail ou car ta. E não deixe de acessarwww.sintetel.org

Boa leitura!

UM PROJETO QUE SE

ALMIR MUNHOZ é presidente do Sintetel

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ALHOOFFSHORING

BRASIL

DANIELLE BORGES

Mão-de-obra barata, rede de telecomunicações de qualidade, localizaçãoestratégica e fuso horário privilegiado. Essas e outras características colocam o

Brasil, segundo consultorias estrangeiras, na mira de empresas internacionais quequerem importar serviços de outros países.

Isso faz com que o Brasil se torneuma forte alternativa para o que os es-pecialistas chamam, em inglês, de“outsourcing” ou “offshoring”. Prin-cipalmente quando a Índia começadar sinais de esgo-tamento de suacapacidade deatendimento à de-manda global e aChina, apesar desua alta capacida-de de crescimento,ter problemas como fuso horário.

É uma prática que teve início quando osEstados Unidos começaram a buscarparceiros nos países vizinhos comoMéxico e Canadá. Num segundo mo-mento, entraram neste mercado a Ir-landa e a Índia, que dispõem de línguainglesa nativa e mão-de-obra barata.Atualmente, a Índia é a maior fornece-dora de mão-de-obra neste seg-mento com 70% do mercado mundial.

Os principais clientes desse segmentoestão localizados principalmente nos Es-

tados Unidos, Inglaterra, Japão, Alema-nha e Espanha, onde a mão-de-obra émais cara quando comparada a algunspaíses da América Central e Caribe, alémde repúblicas do leste europeu como

Hungria e Bulgária.

O principal motivoque leva uma empre-sa a buscar serviçosfora de seu país deorigem é a reduçãode custos. As iniciati-vas das companhiasbrasileiras na busca

NA MIRA DO MUNDO

Outsourcing: Terceirização de ati-vidades ou processos de umaempresa.Offshoring: Realização de ativi-dades ou processos de uma em-presa em outras localidades

Entenda o que significa:

O BrO BrO BrO BrO Brasil é o terasil é o terasil é o terasil é o terasil é o terceirceirceirceirceiro no ro no ro no ro no ro no ranking com 350 mil posições de aanking com 350 mil posições de aanking com 350 mil posições de aanking com 350 mil posições de aanking com 350 mil posições de atendimentotendimentotendimentotendimentotendimento..... O O O O Opotencial parpotencial parpotencial parpotencial parpotencial para a a a a ofofofofoffshorfshorfshorfshorfshoreeeee e e e e existexistexistexistexiste,,,,, no entanto no entanto no entanto no entanto no entanto,,,,, algumas vulner algumas vulner algumas vulner algumas vulner algumas vulneraaaaabilidades debilidades debilidades debilidades debilidades devvvvvemememememser considerser considerser considerser considerser consideradasadasadasadasadas..... A defA defA defA defA deficiência no domínio da língua ingiciência no domínio da língua ingiciência no domínio da língua ingiciência no domínio da língua ingiciência no domínio da língua inglesa continlesa continlesa continlesa continlesa continua sendoua sendoua sendoua sendoua sendouma das principais baruma das principais baruma das principais baruma das principais baruma das principais barrrrrreireireireireiras paras paras paras paras para a ea a ea a ea a ea a exporxporxporxporxportação de mais sertação de mais sertação de mais sertação de mais sertação de mais serviçosviçosviçosviçosviços.....

por contratos internacio-nais ainda são isoladas,mas algumas entidades jáencaram como oportuni-dade de negócio latente. AACS foi uma das primeirasdo setor a fechar negóciosinternacionais na área deteleatendimento. No final de 2003, con-quistou seu primeiro cliente.

“O Brasil acordou tarde para essa pos-sibilidade, já que temos muitos clien-

tes aqui no país. Atualmente, 90% dasposições de atendimento são para su-prir a demanda doméstica”, afirma JoséEduardo Lima, coordenador de negó-cios internacionais da ACS. Segundoele, é importante que as companhiasbrasileiras estejam disponíveis paraeste mercado, pois clientes globais ins-talados aqui podem querer tambémexpandir seu negócio para outros paí-ses, prejudicando as empresas queainda não estiverem preparadas.

O ponto negativo da expansão desta ati-vidade é a desaceleração do dólar em

relação ao real. “Com ataxa de câmbio caindobastante, apesar de amão-de-obra brasileiraser barata para os Esta-dos Unidos, ela se tornamais cara do que a deoutros países nos

quais o dólar vale mais”, esclareceJosé Eduardo. Além disso, a rigideznas leis trabalhistas e a alta cargatributária também atrapalham a ex-pansão do serviço.

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O ministro Carlos Luppi iniciou sua carreira política ao aproximar-se do ex-governador Leonel Brizola. O contato casual virou amizade e o grande respeito

pelo líder fez com que Luppi se engajasse na fundação do PDT, seu único partidoaté hoje. Foi o grande responsável pelo considerável desempenho do partido naseleições de 2006. A seguir, os principais trechos da entrevista que concedeu ao

Linha Direta em Revista.

QUALIFICAÇÃODO TRABALHADOR"

TRABALHO E EMPREGO

* Ex-deputado federal nota 10pelo DIAP, Carlos Luppi é naturalde Campinas, mas vive desde ostrês anos de idade no Rio deJaneiro. O atual ministro doTrabalho e Emprego é formado emAdministração de Empresas.

balhadores com carteira de traba-lho assinada. Com o crescimentoeconômico, estabilidade financeira,inflação controlada, reservas cam-

" VAMOS FAZER OMAIOR PROGRAMA DE

MARCO TIRELLI

“O que não pode“O que não pode“O que não pode“O que não pode“O que não podeacontecer é discutiracontecer é discutiracontecer é discutiracontecer é discutiracontecer é discutira redução de direitosa redução de direitosa redução de direitosa redução de direitosa redução de direitosdo trdo trdo trdo trdo traaaaabalhadorbalhadorbalhadorbalhadorbalhador..... Se Se Se Se Sefffffor paror paror paror paror para ra ra ra ra retirá-losetirá-losetirá-losetirá-losetirá-los,,,,,não contem com onão contem com onão contem com onão contem com onão contem com oministro doministro doministro doministro doministro doTTTTTrrrrraaaaabalhobalhobalhobalhobalho.....”””””

Victor Soares

Linha Direta em Revista: Quala avaliação do emprego no Brasil?Ministro Car los Luppi: Há um

aumento na geração de empregos.O acumulado no ano até agora foide 922 mil com car teira assina-da. Nossa expectativa é superar1,5 milhão de empregos formaisaté o f inal de 2007. Emcontrapar tida, há um percentualmuito grande de brasileiros paraentrar no mercado de trabalho.Apesar do crescimento atingidoaté o momento, o índice ainda nãoé suficiente para cobrir a demandaexistente. O Brasil vive um bommomento. Temos um recorde de tra-

biais muito altas, risco país em bai-xa, moeda forte e crescimento aci-ma do previsto por todos os econo-mistas, certamente atingiremos umíndice de 5% de crescimento nesteano e com isso geraremos maisempregos.

LDR: Com o crescimento da eco-nomia, o Brasil carece de mão-de-obra especializada. Há alguma preo-cupação do governo quanto a isso?Luppi: Nossa preocupação é com

a qualif icação do trabalhador.Estamos preparando um programaque multiplicaremos por dez os va-lores de investimentos do FAT (Fun-

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T AAAA ATRABALHO E EMPREGOQueremos encontrar uma outra fór-mula para que o trabalhador tenhamenores gastos em comparaçãoaos que ele tem hoje. Enfim, o acor-do é para encontrar uma fórmulaque diminua o ônus do trabalhador.As centrais passarão a ter os di-

reitos e os deveres de todos os ór-gãos legais. Elas poderão ter todasas prerrogativas de central sindicalreconhecidas oficialmente.Agora falta só a formatação da

medida provisória. A Advocacia Ge-

“Nossa expectativa“Nossa expectativa“Nossa expectativa“Nossa expectativa“Nossa expectativaé superé superé superé superé superararararar1,5 milhão de1,5 milhão de1,5 milhão de1,5 milhão de1,5 milhão deempremprempremprempreeeeegggggos fos fos fos fos fororororormaismaismaismaismaisaté o final de 2007.até o final de 2007.até o final de 2007.até o final de 2007.até o final de 2007.Em contrEm contrEm contrEm contrEm contraaaaaparparparparpar tida,tida,tida,tida,tida,há um percentualhá um percentualhá um percentualhá um percentualhá um percentualmmmmmuito guito guito guito guito grrrrrande deande deande deande deande debrbrbrbrbrasileirasileirasileirasileirasileiros paros paros paros paros paraaaaaentrentrentrentrentrar no merar no merar no merar no merar no mercadocadocadocadocadode trde trde trde trde traaaaabalhobalhobalhobalhobalho.....”””””

do de Amparo ao Trabalhador) naqualificação. Vamos fazer o maiorprograma de qualificação da histó-ria. O grande salto da modernidadeé qualificar o trabalhador para queele tenha o melhor emprego e amelhor remuneração. A média sa-larial aumentou, o emprego aumen-tou, o índice de desemprego temdiminuído e eu acredito que vamosviver um ano muito importante. Seráum marco do Brasil no caminho docrescimento econômico e da gera-ção de emprego formal.

LDR: Embora o presidente Lula te-nha vetado a Emenda 3, o veto ain-da pode ser derrubado pelo Con-gresso. O governo já tem uma es-tratégia para tentar reverter a si-tuação caso isso ocorra?Luppi: Isso não ocorrerá. O go-

verno tem uma maioria muito con-sistente tanto no Senado quanto naCâmara. A Emenda 3 fere o precei-to constitucional, pois tira, por exem-plo, o poder do Ministério do Tra-balho de fiscalizar e passa todoesse processo para a Justiça do Tra-balho que já acumula muito servi-ço. Eu acredito que o veto do presi-dente da República será mantido.Depois nós abriremos negociaçõespara casos específicos.

LDR: Como está a situação da Me-dida Provisória que legaliza as cen-trais sindicais? E o que melhorapara as centrais?Luppi: Ela já está acordada nos

seus principais itens. Fizemos umacordo com todas as centrais noqual elas terão 10% dos recursosdos impostos sindicais. Antes ficava20% para o governo. Nós abrimosmão de 10% para manutenção ne-cessária das centrais sindicais. Logodepois da sua legalização, discuti-remos a questão do desconto deum dia de trabalho do trabalhador.

ral da União está analisando a suaconstitucionalidade, e depois vamosmarcar a data para o presidenteassinar.

LDR: A modernização da CLT podegerar mais empregos?Luppi: Não sei o que chamam de

modernização. Se modernizaçãosignifica perda de direitos do tra-balhador, eu não discuto. Eu discu-to atualização de algumas leis. Porexemplo, a questão do trabalho aosdomingos foi fruto de negociaçãoque os comerciários e os patrõesse sentiram contemplados. Outroexemplo: o trabalho das emprega-das domésticas foi uma legislaçãoespecífica. O que não pode aconte-cer é discutir a redução de direitosdo trabalhador. Se for para retirá-los, não contem com o ministro doTrabalho.

LDR: Como vai ser implementadaa Embaixada dos Trabalhadores?Luppi: Foi uma idéia que surgiu

na última reunião do Conselho deImigração. Há muitos brasileiros re-sidentes no exterior que são sub-metidos a situações constrange-doras e humilhantes. Nós quere-mos focar esse problema. O Mi-nistério do Trabalho tem que pro-teger os trabalhadores brasileirosem qualquer par te do mundo.Nossa idéia é criar um escritóriode representação. Vamos come-çar em Nova Iorque, pois lá te-mos grande número de brasilei-ros. Esse escritório terá a par ti-cipação dos empregadores e dostrabalhadores. Ele irá funcionarcomo um escritório de represen-tação que se chamará Embaixa-da dos Trabalhadores para aque-le que se sentir agredido ou hu-milhado em seus direitos tenhaum amparo legal, jurídico, estru-tural e até financeiro.

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O Sindicato completou seis décadas e meia de história construída em conjuntocom a categoria de telecomunicações. Sempre autêntico em suas atuações, o Sintetelpermanece com seu compromisso de defender a dignidade e o direito do trabalhador.

Conheça um pouco da nossa trajetória ao longo dos anos.

A Associação Profissionaldos Trabalhadores em EmpresasTelefônicas do Estado de São Paulofoi elevada à categoria de Sindicatona assembléia geral realizada em 19de março de 1941. No entanto, o re-conhecimento veio somente em 15de abril de 1942. O processo foi de-morado, pois existia outro sindicatoreconhecido no estado, o Sindicatodas Comunicações de São Paulo, querepresentava a categoria dos traba-lhadores em empresas telefônicas,mais tarde desmembrado em vá-rios outros sindicatos.

Em 65 anos de história, o Sintetel acu-mulou vitórias e conquistas importan-tes. Foi pioneiro em muitas, como oabono de natal quando não existia 13ºsalário, trinta dias de férias quandotodos os trabalhadores tinham ape-

65 ANOS EM DEFESA DO

nas vinte, e a redução da jornada dastelefonistas para seis horas diárias.Ainda hoje outras categorias lutampara alcançar os avanços que oSintetel já conquistou como a jorna-da de 40 horas semanais, vale-refei-ção e cesta básica.

O Sintetel é um sindicato for te,atuante e respeitado graças ao em-penho de gerações que dedicaramsuas vidas à construção desta histó-ria. Hoje, o associado conta commuitos benefícios: quatro colônias deférias, depar tamento jurídico,assistência médica aos aposentados,sete subsedes instaladas nas princi-pais cidades de São Paulo, impren-sa sindical e seguro de vida.

UM PATRIMÔNIO A SERVIÇODOS TRABALHADORES

Fotos: ARQUIVO SINTETEL

MARCO TIRELLI

HISTÓRIA

TRABALHADOR

Recentemente foi inaugurado o Cen-tro de Formação ProfissionalizanteSintetel, situado ao lado da sede emum antigo casarão totalmente res-taurado. Enfim, o nosso sindicato sepreocupa com o social, valoriza oesporte e a cultura do nosso povo,além de lutar incansavelmente paramelhorar a qualidade de vida deseus representados.

A base terA base terA base terA base terA base territorial doritorial doritorial doritorial doritorial doSintetel aSintetel aSintetel aSintetel aSintetel abrbrbrbrbrangangangangange todoe todoe todoe todoe todoo estado de Sãoo estado de Sãoo estado de Sãoo estado de Sãoo estado de SãoPPPPPauloauloauloauloaulo,,,,, r r r r reeeeeprprprprpresentandoesentandoesentandoesentandoesentandoquase 130 milquase 130 milquase 130 milquase 130 milquase 130 miltrtrtrtrtraaaaabalhadorbalhadorbalhadorbalhadorbalhadores does does does does dosetor desetor desetor desetor desetor detelecomunicações.telecomunicações.telecomunicações.telecomunicações.telecomunicações.

Assembléia de 1960, em São Paulo. Na foto,telefonistas da antiga CTB (Companhia TelefônicaBrasileira). O Sintetel conquista a redução da jornadade trabalho de oito para seis horas diárias

Assembléia da greve de 1985 na Rua Sete de Abril,em São Paulo. Milhares de trabalhadoresconcentram-se para deliberar a adesão aomovimento

19601960196019601960 19851985198519851985

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CIALHISTÓRIA

Ato pela Qualidade Real dos Salários em frente à sededa Telesp, em 1996. Mais de 5 mil trabalhadoresexibiram seus holerites na Rua Martiniano de Carvalhoem forma de protesto contra os baixos salários

GERALDO DE VILHENA CARDOSO,

Foi em sua gestão que a categoriaconquistou a jornada de 40 horas se-manais. "O Brasil saia da ditadura eentrava para a democracia. Os direto-res e trabalhadores assumiram a lutajunto comigo", lembra. Duas questõesimpor tantes na sua gestão foram:melhorias nas condições de trabalhoe salário. "As reposições dos planoseconômicos Bresser, Verão e Collorforam efetuadas naquele período, masa maior conquista foi mobilizar a cate-goria", completa. Também neste man-dato o Sindicato foi informatizado edescentralizado, com a criação de no-vas subsedes regionais.

Segundo ele, o movimento sindicalno Brasil e no mundo não se prepa-rou para a globalização. "Se pudes-se voltar no tempo, investiria maisem capacitação de quadros sindi-cais", completa.

OSVALDO ROSSATO, ALMIR MUNHOZ,Presidente de 1987 a 1997 atual presidente do Sintetel

Entre outras conquistas, foi duran-te sua gestão que o Sintetel assi-nou a 1ª Convenção Coletiva no se-tor de telecomunicações e aimplementação do Plano de Clas-sificação de Salários na Telefônica."A história mostra que durante 65anos temos realizado um trabalhosério de conscientização que nosleva à mobilização espontânea e per-manente. Antes representávamos 30mil trabalhadores e hoje são quase130 mil. Temos muito a comemo-rar. Os resultados positivos estão aíregistrados ao longo da história. Fo-mos o único sindicato do setor acrescer após a privatização", avaliaAlmir Munhoz.

Hoje o Sintetel é o maior sindicatoem telecomunicações da América La-tina. "Nosso trabalho é reconhecidomundialmente", completa.

Presidente de 1981 a 1987

Passeata durante a greve por reposição salarial naTelesp, em 1990. Telefônicos fecham a Rua Sete deAbril no centro de São Paulo. População recebecomunicado esclarecendo sobre a paralisação

19901990199019901990 19961996199619961996

"Era o final da ditadura e a atua-ção dos sindicatos se restringia aoassistencialismo. Vivíamos a tran-sição para a democracia e a de-manda do trabalhador estava re-primida desde 1968. Começavamas manifestações dos trabalhado-res no ABC. Quando assumi a pre-sidência do Sintetel, renovamos60% da diretoria, o que facilitou atransição", conta.

“Em 1985 organizamos a primei-ra greve geral dos telefônicos noBrasil. Foi um período de resistên-cia, pois o regime ainda vigorava.Dentre as principais conquistasestá o aumento da gratificação deférias, elevação dos benefícios eadicional de periculosidade paracabistas e auxiliares de rede".Nesta gestão foi criado o embriãodas subsedes.

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EDES CIDADE DAS ANDORINHAS

A FORÇA DE CAMPINAS

AMANDA SANTORO

Universidades, indústrias, tecnologia e comércio intenso. Inserida nesse panorama,a subsede de Campinas atende cerca de 20 mil trabalhadores e abrange municípios

importantes do estado como Jundiaí, Piracicaba e Sorocaba.

E sta é aprimeira de umasérie de reporta-gens sobre assubsedes doSintetel e as res-pectivas cidadesonde estão insta-ladas. Por ordemde sor teio, Cam-pinas larga nafrente. Conheçaas demais regio-nais nas edições seguintes.

A primeira subsede de Campinas foiinaugurada em 1986. Instalada nocentro da cidade, funcionou no local

por quinze anos.Em outubro de2001, a regionaldo Sindicato mu-dou de casa: foipara a Rua Antô-nio Álvares Lobo,onde se encontraaté hoje.

A filial do Sindica-to atende cerca de70 municípios, in-

cluindo as cidades que integram a re-gião metropolitana de Campinas. A re-gional também abrange Piracicaba,Rio Claro, Jundiaí, São João da BoaVista, Bragança, Atibaia e Sorocaba.

O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações de Campinas (CPqD) é o maior pólo de pesquisada América Latina e um dos maiores do mundo.

A região metropolitana de Campinas apresenta3,2 milhões de habitantes, ou seja, 6,75% da

população do estado de São Paulo.

Quem é o responsávelpela subsede?

Welton Joséde Araújo édiretor regio-nal de Campi-nas desde2001. De 84 a92 foi ativista e delegado sindical.Nos dois anos seguintes foi su-plente do Conselho Fiscal. No anode 94, assumiu a posição de di-retor regional adjunto e instrutorde formação do Sintetel. De 97 a2001 foi secretário de formaçãodo Sindicato e, no mesmo ano, foieleito diretor da regional.

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EDESCIDADE DAS ANDORINHAS

“Campinas, assim como o ABC paulista, é um“Campinas, assim como o ABC paulista, é um“Campinas, assim como o ABC paulista, é um“Campinas, assim como o ABC paulista, é um“Campinas, assim como o ABC paulista, é umpólo industrial. É por isso que a atuaçãopólo industrial. É por isso que a atuaçãopólo industrial. É por isso que a atuaçãopólo industrial. É por isso que a atuaçãopólo industrial. É por isso que a atuaçãopolítica e sindical na rpolítica e sindical na rpolítica e sindical na rpolítica e sindical na rpolítica e sindical na reeeeegião é bastante fgião é bastante fgião é bastante fgião é bastante fgião é bastante fororororor te”,te”,te”,te”,te”,afafafafafiririririrmmmmmaaaaa WWWWWelton Jelton Jelton Jelton Jelton José de osé de osé de osé de osé de ArArArArAraújoaújoaújoaújoaújo,,,,, dir dir dir dir diretor retor retor retor retor reeeeegionalgionalgionalgionalgionaldo Sindicado Sindicado Sindicado Sindicado Sindicatototototo.....

Localizada a noroeste de São Pau-lo, Campinas está a apenas 90 qui-lômetros da capital. Possui cerca de800 km² e pouco mais de um mi-lhão de habitantes. Atualmente,abriga um terço da produção indus-trial do estado. Juntamente com SãoPaulo, Jundiaí e Sorocaba, a cidadeintegra a maior economia da Amé-rica Latina. Ela produz, inclusive,cerca de 10% do PIB brasileiro,igualando-se ao percentual do Chi-le. Na área, destacam-se empresasde alta tecnologia como a Dell eIBM, além do comércio variado.

A Atento é uma das empresas maisrepresentativas da região. Ela emprega

cerca de 2.000 trabalhadores.

O número de empresas de telecomuni-cações instaladas na área, especialmen-te telecentros, é expressivo. Atento, ACS,Claro e Dedic/Mobitel são alguns exem-plos. "Há cerca de três anos os telecentrosprocuram a região. Isso porque - com apresença das faculdades - existem mui-tos estudantes dispostos a trabalhar eintegrar a mão-de-obra da categoria. Sãojovens que se sustentam para estudarou complementam a renda familiar",completa o diretor regional Welton.

Campinas ainda abriga o maior cen-tro de pesquisa da América Latina. OCPqD (Centro de Pesquisa e Desen-volvimento) é um dos maiores pólosde telecomunicações e tecnologia dainformação do mundo. A fundação -

sem fins lucrativos - desenvolve pes-quisas que dão suporte a diversossetores da sociedade.

A educação também é um dos pontosfortes da região. Diversas universida-des e escolas técnicas encontram-se nacidade. Unicamp, PUC-Campinas e IBTA(Instituto Brasileiro de Tecnologia Avan-çada) são alguns exemplos. O Centrode Educação Profissional de Campinas"Prefeito Antonio da Costa Santos"(Ceprocamp) é a primeira escola públi-ca da cidade a oferecer gratuitamenteeducação profissional, visando diminuiras desigualdades sociais. Segundo ocenso 2000 do IBGE (Instituto Brasileirode Geografia e Estatística), 95% doscampineiros são alfabetizados. O índicebrasileiro fica na casa dos 70%.

Campinas também será uma das pri-meiras cidades a se favorecer como PAC (Programa de Aceleração doCrescimento). Recentemente, no fi-nal de junho, 14 municípios da re-gião foram autorizados a receber in-vestimentos diretos. Para Campinasserão destinados R$ 147 milhões. "OPAC dinamizará a infra-estrutura daregião, diminuindo o abismo entregrandes estruturas de desenvolvi-

mento cercadas por bolsões de mi-séria", afirmou Sérgio Benassi, ve-reador da cidade e líder do governona câmara de vereadores.

Quem visitar a cidade não pode deixarde conhecer o Parque Portugal Lagoado Taquaral, um ambiente agradávelque proporciona um estreito contatocom a natureza, e o Shopping ParqueDom Pedro, maior instalação cobertado segmento na América Latina.

A Unicamp é uma das principais universidadesdo Brasil. A instituição concentra 15% de

toda produção científica brasileira e cerca de10% da pós-graduação nacional.

Subsede Campinas

Atendimento: das 8h30 às 17h30Endereço: Rua Dr. Álvares Lobo, 172 -Botafogo - Telefone: (19) 3236-1080Email: [email protected] regional abrange:• 74 municípios • 43 empresas• 20 mil trabalhadores

O Parque Portugal Lagoa do Taquaralpossui diversos atrativos, além de abrigar aCaravela Anunciação, réplica exata daquelaque trouxe Pedro Álvares Cabral ao Brasil.

12 Linha Direta | Agosto 2007

NONONO

NO NOTÍ

CIAS

TÍCI

ASTÍ

CIAS

TÍCI

ASTÍ

CIAS ACONTECEU

RAPPIN HOOD -Cantor de rap

durante aVirada Cultural

VII Encontro dosVII Encontro dosVII Encontro dosVII Encontro dosVII Encontro dosaposentadosaposentadosaposentadosaposentadosaposentadosSeguindo a tradição, o Sintetelpromoveu no final de 2006 o VIIEncontro dos Aposentados emCaraguatatuba. A programa-ção, voltada para o entreteni-mento da 3ª idade, incluiupasseios, campeonatos, pa-lestra sobre auto-estima e umanimado bai le de encer ra-mento. O Encontro contou coma par ticipação de cerca de200 pessoas.

Já está em vigor o Anexo II da Norma Regulamentadora17. O Sintetel saiu na frente e lançou o Manual do Tra-balhador em Teleatendimento/Telemarketing, que temcomo objetivo informar e conscientizar os trabalhadoresa respeito de vários itens do Anexo II, como o estabeleci-mento de pausas durante a jornada diária. O Anexo II daNR 17 é uma lei que estabelece parâmetros mínimos parao trabalho em atividades de teleatendimento. O documentoregulamenta as pausas, as condições ambientais de tra-balho, os equipamentos, a capacitação dos trabalhadores, as condições sani-tárias, o mobiliário do posto de trabalho, entre outros.

No mês de maio o acordo coletivo2007/2008 foi aprovado pelos tra-balhadores em todo o estado de SãoPaulo. Vale lembrar que os traba-lhadores recusaram duas propos-tas anteriores e decidiram pelagreve, mas as empresas apresen-taram a proposta final antes daparalisação. O grupo das presta-doras da Telefônica é formado poronze empresas. São 28 mil tra-balhadores com data-base em 1ºde abril.

ManManManManManual parual parual parual parual para telecentra telecentra telecentra telecentra telecentrososososos

Em fevereiro, após assumir a pre-sidência da Telefônica no Brasil,Antônio Carlos Valente, que atéentão comandava a companhia noPeru, visitou a sede do Sindicatoem São Paulo. Foi a primeira vezque um presidente da empresavisitou o Sintetel, o que demons-tra respeito pela entidade. Na foto,Valente da Telefônica e AlmirMunhoz, presidente do Sintetel.

Sindicato eSindicato eSindicato eSindicato eSindicato eTTTTTelefônicaelefônicaelefônicaelefônicaelefônica

Acordo ColetivoAcordo ColetivoAcordo ColetivoAcordo ColetivoAcordo Coletivonas prnas prnas prnas prnas prestadorestadorestadorestadorestadorasasasasas

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

SUMIKO OKI SHIMONO -Consultora da Divisão de

Responsabilidade Social Gelre

Se hoje falamos dedeficiência, amanhã

abordaremosafro-descendentes,

questões de idade oude gênero. O cerne da

discussão é ainclusão”

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

É importanterepresentar o hip hop,

tocar pro povo degraça. É um projeto

que deve ter vidalonga.

Linha Direta | Agosto 2007 13

NONONO

NO NOTÍ

CIAS

TÍCI

ASTÍ

CIAS

TÍCI

ASTÍ

CIASACONTECEU

Paulinho toma possePaulinho toma possePaulinho toma possePaulinho toma possePaulinho toma posseUma comissão de dirigentes do Sintetelpar ticipou da cerimônia de posse dodeputado federal Paulinho da Força, emBrasília, no dia 1º de fevereiro. O pre-sidente da Força Sindical foi o sextocandidato mais votado em São Paulocom a soma de 287.443 votos.

CARLOS LUPPI - Ministro doTrabalho e Emprego no 1º de

Maio da Força Sindical

RENNER - Cantor da dupla serta-neja Rick e Renner

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Que reivindicação,que nada! Ministro

não faz reivindicação.Ministro quermobilização.”

O dia dotrabalhador é todo

dia. No Brasil,trabalhar e vencer

na vida é matar umleão a cada dia.”“

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

MARGARIDA BARRETO - Médica dotrabalho e pesquisadora do

Núcleo de Estudos Psicossociaisde Exclusão e Inclusão Social

(Nexin-PUC/São Paulo)

O preconceito estárelacionado com anossa cultura. A

gente ainda vive dealguma forma naCasa Grande e

Senzala.”

Os empresáriostêm que abrir mais acabeça. Ao invés deficar num discursoprogressista, fazercom que de fato oprogresso exista.”

FFFFFesta da telefesta da telefesta da telefesta da telefesta da telefonistaonistaonistaonistaonistaNo começo de julho foi comemora-do, no salão do Sindicato, o Dia daTelefonista. Ao som de música aovivo, os participantes se divertiramna festa junina. Durante o eventohouve sorteio de diversos prêmios,entre eles estadia na colônia deférias do Sintetel. Os aposentadosacreditam que essa é uma oportuni-dade para rever as antigas amizadese relembrar os velhos tempos.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

”“Temos níveis de educação e problemas de

segurança que infelizmente não sãoobservados no primeiro mundo. No entanto,

temos redes de telecomunicações comcaracterísticas muitos similares.

ANTÔNIO CARLOS VALENTE -Presidente da Telefônica

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

14 Linha Direta | Agosto 2007

DANIELLE BORGES E AMANDA SANTORO

Gente famosa, muita música, sorteios e reivindicações marcaram o 1º de maioda Força Sindical. Até o final da festa, passou pela Praça Campo de Bagatelle, zona

norte de São Paulo, cerca de 1,3 milhão de pessoas.

COM

EMOR

AÇÃO

COM

EMOR

AÇÃO

COM

EMOR

AÇÃO

COM

EMOR

AÇÃO

COM

EMOR

AÇÃO

N a comemoração do DiaMundial do Trabalho deste ano, apreocupação foi com a preservaçãodo meio ambiente. Paulo Pereirada Silva, presidente da Força Sin-dical e deputado federal (PDT), jus-tificou a escolha do tema Os tra-

balhadores em defesa do planeta.Segundo ele, “não adianta as pes-soas cobrarem somente do gover-no, é preciso que cada cidadão dêsua contribuição”. Paulinho garantiuainda que não basta aumentar o sa-lário, estabilizar o emprego e, emcontrapartida, deixar o planeta mor-rer. “A escolha deste tema foi exa-

1 MILHÃOPLANETADO

1º DE MAIO

Não fNão fNão fNão fNão forororororam computadas ocoram computadas ocoram computadas ocoram computadas ocoram computadas ocorrências de violência,rências de violência,rências de violência,rências de violência,rências de violência, um f um f um f um f um faaaaato memorávto memorávto memorávto memorávto memorávelelelelelparparparparpara um acontecimento desta maa um acontecimento desta maa um acontecimento desta maa um acontecimento desta maa um acontecimento desta magnitudegnitudegnitudegnitudegnitude.....

EM DEFESA

Dep. Frank Aguiar recebe muda de árvoredo Dep. Paulinho

tamente para fazer as pessoas pen-sarem”, afirmou. Na ocasião, foramdistribuídas cerca de 20 mil mudasde árvores.Perguntado se o caráter político doevento mudou com o tempo e hojenão passa de uma festa com showse sor teios para atrair pessoas,Paulinho argumentou que “antiga-mente juntava-se uma militância

de cem ou duzentas pessoas queficava trancada numa sala falando

mal do governo e empresários”.Segundo ele, há nove anos esta é afórmula que deu cer to em todo oBrasil e chama a atenção, inclusi-ve, de delegações internacionais.Disse ainda que os shows e sortei-os são apenas uma maneira deatrair as pessoas para aquilo que énecessário. “A gente faz festa, mastambém cobra que os governantes

levem a sério seu compromissocom o trabalhador”, concluiu.

Linha Direta | Agosto 2007 15

COM

EMOR

AÇÃO

COM

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AÇÃO

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Também participou do evento o mi-nistro do Trabalho e Emprego,Carlos Luppi, que disse apoiar a or-ganização do trabalhador em sin-dicatos. “Eu quero mobilização,pois entendo que a sociedade mo-derna exige que os trabalhadoresse organizem e se filiem a sindica-tos para garantir seus direitos”,completou.

Também marcaram presença na fes-ta o prefeito de São Paulo, GilbertoKassab, o presidente da Câmara dos

Deputados, Arlindo Chinaglia (PT), e odeputado federal Aldo Rebelo (PC doB). Durante seu discurso, o senadorCristovam Buarque (PDT) sugeriu ummomento de reflexão para a socie-dade. “Hoje, aqui, vou propor umagreve geral de uma hora para queos trabalhadores possam pensar: oque eu posso fazer para melhorarmeu país?”, indagou.

Além de discursos e reivindicações,o dia também foi de festa. Desdecedo, vários cantores e grupos depagode passaram pelo palco daForça Sindical. Foram cerca de 40shows programados. Entre eles,Harmonia do Samba, Frank Aguiar,Daniel, Exaltasamba, Guilherme eSantiago, Tânia Mara, Fabio Jr.,Rionegro e Solimões e Zezé DiCamargo e Luciano.

“Estou trabalhando com vonta-de neste 1º de maio, pois estou

brigando pela conser vação dosdireitos adquiridos e causas jus-tas do tr abalhador brasi le iro.Também estamos lutando poraquilo que achamos necessáriopara o País, como reforma tra-balhista e tr ibutária”, af irmouFrank Aguiar, cantor que se ele-geu deputado federal (PTB) naúltima eleição.

Além das aAlém das aAlém das aAlém das aAlém das atrtrtrtrtrações mações mações mações mações musicaisusicaisusicaisusicaisusicais,,,,, os os os os osprêmios sorprêmios sorprêmios sorprêmios sorprêmios sor teados tambémteados tambémteados tambémteados tambémteados tambémaaaaa t rt rt rt rt r a í ra í ra í ra í ra í r am o púbam o púbam o púbam o púbam o púb l i col i col i col i col i co..... Es te ano Es te ano Es te ano Es te ano Es te anofffff o rorororor am c inco aam c inco aam c inco aam c inco aam c inco a parparparparpar tamentos etamentos etamentos etamentos etamentos edez automóveis .dez automóveis .dez automóveis .dez automóveis .dez automóveis .

A Força Sindical distribuiu cer-ca de 6 milhões de cupons,sor teados por membros desindicatos representativos,como o Sintetel. GenivaldoBarrichello, diretor responsá-vel pela subsede de Santos,sor teou um apar tamento novalor de R$ 50 mil.

Enquanto isso, no telão foi exi-bida uma mensagem de AlmirMunhoz, presidente do Sindi-

cato: “É nossa responsabilida-de fazer com que os dirigen-tes de todo o mundo cumpramseu papel de proporcionar umfuturo mais justo e com maiscondições para vivermos empaz com nossas famílias”, afir-mou ao se referir ao temaprincipal da festa.

1º DE MAIO

Prefeito Gilberto Kassab, ministro Carlos Luppi e presidente do Sintetel, Almir Munhoz, no telão

Cantor Daniel, o povo e o senador Cristovam Buarque

16 Linha Direta | Agosto 2007

CAP

CAP

CAP

CAP

CAP AAAA A

Ao final de duas horas e meia, Gilson adentra a aldeia indígena Krukutu parafazer reparos na rede telefônica. Situada em Parelheiros, extremo sul do municípiode São Paulo, a comunidade guarani possui dois telefones públicos e três linhas

privativas para acesso à internet banda larga.

Após duas horas de traje-to, passando pelo caótico trânsitoda cidade de São Paulo no horáriode pico, Gilson chega a umaesburacada estradinha de terra queparece ligar nada a lugar nenhum.Gilson Carvalho Silva (39) trabalhahá oito anos no setor de teleco-municações e nos últimos dezoitomeses é IRLA (Instalador Repara-dor de Linhas e Aparelhos) da

Relacom, empresa prestadora deserviços à Telefônica.

Mais meia hora e ele chega ao des-tino. A estrada, deserta e sem as-falto, tem sua paisagem estáticaperturbada somente pelo carro doIRLA. Para atender a região toda,apenas um técnico: Gilson. É tam-bém um único armário de recep-ção de linhas telefônicas que ga-

rante a comunicação num raio deoito quilômetros, onde está a divisada capital com Itanhaém.

AMANDA SANTORO E DANIELLE BORGES

GLOBALIZAÇÃO

Gilson Carvalho da Silva zela pelacomunicação na aldeia indígena Krukutu

TELEFONIA PARA OSÍNDIOS

Linha Direta | Agosto 2007 17

CAP

CAP

CAP

CAP

CAP AAAA A

Como sempre trabalhou nas ime-diações, o IRLA é reconhecido nasruas e quando o assunto é telefo-nia, desde pedidos de novas linhasa conser tos na rede e aparelha-gem, os moradores o procuram.

Cerca de 210 índios guaranis – oequivalente a 42 famílias – vivem naaldeia Krukutu de Barragem. Na co-munidade, a maioria da populaçãoé formada por crianças. Com umaárea de 25,8 hectares, que incluemterras banhadas pela represa Billingse lago para criação de peixes, a ter-ra não é fértil para o plantio. “Aquisó dá banana”, afirmou o tesourei-ro da Associação Guarani José Karai,33 anos, que também é membro dacomunidade indígena.

GLOBALIZAÇÃO

A COMUNIDADE INDÍGENA

Indígenas moram em casas de madeira, mas prefeitura pretende construir moradias dealvenaria devido ao alto índice de pneumonia.

O Ceci, obra

concluída pela

prefeitura em 2004, é

responsável pela

educação de crianças

de 0 a 6 anos.

No centro

educacional as

crianças aprendem

a cultura indígena,

mas também têm

acesso à tecnologia.José Karai, membro da comunidade indígena

e tesoureiro da Associação Guarani

Os Krukutus contam ainda com duasescolas (uma estadual e outra mu-nicipal) e posto de saúde próprio,que é mantido pelo Hospital Geralde Pedreira e recebe voluntáriosresponsáveis pela saúde da comu-nidade. É lá, inclusive, que está ins-talado um dos dois orelhões da al-deia. Edna Ferreira, coordenadorageral do Ceci (Centro de Educaçãoe Cultura Indígena), reivindica ou-tro telefone na escola. Ela tambémreclama que, devido à má qualida-

AAAAApesar de prpesar de prpesar de prpesar de prpesar de preseresereseresereser vvvvvar trar trar trar trar tradições ancestradições ancestradições ancestradições ancestradições ancestraisaisaisaisaiscomo a língua,como a língua,como a língua,como a língua,como a língua, dança e culto r dança e culto r dança e culto r dança e culto r dança e culto religiosoeligiosoeligiosoeligiosoeligioso,,,,, os os os os osguarguarguarguarguaranis da aldeia Kranis da aldeia Kranis da aldeia Kranis da aldeia Kranis da aldeia Krukutu mostrukutu mostrukutu mostrukutu mostrukutu mostram sinaisam sinaisam sinaisam sinaisam sinaisineineineineinevitávvitávvitávvitávvitáveis da geis da geis da geis da geis da globalizaçãolobalizaçãolobalizaçãolobalizaçãolobalização.....

20 Linha Direta | Agosto 2007

de da instalação, a conexão deinternet é extremamente instável.A comunidade sustenta-se com ver-bas da prefeitura, venda de artesana-to e realização de excursões pela al-deia. Para investir na auto-suficiência,uma pequena casa de alvenaria, quefuncionará como loja de exibição e ven-da de artesanato, está em constru-ção. Já as excursões, voltadas ao pú-blico estudantil, são pré-agendadas echegam a até três vezes por semana.Indígenas utilizam celulares e e-mails,como também possuem objetos típi-cos do mundo moderno (uma televi-são 29 polegadas de tela plana, por

CAP

CAP

CAP

CAP

CAP AAAA A GLOBALIZAÇÃO

A rede telefônica éA rede telefônica éA rede telefônica éA rede telefônica éA rede telefônica écrítica, apresentacrítica, apresentacrítica, apresentacrítica, apresentacrítica, apresentacabos com defeitocabos com defeitocabos com defeitocabos com defeitocabos com defeitoe descarga elétricae descarga elétricae descarga elétricae descarga elétricae descarga elétricana fna fna fna fna fiaçãoiaçãoiaçãoiaçãoiação..... Não há Não há Não há Não há Não háinvestimento nainvestimento nainvestimento nainvestimento nainvestimento natelefonia socialtelefonia socialtelefonia socialtelefonia socialtelefonia socialcomo havia antescomo havia antescomo havia antescomo havia antescomo havia antesda privatização doda privatização doda privatização doda privatização doda privatização dosetorsetorsetorsetorsetor.....

Além disso, o fato de apenas um ar-mário de recepção de linhas telefôni-cas ser o responsável pela comuni-cação da aldeia complica a situação.Isso porque já foi constatado que osistema não é eficiente no Brasil comono Oriente Médio, onde acontece umbom desempenho graças às condi-ções climáticas e circunstanciais.No Brasil, o uso do armário aumentao IFI (Índice de Falha de Instalação) eIRR (Índice de Reparo Repetitivo). “Asfalhas do equipamento aumentam aincidência de problemas na rede. Istoprejudica qualquer prestadora que for-neça serviço à Telefônica [como aRelacom], pois o serviço fica debilita-do”, completou Gilson.

Gilson Carvalho explica como funciona oarmário de recepção de linhas telefônicas

PARELHEIROS:VOCÊ CONHECE?

Localizado no extremo sul de São Paulo,Parelheiros é um distrito rural extenso epouco povoado. São 353 km² que represen-tam 24% do território paulistano. A regiãoparece um mundo particular dentro da maior cidade brasileira.

É também na região que vivem duas aldeias guaranis: Krukutu e Morroda Saudade. Além dos indígenas, a população local é composta porpessoas que possuem o menor poder aquisitivo do município.

A área – protegida por leis ambientais – abriga uma reserva de proteçãoaos mananciais e espécies da Mata Atlântica. Parte das represas Guarapirangae Billings também participam da bacia hidrográfica de Parelheiros. Apesardisso, a região configura uma urbanização desordenada e intensa que ten-de a crescer se o Rodoanel for efetivamente implantado na área.

* A região de Parelheiros origi-nariamente foi habitada por índi-os tupis e mais tarde recepcionoua primeira imigração alemã noBrasil no início do século XIX.

* A região é praticamente des-conexa do centro da cidade, de-vido à escassez de vias e trans-porte público.

* O nome da aldeia Krukutu éde origem tupi-guarani,onomatopéico, que reproduz ocanto da coruja, habitante na-tural da região.

VOCÊ SABIA?VOCÊ SABIA?exemplo). O próximo passo é migrardas casas de madeira – onde vivematualmente – para residências de al-venaria. Um dos principais motivos paraa transição é o alto índice de pneumo-nia que preocupa a comunidade.

A TECNOLOGIA

Dois orelhões, internet banda larga esistema multimídia. Mesmo com a evi-dente chegada das telecomunicaçõesna aldeia, um problema é enfrentadodiariamente: a falta de recursos.“A maior dificuldade é a precarie-dade das instalações. Além disso,enfrentamos o obstáculo da distân-cia. Aqui é muito longe”, ressaltouo IRLA Gilson Carvalho. Para chegarao ponto de ônibus mais próximo épreciso andar 45 minutos.

Linha Direta | Agosto 2007 21

Soldados que participaram do curso de formação parainstalador, reparador de linhas e aparelhos (IRLA).

AVIDEZ EM

EMPR

ESA

EMPR

ESA

EMPR

ESA

EMPR

ESA

EMPR

ESAINFORME

A Estação Engenharia alinha ações transformadoras, de caráter transparente esustentável, para assim atender diversos setores da sociedade. Com intuito de me-lhorar a qualidade de vida em locais onde a empresa está presente, a Estação apóia

projetos como a capacitação de jovens.

DANIELE RIGHI

Através de investimentos quevisam grandes objetivos demédio e longo prazo, a empresa bus-ca parcerias voltadas especialmentepara atender seu corpo de colabora-dores. Uma delas foi com o Sintetel eo Instituto Monitor, na qual funcioná-rios da empresa poderão realizar cur-sos técnicos em eletrônica, reconhe-cidos por respeitáveis entidades.

“Temos um compromisso sério, in-trínseco na ética profissional da em-presa, que possui uma postura res-ponsável em suas atuações”, declarao diretor superintendente da EstaçãoEngenharia Mamede Z. Suleiman.

Projeto como Soldado Cidadão, desen-volvido pelo FunCEB (Fundação Cul-

tural Exército Brasileiro) e o IPPP (Ins-tituto de Professores Públicos e Pri-vados), tornam-se importantes par-ceiros na inserção de militares tem-porários ou que não possuem es-tabilidade no mercado de trabalho.

Foi aplicado aos participantes desteprojeto um curso profissionalizantepara a formação de instaladores. Otreinamento teve total apoio da Esta-ção Engenharia, que contribuiu commateriais e ferramentas necessárias.Em breve estes alunos se tornarão

instaladores da empresa.

Outra parceria foi como JEPOM (Jovens emExercício do Programade Orientação Munici-

pal), projeto que possuio objetivo de capacitar

e promover a inclusãode jovens na socieda-de. Criado através daPrefeitura Municipalde São Vicente, inse-

riu mais de 5 mil jovens vicentinosna faixa de 18 anos de ambos ossexos no mercado de trabalho. Osjovens realizam cursos deinformática, excelência em atendi-mento e recebem bolsa-auxílio. Aempresa contratou em 2006 cercade 40 destes jovens.

PARCERIAS

Um pouco de sua história

“T“T“T“T“Temos um compremos um compremos um compremos um compremos um compromisso sérioomisso sérioomisso sérioomisso sérioomisso sério,,,,, intrínseco na intrínseco na intrínseco na intrínseco na intrínseco naética profissional da empresa, que possuiética profissional da empresa, que possuiética profissional da empresa, que possuiética profissional da empresa, que possuiética profissional da empresa, que possuiuma posturuma posturuma posturuma posturuma postura ra ra ra ra responsávesponsávesponsávesponsávesponsável em suasel em suasel em suasel em suasel em suasatuações”, diz o diretor superintendente daatuações”, diz o diretor superintendente daatuações”, diz o diretor superintendente daatuações”, diz o diretor superintendente daatuações”, diz o diretor superintendente daEstação Engenharia Mamede Z. Suleiman.Estação Engenharia Mamede Z. Suleiman.Estação Engenharia Mamede Z. Suleiman.Estação Engenharia Mamede Z. Suleiman.Estação Engenharia Mamede Z. Suleiman.

Cláu

dio

Corc

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A Estação Engenharia é formadapor um grupo de empresas coli-gadas com mais de 30 anos deexperiência na área de telecomu-nicações. Suas atividades iniciaramem 1º de setembro de 2003. Hojeé responsável pelo atendimento de144 municípios, 2.418.188 telefo-nes e conta com 3.492 colabora-dores. Atua em importantes áre-as do estado de São Paulo. Entreelas, está a cidade de Campinas,uma destacável região econômi-ca que possui uma renda percapita de U$ 6.200/ano, maior doque a de São Paulo (U$ 5.100) e ada média nacional (U$ 2.570).

22 Linha Direta | Agosto 2007

APOS

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APOS

ENT

APOS

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APOS

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ADOS

ADOS

ADOS MINHA HISTÓRIA

VIDA DE

AMANDA SANTORO

Em 29 de junho foi comemorado o Dia da Telefonista. O Sindicato orgulha-se porrepresentar essas profissionais tão importantes e é com igual satisfação que ainda hojesomos chamados de “Sindicato dos Telefônicos”. Para homenagear essas trabalhado-

ras contamos a história de Minerva Piovesan Munarolo, telefonista aposentada.

Em 14 de janeiro de 1957 co-mecei a trabalhar na Estação 31 daCTB (Companhia Telefônica do Bra-sil). Foi meu primeiro emprego comcarteira assinada. Não tinha boa cali-grafia, por isso fui para lá, pois o ser-viço não fazia essa exigência.

Casei-me em janeiro de 1962. Naque-la época, diziam que as telefonistasnunca se casariam, pois trabalháva-mos em regime de rodízio (manhã,tarde e noite), além dos sábados, do-mingos e feriados.

Graças ao Sindicato tive minha lua-de-mel, pois não tinha lugar para ir. A colô-nia de Caraguatatuba estava lotada.Chorando, pedi uma vaga, pois não ha-via tempo e dinheiro para procurar ou-tro lugar. Um dos diretores do Sintetelescreveu um bilhete para o coordena-dor da Colônia e consegui um quarto.Foi o lugar mais lindo que fui até hoje.

Não tive filhos. Fiz tratamento, mas nãodeu resultado. Certo dia, no ano de1965, a encarregada da minha seçãodisse: 'Você gostaria de um bebê quea mãe não pode criar?'. Disse 'não'.Passaram-se 15 meses e ela fez no-vamente a pergunta. Dessa vez res-pondi 'sim'.

Fui buscar a criança dias depois eminhas colegas da Telesp vibraram.Minha chefe ajudou com os papéisda adoção, pois conhecia o juiz demenores - que era nosso assinan-te. Em nove meses, consegui a guar-da do menino.

TELEFONISTA

Em 1970, fui transferida para a RuaSete de Abril. O serviço era totalmentediferente e o local muito grande. Nãohavia amizade e tínhamos muito tra-balho. O bom é que fiquei perto doSintetel e sempre participava das reu-niões. Agradeço a Geraldo Vilhena,[presidente do Sindicato na época]que tanto fez pelas telefonistas.

Saí da Telesp em março de 1985 emeu filho começou lá em fevereiro domesmo ano. Até hoje, ele diz que foi omelhor lugar no qual trabalhou. Agra-deço a Deus ter sido telefonista e aoSintetel que até hoje me ajuda".

Concurso paraRainha Serrano

de 1957. Ovestido foi

confeccionadopelas

companheirasde trabalho.

Formatura do 1º curso de corte e costuradestinado às telefonistas. No destaque,

Minerva Piovesan Munarolo.

Em visita ao Sintetel, a ex-telefonistarelembra os velhos tempos.

Fui bem rFui bem rFui bem rFui bem rFui bem receeceeceeceecebida – minhas colebida – minhas colebida – minhas colebida – minhas colebida – minhas colegggggas demonstras demonstras demonstras demonstras demonstraaaaavvvvvamamamamamamizade e respeito – até que venci as dificuldadesamizade e respeito – até que venci as dificuldadesamizade e respeito – até que venci as dificuldadesamizade e respeito – até que venci as dificuldadesamizade e respeito – até que venci as dificuldadese aprendi minhas tarefas. Aproveitei tudo que ae aprendi minhas tarefas. Aproveitei tudo que ae aprendi minhas tarefas. Aproveitei tudo que ae aprendi minhas tarefas. Aproveitei tudo que ae aprendi minhas tarefas. Aproveitei tudo que aTTTTTelesp ofelesp ofelesp ofelesp ofelesp oferererererecia:ecia:ecia:ecia:ecia: cor cor cor cor cor te e costurte e costurte e costurte e costurte e costura,a,a,a,a, desf desf desf desf desfile de modasile de modasile de modasile de modasile de modas,,,,,confrconfrconfrconfrconfraaaaaterterterterternizaçõesnizaçõesnizaçõesnizaçõesnizações,,,,, via via via via viagggggens parens parens parens parens para o litora o litora o litora o litora o litoral,al,al,al,al, entr entr entr entr entreeeeeoutroutroutroutroutras coisasas coisasas coisasas coisasas coisas..... F F F F Forororororam anos maram anos maram anos maram anos maram anos maraaaaavilhososvilhososvilhososvilhososvilhosos.....

Linha Direta | Agosto 2007 23

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DOS

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ADOSLONGEVIDADE

VIDA LONGA PARA O BRASIL

MARCO TIRELLI

Desde os anos 60, a maioria dos idosos vive em países subdesenvolvidos. Projeçõesmostram que a faixa etária crescerá mais em países do terceiro mundo que nos demais.

A catástrofe ocorrida na ClínicaSanta Genoveva em 1996, no Rio de Ja-neiro – quando 102 idosos morreramvítimas de más condições de higiene eerros médicos – despertou o país parao descaso com a terceira idade. Des-de lá, um aspecto tem sido fortemen-te destacado: o Brasil está envelhe-cendo e não está preparado para isso.

Entre os países que terão as maiorespopulações idosas em 30 anos, oitose enquadram na categoria de paísesem desenvolvimento. Desde o final doséculo passado, o número de brasilei-ros com idade igual ou superior a 60anos tem aumentado gradativamente.A faixa etária em questão é a que maiscresce em termos proporcionais.

Segundo as projeções estatísticas daOrganização Mundial da Saúde(OMS), entre 1950 e 2025 a popula-ção idosa brasileira crescerá 16 ve-zes. Esse fator fará com que o país

apresente a sexta maior populaçãode idosos do mundo. Ou seja, 32milhões de brasileiros terão 60 anosou mais. O crescimento populacionalbrasileiro é o mais acelerado nomundo e só comparável a México eNigéria.

As projeções estatísticas do Ministérioda Saúde demonstram que a propor-ção de idosos no país passará de 8,6%em 2000 para 15% em 2025, que é oatual índice apresentado nos paíseseuropeus. Se houver uma melhoria naszonas miseráveis do país, como o Nor-deste, o envelhecimento da populaçãoserá ainda maior.

No início do século passado (1900) aexpectativa de vida era 33,7 anos. Umbrasileiro nascido durante a SegundaGuerra Mundial vivia em média 39 anos.

Em 1950, o índice passou para 43,2.Em 1960, a expectativa de vida era55,9 anos, ou seja, um aumento de12 anos em uma década. De 1960até 1980 cresceu para 63,4 anos. De1980 para 2000 houve um acréscimoem torno de 5 anos, atingindo 68,5anos. De 2000 para 2025 deve haverum salto de 3,5 anos.

“Atribuo o aumento da longevidade afatores como a conscientização daspessoas que buscam uma maneiramelhor de viver, cuidados com alimen-tação, avanço da medicina e a grandedivulgação dos males que certos víci-os causam. A situação é positiva. Apli-co em minha vida e oriento as pesso-as com os canais de comunicação dis-poníveis aqui no Sindicato”, comentaGermar Pereira da Silva, diretor deAposentados do Sintetel.

No ano de 2025, os países do terceiro mundoNo ano de 2025, os países do terceiro mundoNo ano de 2025, os países do terceiro mundoNo ano de 2025, os países do terceiro mundoNo ano de 2025, os países do terceiro mundoterão 16 milhões de idosos a mais que 1950.terão 16 milhões de idosos a mais que 1950.terão 16 milhões de idosos a mais que 1950.terão 16 milhões de idosos a mais que 1950.terão 16 milhões de idosos a mais que 1950.

24 Linha Direta | Agosto 2007

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NTRO TV POR ASSINATURA

MARCO TIRELLI

Companhia entra na briga por novo mercado e está prestes arelançar sua TV por assinatura via satélite. A empresa já oferecia

o serviço em parceria com a DTHi.

TELEFÔNICA

Conhecido pela sigla DTH (do inglês Direct to Home)trata-se de uma modalidade de ser viço por assi-natura que utiliza satélites para a distribuição diretados sinais de televisão e áudio para assinantes. O novoproduto terá o nome de Telefônica TV Digital e deverácobrir o estado de São Paulo. O anúncio foi feito duran-te coletiva sobre o processo de conversão da telefoniafixa de pulso para minuto iniciado no dia 2 de julho.

Depois de conseguir a própria licença de operação deTV por assinatura via satélite, a companhia lança seuproduto. A par tir daí, ela deixa de operar a Você TV,fruto da parceria com a DTHi com quem fez acordo em2006 enquanto não obtinha a autorização da Anatel(Agência Nacional de Telecomunicações).

Um dos motivos desta empreitada é responder ao avan-ço das empresas de TV por assinatura no mercado debanda larga.

Um exemplo é a fusão das duas operadoras com açõeslistadas em bolsa - Net/Vivax - que abocanharam umafatia significativa das vendas de banda larga nos primei-ros meses de 2007 (apresentando um crescimentode 24,4% comparado ao total comercializado noúltimo trimestre de 2006). Este cenário impôsdesafios às empresas de telefonia fixa, que têmnessa atividade uma das maiores fontes de cres-cimento de sua receita. Só nos primeiros trêsmeses deste ano, a Net/Vivax comercializou 157,6mil conexões de internet rápida e já soma cercade 984 mil assinantes.

De acordo com a assessoria de comunicaçãoda Telefônica, a entrada da empresa no seg-

mento de TV por assinatura é importante não apenaspara os negócios no Brasil, mas também para a socie-dade. O desenvolvimento tecnológico e o avanço dastelecomunicações nos últimos anos criaram uma novarealidade, exigindo que as empresas se adaptem rapi-damente para atender às novas demandas dos clientese, assim, manterem-se competitivas. O resultado distoé um novo ciclo de modernização, com investimentosno País, criação de novos postos de trabalho, geraçãode impostos e incremento à concorrência.

A disputa promete esquentar. Segundo o Portal Impren-sa, a rede Record fechou um acordo com a Telefônicaque promete viabilizar o projeto "RecordNews" nas re-des de TV por assinatura.

A Rede Record já assumiu que vai tocar o projeto e tempretensões de ser maior que os concorrentes BandNewse GloboNews. Para ampliar o leque de opções, a Telefôni-ca negocia com outras três emissoras, inclusive com aRede Globo, para veicular seus canais abertos. Atual-mente, o usuário encontra canais como Discovery, Warner,Foxlife, BandNews, Fox, TNT, Sony e National Geografic.

Sobre o assunto, o presidente da Telefônica, Antô-nio Carlos Valente, disse em entrevista ao jornalGazeta Mercantil que a companhia está em nego-ciação com os principais provedores de conteú-

do e finalizando alguns "ajustes técnicos"para o lançamento do serviço de TV porassinatura. No último encontro com a im-prensa, a Telefônica prometeu o lança-mento para o segundo semestre de 2007.Até o fechamento desta edição ainda nãohavia concretizado sua promessa.

CONTRA-ATACA

Linha Direta | Agosto 2007 25

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HERNOVOS RUMOS

DIA INTERNACIONAL DA

AMANDA SANTORO

Em 10 de março, o Sintetel comemorou o DiaInternacional da Mulher. O evento, realizado no Palá-cio do Trabalhador da Força Sindical, contou com cer-ca de 700 pessoas.

O presidente do Sindicato, Almir Munhoz, ressaltou ovalor das mulheres. “Este evento é motivo de orgulhopara o Sintetel. Quero reforçar a importância das mu-lheres e parabenizá-las pelo seu dia”, afirmou.

As palestrasA ginecologista Albertina Duarte entusiasmou a platéiae falou sobre saúde da mulher. “O medo de não agra-dar faz com que muitas mulheres façam plástica,lipoaspiração e coloquem silicone. Tudo para seguir um

padrão estético que nem é do Brasil. É preciso ter co-ragem para se assumir”, ressaltou.

Já a Dra. Margarida Barreto trouxe informações sobreassédio moral e desigualdades entre os sexos. “As mu-lheres ganham menos que os homens no Brasil. Aindatemos uma cultura de que as ‘profissões femininas’ po-dem ser mal pagas”, afirmou.

O sor teioCerca de 150 prêmios foram sorteados, dentre eles uma via-gem com acompanhante para Florianópolis e uma TV 29’’.Também estiveram presentes Neide Fonseca, presidenta daUNI Américas Mulheres, e Maria Sallas Dib, diretora do Sindica-to dos Metalúrgicos e Sindicato Nacional dos Aposentados.

MULHER REPETESUCESSO

MULHERES UNIDAS

A Secretaria da Mulher e o Departamento da Ju-ventude agora têm nova coordenação. No finalde 2006, a diretora Cenise Monteiro embarcou para oPanamá e desde então se encontra a serviço da UNIAméricas. Conheça agora um pouco sobre as duas no-vas coordenadoras que assumiram as atividades:

Maria Edna Medeiros começou como atendente naAtento Barra Funda há 5 anos e desde 2004 participadas atividades do Sintetel. Em pouco tempo ganhouespaço na empresa e no Sindicato. Hoje se destaca nacoordenação da Secretaria da Mulher e do Departa-mento da Juventude em conjunto com Almir Soares.

“É preciso reconhecer os pontos de vista dos trabalhadorese identificar as diferenças na categoria. Surge a necessidadede realizar trabalhos de sindicalização e conscientização, poissó sindicalizar não significa que trouxemos os trabalhadores

para o nossolado”, declara.

Rosilene DiasBrandão há 8anos trabalhaem telecomuni-cações e desde então é sindicalizada. Hoje ésupervisora da Atento ao Cliente Telefônica e acumulaas funções de diretora da subsede ABC, além de parti-cipar da coordenação da Secretaria da Mulher.

“Gosto de atuar diretamente nas bases. Meu objetivo éaumentar a participação feminina no movimento sin-dical. A estratégia é organizar palestras de conscientizaçãosobre sexualidade, violência, dupla jornada de trabalho,discriminação, entre outras. Espero assim, honrar a con-fiança em mim depositada”, completa.

DANIELLE BORGES

26 Linha Direta | Agosto 2007

DE QUEM É A

POLÊ

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A ABORTO

AMANDA SANTORO E DANIELLE BORGES

Com a visita do papa Bento XVI ao Brasil e alegalização do aborto em Portugal, o tema voltou comtudo em 2007. Ânimos foram inflamados e a questão

polêmica ainda parece longe de um desfecho.

DECISÃO?

Freqüentemente a sociedadeabre fóruns para o debate detemas polêmicos. A bola da vez é oaborto, que envolve questões reli-giosas, éticas e legislativas. Quan-do alguma disfunção ou anomaliaindesejada culmina na perda dofeto, o abor to é classificado comoespontâneo. No entanto não é essetipo de interrupção da gestaçãoque causa furor na opinião pública.O problema está no aborto provo-cado, também denominado inter-rupção voluntária da gravidez, queocorre pela ingestão de medica-mentos ou por métodos mecânicos.

A polêmica implica na definição domomento em que o feto ou embriãose torna uma vida e se a mulhergrávida tem o direito de decidir sedeve ou não levar a gestação adi-ante.

Para quem é a favor da legaliza-ção, a justificativa é que vidas seri-am poupadas. Hoje, muitas mulhe-res comprometem sua integridadefísica ao recorrer a clínicas clandes-tinas. Na maioria dos casos, os es-tabelecimentos não têm condiçõesmínimas de saúde e higiene.

De acordo com a OMS (Organiza-ção Mundial de Saúde), a AméricaLatina tem a maior taxa de abortosem condições inadequadas domundo: cerca de 4,6 milhões. É es-timado que um quarto do total demor tes maternas nesses paísesaconteça por causa disto. Na segun-da metade do século XX, a maioriados países desenvolvidos legalizoua prática e a mortalidade maternapraticamente desapareceu.

Já aqueles que são contra a legaliza-ção alegam que pouco importa o es-

tágio em que a gravidez se encontre,será sempre a interrupção de umavida. Para eles, a palavra que melhordefine o aborto é infanticídio. Seusrepresentantes são principalmenteadeptos de crenças religiosas. No Bra-sil, o aborto é crime exceto nos casosde estupro, anomalia irreversível dofeto e gravidez de risco.

Recentemente, projetos de lei forampropostos ao Congresso Nacionalcom a intenção de legalizar a prática.Hoje, nove documentos tramitam naCâmara de Deputados.

CONTRAPASTOR IRAMAR PIMENTELMinistério Evangélico Deus Conosco

"Deus dá a vida e só ele pode tirar.O aborto fere princípios bíblicos. Alémdisso, se for legalizado, contribuirápara o aumento da prostituição egrupos de risco. O que hoje já é difí-cil de controlar ficará ainda pior".

PADRE MAURO FERREIRAIgreja Católica Nossa Sra. Aparecida

"Aprovar o aborto significa concordarcom ele. É matar um ser humano semsaber se ele quer viver ou não."

À FAVORCARMEM BARROSODiretora da Federação Internaci-onal de Planejamento Familiar

"O aborto no Brasil é um proble-ma de saúde pública. A legaliza-ção possibilitaria a interrupção dagravidez em condições seguras,diminuindo drasticamente os ris-cos. É impor tante respeitar asopiniões contrárias ao abor to,mas não podemos permitir quesejam impostas por meio de leisque não reconhecem as dificul-dades das mulheres."

Linha Direta | Agosto 2007 27

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OMIARENDA

O PODER DO

O salário mínimo foi fixado em 1º de maio de 1940. Naquela época, ele pos-suía um total de 14 valores distintos para todo o país. Vale destacar que seu valor foi

unificado para todo o Brasil em 1984 e hoje equivale a R$ 380,00.

Desde o golpe de 1964, as po-líticas salariais foram tratadascomo subordinadas às políticasantiinflacionárias - de ajuste econô-mico ou de controle da demandaagregada. Desse modo, abandonou-se o objetivo de garantir uma re-muneração mínima condizente comas condições econômicas do país. Osalário mínimo é um direito consti-tucional e, desde a criação, teve seupoder aquisitivo sistematicamentereduzido.

O salário mínimo é o índice quebaliza os pisos de importantes ca-tegorias profissionais. "Se o míni-mo tivesse mantido o poder decompra em relação a julho de 1940,corresponderia a R$ 960,49. Seconsiderarmos seu maior valor his-tórico, ocorrido em janeiro de1959, chegaria a R$ 1.383,89", ex-plica Clemente Ganz Lúcio, diretortécnico do Depar tamentoIntersindical de Estudos e Estatís-ticas Sócio-Econômicas (Dieese).

O salário mínimo é um importanteinstrumento de distribuição de ren-da. Sua elevação significa crescimentonos rendimentos das famílias de bai-

A BASE É O MÍNIMO

Segundo o Dieese, 45% dasSegundo o Dieese, 45% dasSegundo o Dieese, 45% dasSegundo o Dieese, 45% dasSegundo o Dieese, 45% dascategorias profissionais nocategorias profissionais nocategorias profissionais nocategorias profissionais nocategorias profissionais noBrBrBrBrBrasil têm piso entrasil têm piso entrasil têm piso entrasil têm piso entrasil têm piso entre 1 ee 1 ee 1 ee 1 ee 1 e1,5 salário mínimo1,5 salário mínimo1,5 salário mínimo1,5 salário mínimo1,5 salário mínimo.....

SALÁRIO MÍNIMO

xo poder aquisitivo, com aumento doconsumo e impacto direto sobre aeconomia. É quase impossível redu-zir as desigualdades sem utilizar osalário mínimo como ferramenta.

Segundo dados da Pesquisa Nacio-nal por Amostra de Domicílios(PNAD) de 2005, são 87 milhões detrabalhadores ocupados no Brasil.Desse total, 30,5% recebe até umsalário mínimo. Nas principais ca-pitais do país, onde é realizada aPED (Pesquisa de Emprego e De-semprego), 16,2% dos trabalhado-res ocupados de Recife e Salvadorganham 1SM. Belo Horizonte(12,3%) e Distrito Federal (9,0%)vêm na seqüência e, por último,

estão Porto Alegre e São Paulo, compercentuais em torno de 5%.

De 1940 até 2004, o PIB per capitacresceu cinco vezes, enquanto osalário mínimo decresceu a menosde um terço do valor inicial. Tam-bém as condições do mercado detrabalho no Brasil não favorecemo crescimento dos salários maisbaixos. "Muitos não possuem vín-culo formal de emprego e vivemna pobreza absoluta. Por isso, tor-nam-se fundamentais políticas eco-nômicas e sociais comprometidascom a incorporação de milhões deexcluídos", concluiu o diretor técni-co do Dieese.

Recentemente, a AssembléiaLegislativa aprovou um novo saláriomínimo estadual para São Paulo comtrês pisos: R$ 410, R$ 450 e R$ 490.Os valores variam de acordo com aprofissão e beneficiarão cerca de ummilhão de trabalhadores. Com isso,São Paulo será o 4º estado a insti-tuir o piso regional - RJ, PR e RS játêm leis semelhantes.

Clemente Ganz Lúcio,diretor técnico do

Dieese: “a recuperaçãodo poder de compra dosalário mínimo aumenta arenda das famílias, alémde aquecer o mercadointerno, viabilizando o

crescimento sustentadoda economia”.

MARCO TIRELLI

28 Linha Direta | Agosto 2007

TRÊS CONDIÇÕES

O movimento sindical dos tra-balhadores atravessa umaconjuntura positiva, favorável às lu-tas e ao atendimento das reivindi-cações desde que as direções sindi-cais permaneçam unidas e reforcemtodas as iniciativas que garantem amobilização dos trabalhadores.

O primeiro aspecto positivo da con-juntura é a situação econômica,com estabilidade dos preços, desen-volvimento e criação de empregosformais. Todos os indicadores apon-tam nesta direção apesar das enor-mes dificuldades estruturais quecontinuam existindo (o desempre-go continua alto e inferniza os maisjovens, os salários médios perma-necem baixos e caem e ainformalidade e as precárias con-dições de trabalho não aliviam avida do trabalhador).

O resultado disto tudo é a obten-ção pelos trabalhadores de ganhosreais de salários e outras vantagens.O consumo das famílias dos traba-lhadores, por exemplo, tem impul-sionado o PIB brasileiro - Produto In-terno Bruto.

Pelo lado institucional, apesar dosataques continuados aos direitostrabalhistas no Congresso Nacional,

o movimento, com o apoio dos nos-sos deputados como o Paulinho daForça, tem conseguido barrar osmais insensatos e até mesmo der-rotar os mais insidiosos.

Outro elemento positivo é a unida-de de ação entre os dirigentes eentidades que vem se afirmandocomo um dos métodos prioritáriosde encaminhamento das reivindica-ções e das lutas. As grandes vitóriasconseguidas pelos trabalhadorescom a conquista de uma políticapermanente de reajuste do saláriomínimo e a correção da tabela doimposto de renda só foram possí-

veis porque, em última instância, pre-dominou nossa unidade. Sem ela asdificuldades seriam maiores e nos-sos adversários provavelmente joga-riam com nossas divisões contra nóspara nos derrotar.

Mas a conjuntura positiva na eco-nomia e a unidade de ação por sisó não garantiriam vitórias se nãohouvesse mobilização. E, neste que-sito, o balanço da luta sindical con-tra a Emenda 3 é revelador: as di-reções conseguiram que os traba-lhadores entendessem o alcancenefasto da Emenda 3 (uma refor-ma trabalhista pela porta dos fun-dos) e se mobilizassem com greves,manifestações, passeatas, protestosem grandes jornadas nacionais nosmeses de abril e maio. As mobiliza-ções não arrefeceram e inúmerossetores aproveitaram o clima pararealizar suas campanhas, congres-sos, reuniões e seminários.

Eis aí descrito o tripé no qual sesustenta o caráter positivo da con-juntura: ganhos reais de salário,unidade de ação e mobilização.

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IÃO EM PAUTA

JOÃO GUILHERME*

Ganhos reais de salário, unidade de ação e mobilizaçãocaracterizam o movimento sindical no Brasil no primeiro

semestre do ano

POSITIVAS

* JOÃO GUILHERME VARGAS NETTO éassessor sindical do Sintetel e de outrasentidades de trabalhadores.

AAAAAs direçõess direçõess direçõess direçõess direçõesconseconseconseconseconseguirguirguirguirguiram que osam que osam que osam que osam que ostrtrtrtrtraaaaabalhadorbalhadorbalhadorbalhadorbalhadoresesesesesenteenteenteenteentendessem ondessem ondessem ondessem ondessem oalcance nefasto daalcance nefasto daalcance nefasto daalcance nefasto daalcance nefasto daEmenda 3 e seEmenda 3 e seEmenda 3 e seEmenda 3 e seEmenda 3 e semobilizassem commobilizassem commobilizassem commobilizassem commobilizassem comgreves,greves,greves,greves,greves,manifestações,manifestações,manifestações,manifestações,manifestações,passeatas, protestospasseatas, protestospasseatas, protestospasseatas, protestospasseatas, protestosem gem gem gem gem grrrrrandes jorandes jorandes jorandes jorandes jornnnnnadasadasadasadasadasnacionaisnacionaisnacionaisnacionaisnacionais

Linha Direta | Agosto 2007 29

Vila Olímpica, local onde os atletas se hospedaramdurante o Pan

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RTESPAN RIO

O CAUÊ FOI EMBORA.

Após a passagem de 5 mil atletas de 42 países na 15ª edição dosJogos Pan-Americanos, sendo 1,7 mil brasileiros, uma pergunta fica no ar: oque ficará para o Rio de Janeiro e para o Brasil após terminada a competição?

MARCO TIRELLI

E AGORA?

O governo, em conjuntocom diversas ONGs, fez um levan-tamento de 50 favelas nas áreaspróximas ao eixo das competições.Uma delas é a Cidade de Deus, fa-mosa pelo filme de FernandoMeirelles e Kátia Lund. O objetivo dapesquisa foi detectar as principaisnecessidades dessas áreas.

No entanto, as 50 favelas citadasnão chegam a 10% do total, masconcentram cerca de 50% da po-pulação favelada do Rio. Segundodados da organização não-gover-namental Observatório de Favelas,o número gira em torno de 600 mil.Em recente entrevista à revistaFórum, o ministro do Esporte, OrlandoSilva Jr., explicou que a herança doPan ficará para o Brasil. “Do pontode vista esportivo, os Jogos dotaramo país de uma infra-estrutura espor-tiva capaz de receber qualquer cam-peonato internacional. O investimen-to gerou milhares de empregos noRio”, concluiu.

Estádio João Havelange, onde ocorreramas provas de futebol e atletismo

Estádio Mario Filho, mais conhecido comoMaracanã.

Aurélio Miguel, entre outras conquistas, foimedalha de ouro nas Olimpíadas de Seul e

bronze em Atlanta: “é inegável que o conjunto deobras construído no Rio de Janeiro colocará o

país como um possível candidatoa sediar eventos de maior porte

como Olimpíadas eMundiais nas mais

diversasmodalidades”.

O atleta Zequinha Barbosa, quecorreu em quatro Olimpíadas,acredita que o Rio de Janeirose tornará referência no espor-te mundial após o Pan. “A infra-estrutura criada será capaz de tra-zer campeonatos mundiais. Esse le-gado também deve ser aproveitadocomo fator de inclusão social para re-

velar novos talentos. No atletismo, porexemplo, 95% dos esportistas saíramdas classes pobres”, completa.

O ex-judoca e vereador de São PauloAurélio Miguel diz que os recursos apósos jogos seriam mais bem aproveita-dos se aplicados em questões funda-mentais como o transporte e proteçãoambiental. “Saberemos se este legado

Os investimentos no Pan somam R$ 2,5 bilhões.Os investimentos no Pan somam R$ 2,5 bilhões.Os investimentos no Pan somam R$ 2,5 bilhões.Os investimentos no Pan somam R$ 2,5 bilhões.Os investimentos no Pan somam R$ 2,5 bilhões.SeSeSeSeSegundo o ggundo o ggundo o ggundo o ggundo o gooooovvvvverererererno fno fno fno fno federederederederederal,al,al,al,al, a intenção é a intenção é a intenção é a intenção é a intenção édestinar 10% ao social,destinar 10% ao social,destinar 10% ao social,destinar 10% ao social,destinar 10% ao social, sendo que boa par sendo que boa par sendo que boa par sendo que boa par sendo que boa partetetetetedesse vdesse vdesse vdesse vdesse volume terá como folume terá como folume terá como folume terá como folume terá como finalidade melhorinalidade melhorinalidade melhorinalidade melhorinalidade melhorar asar asar asar asar ascondições de vida nas favelas cariocas.condições de vida nas favelas cariocas.condições de vida nas favelas cariocas.condições de vida nas favelas cariocas.condições de vida nas favelas cariocas.

terá funcionalidade se complexos es-portivos como Engenhão, Maracanãzinhoe o Complexo Esportivo de Jacarepaguátiverem função de incluir no esporte as

milhares de crianças carentes do Riode Janeiro”, destaca.

Com o término da competição, espe-ra-se que haja um salto de qualidadena região. Com tanto investimento, osvotos são para que a vinda do Cauê aoRio de Janeiro incentive a prática doesporte e promova a inclusão social.

30 Linha Direta | Agosto 2007

TELECENTRO

DANIELLE BORGES

Em geral, eles desempenham suas atividadesdentro de salas com ar-condicionado e cadeiras

estofadas, possuem contrato de trabalho e, nem delonge, a função compara-se à atividade braçal do

chão de fábrica ou da lavoura. O fato não isenta daexploração no ambiente de trabalho e faz com que,muitas vezes, a somatização dos problemas deixe

seqüelas irreversíveis.

Recentemente, a sociólogaSelma Venco, pesquisadora doIFCH/Unicamp constatou que a pro-fissão de teleoperador enfrentamuitas vezes condições inadequa-das de trabalho. A maioria tem jor-nada de seis horas com pausa dequinze minutos e precisa cumprirmetas excessivas de produtividadenum determinado tempo.

O serviço de teleatendimento hoje éum mercado em franca expansão.São empresas dos mais variadossegmentos que optam por terceirizaro serviço e, com isso, minimizar oscustos com encargos trabalhistas.“Infelizmente, os problemas da pro-fissão se acumulam na mesma ve-locidade de crescimento do campoprofissional”, afirma Selma Venco.

Segundo Reynaldo Cardarelli, secretá-rio de Segurança, Higiene e Medicinado Trabalho do Sintetel, o trabalhadorainda não se conscientizou de que o

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Em caso de baixaEm caso de baixaEm caso de baixaEm caso de baixaEm caso de baixaprodutividade, porprodutividade, porprodutividade, porprodutividade, porprodutividade, poreeeeexxxxxemploemploemploemploemplo,,,,, utiliza-se utiliza-se utiliza-se utiliza-se utiliza-seuma interuma interuma interuma interuma interprprprprpretaçãoetaçãoetaçãoetaçãoetaçãoduvidosa da leiduvidosa da leiduvidosa da leiduvidosa da leiduvidosa da leiparparparparpara fa fa fa fa forçar oorçar oorçar oorçar oorçar oprofissional aprofissional aprofissional aprofissional aprofissional apedir demissão e,pedir demissão e,pedir demissão e,pedir demissão e,pedir demissão e,assim, perderassim, perderassim, perderassim, perderassim, perderseus benefícios.seus benefícios.seus benefícios.seus benefícios.seus benefícios.

ambiente de trabalho é agente causa-dor de doenças graves. “Fazemos opossível para conscientizar por meiode boletins e informativos, porém háuma certa indiferença quanto a ques-tão de adoecer no trabalho”, afirma.

DO OUTROLADO DA LINHA

A socióloga Selma Venco defendeu tese dedoutorado na Faculdade de Educação da

Unicamp sobre os problemas da profissão:“ofensas, jornadas exaustivas e pressão

psicológica”

A estrutura do setor não englobaum plano de carreira, ou seja, osfuncionários não têm perspectivade crescimento dentro da empre-sa. Segundo a pesquisadora, “alémdisso, a maioria dos funcionários éjovem e por não ter vivência de mer-cado e desconhecer as leis traba-lhistas, se torna presa fácil parapressões psicológicas”, explica.

Linha Direta | Agosto 2007 31

SAÚD

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SAÚD

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ETELECENTRO

PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS

Além das pressões por metas de pro-dutividade, do outro lado da linha arealidade também se mostra cruel."Os trabalhadores são constantemen-te ofendidos pelos clientes econfidenciam que o banheiro é o lu-gar do choro", diz a socióloga. Existedificuldade em compreender que aofensa do cliente não é pessoal.

Geralmente, os clientes alegam quenão dispõem de tempo ou dispensamo teleoperador sem antes saber doque se trata. "É um exército de jo-vens com problemas de saúde, físi-cos e mentais. Os casos de assédiomoral levam a depressão, síndromedo pânico e outros males correlatos",relata Selma Venco.

A fala deve ser objetiva eA fala deve ser objetiva eA fala deve ser objetiva eA fala deve ser objetiva eA fala deve ser objetiva eaaaaaprprprprpresentada no limite de tempoesentada no limite de tempoesentada no limite de tempoesentada no limite de tempoesentada no limite de tempo,,,,,sem dar csem dar csem dar csem dar csem dar chances de interhances de interhances de interhances de interhances de inter rrrrrupção porupção porupção porupção porupção porparparparparpar te do cte do cte do cte do cte do clientelientelientelienteliente..... O r O r O r O r O resultado deesultado deesultado deesultado deesultado detanta pressão pode ser visto nostanta pressão pode ser visto nostanta pressão pode ser visto nostanta pressão pode ser visto nostanta pressão pode ser visto nosíndices de doenças ocupacionais eíndices de doenças ocupacionais eíndices de doenças ocupacionais eíndices de doenças ocupacionais eíndices de doenças ocupacionais erotatividade.rotatividade.rotatividade.rotatividade.rotatividade.

Nos três casos, é importante ter cons-ciência do problema e, acima detudo, prevenir. Procure um especia-lista e faça um acompanhamento re-gular. Além das doenças físicas, tam-bém existe o alto índice deteleoperadores com síndrome dopânico e depressão. Cerca de 70%sofre desse mal.

A rotina obriga-os a acumular múlti-plas funções como digitar, ouvir o cli-ente, argumentar e ainda atingir me-tas insuperáveis. Além disso, a rela-ção com os superiores quase sem-pre é conturbada. Selma Venco dizque a raiz do problema está na es-trutura, ou seja, a pressão por metase produtividade vem de cima.

"O resultado é insatisfação e altarotatividade nas empresas, já que exis-te negligência dos patrões com os pro-blemas e as necessidades dos funcioná-rios", completa. O diretor do SindicatoReynaldo diz que os patrões podem edevem proteger a saúde de seus traba-lhadores. Isto é possível "fazendo um es-tudo em todos os setores da empresa

para reconhecimento dos riscos à saú-de, como ruído, temperatura alta ou bai-xa demais, radiações, bactérias, fungos,vírus e postura, entre outros". O ideal éadequar os ambientes e efetuar campa-nhas permanentes de prevenção. Elabo-rar ações sobre alcoolismo, tabagismo,hipertensão e diabetes também contri-bui para o bem estar dos funcionários.

LER: (Lesões por Es forçosRepetitivos) e DORT (Distúrbi-os Osteomusculares Relaciona-dos ao Trabalho), que abrangemdiversas patologias, entre elas atenossinovite, a tendinite e abursite, difíceis de seremidentificadas no estágio inicial.

Audição: preocupante porque“eles vão perdendo a audição enão percebem”, afirma Selma.O que muitos não sabem é quea audição perdida não será re-

cuperada. Uma dica é alternar olado de usar o headset.

Voz: o mau uso pro-voca calos nas cordasvocais, o que prejudi-ca o aparelho vocal. Apreocupação só apa-rece quando a rou-quidão começa aincomodar e a ípode ser tarde de-mais. Beba muitaágua e evite bebi-

das alcoólicas, pois ressecamas cordas vocais.

32 Linha Direta | Agosto 2007

CUL

CUL

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CUL

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URA

TURA

TURA

TURA

TURA LAZER

OITO DÉCADASDE TOMSe viSe viSe viSe viSe vivvvvvooooo,,,,, J J J J Jobim completaria 80obim completaria 80obim completaria 80obim completaria 80obim completaria 80anos. Ele deixa saudade e umanos. Ele deixa saudade e umanos. Ele deixa saudade e umanos. Ele deixa saudade e umanos. Ele deixa saudade e umextenso legado musicalextenso legado musicalextenso legado musicalextenso legado musicalextenso legado musical

NA TIJUCA:: 25 de janeiro de 1927. Terça-feira chuvosa.Nasce com quatro quilos e sessenta centímetros umtalentoso aquariano: Antônio Carlos Brasileiro de AlmeidaJobim. Ou simplesmente Tom Jobim.

PRIMEIRO AMOR:: Aos 14 anos, Tom se depara com umpiano na garagem de casa. O instrumento, alugado para airmã ter aulas, se transformaria em fiel escudeiro nas dé-cadas subseqüentes.

SUCESSO:: Em 1989, as rádios e TVs haviam executadomais de 3 milhões de vezes Garota de Ipanema. Tom trans-formou-se no segundo cantor estrangeiro mais escutadonos EUA. A canção recebeu tantas versões que fez páreo aYesterday, dos Beatles.

PARCERIA:: Em 1967, Tom foi surpreendido com um tele-fonema de Frank Sinatra. Surgia Alber t Francis Sinatra &Antonio Carlos Jobim, eleito álbum do ano pela crítica. Se-gundo lugar nas vendagens, perdeu somente para os Beatles[Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band].

O FIM?:: 8 de dezembro de 1994. Um tumor na bexiga tiraa vida do Maestro. O Rio ainda teve tempo de prestar asúltimas homenagens. Mas aquele não era o fim. Tom aindaestá vivo. Não porque faz parte da História, mas porque é aprópria História da Música Popular Brasileira.

Escrito em 1939, Johnny Vai à Guerra foi dirigido por Dalton Trumbo, roteirista perse-guido e taxado comunista pelo governo nor te-americano. O filme é sobre um soldadogravemente ferido na Primeira Guerra Mundial que aos poucos toma consciência do querestou do próprio corpo. Trumbo nos lança nas memórias e sonhos do jovem, produzin-do um contraste impressionante entre o movimento de outrora e a paralisia do presen-te. Testemunho sobre a violência humana, o clássico, contemporâneo à Guerra do Vietña,é absurdamente atual. Consulte sua locadora.

FILME

LITERATURABalzac tinha a ambição de expressar ao máximo o real em suas histórias. O Pai Goriot nãofoge à regra. Este volume da Comédia Humana – conjunto das obras do escritor francês –retrata as amarguras de um pai disposto a tudo pelas filhas. O enredo se passa numa pensãoem Paris, onde a busca pela ascensão social, pelo dinheiro ou até mesmo os sentimentosmais nobres, revelam-se obsessivos a ponto de conduzir o ser humano à miséria material epsíquica. O resultado é um diálogo profundo entre os valores éticos e o desejo, numa tramadeliciosa e coesa.

MÚSICACanções conhecidas, violão acentuado e voz predominantemente rouca. Emmerson No-gueira é um dos cantores que mais tem se destacado no Brasil. Com um repertório esco-lhido a dedo, ele canta clássicos da música internacional como Wish you were here (PinkFloyd) e Ticket to ride (Beatles). Na bagagem do cantor estão seis álbuns. Os três primeirostrabalhos fazem parte do projeto Versão Acústica. Inclusive, o primeiro álbum da série ven-deu mais de 1 milhão de cópias. Vale a pena conferir.

AMANDA SANTORO

Doze anos eoito meses de nos-talgia. Este é o tem-po exato desde amorte de Tom Jobim.No dia 25 de janei-ro, o músico completaria 80 anos. Para celebrar adata, eventos têm se realizado durante 2007. Muitomais que saudade, Tom desfalca o time da bossanova, da harmonia entre letra e melodia e da sofis-ticação musical. Mas você sabe quem foi Tom Jobim?

Linha Direta | Agosto 2007 33

Por que as pessoasse cumprimentam

com aperto demãos?

PPPP P ASS

AAS

SAAS

SAAS

SAAS

SATE

MPO

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POTE

MPO

TEM

POTE

MPODIVERSÃO

Por que o livro demapas échamado deAtlas?O termo vem donome de uma perso-nagem da mitologiagrega. Como puni-ção por lutar contraos deuses, Atlas foiforçado a carregar oglobo terrestre nosombros. Esta cenapassou a ilus-trar várioslivros de ma-pas da anti-guidade.Com o tem-po, esseslivros ficarampopularmenteconhecidoscomo Atlas.

Esta antiga tradiçãocomeçou no tempodas grandes bata-lhas. Os adversáriosdavam as mãos paramostrar que nãoescondiam nenhumaarma. Era um sinalde confiança entreas duas partes.

Por que osqueijos suíçostêm buracos?Os buracos são for-mados com a expan-são de gases emiti-dos por uma bacté-ria. Ela é colocadadurante os primeirosestágios da produ-ção do queijo e aju-da a amadurecê-lo ea dar-lhe o saborcaracterístico.

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34 Linha Direta | Agosto 2007

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R UUUU UAAAA A POLUIÇÃO VISUAL

MESTRE-SALA

*Paulo Rodrigues é escritor e assessor da OSLT(Organização Sindical no Local do Trabalho) do Sintetel

Agora eu já não preciso mais contar com o aca-so para encontrar o meu amigo Zanganor, ele comprouum celular. Não por sofisticação – faz questão de expli-car – mas por necessidade. “Vivendo de bico como euvivo, me ocupando daquilo que aparecer, preciso serfacilmente localizado, do contrário chego sempre atra-sado e acabo perdendo a vaga”.

A vida do Zanga não é nada fácil. Por medida de econo-mia, seu celular não faz chamadas, só recebe. Entre-tanto, toda vez que preciso recarregar a bateria, ligopara ele, e se por ventura dá caixa postal, não me cons-tranjo em deixar-lhe recado para me retornar a liga-ção. Gosto de ouvir sua voz melodiosa repetir bemhumorada a pilhéria costumeira:

- E aí, parceirinho, quando é que você pretende se dara honra de me pagar um almoço?

Enquanto esperamos pela comida, entre uma bicada e ou-tra na Ypióca, ele me põe a par de suas batalhas cotidianas:

- Esses políticos não dão trégua, sobretudo a nós, cidadãosde 3ª categoria. Tanta coisa séria para consertar nesta terra

desamparada e o homem só se preocupa com o gla-cê. A onda agora é despoluir visualmente a

cidade. Veja você. E como é que ele preten-de esconder as pessoas, aquelas quenão são sequer cidadãs?

Gosto de ouvi-lo falar, por isso nãointerrompo; apenas concordo comum gesto, enquanto reparto a co-mida nos pratos. De repente elelevanta o tom:

- Que os rios se agigantem e que aterra trema soterrando novos heróis anô-nimos! Se a cidade estiver visualmentelimpa, tudo estará perfeito! Isso não é

lindo, parceirinho?! –Lembra da visita doPapa? Os mendigos su-miram da praça comonum passe de mágica. Ouseria mais oportuno di-zer como num milagre?

Pergunto se ele tem co-nhecimento do aumen-to de 28,5% nos salári-os dos parlamentares, aprovado na calada da noite deveneração religiosa.

Os outros fregueses se voltam intrigados, mas Zangasequer os vê. Então, fixando o olhar no infinito, resmun-ga para si mesmo:

- Que venham as águas! Eu sigo sempre remando.

Peço o café e a nota. Dando-se conta de que o tempo escoa,ele me explica debochado a razão de sua preocupação:

- Arranjei um bico para o mês que vem: homem-placa na 24de maio. É mole? Agora imagina você se o manda-chuvaresolver implicar com o tamanho das nossas tabuletas. Vaiser o caos. Por mim, decreto desde já o estado de alerta.

Saímos. Zanganor me aper ta calorosamente a mão edesce a rua quase sambando, com a alegria de ummestre-sala. Fico olhando até ele dobrar a esquina,orgulhoso de ser seu amigo.

Não sei por que me lembro do belíssimo conto do mes-tre Machado, “O empréstimo”, e aproveito para deixá-lo como sugestão de leitura.

DAS RUASPAULO RODRIGUES*

Linha Direta | Agosto 2007 35