LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

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LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE Esta lista de exercícios complementares deve ser realizada com atenção e dedicação para que possa contribuir positivamente para seu processo de ensino-aprendizagem. Ao trabalhar sobre as questões ou sobre os temas de redação, procure anotar suas dúvidas e comparecer aos plantões, que serão realizados, quinzenalmente, aos sábados na Unidade Lapa, nos seguintes dias: 09/03; 23/03; 13/04; 27/04; 11/05; 25/05; 15/06 A professora Flávia ficará disponível para atendimento. Bom trabalho! INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 1.(UFC-2010) Texto 1 Em cima do carro se junta a família chega o triste dia já vão viajar a seca é terrível que tudo devora lhe bota pra fora do torrão natá (ASSARÉ, Patativa do. A triste partida. In: ___. Cordéis e outros poemas. Fortaleza: Edições UFC, 2006, p. 11.) Terminado o curso no Colégio Cearense, no mesmo ano que meu irmão Batista, lá se foram os dois no rumo do Sul, a iniciar a luta pela conquista do título de engenheiro, lá se mandaram no mesmo avião, tomando o destino de Ouro Preto. (…) Lembra que uma vez me hospedei em Juiz de Fora lá onde [Waldir] morou algum tempo, entre os anos de Ouro Preto e os de Curitiba (…). Durante os dias em que fiquei, pude ver como Waldir rapidamente fizera tantas vinculações de amizade (…). Escutei dele mesmo um esplêndido relatório verbal da sua movimentada vida universitária (…).(DIAS, Milton. O menino Valdir. In: ___. Entre a boca da noite e a madrugada. Fortaleza: Edições UFC,2007, p. 114-115.) Sobre os textos 1 e 2, é correto afirmar que ambos apresentam: a) a temática da migração sob óticas distintas. b) a migração como decorrente de intempéries climáticas. c) o sentimento do homem nordestino em relação ao Nordeste. d) o desejo do homem nordestino de aventurar-se por terras alheias. e) o campo e a cidade em condições de paridade quanto às causas da migração. 2.(UEMG 2010)Leia com atenção os quadrinhos a seguir e, depois, faça o que se pede.

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LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE

Esta lista de exercícios complementares deve ser realizada com atenção e dedicação

para que possa contribuir positivamente para seu processo de ensino-aprendizagem.

Ao trabalhar sobre as questões ou sobre os temas de redação, procure anotar suas

dúvidas e comparecer aos plantões, que serão realizados, quinzenalmente, aos sábados

na Unidade Lapa, nos seguintes dias:

09/03; 23/03; 13/04; 27/04; 11/05; 25/05; 15/06

A professora Flávia ficará disponível para atendimento.

Bom trabalho!

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

1.(UFC-2010)

Texto 1

Em cima do carro se junta a família chega o triste dia já vão viajar a seca é terrível que tudo devora lhe bota pra fora do torrão natá (ASSARÉ, Patativa do. A triste partida. In: ___. Cordéis e outros poemas. Fortaleza: Edições

UFC, 2006, p. 11.)

Terminado o curso no Colégio Cearense, no mesmo ano que meu irmão Batista, lá se foram os

dois no rumo do Sul, a iniciar a luta pela conquista do título de engenheiro, lá se mandaram no

mesmo avião, tomando o destino de Ouro Preto. (…) Lembra que uma vez me hospedei em

Juiz de Fora – lá onde [Waldir] morou algum tempo, entre os anos de Ouro Preto e os de

Curitiba (…). Durante os dias em que fiquei, pude ver como Waldir rapidamente fizera tantas

vinculações de amizade (…). Escutei dele mesmo um esplêndido relatório verbal da sua

movimentada vida universitária (…).(DIAS, Milton. O menino Valdir. In: ___. Entre a boca da

noite e a madrugada. Fortaleza: Edições UFC,2007, p. 114-115.)

Sobre os textos 1 e 2, é correto afirmar que ambos apresentam:

a) a temática da migração sob óticas distintas. b) a migração como decorrente de intempéries climáticas. c) o sentimento do homem nordestino em relação ao Nordeste. d) o desejo do homem nordestino de aventurar-se por terras alheias. e) o campo e a cidade em condições de paridade quanto às causas da migração. 2.(UEMG 2010)Leia com atenção os quadrinhos a seguir e, depois, faça o que se pede.

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(QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993.) Tendo-se em vista a interação que se percebe entre Mafalda e Filipe, personagens da tira apresentada, e o conteúdo da mesma, considere as seguintes afirmações: I – O emprego da forma verbal “fala”, no primeiro quadrinho, pode ser entendido como um constrangimento que Mafalda tentou causar em seu amigo Filipe, por ele desconhecer o ambiente em que se achava. II – No primeiro quadrinho, a última frase dita por Mafalda estabelece uma relação de causa, diante do que ela disse anteriormente, no mesmo quadrinho. III – O uso do vocábulo “então”, no terceiro quadrinho, deve-se ao fato de Filipe já ter excluído, após a resposta dada por Mafalda no quadrinho anterior, a primeira hipótese que ele havia inicialmente levantado. IV – A ausência de elementos verbais no último quadrinho confirma as respostas de Mafalda nos dois quadrinhos anteriores, além de destacar o humor presente na tira. V – O quadrinho final faz uma dura crítica à situação em que o nosso mundo se encontra, pois nem mesmo cuidados especiais, de acordo com visão da personagem Mafalda, resolveriam a maior parte dos problemas atuais do nosso planeta. Está correto o que se afirmou em: a) I, II e IV. b) II, III e IV. c) I, III e V. d) II, III e V. e) I, II e III.

3.Leia os textos:

TEXTO 1

Angeli

TEXTO 2

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PAI NEL DO LEITOR

Bin Laden

Impressionante a maneira como grande parte da imprensa vem abordando a morte do maior

terrorista de todos os tempos. Ao nos depararmos com algumas reportagens, poderíamos até,

se desinformados fôssemos, chegar à absurda conclusão de que os americanos são os

grandes vilões e de que Osama é um mártir sagrado que deveria ter resguardados todos os

direitos de defesa e contraditório previstos em tratados internacionais. (GABRIEL HENRIQUE

SANTORO (São Paulo, SP)

Quanto à finalidade dos textos, podemos afirmar:

a)O texto 2 busca dar uma notícia ao leitor.

b)Ambos procuram ensinar ao leitor uma lição histórica.

c)O texto 1 pretende informar sobre um acontecimento que abalou o mundo nos últimos dias.

d)Os dois textos têm o mesmo objetivo: orientar sobre a maneira correta de pensarmos o fato

ocorrido.

e)O texto 1 busca fazer uma crítica ao fato, usando o humor, enquanto o texto 2 pretende

defender um ponto de vista.

4. A figura abaixo é parte de uma campanha publicitária.

“NEM SEMPRE É O CRIMINOSO QUEM VAI PARAR ATRÁS DAS GRADES” V V(Com Ciência Ambiental, n.o 10, abr./2007.)

SE CRIOQUM VAI PARAR ATRÁS DAS GRADES

Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a seguinte afirmativa:

a) O comércio ilícito da fauna silvestre, atividade de grande impacto, é uma ameaça para a biodiversidade nacional. b) A manutenção do mico-leão-dourado em jaula é a medida que garante a preservação dessa espécie animal. c) O Brasil, primeiro país a eliminar o tráfico do mico-leão-dourado, garantiu a preservação dessa espécie. d) O aumento da biodiversidade em outros países depende do comércio ilegal da fauna silvestre brasileira. e) O tráfico de animais silvestres é benéfico para a preservação das espécies, pois lhes garante a sobrevivência.

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5. Leia os textos:

I. “A ortodoxia neoliberal não se verifica apenas no campo econômico. Infelizmente, no campo social, tanto no âmbito das ideias como no terreno das políticas, o neoliberalismo fez estragos [ ...].(SOARES, Laura T. O Desastre Social. Rio de Janeiro: Record, 2003.)

II. “Junto com a globalização do grande capital, ocorre a fragmentação do mundo do trabalho, a exclusão de grupos humanos, o abandono de continentes e regiões, a concentração da riqueza em certas empresas e países, a fragilização da maioria dos Estados, e assim por diante [...]. O primeiro passo para que o Brasil possa enfrentar esta situação é parar de mistificá-la.”(BENJAMIM, Cesar e al. A Opção Brasileira. Rio de Janeiro: Contraponto, 1998.)

III.

(Fonte: http://isabelapagliari.files.wordpress.com/2010/05/charge.jpg)

Com base na leitura atenta dos três textos, pode-se afirmar que

a) tanto os textos verbais quanto o não-verbal tratam da mesma problemática. b) embora de diferentes gêneros, mostram-se semelhantes no que criticam. c) o texto I e II tratam de assuntos diferentes – o neoliberalismo e a globalização-,

entretanto interligados e causadores da exclusão social. d) todos criticam a globalização, entretanto valem-se de diferentes linguagens e gêneros. e) Todas as alternativas estão corretas.

6. (UESC-2010 adaptada) Leia o texto:

Qualquer língua expressa a cultura da comunidade que a fala, transmitindo-a através das

gerações e fazendo-a circular no seio dessa comunidade. Por desempenhar tão ampla função,

a língua é considerada um autêntico alicerce da estrutura social: além de sua utilidade mais

óbvia como instrumento cotidiano das interações humanas, ela possibilita a construção de

conhecimentos e sua armazenagem em arquivos sonoros ou impressos para uso na ciência,

na educação, na literatura, no direito, na religião, no lazer, na administração pública etc. No

desempenho dessa função cultural universalista e integradora, em que sobressai como meio

de alcançar e de transmitir o conhecimento, a língua perde muito daquela espontaneidade

típica da comunicação face a face. É nesse patamar, contudo, que atua a escrita, recurso

essencial de expressão de todos os meios gráficos de circulação do conhecimento e da

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informação: jornais, revistas, boletins, cartazes, leis, enciclopédias, livros em geral. Como

discurso ou estilo, é natural que essa escrita revele diferenças regionais, individuais ou

profissionais, mas como representação gráfica é necessário que o leitor reconheça em cada

forma escrita a mesma palavra, aquela forma que, mesmo sendo desconhecida, se encontra

registrada sob a mesma grafia em um dicionário.(AZEREDO, Carlos de (org.). Escrevendo pela

nova ortografia:como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua portuguesa.São

Paulo: Publifolha, 2008. p. 11-12.)

No texto, o enunciador

a) ao dirigir-se a um público pouco intelectualizado, afirma que o estudo da língua deve ser orientado para a escrita padrão. b) ao dirigir-se a um público intelectualizado, critica o uso de uma língua padrão que apenas se orienta por registros linguísticos dicionarizados. c) ao dirigir-se à massa, reconhece que a fala, por ser uma representação imperfeita da escrita, deve ser vista como menos importante no estudo da língua. d) ao dirigir-se a um público intelectualizado,defende a criação de um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa, mesmo reconhecendo dificuldades regionais. e) ao dirigir-se a um público leitor intelectualizado, mostra a relevância da escrita como uma forma unificadora do sistema ortográfico oficial.

7. Os textos publicitários têm como objetivo, influenciar, convencer e persuadir o leitor

para que ele compre uma ideia ou um produto. O texto abaixo é de um comercial criado

por Washington Olivetto e que foi veiculado nos cinemas recentemente. No filme, a tela

fica toda branca enquanto a narração diz o seguinte:

Esse comercial não tem mulher de biquíni, não tem cachorro, não tem criança, não tem

bebezinho. Esse comercial não tem casal, não tem beijo, não tem família tomando café da

manhã. Esse comercial não tem música de sucesso, que você adora consumir, você até já

comprou só que não estão entregando. É um produto que não tem marca, não tem slogan, não

tem embalagem, nem faz promoção tipo “leve 3, pague 2”. Esse comercial é todo branco,

porque desse jeito ele pode ser entendido aqui e no mundo inteiro. Aliás, seria muito bom se

esse comercial pudesse passar no mundo inteiro. Porque o produto que esse comercial quer

vender é a PAZ! E enquanto o pessoal que precisa comprar a PAZ não compra, faça assim:

Pegue o estoque de PAZ que você ainda tem em casa e use, use no trânsito, use na fila do

banco, use no elevador, use no futebol. PAZ é um produto interessante! Porque quanto mais

você usa, mais você tem. E se todo mundo usar quem sabe chegue o dia em que ninguém

mais precise fazer um comercial para vender a paz.

A partir das afirmações abaixo assinale a alternativa correta:

I – Para persuadir o telespectador, o publicitário utiliza-se de palavras do mesmo campo

semântico, tais como, comercial, produto, marca, slogan, embalagem, promoção, leve 3, pague

2, vender, comprar, contribuindo para a progressão textual.

II – O publicitário utiliza-se do absurdo para influenciar e chamar a atenção do leitor usando

frases do tipo: Porque o produto que esse comercial quer vender é a PAZ!

III – Para persuadir o leitor, o publicitário usa expressões com o verbo no imperativo,

designando ordem: Use no trânsito, use na fila do banco, use no elevador.

IV – O publicitário utilizou-se em todo texto da partícula não para negar a atenção do leitor na

mensagem a ser passada.

a) Apenas a afirmação I é verdadeira.

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b) Apenas a afirmação II e III são verdadeiras. c) As afirmações I e II são verdadeiras. d) As afirmações I, II e III são verdadeiras. e) Todas as alternativas são verdadeiras.

8. Leia o texto: Antigamente

"Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito

prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo

sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses

debaixo do balaio."

A partir da leitura do texto, é possível afirmar:

a) A forma de se comunicar não se modifica conforme o tempo, por isso, as palavras utilizadas em nossos discursos são sempre as mesmas. b) As palavras utilizadas para nos comunicar não se modificam de época para época, sendo assim, se fôssemos atualmente nos expressar não usaríamos a palavra “mimosas” do texto, mas sim delicadas ou meigas. c) Mesmo as pessoas com mais idade utilizam-se das palavras ultrapassadas;“mademoiselles” e “mimosas”. d) A palavra “janotas” ainda é muito utilizada atualmente. e) O texto faz referência à modificação que existe na forma como as pessoas se expressam de época para época.

9. Leia a charge

Na charge acima, percebemos a conversa entre duas pessoas de universos diferentes,

utilizando-se de formas diferentes de falar. Observando a conversa da charge, é INCORRETO

afirmar que:

a) Geralmente, as pessoas que moram na roça, que não possuem conhecimento da língua, utiliza-se de termos como dotô, fô e pra nóis, como transcrito na charge.

b) A forma de falar e escrever varia de grupo social para grupo social, ou seja, costuma-se distinguir o português das pessoas mais prestigiadas socialmente (impropriamente

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chamada de fala culta ou norma culta) e o das pessoas de grupos sociais menos prestigiados (a fala popular ou norma popular).

c) A maneira de falar das pessoas pode mudar de situação para situação, ou seja, cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilância e de modo mais espontâneo e menos controlado dependendo da situação da comunicação.

d) Para obter uma informação, mesmo que informal, sempre é necessário que as pessoas utilizem-se da norma padrão da língua.

e) A supressão “pra” sempre pode ser utilizada na língua falada em situações de informalidade como na conversa da charge.

10. Leia o texto:

“Depois de um bom jantar: feijão com carne-seca, orelha de porco e couve com angu, arroz-

mole engordurado, carne de vento assada no espeto, torresmo enxuto de toicinho da barriga,

viradinho de milho verde e um prato de caldo de couve, jantar encerrado por um prato fundo de

canjica com torrões de açúcar, Nho Tome saboreou o café forte e se estendeu na rede. A mão

direita sob a cabeça, a guisa de travesseiro, o indefectível cigarro de palha entre as pontas do

indicador e do polegar, envernizados pela fumaça, de unhas encanoadas e longas, ficou-se de

panca para o ar, modorrento, a olhar para as ripas do telhado. Quem come e não deita, a

comida não aproveita, pensava Nho Tome... E pôs-se a cochilar. A sua modorra durou pouco;

Tia Policena, ao passar pela sala, bradou assombrada:

— Eeh! Sinho! Vai drumi agora? Não! Num presta... Da pisadera e pode morre de ataque de

cabeça! Despois do armoço num far-ma... mais despois da janta?!” (PIRES, Cornélio.

Conversas ao pé do fogo. São Paulo:Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1987.)

Nesse trecho, extraído de texto publicado originalmente em 1921, o narrador

a) apresenta, sem explicitar juízos de valor, costumes da época, descrevendo os pratos servidos no jantar e a atitude de Nho Tome e de Tia Policena.

b) desvaloriza a norma culta da língua porque incorpora a narrativa usos próprios da linguagem regional das personagens.

c) condena os hábitos descritos, dando voz a Tia Policena, que tenta impedir Nho Tome de deitar-se apos as refeições. utiliza a diversidade sociocultural e lingüística para demonstrar seu desrespeito as populações das zonas rurais do início do século XX.

d) manifesta preconceito em relação a Tia Policena ao transcrever a fala dela com os erros próprios da região.

11. Leia, atentamente, os dois textos: Texto 1 Meus oito anos Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! (Casimiro de Abreu)

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Texto 2

Comparando-se a ideia de saudades, apresentada nos versos de Casimiro de Abreu, com a da propaganda da Veja, é correto afirmar que elas são:

a) equivalentes, pois ambas tratam da questão do afastamento e da impossibilidade do

contato físico. b) contrárias, pois a primeira traduz um sentimento de tristeza profunda; já a segunda,

uma tristeza superável. c) diferentes, pois os versos tratam de um sentimento mais geral, envolvendo fases da

vida; e a propaganda, de um sentimento mais específico, envolvendo as pessoas. d) semelhantes, pois remetem à possibilidade de vencer barreiras para suprir os

sentimentos. e) paradoxais, pois envolvem alegria e tristeza para expressar o que se sente por algo que

está distante.

12. (UFPR-2002) Leia o texto a seguir:

O poder das bibliotecas

Bibliotecas. Vistas de dentro de grandes monumentos, elas parecem indestrutíveis. Mas, de

fato, a história mostra que bibliotecas estão sempre sendo destruídas e cada vez que uma

biblioteca vem abaixo muito da civilização desaba com ela. A Biblioteca de Alexandria parecia

que iria durar tanto quanto as pirâmides e, de fato, sobreviveu quase um século, mas, quando

foi destruída, perdemos a maior parte da informação então disponível sobre a Grécia antiga,

700 mil volumes. Perdemos o maior repositório de conhecimentos sobre a Europa medieval

quando Monte Cassino foi bombardeada na Segunda Guerra Mundial. Mas a história das

bibliotecas demonstra que elas são mais vulneráveis do que pensamos - e não só por causa

das guerras. Dirão alguns que elas podem ser substituídas pela internet. Ora, quanto a mim,

sou partidário da digitalização, mas fiquei horrorizado quando soube que o projeto original para

um novo campus da Universidade da Califórnia nem sequer incluía uma biblioteca.

Imaginamos as bibliotecas como o núcleo de nossos campi, mas esse seria um novo campus

sem uma biblioteca. Os projetistas julgaram que os computadores seriam suficientes,

supostamente porque acreditavam que os livros nada mais fossem que recipientes de

informação. Hoje muitos estudantes adotam essa atitude, e não só na Califórnia. Acham que

pesquisar é surfar. Quando escrevem trabalhos, costumam surfar na internet, baixar os

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arquivos, recortar, colar e imprimir. Nossas bibliotecas devem, é claro, microfilmar e digitalizar,

mas devem também conservar livros - os livros originais. Uma cópia digitalizada não pode ser

um substituto adequado para o original. (Adaptado de: DARNTON, R. Folha de S. Paulo, 15

abr. 2001. Caderno Mais.)

Com relação à construção argumentativa do texto, pode-se afirmar:

A) O autor defende a digitalização dos livros como uma solução para a falta de espaço nas bibliotecas. B) O autor é favorável à digitalização das bibliotecas em substituição aos livros impressos, pois assim é possível garantir a preservação dos livros e evitar, em tempos de guerra, a destruição das bibliotecas. C) O autor expõe sua visão de pesquisa: a internet facilita a pesquisa, pois, para realizá-la, basta baixar os arquivos, recortar, colar e imprimir. D) Três fatos sustentam a tese do texto: a destruição da Biblioteca de Alexandria, o bombardeio de Monte Cassino e a intenção de substituir bibliotecas convencionais pela internet. E) A conclusão do texto baseia-se na equivalência entre livros impressos e digitalizados. 13. Leia o texto abaixo: (ANALISTA TRT/MG - 2009 – FCC) Um antigo documentário Num desses canais de TV a cabo - ou no de TV Educativa, não me lembro ao certo - pude assistir, não faz muitos dias, a um documentário sobre a atuação dos irmãos Vilas-Boas junto a tribos indígenas do Xingu. A reportagem, apesar de tecnicamente algo tosca, resultou muito expressiva; deve datar do início dos anos 60. No centro dela, repontava o delicado tema da "aproximação" que os brancos promovem em relação aos índios ainda isolados. Cláudio Vilas-Boas, que chefiava a expedição, mostrou plena consciência da tensão que envolve esses primeiros contatos, que acabarão provocando a desfigurações da cultura indígena. Há quem defenda, com razão, que o melhor para os índios seria que os deixássemos em paz, às voltas com seus valores, hábitos e ritos. Mas acabaria não sendo possível evitar que, mais dia, menos dia, algum contato se estabelecesse - e com o risco de que brancos ambiciosos e despreparados mostrassem, eles sim, a "selvageria" de que somos capazes. A delicadeza da missão dos irmãos Vilas-Boas está em que eles procuram respeitar ao máximo a cultura indígena, enquanto a põem em contato com a nossa. Melhor que ninguém, os irmãos sabem que não aproveitaremos nada de tanto o que têm os índios a nos ensinar (na dedicação aos filhos, por exemplo) e que, ao mesmo tempo, os exporemos aos nossos piores vícios. Era visível a preocupação de Cláudio, pelos riscos desse contato: uma gripe trazida pelo branco pode dizimar toda uma aldeia. Hoje, décadas depois, o documentário parece assumir o valor de um testamento: são impressionantes as cenas em que um chefe indígena recusa, com veemência, presentes dos "civilizados"; ele parece adivinhar o custo de tais ofertas, e busca se defender do perigo mortal que vê nelas. O país desenvolveu-se muito nesse tempo, modernizou-se, povoou regiões recônditas do interior, abriu espaço para as "reservas". Mas sabemos que a cultura do colonizador não é, necessariamente, melhor do que a do colonizado. Apenas se revelou a mais bem armada, a mais forte das duas. Melhor seria se fosse, também, a mais justa. (Roberto Melchior da Ponte, inédito) A tese de que os índios nada ganham ao entrar em contato com o branco

a) é contestada no primeiro parágrafo, quando se faz referência à atuação dos irmãos Vilas-Boas.

b) é admitida no segundo parágrafo, embora seja vista como impossível de se defender na prática.

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c) não é considerada como plausível ou justa, pois a força está sempre do lado do colonizador.

d) não é admitida em nenhum momento do texto, uma vez que não traduz a posição de Cláudio Vilas-Boas.

e) é levada em conta no último parágrafo, para ser descartada em razão de empecilhos culturais.

14. Leia os textos a seguir.

I) “Mas será o amor realmente um tema para discussões e experiências científicas? Alguns cientistas têm a resposta na ponta da língua – e ela não é nem um pouco romântica. “O amor emana do cérebro e o cérebro é algo físico. Portanto, o amor é tema para o discurso científico da mesma forma que pepinos ou eventos químicos”, escreveram os autores de A General theory of Love. Eles ainda argumentam que é preciso entender os fenômenos para que eles façam sentido nas nossas vidas e para que a ignorância não traga consequências amargas.”(Revista Superinteressante)

II)“Amor é fogo que arde sem se ver É ferida que dói e não se sente É um contentamento descontente É dor que desatina sem doer.”(Luis Vaz de Camões)

Podemos depreender dos textos que:

a ) o fato de o amor ser contraditório dificulta uma abordagem científica. b) os valores humanos não são tão importantes. c) os sentimentos humanos são transitórios e contraditórios. d) por referir-se a sentimento humano, o amor é universal e cada época ou pessoa pode abordá-lo de maneira diferente. e)por ser universal, o amor revela-se contraditório.

15. Leia os textos:

TEXTO I

“O homem se tornou lobo para o homem, porque a meta do desenvolvimento industrial está

concentrada num objeto e não no ser humano. A tecnologia e a própria ciência não respeitaram

os valores éticos e, por isso, não tiveram respeito algum para o humanismo. Para a

convivência. Para o sentido mesmo da existência.

Na própria política, o que contou no pós-guerra foi o êxito econômico e, muito pouco, a justiça

social e o cultivo da verdadeira imagem do homem. Fomos vítimas da ganância e da máquina.

Das cifras. E, assim, perdemos o sentido autêntico da confiança, da fé, do amor. As máquinas

andaram por cima da plantinha sempre tenra da esperança. E foi o caos.” (ARNS, Paulo

Evaristo. Em favor do homem. Rio de Janeiro: Avenir, s/d. p.10.)

TEXTO ll

Millor e a ética do nosso tempo

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A charge de Millôr e o texto de Dom Paulo Evaristo Arns tratam, em comum:

a) do total desrespeito às tradições religiosas e éticas. b) da defesa das convicções morais diante da corrupção. c) da ênfase no êxito econômico acima de qualquer coisa. d) da perda dos valores éticos nos tempos modernos. e) da perda da fé e da esperança num mundo globalizado.

16.Leia os textos

O canto do guerreiro

Aqui na floresta Dos ventos batida, Façanhas de bravos Não geram escravos, Que estimem a vida Sem guerra e lidar. — Ouvi-me, Guerreiros, — Ouvi meu cantar. Valente na guerra, Quem há, como eu sou? Quem vibra o tacape Com mais valentia? Quem golpes daria Fatais, como eu dou? — Guerreiros, ouvi-me; — Quem há, como eu sou? (Gonçalves Dias).

Macunaíma

(Epílogo)

Acabou-se a história e morreu a vitória.

Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo

Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um.

Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles

campos, furos puxadouros arrastadouros meios-

barrancos,

aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto...

Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera.

Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da

tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem

podia saber do Herói? (Mário de Andrade)

A leitura comparativa dos dois textos acima indica que:

a) ambos têm como tema a figura do indígena brasileiro apresentada de forma realista e heroica, como símbolo máximo do nacionalismo romântico.

b) a abordagem da temática adotada no texto escrito em versos é discriminatória em relação aos povos indígenas do Brasil.

c) as perguntas “— Quem há, como eu sou?” (1.o texto) e “Quem podia saber do Herói?” (2.o texto) expressam diferentes visões da realidade indígena brasileira.

d) o texto romântico, assim como o modernista, aborda o extermínio dos povos indígenas como resultado do processo de colonização no Brasil.

e) os versos em primeira pessoa revelam que os indígenas podiam expressar-se poeticamente, mas foram silenciados pela colonização, como demonstra a presença do narrador, no segundo texto.

17. Leia o texto para responder à questão.

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SIC

Apresaéiminigadaperfeição

(Fonte: PAES, José Paulo. Poesia completa. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 300.)

Vocabulário

SIC: assim, deste modo; palavra que indica que, numa citação, o texto original está

reproduzido exatamente, por errado ou estranho que possa parecer.

De modo como aparece grafado, o verso “Apresaéiminigadaperfeição” simula problemas de

ortografia para...

a.provar, com exemplo, que a leitura sempre altera o sentido.

b. indicar que, com frequência, poetas erram ao digitar.

c. sugerir que, por desatenção, o trecho foi citado incompleto.

d. mostrar, na prática, aquilo que ele próprio afirma.

e. ilustrar como, às vezes, o título não tem a ver com o restante.

18. Leia os textos abaixo.

Álcool, crescimento e pobreza

O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana cortada. Nos anos 80, esse trabalhador cortava cinco toneladas de cana por dia. A mecanização da colheita o obrigou a ser mais produtivo. O corta-cana derruba agora oito toneladas por dia.

O trabalhador deve cortar a cana rente ao chão, encurvado. Usa roupas mal-ajambradas, quentes, que lhe cobrem o corpo, para que não seja lanhado pelas folhas da planta. O excesso de trabalho causa a birola: tontura, desmaio, cãibra, convulsão. A fim de agüentar dores e cansaço, esse trabalhador toma drogas e soluções de glicose, quando não farinha mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos canaviais.

O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda vende excedentes. A indústria de São Paulo contrata cientistas e engenheiros para desenvolver máquinas e equipamentos mais eficientes para as usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública, na área agrícola (cana, laranja, eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país. (Folha de S. Paulo, 11/3/2007 (com adaptações))

ÁLCOOL: O MUNDO DE OLHO EM NOSSA TECNOLOGIA

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— Ah, fico meio encabulado em ter de comer com a mão diante de tanta gente! (ANGELI.

Folha de S. Paulo, 25/3/2007.)

Confrontando-se as informações do texto com as da charge acima, conclui-se que

a) a charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia avançada no setor agrícola.

b) a charge e o texto abordam, a respeito da cana-de-açúcar brasileira, duas realidades distintas e sem relação entre si.

c) o texto e a charge consideram a agricultura brasileira avançada, do ponto de vista tecnológico.

d) a charge mostra o cotidiano do trabalhador, e o texto defende o fim da mecanização da produção da cana-de-açúcar no setor sucroalcooleiro.

e) o texto mostra disparidades na agricultura brasileira, na qual convivem alta tecnologia e condições precárias de trabalho, que a charge ironiza.

19. Leia os textos A e B.

TEXTO A

Mais de 100 deputados e senadores trocaram de partido desde a eleição do ano passado.

Segundo o jornal O Globo, até o último dia 3, os vira-casacas foram 103 na Câmara e dez no

Senado. O Estado de São Paulo computou 120 trânsfugas, só entre os deputados, até a

mesma data. (...) O fenômeno de uma massa de parlamentares, pondo-se em movimento em

busca de outra legenda, configura uma migração a gosto do fotógrafo Sebastião Salgado. O

quadro que vem à mente é de uma multidão de almas penadas em busca de melhor sorte, a

pele curtida, os pés doídos de vagar por enganosos caminhos. (TOLEDO, Roberto Pompeu

de. O último que chegar é mulher de padre. Veja. São Paulo: out. de 2003. p. 130.)

TEXTO B

Em relação aos textos A e B, analise os itens abaixo.

a) O texto A veicula o que acontece no cotidiano, embora traga marcas de subjetividade. Tem-se um texto informativo.

Page 14: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

b) No texto A, a presença de dados quantitativos evidencia o propósito do autor de informar com exatidão, embora ele, sutilmente, emita opiniões.

c) No texto A, o autor privilegia a informação, demonstra neutralidade e confirma a inconsistência de informações enganosas.

d) O texto B tenta ganhar a adesão de seus receptores e, para isso, utiliza um vocabulário que remete para atividades próprias desses receptores. Tem-se um texto apelativo.

e) O texto B, em seus padrões de linguagem, foge à determinação das características sociais e psicológicas do público que pretende atingir.

20. Leia a charge:

A charge acima trata da violência na cidade do Rio de Janeiro, assunto muito discutido hoje na

mídia. A finalidade da charge é satirizar situações, acontecimentos do cotidiano. Levando em

consideração que a mensagem deve chamar a atenção do leitor, podemos afirmar que:

a) O autor dá vida à bala do revólver provocando o efeito de humor na situação trágica em que a cidade do Rio de Janeiro se encontra.

b) O autor se utiliza da polissemia, por meio da palavra “perdida”, para provocar dois efeitos de sentido no texto e transformar uma situação trágica em algo engraçado.

c) O autor se utiliza da expressão “poderia me ajudar” dita por uma bala para expressar um apelo da aflição da população de forma cômica.

d) O autor torna engraçada a violência na cidade do Rio de Janeiro à medida que insere no texto uma imagem engraçada.

e) O autor da charge demonstra, por meio da imagem, o pavor do cidadão morador do Rio de Janeiro e afirma isso com a palavra ‘ajuda”.

21. Leia a letra da música

Heavy metal do senhor

o cara mais underground que eu conheço é o diabo

que no inferno toca cover das canções celestiais

com sua banda formada só por anjos decaídos

enquanto isso deus brinca de gangorra no playground

do céu com os santos que já foram homens de pecado

de repente os santos falam "toca deus um som maneiro"

Page 15: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

e deus fala "aguenta vou rolar um som pesado"

a banda cover do diabo acho que já tá por fora

o mercado tá de olho é no som que deus criou

com trombetas distorcidas e harpas envenenadas

mundo inteiro vai pirar com o heavy metal do

senhor.(BALEIRO, Zeca. Por onde andará Stephen Fry?)

Considerando-se a mescla de discursos sociais no texto, as expressões que implicam o uso

moderado e socialmente elevado da linguagem são:

a) cara, cover, som pesado.

b) senhor, harpa, anjos decaídos.

c) underground, heavy metal, banda.

d) inferno, canções celestiais, gangorra.

22.Leia a propaganda

Na parte superior do anúncio, há um comentário escrito à mão que aborda a questão das

atividades linguísticas e sua relação com as modalidades oral e escrita da língua. Esse

comentário deixa evidente uma posição crítica quanto a usos que se fazem da linguagem,

enfatizando ser necessário:

a. implementar a fala, tendo em vista maior desenvoltura, naturalidade e segurança no uso da

língua.

b. conhecer gêneros mais formais da modalidade oral para a obtenção de clareza na

comunicação oral e escrita.

c. dominar as diferentes variedades do registro oral da língua portuguesa para escrever com

adequação, eficiência e correção.

d. empregar vocabulário adequado e usar regras da norma padrão da língua em se tratando da

modalidade escrita.

e. utilizar recursos mais expressivos e menos desgastados da variedade padrão da língua.

23. Leia atentamente as charges I e II para responder a questão:

Page 16: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

Leia atentamente as charges I e II para responder a questão:

Sobre a concordância verbal nas frases “Vendem-se votos” e “Admite-se faxineiros com

experiência”, analise as afirmativas.

I.A concordância do verbo com o sujeito na frase “Admite-se faxineiros com experiência”

desobedece intencionalmente às normas da escrita padrão visando tornar a linguagem um traço

característico da situação retratada.

II. A indefinição da pessoa que vende votos (charge I) é marcada pela presença do “se”, índice

de indeterminação do sujeito, o que torna a concordância verbal inadequada.

III. Como a charge I insere-se num contexto sociopolítico, a concordância entre verbo e sujeito é

ideológica, subentendendo a ideia de coletivo.

IV. Se uma instituição de ensino exibir um cartaz com a frase da charge II, deveria reescrevê-la

da seguinte forma: “Admitem-se faxineiros com experiência”.

Estão corretas as afirmativas:

a. II, III e IV, apenas

b. I e IV, apenas

c. III e IV, apenas

d. I, II e III, apenas

e. I, II, III e IV

24. Leia o fragmento

“Na sociedade neoliberal, cresce a produção de bens supérfluos, oferecidos como mercadorias indispensáveis. [...] É no mínimo preocupante constatar como, hoje, se enche a boca para falar de livre mercado e competitividade, e se esvazia o coração de solidariedade. Se continuar assim, só restarão os valores da bolsa. E em que mercado comprar nossas mais profundas aspirações: amor e comunhão,felicidade e paz?”(BETTO, Frei. Estado de Minas, Belo Horizonte, 8 jun. 2006, p.10).

O argumento apresentado por Frei Beto mostra que ele

a) é favorável à sociedade neoliberal. b) é contra a sociedade neoliberal. c) é neutro com relação à sociedade neoliberal. d) não critica a sociedade neoliberal. e) não revela posicionamento sobre o assunto.

Page 17: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

25.(UFPB) Leia o texto.

LITANIA DOS POBRES

Os miseráveis, os rotos são as flores dos esgotos. São espectros implacáveis os rotos, os miseráveis. São prantos negros de furnas caladas, mudas, soturnas. São os grandes visionários dos abismos tumultuários. As sombras das sombras mortas, cegos, a tatear nas portas. Procurando o céu, aflitos e varando o céu de gritos. Faróis à noite apagados por ventos desesperados. Inúteis, cansados braços pedindo amor aos Espaços. Mãos inquietas, estendidas ao vão deserto das vidas. Figuras que o Santo Ofício condena a feroz suplício. Arcas soltas ao nevoento dilúvio do Esquecimento. Perdidas na correnteza das culpas da Natureza. [...] (CRUZ E SOUSA. Os melhores poemas de Cruz e Sousa, p.89)

Julgue corretas (C) ou erradas (E) as assertivas que comparam o poema “Litania dos

Pobres”, de Cruz e Sousa, com a charge que segue:

Page 18: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

( ) A charge confirma a condição humana de visionário miserável ilustrada no poema.

( ) A temática da charge nega a condição divina como suporte salvador da condição de

pobreza desenhada no poema.

( ) O poema revela a incredulidade do pobre que tudo pode obter com a fé divina, reforçada

na charge.

( ) A charge e o poema são gêneros intrinsecamente diferentes e, portanto, não se

complementam em termos de temática, não podem, pois, ser comparados.

A sequência correta é:

a) C,C,E,E b) C,E,E,C c) E,C,C,E d) E,E,C,E e) C,E,C,E

26. Leia a carta

Carta aberta ao Presidente da República Brasília, 04 de junho de 2009. Exmo. Sr. Luiz Inácio Lula da Silva DD Presidente da República Sr. Presidente, Vivemos, ontem, um dia histórico para o país e um marco para a Amazônia, com aprovação final, pelo Senado Federal, da Medida Provisória 458/09, que trata sobre a regularização fundiária da região. Os objetivos de estabelecer direitos, promover justiça e inclusão social, aumentar a governança pública e combater a criminalidade, que sei terem sido sua motivação, foram distorcidos e acabaram servindo para reafirmar privilégios e o execrável viés patrimonialista que não perde ocasião de tomar de assalto o bem público, de maneira abusiva e incompatível com as necessidades do País e os interesses da maioria de sua população.

Page 19: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

Os especialistas que acompanham a questão fundiária na Amazônia afirmam categoricamente que a MP 458, tal como foi aprovada ontem, configura grave retrocesso, como aponta o Procurador Federal do Estado do Pará, Dr. Felício Pontes. Sendo assim, Senhor Presidente, está em suas mãos evitar um erro de grandes proporções, não condizente com o resgate social promovido pelo seu governo e com o respeito devido a tantos companheiros que deram a vida pela floresta e pelo povo da Amazônia. Permita-me também, Senhor Presidente, e com a mesma ênfase, lhe pedir cuidados especiais na regulamentação da Medida Provisória. Por tudo isso, Sr. Presidente, peço que Vossa Excelência vete os incisos II e IV do artigo 2º; o artigo 7º e o artigo 13. Com respeito e a fraternidade que tem nos unido, atenciosamente, Senadora Marina Silva

(Texto adaptado. http://www.greenpeace.org/brasil/amazonia/noticias/carta-aberta-da-senadora-marin)

O texto apresentado é uma carta aberta, gênero textual de extrema importância na vida social contemporânea, sobretudo em sociedades democráticas. Ao ser amplamente divulgada, a carta aberta tem como meta A) informar e conscientizar as pessoas em geral sobre um problema social ou político; assim, a carta aberta instiga o seu leitor a sustentar o apelo que compõe o conteúdo apresentado pelo seu produtor. B) constituir o seu produtor como representante legítimo da população, tendo em vista ser ele o único credenciado a formalizar os reclames da sociedade perante a autoridade. C) participar aos órgãos ou às autoridades competentes uma ação coletiva; por isso, a carta aberta é também conhecida e denominada de carta reivindicatória. D) estimular e induzir o seu leitor a ponderar criticamente sobre diversos aspectos da sociedade onde vive, por meio de uma linguagem acessível a todos. E)Divertir os cidadãos e ensinas como reivindicar soluções para os problemas sociais e

políticos.

27. (Enade 2008) “Quando o homem não trata bem a natureza, a natureza não trata bem o

homem”.

Essa afirmativa reitera a necessária interação das diferentes espécies, representadas na

imagem a seguir.

Page 20: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

(Disponível em http://curiosidades.spaceblog.com.br. Acesso em 10 out. 2008.)

Depreende-se dessa imagem a:

A) atuação do homem na clonagem de animais pré-históricos. B) exclusão do homem na ameaça efetiva à sobrevivência do planeta. C) ingerência do homem na reprodução de espécies em cativeiro. D) mutação das espécies pela ação predatória do homem. E)responsabilidade do homem na manutenção da biodiversidade.

28. Leia os textos a seguir:

Page 21: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

(Antonio Rocco. Os imigrantes, 1910,Pinacoteca do Estado de São Paulo.)

Um dia, os imigrantes aglomerados na amurada da proa chegavam à fedentina quente de um

porto, num silêncio de mato e de febre amarela. Santos. — É aqui! Buenos Aires é aqui! —

Tinham trocado o rótulo das bagagens, desciam em fila. Faziam suas necessidades nos trens

dos animais onde iam. Jogavam-nos num pavilhão comum em São Paulo. — Buenos Aires é

aqui! — Amontoados com trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que pretos guiavam

através do mato por estradas esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas donde acabava

de sair o braço escravo. Formavam militarmente nas madrugadas do terreiro homens e

mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro. (Oswald de Andrade. Marco Zero II –Chão.

Rio de Janeiro: Globo, 1991).

(ENEM-2007) Levando-se em consideração o texto de Oswald de Andrade e a pintura de

Antonio Rocco reproduzida acima, relativos à imigração europeia para o Brasil, é correto

afirmar que

A) a visão da imigração presente na pintura é trágica e, no texto, otimista. B) a pintura confirma a visão do texto quanto à imigração de argentinos para o Brasil. C) os dois autores retratam dificuldades dos imigrantes na chegada ao Brasil. D) Antonio Rocco retrata de forma otimista a imigração, destacando o pioneirismo do imigrante. E) Oswald de Andrade mostra que a condição de vida do imigrante era melhor que a dos ex-escravos.

29. Leia o texto: (IESES 2009)

Page 22: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

Quanto aos objetivos e ao público-alvo:

a) o texto informa sobre a necessidade atual de os jovens trabalharem e endereça-se a leitores adultos de nível básico de instrução.

b) o texto alerta sobre o perigo da liberdade vigiada e dirige-se a leitores adultos de nível médio de instrução.

c) o texto diverte o leitor com a metáfora da geração de jovens cangurus e dirige-se a leitores adultos de nível superior de instrução.

d) o texto divulga ideias sobre a necessidade de o jovem ganhar seu próprio dinheiro e dirige-se a leitores adultos analfabetos.

e) o texto discute aspectos da geração dos jovens cangurus e dirige-se a leitores adultos de nível médio ou superior de instrução.

30. Leia o texto

IDEIAS SÃO ALIMENTO para o intelecto, mas também para a alma. Algumas destroem a

vontade de agir em prol do bem comum, para além dos grupos de interesse fechados, outras a

motivam. Há também as ideias que analisam tais ideias mobilizadoras. Uma das mais

respeitadas é a de Robert Putnam a respeito do efeito diverso de solidariedades

verticais, baseadas na hierarquia, e de horizontais, baseadas na reciprocidade

generalizada entre iguais. Estas últimas estimulariam a cultura cívica, ou seja, a capacidade

de participar na solução dos problemas coletivos por criarem associações igualitárias de vários

tipos na população de uma cidade ou país.

O argumento em destaque no texto é construído com base em:

a) narração b) causa e consequência

Page 23: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

c) citação direta d) referência a autor consagrado e) dado estatístico

31. (ENEM 2001) Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero

Vaz de Caminha:

“A terra é mui graciosa, Tão fértil eu nunca vi. A gente vai passear, No chão espeta um caniço, No dia seguinte nasce Bengala de castão de oiro. Tem goiabas, melancias, Banana que nem chuchu. Quanto aos bichos, tem-nos muito, De plumagens mui vistosas. Tem macaco até demais Diamantes tem à vontade Esmeralda é para os trouxas. Reforçai, Senhor, a arca, Cruzados não faltarão, Vossa perna encanareis, Salvo o devido respeito. Ficarei muito saudoso Se for embora daqui”.(MENDES, Murilo. Murilo Mendes — poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994).

Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste,como

ocorre em:

(A) A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais (B) Salvo o devido respeito / Reforçai, Senhor, a arca (C) A gente vai passear / Ficarei muito saudoso (D) De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de oiro (E) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade

32. (ENEM 2007) Compare os textos:

Antigamente

Acontecia o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio chamar o

doutor e,depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença

nefasta era a phtísica, feia era o gálico. Antigamente, os sobrados tinham assombrações,os

meninos, lombrigas [...](ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa e prosa.Rio de

Janeiro: Companhia José Aguilar, p. 1.184).

O texto acima está escrito em linguagem de uma época passada. Observe uma outra versão,

em linguagem atual.

Antigamente

Acontecia o indivíduo apanhar um resfriado; ficando mal, mandava o próprio chamar o doutor

e, depois, ir à farmácia para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta

Page 24: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

era a tuberculose, feia era a sífilis. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os

meninos, vermes [...]

Comparando-se esses dois textos, verifica-se que, na segunda versão, houve mudanças

relativas a

A) vocabulário.

B) construções sintáticas.

C) pontuação.

D) fonética.

E) regência verbal.

33.(ENEM 1998) Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal

da Língua Portuguesa, saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para

exemplificar este fato, seu professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto Aí,

Galera, de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações de discurso

oral que fogem à expectativa do ouvinte.

Aí, Galera Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação” ? E, no entanto, por que não? - Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera. -Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares. - Como é? - Aí, galera. - Quais são as instruções do técnico? - Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação. - Ahn? - É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça. - Certo. Você quer dizer mais alguma coisa? - Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas? - Pode. - Uma saudação para a minha progenitora. - Como é? - Alô, mamãe! - Estou vendo que você é um, um... - Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação? - Estereoquê? - Um chato? - Isso.(Correio Braziliense, 13/05/1998).

Page 25: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido,

em língua culta, formal, por:

(A) pegá-los na mentira. (B) pegá-los desprevenidos. (C) pegá-los em flagrante. (D) pegá-los rapidamente. (E) pegá-los momentaneamente

34.Leia os dois textos:

Texto I

Texto II

A regra geral básica da conversação é: fala um de cada vez. Pois, na medida em que nem

todos falam ao mesmo tempo (em geral um espera o outro concluir) e um só não fala o tempo

todo (os falantes se alternam), é sugestivo imaginar a distribuição de turnos entre os falantes

como um fator disciplinador da atividade conversacional. (Luiz Antônio Marcuschi)

Obs.: turno: cada uma das vezes em que o falante está com a palavra durante uma

conversação.

Pela leitura dos textos, depreende-se corretamente que:

a) o conceito de turno conversacional pode ser vislumbrado nas falas em que o garoto elabora estratégias para assumir a palavra numa conversação. b) é impossível imaginar regras conversacionais, já que a comunicação oral se caracteriza pela liberdade e espontaneidade. c) as falas do garoto (texto I) constituem-se como uma paráfrase do texto II, já que o tratamento dado ao tema é o mesmo. d) a história em quadrinhos, por ser escrita em forma de diálogo, conceitua com mais correção a ideia turno conversacional. e) o sentido da fala do tigre - o amigo do garoto - contradiz o conceito teórico apresentado no texto II.

35. Leia os textos

Page 26: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

Texto I

Línguas do Brasil

Acompanhando os navegadores, colonizadores e comerciantes portugueses em todas as suas

incríveis viagens, a partir do século 15, o português se transformou na língua de um império.

Nesse processo, entrou em contato — forçado, o mais das vezes; amigável, em alguns casos

— com as mais diversas línguas, passando por processos de variação e de mudança

linguística. Assim, contar a história do português do Brasil é mergulhar na sua história colonial

e de país independente, já que as línguas não são mecanismos desgarrados dos povos que as

utilizam. (PAGOTTO, E. P. Línguas do Brasil. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br>.

Acesso em: 5 jul. 2009 (adaptado)).

Texto II

Barbarismo é vício que se comete na escritura de cada uma das partes da construção ou na

pronunciação. E em nenhuma parte da Terra se comete mais essa figura da pronunciação que

nestes reinos, por causa das muitas nações que trouxemos ao jugo do nosso serviço. Porque

bem como os gregos e romanos haviam por bárbaras todas as outras nações estranhas a eles,

por não poderem formar sua linguagem, assim nós podemos dizer que as nações de África,

Guiné, Ásia, Brasil barbarizam quando querem imitar a nossa. (BARROS, J. Gramática da

língua portuguesa. Porto: Porto Editora, 1957 (adaptado)).

Os textos abordam o contato da língua portuguesa com outras línguas e processos de variação

e de mudança decorridos desse contato. Da comparação entre os textos, conclui-se que a

posição de João de Barros (texto II), em relação aos usos sociais da linguagem, revela:

a)atitude crítica do autor quanto à gramática que as nações a serviço de Portugal possuíam e, ao mesmo tempo, de benevolência quanto ao conhecimento que os povos tinham de suas línguas. b) atitude preconceituosa relativa a vícios culturais das nações sob domínio português, dado o interesse dos falantes dessas línguas em copiar a língua do império, o que implicou a falência do idioma falado em Portugal. c) o desejo de conservar, em Portugal, as estruturas da variante-padrão da língua grega - em oposição às consideradas bárbaras -, em vista da necessidade de preservação do padrão de correção dessa língua à época. d) adesão à concepção de língua como entidade homogênea e invariável, e negação da ideia de que a língua portuguesa pertence a outros povos. e) atitude crítica, que se estende à própria língua portuguesa, por se tratar de sistema quenão disporia de elementos necessários para a plena inserção sociocultural de falantes não nativos do português.

36. Leia o texto

Page 27: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

O texto apresenta como finalidade (A) revelar o nível de alienação do sujeito poético. (B) reafirmar a influência coletiva na esfera pessoal. (C) acrescentar elementos pessoais a um tema social. (D) criticar uma situação e projetar um sentimento de desencanto sobre a política. (E) revelar uma forte atração do enunciador sobre o processo de um partido político humanizador.

37. Leia o texto

Conto de fadas para Mulheres Modernas

Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa, independente e cheia de autoestima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã. Então, a rã pulou para o seu colo e disse:

- Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas, uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre…

… E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava: – Eu, hein?… nem morta! (Luís Fernando Veríssimo)

O texto nos permite perceber uma mudança de comportamento da mulher em nossos dias. Qual o dito popular que define melhor a ideia central do conto de Luís Fernando Veríssimo e qual o recurso utilizado por Veríssimo para conseguir o humor crítico?

a) Melhor um na mão do que dois voando/diálogo intertextual com um conto de fadas b) Sempre existe um sapato velho para um pé doente/ diálogo intertextual com uma lenda brasileira c) Antes só do que mal acompanhada/ diálogo intertextual com a história do Príncipe Sapo

Page 28: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

d)Quem ama o feio bonito lhe parece/ diálogo intertextual com um mito contemporâneo e)Quem cospe para cima na cara lhe cai/ diálogo intertextual com um conto contemporâneo

38. Leia o texto

De modo geral, estes depoimentos se referem ao mesmo tema. Mais especificamente, pode-se dizer que eles possuem a seguinte característica em comum:

(A) o relato de experiências pessoais (B) o interesse pelo processo eleitoral (C) a defesa das especificidades dos jovens (D) a diversidade das frentes de participação (E) n.d.a.

39. Leia o texto

O açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim

nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro

e afável ao paladar como beijo de moça, água

na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar

não foi feito por mim. Este açúcar veio

da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, [dono da mercearia.

Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco

ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos

que não nascem por acaso

Page 29: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

no regaço do vale. (...)

Em usinas escuras, homens de vida amarga

e dura produziram este açúcar

branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.

(GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p. 227-8.)

Com esse texto, Ferreira Gullar busca

a) Criticar a divisão social do trabalho na sociedade brasileira. b) Persuadir o leitor sobre a importância social do trabalho. c) Informar sobre uma situação política e social brasileira. d) Divertir o leitor com a imagem de duas classes sociais que dialogam na cultura

brasileira. e) Entreter poeticamente o leitor com imagens recorrentes na sociedade brasileira.

40. Leia

A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi preciso

alcançar toda essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na

última década do século XX, para que uma pequena parcela de brasileiros se desse conta de

que o maior patrimônio natural do país está sendo torrado.(AB’SABER, A. Amazônia: do

discurso a práxis. São Paulo: EdUSP, 1996).

O argumento em destaque no texto é construído com base em:

a) citação direta b) dados de pesquisa c) comparação d) referência a autor consagrado e) lei

41. O texto que vem a seguir é a letra de uma das músicas de Adoniran Barbosa, o

mesmo compositor de Saudosa Maloca, O samba do Arnesto e Trem das onze.

Domingo nós fumus Num samba no Bexiga Na rua Major Na casa do Nicola A "mezza notte o'clock" Saiu uma baita duma briga Era só pizza que avoava Junto coas brajola Nóis era estranho no lugar E não quisemo se meter Não fumo lá pra briga Nóis fumo lá pra comê Na hora h se infiemo debaixo da mesa Fiquemo ali de beleza Vendo o Nicola brigá Dali a pouco escuitemo a patrulha chegar E o sargento Oliveira parlar

Page 30: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

Num tem portância Vô chamando as ambulância. Aí ele disse assim: Carma, pessoar, A situação aqui tá Muito cínica: Os mais pior vai pras Crínica. (Extraído de Elis Regina no fino da bossa. v. 3, faixa 7, 11.V030.V3.CD.) A leitura global do texto permite afirmar que:

a) a variante linguística usada no texto é inapropriada, pois se trata de um dialeto rural. b) o dialeto usado é urbano, sem nenhuma mistura com outro linguajar. c) o dialeto usado é formado de palavras estrangeiras misturadas com o dialeto urbano de São Paulo. d) o dialeto usado contém traços típicos da linguagem dos imigrantes italianos e do dialeto caipira de São Paulo. e) a linguagem usada no texto contém palavras e expressões típicas de um dialeto urbano misturado com palavras e expressões da língua culta escrita.

42. Leia o texto.

Para o Mano Caetano

Poema do cantor Lobão faz sátira ao compositor

Caetano Veloso

O que fazer do ouro de tolo Quando um doce bardo brada a toda brida, Em velas pandas, suas esquisitas rimas? Geografia de verdades, Guanabaras postiças Saudades banguelas, tropicais preguiças? A boca cheia de dentes De um implacável sorriso Morre a cada instante Que devora a voz do morto, e com isso, Ressuscita vampira, sem o menor aviso [...] E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo Tipo pra rimar com ouro de tolo? Oh, Narciso Peixe Ornamental! Tease me, tease me outra vez! Ou em banto baiano Ou em português de Portugal Se quiser, até mesmo em americano De Natal [...] Tease me (caçoe de mim, importune-me).

(LOBÃO. Disponível em:<http://vagalume.uol.com.br>. Acesso em: 1º ago. 2009 (adaptado)).

Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão explora vários recursos da língua

portuguesa, a fim de conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o

extrato sonoro do idioma e o uso de termos coloquiais na seguinte passagem:

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a)“Quando um doce bardo brada a toda brida” b) “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” c) “Que devora a voz do morto” d) “lobo-bolo/Tipo pra rimar com ouro de tolo?” e) “Tease me, tease me outra vez”

43. Leia:

A vida na rua como ela é

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) realizou, em

parceria com a ONU, uma pesquisa nacional sobre a população que vive na rua, tendo

sido ouvidas 31.922 pessoas em 71 cidades brasileiras. Nesse levantamento,

constatou-se que a maioria dessa população sabe ler e escrever (74%), que apenas

15,1% vivem de esmolas e que, entre os moradores de rua que ingressaram no ensino

superior, 0,7% se diplomou.

(Isto é, 7/5/2008, p. 21 (com adaptações)).

Um dos fatores que justificam o uso da norma padrão da língua portuguesa no texto

acima é o seu gênero textual, a saber:

a) Crônica b) Notícia c) Charge d) Carta e) Depoimento

44. (Fuvest 2010) Leia o texto:

— Fio, fais um zóio de boi lá fora pra nóis.

O menino saiu do rancho com um baixeiro* na cabeça, e no terreiro, debaixo da chuva miúda e continuada, enfincou o calcanhar na lama, rodou sobre ele o pé, riscando com o dedão uma circunferência no chão mole — outra e mais outra. Três círculos entrelaçados, cujos centros formavam um triângulo equilátero. Isto era simpatia para fazer estiar. E o menino voltou:

— Pronto, vó.

— O rio já encheu mais? — perguntou ela.

— Chi, tá um mar d'água! Qué vê, espia, — e apontou com o dedo para fora do rancho. A velha foi até a porta e lançou a vista. Para todo lado havia água. Somente para o sul, para a várzea, é que estava mais enxuto, pois o braço

do rio aí era pequeno. A velha voltou para dentro, arrastando-se pelo chão, feito um cachorro, cadela, aliás: era entrevada. Havia vinte anos apanhara um "ar de estupor" e desde então nunca mais se valera das pernas, que murcharam e se estorceram.

(Bernardo Elis. Nhola dos anjos e a cheia do Curumbá.Os cem melhores contos brasileiros do século, 2000.)

*Baixeiro. s.m. Manta que se coloca no lombo do cavalo,por baixo da sela.

Page 32: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

No fragmento transcrito, há expressões regionais e coloquiais. Assinale a alternativa em que esse tipo de expressão não ocorre.

a) Fio, fais um zóio de boi lá fora pra nóis. b) Enfincou o calcanhar na lama. c) Chi, tá um mar d'água! d) Qué vê, espia. e) Isto era simpatia para fazer estiar.

45. (Fuvest 2010) “Quem não tem cão, caça com gato”. O sentido deste provérbio é:

a) Os cães são melhores do que os gatos, mas não temos cães. b) Sem aquilo que queremos, procuramos algo semelhante. c) Os animais são excelentes auxiliares na caça. d) Algumas pessoas têm mais sorte do que outras. e) Devemos sempre procurar melhorar na vida.

46. Leia o texto:

Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida a minha face?(Cecília Meireles. Retrato. Obra Poética, 1987.) Assinale a alternativa que apresenta uma análise correta sobre o poema.

a) O eu lírico revela uma amarga visão de desencanto com os problemas e as mudanças inevitáveis do mundo atual. b) A temática principal gira em torno do forte desejo de que o tempo pare e da obsessão pelo retorno à juventude. c) O título “Retrato” sintetiza, de um lado, o enobrecimento da velhice como símbolo de sabedoria e, de outro, a melancolia diante das mudanças físicas sofridas. d) A surpresa diante da passagem do tempo e a consciência da transitoriedade da vida compõem os aspectos centrais da temática abordada no poema. e) Os versos têm o objetivo de denunciar os preconceitos existentes contra a velhice, encarada como um período de sofrimento. 47.(Insper 2011) Leia o texto:

Versão perversa do “efeito Tostines” A moçada que vai atrás do primeiro emprego, no Brasil, vai mesmo atrás dos primeiros empregos. Reportagem do colega Marcelo Rehder, publicada no caderno de Economia do Estadão deste domingo, mostra que é enorme — para não dizer absurda — a rotatividade no mercado formal de trabalho, no caso dos jovens entre 15 e 18 anos. Passa de 70% em doze meses [...] Acaba vigorando no mercado de trabalho uma versão perversa do “efeito tostines”: o empregado não fica porque não é treinado ou não é treinado porque não fica. O resultado é um silencioso e naturalizado, de tão comum, acréscimo ao “custo Brasil”. (http://blogs.estadao.com.br/jpkupfer/versao-perversa-do-%e2%80%9cefeito-tostines%e2%80%9d/)

Page 33: LISTA DE EXERCÍCIOS DE TPOE(1)FINAL

Para tratar do problema da rotatividade no mercado de trabalho, o autor faz alusão a um antigo slogan de uma propaganda de biscoitos, empregando a estrutura do círculo vicioso. Das alternativas abaixo, assinale a única em esse raciocínio também tenha sido usado.

a) Milhões de brasileiros não têm transporte público de qualidade nas regiões metropolitanas. Os congestionamentos são cada vez mais torturantes. As rodovias e as vias públicas estão cada vez mais cheias de carros e caminhões. Resultado: menos tempo para trabalho e lazer, maior preço dos produtos, menos exportações e condições de vida insatisfatórias. b) VIRGEM (23 ago. a 22 set.): Lembre-se de seus amigos hoje, mostre a alguns deles como são importantes em sua vida. Quanto mais você se importa com essas pessoas, mais forte você irá se sentir também. A autoconfiança tem reflexos diretos no amor. c) “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro”. (Machado de Assis) d) Há tempos economistas reivindicam a reforma fiscal, já que a elevada carga tributária brasileira serve como estímulo à fraude. Como a tributação é excessiva, sonega-se muito e, como há muita sonegação, tributa-se mais. e) Análise do ciclo do carbono e da dinâmica da vegetação diante das mudanças climáticas conclui que a floresta amazônica ficará mais quente e com eventos naturais extremos — como grandes secas ou inundações — cada vez mais comuns.

48. A leitura do poema de Carlos Drummond de Andrade traz à lembrança alguns quadros de Cândido Portinari. Portinari De um baú de folhas-de-flandres no caminho da roça um baú que os pintores desprezaram mas que anjos vêm cobrir de flores namoradeiras salta João Cândido trajado de arco-íris saltam garimpeiros, mártires da liberdade, São João da Cruz salta o galo escarlate bicando o pranto de Jeremias saltam cavalos-marinhos em fila azul e ritmada saltam orquídeas humanas, seringais, poetas de e sem óculos, transfigurados saltam caprichos do nordeste – nosso tempo (nele estamos crucificados e nossos olhos dão testemunho) salta uma angústia purificada na alegria do volume justo e da cor autêntica salta o mundo de Portinari que fica lá no fundo maginando novas surpresas. (ANDRADE, Carlos Drummond de. Obra completa. Rio de Janeiro: Companhia Editora Aguilar, 1964. p.380-381). Uma análise cuidadosa dos quadros selecionados permite que se identifique a alusão feita a eles em trechos do poema.

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Podem ser relacionados ao poema de Drummond os seguintes quadros de Portinari:

A. I, II, III e IV. B. I, II, III e V. C. I, II, IV e V. D. I, III, IV e V. E. II, III, IV e V.

49. Leia os textos

(Di Cavalcanti, Mulata na Varanda, Óleo sobre tela, coleção particular).

É LUXO SÓ

Olha, essa mulata quando dança É luxo só

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Quando todo seu corpo se embalança É luxo só Tem um sei-quê que faz a confusão O que ela não tem, meu Deus, é compaixão Êta mulata bamba! Olha, essa mulata quando dança É luxo só (BARROSO, Ary; PEIXOTO, Luís. É Luxo Só. [s.n.])

Esse mesmo respeito pode ser encontrado também em outras linguagens artísticas. Ao

relacionar a pintura de Di Cavalcanti com o trecho da letra da música dos compositores

brasileiros Ary Barroso e Luís Peixoto, é possível ver nessas duas obras um traço comum, ou

seja, a valorização da musicalidade brasileira.

a) diversas classes sociais brasileiras. b) tipo físico brasileiro. c) patrimônio arquitetônico brasileiro. d) musicalidade brasileira. e) nenhuma das alternativas 50. Leia o artigo de Nizan Guanaes e a letra da música de Criolo para responder às questões Texto I Existe amor Existe amor em São Paulo A maior criação do Brasil é a cidade de São Paulo, e calma porque isso quem diz não sou eu, é o IBGE*. Da escala humana à escala financeira, São Paulo lidera. Mais de 10% das riquezas produzidas no Brasil são produzidas nesta cidade.Que família do país não tem um parente trabalhando aqui? Se São Paulo não tem mar, São Paulo tem um mar de ideias. O planejamento do Brasil passa tanto pelas torres dos complexos empresarias das avenidas Faria Lima e Berrini quanto pelos prédios da Esplanada dos Ministérios. O novo ciclo de desenvolvimento do Brasil tem tudo a ver com a cidade. Seu supermundo financeiro faz a cidade evoluir sempre de pilha nova, com carga máxima, conectada pelas antenas de seus 11 milhões de habitantes/seguidores. São pouquíssimas as metrópoles do mundo que contam com área tão extensa de massa cinzenta, com mistura tão completa de profissionais competentes, cada vez mais especializados. É um ciclo virtuoso: os serviços de alta qualidade atraem trabalhadores de alta qualificação e remuneração, que buscam mais serviços de ponta, como cultura, saúde, educação, luxo e alta gastronomia, que por sua vez atrairão consumidores de outras cidades e países. São Paulo hoje tem capital humano e capital financeiro para encubar qualquer empreendimento. Os galpões industriais que ficaram vazios com a transferência das indústrias da cidade para outras regiões do Estado e do país são rapidamente reocupados por atividades criativas e comerciais. A relativa menor atividade industrial (porque a cidade segue potência fabril) foi compensada pela maior atividade cultural, de feiras e de eventos. Não saí de Salvador para vir para São Paulo, mas acabei chegando à metrópole paulista e aqui me desenvolvi em plenitude, prosperei como tantos outros migrantes e imigrantes. Amo trabalhar e em São Paulo o trabalho sempre foi muito valorizado. Isso é fundamental, porque um dos grandes problemas dessa sociedade tão demandada é o desrespeito ao trabalho.

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Assim, quando as pessoas querem te ofender, elas dizem: “esse cara só pensa em trabalho”. Quando querem ofender São Paulo, dizem a mesma bobagem: que a cidade só é boa para trabalhar. Mas o que mais uma cidade precisa ser? Se ela é boa para trabalhar, o resto será consequência. (GUANAES, Nizan, Folha de S. Paulo, 24.01.2012. Adaptado)) Texto II Não existe amor em SP* Não existe amor em SP Um labirinto místico Onde os grafites gritam Não dá pra descrever Numa linda frase De um postal tão doce cuidado com doce São Paulo é um buquê Buquês são flores mortas Num lindo arranjo Arranjo lindo feito pra você Não existe amor em SP Os bares estão cheios de almas tão vazias A ganância vibra, a vaidade excita Devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel Aqui ninguém vai pro céu. (Criolo. Disponível em:<http://www.vagalume.com.br/criolo/nao-existe-amor-em-sp.html- Acesso em: 27.01.2012. Adaptado) * Na letra da música, a sigla SP refere-se à cidade de São Paulo e não ao Estado. Pela leitura do texto I, é correto afirmar que o autor: (A) deixou sua cidade natal para dirigir-se a São Paulo, pois, como vários migrantes, acreditava que na capital paulista seria fácil encontrar emprego. (B) descreve São Paulo como uma metrópole que oferece lojas de luxo e locais com alta gastronomia direcionados especificamente aos turistas estrangeiros. (C) vê no descaso com o trabalho uma postura equivocada de alguns indivíduos, pois entende que o trabalho é um meio para a sociedade suprir suas demandas. (D) explica que os galpões industriais, hoje preocupados por atividades comerciais, estavam vazios, pois algumas fábricas faliram e outras se transferiram para diferentes cidades. (E) considera a cidade de São Paulo uma potência econômica devido ao valor dado à produtividade, porém sua opinião é contestável, pois não tem o respaldo de outras fontes de informação. 51. Assinale a alternativa cujos termos podem substituir, correta, respectivamente e sem alteração do sentido do texto, as expressões em destaque selecionadas do texto I.É um ciclo virtuoso: os serviços de alta qualidade atraem trabalhadores de alta qualificação e remuneração... (7 parágrafo) ... porque um dos grandes problemas dessa sociedade tão demandada é o desrespeito ao trabalho.(10 parágrafo) (A) eficiente – que tem necessidades (B) produtivo – que tem dinheiro (C) pernicioso – que reivindica (D) duradouro – que se omite (E) complexo – que critica 52.Relacionando os dois textos, pode-se concluir corretamente que há: (A) semelhança, pois ambos criticam o desrespeito ao espaço público onde, por exemplo, “os grafites gritam” poluindo visualmente a cidade.

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(B) semelhança, pois ambos descrevem a cidade apontando, proporcionalmente, tanto os aspectos positivos como os negativos. (C) oposição, pois a letra da música desmistifica a imagem elogiosa de São Paulo, apresentada no texto I,ao caracterizá-la como um buquê de flores mortas. (D) oposição, pois, ao contrário do texto I, a letra da música não faz referências à valorização da aparência e da ostentação presente na sociedade. (E) oposição, pois a letra da música de Criolo desmente a afirmação de Nizan Guanaes de que São Paulo continua uma potência fabril. 53. Considerando que muitas palavras possuem um sentido próprio (denotativo) e também um sentido figurado (conotativo), analise as afirmações sobre os trechos em destaque. Se São Paulo não tem mar, São Paulo tem um mar de ideias. (3 parágrafo do texto I) Devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel (4 estrofe do texto II) I. Nos dois trechos, a palavra mar foi empregada em sentido próprio, indicando abundância, fartura. II. No texto I, a ideia presente no trecho selecionado é retomada no 6 parágrafo, o que se confirma, por exemplo, pela expressão “com área tão extensa de massa cinzenta”. III. No texto II, o autor escolheu a palavra fel, que em sentido próprio significa veneno, para fazer menção às características negativas da cidade. É correto o que se afirma em : (A) I, apenas. (B) II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III. 54. A letra da música de Criolo tem características literárias, pois A) emprega, predominantemente, a linguagem popular caracterizada pela forma mais livre em relação às normas gramaticais. (B) há o emprego de figuras de linguagem, como a antítese em “os bares estão cheios de almas tão vazias”. (C) se estrutura em versos e estrofes, embora esteja ausente a musicalidade por meio de rimas. (D) se evidenciam, no texto, as dúvidas e as contradições íntimas do eu-lírico. (E) apresenta eu-lírico cuja função é introduzir as personagens da narrativa.

55. Considere o texto para responder às questões. A melhor e a pior comida do mundo Há mais de dois mil anos, um rico mercador grego tinha um escravo chamado Esopo. Um escravo corcunda, feio, mas de sabedoria única no mundo. Certa vez, para provar as qualidades de seu escravo, o mercador ordenou: ─ Toma, Esopo, aqui está esta sacola de moedas. Corre ao mercado, compra lá o que houver de melhor para um banquete. A melhor comida do mundo! Pouco tempo depois, Esopo voltou do mercado e colocou sobre a mesa um prato coberto por fino pano de linho. O mercador levantou o paninho e ficou surpreso. ─ Ah, língua? Nada como a boa língua que os pastores gregos sabem tão bem preparar. Mas por que escolheste exatamente a língua como a melhor comida do mundo? O escravo, cabisbaixo, explicou sua escolha: ─ O que há de melhor do que a língua, senhor? A língua é que une a todos, quando falamos. Sem a língua não poderíamos nos entender. A língua é a chave das Ciências, o órgão da verdade e da razão. Graças à língua é que se constroem as cidades, graças à língua podemos dizer o

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nosso amor. A língua é o órgão do carinho, da ternura, da compreensão. É a língua que torna eternos os versos dos grandes poetas, as ideias dos grandes escritores. Com a língua se ensina, se persuade, se instrui, se reza, se explica, se canta, se elogia, se demonstra, se afirma. Com a língua,dizemos “sim”. Com a língua dizemos “eu te amo”! O que pode haver de melhor do que a língua, senhor? O mercador levantou-se entusiasmado: ─ Muito bem, Esopo! Realmente tu me trouxeste o que há de melhor. Com esta outra sacola de moedas, vai de novo ao mercado e traze o que houver de pior, pois quero ver a tua sabedoria. Mais uma vez, tempos depois, Esopo voltou do mercado trazendo um prato coberto por um pano. O mercador recebeu-o com um sorriso. ─ Hum... já sei o que há de melhor. Vejamos agora o que há de pior. O mercador descobriu o prato e ficou indignado: ─ O quê?! Língua? Língua outra vez? Língua? Não disseste que a língua era o que havia de melhor? Queres ser açoitado? Esopo encarou o mercador e respondeu: ─ A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que divide os povos. É a língua que usam os maus políticos quando querem enganar com suas falsas promessas. É a língua que usam os vigaristas quando querem trapacear. A língua é o órgão da mentira, da discórdia, dos desentendimentos, das guerras, da exploração. É a língua que mente, que esconde, que engana, que explora, que blasfema, que vende, que seduz, que corrompe. Com a língua dizemos “não”. Com a língua dizemos “eu te odeio”! Aí está, senhor, porque a língua é a pior e a melhor de todas as coisas! (http://www.bibliotecapedrobandeira.com.br/pdfs/contos/a_melhor_e_a_pior_comida_do_mundo.pdf. Acesso em: 05.08.2011. Adaptado) Assinale a afirmação correta sobre o texto. (A) O mercador, confiante na inteligência de seu escravo, trata-o sempre com tolerância e admiração. (B) Na descrição de Esopo estão ausentes características negativas, pois se ressalta a sabedoria do escravo grego. (C) A língua trazida do mercado por Esopo seria preparada pelos pastores e servida no banquete organizado pelo mercador para aquela data. (D) Para Esopo, a linguagem será um bom ou um mau instrumento de comunicação em decorrência das intenções do indivíduo que a utiliza. (E) Para o escravo, a linguagem é contraditória pois, quando empregada pelos que não dominam a norma culta, gera discórdia, desentendimentos e mentiras. 56. Considere os dois trechos do texto: O escravo, cabisbaixo, explicou sua escolha. (5º parágrafo) Esopo encarou o mercador e respondeu. (13º parágrafo) Nestes dois momentos da narrativa, Esopo demonstrou ser, respectivamente, (A) arrogante e vaidoso. (B) petulante e dissimulado. (C) modesto e negligente. (D) introvertido e temeroso. (E) obediente e confiante. 57.Leia as informações abaixo:

I – A linguagem verbal tem a palavra falada ou escrita como unidade. II – A linguagem verbal e a linguagem não-verbal têm a palavra falada ou escrita como unidade. III – A linguagem que não utiliza a palavra é denominada de não-verbal, sendo que esta tem como unidade os gestos, movimentos, símbolos, sons entre outros.

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Podemos, então, afirmar que:

a) I e II estão corretas; b) II e III estão corretas; c) I e III estão corretas; d) Apenas a afirmação II está correta; e) Apenas a informação I está correta.

58) Analise o gráfico abaixo e assinale a alternativa que apresenta o tipo de linguagem:

a) linguagem mista b) linguagem verbal c) linguagem não-verbal d) linguagem literal e) linguagem emotiva

59) Leia: “No estádio de futebol, a comunicação aparece nos gritos da torcida, nas cores das bandeiras, nos números das camisetas dos jogadores, nos gestos, apitadas e cartões do juiz e dos bandeirinhas, no placar eletrônico, nos alto-falantes e radinhos de pilha, nas conversas e insultos dos torcedores, em seus gritos de estímulo, nos trabalhos dos repórteres, radialistas, fotógrafos e operadores de TV. O próprio jogo é um ato de comunicação. Dias antes já tinha provocado dúzias de mensagens e durante dias a fio ele continuará sendo objeto de comunicação nos botequins, nos escritórios, nas fábricas, nos rádios e jornais. (Bordenave, Juan E. Diaz. O que é Comunicação.São Paulo, Brasiliense, 1997.). Assinale a alternativa que só apresenta linguagem não-verbal: a) gritos da torcida, conversas e insultos dos torcedores. b) camisetas dos jogadores, nos alto-falantes e cartões do juiz e dos bandeirinhas. c) gestos, trabalhos dos repórteres, radialistas, fotógrafos e operadores de TV. d) gestos, apitadas e cartões do juiz e dos bandeirinhas. e) placar eletrônico, nas conversas e insultos dos torcedores. 60. “No meio do meu descanso, toca o telefone: “Boa tarde, senhor. Aqui é da Mega Plus

International, que, por sua boa relação como cliente, vai estar disponibilizando, totalmente

grátis, sem nenhum custo adicional, o Ultra Mega Plus Card, com todas as vantagens do

programa especial Mega Plus Services. Vai estar também oferecendo...” Pronto, já me perdi no

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gerúndio desnecessário dela. Respondo: “Obrigado pela oferta, mas não vou estar querendo,

já tenho outro” “Mas, senhor...”, insiste a atendente, “que vantagens o seu cartão já oferece?”

Respondo: “Não oferece vantagem nenhuma, mas o que rola entre a gente é uma relação sem

interesse, é só amor mesmo...sabe aquele não querer mais que bem querer de Camões. A

atendente de telemarketing se despede, mas não sem antes rir do outro lado da linha.

(Disponível em: <www.sacodefilo.com>. Acesso em: 03 ago. 2011(com adaptações).

Em casos como o do texto acima, o uso do gerúndio constitui mais do que a descrição

tradicional chamaria de vício de linguagem do que propriamente uso incorreto do ponto de vista

da norma padrão. Dessa forma, esse uso fere mais aspectos estilísticos que estruturais da

norma. Nessa perspectiva, assinale a opção em que o enunciado apresenta o mesmo tipo de

inadequação linguística.

a) O Mário está dizendo que não gosta de ir ao cinema. b) Você sabe que estou tendo todos aqueles sintomas novamente? c) Eu estarei transferindo sua ligação dentro de instantes. d) Enquanto eu estou falando, você continua me ouvindo atentamente. e) Todos estavam entendendo a matéria, até que a luz apagou. TEMAS DE REDAÇÃO

1.O fim do mundo em 2012

Os planetas, as estrelas, o calendário maia e, é claro, uma superprodução de Hollywood reavivam a ideia aterrorizante do apocalipse e levantam uma questão: por que continuamos a acreditar em profecias finalistas apesar de todas elas terem fracassado redondamente?

[...] No inventário dos fracassos humanos, talvez não haja aposta tão malsucedida quanto a de marcar data para o fim do mundo. Falhou 100% das vezes, mas continua a se espalhar, resistindo ao tempo, à razão e à ciência. As tentativas de explicar esse fenômeno são uma viagem fascinante pela alma, pela psique, pelo cérebro humano. Uma das explicações está no fato de que o nosso cérebro é uma máquina programada para extrair sentido do mundo. Assim, somos levados a atribuir ordem e significado às coisas, mesmo onde tudo é casual e fortuito. As constelações no céu, por exemplo, são uma criação mental para organizar o caos estelar. [...]

A preponderância do aleatório sobre o determinado pode dar a sensação de desesperança, de que somos impotentes diante de todas as coisas. Talvez nisso residam a beleza e a complexidade da vida, mas o fato é que o cérebro está mais interessado em ordem do que em belezas complexas. Por isso, quando não vê significado nas coisas naturais, ele salta para o sobrenatural. "Nascemos com o cérebro desenhado para encontrar sentido no mundo", diz o psicólogo Bruce Hood, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, autor de Supersense: Why We Believe in the Unbelievable (Supersentido: Por que Acreditamos no Inacreditável). "Esse desenho às vezes nos leva a acreditar em coisas que vão além de qualquer explicação natural." (André Petry, Revista Veja, 4 de novembro de 2009.)

Escreva seu texto dissertativo-argumentativo sobre o tema proposto.

2.Analise com atenção os dois textos apresentados, abaixo. Texto 1

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(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dbch08092011.htm)

Texto 2

Não à corrupção

Mesmo sem aglutinar grande multidão, protestos no país demonstram estimulante

indignação popular diante da atual onda de escândalos

Não se confirmou o volume prometido de presença popular nas manifestações contra a

corrupção deste Sete de Setembro. Marcados pela internet, os protestos confirmaram que a

facilidade de arregimentação das chamadas redes sociais não se traduz em apoio proporcional

na rua. Para que isso ocorra, o recurso, ainda que complementar, a meios tradicionais de

organização civil é necessário.

Os atos de ontem indicam, contudo, uma reação estimulante e cidadã contra os níveis

alarmantes de desrespeito e desfaçatez demonstrados por autoridades no trato com o dinheiro

e os interesses da coletividade. Esse aspecto positivo se ressalta diante do poder e da

penetração dos grupos interessados em combater e desestimular manifestações do gênero.

Forças que no final do século 20 se alinhavam aos protestos -sindicatos, "movimentos sociais"

e partidos na órbita do PT- desde 2003 se refestelam no governismo. Alguns militantes

trocaram de lado: das marchas anticorrupção no passado para as cadeias da Polícia Federal e

as denúncias do Ministério Público, hoje.

Preservaram, no entanto, um discurso tático e oportunista, reabilitado dos anos 1950 e 1960,

para rebater ondas de crítica pública contra as falcatruas descobertas no governo federal. Seria

tudo obra de golpismo partidário, da tentativa de forças "conservadoras" de desestabilizar uma

gestão "progressista" eleita nas urnas.

Esse mesmo despiste, aliás, foi utilizado dentro do governo de Dilma Rousseff por grupos cujo

objetivo era abreviar a faxina em ministérios marcados por patrimonialismo, empreguismo e

ineficiência. A presidente entendeu o recado e emitiu sinais que sugerem capitulação.

A diversidade de bandeiras nos atos de ontem pelo país refletia a força das agendas locais e a

pluralidade dos grupos em marcha. Em Brasília, por exemplo, a recente absolvição da

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deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), em processo que previa sua cassação na

Câmara, galvanizou o protesto.

Unidos na aversão aos escândalos que se sucedem, os movimentos também convergem,

decerto, numa agenda básica de respeito ao cidadão. Ela passa por reduzir drasticamente os

cargos de indicação política na administração pública em todas as esferas; acabar com o voto

secreto para a cassação de parlamentares; instituir a prestação de contas on-line de

campanhas, com identificação do doador e do destinatário; e exibir, também na internet, todas

as vias por onde flui dinheiro público.

Além disso, é preciso agilizar os processos judiciais, para que a chaga da impunidade não

continue a dar vazão ao escárnio que figuras notórias, "progressistas" ou "conservadoras",

despejam sobre a indignação da sociedade. (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0809201101.htm)

Baseando-se na leitura e em suas próprias reflexões, produza um texto dissertativo-argumentativo, discutindo o tema. Dê um título à sua redação.

3. (Enade 2008 adaptada)

TEXTO 1

PAINEL DO LEITOR

São Paulo, sábado, 07 de maio de 2011

Miséria

Mais de 8,5% da população vivem na miséria (Poder, 4/5)? Abaixemos então os parâmetros

(de R$ 136 para R$ 70) para definir quem é miserável. Escrevendo apenas um novo número,

Dilma conseguiu salvar milhares de pessoas da miséria, mas não conseguiu salvar a

população da vergonha de um governo sem escrúpulos.

PRISCILA HORTA RODRIGUES (Campinas, SP)

.

TEXTO 2

Nas décadas passadas, por muitas razões, falava-se do Brasil como o País da esperança. Não

somente porque a maioria da sua população tinha menos de 25 anos, mas também porque

eram reconhecidas as potencialidades de que dispunha: recursos naturais e muitas

possibilidades de crescimento. Mas faltavam conhecimentos técnicos e maturidade

democrática para melhorar os índices de desenvolvimento humano que continuavam

teimosamente baixos e para conseguir patamares mais justos de distribuição da renda e dos

benefícios da sociedade moderna, que continuavam reservados a poucos.

Nestes últimos anos, acenderam-se novas esperanças de que o futuro estava mais próximo e,

finalmente, seríamos o País do presente, da realização das esperanças. A descoberta do pré-

sal, a perspectiva de realizar as Olimpíadas no Rio de Janeiro, a simpatia internacional pelo

Brasil, entre outras, simbolizam essa aproximação do futuro esperado. Mas, a dura realidade

parece interromper os embalos desse sonho acalentado. (ANGELO, Dom Geraldo M.

Desenvolvimento humano no Brasil. A Tarde, Salvador, 8 nov. 2009. Opinião, p. A3.)

A partir de uma reflexão sobre as ideias veiculadas no fragmento em destaque e com base em

seus conhecimentos sobre o país, produza um texto argumentativo em que você discorra

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sobre o Brasil não mais como o país do futuro, mas, sim, como “o país do presente, das

possíveis realizações das esperanças”. Seu texto deve ter de 15 a 30 linhas.

4. DIREITOS HUMANOS EM QUESTÃO

O caráter universalizante dos direitos do homem [...] não é da ordem do saber teórico, mas do

operatório ou prático: eles são invocados para agir, desde o princípio, em qualquer situação

dada.( JULIEN, François)

Dentre as novas concepções de direitos, destacam-se:

< a habitação como moradia digna e não apenas como necessidade de abrigo e proteção;

< a segurança como bem-estar e não apenas como necessidade de vigilância e punição;

< o trabalho como ação para a vida e não apenas como necessidade de emprego e renda.

Tendo em vista o exposto acima, selecione uma das concepções destacadas e esclareça por

que ela representa um avanço para o exercício pleno da cidadania, na perspectiva da

integralidade dos direitos humanos.

5.Com base na leitura, construa um texto dissertativo de aproximadamente 20 linhas,

defendendo o seu posicionamento diante da questão.

Leis contra o cigarro vêm de longe.

A história da luta contra o fumo em estabelecimentos fechados teve início ainda no fim do

século 16, durante o curto papado de Urbano VII, em 1590. Nos doze dias em que esteve à

frente do Vaticano, ele ficou conhecido por uma campanha antitabagista em que ameaçava

excomungar qualquer fiel que fumasse dentro das igrejas.

Desde 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) levantou a bandeira "Ambientes 100%

livres do tabaco". Em uma convenção assinada por 200 países, a OMS pede para que novas

legislações sejam aprovadas e que as existentes sejam reformuladas. Tudo no intuito de

proteger as pessoas que não fumam da fumaça causada pelos cigarros alheios.(texto

adaptado.Disponível em:

<http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=789756&tit=Apos lei-seca-cerco-se-

fecha-agoracontra- os-fumantes>.)

Nova lei limita fumo em São Paulo

A chamada lei antifumo, aprovada no início de abril pela Assembleia Legislativa de São Paulo e

sancionada nesta quinta-feira pelo governador José Serra (PSDB), bane o uso de cigarro e

derivados de tabaco em ambientes de uso coletivos – públicos e privados – em todo o Estado.

A lei entra em vigor em 90 dias.

Conforme o texto, a nova lei proíbe cigarro ou derivados de tabaco em ambientes de uso

coletivo, públicos ou privados, total ou parcialmente fechados em qualquer um dos lados por

parede ou divisória, em todo o Estado. Entre os locais de proibição estão áreas internas de

bares e restaurantes, casas noturnas, ambientes de trabalho, táxis e áreas comuns fechadas

de condomínios. (texto adaptado. Disponível

em:<http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u439196>.)

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6. Relações humanas no século XXI

Leia, atentamente, as notícias a seguir.

87% dos professores já presenciaram casos de violência na escola

87% dos professores da rede pública de ensino do estado de São Paulo confirmam conhecer casos de violência dentro das escolas. Tráfico e consumo de drogas, por exemplo, são situações presenciadas por 70% e 67% dos professores, respectivamente.(http://aprendiz.uol.com.br)

Mais de 130 milhões de crianças trabalham no campo

Mais de 130 milhões de meninos e meninas realizam tarefas agrícolas em campos e plantações de todo o mundo. O dado é da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que dedicou o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil deste ano contra a exploração das crianças no setor agrícola.

Segundo a organização essas crianças têm entre cinco e 14 anos e com seu trabalho ajudam a produzir os alimentos e bebidas consumidas no mundo. (http://aprendiz.uol.com.br)

GCM encontra bebê em lixo de mercado municipal em São Paulo

Uma menina recém-nascida foi encontrada pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) em meio

ao lixo nas proximidades do mercado municipal que fica em Guaianazes (zona leste de São

Paulo), no começo da tarde desta terça-feira. O caso deverá ser investigado. (http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u303677.shtml)

Após a leitura dessas notícias e de outras tantas que nos surpreendem ultimamente, você deve

refletir e escrever. Escrever é uma maneira de nos posicionarmos no mundo, de assumirmos

um compromisso acerca do que pensamos, do que sentimos, do que acreditamos. Este é o seu

momento de expressão. Cultive-o. Escreva um texto dissertativo sobre o tema: Relações

humanas no século XXI.

7. Para motivar sua escrita, leia, atentamente, a carta que Mia Couto, escritor

moçambicano, escreve ao antigo Presidente dos Estados Unidos.

Carta ao presidente Bush

Sou um escritor de uma nação pobre, um país que já esteve na vossa lista negra. Milhões de

moçambicanos desconheciam que mal vos tínhamos feito.

Éramos pequenos e pobres: que ameaça poderíamos constituir? A nossa arma de destruição massiva estava, afinal, virada contra nós: era a fome e a miséria. [...] Pois eu, pobre escritor de um pobre país, tive um sonho. Como Martin Luther King certa vez sonhou que a América era uma nação de todos os americanos. Pois sonhei que eu era não

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um homem mas um país. Sim, um país que não conseguia dormir. Porque vivia sobressaltado por terríveis factos. E esse temor fez com que proclamasse uma exigência. Uma exigência que tinha a ver consigo, Caro Presidente. E eu exigia que os Estados Unidos da América procedessem à eliminação do seu armamento de destruição massiva. Por razão desses terríveis perigos eu exigia mais: que inspectores das Nações Unidas fossem enviados para o vosso país. Que terríveis perigos me alertavam? Que receios o vosso país me inspiravam? Não eram produtos de sonho, infelizmente. Eram factos que alimentavam a minha desconfiança. A lista é tão grande que escolherei apenas alguns: - Os Estados Unidos foram a única nação do mundo que lançou bombas atómicas sobre outras nações; [...] Desde a Segunda Guerra Mundial, os EUA bombardearam: a China (1945-46), a Coreia e a China (1950-53), a Guatemala (1954), a Indonésia (1958), Cuba (1959-1961), a Guatemala (1960), o Congo (1964), o Peru (1965), o Laos (1961-1973), o Vietname (1961-1973), o Camboja (1969-1970), a Guatemala (1967-1973), Granada (1983), Líbano (1983-1984), a Líbia (1986), Salvador (1980), a Nicarágua (1980), o Irão (1987), o Panamá (1989), o Iraque (1990-2001), o Kuwait (1991), a Somália (1993), a Bósnia (1994-95), o Sudão (1998), o Afeganistão (1998), a Jugoslávia (1999) - Acções de terrorismo biológico e químico foram postas em prática pelos EUA: o agente laranja e os desfolhantes no Vietname, o vírus da peste contra Cuba que durante anos devastou a produção suína naquele país. - O Wall Street Journal publicou um relatório que anunciava que 500,000 crianças vietnamitas nasceram deformadas em consequência da guerra química das forças norte-americanas. [...] Eu gostaria de poder festejar o derrube de Saddam Hussein. E festejar com todos os americanos. Mas sem hipocrisia, sem argumentação e consumo de diminuídos mentais. Porque nós, caro Presidente Bush, nós, os povos dos países pequenos, temos uma arma de construção massiva: a capacidade de pensar. (http://www.lainsignia.org/2003/abril/int_043.htm)

Escreva, agora, sua Carta a nossa Presidente da República, posicionando-se com relação ao que ela tem realizado.

8. Antes de escrever, leia um pouco:

TEXTO 1

O ciberespaço como suporte da inteligência coletiva é uma das principais condições de seu próprio desenvolvimento. Seu crescimento não determina automaticamente o desenvolvimento da inteligência coletiva, apenas fornece a esta inteligência um ambiente propício. De fato, também vemos surgir na órbita das redes interativas diversos tipos de formas novas: de isolamento e de sobrecarga cognitiva (estresse pela comunicação e pelo trabalho diante da tela); de dependência (vício na navegação ou em jogos em mundos virtuais); de dominação (reforço dos centros de decisão e de controle, domínio quase monopolista de algumas potências econômicas sobre funções importantes da rede etc.); de exploração (em alguns casos de teletrabalho vigiado e de deslocalização de atividades no terceiro mundo); e mesmo de bobagem coletiva (rumores, conformismo em rede ou em comunidades virtuais, acúmulo de dados sem qualquer informação, "televisão interativa".)(LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo:

Editora 34, 2001. p. 29-30.)

TEXTO 2

Gilberto Gil - Pela Internet

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Criar meu web site

Fazer minha home-page

Com quantos gigabytes

Se faz uma jangada

Um barco que veleje

Que veleje nesse infomar

Que aproveite a vazante da infomaré

Que leve um oriki do meu velho orixá

Ao porto de um disquete de um micro em Taipé

Um barco que veleje nesse infomar

Que aproveite a vazante da infomaré

Que leve meu e-mail até Calcutá

Depois de um hot-link

Num site de Helsinque

Para abastecer

Eu quero entrar na rede

Promover um debate

Juntar via Internet

Um grupo de tietes de Connecticut

De Connecticut acessar

O chefe da Macmilícia de Milão

Um hacker mafioso acaba de soltar

Um vírus pra atacar programas no Japão

Eu quero entrar na rede pra contactar

Os lares do Nepal, os bares do Gabão

Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular

Que lá na praça Onze tem um vídeopôquer para se jogar

Após a leitura dos textos, você deve refletir e escrever. Escrever é uma maneira de se

posicionar no mundo, de assumir um compromisso acerca do que se pensa, do que se sente,

do que se acredita. Este é o seu momento de expressão. Cultive-o. Escreva um texto

dissertativo sobre o tema: ciberespaço.

9. Leia os três textos antes de escrever

Texto 1

Meninos Carvoeiros Os meninos carvoeiros Passam a caminho da cidade. — Eh, carvoero! E vão tocando os animais com um relho enorme. Os burros são magrinhos e velhos. Cada um leva seis sacos de carvão de lenha. A aniagem é toda remendada.

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Os carvões caem.

(Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando-se com um gemido.)

— Eh, carvoero! Só mesmo estas crianças raquíticas Vão bem com estes burrinhos descadeirados. A madrugada ingênua parece feita para eles... Pequenina, ingênua miséria!

Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis! —Eh, carvoero!

Quando voltam, vêm mordendo num pão encarvoado, Encarapitados nas alimárias, Apostando corrida,

Texto 2

(www.feebpr.org.br)

(http://www.pime.org.br/pimenet/imagens/mmjun2004-f28.jpg)

Após a leitura dos textos, você deve refletir e escrever. Escrever é uma maneira de se

posicionar no mundo, de assumir um compromisso acerca do que se pensa, do que se sente,

do que se acredita. Este é o seu momento de expressão. Cultive-o. Escreva um texto

dissertativo sobre o tema: TRABALHO INFANTIL

10. Leia notícias atuais e produza seu texto argumentativo sobre o tema.